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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO TECNOLOGIAS DE AVALIÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA Itajaí/2020

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO

TECNOLOGIAS DE AVALIÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES

COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Itajaí/2020

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JOÃO RAFAEL DA SILVA NETTO DELGADO

TECNOLOGIAS DE AVALIÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES

COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí

como parte dos requisitos para a obtenção do grau de

Pós-Graduação Stricto Sensu no Mestrado Profissional

em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale

do Itajaí.

Orientadora: Prof. Dra. Juliana Vieira de Araújo

Sandri.

Linha de pesquisa: Saúde da família na perspectiva

interdisciplinar

Itajaí /2020

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FICHA CATALOGRÁFICA

D378t

Delgado, João Rafael da Silva Netto, 1974-

Tecnologia de avaliação e estimulação cognitiva em idosos [manuscrito]

: revisão integrativa / João Rafael da Silva Netto Delgado. – 2020.

142 f. : il. Color.

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Programa de

Mestrado Profissionalizante em Saúde e Gestão do Trabalho, 2020.

“Orientadora: Profª. Drª Juliana Vieira de Araújo Sandri. ”.

Bibliografia: f. 114-130.

1. Cognição. 2. Demência senil. 3. Velhice - cognição. I. Araújo, Juliana

Vieira de. II. Título.

CDU: 159.953

Claudia Bittencourt Berlim – CRB 14/964

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4

JOÃO RAFAEL DA SILVA NETTO DELGADO

“TECNOLOGIAS DE AVALIAÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES

COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA”.

Esta Dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre e

aprovada pelo Programa de Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho da UNIVALI.

Área de Concentração: Saúde da Família

Professora Stella Maris Brum Lopes, Doutora Coordenadora PMSGT

Apresentada perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

PROFª. DRa. JULIANA VIEIRA DE ARAUJO SANDRI (UNIVALI) – Presidente e Orientadora

PROFª. DRa. CARINA NUNES BOSSARDI (UNIVALI) – Membro Interno

Itajaí, 11 de dezembro de 2020.

Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação – UNIVALI

Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho

Rua Uruguai, 458 – Bloco F6 – Sala 321 – Cx.Postal 360 – CEP: 88302-901 – Itajaí – Santa Catarina Fone/Fax: (047) 3341-7932 [email protected] www.univali.br

PROFª. DRa. CLEISIANE XAVIER DINIZ (UEA) – Membro Externo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço este projeto a todos os professores que me influenciaram na minha

trajetória. Em especial à professora Juliana, minha orientadora, com quem

compartilhei minhas dúvidas e angústias a respeito do tema.

À minha querida mãe Maria Izabel cujo empenho em me educar sempre veio em

primeiro lugar. Aqui estão os resultados dos seus esforços. Com muita gratidão.

Agradeço à minha irmã Juliana, que sempre me apoiou nos meus sonhos e projetos.

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DEDICATÓRIA

O resultado deste trabalho de pesquisa é totalmente dedicado à minha

esposa Cláudia pelo apoio incondicional oferecido em todos os aspectos.

Muito obrigado pela sua presença em minha vida meu amor.

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RESUMO

As intervenções cognitivas voltadas às pessoas idosas não demenciadas ainda se encontram em

estudo e, devido ao envelhecimento populacional, cada vez mais será necessária esta investigação.

Desde o século passado já se relatava a necessidade de novos métodos que pudessem contribuir

para melhorar a atenção à, de maneira humana e compatível com a realidade social e econômica

do país, com o objetivo de manter a autonomia e a independência do indivíduo pelo maior tempo

possível. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi analisar a utilização das tecnologias para

avaliação e estimulação da funcionalidade cognitiva dos idosos. Trata-se de uma revisão

integrativa na temporalidade de janeiro de 2015 até janeiro de 2020, por meio da busca nos bancos

de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da Biblioteca Virtual em Saúde

(BVS) que compõem entre outras bases a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências

da Saúde (LILACS), a Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE).

Utilizando os descritores de saúde: Cognição; Idoso; Exames de Estado Mental e Demência. O

protocolo P(população), I(intervenção), C(controle) e O(Resultados) foi adotado. O seu

desenvolvimento seguiu seis etapas: 1) Formulação da pergunta; 2) Amostragem; 3) Extração dos

dados; 4) Análise Crítica; 5) Síntese dos Resultados; e; 6) Síntese do Conhecimento. Obteve-se o

resultado total de 27.968 artigos, mas após aplicar os filtros de data (2015-2020) e idioma

(português) resultaram 112, posteriormente foi feita a aplicação das etapas 3 e 4, momento em

que foram excluídos mais 92 artigos, finalizando com 21 artigos para a análise e discussão. Dos

21 artigos selecionados verificou-se a predominância das variáveis de sexo e escolaridade como

importantes pontos de discussão nos artigos selecionados, houve ainda, a predominância no uso

do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) como teste diagnóstico, presente em 81% artigos

selecionados. A técnica para a estimulação cognitiva em idosos mais citada foi o exercício físico

(43%). Destaca-se a melhora/prevenção no declínio cognitivo do idoso com ou sem demências

diagnosticadas quando ocorre a associação do exercício físico com outros protocolos de

estimulação cognitiva. Enfermeiros, educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram como os

principais pesquisadores no campo da gerontologia e geriatria relacionados a intervenções para

funções cognitivas/executivas nos idosos. Os treinamentos cognitivos relatados nos artigos, dos

quais foram realizados através de diversos métodos, como atividades de dança, música, jogos,

internet, atividade de vida diária, dentre outros, apontam que foi possível observar melhora na

memória dos participantes, considerando dessa forma, as práticas de treinamento cognitivo

benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto na memória, quanto na

linguagem e orientação dos entrevistados. Ainda, há lacunas sobre o conhecimento de testagem

de outras formas metodológicas e substanciais que apontem a eficácia das intervenções para o

desempenho e/ou preservação das funções cognitivas dos idosos, visando à obtenção de

resultados mais duradouros e que se generalizem para os desafios cognitivos diários deles, tanto

para o processo de prevenção, quanto para a fase de reabilitação.

Palavras-chave: Idoso. Cognição. Exames de Estado Mental. Demência.

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ABSTRACT

The cognitive interventions focused on non-demented elderly people are still in studies and, due

to population ageing, this investigation becomes more and more necessary. Since last century,

there has been a need for new methods that were able to contribute to improve attention to the

matter, in a human approach and in agreement with the social and economic reality of the country,

aiming to maintain the individual’s autonomy and Independence for as long as possible. In this

sense this research aimed to analyze the use of technologies for evaluation and stimulation of

elderly people’s cognitive functioning. It is an integrative review from January 2015 to January

2020, using database available at Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and Online

Health Library (VHL), which compose, among other database, the Latin American and Caribbean

Health Sciences Literature (LILACS), the Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-

line (MEDLINE). The health descriptors used were: “Cognition”, “Elderly”, “Mental Status

Examination” and “Dementia”. The protocol adopted was the PICO framework: P (population),

I (intervention), C(control) e O(Outcome). Its development carried out with six steps: 1)

Formulation of research question; 2) Sampling; 3) Data extract; 4) Critical Analysis; 5) Summary

of results; e; 6) Knowledge Synthesis. There was a total result of 27.968 articles, but after applying

all filters considering period (2015-2020) and language (Portuguese) the result was 112 articles.

After this, the steps 3 and 4 were applied, which had, as consequence, the exclusion of 92 more

articles, finalizing with 21 articles to be analyzed and debated. Of the 21 selected articles, there

is a predominance in sex and education varieties and important points of debate. There was also

the predominance in the use of the Mini-Mental State Exam (MMSE) as a diagnostic test, present

in 81% of the articles. The most cited technique for cognitive stimulation in elderly people was

physical exercising (43%). The improvement/prevention of cognitive decline in demented or non-

demented elderly people was highlighted when the association with physical exercising with other

cognitive stimulation protocols occurred. Nurses, Physical Educators and Physiotherapists were

highlighted as main researchers in the Gerontology and Geriatrics field related to age-related

cognitive/executive function interventions. The cognitive trainings reported in the articles, which

were carried out through several different methods, such as dancing, music, games, internet, daily-

life activities, and others, point out that it was possible to observe an improvement in the

participants’ memory, which resulted in considering these cognitive training practices beneficial

to cognitive performance, obtaining results not only in memory, but also in language and

orientation. Nevertheless, there are still gaps about the knowledge on the testing of other

substantial and methodological forms that point to the effectiveness of interventions for

performance and/or preservation of cognitive functions of the elderly, aiming to obtain more long-

lasting results and that generalize to their cognitive daily challenges, not only for the process of

prevention, but also for the phases of rehabilitation.

Keywords: Old people. Cognition. Mental Status Tests. Dementia.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma de detalhamento das etapas de levantamento e seleção dos

artigos para análise........................................................................................................47

Figura 02: Categorias de Análise.................................................................................48

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Descritores e Palavras Similares............................................................. 45

Quadro 02: Caracterização das publicações.............................................................. 48

Quadro 03: Demonstração da categoria temática 1...................................................75

Quadro 04: Demonstração da categoria temática 2...............................................................76

Quadro 05: Apresentação dos artigos conforme PICO.......................................... 131

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Presença de DOI nos artigos.....................................................................63

Gráfico 02: Distribuição do número de artigo por ano..............................................65

Gráfico 03: Distribuição do número de publicações por periódicos.........................66

Gráfico 04: Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo.....67

Gráfico 05: Distribuição dos artigos conforme local de publicação.........................69

Gráfico 06: Distribuição dos artigos conforme base dados.......................................70

Gráfico 07: Distribuição de frequência dos artigos pesquisados, segundo o nível de

titulação dos autores.....................................................................................................71

Gráfico 08: Distribuição dos autores conforme formação

profissional.....................................................................................................................72

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LISTA DE SIGLAS

ACE-R: Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised

AVD: Atividades de vida diária

AVVD: Atividades Avançadas de vida diária

BBRC: Bateria breve de rastreio cognitivo

CEP: Comitê de Ética e Pesquisa

CNS: Conselho Nacional de Saúde

DA: Doença de Alzheimer

DOI: Identificador Digital de Objetos

FV: Fluência Verbal

GDLAM: Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento

Latino-Americano para a Maturidade

ILP: Instituição de Longa Permanência

MEEM: Mini-Mental do Estado mental

MMSE: Mini-Mental State Examination

MoCA: Montreal Cognitive Assessment

OMS: Organização Mundial da Saúde

RI: Revisão Integrativa

SABE: Saúde, Bem-estar e Envelhecimento

SNC: Sistema Nervoso Central

TDR: Teste do Desenho do Relógio

WHO: World Health Organization

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................................ 7

ABSTRACT ...................................................................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................................... 9

LISTA DE QUADRO ....................................................................................................................... 10

LISTA DE GRÁFICO ....................................................................................................................... 11

LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................................... 12

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 15

1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 21

1.1.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................ 22

2.2 Funções cognitivas e envelhecimento .............................................................................. 27

2.3 Testes diagnósticos para avaliação da capacidade cognitiva ........................................ 32

2.4 Técnicas para melhoria da funcionalidade cognitiva ........................................................ 36

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................ 43

4.1 Etapas da revisão integrativa ............................................................................................ 43

Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou

com cognição prejudicada ...................................................................................................... 48

Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos idosos ......................................... 49

Miniexame do Estado Mental (MEEM) ....................................................................................... 50

Exercícios Físicos ......................................................................................................................... 50

Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R) ................................................................... 50

Musicoterapia e Dança ................................................................................................................ 50

Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC) ................................................................................. 50

Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet .................................................................. 50

Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a

Maturidade (GDLAM) .................................................................................................................. 50

Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária ................................................................... 50

Mini-Mental State Examination (MMSE) .................................................................................... 50

Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo .................................................... 50

Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA) ........................................................................................ 50

Uso de Práticas preventivas de Declínio Cognitivo ..................................................................... 50

Teste de Fluência Verbal ............................................................................................................. 51

Aplicação da Terapia de Reminiscência ...................................................................................... 51

4.2 Aspectos éticos .................................................................................................................. 51

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 53

5.1 Caracterização das publicações......................................................................................... 54

5.2 Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou

com cognição prejudicada. ..................................................................................................... 76

5.2.1 Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos idosos ....... 78

5.2.1.1 Miniexame do Estado Mental (MEEM) ....................................................................... 78

5.2.1.2 Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R) ................................................... 83

5.2.1.3 Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC) ................................................................. 84

5.2.1.4 Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano

para a Maturidade (GDLAM) ................................................................................................... 86

5.2.1.5 Mini-Mental State Examination (MMSE) .................................................................... 86

5.2.1.6 Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA) ........................................................................ 87

5.2.1.7 Teste de Fluência Verbal ............................................................................................. 88

5.2.2 Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva do Idoso. 90

5.2.2.1 Exercícios Físicos ......................................................................................................... 90

5.2.2.2 Musicoterapia e Dança ................................................................................................ 95

5.2.2.3 Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet .................................................. 97

5.2.2.4 Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária ................................................... 99

5.2.2.5 Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo .................................. 102

5.2.2.6 Uso de outras Práticas preventivas de Declínio Cognitivo ........................................ 106

5.2.2.7 Aplicação da Terapia de Reminiscência .................................................................... 108

5.2.3 Síntese Propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da funcionalidade

cognitiva dos idosos..............................................................................................................108

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 114

7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 116

APENDICE .................................................................................................................................. 133

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento trata-se de um processo complexo e composto pelas diferentes

idades: cronológica, biológica, psicológica e social (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).

A OMS (2005) utiliza a idade cronológica como um marco para a definição de idoso. Esta

inicia-se aos 65 anos nos países desenvolvidos e aos 60 anos nos países em

desenvolvimento. Assim, em nosso país considera-se idoso, em termos da lei do Estatuto

do Idoso (BRASIL, 2003), pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. A própria

Organização Mundial da Saúde reconhece que existem variações relacionadas ao nível de

independência, estado de saúde e participação entre os indivíduos, sendo que o uso da

idade cronológica como referencial não é um marcador preciso para as mudanças que

acompanham o envelhecimento.

A idade biológica é definida pelas modificações corporais e mentais que

ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e caracterizam o

processo de envelhecimento humano, que pode ser compreendido como

um processo que se inicia antes do nascimento do indivíduo e se estende

por toda a existência humana (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008, p.

590).

As condições funcionais, mentais, físicas e de saúde de um indivíduo é que vão

determinar a sua idade biológica. Desta maneira, indivíduos com o mesmo número de

anos contados (idade cronológica) podem ter diferentes idades biológicas (subjetivas).

Desta maneira, perde-se a precisão na contagem dos anos vividos (SAN MARTÍN;

PASTOR, 1996).

A idade psicológica é relacionada ao comportamento de um indivíduo e pode

mobilizá-lo em decorrência das mudanças do ambiente, como por exemplo a inteligência,

motivação e memória (CANCELA, 2008). Para Hoyer e Roodin (2003), a idade

psicológica pode ser caracterizada como habilidades necessárias para a adaptação dos

indivíduos ao meio ambiente onde está inserido, seja através do controle emocional,

memória, inteligência, aprendizagem, entre outros. Segundo estes autores, existem

adultos que têm estas características psicológicas em maiores graus do que outros, sendo

consequentemente considerados jovens psicologicamente, e outros com traços em graus

menores sendo considerados velhos psicologicamente. Segundo a Organização Mundial

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

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da Saúde (2005), a idade psicológica é o resultado de uma evolução individual durante

toda uma vida, com padrões e comportamentos adquiridos e que irão influenciar em como

uma pessoa envelhece.

Já a idade social é a relacionada aos hábitos e regras de um indivíduo em relação

a sociedade onde este vive (CANCELA, 2008). Segundo Schneider e Irigaray (2008, p.

590): “a idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo

para o preenchimento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de

sua idade, em sua cultura e em seu grupo social”. O idoso pode ser considerado mais

velho ou mais jovem conforme se comporta no ambiente social. “A medida da idade

social é composta por performances individuais de papéis sociais e envolve características

como tipo de vestimenta, hábitos e linguagem, bem como respeito social por parte de

outras pessoas em posição de liderança”.

Assim, a idade social é determinada por condições variáveis como a vida do

indivíduo, trabalho, classe social, cultura, gênero, que vão ser cruciais para diferenças

entre as pessoas neste processo de envelhecimento. Contudo, Cancela (2008) afirma que

os organismos em sua totalidade possuem fases pelas quais passam, com consequente

limite de tempo de vida: fase de crescimento e desenvolvimento, fase reprodutiva e fase

de envelhecimento. Ainda neste sentido, Lopes (2000) relata que o envelhecimento é um

processo de mudança dinâmica e progressiva que se inicia na concepção, com alterações

diversas tais como, as mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas,

com aumento da vulnerabilidade ao meio ambiente e de processos patológicos. Portanto,

o envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos,

independentemente, sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e

irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais (BRITO;

LITVOC, 2004).

Segundo Moraes (2010), o envelhecimento representa a involução

morfofuncional biológica que irá afetar todos os sistemas fisiológicos de forma variável,

decorrentes dos efeitos da passagem do tempo. O envelhecimento corresponde a um

conjunto de processos pelos quais um organismo vivo passa, sendo associado com a perda

da mobilidade, autonomia e funcionalidade devido alterações sociais, físicas, psicológicas

e fisiológicas, sendo este fenômeno uma das etapas da vida (SPIRDUSO, 2005).

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17

Para Neri (1995, p.7), o envelhecimento não ocorre da mesma maneira, época ou

ritmo de vida, sendo um processo desigual entre pessoas. Todavia, a idade cronológica

serve como referencial para a maturidade social, não sendo a causadora do início da

velhice. “Não é um período caracterizado somente por perdas e limitações, aumentando

a probabilidade de doenças e limitações biológicas. É possível manter e melhorar a

funcionalidade física, cognitiva e afetiva”. Regras biológicas causam a diminuição das

funções corporais, com o surgimento de déficits físicos, comportamentais e cognitivos,

levando a uma redução das funções celulares tornando a velhice inevitável, juntamente

com a incidência de fatores socioculturais e ambientais a citar o exercício físico, dieta

alimentar, qualidade de vida e sedentarismo (SANTOS, 2014).

De acordo com Caetano (2006), há variações entre indivíduos no que diz respeito

ao processo de envelhecimento, havendo relação entre doenças crônicas, qualidade de

vida e condições socioeconômicas. Este autor refere, também, ao processo de mudança

nos planos orgânico, tecidual, celular e molecular, associando-se ao conceito biológico.

Além deste, há o conceito psíquico que compreende as dimensões afetivas, psicológicas

e cognitivas, na dependência de perspectivas culturais diferentes.

Importante relatar a subdivisão do envelhecimento descrita por Birren e Schroots

(1996), em primário, secundário e terciário: o primário é o envelhecimento normal,

característico de nossa espécie, de forma progressiva e gradual, tendo como

determinantes para este processo a posição social, estilo de vida, exercícios físicos, dieta

alimentar e educação; o secundário é também chamado de patológico, sendo relacionado

a doenças, principalmente cerebrais, cardiovasculares e neoplasias e; o terciário ou

terminal é caracterizado por grandes perdas cognitivas e físicas, além de doenças

dependentes da idade. Spirduso (2005) relata que há uma forte interação entre as duas

primeiras subdivisões [primário e secundário]. Além disso, ressalta que a vulnerabilidade

pessoal às doenças e ao stress ambiental aceleram os processos básicos de

envelhecimento. Para Netto (2002), o envelhecimento terciário é a interação entre fatores

cronológicos, culturais e geográficos.

Outra classificação do envelhecimento está relacionada às influências sociais,

psicológicas e biológicas sobre o ser humano: senescência, maturidade social e o

envelhecimento propriamente dito. Senescência refere-se ao risco e probabilidade

aumentada de morte com o decorrer da idade. A maturidade social refere-se ao papel

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

18

social e ao comportamento desempenhado pelo indivíduo em um determinado grupo

etário. Já o envelhecimento associa-se aos outros dois anteriores e acrescenta-se o

processo de autorregulação da personalidade e simbolizado pela idade cronológica

(BIRREN; SCHROOTS,1996).

Sabe-se que o envelhecimento progressivo da população brasileira está associado

a uma tendência mundial (FELIX, 2007). Segundo dados da ONU (2017), em 1990 a

população mundial era de 5,3 bilhões de pessoas, passando para 7,6 bilhões em 2017 e

com previsão de 11,2 bilhões para 2100. Atualmente, existem 1 bilhão de idosos no

mundo, com perspectiva de aumento para 3,1 bilhões em 2100. A expectativa de vida,

que era de 65 anos em 1990, passou para 71 anos em 2015 e com previsão de 83 anos

para 2100.

As estatísticas populacionais brasileiras vêm apresentando uma tendência de

crescimento no que diz respeito ao número de idosos. Em 2012, a população com 60 anos

ou mais era de 25,4 milhões. Já em 2017, este número subiu para 30,2 milhões,

representando um aumento de 18% neste grupo etário (aumento de 4,8 milhões de novos

idosos), sendo que 16,9 milhões são mulheres (56% dos idosos), e os homens são 13,3

milhões (44% do grupo). No estado de Santa Catarina, a população idosa correspondia,

no ano de 2010, a 10,51% da população (4,72% de homens e 5,78% de mulheres). Em

2018, 14,05% da população são de idosos (6,34% de homens e 7,70% para mulheres).

Para 2020, o Brasil possui aproximadamente 19 milhões de idosos.

Para Vilela (2006), houve uma inversão da pirâmide populacional, com o aumento

da longevidade decorrente de fatores como a melhoria da infraestrutura e saneamento e

redução das taxas de mortalidade infantil, natalidade, fecundidade e aumento da

expectativa de vida. O desenvolvimento tecnológico proporcionou a criação de novos

medicamentos usados no controle de doenças infecciosas e crônicas, técnicas de

diagnóstico e novas cirurgias, contribuindo para o aumento da expectativa de vida. A

redução da taxa de fecundidade, associada com a redução da taxa de mortalidade infantil,

são fatores relacionados com o aumento da proporção de idosos no Brasil (SIMON

NETO, 2006).

Mendes (2011) relata que nosso país apresenta um aumento das doenças crônico-

degenerativas, com a necessidade crescente e adequação de políticas sociais, de saúde, de

assistência e previdência social.

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

19

Alba (2002) relata que o aumento da expectativa de vida não significa que o

indivíduo vá viver melhor com o passar dos anos, pois há o aumento do isolamento social,

da improdutividade, da depressão, do aumento da dependência física, associado ao

declínio funcional e cognitivo. Neste sentido, Vilela (2006) refere que o aumento da

qualidade de vida no idoso pode ser buscado através da independência e autonomia,

conexo com a saúde física e mental adequadas.

Quanto a saúde mental, Vieira (1995) refere que a cognição pode ser definida

como uma atividade mental que engloba várias habilidades tais como sentir, pensar,

perceber, lembrar, raciocinar, formar estruturas complexas de pensamento e a capacidade

de produzir respostas às solicitações e estímulos externos.

Segundo Machado (2011), o comprometimento cognitivo reduz a independência

e autonomia do idoso, com prejuízo funcional e de qualidade de vida, através da

capacidade de cuidar de si mesmo e execução de tarefas com adaptação psicossocial, ou

seja, sua autonomia. Loring (1999, p.64) define funções executivas como “as habilidades

cognitivas necessárias para realizar comportamentos complexos dirigidos para

determinado objetivo e a capacidade adaptativa as diversas demandas e mudanças

ambientais”. Funções executivas são as relacionadas ao planejamento, iniciação,

seguimento e monitoramento de comportamentos complexos em direção a um objetivo,

além de designar uma gama de funções cognitivas tais como, autocontrole, memória

operacional, seletividade de estímulos, concentração e capacidade de abstração (BRITO,

2012).

Para Fernandes (2015), apesar do envelhecimento, o cérebro mantém sua

capacidade de plasticidade, ou seja, alterações cognitivas podem ser estimuladas pela

experiência com mudanças adaptativas. Neste sentido, Golino e Flores-Mendoza (2016)

sugerem que intervenções cognitivas podem ser realizadas e treinadas através de tarefas

padronizadas, com a possibilidade de preservar ou até mesmo aumentar o funcionamento

intelectual da pessoa idosa através do mecanismo de plasticidade cerebral. Ainda segundo

estas autoras, uma das intervenções cognitivas é o treino cognitivo:

Essa modalidade de intervenção centra-se na prática guiada de um

conjunto de tarefas padronizadas que refletem determinadas funções

cognitivas, tais como memória, atenção, resolução de problemas,

raciocínio, velocidade de processamento, dentre outros. Pode assumir o

formato unimodal, voltado para o treino de uma habilidade específica

(por exemplo, os treinos de memória episódica), ou multimodal,

voltado para o treino de várias habilidades cognitivas. Os estímulos

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20

também podem ser do tipo “lápis e papel” ou computadorizados. É

comum, também, a inclusão de atividades da vida diária (GOLINO;

FLORES-MENDOZA, 2016, p.771).

Kalache (1987) já relatava a necessidade de novos métodos que pudessem

contribuir para melhorar a atenção ao idoso, de maneira humana e compatível com a

realidade social e econômica do país, com o objetivo de manter a autonomia e a dignidade

do indivíduo pelo maior tempo possível.

Desta maneira, o tema surgiu no dia a dia de trabalho em ambulatórios de

Neurologia Geral, em conversas com os pacientes e seus familiares e; em

questionamentos que emergiram durante minha vida profissional baseado nos dilemas

encontrados. Foi com este olhar que senti que poderia ajudar estes pacientes indo em

busca de mais conhecimento, no sentido de subsidiar uma prática clínica que possa

melhorar e/ou preservar a capacidade cognitiva e funcionalidade instrumental dos

pacientes atendidos.

No primeiro momento, minha proposta de pesquisa era de intervenção e possuía

um outro viés metodológico, em que seria feita uma pesquisa semi-experimental com

aplicação de instrumentos de avaliação cognitiva (MoCA) e funcional (Escala de Lawton

e Brody), depois seria aplicado o treino cognitivo através de 06 sessões estruturadas

semanais e; após 30 dias seria avaliada as funções executivas pós treino cognitivo com a

reaplicação dos testes. Tinha como foco avaliar o impacto do treino cognitivo nas funções

executivas de idosos não demenciados. O estudo seria realizado junto a um grupo de

idosos do município de Navegantes (SC).

Todavia, foi necessário mudar a metodologia empregada em vista do cenário

pandêmico em que nos encontramos, do qual impossibilitou a realização da pesquisa de

campo proposta inicialmente. Diante disso, viu-se a necessidade de realizar uma busca na

literatura nacional acerca do que vem sendo realizado no Brasil nos últimos cinco anos

em relação ao uso de tecnologias, tanto para a realização de avaliação, bem como para a

estimulação cognitiva em idosos com ou sem o diagnóstico de demências, mantendo a

ideia inicial da pesquisa.

Na prática clínica, sugere-se a realização de uma avaliação inicial do idoso com

uma tecnologia que aprovisione uma medida de base para acompanhamento da função

cognitiva e/ou que alerte para necessidade de uma investigação mais detalhada (CORDEL

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et al., 2013). Neste sentido, a busca de instrumentos de avaliação, especialmente de

triagem cognitiva, que sejam eficazes, adquire uma configuração particular no contexto

do envelhecimento populacional (MOTA et al., 2018).

Destarte, destaco que outro fator determinante que contribuiu para o tema desta

pesquisa foi a presença de idosos com comprometimento cognitivo na minha família, que

me fez despertar para a necessidade de pesquisas que impactassem em descobertas que

pudessem ajudá-los também.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar a utilização das tecnologias para avaliação e estimulação da

funcionamento cognitivo dos idosos.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os artigos segundo a base de dados; ano; periódico; local de

publicação (DOI/URL); autores; tipo de estudo e conclusão;

• Descrever as tecnologias utilizadas para a avaliação da funcionalidade cognitiva

em idosos saudáveis ou com a cognição prejudicada;

• Identificar as tecnologias utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva

do Idoso;

• Elaborar uma síntese propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da

funcionalidade cognitiva dos idosos a partir dos artigos encontrados.

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22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Envelhecimento humano

Para Félix (2007), no decorrer da década de 1960, mudanças sociais foram

responsáveis por alterações no comportamento das mulheres, através da maior presença

no mercado de trabalho, no aumento do nível educacional e no casamento tardio, com a

integração da fecundidade, cada vez mais reduzida, além da conquista dos direitos

individuais das mulheres, ocasionando melhora da qualidade de vida destas. Fato que

contribuiu para o aumento da longevidade feminina, que hoje representam o maior

contingente populacional dos que envelhecem, no Brasil. Todavia, o aumento da

expectativa de vida se deu, também, pela melhoria da medicina preventiva, resultando na

ampliação do saneamento básico, uso de vacinas e antibióticos, além de uma nutrição

adequada. Neste sentido, Reis et al. (2016) citam as implicações decorrentes nos campos

social, econômico-previdenciário e na saúde relacionados à transição demográfica. No

campo da saúde, há o aumento da prevalência de doenças crônicas e degenerativas, com

consequente aumento das causas de morbidade e mortalidade.

Porém, há uma grande diferença entre o processo do envelhecimento entre os

países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, no que diz respeito ao campo

econômico, segundo Félix (2007, p. 3):

Os países desenvolvidos enriqueceram e depois envelheceram. Nós,

como todos os países pobres, estamos envelhecendo antes de

enriquecer. Eles tiveram recursos e tempo. A França levou 115 anos

para dobrar de 7% para 14% a proporção de idosos na população. O

Brasil vai fazer o mesmo em 19 anos. Uma geração. Eles levaram seis.

A estrutura familiar, a urbanização, famílias menores e mulheres integrando a

força de trabalho, são indícios de que a quantidade de cuidadores de idosos deve diminuir

com o decorrer dos anos (WHO, 2005).

Felix (2007) relata a necessidade de estudos acadêmicos com o objetivo de auxílio

às políticas públicas em áreas variadas (social, econômica e psicológica), dando-se ênfase

à saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2005), o envelhecimento é um

grande desafio para a humanidade, devido ao aumento das demandas sociais e

econômicas. É necessária a implantação urgente de políticas públicas e programas de

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envelhecimento ativo com o objetivo da melhoria da saúde, participação e segurança dos

idosos. Estes programas devem ser baseados em necessidades, habilidades, preferências

e direitos destes cidadãos. Nos dias atuais, as políticas públicas ressaltam positivamente

o envelhecimento, no que diz respeito ao conhecimento do idoso, suas habilidades e suas

experiências de vida, sendo este conceito chamado anteriormente de envelhecimento

ativo e atualmente de envelhecimento saudável. Define-se assim este envelhecimento

saudável como:

Um processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade

funcional que permite o bem-estar na idade avançada. A capacidade

funcional, por sua vez, pode ser compreendida como a associação da

capacidade intrínseca do indivíduo, características ambientais

relevantes e as interações entre o indivíduo e essas características. A

capacidade intrínseca é a articulação das capacidades físicas e mentais

(incluindo psicossociais). As características ambientais são o contexto

de vida, incluindo as relações sociais. O bem-estar é singular e

permeado de aspirações subjetivas, incluindo sentimentos de

realização, satisfação e felicidade (WHO, 2015, p.15).

Para Tavares (2017), a abrangência e relevância do conceito não está focada na

ausência de doenças ou na funcionalidade do idoso, mas na possibilidade de envelhecer

com qualidade de vida. O organismo sofre mudanças progressivas e irreversíveis com o

decorrer do tempo, levando-o à morte (MEIRELLES, 2000).

Diversos sistemas corporais são afetados durante o processo de envelhecimento

segundo a classificação de Matsudo (1997, p.23-24):

Sistema cardiovascular (diminuição do gasto energético; diminuição da

frequência cardíaca; diminuição do volume sistólico; diminuição da

utilização de oxigênio pelos tecidos). Sistema antropométrico (aumento

no peso corporal; diminuição da altura; aumento da gordura corporal;

diminuição da massa muscular; diminuição da densidade óssea).

Sistema Muscular (diminuição de 10 a 20 % na força muscular;

diminuição na habilidade para manter força estática; maior índice de

fadiga muscular; menor capacidade para hipertrofia; diminuição no

tamanho e número de fibras musculares; diminuição na atividade da

ATPasemiofibrilar; diminuição das enzimas oxidativas e glicolíticas;

diminuição dos estoques de ATP, glicogênio, proteína mitocondrial;

diminuição na velocidade de condução; diminuição do limiar de

excitabilidade da membrana; diminuição na capacidade de

regeneração). Sistema Pulmonar (diminuição da capacidade vital;

aumento do volume residual; aumento do espaço morto anatômico;

aumento da ventilação durante o exercício; menor mobilidade da parede

torácica; diminuição da capacidade de difusão pulmonar). Outros

sistemas e funções comprometidas (diminuição da agilidade;

diminuição da coordenação; diminuição do equilíbrio; diminuição da

flexibilidade; diminuição da mobilidade articular; aumento da rigidez

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das cartilagens, dos tendões e dos ligamentos; diminuição da acuidade

visual e da percepção auditiva; diminuição do olfato, do paladar e do

tato).

O envelhecimento do Sistema Nervoso Central (SNC) é o mais significativo entre

os sistemas corporais, tendo como alterações principais a redução do número de

neurônios, redução da capacidade de reação, coordenação e reflexos, além da redução da

velocidade de condução nervosa. Diversos fatores podem contribuir para a redução da

reparação deste sistema com o decorrer dos anos, tais como o ambiente, sedentarismo,

tabagismo, presença de radicais livre, genética, sexo, entre outros. Além disso, a ação de

neurotransmissores é diminuída, assim como o número de células cerebrais em partes

específicas do cérebro e a redução do peso do mesmo, gradualmente de 10% por década

(CANÇADO et al., 2002). São alterações bioquímicas cerebrais:

Depósito de lipofuscina nas células nervosas; depósito amilóide nos

vasos sanguíneos e células nervosas; aparecimento de placas senis;

menos frequentemente emaranhados fibrilares; mudanças nos

neurotransmissores, principalmente os dopaminérgicos; diminuição da

produção de acetilcolina; atrofia da plasticidade de receptores

colinérgicos muscarínicos; redução da função desses receptores; função

colinérgica diminuída (CANÇADO et al., 2002, p.120).

Para Gallahue e Ozmun (2005), durante o processo de envelhecimento, a

quantidade de oxigenação do cérebro fica diminuída, levando este a um processo de

hipóxia, com prejuízo da função cerebral. Segundo Cancela (2008), diversas alterações

neuroanatômicas e neuropatológicas podem ser descritas em um cérebro de um indivíduo

idoso: atrofia do cérebro (redução da substância branca, diminuição do volume cortical e

peso cerebrais, dilatação compensatória ventricular); surgimento de placas senis

extracelulares formadas de proteína beta-amilóide, assim como emaranhados

neurofibrilares intracelulares (a proteína amilóide vai se acumulando no organismo, com

piora da comunicação neuronal); redução da neuroplasticidade com diminuição da

capacidade de aprendizagem; morte neuronal (necessidade de recrutamento de mais

sistemas neuronais para realizar atividades simples); rarefação da árvore dendrítica

principalmente no hipocampo e córtex pré-frontal.

Cançado et al. (2002) relacionam a deficiência cognitiva com deficiências

colinérgicas. Sereniki e Vital (2008) referem que cérebros de pacientes com doença de

Alzheimer apresentam degeneração dos neurônios colinérgicos, assim com uma redução

dos marcadores colinérgicos, sendo a colina acetiltransferase e a acetilcolinesterase com

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25

atividade reduzida no córtex cerebral destes pacientes.

Para Shephard (2003), o envelhecimento do cérebro é o responsável pela

dificuldade e lentificação na aprendizagem de tarefas e redução da memória a curto prazo,

com consequente piora cognitiva. O autor cita como exemplos tarefas cotidianas tais

como recordar números de telefone ou nomes ou a localização de objetos guardados,

sendo prejudicadas com o decorrer dos anos. Desta maneira, as alterações biológicas

acontecem de forma progressiva, com comprometimento funcional do indivíduo em

outros aspectos humanos.

Meirelles (2000) descreve o envelhecimento psicológico como um processo

complexo, dinâmico e progressivo das habilidades anteriores do indivíduo. Vários fatores

podem influenciar neste processo, tais como o enfraquecimento da consciência, piora da

memória, irritabilidade e desconfiança em relação a terceiros e/ou situações diárias,

diminuição da afetividade, da vontade, da atenção e aspirações, além do apego ao

conservadorismo e da rejeição do meio em que vive. Todos estes fatores podem levar a

situação de abandono, solidão, desilusão e dificuldade de aceitação de perdas.

Para Zimerman (2000), alterações psicológicas com o envelhecimento são

perceptíveis, tais como dificuldade de adaptação a mudanças rápidas e a novos papéis

sociais, falta de motivação, baixa autoestima, somatização, depressão, hipocondria, entre

outros. Oliveira (2017) relata que as principais alterações ocorridas entre idosos é o

aumento da ansiedade, depressão e diminuição da autoestima. A longo prazo, estes podem

levar ao prejuízo na qualidade de vida, com o declínio das capacidades cognitivas e

funcionais.

Já Ribeiro (2015) destaca que ações preventivas devem ser realizadas com o

objetivo de cuidar da saúde mental do idoso, tais como a prevenção de suicídio, depressão,

stress, manutenção da autonomia e funcionalidade cognitiva, isolamento social e

desestruturação familiar. Quadros possivelmente demenciais devem ser avaliados através

de sintomas como alucinações, medos, alterações de comportamento e personalidade,

apatia, depressão e ansiedade, ocasionando de modo precoce o envelhecimento social.

Segundo Morais (2001), o envelhecimento social refere-se a forma a qual o idoso

é valorizado em uma determinada sociedade ou cultura, em relação aos valores que ele

recebe ou representa dentro deste grupo social. Para Zimerman (2000), este processo é

modificador do status social, o que influencia na maneira de relacionamento interpessoal.

Motta (2004) afirma que o envelhecimento social é dependente e variável de acordo com

a educação, experiência de vida e trabalho do indivíduo, sendo que a este geralmente cabe

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o papel social de aposentado, o qual deve ser desempenhado. Neste sentido, Motta (1989)

relata que este envelhecimento leva ao isolamento, a ausência de relacionamentos

interpessoais e dificuldade de estabelecimento de relações importantes com outras

pessoas, sendo este um processo lento.

Ainda de acordo com esta autora, são diversos os indicadores do envelhecimento

social. A progressiva diminuição dos contatos sociais, seja através da diminuição das

visitas domiciliares de familiares, contemporâneos ou telefonemas e convites para

eventos, geram sentimentos negativos no idoso. O distanciamento social manifesta-se

através do afastamento de gerações, sendo a geração mais nova engajada em outras

atividades não relacionadas aos idosos, gerando uma redução de conversas e o número de

visitas, que se tornam cada vez mais escassas e somente em ocasiões festivas. A perda

progressiva do poder de decisão ocorre quando idosos tem suas decisões tomadas pelos

mais jovens, tais como a mudança de uma residência, a presença de pessoas indesejadas

no mesmo ambiente domiciliar ou a ida para um asilo, muitas vezes sem o consentimento

deste idoso. A decadência física acompanha-se da fragilidade emocional, invertendo-se a

tomada de decisão para os mais novos. O progressivo esvaziamento dos papéis sociais se

dá através da lembrança de um passado que não volta mais, como a antiga profissão

exercida, gerando saudade, a qual compensa a dura realidade do presente. Outros

exemplos de envelhecimento social são a gradativa perda da autonomia e independência;

a ocultação de determinadas situações familiares estressantes com o objetivo de poupar o

idoso; crescente valorização do passado como atenuador do presente, entre outros.

Meirelles (2000), também cita fatores associados ao envelhecimento social:

insegurança; insatisfação com seu estado de saúde; término da vida profissional

(aposentadoria) levando ao ostracismo; falta de função e status social; falta de opções de

lazer; falta de condições financeiras; isolamento social.

Assis (2004) relata que a inserção social do idoso é diminuída pelo

envelhecimento e alterações de saúde, tais como déficits visual, auditivo e cognitivo, além

de problemas de locomoção e doenças crônicas. Todos estes fatores são responsáveis pela

redução da qualidade de vida e sociabilidade, devendo ser corrigidos dentro da

possibilidade.

Zunzunnegui (2003), após avaliar a importância do engajamento e das redes

sociais sobre o déficit cognitivo, refere que pouca integração social e engajamento, além

de poucas conexões sociais, são passíveis de declínio cognitivo em idosos.

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2.2 Funções cognitivas e envelhecimento

De acordo com Moraes (2012, p.26):

A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permitem ao

indivíduo compreender e resolver os problemas do cotidiano. Formada

pela memória (capacidade de armazenamento de informações), função

executiva (capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e

monitoramento de tarefas complexas), linguagem (capacidade de

compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia

(capacidade de executar um ato motor), gnosia/percepção (capacidade

de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função

visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das

relações dos objetos entre si). É responsável pela nossa capacidade de

decidir. Juntamente com o humor (motivação), é fundamental para a

manutenção da autonomia. A perda da cognição ou incapacidade

cognitiva é, portanto, o “desmoronamento” ou o “apagamento” da

identidade que nos define como ser pensante. [Grifo do autor]

Diamond (2013, p.135) relata:

Funções executivas (EFs) possibilitam jogar mentalmente com ideias;

tomando tempo para pensar antes de agir; encontrar romances; desafios

imprevistos; resistir a tentações e ficar focado. As principais EFs são

inibição [inibição da resposta (autocontrole - resistir às tentações e

resistindo a agir impulsivamente) e controle de interferência (atenção

seletiva e inibição cognitiva)], memória operacional/trabalho e

flexibilidade cognitiva (incluindo pensar criativamente "fora da caixa",

vendo qualquer coisa de diferentes perspectivas, e adaptando-se

rapidamente e com flexibilidade para mudar as circunstâncias). [Grifo

do autor]

Para Brito (2012), o declínio das funções executivas, caracterizadas como

habilidades cognitivas necessárias para a realização de processos complexos, tais como,

metas e estratégias, podem ser afetadas por doenças associadas ao envelhecimento.

Spar e La Rue (2005) referem diversos fatores que podem influenciar no

envelhecimento cognitivo, tais como genéticos, condição de saúde, idade, atividade

mental (atividades estimulantes estão relacionadas ao melhor desempenho cognitivo),

especialização de conhecimentos, personalidade e humor, meio social e cultural,

treinamento cognitivo e diferenças entre os sexos.

Cancela (2007) descreve vários efeitos do envelhecimento no desempenho

cognitivo dos idosos. Os idosos têm maior dificuldade na compreensão de mensagens

complexas ou longas, não conseguindo repetir nomes ou alguns termos específicos, além

da repetição do discurso. Lentificação em tarefas de raciocínio, ou de planejamento, ou

de execução, além das funções motoras, perceptivas e amnésicas. Dificuldades espaciais

e em repartir a atenção por múltiplas tarefas ou desviar a atenção de um para outro

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aspecto. Esta mesma autora relata a manutenção da inteligência mesmo com o passar dos

anos (capacidade de acesso à informação, compreensão e vocabulário).

Segundo Spar e La Rue (2005), o declínio cognitivo progressivo está relacionado

com a piora do processamento cognitivo através de três funções: a velocidade em que a

informação é processada, a memória de trabalho e as capacidades sensorial e perceptual

do indivíduo. A velocidade de processamento pode ser diminuída através da lentificação

de operações mentais, tais como, a resposta e tomada de decisões, memória e atenção. A

memória de trabalho é a responsável por reter informações no curto prazo para a

realização de atividades mentais na memória consciente. São exemplos da memória de

trabalho: o guardar na mente um número de telefone para tomar nota, avaliação mental

de um roteiro de viagem ou o cálculo de um troco na compra de um produto. Com o

decorrer dos anos, há um decréscimo na acuidade visual e auditiva, principalmente. O

conjunto destas três funções alteradas limitam o processamento de informações e

aumentam a sobrecarga em situações anteriormente consideradas fáceis e básicas.

Cancela (2007) aponta que estas alterações são devidas ao volume diminuído do cérebro

e a rarefação da densidade da substância branca cerebral.

Spar e La Rue (2005) comentam que, há uma disfunção cerebral frontal e

subcortical, além de alterações hipocampais (maior redução do seu volume aumenta a

probabilidade de demência).

Burgess (2000, p. 281) refere que, “as alterações no funcionamento executivo

podem estar relacionadas a falhas na implementação das estratégias necessárias para

executar com sucesso uma tarefa, ou seja, a autoiniciação da estratégia”. Todavia, para

executar essas tarefas é importante que se tenha o córtex pré-frontal preservado, “uma

falha na iniciação da estratégia adequada pode ter efeitos significativos sobre outros

processos cognitivos, como por exemplo, o resgate de informações memorizadas

previamente.” Qualquer falha no processo cognitivo, seja por motivos variados, pode

levar ao desenvolvimento de doenças crônicas neurodegenerativas e consequentemente,

interferência na capacidade funcional.

Ramos (2003) relata que, com o processo de envelhecimento progressivo da

população, há o aumento da incidência e da prevalência de doenças crônico-

degenerativas, entre elas a demência, sendo esta bastante significativa na diminuição da

habilidade/capacidade funcional do idoso e em estreita relação com o nível cognitivo.

Aires, Paskulin e Morais (2010) definem a capacidade funcional como uma

habilidade para que o indivíduo viva de forma independente e com possibilidade de cuidar

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de si mesmo, a avaliação desta capacidade se relaciona com a qualidade de vida.

Conforme Brasil (2006), esta avaliação é indispensável para a monitorização clínica e

funcional dos idosos, além de possibilitar a escolha de uma intervenção mais adequada.

Del Duca, Silva e Halall (2009) dividem a capacidade funcional em duas áreas

principais: as atividades básicas de vida diária (ABVD), que são relacionadas ao cuidado

pessoal, como por exemplo, tomar banho, vestir-se ou alimentar-se. E, as atividades

instrumentais de vida diária (AIVD), são aquelas associadas a funções complexas, tais

como, dirigir, fazer compras e utilizar o telefone, por exemplo.

Ferreira et al. (2012) referem a importância fundamental do estudo da capacidade

funcional para a avaliação da saúde dos idosos através da verificação da habilidade e do

desempenho destes. Vilela, Carvalho e Araújo (2006, p.102) comentam que, é possível

ter qualidade de vida na velhice quando se obtém autonomia e independência aliada a

saúde física e mental, alçando o tão almejado envelhecimento bem-sucedido. Embora

afirmem também que:

Conseguir viver mais não é sinônimo de viver melhor. Ao contrário, na

maioria das vezes, a velhice está relacionada a mais anos de sofrimento,

com aumento da dependência física, declínio funcional, isolamento

social, depressão, improdutividade, entre outras coisas.

No que diz respeito a autonomia, Guimarães e Cunha (2004) descrevem como a

capacidade para agir e tomar decisões diariamente, relacionadas à independência e à

própria vida, sem o auxílio de terceiros. Para isto, necessita-se condições cognitivas e

motoras para a realização destas atividades. Já Moraes (2008) faz a diferenciação entre

os conceitos de autonomia e independência. Para ele, autonomia se relaciona a decisão,

ou seja, é a capacidade individual de decisão e comando sobre suas ações, estabelecendo

e seguindo as próprias regras. Já a independência refere-se à execução, ou seja, a

capacidade de realizar algo com os próprios meios.

Oliveira e Menezes (2011) referem a importância para a sobrevivência do idoso a

realização das atividades de vida diária, tanto básicas como instrumentais, mantendo-o

como participante de sua própria gestão de cuidados.

Para Guimarães e Cunha (2004), a dependência e a incapacidade funcional

trazidas junto com a velhice levam a uma restrição na realização de atividades de vida

diária. Estas limitações podem ser tanto físicas quanto cognitivas e devem ser levadas em

consideração em estudos e políticas de saúde.

Marra et al. (2007) confirmam que, prejuízos na realização das atividades de vida

diária podem ocorrer com pacientes em estágios precoces de quadros demenciais, sendo

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usado como preditor. Há uma relação entre o desempenho das atividades diárias com a

gravidade da perda cognitiva, sendo esta perda observada em atividades instrumentais de

vida diária em quadros demenciais leves e das atividades básicas de vida em quadros mais

avançados. Estes mesmos autores relatam que a qualidade de vida e o aumento da

mortalidade estão relacionados com a perda de função e, sem a avaliação

multiprofissional, pode-se ter um aumento também da institucionalização, das doenças

crônicas e degenerativas e dos gastos financeiros.

Para Caixeta (2004), as demências são causas importantes de morbimortalidade e

um problema de saúde pública. Azambuja (2007) relata que os profissionais de saúde

devem estar atentos para a identificação de idosos com risco aumentado de demências.

Estes profissionais devem saber diferenciar quando se trata de um envelhecimento normal

ou patológico, para que as intervenções devam ser adequadas e mais eficazes. Ainda

segundo este autor, a prevalência de demências varia de 1 a 2% entre aqueles com 60 a

65 anos, 20% entre os indivíduos com 80 a 90 anos, e pode chegar aos 40% entre aqueles

mais velhos (acima de 90 anos).

Franzen et al. (2018) relatam a continuidade existente entre o envelhecimento

normal e o patológico, sendo difícil diferenciá-los. Para estas autoras, o denominado

comprometimento cognitivo leve encontra-se entre os dois quadros, pois já se encontra

prejuízo na cognição, porém sem comprometimento significativo na realização de

atividades diárias e sem modificações no nível de independência.

De acordo com Gauthier et al. (2006), o comprometimento cognitivo leve é um

declínio maior do que o esperado no que diz respeito a cognição, levando-se em

consideração a idade e escolaridade do indivíduo, porém, sem interferir na realização de

suas atividades de vida diárias.

Frota et al. (2011) referem que, o comprometimento cognitivo leve pode ser

classificado em amnéstico ou não-amnéstico. Em relação a este último, divide-se em

déficits de linguagem, atenção, percepção, agnosia (reconhecimento), cognição social

e/ou funções executivas, como alteração de raciocínio, planejamento, flexibilidade

cognitiva, controle inibitório, memória de trabalho, julgamento e resolução de problemas.

Desde o início, o paciente pode apresentar queixas para executar tarefas anteriormente

habituais, como, por exemplo: preparar refeições, pagar contas e fazer compras.

Para Damasceno (2004), o declínio em outras áreas cognitivas associa-se

frequentemente com as queixas de memória. Desta maneira, o comprometimento

cognitivo leve pode-se apresentar com outros subtipos, como o amnéstico ou o de

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múltiplos domínios tais como: a linguagem, funções executivas, habilidades

visuoespaciais com ou sem alteração da memória, ou ainda de um único domínio que não

a memória.

Brucki e Nitrini (2018) referem que a queixa, tanto do paciente, quanto do

acompanhante, é importante no diagnóstico do déficit cognitivo leve, assim como o seu

desempenho em testes cognitivos (às vezes dentro dos valores normais, mas aquém de

um nível prévio), a preservação das atividades funcionais (perguntando-se sobre a

capacidade de ir ao banco, de se localizar no espaço, de comentar assuntos ou notícias da

televisão, fazer compras, etc.).

Rabelo (2009) refere que a avaliação da funcionalidade deve fazer parte do

rastreamento de casos suspeitos de quadros demenciais, pois a realização de tarefas

domiciliares, fazer compras ou a administração do próprio dinheiro, fazem parte da

cognição humana.

Em estudo realizado por Marra et al. (2007), foram comparados o desempenho de

idosos na realização de atividades diárias com o comprometimento cognitivo. O resultado

demonstrou que aqueles idosos com quadros leves tiveram piora na realização de

atividades instrumentais, enquanto os com quadros mais avançados tiveram pior

avaliação na realização de atividades básicas. Neste sentido, Godinho et al. (2011)

reafirmam que atividades complexas tais como: realizar trabalhos domésticos, cuidar de

sua refeição, medicamentos, finanças, são levemente afetadas. Por outro lado, as

atividades básicas como o autocuidado, a higiene e o controle esfincteriano estão

preservadas.

Gauthier et al. (2006) relatam que, o comprometimento cognitivo leve é uma

condição favorável ao desenvolvimento de demência, podendo o indivíduo desenvolvê-

la ou não. Neste sentido, Damasceno (2004) refere que o subtipo amnéstico, ao

comprometer outras funções cognitivas, tem aumento da probabilidade de conversão para

Doença de Alzheimer, enquanto o subtipo não-amnéstico pode evoluir para outros tipos

de demências.

O comprometimento cognitivo leve pode ser considerado um estado instável, já

que alguns indivíduos poderão desenvolver demência, enquanto outros permanecerão

mais tempo com este diagnóstico e outros até terão reversão à normalidade. Os idosos

com maior risco de desenvolverem demências, principalmente a Doença de Alzheimer,

são aqueles portadores de déficit amnéstico ou amnéstico de múltiplos domínios

(BRUCKI; NITRINI, 2018).

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32

Rabelo (2009) destaca como fatores favoráveis ao desenvolvimento de demência

a baixa escolaridade, idade avançada, histórico de acidente vascular cerebral, hipertensão

arterial, sexo feminino, incapacidade funcional, comorbidades, reduzido contato social,

atividade intelectual pobre, tabagismo, viver sozinho, sedentarismo e depressão. Como

fatores protetores, as redes sociais, o engajamento social e atividades mentais, físicas ou

de lazer. Deve-se fazer uma avaliação cognitiva precoce com o objetivo de evitar ou

postergar a manifestação de danos emocionais ou sociais decorrentes de uma doença

demencial, pois este idoso pode ter prejuízos na realização de suas atividades cotidianas

e em seus relacionamentos sociais.

2.3 Testes diagnósticos para avaliação da capacidade cognitiva

Frota et al. (2011) referem que, não existe um consenso sobre quais testes devem

ser aplicados para o diagnóstico, sugerindo o uso de testes neuropsicológicos pela sua

sensibilidade.

Faz-se necessário realizar uma consideração no que se refere à interação entre

escolaridade, envelhecimento e cognição, pois são insuficientes os estudos sobre o padrão

de desempenho destes em avaliações (FOSS; VALE; SPECIALI, 2005; YASSUDA;

PAULO, 2010).

Diniz, Volpe e Tavares (2007) afirmam que sujeitos não alfabetizados e com nível

de escolaridade muito baixo caracterizam-se como um grupo no qual o perfil cognitivo

se demonstra de um feitio heterogêneo, se comparado aos indivíduos com maior nível

educacional, embaraçando por vezes, um diagnóstico mais preciso, assim como uma

interpretação comparativa dos resultados da avaliação cognitiva entre grupos. Portanto,

pode-se concluir que, tanto a escolaridade, quanto a idade, são variáveis com importante

influência em testes e vários estudos (BERTOLUCCI; BRUCHI; CAMPACCI;

JULIANO, 1994; BERTOLUCCI, 1995) de modo que em diferentes países encontram-

se resultados que indicam que mesmo pessoas que não possuíam evidências de déficit

cognitivo, quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era seu escore nos testes.

Brucki e Nitrini (2018, p.26) descrevem os critérios de diagnósticos do

comprometimento cognitivo leve, segundo a Clínica Mayo (PETERSEN, 2004):

1-Queixas cognitivas provenientes do paciente ou familiar;

2-Sujeito ou informante relatam declínio no funcionamento cognitivo

em relação a habilidades prévias no último ano;

3-Déficit cognitivo evidenciado por avaliação clínica em memória ou

outro domínio cognitivo;

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33

4-Comprometimento cognitivo não tem repercussão importante nas

atividades de vida diária; no entanto, pode haver dificuldade em

atividades complexas;

5-Sem evidência de demência.

Segundo Scgmente e Ribeiro-Filho (2008), os critérios da Clínica Mayo,

(PETERSEN, 2004), são os recomendados pela Academia Americana de Neurologia.

Incluem os idosos que apresentam não apenas o declínio cognitivo da memória, mas

também de outras áreas da cognição, o que deve ser informado preferencialmente por um

informante. Comparando-se com os indivíduos da mesma faixa etária e nível educacional,

deve-se ter um prejuízo, ou seja, um nível um pouco abaixo do esperado. Além destes, é

recomendado que o idoso não tenha um comprometimento significativo na realização de

atividades instrumentais de vida diária.

Outro teste de avaliação cognitiva muito empregado nos serviços de saúde é o

Mini Exame do Estado Mental (MEEM), este foi desenvolvido nos Estados Unidos, sendo

publicado por Folstein et al. (1975), tendo como objetivo a criação de um instrumento

para avaliação do estado mental, especialmente sintomas de demência. A necessidade de

uma avaliação padronizada, simplificada, reduzida e rápida no contexto clínico foi o

motivo de sua criação. Contudo, não há um consenso quanto a pontuação de corte para a

determinação do déficit cognitivo, pois há a influência da escolaridade nesta pontuação.

Além disso, há problemas com a falta de aplicação padronizada, pois existe uma gama de

versões, adaptações e pontos de corte na dependência das variações da população

brasileira (heterogeneidade), o que pode gerar resultados falso positivos ou falso

negativos para o declínio cognitivo. A necessidade de educação formal para a aplicação

em uma população analfabeta e a limitação na avaliação da memória de trabalho são

outros problemas demonstrados pelo MEEM (MELO; BARBOSA, 2015).

Já o MoCA (Montreal Cognitive Assessment) é uma escala cognitiva global

desenvolvida por Nasreddine et al. (2005) para detectar indivíduos com déficit cognitivo

leve e com mudanças sutis que não são normalmente detectadas pelo MEEM. Este teste

foi validado para o português brasileiro por Memória (YASSUDA; NAKANO, 2013).

Tumas et al. (2016) descrevem o teste: teste de administração durante 10-15

minutos, constando de 30 pontos, sendo habilidades executivas e visuoespaciais com 5

pontos, nomeação 3 pontos, memória de trabalho 2 pontos, atenção 1 ponto, concentração

e cálculo 3 pontos, repetição 2 pontos, fluência verbal 1 ponto, abstração 2 pontos,

memória de curto prazo 5 pontos, orientação no tempo e espaço 6 pontos. De acordo com

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este mesmo autor, alguns ajustes devem ser feitos para aumentar a sua precisão em relação

aos analfabetos ou pessoas com pouca instrução, pois podem influenciar a sua

sensibilidade e responsividade.

Nasreddine et al. (2005) consideram o ponto de corte 26 pontos, ou seja, a

pontuação acima de 26 é considerada normal, com especificidade de 87% e sensibilidade

de 90% para o comprometimento cognitivo leve (contra 78% e apenas 18% do MEEM),

tendo como valores, preditivo positivo 89% e preditivo negativo 91%.

Desta maneira, Cecato et al. (2014) defendem que, o MoCA, pela sua

simplicidade, rápida aplicação, abrangência da maior parte dos domínios cognitivos e alta

sensibilidade, se mostra um instrumento eficaz. Na pesquisa destas autoras, o MoCA

apresentou-se como o melhor teste para diferenciar comprometimento cognitivo leve de

idosos normais e daqueles com Doença de Alzheimer. A melhor estruturação do MoCA

em relação ao MEEM, com a presença de mais testes de memória, linguagem e funções

executivas, torna-o mais eficaz para idosos com alta escolaridade e déficit cognitivo leve.

Existe também a Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC) da qual é também,

uma tecnologia de rastreio que mensura processos cognitivos, sobretudo a memória. Aos

escores de cada item é aplicada uma equação matemática de integração de dados que

consistem na aplicação do Teste de Fluência Verbal e do Teste do Desenho do Relógio

que são considerados testes distratores para a primeira etapa metodológica, que consiste

na apresentação de figuras comuns ao indivíduo, das quais precisam ser memorizadas e

evocadas. A pontuação igual ou superior a 30 indica possível quadro demencial (OLIANI

et al., 2017).

Ainda em forma de bateria, existe também, o protocolo de autonomia GDLAM,

composto por cinco testes, que possuem o objetivo de avaliar a autonomia funcional do

indivíduo (ANDRADE, 2015). Os cincos testes que compõem o Protocolo GDLAM são:

caminhar 10m (C10m) (SIPILÄ et al., 1996); levantar-se da posição sentada (LPS)

(GURALNIK et al., 1995; GURALNIK et al., 2000); levantar-se da posição decúbito

ventral (LPDV) (ALEXANDER et al., 1997); levantar-se da cadeira e locomover-se pela

casa (LCLC) (ANDREOTTI; OKUMA, 1999); e o teste de vestir e tirar uma camiseta

(VTC) (DANTAS; SOUZA, 2004).

Além destes, outro teste bastante utilizado é o Addenbrooke (ACE-R) de

Carvalho e Caramelli (2007) que é um instrumento breve de rastreio cognitivo, onde a

pontuação mais alta é referente ao melhor funcionamento cognitivo, podendo atingir o

máximo de cem pontos. Este teste avalia cinco domínios neurocognitivos: atenção e

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35

orientação (18 pontos), memória (26 pontos), fluência (14 pontos), linguagem (26 pontos)

e visuoespacial (16 pontos). Acerca dos pontos de corte, eles são calculados de acordo

com a escolaridade: ≥ 50 pontos para analfabetos, ≥ 60 pontos para até quatro anos de

estudo, ≥ 70 pontos de cinco a oito anos de estudo, ≥ 80 pontos mais que nove anos de

estudo.

Aliada a aplicação de testes e escalas para avaliar a capacidade cognitiva, é

importante que seja incluído instrumentos para definir a capacidade funcional dos idosos.

De acordo com Aires, Paskulin e Morais (2010), a capacidade funcional é de fundamental

importância para o bem-estar do idoso. Na falta de autonomia desta, o indivíduo vai ter

prejuízos físicos, sociais ou psicológicos. Assim, torna-se indispensável a determinação

das condições de realização de suas tarefas diárias. Para isso, utilizam-se instrumentos

específicos.

Um dos instrumentos de coleta é a escala de Lawton e Brody (1969), validada por

Santos e Virtuoso Júnior (2008, p. 292):

Escala composta de 9 atividades, que são: usar o telefone, fazer

compras, cuidar das finanças, preparar as próprias refeições, arrumar a

casa, fazer trabalhos manuais domésticos, lavar e passar roupa, tomar

medicação corretamente e sair para lugares distantes usando algum

meio de transporte. Para cada AIVD proposta, são possíveis três

alternativas: realiza sem ajuda (3 pontos), realiza com ajuda parcial (2

pontos), não consegue realizar (1 ponto). A pontuação máxima da

escala é 27 pontos e a classificação funcional segue a seguinte

pontuação: atingindo de 27 a 19 pontos, o idoso é considerado

independente; de 18 a 10 pontos, apresenta dependência parcial; e

abaixo de 9, apresenta dependência importante.

Para Marra et al. (2007), a escala de Lawton e Brody é um instrumento com

valores adequados de confiabilidade e validade, sendo reconhecido na literatura. Além

disso, é de fácil compreensão pelos examinadores, quanto pelos examinados. Araújo et

al. (2010) relatam como vantagens a fácil aplicação e interpretação dos resultados, o baixo

custo, a ausência da necessidade de aplicadores especializados, o curto tempo de

aplicação e a possibilidade precoce de rastreamento da incapacidade instrumental. Este

instrumento apresenta como ponto fraco o fato de que algumas atividades citadas, como

lavar e passar roupa ou arrumar a casa, são tradicionalmente realizadas por mulheres.

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36

2.4 Técnicas para melhoria da funcionalidade cognitiva

Tendo em vista que existem diversos tipos de intervenção cognitiva para os idosos

e, por vezes, existe certa confusão acerca dos conceitos mais utilizados, é de extrema valia

abordar esse assunto, a fim de contribuir para o melhor entendimento destas intervenções

(FERNANDEZ-PRADO et al., 2012; GIORDANO et al., 2010).

Na literatura é possível encontrar múltiplos termos para descrever os métodos de

intervenção, dentre eles destacam-se como mais utilizados: estimulação cognitiva, treino

cognitivo e reabilitação cognitiva. Todavia, embora por muitas vezes usados como

sinônimos, diferem quanto à metodologia utilizada (MOWSZOWSKI et al., 2010).

O baixo assentimento na utilização dos termos vem construindo barreiras nos

estudos, pelo fato de que os pesquisadores encontram a tarefa de corrigir a classificação

do tipo de intervenção reportada pelos autores. Em vista disso, Clare et al. (2005) iniciou

uma proposta de elaboração de um referencial taxonômico, do qual posteriormente foi

discutido e revisado por Belleville (2008), Mowszowski et al. (2010) e Bahar-Fuchs et

al. (2013). Neste processo de revisão, os últimos autores fixam o campo da intervenção

cognitiva na ampla gama de intervenções não-farmacológicas, que têm como alvo direto

ou indireto o funcionamento cognitivo para grupos clínicos e não-clínicos. A partir disso,

a seguir iremos abordar esses principais conceitos a partir dessas recomendações, com

intuito de promover o melhor entendimento destas intervenções.

Pita (2014) relata que o treino cognitivo é uma intervenção não farmacológica que

tem como intenção preservar e talvez potencializar as capacidades cognitivas do idoso,

através de atividades de áreas específicas da cognição ou até benefícios em funções de

vida diária, visto o crescente aumento da população idosa.

Para Neely (2009), o treino cognitivo é um conjunto de práticas guiadas com

tarefas padronizadas para determinadas áreas cognitivas, tais como a memória, atenção,

resolução de problemas, raciocínio, velocidade de processamento, etc. Ele assume o

formato unimodal (uma área cognitiva específica) ou multimodal (várias áreas). Além

disso, pode ser do tipo lápis e papel ou computadorizado, podendo incluir a avaliação de

atividades da vida diária. Neste sentido, Triadó e Villar (2007) referem que o treinamento

cognitivo, objetiva acionar vários processos mentais, tais como atenção, memória,

linguagem e percepção, para o fortalecimento das redes neurais e conexões.

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Dentre as atividades que podem ser utilizadas no treinamento cognitivo,

encontram-se a prática de jogos, tais como xadrez, quebra-cabeça, palavra-cruzada, entre

outros. O xadrez, por exemplo, é um jogo que exige muitas soluções mentais do jogador,

envolvendo, portanto, muitos aspectos de altos níveis de cognição, requerendo assim,

habilidades sofisticadas para solução de problemas (TAVARES, 2007).

Atherton et al. (2003), realizaram um estudo no qual utilizou-se a ressonância

magnética afim de identificar áreas corticais que são acionadas durante a análise de

posições no xadrez comparados com uma tarefa espacial com estímulo visual. Revelando

deste modo a ativação bilateral no lobo frontal superior, nos lobos parietais e occipitais.

Dessa forma, esse achado indica que, ao ativar bilateralmente áreas do cérebro, há um

favorecimento da manutenção da saúde cognitiva de idosos. Esse resultado corrobora com

Cabeza et al. (1997) e Cabeza (2002) dos quais, afirmam que aumentando a bilateralidade

em adultos mais velhos, favorece-se a neutralização da associação entre idade e déficits

cognitivos.

Golino e Flores-Mendoza (2016) citam os diferentes formatos do treino cognitivo:

sessões individuais ou coletivas, unimodal ou multimodal (multidomínios), do tipo lápis

ou papel ou com tarefas computadorizadas, efeitos da transferência proximal ou distal e

follow-up para verificação da durabilidade dos efeitos com o decorrer do tempo.

Para Pita (2014), a aplicação correta e com estratégias adequadas, pode

proporcionar retardo no declínio cognitivo ou resultados positivos na manutenção das

capacidades intelectuais. Yassuda (2011) relata que os estudos atuais demonstram a

permanência da plasticidade cognitiva nos idosos, que, ao serem estimulados, apresentam

melhora do desempenho em tarefas cognitivas. Neste sentido, Pereira (2012) refere que,

de acordo com os estudos atuais, os programas de treino cognitivo podem preservar o

nível de funcionalidade dos idosos, assim como a recuperação dos processos cognitivos,

pois há a plasticidade cognitiva, responsável pela modificação e adaptação cerebral.

Pita (2014) cita a importância do desenvolvimento de treinos cognitivos para a

sociedade: o aumento progressivo dos custos com os idosos; a necessidade de prevenir

ou atrasar a institucionalização ou de cuidados (aumentando a independência ou

dignidade dos idosos); redução do declínio cognitivo; melhoria da qualidade de vida e

independência.

Yassuda et al. (2006) relatam a diferença entre os programas de treino cognitivo

no que diz respeito à duração, às estratégias ensinadas e à metodologia empregada,

encontrando-se na literatura grande diversidade em relação aos seus efeitos, à sua

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generalização para tarefas não-treinadas e à manutenção a longo prazo.

Olchik (2012) descreve a variabilidade entre os tipos de treinamentos cognitivos:

para um certo tipo de memória ou várias; individualmente ou em grupo; todos levando ao

aumento da velocidade de processamento do foco atencional, o que reduz o prejuízo

mnemônico ou a ativação de habilidades em desuso, com aumento do desempenho

máximo do indivíduo.

Silva et al. (2013) relatam o aumento de diferentes intervenções cognitivas para

idosos, citando, porém, a necessidade de aprofundamento e de melhores evidências

científicas.

Além do treino cognitivo, há a estimulação cognitiva que, de acordo com Golino

e Flores-Mendoza (2015, p. 45) é “também conhecida como brain training ou

estimulação mental, refere-se à realização repetida de tarefas padronizadas, sendo muito

comum no formato informatizado ou de games”.

Ademais, a dança sênior pode ser utilizada como uma estratégia de promoção da

percepção de bem-estar e saúde de idosos, sendo considerada também uma estratégia de

estimulação cognitiva (CASSIANO et al., 2009).

Ainda nesta perspectiva, vale ressaltar que a música pode ser considerada como

uma prática de estimulação cognitiva, onde segundo Seki e Galheigo (2010), o potencial

terapêutico da música se relaciona com seu caráter de linguagem e expressão e a

possibilidade de conexão com áreas afetivo-emocionais, relacionadas aos sentidos que o

indivíduo e seu contexto atribuem ao fenômeno musical.

Segundo Butler et al. (2004) é importante estimular, compreender, provocar o uso

de processos cognitivos particulares por meio de estímulos ambientais, sendo eles, a

leitura, jogos e recreação, podendo envolver igualmente o movimento corpóreo, como

estímulo para o cérebro. O engajamento social, estimulação intelectual e atividades

físicas, associam-se como aspectos poderosos na saúde cognitiva.

Belleville (2008) caracteriza a estimulação cognitiva como um conjunto de

atividades desenvolvidas em grupos e que são delineadas para o aprimoramento de

funções cognitivas e sociais, das quais incluem discussões, atividades de leitura

supervisionada, memorização de listas e demais atividades, destacando que elas são

estruturadas com foco em orientação e reminiscência.

Destaca-se como uma característica acentuada das intervenções do tipo brain

training, a falta de uma situação de aprendizagem estruturada e direcionada, tendo em

vista que esta metodologia de intervenção possui como objetivo envolver o indivíduo em

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39

uma situação de esforço mental por meio da prática e repetição de tarefas (GOLINO;

FLORES-MENDOZA, 2016).

Siewert (2008) e Lousa (2016) descrevem que a estimulação cognitiva envolve

diferentes atividades que estimulam o pensamento, a concentração e a memória e pode

ser efetuada por diversos profissionais da saúde, todavia, é necessário possuir

conhecimento e preparo para tal atividade. As atividades existentes são diversas e muitas

carecem de comprovação de sua eficácia clínica, sendo de extrema importância o

planejamento, em especial, para definição de quem vai executar, que grupo de idosos irão

participar e de que local eles procedem. Se houver disparidade do conjunto de idosos,

considera-se a possibilidade de alteração do resultado.

Neste sentido, Souza e Chaves (2005, grifo nosso) afirmam que o recurso da

estimulação cognitiva por meio da avaliação da memória, (mais precisamente) por meio

do resultado das chamadas “oficinas de memória” possuem um desempenho mnemónico,

que pode ser analisado mediante testes de avaliação psicológica precisos e específicos

para memória.

Ainda segundo os mesmos autores, esses testes são capazes de quantificar e

avaliar o grau de envolvimento dos sujeitos, mais especificamente os idosos através de

atividades específicas. Sendo imperativo o uso dos métodos terapêuticos e de enorme

valor para população mais idosa que se encontra em risco de défices de memória, a que

se acrescenta uma baixa qualidade de vida.

Diversos estudos dos seguintes autores: Belleville (2008); Belleville et al. (2006);

Belleville et al. (2011); Montembeault et al. (2012) e Gross et al. (2011), têm apoiado a

hipótese de que a aplicação da estimulação cognitiva em idosos é efetiva e traz inúmeros

benefícios independentemente da idade dos sujeitos, sendo eles portadores ou não de

alguma patologia ou déficit cognitivo. Chariglione e Janczura (2013) reforçam que

estimulação cognitiva assegura várias mudanças, seja no nível cognitivo ou

neuropsicológico, abarcando idosos saudáveis e/ou em condições de funcionamento

normal.

Por fim, faz-se necessário destacar ainda, que a estimulação cognitiva pode

representar um potencial e promissora intervenção para a redução dos sintomas

depressivos e das vulnerabilidades depressivas (KNAPP et al., 2013).

Em síntese, Golino e Flores-Mendonza (2016) diferenciam o treino cognitivo da

estimulação mental e da reabilitação cognitiva, em vista de que o treino cognitivo avalia

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também tarefas de estimulação mental, mas com o esforço de aprendizagem e foco no

ensino de estratégias para potencialização dos efeitos da intervenção, já a estimulação

mental preza pela realização e repetição de tarefas cognitivas específicas e padronizadas.

Por fim, a reabilitação visa melhorar o desempenho em tarefas cognitivas particulares.

Em relação a reabilitação cognitiva, ela consiste no uso de estratégias para

aperfeiçoar ou compensar dificuldades pertinentes a atividades específicas de um

indivíduo em sua vida diária, como por exemplo, aprender o nome de seu novo cuidador.

Os programas de reabilitação neurocognitiva têm como objetivo, melhorar a qualidade de

vida dos pacientes e familiares, maximizando o aproveitamento do funcionamento

cerebral, total ou parcialmente preservado por meio do ensino de estratégias

compensatórias, aquisição de novas habilidades e adaptação às perdas permanentes

(LOUSA, 2016).

De modo histórico, a reabilitação vem sendo vista como um processo que visa

ajudar as pessoas a alcançar ou manter um nível ótimo de funcionamento físico,

psicológico e social no contexto dos prejuízos específicos decorrentes de doença ou lesão,

promovendo, assim, a participação em atividades preferenciais e valorização de papéis

sociais (OMS, 2020). Chariglione e Janczura (2013) consideram ainda que o processo de

reabilitação neuropsicológica promove uma conscientização do paciente a respeito das

suas capacidades remanescentes, facilitando uma mudança na auto-observação e

possivelmente, uma aceitação de sua nova realidade.

Todavia, percepções mais recentes da reabilitação adicionam uma perspectiva

mais profunda da complexa interação entre a doença e a capacidade funcional: a

deficiência pode perdurar até mesmo quando a doença que a desencadeou foi eliminada,

e da mesma forma, a deficiência pode ser reduzida em face de danos permanentes ou até

mesmo doenças crônicas (BELLEVILLE, 2008).

Frequentemente observamos a utilização do termo intervenção e reabilitação

como sinônimos, dessarte Woods et al. (2012) concluíram em sua recente revisão que

congregar atividades de estimulação cognitiva com métodos da abordagem de orientação

para a realidade, promovem de forma sólida melhorias na cognição geral, sobretudo para

pacientes com demência leve e moderada, melhorando a qualidade de vida destes.

A qualidade de vida em pessoas idosas engloba múltiplos aspectos, sendo eles

considerados importantes para a promoção de um envelhecimento saudável, dos quais

estão ligados à biologia do organismo, a história de vida, bem como fatores culturais e

sociais. No que diz respeito ao estilo de vida e o desempenho cognitivo nesta população,

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segundo Ribeiro et al. (2009), tanto o declínio, quanto a estabilidade das funções

cognitivas podem ser afetados ao longo do processo de envelhecimento por diferenças

interindividuais que envolvem fatores sociodemográficos, genéticos, estilos de vida e de

saúde física.

De acordo com Nahas (2003) há sólidas evidências de que o estilo de vida

individual, considerado um conjunto de crenças, valores e atitudes que se conjecturam

nos hábitos cotidianos, ou seja, no padrão de comportamento, proporcionam um

importante impacto sobre a saúde, determinando desse modo, para a grande maioria das

pessoas, o quão, adoentadas ou saudáveis, elas serão a médio e longo prazo.

Diante dessa afirmação, considera-se a partir do estilo de vida individual,

composto por seus aspectos relacionados a saúde, que poderão surgir reflexos positivos

ou negativos na qualidade de vida atual e na velhice do indivíduo. Todavia, acerca dos

mais distantes graus de desequilíbrios e contrastes socioeconômicos em que vivemos

atualmente, pode-se considerar que as pessoas ainda estão longe de um estilo de vida

considerado ideal (TAVARES, 2007).

Um importante aspecto que pode favorecer uma boa qualidade de vida e a

manutenção e/ou atenuação de perdas cognitivas em idosos, é a prática de atividade física,

mesmo os idosos que já apresentam algum tipo de demência. De acordo com Arcoverde

et al. (2008), a estimulação física e cognitiva em idosos com Doença de Alzheimer (DA)

pode contribuir para a redução do declínio cognitivo e funcional.

Neste sentido, Ferruci, Guralnik e Studenski (2004) e Faber et al. (2006),

consideram que os exercícios podem ser uma prática preventiva, adequada para retardar

ou mesmo reverter o processo de fragilidade, na qual seria a instabilidade e o risco de

perda de função funcional, mental e física, notada em pessoas idosas. Almeida et al.

(2005) destacam em sua pesquisa, que determinados distúrbios do sono foram menos

recorrentes entre idosos que participavam regularmente de atividades de lazer, neste

cenário, incluindo a atividade física, demostrando, portanto, que a manutenção de

atividades prazerosas, como as de lazer, pode repercutir positivamente na saúde desse

grupo populacional.

Ressalta-se que dentre os principais benefícios observados na prática de atividade

física nos idosos, encontra-se o aumento da flexibilidade, diminuição da gordura corporal,

controle da ansiedade, melhora do sono, da circulação, da capacidade cardiopulmonar,

nas dores articulares associadas à má postura e diminuição de perda óssea, podendo ainda,

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conforme já mencionado, contribuir para o envelhecimento cognitivamente saudável

(TOMPOROWSKI, 2003; LOURENÇO; VERAS, 2006).

Diante disso, Freitas et al. (2010) revelam que dos 98 idosos participantes da

pesquisa, aproximadamente 25 idosos (26%) exibiram o diagnóstico de declínio

cognitivo/demência, associados aos seguintes aspectos: maior idade, menor renda

familiar e pior desempenho nos testes cognitivos. A partir desses dados e das entrevistas

realizadas, os autores chegaram à conclusão de que este diagnóstico pode ser associado

de forma significativa a menor participação em atividades físicas e recreativas,

destacando que os entrevistados apresentaram uma autopercepção da saúde negativa e um

estilo de vida sedentário, dois critérios que estão associados ao maior risco de declínio

cognitivo em idosos.

Destaca-se que a atividade física pode também influenciar positivamente na

plasticidade do cérebro proporcionando os processos neurogenerativos, neuroadaptativos

e neuroprotetores (DISHMAN et al., 2006). Além disso, considera-se que atividades

comuns de vida diária, tais como: trabalho no jardim, limpar a casa, etc., também podem

estar associadas com menores taxas de declínio cognitivo. Neste contexto, Verghese et

al. (2003) consideram que dançar de quatro a cinco vezes por semana pode ser benéfico

para o cérebro idoso, tanto no sentido corporal quanto mental, podendo contribuir para a

diminuição significativa da incidência de demência.

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43

4 MATERIAL E MÉTODOS

A revisão integrativa (RI) é um método de revisão mais amplo que permite incluir

literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas,

esse método tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um

delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o

aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Inclui a análise de pesquisas

relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática

clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto,

além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização

de novos estudos. Esta análise de pesquisa utiliza-se de material variado publicado em

periódicos, livros, teses, dissertações, relatórios, entre outros (MENDES; SILVEIRA;

GALVÃO, 2008).

4.1 Etapas da revisão integrativa

Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008), a revisão integrativa é realizada em 6

etapas. A primeira etapa consiste em definir o tema, a pergunta norteadora, as palavras

chaves da pesquisa. O assunto deve ser definido de maneira clara e específica, sendo que

a objetividade inicial predispõe todo o processo a uma análise direcionada e completa,

com conclusões de fácil identificação e aplicabilidade. A questão norteadora da revisão

integrativa pode ser delimitada, focalizando, por exemplo, uma intervenção específica,

ou mais abrangente, examinando diversas intervenções ou práticas na área da saúde.

Para tanto, adotou-se a construção da RI a partir das etapas propostas por

Mendes, Silveira e Galvão (2008) denominadas: 1) Formulação da pergunta; 2)

Amostragem; 3) Extração dos dados; 4) Análise Crítica; 5) Síntese dos Resultados e; 6)

Síntese do Conhecimento, as quais serão detalhadas a seguir, com exceção das duas

últimas etapas que estão contempladas na apresentação dos resultados e conclusões desta

RI, respectivamente.

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44

Etapa 1: Formulação da pergunta

A pesquisa foi revisada e organizada conforme o protocolo PICO, pois a

realização das estratégias de busca está diretamente relacionada à pergunta de pesquisa,

devendo esta ser formulada acerca do acrônimo PICO, composto por: P

(população/participante); I (Intervenção/procedimento); C (controle); O (resultado)

(SANTOS; PIMENTA; NOBRE, 2007).

Desta forma, a partir da pergunta de pesquisa: Quais são as tecnologias utilizadas

para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição

prejudicada? Estabeleceu-se o protocolo PICO da seguinte maneira (Apêndice 01):

P (população): Pessoas idosas;

I (Intervenção): Aplicação de tecnologias x funcionamento cognitivo no idoso;

C (Controle): Presença de tecnologias utilizadas na avaliação das

funcionamento cognitivo de idosos;

O (Resultado): Avaliar os resultados encontrados após a aplicação das

tecnologias na melhoria da funcionamento cognitivo dos idosos.

Após a organização do PICO, iniciou-se a etapa 2 da Revisão Integrativa.

Etapa 2: Amostragem

A segunda etapa é a busca e amostragem da literatura, a busca em base de dados

deve ser ampla e diversificada. O ideal é que todos os artigos encontrados sejam utilizados

e os critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da amostra, sendo

importantes indicadores da confiabilidade e da fidedignidade dos resultados (MENDES;

SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

O estudo foi realizado por meio da busca nos bancos de dados da Scientific

Electronic Library Online (SCIELO) e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que

compõem entre outras bases a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da

Saúde (LILACS), a Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

45

(MEDLINE). Para o desenvolvimento desta pesquisa se fez necessário o uso de um

computador com acesso à internet.

Para a estratégia de busca, utilizou-se os seguintes descritores: Cognição; Idoso;

Exames de Estado Mental e Demência. Ainda, para ampliar a busca de artigos, foram

considerados termos e palavras de texto relacionadas aos descritores supracitados.

Quadro 01: Descritores e Palavras Similares

DESCRITORES BM PALAVRAS SIMILARES

Cognição OR Função Cognitiva

Idoso

OR

Idosos

Pessoa de Idade

População Idosa

Pessoas de Idade

Pessoas Idosas

Pessoa Idosa

Exames de Estado Mental

e Demência

OR

Avaliação Clínica da Demência

Avaliação Cognitiva de Montreal

Avaliação da Cognição pelo Clínico Geral

COGNISTAT

Classificação Clínica da Demência

Classificação Clínica de Demência

Escala de Avaliação Clínica da Demência

Exame Cognitivo Neurocomportamental

GPCOG

MMSE

Instrumento de Triagem de Avaliação Cognitiva

Mini-Exame do Estado Mental

Miniexame do Estado Mental

MicroCog

Mini-Cog

Mini-Exame do Estado Mental de Folstein

Miniexame do Estado Mental de Folstein

Testes Neurocognitivos

A estratégia de busca foi construída utilizando os operadores booleanos (AND),

(OR), considerando as especificidades de cada base. Os operadores booleanos AND

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

46

(combinação restritiva) e OR (combinação aditiva) foram utilizados por meio dos

descritores citados.

Dando seguimento a busca dos artigos, considerou-se os seguintes critérios de

inclusão e exclusão:

Critérios de inclusão: Os artigos selecionados nas bases de dados informadas

acima, sendo artigos científicos publicados entre os anos de janeiro de 2015 a janeiro de

2020 cujo título esteja de acordo com o objetivo proposto por esta revisão, que respondam

à pergunta de pesquisa e que estejam disponíveis na íntegra no idioma português.

Critérios de Exclusão: Todos os estudos que não respondam à questão desta

pesquisa. Além de estudos duplicados nas bases de dados e bibliotecas digitais (Quando

presente em mais de uma base e/ou biblioteca digital foi considerado o estudo encontrado

na primeira base e/ou biblioteca digital); artigos que não tenham texto na íntegra;

publicações inferiores ao ano de 2015 e literatura cinzenta (livros, teses e dissertações).

Etapa 3: Extração dos dados

Para a organização e categorização dos resultados, os artigos foram submetidos à

leitura analítica, cuja finalidade é de ordenar e sumariar as informações contidas nas

fontes, de forma que possibilitem a obtenção da resposta de pesquisa e o alcance dos

objetivos propostos, realizado em duas fases:

Fase 1: após finalizar a busca dos dados, assim como a leitura do resumo e

conclusão dos mesmos, confirmando que estes estejam dentro dos critérios de inclusão

desta pesquisa, foi dado início a fase 1, nesta fase é utilizada uma ficha de seleção dos

dados em análise. Esta ficha tem como objetivo de sintetizar esta seleção, sendo possível

visualizar os motivos de exclusão.

Fase 2: foi realizada uma leitura completa de todos os artigos, garantindo-se que os

dados possuíam o conteúdo esperado, estas leituras eram introduzidas para suceder-se a

análise, caso contrário eram excluídas. A partir disto, foi montado um quadro (Apêndice

02), do qual dispõem dados das publicações selecionadas, contendo nele: Base de dados;

Autor; Titulação/Formação; Título/Ano; Tipo de estudo; Periódico/Local; População

pesquisada; Principal Objetivo; Resultados encontrados.

Nesta etapa, obteve-se o resultado de 27.968 artigos, onde verificou-se que houve

uma diminuição de 27.846 artigos quando foram aplicados os filtros dos últimos 5 anos

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

47

(2015- 2020) e idioma (português), resultando em 112 e quando realizadas as fases 3 e 4

da RI foram excluídos mais 92 artigos, totalizando (n=21) para a análise e discussão.

Figura 01: Fluxograma de tomada de decisões para seleção dos estudos no período

de 2015 a 2020

Etapa 4: Avaliação Crítica

Após, os artigos selecionados foram agrupados e organizados tendo como critério

de organização os resultados e conclusões dos artigos analisados. Para a análise dos

dados, utilizou-se a temática de análise categorial descrita por Minayo (2013) que consiste

em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja presença ou

frequência signifiquem alguma coisa para o objeto. Para uma análise de significados, a

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

48

presença de determinados temas denota estruturas de relevância, valores de referência e

modelos de comportamento presentes ou subjacentes nos textos.

Essa etapa foi organizada em duas categorias temáticas juntamente com as suas

subcategorias (Figura 02 e Quadro 2).

Figura 02: Categoria temática

Categoria 1:Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos

idosos

• Miniexame do Estado Mental

• Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R)

• Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC)

• Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM)

• Mini-Mental State Examination (MMSE)

• Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)

• Teste de Fluência Verbal

Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva

do Idoso

• Exercícios Físicos

• Musicoterapia e Dança

• Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet

• Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária

• Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo

• Uso de Práticas preventivas de Declínio Cognitivo

• Aplicação da Terapia de Reminiscência

Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos

saudáveis ou com cognição prejudicada

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

49

Quadro 02: Distribuição dos artigos por categorias temáticas

Testes aplicados para avaliação da

capacidade cognitiva dos idosos

Técnicas utilizadas para melhoria da

Funcionalidade Cognitiva do Idoso

Especificação Artigos N % Especificação Artigos N %

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

50

Miniexame do

Estado Mental

(MEEM)

A1; A2; A3;

A5; A7; A8;

A9; A10;

A13; A14;

A15; A16;

A17; A18;

A19; A20;

A21.

17 81,0 Exercícios

Físicos

A1; A2; A5;

A7; A8; A9;

A12; A15;

A21.

09 42,0

Exame

Cognitivo de

Addenbrooke

Revised (ACE-

R)

A4 e A11. 02 9,4 Musicoterapia

e Dança

A6; A17 02 9,5

Bateria breve de

rastreio cognitivo

(BBRC)

A14 01 4,7 Jogos

Eletrônicos

Cognitivos/

Utilização da

Internet

A4; A19 02 9,5

Protocolo de

avaliação

funcional do

Grupo de

Desenvolvimento

Latino-

Americano para

a Maturidade

(GDLAM)

A12

01 4,7 Aplicação das

Atividades

Avançadas de

Vida Diária

A14; A20 02 9,5

Mini-Mental

State

Examination

(MMSE)

A6 01 4,7 Treinamento

Cognitivo/

Treinamento

de estímulo

Cognitivo

A7; A10;

A11; A13;

A19.

05 23,8

Avaliação

Cognitiva

Montreal

(MoCA)

A8 01 4,7 Uso de

Práticas

preventivas de

Declínio

Cognitivo

A3

01 4,7

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

51

Teste de

Fluência Verbal

A9 01 4,7 Aplicação da

Terapia de

Reminiscência

A16

01 4,7

Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.

Etapa 5: Síntese dos Resultados

Nesta etapa, a RI discute sobre os textos analisados, em que o pesquisador, guiado

pelos achados, realiza a interpretação dos dados e, com isso, é capaz de levantar as lacunas

de conhecimento existentes e sugerir pautas para futuras pesquisas (GANONG, 1987;

MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Etapa 6: Síntese do Conhecimento

Consiste na apresentação da revisão, a qual segundo Whittemore (2005) deve

conter detalhes explícitos das pesquisas primárias, a fim de fornecer ao leitor condições

de averiguar a adequação dos procedimentos realizados, bem como declarar possíveis

limitações metodológicas na elaboração da revisão.

Essa última etapa consiste na elaboração do documento devendo apresentar os

principais resultados obtidos. Para Mendes, Silveira e Galvão (2008, p. 763), essa etapa

é “um trabalho de extrema importância, já que produz impacto devido ao acúmulo do

conhecimento existente sobre a temática pesquisada”.

4.2 Aspectos éticos

O desenho de pesquisa intitulado “O treino cognitivo para a melhoria das

funções executivas em idosos não demenciados”, foi submetido e aprovado pelo CEP sob

o parecer de n. 3.693.287, CAAE: 20117619.8.0000.0120, em 08 de novembro de 2019

(Anexo 01), contudo não foi possível de completar a coleta de campo em tempo hábil

devido as férias dos grupos de idosos e logo, surgiu a pandemia do COVID-19, que levou

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

52

ao isolamento social da população em geral, principalmente dos idosos, fato que levou ao

desenvolvimento dessa revisão integrativa, na mesma temática.

E, por se tratar de uma revisão de literatura e oferecer riscos mínimos, não foi

submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNIVALI. Contudo, atendeu-se as

exigências éticas acerca dos dados coletados ao decorrer da pesquisa, preservando o rigor

ético que implica em não infringir a Resolução CNS nº 466/12. (Apêndice 02)

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

53

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A apresentação dos resultados e sua discussão estão organizados em três

momentos:

1) Caracterização dos artigos segundo a base de dados, no total de 21 artigos,

por meio de quadros e gráficos trazendo informações sobre base de dados, autor, titulação

e formação, título e ano, tipo de estudo, periódico e local de publicação, população

pesquisada, objetivo principal, resultados encontrados.

2) Apresentação das tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade

cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição prejudicada identificada nos artigos a

partir de duas categorias: Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade

cognitiva dos idosos; Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade

Cognitiva do Idoso.

3) Apresentação da síntese propositiva sobre as estratégias de cuidado para a

melhoria da funcionalidade cognitiva dos idosos.

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

54

5.1 Caracterização das publicações

Quadro 03: Caracterização das publicações

Nº Base de

dados

Autor Titulação/

Formação

Título/Ano Tipo de

estudo

Periódico/

Local

População

pesquisada

Objetivo Principal Resultados

Encontrados

A1 LILACS Marisa Moreira

BRAGA; André

dos Santos

COSTA; Tony

Meireles

SANTOS; Andrea

Camaz

DESLANDES;

Jhonnatan

Vasconcelos

Pereira SANTOS;

Carla Menêses

HARDMAN

Mestre;

Doutor;

Doutor;

Doutora;

Mestre;

Doutor.

(6 Profissionais

de educação

física)

Proposta de

um

protocolo de

treino e seu

efeito nas

funções

cognitivas

em idosas

depressivas.

2019

Revisão

integrativa

Revista

Brasileira de

ciência e

movimento.

(São Paulo)

DOI:

10.31501/rbc

m.v27i3.9925

Idosos

saudáveis

Descrever uma

proposta do

protocolo de

treinamento

aeróbico intervalado

de moderada

intensidade e

verificar o seu efeito

nas funções

cognitivas em idosas

com o diagnóstico

de depressão maior.

Verificou um efeito

positivo no

desempenho das

tarefas de atenção,

função executiva e

dupla tarefa

visuoespacial após

uma estratégia de

treinamento, baseada

no exercício aeróbico

intervalado de

moderada intensidade

de nove semanas, em

idosas com depressão.

A2 LILACS Jéssica Fernanda

SIQUEIRA;

Mateus Dias

ANTUNES; José

Roberto A. do

NASCIMENTO

JÚNIOR; Daniel

Graduada;

Mestre;

Doutor;

Doutor.

(2 Profissionais

de Ed. Física;

Efeitos da

prática de

exercício de

dupla tarefa

em idosos

com Doença

de

Alzheimer:

Revisão

sistemátic

a

Saúde e

Pesquisa

(Paraná)

DOI:

10.17765/217

6-

Idosos Revisar de forma

sistemática a

literatura atual para

sumarizar o efeito

de intervenções com

dupla tarefa sobre

sintomas da Doença

de Alzheimer.

Os estudos têm

comprovado que o

exercício de dupla

tarefa pode amenizar e

controlar as perdas

motoras e cognitivas

ocasionadas por esta

doença.

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

55

Vicentini

OLIVEIRA

2

Fisioterapeutas

)

revisão

sistemática.

2019

9206.2019v1

2n1p197-202

A3 LILACS Priscila Aguiar

MENDES;

Annelita Almeida

Oliveira

REINERS;

Rosemeiry

Capriata de Souza

AZEVEDO; Ana

Carolina Macri

GASPAR; Neuber

José SEGRI;

Samira Reschetti

MARCON

Mestre;

Doutora;

Doutor;

Mestre;

Doutor

PHD.

(6

Enfermeiros)

Práticas

preventivas

de declínio

cognitivo

realizadas

por idosos e

fatores

associados.

2019

Estudo

transversal

analítico

REME

revista

mineira de

enfermagem

(Minas

Gerais)

DOI:

http://www.d

x.doi.org/10.

5935/1415-

2762.201901

14

Idosos sem

alterações

cognitivas

avaliadas

Analisar a

prevalência de

práticas preventivas

de declínio

cognitivo (DC) entre

idosos e os fatores

sociodemográficos e

de saúde associados.

Foi encontrada

associação entre

práticas preventivas de

DC e as variáveis

escolaridade.

A4 LILACS Sirlei Ricarte

BENTO; Ana

Carolina

OTTAVIANI;

Allan Gustavo

BRIGOLA; Vânia

Paula de Almeida

NERIS; Fabiana

de Souza

ORLANDI; Sofia

Cristina Iost

PAVARINI

Graduada;

Doutora;

Doutora;

Doutora;

Doutora;

Doutora.

(4

Enfermeiros;

1 Gerontóloga;

1 Engenheira

de

Computação)

Uso de jogo

digital

terapêutico

em idosos

em

tratamento

dialítico:

aspectos

cognitivos e

sintomas

depressivos.

2018

Estudo

quase

experimen

tal

Revista

Brasileira de

Geriatria e

Gerontologia

(Rio de

Janeiro)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/19

81-

Idosos em

hemodiálise

Avaliar a presença

de sintomas

depressivos e

alterações

cognitivas antes e

após um programa

de intervenção com

um jogo digital

terapêutico em

idosos em

hemodiálise.

Quanto à função

cognitiva não houve

diferença

estatisticamente

significativa antes e

após uma intervenção.

Houve diferença

estatisticamente

significante na média

dos escores dos

sintomas depressivos,

sendo a menor após a

intervenção.

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

56

22562018021

.170184

A5 LILACS Marcelo de Maio

NASCIMENTO;

Nayra Jéssica os

Santos MAIA;

Lucas da Silva

RAMOS; Hans

Joachim APPELL

Doutor;

Graduanda;

Graduanda;

Doutor.

(1 Educador

Físico;

2 Estudantes de

medicina;

1 Médico)

Influência

das funções

executivas

sobre a

marcha e o

equilíbrio

de idosas

praticantes

regulares de

exercícios

físicos.

2018

Estudo

observacio

nal

exploratóri

o com

delineame

nto

transversal

Revista

Brasileira de

Ciências da

Saúde

(Paraíba)

DOI:

10.4034/RBC

S.2018.22.02.

07

Idosas do

sexo

feminino

Examinar as funções

executivas (FE) de

idosas fisicamente

ativas,

determinando sua

influência sobre o

desempenho em

testes de marcha e

equilíbrio corporal.

Concluiu-se que o

déficit cognitivo

apresenta-se como

fator de risco de

queda para mulheres

praticantes regulares

de exercícios físicos.

A6 LILACS Alice Thiesen

OLIVEIRA; Aline

Antônia Souto da

ROSA; Amanda

de Melo BRAUN;

Daniele Kern

MICCO; Isadora

Nunes ERTHAL;

Roberta Vieira

PECOITS;

Monique Baldin

SANGALETTI;

Lucas de

Azambuja

RAMOS

Graduanda;

Graduanda;

Graduanda;

Graduanda;

Graduanda;

Graduanda;

Especialista;

Mestre.

(6 Estudantes

de medicina;

2 Médicos)

A música no

controle de

sintomas

relacionado

s à

demência

em idosos.

2018

Revisão

integrativa

da

literatura

Acta médica

(Rio grande

do Sul)

URL:

https://editora

.pucrs.br//ace

ssolivre/perio

dicos/acta-

medica/assets

/edicoes/2018

-

1/arquivos/pd

f/15.pdf

Idosos

demenciados

Avaliar os

benefícios da terapia

musical,

independente do seu

método de aplicação

– o qual pode ser

grupal, individual,

interativo,

receptivo, de caráter

nostálgico ou

clássico.

A terapia musical se

apresenta de grande

valor no tratamento

dos sintomas da

demência. Os

resultados se

mostraram eficazes

para sintomas

neuropsiquiátricos,

destacando-se

agitação, ansiedade e

apatia – apesar da

primeira não ter sido

avaliada

individualmente para

qualidade de vida e

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

57

para relações

interpessoais. A função

cognitiva e controle da

dor obtiveram parciais

incertas ou

divergentes.

A7 LILACS Alcides Viana de

Lima NETO;

Vilani Medeiros de

Araújo NUNES;

Kamilla Sthefany

Andrade de

OLIVEIRA; Lívia

Maria de

AZEVEDO;

Gabriella Xavier

Barbalho

MESQUITA

Mestre;

Doutora;

Mestre;

Mestre;

Especialista.

(3

Enfermeiros;

1 Psicólogo;

1

Nutricionista)

Estimulação

em idosos

institucional

izados:

efeitos da

prática de

atividades

cognitivas.

2017

Estudo

quase-

experimen

tal,

contempla

ndo uma

abordage

m

quantitativ

a.

Revista de

Pesquisa:

Cuidado é

Fundamental

Online

(Rio de

janeiro)

DOI:

http://dx.doi.

org/10.9789/

2175-

5361.rpcfo.v

9.5491

Idosos

institucionali

zados

Avaliar aspectos

cognitivos em

idosos

institucionalizados

antes e após a

realização de

atividades de

estimulação

cognitiva.

Após as atividades de

estimulação percebeu-

se que os idosos

conseguiram manter

ou aumentar a

pontuação dos diversos

aspectos avaliados.

A8 LILACS Rafaela

SARTÓRI;

Carolina Medeiros

de SOUZA;

Fabiano Moura

DIAS; Alessandra

Paiva de Castro

VIDAL; Fernanda

Graduanda;

Graduanda;

Mestre;

Doutora;

Doutora.

(2 Estudantes

de Fisioterapia;

Efeitos da

intervenção

motora com

tarefa dupla

na cognição

e presença

de

depressão

em idosos

Estudo

experimen

tal

Revista:

Fisioterapia

Brasil

(Rio de

Janeiro)

DOI:

http://dx.doi.

Idosos

residentes de

ILP

Avaliar os efeitos da

intervenção motora

com tarefa dupla na

cognição e presença

de depressão nos

idosos.

Não houve diferença

significante na função

cognitiva dos idosos

após a intervenção em

nenhum dos dois

grupos estudados.

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

58

Moura Vargas

DIAS

3

Fisioterapeutas

)

residentes

em

instituição

de longa

permanênci

a.

2017

org/10.33233

/fb.v18i4

A9 LILACS Alessandra Vieira

MENEZES;

Alessandra da

Silva de AGUIAR;

Elysama

Fernandes

ALVES; Layse

Biz de

QUADROS;

Poliana Penasso

BEZERRA

Graduada;

Graduada;

Graduada;

Graduada;

Doutora.

(5

Fisioterapeutas

)

Efetividade

de uma

intervenção

fisioterapêut

ica

cognitivo-

motora em

idosos

institucional

izados com

comprometi

mento

cognitivo

leve e

demência

leve.

2016

Ensaio

clínico

controlado

Revista:

Ciência &

saúde

coletiva

(Rio de

Janeiro)

DOI:

http://dx.doi.

org/10.1590/

1413-

81232015211

1.17892015

Idosos com

comprometi

mento

cognitivo e

demência

leves

residentes

em

instituição

Verificar a

efetividade de

quatro meses de

intervenção

fisioterapêutica

cognitivo-motora.

A intervenção proposta

apresentou eficácia

sobre a mobilidade,

mas não na cognição e

independência

funcional. O curto

período de tempo e a

baixa frequência

semanal podem estar

relacionados aos

resultados obtidos.

A10 LILACS Mariana Teles

SANTOS; Carmen

FLORES-

MENDOZA

Doutora;

Doutora.

(2 Psicólogas)

Treino

Cognitivo

para Idosos:

Uma

Revisão

Sistemática

Revisão

Sistemátic

a

Psico-USF

(São Paulo)

DOI:

https://doi.or

Idosos

saudáveis

Objetivou analisar

23 estudos nacionais

em seus aspectos

metodológicos e

quanto às evidências

de eficácia das

Foram identificados

efeitos de treino para

pelo menos uma

medida cognitiva

utilizada.

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

59

dos Estudos

Nacionais.

2017

g/10.1590/14

13-

82712017220

212

intervenções sobre

treino cognitivo para

idosos saudáveis.

A11 LILACS Francine

Golghetto

CASEMIRO;

Isabela Azevedo

RODRIGUES;

Juliane Cristine

DIAS; Ludmyla

Caroline de Sousa

ALVES; Keika

INOUYE; Aline

Cristina Martins

GRATÃO

Mestre;

Graduanda;

Especialista;

Especialista;

Doutora;

Doutora.

(2 Enfermeiras

1 Estudantes de

Gerontologia

2 Gerontólogas

1

Farmacêutica/

Bioquimica)

Impacto da

estimulação

cognitiva na

depressão,

ansiedade,

cognição e

capacidade

funcional

entre

adultos e

idosos

participante

s de uma

universidad

e aberta da

terceira

idade.

2016

Ensaio

clínico

controlado

aberto

Revista

Brasileira de

Geriatria e

Gerontologia

(Rio de

Janeiro)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/18

09-

98232016019

.150214

Idosos Este estudo avaliou

a eficácia de um

workshop de

Estimulação

Cognitiva

Gerontológica, com

o objetivo de

melhorar o

desempenho

cognitivo e

funcional e os

sintomas de humor

de participantes

senescentes em uma

Universidade

Aberta para Idosos.

No grupo intervenção,

houve melhora nas

variáveis avaliadas,

com diferenças

significativas no

domínio visuoespacial,

sintomas de depressão

e ansiedade. No grupo

controle, os sintomas

de depressão e

ansiedade se

deterioraram.

A12 LILACS Cristiano Andrade

Quinão Coelho

ROCHA; Maria

Helena Rodrigues

MOREIRA; Edgar

Ismael Alarcon

MESA; Andrea

Carmen

Doutor;

Doutora;

Doutor;

Doutora;

Doutor;

PHD.

Efeitos de

um

programa de

treinamento

concorrente

sobre a

autonomia

funcional

Estudo

experimen

tal

Revista

Brasileira de

Ciência e

Movimento

(São Paulo)

DOI:

Idosas Avaliar os efeitos de

um programa de

treinamento

concorrente sobre a

autonomia funcional

de idosas pós-

menopáusicas.

Concluiu-se que o fato

das idosas se manterem

ativas fisicamente, por

meio de um programa

de treinamento

concorrente, teve como

tendência, maior nível

de autonomia

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

60

GUIMARÃES;

Carlos Henrique

DÓRIA; Estélio

Henrique Martin

DANTAS

(6 Profissionais

de Educação

Física)

em idosas

pós-

menopáusic

as.

2015

http://dx.doi.

org/10.18511

/0103-

1716/rbcm.v2

3n3p122-134

funcional quando

comparado às idosas

sedentárias.

A13 LILACS Ana Cláudia

WANDERBROO

CKE; Patrícia

Precce FOLLY;

Paola Carolina

MABA; Tatiana de

CARVALHO

Doutora;

Mestre;

Graduada;

Doutora;

(4 Psicólogas)

Oficina de

memória

para idosos

em uma

unidade

básica de

saúde: um

relato de

experiência.

2015

Relato de

experiênci

a

Psico-USF

(São Paulo)

URL:

https://revista

s.pucsp.br/psi

corevista/arti

cle/view/277

98

Idosos Promover estímulo

cognitivo, com foco

principal na

memória, e

socialização entre os

participantes

A14 LILACS Eduardo Moreira

de OLIVEIRA;

Henrique Salmazo

da SILVA; Andrea

LOPES; Meire

CACHIONI;

Deusivania Vieira

da Silva

FALCÃO; Samila

Satler Tavares

BATISTONI;

Anita Liberalesso

NERI; Mônica

Especialista;

Doutor;

Doutora;

Doutor;

Doutora;

Doutora;

Doutora;

Doutora.

(2

Gerontólogos

5 Psicólogos;

Atividades

Avançadas

de Vida

Diária

(AAVD) e

desempenho

cognitivo

entre idosos.

2015

Não há

especifica

ção

Psico-USF

(São Paulo)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/14

13-

82712015200

110

Idosos sem

declínio

cognitivo

Investigar a

associação entre

Atividades

avançadas de vida

diária (AAVD) e o

desempenho

cognitivo entre

idosos participantes

do estudo FIBRA

em Ermelino

Matarazzo, São

Paulo.

Conclui-se que a

relação entre as

AAVDs e o

desempenho cognitivo

parece ser modulada

por variáveis

sociodemográficas e

por sintomas

depressivos.

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

61

Sanches

YASSUDA

1 Bacharel em

Ciências

sociais)

A15 MEDLINE Daniel Vicentini

de OLIVEIRA;

Veridiane Brigato

de OLIVEIRA;

Géssica Aline

CARUZO; Áurea

Gonçalves

FERREIRA; José

Roberto Andrade

do Nascimento

JÚNIOR; Paolo

Marcello da

CUNHA; Cláudia

Regina

CAVAGLIERI

Doutor;

Graduanda;

Especialista;

Especialista;

Especialista;

Doutor;

Mestre;

Doutora.

(6 Profissionais

de Ed. Física

1

Fisioterapeuta;

1

Farmacêutica)

O nível de

atividade

física como

um fator

intervenient

e no estado

cognitivo de

idosos da

atenção

básica à

saúde.

2019

Estudo

epidemiol

ógico

descritivo,

de corte

observacio

nal e

transversal

Revista:

Ciência &

saúde

coletiva

(Rio de

Janeiro)

DOI:

https://dx.doi.

org/10.1590/

1413-

81232018241

1.29762017

Idosos

Avaliar o nível de

atividade física e o

estado cognitivo de

idosos usuários das

Unidades Básicas de

saúde.

Os principais

resultados deste estudo

mostram que idosos

com maiores níveis de

atividade física

possuem melhores

escores de estado

cognitivo geral quando

comparados com

sujeitos que

demonstraram baixo

nível de atividade

física e/ou

sedentarismo.

A16 MEDLINE Isabel GIL; Paulo

COSTA; Vítor

PAROLA; Daniela

CARDOSO;

Maria ALMEIDA;

João APÓSTOLO

Mestre;

Mestre;

Doutora;

PHD;

PHD;

PHD.

(6

Enfermeiros)

Eficácia da

reminiscênc

ia na

cognição,

sintomas

depressivos

e qualidade

de vida em

idosos

institucional

Revisão

sistemátic

a

Revista da

Escola de

Enfermagem

da USP

(São Paulo)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/s1

Adultos (≥65

anos), a

quem foi

identificada

uma situação

de

compromiss

o cognitivo

Identificar a melhor

evidência disponível

sobre a eficácia da

Terapia de

Reminiscência na

cognição,

sintomatologia

depressiva e

qualidade de vida

em idosos com

A Terapia de

Reminiscência

apresenta potencial

eficácia na

manutenção da

cognição e diminuição

da sintomatologia

depressiva na

população-alvo.

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

62

izados:

revisão

sistemática

2019

980-

220x2018007

403458

compromisso

cognitivo.

A17 MEDLINE Eliane Gomes da

Silva BORGES;

Rodrigo Gomes de

Souza VALE;

Carlos Soares

PERNAMBUCO;

Samaria Ali

CADER; Selma

Pedra Chaves SÁ;

Francisco Miguel

PINTO; Isabel

Cristina Ribeiro

REGAZZI;

Virginia Maria de

Azevedo Oliveira

KNUPP; Estélio

Henrique Martin

DANTAS

Mestre;

Doutor;

Doutor;

Doutor;

Doutora;

Mestre;

Mestre;

Doutora;

Doutor.

(4 Profissionais

de Ed. Física

1 Assistente

Social

1

Fisioterapeuta

3 Enfermeiros)

Efeitos da

dança no

equilíbrio

postural, na

cognição e

na

autonomia

funcional de

idosos.

2018

Estudo

clínico

randomiza

do simples

Revista

Brasileira de

Enfermagem

(Brasília)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/00

34-7167-

2017-0253

Idosos

residentes

em ILP

Avaliar o equilíbrio

postural, a cognição

e a autonomia

funcional de idosos

com demência,

institucionalizados

de longa

permanência,

submetidos à dança

de salão.

A dança de salão deve

ser indicada para

proporcionar melhora

no equilíbrio e no

desempenho motor nas

atividades da vida

diária de idosos.

A18 MEDLINE Rodrigo de Rosso

KRUG; Eleonora

D’ORSI; André

Junqueira

XAVIER

Doutor;

Doutora;

Doutor.

(2 médicos;

1 Profissional

de Ed. Física)

Associação

entre o uso

de internet e

a função

cognitiva de

idosos,

estudo

longitudinal

Estudo

longitudin

al

Revista

Brasileira de

Epidemiologi

a

(São Paulo)

Idosos Estimar a associação

entre o uso de

internet e o

ganho/perda

cognitivo ao longo

de quatro anos em

idosos.

Houve associação

significativa entre

manter-se usando

internet e o

desempenho cognitivo,

com chance maior de

ganho cognitivo (OR =

3,3; IC 95% 1,1 - 9,8) e

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

63

populaciona

l Epifloripa

Idoso.

2019

DOI:

http://dx.doi.

org/10.1590/

1980-

54972019001

2

menor de perda

cognitiva (OR = 0,39;

IC 95% 0,17 - 0,88)

para os idosos que se

mantiveram usando a

internet.

A19 MEDLINE Francine

Golghetto

CASEMIRO;

Diana Monteiro

QUIRINO; Maria

Angélica

Andreotti DINIZ;

Rosalina

Aparecida

Partezani

RODRIGUES;

Sofia Iost

PAVARINI; Aline

Cristina Martins

GRATÃO

Mestre;

Mestre;

Mestre;

Mestre;

Doutora;

Doutora.

(3

Gerontólogos

3 Enfermeiros)

Efeitos da

educação

em saúde

em idosos

com

comprometi

mento

cognitivo

leve.

2015

Ensaio

clínico

randomiza

do e

controlado

Revista

Brasileira de

Enfermagem

(Brasília)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/00

34-7167-

2017-0032

Idosos Analisar o impacto

da educação em

saúde na cognição e

nos sintomas

depressivos e

ansiosos em idosos

com

comprometimento

cognitivo leve.

A intervenção de

Educação e Saúde

resultou em evidente

melhora na memória

dos participantes o que

a torna uma eficiente

estratégia de

intervenção cognitiva

baseada em dinâmicas

para estimular a

preservação e melhora

do desempenho

cognitivo.

A20 MEDLINE Eliane Golfieri

DIAS; Fabíola Bof

de ANDRADE;

Yeda Aparecida de

Oliveira

DUARTE; Jair

Lício Ferreira

Doutora;

Doutora;

Doutora;

Doutor;

Doutora.

(1 Terapeuta

Ocupacional;

Atividades

avançadas

de vida

diária e

incidência

de declínio

cognitivo

em idosos:

Estudo

longitudin

al

Cadernos de

Saúde

Pública

(Rio de

Janeiro)

DOI:

Idosos Avaliar o impacto

das atividades

avançadas de vida

diária (AAVD) na

incidência de

declínio cognitivo.

Os resultados do

presente trabalho

mostram que o

desempenho de

AAVDs foi um fator

protetor para o

desenvolvimento de

declínio cognitivo,

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

64

SANTOS; Maria

Lúcia LEBRÃO

1 Odontóloga;

1 Enfermeiro;

1 Físico;

1 Médico)

Estudo

SABE.

2015

https://doi.or

g/10.1590/01

02-

311X001250

14

independentemente de

condições

socioeconômicas, de

saúde geral, estilo de

vida e incapacidade

funcional nas

atividades de vida

diária.

A21 SCIELO Bruno Ricarth

DOMICIANO;

Darling Kescia

Araújo Peixoto

BRAGA; Paula

Negrão da SILVA;

Mayara Paz

Albino dos

SANTOS; Thiago

Brasileiro de

VASCONCELOS;

Raimunda

Hermelinda Maia

MACENA

Graduado;

Graduada;

Mestre;

Mestre;

Doutor;

Doutora.

(4

Fisioterapeutas

1 Enfermeiro

1 Advogado)

Função

cognitiva de

idosas

residentes

em

instituições

de longa

permanênci

a: efeitos de

um

programa de

fisioterapia.

2016

Estudo

longitudin

al,

intervenci

onista,

com

abordage

m

quantitativ

a.

Revista

Brasileira de

Geriatria e

Gerontologia

(Rio de

Janeiro)

DOI:

https://doi.or

g/10.1590/18

09-

9823.2016.14

137

Idosas

residentes

em ILP

Analisar os efeitos

de um programa de

fisioterapia para

promoção à saúde

sobre a capacidade

cognitiva de

mulheres idosas

institucionalizadas.

O desempenho no

Miniexame do Estado

Mental foi expandido

após a realização das

atividades de

promoção à saúde, o

que otimizou a função

cognitiva das idosas

institucionalizadas,

contribuindo, assim,

para uma melhor

qualidade de vida.

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

65

Diante dos resultados apresentados, percebe-se que nem todos os artigos

apresentam o DOI (traduzido como “Identificador Digital de Objetos”) que segundo

Brito et al. (2015, p. 8), “é um sistema que permite a identificação, localização e descrição

unívoca de entidades digitais — físicas ou abstratas.” Este identificador, tem sido muito

adotado na internet atualmente, devido, principalmente, às necessidades de padronização

e preservação das informações contidas nesse ambiente.

Um DOI é atribuído a um certo conteúdo por um editor ou instituição responsável.

Ainda que se alterem questões como direitos patrimoniais ou localização, o DOI

permanece o mesmo. Ou seja, uma vez atribuído um DOI, não se pode removê-lo ou

alterá-lo, é possível mudar as informações vinculadas a um DOI, realizando um novo

depósito de informações, ou seja, o DOI permanece igual, porém há alteração nos

metadados (BRITO et al., 2015).

Nesta pesquisa, dos 21 selecionados, a maioria deles apresentou DOI totalizando

90,47% (n=18) do total, restando apenas 9,52% (n=2) sem o referido identificador, sendo

eles os artigos A6 (Oliveira et al., 2018) e A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015).

Gráfico 01: Presença de DOI nos artigos

Fonte: Coleta de dados, 2020

19

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

DOI

ARTIGOS COM DOI

ARTIGOS SEM DOI

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

66

Referente aos resultados da pesquisa, observou-se a predominância do sexo

feminino nos participantes das pesquisas dos artigos selecionados, esse dado corrobora

com achados na literatura que apontam uma maior expectativa de vida das mulheres

(AGREE, 1999; CAMARGOS; SZWARCWALD et al., 2011; GONZAGA, 2015).

Em 1950, o número de homens idosos era de 1,18 milhão e o de mulheres era de

1,45 milhão (havia um superávit de exatos 273 mil mulheres). Já na década de 80 a

quantidade de homens de 60 anos ou mais avançou para 3,64 milhões e a quantidade de

mulheres chegou a 4 milhões (LOPES, 2019). Em 2016, o superávit feminino ainda era

relativamente pequeno e a razão de sexo era de 91 homens para cada 100 mulheres entre

a população idosa. E, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), em 2017 as mulheres eram maioria significativa na faixa etária de 60 anos,

totalizando 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões

(44% do grupo).

Ainda sobre a predominância do sexo feminino nos participantes da pesquisa,

observou-se que as mulheres idosas apresentaram maiores expectativas de vida. Em

contrapartida, se comparadas aos homens, elas possuem uma menor proporção de anos a

serem vividos livres de incapacidade funcional. Desta maneira, se por um lado, em

relação aos homens idosos, as mulheres vivem mais, de outra forma, elas tendem a passar

um número maior de anos com incapacidade funcional, em termos relativos e absolutos.

Mesmo que a forma de mensurar incapacidade funcional possa variar entre os estudos,

dificultando comparações, os resultados do presente estudo corroboram trabalhos prévios

que destacaram a desvantagem feminina (CAMARGOS et al., 2019).

Segundo Chaimowicz (1997) essa propensão pode ser explicada por alguns

fatores, dentre os quais estão o fato de as mulheres viverem, em média, mais do que os

homens, tornarem-se viúvas mais cedo, apresentarem maior empenho para casar ou para

o recasamento após separação ou viuvez, e menores níveis de instrução, taxa de ocupação

e renda.

Acerca dos artigos selecionados para a análise e discussão (n=21), pode-se

constatar como a literatura brasileira atual ainda possui escassez de publicações que

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

67

discutam os efeitos do treinamento cognitivo na funcionalidade do idoso. Conforme

Guimarães (2006), os desafios evidentes de projetar e executar pesquisas científicas no

Brasil, direcionado a saúde, é reflexo de um conjunto de fatores, incluindo a realidade

social acerca do financiamento para pesquisas e quanto ao sistema educacional, que

necessita de maior incentivo. O país possui uma quantidade expressiva de cientistas com

bom nível para aplicar conhecimento e recursos em pesquisa no território nacional,

porém, necessita estabelecer solidamente um sistema de educação que permita incluir o

país como um todo, na aplicação da ciência, além da necessidade de amadurecimento no

sistema de inovação em saúde.

Quanto ao ano de publicação dos artigos selecionados, observa-se que as

publicações tiveram os ápices no ano de 2015 e no ano de 2019. No qual em 2019

apresentou (n = 06) publicações e em 2015 (n= 05) publicações, nos anos de 2016 e 2017

percebe-se uma queda se comparado ao ano de 2015, apresentando apenas (n= 03)

publicações em cada ano, porém, no ano seguinte (2018) já se observa o aumento para

(n=4) publicações. Até janeiro de 2020 não houve publicações relacionadas a esse tema

(n=0).

A figura a seguir demonstra a distribuição das publicações conforme ano de

estudo:

Gráfico 02: Distribuição do número de artigo por ano

Fonte: Coleta de dados, 2020

0

1

2

3

4

5

6

7

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Distribuição do número de artigo por ano

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

68

Quanto a distribuição de artigos por periódicos, observa-se que os periódicos

Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia e a Revista Psico - USF destacaram-se,

possuindo (n=03) publicações nos últimos 05 anos. Em seguida, nota-se que a Revista

Brasileira de Ciência e Movimento, a Revista Ciência & Saúde Coletiva e a Revista

Brasileira de Enfermagem possuíram 02 publicações. Os demais periódicos apresentaram

apenas uma publicação nos últimos 05 anos. Sendo elas: Saúde e pesquisa; Revista

Mineira de Enfermagem; Revista Brasileira de Ciências da Saúde; Acta médica; Revista

de pesquisa: Cuidado é fundamental; Revista fisioterapia Brasil; Revista da Escola de

Enfermagem da USP; Revista Brasileira de Epidemiologia e Cadernos de Saúde Pública,

totalizando 12 revistas.

Gráfico 03: Distribuição do número de publicações por periódicos

Fonte: Coleta de dados, 2020

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

Distribuição do número de publicações por periódicos

Revista Brasileira de ciência e movimento Saúde e Pesquisa

Revista mineira de enfermagem Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Revista Brasileira de Ciências da Saúde Acta médica

Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online Revista: Fisioterapia Brasil

Revista: Ciência & saúde coletiva Psico-USF

Revista da Escola de Enfermagem da USP Revista Brasileira de Enfermagem

Revista Brasileira de Epidemiologia Cadernos de Saúde Pública

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

69

Em relação aos periódicos encontrados nessa RI, considera-se falar sobre os

periódicos que mais se destacaram, sendo eles: Revista Brasileira de Geriatria e

Gerontologia (n=3) e a Psico-USF (n=3) representando 28% do total de artigos

encontrados nos periódicos encontrados.

A Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia informa em seu site que possui

publicação contínua, no formato eletrônico com acesso gratuito com a publicação de

temas relacionados a gerontologia e geriatria. O fato de possuir publicação de forma

contínua pode contribuir para o aparecimento em maior número em relação as demais

revistas (RBGG, 2020).

Já a Psico-USF é um periódico que visa promover o debate da produção científica

na área da Psicologia, possibilitando-lhe mais visibilidade. Está vinculado ao Programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco desde

2000. Sua publicação é quadrimestral possuindo um propósito de servir de fórum para a

apresentação e divulgação de pesquisas atuais no campo da Psicologia e como um veículo

de disseminação do conhecimento a pesquisadores, profissionais e demais interessados

pelo campo (USF, 2020).

Gráfico 04: Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo

3

2

1

2

1

2 2

1 1

2

3

0

2

4

Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo

Revisão integrativaRevisão sistemáticaEstudo transversal analíticoEstudo quase experimentalEstudo observacional exploratório com delineamento transversalEstudo experimentalEnsaio clínico controladoRelato de experiênciaEstudo epidemiológico descritivo de corte observacional e transversal

Fonte: Coleta de dados, 2020.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

70

Quanto a distribuição das publicações por metodologia de estudo, em primeiro

lugar encontram-se o Estudo Longitudinal (n =3) e a Revisão Integrativa (n = 3) ocupando

28% do total encontrado. Tendo em vista a complexidade de informações na área da

saúde, tornou-se indispensável o desenvolvimento de artifícios, no contexto da pesquisa

cientificamente embasada, capazes de delimitar etapas metodológicas mais concisas e de

propiciar, aos profissionais, melhor utilização das evidências elucidadas em inúmeros

estudos (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

A pesquisa longitudinal vem apresentando um crescimento exponencial nos

últimos anos, tanto na extensão e variedade dos indicadores estudados, quanto na

profundidade das suas abordagens. Atualmente, a ênfase da pesquisa longitudinal tem

sido direcionada para cruzar olhares oriundos da Auxologia, Epidemiologia e Saúde

Pública. O caráter interativo do crescimento, estilo de vida, saúde e tendência secular na

maturação biológica, sobretudo, na precocidade da idade de menarca tem sido alvo de

estudo em muitos países (SILVA et al., 2011).

Já a Revisão Integrativa, de acordo com Souza et al. (2010), emerge como uma

metodologia que proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da

aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática.

Em seguida encontram-se a Revisão Sistemática (n=2), Estudo quase

Experimental (n=2), Estudo Experimental (n=2), Ensaio Clínico Controlado (n=2) e

Estudo Clínico Randomizado (n=2). E, em último lugar encontram-se o Estudo

Transversal Analítico (n=1), o Relato de Experiência (n=1) e o Estudo Epidemiológico

Descritivo (n=1).

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

71

Gráfico 05: Distribuição dos artigos conforme local de publicação

Fonte: Coleta de dados, 2020

Tendo como objetivo identificar em quais regiões do país o assunto tratado nesse

trabalho é mais publicado, o gráfico 04 nos mostra que a região Sudeste obteve o maior

número de publicações, totalizando 76,1%. Na segunda posição encontram-se as regiões

Centro-Oeste e a Região Sul, ambos com 9,52% e pôr fim, a região Nordeste do país com

4,76 %.

O elevado número de publicações realizadas no Sudeste pode ser explicado pelo

considerável número de instituições de ensino e de serviço da região (IBGE, 2016). A

região Sudeste, considerada a região mais rica e populosa do Brasil, é formada pelos

estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o Sindicato

das Mantenedoras de Ensino Superior (SEMEP), no ano de 2014 a região sudeste ficou

em primeiro lugar em número de matrículas em cursos presenciais do Brasil, totalizando

47%. O Estado de São Paulo foi o grande responsável por esse índice, apresentando 1,7

milhão de matrículas em cursos presenciais (56% do total na região), seguido do Estado

de Minas Gerais com 666 mil matrículas (22%), Rio de Janeiro com 550 mil matrículas

(18,12%) e Espírito Santo com 118 mil matrículas (3,89%) (SEMESP, 2016).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Minas Gerais Rio de Janeiro Paraíba Rio Grande doSul

São Paulo Brasília Paraná

Distribuição dos artigos conforme local de publicação

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

72

Esses dados relacionados a região sudeste explicam o número discrepante de

publicações em relação a outras regiões do Brasil. Também nos mostra a importância das

instituições de ensino nesta região para o avanço das pesquisas no país.

Em relação a distribuição dos artigos conforme a base de dados, abaixo segue o

gráfico demostrando os dados encontrados:

Gráfico 06: Distribuição da distribuição dos artigos conforme base dados

Observou-se que a plataforma LILACS foi a plataforma com maior número

(n=12) com 57% de publicações relacionadas ao eixo central desta Revisão Integrativa.

A base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da

Saúde) é coordenada pela BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), um centro de

informação organizado pela OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) e pelo

Governo Federal do Brasil (FIGUEIREDO et al., 2017).

A LILACS almeja suprir a falta de cobertura para as revistas e jornais da região,

pelas grandes bases de dados, e aumentar a visibilidade para a produção científica Latino

Americana e do Caribe, na área da Saúde. O acesso eletrônico a essa base de dados pode

ser feito diretamente pelo Portal LILACS, pela Biblioteca Virtual em Saúde e pelo Portal

de Pesquisa da BVS (FIGUEIREDO et al., 2027).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

SCIELO LILACS MEDLINE

Base de dados

Fonte: Coleta de dados, 2020

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

73

Em segundo lugar (n=7) com 33,33% encontra-se a base MEDLINE® a qual é

gerenciada pela Biblioteca Nacional de Medicina (National Library of Medicine - NLM)

do Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health - NIH) dos Estados Unidos

da América. Nos dias atuais, estima-se que a base MEDLINE® possua mais de 23

milhões de referências a artigos de revistas em ciências da vida, de mais de 5.600 revistas

científicas de todo o mundo. Contando com registros desde 1964, quando foi criado o

Sistema de Análise e Recuperação de Literatura Médica (MEDLARS®), que deu origem

à MEDLINE® (CALVALCANTE; GARCIA, 2017).

Em último lugar (n=1) com 4,76% encontra-se a biblioteca digital SciELO, que

surgiu por meio da associação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo

(FAPESP) e a base de dados Bireme. O SciELO abrange periódicos de todo território

latino-americano e Caribe, especializados em ciências da saúde, entre outras áreas do

conhecimento (PUCCINI et al., 2015).

Gráfico 7: Distribuição de frequência dos artigos pesquisados, segundo ao nível de

titulação dos autores

Fonte: Coleta de dados, 2020

Fonte: Coleta de dados, 2020

Conforme os resultados apresentados no Gráfico 06, o maior número de

publicações foi realizado por Doutores (50,84%), seguido por Mestres (20,33%).

Graduandos ocuparam a terceira posição (10,16%) seguido por Especialistas (6,77%) e

por fim, Graduados (7,62%).

0

10

20

30

40

50

60

70

Doutores Mestres Graduandos Especialistas Graduados Pós-Doutor

Titulação dos Autores

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

74

O Brasil apesar de ainda apresentar um baixo número de Doutores em relação aos

países com melhor desempenho mundial, teve seu crescimento relativo maior que muitos

desses países. Dados sobre a evolução do número de publicações com origem no Brasil

mostram que o País praticamente triplicou sua produção científica ao longo da década de

90, o que mostra os efeitos positivos das políticas públicas praticadas (MARCHELLI,

2005).

Os autores que possuem Pós-doutorado ocupam a última posição (4,23%) nessa

análise de dados, porém, ressalta-se que os detentores desse título são bastante engajados

na área de pesquisa, porém, são quantitativamente menores que os Doutores. Os dados da

CAPES demonstram uma demanda crescente em torno dos estágios de pós-doutorado.

Porém, pouco ainda se tem documentado sobre o pós-doutorado, na qual o “Pós-Doc”

atua como um item a mais da “especialização” ou qualificação do docente universitário,

o qual precisa estar sempre atualizado e em contato com o estudo da arte para assim

propiciar melhorias na qualidade da pesquisa (CASTRO, 2005, Grifo nosso).

Dessa forma, reforça-se que os autores com titulação de Doutor e Mestre,

apresentaram maior número de publicações por terem maior engajamento na área de

pesquisa. Outro fator determinante está no fato da grande maioria desses autores serem

docentes, o que também corrobora para esses números, pois há a necessidade de constante

atualização.

Gráfico 08: Distribuição da distribuição dos autores conforme formação

profissional

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

75

Fonte: Coleta de dados, 2020

A categoria profissional que mais apareceu foi a Enfermagem (24,5%), segundo

Kletemberg et al. (2019) esse resultado pode estar relacionado com o aumento

quantitativo de profissionais na área, que impactou também o desenvolvimento da

Enfermagem Gerontológica na atualidade, aumentando ações educacionais e produzindo

conhecimentos na área da pesquisa.

Em segundo lugar encontra-se a Educação Física (21%), esse achado está

relacionado com a tecnologia de intervenção em idosos mais prevalente ser relacionada

com a prática de exercícios físicos, das quais eram acompanhadas por educadores físicos.

E, em terceiro, a Fisioterapia (13,5%), associando também ao fato de os profissionais

fisioterapeutas acompanharem práticas de exercício físico nas intervenções

fisioterapêuticas com os idosos.

Diante do exposto, percebe-se que essa primeira etapa de caracterização dos

artigos, permite que haja uma visão mais ampla dos principais aspectos que compõe os

artigos científicos, possibilitando a análise detalhada de cada um deles, para que a partir

disso, as próximas categorias temáticas de análises sejam específicas para os objetivos

principais desta pesquisa.

0

10

20

30

40

Coluna2

Categoria Profissional

Educação Física Fisioterapia Enfermagem

Gerontólogo Médicina Direito

Terapia Ocupacional Física Engenharia da Computação

Nutrição Psicologia Farmácia/Bioquimica

Serviço Social Odontologia Ciências Sociais

Aluna - Medicina Aluna - Fisioterapia Aluna - Genrontologia

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76

5.2 Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos

saudáveis ou com cognição prejudicada

As Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionamento cognitivo de idosos

saudáveis ou com cognição prejudicada estão representadas nos quadros 3 e 4, os quais

apresentam a distribuição dos artigos condizentes aos testes aplicados para avaliação da

capacidade cognitiva dos idosos (categoria 1) e as técnicas utilizadas para melhoria da

funcionalidade cognitiva do idoso (categoria 2), respectivamente.

No quadro 03, verificou-se que o teste de avaliação cognitiva mais destacado pelos

autores é o Miniexame do Estado Mental (MEEM), 17 artigos (81%), seguido do Exame

Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R), 2 artigos (9,5%), os outros 5 testes

relatados tiveram a mesma representação, 1 artigo cada (4,7%). O A8 (SARTÓRI et al.,

2017), A9 (MENEZES et al., 2016) e A14 (OLIVEIRA et al., 2015) descreveram o uso

de mais de um dos testes.

No quadro 04, observou-se que o exercício físico, 9 artigos (42%), foi o mais

citado nos artigos como opção de técnicas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva do

Idoso, seguido do treinamento cognitivo/treinamento de estímulo cognitivo, em 5 artigos

(23,8%). Apenas o A7 (NETO et al., 2017) afirma utilizar ambas as técnicas de modo

conjunto.

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

77

Quadro 03: Demonstração da categoria temática 1 e seus autores

Categoria 1:Testes aplicados para avaliação da capacidade

cognitiva dos idosos

N %

Miniexame do

Estado Mental

(MEEM)

A1 (BRAGA et al., 2018); A2

(SIQUEIRA, et al., 2019); A3

(MENDES et al., 2019); A5

(NASCIMENTO et al., 2018); A7

(NETO et al., 2017) A8 (SARTÓRI, et

al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016);

A10 (SANTOS & FLORES-

MENDOZA, 2017); A13

(WANDERBROOCKE et al., 2015);

A14 (OLIVEIRA et al., 2015); A15

(OLIVEIRA et al., 2019); A16 (GIL et

al., 2019); A17 (BORGES et al., 2018);

A18 (KRUG; D’ORSI; XAVIER,

2019); A19 (CASEMIRO et al., 2018);

A20 (DIAS et al., 2015); A21

(DOMICIANO et al., 2016)

17 81,0

Exame Cognitivo de

Addenbrooke Revised

(ACE-R)

A4 (BENTO et al., 2018) e A11

(CASEMIRO et al., 2016)

02 9,4

Bateria breve de

rastreio cognitivo

(BBRC)

A14 (OLIVEIRA et al., 2015) 01 4,7

Protocolo de

avaliação funcional

do Grupo de

Desenvolvimento

Latino-Americano

para a Maturidade

(GDLAM)

A12 (ROCHA et al., 2015)

01 4,7

Mini-Mental State

Examination

(MMSE)

A6 (OLIVEIRA et al., 2018) 01 4,7

Avaliação Cognitiva

Montreal (MoCA)

A8 (SARTÓRI et al., 2017) 01 4,7

Teste de Fluência

Verbal

A9 (MENEZES et al., 2016) 01 4,7

Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

78

Quadro 04: Demonstração da categoria temática 2 e seus autores

Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade

Cognitiva do Idoso

N %

Exercícios Físicos A1 (BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA

et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al.,

2018); A8 (SARTÓRI et al., 2017); A9

(MENEZES et al., 2016); A12 (ROCHA et

al., 2015); A15 (OLIVEIRA et al., 2019);

A21 (DOMICIANO et al., 2016)

08 38,09

Musicoterapia e Dança A6 (OLIVEIRA et al., 2018); A17

(BORGES et al., 2018) 02 9,5

Jogos Eletrônicos

Cognitivos/Utilização

da Internet

A4 (BENTO et al., 2018); A19 (KRUG;

D’ORSI; XAVIER, 2019) 02 9,5

Aplicação das

Atividades Avançadas

de Vida Diária

A14 (OLIVEIRA et al., 2015); A20 (DIAS

et al., 2015)

02 9,5

Treinamento

Cognitivo/Treinamento

de estímulo Cognitivo

A7 (NETO et al., 2017); A10 (SANTOS;

FLORES-MENDOZA, 2017); A11

(CASEMIRO et al., 2016); A13

(WANDERBROOCKE et al., 2015); A19

(CASEMIRO, 2018)

05 23,8

Uso de Práticas

preventivas de Declínio

Cognitivo

A3 (MENDES et al., 2019)

01 4,7

Aplicação da Terapia

de Reminiscência

A16 (GIL et al., 2019)

01 4,7

Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.

5.2.1 Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos

idosos

5.2.1.1 Miniexame do Estado Mental (MEEM)

No que se refere a caracterização dos estudos quanto aos tipos de tecnologias

utilizadas para avaliação da capacidade cognitiva de idosos saudáveis e com

comprometimento cognitivo, observou-se que houve maior utilização do teste de

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

79

avaliação Miniexame do Estado Mental (MEEM), que é o instrumento de rastreio

cognitivo, presente em 81% dos artigos selecionados.

Os Artigos: A1 (BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA, et al., 2019); A3

(MENDES et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al., 2018); A7 (NETO et al., 2017) A8

(SARTÓRI, et al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016); A10 (SANTOS; FLORES-

MENDOZA, 2017); A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015); A14 (OLIVEIRA et al.,

2015); A15 (OLIVEIRA et al., 2019); A16 (GIL et al., 2019); A17 (BORGES et al.,

2018); A18 (KRUG; D’ORSI, 2019); A19 (CASEMIRO et al., 2018); A20 (DIAS et al.,

2015) e A21 (DOMICIANO et al., 2016) utilizaram o MEEM como teste para avaliação

da capacidade cognitiva dos idosos participantes da pesquisa.

O artigo A1 (BRAGA et al., 2018), A5 (NASCIMENTO et al., 2018) e A13

(WANDERBROOCKE et al., 2015) utilizaram o MEEM somente em mulheres idosas.

No A1 as idosas apresentavam diagnóstico de depressão prévio (confirmado por médicos,

que não apresentavam doenças neurodegenerativas ou alguma incapacidade física). O

artigo A13 também trata da utilização do MEEM em idosas do sexo feminino, com idades

entre 59 e 84 anos e média de 68 anos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e no A5

foi utilizado o MEEM com 75 mulheres idosas, onde foram rastreados possíveis casos de

demência, em que os escores atribuídos foram: 20 pontos para idosas analfabetas, 24

pontos para aquelas com um a quatro anos de escolaridade e 26,5 pontos com escolaridade

de cinco anos ou mais.

Já os artigos A2 (SIQUEIRA, et al., 2019), A10 (SANTOS; FLORES-

MENDOZA, 2017) e A16 (GIL et al., 2019), correspondem a revisões de literatura. O A2

é uma revisão sistemática que compreende 4 artigos, dos quais todos utilizaram o MEEM,

a população estudada era caracterizada por idosos >60 anos que possuíam o diagnóstico

de Doença de Alzheimer (DA), sendo que um desses artigos abarcava um público de 20

idosas que além de DA possuíam também transtornos neuropsiquiátricos diagnosticados.

O A10 que é uma revisão de literatura, composta por 23 estudos que tinham como

população da pesquisa os idosos. O recrutamento para a pesquisa foi feito na comunidade

e três estudos foram em instituições de longa permanência para idosos. A escala de

rastreio cognitivo para diagnóstico de quadros demenciais foi o MEEM, utilizado como

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80

medidas de pré e pós-teste para embasar inferências sobre os efeitos do treino proposto

pela pesquisa. O artigo A16, por se tratar de uma revisão sistemática da literatura, foi

composto por 26 artigos, dos quais, quatro estudos incluíram os participantes com base

nos escores obtidos no Mini-Mental State Examination (MMSE): entre 10 e 24 pontos;

igual ou inferior a 23 pontos; ou inferior a 23 pontos.

No artigo A3 (MENDES et al., 2019) e A14 (OLIVEIRA et al., 2015) foram

utilizados o MEEM, sem alterações cognitivas. No A3 foi permitido selecionar os

praticantes sem declínio cognitivo (através da aplicação do MEEM), capazes de se

comunicar, que eram atendidos nas Unidades de Saúde da Família (USF). Já no A14 os

participantes foram 302 idosos sem declínio cognitivo, participantes do estudo FIBRA

em Ermelino Matarazzo, São Paulo. A nota de corte do MEEM adotada no projeto FIBRA

é de 17 pontos para analfabetos, 22 pontos para escolaridade entre 1 e 4 anos, 24 pontos

entre 5 e 8 anos e 26 pontos para 9 e mais anos de escolaridade. Os autores relatam que

essas notas foram calculadas a partir da média para cada faixa de escolaridade relatada

em estudo anterior de Brucki et al. (2003) menos um desvio padrão.

No artigo A15 (OLIVEIRA et al., 2019) foram incluídos no estudo idosos de

ambos os sexos com idade igual ou superior a 60 anos, com capacidade de fala e audição

preservadas, que permitiram a aplicação dos questionários. Distribuídos em 12 Unidades

Básicas de Saúde. As notas de corte utilizadas para exclusão pelo MEEM nesta pesquisa

foram de: 17 para os analfabetos; 22 para idosos com escolaridade entre 1 e 4 anos; 24

para os com escolaridade entre 5 e 8 anos e 26 os que tiverem 9 anos ou mais anos de

escolaridade.

Nos artigos A7 (NETO et al., 2017), A8 (SARTÓRI et al., 2017), A9 (MENEZES

et al., 2016), o MEEM foi aplicado em idosos institucionalizados em Instituições de

Longa Permanência (ILP). No A7, a população possuía idade igual ou acima de 60 anos,

de ambos os sexos, aposentados ou não, sendo que o ponto de corte estabelecido foi de

13 pontos, tendo em vista a fragilidade do idoso institucionalizado. Já no A8, que também

ocorreu a aplicação do MEEM em idosos em uma ILP, os autores optaram ter como base

que ≤ 24 pontos, já há indicação de déficit cognitivo, independente da influência de nível

de escolaridade ou pelo fato de serem institucionalizados. Acerca do A9, 15 idosos que

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81

vivem em uma ILP foram alocados entre grupo experimental (GE) e controle os quais

ambos tiveram o MEEM aplicado como instrumento de avaliação cognitiva. Os autores

optaram por utilizar escores inferiores ao ponto de corte estipulado por Brucki et al.

(2003), todavia, estes autores não estipulam um ponto de corte específico neste artigo,

eles afirmam que devido as influências que o teste sofre pelo nível de escolaridade, idade

ou mesmo pelo nível motor (como no caso de pacientes com Parkinson), não foi utilizada

uma nota específica de corte no artigo em questão. Os autores afirmam ainda que há

outros estudos que apontam notas de corte baixíssimas para analfabetos (tendo em vista

a influência da escolaridade no teste) sendo ela 13. Entretanto, em outro artigo com a

população analfabeta a nota de corte foi de 18, sendo esses, portanto, os valores seguidos

no A9.

Nos artigos A17 (BORGES et al., 2018) e A21 (DOMICIANO et al., 2016) o

MEEM foi aplicado na população idosa que reside em ILP para idosos. No A17 os autores

referenciam que o escore do MEEM varia de zero a 30 pontos, e os valores mais baixos

indicam possível déficit cognitivo. Na escala de MEEM, foram adotados escores de corte

para demência de acordo com a escolaridade: 17 para baixa escolaridade, até o ensino

fundamental, e, 23 para alta escolaridade. Contudo, os autores ressaltam ainda que

estudos como os de Foster et al. (2013) e Farinas (1990) afirmam que os escores do

MEEM sofrem influência significativa da idade e da escolaridade do indivíduo,

apontando a necessidade de se utilizar pontos de corte diferentes dos padrões, tendo em

vista que pontuações menores que 24 em indivíduos altamente escolarizados indicam

possível demência, assim como as menores que 18 em indivíduos com escolaridade

equivalente ao ensino fundamental e as menores que 14 em indivíduos analfabetos. No

A21 a amostra foi composta por idosas, com idade igual ou superior a 65 anos, residentes

de uma ILP. Para esta pesquisa em questão, foi considerado normal valores acima de 27

pontos e, demência, valores menores ou iguais a 24 pontos; em caso de menos de quatro

anos de escolaridade, o ponto de corte passa para 17, em vez de 24 pontos, baseando-se

em Brasil (2006).

No artigo A18 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019) os participantes da pesquisa

foram idosos de 60 anos ou mais que residiam na área urbana da cidade em que foi

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

82

realizada a pesquisa. Os autores tiveram como base o estudo de Almeida (1998), o qual

afirma que os idosos com comprometimento cognitivo apresentavam resultados entre

19/20 (sem escolaridade) e 23/24 pontos (com educação formal).

O A19 (CASEMIRO et al., 2018) estudam sujeitos que foram integrantes de um

Ambulatório de Neurologia Cognitiva e Comportamental de uma Universidade Federal

do interior do estado de São Paulo, a nota de corte utilizada pelos autores foi de <25,

baseando-se no estudo de Carvalho, Barbosa e Caramelli (2010).

No artigo A20 (DIAS et al., 2015) foi realizado um estudo longitudinal com base

nos dados do Estudo SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), coletados nos anos de

2006 e 2010. Para esta pesquisa, foi utilizado o MEEM, com nota de corte para o estudo

12 pontos e no MEEM abreviado 17. Ressalta-se, ainda, que foram considerados casos

incidentes de declínio cognitivo, em 2010, os idosos que passaram a apresentar pontuação

abaixo do ponto de corte no seguimento do estudo.

O MEEM é a escala mais utilizada para o rastreamento de demências e sua

utilidade é confirmada por estudos brasileiros como o de Almeida (1998). No Brasil, o

MEEM foi traduzido e validado para o uso na pesquisa e na clínica em indivíduos idosos

obtendo um índice de confiabilidade de 0,85 (BERTOLUCCI; BRUCK; CAMPACCI,

1994; LAKS et al., 2003).

A variável de escolaridade apresentou destaque significativo nos artigos, tendo

em vista que esse critério influencia nos resultados do MEEM. Dinaz e Tavares (2007)

acreditam que no Brasil, por força do grande número de cidadãos analfabetos e com baixa

escolaridade, a estratificação dos pontos de corte de acordo com a escolaridade, manifesta

grande importância, já que diminui a possibilidade de classificar erroneamente idosos que

apresentam performance cognitiva compatível com a sua escolaridade como portadores

de déficit cognitivo.

Em consonância a isso, Tombaugh e McIntyre (1992) afirmam que a escala tem

boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste. Diversos estudos em diferentes

países demonstraram que, mesmo em pessoas que não apresentavam evidências de déficit

cognitivo, quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era a pontuação no MEEM

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83

(BERTOLLUCCI et al., 1994; CALLAHAN et al., 1996; JAQMIN-GADDA et al., 1997;

GRIGOLLETO et al., 1999).

Segundo Benedetti et al. (2008), no Brasil o ponto de corte 23/24 tem excelente

sensibilidade (54% a 100%) e especificidade (62% a 100%) para o diagnóstico de

demência. Em países desenvolvidos, onde a média de escolaridade de pessoas idosas é

elevada, ultrapassando em média 12 anos de escolaridade formal (correspondente aos

ensinos fundamental e médio em nosso país), o ponto de corte mais comumente utilizado

em estudos clínicos e epidemiológicos para demência é de 24 pontos (FRATIGLIONI,

1993; AEVARSSON; SKOOG, 2000).

Neste sentido Diniz et al. (2008) acreditam que o MEEM apresenta boa acurácia

para a identificação de pessoas com Alzheimer leve de controles normais, mas não é

indicado para diferenciar os diversos subtipos de comprometimento cognitivo leve, o que

reitera a utilização de outras formas de rastreio e de avaliação neuropsicológica.

5.2.1.2 Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R)

O segundo teste de diagnóstico mais utilizado (9,5%) foi o Exame Cognitivo de

Addenbrooke Revised (ACE-R), aplicado nos artigos: A4 (BENTO et al., 2018) e A11

(CASEMIRO et al., 2016). A Addenbrooke's Cognitive Examination - Versão Revisada

(ACE-R) se caracteriza como um instrumento com elevada sensibilidade e especificidade

para detectar demência em estágio leve. Esse exame é especialmente útil para diferenciar

a doença de Alzheimer da demência frontotemporal (CARVALHO, 2007).

No A4 (BENTO et al., 2018) o Exame Cognitivo de Addenbrooke’s Revisado

(ACE-R) foi aplicado em 26 idosos com diagnóstico de doença renal crônica, antes da

sessão de hemodiálise, ou, na sua impossibilidade, nas duas primeiras horas de

tratamento. Tendo como base a possibilidade de os participantes apresentarem problemas

visuais e/ou baixo nível instrucional, a aplicação do instrumento foi realizada por meio

de entrevista individual.

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84

O A11 foi composto pelos participantes da Universidade da Terceira Idade de São

Carlos (UATI/FESC), sendo utilizado o (ACE-R) para avaliação cognitiva. Os autores

informam que a pontuação máxima é de 100 pontos e a soma de todos equivale ao escore

total de 100, contabilizando 30 pontos relativos do MEEM. A nota de corte para o ACE-

R foi de <25.

O funcionamento deste exame de rastreio revela o melhor funcionamento

cognitivo através da pontuação, podendo atingir o máximo de cem pontos, o qual avalia

os cinco domínios neuro-cognitivos, sendo eles: atenção e orientação (18 pontos),

memória (26 pontos), fluência (14 pontos), linguagem (26 pontos) e visuoespacial (16

pontos). Em relação aos pontos de corte, eles são calculados de acordo com a

escolaridade: ≥ 50 pontos para analfabetos, ≥ 60 pontos para até quatro anos de estudo, ≥

70 pontos de cinco a oito anos de estudo, ≥ 80 pontos mais que nove anos de estudo

(CHAVES et al., 2011).

Carvalho (2009), em sua dissertação de mestrado, realizou a aplicação deste teste

em 31 pacientes, o qual evidenciou que o mesmo apresenta influência quanto a associação

de dois aspectos, sendo eles a idade e o nível de escolaridade. Porém, ainda através da

pesquisa realizada pelo autor supracitado, a versão Brasileira (ACE-R) provou ser um

instrumento de boa acurácia e de propriedades diagnósticas satisfatórias em relação a

avaliação cognitiva. Caramelli1 e Carvalho (2007) afirmam que a versão brasileira da

ACE-R provou ser um instrumento de avaliação cognitiva promissor para a pesquisa e

para a prática clínica.

5.2.1.3 Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC)

Além dos testes supracitados, houve também a menção da Bateria Breve de

Rastreio Cognitivo (BBRC) no A14 (OLIVEIRA et al., 2015), a qual caracteriza-se pela

avaliação da nomeação, da memória incidental, memória imediata, aprendizado e resgate

tardio. Neste artigo a BBRC teve o objetivo de avaliar a nomeação, memória incidental,

memória imediata, aprendizado e resgate tardio para 10 figuras em preto e branco

apresentadas em uma lâmina plastificada para os idosos participantes da pesquisa.

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85

Durante a aplicação do teste foram observados o aprendizado e o resgate tardio das

figuras, além disso foram realizados o teste de Fluência Verbal categoria animais (FV) e

o Teste do Desenho do Relógio (TDR). Em sequência, o idoso foi submetido ainda à

tarefa de reconhecimento das 10 figuras, com a apresentação de uma lâmina com 20

figuras, com as 10 figuras estudadas e 10 figuras distratoras. A BBRC gera escores que

variam de 0 a 10 para a nomeação e cada tentativa de memorização das figuras e o escore

de FV refere-se ao número de animais falados pelo participante em 60 segundos. Os

autores relatam que o TDR foi avaliado pelos critérios de Shulman et al. (1993), dos quais

variam de 0 a 5 pontos.

Neste teste são apresentados objetivos aos indivíduos os quais devem ser

nomeados pelo mesmo (identificação/nomeação), imediatamente após, é solicitado que

ele recorde cada um, sem que lhe seja informado que os objetos deveriam ser

memorizados (memória incidental). Posteriormente, as figuras são apresentadas

novamente e é solicitado ao indivíduo que as memorize (memória imediata),

procedimento que é repetido (memória de aprendizagem) (YASSUDA et al., 2017).

Novamente, as figuras são reapresentadas ao sujeito, com orientação para

memorizá-las e falando-as em seguida, após 5 minutos. Antes desta evocação, no entanto,

o aplicador introduz dois testes que servem como distratores, os quais também são

instrumentos importantes para a avaliação de outras funções cognitivas. Após estes dois

testes, solicita-se ao sujeito que evoque as figuras apresentadas anteriormente (memória

de 5 minutos). Ao final do exame, as 10 figuras são reapresentadas juntamente com outras

10, e o participante deverá reconhecer as figuras inicialmente apresentadas

(reconhecimento). Aos escores de cada item é realizada uma equação matemática de

integração desses dados, onde a pontuação igual ou superior a 30 indica possível quadro

de demência (OLIANI et al., 2017).

O A14 (OLIVEIRA et al., 2015) apresenta resultados que indicam que o teste em

questão foi influenciado mais pela idade do que pela educação. Diferente do MEEM que

apresentou interferência dos dois fatores acima descritos. Este achado corrobora com a

pesquisa de Nitrini et al. (2008) o qual realizaram um estudo que avaliou a influência da

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86

idade, gênero e escolaridade no desempenho dessa mesma bateria (BBRC) sobre os testes

de memória apenas.

Estudos (Nitrini et al., 1994; Abrisqueta et al., 1999; Diniz et al., 2000; Bottino

et al., 2001; Bertolucci et al., 2006; Herrera et al., 2002; Damasceno et al., 2005; Mioshi

et al., 2006; Vitiello et al., 2007; Nitrini et al., 2007; Novaretti et al., 2012; Carvalho et

al., 2012; Charchat et al., 2013; Coutinho et al., 2013 ) afirmam que as BBRC associadas

com o MEEM e/ou outros testes neuropsicológicos vêm sendo utilizadas em pesquisas

clínicas e epidemiológicas no Brasil nas últimas duas décadas, se tornando mais evidentes

nos últimos 10 anos.

5.2.1.4 Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-

Americano para a Maturidade (GDLAM)

No A12 (ROCHA et al., 2015) foi utilizada uma bateria composta por cinco testes

adotados no protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-

Americano para a Maturidade (GDLAM) – Protocolo GDLAM, para avaliar a autonomia

funcional de idosas. O teste constitui-se por caminhar 10 metros (C10m); levantar-se da

posição sentada (LPS); levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV); levantar-se da

cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) e o teste de vestir e tirar uma camiseta – VTC,

os quais são utilizados para se calcular o Índice de GDLAM – IG, calculado por meio de

normalização entre os cinco testes de autonomia, para estimar os valores de classificação.

Essa bateria é padronizada para a população brasileira, e por isso, sua escolha foi

feita para o desenvolvimento da pesquisa em questão. Além disso, Rocha et al. (2015)

concluem que, a GDLAM é uma das ferramentas mais sensíveis para identificar

comprometimento cognitivo precoce, contanto, o MEEM é de mais fácil aplicação, sendo

o mais utilizado universalmente.

5.2.1.5 Mini-Mental State Examination (MMSE)

Em relação ao Mini-Mental State Examination (MMSE), no A6 (OLIVEIRA et

al., 2018) descrevem que instrumento é um questionário que avalia orientação no tempo,

atenção, memória verbal, linguagem e funções motoras. Os escores são de 0 a 30 pontos

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87

no total, sendo para orientação 0-10, memória 0-6, atenção 0-5 e linguagem-função

motora 0-9.

Esse teste foi elaborado com o objetivo de diferenciar pacientes psiquiátricos com

quadros orgânicos dos funcionais (FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH, 1975). Contudo,

segundo Mckhann et al. (1984), com o passar do tempo, a escala passou a ser utilizada

como um instrumento para orientar a avaliação de pacientes com demência, no qual,

destaca-se o seu uso para a realização tanto do diagnóstico de demência como de doença

de Alzheimer.

Os resultados do A6 indicam que a idade e o nível educacional se associam de

forma significativa com o desempenho de idosos no MMSE, ou seja, quanto mais jovem

e maior o nível educacional, maior o escore final do MMSE. Além disso, quando se levou

em consideração a idade dos pacientes, observou-se que apenas o desempenho de

indivíduos sem instrução formal era diferente dos demais.

5.2.1.6 Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)

No A8 (SARTÓRI et al., 2017) o MoCA é utilizado em conjunto com o MEEM.

O MoCA caracteriza-se como um instrumento de rastreio breve para deficiência cognitiva

leve, alcançando diferentes domínios cognitivos como atenção e concentração, funções

executivas, memória, linguagem, habilidades viso construtivas, conceituação, cálculo e

orientação. A respeito da pontuação o presente teste totaliza 30 pontos, no qual a

pontuação ≤ 26 indica comprometimento cognitivo. O A8 obteve resultados que

evidenciaram que quanto maior a pontuação no MEEM, maior na MoCA e também

revelam estudos que utilizaram o MEEM e a MoCA para avaliação cognitiva, os quais

observaram que a MoCA pode ser uma ferramenta mais sensível para identificar

comprometimento cognitivo precoce. Segundo César (2014), a MoCA é um teste de

rápida aplicação e de alta sensibilidade e especificidade para a identificação de

comprometimento cognitivo leve.

No A8, não houve menção acerca da influência da escolaridade, porém De Paoli

(2016) revela em seu estudo clínico randomizado que a MoCA teve influência

significativa nos resultados encontrados, estabelecendo a compensação de adicionar um

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88

ponto no escore total para participantes com 12 anos de escolaridade ou menos.

Ressaltando, ainda, que a melhor escolaridade correspondeu a maior pontuação total na

MoCA, no estudo supracitado.

Todavia, César (2014), em sua dissertação de mestrado, conclui que a MoCA não

apresentou boa acurácia na população estudada ressaltando que o teste apresentava

heterogeneidade educacional (baixo nível de escolaridade).

5.2.1.7 Teste de Fluência Verbal

Em relação ao teste de fluência verbal o A9 (MENEZES et al., 2016) o insere

numa sequência de testes neuropsicológicos, baseando-se no desempenho de indivíduos

normais, comparados a pacientes com doenças previamente estabelecidas, relacionados a

déficits de desempenho e a área comprometida.

Esse teste caracteriza-se pela criação do maior número de palavras possíveis em

período fixado. Existe o teste de fluência fonológica, com a evocação de palavras que

começam com uma certa letra, normalmente F, A ou S e a fluência por categoria ou

semântica, com a geração de palavras de certa classe semântica como, por exemplo,

categoria "animal". Estudos realizados com neuroimagem têm demonstrado que um bom

desempenho nas tarefas de fluência verbal semântica e fonológica depende,

respectivamente, mais do lobo temporal e frontal (RODRIGUES; YAMASHITA;

CHIAPPETTA, 2008, grifo nosso).

César (2014), em seu estudo populacional, revela que houve influência

estatisticamente significativa da idade e escolaridade no desempenho dos indivíduos em

relação ao mau desempenho em três ou mais testes cognitivos realizados, dentre eles,

encontra-se o teste de fluência verbal.

Ainda neste contexto, Vitiello et al. (2007) afirmam que, o teste de fluência verbal

apresentou alterações em 14,2% dos analfabetos; em 39% daqueles com escolaridade de

1 a 7 anos; e em 21% dos indivíduos com escolaridade igual ou superior a 8 anos.

Totalizando, 27,6% de alterações.

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Resultados comuns acerca dos testes de avaliação cognitiva aplicados estavam

relacionados a influência da idade e a escolaridade. Segundo Dinaz e Tavares (2007),

afirmam que no Brasil, por força do grande número de cidadãos analfabetos e com baixa

escolaridade, a estratificação dos pontos de corte, de acordo com a escolaridade,

manifesta grande importância, já que diminui a possibilidade de classificar erroneamente

idosos que apresentam performance cognitiva compatível com a sua escolaridade, como

portadores de déficit cognitivo.

Os artigos dispostos apresentam resultados que permitem a compreensão, que de

forma geral, nos últimos 5 anos, o MEEM foi o teste de rastreio cognitivo mais utilizado

no Brasil, sendo por vezes um instrumento único de triagem, contrariando as

recomendações de que após encontrada alteração neste teste, há necessidade que um

médico realize a investigação das possíveis causas desta alteração para confirmação do

possível diagnóstico. Todavia, muitos artigos realizaram a utilização de outros testes

diagnósticos para avaliação da funcionalidade cognitiva associados ao MEEM para obter

resultados mais robustos ou auxiliar em diagnósticos diferenciais.

Outro ponto que se destaca é que o MEEM foi utilizado tanto para idosos com

diagnóstico de demência previamente diagnosticado, quanto para idosos que não

apresentavam déficit cognitivo anteriormente identificado. Ademais, ressalta-se que

segundo Tombaugh e Mcintyre (1992), o instrumento MEEM apresenta limitações ao que

diz respeito à avaliação de pacientes mais graves ou com alterações que os impeçam de

desempenhar os testes, como é o caso de pacientes com afasia.

Partindo do princípio que este é um teste que expressa resultados puramente

quantitativos, fatores como quadro de depressão poderia influenciar o rendimento do

paciente durante a realização do mesmo, outro exemplo, são pacientes com demência

frontotemporal, tendo em vista que os sintomas comportamentais podem preceder as

alterações intelectuais, dessa forma, o MEEM pode estar normal no início do quadro

(TOMBAUGH; MCINTYRE, 1992).

Diante disso, observa-se, portanto, que não há diferença entre as tecnologias

utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com

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90

cognição prejudicada. Ambas relatam prioritariamente o uso do MEEM como método de

rastreio, podendo o mesmo ser associado, ou não, a outros testes de diagnósticos.

5.2.2 Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva

do Idoso

5.2.2.1 Exercícios Físicos

O exercício físico foi a técnica mais aplicada nos artigos encontrados, A1

(BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al., 2018);

A8 (SARTÓRI et al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016); A12 (ROCHA et al., 2015);

A15 (OLIVEIRA et al., 2019); A21 (DOMICIANO et al., 2016) sendo citada em 43%

dos artigos, os quais serão detalhados, relatando seus resultados em relação as funções

cognitivas dos idosos.

O A1 (BRAGA et al., 2018) descreve uma proposta do protocolo de treinamento

aeróbico intervalado de moderada intensidade, a qual possuiu o intuito de verificar o seu

efeito nas funções cognitivas em mulheres idosas que possuíam o diagnóstico de

depressão maior.

Essa intervenção aconteceu com 14 idosas, com duração de nove semanas, onde

o protocolo de treino realizado foi caracterizado por: 20 minutos de aquecimento com

atividades de coordenação motora para membros superiores e inferiores, estimulando a

bilateralidade e o próprio movimento realizado na caminhada (exemplo, caminhar com

uma mão apontando para cima e a outra para o lado, trocando os movimentos das mãos

conforme troca a passada); 30 minutos de exercício aeróbico intervalado de moderada

intensidade; 10 minutos de volta a calma com alongamentos (sentadas) e exercícios de

relaxamento (mantendo a atenção na respiração e com a cadência de dois segundos de

inspiração e expiração).

As sessões foram realizadas em grupo e durante todas as sessões eram tocadas

músicas escolhidas pelas idosas as quais eram orientadas por profissionais de educação

física, assessorados por estudantes do curso de bacharelado em educação física da

Universidade Federal de Pernambuco. Quanto aos resultados obtidos, destaca-se o achado

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positivo no desempenho das tarefas de atenção, função executiva e dupla tarefa

visuoespacial após a aplicação da estratégia de treinamento supracitada.

Já o A2 (SIQUEIRA et al., 2019), reúne de forma sistemática estudos em idosos

com Doença de Alzheimer, em tratamento por meio da dupla tarefa. Dentre os artigos

selecionados, observou-se que as intervenções duraram de 4 a 12 meses, com frequência

semanal de 2 a 3 sessões de no mínimo 60 minutos. Os artigos desenvolveram

treinamentos físicos e funcionais, sendo eles: atividades motoras com enfoque funcional;

exercícios aeróbicos, exercícios simultâneos envolvendo resistência, força, flexibilidade,

coordenação motora e equilíbrio.

Dentre os resultados obtidos, os 4 artigos selecionados evidenciaram

estabilidade nos grupos que participaram do treino enquanto os grupos que não realizaram

atividades apresentaram deterioração cognitiva, com destaque significativo para a

melhora do equilíbrio.

No A5 (NASCIMENTO et al., 2018), foi realizado estudo com 74 idosas as quais

eram praticantes de exercícios físicos de forma contínua e foram submetidas a testes para

avaliação de marcha, equilíbrio, fluência verbal e cognição.

Entre os resultados, observou-se que as idosas maiores de 75 anos já apresentavam

alterações comprometedoras nos testes motores e de raciocínio aplicados em relação as

idosas com idade inferior. Porém, os autores reforçam que a prática de exercício se

demonstra como uma importante tecnologia tanto para a prevenção de quedas quanto para

melhoria nas funções cognitivas e de marcha. Mesmo não apresentando um protocolo

detalhado, o estudo informa que as idosas praticavam exercícios físicos de forma

regulares, recomendando essa prática como benéfica para a população idosa.

Em relação ao A8 (SARTÓRI et al., 2017) foi realizado um estudo experimental

com 33 idosos, onde 14 eram o grupo de intervenção e 19 o grupo controle com o objetivo

de avaliar os efeitos da intervenção motora com tarefa dupla na cognição e presença de

depressão nos idosos. O protocolo utilizado constituiu-se de uma intervenção

fisioterapêutica a qual teve duração de 5 semanas, totalizando 15 sessões. As atividades

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foram realizadas três vezes por semana, em que cada sessão tinha duração total de 60

minutos.

O protocolo de dupla tarefa utilizado possuía 6 etapas, compostas por:

Aquecimento; Resistência aeróbica e capacidades coordenativas; Treinamento de força;

resistência, flexibilidade e relaxamento. Para constituir-se como um exercício de dupla

tarefa, concomitante a cada etapa física, eram associados estímulos cognitivos. Os autores

desse artigo não encontraram evidências suficientes para afirmar que os exercícios de

dupla tarefa foram eficazes para melhoria cognitiva nos idosos, porém informam que o

nível de depressão no grupo de controle (GC) foi maior que o grupo de intervenção (GI),

porém os autores supracitados associam esse achado com o fato dos idosos do GI serem

mais ativos e com maiores vínculos sociais que os demais.

O A15 (OLIVEIRA et al., 2019), trata-se de uma revisão sistemática, a qual

também descreve protocolos e análise de efeitos de intervenção motora nos idosos, sendo

que os artigos que descreviam o protocolo, descreviam etapas semelhantes das

apresentadas no A8, sendo elas: equilíbrio, flexibilidade, força e resistência aeróbica. As

diferenças do A8 incluem a ausência do aquecimento e relaxamento no protocolo de

exercícios, a realização dos exercícios na casa dos participantes da pesquisa e o fato de

os participantes já possuírem o diagnóstico de Alzheimer.

Quanto aos resultados obtidos, os estudos apresentaram resultados benéficos com

relação à estratégia de intervenção quanto ao desempenho funcional dos participantes.

Todavia, apenas um dos artigos analisados foi capaz de reduzir sintomas depressivos,

revelando que os protocolos diversificados talvez sejam os mais apropriados para o

tratamento tanto de aspectos físicos quanto psíquicos desses pacientes.

Acerca do A9 (MENEZES et al., 2016) realizaram um ensaio clínico controlado,

com 15 idosos que possuíam diagnóstico de comprometimento cognitivo e demência

leves, os quais foram distribuídos entre grupo experimental (GE) e controle (GC). Os

participantes do grupo experimental participaram do programa de exercícios

multicomponentes com estimulação cognitivo-motora durante 4 meses e com frequência

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de uma sessão semanal de uma hora de duração, e o grupo controle foi submetido à

avaliação longitudinal de acompanhamento sem aplicação da referida intervenção.

O programa realizado trata-se de uma intervenção fisioterapêutica cognitivo-

motora que engloba exercícios de alongamento muscular, de fortalecimento muscular, de

atividades funcionais, de atividade motora (com tarefa cognitiva associada) e de treino de

marcha. Quanto aos resultados, o protocolo não mostrou evidências eficazes acerca das

funções cognitivas e da funcionalidade dos sujeitos, equiparando-se os resultados nos

grupos experimental e controle, porém, ressalta-se, que a intervenção apresentou melhora

significativa na mobilidade ao final da intervenção.

No A12 (ROCHA et al., 2015) os pesquisadores centraram-se em avaliar os

efeitos de um programa de treinamento concorrente (baseado em exercícios físicos de

força e resistência) sobre a autonomia funcional de idosas pós-menopáusicas, o qual

contou com 51 idosas participantes. Este treinamento foi constituído por exercícios de

força e de resistência, no qual o de força foi desenvolvido com uma frequência de três

vezes por semana, com duração de 25 minutos, compreendendo a realização de 3 séries

de 8-10 repetições, com intervalos de 1 a 2 minutos interséries e interexercícios. Já o

treinamento da resistência cardiovascular também foi desenvolvido com uma frequência

de três vezes por semana com duração de 25 minutos, intensidade aeróbica com variação

de 70% a 89% da frequência cardíaca de reserva.

Os resultados do presente estudo mostraram que tanto o GTC quanto o GC tiveram

a classificação dos testes de autonomia funcional parecidas antes da fase de intervenção,

ou seja, todos os testes aplicados apresentaram classificação fraca em ambos os grupos,

porém, vale destacar que na comparação intergrupos, o GTC apresentou diferença

significativa na execução de todos os testes de autonomia funcional, quando comparado

ao grupo controle.

Já no A21 (DOMICIANO et al., 2016) promoveram um estudo com objetivo de

analisar os efeitos de um programa de fisioterapia para promoção à saúde acerca da

capacidade cognitiva de mulheres idosas institucionalizadas. Quanto ao programa, o

mesmo constituiu-se de um conjunto de atividades divididas em 17 protocolos, sendo

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eles: Protocolo de Função Cognitiva; Estímulos Musicais; Prevenção de Quedas; Higiene

Pessoal; Religiosidade; Alimentação Saudável; Colagem/mosaicos; Dia da Beleza;

Cartazes; Carnaval; Jogos (Quebra-cabeças e Formando Palavras); Jogo da Força; Jogo

das Sensações; Páscoa; e; Bingo Musical. Ao todo o programa possuiu uma duração total

de cinco meses e ocorreu por meio de encontros semanais (uma vez por semana), com

duração mínima de uma hora. Quanto aos resultados, evidenciou-se ganho estatístico

significativo no desempenho do MEEM antes e após 20 intervenções fisioterapêuticas,

todavia, algumas categorias avaliadas neste estudo não mostraram alteração ou melhora

mesmo após as 20 intervenções.

Em relação aos achados referente a prática de exercícios físicos e sua associação

com a melhora/prevenção no declínio cognitivo do idoso com ou sem demências

diagnosticadas, Antunes et al. (2006) afirmam que a prática de exercício físico é hoje

considerada uma necessidade absoluta para o homem e uma estratégia eficaz para a

promoção da saúde em geral. Neste seguimento, a Organização Mundial de Saúde (2010)

revela que a inatividade física é considerada como o quarto fator de risco para a

mortalidade global. De acordo com Heyn (2003), a prática de atividades físicas regulares

é capaz de atuar como um fator neuroprotetor, proporcionando melhorias significativas

na função cognitiva global em indivíduos que apresentam declínios cognitivos leves ou

demência.

Ainda neste sentido, diversos outros estudos salientam a ação positiva da prática

da atividade física acerca da cognição (Colcombe; Kramer, 2003; WHO, 2010; Hötting;

Röder, 2013). Nos estudos analisados aqui, percebeu-se a presença do exercício aeróbico

em quase todos os protocolos de atividade física, desta forma, faz-se necessário destacar

que, o contributo do exercício aeróbico, produz benefícios ao nível do funcionamento

cognitivo, especialmente na função executiva em pessoas idosas (Colcombe; Kramer,

2003), bem como, na modulação da depressão (DESLANDES, 2013; UNDERWOOD et

al., 2013).

Em contrapartida, um estudo recente realizado com 59 idosos não encontrou

evidências de que a prática regular de exercícios físicos possa gerar algum benefício

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95

cognitivo em idosos saudáveis, quando comparados a idosos que não praticavam

exercícios físicos regulares (MACEDO et al., 2019). Ainda neste sentido, os mesmos

autores destacam uma associação de aspectos influenciadores da cognição, como a

escolaridade, nível sociocultural e o hábito da leitura, citados como possíveis motivos da

ausência de diferença no desempenho cognitivo entre os grupos estudados, corroborando

com os achados apresentados na análise dos estudos aqui discutidos, os quais também

mencionam que essas variáreis são moderadoras da cognição e influenciadoras nos

resultados obtidos.

5.2.2.2 Musicoterapia e Dança

O relato do uso da musicoterapia e dança para melhorar a cognição de idosos foi

apresentado no A17 (BORGES et al., 2018) e A6 (OLIVEIRA et al., 2018).

O A17 (BORGES et al., 2018) caracteriza-se por estudo clínico randomizado com

idosos com demências vivendo em ILP. Foi desenvolvido um protocolo de autonomia

funcional para atividades de vida diária promovido através da dança de salão com um

grupo de intervenção denominado Grupo Experimental (GE) e outro grupo denominado

Grupo Controle (GC), sendo orientado não realizar nenhuma atividade física

sistematizada por 12 semanas, desenvolvendo apenas atividades de vida diária já

realizadas.

O programa de dança de salão foi constituído de sessões de 50 minutos de duração,

três vezes por semana, em dias alternados, durante 12 semanas. Dentre os ritmos musicais

trabalhados, encontram-se: foxtrote, valsa, rumba, swing, samba e bolero. O programa

constituía-se de aquecimento, atividade de dança principal (com intensidades variadas) e

relaxamento.

Baseando-se nos resultados obtidos neste estudo, foi possível observar que os

indivíduos do GE, quando submetidos ao programa de dança de salão, apresentaram

melhora nos níveis de autonomia funcional para as AVD e melhora no estado mental em

comparação com o GC, que não sofreu nenhuma intervenção.

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Souza e Metzner (2013) e Wittter et al. (2013) defendem que a dança pode trazer

benefícios tais como, melhora no controle motor e muscular, resistência cardiovascular,

resultando na melhora da frequência respiratória, amplitude de movimentos, estimulação

de funções cognitivas, como atenção concentrada, flexibilidade cognitiva e memória

operacional. Já Guzmán‐García (2013) considera que, os idosos que participaram de

práticas corporais por meio da Dança Sênior, apresentaram aumento significativo dos

escores dos domínios de qualidade de vida, dessa forma, podendo ser considerada uma

possibilidade efetiva de intervenção para melhoria da qualidade de vida no

envelhecimento.

Já o A6 (OLIVEIRA et al., 2018) traz a musicoterapia como tecnologia de estudo

para melhora das funções cognitivas, não há descrição de um protocolo em si, e sim relato

dos estudos encontrados, os quais trazem a musicoterapia como estudo para com os

idosos. Dentre os resultados encontrados, destaca-se que além dos sintomas, a terapia

musical modificou a qualidade de vida dos pacientes com demência, ofertando certa

evolução em relação a convivência com seus sintomas. Além disso, as relações

interpessoais e a linguagem também foram aspectos melhorados.

Observa-se ainda, que os funcionários que conviveram com os idosos

participantes da pesquisa observaram os seguintes aspectos: humor, nas relações e, em

especial, na proximidade entre paciente e terapeuta, resultando ainda, que o manejo desses

idosos fosse facilitado.

Corroborando com os achados acima, Silva (2018) afirma em sua dissertação que,

ao contrário de outros aspetos físicos e psicológicos, a aptidão musical não regressa à

medida que as pessoas envelhecem e, para grande parte dos idosos, as mudanças físicas

associadas ao processo de envelhecimento não têm implicações significativas no prazer

musical ou na aptidão musical. Para mais, os idosos têm preferências musicais bastante

distintas, não padronizadas, justificadas pela passagem ao longo da vida por experiências

marcantes nas quais a música estava presente e, por vezes, são capazes de distinguir as

suas preferências musicais, o que faz dos idosos uma população com a qual faz todo o

sentido intervir através da música.

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Ainda neste contexto, Luz (2015) investigou em sua dissertação o efeito da

intervenção musicoterapêutica na qualidade de vida dos idosos residentes em ILPIs. O

estudo foi um ensaio clínico controlado composto por 48 idosos, divididos em dois

grupos, onde após a intervenção proposta identificou que a intervenção musicoterapêutica

promoveu melhora na qualidade de vida principalmente no domínio físico e nos níveis de

depressão.

Desarte e Sacks (2010) asseguram que a musicoterapia na demência é possível

porque a mesma ativa emoções, capacidades cognitivas, memórias e, principalmente, o

que resta do “eu” do paciente, ativando todos estes aspetos e trazendo-os para um contexto

seguro nos quais os mesmos podem ser trabalhados com a ajuda de um musicoterapeuta.

Neste sentido, Sá (2019) afirma que através da musicoterapia é possível alcançar

resultados positivos quanto ao nível de atenção, memória, relações e interações sociais,

agitação, comunicação, humor, expressão e regulação emocional.

5.2.2.3 Jogos Eletrônicos Cognitivos/Utilização da Internet

O uso dessa tecnologia para melhorar a capacidade cognitiva de idosos foi

observado no A4 (BENTO et al., 2018) e A19 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019).

No A4 (BENTO et al., 2018) utilizaram como intervenção o jogo terapêutico

intitulado Jogar também faz bem!, o qual foi desenvolvido pelo Laboratório de Interação

Flexível e Sustentável do Departamento de Computação da Universidade Federal de São

Carlos (SP) em parceria com profissionais da área da saúde e pacientes do Hospital

Espírita de Marília, com o objetivo de auxílio no tratamento de sintomas depressivos

através da estimulação cognitiva (Grifo nosso).

O jogo supracitado, era desenvolvido durante as sessões de hemodiálise que

duravam em média 60 minutos. O mesmo era composto por cinco módulos, os quais

possuíam atividades para estimular o aprendizado, onde cada módulo incluía mensagens

como: “Aprender algo faz bem!”; “Se cuidar faz bem!”; “Cuidar de algo faz bem!”; “Se

divertir faz bem!”. Os idosos deviam escolher entre as opções disponíveis e cumprir as

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tarefas, porém, acerca do nível de dificuldade das tarefas, quem definia era o profissional

de saúde que acompanhava o idoso. E, ao final de cada um dos módulos, o jogador recebia

uma atividade de estimulação cognitiva relacionada ao módulo concluído. Acerca dos

resultados obtidos, o jogo demonstrou-se importante intervenção na melhora dos

sintomas depressivos em idosos em tratamento hemodialítico, porém, não alcançou

resultados significantes em relação ao desempenho cognitivo (Grifo nosso).

Observou-se no estudo de Peretz et al. (2011) que os jogos eletrônicos

apresentaram maior eficácia no aprimoramento da atenção concentrada das funções

executivas. Corroborando com o experimento realizado por Nouchi et al. (2012) que

afirma também que os tipos de jogos eletrônicos aprimoraram as funções executivas dos

idosos saudáveis.

Além disso, cabe destacar, que não se sabe ao certo o tempo que os benefícios

cognitivos gerados pelos jogos eletrônicos permanecem na cognição. Eggenberger et al.

(2015) indicam em seu estudo que o aprimoramento cognitivo, no raciocínio, atenção e

memória, gerado pelos jogos eletrônicos, em idosos saudáveis, permaneceu no follow-up

um ano após a intervenção, em contrapartida, outra pesquisa com idosos saudáveis

demonstrou que o aprimoramento cognitivo, na memória e na atenção, desapareceu três

meses após a intervenção inicial (BALLESTEROS et al., 2015).

Acerca da utilização da internet, no A19 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019)

realizaram um estudo constituído de 1.705 idosos, os quais foram avaliados

longitudinalmente durante 4 anos, através de um questionário que permitiu a

caracterização sociodemográfica do grupo estudado e permitiu também a avaliação acerca

do uso de internet após quatro anos (manteve o não uso de internet; deixou de usar

internet; passou a usar internet; manteve o uso de internet) e o declínio cognitivo.

Dentre os resultados, evidenciou-se que a maioria dos entrevistados pesquisados

não obtiveram ganho nem perda cognitiva clinicamente de relevância. Todavia, em

relação a utilização da internet por idosos, se associou com maior chance de ganho

cognitivo clinicamente comprovado através do MEEM. Além disso, o estudo revelou que

os idosos que se mantiveram utilizando a internet, obtiveram maior chance de apresentar

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ganho cognitivo e menor chance de apresentar declínio cognitivo se comparado àqueles

que não faziam uso dessa tecnologia.

Cardoso, Argimon e Pereira (2017) revelam, em sua revisão sistemática, que os

principais efeitos gerados pelos jogos eletrônicos na cognição de idosos estão

relacionados a benefícios no campo da atenção, seguido pela memória e raciocínio.

Contudo, ressalta-se que os jogos de computadores são intervenções ainda pouco

estudadas, todavia, na maioria dos estudos encontrados, revela seu potencial terapêutico

de forma significativa no desempenho das funções cognitivas para idosos com declínio

cognitivo. Justificando, portanto, mais pesquisas que fomentem e comprovem essa

discussão.

Acerca do uso da internet White et al. (1999) realizaram um estudo experimental

com um grupo de 15 idosos, residentes em uma casa de repouso, dos quais receberam

orientações sobre o uso da internet durante cinco meses, onde observaram que o uso

regular da internet reduz significativamente os índices de solidão e depressão na

senescência, porque promove a interação e o convívio social, ultrapassando barreiras

limitantes, tais como as deficiências físicas.

Contrapondo-se a isso Nie (2001), em seu estudo de revisão que teve por objetivo

explorar a internet e a sociabilidade, revela que, para aqueles com uma ampla rede de

contatos sociais, o uso da internet não modifica a socialização, pelo contrário, pode até

prejudicar, tendo em vista que o tempo dedicado às atividades virtuais diminui o que seria

destinado a encontros com amigos e parentes, por exemplo. O autor critica os estudos que

demonstram a relação direta entre a sociabilidade e o uso da internet que não buscam

identificar quais atividades foram substituídas pelas atuais horas gastas no computador,

apenas verificam os contatos virtuais do usuário.

5.2.2.4 Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária

A utilização dessa tecnologia, que é composta por atividades diárias mais

complexas, foi aplicada junto aos idosos na observação do seu desempenho e preservação

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100

da capacidade cognitiva. Tal ação foi descrita no A14 (OLIVEIRA et al., 2015) e A20

(DIAS et al., 2015).

O A14 (OLIVEIRA et al., 2015) teve por objetivo investigar a associação entre

Atividades avançadas de vida diária (AAVD) e o desempenho cognitivo entre idosos,

contando com a participação de 302 idosos sem declínio cognitivo, classificados em

muito ativos e pouco ativos nas AAVDs.

As Atividades avançadas de vida diária (AAVDs) caracterizam-se por um

conjunto de atividades de lazer, realizadas no tempo livre, independentes do trabalho, que

envolvem o voluntariado, atividades educacionais, participação social na comunidade,

sendo dependentes de motivação pessoal (NERI, 2005). As AAVDs podem ser divididas

em físicas e sociais ou em sociais, produtivas, físicas e de lazer, justapondo-se conforme

a finalidade e a natureza das atividades (REUBEN; LALIBERTI; HIRIS; MOR, 1990;

DIAS, 2009). Para a gerontologia a execução das AAVDs podem indicar boa saúde física

e mental, e a redução no engajamento nessas atividades pode sugerir início de declínio

funcional, alterações cognitivas e fragilidade (DIAS, DUARTE; LEBRÃO, 2010;

KONO; KAI; SAKATO; RUBENSTEIN, 2007; MELO, 2009; SILVA et al. 2001).

Para o presente estudo, foi calculado o número total de atividades que cada

participante relatou fazer. Os participantes foram classificados em dois grupos: mais

ativos, com maior participação nas AAVD, ou menos ativos, de acordo com sua

pontuação nesse total. Foram considerados como mais ativos aqueles que realizavam

quatro ou mais atividades e, como menos ativos, os idosos que relataram realizar três ou

menos atividades, o que indicava estar no menor quartil da distribuição para essa variável.

Os resultados do presente estudo indicaram que idosos com maior participação e

engajamento nas AAVDs apresentaram melhor desempenho, todavia, os dados indicam

que a associação entre a prática de atividades e o desempenho cognitivo é articulada por

variáveis sociodemográficas (escolaridade, idade) como também sintomas depressivos.

O A20 (DIAS et al., 2015) teve por objetivo analisar o impacto das atividades

avançadas de vida diária (AAVD) na incidência de declínio cognitivo em idosos sem

declínio cognitivo. Em relação as AAVDD, 12 atividades sociais, produtivas, físicas e de

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101

lazer foram compreendidas, em questionário, sendo elas: Contato com outras pessoas por

meio de cartas, telefone ou e-mail; visita a amigos e familiares em suas casas; cuidado ou

assistência a outras pessoas (incluindo cuidado pessoal, transporte, compras para

familiares ou amigos); trabalho voluntário fora de casa; viagem para fora da cidade

pernoitando pelo menos uma noite; participação em algum programa de exercícios

regulares; convida pessoas para virem à sua casa para refeições ou lazer; sai com outras

pessoas para lugares públicos como restaurante ou cinema; realização de alguma

atividade manual, artesanato ou atividade artística; participação em atividades sociais

organizadas (clubes, grupos comunitários ou religiosos, centros de convivência de idosos,

bingo); faz uso de computador, incluindo a internet e se dirige veículos a motor.

As respostas poderiam ser feitas com as seguintes palavras: sempre,

frequentemente, ocasionalmente, raramente e nunca. Quanto aos principais resultados

obtidos, destaca-se que após a análise multivariada de dados, foi observado que quanto

maior o número de AAVD realizadas, menor a chance de declínio cognitivo no período

estudado e além de ser importante para a manutenção da capacidade cognitiva, o número

de AAVDs realizadas foi prenunciador do declínio cognitivo.

Relacionado aos achados do A14 e A20, Gomes et al. (2020) apresentam

resultados que mostram que o desempenho de atividades avançadas de vida diária foi um

fator protetor para o amadurecimento de declínio cognitivo, independentemente de

condições socioeconômicas, de saúde geral, estilo de vida e incapacidade funcional nas

atividades de vida diária.

Em relação a realização das AVDs, Abreu, Forlenza e Barros (2005) evidenciam

que o declínio cognitivo dificulta a realização das AVDs e das relações sociais e

familiares, prejudicando gradativamente a autonomia do idoso. Dessa forma, o estímulo

dessas atividades em indivíduos saudáveis (sem nenhum diagnóstico de doenças

demenciais) se torna importante fator de manutenção e proteção em relação ao declínio

cognitivo.

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102

5.2.2.5 Treinamento Cognitivo/Treinamento de Estímulo Cognitivo

A escolha dessa prática como tecnologia para melhorar a capacidade cognitiva de

idosos foi encontrada em 5 publicações (23,8%), descritas no A10 (SANTOS; FLORES-

MENDOZA, 2017); A11 (CASEMIRO et al., 2016); A7 (NETO et al., 2017); A13

(WANDERBROOCKE et al., 2015) e A19 (CASEMIRO, 2018).

O A10 (SANTOS; FLORES-MENDONZA, 2017) realizou uma revisão

sistemática selecionando artigos sobre treinamento cognitivo para idosos, onde destacam-

se os que possuíam o foco o treino de memória episódica, escalas de domínio comum

(não restritas a psicólogos). Dentre os resultados encontrados, os autores revelam que os

estudos nacionais focam nas habilidades mnemônicas e que apenas oito estudos puderam

ser classificados como multidomínio, ou seja, treinaram habilidades cognitivas diversas

classificados como unimodais. Os autores afirmam que por essa revisão, não foram

achados resultados que sustentem conclusões, geralmente informadas, da eficácia das

intervenções, porém, diversos artigos relatam efeitos do treino para pelo menos uma

medida cognitiva utilizada.

Já o A11 (CASEMIRO et al., 2016) trata-se de ensaio clínico aberto

controlado, com 458 participantes, divididos em Grupo Controle (GC) e Grupo de

Intervenção (GI), caracterizado por 20 sessões semanais, de uma hora a cada encontro,

durante seis meses. A organização se deu de forma a montar um circuito de duas ou três

atividades por sessão, para que os indivíduos exercitassem diferentes domínios cognitivos

em todas as intervenções.

Quanto aos resultados, observou-se melhora em todas as variáveis estudadas no

GI se comparado o antes com o depois, com exceção da capacidade funcional que se

manteve igual. Todavia, foram significativamente positivos apenas os sintomas de

depressão e ansiedade. No GC, as variáveis também demonstravam melhora, com

exceção dos sintomas de depressão e de ansiedade que demonstram piora comparando o

antes com o depois. No GC nenhuma diferença foi estatisticamente substancial. Ainda

acerca dos resultados, observou-se melhora em todos os domínios para o GI, com exceção

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103

da fluência verbal que se manteve igual. Destacando-se a melhora no domínio

visuoespacial que apresentou significância estatística.

No A7 (NETO et al., 2017) os participantes da pesquisa foram os idosos que

vivem em uma ILP com idade igual ou acima de 60 anos, de ambos os sexos, aposentados

ou não, que obtiveram uma pontuação maior ou igual a 13 no instrumento de pesquisa

Mini Exame do Estado Mental (MEEM) no período de dois meses.

As atividades contavam com a intervenção de uma equipe multiprofissional

composta por enfermeiros, psicólogo e nutricionista, os quais estimulavam cada idoso

duas vezes por semana, através de atividades de raciocínio lógico, memória, atenção,

concentração, sequenciamento e aprendizado, atividade expressiva, orientação temporal

e espacial, das quais eram determinadas com o auxílio de uma terapeuta ocupacional e da

literatura.

Dentre as atividades de raciocino lógico, destacam-se o jogo da memória, quebra-

cabeça e bingo, ademais, os pesquisadores trabalharam com exercício da água e argila

para moldar objetos de alguma data comemorativa, preparação de salada de frutas e, por

fim, a atividade de colorir os números de acordo com a legenda. Além disso, houve

também uma atividade expressiva que foi realizada por meio de um espelho dentro de

uma caixa, onde o idoso ao se olhar precisava se descrever. Destaca-se ainda que os

pesquisadores escolhiam qual dessas atividades se adequava melhor no contexto do idoso

e a aplicavam.

Quanto aos resultados encontrados, relacionados a estimulação das atividades

cognitivas, produziu-se maiores efeitos positivos na capacidade cognitiva de seus

participantes. Todavia, em relação a capacidade da memória de trabalho dos participantes,

não foram encontradas notáveis influências das intervenções.

O A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015) teve por objetivo principal promover

estímulo cognitivo através de uma Oficina de Memória (OM) realizada em uma Unidade

de Saúde com idosos, a qual possuía foco na memória e socialização entre os

participantes. A OM de 15 encontros semanais, com duração de uma hora, caracterizando-

se por duas atividades por encontro, onde no final de cada uma delas, era explicado acerca

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dos tipos de memória que haviam sido trabalhadas. As atividades constituíam-se de

recordar-se de lugares especiais, lembranças afetivas e sensoriais, como por exemplo,

buscar as lembranças e descrever um ambiente familiar. Com intuito de promover a

memória sensorial, os pacientes eram vendados e orientados a identificar cheiros e/ou

texturas como de café, cravo, canela, hortelã, algodão e outros materiais. Além disso, as

autoras ofereciam dicas e orientações de fácil utilização para o dia-a-dia com o objetivo

de que os participantes estimulassem sua memória em outros momentos além da OM.

Dentre os resultados encontrados, as autoras informam que apesar de não possuir

o intuito de avaliar os resultados da OM, os participantes relataram como positivo o fato

de estarem dedicando mais tempo para cuidar de si próprios, incluindo a observação e

exercícios para o funcionamento cognitivo, além de reforçarem que ganharam confiança

em relação a si próprios na medida em que conseguiam alcançar o proposto pelas autoras.

Alguns entrevistados relataram também, melhora na autoestima, na organização, atenção

e memorização de tarefas rotineiras.

Já no A19 (CASEMIRO, 2018) realizou-se um ensaio clínico randomizado e

controlado durante cinco meses, que teve a participação de 350 idosos que apresentavam

diagnósticos neurológicos de diversas etiologias, onde cerca de 60% delas era demência.

Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo um de controle e um de educação

em saúde. A intervenção caracterizou-se por atividades ativas de Educação em Saúde que

possuíam objetivos pré-estabelecidos, dos quais eram realizados uma semana antes da

realização da educação em saúde, com o tema pré-estabelecido, mediante a necessidade

identificada pelos próprios participantes (reforçando a autonomia do sujeito).

Em relação as atividades ativas desenvolvidas antes do debate do tema principal

do encontro, destacam-se os principais objetivos estipulados: estímulo de memória;

linguagem; atenção e raciocínio lógico; estímulo do domínio visuoespacial, da fluência

verbal, da criatividade e da função executiva, além disso, buscou-se trabalhar o equilíbrio,

a atenção e coordenação; promover a integração grupal; a troca de afeto; a aproximação;

o vínculo e a descontração. Quanto ao grupo de controle, os mesmos não foram incluídos

nas atividades, e apenas receberam telefonemas quinzenais (com duração média de 15

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105

minutos) os quais objetivavam saber acerca do estado de saúde, da rotina e se os

participantes desse grupo estavam praticando alguma atividade diferente.

A respeito dos resultados, a intervenção de Educação em Saúde revelou-se como

estratégia contribuinte para a melhora na memória dos participantes, onde as dinâmicas

de grupo se demonstram benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado na

memória, linguagem e orientação dos entrevistados.

Neste sentido, faz-se necessário definir que o treino ou estimulação cognitiva é

uma intervenção estruturada com a finalidade de eliminar ou atenuar dificuldades

cognitivas, em função do grau de comprometimento existente ou prevenir sua ocorrência

(OLIVEIRA; SILVA; CONFORT, 2018). Baseando-se na perspectiva otimista em

relação aos efeitos do treino cognitivo reveladas nos artigos estudados, Golino e Flores-

Mendonza (2016) realizaram um estudo piloto onde participaram um grupo de 15 idosas

sem déficit cognitivo, com o objetivo de proceder adequações e correções em um

protocolo de treino cognitivo, em que foi evidenciado um aumento significativo de

desempenho para o Grupo Experimental entre o pré-teste e o pós-teste, enquanto que o

Grupo de Controle apresentou uma estabilização ou leve declínio nos escores após a

intervenção.

Os autores supramencionados destacaram ainda a observação de um maior

desempenho do grupo experimental em três das cinco medidas cognitivas, após a

intervenção, porém, os mesmos reforçam que não foi permitido concluir que houve um

efeito significativo de treino, mas sinalizam positivamente para a necessidade de

condução de um ensaio clínico randomizado para testar adequadamente os efeitos do

programa. Além disso, destacam nos resultados principais um aumento em todas as

habilidades testadas, sendo elas: completar as figuras, códigos, aritmética, raciocínio

matricial.

Já a reabilitação cognitiva, trata-se de uma intervenção que se destina a grupos

clínicos e caracteriza-se tradicionalmente por envolver o indivíduo em um leque de

atividades gerais (incluindo a estimulação cognitiva) e discussões (comumente realizadas

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em grupos) buscando a melhoria geral do funcionamento cotidiano, cognitivo e social.

Dessa forma, o objetivo principal da reabilitação é ajudar pacientes com demência em

estágio inicial e moderada a aproveitarem ao máximo a sua memória e o funcionamento

cognitivo, mesmo diante das dificuldades que estão enfrentando (GOLINO; FLORES-

MENDOZA, 2016)

Presume-se, portanto, que em relação às intervenções cognitivas e a diligência de

exercícios mentais, o aprendizado de estratégias cognitivas tem a capacidade de melhorar

ou, no mínimo, preservar o desempenho de determinado domínio. Os resultados

encontrados na pesquisa confirmam a hipótese de que programas de estimulação, e neste

caso, prática de atividades cognitivas e atividades físicas, produzem efeitos positivos

(embora não estatisticamente significativos) na capacidade cognitiva geral, na memória

de trabalho e na depressão de idosos institucionalizados, sendo que os idosos que

participaram de um programa de treze sessões de atividades físicas obtiveram maiores

benefícios na depressão, enquanto os que participaram de um programa de vinte e duas

sessões de atividades cognitivas obtiveram maiores benefícios na capacidade cognitiva

geral.

5.2.2.6 Uso de outras Práticas Preventivas de Declínio Cognitivo

Somente o A3 (MENDES et al., 2019) destaca a utilização de um conjunto de

ações técnicas relacionadas as atividades físicas, mentais e sociais para prevenir o declínio

cognitivo. O estudo contou com a participação de 557 idosos, os quais foram

entrevistados afim de analisar a realização de práticas consideradas preventivas de

declínio, sendo elas: atividade física; alimentação saudável (comer frutas e verduras,

consumir peixes e pouca carne vermelha, azeite de oliva e/ou consumir moderadamente

bebida alcoólica), mental (utilizar computador e/ou jogar videogame; leitura de livros

e/ou jornais; jogar cartas, palavras cruzadas, dama ou xadrez e/ou atividades de artesanato

– pintura, crochê, bordado, biscuit); e; social (visitar amigos e/ou familiares, viajar,

passear e/ou ter momentos de descontração).

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Dentre os resultados encontrados, destacam-se a associação entre práticas

preventivas de DC e independência funcional, porém o A3 não aborda de forma

esclarecida os reais benefícios que essas práticas podem resultar na qualidade de vida dos

idosos. Mas faz-se necessário ressaltar que algumas variáveis analisadas possuem

resultados que merecem ser destacados, sendo eles: a associação de práticas preventivas

de declínio cognitivo em idosos com maior nível de escolaridade e com ocupação

profissional ativa. Dessa forma, o A3 sugere novos estudos com idosos que se encontram

na contramão desses aspectos, ou seja, aposentados, baixa renda e com baixo nível

escolaridade.

Dentro das variáveis do estudo, a pessoa idosa devia realizar pelo menos uma

atividade do domínio físico (atividade física; alimentação saudável – e/ou consumir

moderadamente bebida alcoólica), mental (utilizar computador e/ou jogar videogame;

leitura de livros e/ou jornais; jogar cartas, palavras cruzadas, dama ou xadrez e/ou

atividades de artesanato – pintura, crochê, bordado, biscuit) e social (visitar amigos e/ou

familiares, viajar, passear e/ou ter momentos de descontração).

O A3 não aborda o treinamento cognitivo em si, mas compreende as práticas de

atividades mentais para estimulação da cognição, todavia, destaca-se que os autores

reconhecem que é o conjunto de práticas que é preventivo para o declínio cognitivo,

incluindo as atividades físicas e sociais e não apenas o treinamento cognitivo. O A3

corrobora com Abreu, Forlenza e Barros (2005), os quais também não abordam

diretamente o treinamento cognitivo metodológico, mas compreendem a execução de

atividades de vida básica e/ou avançadas como estímulo cognitivo e produção de

melhorias na qualidade de vida.

Por conseguinte, Damásio (1996) pressupõe que é razoável pensarmos que dentro

de um projeto de estimulação cognitiva e física ocorram alterações nas funções

cognitivas, tais como atenção e memória de trabalho, em cérebros em franco processo de

envelhecimento. Se corpo e cérebro interagem intensamente entre si, o organismo que

eles formam, interage de forma não menos intensa com o ambiente que o rodeia.

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5.2.2.7 Aplicação da Terapia de Reminiscência

Apenas o A16 (GIL et al., 2019) relatou sobre essa tecnologia que visa como meio

de diversas técnicas, recuperar as memórias passadas. Tal estudo foi apresentado através

de uma revisão sistemática da literatura que teve por objetivo sintetizar a evidência

existente sobre a eficácia da Terapia de Reminiscência (TR) em pessoas idosas com

compromisso cognitivo institucionalizadas. Em relação a intervenção realizada, a maioria

dos artigos selecionados trabalharam programas estruturados, que possuíam foco na

evocação e partilha de memórias associadas a temáticas gerais tais como: infância,

músicas antigas, épocas festivas, família, entre outras. A atividade era realizada com

auxílio de objetos e fotografias pessoais que tinham como objetivo facilitar as

recordações.

Acerca dos resultados encontrados, os autores expõem que a TR pode configurar-

se como uma intervenção eficaz na manutenção da função cognitiva e redução da

sintomatologia depressiva em pessoas idosas com compromisso cognitivo

institucionalizadas, ressaltando que os estudos apontam, através de métodos

comparativos, fortes indicativos de que a TR foi responsável pela melhora nas variáveis

analisadas quando comparada a outras intervenções não farmacológicas.

De acordo com Butler (1963, p.75), a definição da teoria de Reminiscência é “um

processo mental, universal e natural, de recuperação de memórias de acontecimentos

passados com diversas finalidades e com incidência particular na resolução de conflitos

do passado”.

Essa terapia quando utilizada como técnica de evocação guiada, pode seguir

diferentes propósitos, de acordo com as características da população a qual se destina.

Dessa forma, na intervenção com idosos, a reminiscência pode ser utilizada como

estratégia preventiva, antecipando resultados negativos ou em formato remediativo, após

instalação da sintomatologia (GONÇALVES; ALBURQUERQUE; MARTÍN, 2008).

Neste sentido a TR revela-se apropriada aos idosos, uma vez que vários estudos

têm apontado para os efeitos benéficos da evocação guiada de memórias significativas

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para os idosos. A reminiscência torna-se progressivamente mais presente conforme o

sujeito envelhece (CAPPELIEZ; O’ROURKE; CHAUDHURY, 2005; GIBSON, 2004).

Douglas, James e Ballard (2004) mostram em seu artigo de revisão sobre

intervenções não farmacológicas na demência, que os principais benefícios da TR em

população com sintomatologia do tipo demencial, são a promoção do bem-estar, da

interação social e da motivação, porém, os mesmos destacam que os estudos disponíveis

sobre a eficácia desta estratégia ainda são insuficientes.

Corsete (2018) em seu estudo quase-experimental, que tinha como objetivo

verificar o impacto de um programa de intervenção grupal por reminiscência simples, o

qual contou com a participação de 08 idosos que foram submetidos a um programa

terapêutico composto por seis sessões semanais de reminiscência não estruturada. Dentre

os principais resultados obtidos, destacam-se os efeitos positivos significativos da terapia

de grupo nas medidas não clínicas da qualidade de vida (autoestima e solidão). E, no

mesmo seguimento, Douglas, James e Ballard (2004), salientam a necessidade de

investigação adicional para clarificação dos efeitos desta intervenção a longo termo.

A partir dos resultados encontrados, observa-se que as intervenções baseadas em

exercícios físicos foram as que predominaram no estudo, associado a isso, enfermeiros,

educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram como os principais pesquisadores no

campo da gerontologia e geriatria relacionados a intervenções para funções

cognitivas/executivas nos idosos.

Em seguida, as intervenções baseadas em Treinamento Cognitivo/Treinamento de

Estímulo Cognitivo assumem a segunda posição, nas quais os autores afirmam melhora

na memória dos participantes a partir da aplicação dessas tecnologias. Portanto, foi

possível concluir que as práticas de treinamento cognitivo são benéficas para o

desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto na memória, quanto na linguagem e

orientação dos entrevistados.

Faz-se necessário ressaltar, que a maioria dos artigos encontrados não utilizaram

as técnicas supracitadas de forma isolada, trabalhando-as com a associação de outras

técnicas. Dessa forma, apesar da predominância do exercício físico, destaca-se que ele

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110

não foi utilizado de forma isolada, sempre sendo associado a alguma outra técnica, como

forma de potencializar sua ação.

Observa-se, portanto, que os resultados dessas associações são mais favoráveis do

que quando comparado com os resultados das técnicas utilizadas de forma isolada,

podendo inferir que a associação de exercícios físicos com outras técnicas cognitivas

promove uma melhor evolução cognitiva nos idosos se comparada com as técnicas

cognitivas isoladas.

5.2.3 Síntese propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da funcionalidade

cognitiva dos idosos

Essa síntese propositiva acerca de estratégias de cuidado para a melhoria da

funcionalidade cognitiva dos idosos está respaldada nos artigos analisados e na vivência

profissional como clínico neurologista.

Faz-se necessário destacar que a síntese propositiva sugerida é congruente com

o que os artigos propõem e partem do princípio que, majoritariamente, as estratégias de

cuidado encontradas nos artigos selecionados foram relacionadas a exercícios físicos,

subsidiando assim, a estratégia de cuidado proposta.

A proposta aqui recomendada é a associação da prática de exercícios físicos e

atividades cognitivas, com um protocolo de duração mínima de 5 semanas, (baseando-

se na média de tempo encontrada nos 21 artigos) envolvendo idosos sem

comprometimento cognitivo dos quais serão caracterizados após a aplicação do MEEM

como método de rastreio de déficits cognitivos.

Sugere-se que a população seja escolhida através das equipes de saúde da

família, tendo em vista que o controle e manutenção do grupo fica mais facilitado pelo

processo de territorialização que a Estratégia Saúde da Família (ESF) devem realizar,

mapeando os idosos, suas doenças e/ou suas principais necessidades. Sendo como critério

de inclusão idosos acima de 60 anos, sem declínio cognitivo diagnosticado.

Ademais, a proposta compreende a criação e/ou reformulação de grupo

terapêutico realizado de forma quinzenal na unidade, composto por uma equipe

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111

multiprofissional, reforçando que é necessário não apenas os profissionais da equipe

mínima da ESF, mas também a inclusão de profissionais como: Fisioterapeuta,

Profissional de Educação Física, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. A justificativa da

escolha desses profissionais baseia-se nos resultados dos artigos selecionados dessa

pesquisa, que sempre associavam a prática de exercícios físicos ou com educadores

físicos ou com fisioterapeutas, além de mencionar os demais profissionais durante as

práticas de atividades cognitivas.

Dentre as atividades físicas propostas, sugere-se que sejam de múltiplas

intensidades, deixando o idoso a vontade para realizá-las mediante suas capacidades, sem

estipular uma quantidade ou intensidade específica e imutável, favorecendo que o

indivíduo seja autônomo no seu processo de evolução, todavia, reforça-se que os

profissionais de educação física necessitam acompanhar o grupo de forma contínua.

Mediante essa sugestão de acompanhamento, não é recomendado que o grupo

de idosos seja muito grande, pois esse aspecto poderia dificultar a averiguação da

evolução individual dos participantes pelos profissionais envolvidos, sugerindo por tanto

grupos de até 12 pessoas.

O protocolo de atividade física pode envolver as seguintes atividades:

Exercícios de Aquecimento; Exercícios Aeróbicos; Alongamento e; Relaxamento. A

duração das práticas de exercícios devem ser entre 40 a 60 minutos e os locais sugeridos

para realização das atividades físicas e das atividades de práticas cognitivas são espaços

ao ar livre, podendo ser ou não, dentro ou ao redor das dependências da unidade básica

de saúde.

Acerca das práticas de atividades cognitivas, sugere-se que as mesmas sejam

organizadas em forma de circuito de duas ou três atividades por sessão para que os

indivíduos exercitem diferentes domínios cognitivos em todas as intervenções,

permitindo o rodízio das atividades, realizando uma conversa acerca do desempenho das

atividades em uma roda de conversa no início das atividades do encontro subsequente.

Essa recomendação da análise do desempenho na sessão seguinte, tem como objetivo

fortalecer a memória e favorecer a socialização do grupo.

As atividades cognitivas podem envolver as seguintes práticas: Atividade

musical; Dominó, Massa de modelar; Leitura e interpretação; Escrever de trás para frente;

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Jogo da memória; Atividades de percepção sensorial; Atividades com palitos coloridos;

Associações de palavras e figuras; Atividades lúdicas; Jogos de cartas, bingo, dama,

palavras cruzadas; Atividades manuais (crochê, bordado, tricô, artesanato).

Além da aplicação das tecnologias de forma eficaz, sugere-se ainda que

instrumentos administrativos sejam criados afim de produzir indicadores da qualidade do

serviço ofertado, permitindo que os gestores avaliem o impacto dessas ações na atenção

básica, podendo subsidiar a justificativa para a implementação de uma política pública de

saúde que vá de encontro aos objetivos aqui direcionados.

Dessarte, mediante os achados apresentados nos resultados, faz-se necessário

destacar que o exercício físico envolvido nas principais técnicas utilizadas comporta-se,

segundo Banhato et al. (2009), como um agente neuroprotetor contra as desordens

degenerativas do sistema nervoso central, promovendo um aumento da circulação

sanguínea cerebral, favorecendo a síntese de neurotrofinas e dessa forma, favorecendo a

criação de novos neurônios em diversas áreas cerebrais.

Ainda neste sentido, de acordo com Gomez-Pinilla e Hillman (2013), achados

significativos suportam a influência do exercício na vitalidade e função do Sistema

Nervoso Central (SNC) bem como a promoção da resistência contra desordens

neurológicas. O exercício físico é apontado como uma técnica capaz de aperfeiçoar a

saúde mental, sendo aconselhado, portanto, como técnica capaz de amortizar a

deterioração cognitiva em distúrbios do envelhecimento. De tal modo, a capacidade do

exercício de impactar os sistemas moleculares envolvidos com o metabolismo e

plasticidade sináptica, podem sustentar a função mental, exercendo, portanto, um papel

categórico na mediação de efeitos do exercício sobre o envelhecimento e em doenças

neurodegenerativas (SILVA, 2015).

Sabe-se ainda que a plasticidade neuronal é considerada a habilidade do cérebro

em recuperar funções através de proliferação neuronal, migração e interações sinápticas

(FILIPPO et al., 2015). Com base nisso, técnicas de movimentação e raciocínio, como

por exemplo, exercícios físicos associados a treinos ou estímulos cognitivos, podem

contribuir para uma maior atividade cerebral, permitindo estímulos para que o cérebro

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possa desenvolver novas conexões que possibilitem a reabilitação de funções nervosas e

motoras (PESSINI et al., 2018).

Todavia, para que essas práticas sejam promovidas, esmerando que os melhores

resultados sejam alcançados, faz-se necessário que haja locais apropriados, profissionais

de saúde capacitados e uma gestão que incentive, financie e fiscalize o desempenho

dessas atividades, justificando a necessidade de uma política pública eficaz, que seja

capaz de compor diretrizes que possibilitem ao idoso o processo de diagnóstico e/ou

rastreio de demências, o planejamento de ações em conjunto com a atenção primária, com

foco nas ESF e a realização contínua de técnicas de prevenção e/ou recuperação de

déficits cognitivos como parte da rotina dos profissionais atuantes nas Unidades Básicas

de Saúde.

Essa recomendação parte ainda das vivências que a minha prática profissional

como médico especialista do serviço público de saúde me proporciona, em que, por vezes

após a realização da anamnese dos idosos, somado aos resultados indicativos de um

diagnóstico de demência, me vejo na impossibilidade de recomendar certas técnicas que

promovam a preservação neural ou o atraso dos danos neurodegenerativos devido à

ausência de opções satisfatórias na região ofertadas através do serviço público de saúde.

Apesar de compreender que em suas diretrizes a Política Nacional do Idoso,

segundo Brasil (2006), garante, a atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa, o

provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa

idosa, a formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de

saúde da pessoa idosa. Percebe-se que, ainda, não há ações efetivas que garantam o

alcance dessas diretrizes, justificando o seu aprimoramento ou a criação de uma nova

política pública de saúde capaz de alcançar as necessidades das quais os idosos demandam

atualmente.

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6 CONCLUSÃO

Apesar dos resultados encontrados, o estudo sofreu diversas limitações

metodológicas que necessitam ser expostas. Primeiramente, destaca-se que não houve

muitos estudos que apresentaram metodologias robustas capazes de fornecer evidências

científicas claras acerca do real benefício das intervenções aplicadas para o

funcionamento cognitivo do idoso no Brasil. Sendo assim, destaca-se a necessidade de

novas pesquisas que venham investigar as lacunas ainda encontradas no cenário brasileiro

atual quanto ao real efeito do treinamento cognitivo na funcionalidade do idoso saudável.

A relevância dessa pesquisa se justificou principalmente quanto a inversão da

pirâmide de natalidade e do envelhecimento no Brasil e no mundo que reforçam a

necessidade de ampliação de olhares da equipe multiprofissional de saúde em relação as

práticas de prevenção ao declínio cognitivo dos idosos e ao envelhecimento saudável. E,

com base nisso, os estudos com intervenções em idosos vem aumentando no Brasil.

Conclui-se também que de forma geral, nos últimos 5 anos o MEEM foi o teste

de rastreio cognitivo mais utilizado no Brasil segundo os artigos consultados, sendo por

vezes o instrumento único de triagem, contrariando as recomendações de que após

alteração neste teste, há necessidade que um médico realize a investigação das possíveis

causas desta alteração para confirmação do possível diagnóstico. Todavia, muitos artigos

realizaram a utilização de outros testes diagnósticos para avaliação da funcionalidade

cognitiva associados ao MEEM para obter resultados mais robustos ou auxiliar em

diagnósticos diferenciais.

Outro ponto que se destaca é que o MEEM foi utilizado tanto para idosos com

diagnóstico de demência previamente diagnosticado, quanto para idosos que não

apresentavam déficit cognitivo anteriormente identificado. Dessa forma, conclui-se,

portanto, que não há diferença entre as tecnologias utilizadas para avaliação da

funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição prejudicada.

As intervenções baseadas em exercícios físicos foram as que predominaram no

estudo, associado a isso, enfermeiros, educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram

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como os principais pesquisadores no campo da gerontologia e geriatria relacionados a

intervenções para funções cognitivas/executivas nos idosos.

Acerca dos treinamentos cognitivos, alguns autores afirmam que foi possível

observar melhora na memória dos participantes, considerando dessa forma, as práticas de

treinamento cognitivo benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto

na memória, quanto na linguagem e orientação dos entrevistados. Contrapondo-se a isso,

em outro artigo selecionado nesta pesquisa, afirmou-se que os treinamentos cognitivos

tratam de atividades práticas geralmente associadas a finalidade de eliminar ou atenuar

dificuldades cognitivas em função do grau de comprometimento existente ou prevenir sua

ocorrência, mencionando que o estudo em questões procurou utilizar o termo prática de

atividades cognitivas.

Destarte, alguns artigos puderam evidenciar o interesse dos idosos em se envolver

em programas de estimulação, bem como verificar quais os processos cognitivos que

contribuem para a melhoria na qualidade de vida e subsidiar futuras pesquisas e

intervenções para que elas consigam se adequar às necessidades e à demanda desta

população, facilitando um maior engajamento e motivação de seus participantes. Faz-se

necessário, ressaltar uma vez mais, a relevância do tema, visto que a função cognitiva do

idoso está relacionada à sua saúde e qualidade de vida.

Dessa forma, os próximos estudos devem testar de formas metodológicas,

substanciais, a eficácia das intervenções propostas para o desempenho e/ou preservação

das funções cognitivas dos idosos, sempre visando à obtenção de resultados duradouros

e que se generalizem para os desafios cognitivos diários dos nossos idosos, tanto para o

processo de prevenção, quanto para a fase de reabilitação.

Para finalizar, é importante destacar os pontos positivos acerca da realização deste

trabalho, pois, conforme relatado anteriormente, dentre os resultados obtidos e analisados,

foi importante visualizar que, independentemente de a quantidade da amostra não ser

robusta, estudos, mesmo que ainda pilotos, já indicam evidências do efeito benéfico no

treinamento cognitivo em idosos saudáveis.

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133

APENDICE

Apêndice 01: Protocolo PICO

Quadro 05: Apresentação dos artigos conforme PICO

Nº P I C O

A1 Idosas com o diagnóstico

de depressão maior entre

(60 e 77 anos)

Protocolo de treino constituído

por 20 minutos de atividades de

coordenação motora, tanto de

membros superiores quanto

inferiores de forma simultânea, 30

minutos de treinamento aeróbico

intervalado e 10 minutos de volta

a calma com alongamentos,

durante nove semanas

de treinamento.

Mini-Exame do Estado Mental

(MEEM) para caracterizar o

desempenho cognitivo global.

Verificou um efeito

positivo no desempenho

das tarefas de atenção,

função executiva e dupla

tarefa visuoespacial após

uma estratégia de

treinamento, baseada no

exercício aeróbico

intervalado de moderada

intensidade de nove

semanas, em idosas com

depressão.

A2 Idosos sem alterações

cognitivas avaliadas

Atividades motoras com enfoque

funcional e exercício físico.

Mini-Exame do Estado Mental

(MEEM) para caracterizar o

desempenho cognitivo global.

Os quatro estudos que

compuseram esta pesquisa

encontraram resultados

similares de um modo

geral. No MEEM, após a

intervenção, foi percebida

Page 134: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

134

estabilidade nos grupos

que participaram do treino

enquanto os grupos que

não realizaram atividades

apresentaram deterioração

cognitiva.

A3 Idosos atendidos nas

Unidades de Saúde da

Família

Práticas preventivas de DC que as

pessoas mais velhas realizam no

dia a dia

Mini Exame do Estado Mental

(MEEM)

Encontrou-se que os

idosos do sexo feminino,

funcionalmente

independentes, com alto

nível de escolaridade, que

estão

trabalhando e

autoavaliaram sua saúde

como regular

realizaram mais práticas

preventivas de DC. Esses

resultados

são importantes, pois

revelam quais são as

características

dessa população que

devem ser levadas em

consideração no

planejamento de ações

para a promoção da saúde

cognitiva.

Page 135: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

135

A4 Idosos em hemodiálise Jogo terapêutico intitulado Jogar é

bom para você, que tem o objetivo

de auxiliar o tratamento de

sintomas depressivos e

estimulação cognitiva. No qual o

idoso deve executar cada uma das

tarefas propostas nos módulos,

escolhendo entre os itens

disponíveis, com o nível de

dificuldade predefinido pelo

profissional de saúde

acompanhante.

Para avaliação cognitiva, foi

utilizado o Exame Cognitivo de

Addenbrooke Revised (ACE-R).

Quanto à função cognitiva

não houve diferença

estatisticamente

significativa antes e após

uma intervenção. Houve

diferença estatisticamente

significante na média dos

escores dos sintomas

depressivos, sendo a

menor após a intervenção.

A5 Indivíduos idosos, com

idade igual ou superior

a 60 anos.

Programa de atividade física

oferecido à comunidade da cidade

de Petrolina-PE, pelo curso de

Educação Física da Universidade

Federal do Vale do São Francisco

(UNIVASF)

Mini Exame do Estado Mental –

(MEEM) e o teste de Fluência

Verbal

A análise dos dados

demonstrou influência das

FE sobre o processamento

neural, necessário aos

ajustes do controle da

marcha e do equilíbrio

corporal.

A6 Idosos demenciados Terapia musical, independente do

seu método de aplicação – o qual

pode ser grupal, individual,

interativo, receptivo, de caráter

nostálgico ou clássico.

Mini-Mental State Examination

(MMSE)

Em relação às funções

cognitivas desses pacientes

houveram informações

divergentes. Houve casos

em que o grupo que

passou pela terapia

musical não apresentou

variação significativa em

Page 136: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

136

relação às habilidades

cognitivas, embora a

média do escore tenha sido

mais alta. Em contraponto,

em outro grupo de estudo,

no braço de pesquisa

submetido à intervenção a

memória e a orientação

melhoraram

independentemente da

severidade da demência,

essas acontecendo ao

longo do tratamento.

A7 Idosos que vivem na

instituição com idade

igual ou acima de 60 anos

Estimulação de cada idoso duas

vezes na semana por meio de

atividades de raciocínio lógico,

memória, atenção, concentração,

sequenciamento e aprendizado,

atividade expressiva, orientação

temporal e espacial, determinadas

com o auxílio de uma terapeuta

ocupacional e a literatura

Mini Exame

do Estado Mental (MEEM)

Após as atividades de

estimulação percebeu-se

que sete dos oito idosos

que já haviam atingido o

ponto de corte do MEEM

conseguiram manter ou

aumentar a pontuação para

os diversos aspectos

avaliados.

A8 Idosos que vivem em ILP O protocolo de exercícios com

tarefa dupla foi composto de 15

sessões. A primeira sessão

consistiu em:

• Aquecimento;

O Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) e a Avaliação

Cognitiva Montreal (Moca)

A intervenção

fisioterapêutica com tarefa

dupla, durante 5 semanas,

não foi suficiente para

melhora cognitiva.

Page 137: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

137

• Resistência aeróbica e

capacidades coordenativas

(agilidade);

• Treinamento de resistência

de força;

• Flexibilidade;

• Relaxamento.

A9 Idosos com

comprometimento

cognitivo leve ou

demência leve

Programa de exercícios

multicomponentes (alongamentos

seguidos de exercícios de

fortalecimento muscular e

atividades que estimulassem de

forma lúdica o desempenho

funcional, a coordenação motora,

o equilíbrio, a propriocepção e a

cognição, em especial a memória.

Ao final, era realizado treino de

marcha).

Mini Exame do Estado Mental;

Teste de Fluência Verbal e

Bateria de Avaliação Frontal.

Quanto aos resultados, o

GE apresentou melhor

desempenho apenas nos

testes relacionados à

mobilidade ao final da

intervenção. A intervenção

proposta apresentou

eficácia sobre a

mobilidade, mas não na

cognição e independência

funcional.

A10 Idosos Treinamento Cognitivo Mini Exame do Estado Mental;

Teste Cognitivo Breve

Em relação às habilidades

cognitivas que foram alvo

de intervenção, 60,8% dos

estudos tiveram como foco

o treino de memória

episódica. Como medidas

cognitivas, 90,4% dos

estudos incluíram escalas

de domínio comum (não

Page 138: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

138

restritas a psicólogos). No

tocante aos resultados,

47,6% dos estudos

identificaram efeitos de

treino para pelo menos

uma medida cognitiva

utilizada.

A11 Idosos Durante as primeiras semanas, a

teoria da cognição foi abordada,

seguido pela aplicação de jogos

cognitivos. Um circuito de duas

ou três atividades por sessão foi

estabelecido para que os

indivíduos exercitassem diferentes

domínios cognitivos em todas as

intervenções. O grupo controle

(GC) foi convidado a participar da

oficina número 20, focada em

atividades recreativas e

socialização, a fim de garantir que

esse grupo participasse de pelo

menos uma atividade.

Exame cognitivo-revisado de

Addenbrooke (ACE-R)

Os resultados do presente

estudo sugerem que as

intervenções em CS do

grupo têm um efeito

benéfico nas funções

visuais e espaciais, além

de melhorar os sintomas

de depressão e ansiedade.

A12 Idosas Treinamento concorrente de

exercícios físicos (TC) força

muscular e resistência

cardiovascular

As idosas foram submetidas a

uma bateria composta por cinco

testes adotados no protocolo de

avaliação funcional do Grupo de

Os efeitos do treinamento

funcional na autonomia

funcional de idosas,

divididas em: Grupo

Treinamento Funcional e

Page 139: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

139

Desenvolvimento Latino-

Americano para a Maturidade

(GDLAM)

Grupo Controle encontrou

diferença

significativamente

satisfatória na comparação

intragrupos (pré x pós) no

Grupo de Treinamento

Funcional (GTF), com

redução no tempo de

execução em todos os

testes da autonomia

funcional incluindo o IG,

após a intervenção.

A13 Idosos Ações focadas nos diferentes tipos

de memória: semântica,

procedural, episódica, de trabalho,

primária. Em geral eram

realizadas duas atividades por

encontro e ao final de cada uma

delas era explicado aos presentes

que tipo de memória havia sido

trabalhada e oferecida a

oportunidade para o

compartilhamento da experiência.

Além das explicações, buscava-se

oferecer dicas e orientações de

fácil aplicação nas situações do

dia-a-dia com o intuito de que os

Mini Exame

do Estado Mental

Os participantes relataram

como positivo o fato de

estarem dedicando mais

tempo para cuidar de si

próprios, incluindo a

observação e exercícios

para o funcionamento

cognitivo. A partir das

atividades realizadas nas

Oficinas de Memória

vários integrantes

perceberam sua

capacidade de participação

em grupo e ganharam

confiança em relação a si

Page 140: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

140

participantes estimulassem sua

memória em outros momentos

além da OM.

próprios na medida em que

conseguiam alcançar o

proposto pelas

coordenadoras.

A14 Idosos sem declínio

cognitivo

Atividades Avançadas de vida

diárias

Mini exame do estado mental

(MEEM), bateria breve de

rastreio cognitivo (BBRC)

Idosos com maior

participação nas AAVDs

apresentaram melhor

desempenho no MEEM e

TDR. Entretanto, os dados

sugerem que a associação

entre a realização de

atividades e o desempenho

cognitivo é modulada por

variáveis

sociodemográficas e

sintomas depressivos.

A15 Idosos Exercícios Físicos Mini exame do estado mental

(MEEM)

Os principais resultados

deste estudo mostram que

idosos com maiores níveis

de atividade física

possuem melhores escores

de estado cognitivo geral

quando comparados com

sujeitos que demonstraram

baixo nível de atividade

física e/ou sedentarismo.

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141

A16 Adultos (≥65 anos), a

quem foi identificada uma

situação de compromisso

cognitivo

Programas de reminiscência em

grupo, dirigidos a pessoas idosas

com compromisso cognitivo

institucionalizadas em estruturas

residenciais

Mini exame do estado mental

(MEEM)

Os resultados sugerem que

a Terapia de

Reminiscência pode

figurar como uma

intervenção eficaz na

manutenção da função

cognitiva e redução da

sintomatologia depressiva

em pessoas idosas com

compromisso cognitivo

institucionalizada.

A17 Idosos residentes em ILP Programa de dança de salão

constituído de sessões de 50

minutos de duração e três vezes

por semana, em dias alternados,

por um período de 12 semanas.

Miniexame do estado mental

(MEEM)

A partir dos resultados

encontrados neste estudo

foi possível observar que

os indivíduos que

compuseram o Grupo

Experimental, quando

submetidos ao programa

de dança de salão,

obtiveram melhora nos

níveis de autonomia

funcional para as AVD e

melhora no estado mental

em comparação com o

GC, que não sofreu

nenhuma intervenção.

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142

A18 Idosos Utilização da Internet Mini exame do estado mental

(MEEM)

Constatou-se que os idosos

que se mantiveram

utilizando a internet

tiveram maior chance de

apresentar ganho cognitivo

e menor chance de

apresentar declínio

cognitivo em comparação

àqueles que não faziam

uso dessa tecnologia.

A19 Idosos Estratégias ativas e dinâmicas de

grupo

Mini exame do estado mental

(MEEM)

Os resultados desta

pesquisa sugerem que uma

intervenção de Educação

em Saúde baseada em

estratégias ativas e

dinâmicas de grupo, como

a apresentada neste artigo,

tem efeito benéfico na

melhora do desempenho

cognitivo, em especial na

memória, linguagem e

orientação.

A20 Idosos Atividades Avançadas de Vida

Diária

Mini exame do estado mental

(MEEM)

Os resultados apresentados

mostram que além de ser

importante para a

manutenção da capacidade

cognitiva, o número de

Page 143: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI VICE-REITORIA DE

143

AAVDs realizadas foi

preditor do declínio

cognitivo.

A21 Idosas residentes em ILP Exercícios realizados com o

auxílio de equipamentos

fisioterapêuticos, como: faixas

elásticas, bastões, bolas; e

materiais artesanais, tais como:

garrafas plásticas, barbantes, de

acordo com o objetivo definido

para a atividade da semana. (1 vez

por semana durante 5 meses).

Mini exame do Estado Mental

(MEEM)

Achados sugerem que as

ações de Fisioterapia para

promoção da saúde

possibilitaram melhora no

desempenho de atividades

cognitivas das idosas

institucionalizadas,

contribuindo, assim, para

uma melhor qualidade de

vida.

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Apêndice 02: Termo de utilização de dados

TERMO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS PARA COLETA DE DADOS DE PESQUISAS ENVOLVENDO

SERES HUMANOS

Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 466/12 e suas complementares no

desenvolvimento do projeto de pesquisa “Tecnologias de avalição e estimulação das

funções cognitivas em idosos: Revisão Integrativa”, cujo objetivo é “analisar como se

dá a utilização das tecnologias para avaliação da funcionalidade cognitiva dos idosos”,

assim como afirmo que os dados descritos nesta pesquisa serão obtidos em absoluto sigilo e

utilizados apenas para os fins especificados no protocolo aprovado pelo Comitê de Ética.

Itajaí, 30 de setembro de 2020

___________________________________

Dra. Juliana Vieira de Araujo Sandri

(Orientadora)

___________________________________

João Rafael da Silva Netto Delgado

(Mestrando)