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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO MICHELE FELAÇO PROPOSTA DE MELHORIAS À ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA OUTPLAN MARKETING INTERATIVO LTDA-ME São José 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

MICHELE FELAÇO

PROPOSTA DE MELHORIAS À ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA OUTPLAN MARKETING

INTERATIVO LTDA-ME

São José 2009

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MICHELE FELAÇO

PROPOSTA DE MELHORIAS À ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA OUTPLAN MARKETING

INTERATIVO LTDA-ME

Trabalho de Conclusão de Estágio - apresentado como

requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Administração da Universidade do Vale do Itajaí.

Professor Orientador: MSc. Amarildo Felipe Kanitz

São José 2009

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MICHELE FELAÇO

PROPOSTA DE MELHORIAS À ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA OUTPLAN MARKETING

INTERATIVO LTDA-ME Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em (dia, mês

e ano constante da ata de aprovação – defesa)

Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José

Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof(a) MSc. Amarildo Felipe Kanitz UNIVALI – Campus São José

Professor Orientador

Prof(a) Dra. Nome do Professor (a) Orientador(a) UNIVALI – Campus São José

Membro

Prof(a) Dra. Nome do Professor (a) Orientador(a) UNIVALI – Campus São José

Membro

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Este trabalho é dedicado á toda minha família, em especial ao meu filho João Victor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Nossa Senhora e a Deus, que me deram forças para continuar

firme e forte. Aos meus pais, Angelino (in memorian ) fonte de inspiração para iniciar esta

trajetória e Teresa por sua imensa dedicação, carinho e suporte. A minha querida irmã

Cristiane que foi minha referência de vida, e sua família pelo carinho. Ao Luiz meu

companheiro, por sua paciência, carinho e amor todo esse tempo ao meu lado. Ao meu

orientador Amarildo por compartilhar do seu conhecimento, por sua disponibilidade,

acompanhamento pontual e competente e pelo incentivo. A todos os Mestres que se fizeram

presentes nessa trajetória ao qual tenho imensa adminiração e respeito. A todos os amigos

pelo apoio, e incentivo. A todas as pessoas que acreditaram em mim, que diretamente ou

indiretamente me ajudaram de alguma forma. E principalmente ao meu filho Jioão Victor por

seu amor, carinho e principlamente sua compreensão.

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“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar

triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que

formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito

nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta

que não conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

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Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar a estrutura organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda – ME. Em termos de objetivos específicos para análise foi necessário identificar o grau de formalização, o grau de complexidade e o grau de centralização da empresa e posterior propor melhorias onde se fez necessário. O método adotado nessa pesquisa foi o estudo de caso de caráter qualitativo e descritivo. Foram também obtidos dados junto a fontes primárias e secundárias a partir de entrevistas semi-estruturadas, observação direta e análise documental. Devido à pesquisa ser de caráter predominantemente qualitativo utilizou-se o questionário como principal instrumento de coleta de dados. A aplicação do questionário se deu para uma amostra de 10 (dez) funcionários. A análise dos dados foi realizada com o cruzamento das respostas, onde se obteve resultados qualitativos, que demonstraram alguns ajustes na estrutura organizacional da empresa. Percebeu-se a necessidade de implantação de um organograma, fluxograma e manual das tarefas e processos de forma a manter o foco. Desta forma os dados e as informações coletadas serviram de base para identificar e conhecer a estrutura organizacional atual e propor melhorias estratégicas para a empresa. Palavras-chave: estrutura organizacional, formalização, complexidade e centralização.

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ABSTRACT This study aimed to analyze the organizational structure of OutPlan Interactive Marketing Ltda - ME. In terms of specific goals for the analysis was to identify the degree of formalization, the degree of complexity and degree of centralization of the company and propose further improvements made where necessary. The method adopted in this research was a case study of qualitative and descriptive. We also obtained data from the primary and secondary sources from semi-structured interviews, direct Observing and document analysis. Because of the research is predominantly qualitative in nature, we used the questionnaire as the main instrument of data collection. The application of the questionnaire is given to a sample of 10 (ten) employees. Data analysis was performed with the crossing of the answers, where he obtained qualitative results, which showed some adjustments in the organizational structure of the company. It was felt the need to implement an organizational chart, flowchart and manual tasks and processes in order to maintain the focus. Thus the data and information collected as a basis to identify and meet the current organizational structure and propose strategic improvements to the company. Keywords: organizational structure, formalization, complexity and centralization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2 – A inter-relaçao do planejamento com as demais funções gerenciais ............ 16

Figura 3 – Mecanismos de Coordenação ..................................................................... 18

Figura 1 – Os quatros requisitos fundamentais no desenho organizacional .................. 25

Figura 4 – A centralização e descentralização da autoridade na hierarquia................... 30

Figura 5 – Os principais riscos e vantagens da descentralização .................................. 31

Figura 6 – As vantagens e desvantagens da centralização ............................................ 32

Figura 7 – Organograma Outplan Marketing Interativo ............................................... 42

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7

1.1 Perguntas de Pesquisa ...................................................................................................... 9

1.2 Objetivos .......................................................................................................................... 9

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 9

1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 9

1.3 Justificativa .................................................................................................................... 10

1.4 Apresentação geral do trabalho ....................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 12

2.1 Administração ................................................................................................................ 12

2.2 Estrutura organizacional ................................................................................................. 13

2.2.1 Definição da estrutura organizacional .......................................................................... 14

2.2.2 Mecanismos de planejamento, coordenação e controle ................................................ 15

2.2.3 Variáveis Estruturais ................................................................................................... 19

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .............................................................................. 34

3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................................. 34

3.2 Sujeitos participantes ...................................................................................................... 35

3.3 Procedimentos de coleta de dados................................................................................... 36

3.4 Tratamento e análise dos dados ...................................................................................... 37

4 RESULTADOS DO ESTUDO ..................................................................................... 39

4.1 Outplan Marketing Interativo Ltda – ME ........................................................................ 39

4.2 Estrutura organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda – ME ............................ 41

4.2.1 Formalização ............................................................................................................... 43

4.2.2 Complexidade ............................................................................................................ 45

4.2.3 Centralização ............................................................................................................... 47

4.2.4 Ações de melhorias da estruturação organizacional da Outplan.................................... 49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 50

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 52

APÊNDICES ...................................................................................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo que se apresenta, tem como ponto de referência dissertar sobre a

importância da estrutura organizacional que compreende toda a atmosfera de uma

organização e a forma como às atividades são divididas, coordenadas e organizadas de

modo a atender os objetivos das organizações. Desta forma a abordagem em discutir e

apresentar uma realidade organizacional se faz presente, pois cada vez mais as

organizações com intuito de atuarem de forma competitiva, buscam em adequar a sua

estrutura de modo a propiciar uma atuação pró-ativa, veloz e integrada com seus

clientes e fornecedores. Diante disso, verifica-se a necessidade de estudar este ambiente,

pois proporciona um arcabouço estável e auxilia seus funcionários a trabalhar em

conjunto para o objetivo comum da organização.

Ao recorrermos à literatura especializada, nos apontará a importância desta

abordagem, conforme Stoner e Freeman (1999, p. 230) “a estrutura organizacional

refere-se ao modo como as atividades de uma organização são divididas, organizadas e

coordenadas.” Da mesma forma Drucker (2002 p. 555) afirma que “a melhor das

estruturas não será capaz de assegurar qualquer resultado ou desempenho, entretanto a

estrutura errada garante o mau desempenho.” Para o autor uma estrutura não estando em

conformidade pode não garantir resultados. Cada organização deve buscar o modo mais

conveniente de organizar sua estrutura interna. (CHIAVENATO, 2000). Dessa forma “o

que precisamos conhecer são todas as partes que sustentam as estruturas, as atividades

básicas.” (DRUCKER 2002 p. 565).

O tema central desse estudo tem o intuito de analisar a estruturação

organizacional da empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – Me – FutebolCard,

sistema este revolucionário de venda de ingressos de partida de futebol. Para

submetermos a este estudo investigativo, é importante salientar que o sistema interativo

denominado FutebolCard, é uma ferramenta de (TI), que propicia uma solução

inteligente por meio de vendas de ingressos através do uso do cartão de crédito. O

Futebolcard atua no setor esportivo com o objetivo de facilitar a compra de ingressos

dos torcedores e proporcionar o seu acesso de forma dinâmica aos estádios de futebol.

A empresa foi fundada através de uma sociedade, sendo que um dos sócios possuía a

idéia e algum conhecimento de tecnologia, e o outro possuía o capital e a tecnologia em

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si para o sonho de tornar realidade. A experiência no ramo agregou para o negócio

começar, entretanto a empresa precisou ganhar muitas batalhas pra chegar onde está.

A primeira dificuldade foi transformar a idéia em produto e encontrar um

parceiro grande o suficiente para o financiamento. Nenhum banco quis aceitar a

proposta, então bateram à porta de um time de futebol, o Figueirense Futebol Clube,

montando um sistema de cartões de fidelidade, com chip embutido no plástico e

catracas especiais de acesso. Mas para alcançar o sucesso do projeto, os sócios

perceberam que só aconteceria com a associação com uma empresa de cartões de

crédito, e tal parceria hoje consolidada com a Visa.

Desde a sua criação em 2008, o negócio de vendas de ingresso por internet,

atraiu 250.000 usuários, atendendo a 08 (oito) clubes brasileiros de futebol e seus

respectivos estádios, ofertando aproximadamente 71. 000 lugares. Atualmente, a

empresa negocia com a Fifa os primeiros testes do programa em disputas internacionais,

sendo estes, campeonato sub-20 de futebol feminino no Egito e o Mundial de

Interclubes nos Emirados Árabes, que acontecem no segundo semestre deste ano.

Também se faz presente a Outplan Marketing Interativo Ltda - ME com a ampliação da

sua linha de serviços, entrando no segmento na venda dos ingressos de eventos

(Carnaval, Rodeios, Mundial de MotoCross) e na criação de uma loja virtual de

materiais esportivos.

Diante do exposto, esta organização vem crescendo em seu porte agregando não

somente um volume intenso de novos serviços, mas também na carga de trabalho

possibilitando contratações de novos funcionários para atender a demanda, a mesma

vêem se consolidando e tomando rumos importantes frente ao seu crescimento como

organização, necessitando através de estudo avaliar a sua estrutura.

Tal estudo pretende mostrar com propriedade a forma existente da estrutura

organizacional da empresa, descrevendo com desenvoltura os atuais cargos e funções,

identificar por meios das informações os cargos oferecidos, os recursos e as funções dos

funcionários da empresa Outplan Marketing Interativo. Neste sentido busca-se

compreender o seguinte problema de pesquisa.

Que ações de melhorias podem ser propostas a partir da análise da

estruturação organizacional da Outplan Marketing interativo Ltda - ME?

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1.1 Perguntas de Pesquisa

Mediante esse problema, foram estabelecidas as seguintes perguntas de

pesquisa:

Como é o grau de formalização de comportamentos e processos

administrativos na Outplan Marketing Interativo Ltda - ME?

Como é o grau de complexidade da estruturação da Outplan Marketing

Interativo Ltda - ME?

Como é o grau de centralização de poder organizacional na Outplan

Marketing Interativo Ltda - ME?

Quais ações podem ser delineadas em favor de melhorias à estruturação

organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda - ME?

1.2 Objetivos

Para que tais perguntas sejam respondidas, os objetivos deste estudo são

contemplados a seguir.

1.2.1. Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é propor ações a partir da análise da estruturação

organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda - ME.

1.2.2. Objetivos específicos

Em termos específicos, os objetivos desta pesquisa foram:

Identificar o grau de formalização das rotinas da Outplan Marketing

Interativo Ltda - ME;

Descrever o grau de complexidade da estruturação organizacional da Outplan

Marketing Interativo Ltda - ME;

Conhecer o grau de centralização de poder organizacional na Outplan

Marketing Interativo Ltda - ME;

Delinear ações de melhorias a partir da análise da estruturação organizacional

da Outplan Marketing Interativo Ltda - ME.

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1.3 Justificativa

Com a velocidade do crescimento do negócio e nos novos segmentos em que a

empresa esta inserida, a necessidade por parte da pesquisadora de fazer uma avaliação

da atual estrutura da empresa Outplan Marketing Interativa Ltda - ME. Atualmente o

setor tecnológico vem sendo um dos setores mais competitivos do mercado, dessa forma

a qualidade nos processos e resultados deve ser o diferencial com a finalidade de manter

seu espaço no mercado. Um dos principais mecanismos organizacionais para a melhoria

da competitividade é a adequação da estrutura ao foco de atenção da empresa, isto é, aos

objetivos que se pretende atingir, buscando a obtenção de vantagens advindas da

diferenciação estrutural. Com essa visão crescente, se verifica a necessidade de uma

analise estrutural para que a empresa continue abrangendo novos mercados. As

organizações estruturais alteram-se continuamente á medida que é influenciada por

grupos sucessivos de membros, a interação entre eles e pelas mudanças ambientais

continua (HALL, 2004).

Por meio deste estudo poderá ser avaliada a estrutura da organização, os

processos, as funções, cargos entre outros. Após a avaliação, caso se faça necessário à

pesquisadora poderá por meios fundamentados, propor melhorias, reestruturação das

funções e a padronização dos funcionários, promovendo resultados, mantendo o

diferencial sempre focando os objetivos da empresa.

A empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – ME, vem atuando de forma

significativa, ampliando os seus negócios de acordo com a necessidade e o gargalo do

mercado, para tanto é necessário que sua estrutura interna se apresente de forma a

atender toda a demanda e com isto, manter a empresa competitiva no mercado. Portanto,

este estudo se torna importante, o momento atual é oportuno, pois o crescimento em que

a Outplan Marketing Interativo Ltda - ME conseqüentemente vem passando, se faz

necessário entender à estrutura que de certa forma é tão importante quanto o lucro

visado para a empresa. Conforme Hall (1984), as características estruturais interagem

com as características individuais, ou seja, os acontecimentos próprios de ações

individuais revelam importante vínculo com a estrutura organizacional.

Para a pesquisadora, tal estudo foi de suma importância, pois, acompanhando

todos os processos diariamente e identificando a complexidade das atividades e sua

relevância para a ascensão da organização, a pesquisa proporcionou perceber e

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encaminhar soluções de melhorias que possam auxiliar o desenvolvimento dos futuros

processos. Segundo Wagner III e Hollenbeck (2000, p.300) a administração da estrutura

organizacional é de fundamental importância para as organizações. Para os autores “a

estrutura de uma organização produz efeitos generalizados sobre o comportamento e a

produtividade internos à empresa e sobre sua capacidade de prosperar em face de

pressões ambientais competitivas”.

Para Instituição universitária, na qual sua missão é disseminar conhecimento e

despertar no acadêmico a importância pela pesquisa e extensão, estabelecendo parcerias

solidárias em busca de soluções coletivas, visando à formação do cidadão ético,

comprometido e responsável. Este estudo irá proporcionar outros estudantes como

objeto de pesquisa para elaboração de trabalhos futuros.

1.4 Apresentação geral do trabalho

No primeiro capítulo, terá subdividido a introdução do assunto abordado, o

problema da pesquisa, sendo composto pela pergunta da pesquisa, objetivo geral e

especifico e a justificativa.

No segundo capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica onde será descrito o

conceito do tema abordado.

No terceiro capítulo, serão descritos os aspectos metodológicos, a caracterização

da pesquisa, sujeitos participantes, procedimentos e coletas de dados, tratamentos e

analise dos dados.

No quarto capítulo, serão apresentados os resultados do estudo e no quinto

capítulo apresentam-se as considerações finais, referências e apêndices.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A base teórica é necessária para que se possa ter uma compreensão do ambiente

empresarial e organizacional, através de autores e que possam dar um maior

fundamento ao estudo abordado.

A fundamentação teórica é relevante, visto que possa utilizar sua teoria em

benefício da prática, compreendendo a estrutura organizacional com maior clareza.

2.1 Administração

A administração está presente em todas as organizações, dela depende o sucesso

ou fracasso das empresas. Sendo assim busca-se aqui conceituar a palavra

Administração que vem do latim ad (direção para, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), significa aquele que realiza uma função abaixo do

comando de outrem, isto é, aquela que presta um serviço ao outro (CHIAVENATO,

1999).

Para Maximiano (2000, p. 26), “administração significa em primeiro lugar ação.

A administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende

quatro processos interligados: planejamento, organização, execução e controle”. Desta

forma pode-se dizer que a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e

controlar o uso de recursos com a finalidade de alcançar objetivos de forma eficaz ao

menor custo possível. (CHIAVENATO, 1999).

Pode-se aqui refletir que a tarefa fundamental da Administração é fazer com que

as pessoas trabalhem em equipe, com objetivos e valores comuns, da estrutura correta e

do treinamento e desenvolvimento necessários para agir e responder às mudanças.

(DRUCKER, 2002). O autor afirma ainda que na administração, a estrutura

organizacional é a área mais antiga e a que tem sido mais profundamente estudada. É

percebida no campo das organizações, a necessidade de estudos que reavaliem os

processos e relativizem o ambiente interno, alinhando com a missão, visão, objetivos e

estratégias de negócio da empresa.

No que se trata sobre a Ciência Administrativa, Stoner e Freemann (1999, p. 5)

afirmam que: “Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os

esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos

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organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos.” No contexto teórico é

percebido desde os primórdios, que sempre existiu alguma forma simples ou complexa

de administrar, sendo que nos arcabouços teóricos é contextualizada a influência da

filosofia para a Administração. O pensamento administrativo foi também influenciado

profundamente através da organização eclesiástica da Igreja Católica, que com o passar

dos séculos estruturou sua organização, com uma hierarquia de autoridade, um estado

maior e a coordenação funcional para garantir integração (CHIAVENATO, 2000).

Maximiano (2000, p. 55) afirma que:

[...] a partir do século XX, a organização eficiente do trabalho nas empresas tornou-se a base do desenvolvimento da teoria e da prática da administração. Muitas pessoas e grupos participaram desse processo. Eram pesquisadores e estudiosos, como Frederick Taylor, industriais, como Henry Ford; executivos, como Henri Fayol; cientistas, como Max Weber. Essas pessoas formam a chamada escola clássica da administração.

Stoner e Freemann (1999, p. 36) afirmam que: “se os escritores como Drucker,

Peters e outros estão corretos, a nova ênfase na administração a partir das relações

humanas é um passo importante na evolução do pensamento sobre administração.”

Maximiano (2000, p. 29) afirma:

Toda atividade tem certo conteúdo administrativo, com importância proporcional a sua complexidade. Em resumo, todos administram nas mais variadas escalas de utilização de recursos para atingirem objetivos. Portanto, as habilidades administrativas são importantes para qualquer pessoa que tome decisões sobre a utilização de recursos para realizarem objetivos, ou que estejam em ambientes onde essas decisões são tomadas.

Nos dias atuais a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da

atividade humana. A Administração está sendo considerada hoje importante para a

solução dos problemas mais graves que afligem o mundo das organizações.

(CHIAVENATO, 2000).

2.2 Estrutura organizacional

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Para contemplar este assunto, que é objeto deste estudo, foram explanados

pressupostos teóricos sobre: conceitos, mecanismos de planejamento, coordenação e

controle, bem como variáveis estruturais.

2.2.1. Definição da estrutura organizacional

As definições sobre estrutura organizacional são diversas, principalmente por

sua complexidade e uma grande variedade de características. De acordo com diversos

autores, pode-se resumir que a organização da empresa é definida de acordo com o

agrupamento de tarefas, atividades e recursos, sempre visando o objetivo da empresa.

No entanto de uma forma mais abrangente, ao recorrer à literatura

especializada, será apontado alguns dos autores e suas definições sobre a estrutura

organizacional. Pode-se aqui apontar as reflexões de Chiavenato (2000, p. 345)

conceituando a estrutura como sendo “análise interna de uma totalidade em seus

elementos constitutivos, sua disposição, suas inter-relações etc.”

Nesse contexto, Galbraith e Lawer (1995, p. 1) complementam ainda que “a

organização moderna é formada por um complexo conjunto de unidades e suas inter-

relações.”

Com as diversas leituras que tratam sobre o tema a estrutura organizacional,

nota-se que é formada de acordo com alguns elementos envolvidos com a organização,

as pessoas, as atividades exercidas, a cultura, tamanho, complexidade, segmento e

mercado em que se encontra inserida. Compreende que na estrutura organizacional a

distribuição das pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos de

papéis desempenhados pelas mesmas. Esta distribuição possui duas implicações como a

divisão de trabalho - distribuição das tarefas entre as pessoas e a hierarquia -

distribuição das pessoas em posições (HALL, 1984). Para o autor, a estrutura

organizacional atende três funções básicas, produzir produtos organizacionais e atingir

as suas metas, minimizar as variações individuais sobre a organização e estabelecer o

contexto no qual o poder é exercido (onde as decisões são tomadas e as atividades da

organização são executadas). Nos dizeres de Maximiano (2002, p. 112), “a estrutura

organizacional define a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos

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e como integrantes de grupo.” A relação entre os dois elementos apresenta que de

acordo com a estrutura organizacional as pessoas se ajustam de acordo com suas

responsabilidades e tarefas, sendo desempenhadas por um único individuo ou em grupo.

Em uma definição mais abrangente, entende-se estrutura como o resultado de

um processo no qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas (desde os

níveis mais baixos até a alta administração) e um sistema de comunicação é delineado,

permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes

compete para o alcance dos objetivos da organização (VASCONCELOS; HEMSLEY,

1989). Os autores definem ainda que, a estrutura, especifica a divisão das atividades

mostrando como estão interligadas, apresenta o nível de especialidade do trabalho e a

disposição da hierarquia e da autoridade mostrando as relações de subordinação. A idéia

de divisão e especialização também é verificada onde acrescenta estrutura

genericamente como os padrões de trabalho e disposições hierárquicas que servem para

controlar ou distinguir as partes que compõem uma organização. Para o autor, a

estrutura é concebida em termos da divisão e especialização do trabalho e ou

diferenciação e da maneira como é ordenada e controlada (BOWDICHT; BUONO,

1992). No nível individual de cada operário com relação á tarefa é enormemente

ampliada no nível da empresa como uma totalidade em relação a sua estrutura

organizacional (CHIAVENATO, 2000). Nesse contexto, Stoner e Freeman (1999, p.

230) definem objetivamente a estrutura organizacional sendo a “forma pela qual as

atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas.”

Desta forma, pode-se definir estrutura organizacional como um instrumento

gerencial utilizado para atingir os objetivos organizacionais, a estrutura é resultado do

processo de divisão do trabalho e da definição de meios para coordenar este trabalho.

Estes meios de coordenação da divisão do trabalho são definidos como elementos,

características ou dimensões da estrutura organizacional e serão aprofundados a seguir.

2.2.2. Mecanismos de planejamento, coordenação e controle

Depois de compreendida a estrutura organizacional, faz-se necessário abordar os

mecanismos de planejamento e controle que envolve as atividades, processos,

informações e decisões, na qual estes mecanismos possam auxiliar no resultado positivo

relacionados aos objetivos da empresa. Para que tais objetivos sejam alcançados, é

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necessário planejá-los. Lacombe e Heilborn (2003, p. 162) argumentam que o

planejamento pode ser visto “como a determinação da direção a ser seguida para

alcançar um resultado desejado.”

Para os autores o planejamento engloba ação e decisões com base em objetivos,

decidindo antecipadamente o que fazer, como, quando e quem deve fazer.

Para Stoner e Freeman (1999, p. 5) “planejar significa que os administradores

pensam antecipadamente em seus objetivos e ações.” Dessa forma os atos são baseados

em algum método, plano ou lógica e não palpites. Uma das razões para o planejamento

segundo Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998, p. 130) “é aumentar as possibilidades de

tomar melhores decisões hoje, para conseguir o melhor desempenho no futuro.” O autor

complementa que o planejamento pode ser centralizado ou descentralizado e aborda a

relação entre o planejamento e as outras funções do administrador, como organizar,

liderar e controlar. Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 404) complementa que “as

funções de organização e liderança são executadas para que os planos sejam

implementados, os objetivos sejam atingidos e o controle, para verificar se o

planejamento foi executado.”

A figura abaixo representa a forma de inter-relação do planejamento com as

demais funções gerenciais.

Figura 2 – A inter-relaçao do planejamento com as demais funções gerenciais Fonte: Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 404)

Essas funções e atividades administrativas são inter-relacionadas,

interdependentes e interativas. No processo de Organizar, o planejamento fornece a

Organização – Criando uma estrutura e staffing para alcançar os objetivos

Liderança – Influenciando os integrantes da organização para alcançar os objetivos

Controle – Verificando se os objetivos foram alcançados e realizando as ações necessárias

Planejamento: Objetivos Planos para alcançar os objetivos

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informação e as estimativas, permitindo juntar os recursos humanos, materiais e

financeiro com maior eficácia. Na liderança o planejamento determina a melhor

combinação de fatores, forças e recursos necessários para liderar. No processo de

controlar, é o meio de avaliar o desempenho real em relação aos planos. Esse processo é

uma conseqüência importante do planejamento eficaz. (MEGGINSON; MOSLEY;

PIETRI JR, 1998).

Os diversos princípios envolvidos na estrutura organizacional são fundamentais

ao processo da organização, entretanto os mesmos podem gerar a necessidade de

coordenação e controle mais intenso. Faria (2002, p. 254) define “coordenação é, pois o

processo integrador pelo qual se ajustam as diversas unidades de trabalho ou setores aos

objetivos principais da empresa, por meio do funcionamento harmônico dessas

unidades.” Para o autor coordenar é dar unidade aos esforços, e sobre tudo inter-relação.

Sua principal finalidade é atenuar os pontos de vistas opostos que conduzam iniciativas

heterogêneas.

A definição de coordenar para Lacombe e Heilborn (2003, p. 206) é “equilibrar,

sincronizar e integrar as ações das pessoas e as atividades das unidades organizacionais,

de acordo com certa ordem e métodos, para assegurar seu desenvolvimento harmônico.”

Para os autores é indispensável o esforço da coordenação para que as atividades

aconteçam na quantidade certa, e quando a instabilidade cresce os autores não tem

dúvida de que a necessidade de coordenação aumenta. Nesse contexto os autores nos

apresentam os mecanismos de coordenação. A coordenação é elemento fundamental da

estrutura organizacional que envolve o controle e a comunicação. (MINTZBERG,

1995). Para o autor os sistemas de planejamento e de controle preenchem a

superestrutura. Cury (1994, p. 194) compreende “deve a departamentalização, também,

ser orientada no sentido de facilitar a coordenação. Para o autor o processo de controle

deve adotar as providências como, definição completa das atividades dos diversos

órgãos da estrutura, posicionamento do supervisor, solução de conflitos, priorizar

departamentos etc.”

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Mecanismos de Coordenação Instrumento básico da coordenação

Ajustes Espontâneos

formal ou informal

Organização

Supervisão direta

Definição da estrutura

Definição dos padrões de trabalho

Padronização das habilidades

Comunicação

contato direto

documentos escritos

meio eletrônico

Figura 3 – Mecanismos de Coordenação Fonte: Lacombe e Heiborn (2003, p. 207)

Os autores ainda complementam que para obter as quantidades certas de cada

coisa, no tempo certo, em um ambiente de mutação rápida, são necessários intensos

esforços de coordenação, na qual envolve o balanceamento, sincronização e integração

dos esforços onde todo o trabalho seja orientado para a direção certa. A coordenação é

compreendida por Stoner e Freeman (1999, p.237) como “o processo de integrar

objetivos e atividades de unidades de trabalho separadas (departamentos ou áreas

funcionais) com o objetivo de realizar com eficácia os objetivos da organização.” Para o

autor o grau de coordenação está relacionado com a natureza e os requisitos da

comunicação das tarefas executadas e do grau de interdependência entre as unidades

que as executam.

A coordenação, bem como o controle, é considerado como problemas

provenientes da complexidade ou diferenciação da organização. (HALL, 1984). Para o

autor os departamentos não variam somente com relação às tarefas especificas, mas

também quanto ao comportamento a aos pontos de vista de seus membros. Stoner e

Freeman (1999, p. 237) conceituam diferenciação como o “princípio segundo o qual as

diferenças nos estilos de trabalho, inclusive as de orientação e estrutura, podem

complicar a coordenação das atividades de uma organização”, além de revelar o grau de

diferença existente entre os componentes internos da organização, podendo estar

relacionados com a orientação do tempo, objetivos interpessoais e com a estrutura

formal. Lawrence e Lorsch (1973 apud MAXIMIANO, 2000, p. 334) complementam

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que “a diferenciação vai além da departamentalização e engloba atributos

comportamentais, como as diferenças na orientação (ou atitudes) dos gerentes.” Sendo

assim os gerentes podem dar destaque a tarefas ou pessoas. Entretanto devem assegurar

que os objetivos administrativos da organização sejam alcançados fazendo-se necessário

o controle.

Lacombe e Heilborn (2003, p. 173) definem controle como sendo “uma função

administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho de subordinados para

assegurar que os objetivos e metas da empresa sejam atingidos”, ou seja, o controle

reside na verificação de se a atividade controlada está ou não alcançando os resultados

desejados. (CHIAVENATO, 2000). Dessa forma o processo de controlar se torna

indispensável para a administração da organização, como forma de assegurar que os

processos realizados atinjam o objetivo. Chiavenato (2000, p. 346) complementa

“quanto mais completos, definidos e coordenados forem os planos e maior o período

para qual foram feitos, mais complexo será o controle.” Para tanto o controle consiste

em regular o trabalho, na qual pode ser realizado de diversas maneiras. Caravantes,

Panno e Kloeckner (2005, p. 389) apresenta três funções básicas:

Estabelecendo padrões de desempenho por antecipação;

Monitorando, em tempo real, o desempenho da organização;

Avaliando o desempenho como um todo ao final do processo.

Para o autor considerar essas funções, os resultados são realimentados para o

sistema de planejamento. Conforme Stoner e Freeman (1999, p. 440) o “controle

gerencial é o processo de garantir que as atividades realizadas se conformem ás

atividades planejadas.” Assim o controle começa no ponto em que termina o

planejamento. Uma vez completado o planejamento, a administração concentra-se no

processo de controlar. (MONTANA; CHARNOV, 1998). Controlando o gerente

verifica se o desempenho esta de acordo com o que foi planejado.

Frente a isso, serão apresentadas as variáveis que os autores consideram cruciais na

análise da pesquisa sobre a estrutura organizacional.

2.2.3. Variáveis Estruturais

As estruturas organizacionais podem variar de acordo com diversos elementos e

fatores tais como: tamanho, tarefas, centralização, descentralização, formalização,

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complexidade, dentre outros. Child (1973 apud SILVA, 2002, p. 173) “argumenta que

quanto mais burocratizadas, as organizações maiores desempenham melhor do que as

menos burocratizadas.”

Vasconcellos e Hemsley (1997, p. 6) abordam que “a estrutura de uma

organização deve estar em continua sintonia com a natureza da atividade e seu

ambiente.” Para os autores, as atividades repetitivas e ambiente estáveis podem

favorecer as chamadas estruturas tradicionais que possuem as seguintes características:

Alto nível de formalização;

Unidade de comando;

Especialização elevada;

Comunicação vertical;

Utilização de formas tradicionais de departamentalização.

Nesse contexto Stoner e Freeman (1999) aborda alguns elementos de uma

estrutura organizacional.

A especificação das tarefas (divisão do trabalho) e o agrupamento destas

tarefas em unidades de trabalho (departamentalização);

A padronização das tarefas, ou seja, a definição de procedimentos a serem

realizados para garantir a previsibilidade das tarefas;

A coordenação das atividades;

A centralização e descentralização de decisões, que se refere à localização

do poder de decisão;

O tamanho da unidade de trabalho, que se refere ao número de empregados

que compõem os grupos de trabalho.

Complementando Hall (1984) define como elementos organizacionais:

A centralização, que se refere à distribuição de poder na organização;

A formalização, onde as normas e procedimentos auxiliam nos processos

para lidar com as contingências enfrentadas pela organização. Para o autor, a

formalização tem por objetivo alcançar a previsibilidade de comportamento;

quando se acredita que os indivíduos sejam capazes de exercer um

julgamento e autocontrole, a formalização é baixa; do contrário será elevada;

E a complexidade, que se refere às unidades estruturais dentro das quais os

empregados podem ser categorizados. Pode expressar-se pela diferenciação

horizontal, diferenciação vertical e dispersão espacial.

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Quanto mais complexa for uma organização, ou seja, quanto maior a sua

diferenciação, maior será a necessidade de mecanismos de controle,

coordenação e comunicação, em função do próprio aumento do potencial de

dificuldade para efetuar a coordenação do trabalho dividido.

O tamanho da organização tem implicações obvias para o desenho da sua

estrutura. (SILVA, 2002). Para o autor em toda organização existe pouca necessidade de

uma estrutura formal, entretanto com o aumento do tamanho e da complexidade das

tarefas e atividades administrativas, a organização pode ser dividida em departamentos,

subunidades semi-autônomas, ou organizações de negócios de diferentes tipos de

atividades. Acompanhando os pensamentos dos autores abordados, as estruturas não são

centralizadas ou descentralizadas, formais ou informais, e sim, possuem graus de

centralização, complexidade, burocracias e formalização.

Diante do exposto, se faz necessário uma análise sobre a formalização dentro das

organizações.

2.2.3.1 Formalização

A formalização esta presente nas mais diversas organizações e em grande parte

delas, faz parte da estrutura organizacional e diz respeito a normas e regras. A

formalização para Chiavenato (2000, p. 210) “refere-se á existência de regras e

regulamentos para prescrever como, quando e por quem as tarefas serão executadas.” O

autor aborda ainda como o grau em que as regras e regulamentos são explicitamente

definidos, governando o comportamento dos participantes da empresa. Segundo Hall

(1984, p.79), “a formalização é um processo pelo qual a organização estabelece as

normas e procedimentos e os meios para assegurar que eles serão seguidos”. Pugh et al.

(1968 apud HALL, 1984 p.70) afirmam que a formalização diz respeito “a extensão em

que as regras, procedimentos, instruções e comunicações são escritas”. Quanto maior a

formalização, maior deverá ser as normas de conduta, de rotinas e procedimentos,

formulários, documentos para comprovar as atividades, métodos e processos.

(CHIAVENATO, 2000). Nesse contexto a formalização por regras é o planejamento e a

documentação dos procedimentos gerais e das regras para orientar todos os empregados

de uma organização, independe dos trabalhos e dos fluxos de trabalho em que cada

indivíduo está envolvido.

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Dessa forma afirma Mintzberg (1995, p.41), “as organizações formalizam o

comportamento para reduzir sua variabilidade, com a finalidade última de predizê-lo e

controlar”. A formalização envolve o controle sobre o indivíduo e além de ser um

elemento da estrutura organizacional tem um significado ético e político. (CLEGG;

DUKERLEY, 1980 apud HALL, 1984). O autor ainda complementa que quando os

empregados são capazes de exercer julgamento e autocontrole excelente a formalização

é baixa, todavia quando são incapazes de tomar decisões e precisam de muitas normas

para orientar seu comportamento a formalização é elevada. Chiavenato (2000, p. 210)

conclui que “quanto maior a formalização, mais a empresa se torna burocrática,

mecanicista, fechada, rotinizada, bem definida e programada.” Assim a formalização do

comportamento se torna mais comum no nível operacional da organização e no nível

estratégico o trabalho é menos programado. (MINTZBERG, 1995).

“A extensão das regras, normas e procedimentos podem variar”, segundo Hall

(2004, p. 61). O autor ainda apresenta o outro extremo, as organizações que não

possuem regras e procedimentos, desde que o trabalho seja executado. E conclui que a

formalização pode também capacitar os indivíduos e ou ser coerciva. Para o autor a

formalização pode variar entre máxima, mínima e medição da formalização. “Essa

variação ocorre em toda faixa de comportamento coberto pelas normas organizacionais

e também em termos de procedimentos.” (HALL 2004, p.62).

Chiavenato (2000, p. 210) argumenta que:

A formalização reduz a variabilidade humana, impõe rigidez e

obediência assegurando que as tarefas sejam realizadas como o previsto e descreve que a formalização pode ser feita por meio:

a) do cargo: ou seja, através de especificações relacionadas com o cargo em si;

a) do fluxo de trabalho: através de instruções e procedimentos detalhados de como executar as tarefas;

b) de regras e regulamentos: através de formalização de regras e procedimentos específicos, para todas as situações possíveis.

Hall (2004) traça relações entre a formalização e alguns outros elementos de

uma organização. Aborda que a centralização do poder requer regras e uma supervisão

rigorosa como meio de assegurar o desempenho, assim, a formalização e a

descentralização estão inversamente relacionados. Outra relação estabelecida pelo autor

é de que a formalização se relaciona negativamente com a adoção de novos programas

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adotados pela organização. Considerando a tecnologia como rotineira e não rotineira

persiste uma correlação elevada entre a rotinização e a formalização.

Hall (1984, p. 80) afirma que:

A formalização é necessária nas organizações. O grau de formalização é a variável a ser mantida sob exame constante como uma questão prática importante... este grau é uma variável fundamental para compreender tanto a organização quanto o comportamento e os pensamentos de seus membros.

“A formalização é uma característica importante, que define, as organizações,

pois o comportamento não é aleatório, em determinado grau é direcionado por algum

nível de formalização para uma meta.” (HALL 2004, p. 66). Como principal reação à

formalização o autor coloca que quanto maior for o grau de formalização da

organização maior será a probabilidade de alienação do trabalho. Acrescenta que a

formalização e profissionalização são incompatíveis, quanto maior a profissionalização

maior provavelmente será a alienação e o conflito proveniente da formalização. Isso se

deve principalmente pelo fato da formalização e da profissionalização terem

basicamente a mesma função, regularizar e organizar o comportamento dos

empregados. Conclui afirmando que a formalização varia dentro da organização e há

uma forte relação entre os elementos da estrutura organizacional, entre eles a

complexidade e a departamentalização.

2.2.3.2 Complexidade e departamentalização

Devido à complexidade da organização esta dependerá de um controle e

coordenação muito mais precisa, dessa forma iremos recorrer à literatura para apresentar

um pouco mais sobre o assunto.

As organizações complexas são caracterizadas pelo grau de complexidade na

estrutura e nos processos devido ao grande tamanho ou á natureza complicada das

operações (CHIAVENATO, 2000). Para o autor essas proporções maiores influenciam a

convergência dos esforços entre as partes componentes. Silva (2002, p. 171)

complementa no sentido de que “logo que as organizações crescem em tamanho, elas

têm que controlar e coordenar as atividades e o trabalho.” Para Hall (1984) a estrutura

organizacional recebe influencia do tamanho, da tecnologia, do ambiente e das decisões

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estratégicas. O fator tamanho é muito mais complexo que avaliar somente número de

pessoas em uma organização.

Em um contexto mais abrangente, Silva (2002, p. 62) aborda que “a

complexidade ambiental se refere ao número e relatividade dos elementos ambientais

que afetam a organização.” Para o autor sendo assim, a complexidade significa que a

organização deve obter mais informações sobre seu ambiente em geral e para enfrentar

as complexidades do ambiente, uma organização deve definir sua estrutura. No mesmo

contexto Hall (2004) argumenta que esses tipos de organizações devem estipular

normas para controlar e coordenar as atividades de modo semelhante a seus homólogos

mais complexos. O tamanho e a complexidade da organização são as primeiras

dimensões a atingir os funcionários (HALL, 1984). O autor acrescenta que as

organizações complexas contêm sub-partes dessa forma envolve uma diversidade de

componentes, principalmente coordenação e controle. Os três elementos da

complexidade mais comuns são colocados pelo autor como sendo: a diferenciação

horizontal, a diferenciação vertical ou hierárquica e a dispersão geográfica.

Segundo Hall (2004, p. 51) “a diferenciação horizontal refere-se ao modo como

as tarefas desempenhadas pela organização são subdividas.” Para o autor podem existir

duas maneiras pelas quais as tarefas podem ser subdividas, a primeira consiste em

atribuir á especialistas treinados uma faixa abrangente de tarefas para desempenhar. A

segunda é subdividir detalhadamente as tarefas de forma que pessoas não especializadas

possam executá-las. Maximiano (2000, p.267) complementa que “a divisão da tarefa

atribui impactos na estrutura organizacional dessa forma resultando em definir o sistema

de responsabilidade e definir as responsabilidades dos cargos e tarefas.”

A diferenciação Vertical ou hierárquica supõe que autoridade seja distribuída de

acordo com o nível na hierarquia, ou seja, quanto maior o nível, maior a autoridade.

(HALL, 2004). O autor complementa que embora seja uma suposição válida existem

situações que a proliferação dos níveis pode apresentar distinção na distribuição de

autoridades. As duas diferenciações apresentadas acarretam problemas, de

comunicação, coordenação e controle. Dessa forma Hall (2004, p. 53), acrescenta

“quanto maior a diferenciação, maior o potencial para dificuldades de controle,

coordenação e comunicação.”

A dispersão geográfica é o terceiro elemento apresentado por Hall (2004)

envolvido com a complexidade. Para o autor, pode ser uma forma de diferenciação

Horizontal ou Vertical, ou seja, o pessoal e as atividades podem estar dispersos

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geograficamente separados pelos centros de poder e das tarefas (HALL, 2004). Vários

autores abordam o desenho organizacional como forma de auxiliar as organizações

complexas. A maioria das estruturas organizacionais é muito complexa para ser

transmitida verbalmente. Por este motivo os administradores costumam desenhar um

organograma (STONER; FREEMAN, 1999). Partindo das mesmas reflexões para

compreender o tema em estudo, a estrutura organizacional deve ser delineada e

desenhada de acordo com o tamanho, objetivos e estratégias estabelecidos, ou seja, a

estrutura organizacional é um elemento básico para alcançar as situações desejadas pela

empresa, é o instrumento básico para concretização do processo organizacional.

Reforça-se ilustrando em argumentação que o desenho organizacional retrata a

configuração estrutural da empresa e o seu funcionamento, apresentando quatro

requisitos do desenho organizacional. (CHIAVENATO, 2000).

Figura 1 – Os quatros requisitos fundamentais no desenho organizacional Fonte: Chiavenato (2000, p. 208)

Conforme Faria (2002, p. 96) “a organização pode ser estruturadas seguindo

uma especialização Vertical (maior número de níveis hierárquicos) ou especialização

Horizontal (maior número de órgãos: departamentalização).” O autor considera a

departamentalização como sendo um dos principais aspectos da eficiência

organizacional.

Neste contexto a departamentalização é defendida por diversos autores como

essencial para compreender a estrutura organizacional. Para algumas empresas a

departamentalização e ou departamento é aplicado sem precisão; em outras

especialmente nas maiores, indica relações hierárquicas (KONTZ; O’DONNEL, 1974).

Robbins (2003, p. 173) define que “a base nas quais os cargos são agrupados é

chamado de departamentalização.” Para o autor uma vez que os cargos tenham sido

divididos é preciso agrupá-los de forma que as tarefas comuns possam ser coordenadas.

Estrutura básica Diferenciação

Mecanismos de Operação Regras e Regulamento

Mecanismos de decisão Hierarquia de Autoridade

Mecanismos de coordenação Integração

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Nesse mesmo contexto Stoner e Freeman (1999, p. 230) definem

departamentalização como sendo o “agrupamento, em departamentos, de atividades de

trabalho que sejam semelhantes ou logicamente conectados.” Dessa forma, o

agrupamento é realizado de acordo com um critério específico de homogeneidade, das

atividades e correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais entre outros), em

unidades organizacionais. (OLIVEIRA, 1997).

A departamentalização envolve duas perspectivas distintas de acordo com Cury

(1994), do geral para o particular e do particular para o geral. O autor compreende que

no primeiro caso corresponde á divisão do trabalho segundo as especializações

existentes e no segundo como agrupamento de atividades homogêneas. As duas se

caracterizam como perspectivas complementares, porém relevantes. Partindo das duas

perspectivas Cury (1994, p. 192) define “departamentalização como processo de

institucionalização de unidades organizacionais quaisquer (departamentos, divisões,

seções, etc.).” Sendo pela divisão do trabalho em geral e ou do agrupamento de

atividades homogêneas. Dessa forma, departamentalizar é descentralizar as atividades,

agrupando-as de forma lógica e racional, permitindo obter uma funcionalidade que leve

ao melhor resultado (FARIA, 2002). No processo de departamentalização existem

alguns fatores relevantes que deve ser levado em consideração, Faria (2002, p. 89)

argumenta que esses fatores permitem que o processo seja mais coerente e racional e, os

cita:

Importância das atividades: levando em conta o serviço e ou produto final;

A especialização: aproveitar a habilitação e a capacidade dos empregados;

A coordenação: observar a facilidade de coordenação; O controle: facilitar o processo de controle; Os custos de a estrutura ser montada.

Nesse contexto vários autores abordam critérios e ou tipos de departamentalizar

suas atividades. Oliveira (1997, p. 120) compreende que a departamentalização

funcional “as atividades são agrupadas de acordo com as funções da empresa”, ou seja,

a departamentalização funcional agrupa funções comuns ou atividades semelhantes.

Agrupar por função considera aspectos como: conhecimento, habilidade, processo de

trabalho ou função de trabalho. Esse tipo de agrupamento carece de um mecanismo

estabelecido para a coordenação do fluxo de trabalho além de ser mais burocratizado

principalmente onde o trabalho não exige habilidade (MINTZBERG, 1995).

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A departamentalização funcional pode apresentar vantagens como: maior

estabilidade, segurança, especialização do trabalho, maior concentração. Entretanto as

desvantagens também estão presentes na departamentalização funcional, a insegurança

das pessoas, a comunicação geralmente deficiente, baixa adaptabilidade, visão parcial

da empresa (OLIVEIRA, 1997).

O critério para o agrupamento em departamentos nos níveis superiores talvez

devesse ir além da base da função (CURY, 1994). Para o autor as empresas altamente

diversificadas, a base passa a ser o produto e ou serviços. Esse tipo de

departamentalização pode minimizar os problemas de coordenação associados em

departamentos funcionais. Conforme Oliveira (1997, p. 125) a departamentalização por

produtos ou serviços “o agrupamento é feito de acordo com as atividades inerentes a

cada um dos produtos ou serviços da empresa.” Cada unidade de trabalho,

conseqüentemente, tem responsabilidade e autoridade sobre um grupo ou a totalidade

das operações relativas a um produto ou serviço. (MAXIMIANO, 2000). Para o autor o

critério por produto ou serviço pode ser usado em qualquer organização, tanto nas

industriais quanto nas comerciais, para especializar o processo de fornecimento de

serviços. As principais vantagens desse tipo de departamentalização é facilitar a

coordenação dos resultados esperado de cada grupo; propicia a alocação de capital

especializado; facilita a utilização máxima da capacitação dos recursos; fixa a

responsabilidade dos departamentos; permite maior flexibilidade. (OLIVEIRA, 1997).

Em contrapartida Cury (1994, p. 217) apresenta as desvantagens desse tipo de

departamentalização, para o autor “pode levar a uma instabilidade nas estruturas de

organização.” Dessa forma criando uma situação em que os gerentes de produtos ou

serviços se tornam muito poderosos, assim desestabilizando a estrutura (OLIVEIRA,

1997).

Outro tipo de departamentalização abordado pelos autores é a

departamentalização por processos. Para Oliveira (1997, p. 127) na departamentalização

por processo “as atividades são agrupadas de acordo com as etapas de um processo.”

Para o autor é a maneira pela qual são executadas as atividades ou processos

para o propósito de um objetivo. Nos órgãos estruturados de acordo com esse critério,

concentram-se todos os profissionais de determinada especialidade. (FARIA, 2002). As

vantagens abordadas nesse tipo de departamentalização, por Oliveira (1997, p. 128) é

“maior especialização de recursos alocados; e possibilidade de comunicação mais rápida

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de informações técnicas”. O autor apresenta como desvantagem a possibilidade de perda

da visão global dos processos e a flexibilidade para os ajustes no processo.

Conforme Oliveira (1997, p. 135) um dos tipos de departamentalização mais

freqüente é a mista “pois cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte a

sua realidade organizacional”. Para analisar de uma forma mais abrangente sobre

departamentalização é comum a análise do organograma, pois permite visualizar de uma

forma mais precisa todas as unidades da organização. O organograma representa uma

divisão de trabalho, e o modo como as tarefas são departamentalizadas, ou seja,

organizadas em níveis que representam a hierarquia da administração. É um meio

menos complexo, de se compreender os elementos da estrutura organizacional.

(STONER; FREEMAN, 1999).

Stoner e Freeman (1999, p. 231), corroboram a idéia que o organograma é o

“diagrama da estrutura de uma organização, mostrando as funções, os departamentos ou

as posições na organização, e como estes elementos se relacionam.” A observação de

um organograma permite identificar o alcance da gerência ou o alcance de controle,

“número de subordinados que reporta diretamente a um dado administrador.” O

organograma, apesar de não mostrar os relacionamentos informais, pode representar um

retrato fiel da divisão de trabalho exibindo: as posições existentes na organização, como

estão agrupadas em unidades e como a autoridade formal flui entre elas.

(MITZENBERG, 1995).

Existem vários tipos de organogramas, simples, sofisticados e complexos. De

acordo com Cury (1994, p. 230) o conceito de organograma é “como a representação

gráfica e abreviada da estrutura da organização.” Para o autor a finalidade do

organograma é representar os órgãos componentes da empresa, de forma genérica as

funções desenvolvidas pelos órgãos e a interdependência entre eles, os níveis

administrativos que compõe a organização e a via hierárquica. Dessa forma, feito o

reconhecimento da departamentalização, faz-se necessário o reconhecimento dos

processos e tarefas na qual são desempenhados, bem como abranger o grau das decisões

e onde estão concentradas. Para melhor compreensão, as seguir será explanado o

conceito de centralização.

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2.2.3.3 Centralização

A distribuição de poder dentro das organizações se faz presente em quase todas

as definições de centralização abordada pelos autores. Hampton (1992, p. 325)

compreende “quando eles concentram a autoridade e as decisões no topo da organização

esse processo chama-se centralização.” Dessa forma a reserva de autoridade esta nos

pontos centrais da organização.

Lacombe e Heilborn (2003, p.377) definem “centralização significa que a

maioria das decisões relativas ao trabalho que esta sendo executado não é tomada por

aqueles que o executam, mas em um ponto mais alto da organização.” A centralização

implica em agrupar as decisões no topo da organização, com pouca ou nenhuma

delegação para o nível intermediário, ou seja, todas as decisões devem ser levadas

hierarquia acima (CHIAVENATO, 2000).

Para Van de Ven e Ferry (1980 apud HALL, 2004, p.71) centralização é o:

[...] lugar onde se situa a autoridade que toma as decisões em uma organização. Quando a maioria das decisões é tomada hierarquicamente, uma unidade organizacional é considerada centralizada; uma unidade descentralizada geralmente implica que a principal fonte de tomada de decisões foi delegada por gerentes de linha a pessoal subordinado.

Entretanto a centralização não é somente uma questão de quem toma as

decisões, quando as decisões forem programadas por políticas organizacionais, e os

cargos inferiores estiverem tomando muitas decisões por meio dessas políticas, ainda

assim permanecerá um alto grau de centralização (HALL, 2004). Para o autor quanto

maior a participação de um número maior de empregados ou grupos numa organização

menor será a centralização. Stoner e Freeman (1999, p. 267) definem centralização

como sendo “o grau em que a autoridade é concentrada no topo da organização” e

descentralização como “a delegação de poder e autoridade dos níveis mais altos para os

mais baixos da organização, freqüentemente conseguida através da criação de pequenas

unidades organizacionais independentes.”

Para Mintzberg (1995, p. 102), centralização é “quando todo o poder para a

tomada de decisões resta em um só local da organização – no final das contas nas mãos

de uma pessoa” é também “o meio mais cerrado de, nas organizações, coordenar a

tomada de decisão.” Interpreta a descentralização como a “proporção em que o poder

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fica disperso entre muitas pessoas”. Coloca também que a centralização e a

descentralização devem ser trabalhadas como um contínuo. Chiavenato (2000, p. 211)

complementa “quanto maior a descentralização, mais a autoridade é delegada e

distribuída nos níveis mais baixos da hierarquia.” Assim a execução das tarefas sejam

mais apropriada ás características e as necessidades dos clientes. O autor apresenta três

características fundamentais da descentralização: todas as pessoas envolvidas devem ter

um conhecimento claro e uniforme da missão e das estratégias; a capacitação

profissional das pessoas na qual possam diagnosticar as situações e tomar as decisões

certas; e a motivação pessoal para envolver-se nos objetivos organizacionais.

Hampton (1992, p. 325) acrescenta “sob as condições mais instáveis, a

autoridade pode subir e descer pelos níveis, como se fosse um ioiô.” Para o autor as

condições mudam de acordo com as organizações. O autor ilustra a centralização e a

descentralização da autoridade na hierarquia.

Níveis

Organizacionais

Centralização Descentralização

Figura 4 – A centralização e descentralização da autoridade na hierarquia Fonte: Hampton (1992, p. 326)

A descentralização pode ser compreendia como a delegação de poder e

autoridade do centro da cúpula para o nível mais baixo, freqüentemente conseguida

através da criação de pequenas unidades organizacionais independentes. E a

centralização como o grau de autoridade concentrado no topo da organização.

(STONER; FREEMAN, 1999).

Autoridade

Autoridade

Autoridade

Autoridade

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“Na descentralização o poder e o controle são sistematicamente delegados a

níveis mais baixos, e na centralização o poder e controle são sistematicamente mantidos

no topo da organização” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER., 2005, p. 476).

Para os autores a descentralização ocorre quando o ambiente é complexo e incerto, ao

contrario a centralização é praticada quando o ambiente é mais estável. Parte da

descentralização ocorre para acelerar a tomada de decisões, enquanto a outra parte

garante que possam resolver rapidamente. Nesse contexto Robbins (2003, p. 176)

complementa que “uma organização caracterizada por centralização é um fenômeno

estrutural essencialmente diferente de uma organização descentralizada.”E acrescenta

que os gerentes de nível inferior estão próximos da ação e tem mais conhecimento do

que os altos gerentes.

Lacombe e Heilborn (2003, p. 378) esclarecem que “não se deve confundir

descentralização com delegação.” Para os autores descentralizar implica delegar ao

longo da cadeia hierárquica e para manter o certo equilíbrio as organizações devem

estar atentas às vantagens e desvantagens na centralização e descentralização. Cada

organização remete-se a um ponto ideal de centralização de acordo com a sua

complexidade, tamanho, variedade.

Vantagens da descentralização Riscos da Descentralização

Liberar a direção superior de grande quantidade de pormenores; Resolver problemas específicos com maior rapidez (pequenas decisões junto ao local de execução onde se encontram as informações para isto); Estimular – a iniciativa – o sendo de responsabilidade – a motivação – a identificação com a organização; Proporcionar – treinamento prático – oportunidade de avaliação – comunicação com as demais áreas e aumento da visão de conjunto.

Decisões erradas por: Falta de visão de conjunto ou de informação sobre outras áreas; Falta de competência; Falta de identificação com a organização; Incoerência com outras decisões tomadas por outras pessoas; Falta de compromisso com as conseqüências.

Figura 5 – Os principais riscos e vantagens da descentralização Fonte: Lacombe e Heilborn (2003, p. 378-379)

Existem casos em determinadas organizações que convém centralizar, o mais

comum são pequenas empresas com estrutura menores onde é inevitável centralizar para

viabilizar os custos. Ao enfrentar eventualidades o pessoal de nível intermediário

costuma ficar pedido com relação a que medidas tomar, e o principal executivo deve

centralizar as decisões e indicar claramente o que se espera de cada um. Quando

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diversas áreas da organização agem por conta própria e em rumos diferentes, é

necessário o esforço de integração e para isto é necessário assegurar coerência e é

preciso uma centralização (LACOMBE; HEILBORN, 2003).

Algumas relações entre a centralização e diferentes elementos organizacionais

são estabelecidas. Quanto ao tamanho o resultado final do aumento do tamanho é a

maior delegação ou descentralização, sendo que a delegação é reduzida quando os

empregados são especializados. Verifica-se uma dificuldade em controlar grandes

organizações a partir do topo, portanto a delegação é inevitável. Quanto à tecnologia é

colocado que o trabalho pode ser delegado mantendo o controle no topo da organização

ou pode ser delegado bem como seu controle, o autor conclui que o trabalho delegado

que tem o controle mantido é rotineiro em termos de sua tecnologia. Outra atenção é

dispensada para o fato de que a participação dos empregados da organização não

necessariamente corresponde a uma delegação de poder. Se a decisão final permanece

na mão dos superiores pouco poder está sendo delegado e a participação pode ser

considerada apenas como consulta. Apesar de contribuir para a tomada de decisão não

há descentralização ou delegação de poder a menos que contribua para a decisão final

(HALL, 2004). A vantagem da descentralização é que a organização passa a utilizar

todos os cérebros envolvidos acrescenta (CHIAVENATO, 2000). O autor ainda nos

apresenta a vantagem e desvantagens da centralização.

Vantagens da Centralização Desvantagens da Centralização

As decisões são tomadas por administradores que têm uma visão global da empresa; Tomadores de decisão situados no topo e geralmente melhor treinados e preparados do que os que estão nos níveis mais baixos; Eliminação dos esforços duplicados reduz os custos operacionais; Certas funções – como empresa-, quando centralizadas, provocam maior especialização e aumento de habilidades. Decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais.

As decisões são tomadas por administradores que estão mais próximos dos fatos; Tomadores de decisão situados no topo raramente têm contato com os trabalhadores e com as situações envolvidas; As linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras prolongadas; Administradores nos níveis mais baixos são frustrados porque estão fora do processo decisorial; Pelo envolvimento de muitas pessoas nas comunicações, há mais possibilidades de erro e de distorções pessoais.

Figura 6 – As vantagens e desvantagens da centralização Fonte: Chiavenato (2000, p. 212)

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A centralização e a descentralização é mais bem encarado a partir de uma

perspectiva de incerteza que estuda as funções e os departamentos, ou seja, para uma

determinada empresa em determinada época, certas funções podem ser centralizadas e

outras ficam descentralizadas. A decisão pode ser tomada pela assimilação dos fatos

específicos e pensando nas vantagens e desvantagens. (HAMPTON, 1992). Dessa forma

as organizações podem adotar a centralização quando lhe for cabível, ou a

descentralização. Para Hall (1984, p.89), “a centralização elevada implica a

pressuposição de que os membros precisam de um controle estrito seja de quem for; a

baixa formalização sugere que os membros podem dirigir a si próprios”. Os gestores

devem analisar e definir em que momento as decisões devem ser centralizadas ou não,

certificando que a centralização não deve engessar os processos e da mesma forma, ao

descentralizar assegurar que não proporcionará um desvio de informações e a falta de

comprometimento. Diante do exposto teórico, é percebida a intensidade de discussão teórica sobre o tema

apontado, mas cabe ressaltar a complexidade entre os autores em sua proposta sobre o

conceitual.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Com o intuito de atingir os objetivos propostos neste trabalho, alguns

procedimentos metodológicos foram estabelecidos, dessa forma foram abordados

métodos no auxílio à compreensão do estudo realizado. Gil (1999, p. 27) “define

método como caminho para se chegar a determinado fim”, ou seja, a trajetória para se

chegar a um determinado objetivo. Para Ferrari (1982), na ciência, o método constitui o

principal instrumento que ordena o pensamento em sistemas além de descrever de modo

ordenado a forma de proceder do pesquisador ao longo de um percurso para alcançar

um objetivo pré-estabelecido.

Salomon (1977) corrobora a idéia da metodologia como uma ciência auxiliar

designada a estudar o processo e a produção científica, a indicar as técnicas para os

pesquisadores e a promover os elementos de análise crítica das descobertas e das

comunicações no campo científico. “A metodologia deve explicar não apenas os

produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas

exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes de

fecundidade na produção de resultados.” (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE,

1977, p. 29).

Nesse sentido, as referências teóricas abordadas anteriormente orientou os

procedimentos metodológicos que foram adotados na coleta e na análise dos dados.

Frente a isto, será apresentado os procedimentos metodológicos adotados:

caracterização da pesquisa, sujeitos da pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta

de dados e o tratamento da análise dos dados.

3.1 Caracterização da pesquisa

A pesquisa se faz em caráter teórico empírico e caracteriza-se como descritiva,

com abordagem qualitativa tendo como delineamento como sendo um estudo de caso,

Gil (1999, p. 59) “descreve que o estudo de caso serve para pesquisar acontecimentos

em todas as áreas do conhecimento.” O autor complementa ainda que a pesquisa do tipo

descritiva tem como objetivo a descrição das características de determinada população

ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Para Cervo e Bervian

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(1983), a pesquisa é descritiva, uma vez que se propõe a descobrir e descrever

características, propriedades e relações existentes entre os elementos componentes na

situação pesquisada.

Quanto à abordagem do problema as pesquisas científicas podem assumir uma

perspectiva quantitativa e qualitativa. A pesquisa aqui abordada será

predominantemente qualitativa, onde a pesquisa pode ser caracterizada como a tentativa

de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais

apresentadas pelos entrevistados, em um lugar do ambiente, ou comportamentos

RICHARDSON (1999). Algumas situações são colocadas pelo autor em que estudos

qualitativos são imprescindíveis, onde envolvem o entendimento de aspectos

psicológicos; e também, situações em que as observações podem ser usadas como

indicadores do funcionamento de uma estrutura social.

Oliveira (1997, p. 117) corrobora a idéia que a pesquisa qualitativa tem como

objetivo principal situações complexas ou particulares, ou seja:

[...] compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opinião de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Este tipo de pesquisa permitiu, portanto, que fossem analisados, descritos e

interpretados os dados coletados, considerando-se seus efeitos no ambiente

organizacional estudado.

3.2 Sujeitos participantes

Nesse estudo, consideraram-se como sujeitos participantes da pesquisa, os

funcionários da empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – ME, onde os sujeitos da

pesquisa são caracterizados como população, na qual Richardson (1999, p. 157)

corrobora a idéia de que a “população pode ser um conjunto de indivíduos que

trabalham em um mesmo lugar.” Gil (2002, p. 98) complementa “devem ser

consideradas as características que são relevantes para a clara e precisa definição da

população.” Para Lakatos e Marconi (1991, p. 223), “população é o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum” e

amostra “uma porção ou parcela, conveniente selecionada do universo (população).”

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A população da empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – ME é composta

por 30 funcionários, e a amostra deste estudo compreende 10 (dez) funcionários

envolvidos diretamente no processo da estrutura organizacional da empresa

pertencentes aos níveis de gerência, chefia e operacional. Nesse sentido, foi utilizada a

amostra intencional por tipicidade, sendo os funcionários de diferentes áreas da

empresa. Desse modo, acredita-se ser possível maior conhecimento em torno da

estrutura organizacional. Os funcionários terceirizados não serão considerados como

sujeitos participantes.

3.3 Procedimentos de coleta de dados

Com base no contexto dos participantes, foram utilizados nesta pesquisa dados

primários e secundários. Devido à pesquisa ser de caráter predominantemente

qualitativa utilizou-se o questionário como principal instrumento de coleta de dados e

para dados secundários consultas em fontes documentais.

Na coleta dos dados secundários, foram realizadas pesquisas através de consulta

em revistas, material eletrônico, e documentos organizacionais como relatórios,

correspondências, livros e a observação direta. A coleta desses dados é utilizada com o

objetivo de conseguir ampliar as informações e ou conhecimento acerca da estrutura e

padronização da organização. Gil (1999) compreende os materiais que não receberam

ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os

objetivos da pesquisa, sendo estes dados diversificados e dispersos.

A fonte de dados primários, ou dados que não receberam tratamento analítico, são

aqueles coletados pela primeira vez pelo pesquisador para a solução do problema

podendo ser coletados mediante entrevista, questionários e observação, por exemplo.

Para os dados primários foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, em que Roesch

(1996) coloca que em entrevistas semi-estruturadas são adotadas questões abertas que

permitem ao pesquisador compreender as perspectivas dos participantes da pesquisa.

Marconi e Lakatos (1991) complementam ainda que o entrevistador tem a liberdade de

desenvolver cada situação em direções que considere adequada. O método de obtenção

de dados primários foi à comunicação, que segundo Mattar (1997) consiste no

questionamento, verbal ou escrito, dos respondentes para a obtenção do dado desejado,

que pode ser fornecido por declaração verbal ou escrita. O método da comunicação

quanto à forma de aplicação compreende entrevistas e questionários.

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Para o estudo deste trabalho, foi realizado a entrevista com o gestor, onde se

obteve informações relevantes para o entendimento sobre a organização, utilizou-se

também o questionário na qual o mesmo foi aplicado na empresa Outplan Marketing

Interativo Ltda – ME, atingindo uma amostra de 10 (dez) funcionários. Tal instrumento

foi constituído de forma clara e objetiva atendendo os níveis estratégicos da

organização, que e composto pelos diretores da empresa, nível intermediário - composto

pelos gerentes e supervisores e nível executantes e ou operacionais. Tal divisão tem o

intuito de proporcionar uma análise mais detalhada da estrutura organizacional da

Outplan Marketing Interativo Ltda - ME e a padronização dos funcionários.

O conteúdo do questionário levou em consideração as pretensões do estudo de

caso, e foi elaborado com perguntas relacionadas a cada uma das três ferramentas

escolhidas como objeto de estudo: Complexidade, Formalização e Centralização, na

qual as respostas possam fornecer informações para auxiliar uma análise respondendo

as questões propostas na perguntas de pesquisa. O questionário, que encontra-se no

apêndice A possui duas páginas onde são citados os objetivos da pesquisa, e o

procedimento de distribuição possibilitou que a amostra fosse composta pelos

representantes de três níveis da empresa, de forma que as respostas auxiliem o processo

de análise. O questionário foi desenvolvido de forma a atender aos objetivos

específicos, sua estrutura baseou-se no estudo de caso e no cotidiano da empresa. Após

elaborado o questionário foi enviado aos 10 (dez) respondentes por e-mail no mês de

setembro/2009, na qual os respondentes informaram para todas as perguntas, sua

percepção sobre cada questão.

3.4 Tratamento e análise dos dados

Posterior a coleta de informações obtidas com o uso das técnicas de coleta de

dados fez-se necessário uma organização do trabalho de forma a compreender melhor a

Outplan Marketing Interativo Ltda – ME. Nesse contexto o tratamento da análise de

dados, foi realizar a análise documental e categorial. Após o encerramento do período

de coleta de dados, os questionários foram armazenados em uma pasta, e posterior as

respostas foram agrupadas por tema, e seus respectivos respondentes, afim de que

pudessem ser realizadas as devidas análises.

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De acordo com Richardson (1999), a análise documental teve seu embasamento

na necessidade de se obter uma comunicação escrita, onde permitisse que a observação

de um fato em diversos tipos de documentos sem perder a confiabilidade das

informações da primeira observação. Para as autoras Marconi e Lakatos (1999, p. 37),

“a elaboração da análise é realizada em três níveis: Interpretação; Explicação;

Especificação.” Tem por objetivo reduzir grandes quantidades de dados brutos para uma

forma interpretável e mensurável. O processo de análise de dados é definido, por

Kerlinger (1980, p. 353), como “a categorização, ordenação, manipulação e

sumarização de dados”. Tem por objetivo reduzir grandes quantidades de dados brutos

para uma forma interpretável e mensurável. As características das situações,

acontecimentos e de pessoas devem ser descritas sucintamente de forma que as relações

entre as categorias de análise sejam estudadas e interpretadas. Em seguida, as

informações transcritas foram lidas e organizadas segundo as categorias de análise de

modo a facilitar a posterior análise. As transcrições foram impressas agilizando com

isso a consulta e receberam uma segunda leitura. A análise foi desenvolvida com base

nas transcrições e nos documentos, sempre que relacionado, e organizado pelas três (3)

categorias pré-definidas, formalização, complexidade e centralização. Por fim, a análise

foi correlacionada com a base teórica de sustentação. Dessa maneira, o estudo desse

trabalho foi desenvolvido.

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4 Resultados do Estudo

Nos capítulos a seguir será apresentado os resultados referente á análise da

estrutura organizacional e padronização dos funcionários da empresa Outplan

Marketing Interativo Ltda – ME. Para a apresentação dos resultados foram investigados

o grau de centralização, o grau de formalização, e o grau de complexidade dos

funcionários de diferentes níveis, da empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – ME.

Dessa forma, para explanar melhor a apresentação dos dados, foram abordadas

características relevantes no contexto da organização estudada.

4.1 Outplan Marketing Interativo Ltda – ME

Para melhor compreensão da organização estudada, fez-se necessário resgatar

seu histórico e estado atual com base nas informações obtidas através dos documentos

institucionais disponibilizados, nas observações in loco, consultas em periódicos e nas

entrevistas, a empresa Outplan Marketing Interativo Ltda – ME – Tecnologia Web é

focada em negócios sendo a primeira empresa especializada e-business no estado de

Santa Catarina.

Conforme dados obtidos a mesma foi fundada em 1996 localizada em São

Jose/SC, tendo como ramos de atividade, trabalhar em soluções no mundo dos negócios

digitais, utilizando tecnologia de ponta agregada com os melhores profissionais do

mercado. Com uma linha completa de Softwares para e-business, e-commerce

(Middleware) e sempre em sintonia com as novidades do mercado, buscando soluções

práticas, formando um verdadeiro canal de negócios.

Em 2001 surge o Futebolcard, negócio que atua na área de e-commerce no

segmento esportivo por meio do portal FutebolCard - um site de vendas de ingressos

para partidas de futebol através do cartão de credito visa e no segmento de

entretenimento – um site de vendas de ingressos para eventos, shows, etc. É nesse

contexto organizacional e operacional, que esta sendo realizada a análise desse estudo.

De acordo com a entrevista realizada com os dois sócios diretores, a empresa

veio a nascer através de um sonho, ou seja, uma iniciativa através de um projeto

inovador, vender ingressos através do cartão de crédito. Os mesmos colocaram em

prática o seu projeto empreendedor formando assim o FutebolCard. Os diretores nos

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relatam que o FutebolCard com o sistema utilizado facilitou o acesso aos estádios,

apenas o cartão de crédito, ou seja, “um sistema que permitisse aos torcedores ir ao

estádio para assistir jogos de futebol sem enfrentar filas, cambistas, e eventuais

problemas de ordem pública.

A idéia foi o ponto de partida para um negócio promissor e através das

articulações dos seus diretores a Outplan Marketing Interativo Ltda - ME, buscou

parceria com a maior empresa de cartões de crédito - Visa. Esta parceria foi importante

para o sucesso desta empreitada

Toda esta trajetória de parceria iniciada em meados de 2006, a Outplan,

Futebolcard e visa, negociaram com o primeiro estádio para implantar o sistema piloto.

O estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, sediou a partida Figueirense X Vasco em

dezembro de 2006, vendendo ingressos pelo portal www.futebolcard.com.br, na qual

atua até os dias de hoje. O sistema opera de forma simples. O torcedor realiza o cadastro

no portal, escolhe a partida que deseja assistir, as cadeiras e realiza o processo de

pagamento com o cartão de crédito Visa. No dia do jogo, basta passar o cartão na

catraca desenvolvida especialmente para o Futebolcard, a mesma libera o acesso do

torcedor, imprime um comprovante.

A partir de então o projeto cresceu e desenvolveu-se, criando uma estrutura

própria e diferenciada. Além de toda tecnologia desenvolvida, agregou um espaço

diferenciado aos torcedores. O Futebolcard hoje atua nos estádios, Orlando Scarpelli

(SC) – Figueirense; Ressacada (SC) – Avaí; Palestra Itália (SP) – Palmeiras; João

Havelange (RJ) – Botafogo; Vila Belmiro (SP) – Santos e Morumbi – São Paulo (SP),

além de outros estádios que estão em negociação avançada para implementar o sistema.

Os usuários do Futebolcard no eixo Rio e São Paulo, já contam com uma

estrutura nos estádios, onde seus clientes usufruem um espaço moderno e diferenciado,

que conta com lounge de acesso, grama sintética, banheiros exclusivos, lanchonetes,

lojas de conveniências e televisores de plasma para acompanhar as outras partidas de

futebol que ocorrem simultaneamente. A inovação e a grande vantagem esta na ausência

do ingresso físico para as compras feitas pela internet.

Outras demandas surgiram para o Futebolcard após sua concretização no

mercado de vendas de ingressos pela internet, como a realização das vendas de

ingressos para a Copa do Mundo de Futsal FIFA Brasil 2008, Daí para frente o

Futebolcard não parou, em 2009 atuou nas vendas de ingressos dos jogos da Seleção

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Brasileira de Futebol - pelo amistoso da Copa do Mundo 2010, ocorridos no estádio de

Pituaçu – Bahia e Morenao – Campo Grande, sendo sucesso absoluto em vendas.

Com o Futebolcard concretizado e solidificado no mercado, o setor de eventos e

espetáculos é o mais recente mercado conquistado pelo Futebolcard, nos relata o diretor

administrativo que adotou para esse setor a marca Moke. Através do portal

www.moke.com.br, os clientes compram ingressos para shows, rodeios, e eventos em

geral - como o Mundial de MotoCross Honda GP – ocorrido em Canelinha/SC no

segundo semestre de 2009 – as vendas para o Mundial foi um sucesso, por meio da

tecnologia, segurança, comodidade do Moke vendemos para o mundo todo como Itália,

Argentina e Estados Unidos relata o diretor Rodrigo.

Em suas atividades internas, em 2008 a Outplan Marketing Interativo Ltda - ME

contava em seu quadro funcional 15 funcionários, com a expansão do negócio o

Futebolcard hoje emprega 30 funcionários efetivos e 150 colaboradores terceirizados

desde mão-de-obra, especializada ou até trabalhos com certa simplicidade, atuando na

gestão e processos de vendas através do site bem como in loco nos acessos aos estádios

e eventos.

A Outplan Marketing Interativo Ltda – ME, esta em ascensão no mercado

tecnológico em que atua, conseqüentemente amplia em sua estrutura interna a

necessidade de novos profissionais e cria uma necessidade de reestruturação. Nesse

contexto, criou-se uma necessidade por parte da pesquisadora analisar a estrutura

organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda – ME por meio do estudo de caso.

Para o desenvolvimento do sistema que opera a venda dos ingressos, e a gestão

dos processos, a Outplan Marketing Interativo Ltda – ME conta com colaboradores

atuando em diversas áreas da empresa sendo as áreas de TI, computação, design,

administrativa, financeira, Comercial, Operacional entre outras.

4.2 Estrutura organizacional da Outplan Marketing Interativo Ltda – ME

De acordo com os procedimentos metodológicos definidos para o estudo, as

categorias de análise foram agrupadas em quatro dimensões: estrutura organizacional,

formalização, centralização e complexidade.

Tendo como base às observações, a análise documental, as entrevistas semi-

estruturadas, e o questionário apresenta-se a seguir a estrutura organizacional da

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Outplan Marketing Interativo Ltda - ME e a análise da realidade da empresa. A

apresentação e a avaliação desenvolvida a seguir será orientada conforme as categorias

de análise.

Com relação aos meios de agrupamento ou departamentalização, forma como os

empregados são agrupados nas unidades encontradas na Outplan, faz-se necessário

descrever detalhadamente os departamentos individualmente ou por aspectos em

comum entre eles. A Outplan Marketing Interativo Ltda – ME conta atualmente com 30

colaboradores efetivos que estão distribuídos nos âmbitos da organização: diretoria

executiva, diretoria administrativa, diretoria comercial, gerente de desenvolvimento,

gerencia operacional, gerencia de qualidade, gerente financeiro, gerencia comercial,

auxiliar financeiro, consultores regionais, lideres OBC, OS, Futebolcard e TI, analistas,

atendimento ao consumidor, equipe de implantação, equipe de operação.

Dos 30 funcionários da Outplan, 21 estão diretamente ligados ao Futebolcard e

Moke. Nesse contexto 21 funcionários estão em operação, destes 11 operam

internamente nos processos de desenvolvimento, gerenciamento, criação e finalização

das vendas, e externamente 07 funcionários in loco no processo de operação e

supervisão nos estádios e em eventos. Para a gestão das operações in loco, também são

utilizadas mãos-de-obra terceirizadas, bem como a assessoria de imprensa, marketing

esportivo, obras civis, limpeza, atendimento e seguranças.

Figura 7 – Organograma Outplan Marketing Interativo

Fonte: Documentos da Organização, 2009

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4.2.1. Formalização

A formalização refere-se ao grau de normas, regras e regulamentos e como elas

estão sendo colocadas e descritas na organização. Pugh et al. (1968 apud HALL, 1984

p.70) afirmam que a formalização diz respeito “a extensão em que as regras,

procedimentos, instruções e comunicações são escritas.” Observou-se por meio da

analise que a organização apresenta um grau de formalização variado ou misto, isto é,

determinados setores e processos possuem formalização, enquanto outros são

formalizados em um baixo grau ou não são formalizados. Para esta análise abordou-se o

grau extensão baseada em três meios, na qual Chiavenato (2000, p. 210) descreve:

“cargo, fluxo de trabalho, regras e regulamento.”

As contribuições do autor acima nos faz refletir da mesma forma na organização

em estudo que, face aos questionários respondidos temos as seguintes reflexões:

No que se diz respeito ao cargo: ou seja, através de especificações

relacionadas com o cargo em si – Quanto ao delineamento do cargo, considerando a

extensão em que as normas são colocadas de forma escrita, observou-se por meio das

respostas que não há uma formalização descritiva do cargo. Esta constatação e

visível ao analisar as respostas referentes aos critérios para contratação de um

funcionário, conforme apresenta o Respondente 5 - “Não sei, o acumulo de funções e

disponibilidade de tempo”; Identificou-se ainda que a falta da formalização levou os

respondentes a apontar como principais critérios aspectos pessoais, assim como

descritos pelos respondentes: respondente – 1 - “Disponibilidade, personalidade,

atitude e maturidade”. Respondente 2 - “itens que são avaliados: Formação, pro -

atividade, prestatividade, comprometimento”. Respondente 7 - “Interesse, organização,

empenho e força de vontade”.

Com relação ao fluxo de trabalho: através de instruções e procedimentos

detalhados de como executar as tarefas – Nessa abordagem foi investigado se existe

instruções, treinamento e padronização no trabalho executado. Hall (2007, p. 62),

“aborda que a formalização pode variar entre máxima, mínima e medição da

formalização”. Essa variação ocorre em toda faixa de comportamento coberto pelas

normas organizacionais e também em termos de procedimentos. Na análise, constatou-

se uma variabilidade significativa em relação ao grau de formalização do fluxo de

trabalho. No que tange às tarefas esse grau de variabilidade é confirmado pelas

divergências encontradas nas respostas: respondente 3 “Pedimos sempre que as tarefas

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entrem pelo Chamado (sistema de gestão das tarefas), e que seja centralizado em uma

única pessoa para manter a padronização. Algumas solicitações feitas verbalmente são

registradas na seqüência via e mail para mantermos o histórico”, os respondentes 4 e 7

foram objetivos na afirmação “sim” as tarefas são formalizadas, o respondente 8 afirma

“Minhas tarefas são padronizadas” e o respondente 9 afirma “Sim, através de um

sistema de chamados.”. Em contrapartida o respondente 1 aborda que “Ainda não.

Estamos organizando processos.” O respondente 2 afirma que as tarefas “Não estão

escritas e não existe padronização.” O respondente 5 objetivamente expõe que “Não” é

formalizado suas tarefas e o respondente 6 complementa que “Não, existe uma regra,

mas não padronização.”

As diferentes respostas relacionadas aos processos de treinamento também

confirmam essa variabilidade, pois os respondentes 1, 3, 5 e 9 afirmaram não ter

recebido nenhum treinamento ao entrar na empresa, o respondente 2 não informou, e os

respondentes 4, 6, 7 e 8 informaram que “Sim”, receberam treinamento ao entrar e no

decorrer da execução das tarefas, entretanto este se deu de forma verbal, não

formalizada e sem registro. Identificou-se que a empresa possui um grau de

formalização misto em relação às instruções e procedimentos detalhados de execução

das tarefas, pois determinados setores apresentam um sistema de gestão de tarefas no

qual estas ficam registradas, enquanto em outros não há instruções formalizadas e as

tarefas são distribuídas de forma verbal.

Na esfera das regras e regulamentos: através de formalização de regras e

procedimentos específicos, para todas as situações possíveis. Nessa abordagem buscou-

se identificar o grau de formalização das regras e regulamentos dos processos em geral

da empresa. No que se refere aos meios de comunicação interno e externo utilizados

pelos funcionários, os dados apontaram que a empresa investe em todos os recursos

possíveis de comunicação, conforme: o respondente 1 “e-mail, MSN, radio”,

Respondente 3 “Empresa se comunica verbalmente, e-mails, via radio, celulares e

sistema de comunicação online (Skipe, MSN)”. Respondente 7 “e-mail, skype, MSN,

tel”. Verifica-se a mesma situação em relação à tomada de conhecimento do que esta

acontecendo na empresa, conforme as respostas: respondente 2 “através de e-mail e em

reuniões de trabalho”, respondente 9 “apenas quando é passado através de e-mail,

comunicado ou reunião.” Percebe-se dessa forma, que o grau de formalização dos

processos de comunicação e conhecimento é misto, visto que nem todos os meios

permitem que as informações sejam formalizadas. Referente à comunicação com os

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níveis superiores da empresa, verificou-se que não há procedimentos formais. Os

respondentes corroboram que não existem formalidades e a comunicação é realizada de

forma direta, conforme apresentam: o respondente 1 “Corriqueira e sem formalidades”.

Respondente 3 “Comunicação direta, não existe formalidade”, Respondente 5 “Muito

boa. Sem formalidades. Mas com o devido respeito.” Pela análise do contexto geral

identificou-se que o grau de formalização na empresa é intermediário ou misto, o que

pode favorecer a flexibilidade estrutural da empresa.

Entretanto percebe-se que para alguns setores e processos este grau de

formalização pode não estar adequado, implicando de forma desfavorável no processo

da execução do trabalho, na orientação dos funcionários, gerando desvios de

informações que comprometem as atividades executadas e tendendo a dificultar o

processo de tomada de decisão. Cabe ressaltar ainda, que uma possível implantação

futura, de um alto grau de formalização nos processos e setores da empresa, podem

tornar os resultados e desempenhos engessados.

Assim, pode-se dizer que a formalização é mista, onde em alguns setores a

formalização torna-se evidente e em outros não. Acredita-se que a variação dos

processos de formalização promove um ambiente propício ao desenvolvimento e o

surgimento de inovações.

4.2.2. Complexidade

As organizações complexas são caracterizadas pelo grau de complexidade na

estrutura e nos processos devido ao grande tamanho ou á natureza complicada das

operações (CHIAVENATO 2000). Para a análise de complexidade da organização

utilizou-se como base os elementos da complexidade que são mencionados por Hall

(19874), sendo:

O elemento da diferenciação Horizontal, que é definida por Blau e Schoenherr

(1971 apud HALL, 1984 p. 57) como o “número de posições diferentes e de

subunidades diferentes na organização.” Considerando o ambiente estrutural da empresa

observa-se uma divergência entre os respondentes em relação ao número de pessoas que

compõe o quadro social: respondente 1 “Dez fixos mais quadro móvel de mais ou

menos 150 membros”, respondente 3 “10 colaboradores”, respondente 5 “variável.”

Essa divergência se evidencia também nas respostas quanto aos departamentos e

setores da empresa. De acordo com o respondente 1 apresentou os seguintes áreas

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“Administrativo/Financeiro, Vendas/Marketing, Operacional e desenvolvimento”. O

respondente 2 apresentou “Administrativo/financeiro.”

Comercial/Marketing/ContacCenter, Operações, Técnica”. O Respondente 3

abrangeu as áreas administrativas, atendimento, Diretoria e gerencia, responsáveis

estádios. Os respondentes 5 e 6 não souberam responder, respondente 7 “Três áreas.”

”A complexidade fica evidenciada diante do respondente 1 quando cita que a

empresa é composta por seis áreas, mas na pergunta posterior responde que não existe

uma estrutura definida das áreas na empresa -“Não existe estrutura de áreas definidas

ainda.” Na análise verifica-se que pelo pouco conhecimento acerca da empresa os

colaboradores possuem apenas uma noção sobre o ambiente estrutural dessa.

Para a análise da hierarquia na empresa, utilizou-se o elemento da diferenciação

Vertical ou Hierárquica o qual supõe que a autoridade seja distribuída de acordo com o

nível na hierarquia. Identificou-se na diferenciação Vertical que a organização possui

níveis hierárquicos, pois os respondentes 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 foram unânimes ao afirmar

saber a quem reportar-se para resolver uma questão. Os níveis hierárquicos ficam

evidenciados pelos respondentes quando afirmam poder reportar-se diretamente ao seu

chefe, conforme apresentados pelos respondentes 1, 3, 4, 6 e 9 que informam que falam

diretamente com o chefe. Já o respondente 5 afirma que se reporta a “varias pessoas.”

O respondente 7 “prefiro sempre me reportar aos envolvidos, se necessitar dirijo a

ele.” O respondente 8, “Não, tudo e informado a supervisora.” Pelas respostas é

possível observar que existe a distribuição de autoridades, contudo isto não implica o

funcionário dirigir-se diretamente ao superior. Não se identificou a utilização do

desenho organizacional para auxiliar a complexidade, a organização possui

organograma, porém não a utiliza, como forma de atender a complexidade existente.

Verifica-se que seria viável a empresa elaborar um organograma, onde a

estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com o tamanho, objetivos e

estratégias, auxiliando as informações dos funcionários, pois a complexidade da

estrutura se torna inviável de ser transmitida verbalmente. Em suma, compreende-se que

a complexidade é alta e inevitável na organização devido ás operações complexas e a

dimensão em que a organização atinge. Acredita-se ainda que a adoção da formalização

nos processos onde exista complexidade contribua para uma compreensão maior acerca

da organização.

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4.2.3. Centralização

A centralização agrupa as decisões relacionadas ao trabalho no topo da

organização, na qual todas as decisões são tomadas nos níveis hierárquicos mais alto,

Lacombe e Heilborn (2003, p. 377) definem “centralização significa que a maioria das

decisões relativas ao trabalho que esta sendo executado não é tomada por aqueles que o

executam, mas em um ponto mais alto da organização.” Nesse contexto buscou-se

identificar o grau de centralização na empresa. Dessa forma por meio da análise

realizada identificou-se que a empresa não possui um grau de centralização alto, pois os

funcionários possuem liberdade de expor as suas idéias e conhecimentos, envolvem-se

nas tomadas de decisões e colaboram de forma expressiva nos processos. Entretanto

cabe ressaltar que mesmo não ocorrendo um grau de centralização alto as decisões das

atividades mais complexas são determinadas pelos níveis mais altos da organização. Na

questão como são distribuídas as tarefas, percebe-se uma divergência nas informações

dos respondentes, pois a distribuição das tarefas se apresenta de forma desorientada. O

respondente 1 afirma “de acordo com as áreas competentes”; respondente 2 “Na

medida que surgem as demandas elas são detalhadas e repassadas para o responsável

de cada área atuar”; respondente 3 “Após receber as solicitações do cliente é analisada

a atividade, tempo e passado para cronograma. De acordo com a necessidade é parada

uma solicitação para desenvolver a nova, ou entra na seqüência no cronograma.”

respondente 4 “Depende da situação”; respondente 5 “em reuniões”; respondente 6

“De acordo com as áreas de cada profissional”; respondente 7 “Através das diferentes

funções e experiências”; respondente 8 “Todos têm que saber de tudo um pouco as

tarefas são distribuídas conforme a demanda com que cada um tem a executar”;

respondente 9 “Através de um sistema de controle de tarefas (job).” Percebe-se ainda

que estas tarefas são distribuídas de acordo com a demanda, não havendo uma

centralização das mesmas em um determinado setor. Na abordagem com relação à

decisão da execução das tarefas, os respondentes também possuem opiniões

diferenciadas, o respondente 1 não declarou; respondente 2 “O gestor de cada área

direciona a tarefa para o integrante de sua equipe que ele julgar mais apto a executar,

tanto em disponibilidade de tempo como capacidade especifica.” respondente 3 “Como

informado anteriormente temos já pré-selecionado cada colaborador por tipo de

atividade. Chegando a solicitação conseguimos identificar qual será o responsável”;

respondente 4 “Depende da situação” respondente 5 “Por aptidões e disponibilidade”;

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respondente 6 “Geralmente o chefe de cada setor define as tarefas de cada um”;

respondente 7 “Através do empenho”; respondente 8 “Sempre são feitas reuniões para

as distribuições de tarefas” ; respondente 9 “Acredito que por experiência sobre o

assunto e disponibilidade.” Percebe-se que existe a descentralização das tarefas, pois as

mesmas são executadas de acordo com a disponibilidade do funcionário e a necessidade

da demanda. No que tange a participação do funcionário no planejamento das

atividades da empresa, o respondente 2 afirma “Sim, cada área convoca seus

integrantes e planeja suas atividades”, o respondente 3 “Sim. Cada grupo tem um

responsável. Reúnem-se os responsáveis por cada grupo, gerentes e discutem o

planejamento de cada atividade.” O respondente 5 “Não” o respondente 9

“Raramente, apenas quando envolve algum assunto relacionado a TI” ou seja, observa-

se que as participações não ocorrem em todos os departamentos.

O mesmo ocorre nas tomadas de decisões da empresa, onde se observou que nos

níveis hierárquicos mais alto há uma participação na tomada de decisão mais efetiva e

nos níveis mais baixo à decisão também ocorre influência. Ao abordar como são

tomadas as decisões na empresa, identifica-se que esta ocorre ao longo da organização,

conforme colocam os respondentes: respondente 3 “Em grupo. O grupo todo tem livre

expressão e liberdade para expor suas idéias” respondente 7 “através de reuniões

entre os membros responsáveis”, respondente 8 “sempre através de reuniões.”

Percebeu-se também que a tomada de decisão não se da apenas no topo.

Diante da análise realizada identificou-se que a empresa não possui um grau de

centralização alto, os funcionários possuem liberdade de expor as suas idéias e

conhecimento, envolve-se nas tomadas de decisões e colaboram de forma efetiva nos

processos. Entretanto cabe ressaltar que mesmo não ocorrendo um grau de centralização

alto as decisões no processo mais complexo das atividades são assessoradas pelos níveis

mais altos da organização. Para isto, a o grau de centralização pode ser analisado como

baixo, pois não exige que as decisões necessariamente sejam tomadas na alta cúpula. A

interferência dos empregados na tomada de decisão pode representar para que os

funcionários permitam o livre fluxo de idéias, sendo um resultado positivo.

Por fim, pode-se considerar que a Outplan Marketing Interativo Ltda – ME,

apresentou uma variabilidade na análise com relação a formalização, centralização e

complexidade, ou seja, em determinados elementos analisados a organização

apresentou-se com alto grau e em outros não. Essa variabilidade pode proporcionar uma

flexibilidade positiva na estrutura da empresa.

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4.2.4. Ações de melhorias da estruturação organizacional da Outplan

A definição operacional, segundo Kerlinger (1980, p.46), “é uma ponte entre os

conceitos e as observações”. Nesse contexto, a partir dos levantamentos dos dados e da

análise realizada, propõem-se ações de melhorias da estrutura organizacional Outplan

Marketing Interativo Ltda - ME.

Estrutura Organizacional: foi observada a estrutura e as atividades e analisado

a forma em que as atividades são divididas, organizadas e coordenadas.

Diante na análise dos dados, propõe-se a empresa Outplan, que seja

desenvolvido um fluxograma de forma que os funcionários possam compreender

melhor o fluxo das tarefas, atividades desenvolvidas e as informações possam

transcorrer sem ruídos.

Formalização: observou-se o grau em que as regras e regulamentos são

explicitamente definidos, conduzindo o comportamento dos participantes da empresa.

Nesse contexto, propõe-se a empresa a descrever as tarefas, elaborar manuais

para orientação dos funcionários.

Centralização: foi analisado o grau de centralização na organização, e até que

ponto implica em agrupar as decisões no topo da organização, com pouca ou nenhuma

delegação para o nível intermediário. Nessa análise não se identificou um alto grau de

centralização, para tanto propõe-se a empresa elaborar um documento onde as decisões

tomadas sejam expostas aos integrantes da empresa. O documento permitira que outros

funcionários possam estar a par das decisões evitando a falta coordenação entre os

departamentos.

Complexidade: foi investigado o grau de complexidade e diversidade da

organização, principalmente coordenação e controle. A empresa possui organograma,

porém o mesmo encontra-se desatualizado e segundo o Diretor da empresa não foi

formalizado e explicitado aos funcionários. Acerca da complexidade propõe-se a

empresa formalizar os processos, implantar o Organograma de forma explicita aos

funcionários.

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5 Considerações Finais

Diante da apresentação dos dados, conclui-se que a empresa apresenta um grau

de formalização dos processos intermediário, ou seja, em determinados processos

possui formalização e em outros não.

Considerando o contexto geral, o grau de formalização intermediário ou misto

pode favorecer a flexibilidade estrutural da empresa. Entretanto percebe-se que para

alguns setores e processos este grau de formalização pode não estar adequado,

implicando de forma desfavorável no processo da execução do trabalho, na orientação

dos funcionários, gerando desvios de informações que comprometem as atividades

executadas e tendendo a dificultar o processo de tomada de decisão. Cabe ressaltar

ainda, que uma possível implantação futura, de um alto grau de formalização nos

processos e setores da empresa, podem tornar os resultados e desempenhos engessados.

Em se tratando de complexidade, percebe-se que os funcionários possuem

apenas uma noção acerca da estrutura da empresa. O tamanho e a complexidade da

organização são as primeiras dimensões a atingir os funcionários (HALL, 1984). O

autor acrescenta que as organizações complexas contêm sub-partes, dessa forma

envolve uma diversidade de componentes, principalmente coordenação e controle. Não

se identificou a utilização do desenho organizacional para auxiliar a complexidade.

Verifica-se que seria viável a empresa elaborar um organograma, onde a estrutura

organizacional deve ser delineada de acordo com o tamanho, objetivos e estratégias, de

forma a atender a complexidade e auxiliar as informações dos funcionários.

Por fim, em relação ao processo de Centralização diante da análise realizada

identificou-se que a empresa não possui um grau de centralização alto, os funcionários

possuem liberdade de expor as suas idéias e conhecimento, envolve-se nas tomadas de

decisões e colaboram de forma efetiva nos processos. Entretanto cabe ressaltar que

mesmo não ocorrendo um grau de centralização alto as decisões no processo mais

complexo das atividades são assessoradas pelos níveis mais altos da organização. Dessa

forma percebe-se que nos níveis hierárquicos mais alto há uma participação na tomada

de decisão mais efetiva e nos níveis mais baixo a decisão também ocorre influência.

Diante de tal análise, verifica-se que a Outplan Marketing Interativo Ltda – ME

precisa ajustar alguns processos, formalizar tarefas, criar manuais e incentivar o

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treinamento dentro da organização. Percebe-se a pretensão de uma reestruturação na

empresa por parte dos Diretores.

Dessa forma, baseado na construção deste estudo, apresentam-se sugestões para

o desenvolvimento de pesquisas futuras.

Torna-se conveniente salientar, a importância da implantação de um

organograma e um fluxograma. Segundo Volberda (1998) o desenho organizacional

manifesta-se por meio das dimensões: tecnologia, estrutura e cultura organizacional.

Observa-se a importância de criar um Manual da Organização, dos processos de

forma a auxiliar os funcionários atuais e futuros.

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APÊNDICES

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APENDICE A – Questionário sobre Estrutura Organizacional

Unidade:

Cargo/função:

Formação:

Tempo como membro da empresa:

Tempo de serviço no cargo/função:

GERAIS:

Na sua opinião, qual a missão fundamental da organização?

Seu chefe é franco com você sobre seu desempenho? Como você descobre que alcançou

ou não os objetivos?

A empresa procura fazer atividades fora da empresa para integrar funcionários?

COMPLEXIDADE:

Você acredita ter possibilidade de ascensão na empresa?

Qual é o número dos componentes da empresa?

De quantas áreas é composta a empresa?

Quantas pessoas fazem parte de uma mesma área?

Você sabe a quem se reportar para resolver alguma questão?

Você fala diretamente com seu chefe ou deve se reportar a mais pessoas para resolver

uma questão?

FORMALIZAÇÃO:

Existem critérios para contratação de um funcionário? Para você o que é valorizado na

empresa?

Como é organizado o trabalho na empresa?

Quais os meios de comunicação interna da empresa?

Como a empresa se comunica com o ambiente externo?

Como você toma conhecimento do que esta acontecendo na empresa?

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Como é a sua comunicação com o seu chefe? Existe Formalidade ou não?

As suas tarefas estão escritas? Existe padronização?

Você passou por algum treinamento dentro da empresa? Qual?

Quando é implantada uma nova tecnologia, existe treinamento? Com que frequência?

Como é feito o treinamento com um novo funcionário?

CENTRALIZAÇÃO:

Como são distribuídas as tarefas?

Como é decidido quem vai realizar determinada tarefa?

Você já realizou alguma função além da sua?

Você participa do planejamento das atividades da empresa? Quem participa?

Como são tomadas as decisões na empresa?

Você já participou ou acompanhou a tomada de decisões da empresa?

Existe liberdade de opinião nas decisões da empresa?

(Diretoria) De que maneira você passa os erros aos empregados?

APÊNDICE B – Entrevista semi estruturada com o gestor

Nome:

Cargo/Função: Formação

História sobre a organização

Como iniciou

A evolução da empresa até o momento

Relação empresa e funcionário

Gerenciamento

Desenvolvimento das atividades