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Gustavo Werneck Decisão importante para proteger o patrimônio cultu-

ral de Divino, na Zona da Mata, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. O juiz da comarca, Maurílio Cardoso Naves, de-terminou ontem, por liminar, que a Paróquia Divino Espírito Santo e a Mitra Diocesana de Caratinga paralisem as obras internas na Matriz do Divino Espírito Santo, no Centro da cidade. Na madrugada do dia 21, entre as 4h e as 5h, o ti-tular da paróquia, padre José Flávio Garcia, teria mandado um grupo de trabalhadores quebrar e arrancar os ladrilhos hidráulicos do templo católico construído em 1944. Comu-nicada por moradores, a promotora de Justiça Jackeliny Fer-reira Rangel acionou a Polícia Civil, sendo o religioso ouvi-do pelo delegado de plantão Jorge Alexandre Maximiano e liberado em seguida. O não cumprimento da decisão judicial acarretará multa diária de R$ 5 mil.

Na terça-feira, Jackeliny e o coordenador da Promo-toria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Tu-rístico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, ajuizaram ação pedindo à Justiça, além da para-lisação dos serviços no interior do templo, que se encontra em processo de tombamento municipal, a recomposição do piso destruído. “Isso só será possível dentro das possibilida-des técnicas, mas o novo revestimento terá de ser igual ou idêntico ao original, jamais de granito, como quer o páro-co”, afirmou a promotora, destacando as consequências cri-minais do ato de depredação. O pároco infringiu o artigo 62 da Lei 9.605/1998 (crimes ambientais), ao alterar “aspecto ou estrutura de uma edificação ou local protegido, sem auto-rização da autoridade competente”.

A secretária do Conselho Cultural de Divino, Andreia Medeiros Chaves, considerou a decisão judicial fundamen-tal para o patrimônio cultural da cidade, de 19 mil habitan-tes. “Considero importante o cuidado e o zelo que a Justiça está tendo com a igreja para reparação dos danos. A história da cidade está vinculada à matriz”, disse Andreia. Para faci-litar a recomposição do ladrilho hidráulico, que foi retirado e virou entulho, o conselho dispõe de muitas fotos. “Alguns paroquianos guardaram pedaços do piso. Uns disseram que haviam se casado ali e, portanto, gostariam de guardar uma lembrança. Dessa forma, não será difícil fazer outros, com base nessas referências”, disse a secretária. VIGILÂNCIA

Andreia foi comunicada sobre a destruição do piso por volta das 7h do dia 21, mas, ao chegar ao templo, “não dava mais para salvar nem um metro quadrado. Desde então, não teve mais contato com o padre José Flávio, que celebrou missa no domingo, com os fiéis sobre o contrapiso da nave. Em 20 de janeiro, o conselho municipal se reuniu para dis-cutir uma provável troca do piso, movido por comentários de paroquianos de que o padre pretendia usar o granito. Pro-curado, o religioso disse, segundo Andreia, que nada disso

seria feito, apenas mandaria uma equipe para cuidar da ma-nutenção.

Mesmo mais tranquilos, os integrantes do Conselho Municipal de Patrimônio decidiram apressar o tombamento para evitar riscos. No último dia 10, notificaram o pároco a respeito do processo de proteção, enviando cópia do do-cumento para o bispo da diocese de Caratinga, dom Hélio Gonçalves Heleno.

Na tarde de ontem, o padre disse desconhecer a ação. Ele explicou que já comprou, por R$ 34 mil, o revestimento de granito. “O outro piso estava em péssimo estado e fal-tando pedaços”, afirmou. Ninguém da Mitra Diocesana de Caratinga foi encontrado para falar sobre o assunto.

DEPREDAÇÃO

Patrimônio é protegidoJustiça suspende obra de demolição de piso em igreja histórica de Divino, na Zona da Mata, e Ministério Público ajuíza ação para recomposição do revestimento destruído pelo pároco

Ladrilhos antigos da Matriz do Divino Espírito Santo foram arrancados e seriam substituídos por peças de granito, que o padre José Flávio comprou por R$ 34 mil

Fotos: Andreia Medeiros Chaves/Divulgação

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Paula Sarapu Em caráter de urgência, equipes da Companhia Ener-

gética de Minas Gerais (Cemig) estão visitando, desde on-tem, 70 cidades mineiras onde haverá festas de carnaval com trio elétrico e grande concentração popular. Segun-do o superintendente de Relacionamento Comercial com Clientes da Cemig, Ricardo Rocha, a ideia é rever o trajeto dos trios, verificar novamente as redes elétricas e reforçar a importância dos cuidados com a serpentina metalizada, que provocou uma tragédia no pré-carnaval de Bandeira do Sul, a 440 quilômetros de Belo Horizonte, com 15 mor-tes, depois de fio de alta tensão se romper. Ontem, o Corpo de Bombeiros também divulgou uma lista de orientações quanto ao uso do produto, que será publicada hoje em por-taria da corporação.

Todas as cidades que vão promover grandes festas nos dias de folia já tiveram a rede elétrica e a fiação vistoriadas, de acordo com o superintendente da Cemig. Diante dos es-tragos do possível contato entre a serpentina metalizada e os cabos de média tensão do município ao Sul de Minas, a concessionária resolveu intensificar o alerta, em reuniões com os próprios prefeitos dessas cidades. Além de campa-nhas em rádios, folhetos estão sendo distribuídos.

“Fizemos a manutenção preventiva que normalmente fazemos às vésperas de grandes eventos e estamos voltan-do aos municípios que vão promover grandes festas para observar novamente o caminho que o trio vai fazer pelas cidades e a distância das redes elétricas. Estamos conver-sando com os prefeitos e organizadores por causa do ris-co aparente das serpentinas metalizadas. Até sexta-feira terminaremos as inspeções. Onde não tiver carnaval de grande porte, estamos fazendo contato por telefone para dar as orientações”, afirmou o superintendente da Cemig, lembrando que a empresa só fará os testes com a serpen-tina depois do resultado da perícia da Polícia Civil. “Es-peramos os laudos para direcionar melhor os estudos que faremos, mas, como há suspeitas de que o produto oferece risco, estamos orientando a população para não usar esse material próximo às redes elétricas.”

O Corpo de Bombeiros também elaborou dicas para o carnaval. A corporação sugere que os foliões devam usar apenas produtos certificados pelos órgãos competentes e

que apresentem orientações de uso do fabricante. “Como não temos um laudo conclusivo que indique o agente cau-sador daquele acidente, publicamos a portaria para quem já tem esse produto usá-lo seguindo as orientações. É preciso considerar os riscos de ocasionar acidentes com a rede elé-trica, assim como com qualquer outro material condutor”, disse o chefe do setor de Comunicação Organizacional do Corpo dos Bombeiros, tenente-coronel Edgar Estevo da Silva. PROIBIÇÃO

O promotor da área de produtos do Procon-MG, Amaury Artimos da Mata, deve anunciar hoje seu posi-cionamento. De acordo com o Ministério Público, o reque-rimento assinado pela deputada estadual Liza Prado, em que ela pede providências imediatas sobre o comércio da serpentina metalizada, ainda não foi protocolado no órgão. No entanto, o promotor conversou com representantes da comarca de Poços de Caldas, que abrange o município de Bandeira do Sul, para saber que medida é possível tomar.

Questionado sobre a posição do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Estevo afirmou que não é competência do órgão punir nem fiscalizar a venda desse material, mas que a corporação, depois dos resultados de perícia, pode sugerir ao Legislativo e a outras autoridades medidas de controle para o uso do produto. “Neste momento, nós re-comendamos o uso de forma adequada.”

Entre as dicas estão: não direcionar para pessoas, ani-mais, rede elétrica ou outro obstáculo; evitar o uso por crianças; verificar a distância de segurança exigida; evitar acionar em ambientes fechados ou em sincronia com fogos de artifício. A Cemig também alerta que não é necessário tocar na rede para causar um acidente. A simples proximi-dade, segundo a empresa, pode gerar um choque.

AFOGAmENtOs De acordo com o Corpo de Bombeiros, os casos de

afogamentos também preocupam nesta época do ano. Em 2010, f oram 43 mortes nos cinco dias de carnaval – a mé-dia anual de mortes é de 400 por ano. A corporação ma-peou 71 pontos em balneários em Minas com casos de afo-gamentos e pede que os foliões também tomem cuidado com os mergulhos.

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Josilene Silva Pereira Belo Horizonte “Parabenizo o EM pelo artigo ‘O prazo na construção

civil’ (25/2). É impressionante a falta de respeito de muitas construtoras que recebem adiantado o dinheiro dos compra-dores e simplesmente não entregam o imóvel na data acor-

dada. Concordo com o autor ao afirmar ser necessário que o Ministério Público de Minas Gerais e o Procon assumam essa causa em defesa dos vários compradores lesados. Os prejuízos têm sido grandes, como pagamento de aluguel en-quanto o imóvel adquirido não é entregue pela construtora. Haja imbróglio!”

EstADO DE mINAs - P. 8 - 03.03.2011 habitação

Leitora quer ver MP de olha nas construtoras

Carnaval

Serpentina entra na miraCorpo de Bombeiros e Cemig reforçam dicas de segurança para uso do produto e nas festas

em que houver participação de trios elétricos. Fiação será reavaliada em várias cidades

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A morte de 15 pessoas levou nove prefeituras do Sul de Minas e Juiz de Fora a banirem o uso da serpentina metáli-ca na folia, por meio de decretos. O Ministério Público vai avaliar punições à Prefeitura de Bandeira do Sul por não ter informado ao Corpo de Bombeiros que faria o pré-Carnaval.

No Rio de Janeiro, um deputado apresentou projeto de lei banindo o produto no Estado e parlamentares mineiros pe-diram ao Procon que determine a sua retirada do comércio. Engenheiros acham que a medida não é suficientes. Páginas 17 e 18, minas

hOjE Em DIA - 1ª P., P. 17 E P. 18 - mINAs - 03.03.2011CARNAVAL 2011

Cidades proíbem serpentina metálica na folia de Carnaval

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Pedro Rocha Franco Em descumprimento ao Código Municipal de

Obras, o secretário de Administração Regional Munici-pal Noroeste da Prefeitura de Belo Horizonte, Ajalmar José da Silva, permitiu que obra embargada pela Ge-rência de Fiscalização de Obras da mesma regional por falta de alvará de construção tivesse continuidade. De acordo com documento obtido com exclusividade pelo Estado de Minas, ciente dos inúmeros problemas apre-sentados pela ampliação de uma concessionária locali-zada na Avenida Carlos Luz, 492, no Bairro Caiçara, o secretário regional deu aval para que as obras tivessem sequência. E, por pouco, o ato irresponsável não ter-minou em tragédia. Na noite de domingo, parte de um imóvel, nos fundos do terreno, desabou com morado-res dentro. “Moço, nasci de novo”, afirma o aposentado Mário de Souza Leite, de 71 anos, proprietário da casa. Só ontem, a construção foi interditada e dado prazo de dois dias para demolição da obra.

Moradores dos fundos da concessionária alegam que os responsáveis pela empresa foram avisados so-bre os problemas com a obra por três vezes. Segundo o aposentado, ele alertou o engenheiro da obra, o mestre de obras e um responsável pela concessionária. “Cha-mei a atenção deles, mas preferiram continuar. É o jeiti-nho brasileiro”, diz Mário, que há quatro décadas mora na Rua Catumbi, via paralela à Avenida Carlos Luz, com cinco parentes. No domingo, ele estava sozinho no segundo andar, quando, com a chuva, seu quarto de-sabou. O imbróglio envolvendo a construção se arrasta desde o ano passado, quando, por meio de denúncia da comunidade, uma equipe de fiscalização de obras da prefeitura esteve no local para verificar o problema. Constatou-se que a concessionária Autokorea funciona-va de forma irregular, tendo sido construída sobre uma via pública, sem a obtenção do alvará de construção. E, mesmo assim, a empresa decidiu fazer ampliação do galpão para uma parte do terreno que estava vazia. Também sem alvará. EmBARGO

Em agosto, uma equipe de fiscalização esteve no local e cobrou o documento. Na ausência do documen-to, a obra foi embargada. Mas os empresários não se intimidaram e prosseguiram com a construção. Em se-tembro, foi aplicada a primeira multa, no valor de R$ 8.334,40, e, três dias depois, a segunda, sendo cobrado o dobro do valor da primeira. Depois disso, os operários

interromperam o trabalho e só retornaram em janeiro. Isso porque, em 17 de novembro, o secretário regional, Ajalmar José da Silva, encaminhou carta à empresa re-comendado que fossem “concluídos os serviços de pre-enchimento de valetas que se encontram abertas; bem como a regularização da área para que possa cessar tal carreamento de lama”, diz o texto.

Mas, segundo o gerente de Fiscalização de Obras da Regional Noroeste, Máximo Malvar, ao contrário do que sugere o secretário na carta, a obra não é passível de regularização. “Lá é parte de uma rua. Não tem como ter um alvará de construção”, diz o gerente, explicando que o terreno é continuidade da Rua Frei Orlando e foi ocupado irregularmente pelo empreendimento e tam-bém por moradores.

De posse da carta, os responsáveis pela empresa tentaram usá-la como álibi para dar continuidade à obra. “Tentaram intimidar a fiscalização com isso”, afirma o gerente de obras. Mas os fiscais prosseguiram com a ação. Em fevereiro, passados seis meses do primeiro embargo, agentes da prefeitura voltaram a embargar a obra e aplicar duas novas multas. “O que manda é o alvará de construção. É o que tem valor. Não tenho co-nhecimento de outro documento que o substitua”, diz Malvar em relação à carta.DEmOLIÇÃO

Somente ontem a equipe de fiscalização conseguiu interditar a construção, três dias depois do desmorona-mento de uma casa nos fundos do terreno. O gerente re-gional de fiscalização explica que a demora na interdi-ção se deve a artimanhas adotadas pela concessionária. “As primeiras autuações foram feitas em nome de uma pessoa que se identificou como responsável pela em-presa. Mas o homem se desvinculou da firma. Deram uma de joão sem braço. Com isso, tivemos de dar início a novo processo e repetir todas ações”, relatou.

A interdição feita ontem dá prazo de 48 horas para a concessionária demolir a parte da empresa que invade a via pública. Mas o gerente reconhece que isso dificil-mente será feito. “É provável que não façam. Devem entrar com recurso e tentar adiar a ação”, diz Máximo. O gerente informou ainda que o processo será encami-nhado para a Secretaria Municipal de Regulação Urba-na e para o Ministério Público. A equipe do Estado de Minas esteve na concessionária e pediu para falar com o diretor da empresa Autokorea citado na carta, Gusta-vo Delgado Rennó, mas não obteve resposta.

DEsmORONAmENtO

Secretário libera obra embargadaMesmo interditada pela fiscalização da prefeitura da capital por falta de alvará, construção

que causou desabamento de casa no Bairro Caiçara é autorizada por administrador regional

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Diferentemente da interpretação dos fiscais e do que es-tabelece o Código de Obras, o secretário de Administração Regional Municipal Noroeste, Ajalmar José da Silva, expli-ca que, na carta assinada por ele e encaminhada à direção da concessionária Autokorea, a determinação era somente quanto ao preenchimento de valetas que se encontram aber-tas. “Além das valetas, não estaria autorizado mais nada”, diz.

Mas, o texto do novo Código de Obras é minucioso e explica, no artigo 7: “Durante o prazo em que vigorar o em-bargo, somente poderão ser executadas as obras necessárias à garantia da segurança da edificação ou dos imóveis vizi-nhos e as necessárias para fins de regularização, mediante autorização do Executivo”. Nesse caso, não se tratava nem de garantia de segurança para a comunidade nem da regu-larização da obra, uma vez que a mesma está situada numa

via pública.Caso a empresa de engenharia contratada executasse o

serviço de preenchimento das valetas, ou seja, fizesse a co-locação dos tubulões, segundo especialista e como admite o secretário, a empreiteira teria como concluir a construção em menos de um mês e, a partir daí, a demolição teria que ser discutida na Justiça, se arrastando por anos. O mesmo deve ocorrer com o prédio já concluído e que, segundo a Gerência de Fiscalização de Obras da Regional Noroeste, também não tem alvará de construção. “Eles iniciaram a nova construção para substituir a antiga, que é a que ocupa a via pública. Vão ter que derrubá-la”, diz o secretário municipal.

Para isso, os empresários teriam de obter que o terreno indiviso fosse separado em duas partes e, a partir daí, fosse obtido o alvará de construção da área em obras. “É isso que eles buscam regularizar”, diz Ajalmar. (PRF)

Via pública é invadida

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Brigadas de incêndio são extintasQueda de ocorrências em São João das Missões, Itacarambi e chapada Gaúcha é a justificativa para fim do serviço

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A construção da avenida Sanitária, ao longo das margens do córrego Bebedouro, é um sonho antigo da população de Lagoa Santa, na região metropolitana. Entidades sociais locais avaliam que a avenida melhoraria o acesso ao município, facilitaria o trân-sito e, ainda, amenizaria o sofrimento da população que mora no

entorno do córrego afetada diversas vezes por inundações. O pri-meiro projeto para construção dessa obra data de 1979, mas nunca saiu do papel. A construção da avenida é considerada cara pelo município, porque exige a desapropriação de algumas famílias que hoje moram no entorno do local. (MJN)

Denúncias.Vereadores querem saber para onde foi dinheiro do PAC

Suposto desvio de recursos mobiliza CPI em Lagoa SantaPrefeitura alega que as informações são falsas e têm “caráter politiqueiro”

MATHEUS JASPER NANGINOVereadores de Lagoa Santa, na região

metropolitana de Belo Horizonte, articulam a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investi-gar possível desvio de dinheiro na prefeitura que deveria ir para a construção da chamada avenida Sanitária da cidade. Os vereadores afirmam que o município contraiu R$ 14 mi-lhões em empréstimo junto à Caixa Econô-mica Federal, por meio do programa Sanea-mento para Todos, que faz parte do Progra-ma de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Apesar de a verba ter sido liberada, a construção da obra sequer foi ini-ciada, segundo a denúncia.

“A assinatura do contrato foi feita, o dinheiro foi enviado, mas nada aconteceu, ninguém sabe onde foi parar. O empréstimo saiu, mas a avenida não”, afirmou o vereador Genesco Neto (PMDB). Segundo ele, uma

ação popular deverá ser ajuizada nas próxi-mas semanas para que a prefeitura explique o que ocorreu com o dinheiro.

Além disso, hoje, a vereadora Aline de Souza (PTB) começa a recolher assinatura para a abertura da CPI. “Vamos começar nossas ações para saber onde é que está esse dinheiro. As pessoas falam muito que todo político é sem vergonha. Eu não sou e não vou ficar quieta com isso”, afirma.

Outro lado. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Lagoa Santa, que informou que o prefeito Rogério Avelar (PPS) não poderia dar entrevistas porque estava em reunião.

Em resposta, enviada por e-mail, a as-sessoria da prefeitura alegou que as denún-cias têm “caráter politiqueiro”. A assessoria não explicou, porém, o destino das verbas e nem se a construção da avenida será viabili-zada (leia resposta abaixo).

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Luiz Ribeiro

Numa sessão que durou seis horas, encerrada na madrugada de ontem, a Câmara Municipal de São Francisco, no Norte de Mi-nas, cassou o mandato do prefeito, o padre José Antonio da Rocha Lima (PT). Ele estava afastado temporariamente do cargo desde o fim do ano, devido ao seu envolvimento na Operação Conto do Vigário, deflagrada em novembro pelo Ministério Público Esta-dual (MPE) e Secretaria de Estado da Fazenda para investigar de-núncias de fraudes. Durante a operação, foram detidas 18 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa especializada em

desviar recursos públicos de diversas prefeituras, entre elas a de São Francisco. Foram constatados desvios por meio de licitações fraudulentas para compra de medicamentos, superfaturamento de obras e irregularidades em concursos públicos.

As investigações do MPE tiveram como base um relatório de uma Comissão Legislativa Inquérito (CLI) instalada pela Câ-mara Municipal. Após a leitura das 600 páginas do relatório, os nove vereadores decidiram, por unanimidade, pelo afastamento definitivo do prefeito. Com isso, o vice-prefeito Luiz da Rocha Neto (PMDB), que estava na chefia interina do Executivo, deverá permanecer no cargo até o fim do mandato.

Fraudes

Prefeito de São Francisco é cassado

Não é a primeira vez que recursos para a avenida Sanitária de Lagoa Santa geram polêmicas no município. Em 2007, quando o Mi-nistério das Cidades abriu prazo para as prefeituras apresentarem pro-jetos no programa Saneamento para Todos, o município encaminhou para o governo federal projeto de lei com suposta autorização da Câ-mara para contrair empréstimos com a Caixa, sem que o projeto fosse aprovado pela Casa.

A atitude fez com que a Câmara entrasse na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a prefeitura. A ação foi

considerada procedente por maioria da Corte Superior do Tribunal de Justiça do Estado. Com base nisso, a prefeitura não poderia ter rece-bido os recursos da Caixa, já que a lei documento obrigatório para a concessão do recurso não teria validade.

Os vereadores, no entanto, afirmam que a prefeitura recebeu o recurso, algo não confirmado nem desmentido pela assessoria de co-municação do município. “É uma pena que a situação esteja nesse ponto, porque a obra é importante para a população”, disse o vereador Genesco Neto. (MJN)

melhorias

Obra é sonho antigo dos moradores

suspeitas

Verba teria sido liberada por meio de lei inconstitucional

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Ivan Iunes e Leandro Kleber Brasília – Os deputados fede-

rais que deixaram o cargo no mês passado apresentaram uma conta salgada aos cofres públicos. Ao todo, 102 agora ex-parlamentares inflaram os gastos com verba in-denizatória nos últimos dois meses de mandato: dezembro de 2010 e janeiro deste ano. Apenas com es-ses ressarcimentos, a Câmara de-sembolsou R$ 5,6 milhões — R$ 2,4 milhões a mais do que esses mesmos 102 ex-deputados recebe-ram no período correspondente a 2009/2010. A maior parte das des-pesas refere-se à divulgação de ba-lanços dos respectivos mandatos.

Pastor Manoel Ferreira (PR-RJ), Cássio Taniguchi (DEM-PR) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) foram os que mais aumentaram o percen-tual de gastos com a proximidade do término do mandato. Compa-rando-se os últimos dois meses na Câmara ao mesmo período de 2009/2010, as despesas do trio apresentaram uma variação no uso da verba indenizatória de 1.712%, 1.129% e 209%, respectivamente.

Conforme antecipado pelo Es-tado de Minas em dezembro, os investimentos em publicidade do mandato de pelo menos 50 então deputados dobraram. A fatura ele-vada, segundo os agora ex-parla-mentares, justifica-se pelo fato de,

na época, estarem deixando o Par-lamento. Sem assento na Câmara, perderam também boa parte da vi-sibilidade política e do patrocínio público para a divulgação, em seus estados, do trabalho realizado em Brasília.

“Aproveitei aquilo que ainda tinha de verba indenizatória para divulgar tudo o que fiz como depu-tado. A Caixa Econômica Federal e os Correios fazem publicações que custam bilhões de reais ao governo. Deveriam ver o quanto o Executi-vo gasta em publicidade e o quan-to nós gastamos. Nossas despesas são até baixas”, compara Ernandes Amorim (PTB-RO), cujos ressar-cimentos aumentaram R$ 65,6 mil (variação de 73%). O ex-deputado alega ter utilizado o dinheiro com publicidade em veículos impres-sos, rádio e tevê.

Além da divulgação parla-mentar, há despesas com telefone, aluguel de carros e aviões, entre outras modalidades. A dois meses de deixar o mandato, o tucano Gus-tavo Fruet, por exemplo, consumiu R$ 25,8 mil apenas em serviços postais. Já o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) utilizou quase R$ 10 mil com aluguéis de veículos, enquanto o petebista Er-nandes Amorim contratou consul-torias no valor de R$ 49 mil.

Reuniões políticas Ao turbinar

o consumo da verba indenizatória em R$ 58,5 mil, o ex-deputado Pedro Wilson (PT-GO) alegou ter “desenvolvido trabalhos” no inte-rior de Goiás, incluindo reuniões políticas. “Uma das reclamações que mais ouvi durante a campanha eleitoral do ano passado foi que eu não divulgava as minhas realiza-ções como parlamentar. Quisemos, então, fazer uma prestação de con-tas, viajando pelo estado. Também tínhamos um projeto para tocar a campanha da presidente Dilma Rousseff e a formação de alian-ças”, justifica Wilson, que dobrou os gastos e empregou R$ 58,2 mil a mais nos dois últimos meses do mandato, em comparação com de-zembro de 2009 e janeiro de 2010.

Além dos ex-parlamentares que apresentaram crescimento ex-pressivo no consumo de dinheiro público no período analisado, há muitos que não tiveram uma va-riação tão grande, porque as res-pectivas despesas já eram eleva-das. Fazem parte desse grupo José Mendonça Bezerra (DEM-PE) e Humberto Souto (PPS-MG). Há um ano, Souto havia utilizado R$ 78 mil da verba indenizatória. Ago-ra, foram R$ 105 mil. Campeão no uso desses recursos, Bezerra gas-tou R$ 127 mil entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010 e, recente-mente, R$ 157 mil.

CONGREssO

Deputados limpam os cofres no fim do mandatoDespesas dos 102 parlamentares não reeleitos inflam a conta das verbas indenizatórias, que chegou a R$ 5,6 milhões em dezembro e janeiro, a maior parte usada em balanços

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REDAÇÃODerrotado na corrida pelo go-

verno de Minas Gerais no ano passado, o ex-senador Hélio Costa (PMDB) entrou com um recurso ontem no Tribunal Superior Elei-toral (TSE) pedindo a cassação do mandato do governador Antonio Anastasia.Hélio acusa Anastasia de abuso de poder durante sua cam-panha à reeleição, anunciando um “pacote de bondades”, usando a prática de “clientelismo caracterís-tico dos rincões brasileiros”.

O recurso argumenta que entre de junho e julho de 2010 o governo de Minas firmou 3.545 convênios com 842 municípios mineiros para

transferir recursos financeiros para serviços, obras e compras locais.

Hélio aponta que, “enquanto em 2009 o valor total dos convê-nios atingiu R$ 54,6 milhões”, em 2010 esse número foi “catapultado” para R$ 982,1 milhões.REsPOstA.

O advogado do tucano, José Sad, negou qualquer irregularidade na campanha. Segundo ele, os con-vênios foram firmados dentro do prazo legal, com aval da Advocacia Geral do Estado.

“Não houve irregularidades. Na campanha, a atuação do Estado se pautou na observância do que prevê Justiça Eleitoral”, alegou.

O tEmPO j- P. 7 - 03.03.2011Convênios

Hélio Costa recorre ao TSE contra Anastasia

Audiências públicas

Comissão aprova 11 encontros

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa aprovou ontem 11 requerimentos para re-alização de audiências públicas, em datas ainda a serem definidas. Entre os temas dos encontros estão a Feira Hippie da Avenida Afonso Pena, em BH; em Ribeirão das Ne-ves, na região metropolitana será debatido o sistema carcerário. Os parlamentares vão realizar duas audiências no Vale do Aço, uma para levantar formas de compensar perdas orçamentárias de Ipatinga, Timóteo e Belo Oriente, causadas pelas mudanças no fator de cálculo para distribuição do ICMS e outra com o objetivo de tematizar a Re-gião Metropolitana do Vale do Aço e a implementação de uma agên-cia metropolitana. Serão discutidas também as atividades mineradoras nas serras da Gandarela, da Moe-da, do Rola Moça, do Curral e Ca-pão Xavier, entre outras.

PBh

Balanço de gastos é apresentado

Foi apresentado, ontem, na Câmara Municipal o balanço dos gastos do ano passado dos poderes Executivo e Legislativo de Belo Horizonte. As despesas da prefei-tura em 2010 foi 8% maior do que no ano anterior e as áreas da saúde e educação foram as que recebe-ram mais recursos, R$1,6 bilhão e R$1,2 bilhão, respectivamente. O secretário-adjunto de Orçamen-to Geraldo Herzog, explicou que o aumento dos gastos está ligado ao reajuste de impostos e a expan-são da economia na capital minei-ra. Vereadores e representantes da sociedade civil acompanharam a apresentação dos números.

EstADO DE mINAs - P. 6 03.03.2011 - GIRO POLítICO FIm DO IEF

Criação de novo órgão ambiental vai a debate

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Ernesto Braga No ano passado, 9.864 menores foram apreendidos na capital e en-

caminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH). Desse total, 2.182 foram detidos por tráfico de drogas (27,2%) e 1.483 por uso de entorpecentes (18,5%), o equivalente a 45,7% das ocorrências. Foram 855 apreensões por furto (10,7%) e 619 por roubo (7,7%). O envolvimento dos jovens com menos de 18 anos em outros crimes violentos continuaram em baixos patamares: foram 32 apreensões por homicídio (0,41%) e 24 por tentativa de assassinato (0,3%). No entanto, houve uma explosão dos estupros - 18 casos (0,2%) -, delito que não apareceu nas estatísticas do CIA-BH em 2009.

Os números constam no relatório estatístico 2010 do Setor de Pes-quisa Infracional (Sepi) da Vara Infracional da Infância e da Juventude da capital, que será divulgado hoje no CIA-BH, no Bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul. A coordenadora da vara, juíza Valéria da Silva Rodri-gues, informou que só comentará os dados em entrevista coletiva, depois da divulgação do relatório. Mas as estatísticas do ano passado comprovam a tendência que vem sendo observada pela magistrada desde 2005: os adolescentes estão migrando dos crimes violentos para o tráfico de dro-gas, motivados, principalmente, pelo sustento do próprio vício.

A média de 822 apreensões mensais de menores no ano passado, ou 27 diárias, é ligeiramente superior à de 2009, quando 9.605 adolescentes foram apreendidos na capital (800 por mês, ou 26,3 por dia). Os números mostram que mais de um jovem é flagrado por hora cometendo algum delito na cidade. O relatório do Sepi comprova que o envolvimento com a droga é responsável pelo crescimento da delinquência juvenil. Há dois anos, o uso (1.908 casos) e tráfico de entorpecentes (1.868) representavam 39% das ocorrências registradas no CIA-BH.

Desde 2005, quando o Sepi começou a fazer o relatório estatístico, as ocorrências de estupros cometidos por adolescentes vêm caindo: foram

16 casos no primeiro ano do balanço, 13 em 2006, cinco em 2007, cin-co em 2008 e nenhuma ocorrência em 2009. No ano passado, foram 18 registros. “É arriscado fazer uma avaliação sem saber as circunstâncias em que os estupros aconteceram. Podem ter sido casos domésticos ou em série”, avaliou o sociólogo Luís Flávio Sapori, coordenador do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da PUC Minas.

PERFIL Segundo o relatório estatístico 2010, a maioria das infrações foram

cometidas na Região Centro-Sul de BH (18,7%). A maior parte dos me-nores em conflito com a lei é do sexo masculino (84,4%) e maioria (310 apreendidos) mora no Bairro Serra (310 apreendidos), na mesma região; a maioria tem 17 anos (1.924, ou 28,5%) e cursou até a 6ª série do ensino fundamental (1.198, ou 17,7%). Outros números apresentados no estu-do: 52,3% dos adolescentes estudam (99,5% em escolas públicas), 80,9% moram em casa, 40,9% são pardos, 97% solteiros, 96,1% têm certidão de nascimento, 79,3% não trabalham e 451 (44,4%) são de famílias com renda de um a dois salários mínimos.

O relatório aponta ainda que 66% dos menores que passaram pelo CIA-BH no ano passado são usuários de maconha. Conforme publicou o Estado de Minas em 13 de fevereiro, entre 2005 e 2009, as apreensões de adolescentes na capital por tráfico e uso de drogas, aumentou 350% - pas-sou de 832 para 3.776 casos. Enquanto isso, as ocorrências de assassina-tos cometidos por eles caiu de 145 para 43 (70,3%). Embora bem menos expressiva, também houve redução nos roubos, de 984 para 846 (14%).

“Os traficantes adultos foram presos e os menores tiveram que subs-tituí-los. Mesmo na cadeia, os adultos continuam comandando. Eles de-terminam que haja trégua entre as bocas de fumo, pois os homicídio preju-dicam o comércio de drogas”, avaliou Valéria Rodrigues, em entrevista ao EM. Ainda segundo ela, 90% dos menores que atuam no tráfico são pagos com drogas para o próprio consumo.

pesquisa

Tráfico arrasta mais jovensLevantamento da Vara da Infância e da Juventude de BH mostra crescimento contínuo do número de adolescentes atraídos para o crime por gangues do comércio de drogas

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hOjE Em DIA - P. 7 - 03.03.2011Réu do mensalão diz ter vida limpa

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Landercy Hemerson O carreteiro Leonardo Faria Hilário, de 24 anos, vai

ganhar liberdade pela segunda vez, desde que foi preso em flagrante por ter causado o acidente em que cinco pessoas morreram dia 28 de janeiro, no Anel Rodoviário de BH. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, acatou on-tem a liminar em pedido habeas corpus que o favorece. Ele foi denunciado por homicídio e lesões corporais por dolo eventual pelo Ministério Público, que entendeu que o acu-sado assumiu o risco de causar as mortes e ferimentos em 12 pessoas, ao trafegar com a carreta bitrem, Volvo, de Mundo Novo (MS), com 37 toneladas de trigo, em velocidade acima da permitida na via e na pista da esquerda.

No dia 15 do mês passado, o juiz Guilherme Queiroz Lacerda, do 1º Tribunal do Júri de BH, acatou a denúncia contra o carreteiro, mas concedeu a ele o benefício de res-ponder ao processo em liberdade, por considerar que tem residência fixa, trabalha e é primário. A liberdade durou pouco. No dia seguinte, o desembargador Alberto Deodato Neto, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), revogou a decisão e determinou a expedição de mandado de prisão. Em pouco mais de 24 horas nas ruas, Leonardo Hilário se entregou e voltou para trás das grades.

Até o começo da noite de ontem, o TJ não havia sido notificado da decisão do Superior Tribunal de Justiça. A pre-visão é de que a comunicação oficial chegue hoje.

mORtEs NO ANEL

Carreteiro fica de novo em liberdade

Porto Alegre. Acusado de ter atropelado dezenas de ci-clistas na última sexta-feira, o bancário Ricardo Neis, 47, passou à condição de preso sob custódia, ontem, por deter-minação da Justiça e por estar internado para tratamento psi-quiátrico no Hospital Parque Belém, na zona sul de Porto Alegre.

Atendendo a pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou a prisão preventiva do atropelador, que é acusado de tenta-tiva de homicídio. Os policiais passaram a procurar por ele nos endereços disponíveis e foram informados por parentes que o bancário havia procurado atendimento médico. No hospital, ao amanhecer, deram voz de prisão a Neis, mas não puderam levá-lo à cadeia porque ele estava internado.

Sem informar o diagnóstico, o médico Hugo Hoerlle informou apenas que o motorista está sofrendo de estresse pós-traumático e “emocionalmente muito abalado”, não ten-do condições de prescindir de assistência especializada.

Ao final da tarde, o hospital publicou uma nota em seu

site sugerindo a transferência do paciente. “Devido à toda exposição do acontecimento, com repercussão internacional e com a possibilidade de reações imprevisíveis, recomenda-mos às autoridades, em consonância com os nossos médi-cos envolvidos no caso, a transferência deste paciente a uma unidade mais adequada à sua segurança”. Ontem à noite, a Polícia Civil aguardava a resposta da Justiça a um pedido de transferência de Neis para o Instituto Psiquiátrico Forense.

O advogado Jair Jonco anunciou que pedirá habeas-cor-pus para seu cliente alegando que ele não se recusou a pres-tar depoimento e tem trabalho e residência fixos, podendo aguardar as investigações e enfrentar eventual processo em liberdade.

O atropelamento ocorreu na noite de sexta-feira, no bairro Cidade Baixa. Neis ultrapassou um grupo de 150 ci-clistas acelerando seu carro e atropelando vários deles para abrir caminho. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas, sem gravidade.

O tEmPO - 14 - 03.03.2011

Há questões que, embora sejam muito importantes do ponto de vista da população, não recebem a devida atenção do Congresso Nacional. Um bom exemplo disso são os crimes de trânsito. Fatos como o que aconteceu em Porto Alegre, com um atropelamento proposital e coletivo de ciclistas, chocam o país, mobilizam a imprensa, mas não sensibilizam os deputados.

A legislação brasileira parece não estar dando conta da tra-gédia rotineira do trânsito das grandes cidades. A imprudência do motorista ainda é tratada de forma muito branda pela legis-lação. Quando se trata de morte no trânsito, a lei deixa para o Poder Judiciário interpretar a penalidade a ser aplicada. A co-moção popular é que tem sido parâmetro para julgamento de casos como esse.

Em resumo, falta legislação que tipifique os casos de vio-lência e, para cada um deles, estabeleça punições. A intenciona-

lidade ou não da violência hoje é julgada de forma subjetiva. Há países em que a existência ou não da intenção já está associada à infração. Em outras palavras, se há um acidente ocasiona-do pelo fato de um motorista trafegar na contramão, já está aí entendida a intenção - o risco presumível de um acidente com mortes. Desse ponto de vista, o veículo é compreendido como uma arma fatal.

Sem dúvida, é preciso avançar neste sentido. O Código Brasileiro de Trânsito que, na sua concepção, representou uma grande ganho para a sociedade agora está engessado. A legisla-ção ficou presa no próprio crescimento das cidades e, por con-sequência, no aumento da violência do trânsito.

Situações como o atropelamento de Porto Alegre não estão previstas no código. É momento de revisar a lei para mudar a cultura. (Carla Kreefft)

O tEmPO - P. 2 - 03.03.2011 - A PARtE

Violência.Bancário gaúcho Ricardo Neis recebeu voz de prisão ontem

Motorista que atropelou ciclistas é preso em clínica Hospital já pediu que paciente deixe local por temer falta de segurança

trânsito

Lei precisa ser readequada a uma nova realidade de violência

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Pedro Ferreira e Flávia Ayer A Avenida Afonso Pena se transformou num corredor aberto

para o crime. O assassinato com nove tiros de um travesti na madru-gada de ontem – o terceiro caso envolvendo profissionais do sexo em menos de seis meses – é outra marca da violência e da falta de limites que muitas vezes dão a Belo Horizonte ares de terra sem lei. A exe-cução reforça a série de episódios que atentam contra a segurança e o sossego do cidadão, que, da janela de casa, é intimidado por cenas de sexo explícito, consumo de entorpecentes e prostituição de menores. O cenário é de assustar quem cruza o mais famosos eixo viário de BH, partindo da Praça Sete, em direção ao Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul. Além do mercado do sexo mantido por garotas e homossexuais, o chamado alto da Afonso Pena abriga, alguns quartei-rões acima do local onde ontem houve a execução, verdadeiros bailes funk a céu aberto, onde imperam o abuso de entorpecentes e álcool e a afronta às leis de trânsito, como denunciou o Estado de Minas em sua edição de domingo.

Flagrada pelas câmeras de segurança de um prédio na Rua Piauí, a execução do travesti identificado como Gustavo Brandão de Agui-lar, de 22 anos, na madrugada de ontem, reacendeu a revolta entre moradores do entorno da avenida. Em carta aberta à comunidade, eles clamam por policiamento e organizam comissão para pedir providên-cias ao Comando Geral da Polícia Militar (PM), levando em mãos dossiê com todos os crimes ocorridos na região. Uma das providên-cias sugeridas na carta é a instalação de câmeras do Programa Olho Vivo nas esquinas em que o tráfico de drogas é mais intenso. O tra-vesti foi assassinado por volta das 4h de ontem, por três homens com idade entre 17 e 30 anos, com nove tiros. A PM aponta que o crime tem relação com o tráfico de drogas, pois a vítima já havia sido presa anteriormente com cocaína. De acordo com investigações da Polícia Civil, um dos suspeitos de matar Gustavo é acusado de outros sete ho-micídios desde 2005. Fernando Túlio Miranda Lages, de 24 anos, co-nhecido como Pimpolho, é foragido da Justiça há um ano. A suspeita é de que um adolescente de 17 anos tenha dado os últimos três tiros. “Já temos o retrato do Pimpolho. Estamos fazendo um rastreamento para tentar localizá-lo. É um homem muito perigoso”, afirma o delegado da Homicídios Centro, Fausto Eustáquio Ferraz.

Apesar de estarem amendrontados com o crime e com receio de ser identificados, por temer represálias, moradores revelam conhecer bem a situação que culminou com o assassinato de ontem. Para além da prostituição, eles afirmam que a Afonso Pena se transformou em território livre para o consumo de drogas, inclusive o crack. Compro-

vando a denúncia, vários cachimbos artesanais, feitos de materiais di-versos, foram encontrados na manhã de ontem pela equipe do Estado de Minas escondidos em canteiros ao longo da avenida. ILhADOs

Na madrugada de ontem, os irmãos A. e L., de 19 e 20 anos, es-tavam acordados, por volta das 4h, quando escutaram os tiros. “Tinha um travesti na esquina e, logo depois, um carro acelerou”, conta L., há seis meses morador de prédio próximo ao local do crime. Da janela do apartamento, a família testemunha madrugada adentro a algazarra comandada pelos travestis. “Eles ficam vendendo drogas, principal-mente cocaína, jogam pedras nos carros e falam muito palavrão. Fim de semana é um pouco mais sossegado”, relata M., irmã dos rapazes, na expectativa de que a área receba um posto policial.

Um engenheiro de 38 anos que mora em um prédio de luxo da Piauí com Afonso Pena diz não ter nenhuma segurança. “Eu me sinto ilhado à noite, sem ter como sair de casa nem para ir à pizzaria do outro lado da Afonso Pena. Assim que anoitece, chega o traficante de moto e entrega vários pacotinhos aos travestis. Os clientes param o carro na Afonso Pena, descem o vidro, pegam o papelote, pagam e vão embora. É assim, a noite toda”, denuncia o engenheiro, denunciando que policiais militares são coniventes com a situação. “Os travestis ficam encostadas no carro dos PMs batendo papo com eles. Há uma intimidade que eu não consigo entender.”

Ao saber do assassinato de mais um travesti, as lágrimas cor-reram pelo rosto da dona de casa Ana Izabel Diniz, de 80. O choro tem doses de compaixão pela vítima, mas também de temor. “Tenho medo, isso nos traz muita insegurança. Já acordei várias vezes com palavrão, gritaria e muita buzina. Acho uma grande falta de respeito com os moradores”, afirma Ana Izabel, moradora há 10 anos de um prédio próximo ao local do crime. Há reclamações também sobre sexo explícito e consumo de drogas. “Elas espalham cocaína na escadaria de uma casa e ficam cheirando”, conta outro morador, que testemu-nhou o crime e viu um grupo de travestis espancarem um homem, há dois dias. Já a queixa da comunicadora visual Andréa Leste, de 46 anos, é quanto ao lixo deixado na porta dos prédios. “A gente acha muita camisinha jogada na rua. Acho que a vida deles é a pior que se pode ter.”

A execução da madrugada de ontem não foi fato isolado. Em se-tembro do ano passado, outro travesti foi assassinado na Afonso Pena com Rua Maranhão. Em janeiro, um cafetão que obrigava travestis e prostitutas a vender drogas também foi morto com vários tiros, em frente ao número 2.898 da avenida.

EstADO DE mINAs - 21 E 22 - 03.03.2011Bh sem lei - O nobre corredor do medo

Execução de travesti na mais famosa avenida da capital escancara problemas de moradores da Zona Sul, obrigados a viver trancados em casa e ilhados por toda forma de crimes e abusos

Quando a violência entra pela janela “Quem mora no tradicional trecho da Avenida Afonso nas

proximidades da Rua Piauí já se acostumou a ouvir na madrugada a gritaria de prostitutas e travestis que ganham a vida nos arredo-res. Estamos acostumados à imundície, a caminhar pela calçada evitando pisar em poças de urina, montes de fezes e dezenas de preservativos usados, deixados pelos donos da madrugada naquele quarteirão. Não é raro aos desavisados que por ali passam depois das 22h avistar cenas de sexo dentro dos carros, às vezes na pró-pria rua, enquanto outras pessoas se drogam. Também há figuras ainda mais sombrias, como cafetões e traficantes, que exploram os que se prostituem neste pedaço do nobre e tradicional Bairro Funcionários. Tivemos de nos acostumar também ao som ensurde-cedor de funks, trances e axés, lançado por poderosos alto-falantes dos carrões de entediados e endinheirados rapazes que também frequentam as madrugadas das calçadas da Afonso Pena, em busca de uma dose a mais de diversão.

Agora, a violência de tiros e agressões passou a ser persona-gem cada vez mais frequente nesta vizinhança. Já ouvi relatos de porteiros e vizinhos sobre os homicídios que acontecem nas noites daquele pedaço, mas até a madrugada de ontem não tinha visto nada além de vestígios de sangue e peças de roupa abandonadas na rua, junto a estilhaços de vidro de automóveis e a outros resíduos da frenética atividade noturna do quarteirão. Mas, desta vez, em mais uma noite de insônia, enquanto fumava na janela do aparta-mento, fui apresentado à aterrorizante face da violência. Lá embai-xo, um jovem se aproximou e disparou seis vezes contra um alvo fora do meu campo de visão; segundos depois, alguém atirou mais três vezes, para garantir o serviço. Apaguei as luzes e busquei um canto seguro da casa. Um silêncio pesado pairou no ar. Perplexo, impotente e assustado, fiquei no escuro pensando na vida, artigo que não vale muito nestes tempos estranhos.”

J.C., morador de edifício vizinho, que assistiu à execução

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Pedro Ferreira O travesti assassinado com nove tiros na madrugada de ontem

na Avenida Afonso Pena, Bairro Funcionários, foi identificado como Gustavo Brandão de Aguilar, de 22 anos. Por volta das 4h, segundo testemunhas, três homens com idades entre 17 e 30 anos desceram de um Fiat Stilo de cor escura e abordaram a vítima. “Atira na cabeça, atira na cabeça”, gritou um deles para os comparsas. As imagens do momento exato da execução, feitas pelas câmeras de segurança de um prédio, são chocantes. Um homem de camisa branca desce do carro e atira várias vezes. Ele sai de cena e outro homem, de camisa escura, se aproxima da vítima e dispara mais vezes.

Antes de fugir, ele vai ao carro e retorna mais uma vez para des-carregar a arma. O travesti, que segundo a PM tinha passagens poli-ciais por tráfico de drogas e que já havia sido preso com 17 papelotes de cocaína, morreu no local. Os suspeitos escaparam com o carro em alta velocidade. O número da placa não foi anotado, mas a Polícia Civil informou que já tem dois suspeitos identificados.

Militares do 1º Batalhão da PM contam que foram chamados

por um soldado que estava de sentinela no Batalhão de Bombeiros Militares, próximo ao local do crime, e escutou os tiros. O corpo foi localizado logo em seguida, com perfurações na cabeça e pescoço (três), no abdômen (duas), no ombro, no tronco, no joelho esquerdo e nas costas. Vários outros travestis fugiram antes que a PM chegasse. Sete cápsulas de munição calibre 9mm foram recolhidas.

Em 27 de setembro do ano passado, o travesti Ademir do Nasci-mento Silva, de 31 anos, também foi executado com quatro tiros, na esquina de Afonso Pena com Rua Maranhão, pouco acima do quartei-rão em que ocorreu o crime de ontem. Dois homens em uma motoci-cleta vermelha passaram atirando. Ademir foi atingido duas vezes na cabeça, uma no pescoço e uma nuca.

Em 20 de janeiro, Anderson Antunes de Souza Porta, conhecido como Macaco, de 33, levou cinco tiros em frente ao número 2.898 da Avenida Afonso Pena, em crime atribuído pela polícia a uma disputa por ponto de tráfico. Segundo disseram testemunhas à polícia, ele ven-dia drogas em frente a uma agência bancária, abastecendo travestis e também clientes deles.

Além da violência relacionada ao tráfico, episódios recentes contribuem para deixar os moradores da mais famosa avenida da capi-tal com os nervos à flor da pele. No que seria uma disputa por ponto de prostituição, uma garota de programa foi esfaqueada por outra recen-temente na Afonso Pena. A suspeita, identificada como Josiane, deu duas facadas na vítima, que teve o pulmão perfurado. Em apenas três meses frequentando a avenida, Josiane já havia sido presa por porte ilegal de armas. Poucos dias depois, um travesti foi preso vendendo drogas no local em que fazia programas. Na época, foi denunciado à policia por um morador. Com ele, foram apreendidas seis pedras de crack prontas para a venda e uma pedra de 50 gramas. O travesti recebia aparelhos eletrônicos como pagamento.

Na avenida, nem os usuários de drogas escapam das agressões. Em outro episódio envolvendo profissionais do sexo, uma garota de 18 dormia na calçada quando dois travestis jogaram álcool e atea-ram fogo a ela. A jovem deu entrada em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), com queimaduras nas costas e nas nádegas. POLICIAmENtO

A tenente Débora Santos, do Comando de Policiamento da Ca-

pital (CPC), disse que a PM faz o cadastramento e monitoramento de garotas de programa e travestis que se envolvem em confusões na Afonso Pena e na região boêmia das imediações da Rua Guaicurus e rodoviária. “A prostituição não é crime, mas a exploração é. No entan-to, a prostituição normalmente está associada a crimes como tráfico de drogas, furtos e agressões. Por isso, é importante que a população denuncie o tráfico de drogas no momento em que ele está ocorrendo, anonimamente, pelos telefones 181 e 190, passando informações dos locais onde os travestis escondem as drogas. Muitas vezes, a PM faz a abordagem, mas não encontra provas com eles que possam levar a uma prisão em flagrante”, disse a tenente.

As reclamações da população geralmente são regionalizadas, segundo a tenente, e será feito um levantamento na 3ª Companhia da PM para averiguar a situação e planejar o policiamento e operações de combate ao crime. “O tráfico ocorre na cidade inteira e temos ata-cado principalmente nos aglomerados, com o Gepar (Grupamento Es-pecializado em Patrulhamento em Área de Risco). Vamos traçar, em conjunto com a população, um planejamento de combate ao tráfico de drogas na Afonso Pena”, afirmou Débora.

Flávia Ayer Investigação especializada na violência contra

lésbicas, gays, transexuais e transgêneros. A Polícia Ci-vil, em parceria com o Centro de Referência LGBT do Estado de Minas Gerais, ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), estuda criação do Núcleo de Atendimento à População LGBT (NAC), pasta exclusiva para tratar crimes envolvendo essa co-munidade. “A proposta já foi aprovada e o NAC será criado provavelmente ainda este mês, com o objetivo de receber e acolher vítimas sem discriminação nem preconceito”, afirma a diretora do centro de referência, Walkíria La Roche, explicando que o núcleo orientará as demais delegacias de Minas nesses casos.

Walkíria ressalta que o NAC será responsável por investigar episódios como o assassinato ocorrido na madrugada de ontem na Avenida Afonso Pena. O homicídio, que, de acordo com a apuração da Polícia

Militar tem ligações com o tráfico de drogas, está sen-do acompanhado pelo centro de referência do estado. “Não gostaríamos que esses casos fossem deixados de lado pela sociedade. Não é possível culpar apenas o tráfico de drogas. Há todo um histórico de exclusão que levou essas pessoas para o mercado do sexo. Te-mos de pensar em políticas públicas que atendam esse segmento, nas escolas e no ambiente familiar”, afir-ma.

De acordo com Walkíria, mais de 500 denúncias de violência contra a população LGBT foram registra-das pelo centro de referência desde 2009, mesmo sem qualquer campanha de divulgação da causa. “Um es-tudo do Grupo Gay da Bahia, com base em noticiário, mostrou que Minas Gerais está em segundo lugar num ranking vergonhoso de mortes contra essa parcela da população. O mais grave é que os dados são, muitas vezes, subnotificados”, acrescenta.

CONt.... EstADO DE mINAs - 21 E 22 - 03.03.2011Ordem para atirar na cabeça

Execução de travesti na Avenida Afonso Pena foi flagrada por sistema de segurança, que registrou ação de dois assassinos determinados a ter certeza da morte da vítima

Sequência de crimes assusta moradores

Estado criará núcleo especial

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hOjE Em DIA - P. 21 - 03.03.2011Delegado tenta ouvir PMs da Rotam

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Lei de resíduos abre caminho para tecnologiasNovos processos para dar destinação ao lixo urbano começam a entrar em testes no País

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CONt... O EstADO DE sP - P. A16 - 02.03.2011

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CALIFÓRNIA, EUA. Cientistas paleobiólo-gos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, estudaram a situação da bio-diversidade nos dias de hoje. O “barômetro” utili-zado por eles foram as espécies de mamíferos, já que há várias delas nas categorias “risco crítico” e “ameaça” da Lista Vermelha da biodiversidade, atualizada pela União Internacional pela Preser-vação da Natureza.

Se todas as espécies de mamíferos em “ris-co crítico” e em “ameaça” da Lista Vermelha da biodiversidade, da União Internacional pela Pre-servação da Natureza, terminarem extintas sem que a redução da biodiversidade seja combatida, “a sexta extinção em massa pode chegar dentro de pouco tempo, daqui a entre três e 22 séculos”, afirmou o pesquisador Anthony

Barnosky, um dos chefes da pesquisa.Os responsáveis pela pesquisa destacam que,

mesmo em um cenário tão devastador, ainda é possível ter esperança porque há muita biodiver-sidade para salvar.

O tEmPO - ON LINE - 03.03.2011Evolução.Pesquisador afirma que a catástrofe pode acontecer em três séculos

Estudo alerta para a possibilidade de extinção em massa no planeta Terra

Mortes no Aglomerado da SerrraAntônio Álvares da Silva

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