universidade tuiuti do paranÁ fátima cristina de...

24
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de Oliveira Duarte Calderal O USO DO LÚDICO E DA ARTETERAPIA NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM DO DEFICIENTE MENTAL CURITIBA 2007

Upload: votu

Post on 08-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Fátima Cristina de Oliveira Duarte Calderal

O USO DO LÚDICO E DA ARTETERAPIA NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM DO DEFICIENTE MENTAL

CURITIBA

2007

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

Fátima Cristina de Oliveira Duarte Calderal

O USO DO LÚDICO E DA ARTETERAPIA NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM DO DEFICIENTE MENTAL

Artigo apresentado ao Curso de Psicopedagogia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia. Orientador: Laura Bianca Monti

CURITIBA

2007

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

RESUMO

Este presente artigo tem como objetivo “apresentar” a Arteterapia e o Lúdico, como instrumentos de intervenção e mediação no processo de ensino-aprendizagem com crianças portadoras de deficiência mental. A Deficiência Mental é complexa e conseqüentemente imprecisa, porém podemos “defini-la” como um funcionamento mental abaixo da média, com diferentes níveis de atraso, e seu diagnóstico é realizado sempre em função de critérios básicos para sua definição, variando de acordo com modelos médicos, psicológicos e sociais. O Deficiente Mental apresenta um atraso global no seu desenvolvimento o que acarretaria ou justificaria uma dificuldade de aprendizagem geral. O aproveitamento de situações lúdicas, com brinquedos e jogos e um espaço artístico com materiais “diversos”, proporcionam condições favoráveis de aprendizagem, pois este contexto criativo e lúdico possibilita o desenvolvimento das áreas emocionais, intelectuais, cognitivas, motoras e sensoriais, que são os pré-requisitos para promover a aprendizagem quando íntegras. Palavras-chave: Arteterapia, Lúdico e Aprendizagem. ABSTRACT This current academic publishing has the goal to present Art Therapy and Ludotherapy as intervention and mediation instruments in the teaching-learning process with mental disabled children. Mental Disability is complex and consequently vague, however, we can define it as a mental functionality below the average, with different levels of retard, and its diagnosis is always carried through in function of basic criteria for its definition, varying in accordance with medical, psychological and socials models. The Mental Disabled presents a global retard in his/her development that would cause or justify a general learning difficulty. The utilization of ludical situations, with toys, games and an artistic area with several materials, provides favorable conditions of learning, because this creative and ludic context enables the development of emotional, intellectual, cognitive, motor and sensorial areas, which are prerequisites to promote learning when complete. Keywords: Art Therapy, Ludic and Learning.

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

3

INTRODUÇÃO

Podemos caracterizar o Deficiente Mental como o sujeito que apresenta um

atraso global no seu desenvolvimento e no funcionamento adaptativo (socialização).

Apresenta um baixo rendimento cognitivo resultando, muitas vezes, de uma alteração

na estrutura cerebral. As causas do retardamento mental podem ser hereditárias e

ambientais, podendo iniciar-se na vida intra-uterina, no nascimento ou na vida pós-

natal. Fonseca (1995, p.13) diz que deve-se a Strauss a distinção entre os deficientes

mentais endógenos dos exógenos. Os endógenos indicariam uma deficiência mental

em função de fatores familiares e os exógenos devido a déficits neurológicos

provocados por doenças pré, peri ou pós natais, originando conseqüentemente, lesões

cerebrais de vários tipos e apresentando várias etiologias, destacando-se nos fatores

neonatais (infecções, convulsões, etc), nos fatores traumáticos (comprometendo a

região cerebral), fatores genéticos (síndromes) e nos fatores bioquímicos (erros inatos

ou congênitos do metabolismo).

Conforme a Associação Americana para Deficiência Mental (AAMD) “o

retardamento mental refere-se ao funcionamento intelectual geral abaixo da média, que

se origina durante o período de desenvolvimento e está associado à deterioração do

comportamento adaptativo.” (TELFORD, 1978, p. 227).

O deficiente mental apresenta um desenvolvimento lento em relação a uma

criança dita dentro dos padrões da normalidade, porém, deve-se compreender que o

aproveitamento de suas potencialidades através de estímulos, pode sugerir uma

capacidade de realização no que diz respeito às atividades como um todo. Telford

relata que

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

4

os mentalmente retardados, como um grupo, são comprovada e sistematicamente lentos na aprendizagem de andar, falar, comer pela própria mão e desenvolvimento de hábitos e higiene pessoal. De fato, são atrasados em praticamente todos os aspectos do desenvolvimento anatômico, fisiológico, motor, social, assim como, no desenvolvimento intelectual. (ibid., p. 230).

O deficiente mental carece de conduta inteligente. Segundo Paín e Echeverria,

Seria, então, por um lado, uma perturbação na atividade condicionada do sujeito, provocando um empobrecimento de seu reflexo no mundo e, portanto, diminuindo sua capacidade reagir sobre ele; por outro lado, aparece-nos fenomenicamente como um fracasso na tentativa de equilibrar as ações do indivíduo nas diversas etapas de sua vida – em resumo, incapacidade para um desenvolvimento adaptado do organismo. A medida da inteligência nos dá a possibilidade de calcular a desproporção no ritmo do desenvolvimento em comparação com as pautas gerais do comportamento. (1987, p. 9).

Podemos especificar quatro níveis de gravidade do retardo mental: Leve,

Moderado, Severo e Profundo.

O Retardo Mental Leve apresenta um nível de QI 50-55 a, aproximadamente,

70, constituindo cerca de 85% dos portadores de DM. Estes conseguem desenvolver

habilidades sociais e de comunicação, apresentando um baixo prejuízo nas áreas

sensório-motoras e é geralmente percebido mais tarde.

O Retardo Mental Moderado apresenta um nível de QI 35-40 a 50-55,

constituindo cerca de 10% de toda a população. Uma grande parte alcança as

habilidades de comunicação e podem cuidar de si mesma sob certa supervisão.

O Retardo Mental Severo apresenta um nível de QI 20-25 a 35-40, constitui 3-

4% dos indivíduos que são portadores de Retardo Mental. Apresentam pouca ou

nenhuma fala comunicativa, beneficiando-se apenas em um grau limitado das

instruções adaptativas.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

5

O Retardo Mental Profundo apresenta um nível de QI abaixo de 20 ou 25 e

constitui, aproximadamente, 1-2% dos indivíduos com Retardo Mental e, com

treinamento apropriado, podem executar tarefas simples sob supervisão.

O Retardo Mental e Gravidade Inespecificada acontecem quando se acredita

que exista o Retardo Mental, porém, torna-se inviável a utilização de instrumentos

para a verificação da inteligência.

Telford comenta que

É evidente que o grau, ou intensidade, do atraso mental pode ser tão importante quanto o próprio fato do retardamento. O grau de atraso mental é a diferença primordial entre o indivíduo de aprendizagem lenta, que estará atrasado um ano ou dois, mas que poderá chegar ao fim do curso ginasial, aprender um ofício, casar, criar uma família e viver uma existência razoavelmente normal e independente, e o caso de “assistência total”, que exigirá supervisão e cuidados comparáveis aos de um bebê durante a vida inteira. O fato do retardamento pode ser menos significativo do que sua intensidade. (ibid., p. 40)

A Deficiência Mental pode ser considerada como uma das causas apontadas

como responsáveis pela dificuldade de aprendizagem. Segundo Coll

O “atraso mental”, em sentido estrito, envolve, também, uma significativa “limitação” ou “deficiência” mental: de aptidões, de capacidade, de inteligência. Trata-se da limitação na capacidade não somente de conhecimentos escolares, mas também de conhecimentos sociais e da vida diária. (1995, p. 232).

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

6

APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES

Para podermos compreender as dificuldades de aprendizagem, primeiramente

devemos entender o que é a aprendizagem e como esta acontece. Fonseca resume da

seguinte maneira esse processo:

A aprendizagem é um comportamento, isto é, uma relação inteligível entre a situação (conjunto de estímulos do mundo exterior; papel, lápis, letras, números, etc.) e a ação (adaptação, escrever, desenhar, ler, cantar, pintar, etc.) que põe em jogo estruturas neurológicas de recepção, integração, controle e expressão, onde os aspectos biológicos não se opõem aos aspectos sociais, isto é, as condições de aprendizagem da criança (condições externas) não se opõem à competência científico-relacional dos professores e dos adultos socializados responsáveis pela sua educação global (condições externas). (1995, p. 248).

Hilgard nos mostra que

A aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança de atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do organismo. (1969, p.3)

Encontramos no DSM-IV a seguinte definição para Transtornos de

Aprendizagem.

Os transtornos de aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para a sua idade, escolarização e nível de inteligência. Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades para leitura, matemática ou escrita. Variados enfoques estatísticos podem ser usados para estabelecer que uma discrepância é significativa. Substancialmente abaixo da média em geral define uma discrepância de mais de dois desvios padrão entre o rendimento e o quociente intelectual (isto é entre 1 e 2 desvios padrão) ocasionalmente é usada, especialmente em casos onde o desempenho de um indivíduo em um teste que avalia quociente intelectual foi comprometido por um transtorno associado no processamento cognitivo, por um transtorno mental comórbido ou condição médica geral, ou pela bagagem étnica ou cultural o indivíduo. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas habitualmente associadas com o

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

7

déficit. Os transtornos de aprendizagem podem persistir até a vida adulta. (1995, p. 46).

Vigotsky contribui na questão da aprendizagem, não reduzindo a estrutura

desta, a elementos constitutivos e dando importância à dimensão social, interpessoal

na construção do sujeito. Sua pesquisa mostra alguns conceitos na área da

aprendizagem, sendo o principal deles o da Zona de Desenvolvimento Proximal, onde

defende a idéia de que a criança pode aprender quando lhe é dado suporte educacional

para isso, relacionando o que a criança pode aprender sozinha e o que consegue

aprender com a ajuda do outro.

Podemos apontar várias causas para as dificuldades de aprendizagem tais

como sensoriais, intelectuais, físicas, neurológicas, emocionais, ambientais, culturais

entre outras, porém, nosso objetivo neste trabalho é abordar a dificuldade de

aprendizagem como conseqüência da deficiência mental, assim como, os possíveis

recursos a serem utilizados para que a criança, o adolescente ou adulto tenham esse

processo de aprendizagem facilitado.

Como no Retardo Mental, o desenvolvimento global apresenta um atraso. É

esperado que o Deficiente Mental apresente dificuldades na aprendizagem em maior

ou menor grau de acordo com suas defasagens.

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

8

PSICOPEDAGOGIA E DEFICIÊNCIA MENTAL

A Psicopedagogia, em um sentido amplo, pode ser descrita como uma

especialidade que investiga e compreende o processo de aprendizagem e a relação que

o sujeito estabelece com a mesma, dentro dos padrões normais e patológicos,

considerando a interação dos aspectos sociais, culturais e familiares.

Paín relata que

os objetivos básicos do tratamento psicopedagógico são, obviamente, a desaparição do sintoma e a possibilidade para o sujeito de aprender normalmente ou, ao menos, no nível mais alto que suas condições orgânicas, constitucionais e pessoais lhe permitam. (2006, p. 80).

O trabalho do Psicopedagogo é interdisciplinar e faz uso de recursos das várias

áreas do conhecimento humano, no que se refere ao ato de aprender e a compreensão

do mesmo, valendo-se de métodos e técnicas próprios, considerando o sujeito como

um ser global, composto pelos aspectos orgânico, cognitivo, afetivo, social e

pedagógico.

A aprendizagem do Deficiente Mental acontece de forma mais lenta, pois sua

auto-regulação cognitiva é construída de forma distinta, não desenvolvendo estratégias

de cognição e metacognição, ou seja, não apresenta consciência a respeito dos seus

próprios processos cognitivos, havendo um prejuízo nas funções mentais superiores:

percepção, sensação, memória, linguagem, imaginação, pensamento (a inteligência

está na articulação do pensamento), raciocínio e criatividade, que são necessárias à

aprendizagem. É importante que estas funções estejam preservadas para que o sujeito

possa aprender. Qualquer dano em alguma delas, o processo de aprendizagem será

prejudicado.

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

9

A Psicopedagogia efetiva um trabalho com o Deficiente Mental

desenvolvendo na criança hábitos de aprendizagem voltados à realidade e diminuindo

a inércia mental e, conseqüentemente, seu desinteresse pelo mundo. Essa educação

diferencial tem três objetivos. Em primeiro lugar, encorajar a criança a se tornar

independente do outro, mostrando-lhe o que pode fazer sozinha. Em segundo,

estimular a criança a uma postura de autocrítica, onde ela possa analisar e questionar

suas próprias atividades, reconhecendo seus erros e corrigindo-os. E por último,

mostrar à criança a importância da aprendizagem, encontrando satisfação e

reconhecimento na busca da mesma.

Pesquisas têm mostrado resultados satisfatórios com relação à existência de

potenciais e habilidades a serem exploradas nos portadores de Deficiência Mental,

acreditando haver possibilidades reais para que ocorra o processo de aprendizagem,

mesmo que esse seja gradual e lento, assim como compreendendo o amadurecimento

das estruturas cognitivas, que potencialmente trabalhadas de forma clara e objetiva,

possam promover uma organização de pensamento e maior autonomia, o que,

conseqüentemente, contribuiria para essa aprendizagem que através de recursos

específicos, desenvolveriam suas habilidades, possibilidades e potencialidades. A

criança Deficiente Mental poderá se sentir confortável e segura quando se percebe

aceita, amada e valorizada. Como Telford cita, “o conceito de eu de uma pessoa é, por

seu turno, em grande parte, o produto das avaliações que as outras pessoas formulam

sobre ela.” (ibid., p. 57).

Qualitativamente, classifica-se o ser humano por áreas. Podemos entender o

desenvolvimento da criança como um processo global, onde algumas áreas se

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

10

interligam. Essa situação ocorre tanto para crianças que não apresentam alteração,

quanto para aquelas em que observamos atraso mental. Cada área de desenvolvimento

relaciona-se profundamente e integralmente com o outro.

ÁREA INTELECTUAL

Umas das características do portador de Deficiência Mental é o prejuízo do

funcionamento na área intelectual, interferindo de maneira significativa na

aprendizagem e na execução de tarefas da vida diária. Uma vez reconhecida essa

dificuldade, poder-se-á realizar um trabalho que venha atender esse sujeito,

percebendo-o como um ser que pode realizar e criar dentro de suas limitações visando

seu desenvolvimento global.

ÁREA COGNITIVA

É a área onde percebemos que a inteligência passa por um processo de

estruturação contínua, organizando-se a partir de experiências reflexas. As crianças só

podem aprender o que suas estruturas cognitivas do momento permitem. A

compreensão desses processos cognitivos é de fundamental importância para a

compreensão do processo de aprendizagem.

ÁREA PSICOMOTORA

É a interação que existe entre pensamento e o movimento realizado pelos

músculos com a ajuda do Sistema Nervoso. Este é responsável pelo ajustamento do

organismo ao ambiente. Essa interação permite que o indivíduo explore o mundo ao

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

11

seu redor. Um indivíduo com liberdade terá, conseqüentemente, um maior e melhor

aproveitamento de seus potenciais. O desenvolvimento psicomotor do Deficiente

Mental sugere a mesma seqüência evolutiva da criança “normal”, porém, ocorre de

forma mais lenta. Entretanto, é importante ressaltar que o atraso em uma das áreas não

significa atraso nas demais, portanto quanto maior liberdade de movimentos e ações, e

maior quantidade de estímulos, através de jogos e atividades lúdicas, maior será a

possibilidade de um desenvolvimento psicomotor satisfatório. Cabe destacar que é de

fundamental importância, como pré-requisito para a aprendizagem, a compreensão das

noções de imagem corporal, lateralidade, orientação espacial e temporal, coordenação

motora, ritmo, etc.

ÁREA DA LINGUAGEM

É através da linguagem que buscamos expressar o nosso pensamento. Na

criança Deficiente Mental, o desenvolvimento e a organização da linguagem serão

mais lentos, podendo até mesmo apresentar transtornos nessa área, já que apresenta

limitações na utilização de signos lingüísticos. A linguagem acontece de acordo com o

desenvolvimento geral, salvo alguns casos de comprometimento específico. Ela pode

ser dividida em dois tipos: linguagem verbal que ocorre através da fala e da escrita; e

linguagem não-verbal que pode acontecer com gestos, expressões faciais e

movimentos corporais gerais. É necessário haver uma integridade anatômica e

funcional do Sistema Nervoso, assim como dos fatores sociais e emocionais, para que

haja um bom desenvolvimento da linguagem, caso contrário, o prejuízo dessa

integração pode levar a um distúrbio de linguagem e, conseqüentemente, a uma

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

12

dificuldade na aprendizagem. É importante, porém, ressaltar que um atraso da

linguagem pode não ser em função de uma Deficiência Mental e, sim, uma alteração

neurológica ou no órgão fonador, uma deficiência auditiva e até mesmo problemas

emocionais podem ser motivos pra essa dificuldade de comunicação.

ÁREA DA AFETIVIDADE (EMOCIONAL)

A afetividade fala de experiências vividas do sujeito com o meio ambiente,

servindo de base para todas as relações que o sujeito vive com o outro. O ser humano

se estrutura, desenvolve e amadurece a partir dessas relações pessoais. A evolução do

desenvolvimento afetivo no Deficiente Mental acompanha um determinado ritmo,

porém, de forma lenta sai de uma fase de dependência para uma fase mais

independente de acordo com suas possibilidades. As relações afetivas, que o

Deficiente Mental estabelece, ocorrem pela etapa de desenvolvimento no qual se

encontram e não pela sua idade cronológica. A integridade afetiva é uma das

condições básicas para que a aprendizagem aconteça.

A criança Deficiente Mental pode vir a desenvolver suas potencialidades e

habilidades, e ser muito feliz apesar de suas limitações, permitindo-se ter uma vida

prazerosa. É importante que possamos oferecer a esta criança oportunidades para que

possa desenvolver-se até onde sua capacidade permita, percebendo-a como um

indivíduo que pode produzir e ser útil, contribuindo da forma que puder.

É equivocada a maneira de pensar que o Deficiente Mental seria incapaz de

aprender. Apesar de suas limitações, com o auxílio apropriado e levando algum tempo

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

13

a mais, a criança tem condições de aprender inclusive um ofício e ter uma qualidade de

vida melhor e mais independente.

Paín e Echeverria destacam que “a possibilidade de educar a criança débil

mental está ligada à capacidade do método educativo de determinar uma mudança de

atitude, despertando interesse na criança pelo mundo que a rodeia”. (1987, p. 10).

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

14

O USO DO LÚDICO E DA ARTETERAPIA

A seguir abordaremos, como já foram mencionados anteriormente, dois

recursos “distintos” que acreditamos poder resultar positivamente no processo ensino-

aprendizagem. Ressaltamos a palavra “distintos” por acreditar que esses trabalhos se

completam no sentido que, quando criamos, estamos de uma certa forma brincando e

quando brincamos, muitas vezes esse brincar nos proporciona criar.

O trabalho realizado através "do brincar" tem como objetivo facilitar a

expressão da criança, podendo ser desenvolvido individualmente ou em grupo. É

através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos

e conflitos, elaborando-os através de vivências lúdicas suas atividades mentais. É um

retorno ao passado, reconstruindo-o.

A importância do lúdico no desenvolvimento do processo ensino e

aprendizagem está sendo comprovada pelos profissionais da área da educação e saúde

que têm utilizado com maior freqüência no contexto escolar e clínico. Os profissionais

perceberam sua eficácia confirmada por vários teóricos ao longo dos anos.

O brincar cumpre três funções básicas: desenvolvimento motor,

desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento emocional. Colabora na formação e no

desenvolvimento intelectual, volitivo, social e físico, auxiliando e trabalhando o que

nos indivíduos dificulta todo um processo de aprendizagem, vencendo suas

dificuldades e aprendendo a interagir com o meio de forma positiva, ganhando

competências e instrumentalizando-se para desenvolver-se em vários níveis.

A intervenção do terapeuta é propiciar “atividades” onde a criança possa

explorar o mundo externo através de desenhos, atividades projetivas, jogos,

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

15

modelagem e outros recursos lúdicos, com o objetivo de representar seu mundo

interno, reconstruindo-o e, desta forma, facilitando o processo de aprendizagem.

O brincar é um dos métodos mais usuais de comportamento durante a infância,

tornando-se um campo de ação de grande estímulo e interesse para os profissionais no

domínio do desenvolvimento humano e educacional. Assim sendo, o estudo do jogo no

aspecto do desenvolvimento da criança pode ser considerado no domínio da

aprendizagem como uma área exclusiva de abordagem.

O brincar é uma característica inerente à infância, possuindo uma grandeza

simbólica e funcional. Pensar o brincar nos remete às mais diversas abordagens, tais

como a cultural, educacional e a psicológica. O valor do lúdico no desenvolvimento é

consenso entre diversos estudiosos da psicologia infantil.

Freud (1976) descreveu a estrutura psicológica do brincar e estudou a

vinculação entre a brincadeira e a constituição do indivíduo. Percebeu seu valor

terapêutico quando comprovou que comunicando seus descobrimentos no momento

adequado ao paciente, conseguia que este tornasse consciente o que até então estava

reprimido. Sua obra introduz a visão da função simbólica do brincar. Ele mencionava

que brincando, as crianças situam-se na dimensão do sonho, desenvolvem e se

constituem.

Para Winnicott, a experiência da criança é adquirida através da brincadeira e

esta é uma parcela importante da sua vida. “A brincadeira é a prova evidente e

constante da capacidade criadora, que quer dizer vivência”. (1982, p. 163)

Na perspectiva da psicologia de Vigotsky, o jogo surge como facilitador do

desenvolvimento, imaginação e criatividade. “[...] o aprendizado desperta vários

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

16

processos internos de desenvolvimentos, que são capazes de operar somente quando a

criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus

companheiros.” (1998, p. 117). Brincando, a criança aprende através de seus processos

interativos, recriando a realidade. Imagina situações diversas, representa papéis do

cotidiano, as regras e seus conteúdos. Para Vigotsky, o que nos torna humanos é a

capacidade de utilizar instrumentos simbólicos e, ter assim, uma mediação simbólica

ao nos expressarmos para complementar nossa atividade, que tem bases biológicas. No

brinquedo, a criança absorve aptidões para que no futuro ela consiga desenvolver seu

plano de ação real e moral. Vigotsky considera que o brincar deve ser compreendido

em função das mudanças nos desejos e necessidades da criança e que conduzem à

ação.

Piaget interpreta que o lúdico é universal e formador do desenvolvimento

saudável, sendo o crescimento facilitado, permitindo um entrosamento social, podendo

exercer como intermediário entre a realidade externa e a interna. Por meio do jogo

espontâneo e do faz-de-conta, a criança imagina, cria e elabora, desenvolvendo sua

inteligência. Brincando, externaliza situações ruins e persecutórias, aliviando-se de

suas ansiedades. De acordo com Piaget,

a inteligência é um exemplo de comportamento adaptativo que vai se desenvolvendo desde os primeiros anos de vida, em um processo contínuo. A inteligência é a capacidade que o indivíduo tem de interagir com o meio ambiente. Ela se desenvolve através de estágios ou fases que se sucedem sempre em uma mesma ordem, mas que, devido às diferenças individuais, podem ser alcançados em idades diferentes, dependendo do ritmo do indivíduo. (citado por DROUET, 2001, p. 12).

Analisando por essa perspectiva, o Deficiente Mental não sairia do estágio

pré-operacional, que se estende cronologicamente de dois anos até, aproximadamente,

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

17

os sete anos de idade. Nesta fase, a criança acomoda gradualmente estruturas de

conhecimento do período anterior denominado sensório-motor, que são caracterizadas

por ações externas em direção a estruturas de conhecimentos caracterizadas por ações

internas. Neste período, a utilização da linguagem é de extrema importância e a

aprendizagem é intuitiva.

O espaço lúdico é uma condição intrínseca na vida do sujeito e elemento

essencial para a educação, fornecendo subsídios que podem contribuir para um bom

desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, principalmente quando o

indivíduo tem dificuldades nesse processo. O brincar pode ser visto como um recurso

mediador, tornando mais fácil e prazerosa a aprendizagem, como por exemplo, através

de jogos que contribuem para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático,

atividades para trabalhar atenção, concentração e memória, atividades com regras e

limites, atividades que desenvolvam a linguagem escrita e falada, etc., sempre com o

lúdico presente.

Aspectos da intervenção no ambiente clínico devem ser criados através de

mecanismos promotores de um ambiente saudável e vendo o brincar como uma

possível estratégia no enfrentamento de condições estressantes como recurso, que pode

ser utilizado tanto pela criança quanto pelos profissionais para lidarem com as

adversidades do processo de aprendizagem.

O lúdico exerce um papel de facilitador, sendo o jogo e os brinquedos

ferramentas indispensáveis na intervenção psicopedagógica com o portador de

dificuldade de aprendizagem, desde que seja utilizado com fins realmente educativos.

Brincando, a criança aprende e assimila melhor os conteúdos, expressando-se e

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

18

construindo na realidade. O jogo propicia um ambiente de descontração e de grande

interação social. “A interação social é um outro fator de desenvolvimento cognitivo.”

(WADSWORTH, 1999, p. 35).

Um outro recurso igualmente eficaz que podemos utilizar para intervir na

dificuldade de aprendizagem do Deficiente Mental é a Arteterapia. Segundo

Philippini, a Arteterapia é considerada

como um processo terapêutico, que ocorre através da utilização de modalidades expressivas diversas. As atividades artísticas utilizadas configurarão uma produção simbólica, concretizadas em inúmeras possibilidades plásticas, diversas formas, cores, volumes, etc. Esta materialidade permite o confronto e gradualmente a atribuição de significado às informações provenientes de níveis muito profundos da psique, que pouco a pouco serão apreendidos pela consciência. (2000 citado por COUTINHO, 2007, p. 46).

A Arteterapia tem como um dos objetivos fazer com que o sujeito conheça a si

mesmo e aprenda a lidar consigo. Ela oferece técnicas e materiais que possibilitam um

suporte e um canal de expressão, auxiliando e estimulando o sujeito nesta jornada.

Com crianças Deficientes Mentais, além de trabalhar as questões emocionais, esse

recurso terapêutico auxilia nas dificuldades de aprendizagem, pois através da arte e

suas produções, a criança desenvolve habilidades que facilitam o processo de ensino-

aprendizagem.

Allessandrini comenta que

Tem sido importante compreender as relações subjacentes ao uso da arte na perspectiva do desenvolvimento de uma aprendizagem global. Sinto que a ação de aprender transcorre de forma diferenciada quando o processo de aprendizagem é intermediado pelo uso de diferentes materiais, como argila, gesso, lápis de cor, crayon, tintas variadas, madeira, tecido, papel e papelão; em atividades de pintura, desenho, modelagem, colagem, construção de maquetes, criação de histórias, dramatizações, construções sonoras etc. (2002, p. 34).

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

19

Dentre os vários materiais que podemos utilizar na arteterapia, iremos destacar

no momento o papel, que se apresenta em dois tipos: os lisos (sulfite, cartolina, papel

cartão, celofane, papel cuchê, papel de presente, papel de seda, papel glacê, e papel

manteiga) e os porosos (papel canson, papel camurça, papel crepom, e papel craft).

Entre as várias técnicas com papel, temos a dobradura, por exemplo, que permite a

criança a desenvolver sua capacidade de concentração e raciocínio, assim como a

coordenação motora-fina.

Podemos fazer inúmeras atividades com esses materiais, havendo para cada

uma delas uma técnica especial, onde a criança pode vir a desenvolver sua criatividade

e potencial artístico.

Algumas atividades podem ser trabalhadas com lápis com seus diferentes

graus de maciez, cores e tipos, o hidrocor, o giz de cera, assim como, as tintas

(aquarela, tinta acrílica, tinta guache, tinta para pintura a dedo) desenvolvendo nas

crianças habilidades motoras, esquema corporal, lateralidade, criatividade, capacidade

de expressão e interação espacial.

As atividades desenvolvidas com cola colorida e massa plástica (massinha) e

colagem são de grande interesse por parte das crianças. Essas atividades permitem a

criança desenvolver a coordenação motora fina e a organização espacial. O trabalho

com argila é baseado também na criação. O indivíduo faz e refaz; elabora e re-elabora.

Assimila e acomoda. Aprende através de experiências esquemáticas, crescendo

cognitivamente e afetivamente.

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

20

As atividades realizadas com sucata permitem a criança uma criação

transformadora onde esta resignifica e nomeia os materiais utilizados, exigindo-se um

nível de organização mental e motora.

O trabalho feito com fantoches é muito interessante. Podem ser fabricados

pelas próprias crianças ou comprados prontos. Além de todo um trabalho manual

desenvolvendo a coordenação global, atenção e percepção, esta atividade estimula a

criatividade dando vida a personagens dentro de uma história a ser desenvolvida.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos considerar que mesmo apresentando um prejuízo no seu

desenvolvimento global, o deficiente mental pode e tem condições através de

estímulos adequados e dentro de suas limitações, aprender e interagir com o meio de

forma adequada.

As possibilidades que a Arteterapia e o Lúdico oferecem são inúmeras. Este

artigo não tem a intenção de esgotá-las. Nosso objetivo é citar algumas dessas

atividades que podem ser realizadas no possível trabalho com o deficiente Mental.

Oferecer estes recursos é promover um vínculo positivo com a aprendizagem.

O terapeuta deve ter consciência do que pode esperar ou não daquela criança, pois

dessa forma, terá melhores condições de indicar e oferecer atividades adequadas às

situações apresentadas, que tenham como objetivo principal facilitar a aprendizagem,

trabalhando suas dificuldades e deficiências, assim como observando de que forma

trabalha e como estabelece essa relação.

O profissional de Psicopedagogia, utilizando os recursos da Arteterapia e

Ludoterapia, pode ajudar a criança Deficiente Mental a realizar uma transformação dos

objetos dentro de todo este contexto lúdico e artístico, representado por jogos,

brinquedos, desenhos, dramatização, etc., construindo a partir de uma ação e reflexão,

e ao mesmo tempo havendo o envolvimento integrado de várias áreas: cognitiva,

motora, afetiva, linguagem, perceptiva, assim como os trabalhos de conteúdo

pedagógicos.

É de grande importância ressaltar que todos os profissionais envolvidos como

psicólogos, neurologistas, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, professores,

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

22

etc., possam ter a consciência de que integrando seus conhecimentos com ética e

respeito ao paciente e apresentando uma prática responsável, podem contribuir para o

desenvolvimento e saúde dessa criança.

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fátima Cristina de ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA... · instrumentos de intervenção e mediação no processo

23

REFERÊNCIAS

ALLESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina Criativa e Psicopedagogia. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. BATISTA, Dayse. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. COUTINHO, Vanessa. Arteterapia com Crianças. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2007. DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. 4. ed. São Paulo: Ática, 2001. FONSECA, Vitor da. Uma Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FREUD, Sigmund. Além do Princípio de Prazer, Psicologia de Grupo e Outros Trabalhos (1920-1922). 1. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1976. v. 18. (Coleção Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud) HILGARD, Ernest R. Teorias da Aprendizagem. São Paulo: Herder, 1969. PAÍN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006. PAÍN, Sara; ECHEVERRIA, Haydee. Psicopedagogia Operativa: Tratamento Educativo da Deficiência Mental. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. TELFORD, Charles W.; SAWREY, James M. O Indivíduo Excepcional. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. WADSWORTH, Barry J. Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1997. WINNICOTT, Donald Woods. A Criança e o seu Mundo. Rio de Janeiro: Imago, 1982. VIGOTSKY, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.