04 - administração financeira e orçamentária

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GLAUCCO SIQUEIRA DE LIMA01137244119 www.pontodosconcursos.com.br ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA - CNJ PROF.: DEUSVALDO CARVALHO 1 AULA 04 – RECEITA PÚBLICA Prezado estudante! Está motivado? A motivação é sua! É algo intrínseco, portanto, procure encontrá-la! Motive-se para este concurso porque seu esforço certamente será recompensado. Estudando esta nota de aula você está apenas treinado para o grande dia da competição. Muitos poderão ocupar o lugar no pódio, existe bastante espaço, portanto, conquiste o seu. Seu objetivo é conquistar uma vaga no CNJ? Não importa que você seja o primeiro ou o último colocado, o mais importante é conseguir sua vaga, ocupando o cargo para o qual você se propôs, neste caso, Técnico do CNJ. Por favor! Estude esta nota de aula com calma porque esse assunto fará diferença na hora da prova, haja vista que questões sobre esse assunto estão sempre visitando as provas de concursos. Ânimo e muita força de vontade para a conquista de seu sonho! As nossas aulas são suficientes para você conseguir sua aprovação! Na aula de hoje veremos o seguinte tópico: AULA 04 5 Receita pública. 5.1 Categorias, fontes e estágios. 5.2 Dívida ativa. Atenção! Para facilitar seus estudos e obter maior eficácia, sugere-se que dê atenção aos itens marcado em vermelho no sumário abaixo: SUMÁRIO DESTA AULA – RECEITA PÚBLICA: 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITO DE RECEITA 3. RECEITA SOB A ÓTICA DA CONTABILIDADE PÚBLICA 3.1. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL 3.2. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO 4. CLASSIFICAÇÕES 4.1. ORÇAMENTÁRIA X EXTRAORÇAMENTÁRIA 4.2. RESULTANTE X INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 4.3. ORIGINÁRIA X DERIVADA 4.4. EFETIVA X NÃO-EFETIVA 4.5. PRIMÁRIA X FINANCEIRA 4.6. ORDINÁRIA X EXTRAORDINÁRIA 5. CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA 5.1. RECEITA CORRENTE 5.2. RECEITA DE CAPITAL 6. RECEITA INTRAORÇAMENTÁRIA 7. CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA RECEITA

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AULA 04 – RECEITA PÚBLICA

Prezado estudante! Está motivado? A motivação é sua! É algo intrínseco, portanto, procure encontrá-la! Motive-se para este concurso porque seu esforço certamente será recompensado.

Estudando esta nota de aula você está apenas treinado para o grande dia da competição. Muitos poderão ocupar o lugar no pódio, existe bastante espaço, portanto, conquiste o seu.

Seu objetivo é conquistar uma vaga no CNJ? Não importa que você seja o primeiro ou o último colocado, o mais importante é conseguir sua vaga, ocupando o cargo para o qual você se propôs, neste caso, Técnico do CNJ.

Por favor! Estude esta nota de aula com calma porque esse assunto fará diferença na hora da prova, haja vista que questões sobre esse assunto estão sempre visitando as provas de concursos.

Ânimo e muita força de vontade para a conquista de seu sonho!

As nossas aulas são suficientes para você conseguir sua aprovação!

Na aula de hoje veremos o seguinte tópico:

AULA 04 5 Receita pública. 5.1 Categorias, fontes e estágios. 5.2 Dívida ativa.

Atenção! Para facilitar seus estudos e obter maior eficácia, sugere-se que dê atenção aos itens marcado em vermelho no sumário abaixo:

SUMÁRIO DESTA AULA – RECEITA PÚBLICA:

1. INTRODUÇÃO2. CONCEITO DE RECEITA3. RECEITA SOB A ÓTICA DA CONTABILIDADE PÚBLICA

3.1. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL 3.2. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

4. CLASSIFICAÇÕES4.1. ORÇAMENTÁRIA X EXTRAORÇAMENTÁRIA 4.2. RESULTANTE X INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 4.3. ORIGINÁRIA X DERIVADA 4.4. EFETIVA X NÃO-EFETIVA 4.5. PRIMÁRIA X FINANCEIRA 4.6. ORDINÁRIA X EXTRAORDINÁRIA

5. CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA5.1. RECEITA CORRENTE 5.2. RECEITA DE CAPITAL

6. RECEITA INTRAORÇAMENTÁRIA7. CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA RECEITA

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8. FONTE E DESTINAÇÃO DE RECURSOS9. ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA9.1. PLANEJAMENTO 9.2. EXECUÇÃO 10. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS11. DÍVIDA ATIVA12. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

Reflexão! Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é “muito” pra ser insignificante. (Charles Chaplin)

Vamos à nossa aula!

RECEITA PÚBLICA

1. INTRODUÇÃO

A finalidade da existência do Estado é garantir o bem geral e sem distinção à população, assim, deve prestar serviços e fornecer os demais meios para a consecução de uma sociedade digna, procurando atingir os fundamentos da República de construir uma sociedade livre, garantir o desenvolvimento nacional e reduzir as desigualdades sociais.

Nesse sentido, a ação estatal se concretiza quando o governo adquire bens e serviços para a manutenção da máquina administrativa, constrói rodovias, escolas, etc.

Para tanto, é imprescindível a obtenção de recursos financeiros. Trata-se da denominada atividade financeira do Estado, a qual objetiva auferir recursos para realização das necessárias despesas públicas.

No Brasil os tributos são a principal fonte de recursos financeiros do Estado, devidamente previstos pela legislação, em especial na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional – CTN, arrecadados pelo poder público de forma contínua e permanente com a finalidade de atender as necessidades ou demandas também ininterruptas da população.

2. CONCEITO DE RECEITA

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O Conselho Federal de Contabilidade define “receita” como (NBC TG Estrutura Conceitual):

Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

Somente ocorre receita sob a ótica contábil, para fins de estudo do patrimônio, quando o fato administrativo acarreta um acréscimo no patrimônio líquido (saldo patrimonial ou situação líquida patrimonial) excluídos os eventuais aumentos que estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais (proprietários da entidade).

3. RECEITA SOB A ÓTICA DA CONTABILIDADE PÚBLICA

A contabilidade pública analisa não apenas o seu objeto, o patrimônio público, mas se constitui também em uma imprescindível ferramenta para fins de acompanhamento e controle da execução do orçamento (Lei Orçamentária Anual – LOA), conforme legalmente previsto.

Diante dessa atribuição mais abrangente em relação à contabilidade privada, considerando que irá prestar informações não apenas sob o enfoque patrimonial, mas também sob o enfoque orçamentário, a contabilidade pública necessita classificar e registrar os fatos administrativos de maneira específica e diferenciada.

Dessa forma, considerando as análises variadas que poderão ser alcançadas com os dados registrados e informações prestadas, e ainda, o rigoroso controle necessário sobre o erário, a contabilidade pública classifica como receita quaisquer ingressos de recursos financeiros, independente se modifiquem positivamente o patrimônio líquido.

Exemplo 1 – venda a vista de um imóvel pelo mesmo valorregistrado na contabilidade (valor histórico), R$ 500 mil:

− Para a contabilidade privada essa venda não gerou receita, pois não acarretou qualquer acréscimo no patrimônio líquido. Ocorreu apenas um fato permutativo pela baixa do ativo (imóvel) de R$ 500 mil e ingresso do mesmo valor em banco/disponibilidades, também no ativo.

− Para a contabilidade pública os R$ 500 mil de recursos financeiros que ingressam no patrimônio público são classificados como receitas públicas (Receita de Capital). São

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tidas como receitas orçamentárias, pois ingressam definitivamente no patrimônio.

Observa-se que, apesar da contabilidade pública classificar os R$ 500 mil de recursos financeiros que ingressam como receitas públicas, há o registro concomitante da saída do imóvel.

Assim, está evidente que não houve qualquer alteração no patrimônio líquido em virtude dessa operação, ou seja, na contabilidade pública ocorreu o mesmo reflexo patrimonial que na contabilidade privada.

Portanto, analisando a transação sob o enfoque patrimonial (ativo – passivo = patrimônio líquido), de fato não ocorreu a receita efetiva,apenas mutação patrimonial.

Todo ingresso de recurso financeiro é denominado de receita pela contabilidade pública, mesmo quando o dinheiro recebido não pertença à entidade e precise posteriormente ser reembolsado/devolvido ao seu proprietário, ou seja, mesmo que ingresse no patrimônio de forma provisória, com caráter devolutivo, o recurso financeiro será denominado e registrado como receita pela contabilidade pública.

Exemplo 2 – recebimento de garantia em dinheiro, R$ 1mil:

− Para a contabilidade privada essa garantia recebida não gera receita, pois não acarretou acréscimo no saldo patrimonial. Ingressou R$ 1mil em banco/disponibilidades no ativo e o mesmo valor no passivo, em virtude da obrigação de restituição futura, pois a garantia somente será de propriedade de quem a detém caso o pagador cometa alguma infração prevista no contrato.

− Para a contabilidade pública os R$ 1mil de recursos financeiros que ingressam no patrimônio público são classificados como receitas públicas. São receitas extraorçamentárias, pois ingressam no patrimônio de forma provisória, em caráter temporário, sabendo-se que será o dinheiro restituído no futuro.

Observa-se neste exemplo também que, apesar da contabilidade pública classificar os R$ 1mil de recursos financeiros que ingressam como receitas públicas, há o registro concomitante da obrigação a pagar no passivo, não ocorrendo qualquer alteração no patrimônio líquido.

Portanto, analisando a transação sob o enfoque patrimonial (ativo – passivo = patrimônio líquido), de fato não ocorreu receita efetiva.

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Atenção!

Receita, para fins de registro das transações pela contabilidade pública, ocorre quando há ingresso de recurso financeiro, qualquer que seja.

A contabilidade pública classifica e registra o ingresso financeiro como receita, todavia, as informações posteriormente geradas serão suficientes para que se possa verificar se de fato a receita ocorreu sob o enfoque patrimonial ou sob o enfoque orçamentário.

3.1. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL

Apesar de a contabilidade pública denominar de receita todo ingresso de recurso financeiro, a receita somente ocorrerá de fato caso a transação acarrete acréscimo no patrimônio líquido. Para fins de estudo do patrimônio, a receita surge apenas quando o fato administrativo proporciona tal acréscimo.

Conforme definido pelo CFC, receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

Diminuição de passivo significa, por exemplo, o cancelamento de restos a pagar ou de outra obrigação qualquer, ou seja, diminuição do passivo sem correspondente diminuição do ativo. Neste caso, haverá aumento do patrimônio líquido em virtude da baixa da obrigação.

Assim como na diminuição de passivo, um imóvel recebido em doação, por exemplo, também não é classificado como receita pela contabilidade pública, pois não se trata de ingresso de recurso financeiro. Todavia, sob o aspecto patrimonial, esta doação recebida gera receita, pois acarretou acréscimo no patrimônio líquido.

Portanto, receita sob enfoque Patrimonial, para fins de análise e estudo do patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca acréscimo de valor no patrimônio líquido, excluídos os que sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

3.2. RECONHECIMENTO DA RECEITA SOB ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO

O planejamento orçamentário é um procedimento imprescindível para qualquer entidade, pública ou privada, que objetiva otimizar e

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priorizar a aplicação das receitas, sempre limitadas em função das demandas.

Conforme determinado na Carta Magna, o poder público deve planejar, para cada ano, as atividades que pretende desenvolver. Para tanto, é necessário que sejam estimadas as receitas a serem auferidas, tendo por base parâmetros técnicos estabelecidos em normas infraconstitucionais, para que se possam planejar quais despesas poderão ser executadas.

O orçamento público é a peça que materializa a previsão da receita a ser arrecadada e da despesa a ser incorrida no período de um exercício financeiro. Assim, nos entes da Federação o poder Executivo planeja e o Legislativo autoriza a execução do orçamento público, através da Lei Orçamentária Anual (LOA). Na LOA estão incluídas as receitas orçamentárias que se pretende arrecadar e as despesas orçamentárias a serem executadas.

Atente-se para o fato de que o orçamento público é dinâmico. Apesar de planejado e aprovado antecipadamente, ele pode sofrer modificações durante sua execução ao longo do exercício financeiro.

Alterações essas que se apresentem necessárias por diversos motivos, tais como, por exemplo: uma epidemia obrigou aumentar os gastos com saúde; crise financeira que ocasionou a queda na arrecadação e necessária redução de despesas; arrecadação de receitas acima do esperado de forma que possam ser executadas outras despesas de projetos inicialmente não planejados, etc.

Diante de tal quadro, para fins de execução do orçamento a receita deve ser considerada sob uma ótica diferente da classificação utilizada para fins de registro pela contabilidade pública ou do enfoque patrimonial. Assim, a receita sob o enfoque orçamentário possui uma terceira concepção para seu reconhecimento.

Guarde bem essa informação! A contabilidade pública classifica como receita qualquer ingresso de recurso financeiro, mesmo que seja transitório, de propriedade de terceiros e com obrigação de restituição imediata. Todavia, para fins de controle e execução do orçamento há necessidade de saber não apenas se ocorreu o ingresso financeiro, mas se este recurso está disponível para aplicação em novas despesas.

A receita sob o enfoque patrimonial ocorre quando um fato administrativo ocasiona acréscimo no patrimônio líquido. Todavia, para fins de controle e execução do orçamento o acréscimo no patrimônio líquido pouco importa, pois este aumento poderá ocorrer

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através de fatos que não disponibilizam recursos para aplicação em despesas, a exemplo de uma nova avaliação patrimonial positiva.

Atenção! Atualmente, segundo entendimento da STN, a regra contida no artigo 35 da lei 4.310/64 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime contábil.

Lei 4.320/64:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

II - as despesas nele legalmente empenhadas.

De fato o artigo 35 da lei 4.320/64 está inserido na parte do texto legal que disciplina regras orçamentárias e financeiras, ou seja, trata-se de uma regra de austeridade fiscal para fins de execução e controle do orçamento público.

Assim, sob o enfoque orçamentário, para fins de administração financeira e orçamentária, acompanhamento da arrecadação das receitas e autorização para execução de despesas e liberação de recursos financeiros, o administrador público deve observar as receitas efetivamente arrecadadas e não pela ocorrência do fato gerador. Já as despesas, seguindo a prudência fiscal, consideram-se realizadas no empenho (etapa de sua execução), momento ainda anterior ao do pagamento, conforme informa o art.35 da lei 4.320/64.

O empenho é a primeira fase de execução da despesa. É o momento em que o estado reserva recursos orçamentários, já prevendo que futuramente terá que cumprir com sua obrigação financeira de pagamento (tal assunto será detalhadamente estudado logo adiante).

Importante! O conteúdo do art. 35 da lei 4.320/64 trata-se de uma regra de austeridade fiscal para fins de execução e controle do orçamento público, podendo ser inclusive denominado de Regime Orçamentário.

Assim, sob o enfoque orçamentário, para fins de administração financeira e orçamentária, acompanhamento da arrecadação das receitas e autorização para execução de despesas e liberação de recursos financeiros, o administrador público deve observar as receitas efetivamente arrecadadas (inciso I, art. 35, Lei nº 4.320/64).

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Tal regra objetiva evitar que a execução das despesas orçamentárias ultrapasse a arrecadação efetiva. Assim, a receita sob o enfoque orçamentário ocorre quando há ingresso financeiro, desde que esteja disponível para pagamento de despesas orçamentárias. Mas não apenas isso.

De acordo com o Manual da Receita Nacional, Receita pelo enfoque orçamentário são todos os ingressos disponíveis para cobertura de despesas orçamentárias e operações que, mesmo não havendo ingresso de recursos, financiam despesas orçamentárias.

Dessa forma, sob a ótica orçamentária, operações que financiem despesa orçamentária também geram receitas, mesmo que não ocorra efetivo ingresso financeiro.

Nos Entes da Federação ocorre, em determinadas transações, o registro da receita orçamentária mesmo não havendo ingressos efetivos, devido à necessidade de autorização legislativa para sua realização.

Exemplos: Transações como aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro são registradas como receita orçamentária e despesa orçamentária, pois são consideradas operação de crédito pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

LRF (LC. 101/00):

Art. 29, III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

Portanto, sob a ótica orçamentária, a aquisição financiada de um bem ocorre receita, pois tal transação financiou o pagamento da despesa.

Foi cobrado em concurso!

(CESPE – Técnico/TRE-MG 2009, adaptada) Pelo enfoque orçamentário, a receita inclui todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias, excetuando-se as operações de crédito autorizadas por lei.

Resolução

Pelo enfoque orçamentário, a receita inclui todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias, inclusive as operações de crédito autorizadas por lei. ERRADO.

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Afinal, já que existem três aspectos para análise da receita, como ela é abordada em provas de concursos?

As provas de concurso normalmente utilizam o termo “receita” conforme é utilizado pela contabilidade pública, ou seja, receita pública ocorre quando há ingresso de recurso financeiro.

Todavia, caso a questão seja específica e exija uma análise sob o enfoque patrimonial ou sob o enfoque orçamentário, devem ser considerados os respectivos conceitos acima dissertados.

Dica! Com a resolução de exercícios será ainda mais fácil a assimilação desses conceitos e sua diferenciação.

Síntese – Receita sob a ótica da Contabilidade Pública:

1- Receita para a contabilidade pública, para fins de registro das transações, ocorre quando há ingresso de recurso financeiro, qualquer que seja;

2- Receita sob enfoque Patrimonial, ou seja, para fins de análise e estudo do patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca acréscimo de valor no patrimônio líquido, excluídos os que sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade;

3- Receita pelo enfoque Orçamentário, ou seja, para fins de controle e execução do orçamento público, são todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias e operações que, mesmo não havendo ingresso de recursos, financiam despesas orçamentárias.

4. CLASSIFICAÇÕES

4.1. ORÇAMENTÁRIA X EXTRAORÇAMENTÁRIA

Receita Orçamentária: são ingressos de recursos financeiros que se incorporam definitivamente ao patrimônio público, pois pertencem à entidade que o recebe.

Exemplos:

− Recebimento de tributos;

− Obtenção de empréstimos;

− Alienação de bens, etc.

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Atenção! É importante entender que receita orçamentária não é somente aquela prevista na lei orçamentária, mas sim todos os recursos recebidos e que se incorporam definitivamente ao patrimônio público.

Existe arrecadação de receita orçamentária mesmo que não esteja prevista na LOA, a exemplo da parcela do superávit de arrecadação.

Receita Extraorçamentária: são ingressos de recursos financeiros que NÃO se incorporam definitivamente ao patrimônio, pois NÃO pertencem à entidade que o recebe. São recursos que estão apenas momentaneamente transitando pelo patrimônio e serão oportunamente restituídos ao seu proprietário.

Exemplos:

− Cauções e garantias em dinheiro;

− Depósitos judiciais;

− Retenções da folha de pagamento (contribuição sindical, contribuição previdenciária, etc.)

A característica que distingue a receita orçamentária da extraorçamentária é o fato do recurso financeiro pertencer à entidade que o recebe, podendo assim ser incorporado definitivamente (ou não) ao patrimônio.

É importante entender que uma receita extraorçamentária pode vir a incorporar definitivamente ao patrimônio público. É uma espécie de metamorfose de receita, ou seja, receita extraorçamentária que se transforma em orçamentária.

Exemplo: Fiança bancária depositada por um contratado da administração pública como garantia de execução do contrato. Caso haja aplicação de penalidade em virtude de descumprimento de cláusula contratual, a administração pública deve reter o valor a seu favor e recolher ao caixa Único do Tesouro Nacional.

Dica! Observe o aspecto jurídico quanto a propriedade do ingresso financeiro (Quem é o dono desse dinheiro?). Para ser uma receita orçamentária o ingresso precisa pertencer à entidade que o recebe, mesmo que haja uma correspondente obrigação passiva de pagamento.

Uma operação de crédito (empréstimo obtido), por exemplo, gera receita orçamentária. Os recursos provenientes desse empréstimo, quando ingressam no patrimônio, passam e ser de propriedade da entidade devedora, apesar de sua obrigação futura de pagamento.

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Perceba que, caso o devedor se torne inadimplente, ele estará sujeito simplesmente a multas e outras penalidades de um mau pagador.

Está difícil de compreender a transação? Por que esse recurso do empréstimo passa a ser de propriedade do devedor já que ele precisa ainda ser pago?

Então pense no seguinte: quando passar neste concurso público o seu primeiro ato será finalmente comprar o desejado apartamento de R$ 300mil, com uma entrada de R$ 5mil e o restante R$ 295mil financiado em muitos e muitos anos. O imóvel será seu, todavia, hipotecado à instituição financeira. Você ainda não pagou pelo apartamento, mas ele é seu. O mesmo ocorre de forma similar com o recurso financeiro obtido em empréstimo. Esse bem ingressa no patrimônio do devedor de forma definitiva, pois passa a ser dele (poderá fazer o que quiser com o dinheiro), apesar de ainda não pago, motivo pelo qual é uma receita orçamentária.

Já a contribuição sindical retida na fonte por um município, por exemplo, gera uma receita extraorçamentária. Quando o município efetua o pagamento mensal aos seus servidores, retém o valor autorizado previamente de contribuição sindical, descontado da remuneração, o qual deverá ser repassado (recolhido) para o respectivo sindicato.

Tais recursos financeiros, apesar de ainda estarem contidos no patrimônio, não pertencem mais ao município. Caso não sejam repassados estará configurado o crime de apropriação indébita, previsto no Código Penal, pois tais recursos são de propriedade do sindicato.

Foi cobrado em concurso!

(CESPE – Analista/MPU – 2010) A receita orçamentária, sob as rubricas próprias, engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem caráter devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por sua vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.

Resolução

Questão muito bem elaborada! Primeiramente traz o conceito de receita pública orçamentária. São aquelas arrecadadas e que possuem as seguintes características:

− Incorporação definitiva aos cofres públicos;

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− Representam elemento novo e positivo;

− Em geral causam fato contábil modificativo aumentativo;

− Arrecadação constante, ou seja, ocorre de forma permanente;

− Não possui caráter devolutivo.

Em seguida a questão conceitua receita extraorçamentária, a qual possui as seguintes características:

− Não se incorporam definitivamente aos cofres públicos;

− Representam recursos de terceiros;

− Representam fato contábil permutativo;

− Arrecadação esporádica, ou seja, ocorre de forma casual;

− Possui caráter devolutivo.

CERTO.

Importante! Compete à União o imposto de renda e proventos de qualquer natureza (CF, art. 153, inciso III). Todavia, em virtude da repartição das receitas tributárias na Federação, o imposto de renda incidente na fonte e retido pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, em virtude dos pagamentos por eles efetuados, pertence ao respectivo ente, gerando assim, tal retenção, uma receita orçamentária.

CF/88:

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

Portanto, quaisquer pagamentos efetuados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive suas autarquias e fundações que

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instituírem e mantiverem, e que eventualmente acarretem retenção de valores a título de imposto de renda, tal valor retido deverá ser contabilizado como receita orçamentária (Receita Corrente – Receita Tributária).

Exemplo – folha de pagamento do estado de Goiás:

O imposto de renda retido na folha de pagamento, descontado dos funcionários públicos, deve ser contabilizada como Receita Orçamentária Corrente Tributária pelo do Estado de Goiás.

Desse modo, a contabilidade espelha o fato efetivamente ocorrido: mesmo correspondendo à arrecadação de um tributo de competência da União, tais recursos não transitam por ela, ficando diretamente com o ente arrecadador.

A receita extraorçamentária será sempre um fato permutativo, ou seja, nunca efetuará alteração no patrimônio líquido. Por estarem transitando apenas temporariamente na entidade e pertencerem a outrem. O ingresso no ativo será registrado sempre com a respectiva obrigação de restituição no passivo.

Já as receitas orçamentárias poderão provocar alteração no patrimônio líquido, mas não necessariamente.

Exemplo 1 - Receita orçamentária que NÃO provoca alteração no patrimônio líquido: venda a vista de um bem pelo valor contábil.

Exemplo 2 - Receita orçamentária que provoca SIM alteração no patrimônio líquido: arrecadação de impostos indiretos.

Exemplo 3 - Receita extraorçamentária: recebimento de um depósito em garantia na contratação de obra (Lei 8.666/93, art.56, §1º, I).

Diante deste último exemplo, pode-se perceber que uma receita extraorçamentária poderá se transformar em orçamentária. Caso a empresa contratada pelo estado para efetuar a obra infrinja cláusula contratual e dê causa para execução da garantia, esse recurso financeiro irá então se incorporar definitivamente ao patrimônio do ente estatal que o recebeu.

Dica! Normalmente o recebimento de receitas extraorçamentárias é tratado em concursos públicos mencionando as contas “depósitos”, “depósitos de terceiros” ou “depósitos diversos”.

Qual seria a finalidade de se registrar os recursos extraorçamentários?

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É porque “em tese” todos os recursos públicos arrecadados deverão ser registrados e recolhidos ao caixa único do Tesouro Nacional, independentemente de ser orçamentário ou extraorçamentário. É o princípio da unidade de caixa ou de tesouraria, combinado com o princípio da oportunidade.

Mesmo que o recurso permaneça por apenas um dia ou uma hora, deverá ser registrado contabilmente como receita. Cabe ainda ressaltar que os ingressos de recursos extraorçamentários acarretam aumento das disponibilidades financeiras.

Atenção! Todas as receitas previstas na Lei Orçamentária Anual – LOA são orçamentárias, ou seja, no orçamento anual não há previsão de receitas extraorçamentárias, todavia, poderão ser arrecadadas receitas orçamentárias sem previsão na LOA.

As receitas extraorçamentárias não constam no planejamento orçamentário do ano em virtude de suas características, por serem imprevisíveis e não poderem ser utilizadas como lastro para as despesas públicas, pois os recursos serão restituídos aos seus proprietários.

Em função do necessário equilíbrio orçamentário, para toda despesa inserida na LOA deverá haver uma correspondente receita como lastro, ou seja, uma fonte de recurso orçamentário para pagar a despesa.

Entretanto, apesar das receitas extraorçamentárias não serem fontes de recursos orçamentários, o poder público utiliza todas as entradas de recursos financeiros (fonte de recursos financeiros) para programação de seu fluxo de caixa e desembolsos, sejam eles arrecadados ou simplesmente recebidos na forma de transferências financeiras entre órgãos, sejam eles ainda orçamentários ou extraorçamentários.

Receitas Extraorçamentárias x Lei Orçamentária Anual

• Na LOA não há receitas extraorçamentárias, ou seja,

• A arrecadação de receitas extraorçamentárias independe da LOA.

Receitas Orçamentárias x Lei Orçamentária Anual

• Há exclusivamente receitas orçamentárias na LOA, todavia,

• Poderá ocorrer arrecadação de receitas orçamentárias mesmoque não estejam previstas na LOA.

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Foi cobrado em concurso!

(CESPE – IPEA/Técnico de Orçamento e Finanças – 2008) Se um cidadão deseja fazer uma doação em dinheiro para o governo e se essa espécie de receita não está prevista na lei orçamentária, o governo deve arrecadá-la, todavia, será ela contabilizada como orçamentária.

Resolução

A distinção entre receita orçamentária ou extraorçamentária não reside no fato da receita constar ou não no orçamento. Receita orçamentária é a receita real, definitiva, pertencente ao ente, como, por exemplo, a receita de tributos. A receita extraorçamentária é apenas uma entrada transitória de recursos, classificada como receita apenas para fins de controle contábil, como ocorre, por exemplo, com valores recebidos a título de garantia com previsão de devolução futura. A doação referida na questão é definitiva, portanto, é uma receita orçamentária, independente de estar ou não prevista no orçamento. CERTO.

USO DA DENOMINAÇÃO RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA PELA LEGISLAÇÃO:

A receita extraorçamentária é aquela que não se incorpora de forma definitiva ao patrimônio, às vezes, denominada de recursos de terceiros. Esse é um conceito bastante exigido em concursos.

Diante da diversidade de operações a serem registradas e demonstradas, por vezes a norma legal utiliza o termo “receita extraorçamentária” de outra forma.

Receita extraorçamentária segundo a Lei nº 4.320/64:

Para essa norma considera-se receita extraorçamentária:

− Fonte de recursos que não pertence ao orçamento atual, a exemplo do superávit do orçamento corrente;

− Mera antecipação ou compensação de valores como, por exemplo, a antecipação de receita orçamentária (ARO);

− Simples receita escritural, a exemplo da inscrição de restos a pagar e sua evidenciação no Balanço Financeiro.

O que é superávit do orçamento corrente?

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É a diferença positiva entre as receitas e despesas correntes, ou seja, todas as receitas correntes, subtraídas de todas as despesas correntes.

Observe esta previsão na Lei 4.320/64:

Art. 11, § 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária.

O Anexo 1 acima citado refere-se à “Demonstração da Receita e Despesa Segundo es Categorias Econômicas”.

O eventual superávit corrente, apurado ao final do exercício financeiro, será transferido para o exercício seguinte como fonte extraorçamentária de recurso, pois não se constitui receita orçamentária.

Por que esse superávit financeiro não é considerado receita orçamentária?

Porque no ano em que são arrecadadas tais receitas são orçamentárias, todavia, quando o eventual saldo positivo (superávit financeiro) passa para o exercício seguinte, este recurso financeiro, que representa, em realidade, uma fonte de receita, é considerado uma receita extraorçamentária.

Conclusão: uma mesma receita não pode ser considerada orçamentária duas vezes.

Exemplo: a receita orçamentária arrecadada no exercício financeiro “X1” não pode ser considerada orçamentária em “X1” e “X2”. Portanto, em “X2”, o superávit transferido de “X1” deve ser classificado como receita extraorçamentária.

O que é Antecipação de Receita Orçamentária (ARO)?

A antecipação de receita orçamentária é uma espécie de operação de crédito que objetiva suprir eventuais insuficiências de caixa, com a qual se antecipa arrecadação de receitas previstas na LOA.

Observe esta previsão na Lei nº 4.320/64:

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e

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outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

O ingresso financeiro advindo da ARO gera receita extraorçamentária. É importante esclarecer que, quando a receita que foi antecipada através do empréstimo for efetivamente arrecadada, aí sim ela será classificada como receita orçamentária.

Repetimos! A mesma receita não pode ser orçamentária duas vezes, nesse caso, quando antecipada e posteriormente quando de fato arrecadada.

O que significa simples receita escritural, como a proveniente da inscrição de restos a pagar no Balanço Financeiro?

As obrigações NÃO pagas no exercício atual e que passam para o exercício seguinte são denominadas de restos a pagar. No balanço financeiro os restos a pagar são incluídos nas despesas orçamentárias, todavia, a obrigação ainda não foi de fato paga.

Dessa forma, no balanço financeiro é incluída uma receita extraorçamentária fictícia, meramente escritural, apenas para compensar essa despesa orçamentária que já foi reconhecida, mas que ainda efetivamente não foi paga.

Observe está previsão na Lei nº 4.320/64:

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

4.2. RESULTANTE X INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Quanto à dependência da execução orçamentária a receita poderá ser classificada em:

Receita resultante da execução orçamentária: são receitas geradas em virtude da execução do orçamento anual, como ocorre, por exemplo, com a receita de tributos ou de operações de crédito previstas na LOA. Tais receitas são inseridas na LOA e aprovadas pelo Legislativo.

Receita independente da execução orçamentária: são receitas geradas em virtude de fatos que não dependem da execução do

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orçamento, como ocorre, por exemplo, com a incorporação de doações. Tais receitas não passam pela autorização do Legislativo para serem realizadas.

Em síntese:

Receita resultante da execução orçamentária:

• São originadas da execução do orçamento anual, ou seja,

• São receitas previstas pelo Executivo e autorizadas peloLegislativo para fins de arrecadação e aplicação.

Receita independente da execução orçamentária

• Não são originadas da execução do orçamento anual, ou seja,

• São receitas não previstas na LOA e ocorridas sem que tenhanecessidade de autorização orçamentária.

4.3. ORIGINÁRIA X DERIVADA

Essa classificação define a forma de obtenção da receita.

Receita Derivada: é a receita que deriva do poder coercitivo do estado, sendo oriunda, portanto, do patrimônio da sociedade. O governo exerce a sua competência ou o poder de tributar os rendimentos e o patrimônio da população.

O Manual da Receita Nacional, 2008, 1ª edição, informa que as Receitas Derivadas são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade coercitiva, mediante a arrecadação de tributos e multas (sanção de ato ilícito).

Assim, o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas. Em função de sua soberania, o poder estatal arrecada por meio de tributos, penalidades, indenizações e restituições.

Exemplos de receitas derivadas:

− Contribuições de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE;

− Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários;

− Multa por atraso de entrega da declaração anual de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF.

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Processo “decoreba”:

RECEITA DERIVADA DERIVA DO PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE

DERIVA DO PODER COERCITIVO DO ESTADO

Foi cobrado em concurso!

(ESAF – APOF/SEFAZ/SP – 2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto:

a) tributos.

b) penalidades pecuniárias.

c) multas administrativas.

d) preços públicos.

e) taxas.

Resolução

Os tributos, as penalidades pecuniárias, as multas administrativas e as taxas são originadas do poder coercitivo do estado, são todas receitas derivadas. Já os preços públicos são tarifas cobradas em virtude de uma relação jurídica de direito privado, sujeitas ao regime contratual onde foi previa e livremente manifestada a vontade do particular, sendo prestação pecuniária facultativa, classificadas, portanto, como receitas originárias. Exemplo de preço público: tarifa paga à concessionária para utilização do serviço de telefonia. Letra D.

Receita Originária: é a receita proveniente da atividade privada do Estado, ou seja, obtida através da exploração de seu próprio patrimônio, venda de produtos ou da prestação de serviços.

O Manual da Receita Nacional, 2008, 1ª edição, informa que as receitas originárias são resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens e valores.

Observa-se que não deve prosperar a interpretação de que as taxas públicas estejam contidas na classificação de receitas originárias, em virtude da redação imprecisa do Manual da Receita Nacional afirmar “serviços colocados à disposição dos usuários”. As taxas públicas são tributos, advêm do poder coercitivo do Estado, os quais são claramente citados no conceito de receita derivada do próprio manual.

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Em outras palavras, receita originária é oriunda das rendas produzidas pelos ativos do poder público, pela cessão remunerada de bens e valores, aluguéis e ganhos em aplicações financeiras ou em atividades econômicas - produção, comércio ou serviços.

Enfim, para auferir receitas originárias tem-se a figura do estado empreendedor, atuando ou não na atividade econômica, prospera-se o “estado inteligente”, governo que navega ao invés de remar.

As receitas originárias, também denominadas de receitas de economia privada ou de direito privado, são divididas em dois grandes grupos:

• Patrimoniais: são as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, títulos públicos, etc.

• Empresariais: são aquelas provenientes das atividades empresariais realizadas pelo Estado, seja no âmbito comercial, industrial ou de prestação de serviços.

Exemplos de receitas originárias:

− Receita de aluguel de imóveis pertencentes ao INSS;

− Receita oriunda da atividade agropecuária;

− Receita de participações e dividendos.

Processo “decoreba”:

RECEITA ORIGINÁRIA ORIGINA-SE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO, ou seja, o patrimônio público passa a gerar receita em virtude de sua gestão.

4.4. EFETIVA X NÃO-EFETIVA

Essa classificação informa o impacto da receita na situação líquida patrimonial, ou seja, no patrimônio líquido do ente ou do órgão público.

Receita Efetiva: aquela que, no momento do seu reconhecimento, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Sua arrecadação constitui-se em fato contábil modificativo aumentativo.

Receita Não Efetiva: é aquela que não altera a situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento, constituindo fato contábil permutativo. Neste caso, além da receita orçamentária arrecadada registra-se, de forma concomitante, conta de variação

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passiva para anular o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.

Portanto, quanto ao impacto no patrimônio líquido a receita será:

Receita Efetiva � Provoca EFETIVA alteração no patrimônio líquido

no momento de seu reconhecimento.

Receita Não-Efetiva � Não provoca, NÃO EFETIVA nenhuma alteração

no patrimônio líquido quando de seureconhecimento.

Nota-se que todas as receitas extraorçamentárias, denominadas de recursos de terceiros e que transitam momentaneamente no patrimônio, são receitas não-efetivas, pois com o ingresso no ativo há respectivo registro no passivo da obrigação de devolução, de igual valor.

Assim, a Receita Pública Efetiva ocorre quando a receita provoca efetiva alteração na situação líquida patrimonial e a Receita Pública Não Efetiva ocorre quando a receita não acarreta, não efetiva nenhuma alteração na situação líquida patrimonial, mas apenas permuta de valores.

Os manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, a exemplo do Manual da Receita Nacional (1ª edição, 2008) e do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários (4ª edição, 2011) utilizam a palavra “reconhecimento” e não “arrecadação” para definir as receitas efetivas e não-efetivas.

Observa-se que o reconhecimento da receita orçamentária poderá ocorrer antes da arrecadação financeira. Todavia, por vezes as bancas examinadoras elaboram questões relacionando a definição de receita efetiva e não efetiva com a arrecadação financeira, motivo pelo qual segue abaixo alguns exemplos sob tal aspecto, analisando essa classificação de receita com a arrecadação:

Receita Efetiva.

Característica determinante da Receita Efetiva:

1. O ingresso financeiro aumenta a situação líquidapatrimonial;

Outras características complementares (não determinantes):

2. Receita arrecadada sem obrigações correspondentes;

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3. Ingresso de recurso não precedido de registro doreconhecimento do direito;

4. Geralmente é arrecadada de forma contínua e permanente;

5. Incluem-se quase todas as receitas correntes.

Exemplo de Receita Efetiva – arrecadação de IPI:

− Tributo recolhido sem que seja registrada nenhuma obrigação correspondente no passivo;

− Por ser um imposto indireto a União não registra antecipadamente, no ativo, o direito de recolher este imposto. Quando o fato que gera o imposto ocorre, o valor devido é entregue aos cofres públicos pela indústria, sem que haja registro prévio pela contabilidade do direito no ativo, pois é somente com o pagamento do imposto que a União toma conhecimento de sua ocorrência;

− Já que não há nenhuma obrigação passiva correspondente nem registro prévio do direito no ativo, a arrecadação do imposto acarretou aumento do saldo patrimonial;

− Os impostos são receitas correntes, sendo estas geralmente arrecadadas de forma contínua.

Mas o que são impostos diretos e impostos indiretos?

O imposto direto é aquele cobrado diretamente do contribuinte. O sujeito passivo paga o imposto diretamente para o Estado, como, por exemplo, o IPTU ou o IPVA. Portanto, o ente estatal sabe quem de fato arcou com o pagamento do imposto.

O imposto indireto é aquele que o contribuinte não paga diretamente para o Estado, como ocorre, por exemplo, com o ICMS ou o IPI. O imposto é pago pelo comprador (contribuinte) na transação comercial com a empresa, embutido no produto, a qual é mera repassadora do imposto para o estado. Portanto, o ente estatal não sabe quem de fato arcou com o pagamento do imposto, sabe-se apenas que foi pago pelo consumidor de bens e produtos.

Receita Não Efetiva:

Característica determinante da Receita Não Efetiva:

1. O ingresso financeiro NÃO aumenta a situação líquidapatrimonial, em virtude de ser uma

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2. Receita por Mutação Patrimonial;

Outras características complementares (não determinantes):

3. Receita arrecadada com obrigações correspondentes;

4. Ingresso de recurso precedido de registro do reconhecimento dodireito;

5. Geralmente é arrecadada de forma esporádica ou não permanente;

6. Incluem-se quase todas as receitas de capital.

O que é uma receita por mutação patrimonial?

• Receita por Mutação Patrimonial. É uma receita gerada naqual existe mutação, ou seja, gera apenas alteração nos elementos patrimoniais com o ingresso de recurso financeiro.

Ocorre devido à saída ou baixa de um ativo, de bens ou direitos (venda de um imóvel, recebimento de empréstimos concedidos, etc.), ou ainda, pelo ingresso de passivo, uma obrigação a pagar (obtenção de empréstimos, etc.). Assim, pode-se dizer que algum elemento patrimonial foi transformado em ingresso financeiro.

Observação! As características complementares (não determinantes) constantes nos dois quadros anteriores não precisam ser verificadas para se que possa distinguir a receita efetiva da não-efetiva. Tais informações constam apenas para melhor compreensão da dinâmica da receita no processo de arrecadação e seu relacionamento com os elementos patrimoniais. O que define se a receita é efetiva ou não-efetiva é o impacto que ela provoca no patrimônio líquido, apenas isso.

Exemplo 1 de Receita Não-Efetiva: realização de operação de crédito (obtenção de empréstimo):

− Não há alteração na situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento, pois é um fato contábil permutativo, uma receita por mutação patrimonial. Além da receita orçamentária (ingresso de recurso financeiro no ativo), registra-se de forma concomitante uma variação passiva (obrigação de pagar o empréstimo no passivo), anulando assim o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.

− Trata-se de uma receita de capital, por ser um empréstimo, arrecadada com obrigação passiva correspondente e de forma esporádica;

− Das características complementares, não se verificou apenas o registro

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prévio do reconhecimento do direito no ativo, sendo, ainda assim, uma receita não-efetiva.

Exemplo 2 de Receita Não-Efetiva: arrecadação de IPTU:

− O IPTU, por ser um imposto direto e pela certeza da ocorrência do fato gerador, o ingresso de recurso é precedido de registro do reconhecimento do direito. O município reconhece e registra antecipadamente no ativo o direito de receber este imposto, pois o fato gerador é a pessoa, física ou jurídica, ser proprietária de imóvel urbano. No início do ano, de posse de seu cadastro, o município sabe exatamente o nome de todos os proprietários de imóveis urbanos e lança o direito de receber o IPTU no ativo, enviando-lhes o carnê para pagamento do imposto.

− Dessa forma, no exato momento em que o imposto é pago pelo contribuinte NÃO há aumento do saldo patrimonial, pois há registro concomitante da receita orçamentária (ingresso de recurso financeiro no ativo) e da variação passiva (baixa do direito a receber o imposto constante no ativo);

− Observa-se que as características complementares não são determinantes, pois, conforme esse exemplo, o IPTU recolhido é uma receita pública corrente (e não de capital), arrecadada de forma contínua e não foi registrada nenhuma obrigação correspondente no passivo, sendo, ainda assim, classificada como uma receita não-efetiva.

Lembre-se! O conceito de receita efetiva e não-efetiva considera o fato da receita provocar (ou não) alteração no patrimônio líquido no momento do seu reconhecimento, o qual não necessariamente coincide com a arrecadação.

Entretanto, por vezes as bancas examinadoras elaboram questões relacionando a definição de receita orçamentária efetiva e não efetiva com a arrecadação financeira, motivo pelo qual constam os exemplos acima sob tal aspecto, analisando tal classificação de receita com a arrecadação.

Importante! Não há nenhum imposto da União, devido as suas características, que tenha sua arrecadação precedida de registro no ativo do valor a receber. Poderá eventualmente ocorrer no caso de empréstimos compulsórios ou impostos extraordinários de guerra.

Assim, normalmente questões de concursos federais consideram certa a afirmação de que a receita de impostos é uma receita efetiva, pois especificamente para a União tal receita é sempre efetiva, já que a receita de impostos federais não se precede registro contábil antecipado do valor a receber no ativo. Geralmente na União as

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receitas de impostos são reconhecidas no momento da arrecadação financeira.

Como vimos no exemplo do IPTU (exemplo 2), para o município a arrecadação desse imposto gera uma receita não-efetiva. Todavia, na União, por não haver registro prévio no ativo dos valores a receber de seus impostos, devido as características peculiares deles, as receitas de impostos são sempre efetivas, por serem reconhecidas apenas no momento da arrecadação financeira.

Veja esta afirmativa considerada CERTA pela ESAF!

(ESAF – AFC/CGU – 2008, adaptada) O ingresso de recursos oriundo de impostos se caracteriza como uma receita derivada, compulsória, efetiva e primária.

Resolução

O ingresso de recursos oriundo de impostos se caracteriza como uma receita derivada (deriva do poder coercitivo do estado), compulsória (obrigatória), efetiva (altera a situação líquida patrimonial) e primária (incluídas no resultado primário). Pelo simples fato de ser uma receita derivada torna-a compulsória. CERTO.

Mais uma questão, agora de outra banca examinadora!

(FCC – Analista/TJ/SE – 2009) É uma receita orçamentária efetiva:

(A) operações de crédito.

(B) alienação de imobilizado.

(C) impostos.

(D) cauções em garantia.

(E) antecipação de receita orçamentária.

Resolução

a) As operações de crédito (empréstimos obtidos) geram receitasnão-efetivas, pois há o ingresso financeiro e a correspondente obrigação a pagar no passivo. ERRADO.

b) A alienação de imobilizado apenas irá gerar uma receita efetivacaso o bem seja vendido por valor acima do registrado pela contabilidade. Vendido pelo mesmo valor será receita não-efetiva. Poderá ainda gerar um decréscimo patrimonial, caso alienado por

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doação gratuita ou vendido por valor inferior ao registrado pela contabilidade.

Normalmente as questões de concurso, quando não especificam (como foi neste caso), consideram como “alienação de imobilizado” a venda do bem pelo mesmo valor que está registrado na contabilidade, gerando assim uma receita não-efetiva. ERRADO.

c) Perceba que nessa questão não foi especificado o momento doreconhecimento da receita, ao contrário da questão anterior da ESAF, que informa claramente a arrecadação (“ingresso de recursos”).

O reconhecimento da receita de impostos será uma receita efetiva, para qualquer ente da Federação. Todavia, há receitas de impostos que são reconhecidas apenas quando arrecadadas e outras que poderão ser registradas contabilmente antes da arrecadação (receita sob o enfoque patrimonial), lançadas previamente o direito de recebê-las no ativo e que, no pagamento pelo contribuinte, não alteram o patrimônio líquido. CERTO.

d) Cauções recebidas em garantia são receitas não-efetivas, pois há oingresso financeiro no ativo e correspondente obrigação de restituição do valor no passivo. O valor recebido somente será de propriedade de quem recebe caso o depositante cometa alguma infração e dê causa para execução da garantia. ERRADO.

e) Antecipação de Receita Orçamentária é um tipo de Operação deCrédito, havendo ingresso financeiro e correspondente obrigação a pagar no passivo, como qualquer outro empréstimo. ERRADO.

Portanto, letra C.

Lembre-se! Os manuais da STN utilizam a palavra “reconhecimento” e não “arrecadação” para definir as receitas efetivas e não-efetivas. O reconhecimento da receita orçamentária poderá ocorrer antes da arrecadação financeira, a exemplo do IPTU.

A Receita Pública Efetiva ocorre quando o reconhecimento da receita provoca efetiva alteração na situação líquida patrimonial e a Receita Pública Não Efetiva ocorre quando o reconhecimento da receita não acarreta, não efetiva alteração na situação líquida patrimonial.

Veja agora esta questão do CESPE! Perceba que foi utilizada de maneira precisa a palavra “reconhecimento”, conforme definição da Secretaria do Tesouro Nacional.

(CESPE – Analista/ANAC – 2009) A receita orçamentária não efetiva, que constitui fato contábil permutativo, altera a situação líquida

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patrimonial no momento do seu reconhecimento. Nesse caso, além da receita orçamentária, registra-se, concomitantemente, conta de variação passiva para reforçar o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.

Resolução

A receita não-efetiva não provoca, NÃO EFETIVA alteração na situação líquida patrimonial. O reconhecimento da receita constitui fato contábil permutativo. ERRADO.

4.5. PRIMÁRIA X FINANCEIRA

Receita Primária: tem caráter não financeiro, não possuindo características de endividamento ou de desmobilização de bens e direitos e compõe o cálculo do resultado primário. Exemplos: são as provenientes dos tributos, contribuições, patrimoniais, industriais, de serviços, etc.

As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias (correntes e de capital) deduzidas das Receitas Financeiras. Assim, o conceito de receita primária exclui aquelas decorrentes de desmobilizações, endividamento e outras receitas financeiras.

Receita Financeira (Não-Primária): tem caráter financeiro e características de endividamento ou de desmobilização. Observa-se que não são todas as receitas de alienação de bens que são tidas como financeiras. Exemplos de receitas financeiras: as provenientes de aplicações financeiras e juros, privatizações, etc.

Dessa forma, pode-se dizer que a receita é classificada como Primária quando seu valor é incluído na apuração do Resultado Primário e Não-Primária ou Financeira quando não é incluída nesse cálculo.

As receitas financeiras são basicamente as provenientes de operações de crédito (endividamento), de aplicações financeiras e de juros, em consonância com o Manual de Estatísticas de Finanças Públicas do Fundo Monetário Internacional – FMI.

4.6. ORDINÁRIA X EXTRAORDINÁRIA

Essa classificação, pouco utilizada, indica a regularidade com que as receitas são arrecadadas.

Receitas Ordinárias: são aquelas com características de continuidade, que são comum e uniformemente arrecadadas.

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Poderíamos também denominá-las de receitas operacionais do ente.

Receitas Extraordinárias: aquelas sem características de continuidade, representando ingresso de caráter esporádico e atípico, também, denominadas de receitas não-operacionais. Exemplo: empréstimos compulsórios.

A identificação da regularidade de arrecadação de uma receita é importante para fins de planejamento orçamentário, fluxo de caixa, etc. No processo de previsão da receita para determinado exercício financeiro, por exemplo, é observada a arrecadação dos anos anteriores, de forma que se possa concluir uma tendência futura.

5. CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA

Esta classificação é considerada a base e de vital importância para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.).

É através da classificação econômica que se pode evidenciar e mensurar a capacidade de investimento do estado, ou seja, se o estado possui ou não capacidade de realizar despesas de capital, investimentos em infraestrutura, saneamento básico, educação, saúde, etc.

A classificação econômica divide as receitas em dois principais grupos: receitas correntes e receitas de capital.

Lei 4.320/64:

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursosfinanceiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamentodos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária.

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Observe que as receitas de capital são principalmente obtidas por mutação patrimonial, diferente das receitas correntes, que são obtidas principalmente através da atividade empresarial do estado (receitas originárias) ou através de seu poder coercitivo (receitas derivadas).

Lembre-se! Receita por mutação patrimonial é uma receita gerada exclusivamente em virtude de uma mutação, uma alteração nos elementos patrimoniais, resultando no ingresso do recurso financeiro. Ocorre devido à saída ou baixa de um ativo, de bens ou direitos (venda de um imóvel, recebimento de um empréstimo concedido, etc.), ou ainda, pelo ingresso de passivo, uma obrigação a pagar (obtenção de empréstimos, etc.). Assim, pode-se dizer que algum elemento patrimonial foi transformado em ingresso financeiro.

5.1. RECEITA CORRENTE

São as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

São as receitas oriundas do poder impositivo do estado (Tributárias e de Contribuições) da exploração de seu patrimônio (Patrimonial), de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços) as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas, de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes recebidas) e as demais receitas que possuam a característica de receita corrente e que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

a. Receita Tributária;

b. Receita de Contribuições;

c. Receita Patrimonial;

d. Receita Agropecuária;

e. Receita Industrial;

f. Receita de Serviços;

g. Transferências Correntes; e

h. Outras Receitas Correntes.

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O § 4º, art.11 da Lei nº 4.320/64 informa tal classificação e subdivisão da receita corrente, cujos conceitos seguem abaixo.

A. Receita Tributária: são os ingressos provenientes da arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria), sendo, portanto, uma receita privativa daqueles investidos do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. Trata-se, pois, de uma receita derivada.

Atenção! Para efeitos dessa classificação orçamentária, a origem Receita Tributária engloba apenas as espécies Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria.

Código Tributário Nacional:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Não se esqueça! O Princípio da Competência é integralmente aplicado para a contabilidade pública, tanto para as receitas quanto para as despesas.

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Assim, tendo por base o Princípio da Competência e o da Oportunidade, independentemente da forma de arrecadação da receita, alguns tributos poderão (quando possível) ter reconhecido o direito no ativo antes do recebimento, mesmo com valor estimado. No recebimento haverá registro concomitante do ingresso financeiro e da baixa do valor a receber.

Constituição Federal (CF/88):

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Na ordem, são os impostos conhecidos como: imposto sobre importação (II), imposto sobre exportação (IE), imposto de renda (IR), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF) e imposto sobre propriedade territorial rural (ITR). Ainda não existe lei complementar regulamentando o imposto sobre grandes fortunas.

Lembre-se! Compete à União o imposto de renda e proventos de qualquer natureza (CF, art. 153, inciso III). Todavia, em virtude da repartição das receitas tributárias na Federação, o imposto de renda incidente na fonte e retido pelos Estados, Municípios e Distrito Federal (inclusive suas autarquias e fundações que instituírem e mantiverem), em virtude dos pagamentos por eles efetuados, pertence ao respectivo ente, gerando assim, tal retenção, uma receita orçamentária.

Tais receitas orçamentárias deverão ser classificadas nos respectivos entes como Receita Tributária, e não como uma Transferência de recursos recebidos da União.

Portaria STN nº 212/2001:

Art. 1º Estabelecer, para os estados, Distrito Federal e municípios, que a arrecadação do imposto descrito nos incisos I, dos artigos 157 e 158, da

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Constituição Federal, seja contabilizada como receita tributária, utilizando a classificação 1112.04.30 – Retido nas Fontes e não mais a 1721.01.04 – Transferência de Imposto sobre a Renda Retido nas Fontes (art. 157, I e 158, I, da Constituição Federal), todas constantes do anexo I, da Portaria Interministerial nº 163, de 04 de maio de 2001.

Foi exigido em concurso!

(CESPE – Técnico/TRE/MG 2009, adaptada) As receitas tributárias são os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria e são privativas das entidades investidas do poder de tributar, quais sejam: União, estados, Distrito Federal e municípios.

Resolução

Perfeito! Receitas tributárias são os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria, sendo, portanto, privativas das entidades investidas do poder de tributar. CERTO.

B. Receita de Contribuições: é o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.

Apesar da controvérsia doutrinária jurídica sobre o tema, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários (4ª edição, 2011) informa que suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:

− Contribuições Sociais – destinadas ao custeio da seguridade social,que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social;

− Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – derivamda contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade, atingindo determinado setor da economia, sendo instituídas mediante motivo específico.

− Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados. Não transitam no orçamento da União.

− Contribuição de Iluminação Pública - instituída pela Emenda Constitucional nº 39/2002, que acrescentou o art. 149-A à Constituição Federal. Possui a finalidade de custear o serviço de iluminação pública e a competência para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal.

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Observe ainda como o Manual Técnico de Orçamento 2012, SOF/MPOG, informa a classificação e códigos da natureza da receita:

1000.00.00 Receitas Correntes

1100.00.00 Receita Tributária

1110.00.00 Impostos

1120.00.00 Taxas

1130.00.00 Contribuição de Melhoria

1200.00.00 Receita de Contribuições

1210.00.00 Contribuições Sociais

1220.00.00 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico

1230.00.00 Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública

Atenção! Dessa forma, para fins de classificação orçamentária, as receitas de contribuições sociais e econômicas não estão contidas dentro das receitas tributárias, apesar do entendimento do STF.

Para essa Corte Suprema, sob o aspecto jurídico, as espécies de tributos são: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.

Lembre-se! A contribuição de melhoria é uma espécie de Receita Tributária e não está contida nas Receitas de Contribuições.

Veja como foi exigido em concurso!

(CESPE – IPEA/Técnico de Orçamento e Finanças – 2008) Uma receita de contribuições sociais é prevista na lei orçamentária e contabilizada como integrante das receitas tributárias.

Resolução

Para efeitos de classificação orçamentária, a origem Receita Tributária engloba Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. As contribuições sociais e as contribuições econômicas (de Intervenção no Domínio Econômico e de Iluminação Pública) são classificadas como Receitas de Contribuições. Fique atento! Algumas bancas examinadoras tentam confundir os candidatos com tais classificações, principalmente o CESPE. ERRADO.

C. Receita Patrimonial: é o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos

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oriundos de renda de ativos permanentes. Para fins de exemplificação, eis algumas espécies em que está dividida:

− Receitas Imobiliárias: Aluguéis, Arrendamentos, Foros, Laudêmios, Taxa de Ocupação de Imóveis, etc.;

Aluguéis: são receitas provenientes da locação de imóvel, na forma de aluguel;

Arrendamentos: são receitas provenientes da locação de imóvel, na forma de arrendamento, obedecendo a condições especiais e objetivando a exploração de frutos ou prestação de serviços;

Foros: Registra o valor total da arrecadação com a quantia ou pensão paga pela pessoa que recebe por enfiteuse o domínio útil de um imóvel;

Laudêmios: os laudêmios são receitas decorrentes da transferência do domínio útil de imóvel da União de um foreiro a outro. Não se aplicam nos casos de sucessão hereditária;

Taxa de ocupação de imóveis: Recursos provenientes da taxa de ocupação, devida pelos ocupantes de imóveis da União, agentes políticos e servidores públicos federais.

− Receitas de Valores Mobiliários: Juros de Títulos de Renda, Dividendos, Participações, Remuneração de Depósitos Bancários, etc.;

Juros de títulos de renda: são receitas provenientes de aplicações no mercado financeiro. Inclui o resultado das aplicações em títulos públicos;

Dividendos: são receitas atribuídas à União, ou aos órgãos da administração indireta, provenientes dos resultados das empresas públicas ou não, conforme a legislação vigente e ainda dos dividendos distribuídos pelas sociedades anônimas;

Participações: são receitas atribuíveis à União, provenientes da participação societária nos resultados de empresas de capital limitado;

Remuneração de depósitos bancários: é receita proveniente da aplicação das disponibilidades financeiras dos recursos gerenciados pelos diversos órgãos públicos, autorizados por lei.

Atenção! Os juros auferidos pelas instituições financeiras públicas são classificados como Receita Corrente – Receita de Serviço, pois as transações financeiras fazem parte do negócio dessas empresas, ou seja, são receitas operacionais.

Porém, as empresas que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operações financeiras como Receita

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Corrente – Receita Patrimonial, pois se trata de mera administração do patrimônio.

− Receita de Concessões e Permissões: Receita de outorga dos Serviços de Telecomunicações, Receita de Outorga dos Serviços de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, Receita de Concessão de Direito Real de Uso de Área Pública, etc.;

Receita de outorga dos serviços de telecomunicações: essas receitas decorrem da outorga pelo Poder Público do direito de exploração de serviços públicos de telecomunicações, incluindo o serviço móvel celular e o serviço de transporte de sinais de telecomunicações por satélite;

Receita de Outorga dos Serviços de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural: arrecadação de receita de concessões e permissões de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, exercidas mediante contratos de concessão;

Receita de Concessão de Direito Real de Uso de Área Pública: arrecadação de receita auferida em função do pagamento feito por terceiros pela utilização e exploração de área pública. Os recursos arrecadados serão destinados ao financiamento de despesas do órgão concedente.

− Compensações Financeiras: tem origem na exploração do patrimônio do Estado, o qual é constituído por recursos minerais, hídricos, florestais e outros, tais como: Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural – Em Terra, Utilização de Recursos Hídricos – Itaipu, etc. Ou seja,

Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural – Em Terra: arrecadação de receita de contribuições econômicas da compensação financeira devida pela exploração de petróleo, xisto e gás;

Utilização de Recursos Hídricos - Itaipu: valor recebido de compensação financeira relativa aos royalties devidos por Itaipu Binacional do Brasil.

Dica! A venda de bens públicos não gera Receita Corrente – Patrimonial, mas sim uma Receita de Capital – Alienação de Bens, denominado de conversão de bens e direitos em espécie. Exige-se bastante este conhecimento em concursos. Fique atento porque essa é uma pegadinha comum em provas de concursos.

Atenção! A “Receita de Cessão do Direito de Operacionalização da Folha de Pagamento de Pessoal” é classificada como uma Receita Corrente – Patrimonial.

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Deter toda a folha de pagamento de órgãos públicos é de grande interesse dos bancos, dado o fluxo financeiro advindo dessa exclusividade, como também por ser um rol de clientes diferenciados (com empregos estáveis e, dependendo do órgão, com salários acima da média do mercado), aptos a adquirir com reduzido risco os produtos do banco, tais como previdência privada, seguros, cartões de crédito, empréstimos e financiamentos, etc.

A título de exemplo, em 2010 o estado de Pernambuco licitou sua folha de pagamento, com valor mensal de R$ 500 milhões e 218,5 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas. O banco vencedor pagou R$ 700 milhões para um contrato com prazo de cinco anos (fonte: www.dci.com.br, em 16/11/10).

Portanto, fique atento! A receita advinda da cessão do direito da exploração econômica da folha de pagamento de pessoal é uma Receita Corrente – Patrimonial.

D. Receita Agropecuária: é o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos. Para fins de exemplificação, eis as três espécies em que está dividida:

− Receita da Produção Vegetal: são receitas decorrentes de lavouras permanentes, temporárias e espontâneas (ou nativas), silvicultura e extração de produtos vegetais.

− Receita da Produção Animal e Derivados: são as receitas decorrentes de atividades de exploração econômica de pecuária de grande porte - bovinos, bubalinos, eqüinos e outros (inclusive leite, carne e couro); pecuária de médio porte - ovinos, caprinos, suínos e outros (inclusive lã, carne e peles); aves e animais de pequeno porte (inclusive ovos, mel, cera e casulos do bicho da seda); caça e pesca.

− Outras Receitas Agropecuárias: são receitas decorrentes de atividades de exploração econômica de outros bens agropecuários, tais como venda de sementes, mudas, adubos ou assemelhados, desde que realizadas diretamente pelo produtor.

E. Receita Industrial: é o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal

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pelo IBGE. Para fins de exemplificação, eis algumas espécies em que está dividida:

− Receita da Indústria Extrativa Mineral: receita decorrente das atividades de extração mineral, provenientes das atividades industriais.

− Receita da Indústria de Transformação: arrecadação das receitas das atividades ligadas à indústria de transformação, tais como a Indústria Mecânica, Química ou Editorial e Gráfica.

− Receita da Indústria de Construção: são receitas das atividades de construção, reforma, reparação e demolição de prédios, edifícios, obras viárias, grandes estruturas e obras de arte, inclusive reforma e restauração de monumentos. Inclui, também, a preparação do terreno e a realização de obras para exploração de jazidas minerais, a perfuração de poços artesianos e a perfuração, revestimento e acabamento de poços de petróleo e gás natural.

F. Receita de Serviços: é o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, financeiro, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.

Portanto, abrange as receitas das atividades características da prestação de serviços, tais como: atividades comerciais, financeiras, de transporte, de comunicação, de saúde, de armazenagem, serviços recreativos e culturais, etc.

Atenção! Vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade são classificadas como receita de serviços.

Para fins de exemplificação, eis algumas espécies em que está dividida:

− Serviços Comerciais: Serviços de Comercialização de Medicamentos, Serviços de Comercialização e Distribuição de Produtos Agropecuários, etc.;

− Serviços Financeiros: receita de atividades financeiras, de seguros e assemelhadas, transferência de valores, cobranças, serviços de câmbio, desconto de títulos, repasse de empréstimos, prestação de aval e garantias, concessão de crédito, seguros (inclusive resseguro) e operações de sociedades de capitalização, tais como, por exemplo, os itens: Juros de Empréstimos, Operações de Autoridade Monetária,

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Serviços Financeiros Provenientes da Execução de Garantia de Operações de Crédito Externas, etc.;

Serviços de Juros de Empréstimos: arrecadação de receitas de serviços financeiros relativas ao resultado das taxas de juros aplicadas a empréstimos concedidos. Difere dos juros classificados na receita patrimonial por se tratar de receita operacional das instituições financeiras.

Operações de Autoridade Monetária: receita do Banco Central do Brasil, proveniente de operações com títulos, da área externa, da rede bancária, com ouro e outras.

Serviços Financeiros Provenientes da Execução de Garantia de Operações de Crédito Externas: arrecadação da receita de serviços financeiros provenientes da execução de garantia em operações de crédito externas.

Atenção! Os juros auferidos pelas instituições financeiras públicas são classificados como Receita de Serviço, pois as transações financeiras fazem parte do negócio dessas empresas, ou seja, são receitas operacionais.

As empresas que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operações financeiras como Receita Patrimonial, pois se trata de mera administração do patrimônio.

As provas de concurso público normalmente não detalham que tipo de empresa realizou a transação, bastando saber que os juros recebidos são receitas correntes. Todavia, fica o alerta.

− Serviços de Transporte: Serviços de Transporte Rodoviário, Ferroviário, Hidroviário, etc.;

− Serviços de Saúde: receita de serviços hospitalares em geral, de caráter especializado ou não, tais como maternidade, centro de reabilitação, assistência médico-odontológico (inclusive ambulatorial), saúde pública, etc.;

− Serviços Portuários: essas receitas abrangem os recursos oriundos da exploração dos portos, terminais marítimos, atracadouros e ancoradouros, referentes à estiva, desestiva, dragagem, atracação, sinalização, comunicação náutica, docagem, etc.

G. Transferências Correntes: é o ingresso de recursos através de transferências de outros entes ou entidades com o objetivo de ser aplicado em despesas correntes, independente de condições de utilização ou a quem pertença o recurso.

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Em outras palavras, as transferências correntes são recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, pessoas físicas ou jurídicas, independente de contraprestação direta em bens e serviços. Podem ocorrer em nível intragovernamental e intergovernamental e incluem as transferências de instituições privadas, do exterior e de pessoas.

Para fins de exemplificação, seguem algumas espécies de transferências:

− Transferências Intergovernamentais: receitas recebidas por meio de transferências ocorridas entre diferentes esferas de governo;

− Transferências de Convênios: receitas recebidas por meio de transferências de convênios firmados, com ou sem contraprestações de serviços, por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes, destinados a custear despesas correntes;

− Transferências para o Combate à Fome: total das receitas por meio de transferências correntes para o combate à fome.

Dica! O termo “transferência corrente” é utilizado tanto para as receitas como para as despesas. Aquele que envia o recurso financeiro classifica como Despesa Corrente – Transferência Corrente e o que recebe classifica como Receita Corrente – Transferência Corrente.

H. Outras Receitas Correntes: são os ingressos correntes provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores. São exemplos:

− Multas e Juros de Mora: Multas e Juros de Mora dos Tributos, das Contribuições, da Dívida Ativa dos Tributos, de Aluguéis, Multas por Danos ao Meio Ambiente, etc.;

− Indenizações e Restituições: Indenizações por Danos Causados ao Patrimônio Público, Restituições de Convênios, Restituição de Contribuições Previdenciárias Complementares, etc.;

− Receita da Dívida Ativa: Receita da Dívida Ativa Tributária, Receita da Dívida Ativa da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, Receita da Dívida Ativa da Contribuição sobre a Receita da Loteria Federal, etc.;

− Receitas Diversas: Receitas de Ônus de Sucumbência de Ações Judiciais, Receita Decorrente de Alienação de Bens Apreendidos, etc.

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Observe que somente será classificado em Outras Receitas Correntes caso o ingresso não esteja classificado nos itens anteriores.

Atente-se que existe distinção entre “juros” e “juros de mora”:

“Juros” refere-se a um rendimento obtido através de uma operação financeira, sendo classificado como uma receita corrente patrimonial ou receita corrente de serviços, dependendo do tipo de empresa que realiza a transação.

“Juros de mora” refere-se à inadimplência, uma penalidade recebida do devedor pelo pagamento em atraso.

Assim, os “juros de mora” serão classificados como Outras Receitas Correntes, enquanto que os “juros” serão Receitas Patrimoniais ou Receitas de Serviço, dependendo do tipo de empresa e da transação realizada.

Foi exigido em concurso!

(FCC – Analista/TJ/PA – 2009) Considere os dados relativos às receitas orçamentárias arrecadadas pela Prefeitura Modelo no exercício de X1:

R$ (mil) Alienação de Bens Imóveis 30 Amortização de Financiamentos 10 Dívida Ativa 80 Impostos 3.000 Indenizações e Restituições 50 Operações de Crédito Internas 100 Receita de Serviços Recreativos e Culturais 100 Receitas Imobiliárias 200 Taxas 500 Transferências da União para cobrir despesas correntes 5.000 Transferências do Estado para cobrir despesas correntes 3.000 A Receita Corrente foi de, em milhares de reais, (A) 11.850. (B) 11.800. (C) 11.730. (D) 11.940. (E) 11.930.

Resolução

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos 3.000

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Taxas 500

RECEITA PATRIMONIAL

Receitas Imobiliárias 200

RECEITA DE SERVIÇOS

Receita de Serviços Recreativos e Culturais 100

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

Transferências da União para cobrir despesas correntes 5.000

Transferências do Estado para cobrir despesas correntes 3.000

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

Dívida Ativa 80

Indenizações e Restituições 50

TOTAL DE RECEITA CORRENTE 11.930

Portanto, letra E.

Atenção! Quando a receita da Dívida Ativa for proveniente de valores a receber anteriormente classificados como Receita de Capital, então a receita de dívida ativa será uma Receita de Capital – Outras Receitas de Capital.

Dívida Ativa é um valor a receber. É inscrita pelo ente quando o devedor não paga sua obrigação no prazo. Caso esse valor não recebido tenha a classificação de receita corrente, será então a respectiva dívida ativa classificada como Outras Receitas Correntes. Caso tal valor não recebido no prazo devido seja uma receita de capital, como, por exemplo, o principal de empréstimo concedido, será então a respectiva dívida ativa, quando finalmente recebida, classificada como Outras Receitas de Capital.

Macete! Dependendo da origem do crédito, a dívida ativa recebida poderá ser uma receita corrente ou uma receita de capital.

Normalmente grande parte da Dívida Ativa dos entes é constituída por valores classificados como receita corrente, principalmente tributos não pagos na época devida pelos contribuintes, motivo pelo qual as bancas examinadoras consideram em suas provas de concurso o recebimento da Dívida Ativa como uma Receita Corrente.

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Na verdade, os próprios manuais da STN trazem, por vezes, informação restritivamente equivocada. Veja o conteúdo da 4ª edição do MCASP, Volume I, Procedimentos Contábeis Orçamentários (Portaria Conjunta STN/SOF nº 1/2011), página 25:

As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como “outras receitas correntes”.

(grifo nosso)

Conforme comentado, grande parte da Dívida Ativa dos entes federados provém de tributos não pagos pelos contribuintes na época devida, ou seja, grande parte da dívida ativa de certo deverá ser classificada como Outras Receitas Correntes. Entretanto, há também valores inscritos em Dívida Ativa que devem ser classificados como Receitas de Capital.

Veja o que claramente informa o Manual Técnico de Orçamento 2012, Secretaria de Orçamento Federal – SOF:

2500.00.00 Outras Receitas de Capital

(...)

2550.00.00 Receita da Dívida Ativa Proveniente de Amortização de Empréstimos e Financiamentos

Portanto, os valores referentes a amortização de empréstimos e financiamentos concedidos, caso não recebidos na época devida, são inscritos em dívida ativa. Quando posteriormente recebidos, deverão ser classificados como Receita de Capital – Outras Receitas de Capital, conforme claramente informa não apenas o Manual Técnico de Orçamento 2012, mas também já informava o Manual da Receita Nacional, 1ª edição, 2008 (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008).

Assim, percebe-se um pequeno lapso de informações na confecção da 4ª edição do MCASP, Volume I, Procedimentos Contábeis Orçamentários.

Portanto, atenção! Para fins de concurso, o recebimento da Dívida Ativa deve ser classificado como Receita Corrente - Outras Receitas Correntes (conforme considerado nessa questão da FCC), salvo se na prova a questão informar claramente que se trata de valores a serem classificados como Receita de Capital.

5.2. RECEITA DE CAPITAL

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São as receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Essas receitas são representadas (em geral) por mutações patrimoniais que apenas permutam valores no patrimônio público, assim, ocorre troca de elementos patrimoniais.

Portanto, com a entrada de receitas de capital há uma variação patrimonial ativa pelo ingresso financeiro e uma correspondente variação patrimonial passiva, seja pela baixa de um bem (venda de um bem do ativo permanente, recebimento de empréstimos concedidos, etc.) ou pela constituição de uma dívida (obtenção de empréstimos, etc.).

Todavia, excepcionalmente as receitas de capital podem acrescer ao patrimônio. Eis algumas exceções.

Exemplo 1 – Transferências de Capital: tais recursos recebidosnão são por mutação patrimonial, pois não há uma correspondente variação passiva para obtenção da receita. São recursos recebidos de outros entes ou entidades, destinados especificamente para pagamento de despesas de capital.

Exemplo 2 – Venda de um bem por valor superior aoregistrado na contabilidade: bem registrado na contabilidade por R$ 100 mil e alienado por R$ 110 mil. Neste caso gerará um acréscimo no patrimônio líquido de R$ 10 mil. O valor total recebido pela venda do bem será classificado como receita de capital.

Importante! São conceitos distintos Receita de Capital e Receita Financeira.

O conceito de Receita Financeira surgiu com a adoção pelo Brasil da metodologia de apuração do resultado primário, oriundo de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.

Desse modo, passou-se a denominar como Receitas Financeiras aquelas receitas que não são consideradas na apuração do resultado primário, como as derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da rolagem e emissão de títulos públicos, assim como as provenientes de privatizações, entre outras.

Os juros de aplicações financeiras ou empréstimos concedidos, por exemplo, são Receitas Financeiras, todavia, classificadas como Receita Corrente.

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O § 4º, art. 11 da Lei nº 4.320/64 informa a classificação e subdivisão da receita de capital, conforme demonstrado abaixo:

a. Operação de Crédito;

b. Alienação de Bens;

c. Amortização de Empréstimo;

d. Transferências de Capital;

e. Outras Receitas de Capital.

A. Operação de Crédito: são os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos no mercado ou da contratação de empréstimos e financiamentos, obtidos junto a entidades estatais ou privadas.

São espécies desse tipo de receita (MCASP, Parte I, 4ª edição):

− Operações de Crédito Internas;

− Operações de Crédito Externas;

Mas o que são títulos públicos?

Os títulos públicos são ativos de renda fixa e possuem como finalidade principal a captação de recursos para o financiamento do Estado, seja para cobrir a dívida pública ou para utilização em suas atividades, tais como saúde, segurança, educação, etc.

Assim, os títulos públicos são comprados (do ente da Federação) com prazo de resgate e condição de remuneração do capital pré-fixada (juros e correção monetária). O estado consegue captar recursos oferecendo juros mais baratos e os investidores efetuam uma aplicação de longo prazo garantida e rentável.

Normalmente os títulos públicos são negociados através de instituições financeiras. Todavia, atualmente o Governo Federal também efetua venda de títulos públicos através do chamado “Tesouro Direto”, possibilitando que qualquer pessoa física possa comprar títulos diretamente do Tesouro Nacional pela internet (www.tesouro.fazenda.gov.br), com investimento mínimo realmente pequeno e acessível a qualquer cidadão.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC. 101/00), em seu art. 29, III, define operação de crédito como o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,

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aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

Equipara-se ainda a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.

B. Alienação de Bens: é o ingresso financeiro proveniente da alienação de componentes do ativo permanente. Para fins de exemplificação, eis duas espécies em que está dividida:

− Alienação de Bens Móveis: registra o valor total da arrecadação da receita de alienação de bens móveis tais como: mercadorias, bens inservíveis ou desnecessários e outros (Alienação de Estoques Reguladores, Alienação de Veículos, Alienação de Móveis e Utensílios, etc.);

− Alienação de Bens Imóveis: registra o valor total da arrecadação da receita de alienação de bens imóveis, residenciais ou não, de propriedade da União, Estados ou Municípios (Alienação de Imóveis Rurais, Alienação de Imóveis Urbanos, etc.).

Lembre-se! A venda de um bem gera uma Receita de Capital – Alienação de Bens e não uma Receita Corrente – Patrimonial. Essa é uma pegadinha comum em concursos.

C. Amortização de Empréstimos: é o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos.

Amortizar significa pagar o principal da dívida, ou seja, pagar o valor obtido no empréstimo. Poderá ser empregado como “amortização integral”, ou seja, pagamento total, ou “amortização parcial”. O termo amortizar não abrange o pagamento de juros e outros encargos.

Importante! Apenas o valor referente ao principal do empréstimo e a respectiva correção monetária são classificados como Receita de Capital – Amortização de Empréstimo. Os juros e demais encargos cobrados na transação são classificados como Receita Corrente.

A correção monetária apenas preserva a capacidade econômica do dinheiro, não configurando nenhum ganho efetivo, motivo pelo qual segue a mesma classificação do valor principal.

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Exemplo: excepcionalmente determinada entidade não-financeira emprestou R$ 500mil mediante juros e correção monetária. Ao final do período o devedor adimpliu integralmente sua dívida, cujo valor total pago foi de R$ 550mil, sendo R$ 10mil de correção monetária de R$ 40mil de juros. A classificação adequada para tais valores recebidos é:

em mil

Receita de Capital - Amortização de Empréstimo R$ 510

Principal do empréstimo R$ 500

Correção monetária R$ 10

Receita Corrente - Patrimonial R$ 40

Juros (receita de transações não-operacionais) R$ 40

Total de Receita R$ 550

Atenção! Os juros auferidos pelas instituições financeiras são classificados como Receita Corrente – Receita de Serviço, pois as transações financeiras fazem parte do negócio dessas empresas, ou seja, são receitas operacionais.

As empresas que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operações financeiras como Receita Corrente – Receita Patrimonial, pois se trata de mera administração do patrimônio.

As provas de concurso público normalmente não detalham que tipo de empresa realizou a transação, bastando saber que os juros recebidos são Receitas Correntes. Todavia, fica o alerta.

O valor referente a correção monetária apenas preservou a capacidade econômica do dinheiro, motivo pelo qual segue a mesma classificação do valor principal. Já os juros recebidos foram ganhos econômicos reais da transação, sendo assim classificados como Receita Corrente.

Importante! A 4ª edição do MCASP, Volume I, Procedimentos Contábeis Orçamentários (Portaria Conjunta STN/SOF nº 1/2011), traz as seguintes informações sobre Amortização de Empréstimo:

3. Receita de Capital – Amortização de Empréstimos

São ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou empréstimos concedidos pelo ente público em títulos e contratos.

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Na classificação orçamentária da receita são receitas de capital, origem específica “amortização de empréstimos concedidos” e representam o retorno de recursos anteriormente emprestados pelo poder público.

Embora a amortização de empréstimos seja origem da categoria econômica “Receitas de Capital”, os juros recebidos, associados a esses empréstimos, são classificados em “Receitas Correntes / de Serviços / Serviços Financeiros”.

(grifo nosso)

Observe que, talvez por conter informações bem resumidas sobre o tema, o manual deixa a entender que todos os juros recebidos de empréstimos devem ser classificados em Receitas Correntes de Serviços Financeiros.

De certo que, de regra, os empréstimos são normalmente concedidos por instituições financeiras, motivo pelo qual cremos que a Secretaria do Tesouro Nacional – STN e a Secretaria de Orçamento Federal – SOF tenham dado tal informação restritiva (e um tanto pragmática demais) nesse trecho do manual, quanto à classificação dos juros recebidos.

Entretanto, conforme explanado acima, quando os juros forem auferidos por entidades que atuem em outros ramos diversos senão o financeiro, o correto é classificar tais rendimentos provenientes de operações financeiras como Receita Corrente – Receita Patrimonial, pois se trata de administração do patrimônio, ou seja, é uma receita não operacional, e não de um serviço prestado.

Portanto, fique atento! Muitas bancas examinadoras formulam questões simplesmente copiando o conteúdo dos normativos legais ou dos manuais da STN ou da SOF.

Assim, saiba a classificação correta dos juros recebidos em Receita Corrente Patrimonial ou Receita Corrente de Serviços (conforme explicado), entretanto, tenha em mente também o texto do manual da STN acima citado e, caso a questão traga conteúdo idêntico, sugerimos considerar como correta a informação “restritiva” do manual.

D. Transferências de Capital: é o ingresso proveniente de outros entes ou entidades com o objetivo de ser aplicado em despesas de capital (investimentos ou inversões financeiras), independente de condições de utilização ou a quem pertença o recurso.

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São receitas advindas de pessoas de direito público ou privado com a finalidade de atender aos gastos de capital (transferências que a concedente vincula a uma despesa de capital). São exemplos:

− Transferências Intergovernamentais: receitas recebidas por meio de transferências ocorridas entre diferentes esferas de governo (para aplicação em despesas de capital);

− Transferências de Convênios (para aplicação em despesas de capital);

− Transferências para o Combate à Fome (para aplicação em despesas de capital).

As transferências de capital e corrente seguem os mesmos procedimentos e conceitos, apenas diferenciando-as quanto à classificação, categoria econômica, sendo a primeira (transferências de capital) receitas de capital e estas receitas correntes.

Dica! O termo “transferência de capital” é utilizado tanto para as receitas como para as despesas. Aquele que envia o recurso financeiro classifica como Despesa de Capital – Transferência de Capital e o que recebe classifica como Receita de Capital – Transferência de Capital.

Se o ente transferidor classificar a transferência como despesa de capital, vinculando-a a um gasto de capital, o órgão recebedor deve classificar como Receita de Capital.

Lembre-se! As Transferências de Capital não são por mutação patrimonial, pois não há uma correspondente variação passiva para obtenção da receita.

E. Outras Receitas de Capital: são os ingressos de capital provenientes de outras origens, não classificáveis nas anteriores. São exemplos de outras receitas de capital:

− Integralização do Capital Social: Registra o valor total dos recursos recebidos pelas empresas públicas, ou sociedades de economia mista, como participação em seu capital social.

− Integralização com Recursos do Tesouro: Registra o valor da arrecadação de receita da integralização de recursos do Tesouro recebidos pelas empresas públicas ou sociedades de economia mista, como participação em seu capital social.

− Resultado do Banco Central do Brasil: Registra o valor da receita com os resultados positivos do Banco Central do Brasil operados em seus balanços semestrais. Os recursos destinam-se à amortização da

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dívida pública federal.

− Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional: Registra o valor da remuneração do saldo diário dos depósitos da União existentes no Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal pela Taxa Referencial – TR.

− Receita da Dívida Ativa Proveniente de Amortização de Empréstimos e Financiamentos: Registra o valor da arrecadação com receita da dívida ativa proveniente de amortização de empréstimos e financiamentos.

Não esqueça! O eventual superávit do orçamento corrente (receitas correntes > despesas correntes), apurado ao final do exercício financeiro, passará para o exercício seguinte como receita de capital, não constituindo item de receita orçamentária, ou seja, será uma fonte extraorçamentária de recursos (Lei nº 4.320/64, art. 11, §2º e §3º).

No ano em que são ordinariamente arrecadadas tais receitas são correntes orçamentárias, todavia, havendo saldo, quando passam para o exercício seguinte serão classificadas como receitas de capital extraorçamentárias.

QUADRO RESUMO DE CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA:

Orçamentária x Extraorçamentária

Receita Orçamentária: são ingressos de recursos financeiros que se incorporam definitivamente ao patrimônio, pois pertencem à entidade que o recebe.

Receita Extraorçamentária: são ingressos de recursos financeiros que NÃO se incorporam definitivamente ao patrimônio, pois NÃO pertencem à entidade que o recebe. São recursos que estão apenas momentaneamente transitando pelo patrimônio e serão oportunamente restituídos ao seu proprietário.

Resultante x Independente da execução orçamentária

Receita resultante da execução orçamentária: são receitas geradas em virtude da execução do orçamento anual, como ocorre, por exemplo, com a receita de tributos ou com operações de créditos previstas na LOA. Tais receitas passaram pela autorização do Legislativo para serem realizadas.

Receita independente da execução orçamentária: são receitas geradas em virtude de fatos que não dependem da execução do orçamento, como ocorre, por exemplo, com a incorporação de doações. Tal receita não passou pela autorização do Legislativo para ser realizada.

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Originária x Derivada

Receita Derivada: é a receita que deriva do poder coercitivo do estado, sendo oriunda, portanto, do patrimônio da sociedade, mediante a arrecadação de tributos e multas (sanção de ato ilícito).

Receita Originária: é a receita proveniente da atividade privada do Estado, ou seja, obtida através da exploração de seu próprio patrimônio, venda de produtos ou da prestação de serviços. São divididas em Patrimoniais e Empresariais.

Efetiva x Não-Efetiva

Receita Efetiva: é aquela que, no momento do seu reconhecimento, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo.

Receita Não Efetiva: é aquela que não altera a situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento, constituindo fato contábil permutativo. Neste caso, além da receita orçamentária registra-se, de forma concomitante, conta de variação passiva para anular o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.

Primária x Financeira

Receita Primária: tem caráter não financeiro, não possuindo características de endividamento ou de desmobilização e que compõe o cálculo do resultado primário. As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias (correntes e de capital) deduzidas das Receitas Financeiras.

Receita Financeira (Não-Primária): tem caráter financeiro e características de endividamento ou de desmobilização (alienação de bens).

Ordinária x Extraordinária

Receitas Ordinárias: são aquelas COM característica de continuidade, que são comum e uniformemente arrecadadas.

Receitas Extraordinárias: aquelas SEM características de continuidade, representando ingresso de caráter esporádico e atípico.

Corrente x de Capital

Receitas Correntes: são as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

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Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

6. RECEITA INTRAORÇAMENTÁRIA

São ingressos oriundos de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo.

Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006:

Art. 1o Definir como intra-orçamentárias as operações que resultem de despesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

Essa especificação ocorreu em virtude da necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operações intraorçamentárias, ou seja, operações que resultem receitas e despesas no orçamento fiscal e da seguridade social do mesmo ente. De um lado há a despesa de órgãos, fundos ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de determinado ente da Federação e, de outro lado, a receita de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes do orçamento fiscal e da seguridade social do mesmo ente.

Exemplo – publicação pelo Ministério Público da União de um extratono Diário Oficial da União:

O MPU e a Imprensa Oficial são instituições participantes do orçamento fiscal da União. Assim, a receita gerada para a Imprensa Oficial será uma Receita Corrente Intraorçamentária e, para o MPU, haverá uma Despesa Corrente Intraorçamentária.

Mas afinal, o que são os orçamentos fiscal e da seguridade social?

O Orçamento Geral da União (OGU), assim como dos demais entes da Federação, é subdividido em três partes, conforme estabelece a Constituição Federal:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

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I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

(grifo nosso)

Orçamento Fiscal: abrange as receitas e despesas dos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

Orçamento da Seguridade Social: orçamento relativo à saúde, à previdência e à assistência social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público

Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: abrange os dispêndios de capital destinados exclusivamente à aquisição ou manutenção de bens do Ativo Imobilizado.

Atenção! Só existe um orçamento, uma Lei Orçamentária Anual, o qual é apenas dividido em três partes. Conforme determina o princípio orçamentário da Unidade (art. 2º, Lei 4.320/64), cada ente da Federação deve elaborar apenas uma única peça orçamentária.

Portanto, as empresas estatais que participam do orçamento de investimento não estão abrangidas no conceito de operações intraorçamentárias, mesmo que efetuem transações com aqueles que integram os orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera de governo.

Foi cobrado em prova de concurso!

(ESAF – AFC/CGU – 2008, adaptada) As receitas intra-orçamentárias constituem contrapartida das despesas realizadas entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal, da Seguridade Social e de investimento das empresas.

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Resolução

São intraorçamentárias as operações que resultem de despesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As operações realizadas com participantes do orçamento de investimento das empresas estatais não são consideradas intraorçamentárias. ERRADO.

As despesas intraorçamentárias ocorrem quando órgão, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social realizam pagamentos para órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desse orçamento, no âmbito da mesma esfera de governo.

Dessa forma, atualmente as operações intraorçamentárias podem ser perfeitamente visualizadas. Na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas são identificadas, evitando-se as duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

A Portaria Interministerial STN/SOF n° 338/2006 detalhou assim as categorias econômicas em:

• Receitas Correntes Intraorçamentárias, e

• Receitas de Capital Intraorçamentárias.

Atenção! As receitas intraorçamentárias não constituem nova categoria econômica, mas apenas uma especificação das duas categorias econômicas já existentes: receitas correntes e de capital.

Receitas intraorçamentárias são ingressos oriundos de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da administração pública integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo.

Importante! Não confundir as receitas e despesas intraorçamentárias com a descentralização de créditos orçamentários e recursos financeiros.

Durante a execução do orçamento anual os órgãos centrais de programação orçamentária e financeira descentralizam para os

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ministérios, estes para seus órgãos subordinados e assim sucessivamente, os recursos necessários para a execução das despesas. Tais descentralizações de recursos orçamentários e financeiros não são receitas e despesas intraorçamentárias.

7. CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA RECEITA

A Lei nº 4.320/64, em seu art. 8º, § 1º, informa que os itens da discriminação da receita serão identificados por números de código decimal. Tal código é atualmente denominado de código de natureza de receita, e seu objetivo é identificar a origem do recurso.

Tal código é utilizado para a previsão das receitas no processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, como também quando elas são efetivamente arrecadadas, momento em que o ingresso financeiro é classificado, sendo procedida assim a comparação entre o planejado e o desempenho real.

As naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos. É a menor célula de informação no contexto orçamentário para as receitas públicas.

A codificação da natureza da receita possibilita assim uma visão macro da economia nacional. O usuário das informações públicas, através do código da natureza da receita, poderá analisar o desempenho da arrecadação, comparar com o planejado no orçamento anual, a sua origem e principais setores produtivos que impulsionam a economia de mercado, verificando o desempenho e ponderando a necessidade de eventuais investimentos públicos.

Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é desmembrado em níveis. Assim, na elaboração e execução do orçamento público a codificação econômica da receita orçamentária é composta por 8 dígitos, nos 6 níveis abaixo:

1º nível Categoria econômica C

2º nível Origem O

3º nível Espécie E

4º nível Rubrica R

5º nível Alínea AA

6º nível Subalínea SS

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MCASP, Parte I, 4ª edição (2011)

Dica! Processo decoreba: “COERAS”.

Mas não se esqueça! Os dois últimos níveis possuem dois dígitos cada. Repetindo! Os dois últimos níveis... dois dígitos cada.

1º Nível – Categoria Econômica da Receita – C

Utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e de capital.

A Portaria Interministerial STN/SOF n° 338/2006 detalhou ainda essas categorias econômicas em Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital Intraorçamentárias. Assim, a categoria econômica é codificada e subdividida da seguinte forma:

1. Receitas Correntes;

2. Receitas de Capital;

7. Receitas Correntes Intraorçamentárias;

8. Receitas de Capital Intraorçamentárias.

Atenção! As classificações intraorçamentárias incluídas não constituem novas categorias econômicas de receita, mas simples especificações das já existentes.

Assim, só existem duas categorias econômicas de receitas (correntes e de capital). Os quatro códigos distintos apenas objetivam efetuar o registro segregado das receitas intraorçamentárias.

Veja como foi cobrado em concurso!

(CESPE – ACE/TCU – 2007) A Lei n.º 4.320/1964, em seu artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. Com a Portaria Interministerial STN/SOF nº. 338/2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em receitas correntes intra-orçamentárias e receitas de capital intra-orçamentárias. A respeito da função das receitas intra-orçamentárias, julgue o próximo item.

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Como se destinam ao registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo orçamento do ente público, as contas de receitas intra-orçamentárias não têm a mesma função da receita original, sendo criadas a partir de base própria pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Resolução

As receitas correntes e de capital intraorçamentárias são classificadas da mesma forma que as receitas correntes e de capital, ou seja, das receitas originais. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

Essas receitas NÃO são criadas a partir de base própria (outra base) pela Secretaria do Tesouro Nacional, mas acompanham e estão inseridas nos códigos da natureza da receita. Recebem códigos específicos (iniciais 7 e 8) apenas com o objetivo de efetuar o registro segregado das demais receitas, mas não constituem nova categoria econômica. ERRADO.

Código (1) – Receitas Correntes: são as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

Código (2) – Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Código (7) – Receitas Correntes Intraorçamentárias: Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

As receitas correntes intraorçamentárias serão classificadas da mesma forma das receitas correntes. Porém, atendem à

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especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

Código (8) – Receitas de Capital Intraorçamentárias: São os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos programas e ações de governo.

São denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando ao estímulo às atividades operacionais do ente.

As receitas de capital intraorçamentárias são classificadas da mesma forma que as receitas de capital. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

Mais uma de concurso!

(CESPE – Analista/ANTAQ – 2009) O 1.º nível da codificação da natureza da receita é utilizado para mensurar o impacto das decisões do governo na economia nacional.

Resolução

No primeiro nível da codificação da natureza da receita é informada a categoria econômica, classificação entre receita corrente e de capital.

Caso haja elevados percentuais de arrecadação de receitas correntes, será observado um cenário favorável e sadio da economia. Conforme sabido, as receitas correntes são, grosso modo, aquelas derivadas, principalmente, da arrecadação de impostos, além das atividades “empresariais” do estado, como aplicações financeiras, venda de serviços, etc.

As receitas de capital são, grosso modo, obtidas por obtenção de empréstimos (endividamento) ou pela venda de bens (desfazimento de ativos). Elevados percentuais de receitas de capital demonstram um cenário desfavorável na economia, com aumento do

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endividamento estatal, queda na arrecadação ou diminuição do patrimônio público.

Assim, é através da observação deste nível do código da natureza da receita que de fato o governo irá verificar o impacto e resultado de suas decisões na econômica nacional. CERTO.

2º Nível – Origem da receita – O

Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). É uma subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, no momento em que as mesmas ingressam no patrimônio público.

Portanto, a origem refere-se ao detalhamento da classificação econômica das receitas, ou seja, ao detalhamento das receitas correntes e de capital de acordo com a Lei nº 4.320/64.

A ORIGEM é uma subdivisão (detalhamento) da categoria econômica. Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são:

Dica! Normalmente as questões de concurso exigem apenas que você saiba as subdivisões do 1º nível, ou seja, relacione o 1º com o 2º nível.

Assim, por exemplo, o código natureza da receita 1.4.0.0.00.00 (C.O.E.R.AA.SS) indica uma receita corrente agropecuária, onde:

C – categoria econômica (1) receita corrente

O – origem (4) receita agropecuária

3º Nível – Espécie de receita – E

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A ESPÉCIE da receita constitui-se em maior detalhamento do 2º nível (origem), composto por títulos que permitem especificar com maior detalhe a ORIGEM da receita.

Trata-se, portanto, de um nível de classificação vinculado à ORIGEM, detalhando o fato gerador dos ingressos de tais receitas com maior detalhe, ou seja, informa a espécie de receita arrecadada. Por exemplo, dentro da origem “Receita Tributária” (receita proveniente de tributos), pode-se identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais.

4º Nível – Rubrica da receita – W

A RUBRICA representa o detalhamento da ESPÉCIE de receita. Objetiva identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si.

5º Nível – Alínea – AA

Funciona como uma qualificação da RUBRICA. Apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros.

6º Nível – Subalínea – SS

Constitui o nível mais analítico da receita, especificando a ALÍNEA.

Exemplo – codificação completa da natureza da receita:

Pode-se visualizar a codificação da natureza da receita através deste exemplo prático: receita de imposto de renda pessoa física.

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MCASP, Parte I, 4ª edição

Atenção! A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para atender às necessidades internas de classificação da receita, poderão detalhar ainda mais as classificações orçamentárias a partir do nível não detalhado pela União.

O maior detalhamento do código de natureza da receita poderá ser efetuado através de duas formas:

Utilização dos níveis que estão com zeros, ou seja, que não foram detalhados pela União; ou

Criação do 7º nível (e último) de natureza da receita com dois dígitos.

Portanto, a codificação econômica da receita orçamentária é composta obrigatoriamente por 8 dígitos em 6 níveis, todavia, poderá conter até 10 dígitos em 7 níveis.

8. FONTE E DESTINAÇÃO DE RECURSOS

A classificação por natureza da receita, vista anteriormente, objetiva a melhor identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador.

No entanto, existe ainda a necessidade de classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados. Dependendo da fonte do recurso ele deverá ser destinado para despesas específicas. Diante de tal demanda, foi instituído pelo Governo Federal o mecanismo de Fonte e Destinação de Recursos.

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Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência dos recursos, que devem ser gastos com uma determinada finalidade. Destinar recursos é exatamente informar onde o recurso será aplicado. Assim, de acordo com a fonte do recurso ele será destinado para determinados fins pré-estabelecidos.

Destinar recursos é indicar previamente, é o processo pelo qual os recursos públicos são correlacionados a uma aplicação. A Portaria Conjunta STN/SOF nº 1/2011 classifica a destinação em:

Destinação Vinculada: é o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma.

Denomina-se receita vinculada aquela com destinação específica estabelecida na Constituição Federal ou em dispositivos legais. A vinculação da receita torna a programação financeira menos flexível.

Grande parte dos impostos possui suas receitas legalmente vinculadas, ou seja, quando arrecadados só poderão ser utilizados para determinados fins específicos. Apesar da CF, art. 167, inciso IV, vedar a vinculação da receita de impostos, o mesmo inciso estabelece um elenco numeroso de exceções.

A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. A vinculação poderá também ser derivada de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, em virtude da legislação prever tal vinculação em determinados casos, cujos recursos são obtidos nessas transações com finalidade específica.

Assim, por exemplo, os recursos obtidos através do contrato de financiamento que estado do Espírito Santo firmou com o BNDES, em 2010, no total de R$ 250 milhões, para projetos de infraestrutura e meio ambiente, estão vinculados a tais finalidades específicas, previamente estipuladas no mencionado contrato.

Foi cobrado em concurso!

(ESAF – Procurador MP/TCE/GO – 2007) O princípio da não vinculação ou não afetação de receita impede a

a) destinação de taxa a fundo.

b) retenção de tributos em garantia de cumprimento de obrigaçãoassumida com a União.

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c) vinculação da receita de impostos, salvo exceções expressamentedefinidas.

d) repartição do produto da arrecadação das contribuições sociaiscom os Estados e Municípios.

e) concessão de garantia lastreada na arrecadação tributária.

Resolução

O princípio da não vinculação está contido no texto constitucional, o qual informa a proibição de se vincular as receitas de IMPOSTOS. Portanto, outras espécies tributárias, como as taxas e contribuições, poderão ter suas receitas vinculadas, ou seja, previamente destinadas para determinadas despesas.

Constituição Federal – CF/88:

Art. 167. São vedados:

(...)

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

Assim, o mesmo inciso que estabelece a regra também prevê as numerosas exceções, reforçadas pelo § 4º. Portanto, o princípio da não vinculação ou não afetação impede a vinculação da receita de IMPOSTOS, salvo (as muitas) exceções expressamente definidas. Letra C.

Veja agora esta questão do CESPE considerada CERTA!

(CESPE – Técnico/TRE/AL) O orçamento brasileiro tem alto grau de vinculações, tais como transferências constitucionais para estados e municípios, manutenção do ensino, seguridade social e receitas próprias de entidades. Essas vinculações tornam o processo orçamentário extremamente rígido.

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Resolução

Portanto, o processo orçamentário brasileiro é considerado extremamente rígido em relação às receitas, haja vista que grande parte das receitas públicas está vinculada a determinados tipos de gastos ou investimentos, a exemplo das transferências constitucionais para estados e municípios, manutenção do ensino, saúde, seguridade social e outras receitas próprias geradas pelas entidades. CERTO.

Destinação Ordinária: é o processo de alocação livre entre a fonte e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

Algumas fontes de recursos não estão vinculadas legalmente a determinadas aplicações e podem ser destinadas livremente durante o processo de planejamento orçamentário.

Informa-se previamente onde o recurso arrecadado será aplicado, todavia, essa destinação não é oriunda de uma imposição legal, mas planejada de acordo com os interesses do Estado.

Lembre-se! Tem-se uma Destinação Vinculada quando a utilização dos recursos for rígida e direcionada pela legislação. De outra forma, estaremos diante de uma Destinação Ordinária, ou seja, ocorre quando a utilização dos recursos for livremente planejada.

De acordo com a fonte do recurso ele será destinado para determinados fins pré-estabelecidos. Torna-se necessário, portanto, identificar e individualizar esses recursos arrecadados de modo a evidenciar sua aplicação, seja por determinação legal ou o livre planejamento estatal. Tal identificação das fontes e destinações de recursos é procedida através de códigos específicos.

Importante! O controle das destinações de recursos deve ser feito por todos os entes da Federação, devido à existência de vinculações para todos eles. Todos os entes possuem vinculações próprias, devendo existir especificações de fontes para essas destinações.

A metodologia de destinação de recursos constitui instrumento que interliga todo o processo orçamentário-financeiro, desde a previsão da receita até a execução da despesa. Esse mecanismo possibilita a transparência no gasto público e o controle das fontes de financiamento das despesas, por motivos estratégicos (destinação ordinária) e pela legislação que estabelece vinculações para as receitas (destinação vinculada).

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Transparência, pois, com a identificação das fontes, pode-se verificar se os recursos auferidos foram devidamente empregados nas destinações que a norma legal obrigou, ou que o ente estatal se dispôs a executar. Proceder ao controle e possibilitar a transparência dos bens públicos constitui um dos objetivos da contabilidade pública.

LRF (LC. 101/00):

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:

I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;

Lembre-se! A metodologia de destinação de recursos constitui instrumento que interliga todo o processo orçamentário-financeiro, desde a previsão da receita até a execução da despesa.

Na elaboração da Lei Orçamentária Anual, ao se fixar a despesa deve-se indicar, através dos códigos, a Fonte de Recursos que irá financiá-la, juntamente com outras classificações, como a natureza da despesa ou o programa de trabalho.

Procedimento semelhante para a receita, cuja previsão de arrecadação consta na LOA com a classificação da Natureza da Receita mais o código de Destinação de Recursos.

Na execução orçamentária, a codificação da destinação da receita indica a sua aplicação, evidenciando, a partir do ingresso, as destinações dos valores. Para a realização da despesa deve estar demonstrada qual a fonte de financiamento da mesma, estabelecendo-se a interligação entre a receita e a despesa.

Na Lei Orçamentária Anual:

A receita prevista - Deve indicar a Destinação do Recurso, quando efetivamente arrecadada.

A despesa fixada - Deve indicar a Fonte de Recurso que irá financiá-la, possibilitando a sua execução.

Assim sendo, no momento do recebimento dos valores é feita a identificação da receita e, consequentemente, a destinação do recurso, sendo possível determinar a disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público e aquela reservada para finalidades específicas, conforme vinculações estabelecidas.

9. ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA

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As etapas, também conhecidas como estágios ou fases da receita pública, demonstram o caminho percorrido pela receita no seu processo de gestão. A 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público e o Manual Técnico de Orçamento 2012 informam as seguintes etapas da receita:

1ª Planejamento Confecção do orçamento: previsão da receita a ser auferida.

2ª Execução

A. Lançamento

B. Arrecadação

C. Recolhimento

Etapa de reconhecimento da receita e de efetivo recolhimento aos cofres públicos.

9.1. PLANEJAMENTO

A etapa do planejamento da receita compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária. O governo estima quanto irá arrecadar no exercício financeiro através de metodologias de projeção, observando ainda as disposições da legislação aplicável.

O planejamento orçamentário é materializado na Lei Orçamentária Anual – LOA, a qual prevê a receita e fixa a despesa a serem executadas. O Poder Executivo elabora o orçamento e envia ao Legislativo através de projeto de lei, onde é discutido e modificado, e posteriormente devolvido ao Chefe do Executivo para sanção.

O planejamento para a arrecadação de receitas e realização de despesas públicas no Brasil é obrigatório, conforme previsão em normas cogentes, em especial, na Constituição Federal, Lei nº. 4.320/64 e na Lei de responsabilidade Fiscal.

Constituição Federal - CF/88:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

(grifo nosso)

Lei nº 4.320/64:

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

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LRF (LC. 101/00):

Art. 1º , § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

(grifo nosso)

Assim, objetivando atender ao Princípio da Legalidade, o Estado deve planejar a arrecadação de receitas e a realização de despesas e submeter à apreciação do Poder Legislativo, verdadeiro e legítimo representante do povo.

Os parâmetros para a previsão da receita visam a efetividade do princípio do planejamento e da responsabilidade na gestão fiscal estabelecidos na LRF, posto que constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação (art. 11 da LRF). Dentro desse pensamento, essa norma indicou parâmetros para a projeção das receitas orçamentárias da seguinte forma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

(grifo nosso)

9.2. EXECUÇÃO

A execução é a etapa em que há o reconhecimento da receita e seu efetivo recolhimento aos cofres públicos. Depois de prevista na LOA a receita é posteriormente executada. A Lei nº 4.320/64 estabelece três fases da execução da receita orçamentária. Processo “decoreba”!

L

A

R

Lançamento;

Arrecadação;

Recolhimento.

Dica! Atente-se para a ordem de execução da receita. Normalmente há questões de concursos que invertem as fases de arrecadação e

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recolhimento ou os seus conceitos. Essa é uma pegadinha muito comum.

A. LANÇAMENTO

O lançamento consiste no procedimento administrativo onde se verifica a procedência do crédito fiscal, quem é o devedor e quando ele deverá cumprir sua obrigação de pagamento.

Lei nº 4.320/64:

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53. O lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do direito da fazenda pública em contrapartida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o registro da receita por competência.

Importante! Não são todas as receitas públicas que passam pela fase do lançamento. Conforme esclarece o art.52 da lei 4.320/64, são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

O imposto direto é aquele cobrado diretamente do contribuinte. O sujeito passivo paga o imposto diretamente para o Estado, como, por exemplo, o IPTU ou o IPVA. Portanto, o ente estatal sabe quem de fato arcou com o pagamento do imposto.

O imposto indireto é aquele que o contribuinte não paga diretamente para o Estado, como ocorre, por exemplo, com o ICMS. O imposto é pago pelo comprador (contribuinte) na transação comercial para a empresa, embutido no produto, a qual é mera repassadora do imposto para o Estado. Portanto, o ente estatal não sabe quem de fato arcou com o pagamento do imposto.

Lançamento da receita é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Assim, as receitas provenientes de um contrato de aluguel ou um contrato de empréstimo, por exemplo, deverão passar pela fase de

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lançamento. Tanto as receitas originárias como as derivadas poderão passar pelo lançamento.

LANÇAMENTO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS

Segundo o art. 142 do Código Tributário Nacional, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

O Código Tributário Nacional - CTN informa a existência de três modalidades de lançamento para constituição do crédito tributário:

Lançamento de ofício ou direto (art. 149, CTN): a participação do sujeito passivo é nula (ou quase nula). A administração pública coleta as informações e realiza todo o procedimento administrativo, sem auxílio do sujeito passivo no momento do lançamento.

São exemplos: IPTU e IPVA. Conforme se observa nos exemplos, o ente estatal já possui em seu banco de dados os proprietários de imóveis e de veículos automotores, não necessitando do auxílio do sujeito passivo no exato momento do lançamento. Suas principais características são a iniciativa da autoridade tributária e a independência da colaboração do sujeito passivo.

Lançamento por declaração ou misto (art. 147, CTN): a participação do sujeito passivo e do estado é equilibrada. O sujeito passivo presta informações à autoridade tributária quanto a matéria de fato, cabendo à administração pública apurar o montante do tributo devido. O ITBI, Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, é um exemplo: o município cobra o tributo tendo por base as informações prestadas pelo contribuinte. Suas principais características são: o sujeito passivo fornece informações à autoridade tributária; somente com tais informações será calculado o valor devido e lançado o tributo.

Lançamento por homologação ou autolançamento (art.150, CTN): a participação do sujeito passivo é quase exclusiva, realizando quase todos os atos para que seja finalizado o lançamento. O sujeito passivo antecipa o pagamento em relação ao lançamento, sem prévio exame da autoridade tributária, ficando seus atos sujeitos à confirmação posterior da autoridade competente.

O IRPF é um exemplo: o contribuinte antecipa o pagamento e no ano seguinte faz a declaração anual de ajuste do imposto de renda. De posse da declaração, a autoridade fiscal irá analisar as informações e homologar (ou não) o procedimento do sujeito passivo.

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B. ARRECADAÇÃO

A arrecadação ocorre no momento em que o contribuinte ou devedor efetua o pagamento. Assim, a arrecadação consiste na entrega realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro Nacional.

Lei nº 4.320/64:

Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.

Os agentes arrecadadores, normalmente instituições financeiras, precisam estar previamente cadastrados e ligados à rede de arrecadação do ente.

Observe, por exemplo, o carne para pagamento do IPTU encaminhado pela prefeitura de sua cidade. Nele consta o nome de todos os bancos que estão autorizados a arrecadar o imposto.

Importante! É nesta fase (e não no recolhimento) que a receita é considerada realizada sob o aspecto orçamentário, para fins de acompanhamento e execução do orçamento.

Lei nº 4.320/64:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

II - as despesas nele legalmente empenhadas.

C. RECOLHIMENTO

O recolhimento ocorre no momento em que o agente arrecadador transfere o recurso ao ente. Assim, o recolhimento da receita consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente da Federação.

Lei nº 4.320/64:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

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10. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

1. (CESPE – TFCE/TCU – 2012) As receitas orçamentárias na esferaeconômica serão classificadas em receitas correntes e receitas de capital. Receitas correntes são aquelas provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, ao passo que as de capital originam-se dos tributos arrecadados pelo Estado.

Resolução São receitas correntes: 1. Receita Tributária2. Receita de Contribuições3. Receita Patrimonial4. Receita Agropecuária5. Receita Industrial6. Receita de Serviços7. Transferências Correntes9. Outras Receitas CorrentesSão receitas de capital: 1. Operações de Crédito2. Alienação de Bens3. Amortização de Empréstimos4. Transferências de Capital5. Outras Receitas de CapitalRecursos financeiros oriundos de constituição de dívidas são sinônimos de “operações de crédito”. ERRADO.

2. (CESPE – TCDF/ACE – 2012) Caso haja parcelas a seremrestituídas no curso da arrecadação de determinada receita orçamentária, os recursos correspondentes a essas parcelas não deverão ser contabilizados como despesa, mas como dedução de receita.

Resolução

Observe o que estabelece o Decreto nº 93.872/86 acerca do assunto:

Art. 14. A restituição de receitas orçamentárias, descontadas ou recolhidas a maior, e o ressarcimento em espécie a título de incentivo ou benefício fiscal, dedutíveis da arrecadação, qualquer que tenha sido o ano da respectiva cobrança, serão efetuados como anulação de receita, mediante expresso reconhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional, pela autoridade competente, a qual, observado o limite de saques específicos estabelecido na programação financeira de desembolso, autorizará a entrega da respectiva importância em documento próprio (Lei nº 4.862/65, art.

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18 e Decreto-lei nº 1.755/79, art. 5º). Parágrafo único. A restituição de rendas extintas será efetuada com os recursos das dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional, desde que não exista receita a anular (Lei nº 4.862/65, § do art. 18).

Portanto, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

A restituição deverá ser registrada como anulação de receita, ou seja, dedução de valor na respectiva natureza de receita, mesmo que a arrecadação da receita e sua restituição ocorram em exercícios financeiros distintos. Caso a renda tenha sido extinta, deve ser utilizado o mecanismo de dedução até o montante de receita a anular, ou seja, deve ser utilizado o saldo ainda existente. O valor que ultrapassar o saldo da receita a anular deve ser registrado como despesa. São rendas extintas aquelas cujo fato gerador da receita não representa mais situação que gere arrecadações para o ente. Portanto, caso haja parcelas a serem restituídas no curso da arrecadação de determinada receita orçamentária, os recursos correspondentes a essas parcelas não deverão ser contabilizados como despesa, mas como dedução de receita. CERTO.

3. (ESAF – APO/MPOG – 2010) Assinale a opção cujo fatoadministrativo é objeto da contabilidade aplicada ao setor público e que afeta positivamente a situação patrimonial líquida do ente. a) Recebimento, pelo almoxarifado, de material de consumo e aconseqüente liquidação da despesa. b) Transferência de bens constante do patrimônio para uso em outroente da administração federal. c) Confirmação, pelo credor, de cancelamento de dívida antescontabilizada e constante do passivo da instituição. d) Cancelamento de aval concedido a ente da esfera estadual emrazão do pagamento da dívida. e) Operação de crédito de longo prazo mediante colocação de títulosno mercado.

Resolução Recordando! São atos e fatos administrativos, também denominados de atos e fatos contábeis: Ato Administrativo- Evento que não provoca qualquer alteração no patrimônio da entidade (concessão de aval, previsão da receita, etc.), mas eventualmente poderá vir a provocar. Fato Administrativo- Evento que provoca alteração no patrimônio da entidade (bens, direitos e obrigações), podendo alterar ou não o patrimônio líquido. São classificados em modificativos, permutativos e mistos.

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A questão pede um fato administrativo que afeta positivamente o patrimônio líquido do ente, ou seja, um fato modificativo aumentativo, uma receita sob o enfoque patrimonial. a) Há ingresso de material no ativo (almoxarifado) e consequentereconhecimento da despesa (liquidação), com criação de uma obrigação passiva a pagar no mesmo valor. Portanto, não há alteração no patrimônio líquido. ERRADO. b) Para o ente que transfere ocorre um fato modificativo diminutivo,devido à saída de bens do ativo, ou seja, uma despesa sob o enfoque patrimonial. ERRADO. c) Mesmo que a dívida a pagar não tenha sido contabilizadatempestivamente na época devida, deverá ser registrada e posteriormente cancelada, em virtude da benesse do credor. Assim, o cancelamento de obrigação passiva a pagar gera uma receita sob o enfoque patrimonial, ou seja, um fato administrativo modificativo aumentativo, um aumento do patrimônio líquido. CERTO. d) Cancelamento de aval concedido a ente da esfera estadual emrazão do pagamento da dívida é um ATO administrativo, ou seja, a garantia concedida e o seu cancelamento não alteram qualquer elemento patrimonial. Tal ato, em virtude de sua potencialidade de afetar o patrimônio, deverá ser registrado pela contabilidade pública nas contas de compensação. ERRADO. e) Operação de crédito mediante colocação de títulos no mercado: háingresso financeiro no ativo e correspondente obrigação passiva a pagar, portanto, não altera o patrimônio líquido positivamente. ERRADO. Portanto, letra C.

4. (ESAF – APO/MPOG – 2008) Acerca de receitas públicas, assinale aopção incorreta. a) Algumas receitas derivadas dos entes da Federação podem servinculadas à prestação de garantia ou contragarantia à União, mas não ao pagamento de débitos para com esta. b) Tanto a taxa quanto o preço público têm pagamento compulsório,mas só a primeira pode ser cobrada pela mera disposição de um serviço público. c) A estimativa do impacto orçamentário-financeiro e o atendimento àlei de diretrizes orçamentárias são condições necessárias mas não suficientes à renúncia de receita. d) A receita originária caracteriza-se fundamentalmente pelo fato desua percepção não ter o caráter coercitivo próprio da atividade do Estado. e) Concessões de isenção em caráter não geral estão compreendidasno conceito legal de renúncia de receita.

Resolução Observe que foi solicitada a opção ERRADA.

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a) O § 4.º, art. 167 da CF é claro ao informar que é permitida avinculação de receitas de impostos, para a prestação de garantia ou contragarantia à União, inclusive para pagamento de débitos para com esta. Receitas de impostos são receitas derivadas, as quais derivam do poder de imposição de Estado, portanto, a opção está ERRADA. b) A taxa possui pagamento compulsório, podendo ser cobradainclusive pela mera disposição de um serviço público, mesmo que ele não seja utilizado pelo particular. Trata-se de uma relação jurídica de direito público. Exemplo: taxa de coleta de lixo. O preço público tem sua prestação pecuniária facultativa, ou seja, o particular pode decidir pela utilização (ou não) do serviço púbico e assim do seu consequente pagamento. Todavia, uma vez utilizado o serviço, seu pagamento deverá ser compulsório (obrigatório), pois o particular se obrigou, firmando contrato e utilizando o serviço público. Trata-se de uma relação jurídica de direito privado. Exemplo: tarifa de serviço de telefonia. CERTO. c) A LRF estabelece como condição necessária para a renúncia dereceitas: 1. Demonstração pelo proponente de que a renúncia foi consideradana estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; 2. Estar acompanhada de medidas de compensação, no períodomencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. Assim, a estimativa do impacto orçamentário-financeiro e o atendimento à lei de diretrizes orçamentárias são condições necessárias, mas não suficientes, à renúncia de receita. CERTO. d) A receita originária caracteriza-se por ser oriunda das “atividadesempresariais” do Estado, portanto, sua percepção não possui o caráter coercitivo, caracteriza esta das receitas derivadas. CERTO. e) Perfeito! Isenção tributária em caráter não geral estácompreendida no conceito legal de renúncia de receita. Caso a renúncia fosse de caráter geral, ou seja, indistintamente para todos, não seria o caso de renúncia de receita, mas apenas de diminuição da carga tributária. CERTO. Portanto, a resposta ERRADA está na letra A.

5. (ESAF – AFC/CGU – 2008) Sobre os conceitos e classificaçõesrelacionados com Receita Pública, assinale a opção correta. a) Toda receita orçamentária efetiva é uma receita primária, masnem toda receita primária é uma receita orçamentária efetiva. b) O ingresso de recursos oriundo de impostos se caracteriza comouma receita derivada, compulsória, efetiva e primária.

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c) São exemplos de receitas de capital aquelas derivadas dealienações de bens imóveis e de recebimento de taxas por prestação de serviços. d) São exemplos de receitas correntes as receitas tributárias e asoriundas de alienação de bens. e) As receitas intra-orçamentárias constituem contrapartida dasdespesas realizadas entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal, da Seguridade Social e de investimento das empresas.

Resolução a) Nem toda receita orçamentária efetiva é uma receita primária, aexemplo das transferências correntes, posto que receita orçamentária efetiva é aquela que provoca alteração positiva na situação líquida patrimonial, no momento do reconhecimento da receita. Errado. b) Perfeito! O ingresso de recursos oriundo de impostos secaracteriza como uma receita derivada (deriva do patrimônio da sociedade), compulsória (obrigatória), efetiva (altera a situação líquida patrimonial) e primária (são incluídas no resultado primário). Certo. c) O recebimento de taxas por prestação de serviços é receitacorrente. Errado. d) As receitas oriundas de alienação de bens não são correntes, massim de capital. Errado. e) As receitas intra-orçamentárias não são contrapartida da despesaem geral, mas sim contrapartida das despesas realizadas na modalidade de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”, incluída na Portaria Interministerial STN/SOF n° 163/2001, pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 688/2005. Dessa forma, na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas poderão ser identificadas, de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento. Errado.

6. (ESAF – AFC/CGU – 2008) Considere os seguintes dados dereceitas e despesas constantes da proposta orçamentária de um determinado ente da federação (valores em mil):

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Com base nos dados apresentados, marque a opção correta. a) A proposta respeita o princípio orçamentário do equilíbrio, masapresenta um déficit no orçamento corrente. b) O ente ainda poderá incorporar na proposta orçamentária novasoperações de crédito com a finalidade de realizar despesas correntes, até o montante de 5.000, sem desrespeitar a regra de ouro estabelecida na Constituição Federal. c) O superávit do orçamento de capital foi de 1.600.d) A aprovação de crédito suplementar no montante de 10.000 parapagamento de juros referente ao refinanciamento da dívida, tendo como fonte de recursos receitas de operações de crédito, precisará de aprovação do legislativo por maioria simples.

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e) O ente poderá destinar a totalidade ou parte da Receita deAlienação de Bens para pagamento de juros da dívida.

Resolução O comando da questão refere-se aos seguintes tópicos: a) Princípio do equilíbrio orçamentário;b) Regra de ouro;c) Déficit ou superávit do orçamento de capital;d) Crédito adicional suplementar por maioria simples;e) Receita de alienação de bens para o pagamento de juros dadívida.

a) Princípio do equilíbrio orçamentário:A lei orçamentária anual deve manter o equilíbrio, do ponto de vista contábil, entre os valores de receita e de despesa. Assim sendo, na LOA o total das receitas deve ser igual ao das despesas. Isso não significa que ao final da gestão (exercício financeiro) os valores serão iguais, aliás, essa possibilidade é quase improvável.

No final do exercício financeiro, as igualdades entre os valores ativo e passivo são evidenciadas nos demonstrativos contábeis.

A LRF consagra esse princípio, incorporando-o às finanças públicas, estabelecendo o princípio geral do equilíbrio, onde as despesas deverão acompanhar a evolução das receitas, caso contrário, deverá haver limitação de empenho - gasto (art. 9º).

Ainda existe previsão na LRF de que a LDO disporá sobre o equilíbrio entre receita e despesa (art. 4º, inciso I, alínea “a’).

De acordo com as regras da LRF, atualmente não mais se busca o equilíbrio orçamentário formal, mas sim o equilíbrio das finanças públicas. O Estado deverá pautar sua gestão pelo equilíbrio entre receitas e despesas.

Cálculo do equilíbrio orçamentário:

Receitas Despesas

Receitas de Serviços 2.000 Despesa de Pessoal 21.000 Receitas de Alienação de Bens

3.400 Despesa de Inversão Financeira 13.000

Receitas de Juros 2.300 Despesa de Juros 2.500 Receitas Tributárias 15.300 Despesa de Investimentos 7.500 Receitas de Operações de Crédito - Contratual 15.500

Despesa de Amortização 20.000

Receitas de Contribuições 12.500 Outras Despesas Correntes 9.000 Receitas de Operações de Crédito – Refinanciamento da Dívida

20.000

Receitas de Dívida Ativa 2.000

Total das receitas 73.000 Total das despesas 73.000

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A opção “A” afirma que: “A proposta respeita o princípio orçamentário do equilíbrio, mas apresenta um déficit no orçamento corrente”.

Analisando o quadro acima, quanto à primeira parte está perfeito! A proposta respeita o princípio orçamentário do equilíbrio (total das receitas = total das despesas).

Cálculo do orçamento corrente:

Receitas Despesas

Receitas de Serviços 2.000 Despesa de Pessoal 21.000 Receitas de Alienação de Bens

-------- Despesa de Inversão Financeira -------

Receitas de Juros 2.300 Despesa de Juros 2.500 Receitas Tributárias 15.300 Despesa de Investimentos -------- Receitas de Operações de Crédito - Contratual -------

Despesa de Amortização --------

Receitas de Contribuições 12.500 Outras Despesas Correntes 9.000 Receitas de Operações de Crédito – Refinanciamento da Dívida

--------

Receitas de Dívida Ativa 2.000

Total das receitas 34.100 Total das despesas 32.500

Conclusão: a proposta orçamentária evidencia superávit no orçamento corrente de R$ 1.600. Opção Errada.

b) Regra de ouro:O que significa a regra de ouro?

A denominada “regra de ouro” encontra-se inserida no Constituição Federal de 1988, especificamente no inciso III do art. 167, na Seção II – Dos Orçamentos, dentro do Capítulo II – Das Finanças Públicas.

É uma regra relativa aos dispositivos orçamentários na qual se veda, em princípio, a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital.

A inserção dessa regra em nível constitucional objetiva evitar o exagerado e desnecessário endividamento do Estado brasileiro e com isso não permitir a sua estagnação em termos de investimentos para não comprometer o desenvolvimento das gerações futuras.

Observe a regra constitucional:

Art. 167. São vedados:

--------------------------

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

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Cálculo da regra de ouro: Receitas Despesas

Receitas de Serviços ------ Despesa de Pessoal -------- Receitas de Alienação de Bens

------- Despesa de Inversão Financeira 13.000

Receitas de Juros ------ Despesa de Juros ------- Receitas Tributárias ------ Despesa de Investimentos 7.500 Receitas de Operações de Crédito - Contratual 15.500

Despesa de Amortização 20.000

Receitas de Contribuições ------- Outras Despesas Correntes ------- Receitas de Operações de Crédito – Refinanciamento da Dívida

20.000

Receitas de Dívida Ativa -------

Total das receitas 35.500 Total das despesas 40.500

Cuidado! Observe que no lado das receitas devem constar apenas as provenientes de operações de crédito e no lado das despesas, o somatório de todas as despesas de capital.

A opção “B” afirma que: “O ente ainda poderá incorporar na proposta orçamentária novas operações de crédito com a finalidade de realizar despesas correntes, até o montante de 5.000, sem desrespeitar a regra de ouro estabelecida na Constituição Federal”. Perfeito! Conforme se observa no quadro acima, confrontando a as receitas de operações de crédito com as despesas de capital, houve diferença de R$ 5.000.

Como o total das despesas de capital é maior do que o total das receitas de operações de crédito em R$ 5.000 (40.500 - 35.500), a Constituição Federal permite a realização de operações de crédito até o montante das despesas de capital, ou seja, o Estado ainda poderealizar empréstimo de até R$ 5.000. Opção Certa.

c) Déficit ou superávit do orçamento de capital:Cálculo do orçamento de capital: Receitas Despesas

Receitas de Serviços ------ Despesa de Pessoal -------- Receitas de Alienação de Bens

3.400 Despesa de Inversão Financeira 13.000

Receitas de Juros ------ Despesa de Juros ------- Receitas Tributárias ------ Despesa de Investimentos 7.500 Receitas de Operações de Crédito - Contratual 15.500

Despesa de Amortização 20.000

Receitas de Contribuições ------- Outras Despesas Correntes ------- Receitas de Operações de Crédito – Refinanciamento da Dívida

20.000

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Receitas de Dívida Ativa -------

Total das receitas 38.900 Total das despesas 40.500

Conclusão: déficit no orçamento de capital de R$ 1.600. A opção “C” afirma que: “O superávit do orçamento de capital foi de 1.600”. Lógica! Se o orçamento está equilibrado e foi constatado que a proposta orçamentária evidencia superávit no orçamento corrente de R$ 1.600, é óbvio que não poderia haver superávit do orçamento de capital de 1.600, ao contrário, deve haver déficit no orçamento de capital de mesmo valor. Opção Errada.

d) Crédito adicional suplementar por maioria simplesConforme se verifica acima, a regra constitucional prevê exceção à aplicação da “regra de ouro”, exceção essa não repetida pela LRF. Dessa forma a LRF restringiu a regra constitucional porque não inseriu a ressalva constitucional.

Portanto, conforme o regramento constitucional o Poder Legislativo pode autorizar, por maioria absoluta e finalidade precisa, a realização de operações de créditos (empréstimos) em montante superior às despesas de capital fixadas na Lei Orçamentária Anual – LOA ou em créditos adicionais.

Atenção! Essa é a única matéria orçamentária que exige quorum qualificado (maioria absoluta) do Congresso Nacional (votação conjunta) para apreciação dessa matéria referente à “regra de ouro”, ou seja, autorização para endividamento do estado brasileiro.

Portanto, a autorização Legislativa (CN) para endividamento da União, ou seja, para a realização de operações de crédito em montante superior às despesas de capital requer maioria absoluta e finalidade precisa de aplicação do recurso (empréstimo).

A opção “D” afirma que: “A aprovação de crédito suplementar no montante de 10.000 para pagamento de juros referente ao refinanciamento da dívida, tendo como fonte de recursos receitas de operações de crédito, precisará de aprovação do legislativo por maioria simples”. Pelo que dissertamos acima, nessa situação (realização de operações de créditos - empréstimos - em montante superior às despesas de capital fixadas na Lei Orçamentária Anual), necessita de aprovação do Poder Legislativo por MAIORIA ABSOLUTA. Opção Errada. e) Receita de alienação de bens para o pagamento de juros dadívida:

A LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o

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financiamento de despesa corrente, salvo se destinada, por lei, aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Essa regra restringe a aplicação de recurso provenientes da alienação dos bens de capital dos Entes em despesas de custeio (corrente). Objetiva evitar que os bens públicos sejam alienados para fins de obtenção de receitas destinadas a realização de despesas de custeio em geral e ainda reforça a idéia de preservação do patrimônio público.

Assim sendo, atualmente a LRF vincula que a receita de alienação de ativos seja aplicada em despesas de capital, exceto quando destinada, por lei, aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ou seja, nesse caso pode-se aplicar as receitas em despesas correntes. Observe a regra da LRF:

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Atenção! É importante saber que pagamento de juros da dívida é despesa corrente. A opção “E” afirma que: “O ente poderá destinar a totalidade ou parte da Receita de Alienação de Bens para pagamento de juros da dívida”. Conforme o art. 44 da LRF não mais se permite a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos. Opção Errada.

7. (CESPE – Especialista-Contador/SESA-ES – 2011) Receitas sãodefinidas como aumentos nos benefícios econômicos, durante o período contábil, que resultem em aumento do patrimônio líquido, sob a forma de entrada de recursos provenientes de aumento de ativos ou de diminuição de passivos ou, ainda, de aporte dos proprietários da empresa.

Resolução CFC:

Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que NÃO sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

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Somente ocorre receita sob a ótica contábil, para fins de estudo do patrimônio, quando o fato administrativo acarreta um acréscimo no patrimônio líquido (saldo patrimonial ou situação líquida patrimonial) excluídos os eventuais aumentos que estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais (proprietários da entidade). ERRADO.

8. (CESPE – Analista-Contabilidade/EBC – 2011) A receita de serviçosde publicidade legal decorrentes das atividades de agenciamento de publicidade é classificada como receita corrente.

Resolução

Lei 4.320/64:

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

CERTO.

9. (CESPE – Analista de Orçamento/MPU – 2010) São consideradasreceitas correntes, entre outras, as tributárias, as industriais, as agropecuárias e patrimoniais que envolverem a conversão, em espécie, de bens e direitos.

Resolução

São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Portanto, as receitas provenientes da conversão, em espécie, de bens e direitos, são receitas de capital, motivo pelo qual a questão está ERRADA.

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10. (CESPE – Analista Atuarial/MPU – 2010) Considere que o governoisente equipamentos de informática do imposto sobre produtos industrializados (IPI). Nessa situação, haverá perda de receitas correntes no orçamento público.

Resolução

Todas as receitas tributárias provenientes das espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e de contribuições são receitas correntes. Assim, a isenção de impostos para qualquer tipo de produto ocasionará perda específica de receita em relação à espécie tributária. “Perda específica” porque a perda de arrecadação de determinado imposto poderá ser compensada pela arrecadação maior de outra espécie. CERTO.

11. (CESPE – Técnico de Orçamento/MPU – 2010) Se um contribuintenão pagar a parcela de determinado imposto até o vencimento, os juros de mora devidos no momento do pagamento devem ser contabilizados em outras receitas correntes.

Resolução

Receita Corrente – Outras Receitas Correntes: são os ingressos correntes provenientes de outras origens, não enquadradas nas demais classificações de receita corrente, abrangendo, assim, as Multas e Juros de Mora (Multas e Juros de Mora dos Tributos, das Contribuições, da Dívida Ativa dos Tributos, de Aluguéis, Multas por Danos ao Meio Ambiente, etc.). CERTO.

12. (CESPE – Analista/ANATEL – 2009) As receitas intra-orçamentárias se contrapõem às despesas intra-orçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

Resolução

Perfeito! Esse é o objetivo principal das receitas e despesas intraorçamentárias: elas devem se contraporem, de forma a se anularem, evitando a dupla contagem das operações entre os órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social. Conforme o exemplo anterior, apesar de ocorrer uma despesa no MPU e uma receita na Imprensa Oficial, para a União tal operação não acarretou qualquer alteração patrimonial. CERTO.

13. (CESPE – Agente de Polícia Federal – 2009) O recurso financeiroproveniente de outra pessoa de direito público pode ser classificado como receita de capital.

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Resolução

O recurso financeiro proveniente de outra pessoa de direito público pode ser classificado tanto como receita corrente como receita de capital. Como exemplo tem-se as transferências, as quais poderão ser correntes (caso destinadas às despesas correntes) ou de capital (caso destinadas às despesas de capital). CERTO.

14. (CESPE – Analista/Min. Int. Nacional 2009) Se um ente públicoinstitui uma contribuição de melhoria durante o exercício financeiro, a receita correspondente ao novo tributo, quando recebida, deve ser incluída no montante da receita orçamentária, ainda que não tenha havido tempo hábil para alterar o orçamento do exercício em curso no valor correspondente.

Resolução

A contribuição de melhoria é uma receita orçamentária, que ingressa definitivamente ao patrimônio público, classificada como Receita Corrente Tributária, independente de alterações no orçamento vigente. CERTO.

15. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A receita orçamentária efetiva,no momento do seu reconhecimento, constitui fato contábil modificativo aumentativo, aumentando a situação líquida patrimonial da entidade.

Resolução

Receita Efetiva: Provoca EFETIVA alteração no patrimônio líquido. O reconhecimento da receita constitui fato contábil modificativo aumentativo, aumentando a situação líquida patrimonial.

Receita Não-Efetiva: Não provoca, NÃO EFETIVA alteração no patrimônio líquido. O reconhecimento da receita constitui fato contábil permutativo, não alterando a situação líquida patrimonial.

CERTO.

16. (CESPE – Analista/MMA – 2008) Com base nos conceitos decontabilidade e nas disposições da Lei n.º 4.320/1964 e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue os itens a seguir.

Na atividade de exploração de reservas florestais, sujeitas a processo de crescimento natural ou acréscimo de valor vegetativo, a receita é reconhecida antes mesmo da transferência dos respectivos produtos para terceiros, os clientes.

Resolução

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Observe que a questão informa claramente que devem ser observados inclusive os conceitos contábeis. Considerando o Princípio da Competência, a receita deve ser reconhecida pela fato gerador, independente de seu ingresso financeiro. Na atividade de exploração de reservas florestais o crescimento natural ou acréscimo de valor vegetativo acarreta consequentemente acréscimo no valor dos ativos da empresa e, portanto, receita. Assim, a receita deve ser reconhecida antes mesmo da venda dos respectivos produtos para os clientes. CERTO.

17. (CESPE – Min. Saúde – 2008) Na classificação da receita, ascontribuições sociais constituem receita tributária e a alienação de bens imóveis, receita patrimonial.

Resolução

As duas classificações informadas estão erradas. São duas pegadinhas comuns em concurso, mas dessa vez usadas em uma única questão.

Contribuições sociais são Receitas de Contribuições:

Receita Corrente – Receita Tributária: impostos, taxas e contribuições de melhoria;

Receita Corrente – Receitas de Contribuições: contribuições sociais e contribuições econômicas.

Alienação de bens imóveis gera Receita de Capital – Alienação de Bens, e não Receita Corrente – Receita Patrimonial:

Receita Corrente – Receita Patrimonial: ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

Receita de Capital – Alienação de Bens: ingresso financeiro proveniente da alienação de componentes do ativo permanente.

ERRADO.

(CESPE – Min. Esportes/Contador – 2008)

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Considerando o exemplo acima de natureza de receita, julgue os itens subseqüentes.

18. O exemplo trata de uma receita corrente cuja origem classifica-secomo tributária e, por tratar-se de tributo, a espécie de receita relaciona-se a um dos diferentes tipos previstos na Constituição Federal, imposto.

Resolução

Novamente: não há que se ter preocupação ou temor com questões que demonstram tabelas ou gráficos. Esta aqui é ainda mais fácil do que a anterior. Basta apenas ler os três primeiros níveis do gráfico:

NÍVEL CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO

1º nível Categoria econômica 1 receitas correntes

2º nível Origem 1 receita tributária

3º nível Espécie 1 imposto

CERTO.

19. Classificam-se na categoria de receitas correntes outras receitasque são oriundas do poder impositivo do Estado, tais como as receitas provenientes da alienação de bens.

Resolução

Também muito fácil! Receita de alienação de bens é uma receita de capital e não receita corrente. ERRADO.

(CESPE – Técnico de Orçamento/MPU – 2010) Dada a grande variedade de ingressos públicos, a classificação da receita abriga circunstâncias bastante distintas da mera arrecadação tributária ou da transferência intergovernamental de recursos. Com relação a esse assunto, julgue os próximos itens.

20. Se a União recebe recursos para a amortização de umempréstimo concedido a terceiros, o valor deve ser classificado como receita corrente, no agrupamento correspondente à receita patrimonial.

Resolução

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Os valores recebidos a título de amortização de empréstimos concedidos devem ser classificados como Receita de Capital – Amortização de Empréstimo. ERRADO.

21. A apropriação da variação cambial positiva de empréstimosconcedidos deve ser classificada como receita de serviços.

Resolução

Questão bastante difícil! Primeiramente deve-se entender que apropriar significa contabilizar, reconhecer a variação cambial positiva, apesar de ainda não tê-la efetivamente recebido.

A contabilização/apropriação da variação cambial positiva de empréstimos concedidos não irá gerar receita orçamentária, pois não houve ainda ingresso do recurso financeiro, motivo pelo qual não será classificada como receita corrente de serviços. Sob o enfoque patrimonial, tal registro provocará uma variação patrimonial aumentativa.

Posteriormente, quando essa variação cambial positiva for finalmente recebida, será classificada como Receita de Capital – Amortização de Empréstimo, ou seja, a mesma classificação do valor principal. ERRADO.

22. (CESPE – ACE/TCU – 2008) A Lei n.º 4.320/1964 representa omarco fundamental da classificação da receita orçamentária. Nessa lei, é explicitada a discriminação das fontes de receitas pelas duas categorias econômicas básicas, com destaque, entre as receitas correntes, para as receitas tributárias compostas por impostos, taxas e contribuições sociais.

Resolução

Mais uma pegadinha! Agora você não esquece mais! Essa exigiu atenção do candidato, pois o erro está apenas no final. São Receitas Tributárias: impostos; taxas e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. São Receitas de Contribuições: contribuições sociais e contribuições econômicas. ERRADO.

23. (CESPE – ANTAQ/Analista – 2009) As receitas provenientes derendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e de outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes devem ser classificadas como receitas correntes.

Resolução

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São duas as categorias econômicas: receitas correntes e de capital. As mencionadas na questão são receitas correntes originárias, oriundas de atividades estatais tidas como “empresariais”.

São receitas correntes: as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

Não há que se fazer confusão com as receitas de capital. As receitas de capital são obtidas por venda de bens, obtenção de empréstimos, recebimento do principal de empréstimos concedidos, recursos recebidos de terceiros a serem aplicados em despesas de capital e ainda o superávit do orçamento corrente. CERTO.

24. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A criação de vinculações para asreceitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação deriva de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica.

Resolução

As vinculações de receitas devem ser procedidas obedecendo as disposições legais sobre o tema. Por vezes são firmados convênios ou contratos de empréstimos cujos recursos obtidos somente poderão ser aplicados nas finalidades previamente fixadas. CERTO.

25. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A destinação ordinária derecursos consiste no processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

Resolução

Destinação Vinculada: é o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma.

Destinação Ordinária: é o processo de alocação livre entre a fonte e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

CERTO.

26. (CESPE – Analista/SEGER/ES 2007) A Lei n.º 4.320/1964determina que devem ser objeto de registro, individuação e controle contábil todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária.

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Trata-se de movimentações que não transitam pelo caixa, denominadas extrapatrimoniais.

Resolução

O art. 93 da Lei nº. 4.320/64 estabelece que todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação e controle contábil.

Portanto, segundo o mencionado artigo, todos os débitos e créditos de natureza financeira, mesmo que independentes da execução do orçamento, deverão ser objeto de registro pela contabilidade pública. Na verdade, como sabemos, todos os atos e fatos administrativos deverão ser objeto de registro (mesmo que não financeiros), estejam eles previstos ou não no orçamento.

O erro da questão está na última frase. Sendo débitos e créditos de natureza financeira eles transitam sim pelo caixa do ente, devendo inclusive ser recolhidos à conta única. Não é verdade também afirmar que tais operações são extrapatrimoniais, pois elas transitam pelo patrimônio do ente, mesmo que eventualmente de forma momentânea não se integrando definitivamente. ERRADO.

27. (CESPE – ACE/TCU – 2007) Com o novo detalhamento, asdespesas e receitas intra-orçamentárias poderão ser identificadas de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

Resolução

Essa é a função das receitas e despesas intraorçamentárias: elas devem se contrapor, de forma a se anularem, evitando a dupla contagem das operações entre os órgãos e entidades integrantes do mesmo orçamento. Foi a Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006 que incluiu tal detalhamento das receitas e despesas. CERTO.

28. (ESAF – APO/MPOG – 2010) Assinale a opção que indica umaafirmação verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.

a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitampelo patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas.

b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pelasociedade ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.

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c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, sãoclassificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público.

d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que nãogeram contrapartida no passivo do ente público.

e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados comoreceitas orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

Resolução

a) As receitas orçamentárias são recursos financeiros que ingressamdefinitivamente no patrimônio público, podendo ser classificadas como efetivas, quando provocam aumento na situação líquida patrimonial, ou como não-efetivas, quando NÃO provocam aumento na situação líquida patrimonial. CERTO.

b) As receitas orçamentárias possuem diversas fontes e não sãoclassificadas como permanentes e temporárias. As receitas orçamentárias sempre ingressam de maneira permanente no patrimônio, ou seja, são de propriedade do ente. ERRADO.

c) Para a contabilidade pública apenas o ingresso de recursofinanceiro que é classificado como receita. E ainda, não são todos os ingressos financeiros classificados como receitas orçamentárias, como, por exemplo, cauções recebidas em dinheiro, que são receitas extraorçamentárias. ERRADO.

d) O que define a receita orçamentária é o fato de o recursofinanceiro ingressar de forma definitiva no patrimônio: o dinheiro pertence ao ente. Poderão ocorrer receitas orçamentárias com correspondente obrigação passiva, como, por exemplo, a obtenção de empréstimo. ERRADO.

e) Dependendo do ingresso financeiro ele poderá ser uma receitaorçamentária ou extraorçamentária. ERRADO.

Letra A.

29. (CESPE – Especialista-Contador/SESA-ES – 2011) Receitas sãodefinidas como aumentos nos benefícios econômicos, durante o período contábil, que resultem em aumento do patrimônio líquido, sob a forma de entrada de recursos provenientes de aumento de ativos ou de diminuição de passivos ou, ainda, de aporte dos proprietários da empresa.

Resolução

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CFC: Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que NÃO sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade. Somente ocorre receita sob a ótica contábil, para fins de estudo do patrimônio, quando o fato administrativo acarreta um acréscimo no patrimônio líquido (saldo patrimonial ou situação líquida patrimonial) excluídos os eventuais aumentos que estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais (proprietários da entidade). ERRADO.

30. (CESPE – Analista-Contabilidade/EBC – 2011) A receita deserviços de publicidade legal decorrentes das atividades de agenciamento de publicidade é classificada como receita corrente.

Resolução Lei 4.320/64: Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, decontribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. CERTO.

31. (CESPE – TRE/RJ ANAL. ADM. CONTABILIDADE/2012)Amortização de empréstimos é a receita proveniente do ingresso de recursos referentes ao recebimento de empréstimos ou financiamentos concedidos e classificada como receita de capital.

Resolução A amortização de empréstimos - receitas de capital refere-se a empréstimos concedidos pelo poder público a entidades públicas ou privadas. Ou seja, neste caso o poder público está recebendo o empréstimo concedido em data anterior. CERTO.

32. (CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL/2012) A alienação de bemda administração pública não é classificada como receita efetiva.

Resolução Em regra, a receita de alienação de bem (receita de capital), é classificada como não efetiva.

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Porém, bastante cuidado! Caso esta receita de alienação de bem (venda de bem) seja realizada em valor superior ao registrado contabilmente, haverá receita efetiva. Exemplo: Valor contábil do bem: R$ 10 mil. Valor alienado, R$ 15 mil. Neste caso, o valor da diferença (5 mil) será receita efetiva. Fique atento ao comando da questão! Caso informe que a alienação foi em valor superior ao registrado na contabilidade, haverá tanto receita efetiva quanto não efetiva. CERTO.

33. (ESAF – AFC/CGU/2012) A respeito da classificação econômica dareceita de que tratam a Lei n. 4.320/64 e a Portaria SOF/STN 163/2001, é correto afirmar, exceto: a) ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de carátertemporário que entram no caixa do ente público mediante a constituição de passivos. b) o conceito de natureza da receita e a correspondente classificação somente se aplica ao governo federal. c) quanto ao impacto no patrimônio, as receitas são classificadascomo efetivas e não efetivas. d) o conceito de receita originária e derivada não é utilizado como classificador na receita pública. e) a receita intraorçamentária se origina de operações com órgãos eentidades do mesmo orçamento.

Resolução Atenção! O comando da questão pede uma exceção em relação a classificação econômica da receita! A classificação econômica da receita conforme determinado na Lei n. 4.320/64 e na Portaria SOF/STN 163/2001 DEVE ser obedecida por todos os Entes da Federação (União, estados/DF e municípios). Os ingressos (receitas) extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, de terceiros, que entram no caixa do ente público mediante a constituição de passivos, ou seja, obrigação futura de devolução. Quanto ao impacto no patrimônio, as receitas são classificadas como efetivas (alteram o patrimônio líquido) e não efetivas (não alteram o PL). Realmente, receita intraorçamentária se origina de operações com órgãos e entidades do mesmo orçamento. Os conceitos de receita originária e derivada são doutrinários e não são utilizados como classificador na receita pública. Letra B.

34. (ESAF – AFC/CGU/2012) Com base nas normas e procedimentosadotados no âmbito do governo federal, assinale a opção incorreta a respeito dos conceitos e estágios relacionados com a receita pública.

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a) A receita arrecadada não pode ser superior ao montante previstopela lei orçamentária. b) No lançamento de receitas, é verificada a procedência do créditofiscal e a pessoa devedora. c) O recolhimento das receitas deve obedecer ao princípio da unidadede tesouraria e é vedada a criação de caixas especiais. d) A entrega dos recursos ao tesouro obedece ao regime de caixa emobediência a definições da Lei n. 4.320/64. e) A previsão da receita deve considerar as alterações na legislação,a variação do índice de preço e o crescimento econômico.

Resolução Atenção! O comando da questão pede a opção incorreta! a) A afirmação desta opção é absurda! Orçamentariamente não selimita arrecadação de receitas. Assim, a receita arrecadada PODE ser superior ao montante previsto pela lei orçamentária. Quanto a despesa, esta sim, não se pode realiza-la em montante superior ao previsto na LOA ou em leis especiais. INCORRETA. Entre outras, no lançamento de receitas, é verificada a procedência do crédito fiscal e a pessoa devedora, o valor a pagar, etc. O princípio da unidade de tesouraria veda a criação de caixas especiais. Conforme a lei 4.320/64, o recebimento de receitas obedece ao regime de caixa. Conforme o art. 12 da LRF, as previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Letra A.

35. (ESAF – APO/MPOG/2010) Assinale a opção que indica umaafirmação verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária. a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitampelo patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas. b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pelasociedade ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias. c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, sãoclassificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público. d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que nãogeram contrapartida no passivo do ente público.

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e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados comoreceitas orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

Resolução a) Perfeito! O conceito de receita orçamentária indica que taisingressos são incorporados definitivamente ao patrimônio público. Ao contrário, as receitas extraorçamentárias não incorporam ao patrimônio público e não o altera. CERTO. b) As receitas orçamentárias não são segregadas em permanentes etemporárias. ERRADO. c) Nem todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros,são classificados como receita orçamentária. Isso porque as receitas extraorçamentárias não transitam pelo patrimônio público. ERRADO. d) As receitas orçamentárias não se restringem aos ingressos quenão geram contrapartida no passivo do ente público, haja vista que as receitas de operações de crédito geram contrapartida no passivo. ERRADO. e) Recursos financeiros de qualquer origem não são registrados comoreceitas orçamentárias em virtude das receitas extraorçamentárias. ERRADO. Letra A.

LISTA DE QUESTÕES SEM RESOLUÇÃO

Gabarito oficial ao final.

1. (CESPE – TFCE/TCU – 2012) As receitas orçamentárias na esferaeconômica serão classificadas em receitas correntes e receitas de capital. Receitas correntes são aquelas provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, ao passo que as de capital originam-se dos tributos arrecadados pelo Estado.

2. (CESPE – TCDF/ACE – 2012) Caso haja parcelas a seremrestituídas no curso da arrecadação de determinada receita orçamentária, os recursos correspondentes a essas parcelas não deverão ser contabilizados como despesa, mas como dedução de receita.

3. (ESAF – APO/MPOG – 2010) Assinale a opção cujo fatoadministrativo é objeto da contabilidade aplicada ao setor público e que afeta positivamente a situação patrimonial líquida do ente. a) Recebimento, pelo almoxarifado, de material de consumo e aconseqüente liquidação da despesa. b) Transferência de bens constante do patrimônio para uso em outroente da administração federal. c) Confirmação, pelo credor, de cancelamento de dívida antescontabilizada e constante do passivo da instituição.

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d) Cancelamento de aval concedido a ente da esfera estadual emrazão do pagamento da dívida. e) Operação de crédito de longo prazo mediante colocação de títulosno mercado.

4. (ESAF – APO/MPOG – 2008) Acerca de receitas públicas, assinale aopção incorreta. a) Algumas receitas derivadas dos entes da Federação podem servinculadas à prestação de garantia ou contragarantia à União, mas não ao pagamento de débitos para com esta. b) Tanto a taxa quanto o preço público têm pagamento compulsório,mas só a primeira pode ser cobrada pela mera disposição de um serviço público. c) A estimativa do impacto orçamentário-financeiro e o atendimento àlei de diretrizes orçamentárias são condições necessárias mas não suficientes à renúncia de receita. d) A receita originária caracteriza-se fundamentalmente pelo fato desua percepção não ter o caráter coercitivo próprio da atividade do Estado. e) Concessões de isenção em caráter não geral estão compreendidasno conceito legal de renúncia de receita.

5. (ESAF – AFC/CGU – 2008) Sobre os conceitos e classificaçõesrelacionados com Receita Pública, assinale a opção correta. a) Toda receita orçamentária efetiva é uma receita primária, masnem toda receita primária é uma receita orçamentária efetiva. b) O ingresso de recursos oriundo de impostos se caracteriza comouma receita derivada, compulsória, efetiva e primária. c) São exemplos de receitas de capital aquelas derivadas dealienações de bens imóveis e de recebimento de taxas por prestação de serviços. d) São exemplos de receitas correntes as receitas tributárias e asoriundas de alienação de bens. e) As receitas intra-orçamentárias constituem contrapartida dasdespesas realizadas entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal, da Seguridade Social e de investimento das empresas.

6. (ESAF – AFC/CGU – 2008) Considere os seguintes dados dereceitas e despesas constantes da proposta orçamentária de um determinado ente da federação (valores em mil):

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Com base nos dados apresentados, marque a opção correta. a) A proposta respeita o princípio orçamentário do equilíbrio, masapresenta um déficit no orçamento corrente. b) O ente ainda poderá incorporar na proposta orçamentária novasoperações de crédito com a finalidade de realizar despesas correntes, até o montante de 5.000, sem desrespeitar a regra de ouro estabelecida na Constituição Federal. c) O superávit do orçamento de capital foi de 1.600.d) A aprovação de crédito suplementar no montante de 10.000 parapagamento de juros referente ao refinanciamento da dívida, tendo como fonte de recursos receitas de operações de crédito, precisará de aprovação do legislativo por maioria simples.

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e) O ente poderá destinar a totalidade ou parte da Receita deAlienação de Bens para pagamento de juros da dívida.

7. (CESPE – Especialista-Contador/SESA-ES – 2011) Receitas sãodefinidas como aumentos nos benefícios econômicos, durante o período contábil, que resultem em aumento do patrimônio líquido, sob a forma de entrada de recursos provenientes de aumento de ativos ou de diminuição de passivos ou, ainda, de aporte dos proprietários da empresa.

8. (CESPE – Analista-Contabilidade/EBC – 2011) A receita de serviçosde publicidade legal decorrentes das atividades de agenciamento de publicidade é classificada como receita corrente.

9. (CESPE – Analista de Orçamento/MPU – 2010) São consideradasreceitas correntes, entre outras, as tributárias, as industriais, as agropecuárias e patrimoniais que envolverem a conversão, em espécie, de bens e direitos.

10. (CESPE – Analista Atuarial/MPU – 2010) Considere que o governoisente equipamentos de informática do imposto sobre produtos industrializados (IPI). Nessa situação, haverá perda de receitas correntes no orçamento público.

11. (CESPE – Técnico de Orçamento/MPU – 2010) Se um contribuintenão pagar a parcela de determinado imposto até o vencimento, os juros de mora devidos no momento do pagamento devem ser contabilizados em outras receitas correntes.

12. (CESPE – Analista/ANATEL – 2009) As receitas intra-orçamentárias se contrapõem às despesas intra-orçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

13. (CESPE – Agente de Polícia Federal – 2009) O recurso financeiroproveniente de outra pessoa de direito público pode ser classificado como receita de capital.

14. (CESPE – Analista/Min. Int. Nacional 2009) Se um ente públicoinstitui uma contribuição de melhoria durante o exercício financeiro, a receita correspondente ao novo tributo, quando recebida, deve ser incluída no montante da receita orçamentária, ainda que não tenha havido tempo hábil para alterar o orçamento do exercício em curso no valor correspondente.

15. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A receita orçamentária efetiva,no momento do seu reconhecimento, constitui fato contábil

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modificativo aumentativo, aumentando a situação líquida patrimonial da entidade.

16. (CESPE – Analista/MMA – 2008) Com base nos conceitos decontabilidade e nas disposições da Lei n.º 4.320/1964 e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue os itens a seguir.

Na atividade de exploração de reservas florestais, sujeitas a processo de crescimento natural ou acréscimo de valor vegetativo, a receita é reconhecida antes mesmo da transferência dos respectivos produtos para terceiros, os clientes.

17. (CESPE – Min. Saúde – 2008) Na classificação da receita, ascontribuições sociais constituem receita tributária e a alienação de bens imóveis, receita patrimonial.

(CESPE – Min. Esportes/Contador – 2008)

Considerando o exemplo acima de natureza de receita, julgue os itens subseqüentes.

18. O exemplo trata de uma receita corrente cuja origem classifica-secomo tributária e, por tratar-se de tributo, a espécie de receita relaciona-se a um dos diferentes tipos previstos na Constituição Federal, imposto.

19. Classificam-se na categoria de receitas correntes outras receitasque são oriundas do poder impositivo do Estado, tais como as receitas provenientes da alienação de bens.

(CESPE – Técnico de Orçamento/MPU – 2010) Dada a grande variedade de ingressos públicos, a classificação da receita abriga circunstâncias bastante distintas da mera arrecadação tributária ou da transferência intergovernamental de recursos. Com relação a esse assunto, julgue os próximos itens.

20. Se a União recebe recursos para a amortização de umempréstimo concedido a terceiros, o valor deve ser classificado como

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receita corrente, no agrupamento correspondente à receita patrimonial.

21. A apropriação da variação cambial positiva de empréstimosconcedidos deve ser classificada como receita de serviços.

22. (CESPE – ACE/TCU – 2008) A Lei n.º 4.320/1964 representa omarco fundamental da classificação da receita orçamentária. Nessa lei, é explicitada a discriminação das fontes de receitas pelas duas categorias econômicas básicas, com destaque, entre as receitas correntes, para as receitas tributárias compostas por impostos, taxas e contribuições sociais.

23. (CESPE – ANTAQ/Analista – 2009) As receitas provenientes derendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e de outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes devem ser classificadas como receitas correntes.

24. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A criação de vinculações para asreceitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação deriva de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica.

25. (CESPE – Analista/ANAC – 2009) A destinação ordinária derecursos consiste no processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

26. (CESPE – Analista/SEGER/ES 2007) A Lei n.º 4.320/1964determina que devem ser objeto de registro, individuação e controle contábil todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária. Trata-se de movimentações que não transitam pelo caixa, denominadas extrapatrimoniais.

27. (CESPE – ACE/TCU – 2007) Com o novo detalhamento, asdespesas e receitas intra-orçamentárias poderão ser identificadas de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

28. (ESAF – APO/MPOG – 2010) Assinale a opção que indica umaafirmação verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.

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a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitampelo patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas.

b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pelasociedade ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.

c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, sãoclassificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público.

d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que nãogeram contrapartida no passivo do ente público.

e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados comoreceitas orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

29. (CESPE – Especialista-Contador/SESA-ES – 2011) Receitas sãodefinidas como aumentos nos benefícios econômicos, durante o período contábil, que resultem em aumento do patrimônio líquido, sob a forma de entrada de recursos provenientes de aumento de ativos ou de diminuição de passivos ou, ainda, de aporte dos proprietários da empresa.

30. (CESPE – Analista-Contabilidade/EBC – 2011) A receita deserviços de publicidade legal decorrentes das atividades de agenciamento de publicidade é classificada como receita corrente.

31. (CESPE – TRE/RJ ANAL. ADM. CONTABILIDADE/2012)Amortização de empréstimos é a receita proveniente do ingresso de recursos referentes ao recebimento de empréstimos ou financiamentos concedidos e classificada como receita de capital.

32. (CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL/2012) A alienação de bemda administração pública não é classificada como receita efetiva.

33. (ESAF – AFC/CGU/2012) A respeito da classificação econômica dareceita de que tratam a Lei n. 4.320/64 e a Portaria SOF/STN 163/2001, é correto afirmar, exceto: a) ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de carátertemporário que entram no caixa do ente público mediante a constituição de passivos. b) o conceito de natureza da receita e a correspondente classificação somente se aplica ao governo federal. c) quanto ao impacto no patrimônio, as receitas são classificadascomo efetivas e não efetivas.

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d) o conceito de receita originária e derivada não é utilizado como classificador na receita pública. e) a receita intraorçamentária se origina de operações com órgãos eentidades do mesmo orçamento.

34. (ESAF – AFC/CGU/2012) Com base nas normas e procedimentosadotados no âmbito do governo federal, assinale a opção incorreta a respeito dos conceitos e estágios relacionados com a receita pública. a) A receita arrecadada não pode ser superior ao montante previstopela lei orçamentária. b) No lançamento de receitas, é verificada a procedência do créditofiscal e a pessoa devedora. c) O recolhimento das receitas deve obedecer ao princípio da unidadede tesouraria e é vedada a criação de caixas especiais. d) A entrega dos recursos ao tesouro obedece ao regime de caixa emobediência a definições da Lei n. 4.320/64. e) A previsão da receita deve considerar as alterações na legislação,a variação do índice de preço e o crescimento econômico.

35. (ESAF – APO/MPOG/2010) Assinale a opção que indica umaafirmação verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária. a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitampelo patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas. b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pelasociedade ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias. c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, sãoclassificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público. d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que nãogeram contrapartida no passivo do ente público. e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados comoreceitas orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

GABARITO

1E, 2C, 3C, 4A, 5B, 6B, 7E, 8C, 9E, 10C, 11C, 12C, 13C, 14C, 15C, 16C, 17E, 18C, 19E, 20E, 21E, 22E, 23C, 24C, 25C, 26E, 27C, 28A, 29E, 30C, 31C, 32C, 33B, 34A 35A

11. DÍVIDA ATIVA

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Dívida ativa refere-se a valores a receber, créditos a favor do ente estatal que não foram cumpridos nos prazos devidos. São dívidas de terceiros perante a Fazenda Pública, não quitadas no prazo devido.

Por representarem direitos, tais valores constam representados no ativo, tendo sido apuradas sua certeza e liquidez para o recebimento. Trata-se, pois, de uma fonte potencial de recursos financeiros, com impacto positivo pela recuperação de valores de inadimplentes.

Atenção! Não confundir dívida ativa com a dívida passiva (dívida pública), que são obrigações da Fazenda Pública perante terceiros, valores a pagar que constam no passivo.

Lei nº 4.320/64:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso doprazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessanatureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira seráconvertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nosparágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da

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Fazenda Nacional.

Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento e que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa, após apurada a sua liquidez e certeza.

A Lei nº 4.320/64 informa que a dívida ativa será composta de créditos da Fazenda Pública de natureza tributária e não tributária, ou seja, abrange quaisquer valores a receber não quitados no prazo devido pelo devedor.

O crédito tributário decorre da obrigação tributária, conforme estabelecido pela legislação pertinente: o Código Tributário Nacional. Já o crédito não tributário abrange todos os demais valores (não classificados como tributários), sendo provenientes de obrigações previstas em lei, regulamento ou contrato. Observa-se que os créditos de natureza não tributária citados na Lei nº 4.320/64, art. 39, §2º, são apenas exemplificativos.

Assim, a dívida ativa constitui-se em um conjunto de créditos (valores a receber) de diversas naturezas em favor da Fazenda Pública, vencidos e não pagos pelos devedores.

Importante! O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos correspondentes devidos.

A realidade nacional demonstra que a Dívida Ativa representa uma parcela do ativo de grande destaque na estrutura patrimonial de qualquer órgão ou entidade pública, devido ao seu significativo valor. A dívida ativa será registrada e controlada de forma segregada dos demais créditos e, quando finalmente recebida, a respectiva receita será escriturada/identificada como sendo proveniente de dívida ativa.

COMPETÊNCIA PARA INSCRIÇÃO DO CRÉDITO EM DÍVIDA ATIVA Conforme informa o art. 39, §1º da Lei nº 4.320/64, os créditos da Fazenda Pública, vencidos e não quitados, devem ser inscritos em Dívida Ativa, na forma de legislação específica e em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza.

A inscrição trata-se de ato de controle administrativo da legalidade e regularidade (§ 3º, art. 2º da Lei n° 6.830/80), por meio da qual um débito, vencido e não-pago, é cadastrado para controle e cobrança em dívida ativa. Procedida a inscrição e sendo infrutíferas as tentativas de recebimento do valor, será proposta ação de cobrança judicial,

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instruída com a Certidão de Dívida Ativa extraída do Termo de Inscrição.

Dessa forma, o ato de inscrição em Dívida Ativa cumpre não somente o procedimento contábil expresso na Lei nº 4.320/64, mas possibilitaa criação do título executivo extrajudicial: a Certidão de Dívida Ativa. Na verdade, o objetivo da Fazenda Pública, ao inscrever o crédito em dívida ativa, é receber o que lhe é devido e, para tanto, usará inclusive a ação de cobrança judicial. A contabilidade pública apenas efetua os necessários registros para controle do patrimônio público.

Atenção! Cada ente da Federação deve outorgar a órgão específico a competência para este procedimento. Obrigatoriamente a inscrição do crédito em Dívida Ativa ocorrerá em órgão diverso daquele de origem do crédito.

Na União, cabe a inscrição de seus créditos em dívida ativa, de natureza tributária ou não tributária, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN, órgão atualmente subordinado técnica e juridicamente à Advocacia-Geral da União.

Assim, os diversos órgãos da administração pública federal, detentores de créditos vencidos e não recebidos em favor da União, os remeterão à PGFN, para fins de inscrição em dívida ativa. Fluxograma da inscrição de créditos em dívida ativa:

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(www.pgfn.fazenda.gov.br)

Após a inscrição do crédito em dívida ativa, incide sobre o débito o encargo legal, por força do Decreto-Lei n° 1.025/69, no valor de 20% (vinte por cento) do valor principal. Caso o pagamento seja efetuado pelo contribuinte antes do encaminhamento para ajuizamento da ação de execução fiscal, é aplicado um desconto no encargo legal, que passa ter o percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da dívida, conforme disposto no art. 3° do Decreto-Lei n° 1.569/77.

Lembre-se! A Dívida Ativa compreende, além do valor principal, atualização monetária, juros, multa e demais encargos previstos. O órgão competente específico do ente, para inscrição em dívida ativa, irá apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando a inscrição como ato de controle administrativo da legalidade e regularidade.

O ato jurídico de inscrição do crédito em Dívida Ativa visa legitimar a origem do valor que a Fazenda Pública tem direito de receber, devendo o procedimento observar os necessários requisitos jurídicos. Assim, dado que, para fins de inscrição, é efetuado o exame de legalidade, regularidade, certeza e liquidez, depois de finalmente inscrito em dívida ativa, o crédito passa a gozar da presunção de

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liquidez e certeza, que somente poderá ser afastada por meio de prova inequívoca em sentido contrário, cuja apresentação cabe ao sujeito passivo.

Importante! Compete também à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN a inscrição em Dívida Ativa dos débitos para com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, bem como, diretamente ou por intermédio da Caixa Econômica Federal, mediante convênio, a representação judicial e extrajudicial do FGTS, para a correspondente cobrança, relativamente à contribuição e às multas e demais encargos previstos na legislação respectiva (Lei nº 8.844/94, art. 2º).

Portanto, à PGFN compete não apenas a inscrição em dívida ativa dos créditos vencidos e não pagos da União, mas também dos débitos para com o FGTS.

Atenção! A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN não inscreve em dívida ativa débitos da Caixa Econômica Federal.

A PGFN inscreve em dívida ativa e representa judicial e extrajudicialmente, para fins de cobrança, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, fundo este cujos recursos são segregados do patrimônio da Caixa Econômica Federal, que é uma instituição financeira, empresa pública de direito privado.

Recordando! O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço não utiliza as regras da contabilidade pública, pois os recursos desse fundo não são receitas da União, mas sim patrimônio dos trabalhadores vinculados, oriundo dos depósitos mensais efetivados pelos respectivos empregadores. Para maior entendimento: o FGTS é gerido e administrado por um conselho curador, um colegiado tripartite composto por entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e representantes do Governo Federal, tendo como agente operador a Caixa Econômica Federal. Os recursos do FGTS são utilizados para financiamento de programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana.

Relativamente às autarquias e fundações públicas federais, até pouco tempo tinham seus créditos inscritos em dívida ativa por seus próprios órgãos/assessorias/departamentos jurídicos.

Entretanto, com a criação da Procuradoria-Geral Federal – PGF em 2002, vinculada à Advocacia-Geral da União, foi-lhe atribuída as competências para representar judicial e extrajudicialmente todas as autarquias e fundações públicas federais, e apurar a liquidez e

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certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes às suas atividades, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança amigável ou judicial.

Dessa forma, os órgãos jurídicos das autarquias e fundações públicas federais passaram a integrar a PGF, como órgãos de execução desta, mantidas as suas competências (Lei nº 10.480/02, art 9º, caput e §2º do art. 10).Exceções! A Procuradoria-Geral Federal – PGF não é responsável pelos débitos relativos às contribuições sociais previdenciárias (débitos previdenciários) e pela representação do Banco Central do Brasil.

As autarquias e fundações públicas federais são pessoas jurídicas de direito público que integram a administração indireta, incumbidas de atividades públicas de interesse da União, cuja atuação poderá gerar créditos em favor do Governo Federal, tais como, por exemplo: outorgas de direitos de uso de recursos naturais, preços públicos, receitas patrimoniais, sanções administrativas, ações regressivas acidentárias, taxas de serviço, de fiscalização, de licenciamento, de instalação e de funcionamento, multas contratuais, reposições de servidores, ressarcimentos e indenizações ao erário.

Órgãos competentes para inscrição em Dívida Ativa da União:

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos da União, tributários ou não, e pela representação judicial e extrajudicial. Responsável pela inscrição em dívida ativa dos débitos para com o FGTS e pela representação judicial e extrajudicial para fins de cobrança.

Procuradoria-Geral Federal - PGF Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos das autarquias e fundações públicas federais, bem como pela representação judicial e extrajudicial dessas entidades. Excetuam-se a essa regra as contribuições sociais previdenciárias (débitos previdenciários) e a representação do Banco Central do Brasil.

A pessoa física ou jurídica cujos débitos forem inscritos em dívida ativa terá seus dados incluídos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal – CADIN, após 75 (setenta e cinco) dias da comunicação do seu débito (Lei n°10.522/02, art. 2º).

Importante! As informações relativas a inscrições de créditos em dívida ativa não estão sujeitos a sigilo fiscal.

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Não é vedada a divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública (II, §3º, art. 198, CTN). Portanto, os dados relativos à dívida ativa dos entes da Federação podem ser divulgados, sendo que tal divulgação não caracteriza violação ao sigilo fiscal do devedor inscrito.

Atenção! Entre os créditos passíveis de serem inscritos em dívida ativa, incluem-se aqueles resultantes de julgamentos do Tribunal de Contas da União.

As decisões do TCU contendo imputação de débito ou multa já se configuram como títulos executivos extrajudiciais, não sendo necessária sua inscrição para fins de cobrança mediante ação de execução.

Todavia, a inscrição desses créditos (oriundos de decisões do TCU contendo imputação de débito ou multa) viabiliza um controle mais efetivo por parte do Governo Federal, pois a inscrição em Dívida Ativa irá gerar restrições relativas a regularidade fiscal e de inclusão no CADIN.

ASPECTOS PATRIMONIAIS DA DÍVIDA ATIVA Os valores a receber da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, encontram-se evidenciados/escriturados dentro do ativo de determinado órgão. A inadimplência do devedor apenas irá ensejar na inscrição do crédito em dívida ativa

Lembre-se! Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título (art. 39, §1º, Lei nº 4.320/64). Como já visto, o órgão de origem do crédito irá remeter ao órgão competente para inscrição em dívida ativa, o qual, para tanto, irá efetuar o exame de legalidade, regularidade, certeza e liquidez do crédito.

Na administração pública federal, cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN ou à Procuradoria-Geral Federal – PGF a inscrição em dívida ativa, dependendo do órgão de origem do crédito. Exemplo – fluxo da inscrição de créditos em dívida ativa:

GOVERNO FEDERAL RECEITA FEDERAL

JUSTIÇA ELEITORAL PGFN

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

IBAMA

ANATEL PGF

SUDENE

ÓRGÃOS DE ORIGEM ÓRGÃOS COMPETENTES PARA INSCRIÇÃO

Os créditos das autarquias e fundações públicas federais, o acréscimo patrimonial aqui referido é de cunho representativo do crédito da entidade credora, que permanece com a sua titularidade.

A dívida ativa será apenas registrada e controlada de forma segregada dos demais créditos e, por representar um direito, continuará sendo evidenciada no ativo.

Especificamente para os órgãos envolvidos, a inscrição de créditos em Dívida Ativa representa contabilmente um fato modificativo (alteração no patrimônio líquido), resultando em um acréscimo patrimonial no órgão ou unidade competente para inscrição e um decréscimo patrimonial no órgão de origem do crédito.

Observa-se que, para o ente da Federação, a inscrição de créditos em Dívida Ativa representa contabilmente um fato permutativo (não há alteração no patrimônio líquido), resultante da simples transferência de um valor não recebido no prazo estabelecido, do ativo circulante para o ativo não-circulante.

Portanto, na consolidação das contas do ente da Federação (União, Estados, DF e Municípios) ocorrerá simultaneamente um acréscimo e um decréscimo patrimonial.

Portanto, atenção! Para fins de concurso, considere que a inscrição de créditos em dívida ativa irá produzir os seguintes efeitos patrimoniais: No órgão originário do crédito um fato modificativo diminutivo, pois com o envio do crédito para inscrição o patrimônio líquido irá reduzir. Haverá uma variação passiva extraorçamentária ou simplesmente uma variação diminutiva. No órgão que inscreve o crédito um fato modificativo aumentativo, pois com o ingresso do crédito o patrimônio líquido irá

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aumentar. Haverá uma variação ativa extraorçamentária ou simplesmente uma variação aumentativa. No ente da Federação um fato permutativo. Não haverá alteração no patrimônio líquido, pois na consolidação das contas públicas, ocorrerá simultaneamente um acréscimo e um decréscimo patrimonial.

As variações, ativa e passiva, são extraorçamentárias dado que ocorrem por fatos alheios e independentes à execução do orçamento. O crédito da Fazenda Pública de natureza tributária ou não tributária, vencido e não pago, se encontra registrado dentro no ativo circulante. Tal inadimplência do devedor irá ensejar na inscrição do crédito em dívida ativa: ele será controlado de forma segregada sob a rubrica específica “dívida ativa” e constará no ativo não-circulante.

Atenção! No ato de inscrição do crédito em dívida ativa ele será registrado no ativo não-circulante, dado que o prazo de recebimento desse valor é incerto.

Entretanto, os procedimentos de cobrança, tanto administrativos como também em virtude das ações judiciais, gera um fluxo de recebimentos, passível de ser estimado em cada exercício, em virtude dos dados históricos de recebimentos.

Os acordos de parcelamento da dívida ativa resultam ainda em cronogramas de recebimento, firmados com datas de vencimento e valores definidos, por vezes em contratos registrados com garantias reais.

Apesar da dívida ativa, quando inicialmente inscrita, constar no ativo não-circulante, no curto prazo (ativo circulante) devem ser registrados os valores inscritos cuja expectativa de recebimento é até o encerramento do próximo exercício.

Portanto, devem ser reclassificadas para o ativo circulante as parcelas de valores da dívida ativa cuja expectativa seja de recebimento em curto prazo (recebimento até o encerramento do próximo exercício), existindo assim Dívida Ativa de Curto Prazo e Dividia Ativa de Longo Prazo.

Dica! Normalmente as provas de concurso consideram e classificam a dívida ativa como um direito constante no ativo não-circulante. Quando o crédito é inscrito em dívida ativa ele passa a constar no ativo não-circulante, daí a postura das bancas examinadoras em exigir dessa forma em suas provas.

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Não esqueça! Para fins de concurso, tenha em mente que a dívida ativa consta classificada no ativo não-circulante, pois o prazo de recebimento desse valor é incerto. Todavia, caso a questão faça alguma análise acerca de valores a receber em curto prazo, você já sabe que é possível parte da dívida ativa constar também no ativo circulante.

Os entes da Federação devem manter um controle suficiente para que se possa estimar não apenas o prazo de recebimento da dívida ativa, mas também o seu valor líquido de realização, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter, de forma a assegurar a fiel demonstração dos fatos contábeis. Dessa forma, com o objetivo de que os demonstrativos contábeis contenham informações com um maior grau de precisão possível, sugere-se que sejam empregadas contas redutoras para a dívida ativa, permitindo que o valor final dos créditos a receber seja uma expressão correta dos recebimentos futuros.

A conta redutora dos créditos inscritos em dívida ativa é denominada “Provisão para Ajuste da Dívida Ativa a valor Recuperável”. Assim, constarão nessa conta redutora valores cuja estimativa é do não recebimento (não pagamento pelo devedor).

Considerando o caráter de incerteza envolvido, tal estimativa deve ser apurada de forma criteriosa, tomando por base o estoque de créditos, as projeções futuras de recebimento, a qualificação dos créditos registrados quanto ao risco e a experiência das perdas históricas para créditos de perfil semelhante.

Lembre-se! O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos correspondentes devidos.

O devedor poderá efetuar o pagamento em dinheiro ou bens. Observa-se apenas que, dependendo do bem a ser recebido, há que serem observadas as regras específicas que se apliquem ao objeto doado.

Existe ainda a possibilidade de compensação de créditos inscritos em Dívida Ativa com créditos contra a Fazenda Pública, ou seja, valores que o devedor inscrito em dívida ativa tem direito de receber desse mesmo ente público.

A compensação não implica no ingresso de valores ou bens, constituindo, portanto, um fato permutativo, anulando-se um crédito registrado no ativo (dívida ativa) contra uma obrigação registrada no passivo.

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De fato, considerando que a quitação se dê pelo mesmo valor registrado em dívida ativa, ela sempre será um fato permutativo, independente de como será quitada a dívida ativa: se paga em dinheiro ou bens, ou ainda, através de compensação de valores a receber do ente.

Com o pagamento em dinheiro ou bens será baixado o valor inscrito em dívida ativa e simultaneamente haverá o ingresso (de bens ou dinheiro) no ativo, havendo também um fato permutativo. Portanto, a quitação da dívida ativa não gera uma receita sob o enfoque patrimonial.

Mas quando os créditos inscritos em Dívida Ativa forem provenientes de valores a receber classificados como receita de capital, então a receita dessa dívida ativa será uma Receita de Capital – Outras Receitas de Capital. Veja! Receitas Correntes – Outras Receitas Correntes: são os ingressos correntes provenientes de outras origens, não contidos nas classificações anteriores. Exemplo: Receita da Dívida Ativa: Receita da Dívida Ativa Tributária, Receita da Dívida Ativa da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, Receita da Dívida Ativa da Contribuição sobre a Receita da Loteria Federal etc. Receita de Capital – Outras Receitas de Capital: são os ingressos de capital provenientes de outras origens, não contidos nas classificações anteriores. Exemplo: Receita da Dívida Ativa Proveniente de Amortização de Empréstimos e Financiamentos: registra o valor da arrecadação com receita da dívida ativa proveniente de amortização de empréstimos e financiamentos. Não esqueça! Para fins de concurso, o recebimento da Dívida Ativa deve ser classificado como Receita Corrente - Outras Receitas Correntes, salvo se a questão da prova informar que se trata de valores a serem classificados como Receita de Capital.

O cancelamento, anistia ou quaisquer outras situações que representem diminuição dos valores originalmente inscritos em Dívida Ativa, mas não decorram do efetivo recebimento, irá ocasionar diminuição na situação líquida patrimonial, classificado como variação patrimonial diminutiva independente da execução orçamentária ou simplesmente variação passiva extra-orçamentária.

Resumindo este tópico – Dívida Ativa:

1. Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributáriaou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamentoe que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa,

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após apurada a sua liquidez e certeza.

2. O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive atualizaçãomonetária, juros e multa de mora e demais encargoscorrespondentes devidos.

3. O órgão competente específico do ente, para inscrição em dívidaativa, irá apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando ainscrição como ato de controle administrativo da legalidade eregularidade.

4. Na União, cabe a inscrição de seus créditos em dívida ativa, denatureza tributária ou não tributária, à Procuradoria-Geral da FazendaNacional – PGFN, órgão atualmente subordinado técnica ejuridicamente à Advocacia-Geral da União.

5. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN:

− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos da União, tributários ou não, e pela representação judicial e extrajudicial;

− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos débitos para com o FGTS e pela representação judicial e extrajudicial para fins de cobrança.

6. Já para as autarquias e fundações públicas federais a dívida ativa éinscrita pela Procuradoria-Geral Federal – PGF, órgão tambémsubordinado à Advocacia-Geral da União.

7. Procuradoria-Geral Federal – PGF:

− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos das autarquias e fundações públicas federais, bem como pela representação judicial e extrajudicial dessas entidades.

− Excetuam-se a essa regra as contribuições sociais previdenciárias (débitos previdenciários) e a representação do Banco Central do Brasil.

8. Atenção! Entre os créditos passíveis de serem inscritos em dívidaativa, incluem-se aqueles resultantes de julgamentos do Tribunal deContas da União.

9. A inscrição de créditos em dívida ativa irá produzir os seguintesefeitos patrimoniais:

− No órgão originário do crédito um fato modificativo diminutivo, pois com o envio do crédito para inscrição o patrimônio líquido irá reduzir. Haverá uma variação passiva extraorçamentária ou simplesmente uma variação diminutiva.

− No órgão que inscreve o crédito um fato modificativo aumentativo,

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pois com o ingresso do crédito o patrimônio líquido irá aumentar. Haverá uma variação ativa extraorçamentária ou simplesmente uma variação aumentativa.

− No ente da Federação um fato permutativo. Não haverá alteração no patrimônio líquido, pois na consolidação das contas públicas, ocorrerá simultaneamente um acréscimo e um decréscimo patrimonial.

10. No ato de inscrição do crédito em dívida ativa ele será registrado noativo não-circulante, dado que o prazo de recebimento desse valor éincerto.

11. Devem ser reclassificadas para o ativo circulante as parcelas devalores da dívida ativa cuja expectativa seja de recebimento em curtoprazo (recebimento até o encerramento do próximo exercício),existindo assim Dívida Ativa de Curto Prazo e Dividia Ativa de LongoPrazo.

12. Dica! Para fins de concurso, tenha em mente que a dívida ativaconsta classificada no ativo não-circulante, pois o prazo derecebimento desse valor é incerto. Todavia, caso a questão façaalguma análise acerca de valores a receber em curto prazo, você jásabe que é possível parte da dívida ativa constar também no ativocirculante.

13. O devedor poderá efetuar o pagamento em dinheiro, em bens ouainda pela compensação com créditos que ele tenha contra a FazendaPública (valores que o devedor inscrito em dívida ativa tem direito dereceber desse mesmo ente público).

14. Com o pagamento em dinheiro ou bens será baixado o valor inscritoem dívida ativa e simultaneamente haverá o ingresso (de bens oudinheiro) no ativo, havendo também um fato permutativo.

15. Portanto, a quitação da dívida ativa não gera uma receita sob oenfoque patrimonial.

16. Já com o recebimento em dinheiro ocorrerá uma receitaorçamentária, para fins de registro pela contabilidade pública, comotambém uma receita pelo enfoque orçamentário.

17. Lembre-se! Para fins de concurso, o recebimento da Dívida Ativadeve ser classificado como Receita Corrente - Outras ReceitasCorrentes, salvo se a questão da prova informar claramente que setrata de valores a serem classificados como Receita de Capital –Outras Receitas de Capital.

18. O cancelamento, anistia ou quaisquer outras situações querepresentem diminuição dos valores originalmente inscritos em DívidaAtiva, mas não decorram do efetivo recebimento, irá ocasionardiminuição na situação líquida patrimonial, classificado como variação

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patrimonial diminutiva independente da execução orçamentária ou simplesmente variação passiva extra-orçamentária.

19. As informações relativas a inscrições de créditos em dívida ativa nãoestão sujeitos a sigilo fiscal.

20. Os créditos resultantes de julgamentos do Tribunal de Contas daUnião já se configuram como títulos executivos extrajudiciais e ainscrição em dívida ativa não é necessária para fins de cobrança poração de execução.

21. Todavia, tais créditos gerados por decisões do TCU podem serinscritos em dívida ativa, pois irá gerar restrições relativas aregularidade fiscal e de inclusão no CADIN.

12. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS – DÍVIDA ATIVA

1. (CESPE-PREVIC/2011 – ADMINISTRADOR) A dívida ativa da Uniãoé composta pelos créditos da fazenda pública, tributários ou não, que, não pagos nos vencimentos, são inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez e certeza.

Resolução Perfeito! Questão bastante simples e fácil! A Dívida Ativa da União é composta por todos os créditos deste Ente, sejam eles de natureza tributária ou não-tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo regular.

Portanto, Dívida ativa é o crédito público não extinto e não afetado por nenhuma causa de suspensão de exigibilidade, integrado ao cadastro identificado pelo mesmo nome mediante ato administrativo próprio denominado de inscrição. Se o crédito for de natureza tributária teremos a Dívida Ativa Tributária, de que trata o art. 201 do Código Tributário Nacional. Assim, os elementos inafastáveis na idéia de dívida ativa são: Crédito público; Ausência de causa extintiva ou suspensiva (da exigibilidade); Inscrição; Liquidez e certeza; Integração a um cadastro específico. A liquidez do crédito inscrito não é afetada pela fluência de juros e outros acréscimos legais, assim como a correção monetária. Portanto, não é preciso expedir um novo título executivo a cada momento para que a expressão monetária do débito esteja sempre atualizada. Já a certeza está relacionada com a origem da obrigação. Indica a existência dos fatos jurídicos (em sentido amplo) hábeis a produzir o efeito do nascimento da relação jurídica que liga ou vincula credor e

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devedor. Numa afirmação simples e direta: dívida certa é dívida existente (juridicamente). Já a liquidez, relacionada com a determinação do objeto da obrigação, refere-se a quantia exigida. Revela a presença de um valor determinado, perfeitamente quantificado. CERTO.

2. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO) A dívidaativa é formada pelo conjunto de obrigações do Tesouro Nacional perante terceiros, desde que regularmente constituídas, formalizadas e reconhecidas.

Resolução A afirmação contida no comando da questão é completamente contrária ao conceito de dívida ativa. Dívida ativa refere-se a direito da Fazenda Pública perante terceiros, já o conjunto de obrigações do Tesouro Nacional perante terceiros refere-se a dívidas públicas, ou seja, obrigações do Tesouro Nacional. ERRADO.

3. (CESPE – MPU/2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Adívida ativa constitui-se dos passivos da fazenda pública, para com terceiros, não pagos no vencimento, que são inscritos em registro próprio, após apurada sua exigibilidade.

Resolução A dívida ativa constitui-se dos direitos (ativos) da fazenda pública, obrigações de terceiros para com a Fazenda Pública. Representa créditos – direitos a receber provenientes de tributos ou de outras receitas, que não foram pagos no vencimento. Neste caso, devem ser inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez e certeza. ERRADO.

A dívida ativa da fazenda pública consiste no conjunto de créditos que o Estado tem com terceiros. A respeito desse assunto, julgue os itensque se seguem.

4. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O atoadministrativo da inscrição do crédito na dívida ativa produz efeitos de natureza contábil, material e processual.

Resolução Perfeito! A inscrição de crédito da Fazenda Pública na dívida ativa gera registro contábil do direito a receber, evidenciado no Balanço Patrimonial.

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Produz ainda efeitos processuais porque será cobrada pela PGFN. Assim, recebe um número de processo para fins de acompanhamento e controle. Terá efeito material porque no prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite. CERTO.

5. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A prescrição docrédito tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida ativa for efetivada por órgão incompetente.

Resolução O § 3º, do art. 2º, da Lei 6.830/80 estabelece que a inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. Portanto, conforme a norma acima citada, a prescrição do crédito tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida ativa for efetivada por órgão incompetente. CERTO.

6. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O direito deinscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via executiva judicial é estendido às autarquias e empresas públicas.

Resolução O direito de inscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via executiva judicial é estendido às autarquias, porém, NÃO extensivos às empresas públicas. Observe o que estabelece a Lei 6.830/80: LEI No 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980.

Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. Atualmente a dívida ativa das Fundações de direito público também será executada/cobrada pela PGFN. ERRADO.

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7. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A notificação delançamento tributário dirigida ao contribuinte constitui ato que implica o exercício de uma pretensão de liquidez do crédito correspondente.

Resolução O lançamento é uma das etapas da receita pública. Consiste no procedimento administrativo onde se verifica a procedência do crédito fiscal, quem é o devedor e quando ele deverá cumprir sua obrigação de pagamento. Porém, nem toda receita requer lançamento para que seja arrecadada, a exemplo das receitas de serviços. Quando o contribuinte recebe a notificação do lançamento de determinado tributo, a exemplo do IPTU, este ato do poder público tem uma pretensão. Tal pretensão significa arrecadar receitas no caso de crédito cuja liquidez não haja dúvida ou que a administração pública pelo menos tenha certeza razoável. No caso da dívida ativa, a inscrição do crédito para fins de cobrança implica a presunção de certeza e liquidez, porém, o contribuinte pode ilidir por prova inequívoca tanto a liquidez quanto a certeza. Observe tais regras (lei 6.830/80): Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez. Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite. CERTO.

8. (CESPE – ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANEEL/2010) As receitasdecorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como outras receitas de capital

Resolução As receitas arrecadadas provenientes de crédito inscrito na dívida ativa da União devem ser classificadas como “outras receitas correntes”. Observe! Portaria STN/163/01: 1900.00.00 Outras Receitas Correntes 1930.00.00 Receita da Dívida Ativa ERRADO.

9. (CESPE - Analista de Correios – Contador – 2011) O cancelamentoda dívida ativa provoca alteração na situação líquida, com o registro de uma variação passiva, decorrente da redução de um ativo.

Resolução

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Perfeito! A dívida ativa deve ser registrada no ativo não circulante do Balanço Patrimonial do órgão, ou seja, representa um direto a receber de longo prazo, acima de 12 meses. O cancelamento pode ocorrer nos seguintes casos: prescrição, perdão, anistia ou outra de perda do direito. A baixa de um direito a receber representa redução do patrimônio líquido. Este caso assemelha-se a uma perda na contabilidade geral. O cancelamento ou a perda de qualquer ativo provoca alteração na situação líquida, com o registro de uma variação passiva patrimonial. CERTO.

10. (CESPE-PREVIC/2011 – CONTABILIDADE) A cobrança judicial dadívida ativa se sujeita a concurso de credores ou habilitação nos casos de falência, não havendo preferência entre os diversos entes da administração e suas autarquias.

Resolução A cobrança judicial da dívida ativa NÃO se sujeita a concurso de credores ou habilitação nos casos de falência e não existe preferência entre os diversos entes da administração e suas autarquias. Portanto, não há mais que se falar em concurso de credores para a dívida ativa, principalmente se o crédito exequendo é fazendário. Porém, no caso de crédito trabalhista, existe preferência em virtude de seu caráter alimentar. ERRADO.

11. (CESPE-SEFAZ/ES–2010 - CONSULTOR EXECUTIVO – CIÊNCIASCONTÁBEIS) Os créditos do estado do Espírito Santo, relativos ao ICMS, antes de serem encaminhados à cobrança executiva, devem ser inscritos em dívida ativa, e sua cobrança é efetuada pela Procuradoria Geral do Estado. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e de liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Resolução Os créditos tributários ou não da fazenda pública (federal, estadual, distrital e municipal), antes de serem encaminhados à cobrança executiva, devem ser inscritos em dívida ativa, a sua cobrança é efetuada pelas Procuradoria dos Entes, no caso da União, pela Procuradoria da Fazenda Nacional - PFN. Segundo o Código Tributário Nacional- CTN, a dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e de liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. Observe as regras da Lei 4.320/64:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não-tributária, serão escriturados como receita do exercício em que

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forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias (Redação dada pelo Decreto-lei no 1.735, de 20.12.79).

§ 1o Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcursodo prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse Título (Redação dada pelo Decreto-lei no 1.735, de 20.12.79, em substituição ao parágrafo único). CERTO.

LISTA DE QUESTÕES – DÍVIDA ATIVA

1. (CESPE-PREVIC/2011 – ADMINISTRADOR) A dívida ativa da Uniãoé composta pelos créditos da fazenda pública, tributários ou não, que, não pagos nos vencimentos, são inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez e certeza.

2. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO) A dívidaativa é formada pelo conjunto de obrigações do Tesouro Nacional perante terceiros, desde que regularmente constituídas, formalizadas e reconhecidas.

3. (CESPE – MPU/2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Adívida ativa constitui-se dos passivos da fazenda pública, para com terceiros, não pagos no vencimento, que são inscritos em registro próprio, após apurada sua exigibilidade.

A dívida ativa da fazenda pública consiste no conjunto de créditos que o Estado tem com terceiros. A respeito desse assunto, julgue os itensque se seguem.

4. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O atoadministrativo da inscrição do crédito na dívida ativa produz efeitos de natureza contábil, material e processual.

5. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A prescrição docrédito tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida ativa for efetivada por órgão incompetente.

6. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O direito deinscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via executiva judicial é estendido às autarquias e empresas públicas.

7. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A notificação delançamento tributário dirigida ao contribuinte constitui ato que

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implica o exercício de uma pretensão de liquidez do crédito correspondente.

8. (CESPE – ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANEEL/2010) As receitasdecorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como outras receitas de capital

9. (CESPE - Analista de Correios – Contador – 2011) O cancelamentoda dívida ativa provoca alteração na situação líquida, com o registro de uma variação passiva, decorrente da redução de um ativo.

10. (CESPE-PREVIC/2011 – CONTABILIDADE) A cobrança judicial dadívida ativa se sujeita a concurso de credores ou habilitação nos casos de falência, não havendo preferência entre os diversos entes da administração e suas autarquias.

11. (CESPE-SEFAZ/ES–2010 - CONSULTOR EXECUTIVO – CIÊNCIASCONTÁBEIS) Os créditos do estado do Espírito Santo, relativos ao ICMS, antes de serem encaminhados à cobrança executiva, devem ser inscritos em dívida ativa, e sua cobrança é efetuada pela Procuradoria Geral do Estado. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e de liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

GABARITO 1C 2E 3E 4C 5C 6E 7C 8E 9C 10E 11C