temporada 2011 | março

31

Upload: orquestra-filarmonica-de-minas-gerais

Post on 26-Jul-2016

233 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Temporada 2011 | Março
Page 2: Temporada 2011 | Março

3

Caros amigos,

Mais uma grande temporada se inicia trazendo a vocês não só nomes internacionais do maior prestígio, mas também a presença constante do “melhor grupo musical de 2010”, título este conferido à Filarmônica pela Associação Paulista de Críticos de Artes. Certamente o reconhecimento da imprensa especializada, assim como o número crescente de assinantes, nos estimula a continuar no caminho da contínua busca da excelência e da relevância artística que a nossa Orquestra vem trilhando desde sua criação.

Para festejarmos essas realizações iniciamos o mês de março com um programa dedicado à música italiana com obras de Respighi, Puccini e Paganini, este interpretado pela mais recente vencedora do Concurso Internacional de Violino Paganini, Stephanie Jeong. A combinação da riqueza melódica de uma obra do jovem Puccini com a dramaticidade quase cinematográfica dos Pinheiros de Roma, de Respighi, dará a este primeiro concerto o caráter celebratório que tanto esperamos ao iniciar uma nova temporada.

Já a Série Vivace contará com a presença de um dos mais conceituados jovens pianistas da atualidade, o alemão Markus Groh, executando o “Imperador” de todos os concertos para piano, o Concerto nº 5 de Beethoven. A Filarmônica ainda executa nesse programa a belíssima Sinfonia nº 2 de Schumann, além do entusiasmo contagiante da Abertura Festiva de Shostakovich.

Como se isso não bastasse, receberemos com grande alegria o regente convidado Maximiano Valdés e o violoncelista espanhol Asier Polo num dos concertos mais interessantes da temporada. Nele ouviremos obras provavelmente jamais executadas em Belo Horizonte, como a Sinfonia nº 11 de Shostakovich e o Concerto em modo galante de Rodrigo.

Gostaria também de aproveitar a oportunidade para dar as boas-vindas aos nossos patrocinadores, apoiadores e parceiros que reconhecem com seu apoio e investimento a qualidade e importância da Filarmônica de Minas Gerais.

Unir o familiar ao inusitado tem sido a receita do sucesso de nossas apresentações e esperamos que essa primeira sequência de concertos da Temporada 2011 abra nosso apetite para mais música de qualidade nos meses a vir.

Obrigado pela presença e uma ótima Temporada 2011 para todos nós.

A música sinfônica está em toda parte.

Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela. Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo.

Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto.

Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar.

Pinheiros de Roma de Respighi, Sinfonia nº 5 de Beethoven, Rapsódia em Blue de Gershwin, entre outras composições, estão em Fantasia 2000, dos Estúdios Walt Disney.

FABIO MeCHeTTI

MARÇO 2011

Page 3: Temporada 2011 | Março

estimados amigos e amigas,

Com o concerto desta noite iniciamos a quarta temporada de apresentações da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, registrando primeiramente nossa satisfação com o crescente número de assinantes, que chegou a 1.160 neste começo de 2011. Mais do que um reconhecimento das comodidades que essa fidelização proporciona, o resultado reflete a confiança que os mineiros manifestam na nova Orquestra do estado e no trabalho desenvolvido pelo Instituto Cultural Filarmônica.

Foram muitas as conquistas e êxitos alcançados em 2010, manifestados com calorosos aplausos ao nosso regente Fabio Mechetti, aos nossos instrumentistas, assim como aos regentes e solistas convidados. A Orquestra foi ovacionada no Festival de Campos do Jordão, assim como nas diversas cidades do interior mineiro por onde passou. Os concertos realizados em Salvador, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, Belém e Manaus foram de extraordinária emoção, com teatros lotados e um público que se entusiasmou com a Filarmônica. Os Concertos para a Juventude e os Concertos de Câmara possibilitaram a ampliação do público interessado em se aproximar da boa música clássica em espaços menores e em horários alternativos aos do Palácio das Artes. Os concertos nas praças e parques de Belo Horizonte foram momentos igualmente memoráveis, além dos concertos didáticos que encantaram as crianças da rede pública de ensino com a execução da obra Pedro e o Lobo, de Prokofiev.

O Instituto Cultural Filarmônica continuará valorizando o músico profissional, oferecendo boas condições para que ele exerça seu trabalho. O Governo de Minas tem garantido seu respaldo através dos Termos de Parceria assinados com o Instituto, que, por sua vez, tem respondido com eficiência e transparência à gestão dos recursos públicos. Nossos patrocinadores e apoiadores se juntam a esse esforço, complementando os recursos necessários à programação.

Desejamos, portanto, que todos experimentem a emoção de fazer parte de uma família de “amigos da harmonia”, desfrutando ao longo de 2011 de inesquecíveis momentos com nossa Filarmônica.

5

DIOMAR SILVEIRADIReTOR-PReSIDeNTe DO INSTITUTO CULTURAL FILARMôNICA

foto

| A

ndré

Fos

sati

Page 4: Temporada 2011 | Março

6 7

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere, com a qual voltará a realizar uma série de concertos em 2011.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

FAbiO MechettiDiretor Artístico e Regente Titular

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

foto

| e

ugên

io S

ávio

Page 5: Temporada 2011 | Março

Regente assistente da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Marcos Arakaki venceu o I Concurso Nacional eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica (2001) e o I Prêmio Camargo Guarnieri promovido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão (2009). Já esteve à frente de importantes orquestras no Brasil e no exterior, dentre elas as sinfônicas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte e Paraíba; Petrobras Sinfônica; sinfônicas de Campinas, Recife, da USP e da Unicamp; Orquestra de Câmara da Osesp, experimental de Repertório; filarmônicas de Minas Gerais, Boshulav Martinu na República Tcheca, Kharkov na Ucrânia, de Buenos Aires, da Universidade Nacional do México e também a orquestra da American Academy of Conducting, em Aspen.

Foi bolsista de importantes festivais como o Aspen Music Festival (2005), tendo aulas com Sir Neville Marriner, Leonard Slatkin e David Zinman, e o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, quando teve aulas com John Neschling, Roberto Minczuk e Roberto Tibiriçá. Também participou de importantes masterclasses, recebendo orientações de maestros como Kurt Masur, Charles Dutoit, Alain Hazendilne, Lanfranco Marcelletti e outros.

entre 2000 e 2002, foi o principal regente convidado da Camerata Fukuda e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Santo André. em 2005, foi o principal regente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. entre 2007 e 2010 trabalhou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira. Como regente titular promoveu a reestruturação da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem entre 2008 e 2010, recebendo grande reconhecimento da crítica especializada e do público na cidade do Rio de Janeiro.

Formado pela UNeSP em 1998, concluiu Mestrado em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts em 2004, com apoio da Fundação Vitae.

À frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, Marcos Arakaki gravou, em 2010, a trilha sonora para o filme Nosso Lar, composta por Philip Glass.

Na temporada 2011, além de seus compromissos com a Filarmônica de Minas Gerais, também tem concertos previstos com a Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e Orquestra Sinfônica da Aliança Cultural Brasil-Japão.

MARcOS ARAKAKiRegente Assistente

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

8 9

foto

| G

uito

Mor

eto

Page 6: Temporada 2011 | Março

10 11

Fabio Mechetti regência Stephanie Jeong violino

PROGRAMA

M. Camargo GUARNIERI Abertura festiva (1971) [6 min]

Nicolò PAGANINI Concerto para violino e orquestra nº 1 em Ré maior, op. 6 [35 min] (1815)I. Allegro maestoso II. Adagio espressivo III. Rondo: Allegro spiritoso

Solista: Stephanie Jeong

INTERVALO

Giacomo PUCCINI Capriccio sinfonico (1883) [16 min]

Ottorino RESPIGHIOs Pinheiros de Roma, P. 141 (1924) [23 min]I. Pinheiros da Villa Borghese II. Pinheiros próximos a uma catacumba III. Os pinheiros do Janículo IV. Os pinheiros da Via Appia

SÉRie ALLeGRO3 De MARçO 20h30

GRANDe TeATRO DO PALÁCIO DAS ARTeS

Page 7: Temporada 2011 | Março

12 13

Stephanie Jeong foi a instrumentista mais premiada no Concurso de Violino Nicolò Paganini em 2008, na Itália. Suas atividades principais mais recentes incluem apresentações com as orquestras sinfônicas de Jacksonville e Kansas City, Filarmônica Real de Londres e a Orquestra de Filadélfia. Foi destaque como solista na série “O Melhor de Tchaikovsky”, regida por Rossen Milanov, e também na apresentação do Concerto para violino e orquestra do compositor Willian Walton com a Orquestra de Concerto de Aspen, ao lado do maestro James Gaffigan.

Recentes colaborações de música de câmara incluem apresentações com o Grupo de Câmara Lenape e também no Festival de Música de Câmara de Kingston, com membros da Orquestra de Filadélfia. Stephanie Jeong já esteve ao lado de vários artistas em apresentações de música de câmara, entre eles Cho-Liang Lin, Wu Han, David Kim e Peter Wiley. Também realizou recitais com pianistas como Hugh Sung no Raymond F. Kravis Center em West Palm Beach, Flórida, e na Fundação Kosciuszko, na cidade de Nova York. Recentemente, Jeong fez a sua estreia em recital no Kennedy Center, em Washington.

Stephanie Jeong iniciou seus estudos aos três anos de idade em Chicago, com Betty Haag Kuhnku. em 1997, então com nove anos, Jeong era uma das mais jovens estudantes admitidas no famoso Curtis Institute, na Filadélfia, para estudar com o renomado violinista Aaron Rosand. Completou sua formação de bacharel no Curtis Institute e recentemente terminou seus estudos de mestrado na Juilliard School. A violinista apresenta-se com um violino de J. B. Vuilaume de Paris (1861).

Aos nove anos, Stephanie Jeong era uma das mais jovens estudantes admitidas no famoso Curtis Institute, na Filadélfia, para estudar com o renomado violinista Aaron Rosand.

StePhANie JeONGvIOLINO

foto

| L

ise

Mar

ie

Page 8: Temporada 2011 | Março

foto

| R

afae

l Mot

ta

15

M. cAMARGO GUARNieRi(Brasil, 1907 – 1993)

Abertura festiva

Primogênito de um casal de trabalhadores humildes, Mozart Camargo Guarnieri tinha oito irmãos, sendo três homens: Bellini, Rossini e Verdi. A música dominava os momentos de lazer doméstico: o pai italiano tocava flauta e a mãe brasileira, piano. Muito cedo, o Mozart da família começou a tocar piano, a compor. em 1923, os Guarnieri mudaram-se para São Paulo, na busca de aprimoramento para o jovem músico, que passou a estudar com professores competentes, como ernani Braga e Sá Pereira. Ao mesmo tempo, iniciava sua car-reira de pianista, tocando em pequenas orquestras de cinema, im-provisando no Teatro Recreio ou decifrando partituras para clientes de lojas especializadas.

Com as aulas do influente maestro Lamberto Baldi, em 1927, Mo-zart Guarnieri decide-se em definitivo pela Composição e, desde então, aos vinte anos, compreensivelmente passa a assinar apenas M. Camargo Guarnieri, substituindo a responsabilidade do preno-me famoso pelo primeiro sobrenome.

No ano seguinte, o compositor apresentou algumas obras (entre elas a Dança brasileira e a Canção sertaneja) a Mário de Andrade, o mais influente crítico musical do Modernismo Brasileiro. O poe-ta de Pauliceia desvairada entusiasmou-se, pois Guarnieri, que tão naturalmente assimilara as tradições folclóricas rurais da região de Tietê, demonstrava, ao mesmo tempo, um extraordinário e atuali-zado domínio do seu ofício. Com a transferência do maestro Baldi para Montevidéu, Mário de Andrade tornou-se o mentor intelectual e musical do jovem compositor, associação que perdurou até a ida do poeta para o Rio de Janeiro, pouco antes de sua morte em 1945.

Na década de 1930, Camargo Guarnieri, em suas composições ca-merísticas mais recentes, sistematiza o uso de instrumentos típi-cos brasileiros e, nas partituras, substitui as usuais expressões ita-lianas, escrevendo “com alegria”, “bem dengoso”, “requebrando”, “tristemente”... em 1938, vencedor do Prêmio de Aperfeiçoamento

Na década de 1930, Guarnieri sistematiza o uso de instrumentos típicos brasileiros e, nas partituras, substitui as usuais expressões italianas, escrevendo “com alegria”, “bem dengoso”, “requebrando”, “tristemente”...

Page 9: Temporada 2011 | Março

16 17

PARA OUVIR_CD Camargo Guarnieri – Sinfonia nº 1, Abertura Festiva, Sinfonia nº 4, “Brasília” – Orquestra Sinfônica do estado de São Paulo – John Neschling, regente – Biscoito Fino – CD 1

PARA VER_Documentário – Notas soltas sobre um homem só – Carlos de Moura Ribeiro Mendes, 2010

PARA LER_SILVA, Flávio – Camargo Guarnieri, o tempo e a música – Rio de Janeiro/São Paulo – Funarte/Imprensa Oficial – 2001

Artístico, realiza estudos musicais na França, notadamente com Charles Koechlin (contraponto, composição e instrumentação), François Ruhlmann (regência) e Nadia Boulanger, mestra centrali-zadora do movimento musical neoclássico, que lhe transmitiu a sa-bedoria e a eficiência das formas clássicas.

em 1942, o Concerto para violino e orquestra de Guarnieri foi premiado na Filadélfia e, a partir de então, o compositor visitou os estados Unidos em diversas oportunidades. Tornou-se amigo de Aaron Copland (também ex-aluno de Nadia Boulanger) e Leonard Bernstein, aos quais dedicou, respectivamente, a Abertura concertante e a Sinfonia nº 4. Participou de concursos e encontros internacionais de compositores, apresentando suas obras à frente de importantes orquestras, entre elas a Sinfônica de Boston, a convite de Serguei Koussevitzky.

Camargo Guarnieri foi também maestro e professor de Composi-ção. Dirigiu o Coral Paulistano (criado por Mário de Andrade) e regeu a orquestra do Departamento de Cultura de São Paulo. em 1976, fundou a Orquestra de Cordas da USP, que dirigiu até 1992. entre seus alunos, citam-se Oswaldo Lacerda, Sérgio Vasconcelos Cor-rêa, Almeida Prado, Marlos Nobre, Aylton escobar. Ocupou cargos de destaque, como o de assessor musical do Ministério da educação (1956-1960), a convite do ministro Clóvis Salgado.

Guarnieri deixou um catálogo com mais de setecentos títulos, den-tre os quais devem-se destacar: para seu instrumento, o piano, So-natinas, 50 Ponteios, Improvisos, Valsas, Danças e seis Concertos; para a música de câmara, seis Sonatas para violino, três Sonatas para violoncelo, um Trio de cordas e três Quartetos; para orquestra, sete Sinfonias, duas Aberturas e várias Peças concertantes (Choros) para diversos instrumentos; mais de duzentas Canções (poemas de Mário de Andrade, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Carlos Drum-mond...); obras para Canto e Orquestra; duas óperas, Pedro Mala-sarte (Mário de Andrade) e Um homem só (Gianfrancesco Guarnieri); um auto para narrador, tenor, coro misto e percussão, Todo Mundo e Ninguém (Carlos Drummond de Andrade); uma Missa.

A Abertura Festiva foi escrita em vinte dias, em janeiro de 1971, para abrir a temporada anual da Orquestra Filarmônica de São Paulo.

Neoclassicismo e elementos rítmicos nacionalistas aliam-se nessa obra pequena e rica em percussão. Camargo Guarnieri emprega três temas principais: o tema A que aparece na flauta, antecedido por breve introdução orquestral. O tema B é confiado ao clarinete, após um momento de repouso estabelecido pelas trompas. esses dois primeiros temas são bastante rítmicos e contrastam com a longa linha melódica do tema C, apresentado pelos trompetes e violinos. elementos dos três temas são trabalhados, com destaque para um

pequeno cânone dos sopros sobre os violoncelos. Na reapresenta-ção dos dois primeiros temas, o B (agora no oboé) antecede o A (no clarinete e, depois, nos violinos), dando à arquitetura uma forma es-pelhada ABCBA. A Coda é construída em crescendo gradativo até o clímax conclusivo.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosPianista, Doutor em Letras, professor de Música da UeMG, autor do livro Músico, doce músico.

Page 10: Temporada 2011 | Março

18 19

No ano de 1795 Alessandro Rolla, importante violinista e professor de Roma, estava enfermo em seu leito quando sua mulher veio lhe perguntar se poderia receber um pai com um menino que se inte-ressava em ser seu aluno. ele então enviou o recado para que vol-tassem outro dia. Vindos de Gênova quase sem reservas, o pai e o menino não poderiam se dar ao luxo de retornar outro dia e, como último recurso, o pai mandou que o menino pegasse seu violino e começasse a executar uma partitura que se encontrava ali, deixada ao acaso. era uma composição de Rolla, recém-terminada e de di-fícil execução. O menino então a tocou à primeira vista, do início ao fim, sem parar e sem cometer nenhum erro. Rolla então perguntou à sua mulher quem estava tocando a sua música, e ela respondeu que era um menino. “Um menino? Impossível!”, exclamou Rolla.

esse pequeno prodígio era Nicolò Paganini, que viria a ser conside-rado o maior violinista de todos os tempos. Na ocasião do episódio acima, Paganini tinha por volta de treze anos de idade. em Roma, com Rolla, teria suas primeiras lições de harmonia e contraponto e ainda aprenderia orquestração com o mestre Gaspare Ghiretti. Já no ano seguinte, em 1796, após Rolla declarar que já não tinha mais nada a ensinar-lhe, foi estudar com o famoso compositor de óperas Ferdinando Paer. No período em que esteve com esses mestres, ele também estudou violão, instrumento que dominava tão bem quanto o violino e para o qual comporia várias obras de importante valor musical. Paganini também tocava como ninguém a viola (a Paganini Berlioz dedicou o poema sinfônico Haroldo na Itália, de 1834, que de fato nunca chegou a ser tocado pelo violinista).

embora sempre tenha feito um estrondoso sucesso por onde pas-sou, Paganini demorou a sair da Itália. Isso ocorreu por problemas de saúde que sempre o acompanharam desde a infância e o impe-

NicOLò PAGANiNi(Itália, 1782 – França, 1840)

Concerto para violino e orquestra nº1 em Ré maior, op. 6

diam de empreender grandes viagens. A magia com que tocava a alma das pessoas e sua silhueta esquálida faziam com que muitos acreditassem que Paganini tinha um pacto diabólico. essa lenda so-bre seus dons o acompanhou a vida inteira e até mesmo após sua morte. Seu corpo ficou embalsamado mais de um ano à espera de uma autorização da Igreja para enterrá-lo como cristão.

O mito Paganini se consagraria definitivamente na turnê que o violinista empreendeu na europa entre 1828 até 1834. ele talvez tenha sido o primeiro músico a realizar o sonho pelo qual Mozart e Beethoven lutaram: de se tornarem músicos e compositores independentes financeiramente e que não precisassem compor para cortes ou igrejas. É provável que Paganini tenha sido também o primeiro superstar da música, arrebatando verdadeiras multidões encantadas com seu talento musical. Seu sucesso era tão impressionante que pôde fazer do seu nome uma verdadeira marca. Quando esteve em Londres, por exemplo, chapéus, canecas, sapatos e qualquer coisa que pudesse ser comercializada ganharam seu nome, como um sinal de excelência. Somando isso aos concertos sempre lotados que realizava e lhe rendiam boas somas, fez uma verdadeira fortuna em vida.

Paganini revolucionou a música ao ousar no violino técnicas e frases musicais nunca antes concebidas. Nos seus 24 Caprichos, sua obra mais conhecida, o músico apresenta toda a sua técnica. Paganini também desenvolveu de maneira intensa a técnica de se tocar com uma corda só. Costumava transcrever uma melodia executada nor-malmente nas quatro cordas para apenas a corda Sol, a mais grave do violino. Assim, o grande violinista estendeu a tessitura do instru-mento em mais três oitavas e deixou para a posteridade a Fantasia Moses, variações para a corda Sol, com tema de Rossini.

Todo o virtuosismo não se justificaria se não tivesse se transformado em música. Um mestre de capela alemão, Carl Guhr, escreveu sobre Paganini em 1830: “Fui muito feliz, quando, por minha passagem a Paris, pude ouvir os maiores mestres franceses, Baillot, Lafont, Be-riot, Boucher e muitos outros, e ainda é viva em mim a forte impres-são deixada por estes; mas o tocar deles não se diferenciava essen-cialmente daquele dos outros grandes mestres... Mas com Paganini é diferente, incrível. ele sabe produzir em seu instrumento efeitos de que até então não fazíamos nenhuma ideia e que não se podem des-crever com palavras”. Grandes músicos da época ficaram comple-tamente encantados com Paganini, entre eles Schumann, Schubert, Chopin e Berlioz. Quando Liszt o viu tocar em Paris, em 1831, deci-diu consigo mesmo: “Quero tocar piano como Paganini toca violino“. e assim, aquele que viria a ser admirado como um dos maiores pia-nistas da história ficaria conhecido como “o Paganini” do piano.

Paganini talvez tenha sido o pri-meiro músico a realizar o sonho pelo qual Mozart e Beethoven lutaram: tornar-se indepen-dente financeiramente e não precisar compor para cortes ou igrejas.

Page 11: Temporada 2011 | Março

20 21

PARA OUVIR_CD Paganini – Violin Concertos nº 1, op, 6; nº 5, op. 7 – Polish

National Radio Symphony Orchestra – Stephen Gunzenhauser, regente – Ilya KALeR, solista – Naxos

A data de composição mais provável da obra é o ano de 1817, tendo sido lançada em 1819 como um dos principais trabalhos de Paga-nini. em sua abertura, uma introdução esperançosa, com ligações com as óperas de Rossini e uma entrada virtuosística do violino. Até que o próximo movimento reafirma a capacidade de Paganini para encantar e comover o ouvinte com acordes altos e arcadas “em ri-cochete” ao final.

Marcos Sarieddine Graduado em Filosofia. Atualmente cursa o último ano em Composição pela UFMG e faz estágio no Instituto Cultural Filarmônica.

GiAcOMOPUcciNi(Itália, 1858 – Bélgica, 1924)

Capriccio Sinfonico

No último quartel do século XIX, o Verismo, corrente literária de princípios realistas influenciada pelo Positivismo e o Naturalismo francês, surge na Itália. A partir de 1890, com a estreia de Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni, esses princípios estéticos passam a dominar o cenário operístico italiano. Marcado pelo realismo, as óperas veristas preferem as descrições da vida cotidiana, principalmente das classes sociais mais baixas, aos temas históricos, míticos e grandiosos que caracterizaram o Romantismo. Puccini, que na última década do século XIX, com Manon Lescaut (1893) e La Bohème (1896), irá se celebrizar como operista, acaba por aderir ao movimento.

Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini des-cende de uma importante família de músicos italianos da cidade de Lucca. Por várias gerações, os organistas da igreja de São Marti-nho em Lucca foram os Puccini. Seu pai, Michele Puccini, organista responsável pela igreja de São Martinho, começou muito cedo a lhe dar aulas de órgão. Porém, quando Giacomo contava seis anos seu pai faleceu. Não obstante sua tenra idade, o governo municipal de Lucca decretou que, devido à tradição, Giacomo Puccini herdaria o cargo de seu pai. Aos dezoito anos, Puccini vai a Pisa com seu irmão e lá assistem a uma apresentação da ópera Aida, de Verdi. Naquele momento Puccini dá uma guinada em sua vida profissional. Ao se apaixonar pelo universo das óperas, abandona o cargo de organista e ingressa no Conservatório de Milão, onde estuda com Amilcare Ponchielli e Antonio Bazzini. Sua primeira ópera estreou em 1884, Le Villi, e atraiu a atenção do importante editor Giulio Ricordi, que lhe encomendou sua segunda ópera, edgar (1889). Nenhuma das duas obteve sucesso. O apoio de Ricordi, quase incondicional, mas a contragosto da família, foi fundamental para que Puccini continuas-se no meio operístico e, após a estreia de sua terceira ópera, Manon

O Capriccio sinfonico já apresenta o que virá a ser considerado por muitos o estilo pucciniano, que busca unir a tradição da melodia italiana à elaboração temática e orquestração wagnerianas.

Page 12: Temporada 2011 | Março

22 23

PARA OUVIR_CD Puccini – Capriccio Sinfonico – Monte Carlo National

Opera Orchestra – Claudio Scimone, regência – Wea Apex Classics

Lescaut, de enorme sucesso, Puccini consagrou-se, de vez, como um respeitável compositor de óperas.

O nome de Puccini é muito pouco associado à música sinfônica, po-rém, sua palheta orquestral é de inegável riqueza, considerada por alguns maior até do que sua veia melódica. Duas de suas obras de juventude para orquestra são frequentemente ignoradas: o Prelú-dio sinfônico, escrito em Lucca em 1876 e que permaneceu inédito até 1977; e seu Capriccio sinfonico. esta última foi apresentada por Puccini quando de sua graduação no Conservatório de Milão, em 1883. Publicada inicialmente em 1884 em forma de redução para piano a quatro mãos, foi editada em sua versão integral somente em 1978, graças a Pietro Spada, a quem se deve também a publicação do Preludio sinfonico. O Capriccio sinfonico já apresenta o que virá a ser considerado por muitos o estilo pucciniano, que busca unir a tradição da melodia italiana à elaboração temática e orquestração wagnerianas. Tal o brilho de sua orquestração que a obra parecia prenunciar um grande compositor de sinfonias. Puccini soube, po-rém, levar para as óperas seu amplo conhecimento orquestral. Já em sua estreia, em 16 de julho de 1883, o Capriccio Sinfonico fizera muito sucesso. Franco Faccio, diretor da orquestra do Scala de Milão e um dos mais importantes diretores italianos da época, após haver regido a estreia, incluiu-a na programação de sua orquestra no ano seguinte. Puccini utilizou algumas das passagens do Capriccio em Le Villi, em edgar e também uma das mais famosas citações do Capriccio em La Bohème.

Igor Reyner Pianista e mestrando em música pela UFMG.

OttORiNOReSPiGhi(Itália, 1879 – 1936)

Os Pinheiros de Roma, P. 141

Franco Alfano (1876-1954), Ildebrando Pizzeti (1880-1968), Alfredo Casella (1883-1947), Gian Francesco Malipiero (1882-1973) e Ottorino Respighi, uma geração de músicos nascidos por volta de 1880 conhecidos pela crítica da época por “A Geração de Oitenta”. Numa Itália sufocada pelo fascismo, que permitia apenas a exaltação das tradições e cerceava a livre criação musical; e num cenário musical preponderantemente operístico, dominado pelos compositores veristas, “a geração de oitenta” surgiu e se manteve – em meio às mais diversas crises – na luta pela renovação do gosto musical italiano. Na tentativa de conciliação, se orientaram por uma curiosidade pelo novo, pelas vanguardas e pela pesquisa do antigo, do tradicional. em resposta a esse gosto musical italiano, entregue por muito tempo à produção operística, propunham a reabilitação da arte instrumental italiana.

Ottorino Respighi foi um compositor de formação que se pode cha-mar “internacional”: inicialmente foi aluno do Liceo Musicale de Bo-logna; depois, quando esteve na Rússia, em São Petesburgo, estudou orquestração com Rimski-Korsakov; cursou composição com Max Bruch em Berlim; tornou-se professor na Academia Santa Cecília em Roma; e se serviu das influências de Debussy e Richard Strauss. Sua poética conciliadora e ampla tentava amenizar o verismo triun-fante, articulando-o com as tradições musicais (velhos modos de cantochão, música italiana dos séculos XVI e XVIII), à influência de algumas novas correntes, ao espírito reformista. Acabou por criar uma espécie de mistura pós-romântica e impressionista, de tendên-cia neoclássica. Sua produção desafia uma linha classificatória.

As Fontes de Roma, Os Pinheiros de Roma e As Festas Romanas compõem a “trilogia romana”. Os três poemas sinfônicos, gênero de grande destaque em Respighi, deixam entrever suas características marcantes: a esplêndida orquestração e a elegância e riqueza de sua

Os três poemas sinfônicos que compõem a “trilogia romana” deixam entrever as característi-cas marcantes de Respighi: a esplêndida orquestração, a elegância e riqueza de sua escrita, o refinamento de harmonia e timbre.

Page 13: Temporada 2011 | Março

foto

| R

afae

l Mot

ta

24 25

PARA OUVIR_CD Respighi – Pinheiros de Roma – Stuttgart SWR Radio-

Symphony Orchestra – Sergiu Celibidache, regente – Deutsche Grammophon

PARA VER_Fantasia 2000 – estúdios Disney

escrita, o refinamento de harmonia e timbre que contribuíram para a conformação de um modelo italiano de poema sinfônico. Sente-se uma preferência pelas formas amplas e estruturas imponentes. Os Pinheiros de Roma, sua obra mais conhecida, divide-se em quatro partes executadas sem interrupção. São quatro evocações em que se sucedem um movimento vivo, dois movimentos lentos e um em ritmo de marcha. escrita em 1923 e estreada em Roma, a 14 de de-zembro de 1924, a obra sugere uma reconstrução de impressões visuais e sonoras de diferentes regiões de Roma. A própria partitura faz algumas alusões. As quatro partes são:

1.Pinheiros da Villa Borghese: brincadeiras de crianças por entre os pinheiros, segundo o argumento fornecido pelo autor. Danças e rodas: orquestra de sonoridades claras e densas a um só tempo, dentre as quais as estridências do trompete. “Todos se embriagam de gritos como os das andorinhas ao anoitecer; e acabam por fugir em bando”.

2.Pinheiros próximos a uma catacumba: os registros graves da or-questra sugerindo a sombra que os pinheiros projetam sobre a en-trada de uma catacumba. Um trompete longínquo, sobre o lento mo-vimento das cordas, evoca um calmo e misterioso local. Uma espé-cie de canto salmodiado das profundezas sepulcrais “se espalhando solene como um hino e se desvanecendo”.

3.Os pinheiros do Janículo: nova paisagem e nova atmosfera, limpi-dez noturna. “Os pinheiros do monte Janículo perfilam-se à luz de uma lua serena...”. Uma breve cadência ao piano, depois revezada pelo clarinete, retomada a seguir pelas cordas e, finalmente, por toda a orquestra. Canta um rouxinol (a partitura original prevê um canto de pássaro gravado do original, por gramofone).

4.Os pinheiros da Via Appia: evocadora da Roma antiga. O campo trágico é velado por pinheiros solitários. As sombras desaparecem de repente e vem a explosão sonora das buzinas que traz a visão gloriosa de um exército consular. “A subida triunfal ao Capitólio”.

Igor Reyner Pianista e mestrando em música pela UFMG.

Page 14: Temporada 2011 | Março

26 27

Fabio Mechetti regênciaMarkus Groh piano

PROGRAMA

Dmitri SHOSTAKOVICH Abertura festiva, op. 96 (1947) [7 min]

Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra nº 5 em Mi bemol maior, op. 73, “Imperador” (1809) [38 min] I. Allegro II. Adagio un poco mosso III. Rondo: allegro non troppo

Solista: Markus Groh

INTERVALO

Robert SCHUMANN Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61 (1846) [38 min]I. Allegro II. Scherzo III. Adagio IV. Finale: allegro

SÉRie ViVAce15 De MARçO 20h30

GRANDe TeATRO DO PALÁCIO DAS ARTeS

Page 15: Temporada 2011 | Março

MARKUS GROhPIANO

28 29

Frequentemente citado por sua “imaginação sonora” e um poder surpreendente, Markus Groh vem confirmando seu lugar entre os melhores pianistas do mundo na atualidade. Nascido no mesmo dia de Alfred Brendel, Benedetti Michelangeli e Maurizio Pollini, três grandes nomes do piano do século XX, evidenciou todo seu talento ao tocar ao lado de cada um deles. Recentemente se apresentou com a Sinfônica Nacional dos eUA e com a Orquestra de Cleveland. Na América do Norte também se apresentou com as orquestras sinfônicas de Baltimore, Colorado, Detroit, Flórida, Fort Worth, Indianápolis, Jacksonville, Kansas City, Nova Orleans, Nova York, Filadélfia, San Francisco e Seattle, entre outras. Suas apresentações pelo mundo incluem aparições com as sinfônicas de Bamberg, Beijing, Berlim, Bournemouth e London, assim como a Orquestra do Festival de Budapest e a Filarmônica de Helsinque.

Groh colaborou com importantes regentes, como Mei-Ann Chen, Jesus Lopez Cobos, Andreas Delfs, Ivan Fischer, Rafael Frühbeck de Burgos e Hans Graf.

Um “mágico” em seus recitais, Markus Groh revela formas, texturas e cores que somente um ouvido raro poderia propiciar. Críticos afirmam: “um fantástico recitalista” (The New York Times); “...uma nova estrela no firmamento de pianistas” (Neue Zürcher Zeitung). Recentemente apareceu em recitais com os Amigos da Música de Câmara de Denver e de Kansas City, assim como na Sociedade de Recitais de Vancouver e da Frick Collection em Nova York.

Presença frequente em festivais como Grant Park, Folle Journée, Ruhr, Ludwigsburg, Bad Kissingen e Schubertiade, Groh é fundador e diretor artístico do Bebersee Festival em Berlim.

Markus Groh nasceu em 5 de janeiro de 1970 no sul da Alemanha. estudou com o professor Konrad Richter em Stuttgart e com Hans Leygraf em Berlim e Salzburg. Ganhou imediatamente a atenção do mundo depois de vencer o prestigiado Concurso Internacional Rainha elisabete em Bruxelas, em 1995, o primeiro alemão a realizar tal feito. Também venceu o Concurso Artur Schnabel em Berlim, em 1990.

Um “mágico” em seus recitais, Markus Groh revela formas, texturas e cores que somente um ouvido raro poderia propiciar.

foto

| S

uses

ch B

ayat

Page 16: Temporada 2011 | Março

foto

| R

afae

l Mot

ta

30 31

DMitRiShOStAKOVich(Rússia, 1906 – 1975)

Abertura festiva, op. 96

No início de novembro de 1954 Shostakovich recebeu uma encomen-da de última hora para compor uma obra para as comemorações dos 37 anos da Revolução Russa de 1917. em dois dias ele compôs a Abertura festiva (op. 96). Testemunhas da época contam que, à me-dida que ele ia terminando de escrever cada página, alguém do Tea-tro Bolshoi passava em sua casa para pegar a partitura, a ponto de muitas páginas terem chegado ao Teatro com a tinta ainda por secar. A estreia se deu no dia 6 de novembro daquele ano com a Orquestra do Teatro Bolshoi, sob regência de Alexander Melik-Pashayev.

Sete anos antes, em 1947, quando a Revolução Russa completava 30 anos, o Comitê Central do Partido Comunista decidiu que os com-positores deveriam participar mais ativamente das comemorações cívicas. As resoluções do Partido eram duras demais para que os compositores ousassem recusar. Naquele ano de 1947 Shostakovi-ch anunciou que estava compondo uma peça orquestral intitulada Abertura Festiva. A obra não se materializou e, no dia 14 de outubro, poucos dias antes do início das comemorações, foi anunciado que ele havia composto a cantata Poema para a Pátria Mãe (op. 74), para solistas, coro e orquestra.

O manuscrito da Abertura Festiva de 1947 jamais veio à tona. Mas é provável que o compositor tenha aproveitado sua música, trans-formando-a na Abertura festiva de 1954. Isso ajudaria a explicar a extrema rapidez e facilidade com que ele conseguiu terminar a encomenda. Lev Nikolayevich Lebedinsky, musicólogo e amigo de Shostakovich, presente no apartamento do compositor na hora em que recebeu a encomenda, conta que ele imediatamente sentou-se e começou a compor a música em uma velocidade incrível:

“Quando Shostakovich escrevia música leve, ele era capaz de con-versar alegremente e compor simultaneamente, como Mozart. ele

“ Quando Shostakovich escrevia música leve, ele era capaz de conversar alegremente e compor simultaneamente, como Mozart.” LEV NIkOLAyEVICh LEBEDINSky

Page 17: Temporada 2011 | Março

32 33

PARA OUVIR_CD Shostakovich – Symphony nº 5, Festive Overture, Polka

from The Age of Gold, Waltz from Jazz Suite, Tahiti Trot – Royal Concertgebouw Orchestra, Royal Philharmonic

Orchestra – Riccardo Chailly, regente – Universal Classics

PARA LER_COeLHO, Lauro Machado – Shostakovich: vida, música, tempo –

São Paulo – Perspectiva – 2006

ria e brincava, ao mesmo tempo em que o trabalho se desenvolvia e sua nova música era composta.”

A Abertura festiva é uma peça escrita na mais pura tradição oitocen-tista russa de Glinka e Rimsky-Korsakov. A obra começa com uma fanfarra dos metais seguida por uma melodia extremamente rápida nas madeiras. Os metais retornam, alternando com as cordas e as madeiras, até o ponto em que a orquestra atinge o primeiro clímax. Um momento lírico surge primeiramente nos violoncelos e, depois, nos violinos. Um súbito pianissimo na caixa-clara, acompanhado de pizzicati nas cordas e um breve crescendo servem como retorno ao material inicial das madeiras. estamos na metade da obra e um novo crescendo orquestral nos leva ao segundo clímax, que acontece no início do terceiro terço da obra. A orquestra retoma rapidamente o fôlego e nos leva a um crescendo triunfante. essa majestosa seção explode em um breve desfecho, vibrante e vivaz.

A fórmula encontrada por Shostakovich, que alia temas de caráter popular com o melhor da música sinfônica russa, provou ser um enorme sucesso. em 1980, nos Jogos Olímpicos de Moscou, foram executados trechos da Abertura festiva. A energia e brilho dessa obra fazem dela uma das mais conhecidas de Shostakovich.

Guilherme Nascimento Doutor em Composição, professor de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística, autor do livro Música menor.

LUDWiG VANbeethOVeN(Alemanha, 1770 – Áustria, 1827)

Concerto para piano e orquestra nº 5 em Mi bemol maior, op. 73, “Imperador”

O Concerto nº 5, em Mi bemol maior (op. 73), é o último concer-to para piano e orquestra escrito por Beethoven. Foi composto nos anos 1808-1811, ou seja, entre a sexta (1805-1808) e a sétima (1811) sinfonias; na mesma época da Fantasia Coral (1808), da Sonata para piano Les adieux (1809) e da Abertura egmont (1810). Dedicado ao seu patrono e aluno, o Arquiduque Rodolfo da Áustria, teve sua es-treia no dia 28 de novembro de 1811 pela orquestra da Gewandhaus de Leipzig, sob a regência de Johann Ph. Chr. Schulz. O solista não foi Beethoven, cuja surdez encontrava-se já bem avançada, mas o compositor e pianista Friedrich Schneider. No dia 11 de fevereiro de 1812 o aluno de Beethoven, Carl Czerny, realizava a primeira execu-ção da obra em Viena.

O subtítulo “Imperador”, como hoje conhecemos o Concerto para piano nº 5, não foi dado por Beethoven, mas, provavelmente, por seu editor em Londres, o pianista de origem alemã Johann B. Cramer. Beethoven nunca teve simpatia por imperadores, como atestam dois incidentes bastante conhecidos de sua vida. O primeiro se deu em 1804: sua terceira Sinfonia, hoje conhecida como Heroica, chamava-se, inicialmente, Sinfonia grande, intitolata Bonaparte. Foi composta em homenagem a Napoleão, na época em que ele lutava contra os impérios europeus e incorporava, na visão de Beethoven, os ideais da Revolução Francesa. Mas, quando o General se autoproclamou Imperador dos Franceses, em maio de 1804, o inconformado Beethoven apagou a dedicatória com tanta força que acabou rasgando o papel. Mais tarde, em 1806, quando a sinfonia foi finalmente publicada, Beethoven a renomeou como Sinfonia eroica, composta per festeggiare Il sovvenire d’un grand’uomo, e a dedicou ao seu mecenas, o Príncipe de Lobkowicz. O segundo incidente se deu em 1812, nas ruas de Teplitz: Beethoven acabara de conhecer Goethe, por intermédio de Bettina Brettano. Os dois caminhavam quando viram o Imperador, os duques e toda a corte caminhando

São exuberantes os diálogos entre orquestra e piano neste concerto, com contrastes entre a apresentação de temas grandio-sos na orquestra e sua reapre-sentação delicada ao piano.

Page 18: Temporada 2011 | Março

34 35

PARA OUVIR_CD – Beethoven – Klavierkonzert nº 5 – Wiener Philharmoniker

– Karl Böhm, regente – Maurizio Pollini, solista – Deutsche Grammophon

PARA LER_SOLOMON, Maynard – Beethoven, Vida e Obra

Jorge Zahar editor – 1987

na direção oposta. Segundo Bettina, Beethoven disse a Goethe para continuar caminhando, pois os aristocratas deveriam abrir caminho para eles. Goethe, que pensava diferente, deu um passo para o lado e tirou o chapéu para cumprimentar a família real, enquanto Beethoven passava resoluto no meio de toda a corte. Quando Goethe alcançou Beethoven, este lhe disse: “eu esperei por você porque o respeito e respeito seu trabalho, mas você demonstrou um apreço exagerado por estas pessoas”.

Com o Concerto para piano nº 5, Beethoven conseguiu aliar grandio-sidade, virtuosismo e intimidade em uma única obra. Nele, o piano é elevado ao posto de grande participante da cena, ao invés de ter de se confrontar com a orquestra o tempo todo. No início do primeiro movimento (Allegro), tão logo a orquestra ataca o primeiro acorde, o piano a interrompe para executar uma breve cadência. Deixando claro que seu papel é o de protagonista, esse atrevimento do solista se repete ainda duas vezes quando ele finalmente cede lugar à or-questra, para que ela apresente seus temas. No segundo movimen-to (Adagio un poco mosso), de um lirismo ímpar, piano e orquestra travam um dos mais belos diálogos da história da música, naquilo que Berlioz dizia ser o maior modelo de integração entre piano e or-questra. Ao final do movimento, os fagotes sustentam um Si natural que, no compasso seguinte, se transforma em Si bemol: é a deixa para o piano ensaiar a entrada do tema do terceiro movimento. e, de fato, sem intervalo, entramos no terceiro movimento (Allegro), um rondó, com caráter ao mesmo tempo incisivo e gracioso, onde a so-noridade do piano oferece algumas antecipações surpreendentes de Chopin. São exuberantes os diálogos entre orquestra e piano nesse concerto. Uma importante dimensão desses diálogos consiste nos contrastes entre a apresentação de temas grandiosos na orquestra e sua reapresentação delicada ao piano. Apesar de toda a grandio-sidade do concerto, as passagens do piano são muitas vezes extre-mamente leves. O contraste entre heroísmo e delicadeza é talvez a chave do encanto desta obra.

Guilherme Nascimento Doutor em Composição, professor de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística, autor do livro Música menor.

RObeRtSchUMANN(Alemanha, 1810 – 1856)

Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61

Quando Schumann compôs a Sinfonia nº 2, em dezembro de 1845, ele já havia composto a Sinfonia nº 1, Ouverture, Scherzo & Finale (que ele considerava como sendo sua segunda sinfonia) e a primei-ra versão da Sinfonia em Ré menor, que acabaria sendo conheci-da como sua Sinfonia nº 4. em agosto de 1844 Schumann sofreu um sério colapso nervoso. Os sintomas agravaram-se seriamente em dezembro, levando-o a uma quase total improdutividade no ano seguinte (1845). em setembro de 1845 ele escreveu a Mendelssohn dizendo o quanto estava difícil colocar umas poucas notas no papel. e então, de repente, na segunda semana de dezembro, a Segunda Sinfonia começou a aparecer e, em três semanas, já estava pronta. em uma carta de 1849, a um amigo, ele dizia:

“A sinfonia foi escrita em dezembro de 1845, enquanto eu ainda es-tava meio doente. Tenho a sensação de que o público será capaz de perceber isso ao ouvi-la. Apenas no último movimento comecei a me sentir melhor e só depois que a terminei eu me senti bem outra vez. Mas, como disse antes, ela me traz recordações de um período horrível...”

em fevereiro de 1846 ele começou a orquestrá-la, mas, com a volta dos sintomas de sua doença mental, passou a experimentar longos períodos de exaustão, depressão e obsessões. Schumann lutou bra-vamente o ano inteiro até conseguir terminar a orquestração em ou-tubro. A estreia se deu no dia 5 de novembro de 1846 com a orquestra da Gewandhaus de Leipzig, sob regência de Felix Mendelssohn. Mas esse não foi um concerto feliz para Schumann, segundo sua espo-sa Clara. A primeira parte do concerto consistia em longos trechos das óperas euryanthe, de Weber e Guilherme Tell, de Rossini. Sua sinfonia foi tocada na segunda parte, por uma orquestra e maestro exaustos. O público, já por demais cansado, não conseguiu apreciar essa obra intensa, de difícil assimilação em uma escuta desatenta.

“ A sinfonia foi escrita enquanto eu ainda estava doente. Tenho a sen-sação de que o público será capaz de perceber isso ao ouvi-la. Apenas no último movimento comecei a me sentir melhor e só depois que a terminei eu me senti bem outra vez” ROBERT SChuMANN

Page 19: Temporada 2011 | Março

foto

| R

afae

l Mot

ta

36

embora muitos dos temas da Sinfonia nº 2 façam referência a melodias de J. S. Bach e Beethoven, o caráter da peça nem de longe lembra a obra desses mestres. Para Schumann, o mestre da sinfonia não era Beethoven e sim, Schubert. Schubert era o modelo a ser seguido. O Beethoven de Schumann era, principalmente, o Beethoven das últimas sonatas para piano, que sugeriam um novo tipo de narrativa, livre da rigidez formal clássica. e o Bach de Schumann era, essencialmente, o Bach contrapontístico da Oferenda musical e do Cravo bem temperado. Assim, o intimismo de Schumann aliado à expressividade schubertiana, ao contraponto bachiano e ao frescor das últimas sonatas de Beethoven gerou uma sinfonia extremamente original e pessoal.

A Sinfonia nº 2 inicia-se com alguns compassos lentos (Sostenuto as-sai) que servem como introdução ao Allegro non troppo. Porém, uma introdução diferente das introduções das sinfonias de Mozart, Haydn e Beethoven. Aqui, Schumann não apenas apresenta um tema que será recorrente em toda a obra como prepara o caráter melancólico que será a tônica dessa sinfonia, uma melancolia que pode ser per-cebida mesmo na dramaticidade do último movimento. O segundo movimento (Scherzo – Allegro vivace) contém dois trios. O Scherzo é uma peça musical em compasso ternário (embora binário nesta sinfonia), relativamente rápida e alegre que, após Beethoven, passou a substituir o Minueto nas sonatas e sinfonias. Originalmente, um Scherzo possui duas seções distintas (Scherzo e Trio) que se articu-lam da seguinte maneira: primeiro se executa o Scherzo, depois o Trio e, em seguida, repete-se o Scherzo. em Schumann, na Sinfonia nº 2 (assim como na Sinfonia nº 1) ouve-se o Scherzo, o Trio e, quan-do esperamos pela repetição do Scherzo, Schumann nos brinda com um segundo Trio. O terceiro movimento (Adagio espressivo) traz toda a ternura e melancolia das obras-primas de Schumann. Aqui, temos um momento de doce contemplação entre a movimentação frenética do Scherzo e a turbulência do quarto movimento. O Allegro molto vivace (quarto movimento) é extremamente original em sua estrutu-ra. Coincidindo com a melhora no colapso mental de Schumann, a energia e o vigor rítmico desse movimento parecem aludir aos bons ventos que o compositor começava a experimentar.

Guilherme Nascimento Doutor em Composição, professor de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística, autor do livro Música menor.

PARA OUVIR_CD Schumann – Symphony nº 1 and 2 – Symphonie-Orchester

des Bayerischen Rundfunks – Rafael Kubelik, regent – Sony Classical

Page 20: Temporada 2011 | Março

38 39

Maximiano Valdés regente convidado Asier Polo violoncelo

PROGRAMA

Juan ORREGO-SALAS Abertura festiva, op. 21 (1947) [9 min]

Joaquín RODRIGO Concerto em modo galante para violoncelo e orquestra (1949) [26 min] I. Allegretto grazioso II. Adagietto III. Rondo giocoso

Solista: Asier Polo

INTERVALO

Dmitri SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 11 em sol menor, op. 103, “O Ano 1905” (1957) [55 min] I. A praça do palácio: Adagio II. 9 de janeiro: Allegro III. Memória eterna: Adagio IV. O dobrar do sino de alarme:

Allegro non troppo

SÉRie ALLeGRO24 De MARçO 20h30

GRANDe TeATRO DO PALÁCIO DAS ARTeS

Page 21: Temporada 2011 | Março

40 41

em fevereiro de 2008, o maestro chileno Maximiano Valdés foi nomeado diretor musical e regente principal da Orquestra Sinfônica de Porto Rico. Recentemente, o maestro fechou um ciclo de 16 anos como diretor musical da Orquestra Sinfônica do Principado de Astúrias, na espanha, da qual saiu como regente de honra. ele foi o primeiro diretor musical da Filarmônica de Búffalo e foi Titular da ópera e da orquestra do Teatro Municipal de Santiago, no Chile, para onde retorna anualmente para se apresentar. em 2010, Valdés também aceitou o posto de diretor artístico do famoso Festival Casals em San Juan.

Nascido em Santiago, iniciou seus estudos em violino e piano no Conservatório de Música da cidade e mais tarde prosseguiu na Academia de Santa Cecília, em Roma, onde também passou a estudar composição e regência. Depois de se formar em piano, decidiu se dedicar inteiramente à regência e passou a frequentar o curso de regência de Franco Ferrara em Bologna, Siena e Veneza e também trabalhou com Sergiu Celebidache em Stuttgart e Paris. em 1976, Valdés tornou-se regente assistente no Teatro La Fenice em Veneza e, no ano seguinte, foi convidado a participar da classe de regência do Festgival de Tanglewood, onde trabalhou com Leonard Bernstein e Seiji Ozawa. Ganhou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, em Copenhagen, e no Concurso Vittorio Gui, em Florença, e o segundo lugar no Concurso de Regência da Fundação Rupert, em Londres.

Valdés estreou nos eUA em outubro de 1987 à frente da Filarmônica de Buffalo. Logo foi convidado para a temporada seguinte e, com o sucesso das apresentações, já em 1989 foi nomeado diretor musical, cargo que ocuparia por dez anos. Na América do Norte, conduziu quase todas as principais orquestras, entre elas Saint Louis, National, Montreal, Baltimore, Seattle, Houston, Dallas, New World e a Filarmônica de Calgary.

Na europa já se apresentou com as filarmônicas de Dresden, Varsóvia, Cracóvia e Katowice, Lisboa, Malásia e México, a Orquestra Sinfônica estatal Russa, a Orquestra da Ópera de Nice e também as principais orquestras espanholas. No Brasil apresentou-se com a Orquestra Sinfônica do estado São Paulo.

MAxiMiANOVALDÉSReGeNTe CONvIDADO

valdés ganhou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, em Copenhagen, e no Concurso vittorio Gui, em Florença, e o segundo lugar no Concurso de Regência da Fundação Rupert, em Londres.

foto

| C

hris

tian

Stei

ner

Page 22: Temporada 2011 | Março

42 43

ASieRPOLO vIOLONCeLO

Asier Polo nasceu em Bilbao, espanha, e desde cedo já se destacava entre os violoncelistas mas importantes da sua geração, ganhando renome tanto na espanha como no restante da europa. Realizou uma turnê pela América do Sul com a Orquestra Nacional da espanha, sob a regência de Frühbeck de Burgos, e já se apresentou em concertos junto com a Orquestra Filarmônica de Israel, a Orquestra Sinfônica Nacional da RAI, as filarmônicas de Dresden, Bergen e Basel, a Orquestra da Ópera de Nice, a Orquestra Nacional de Bordeaux, a Orquestra de Câmara de Praga, assim como as principais orquestras espanholas: Barcelona, Galícia, Tenerife, Madrid, Bilbao, Sevilha e da Rádio e TV espanholas. Foi convidado a se apresentar em festivais como Quincena Musical de San Sebastián, Ohrid (Iugoslávia), Nantes (França), Omaggio a Roma (Itália), expo de Lisboa, Festival Internacional de Música de Morelia (México).

Como solista, já trabalhou com importantes maestros, como Frühbeck de Burgos, Christian Badea, Anthony Witt, Claus Peter Flor, Günther Herbig, Aldo Ceccato, K. Weise, Pedro Halffter, Juanjo Mena, Anne Manson, Gómez Martínez e Max Valdés.

O violoncelista, aclamado pela crítica, acompanhou, no último ano, o grande tenor Alfredo Kraus em sua turnê e também já dividiu o palco com outros grandes nomes, como Josep Maria Colom, Gerard Caussé e o Quarteto Janacek. Já se apresentou em importantes salas de concertos, como a Maggio Fiorentino (Florença), Convent Garden (Londres), Zürich Tonhalle (Zurique), Musikverein Wien (Viena) e Carnegie Weill (Nova York).

Atualmente Asier Polo também leciona no Centro Superior de Música do País Basco.

em apenas cinco anos, o jovem Asier Polo passou de principiante do cello a vencedor do concurso nacional de Juventudes Musicais, em 1987. hoje, quase vinte anos depois, muitos o consideram um dos dez melhores intérpretes no mundo: uma estrela no pequeno mundo dos violoncelistas clássicos. [www.mundoclassico.com – 18/01/2006]

foto

| d

ivul

gaçã

o

Page 23: Temporada 2011 | Março

foto

| R

afae

l Mot

ta

44 45

JUAN ORReGO-SALAS(Chile, 1919)

Abertura festiva, op. 21

Nascido em Santiago, Chile, Juan Orrego-Salas desenvolveu seu pri-meiro trabalho de músico quando criou e dirigiu o Coro da Universi-dade Católica, onde estudava Arquitetura. estudou música com dois ilustres músicos chilenos, Pedro Humberto Allende – considerado, por Juan Carlos Paz, responsável pela corrente criadora que incluiu o Chile no panorama da música americana – e Domingo Santa Cruz, re-nomado compositor que chegou a aproximar-se do atonalismo e que lutou incansavelmente pelo desenvolvimento da vida musical do país.

em 1944, abandonando seu trabalho de arquiteto para dedicar-se in-tegralmente à música, Orrego-Salas seguiu para os estados Unidos com apoio das fundações Rockefeller e Guggenheim. Nesse país es-tudou Musicologia em Columbia, Composição nas universidades de Virginia e Princeton, com Randall Thompson, e em Tanglewood com Aaron Copland. Foi também discípulo de Robert Shaw para Regência.

Contratado pela Universidade estatal do Chile em 1947, retorna ao magistério em seu país. Viagens em 1949, como artista convidado, à Grã-Bretanha, França e Itália ampliam sua visão de mundo e per-mitem seu contato com as correntes musicais vigentes na europa.

Valendo-se de um segundo subsídio da Guggenheim, passa um ano em Nova York, dedicado à criação. De novo no Chile, dirige o Instituto de extensão Musical, de grande abrangência. Mas, após dois anos, renuncia a esse cargo para fundar e dirigir o Departamento de Músi-ca da Universidade Católica em Santiago, onde permanece até 1961.

Após ter lecionado vinte anos no Chile, já internacionalmente conhe-cido, volta aos estados Unidos para, dessa vez, reestruturar e dirigir o Centro Latino-Americano de Música da Universidade de Indiana, em Bloomington. Por 27 anos o compositor permanece nessas fun-ções e também, de 1975 a 1980, como Chairman do Departamento de Composição, aposentando-se em 1987 como Professor emérito.

Orrego-Salas utilizou nesta obra sua extrema habilidade de orquestrador e compôs, com rica palheta de nuances, uma peça em três partes, sem interrupção, que segue a tradição das abertu-ras independentes.

Page 24: Temporada 2011 | Março

46 47

em sua longa carreira de compositor e professor, Orrego-Salas re-cebeu os mais altos prêmios de seu país e, da Organização dos esta-dos Americanos, o Prêmio Interamericano Gabriela Mistral. em 2005 voltou ao Chile para lançar o livro encuentros, visiones y repasos, de memórias e reflexões sobre música e sobre a sua obra. Muitas de suas composições têm sido motivadas por encomendas de fun-dações (Koussevitzky, Cooolidge, etc.), universidades, orquestras, solistas. Destacam-se em sua vasta produção as obras corais, a Cantata de Natal, a Sonata para Violino e Piano, entre tantas outras.

Hoje vive em Los Angeles, Califórnia.

A Obertura Festiva (título original em espanhol) para grande orquestra foi composta em 1947 e a estreia se deu em excursão da Orquestra Sinfônica do Chile, em 1948. Orrego-Salas utilizou nessa obra sua extrema habilidade de orquestrador e compôs, com rica palheta de nuances, uma peça em três partes, sem interrupção – Allegro vivace, Lento, Allegro vivace – que segue a tradição das “aberturas” independentes, as quais não antecedem ou preparam uma ópera, nem obedecem a um “programa”. Neste caso, a Obertura Festiva tem motivação comemorativa – como algumas aberturas de Beethoven e Brahms – porém de natureza especialmente afetuosa, já que o compositor festejava o nascimento de sua filha, Francisca. A primeira parte apresenta dois temas: o primeiro, baseado em compasso binário composto, muito dinâmico, dançante, desenho bem marcante formado por intervalos de quarta ascendente e descendente; o segundo tema, melódico, em compasso binário, introduz uma característica canção espanhola. Após a volta vigorosa do primeiro tema, surge, sem interrupção, em pianíssimo, a segunda parte da obra, Lento, em ritmo de valsa lenta, com orquestração tênue, em que ressaltam intervenções de flauta e clarinete solistas. A terceira parte, Allegro vivace, também sem preparação, utiliza os dois temas da primeira parte, inclui um pequeno interlúdio delicado e, com progressivo adensamento da orquestração, vertiginosos rasgos de semicolcheias e grande crescendo, chega ao brilhante final.

*Agradecimento especial a Gustavo Marín Navarro, que colaborou com valiosas informações.

Berenice Menegale Pianista, Diretora da Fundação de educação Artística

JOAqUíNRODRiGO(espanha, 1901 – 1999)

Concerto em modo galante para violoncelo e orquestra

“ uma obra que enriquece sen-sivelmente o repertório de vio-loncelo e orquestra. A economia de sua instrumentação faz com que resulte em uma das raras partituras nas quais o solista nunca fica afogado pelo peso da orquestra.” GASPAR CASSADò

A Paris dos anos de 1920 voltava a ser um centro de efervescência cultural. Após o final da Primeira Guerra Mundial, a intensa movi-mentação cultural vivida nos anos anteriores a 1914 era retomada. Com a lembrança recente da guerra, a cidade via florescer movi-mentos artísticos vigorosos e ousados: Cubismo, Fauvismo, Abstra-cionismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo. Paris recuperara seu papel de “capital do século XIX” e despontava também como a capi-tal das artes do século XX. era para lá que se dirigiam aqueles que iam rumo à modernidade. Assim, artistas dos mais variados países ali se reuniam. Os mais expressivos artistas espanhóis estavam por lá – Buñuel, Dalí, De Falla, Picasso, Turina – quando, em 1927, chega a Paris Joaquín Rodrigo, para estudar composição com Paul Dukas. Com esse mestre, Rodrigo desenvolveu algumas de suas principais características estilísticas, como um lirismo delicado, um colorido orquestral por vezes ousado e uma harmonia que lembra Ravel e Granados.

Ao iniciar-se a Segunda Guerra Mundial chega a Madri o compositor Joaquín Rodrigo que, após três anos de exílio na Alemanha e França, em razão da Guerra Civil espanhola, é convidado a ocupar um cargo na Rádio Nacional. A década de 1940 será especialmente importante na vida de Rodrigo: em 1941 nasce sua primeira filha, Cecília; em 1943 recebe o Prêmio Nacional de Música pelo Concierto heroico para piano e orquestra; ocupa de 1944 a 45 a direção do Departa-mento de Música da Rádio Nacional; conquista o primeiro prêmio do Concurso Cervantino, em homenagem aos 400 anos de nascimen-to de Cervantes, com a obra Ausencias de Dulcinea, e compõe, em 1949, o Concierto en modo Galante para violoncelo e orquestra.

entre os gêneros musicais, aquele que o fez mundialmente reco-nhecido é sem dúvida o concerto para solista e orquestra. entre suas obras somam-se pelo menos doze peças desse gênero, incluindo o ORREGO-SALAS, JUAN_

encuentros, Visiones y RepasosSantiago, ediciones Universidad Católica de Chile, 2005.

Page 25: Temporada 2011 | Março

48 49

PARA OUVIR_CD Rodrigo – Concerto en modo galante – Castile and Leon

Symphony Orchestra – Max Bragado-Darman, regente; Asier Polo, solista – Naxos

famoso Concierto de Aranjuez de 1939, para violão e orquestra. Por diversas vezes, quando da composição de seus concertos, Rodrigo o fazia por encomenda de grandes intérpretes ou em contato com eles: Andrés Segovia na Fantasía para un gentilhombre, para violão e orquestra; James Galway no Concierto pastoral para flauta y orques-tra; e Lloyd Webber Juliano no Concierto como un divertimento, seu segundo concerto para violoncelo e orquestra. Mas foi na composi-ção do Concierto en modo galante que existiu a relação compositor--intérprete mais anedótica da vida de Rodrigo.

O Concierto en modo galante foi escrito a pedido de um importante violoncelista espanhol, Gaspar Cassadò, que prometeu a Rodrigo: “eu irei tocá-lo, irei gravá-lo, verei se é possível publicá-lo em Pa-ris”. Poucos meses depois, Rodrigo já havia atendido ao pedido do violoncelista que, ao ouvir os temas, ofereceu-se para escrever a partitura (como Rodrigo era cego, precisou sempre de ajuda para escrever suas partituras). Assim, durante o verão de 1949, Rodrigo e Cassadò trabalharam por longas madrugadas na escrita do con-certo. Sua estreia se deu a 4 de novembro de 1949, no Palacio de la Música, em Madrid, com a Orquestra Nacional de españa regida por Ataulfo Argenta. Após a première em Madrid, um ano se passou até que houvesse a segunda récita, em Roma. embora tendo sido a obra bem recebida, Gaspar Cassadò começou a achá-la longa demais e cortou-lhe passagens que considerava desnecessárias (aliás, pas-sagens nas quais o solista não tinha muito o que fazer). Quando veio a possibilidade de publicação da obra, a esposa do compositor, pia-nista Victoria Kahmi, deparou-se com as dificuldades de restaurá--la. Rodrigo, quando compôs esse concerto, mostrava-se resistente em escrever concertos, porém, convencido a fazê-lo por Cassadò, chegou finalmente à forma que lhe pareceu mais adequada, em que se sucedem um Allegretto Grazioso, um Adagietto e um Rondo Giocoso. A obra inspira-se no ambiente da espanha do século XVIII e na música de Boccherini; apresenta caráter popular e alguma ironia. Sobre o concerto, diz Cassadò: “uma obra excelente que enriquece sensivelmente o repertório de violoncelo e orquestra. A economia de sua instrumentação faz com que resulte em uma das raras parti-turas nas quais o solista de violoncelo nunca fica afogado pelo peso da orquestra”.

Igor Reyner Pianista e mestrando em música pela UFMG

DMitRiShOStAKOVich(Rússia, 1906 – 1975)

Sinfonia nº 11 em sol menor, op. 103, “o ano 1905”

O subtítulo da 11ª Sinfonia de Shostakovich, “o ano 1905”, refere-se à Revolução Russa de 1905, mais precisamente ao massacre de cen-tenas de inocentes em frente ao Palácio de Inverno do Czar, conhe-cido como Domingo Sangrento. em São Petersburgo, no domingo 9 de janeiro (22 de janeiro no calendário gregoriano), o Padre Georgi Gapon liderou uma procissão pacífica de milhares de trabalhadores grevistas e suas famílias, pedindo por melhores salários e condições de trabalho mais humanas. A procissão dirigiu-se para o Palácio de Inverno carregando fotos do Czar, cantando hinos e canções patri-óticas. O corpo de guarda que protegia o Palácio abriu fogo contra a multidão. Centenas foram mortos a tiros ou pisoteados quando o pânico se instaurou. O Czar Nicolau II não estava no Palácio e, mais tarde, ao saber das notícias, expressou sua profunda tristeza com o acontecimento.

em 1956 Shostakovich recebeu a encomenda do governo soviético para compor uma obra sinfônica em comemoração aos quarenta anos da Revolução Russa de 1917. Não desejando escrever uma obra que exaltasse o sistema soviético, Shostakovich escolheu ilustrar o episódio do Domingo Sangrento de 1905. embora o alto escalão do Politburo tenha aceitado o argumento de que, ao se falar do mas-sacre dos inocentes pelas tropas do Czar, falava-se indiretamente da Revolução de 1917, Shostakovich, no fundo, compunha um canto fúnebre para toda e qualquer repressão popular, não apenas a de 1905, mas, principalmente, a que existia na Rússia desde 1917. A Sinfonia nº 11 foi composta no início de 1957. Sua estreia se deu no dia 30 de outubro do mesmo ano, na Grande Sala do Conservatório de Moscou, pela Orquestra Sinfônica da URSS, sob a regência de Natan Rakhlin.

A sinfonia possui quatro movimentos que devem ser executados sem intervalos. O primeiro (Adagio), A Praça do Palácio, evoca a manhã

Shostakovich, no fundo, compu-nha um canto fúnebre para toda e qualquer repressão popular, não apenas a de 1905, mas, principalmente, a que existia na Rússia desde 1917.

Page 26: Temporada 2011 | Março

50 51

PARA OUVIR_CD Shostakovich – Sinfonia nº 11 – Orquestra Sinfônica de

Londres – Mstislav Rostropovich, regente – LSO Live – catálogo LSO0535

PARA LER_Hurwitz, David – Shostakovich symphonies and concertos: an

owner’s manual – Pompton Plains (NJ) – Amadeus Press – 2006

fria do domingo, em frente ao Palácio de Inverno, através de me-lodias suaves nas cordas e intervenções distantes dos tímpanos. A atmosfera de tranquilidade que caracteriza todo o primeiro movi-mento é, nas palavras de Shostakovich, uma espécie de introdução para o movimento seguinte. O segundo (Allegro) intitula-se O Nove de Janeiro e descreve os acontecimentos ocorridos no Domingo Sangrento. O movimento é dividido em três seções. A primeira seção é tumultuada e busca representar o povo dirigindo-se ao Palácio de Inverno. Possui um primeiro crescendo, que seria o caminhar he-roico da multidão, e um segundo crescendo que procura descrever o avançar das tropas. A intervenção do flautim e das flautas faz a transição para a segunda seção. Nesta seção, o rulo de caixa-clara dá início a uma marcha que evoca o pânico da multidão. No ápi-ce da tensão inicia-se uma nova marcha que nos leva ao clímax do movimento, com solos de caixa-clara, bumbo, tímpanos e tam-tam. A percussão para de tocar repentinamente e entramos na última seção, de sonoridade mais calma, que nos lembra o primeiro movi-mento, mas onde se imagina a atmosfera após o massacre. O tercei-ro movimento (Adagio), Memória eterna, baseia-se na marcha fúne-bre e hino dos revolucionários: “Vocês caíram como vítimas”. O mo-vimento inicia-se com um pizzicato nas cordas graves contra o qual ouvimos a melodia principal nas cordas agudas. Aos poucos temos toda a orquestra tocando citações dos movimentos precedentes. Ao fim, retornamos ao pizzicato do início. O quarto movimento (Allegro non troppo), O Dobrar do Sino de Alarme, começa com uma potente marcha onde figuram os metais e tímpanos de um lado e as cordas de outro. A orquestra atinge um clímax violento, reinicia a marcha para, em seguida, atingir novamente o clímax e, inesperadamen-te, retornar à atmosfera calma e tranquila do primeiro movimento. Após um momento de contemplação, a orquestra retoma o tumulto do último clímax e leva-o ao crescendo final, onde ouvimos o bater do sino de alarme.

Guilherme Nascimento Doutor em Composição, professor de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística, autor do livro Música menor.

Page 27: Temporada 2011 | Março

52 53

Silêncio em uma sala de concerto, o silêncio é fundamental para que você possa ouvircada detalhe da música. Ruídos incomodam e dificultam a apreciação das obras e a concentração dos músicos.

PontualidadeAtraso e procura de lugares As portas do Grande Teatro são fechadas após o terceiro sinal. Depois do início da apresentação, a entrada só é permitida em momentos que não interrompam o concerto. Quando você puder entrar, escolha silenciosamente um lugar vago ao fundo da sala. evite andar e trocar de poltrona durante a execução das músicas. Se tiver de sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

Outras recomendaçõesCrianças Se você estiver com crianças muito novas, prefira os assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se a criança se sentir desconfortável.

Comidas e bebidas O consumo de comidas e bebidas não é permitido no interior da sala de concerto.

RegistrosFotos e gravações em áudio e vídeo não são permitidas. Aproveite o concerto ao vivo.

Programa A leitura do programa oferece uma oportunidade de conhecer um pouco maissobre a música, os compositores e os intérpretes que se apresentam. ele será seu guia para a boa compreensão das obras executadas. Você também poderá consultá-lo no site antes de vir para o concerto.

Aparelhos eletrônicos O celular perturba o silêncio necessário à apreciação do concerto. Tenha certeza de que o seu está desligado.

TosseTosse chama a atenção. Como um apreciador da música, você não vai querer desviar os olhares para sua direção. Por isso, se estiver com tosse, experimente tomar uma pastilha antes do concerto e aliviar alguma irritaçãona garganta antes de entrar na sala e durante os intervalos.

Aplausos O aplauso é o elogio da plateia. e, como todo elogio, faz toda a diferença usá-lo na hora certa. É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de duas, três ou mais partes. Quando uma dessas partes termina, não significa que a música chegou ao fim.Consulte o programa para saber o número de movimentos e o final de cada obra e fique de olho na atitude e gestos do regente e dos músicos.

PARA APReciAR UM

cONceRtO

Page 28: Temporada 2011 | Março

54 55

Allegro e VivaceSão séries realizadas em noites de terça (Vivace) e quinta-feira (Allegro), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ambas apresentam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes perío-dos históricos, trazendo frequentemente obras pouco conhecidas e inéditas, com a presença de convidados de renome internacional.

Concertos para a JuventudeA iniciativa recupera a tradição de concertos sinfônicos nas manhãs de domingo, dedicados à família. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

Clássicos no ParqueCom um repertório que abrange música sinfônica diversificada, os concertos proporcionam momentos de descontração e entrete-nimento a um público amplo e heterogêneo. Realizados aos domin-gos, nos parques da cidade.

Concertos DidáticosSão concertos de caráter didático, com entrada franca, para grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular, institui-ções sociais e universidades. Além de apreciar a boa música, o público recebe informações sobre a orquestra, os instrumentos e as diversas formas musicais.

FestivaisSão eventos idealizados para oferecer ao público experiências musicais específicas. O Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores mineiros ou residentes no estado. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desen-volver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profis-sional.

Turnês EstaduaisAs turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes regiões de Minas Gerais, possibilitando que novos públicos tenham o contato direto com música sinfônica de excelência.

Turnês NacionaisA Orquestra Filarmônica de Minas Gerais percorre importantes regiões e centros culturais do Brasil, a fim de divulgar a boa música e representar o estado no cenário erudito nacional.

SÉRieS e OUtROS

cONceRtOS

É ASSIM QUE A GENTE FICA AO VER A FILARMÔNICA DE MINAS LEVANDO CADA VEZ MAIS PÚBLICO PARA A MÚSICA CLÁSSICA.

Partitura da ópera Os Mestres Cantores de Nuremberg, de Richard Wagner.

A Globo Minas tem orgulho de apoiar a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Page 29: Temporada 2011 | Março

56 57

MARçO

Série Vivace 15 de março, terça-feira, 20h30, Palácio das ArtesFabio Mechetti, regênciaMarkus Groh, pianoPrograma SHOSTAKOVICH / BeeTHOVeN / SCHUMANN

Série Allegro24 de março, quinta-feira, 20h30, Palácio das ArtesMaximiano Valdés, regente convidadoAsier Polo, violonceloPrograma ORReGO-SALAS / RODRIGO / SHOSTAKOVICH

ABRIL

Série Vivace5 de abril, terça-feira, 20h30, Palácio das ArtesFabio Mechetti, regênciaNicolas Koeckert, violinoPrograma KATCHATURIAN / LISZT / KODÁLY

Série Allegro14 de abril, quinta-feira, 20h30, Palácio das ArtesLigia Amadio, regente convidadaFábio Caramuru, pianoPrograma ReSeNDe / STRAVINSKY / FRANCK

Clássicos no Parque17 de abril, domingo, 11 horas, Parque Lagoa do NadoMarcos Arakaki, regênciaPrograma SHOSTAKOVICH / GUARNIeRI / STRAUSS /KODÁLY / VeRDI / TCHAIKOVSKY / GOMeS

PRÓxiMOS

cONceRtOS

Page 30: Temporada 2011 | Março

58 59

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS | Março | 2011DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio Mechetti REGENTE ASSISTENTE Marcos Arakaki

DIRETORIA ExECUTIVA

DIReTOR PReSIDeNTe Diomar SilveiraDIReTOR ADMINISTRATIVO-FINANCeIRO Tiago Cacique MoraesDIReTOR De COMUNICAçãO Fernando LaraDIReTOR De PRODUçãO MUSICAL Richard SantanaDIReTOR De PROJeTOS e MARKeTING Bruno Volpini

EQUIPE TéCNICA

GeReNTe De PRODUçãO MUSICAL Angela HeffnerGeReNTe De COMUNICAçãO Merrina Godinho DelgadoPRODUTORA Carolina Debrot

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

ANALISTA De COMUNICAçãO PLeNO Andréa MendesANALISTA De COMUNICAçãO PLeNO Marcela DantésANALISTA De MARKeTING De ReLACIONAMeNTO PLeNO Mônica MoreiraASSISTeNTe De COMUNICAçãO Pedro Leone ASSISTeNTe De PROGRAMAçãO MUSICAL Francisco César AraújoeSTAGIÁRIO Marcos Sarieddine

EQUIPE ADMINISTRATIVA

ANALISTA De ReCURSOS HUMANOS SêNIOR Quézia Macedo Silva

ANALISTA FINANCeIRO SêNIOR Thais BoaventuraANALISTA ADMINISTRATIVO SêNIOR eliana SalazarSeCReTÁRIA eXeCUTIVA Flaviana MendesAUXILIAReS ADMINISTRATIVOS Vivian Figueiredo Cristiane ReisAUXILIAR De SeRVIçOS GeRAIS Lizonete Prates SiqueiraMeNSAGeIROS Lucas Barbosa João Paulo de OliveiraeSTAGIÁRIO Alexandre Moreira

*che

fe d

e na

ipe

**a

ssis

tent

e de

che

fe d

e na

ipe

***

chef

e/as

sist

ente

sub

stitu

to

****

mús

ico

conv

idad

o

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint spalla

eliseu Martins de Barros con-certino

Rommel Fernandes assistente de spalla

Arthur Vieira TertoBojana PantovicLeonidas Cáceres CarreñoLuis Felipe DamianiMarcio CecconelloMartha de Moura PacíficoMateus FreirePatrick DesrosiersRodolfo Marques ToffoloRodrigo de Oliveiraelias Barros ****

Tiago Paganini ****

Yllen Almeida ****

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer *Jovana Trifunovic **

eri Lou Miyake NogueiraGláucia de Andrade BorgesJosé Augusto de AlmeidaLeonardo OttoniLuka MilanovicMarija Mihajlovic Radmila BocevTiago ellwangerValentina GostilovitchOlga Galeano ****

VIOLAS

João Carlos Ferreira *Nathan Medina ***

Bruno Leandro da SilvaCleusa de Sana NébiasGlaúcia Martins de BarrosMarcelo NébiasKatarzyna Druzd Vitaliya MartsinkevichWilliam Martins Sofia von Atzingen ****

VIOLONCELOS

eliah Sakakuschev *elise Pittenger **

Camila PacíficoLina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowsky Claudio Urgel ****

Luiz Sena ****

Sergio Rabelo ****

Thiago Vilela ****

CONTRABAIxOS

Colin Chatfield *Mark Wallace **

Brian Fountain Hector Manuel espinosaMarcelo CunhaNilson Bellotto Valdir Claudino

FLAUTAS

Cássia Renata Lima*

Renata Xavier **

Fernando Pacifico HomemAlexandre Braga

OBOéS

Alexandre Barros *Ravi Shankar **

Moisés Pena

CLARINETES

Dominic Desautels *Marcus Julius Lander **

Ney Campos Franco

FAGOTES

Catherine Carignan * Laurence Messier **

Raquel Carneiro Ariana Pedrosa

TROMPAS

evgueni Gerassimov *Ailton Ramez FerreiraGustavo Garcia Trindade **

José Francisco dos SantosLucas Filho ****

Sarah Ramez ****

TROMPETES

Marlon Humphreys *erico Oliveira Fonseca **

Daniel Leal

Jesse Sadoc ****

Paulo Ribeiro ****

TROMBONES

Mark John Mulley *Wagner Mayer **

Renato LisboaAndré Pastore ****

Wendell Mayer ****

TUBA

eleilton Cruz *

TÍMPANOS

Ambjorn Lebech *

PERCUSSãO

Daniel Lemos **

Werner SilveiraSérgio AluottoDanillo Valle ****

Felipe Kneipp ****

John Boudler ****

HARPA

Mareike Burdinski *

TECLADOS

Ayumi Shigeta *Patrícia Valadão ****

GERENTE DA ORQUESTRA

Jussan Fernandes

INSPETORA DA ORQUESTRA

Karolina Cordeiro

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO DA ORQUESTRA

Débora Vieira

ARQUIVISTA

Vanderlei Miranda

ASSISTENTES DE ARQUIVISTA

Klênio CarvalhoSergio Almeida

MONTADORES

Carlos NatanaelFelix de SennaMatheus Luiz FerreiraRodrigo Castro

PATROCÍNIO

APOIO CuLTuRAL

DIVuLGAçãO

APOIO INSTITuCIONAL

REALIZAçãO

Page 31: Temporada 2011 | Março