administração financeira orçamentária - aula 0

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  • 8/6/2019 Administrao Financeira Oramentria - Aula 0

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    AULA ZERO ADMINISTRAO FINANCEIRA ORAMENTRIA AFO

    Caros colegas concursando(a)s!

    com imensa satisfao e alegria que estamos disponibilizando estecurso de Administrao Financeira Oramentria AFO, aqui no Pontodos Concursos.

    Ser um grande prazer t-los conosco e certamente no economizareiesforos, dedicao e boa vontade, objetivando contribuir da melhor

    forma possvel para que voc realize suas conquistas e alcance seusobjetivos.

    Um de seus objetivos poder ser a aprovao no concurso de seussonhos. Assim sendo, vamos ajud-lo e se preparar com notas de aulaonde abordaremos contedos atualizados e com metodologia apropriadapara uma aprendizagem facilitada, abordando os assuntos mais exigidosem concursos.

    O objetivo prepar-los para os prximos concursos, em especial, os doTribunal de Contas da Unio - TCU, Controladoria Geral da Unio CGU,

    Secretaria do Tesouro Nacional STN, Ministrio do Planejamento,Oramento e Gesto MPOG, Tribunais de Contas dos Estados etc.

    Tivemos a oportunidade de ministrar dois cursos recentes: um para oconcurso de Analista de Controle Externo do TCU e outro para Analistade Finanas e Controle da CGU.

    Consideramos que os resultados foram bastante positivos, haja vistaque recebemos diversos e-mails elogiando o contedo das aulas,didtica apresentada e sugestes de aprimoramento para facilitar oentendimento e tornar o aprendizado mais eficaz.

    Das sugestes apresentadas, muitas foram acatadas e incorporadas saulas. Fica aqui o nosso agradecimento pela colaborao. Entretanto,somos conscientes de que devemos melhorar e aperfeioar cada vezmais as nossas aulas.

    Neste momento estamos trabalhando para isso. O objetivo melhorar,ampliar e atualizar contedos de aulas pretritas e de novos temas.

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    A nossa inteno procurar facilitar sobremaneira a vida dos diversosconcursandos Brasil afora, principalmente quem tem pouco tempo paraestudar ou para quem no possui a oportunidade de fazer um bomcursinho onde mora.

    A metodologia a ser utilizada ser atravs da exposio do contedosem enrolao, procurando abordar os temas de forma clara eobjetiva, e, ainda, resolver questes de concursos recentes, realizadosprincipalmente pela ESAF e CESPE nos anos de 2004/2005/2006.

    Procuraremos abordar a resoluo das questes mostrando o mtodomais fcil e rpido para se chegar aos resultados pretendidos e aindachamando a ateno para os pontos mais importantes e mais exigidos

    em concursos.Um alerta!

    A maioria dos candidatos a concursos na rea pblica, onde so exigidosconhecimentos de AFO e Contabilidade Pblica, encontra dificuldades noentendimento de questes prticas ou de situaes hipotticas, emespecial, de balanos pblicos.

    A nossa pretenso demonstrar que esse mito no difcil de ser detonado; ao final do curso muitos candidatos sairo dominando o

    assunto suficientemente para serem aprovados em concursos de grandecomplexidade.

    Uma dica!Existe sempre um bom motivo para estudar: ser aprovadono concurso pretendido, o seu sonho de consumo. Ento, estude coma melhor boa vontade possvel, no desperdice a oportunidade deaprender com antecedncia. Assim, quando sair o to esperado edital deseu concurso, apenas uma boa reviso poder ser suficiente pararealizar uma excelente prova.

    Seja estrategista!

    Faa seu planejamento de estudos em mdio prazo: comece pelasdisciplinas que voc possui maiores dificuldades. Aprenda de vez essadisciplina, e, a partir da, quando sair o edital, s fazer uma boareviso e pronto.

    Vamos ao nosso estudo!

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    Nesta nota de aula abordaremos o assunto dvida pblica brasileiraapenas a ttulo demonstrativo. Em aulas futuras, durante nosso curso,esse tema ainda ser estudado.

    1. Dvida pblica:

    Aspectos gerais e legais:

    A Secretaria do Tesouro Nacional o rgo responsvel pelaadministrao das dvidas pblicas interna e externa, tendo poratribuio gerir a dvida pblica mobiliria federal e a dvida externa deresponsabilidade do Tesouro Nacional (Decreto n 1.745/95).

    Legalmente a dvida pblica brasileira divide-se em:

    Dvida pblica fundada ou consolidada;

    Dvida pblica mobiliria; e

    Dvida pblica flutuante.

    A matria est inserida e regulamentada nas seguintes normas:

    Constituio Federal de 1988;

    Lei Nacional n 4.320/64;

    Lei de Responsabilidade Fiscal LRF;

    Decreto federal n 93.872/86; e

    Resolues n 40 e 43 do Senado Federal.

    A dvida pblica brasileira pode ser contrada atravs dos seguintesinstrumentos:

    Leis;

    Contratos;

    Convnios ou tratados; e

    Atravs da realizao de operaes de crdito.

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    O termo operaes de crdito possui conceito abrangente e estregulamentado na LRF da seguinte forma:

    Compromisso financeiro assumido em razo de mtuo, abertura decrdito, emisso e aceite de ttulo, aquisio financiada de bens,recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo debens e servios, arrendamento mercantil e outras operaesassemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

    As operaes de crdito so emprstimos realizados pelo governo pararesgate ou amortizao geralmente em longo prazo. A dvida de longoprazo aquela contrada com prazo de resgate superior a doze meses, ea de curto prazo, os emprstimos a serem amortizados em at 365 dias,

    ou seja, em at um ano.Ateno! Equipara-se operao de crdito: a assuno, oreconhecimento ou a confisso de dvidas pelo ente da Federao.

    1.1. Dvida pblica fundada ou consolidada:

    Conceito:

    o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigaes financeirasdo ente da Federao, assumidas em virtude de leis, contratos,

    convnios ou tratados e da realizao de operaes de crdito, paraamortizao em prazo superior a doze meses.

    A Lei n 4.320/64 estabelece que a dvida fundada compreende oscompromissos de exigibilidade superior a doze meses, contrados paraatender a desequilbrio oramentrio ou a financiamento de obras eservios pblicos (art. 98, da Lei n 4.320/64).

    Regras de escriturao:

    A Lei n 4.320/64 determina que a dvida fundada ser escriturada com

    individuao e especificaes que permitam verificar, a qualquermomento, a posio dos emprstimos, bem como os respectivosservios de amortizao e juros pagos (pargrafo nico do art. 98 da Lein 4.320/64).

    Assim, conforme previsto na Lei n 4.320/64, a finalidade da dvidafundada ser:

    Para atender a desequilbrio oramentrio ou a financiamento de obras eservios pblicos.

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    O Decreto federal n 93.872/86 estabelece que a dvida fundada ou

    consolidada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12(doze) meses contrados mediante emisso de ttulos ou celebrao decontratos para atender a desequilbrio oramentrio, ou a financiamentode obras e servios pblicos, e que dependam de autorizao legislativapara amortizao ou resgate ( 2 do art. 115).

    Conforme ainda o Decreto 93.872/86, a dvida fundada ou consolidadapoder ser contrada atravs da emisso de ttulos pblicos ou dacelebrao de contratos.

    Conforme esse instrumento normativo, os emprstimos contrados pelogoverno que faro parte da dvida fundada s podero ser realizados ouefetivados mediante autorizao legislativa, inclusive para a amortizaoou resgate.

    A dvida pblica fundada ser classificada no passivo permanente (longoprazo), no balano patrimonial.

    Uma regra nova e importante!

    A LRF estabelece que integraro a dvida pblica consolidada asoperaes de crdito de prazo inferior a doze meses cujas receitastenham constado do oramento ( 3o do art. 29). Portanto, asoperaes de crdito previstas na lei oramentria anual, mesmo quehaja previso de resgate em prazo inferior ou at um ano, deverointegrar a dvida fundada ou consolidada.

    Podemos afirmar que a dvida consolidada gnero, cujas espciesso:

    Dvida mobiliria

    da Unio

    Contrada mediante emisso de ttulos da dvidapblica dos entes da Federao. A exemplo dos

    ttulos emitidos pela Secretaria do TesouroNacional STN e os do Banco Central do Brasil BACEN.

    Dvida contratual

    So os emprstimos externos ou internoscontrados mediante contratos com organismosinternacionais ou instituies financeiras, aexemplo do Fundo Monetrio Internacional FMI.

    Operaes decrdito

    Compromisso financeiro assumido em razo demtuo, abertura de crdito, emisso e aceite de

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    ttulo, aquisio financiada de bens, recebimentoantecipado de valores provenientes da venda atermo de bens e servios, arrendamentomercantil e outras operaes assemelhadas,inclusive com o uso de derivativos financeiros.

    Operaes decrdito inferiores a12 meses cujasreceitas tenhamconstado na LOA.

    Ateno! As antecipaes de receitasoramentrias ARO, suas receitas no constamna LOA. Na LOA consta apenas autorizao paraa sua contratao. Essa operao gera dvidaflutuante de curto prazo.

    Precatrios

    posteriores a5.5.2000(inclusive)

    So os precatrios judiciais includos na LOA e

    no pagos durante a execuo oramentria (7, do art.30 da LRF).

    Publicidade da dvida pblica:

    A LRF determina que o Poder pblico elabore o demonstrativo da dvidaconsolidada. Esse demonstrativo parte integrante do Relatrio deGesto Fiscal RGF.

    O RGF dever ser elaborado pelo Poder Executivo dos entes da

    Federao e abrange todos os Poderes.O RGF dever ser elaborado quadrimestralmente ou semestralmentepara municpios com menos de 50 mil habitantes e disponibilizado aoacesso pblico, inclusive em meios eletrnicos, at 30 dias aps oencerramento do quadrimestre ou do semestre. Assim sendo, como odemonstrativo da dvida consolidada parte integrante do RGF, asinformaes acerca da dvida consolidada estaro disponveis no mesmoperodo.

    A finalidade de se elaborar o demonstrativo da dvida consolidada para

    assegurar a transparncia das obrigaes contradas pelos entes daFederao e verificar os limites de endividamento previstos na LRF.

    Os limites de endividamento so estabelecidos pela Resoluo n 40 doSenado Federal. Os entes que ultrapassarem os limites deendividamento previstos na LRF, ou seja, ao final de um quadrimestre,devero restabelec-los at o trmino dos 3 quadrimestres seguintes,eliminando o excedente em pelo menos 25% no primeiro perodo.

    funo da STN a divulgao da relao dos entes que ultrapassaremos limites da dvida consolidada lquida.

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    1.2. Dvida pb lica flutuante:

    Conceito:

    So os compromissos cuja exigibilidade deve ser cumprida dentro doexerccio financeiro, ou seja, em at um ano. So as obrigaes de curtoprazo do poder pblico.

    O Decreto federal n 93.872/86 estabelece que a dvida pblica abrangea dvida flutuante e a dvida fundada ou consolidada (art. 115).

    Segundo essa norma, a dvida flutuante compreende os compromissosexigveis, cujo pagamento independe de autorizao oramentria.

    Portanto, conforme legalmente previsto, a amortizao e resgate dadvida flutuante independem de autorizao oramentria. Entenda-seautorizao oramentria como autorizao legislativa.

    A realizao, amortizao ou resgate da dvida consolidada ou fundadasempre dependem de autorizao legislativa. Guarde bem essadiferena!

    A dvida pblica flutuante ser classificada no passivo financeiro (curtoprazo), no balano patrimonial.

    A dvida flutuante o gnero, cujas espcies so:

    Essa classificao acima se encontra inserida no 1 do art 115 do

    Decreto federal n 93.872/86 e no art. 92 da Lei n 4.320/64.Resumindo o assunto dvida flutuante:

    So compromissos de curto prazo at um ano;

    A amortizao ou resgate (pagamento) independe de autorizaooramentria (legislativa);

    Ser classificada no passivo financeiro (curto prazo), no balanopatrimonial.

    Os restos a pagar, excludos os servios da dvida; Os servios da dvida; Os depsitos, inclusive consignaes em folha; As operaes de crdito por antecipao de receita ARO tambm conhecidas como dbitos de tesouraria; O papel-moeda ou moeda fiduciria.

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    1.3. Dvida pblica mobiliria

    A dvida pblica federal (interna e externa) composta, em sua maiorparte, por ttulos mobilirios que diferem entre si conforme o contexto ea finalidade da emisso.

    A emisso de ttulos pblicos uma das formas de captao de recursosde terceiros pelos governos para a realizao dos gastos pblicos.Basicamente esses ttulos so resgatveis em longo prazo.

    Os ttulos pblicos so emitidos no mercado interno sob as formas de:ofertas pblicas para instituies financeiras (leiles), ofertas pblicas

    para pessoas fsicas (tesouro direto) e emisses diretas para finalidadesespecficas definidas em leis.

    Ateno! O Tesouro Nacional emite ttulos para atender a poltica fiscal.O Banco Central utiliza os ttulos do Tesouro Nacional para realizarpoltica monetria, por meio de operaes de compra e venda nomercado secundrio.

    Chamamos de mercado secundrio aquele em que os investidores ouacionistas transacionam ttulos de sua titularidade. Ou seja, o mercadoem que possvel comprar e vender ttulos j emitidos e em circulao.

    Os ttulos da dvida pblica geralmente so emitidos com trsfinalidades:

    Financiar o dficit oramentrio;

    Realizar operaes para fins especficos, definidos em lei; e

    Refinanciar a dvida pblica.

    So exemplos de ttulos pblicos de responsabilidade da Unio:

    Ttulos de responsabilidade do Tesouro Nacional:

    Bnus do Tesouro Nacional - BTN;

    Certificados do Tesouro Nacional CTN;

    Letras do Tesouro Nacional LTN;

    Notas do Tesouro Nacional NTN;

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    Ttulos da Dvida Agrria TODA;

    Os ttulos de responsabilidade do Tesouro Nacional so emitidos pelaSTN.

    Ttulos de responsabilidade do Banco Central:

    Bnus do Banco Central do Brasil BBC;

    Notas do Banco Central do Brasil NBC;

    Ateno! A LRF proibiu que o Banco Central do Brasil emita ttulos dadvida pblica a partir de dois anos aps a sua publicao, ou seja, a

    partir de 2003 (art. 34, da LRF).Importante!

    Compete ao Senado Federal, atravs de Resoluo, estabelecer oslimites globais para o montante da dvida consolidada lquida da Unio,Estados e Municpios, em percentual da RCL.

    Cabe ao Congresso Nacional estabelecer, atravs de lei, os limites parao montante da dvida mobiliria federal lquida, em percentual da RCL.

    A proposta dos limites da competncia do Presidente da Repblica.

    Portanto, por proposta do Presidente da Repblica, compete:

    Poder Limites Instrumentonormativo

    Senado federal

    Limites globais para omontante da dvidaconsolidada lquida da Unio,Estados e Municpios, empercentual da RCL.

    Resoluo

    CongressoNacional

    Limites para o montante dadvida mobiliria federallquida, em percentual da RCL.

    Lei Nacional

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    abater, do total da dvida de cada ente, os respectivos crditosfinanceiros (depsitos, aplicaes etc.).

    Os limites globais para a dvida consolidada dos trs nveis de governosero estabelecidos a partir de percentual da Receita Corrente Lquida -RCL, representando o nvel mximo admitido para cada um deles, sendoa verificao do seu atendimento realizada ao final de cadaquadrimestre (art. 30, 3 e 4), ou semestre, no caso dos Municpioscom menos de 50 mil habitantes.

    O pargrafo 6 do artigo 30 da LRF prev a alterao dos limites, emcaso de instabilidade econmica ou alteraes nas polticas monetriaou cambial, de forma a mant-los adequados s novas condies.

    De acordo com a Resoluo do Senado Federal n 40/01, at quinzeanos aps a sano dessa Resoluo os entes pblicos estaro sujeitoss seguintes normas:

    O limite mximo de endividamento para os Estados corresponder aduas vezes a sua RCL anual;

    Para os Municpios, este limite mximo corresponder a 1,2 vezes aRCL anual.

    3. Reconduo da dvida aos limites

    A LRF estabelece prazos e condies rgidos para os entes queultrapassarem os respectivos limites de endividamento. Se verificada aultrapassagem dos seus limites ao final de um quadrimestre, a elesdevero retornar nos trs quadrimestres seguintes, eliminando pelomenos 25% j no primeiro quadrimestre.

    Durante o tempo em que estiverem acima dos limites, os entes estaro

    sujeitos s seguintes sanes institucionais ou fiscais:

    Proibio de realizar operao de crdito, inclusive ARO, excetuado orefinanciamento do principal da dvida mobiliria;

    Obrigatoriedade de obteno de supervit primrio para reduo doexcesso, inclusive atravs de limitao de empenho;

    Proibio de recebimento de transferncias voluntrias, caso noeliminado o excesso no prazo previsto e enquanto durar o mesmo;

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    4. Das sanes

    O no cumprimento dos limites e a falta de medidas saneadoras, nos

    prazos e condies estabelecidos em lei, sujeitam o titular do Poder ourgo s seguintes punies:

    Proibio de realizar operao de crdito e de obteno de garantiaspara sua contratao art. 32, 1, inciso III, c/c art. 40,da LRF;

    Impedimento da entidade para o recebimento de transfernciasvoluntrias art. 25, 1, inciso IV, alnea c, da LRF;

    Pagamento de multa pessoal (equivalente a 30% dos vencimentos

    anuais) do agente que lhe der causa art. 5, 1, da Lei 10.028/00; Inabilitao para o exerccio da funo pblica por um perodo de atcinco anos - Lei 8.429/92 Lei de improbidade administrativa;

    Perda do cargo pblico; Lei 8.429/92 Lei de improbidadeadministrativa;

    Cassao de mandato Decreto-Lei n 201/67 e Lei 1.079/50

    Recluso de 1 a 2 anos art. 359-A, do Decreto-Lei n 2.848/40

    5. Contratao de operao de crdito

    Toda e qualquer operao de crdito pleiteada, por ente da Federao,inclusive empresas controladas, estar sujeita verificao documprimento dos respectivos limites de endividamento pelo Ministrioda Fazenda (art. 32 da LRF).

    Alm disso, as operaes de crdito realizadas por ente da Federao

    sero registradas pelo Ministrio da Fazenda, que garantir acessopblico a essas informaes.

    O ente interessado em contratar operaes de crdito formalizar seupleito fundamentando-o com parecer de seus rgos tcnicos e jurdicos, demonstrando a relao custo-benefcio, o interesseeconmico e social da operao e o atendimento das seguintescondies:

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    Existncia de prvia e expressa autorizao para a contratao, notexto da lei oramentria, em crditos adicionais ou em lei especfica;

    Incluso no oramento ou em crditos adicionais dos recursosprovenientes da operao, exceto no caso de ARO;

    Observncia dos limites e condies fixados pelo Senado Federal;

    Autorizao especfica do Senado Federal, quando se tratar deoperao de crdito externo;

    Atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituio regra de ouro as receitas de operaes de crdito no podem ser

    superiores s despesas de capital;

    Observncia das demais restries estabelecidas na LRF.

    6. Operaes de crdito vedadas

    O art. 35 da LRF probe a realizao de emprstimos (operaes decrdito) entre os entes da Federao, sob qualquer forma, incluindo orefinanciamento ou a postergao de dvida anteriormente contrada.

    Exceo nica!

    O pargrafo 1 do art. 35 permite que haja operaes de crdito entreinstituio financeira estatal e outro ente da Federao, inclusive aadministrao indireta, desde que no sejam destinadas a financiardespesas correntes, nem ao refinanciamento de dvidas que no ascontradas com a prpria instituio concedente.

    O art. 37 da LRF ainda veda uma srie de outros procedimentos,equiparando-os a operaes de crdito.

    As vedaes so:

    Antecipaes de receitas de tributos antes da ocorrncia do seu fatogerador;

    Antecipaes de valores por empresas estatais, com exceo delucros e dividendos;

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    Assuno de qualquer modalidade de compromisso com fornecedores,inclusive para pagamento a posteriori, sem autorizao oramentria,

    exceo feita s empresas estatais.

    7. Antecipaes de receitas oramentrias ARO

    Essa prtica, bastante utilizada antes da edio da LRF, atualmente estmais restrita. As AROs devem restringir-se unicamente ao atendimentode insuficincia momentnea de caixa durante o exerccio financeiro.

    As antecipaes de receitas oramentrias devem atender a todas asnormas relativas s operaes de crdito constantes do art. 32 da LRF.

    Imposies realizao de ARO:

    Realizar-se- somente a partir do dcimo dia do incio do exercciofinanceiro;

    Dever ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, at odia dez de dezembro de cada ano;

    No ser autorizada se forem cobrados outros encargos que no a

    taxa de juros da operao, obrigatoriamente prefixada ou indexada taxa bsica financeira, ou que vier a esta substituir;

    Estar proibida:

    Enquanto existir operao anterior da mesma natureza nointegralmente resgatada;

    No ltimo ano de mandato do Presidente, Governador ou PrefeitoMunicipal.

    As AROs no sero computadas para efeito da regra de ouro,conforme dispe o inciso III do art. 167 da CF, desde que liquidadas ato dia dez de dezembro de cada ano.

    Para estados e Municpios as regras para as AROs so diferentes!

    As operaes de crdito por antecipao da receita, realizadas porEstados ou Municpios, sero efetuadas mediante abertura de crdito junto instituio financeira vencedora em processo competitivoeletrnico promovido pelo Banco Central do Brasil.

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    O Banco Central do Brasil dever manter sistema de acompanhamento econtrole do saldo do crdito aberto e, no caso de inobservncia doslimites, aplicar as sanes cabveis instituio credora.

    8. Garant ia e c on t r a g a r a n t i a s operaes de crdito

    A concesso de quaisquer garantias em operaes de crdito estsujeita s normas referentes aos limites e condies das operaes decrdito previstas no art. 32 da LRF.

    Como pr-condio, qualquer garantia exige que o seu beneficiriooferea contra garantia, em valor igual ou superior garantia a ser

    recebida, e, adicionalmente, a plena adimplncia para com o entegarantidor.

    A contra garantia exigida pela Unio a Estados ou Municpios, ou pelosestados aos municpios, poder consistir na vinculao de suas receitastributrias prprias, ou das transferncias constitucionais.

    As entidades da administrao indireta no podero conceder garantia(com exceo da que envolva empresa controlada prpria subsidiria,ou por instituio financeira a empresa nacional).

    Por ltimo, o ente da Federao cuja dvida tiver sido honrada pelaUnio ou por Estado, em decorrncia de garantia prestada em operaode crdito, ter suspenso o acesso a novos crditos ou financiamentosat a total liquidao da dvida.

    Como funciona o sistema de garan t i a e con t ra ga ran t i a ?

    Suponha a seguinte situao hipottica: um Estado X realiza umemprstimo de um organismo internacional e oferece como garantia areceita a ser auferida na cobrana de pedgio da ponte a ser construdacom o emprstimo.

    Esse Estado dever oferecer contra garantia Unio, autorizando-a areter parte das transferncias do Fundo de Participao do Estado FPE.

    Em ltima instncia, caso o Estado X no pague o emprstimo, aUnio pagar com os recursos retidos do Estado X.

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    Podemos demonstrar como funciona esse procedimento atravs doseguinte exemplo:

    A garantia e a contra garantia podero ser realizadas atravs davinculao da receita de impostos ou outro tipo de receita. uma dasexcees ao princpio da no-afetao ou no-vinculao dareceita de impostos previstos na CF (art. 165, 8, c/c art. 167,

    4, da CF).

    UNIO

    rgoemprestador

    dos recursos credor doEstado.

    Estado X Entetomador do

    emprstimo devedor.

    Garantia

    Contragarantia

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    Exerccios

    Leia as assertivas abaixo e julgue se esto corretas ou erradas.

    1. Segundo as normas legais, a dvida pblica brasileira divide-se em:fundada, mobiliria e flutuante.

    2. A dvida pblica brasileira pode ser contratada atravs de leis,contratos, operaes de crdito, convnios ou tratados e resoluo.

    3. Para efeitos da LRF, consideram-se operaes de crdito:Compromisso financeiro assumido em razo de mtuo, abertura decrdito, emisso e aceite de ttulo, aquisio financiada de bens,recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo debens e servios, arrendamento mercantil e outras operaesassemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

    4. Segundo a Lei n 4.320/64, a dvida fundada compreende oscompromissos de exigibilidade superior a doze meses, contrados paraatender a desequilbrio oramentrio, financiamento de obras e serviospblicos e a insuficincia de caixa.

    5. So espcies de dvida fundada ou consolidada: dvida mobiliria daUnio, dvida contratual, operaes de crdito e operaes de crdito

    inferiores a 12 meses cujas receitas tenham constado na LOA.6. Os entes da Federao que ultrapassarem os limites deendividamento previstos na LRF devero restabelec-los at o trminodos 3 quadrimestres seguintes, eliminando o excedente em pelo menos25% no primeiro perodo.

    7. A dvida pblica flutuante compreende: Os restos a pagar, inclusiveos servios da dvida, os depsitos, inclusive consignaes em folha, osdbitos de tesouraria e o papel-moeda ou moeda fiduciria.

    8. A realizao, amortizao ou resgate da dvida consolidada oufundada independe de autorizao legislativa.

    9. A dvida pblica flutuante ser classificada no passivo financeiro e advida fundada no passivo permanente do balano patrimonial.

    10. A dvida pblica mobiliria federal (interna e externa) composta,em sua maior parte, por ttulos de emisso do Tesouro Nacional ou doBanco Central, que diferem entre si conforme o contexto e a finalidadeda emisso.

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    11. Compete ao Senado Federal, atravs de Resoluo, estabelecer oslimites globais para o montante da dvida mobiliria lquida da Unio,Estados e Municpios, e ao Congresso Nacional estabelecer, atravs delei, os limites para o montante da dvida fundada lquida.

    12. De acordo com a Resoluo do Senado Federal n 40/01, at quinzeanos aps a sano dessa Resoluo, o limite mximo de endividamentopara os Estados corresponder a duas vezes a sua RCL anual e, para osMunicpios, este limite mximo corresponder a 1,2 vezes a RCL anual.

    13. Para a contratao de operaes de crdito por antecipao dareceita oramentria o ente dever: realizar somente a partir do dcimodia do incio do exerccio financeiro, ser liquidada, com juros e outros

    encargos incidentes, at o dia dez de dezembro de cada ano e no serautorizada se forem cobrados outros encargos que no a taxa de jurosda operao, obrigatoriamente prefixada ou indexada taxa bsicafinanceira, ou que vier a esta substituir.

    14. As operaes de crdito por antecipao da receita oramentriapodero ser contratadas enquanto existir operao anterior da mesmanatureza no integralmente resgatada. Entretanto, estar proibida noltimo ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

    15. A contra garantia exigida pela Unio a Estados ou Municpio, ou

    pelos estados aos municpios, na contratao de emprstimos, poderconsistir na vinculao de suas receitas tributrias.

    Resoluo

    1. Correta. O gnero dvida pblica divide-se: fundada, mobiliria eflutuante.

    2. Errada. No existe previso legal de contratao de dvida atravs deresoluo.

    3. Correta. A alternativa est conforme o conceito literal de operaesde crdito estabelecido pela LRF (art. 29, inciso III).

    4. Errada. A dvida fundada compreende os compromissos deexigibilidade superior a doze meses, contrados para atender adesequilbrio oramentrio e a financiamento de obras e serviospblicos. Para atender a insuficincia de caixa realiza-se ARO, ouseja, contrata-se dvida flutuante.

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    5. Correta. As espcies da dvida fundada so: dvida mobiliria daUnio, dvida contratual, operaes de crdito e operaes de crditoinferiores a 12 meses cujas receitas tenham constado na LOA.

    6. Correta. Os entes da Federao que ultrapassarem os limites deendividamento previstos na LRF devero restabelec-los at o trminodos 3 quadrimestres seguintes, eliminando o excedente em pelo menos25% no primeiro quadrimestre.

    7. Errada. A dvida pblica flutuante compreende: Os restos a pagar,excludos os servios da dvida, os depsitos, inclusive consignaesem folha, os dbitos de tesouraria e o papel-moeda ou moeda fiduciria.Exclui-se o servio da dvida dos restos a pagar porque as regras de

    escriturao da dvida pblica devem ser individualizadas. Portanto, osrestos a pagar referentes ao servio da dvida devem ser segregadosdos restos a pagar das despesas de custeio normais.

    8. Errada. A realizao, amortizao ou resgate da dvida consolidada oufundada depende de autorizao legislativa.

    9. Correta. A dvida pblica flutuante ser classificada no passivofinanceiro e a dvida fundada no passivo permanente do balanopatrimonial, haja vista que a primeira de curto e, a segunda, de longoprazo.

    10. Correta. A dvida pblica mobiliria federal - interna e externa - composta, em sua maior parte, por ttulos de emisso do TesouroNacional ou do Banco Central, que diferem entre si conforme o contextoe a finalidade da emisso. importante ressaltar que a LRF vedou aemisso de ttulos pelo Banco Central a partir de 2 anos de sua edio.

    11. Errada. Compete ao Senado Federal, atravs de Resoluo,estabelecer os limites globais para o montante da dvida consolidadalquida da Unio, Estados e Municpios, e ao Congresso Nacionalestabelecer, atravs de lei, os limites para o montante da dvida

    mobiliria lquida.

    Senado Federal = dvida consolidada.

    Congresso Nacional = dvida mobiliria.

    12. Correta. De acordo com a Resoluo do Senado Federal n 40/01,at quinze anos aps a sano dessa Resoluo, o limite mximo deendividamento para os Estados corresponder a duas vezes a sua RCLanual e, para os Municpios, este limite mximo corresponder a 1,2vezes a RCL anual.

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    13. Correta. Para a contratao de operaes de crdito por antecipaoda receita oramentria o ente da Federao dever realizar somente apartir do dcimo dia do incio do exerccio financeiro, ser liquidada, comjuros e outros encargos incidentes, at o dia dez de dezembro de cadaano e no ser autorizada se forem cobrados outros encargos que no ataxa de juros da operao, obrigatoriamente prefixada ou indexada taxa bsica financeira, ou que vier a esta substituir.

    14. Errada. As operaes de crdito por antecipao da receitaoramentria no podero ser contratadas enquanto existir operaoanterior da mesma natureza no integralmente resgatada e estarproibida no ltimo ano de mandato do Presidente, Governador ouPrefeito Municipal.

    15. Correta. A contra garantia exigida pela Unio a Estados ouMunicpios, ou pelos estados aos municpios, na contratao deemprstimos, poder consistir na vinculao de suas receitas tributrias. uma exceo ao princpio da no-vinculao de receita de impostos.

    Por enquanto s pessoal!

    Desejo bons estudos a todos e estou disposio para crticas esugestes.

    Ah! Acabou de sair a 2 edio do livro oramento e contabilidadepblica. Posso lhes afirmar! Melhorou bastante!

    [email protected].

    Um forte abrao a todos.

    Prof. Deusvaldo carvalho