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30/03/2011 56 XIX

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HOJE EM DIA - 19 - MInAs -30.03.2011

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No interiorNairo Alméri

O Ministério Pú-blico anda de olho nos cancelamentos e/ou pror-rogações de contratos das prefeituras. A autoridade pública descobriu vícios administrativos: a pre-feitura cancela edital de concurso público para preenchimento de cargos, mas se vale do direito da contratação em “caráter emergencial”, porque não pode paralisar o serviço. E nessa brecha entram apadrinhados.

nEgócIOs s.A. HOJE EM DIA - P. 13 - 30.03.2011

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MAGALI SIMONEEm vez de formação acadêmica e profissional, exploração.

Nove estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Fe-deral de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, denunciaram terem sido obrigados a fazer plantão semanal gratuito, de 12 horas, no consultório particular do chefe da residência em Otorrinolarin-gologia e dos dois filhos dele, professores do departamento.

A informação é do delegado da Polícia Federal, Pacífico Mar-tins, que faz parte da força-tarefa formada também pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério do Trabalho. As três institui-ções abriram inquérito para apurar as acusações dos estudantes.

Segundo Pacífico, são fortes os indícios de que as acusações dos alunos são verdadeiras. De acordo com o policial, os residen-tes que se recusavam a fazer plantão no consultório dos profes-sores eram punidos, sendo impedidos de participar de cirurgias - atividade importante para a formação acadêmica.

Investigações. Os alunos foram ouvidos na última segunda-feira, quando integrantes da força-tarefa fizeram diligência na sede da UFU. Os nomes dos suspeitos e de suas vítimas estão sendo mantidos em sigilo, conforme Martins. Procurada, a direção do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, onde os estudantes faziam residência, não se pronunciou.

“Pelo currículo, os alunos são obrigados a trabalhar 60 horas semanais na UFU, mas estavam sendo compelidos a fazer plantão no consultório particular de seus professores”, disse o delegado. Se a denúncia for confirmada, os responsáveis devem ser indicia-dos por crime de concussão, quando um agente público tira vanta-gens indevidas do cargo. previsto no artigo 306 do Código Penal Brasileiro e punido com até seis anos de reclusão.

No caso do Ministério do Trabalho, o representante Juracy Alves dos Reis disse que, se as denúncias forem confirmadas, os responsáveis podem ser indiciados por assédio moral.

IlegalidadeUFU contratou médico boliviano sem registro

Além do abuso sofrido pelos residentes, as diligências pro-

movidas pela força-tarefa no Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) revelaram outras irregularidades. De acordo com o delegado Pacífico Martins, da Polícia Federal, durante as investigações também foi detectado que um médico exercia inde-vidamente a profissão na unidade médica.

O delegado revelou que um médico boliviano estaria traba-lhando de forma ilegal. Embora o profissional tenha se formado em medicina no seu país de origem, ele não teria os documentos exigidos pelos ministérios da Saúde e da Educação brasileiros para o exercício da profissão no país.

Afastado. Segundo o delegado, quando o inquérito for encer-rado, o médico boliviano deverá ser afastado do cargo por exercí-cio ilegal da medicina no país.

A direção do Hospital da UFU, investigada pela força-tarefa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre o assunto. (MSi)MInIEnTrEvIsTA

“Não estudamos para passar or tudo isso”Residente daUFU Como os alunos eram coagidos a trabalhar no consultório do

chefe da residência? O professor deixava claro que os estudantes poderiam ser punidos?

Ele deixava claro que todos os residentes tinham que traba-lhar em seu consultório. Todo mundo sabia que isso acontecia, há anos. Como ele é muito influente, todos temem enfrentá-lo.

Como funcionava esse esquema?Além de trabalhar 60 horas semanais na UFU, nós tínha-

mos que trabalhar 12 horas por semana no consultório dele. Se as consultas fossem por convênio, não recebíamos nada e éramos obrigados a falsificar a rubrica dele. O carimbo dele encobria a fal-sificação. Quando o atendimento era particular, recebíamos uma porcentagem do valor cobrado do cliente.

Por que vocês resolveram denunciar?Porque não entramos nesse curso para passar por isso. Dois

colegas já desistiram de ser otorrinos. (MSi)

O TEMPO - P. 27 - cIDADEs - 30.03.2011Uberlândia.Polícia Federal, Ministério Público e Ministério do Trabalho apuram denúncia

Professor obrigava residentes a fazer plantão em consultórioSuspeito é chefe de residência da UFU, e universidade não fala sobre o caso

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HELENICE LAGUARDIAEm defesa da greve nacional dos médicos, que no dia 7 de

abril não vão atender a pacientes com consultas marcadas de pla-nos de saúde, a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contri-buinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Almg) se reu-niu ontem e decidiu realizar manifestação de apoio aos médicos dentro do legislativo mineiro no dia da greve.

Os médicos prometem fazer protestos do lado de fora da As-sembleia no dia. Trata-se da primeira greve conjunta da categoria.

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da As-sembleia, Délio Malheiros, disse que vai encaminhar sugestões para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que não compareceu à audiência, para que os médicos sejam ouvidos sobre a elaboração das planilhas de reajustes das consultas.

Outro relatório da reunião, que contou com a participação de cinco entidades médicas, vários profissionais do setor e os planos de saúde Amil e Bradesco, será encaminhado ao Ministério Pú-

blico. “Queremos que o Ministério Público possa acompanhar o movimento para fazer ajuizamento eventual de ação pública, já que as empresas estão vendendo planos de saúde além da capaci-dade de atendimento e remunerando mal o médico”, afirmou Délio Malheiros, favorável à paralisação dos médicos.

De acordo com o deputado, o consumidor não será prejudi-cado com a greve porque os médicos garantiram os atendimentos de urgência e emergência e as consultas serão remarcadas poste-riormente.

No dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, os 160 mil médicos credenciados junto as 1.060 operadoras e aos planos de saúde vão suspender o atendimento aos cerca de 45 milhões de usuários do sistema de saúde suplementar em todo o país. A paralisação é or-questrada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos. Eles rei-vindicam reajuste de 50% na consulta, de R$ 40, em média, para R$ 60.

O TEMPO - P. 12 - 30.03.2011Manifestação.Categoria para dia 7 de abril pedindo reajuste de 50% nos valores pagos por consulta

Assembleia Legislativa apoia greve dos médicos

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Bertha Maakaroun e Juliana Cipriani

Morreu o guerreiro. Se nos últimos 13 anos a rotina in-cansável foi interrompida por 17 cirurgias e 44 internações, os últimos meses de José Alencar Gomes da Silva foram parti-cularmente penosos. Entretanto, de sua boca, ninguém ouviu queixas das dores que decorrem de um tratamento do gênero. O sorriso largo e franco se abria, quando revelava o seu apetite por torresmo e por um “golo” da Maria da Cruz, a pinga de que mais gostava, ou mesmo quando verbalizava a admiração e amizade que nutria pelo “companheiro” Lula, da chapa vito-riosa capital-trabalho. Em meio ao tratamento, por mais de uma vez recebeu amigos no Palácio do Jaburu, com quem gostava de discutir política. Convidava para o café da manhã, exibia as vitaminas que tomava. Arfava um pouco quando se locomovia. Cansava-se facilmente. Mas mostrava a capela, a vista para o Lago Paranoá e depois convidava para o seu escritório, onde, entre um petisco e outro, discorria sobre o governo. “Se dona Mariza vier aqui, diga que esse aperitivo é seu”, dizia rindo, como se, por um momento, a esposa e amiga leal, sempre in-cansável, não o conhecesse.

Mas a luta contra a doença não foi fácil. Nem para Alencar, nem para a família. Dona Mariza, que se recusava a arredar pé do Hospital Sírio-Libanês, filhos e netos revezaram-se insones durante as sucessivas internações a partir do segundo semestre do ano passado. Em setembro, ele foi internado em razão de um edema agudo de pulmão. Deixou o hospital e, semanas depois, ousou participar de uma carreata, ao lado de Dilma Rousseff (PT), em Belo Horizonte. “Não podia deixar de vir”, justifi-cou-se aos amigos. Não se sentia bem e não tinha certeza se daria conta. Mas, em carro aberto, lá foi ele entre Dilma e Lula, subindo a Afonso Pena. Erguia os braços e sorria. Uma sema-na depois, em 25 de outubro, retornou às pressas ao Hospital Sírio-Libanês. O quadro era de suboclusão intestinal. Ainda no hospital, sofreu um infarto.

A estada se prolongou: Natal, réveillon. Dona Mariza ha-via se mudado para o quarto cativo do Hospital Sírio-Libanês.

Entre idas e vindas da UTI, médicos e enfermeiros batiam ponto para uma prosa. Durante a longa internação, Alencar reiterava a ideia fixa: desejava ir a Brasília para a posse da presidente Dil-ma Rousseff. Momentos antes da cerimônia, cogitou embarcar. Queria descer a rampa do Palácio do Planalto, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Após insistência de dona Mariza, desis-tiu. Vestiu um terno e chamou os jornalistas: explicou por que não iria à posse e disse que sua missão estava cumprida. “Não fui porque não me deixaram”, resmungou, brincando. Voltou a dizer que não tinha medo da morte. “Se Deus quiser que eu morra, ele não precisa de câncer para isso. Se ele não quiser que eu vá agora, não há câncer que me leve”, disse. Lula foi visitá-lo logo em seguida. Contou a ele os detalhes da posse. Dilma foi vê-lo mais de uma vez depois de assumir.

Depois de 17 cirurgias e 44 internações que marcaram 13 anos de luta contra um câncer agressivo, Alencar, que marcou a sua trajetória pública pela constante preocupação com a con-duta honrada e ética, cumpriu a própria profecia: “Peço a Deus que não me dê nem um dia a mais de vida que eu não possa me orgulhar dele”. Ele já estava com um rim sem funcionar e com a pressão arterial baixa. Não fazia mais tratamento contra o câncer, porque o seu organismo não reagia aos medicamen-tos. Os médicos sabiam que não era mais possível fazer cirurgia para conter a hemorragia. As opções se acabaram. Era o adeus. Alencar foi sedado pela manhã, por causa das dores. Morreu ao lado da família.

O semblante está sereno. Nos lábios, se insinua um sorri-so. A morte chega cedo. O guerreiro não quer descansar. Des-pede-se da família, mas, até o último suspiro, considera a vida breve. Ele parte, mas o ideal fica. Sabe que o alcançou: “Se eu morrer agora, é um privilégio para mim, que a situação está tão boa que não tem como melhorá-la”, afirmou algumas ve-zes este ano, em referência ao legado do governo do “amigo e companheiro” Lula, com quem partilhou dois mandatos conse-cutivos. Recordista em interinidade, o empresário José Alencar, que possibilitou a parceria “capital-trabalho”, exerceu, ao lon-go de oito anos, por 503 dias a Presidência da República.

EsTADO DE MInAs - P. 2 - 30.03.2011 EsPEcIAl - JOsé AlEncAr

Sofrimento e nenhuma queixaOs últimos meses de José Alencar foram marcados pelo agravamento do seu quadro de saúde. Em nenhum momento, no entanto, ele reclamou da vida ou das dores que sentia

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Ernesto Braga

Oito anos depois do rompimen-to de uma barragem da Florestal Cataguazes Ltda., em Cataguases, na Zona da Mata, com liberação de 1,4 bilhão de litros de lixívia (sobra industrial da produção de celulose) em cursos d’água, a pena mais seve-ra aplicada à empresa responsabili-zada pelo maior desastre ambiental ocorrido no país não foi cumprida. Em abril de 2003, o Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis (Iba-ma) multou a Florestal Cataguazes em R$ 50 milhões. De acordo com o Ibama, a multa não foi paga e, com as correções, chega hoje a R$ 109,5 milhões. Acidente semelhante na mesma região também não ren-deu aos cofres públicos o que prevê a legislação ambiental. Em 10 de janeiro de 2007, a Mineração Rio Pomba Cataguases Ltda. foi multa-da pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) em R$ 75 milhões pelo vazamento da barragem São Francisco, também em Cataguases, cobrindo de lama a vizinha cidade de Miraí. Mais de quatro anos de-pois o processo está na fase de re-curso administrativo.

Em 29 de março de 2003, o rompimento da barragem de lixívia prejudicou o fornecimento de água a 600 mil pessoas em Minas e no Rio de Janeiro, matou peixes, espécies vegetais e destruiu matas ciliares. De acordo com o Ibama, como não houve pagamento da multa, o nome da Florestal Cataguazes foi incluído na dívida ativa da União. A legisla-ção não prevê a prescrição da multa após determinado tempo, e, enquan-to o valor não for quitado, a empresa fica impedida de participar de lici-tações e de obter financiamentos. O Estado de Minas entrou em contato por telefone ontem com a Florestal

rOMPIMEnTO DE BArrAgEM

Maior acidente ambiental ainda está impune em MG

Afluentes do Rio Paraíba do Sul receberam 1,4 bilhão de litros de resíduos, o que deixou 600 mil pessoas sem abastecimento de água

Robson Rocha/TV Alterosa/Reprodução - 30/3/03

Cataguazes, mas as ligações não fo-ram atendidas. Em sua página na in-ternet, ela afirma que “iniciou o pro-cesso de reparações no mesmo dia do acidente. A barragem foi recons-truída e não oferece risco de novos vazamentos…”. No entanto, não faz nenhuma menção ao pagamento da multa.

Por meio de sua assessoria, o procurador Eduardo Santos de Oli-veira, do Ministério Público Federal (MPF) de Campos do Goytacazes (RJ), informou que a empresa Flo-restal Cataguazes cumpriu uma sé-rie de acordos firmados em termo de ajustamento de conduta (TAC). Uma das barragens foi desativada e, para a outra, são feitos relatórios bimestrais de estabilidade, para descartar o risco de rompimento. A previsão é de que ela também seja esvaziada este ano e na área das represas sejam planta-das mudas de eucalipto. O Ibama e a Feam também fazem fiscalizações rotineiras nas barragens.

A advogada Priscila Batista, que representa 3 mil pescadores e consu-midores da água contaminada, espera a execução das ações de indenização que ajuizou. Os valores máximos va-riam de R$ 1 mil a R$ 6 mil. “Os re-

cursos da empresa foram derrubados em todas as instâncias, os processos voltaram ao fórum de Campo dos Goytacazes, mas estão parados”, dis-se. MIrAÍ

Considerada reincidente em rompimento de barragens, a Rio Pomba Cataguases recebeu a maior multa aplicada na história da Feam: R$ 75 milhões. Em março de 2006, o vazamento de um reservatório da mineradora contaminou o Córrego Bom Jardim, afluente do Rio Paraíba do Sul, com 130 mil metros cúbicos da lama proveniente da lavagem de bauxita. Dez meses depois, a barra-gem cedeu novamente e o município de Miraí foi inundado com 2 milhões de metros cúbicos do mesmo rejeito. Sete bairros foram atingidos e pelo menos 2 mil pessoas ficaram desabri-gadas. Segundo a Feam, a empresa entrou com recurso, que está sendo analisado pela Câmara Normativa do Conselho Estadual de Política Am-biental. A fundação ressalta que o processo pode durar até cinco anos e, portanto, está dentro do prazo. O EM não localizou ontem representantes da mineradora.

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Luciane Evans e Glória Tupinambás Depois de 80 dias de briga, protestos, audiências e muita po-

lêmica, os expositores da Feira de Arte, Artesanato e Variedades da Avenida Afonso Pena tiveram, pela primeira vez, respaldo da Justiça contra o edital de licitação para a reocupação das barracas. Ontem, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu liminar determinando a suspensão do processo, sob alegação de que o critério socioeconômico adotado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para seleção dos candidatos é discriminatório e fere princípios do direito. A administração municipal garante que vai recorrer da decisão. O centro da polêmica da licitação, lançada em janeiro, são os requisitos impostos pela prefeitura para distri-buição de pontos entre os concorrentes a uma vaga na feira. Na disputa por uma das 2.292 barracas, os inscritos são classificados a partir de critérios socioeconômicos e não pelas características de suas mercadorias e formas de produção. Dessa forma, um analfa-beto teria mais chances de conseguir espaço na feira do que aquele com ensino médio completo e candidatos com filho portador de deficiência receberiam quatro vezes mais pontos que uma pessoa sem filhos.

Os critérios foram motivo de revolta na Associação dos Ex-positores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (As-seap). Depois de uma série de manifestações em frente à prefeitura e nas barracas e até de uma greve de fome, o protesto dos feirantes recebeu apoio de vereadores e deputados estaduais. Na época, os expositores chegaram a apontar também, com respaldo de parla-mentares, que o edital era passível de fraude. A principal denúncia era que qualquer pessoa conseguiria acessar dados dos concorren-tes e até cancelar a inscrição deles.

Ainda em janeiro, a Asseap entrou com mandado de seguran-ça contra o edital na Justiça, mas a liminar foi negada em primeira instância. Ontem, o desembargador Eduardo Andrade foi favorá-vel aos argumentos dos feirantes e considerou que o edital contra-ria os princípios da legalidade, impessoalidade e razoabilidade. “O critério socioeconômico que discrimina alguns e privilegia outros não pode ser tolerado pelo direito. Cabe ao Judiciário garantir a obediência a esses princípios, sem discriminações ou privilégios a quem quer que seja. Afinal, todos devem merecer o mesmo trata-mento por parte da administração pública.” A decisão é provisória e vale apenas até o julgamento do mérito.

Na esperança de que a liminar seja o último round nesta luta, que já conta, além do mandado de segurança, mais de 20 processos judiciais contra o edital, os comerciantes comemoraram ontem a decisão do TJMG. Otimistas, eles planejam o próximo passo em defesa do que consideram seus direitos . “A ideia é que a PBH nos ouça e acate nossos projetos de melhoria para esse evento, que não precisa ser licenciado”, defendeu o presidente da Asseap, Alan Vinícius. Procurador A prefeitura garantiu que vai recorrer da de-cisão para tentar derrubar a liminar. “O mérito ainda não foi objeto de julgamento e vamos esperar o andamento do processo. Mas não há indícios de falha ou possibilidade de mudanças no edital, pois os critérios estão colocados e quase 11 mil pessoas se inscreveram até meados de fevereiro”, disse o procurador-geral do município Marco Antônio Resende Teixeira. Segundo ele, a PBH está fazen-do avaliação socioeconômica dos candidatos. O edital terá ainda outras duas etapas para análise da capacidade de produção e das formas artesanais.

AnÁlIsE DA nOTÍcIA A feira foi criada para servir de vitrine ao artesanato mineiro,

apreciado até no exterior. Começou na Praça da Liberdade de onde saiu porque a gordura das barracas de pastéis e churrasquinhos atraía ratos e ameaçava os jardins e até as palmeiras imperiais. Foi para a Avenida Afonso Pena e sobreviveu dentro de seu nobre princípio até ser assediada por vendedores de mercadorias aliení-genas, entre as quais eletrônicos asiáticos. Independentemente da polêmica envolvendo a licitação, a Prefeitura de BH tem uma pre-ocupação justa: acabar com a invasão de mercadorias e bugigangas industrializadas. Pelo menos isso tem de ficar claro em qualquer proposta de ocupação do espaço, chamado em outros tempos de feira hippie. (Arnaldo Viana)

Histórico A feira surgiu em 1969, na Praça da Liberdade, na Região

Centro-Sul de BH. Na época era considerada um movimento cul-tural e elitizado e recebeu o apelido de feira hippie.

Em 1991, mudou de endereço e foi para a Avenida a Afonso Pena, no Centro, onde de “hippie” ganhou o título de maior feira de artesanato da América Latina. Ela movimenta a Afonso Pena todos os domingos, com 2,2 mil expositores e público médio de 40 mil pessoas.

Polêmicas e protestos 10/1/2011 - A PBH lança o edital com 2.292 barracas na dis-

puta. A expectativa era de que haveria 20 mil interessados, quase 10 candidatos por barraca.

12/1 - Feirantes denunciam que critérios socioeconômicos não condizem com a realidade.

13/1 - Associação dos Expositores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (Asseap) entra com mandado de segu-rança na Justiça contra o edital, alegando ilegalidade do documen-to. No mesmo dia, a Justiça pede à PBH esclarecimentos sobre o processo de seleção.

16/1 - A PBH anuncia que apenas 4 mil pessoas se inscreve-ram no processo, mas muitos expositores, conforme constatou o EM, estavam confusos com a disputa.

1/2 - A PBH afirma haver apenas 3.443 inscritos e nega ter estimado 20 mil concorrentes para o processo. E acusa a Asseap de incentivar feirantes a boicotar as inscrições.

3/2 - A Justiça nega liminar pedida pela associação e ações individuais de expositores também são indeferidas.

7/2 - Feirantes vão à Câmara em audiência pública. Vereado-res prometem criar uma comissão para acompanhar o processo. No mesmo dia, o assessor jurídico da Regional Centro-Sul, Fausto Viera, diz que vai pedir a suspensão da publicação, mas o procu-rador-geral do município, Marco Antônio Resende Teixeira, bate o pé e afirma a impossibilidade de que isso pudesse ocorrer.

9/2 - Expositores fazem manifesto na porta da prefeitura. 10/2 - Diretores da associação começam uma greve de fome

na esperança de haver negociação com a PBH. O protesto termina três dias depois.

14/2 - No último dia de inscrições, deputados estaduais entram na briga, convocam o prefeito Marcio Lacerda para uma reunião, expõem o que consideram erros e falhas no processo e denunciam que a seleção é passível de fraude. O EM comprova a facilidade de acessar no site dados dos concorrentes até de cancelar a inscrição de um candidato. A PBH alega não haver possibilidade de suspen-der ou revisar a publicação.

29/3 - O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concede liminar determinando a suspensão do edital. A decisão em segunda instân-cia é provisória e passível de recurso.

FEIrA DA AFOnsO PEnA - Justiça suspende licitaçãoNa briga com a Prefeitura de BH, expositores conseguem barrar o edital por

considerá-lo ofensivo aos princípios do direito, mas haverá recurso

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DA REDAÇÃOO senador Pedro Taques (PDT-MT) foi escolhido para ser o relator

da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n.º 7 de 2011. Apresentada pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a matéria modifica o Artigo 130-A da Constituição Federal, que trata da composição do Conselho Na-cional do Ministério Público (CNMP).

Atualmente, o colegiado é composto por 14 conselheiros: cinco do Ministério Público da União, três dos MPs dos estados, dois juízes, dois advogados e dois cidadãos.

De acordo com a PEC 7/2011, o CNMP passará a contar com 16 conselheiros, sendo cinco deles oriundos do Ministério Público dos es-tados.A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Co-namp) apoia a matéria e elaborou nota técnica defendendo a aprovação da proposta.Na justificativa da proposta, Demóstenes lembra que, na com-posição atual do CNMP, cinco membros são integrantes do Ministério Público da União, enquanto apenas três são advindos dos MPs estaduais.

“Minha iniciativa tem por finalidade essencial aprimorar a compo-sição e, consequentemente, o funcionamento do colegiado, com vistas a

estabelecer uma correlação mais íntima entre o perfil constitucional desse órgão e o respeito ao princípio federativo, já que o CNMP não é simples-mente um conselho de âmbito federal, mas sim nacional”.cOnsTITUIÇÃO.

O parlamentar destaca também que, com a mudança, o CNMP aten-derá efetivamente as determinações constitucionais no tocante ao sistema federativo e à autonomia dos estados.

“Faz-se mister uma composição mais paritária do CNMP, a ser ob-tida pela eliminação da discrepante superioridade numérica dos represen-tantes do MPU naquele órgão de controle. A modificação constitucional ora proposta terá o condão de tornar o perfil do CNMP mais coerente com o pacto federativo e a autonomia dos estados”, conclui Demóstenes.

Pedro Taques foi escolhido ainda para ser relator da PEC 9/2011. Também de autoria do senador Demóstenes Torres, a proposta modifi-ca a composição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acrescentando à composição do colegiado um desembargador e um juiz estadual. Se a matéria for aprovada, o CNJ passará a ter 17 membros, em vez dos atuais 15 conselheiros.

Raul MachadoRECOMENDAÇÃO CONJUNTA - Corregedores Alvim Soares e

Márcio Heli de Andrade assinam ato que visa melhoria em depósitosO corregedor-geral de Justiça, desembargador Antônio Marcos Al-

vim Soares, e o corregedor-geral do Ministério Público, procurador de Justiça Márcio Heli de Andrade, assinaram na tarde de ontem, 28 de março, Recomendação Conjunta 08/2011, que dispõe sobre a destruição de bens de origem ilícita apreendidos.

De acordo com a recomendação, os juízes e promotores devem auto-rizar a destruição dos bens de origem ilícita, que já estejam identificados no processo e com a presença de laudos, independentemente do trânsito em julgado das ações. Antes da destruição, uma amostra dos materiais apreendidos deve ser armazenada para servir de contraprova. São con-siderados bens de origem ilícita CDs e DVDs “piratas”, roupas e tênis falsificados, entre outros.

A edição da recomendação conjunta levou em conta o grande vo-lume de materiais apreendidos armazenados nos depósitos forenses e a carência de espaço físico. “Com essa medida, observaremos uma melho-

ria nas condições dos depósitos, que vivem uma fase de esgotamento do espaço físico”, afirmou o juiz auxiliar da Corregedoria e diretor do Foro da capital, Renato César Jardim.

“Além do problema do espaço físico, temos que lembrar os riscos de manter tantos objetos armazenados”, ressaltou o corregedor Alvim Soa-res. Já o corregedor do Ministério Público afirmou que a solução adotada é “democrática, legal e transparente”.

Apesar de ser dirigida aos juízes de direito da capital, a recomenda-ção autoriza também os juízes e promotores do interior a promover a des-truição dos bens, observando os procedimentos descritos no documento.

Também estiveram presentes na assinatura da recomendação os ju-ízes auxiliares da corregedoria José Ricardo dos Santos de Freitas Véras, Wilson Almeida Benevides, Gilson Soares Lemes e José Maurício Can-tarino Villela.

Assessoria de Comunicação InstitucionalAscom Fórum Lafayette(31) [email protected]

O Conselho Nacional de Justiça anulou a eleição em que o Tri-bunal de Justiça de Mato Grosso promoveu o juiz Fernando Miranda ao cargo de desembargador. A decisão foi baseada em vício formal da eleição, cuja sessão foi convocada com antecedência de dois dias, e deveria ter sido de cinco. O CNJ também decidiu que o tribunal deve escolher imediatamente a lista tríplice de membros do Ministério Pú-blico que concorrem a uma vaga pelo quinto constitucional. As infor-mações são do portal Mídia News.

Em seu voto-vista, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse que não cabe ao CNJ entrar no mérito da pro-moção do juiz, mas que compete ao Tribunal de Justiça analisar toda documentação sobre sua vida. Miranda foi eleito desembargador em janeiro para assumir a vaga aberta com a aposentadoria do desembar-gador Díocles de Figueiredo. Contudo, foi impedido de tomar posse por decisão do conselheiro Felipe Locke, que acatou pedido do então corregedor do TJ-MT, Manoel Ornellas.

Feitas investigações mais profundas sobre a vida do juiz consta-tou-se que sua conduta pessoal era apontada como impedimento para a promoção. No início de 2011, o conselheiro Marcelo Nobre votou a favor de sua indicação por entender que o caso era de promoção por antiguidade e não por merecimento. Em voto-vista, a ministra Eliana

Calmon afastou a discussão do mérito mas anulou a eleição com base em requisitos formais. Foi seguida pelos demais conselheiros.

Com a anulação, o TJ-MT deverá convocar nova sessão, em que o juiz poderá voltar a concorrer à vaga. Atualmente, o tribunal tem seis postos de desembargador vagos, devido às aposentadorias de Díocles de Figueiredo, Donato Fortunato Ojeda, Leônidas Duarte Monteiro, Jurandir Florêncio Castilho e Antonio Bitar Filhom, todos por terem atingido a idade limite de 70 anos, e a de Paulo Lessa pedida volun-tariamente.

QUInTOSeguindo voto do conselheiro relator, Marcelo Nobre, o CNJ

também decidiu que o TJ-MT deve promover a imediata escolha da lista tríplice com os nomes dos membros do Ministério Público Es-tadual que disputam vaga de desembargador pelo critério do quinto constitucional. A vaga foi aberta com a aposentadoria do desembar-gador Leônidas Duarte Monteiro em maio de 2010. O presidente do TJ-MT, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, informou que tão logo seja notificado da decisão, adotará as medidas necessárias para o encaminhamento da decisão. Com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.

TrIBUnAl DE JUsTIÇA - Mg - Mg - cOnAMP - 30.03.2011

Bens apreendidos: TJ e MP editam ato

JOrnAl DO cOMMErcIO - rJ - cOnAMP - 30.03.2011

Escolhido relator de PEC do Senado sobre CNMP

cOnsUlTOr JUrÍDIcO - sP - cOnAMP - 30.03.2011

CNJ anula eleição de desembargador do TJ-MT

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Estudo revela 47 roubos de veículos por dia em Minas

Belo Horizonte lidera o ranking no Estado, com 5.088 ocorrências deste tipo de crime registradas no ano passado

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CHOQUE INSTITUCIONAL - Uma semana após Supremo adiar aplicação da Ficha Limpa para 2.012 e propor análise de projetos votados pelo Legislativo, parlamentares criticam magistrados por forçarem

aprovação de lei que elevaria salário de ministro do STF para RS 30.675

Congresso reage a pressão de juízes por reajuste e expõe atrito entre Poderes

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