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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa Sylvia dos Santos Oliveira BRINQUEDOTECA: urn espa~o ludico para crian~as de dois anos Curitiba 2004

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

KarnyUa Sylvia dos Santos Oliveira

BRINQUEDOTECA urn espa~o ludico para crian~as de dois anos

Curitiba

2004

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Karnylla Sylvia dos Santos Oliveira

BRINQUEDOTECA urn espafo ludico para crianfas de do is anos

Trabalho de Conclus~o de Curso apresentado ao

Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciencias

Humanas Letras e Artes da Universidade Tuiuti

do Parana como requisito parcial para obtencao

do grau de Licenciatura em Pedagogia

Prof Orientador Janine Gross

Curitiba

2004

7

Agradeto a minha mae Shirley meu pai Paulo e

meu irmao Paulinho que mesmo eu tendo me

ausentado do meu far depositaram loda orya do

mundo para que eu atingisse meus objetivos A

minha Querida orientadora Janine que me

presenteou com sua amizade e dedic89ao e que

em todos as momentos dividiu seus conhecimento

e eseve sempre disposta a ajudar E em especial

a minha amiga Carmen Navarro que eseve

presente em todos as momentos da minha vida

neste perfodo e tamMm as minhas amigas Leila e

Elizangea A Prof Eliane Garcia Duarte que esteve

me ajudando e me 8uxiliando com seus

conhecimentos e amizade assim como a Dulce

Alves que foi minha companheira em lodos as

momentos e a equipe Educon que de forma direta

elou indireta contribufram nesse percurso

8

SUMARIO

1 INTRoDUyAo

2 CAPiTULO 1

A CRIAN~A DE 0 A 2 ANOS

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIAN~A

BRINCAR t UM DIREITO

BRINCAR

BRINCAR E IMPORTANTE

BRINCAR SOZINHA

07

09

09

21

21

24

32

39

41

BRINCAR APRENDENDO 44

4 CAPiTULO 3 46

A BRINQUEDOTECA

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

46

47

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTOS 48

SELE~AO DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA 49

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

LEIS SOBRE OS BRINQUEDOS

ASSISTENCIA TECNICA

BRINQUEDOS IMPORTADOS

49

50

51

52

PUBLICI DADE 53

SEGURAN~A 53

5 CONCLUsAo

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

54

56

LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTAGIO SENSORIO-MOTOR 12

TABELA 2 - OBSERVAltOES IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANltA DE 0 A 2 ANOS 19

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Karnylla Sylvia dos Santos Oliveira

BRINQUEDOTECA urn espafo ludico para crianfas de do is anos

Trabalho de Conclus~o de Curso apresentado ao

Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciencias

Humanas Letras e Artes da Universidade Tuiuti

do Parana como requisito parcial para obtencao

do grau de Licenciatura em Pedagogia

Prof Orientador Janine Gross

Curitiba

2004

7

Agradeto a minha mae Shirley meu pai Paulo e

meu irmao Paulinho que mesmo eu tendo me

ausentado do meu far depositaram loda orya do

mundo para que eu atingisse meus objetivos A

minha Querida orientadora Janine que me

presenteou com sua amizade e dedic89ao e que

em todos as momentos dividiu seus conhecimento

e eseve sempre disposta a ajudar E em especial

a minha amiga Carmen Navarro que eseve

presente em todos as momentos da minha vida

neste perfodo e tamMm as minhas amigas Leila e

Elizangea A Prof Eliane Garcia Duarte que esteve

me ajudando e me 8uxiliando com seus

conhecimentos e amizade assim como a Dulce

Alves que foi minha companheira em lodos as

momentos e a equipe Educon que de forma direta

elou indireta contribufram nesse percurso

8

SUMARIO

1 INTRoDUyAo

2 CAPiTULO 1

A CRIAN~A DE 0 A 2 ANOS

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIAN~A

BRINCAR t UM DIREITO

BRINCAR

BRINCAR E IMPORTANTE

BRINCAR SOZINHA

07

09

09

21

21

24

32

39

41

BRINCAR APRENDENDO 44

4 CAPiTULO 3 46

A BRINQUEDOTECA

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

46

47

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTOS 48

SELE~AO DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA 49

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

LEIS SOBRE OS BRINQUEDOS

ASSISTENCIA TECNICA

BRINQUEDOS IMPORTADOS

49

50

51

52

PUBLICI DADE 53

SEGURAN~A 53

5 CONCLUsAo

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

54

56

LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTAGIO SENSORIO-MOTOR 12

TABELA 2 - OBSERVAltOES IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANltA DE 0 A 2 ANOS 19

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

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OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

7

Agradeto a minha mae Shirley meu pai Paulo e

meu irmao Paulinho que mesmo eu tendo me

ausentado do meu far depositaram loda orya do

mundo para que eu atingisse meus objetivos A

minha Querida orientadora Janine que me

presenteou com sua amizade e dedic89ao e que

em todos as momentos dividiu seus conhecimento

e eseve sempre disposta a ajudar E em especial

a minha amiga Carmen Navarro que eseve

presente em todos as momentos da minha vida

neste perfodo e tamMm as minhas amigas Leila e

Elizangea A Prof Eliane Garcia Duarte que esteve

me ajudando e me 8uxiliando com seus

conhecimentos e amizade assim como a Dulce

Alves que foi minha companheira em lodos as

momentos e a equipe Educon que de forma direta

elou indireta contribufram nesse percurso

8

SUMARIO

1 INTRoDUyAo

2 CAPiTULO 1

A CRIAN~A DE 0 A 2 ANOS

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIAN~A

BRINCAR t UM DIREITO

BRINCAR

BRINCAR E IMPORTANTE

BRINCAR SOZINHA

07

09

09

21

21

24

32

39

41

BRINCAR APRENDENDO 44

4 CAPiTULO 3 46

A BRINQUEDOTECA

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

46

47

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTOS 48

SELE~AO DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA 49

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

LEIS SOBRE OS BRINQUEDOS

ASSISTENCIA TECNICA

BRINQUEDOS IMPORTADOS

49

50

51

52

PUBLICI DADE 53

SEGURAN~A 53

5 CONCLUsAo

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

54

56

LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTAGIO SENSORIO-MOTOR 12

TABELA 2 - OBSERVAltOES IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANltA DE 0 A 2 ANOS 19

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

8

SUMARIO

1 INTRoDUyAo

2 CAPiTULO 1

A CRIAN~A DE 0 A 2 ANOS

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIAN~A

BRINCAR t UM DIREITO

BRINCAR

BRINCAR E IMPORTANTE

BRINCAR SOZINHA

07

09

09

21

21

24

32

39

41

BRINCAR APRENDENDO 44

4 CAPiTULO 3 46

A BRINQUEDOTECA

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

46

47

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTOS 48

SELE~AO DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA 49

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

LEIS SOBRE OS BRINQUEDOS

ASSISTENCIA TECNICA

BRINQUEDOS IMPORTADOS

49

50

51

52

PUBLICI DADE 53

SEGURAN~A 53

5 CONCLUsAo

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

54

56

LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTAGIO SENSORIO-MOTOR 12

TABELA 2 - OBSERVAltOES IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANltA DE 0 A 2 ANOS 19

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTAGIO SENSORIO-MOTOR 12

TABELA 2 - OBSERVAltOES IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANltA DE 0 A 2 ANOS 19

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

10

RESUMO

A presente pesquisa originou-se da utilizacao de ideias dos autores emaplica-Ias na brinquedoteca como espaco ludico para crianl(as da faixa eta ria de daisanos Assim como no Referencial Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil astres visoes pelo educador Educar onde propiciar situa~oes de cuidadosbrincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuirpara a desenvolvimento das capacidades infantis de relaltao interpessoal Guidarande a base do cuidado do ser humano e compreender como ajudar 0 Dutro a sedesenvolver como ser humano valorizar e ajudar a desenvolver capacidades sendourn ato em relacao ao Dutro e a si proprio que possui uma dimensao express iva eimplica em procedimentos especificos Alem disso a terceira visao do educador eBrincar ende ao realizar este ato as crian((as recriam e repensam osacontecimentos que Ihes deram origem sabendo que estao brincando Nasbrincadeiras as crian((as transformam os conhecimentos que ja possuiamanteriormente em conceitos gerais com as quais brincam Utilizando como linhateorica as estudos de Adriana Friedmann (1996) Nylse Helena Silva Cunha (1994)Piaget (1978) entre outros a fim de avaliar seus dizeres e esclarecimento fazendocom que a academica tenha uma visao esclarecida sabre 0 assunto abordado

Palavras-chave brincar brinquedoteca crianyas de dois anos ludico

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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1996

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Maltase 1994

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ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

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ed Sao Paulo SCipione 1995

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

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RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

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Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

11

1 INTRODUltAO

Brinqueda e sinonimo de diverseo e prazer para as crianryas Ele tambern

possibilita aprendizado conhecimento e descoberta do mundo Quando 0 brinquedo

e born estimula a imaginaltao desenvolve a criatividade e propicia ah3m de urn

passatempo saudavel a desenvolvimento de diversas funltoes vita is como raciocinio

e coordenacao motara Dessa forma as criancas adquirern com mais naturalidade e

prazer maior saude fisica e mental no presente e futuro

Seguinda este raciocinio este projeto vern ao encontro da necessidade em

desenvolver urn trabalho direcionado para educaryao de crianryas de 0 a 2 anos

levando-se em conta 0 brinquedo como agente estimulador da cogniao da

coordenagc3o motara e do desenvolvimento emocional

o trabalho apresenta diversos autores e seus pontos de vista diante da

educalt8o de crianCas de 0 a 2 anos da necessidade do ludico como recurso

pedag6gico para 0 desenvolvimento intelectual e emocional do individuo

o brinquedo e 0 marco inicial para integrar 0 individuo aD seu ambiente a

fim de apresentar uma concepyao cientifica onde 0 brinquedo e na verdade a forma

de exteriorizar 0 mundo infantil a industrializa9ao do brinquedo e uma realizayao

deste desejo tao intima

E apresentado e estudado a brinquedoteca como proposta pratica que

propicia um espao ludico para crianas de 0 a 2 anos

No desenvolvimento deste trabalho sao apresentadas respostas para

questionamentos acerca da brinquedoteca conforme segue abaixo

bull E possivel 0 brinquedo ser um recurso capaz de estimular 0

desenvolvimento intelectual da crianya de 0 a 2 anos

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

12

bull Existem recursos dinamicos e praticos que poderiam ser apresentados na

escola ou no ambiente familiar capazes de estimular na crian~a de 0 a 2

anos uma melher coordenalt8o motara desenvolvimento cognitiv~ e

educalaquo8o emocional

bull A educa-8o de crian98s de 0 a 2 anos precisa ser direcionada para que

seja desenvolvida nesses pequenos individuos capacidades motoras e

sensoria is

bull E necessaria mostrar a pais e mestres que a crianlt8 precisa de urn

ambiente estimulador desafiador e que atenda a suas necessidades de

aprendizagem

Alem dos questionamentos a trabalho apresenta urn estudo sabre a fase

sens6rio motor proposto por Jean Piaget e Vygotsky (Capitulo 1) e apresenta a

Brinquedoteca como proposta de criaao de um ambiente estimulador (Capitulo 3)

Para a elaboraao deste trabalho sao utilizados como recursos de pesquisa

obras bibliograficas classicas e pesquisa em sites oficiais levando-se em

consideralt8o 0 estudo do brinquedo da brincadeira e da brinquedoteca na

educaltc3o de criancas de 0 a 2 anos servindo de referendal para 0 estudo da fase

sensoria motor

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

2 CAPiTULO 1

A CRIANtA DE 0 A 2 ANOS

Segundo Mussen (1974) hi varios pontos importantes a serem notados

quanta ao primeiro ana de vida da crianca 0 recem-nascido e urn organismo

incrivelmente dotado de sistemas sens6rio-motores em pleno funcionamento sendo

capaz de fazer associacoes entre estimulos e respostas desde as primeiros dias de

vida tornando-se importante 0 papel do significado e da familiaridade com eventos

antes que terminem as 6 (seis) primeiros meses

Nesta idade a crianC8 presta atencao preferencialmente aDs estimulos

visuais e auditivos que tenham caracteristicas 8im - nao inequivocas (tais como

luzes m6veis sons intermitentes)

Mais tarde ainda no primeiro ana de vida a medida que vai amadurecendo

ela mantem atencao prolongada em eventos diferentes que despertam a criacao de

hip6teses e que auxiliam na compreensao Suas condutas motoras a semelhanca

de seus esquemas mentais tambem se desenvolvem rapidamente e por volta dos

12 (doze) meses esta apresentando aloes planejadas e bem coordenadas com

bralos e pernas Por volta de 1 (um) ana de idade ela adentra 0 universe do

significado aplicando r6tulos lingOisticos aos fen6menos familiares

Ao final do primeiro ano 0 bebe e uma crian9a conhecedora e pensadoraque adquiriu um certo conhecimento e algumas ideias a respeito do mundobem como modos de se defrontar com ele (MUSSEN 1974 p157-162)

De acordo com Piaget (1978) durante 0 primeiro ana e meio de vida 0 bebe

esta no periodo sensoria-motor do desenvolvimento durante a qual sua inteligencia

se manifesta atravs de suas aloes Quando um bebe de 1 (um) ano quer um

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

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BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

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Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

14

brinquedo que esta sabre uma colcha distante dele ele a puxa para si para apanhar

o mesmo

Par isso que Piaget considera esta conduta como inteligente nao

denominando de operacc3o mas antes de esquema de 89lt30 E uma resposta

generalizada que pode ser empregada na solugao de uma variedade de problemas

o habito de S8 sacudir no berco a fim de fazer com que brinquedos atadas

balancem au S8 movam e Dutra exemplo de urn esquema de 89210

Em qualquer idade durante a infaneia 0 bebe tem um eonjunto de tais

esquemas 0 bebe pode sugar toear bater ou saeudir e quando Ihe e apresentado

urn novo brinquedo exibe de modo tipico uma destas respostas Segurar uma

mamadeira sacudir urn chocalho a fim de produzir fulda sugar com mais eficieuromcia

ou procurar uma bola que rolou para fora do campo visual constituem exemplos de

comportamento motor coordenado que Piaget denomina de esquemas sen so rio-

motor Ou seja segundo Piaget (1978) quando a eriana devido ao

desenvolvimento mental adquire a capacidade de representar internamente 0

objeto permite-se tambem que a mesma reconheca a existencia externa do objeto

A principal tarefa cognitiva da infancia e a conquisla do objeto Por volta dotim do primeiro ano a crian9a come9a a procurar 0 objeto ainda quando esleesta ocuto revelando que pode entao diferenciar entre 0 objeto e aexperiencia do objeto Esse colapso do egocentrismo e provocado pelarepresenta9aomenta do objeto ausente a primeira manifesta9ao da funyaosimb6Hcaque se desenvove graduamente durante 0 segundo ana de vida ecujas atividades dominam 0 estagio seguindo do desenvolvimento mental(DAVID 1978 p 84)

A aprendizagem e a memoria e portanto os estimulos as inteligencias se

processam atraves de estagios difereneiados Para Jean Piaget 0 primeiro estagio

do desenvolvimento cognitiv~ de uma crianca e 0 estagio sen so rio-motor (tabela 1)

Um periodo em que os bebes aprendem sobre si mesmos e seu mundo mediante

seu proprio desenvolvimenta sensorial e da atividade motara Nessa fase

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

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DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

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ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

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RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

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Alegre Artes Medicas 1995

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psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

15

desenvolvem conceitos cognitivos importantes como 0 da permanencia do objeto au

sua percep9ao ou ainda uma pessoa continua a existir mesma quando fora do

campo de sua visao Esse dominic e essen cia I para a compreensao do tempo do

espa90 e dos objetos e assim dispara a inteligencia espacial Outro co nee ito

importante que emerge durante esse periodo e 0 conhecimento de que alguns

eventos causam Qutros e que apertando urn boneco de borracha 0 mesma emite urn

som qualquer As inteligencias no cerebra das criancas de 10 (dez) meses come9am

a S8 diferenciar mas suas habilidades de representa9ao ness a fase sao muito

limitadas e a percepcao de que palavras e numeros sao simbolos somente floresce

com vigor no estagio pre-operacional

Durante as primeiros dais anos as criamas que respondem basicamenteatraves de reflexos e de comportamentos aleat6rios passam a organizarsuas atividade em relaltaoao ambiente a coordenar informaltoesa partir deseus sentidos e a progredir na aprendizagem na habitualtaoenoscondicionamentos para a aprendizagem significativa descobrindo aospoucos que os livros e as figuras sao simples objetos mas representamsfmbolos do mundo real (ANTUNES 1998 p 24)

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

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GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

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56

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Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

16

TABELA 1 - ETAPAS DO ESTARIO SENSORIO-MOTOR

SUBESTAGIO Faixa Etaria Estimu[os e Aprendizagem

Reflexos o a 1 mes Exercitam reflexos inatos e ganham certo contrale

sobre os mesmas mas nao coordenam as

informaltoes e seus sentidos e naG desenvolvem a

perCep9lt30 da permanencia do objeto

Rea5es 1 a 4 meses Repetem comportamentos agradaveis que ocorrem

circulares ocasionalmente e comeltam a coordenar as

primarias informacoes sensoriais E importante conversar com

o bebe valorizar seu balbucio e faze-Io descobrir sua

linguagem

Rea(foes 4 a 8 meses Interessam-se pelo ambiente e repetem rea95es que

circulares levarn a resultados interessantes Mostram que

secundilrias dominam o conceito de permanencia do objeto Eimportante deixar a crianca brincar com objetos de

diferentes formas e reconhecer figuras

CoordenaltElo 8 a 12 Podem preyer eventos e 0 comportamento e mais

de esquemas meses deliberado e intencional a medida que coordenam

secundarios esquemas aprendidos previamente

Rea95es 12 a 18 Mostram curiosidade e variam propositalmente suas

circulares meses altoes para perceberem os resultados Exploram

terciarias objetos tentam novas atividades e usam a tentativa

de erro para a solultaode problemas Deve comeltar

a diferenciar sons e descobrir seus significados

Combinaltoes 18 a 24 Como ja desenvolvem um sistema de simbolos e

menta is meses usam a linguagem no mais se restringem a tentativa

e erro para resolver problemas Comeltam a pensar

em eventos e prever suas conseqOelncias e ja usam a

linguagem para dizer a que querem au nao Eimportante que descubram 0 sentido dos tal heres e

das gravuras

ANTUNES 1998 p2S

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

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BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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Alegre Artes Medicas 1995

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psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

17

Para escrever sabre a crianga de dois anos e necessaria iniciar citando algo

sabre a crianga recem-nascida pais a crianga ate seus primeiros 7 (sete) dias

ainda esta S8 recuperando do trauma fisiol6gico do parto e esta comegando a S8

estabelecer e S8 adaptar ao meio

De acordo com Piaget (1978) no estgio sensorio motor 0 bebe responde

ao mundo quase inteiramente mediante esquemas sensorios-motores funciona no

presente imediato respondenda aDs estfmulos presentes nao planeja nem

intenciona e naG tern nenhuma representayao interna de objetos - imagens mentais

au palavras que representem objetos e possam ser manipulados mental mente

Piaget achava que essas representa~6es internas nao se desenvolviamantes des 18 aos 24 meses propondo que a bebe avanraatraves de umaserie de subestagios chegando gradualmente ao desenvolvimento darepresenta9ao interna par volta dos 18 meses e somente entao a crianraconsegue formar e manipular imagens mentais e utilizar simbolos(BEE1996 p 197)

Vale salientar que para Piaget a mudanya dos esquemas sens6rio-motores

simples do periodo de bebe para os esquemas mentais complexos da infancia

posterior e obtida atraves da operayao de tres processos basicos assimilaqao onde

e um processo ativo e existe uma seletividade na informayao que se assimila

Acomodaqao onde e um processo complementar ao da assimilayao e envolve

modificar 0 esquema em resultados das novas informayoes E onde se reorganiza

as ideias melhora as habilidades e se reorganiza as ideias E equilibraqao onde

Piaget descreve tres pontos particularmente significativos de reorganizaao ou

equilibrayao cada um introduzindo um novo estagio de desenvolvimento 0 primeiro

ocorre aproximadamente aos 18 (dezoito) meses (que e 0 que se quer estudar)

quando a crianya passa a dominancia do esquema sens6rio e motores simples para

o uso dos primeiros simbolos 0 segundo ocorre entre os 5 (cinco) e 7 (sete) anos

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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1996

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Maltase 1994

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ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

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OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

18

quando a crian9a acrescenta uma serie de novos e poderosos esquemas que

Piaget qualifica como opera90es E a terceira maior equilibra9ao e na adolescencia

quando a crian9a entende como operar ideias eventos ou objetos

Piaget descreve trls pontcs particularmente significativos de reorganizacaoou equilibravao ( ) 0 primeiro ocorre aproximadamente aos 16 mesesquando a crianca passa a dominalfao do esquema sensoria e matoressimples para a usa dos primeiros simbolos (BEE 1996 p 196)

Vygotsky (1988) quando discute sobre 0 brinquedo fala especificamente

sabre a brincadeira do faz~de-conta tal como a brincadeira de casinha escolinha

cabo de vaSSDura assemelhando-o a um cavalo e essa discussao e privilegiada par

causa de seu desenvolvimento Ele prop6e sobre a importancia da situal)ao concreta

para que a crianl)a relacione entre os elementos percebidos e seus significados

Numa situayao imaginaria como a da brincadeira de ~faz-de-conta~ aDcontrario a crian(fa e levada a agir num mundo imaginario (0 6nibus que elaesta dirigindo na brincadeira par exemplo) onde a situa~o e definida pel0Significado estabelecido peJa brincadeira (0 6nibus 0 motorista aspassageiros etc) e nao pelos elementos reais concretamenle presentes (ascadeiras da sala onde ela esta brincando de 6nibus as bonecas etc)(OLIVEIRA 1995 p 66)

A brincadeira de faz-de-conta estudada par Vygotsky corresponde ao jogo

simb61ico estudado por Piaget Para Vygotsky 0 brinquedo prove de situa90es

concretas ou seja uma situal)3o de tranSil)80 entre a al)3o da crianl)a com objetos

concretos e suas al)oes com significados parem mesmo sendo brincadeiras de faz-

de-conta elas possuem regras e sao justamente estas que faz com que a crianl)a

se comporte de forma mais avanl)ada do que habitualmente para sua faixa etaria

No brinquedo a crian(fa cornporta-se de forma rnais avan(fada do que nasatividades da vida real e tambem aprende a separar objeto e significadoEmbora num exame superficial possa parecer que 0 brinquedo tern poucasemelhan(fa com atividades psicol6gicas mais complexas do ser humanouma analise mais aprofundada revela que as a(foes no brinquedo sao

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

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possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

19

subordinadas aos significados dos objetos contribuindo claramente para adesenvolvimento da crian98 (OLIVEIRA 1995 p 67)

o papel do brinquedo na idade pre-escolar e reconhecido praticamente por

todas porem para dominar 0 processD do desenvolvimento psiquico da crianga

segundo Vygotsky (1988) neste estagio quando 0 brinquedo desempenha 0 papel

dominante nao e suficiente para reconhecer este papel na atividade ludica E

necessaria enta~ compreender claramente em que consista a brincadeira suas

regras e que seu desenvolvimento seja apresentado

o desenvolvimento mental de uma crian98 e conscientemente reguladosobretudo pelo contrale de sua rela980 preclpua e dominante com arealidade pelo contrale de sua atividade principal Neste caso 0 brinquedo ea atividade principal e par conseguinte essencial saber como controlar abrinquedo de uma crianya e para fazer isto e necessaria saber comosubmete-Ias as leis de desenvolvimento do pr6prio brinquedo caso contrariohavera uma paralisayao do brinquedo em vez de seu controle (VYGOTSKY1988 p 122)

Para Vygotsky atividade principal e aquela que em conexao com a qual

ocorrem as mais importantes mudanyas no desenvolvimento psiquico da crianya e

dentro da qual se desenvolvem processos psiquicos que preparam 0 caminho da

transiyao da crianya para um novo e mais levado nivel de desenvolvimento

Em relayao ao brinquedo assim como em relayao a qualquer atividadeprincipal nossa tarefa nao consiste apenas em explicar esta atividade apartir de atividades mentais da crianya ja formadas mas tambem emcompreender a partir da origem e do desenvolvimento do pr6prio brinquedoas conex6es psiquicas que aparecem e sao formadas na crianya durante aperiodo em que essa e a atividade principal (VYGOTSKY 1988 p 122-123)

Conlorme Vygotsky (1994) 0 brinquedo e caracterizado pelo lato de seu

alvo residir no pr6prio processo e nao no resultado da ayao Ele utiliza 0 exemplo do

cavalo de pau do porque a crianya galopa em um cavalo de pau e diz que a

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

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BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

20

resposta dada e que quando uma crianC8 galopa e porque sua fantasia foi

estimulada Que ela imagina que se trata de urn caval a 8 correspondentemente

age como S8 assim 0 fosse au seja ela a menta e cavalga Porem para ele esta

explica9ao e infundada pois parte de um tipo de estudo a partir de mudan9as ja

existentes em sua consciencia ou seja deveria comecyar a examinar a real atividade

da crian98 para depois compreender as mudantas correspondentes em sua

consciencia e 56 ap6s descobrir 0 efeito oposto a esta consciemcia ora sim

modificada no desenvolvimento posterior a brincadeira

Assim 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crian~aNo brinquedo a crianltra sempre se comporta alE~m do comportamentohabitual de sua idade alE~m de seu comportamento diario no brinquedo ecomo se ela Josse maior do que na realidade (VYGOTSKY 1994 p 134)

A relatividade de brinquedo e desenvolvimento pode ser comparada arelarao instru9ao - desenvolvimento 0 brinquedo fornece ampla estrutura basica

para mudanras das necessidades e da consciemcia A crianra se desenvolve

atraves da atividade do brinquedo

o brinquedo e muito mais a lembranra de a[guma coisa que realmente

aconteceu do que imaginarao ~ mais a memoria em a9ao do que uma situarao

imaginaria nova

Em urn sentido no brinquedo a criantya e livre para determinar suas pr6priasatyoes No entanto em outro sentido e uma Jiberdade ilus6ria pais suasatyOes sio de fato subordinadas aos significados dos objetos e a criantyaage de acordo com eles (VYGOTSKY 1994 p 136)

A criarEloimaginaria pode ser considerada como um meio para desenvolver

o pensamento abstrato da crian9a

21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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21

Este e 0 periodo em que existe maior numero de aquisi(6es per parte da

crianva apesar que neste 0 bebe 56 apresenta comportamentos reflexos No

segundo mes ele ja comeca a desenvolver as reacoes circulares pois a crianga

quando estimulada par urn tata tenta repeti-Ia iniciando suas primeiras acoes

coordenadas

Neste periodo e sugerido por Cunha (1994) que seja enriquecido 0 campo

visual e auditiv~ para que a crianca perceba estimulos diferentes Brinquedos como

mobiles coloridos m6biles que S8 movimentarn mobiles sonoras e ate mesma

improvisados tais como pano vermelho e brinquedinhos pendurados em lugares

visiveis sao bern aceitos pela criama Sao faceis e estimulam Ela mesma pode

construir com 0 seu professor ou familiar

Por volta dos 4 (quatro) meses a crianga jil comega a desenvolver a

coordenacao6ptico-manual e a preensao palmar A crianca ja estende as bracinhos

e tenta pegar os objetos adquirindo informac6es atraves dos sentidos

Ja aos 6 (seis) meses 0 que envolve a criancae a nOyEio da permanencia do

objeto pais comeya a perceber que os objetos existem apesar de nao estarem

sendo vistos e passa a procura-Ios Quando par exemplo escondemos alguma

coisa abaixo de uma fralda ela levanta a mesma para encontrar 0 que foi escondido

Esta aquisiyao e indispensavel a qualquer aprendizagem Neste periodo e

importante incentivar a crianya com brinquedos ao alcance de suas maos tais como

pequenos chocalhos brinquedos para morder bichinhos de vinil e de diferentes

texturas (CUNHA 1994 p34)

Cunha (1994) descreve que a crian9a dos 8 (oito) aos 12 (doze) meses de

idade apresenta um grande desenvolvimento motar po is ja se loco move mais

facilmente e e capaz de passar os objetos de urna mao para a outa ueSIDADI~laquo t-~ ~

~l~~~l~Se~1riql

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

22

manipular objetos imita ge5t05 e sons Neste periodo e interessante estimular com

brinquedos de puxar e empurrar cubos de panos para jagar apresentar caixas com

varios objetos para por e tirar caixinha de musica enfim brinquedos que possam

5er manipulados sem oferecer perigo sempre estimulando a crianrya a interagir com

o meio de forma a perceber a reaty130 de suas 81)0e5

A crian9a dos 12 (doze) aos 18 (dezoito) meses come9a a observar 0 efeito

de sua conduta no ambiente a sua volta Ela aprende a andar e esta habilidade

proporciona a ela explorar 0 espa90 correndo de um lado para 0 outro Coordena as

duas maos age por tentativas sucessivas ate acertar a que deseja pede eaisas

apontando para 0 objeto e seu vocabulario aumenta Nesta fase segundo Cunha

(1994) e interessante apresentar a crian9a os chamados brinquedos pedag6gicos

aqueles que oferecem oportunidades de manipulaCElo realizando alguma proposta

tais como encaixar argolas bolas e brinquedos de encaixar e de abrir partin has

Dos 18 (dezoilo) aos 24 (vinle e quatro) meses a crian9a internaliza as

alt6es realizadas e passa a lembrar-se de pessoas e coisas Sua memoria ja esta

ativa desenvolve a capacidade de imitar inicianda assim 0 processo de

representacao mental que ira subsidiar 0 surgirnento da brincadeira simb6lica 0

jogo do faz-de-conta que S8 estabelecera na proxima fase alem de poder contar

com 0 aperfeicoamento da motricidade podendo correr e trepar Nesta fase Cunha

(1994) prop6e atividades que possam empurrar carrinhos e outros brinquedos de

puxar A criancaja consegue brincar com bloeas de construcaobrinquedos grandes

de desmontar sobe degraus pequenos e escorregadores adaptados Consegue

percorrer tuneis e brincar com cavalinhos de pau e bicicletas sem pedal Enfim a

crian9a de 2 (dois) anos ja constr6i seus brinquedos com a ajuda do professor

bastando este ter criatividade e vontade para tal

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

Durante todo 0 desenvolvimento motor sensorial e cognitiv~ e importante

23

Esteja atento aos sinais

estar atento a observa(foes importantes conforme segue

TABELA 2 - OBSERVACOES IMPQRTANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE OA 2 ANOS

Responda aos charas au as solicital)6es de

ajuda do bebe Nao pense que mimar faz mal

mas descubra se ele realmente esls

interessado em sua oferta de carinho

Torne sua vida interessante Os bebes necessitam ter objetos interessantes

ao seu redor Brinquedos com varias cores e

formas diferentes sao estimulantes e um m6bile

pendurado sabre a beryo desafia a argucia

Converse sempre Fale em tom alto e devagar use palavras curtas

e sentenyas simples Faya perguntas e repita

seus balbucios Ele nao entende as palavras

mas percebe as inteny6es

Leia para a bebe Nao importa que ele nao entenda suas hist6rias

mas a leitura e essencial quando feita com

calma mas usando muitas express6es

Seja regente de uma orquestra imaginaria

Ensine-o a explorar seu mundo

Deixe uma musica ao fundo valorize a

descoberta do sam Mostre que a sam

movimenta seu corpo Dance com a bebe

Os bebes precisam de espayo e oportunidade

para engatinhar explorando seu mundo e

desenvolvendo noyao de independencia Nao

deixe a mao esse mundo de coisas que

quebram que podem ser derrubadas au

engolidas

ANTUNES P 26 1998

Algo coincide entre a teorias da aprendizagem de Piaget e a educagc3o

emocional proposta por Gardner e se complementam ao afirmar que e importante

oferecer a crian(fa nesta idade um leque de atividades onde as sentimentos e os

talentos estao em forma(fao pais e a partir desta perspectiva que e posslvel

propiciar a crianga a manifestag30 de sua personalidade

24

o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

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o capitulo 1 mostrou urn pouco do desenvolvimento da crianya seus

habitos sua aprendizagem emocional e suas inteligencias Assim como para

escrever sabre a crianga de 2 (dais) anos e necessaria escrever citar algo sabre a

crianca recem-nascida ate esta idade e a relaryao do desenvolvimento cognitiv~ com

a necessidade de brinquedos para estimulaao da criana Segundo Piaget (1978)

o bebe passa por esquemas mentais assim como para Vygotsky (1994) a criana

precisa brincar de faz-de-conta porem 56 pode ser feita uma analise desde que a

crianca seja estudada antes da atividade e depois dela ja praticada descritos neste

capitulo e a seguir No segundo capitulo sera abordado 0 relacionamento da crianca

e do brinquedo

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3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

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E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

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possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

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Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

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1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

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OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

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httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

25

3 CAPiTULO 2

o BRINQUEDO E A CRIANltA

Segundo 0 dieionario da Lingua Portuguesa Melhoramentos (1992)

brineadeira significa A9ao de brinear Brinquedo Festa familiar Baile improvisado

Zombaria Brincar significa Divertir-se com jogos de criancas Oivertir-S8 distrair-

S8 Nao levar as caisas a serio

A Brinquedoteea na defini9ao da Professora Nylse Helena da Silva Cunha

(1994) Presidente da Associa9ao Brasileira de Brinquedotecas e um espa90

preparado para estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a uma grande

variedade de brinquedos e um lugar onde tudo convida a explorar a sentir a

experimentar E Brinquedo Objeto feito para divertimento entre crian9as

Brincadeira Divertimento entre criancas

Jogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca pais 0

brinear esta presente na humanidade Para Didonet (apud SANTOS 1995) 0 brincar

anteeede a humanidade Ja Santos (1995) afirma que os animais tambem brineam

embora 0 ser humano ser-de-cultura brinque diferente

o brincar e portanto uma atividade natural espontanea e necessaria para a

erian9a eonstituindo-se em pe9a importantissima na sua forma9ao Seu papel

transcende a mere contrale de habilidades sendo muito mais abrangente pais sua

importancia e notavel ja que atraves dessas atividades a crianya constroi seu

proprio mundo alem do que ela tern esse direito Como 0 proprio significado do

dicionario brincar significa distrair-se divertir-se com jog os apropriados para a idade

da crianya pois isso ajuda 0 desenvolvimento metal cognitiv~ e motor

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Petropolis Vozes 1998

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

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Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

26

Segundo Rodrigues apud Santos 1995 a lunyao dos jogos e dos brinquedos

nao S8 limita ao mundo das emoyoes e da sensibilidade ela aparece ativa tambem

no dominic da inteligencia e cooperam em lin has decisivas para a evolucao do

pensamento e de todas as funyoes menta is superiores Assume tambem uma

funcao social e esse fato taz com que as atividades ludicas extravasem sua

importancia para aham do individuo

Dos 2 (dais) aos 4 (quatro) anos as brincadeiras que prevalecem sao a

brincadeira de faz-de-conta magica por excelelncia pOis e considerada uma das

fases mais marcantes da fantasia infantil Quando a crianca S8 envolve nesta

brincadeira ela assume papeis da vida adulta e isso proporciona que faca a

mediaC8o entre 0 real e 0 imaginario Porem isto deve fazer parte de uma

brincadeira e naD do cotidiano da crianca Conforme esse fingimento da

realidade vivenciada no faz-de-conta distingue-se da imitacao e constitui-se uma

recriayao das percepyoes da crianya (RODRIGUES apud SANTOS 1995 p 4)

Portanto quando a crianca se envolve nesta brincadeira ela assume

caracteristicas de adultos de sua convivencia onde pode - se ate mesmo avaliar se

a mesma passa par alguma dificuldade e descobrir onde esta a relerida dificuldade

para tratar a crianca Nessa perspectiva devemos ahar 0 brinquedo como urn fator

de extrema relevancia no desenvolvimento inlanti (SANTOS 1995 p 4)

Quando a crianca tem este conhecimento de mundo que e 0 de brincar

jogar construir muitas vezes seus proprios brinquedos ela cria seu proprio mundo

deixando de ser urn adulto em miniatura sem as obrigacoes que muitas vezes os

pais por lalta de tempo Ihes imp6em

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

27

BRINCAR E UM DIREITO

o brincar e urn direito da crianca e este e reconhecido em declaracoes

conven90es e leis como nos mostra a Convencao sabre as Direitos da Crianca

(1989) adotadas pela Assembleia das Naqoes Unidas como a seguir veremos

Artigo 310_

1 Os Estados Partes reconhecem Ii crianQa 0 direito ao repouso e aos tempos

livres 0 direilo de parlicipar em jogos e atividades recreativas pr6prias da sua idade

e de participar livremente na vida cultural e artistica

2 Os Estados Partes respeitam e promovem 0 direito da crianQa de participar

plenamente na vida cultural e arlistica e encorajam a organiz8gBo em seu beneficia

de formas adequadas de tempos livres e de atividades recreativas artisticas e

culturais em condiqijes de igualdade

Tambem a Constituiq80 Brasileira (1988) apresenta no capitulo VII

Art 227 Eo dever da familia da sociedade e do Estado assegurar a crianqa e ao

adolescente com absoluta prioridade 0 direito a vida a saude a alimentacao a

educaqao ao lazer a profissionalizaq80 a cultura a dignidade ao respeilo aliberdade e a convivencia familiar e comunitaria al8m de coloca-Ios a satvo de toda

forma de negligencia discriminacao exploracao violencia crueldade e opressao

sect 1 0 0 Estado promovera programas de assistencia integral a saude da crianqa e

do adolescente admitida a parlicipaq80 de entidades nM governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos

materno-infantil( )

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

28

v - obediencia aDs princfpios de brevidade excepcionalidade e respeito it condicc3o

peculiar de pessoa em desenvolvimento quando da aplicacao de qualquer medida

privativa da liberdade

VI - estimulo do poder publico atraves de assistencia juridica incentivos fiscais e

subsidios nos termos da lei ao acolhimento sob a forma de guarda de crianca ou

adolescente 6riao au abandonado

VII - programas de preven9ao e atendimento especializado a crianca e aD

adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins

sect 4deg A lei punira severamente 0 abuso a violencia e a exploracao sexual da crianca

e do adolescente

sect 5deg A adocao sera assistida pelo poder publico na forma da lei que estabelecera

cases e condic6es de sua efetivaCc30 par parte de estrangeiros

sect 6 Os filhos havidos ou nao da rela9ao do casamento ou por ad09ao terao os

mesmos direitos e qualificac6es proibidas quaisquer designac6es discriminat6rias

relativas a filiacao

sect 7deg No atendimento dos direitos da crianca e do adolescente levar-se-a em

considera9ao 0 disposto no art 204

Assim como tambem no Estatuto da Crian9a e do Adolescente (1990)

mostra no Capitulo II art 16 0 direito a liberdade compreende os seguintes

aspectos I - ir vir e estar nos logradouros publicos e espacos comunitarios

ressalvados as restric6es legais II - opiniao e expressao III - crenca e culto

religioso IV - brincar praticar esportes e divertir-se V - participar da vida familiar e

comunitaria sem discriminacao VI - participar da vida politica na forma da lei VII -

buscar refugio auxilio e orientacao

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

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Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

29

E assim tambem como consta no Referencial Curricular Nacional para a

Educaao Infantil volume 1 1995 a concepcao de crianga e uma n0980

historicamente construida e conseqOentemente vern mudando ao longo dos tempos

naO se apresentancto de forma homogenea nem mesma no interior de uma mesma

sociedade e epoca Assim e passivel que par exemple em uma mesma cidade

existam diferentes maneiras de S8 considerar as criangas pequenas dependendo da

classe social a qual pertencem as grupos etnicos do qual fazem parte

A crianca como todo ser humano e urnsujeito social e hist6rico e faz parte de umaorganizacao familiar que esta inserida emuma sociedade com uma determinadacultura em urn determinado momentohist6rico E profundamente marcada pelomeio social em que se desenvolve Acrianya tem na familia biol6gica ou nao umponto de referencia fundamental apesar damultiplicidade de interayoes socia is queestabelece com outras instituiyoes sociais(RCNEIMEC 1995)

EDUCAR

A instituiltao de educa(ao infantil deve tornar acessivel a todas as crianltas

que a freqQentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem a seu

desenvolvimento e inSer(80 social cumprindo um papel socializador propiciando a

desenvolvimento da identidade das crian(as par meio de aprendizagens

diversificadas realizadas em situa(oes de interaltao

As instituioes de educaao infantil podem oferecer as crianas condioes

para que as aprendizagens ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

30

situa96es pedag6gicas intencionais ou orientadas pelos adultos E importante

ressaltar porem que essas aprendizagens de natureza diversa oeorrem de

maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil

Educar significa portanto propiciarsitu8c6es de cui dad OS brincadeiras eaprendizagens orientadas de forma integradae que possam contribuir para adesenvolvimento das capacidades infantis derelaC8ointerpessoal de ser e estar com asoutros em uma atitude basica de aceitaC80respeito e confianca e 0 acesso pel ascrian9as aos conhecimentos mais amplos darealidade sociocultural

Neste processo a educacao podera auxiliar 0 desenvolvimento das

capacidades de apropriay8o e conhecimento das potencialidades corporais afetivas

emocionais esteticas e eticas na perspectiva de contribuir para a formayao de

crianyas felizes e saudaveis

CUIDAR

A base do cuidado humane e compreender como ajudar 0 outro a se

desenvolver como ser humano Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver

capacidades 0 cuidado e urn ato em relayao ao outro e a si pr6prio que possui uma

dimensao expressiva e implica em procedimentos especificos

o desenvalvimenta integral depende tanta das cuidadas relacianais que

envolvem a dimensao afetiva e dos cuidados com os aspectos biol6gicos do corpo

coma a qualidade da alimentao e das cuidadas cam a sade quanta da farma

como esses cuidados sao oferecidos e das oportunidades de acesso a

conhecimentos variados

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

31

A identificaC8o dessas necessidades sentidas e expressas pelas crian98s

depende tambem da compreensilo que 0 adulto tem das varias formas de

comunicaC80 que elas em cada faixa eta ria possuem e desenvolvem

Prestar atenC80 e valorizar 0 choro de urn bebe e responder a ele com urn

cuidado ou outro depende de como e interpretada a expressao de choro e dos

recursos existentes para responder a ele E passivel que alguns adultos conversem

com 0 bebe tentando aca[ma-Io au que peguem-no imediatamente no colo

embalando-o

o cuidado precisa considerar principalmente as necessidades das

criancas que quando observadas ouvidas e respeitadas pod em dar pistas

importantes sobre a qualidade do que estao recebendo Os procedimentos de

cuidado tambem precisam seguir os principios de promoC8o a saude Para se atingir

as objetivos dos cuidados com a preservaC8o da vida e com 0 desenvolvimento das

capacidades humanas e necessaria que as atitudes e procedimentos estejam

baseados em conhecimentos especificos sobre 0 desenvolvimento biologico

emocional e intelectual das crian9as levando em considera9ao as diferentes

realidades socioculturais

Para cuidar e preciso antes de tudo estar comprometido com 0 outr~ com

sua singularidade ser solidario com suas necessidades confiando em suas

capacidades Disso depende a constru9ao de um vfnculo entre quem cuida e quem

e cuidado

Alem da dimensao afetiva e relacional docuidado e preciso que a professor pass aajudar a crianca a identificar suasnecessidades e prioriza-Ias assim comoatende-Ias de forma adequada Assim cuidarda criancae sobretudo dar atencaoa elacomo pessoa que esta num continuocrescimento desenvolvimentocompreendendo sua singularidade

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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ed Rio de Janeiro lahar 1978

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Alegre Artes Medicas 1995

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

32

identificando e respondendo as suasnecessidades Ista inclui interessar-se sabreo que a crianca sente pensa 0 que ela sabesabre si e sabre 0 mundo visando aampliavao deste conhecimento e de suashabilidades que aos poucos a tornan30 maisindependente e aut6noma

BRINCAR

A brincadeira e uma linguagem infantil que mantE~m urn vinculo essencial

com aquila que e 0 nao-brincar Se a brincadeira e uma 8930 que ocorre no plano

da imagina98o isto implica que aquele que brinca tenha 0 dominic da linguagem

simb6lica Isto quer dizer que e necessaria haver consciencia da diferen98 existente

entre a brincadeira e a realidade imediata que Ihe forneceu conteudo para realizar-

se

Entao para brincar e preciso apropriar-se de elementos da realidade

imediata de tal forma a atribuir-Ihes novas significados Essa peculiaridade da

brincadeira ocorre par meio da articula9ao entre a imaginaltao e a imita9ao da

realidade Toda brincadeira e uma imita9aO transformada no plano das emoltoes e

das ideias de uma realidade anteriormente vivenciada

Isso significa que uma crianlta que par exemplo bate ritmicamente com as

pes no chao e imagina-se cavalgando sob um cavalo esta arientando sua a9ao pelo

significado da situalt80 e par uma atitude mental e nao somente pela percepltao

imediata dos objetos e situa~oes

Ao brincar as crianltas recriam e repensam os acontecimentos que Ihes

deram origem sabendo que estao brincandoO principal indicador da brincadeira

entre as criancas e 0 papel que assumem enquanto brincam Ao adotar outros

papsis na brincadeira as crian~as agem frente a realidade de maneira nao-literal

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

33

transferindo e substituindo suas acoes cotidianas pelas a(foes e caracteristicas do

papel assumido utilizando-se de objetos substitutivos

A brincadeira favorece a auto-estima nas criancas auxiliando-as a superar

progressivamente suas aquisiryoes de forma criativa Brincar contribui assim para a

interiorizaao de determinados modelos de adulto no ambito de grupos sociais

diversos Essas signifrcacoes atribuidas ao brincar transformam-no em um espaco

singular de constituiao infantil

Nas brincadeiras as criancas transformam as conhecimentos que ja

possuiam anteriormente em conceitos gerais com as quais brinca Per exemplo

para assumir urn determinado papel numa brincadeira a crianca deve conhecer

alguma de suas caracteristicas

Para brincar e necessaria que as criancas ten ham certa independencia para

escolher seus companheiros e os papeis que iraQ assumir no interior de um

determinado tema e emedo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da

vontade de quem brinca

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas as criancas podem acionar seus pensamentos para a resolucao de

problemas que Ihe sao irnportantes e significativos Propiciando a brincadeira

portanto cria-se urn espaco no qual as criancas podern experimentar 0 mundo e

internalizar uma compreensao particular sobre as pessoas os sentimentos e os

diversos conhecimentos

o brincar apresenta-se par meio de varias categarias de experiencias que

sao diferenciadas pelo usa do material ou dos recursos predominantemente

implicados Essas categorias incluem a movimento e as mudancas da percepcao

resultantes essencialmente da mobilidade fisica das criancas a relacao com os

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

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Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

34

objetos e suas propriedades fisicas assim como a combinayao e associay80 entre

eles a linguagem oral e gestual que oferecem varios nlveis de organiza9ao a serem

utilizados para brincar as conteudos sociais como papeis situa90es valores e

atitudes que S8 referem a forma como 0 universo social se constr6i e finalmente os

Iimites definidos pelas regras constituindo-se ern urn recurso fundamental para

brincar

As brincadeiras de faz-de-conta os jogos de constru9ao e aqueles que

possuem regras como as jogos de sociedade (tambem chamados de jog os de

tabuleiro) jogos tradicionais didaticos corpora is etc propiciam a ampliatyao dos

conhecimentos infantis per meio da atividade ludica

Eo adulto na figura do professor portanto que na institui9ao infantil auxilia

a estruturar 0 campo das brincadeiras na vida das crianyas CanseqDentemente eele que organiza sua base estrutural par meio da oferta de determinados objetos

fantasias brinquedos au jogos da delimitacao e arranjo dos espacos e do tempo

para brincar

Par intermedio de brincadeiras os professores podem observar e constituir

uma visao dos process os de desenvolvimento das criancas em conjunto e de cad a

uma em particular registrando suas capacidades de usa das linguagens assim

como de suas capacidades sociais e dos recursas afetivos e emocionais que

disp6em

A interven9ao intencional baseada na observa9ao das brincadeiras das

criancas oferecendo-Ihes material adequado assim como urn espaco estruturada

para brincar permite a enriquecimento das competencias imaginativas criativas e

arganizacianais infantis Cabe ao professor arganizar situac6es para que as

brincadeiras ocarram de maneira diversificada para propiciar as criancas a

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

35

possibilidade de escolherem as temas papeis objetos e companheiros com quem

brincar ou as jogos de regras e construcao e assim elaborarem de forma pessoal e

independente suas emocoes sentimentos conhecimentos e regras sociais

E necessaria que 0 professor tenha consciencia que na brincadeira as

criancas recriam e estabilizam aquila que sabem sabre as mais diversas esferas do

conhecimento em uma atividade espontfmea e imaginativa Nessa perspectiva nao

S8 deve confundir situacoes nas quais S8 objetiva determinadas aprendizagens

relativas a conceitos procedimentos au atitudes explicitas com aquelas nas quais as

conhecimentos sao experimentados de uma maneira espont~mea e destituidos de

objetivos irnediatos pelas crian~as Pode-se entretanto utilizar os jog os

especialrnente aqueles que possuern regras como atividades didaticas E preciso

porem que 0 professor tenha consciencia que as crian~as nao estarao brincando

livremente nestas situa~5es po is ha objetivos didaticos em questao

Na institui~ao de educa~ao infantil 0 professor constitui-se no parceiro mais

experiente par excehsectncia cuja fun980 e propiciar e garantir urn ambiente rico

prazeroso saudavel e nao discriminat6rio de experiencias educativas e socia is

variadas

Dificilmente alguem question a tal direito mas sabe-se por outro lado que

ele nao esta sendo cumprido

A brincadeira nao e um mera passatempo ela ajuda no desenvolvimento da

crian9a fazendo com que a mesma socialize-se e descubra degmundo

A brincadeira constitui-se basicamente em urn sistema que integra a vidasocial da criama nos apresentando a ideia de que para a criantya emespecial a de 0 a 2 anos 0 brincar passa a fazer parte do processo dedesenvolvimento cognitivo e emocional nao sendo desvinculado de sua vidasocial(FRIEDMANN 1996 p30)

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

36

Eo importante citar neste trabalho a evolu9ao de nossa sociedade onde a

falta de esparyo fisico ocasionado pelo progresso da civilizaC2Io tern dificultado a ato

de brincar Cabe ressaltar tambem que hi urn numero muito pequeno de

brinquedotecas no Brasil E esta e uma condi9ao sine qua non a aprendizagem

Entao 0 que S8 caloca a todo instante e que a crianrya tern urn direito verdadeiro de

brincar apoiado par leis e normas e que para que a crianca possa estar

conseguindo seu mundo de brinquedos e brincadeiras sao necessarios que S8

instalem imediatamente as brinquedotecas 0 planejamento urbano esqueceu-se

das praryas e jardins as casas perderam as quintais e transformou-se em

minusculos apartamentos as pra9as existentes e as ruas tornaram-se violentas as

ma8S que tomavam conta dos tithos abraryaram 0 mercado de trabalho e as

criangas ficaram com pouco espago fisico para sua ludicidade

Frente a tais constata90es e eminente a atua9ao de todos aquelesindivfduos preocupados com a infancia no sentido de resgatar a espa90 quea brinquedo vem perdendo em nossa sociedade Pensar em oferecer umespa90 fisico e temporal tensectcomo decorrencia natural a possibilidade de ascrianltas interagirem com outras crian9as assim como com adultosperpetuando-se de forma paralela a cultura [udica tradicional(FRIEDMANN1996p34)

Santos (1995) cita que brincar e um ato de grande importancia onde

oportuniza a crianga a escolher 0 tipo de brinquedo que quer utilizar naquele

momento pois alem de brinquedos industriais as brinquedotecas unem as criangas

para que possam realizar brincadeiras de rodas dramatizagoes atividades em

grupos etc 0 que para muitas crianryasfilhos unicos se torna uma socializaryao

apropriada e necessaria

A brincadeira considerada como um vicio no come90 da idade moderna foiintroduzida nas instituiltoeseducacionais p6s-humanitarios com 0 intuito detomar esses espayos prazerosos e tambem como um meio educacional(Friedmann 1996 p 29)

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

37

Seguinda a propasta de Friedmann (1996) a autora alerta que a brincar fai

colocado sob os mesmaS principios que sustentaram a ideia do novo homem era

necessaria treina-Ia Esse processo de pedagogizaC2Io da atividade ludica foi

agressivo dando origem ainda hoje a sistemas para a utilizacao educacional do

brincar Com esta evolwao cada geraryao transformava as brincadeiras antigas em

suas proprias especificas trabalhando com 0 antigo e com 0 novo e cad a geraC8o

carregando suas pr6prias caracteristicas e padr6es

Par tim a brincadeira era considerada como urn vicio no comeco da idade

madema e com isto foi introduzida nas instituicoes educacionais par filantropistas

que tiveram como intuito criar estes espacos prazerosos como tamhem urn meio

educacional

BRINCAR Eo IMPORTANTE

Brincar e importante porque e born e 90stoso e da felicidade e ser feliz euroIestar rnais predisposto a ser bondoso a amar 0 pr6ximo e a partilharfraternalmente(CUNHA 1994 p 11)

Dificilmente alguem ira questionar esta importancia ou direito Porem

sabemos que nao se da a devida importancia Muitas crianltas nao brincam ou

brincam muito pouco e os motivos disto sao inumeros

Quando a crianlta brinca ela exercita suas potencialidades levando a

alcanltar niveis de desempenho que s6 as alt6es por motivaltao intrinseca

consegue Allamdisso a crianya aprende sem estresse ou medo de errar mas com

prazer pela aquisiyao do conhecimento Na atividade de brincar a crianya

desenvolve a sociabilidade faz amigos e aprende a conviver respeitando 0 direito

dos outros e as normas grupais

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Petropolis Vozes 1998

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acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

38

aprende a engajarmiddotse nas atjljdades pelo prazer de participar Brincandoa crianta prepara-se para 0 futuro experimentando 0 mundo ao seu redordentro dos limiles que a sua condiyao atual permite tarnanda-5e operativ~(Cunha 1994 p 12)

Cunha (1994) no pargrafo acima menciona a condi9aO operativa fazendo

uma ponte com Jean Piaget que considera que a crianca tenta compreender seu

mundo atraves de urn relacionamento ativo com pessoas e objetos au seja a partir

da experiemcia com acontecimentos a crianca vai se aproximando nurn ritmo

consistente do objetivo ideal que e 0 raciocinio abstrato De uma forma geral para

Piaget a aquisiC80 das operacoes e 0 centro do crescimento intelectual

Descrevendo de forma basica compreendemos 0 fato de que uma dadaquantidade de agua de um copo nao se altera quando a transferimos paraum outro recipiente de forma diferente sendo esta acao considerada umoperayao ja que sabemos poder restabelecer a condiyao original vertendoa agua novamente para 0 primeiro copo este raciocfnio abstrato econsiderado como aquisiyao das operacoes (MUSSEN 1974 p31)

A sociedade e colocada como grande vila neste processo de integra9ao da

crianya com a realidade onde nao hi consciencia social no que tange it

brincadeira ou seja a sociedade ainda nao considera a brincadeira como um

recurso no desenvolvimento cognitiv~ da crianya pois crianyas muitas vezes sao

tratadas como adultos em miniaturas ou nao podem atrapalhar os adultos por causa

do seu estresse do dia-a-dia ou ainda 0 que e pior as crianyas nao tem com a que

brincar

Cunha (1994) diz que os brinquedos sao parceiros silenciosos que desafiam

a crian9a possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressao desde que

haja tempo e que a crian9a se aprofunde na brincadeira vista que existem diversas

formas de brincar como soltar a imaginayao au inventar ou sem medo de desgostar

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

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BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

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4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

39

alguem au sem medo de ser punida au tambem brincar com seriedade e esta ja e

praticada par crianryas mais velhas

As primeiras atividades Judicas do ser humane sao aryoes explorat6rias

como no casa do bebe que explora a si mesmo suas possibilidades de movimento

de produgao de sons de uso do espago e de comunicagao sendo fundamental para

este processo de construryao Manipulando objetos vai experimentando 0 mundo ao

seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade par conhecer

(CUNHA 1994 p 19)

Criangas pequenas mexem em tudo e jogam objetos ao chao tambem e

para contornarmos esta situaryc3o e necessaria que de a crianca objetos que possam

ser manipulados sem perigo e mostrar-Ihes que da mesma forma que e divertido

tirar brinquedos da caixa e divertido tambem guardar estes brinquedos S6 depois

que aprenderem ista e que passarao a utilizamiddotlos de forma mais adequada

BRINCAR SOZINHA

Toda crianca 90sta de estar com Qutras mas tambem brinca sozinha E

normal passar por esta etapa sendo fundamental que brinque sozinha tambem para

que possa lidar com seus sentimentos emo90es e descubra seus interesses onde

mesmo sem percebemos quando a crianya faz algo que gosta assim como qualquer

ser humano ela esta realizada e quando se esta realizada entao pode-se dizer que

se encontrou na sua area

brincar sozinho It importante porque neste tipo de brinquedo a crian9amergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior quando mais profundofor este mergulho mais estara exercitando sua capacidade de concentrar aaten98o de inventar e principalmente de permanecer concentrado numaatividade (Cunha 1994 p 20)

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

40

Bee (1996) cita que brincar nao e uma atividade trivial ou vazia mas sim

brincando que se atinge grande parte do desenvolvimento cognitiv~ a forma como e

elaborado a brincar muda de maneira obvia desde 0 primeiro ate 0 sexto ana de

vida seguindo uma sequencia que se ajusta muito bem aos estagios de Piaget

Este e urn momento que deve ser respeitado por ser urn momento no qualestao sendo cultivadas qualidades importantes para a formatao de habiiosque irao influir na qualidade do seu futuro desempenho (CUNHA 1994p20)

A partir dos 12 (doze) meses a crian9a passa a se interessar por objetos

novos e por volta dos 2 (dais) anos de idade as criancas comecam a usar as

objetos para construir eaisas seus pr6prios brinquedos e seu proprio mundo de

imaginac80

Ela calcca coisas na boca sacode-as movimenta-as pelo chao e estesbrinquedos sao a chave para 0 desenvolvimento cognitivo agindo comoestimulo de aprendizagem (BEE 1996 p 199)

Friedmann (1996) diz que a crian9a se desenvolve integralmente no aspeeto

cognitiv~ afetivo fisico-motor moral linguistico e social porem este processo so

acontece a partir do momenta em que a crian~a faz sua interay80 com 0 meio ffsico

e social que na concep~ao de Piaget distinguem-se nos tres estagios de

desenvolvimento onde varia de acordo com a idade que seriam a periado sensorio-

motor que e desde oi nascimento ate um ana e meio a dois anas de idade 0 periada

da inteligencia representativa que passui 0 periodo pre-aperatoria e das operaltoes

concretas que vai das dais anas ate os doze anos de idade e periado das

operaltoesinformais que vai dos doze anos ate dezesseis anos de idade Ou seja

41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

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41

nesta perspectiva de Piaget a atividade ludica (para criancas de ate dois anos de

idade) e caracteristica essencial

A ludicidade 0 brinquedo e 0 brincar fazem com que a crianca S8

desenvolva cognitivamente levando a sua aprendizagem po is quando a crianl(a

brinca ela S8 interessa pela brincadeira e com isto adquire conhecimento

necessaria E nisso que 0 profissional da area deve explorar na crianca que atraves

da ludicidade ele desenvolva seu atune cognitivamente

A ludicidade e uma necessidade do ser humane em qualquer idade e naopode ser vista apenas como diversao 0 desenvolvimento pessoal social ecultural colabora para uma boa saude mental prepara para um estadointerior fertil facilita as processos de socializaCao comunicacao expressaoe construcao do conhecimento (SANTOS 1997 p 12)

Conforme Santos todo ser humane tem direito a ludicidade seja a idade que

for pois quanto mais 0 adulto vivenciar sua ludicidade maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian9a de forma prazerosa ou seja brincar e uma

necessidade basica assim como a nutri9ao a salide a habita9ao e a educa9~1O

brincar ajuda a crian9a no seu desenvolvimento fisico afetivo intelectual e social e

atraves destas atividades a crian9a forma conceitos relaciona conceitos ideias

estabelece rela90es 16gicas desenvolve a expressao oral e corporal refor9a

habilidades sociais reduz a agressividade e integra-se na sociedade

Na brincadeira de faz-de-conta a crianca traduz 0 mundo dos adultos paraa dimensao de suas possibilidades e necessidades 0 pensamento dacrianca evolui a partir de suas acOes razao pela qual as atividades sao taoimportanles para 0 desenvolvimento do pensamento infantil(CUNHA 1994 p20)

o adulto ve noS brinquedos sua cultura E como geralmente as crian9as

permanecem por algumas horas nas brinquedotecas devemos aproveitar este

42

tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

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tempo para fazer com que as crianC8s saltern sua imaginaclt3oa brinquedo propoe

urn mundo imaginiuio a crianC8 e representa a visaa de que a adulto tern da crianc8

ou seja no case da crianca 0 imaginario varia conforme a idade ja a adulto introduz

nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura

E muito importante brincar sDzinho mas e valida tambem lembrar que

tam bern e importante fazer com que a crianC8 socialize-s8 com Qutras E essa e

uma das funcoes da brinquedoteca mesma que a crianca brinque para lela mente

ela deve estar interagindo e convivendo em mesma espaco com Qutras crianc8s de

sua idade au nao e sair do universo dos adultos

As vezes dizer eu tambem quero brincar nao significa que quer brincarjunto mas ao lado de qualquer maneira e a comero da vonlade departicipar par parte de alguem que ainda nao aprendeu a partilhar(CUNHA1994 p 21)

As crian9as desenvolvem habilidades quando brincar com jogos de encaixar

quebra-cabe9as jogos de empilhar estes requerem concentra9ao aten9ao e

dedicay80 destas pelos brinquedos desde que elas percebam a necessidade de um

planejamento de suas a90es

Estes jogos tornam as crianras mais aptas a desempenhar larefas quetalvez nao conseguissem realizar se nao estivessem em situarao ludicaslivres de cobranra e das obrigaloriedades Brincando a crianra alcanraniveis de desempenho bern mais alios parque nao sente cansaro (CUNHA1994 p23)

A crianya tambem necessita criar seus brinquedos porem ela deve ser

motiva e esta mativay8a deve servir de desafia para a mesma Tambem e

necessaria demanstrar canfian9a naquila que a crian9a esta fazenda para que ela

tenha seguranya e firmeza em seus atas

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 39: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

43

BRINCAR APRENDENDO

A crian9a n~o e urn adulto em miniatura nem deve crescer 56 atendendo assolicitacaes dos adultos pois assim nao desenvolvera autonomia nem sensade responsabilidade Se for respeitada em seus interesses e subsidiada emsuas buscas certamente mantera vivo 0 prazer de aprender e fara daconstrucao do seu proporciona 0 aprender - fazendo e brincando Atravesde jogos e brincadeiras a crianea pode aprender novos conceitos adquiririnformscoes e ate mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA1994 p24)

E muito importante para a crianya brincar com prazer pais 56 assim eta

consegue gravar em sua memoria aquilo que eta aprendeu Assim como ha

professores que ensinam seus alunos atraves de metodos ludicos atraves de jog os

e brincadeiras Assim como esse espa90 tambem e irnportante para que 0 educar ou

ate mesmo os brinquedistas (pessoas responsaveis pela brinquedoteca) mostrem

para as crian9as que elas sao crian9as e nao adultos em miniatura

Este capitulo abordou a rela9ao entre a crianya e 0 brinquedo onde mostra

a direito que a crianya tern sabre querer e poder brincar conviver em urn ambiente

ludico 0 capitulo 3 aborda a brinquedoteca e tipos de brinquedos para crianyas de

dais anos bern como suas etapas e desenvolvimento como veremos a seguir

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 40: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

44

4 CAPiTULO 3

BRINQUEDOTECA

Segundo Cunha (1994) Brinquedoteca e um espa~o criado para favorecer

brincadeira e um espa90 aonde as crianC8s vao para brincar livremente com todo 0

estimulo it manifestayao de suas potencialidades e necessidades hidicas Muitos

brinquedos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressao da

criatividade

Friedmann (1994) define brinquedoteca como 0 espa~o preparado para

estimular a crianca a brincar possibilitando 0 acesso a urna grande variedade de

brinquedos dentro de um ambiente especialmente criado para ela diante disto 0

ludico convida a crianca a explorar 8 sentir e a experimentar Sendo um ambiente

para estimular a criatividade deve ser preparado de forma criativa com espacos

que incentivem a brincadeira de faz de conta a dramatiz8cao a constru980 a

soluyao de problemas a socializayao e a vontade de inventar

As brinquedotecas facilitam 0 aces so das crianyas ao direito de brincar e se

desenvolver sem exigir investimentos elevados Com este pensamento foi publicado

no site do BNDS pelo Departamento de Desenvolvimento Social algumas dicas para

a cria~ao de uma brinquedoteca onde Jose Carlos Vaz (2004) alerta que 0 primeiro

passo para a implantayao de uma brinquedoteca e definir quais serao seus objetivos

e 0 publico a ser atingido Em fun~ao disso sera possivel definir as atividades a

serem realizadas 0 local de instalalY8o suas normas de funcionamento deg acervo a

ser adquirido 0 perfil dos profissionais e 0 treinamento que receberao

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 41: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

45

Referente a investimento a implantaao de uma brinquedoteca VAZ (2004)

diz que e passivel com pequenos investimentos que variam em funcao do tamanho

do seu acervo e das instalac6es Alem do espayo para as brincadeiras deve haver

espao para sanitarios dep6sitos e administraao 0 espao para as crianas pode

ser composto de viuias salas au de urn unico salaD dividido em varios ambientes au

cantos para atividades diferentes atraves de tapetes tipas de piso divis6rias ou

pela disposicao da mobilia e dos brinquedos

A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidadesfilantr6picas e de empresas Este apoio pode se estender nac 56 a doaYaode brinquedos e equipamentos mas tambem ao emprestimo de inslala90ese orientacao na implantacao do projeto e no treinamento de funcionarios

(VAZ 2004)

OS BRINQUEDOS DA BRINQUEDOTECA

Para Cunha (1994) objetos sons movimentos espaos cores figuras

pessoas tudo pode virar brinquedo atraves de urn processo de interacao em que

funcionam como alimentos que nutrem a atividade ludica e importante utilizar todos

as recursos disponiveis a tim de estimular a brincadeira

AIIalo ( apud Friedmann 1996) brinquedos industrializados artesanais

reitos em diversos materia is construidos pelas proprias criancas traz as

brinquedotecas a oportunidade de oferecer a seus usuarios urn leque variado de

opoes

Para VAZ (2004) e imprescindivel realizar uma pesquisa sabre as condioes

de vida e as habitos de brincar das crianC8s com as quais S8 pretende trabalhar para

nortear a planejamento da implantaao e a definiao das atividades Aprofundando-

S8 as pesquisas pode-s8 fazer urn levantamento das tradicoes culturais locais

relacionadas a atividade de brincar 0 importante nao e ter um grande numera de

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 42: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

46

brinquedos mas sim urn grande numero de experiEmcias ludicas (CUNHA 1994

p31)

Quando S8 tala em crianyas de 0 a 2 anos e importante ressaltar suas

capacidades motoras suas habilidades cognitivas e sua percepcc3o sensorial A

crian9a de no primeira ano de vida usa as maos para agarrar e explorar os objetos

as recem-nascidos tern urn reflexo denominado preen sao mediante 0 qual fecham

a mao quando urn objeto toea sua palma como passar do tempo 0 bebe vai

adquirindo a habilidade de dirigir a mao para um objeto interessante (BASSEDAS

1999 p32)

BRINQUEDOS PARA DIFERENTES ETAPAS DO

DESENVOLVIMENTO

Os brinquedos servem de convite ao brincar desde que provoquem na

crian9a interesse de interagir e este interesse vai estar oscilando conforme 0

desafio que ele apresenta para a crian9a Cunha (1994) especifica bem esta

afirmaCElo ao proferir que os brinquedos devem estar adequados ao interesse as

necessidades e as capacidades da etapa de desenvolvimento na qual a crian~a se

encontra

Outro ponto levantado par Cunha (1994) Eoque a escola deve ir alm dos

criterios de indica~ao per faixa etiuia mas sim levandomiddotse em conta que cada

crian~a tem seu ritmo proprio de desenvolvimento e caracteristicas proprias que

devem ser levadas em considera~ao

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 43: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

47

SELEltAo DE BRINQUEDOS PARA A BRINQUEDOTECA

Cunha (1994) descreve que 0 primeiro criterio a ser levado em conta na

escolha dos brinquedos que deverao campor a acervo da brinquedoteca e a de

atender ao interesse das criancas incentivando a crianga a conhecer novas formas

de brincar cuidando para que os brinquedos expostos na brinquedoteca nao sejam

muito frageis muito pequenos au que instiguem a violencia

Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente 0 que os Qutros

fazem sao prejudiciais e mon6tonos Alguns brinquedos nao sao estimulantes e

servem apenas para a diversao dos adultos fazendo das criancas simples

espectadoras Uma boa dica e tazer com que a crianga na medida do passivel

participe da escolha (PROCON 2004)

OS BRINQUEDOS INDUSTRIALIZADOS

Conforme citado pelo Procon (2004) na hora da compra e preciso atenao

porque existem brinquedos para todas as faixas etarias Quanto mais adequado aidade da crianca mais util e prazeroso ele sera Nao adianta atraves de brinquedos

tentar veneer eta pas do desenvolvimento infantil Isso eontraria a natureza e pode

eausar prejuizo ao desenvolvimento 0 brinquedo sera mais uti 1 se puder ser

aproveitado pela criana por um periodo mais longo durante varias etapas do

desenvolvimento Alguns brinquedos estimulam a criana para uma vida saudavel

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 44: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

48

livre e solidaria contribuindo ainda para a desenvolvimento do companheirismo e da

amizade Par outro lado existem brinquedos que naD cumprem sua funyao e nem

sao divertidos para as crianyas Alguns produtos podem inclusive refletir

negativamente no desenvolvimento infantil estimulando ociosidade e automatismo

alem de deixar a crianya sedentaria

Seguindo orienta90es propostas pelo PROCON (2004) deve-se evitar

brinquedos

bullCom partes pontiagudas cantos afilados quinas ou arestas cortantes

bullCom cord6es superiores a 30 em

bullCom pe9as pequenas que as crian9as possam engolir

bull Com aberturas que pass am prender as dedos

bullCuja base seja de material inflamavel

bullCom Voltagem superior a 36 volts

bull Com materia is que incluam vidros ou que S8 quebrem facilmente

bullCom materiais toxicos ou que saltern tintas

bull Com cheiro e formas que imitem alimentos conhecidos

bull Com embalagem onde nao esteja impresso 0 nome e 0 enderecyo do fabricante

LEIS SaBRE as BRINQUEDOS

No Brasil existe uma norma tecnica registrada no Inmetro a EB 2082 - NBR

1178692 que trata exclusivamente da seguran9a dos brinquedos fabricados e

comercializados no pais 0 brinquedo deve ser submetido a varios testes que

simulam situa90es pelas quais ele passaria nas maos das criancyas

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 45: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

49

Eo uma garantia adquirir brinquedos que tenham 0 Selo de Qualidade do

Institute Nacional de Metrologia (lnmetro) e da Associagao Brasileira dos

Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ) Vale lembrar que 0 brinquedo e um produto

sujeito a todas as exigencias do C6digo de Defesa do Consumidor A embalagem

eou manual de instru90es devem conter todas as informagoes escritas de forma

clara e em portugues informando as caracteristicas do brinquedo para qual faixa

eta ria S8 destina eventuais riscos que possa apresentar numera de pegas regras

de montagem e S8 faz parte de uma serie ou colegao Nenhum produto deve ser

adquirido sem uma clara identifica9ao do fabricante ou do importador

A Norma NBR 1178692 preve uma serie de ensaios que visam verificar a

conformidade de brinquedos lais como ensaies para estabelecer teer de

substancias perigosas requisitos de embalagem rotulagem de brinquedos para

criangas de ate 3 anos levando-se em considerayao tamanho e natureza

acabamento ensaios de impacto e rufdos entre outros a fim de garantir a qualidade

e a seguranya no manuseio destes brinquedos

ASSISTENCIA TECNICA

o Procon (2004) informa que a responsabilidade abrange somente a rede de

assistencia tecnica autorizada que opera em seu nome Existe tam bern a

assistencia tecnica especializada que tern vinculo com 0 fabricante feita par

profissionais autonomos au em lojas de reparos e restaurayao de brinquedos Em

servilfos que envolvam a reparalfao de produtos devem ser empregados

componentes e pelfas novas Peyas recuperadas ou usadas s6 podem ser utilizadas

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 46: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

50

com autorizayao do consumidor e cabe ao fabricante au importador a manutencao

do mercado com pe9as e componentes para reposiyao par urn prazo de tempo

nunca inferior a vida uti I do brinquedo a nota fiscal deve ser exigida e guardada com

a descricc3o do brinquedo pais ela e a prova da compra e e documento em case de

eventuais problemas Ocorrendo defeitos 0 fornecedor tem prazo de 30 dias para

repara-Ios Ap6s esse prazo 0 consumidor pode exigir a substituiyao do prod uta par

outro da mesma especie e em perfeitas condiryoesde usa ou devolu9c10 da quantia

paga corrigida monetariamente au ainda 0 abatimento proporcional do preryo

BRINQUEDOS IMPORTADOS

Para 0 Procon (2004) os brinquedos importados tambem devem obedecer

as determina90es do C6digo de Defesa do Consumidor 0 importador e 0 principal

responsavel par defeitos ou danos que as brinquedos possam apresentar ou causar

Muitos brinquedos entram no pais de forma clandestina e sao comercializados de

forma irregular sem garantia de seguran9a e qualidade 0 pre90 desses produtos

pode ate ser vantajoso mas eles pod em representar riscos para 0 usuaria e em

casa de problemas nao ha como responsabilizar ninguem 0 importador deve

assegurar a oferta de companentes e pegas de reposigao enquanto 0 produto for

fabricado e depois de cessada mante-Ia por um determinado periodo

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 47: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

51

PUBLICI DADE

Conforme os proeedimentos do Proeon (2004) antes de eomprar eimportante conferir no brinquedo 0 que foi mostrado na publicidade pais ela nem

sempre e precisa sabre as funcoes tamanho e desempenho do brinquedo 0

conteudo de um folheto anuncio de jornal televisao ou qualquer outra forma de

mensagem publicitaria deve ser rigorosamente cumprido tanto em relacao aD preco

como ao modele do prod uta A publicidade sera enganosa quando omitir urn

elemento essential Par exemplo urn anuncio que mostre bonecos vendidos com

equipamentos (nave varios acess6rios em geral) mas cada item e vendido

separadamente as anuncios devem ser cumpridos exatamente como foram

publicados 0 fornecedor deve manter os dados faticos hknicos e cientificos que

daD sustentagEio a mensagem E

SEGURANtA

Segundo Aflalo (1996) atualmente os fabrieantes proeuram seguir as

normas da ABNT mas a equipe deve estar verificando mesmo assim para que os

brinquedos com pecas pequenas s6 sejam utilizadas por criancas acima de tres

anos pois abaixo desta idade a crian9a leva objetos a boca podendo engolir ou ser

colocada no ouvido ou nariz Onde brinquedos de madeiras devem ser muito bem

lixado sem lascas e cantos bem arredondados brinquedos de atirar em alvos

devem ter ventosas para proteger as pontas das setas cordas fios ou barbantes

devem ter no maximo 30cm de comprimento para evitar acidentes onde brinquedos

com rufdos muito fortes podem prejudicar a audicao brinquedos eletricos devem ter

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 48: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

52

sempre a supervisao de um adulto principalmente S8 utilizados par crianyas

menores de oita anos

53

CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 49: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

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CONCLusAo

Ao concluir este trabalho percebe-se a importancia do professor de

constantemente S8 questionar em porque educar 0 que ensinar e principalmente em

como ensinar Na busca de respostas a estes requisitos ele certamente vai S8

deparar com as teorias da educac8o Indo al8m do apenas ensinar 0 professor S8

defronta com a aluno e diante dele faz-se necessaria uma reflexao deste individuo

sua vida em sociedade sua caracteristica familiar e suas habilidades motoras e de

aprendizado

o trabalho esta direcionado ao estudo dos resultados dos estimulos

externos na crianya de 0 a 2 anos sugerindo para isto a implantaryao e 0 usa da

brinquedoteca e do espaco Iud ice como ferramenta de ensina Porem e impassive I

deixar de lade a irnportancia didatico-pedag6gica desta inter-rela~ao A crian~a de 0

a 2 anos apresentada por Piaget passa por diversos estagios de aprendizagem

sensariais e rnotoras ela possui uma linguagem propria que vai se aprimorando

inicialrnente atraves de reflexos evoluindo a ponto de desenvolver suas

combina~6es mentais urn peri ado onde a brincadeira e 0 envolvimento emocional

do adulto que cuida desta crian~a vaG sendo assinalados servindo de contribui~ao

na forma~ao intelectual deste individuo 0 trabalho apresenta tambem a importancia

do envolvimento emocional neste processo apoiada na tearia da inteligencia

emocional proposta par Gardner

A brinquedoteca e uma proposta positiva pois atende aD desenvoivimento

das potenciaiidades das crianas e um mundo novo a ser descoberto peia criana

desafia a crian~a a alcan~ar nfveis de desempenho que somente a experimenta~ao

e possivei de conceder Aiem disto a brinquedoteca quando pedagogicamente

54

estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

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estruturada levando-se em conta quest5es de seguran9a de adequa9ao a idade

respectiva e uma forma de fazer com que 0 ato de aprender se tome algo natural

E diante disto que 0 fazer pedagogico se desenvolve que 0 papel do

educando ultrapassa a barre ira do metoda estagnado S8 aprimorando no tempo

assumindo uma postura responsavel diante do ensinar

55

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES Celso Jogos para eslimulaqao das multiplas intefigmcias 4 ed

Petropolis Vozes 1998

BASSEDAS Eulalia HUGUET Teresa SOLE Isabel Aprender e ensinar na

Educaqao InfantilPorto Alegre Artes Medicas 1999

BEE Helen A Crianqa em Oesenvolvimento 7 ed Porto Alegre Artes Medicas

1996

CUNHA Nylse H S Brinquedoteca Um mergulho no brincar 2 ed Sao Paulo

Maltase 1994

DAVID Elkind Crianqas e adolescentes Ensaios Interpretativos sabre - Piagel 3

ed Rio de Janeiro lahar 1978

FRIEDMANN ADRIANA ret all 0 Oireito de Brincar a brinquedoteca 3 ed Sao

Paulo Scritta Abrinq 1996

GOLEMAN Danielet al Espirito Crialivo Sao Paulo Cultrix 2000

GOLEMAN Daniel IntefigenciaEmocional 46 ed Rio de Janeiro Objetiva 1995

MUSSEN et all Desenvolvimento e Personafidade da Crianqa 4 ed

Sao PauloHarper amp Row do Brasil 1974

Melhoramentos dicionario da lingua portuguesa 1 ed Sao Paulo Melhoramentos1992

OLIVEIRA Maria Kohl Vygotky Aprendizado e desenvolvimento socio-historico 2

ed Sao Paulo SCipione 1995

56

BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004

Page 52: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA KarnyUa …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/...11 1INTRODU

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BRASIL Ministerio da Educa~ao e do Desporto Secretaria de Educa~ao

Fundamental Referencial curricular nacional para educaqao infantil Ministerio da

Educa~ao e do Desporto Secreta ria de Educa~ao Fundamental Brasilia MECSEF

1998 Volume 1 Introdu~ao

RODRIGUES MARIA 0 Desenvolvimento do pre-escolar e 0 jogo Sao Paulo

leone 1992

SANTOS Santa Maria Pires et all Brinquedoteca Sucata vira Brinquedo Porto

Alegre Artes Medicas 1995

VYGOTSKY LS A forma9iiosocial da menteO desenvolvimento dos processos

psicol6gicos superiores Sao Paulo Martins Fontes 1994

VYGOTSKY LS et all Linguagem desenvolvimento e aprendizagem 5 ed Sao

Paulo icone 1988

INMETRO Fiscaliza~ao Disponivel em

httpwwwinmetrogovbrfiscalizacaotreinamento2003Ibrinquedo2003pdf Acesso

em 23082004

PROCON BrinquedosDisponivel em httpwwwpbhgovbrproconbrinquedospdf

acesso em 23082004

VAZ Jose Carlos Brincar e urn direito da Crian~a Disponivel em

httpfederativobndesgovbrdicasD022htm Acesso 28082004