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1 Autoavaliação, suas Fontes e Indicadores: a experiência da UNIVALI no processo de Avaliação Institucional Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) Eixo II - Indicadores e instrumentos de autoavaliação Cássia Ferri 1 (Universidade do Vale do Itajaí) Leo Lynce Valle de Lacerda 2 (Universidade do Vale do Itajaí) Resumo A promulgação da Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) em 2004 trouxe para as Instituições de Ensino Superior (IES) um desafio conhecido por alguns desde os anos de 1980 e desconhecido de muitos: autoavaliar-se. A exigência de elaborar um relatório de autoavaliação institucional tornou-se preocupação dos setores institucionais responsáveis pela avaliação ou pelo ensino das IES. Na UNIVALI, a existência de um programa de avaliação institucional desde 1993 não tornou a tarefa menos trabalhosa. Ao contrário, vimos na implantação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) uma oportunidade para ampliar o processo já instalado de avaliação institucional, incorporando diversas outras fontes de dados e informações à percepção de alunos e professores captada pelas pesquisas de opinião realizadas pelo programa de avaliação. Neste trabalho, utilizando a bibliografia especializada da área, objetiva-se examinar o processo de ampliação dos aspectos avaliados, as principais fontes de dados e informações utilizadas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). A análise documental e de conteúdo indicam o caminho para o uso do programa de avaliação institucional como fonte primária evidenciando-se, no entanto, a importância do exame de outras fontes, tais como: as estatísticas de uso do acervo bibliográfico, o rendimento acadêmico, o programa de avaliação institucional e outros. É investigada, também, a interrelação entre estas fontes, numa perspectiva em que a análise de dados quantitativos fornece indícios, mas não mais que isso, para o processo de avaliação, mais amplo e qualitativo, necessário ao juízo de valor que se quer estabelecer para as mudanças qualitativas da IES. As principais dificuldades encontradas são apontadas e discutidas, bem como a interação entre os dados, resultante das diversas questões estabelecidas no processo. Também é descrita a avaliação qualitativa realizada pela CPA em seu balanço crítico de cada uma das dimensões estabelecidas pelo SINAES. Ao final são feitas considerações acerca da evolução deste processo de autoavaliação e seus resultados em relação ao planejamento e desenvolvimento institucional. 1 Doutora em Educação pela PUC/SP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIVALI. Pró-Reitora de Ensino da UNIVALI. Membro da Comissão Própria de Avaliação no período de 2007 a 2013. [email protected] 2 Doutorando em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIVALI. Membro da Comissão Própria de Avaliação no período de 2007 a 2013. [email protected]

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Autoavaliação, suas Fontes e Indicadores: a experiência da UNIVALI no processo

de Avaliação Institucional

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Eixo II - Indicadores e instrumentos de autoavaliação

Cássia Ferri1 (Universidade do Vale do Itajaí)

Leo Lynce Valle de Lacerda2 (Universidade do Vale do Itajaí)

Resumo A promulgação da Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) em 2004 trouxe para as Instituições de Ensino Superior (IES) um desafio conhecido por alguns desde os anos de 1980 e desconhecido de muitos: autoavaliar-se. A exigência de elaborar um relatório de autoavaliação institucional tornou-se preocupação dos setores institucionais responsáveis pela avaliação ou pelo ensino das IES. Na UNIVALI, a existência de um programa de avaliação institucional desde 1993 não tornou a tarefa menos trabalhosa. Ao contrário, vimos na implantação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) uma oportunidade para ampliar o processo já instalado de avaliação institucional, incorporando diversas outras fontes de dados e informações à percepção de alunos e professores captada pelas pesquisas de opinião realizadas pelo programa de avaliação. Neste trabalho, utilizando a bibliografia especializada da área, objetiva-se examinar o processo de ampliação dos aspectos avaliados, as principais fontes de dados e informações utilizadas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). A análise documental e de conteúdo indicam o caminho para o uso do programa de avaliação institucional como fonte primária evidenciando-se, no entanto, a importância do exame de outras fontes, tais como: as estatísticas de uso do acervo bibliográfico, o rendimento acadêmico, o programa de avaliação institucional e outros. É investigada, também, a interrelação entre estas fontes, numa perspectiva em que a análise de dados quantitativos fornece indícios, mas não mais que isso, para o processo de avaliação, mais amplo e qualitativo, necessário ao juízo de valor que se quer estabelecer para as mudanças qualitativas da IES. As principais dificuldades encontradas são apontadas e discutidas, bem como a interação entre os dados, resultante das diversas questões estabelecidas no processo. Também é descrita a avaliação qualitativa realizada pela CPA em seu balanço crítico de cada uma das dimensões estabelecidas pelo SINAES. Ao final são feitas considerações acerca da evolução deste processo de autoavaliação e seus resultados em relação ao planejamento e desenvolvimento institucional.

1 Doutora em Educação pela PUC/SP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIVALI. Pró-Reitora de Ensino da UNIVALI. Membro da Comissão Própria de Avaliação no período de 2007 a 2013. [email protected] 2 Doutorando em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIVALI. Membro da Comissão Própria de Avaliação no período de 2007 a 2013. [email protected]

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Palavras-chave: Autoavaliação Institucional. Comissão Própria de Avaliação. Indicadores de avaliação.

Introdução

Para a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a década de 1990 marca o inicio das reflexões sobre a auto avaliação institucional. Sintonizada com o contexto nacional que indicava a necessidade da avaliação interna por parte das universidades, a Instituição oficializa, a partir de 1993, o programa de avaliação institucional que se mantém em funcionamento, sem interrupções, até os dias atuais.

Com diferentes matizes, o programa se atualiza no decorrer do tempo. Em 1996, as atividades do Programa de Avaliação Institucional estão fortemente ligadas às atividades que institucionalizam os projetos pedagógicos dos cursos de graduação e com a revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI. Em 1999, os resultados da avaliação de desempenho docente, no âmbito do Programa de Avaliação Institucional, são divulgados em seminários internos e em Fóruns Institucionais e repercutem na comunidade acadêmica por apontar aspectos que mereciam atenção e investimento tais como as habilidades didático-pedagógicas dos professores, dificuldade de desenvolver os currículos de forma integrada, fraca expressão da produção científica, entre outros.

À medida que desenvolve dinâmicas de participação dos diversos segmentos envolvidos na avaliação institucional (professores, alunos, gestores e comunidade) em torno do projeto institucional materializado nos projetos pedagógicos ou no PDI, o Programa de Avaliação Institucional se fortalece em ações como o acompanhamento das políticas de avaliação interna e externa, articulação dos resultados alcançados pela UNIVALI, estudos e análises dos indicadores, estrutura e forma das questões das provas (internas e ENC), organização de informações para os alunos e professores sobre a performance do Curso, além da divulgação e promoção de seminários sobre o tema.

É neste contexto que, em 2004, a UNIVALI cria a sua Comissão Própria de Avaliação - CPA, atendendo aos preceitos da recém-promulgada Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Os dez anos de experiência anterior, embora contribuísse para a compreensão do papel e das funções da CPA no contexto institucional não tornaram a tarefa mais simples. A exigência de elaborar um relatório de autoavaliação institucional, considerando as dez dimensões apresentadas nos documentos e manuais, tornou-se preocupação dos setores institucionais responsáveis pela avaliação e pelo ensino das IES.

No inicio, as dúvidas eram muitas: como funcionaria a CPA? Como organizaríamos os dados solicitados nas dez dimensões previstas pelo SINAES? Como os diversos setores da IES participariam do processo? Como elaborar o relatório? São as respostas encontradas para estas dúvidas e a construção deste processo que tratamos nesse artigo, esperando refletir o percurso e contribuir para as discussões que envolvem os processos de avaliação.

Objetiva-se, neste artigo, examinar o processo de ampliação dos aspectos avaliados, as principais fontes de dados e informações utilizadas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). Para tanto, tem-se como objetivos específicos:

• Identificar as principais fontes de dados utilizadas pela CPA nestes quase dez anos de atuação.

• Examinar as fontes documentais que nortearam o trabalho da CPA. • Descrever as bases de dados quantitativos que foram utilizados nas avaliações

realizadas pela CPA. • Descrever a interação realizada entre as bases de dados e os indicadores

contemplados do programa de avaliação institucional da UNIVALI.

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• Apresentar alguns dos resultados e seu uso, derivados da análise do cruzamento de dados realizados entre as diferentes fontes de informação.

• Apresentar a dinâmica utilizada pela CPA para que suas avaliações pudessem ser incorporadas ao processo de planejamento estratégico institucional.

O artigo também apresenta, na sequencia, a metodologia utilizada, o referencial teórico e as discussões dos resultados. Por fim, fazem-se algumas indicações sobre os encaminhamentos futuros e outros usos e indicadores que possam ser utilizados no trabalho realizado pela CPA.

Metodologia

Desde o inicio dos trabalhos, o Programa de Avaliação Institucional da UNIVALI utilizou como metodologia a análise documental e de conteúdo. A CPA, de certa forma, herdou estes mecanismos e mantém seu uso. A compreensão é a de que esta abordagem metodológica permite melhor aproveitamento das informações coligidas e uma articulação adequada com as análises estatísticas. A atenção a todos os dados e suas diferentes e diversas camadas de interpretação demonstra, como afirmam Bogdan e Biklen (1994), “(...) de que nada [na investigação qualitativa] é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora de nosso objeto de estudo” (p. 49).

O grande volume de informações coletadas para responder as questões colocadas pelas dez dimensões de avaliação exigiu também método para análise de seu conteúdo, além de tratamentos estatísticos específicos. A interrelação entre as fontes também foi realizada na perspectiva de que as análises quantitativas forneçam indícios, mas não mais que isso, para um processo de avaliação mais amplo e qualitativo, necessário ao juízo de valor que se quer estabelecer para as mudanças qualitativas da IES. Desta forma procurou-se partir das análises dos dados quantitativos, quando existentes, utilizando-as como ponto de partida para análises qualitativas mais amplas e completas.

Embora não tenha o compromisso com a produção científica, a CPA da UNIVALI compreende que as fases do processo de avaliação são similares aos do processo de pesquisa. Desta forma, seguem-se de forma geral, os seguintes passos:

• Planejamento: nas reuniões ordinárias da CPA definem-se quais aspectos merecem atenção, que questões devem ser respondidas com a coleta de dados e as variáveis a serem observadas.

• Coleta de dados: buscam-se, junto aos setores institucionais, os dados. • Tratamento e consolidação de dados: nesta fase procura-se confirmar a

consistência dos dados coletados, sua robustez temporal e qualidade como fonte de dado. Para tanto, nestes anos, a UNIVALI vem desenvolvendo um processo de “certificação” da fonte de dado; de forma que cada dado coletado tenha uma única fonte responsável. Também é realizada a consolidação de dados para que este se torne adequado à análise estatística a ser realizada posteriormente, se aplicável.

• Análise dos dados: organizados em resumos estatísticos, na forma de textos e/ou representações tabelares e gráficas, os dados são analisados com a CPA e os órgãos envolvidos para ajustes, correções, e sugestões de aprimoramento. As análises estatísticas são realizadas de acordo com as perguntas de pesquisa estabelecidas no escopo dos trabalhos da CPA, tendo como apoio a base oferecida no manual de orientações do SINAES (BRASIL, 2004). De acordo

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com o número, o tipo e a relação entre as variáveis necessárias à pergunta de pesquisa, escolheu-se a técnica mais adequada (BABBIE, 1999).

• Apresentação dos Resultados: os dados são sumarizados para o relatório final de autoavaliação e novamente apreciados pela CPA para sua homologação e edição final. Esta organização metodológica vem sendo seguida nestes quase dez anos de

CPA, de forma que hoje se pode traçar uma série histórica apreciável, explicitada nos relatórios de autoavaliação publicados. Especificamente para o estudo aqui apresentado, foram selecionados alguns resultados que demonstram o percurso utilizado pela CPA na avaliação da instituição. Devido ao volume de análises desenvolvidas, priorizaram-se aquelas que evidenciassem a interação de indicadores derivados de diferentes fontes de dados, ao invés da descrição de cada indicador em particular.

As análises quantitativas apresentadas utilizaram diferentes técnicas estatísticas. As relações para pares de indicadores foram realizadas por meio da prova não paramétrica de correlação de postos de Spearman (SIEGEL, 2005) quando os dados não apresentavam normalidade, e da correlação linear de Pearson (LEVINE, 2005) quando estes apresentaram normalidade. Para ambas as técnicas o nível de significância adotado foi o de 5%. Para a análise da relação entre vários indicadores utilizou-se da análise de correspondência simples com combinação de pares de indicadores (HAIR, 2010; PEREIRA, 2004). Os aplicativos utilizados foram: planilha Microsoft Excel® 2010 (MICROSOFT, 2006), na tabulação e tratamento dos dados e Statistica versão 9.1 (STATSOFT, 2010) para as análises inferenciais e representações gráficas. Referencial Teórico

Hadji (2005) propõe um triângulo mágico sobre o qual podemos começar a pensar nas nossas práticas de avaliação: questões, objetos, decisões. Assim, nos processos de avaliação institucional, teríamos:

1. As questões que a instituição coloca a si mesma e as questões que estão sendo levantadas pelo público externo, ou seja, que perguntas responder;

2. O objeto específico das averiguações; 3. As decisões que podem ser esclarecidas pela avaliação.

Além disso, é necessário pensar na instrumentação adequada para alcançar estes objetivos. Para o primeiro item, questões a serem respondidas, foi preciso que os envolvidos, em especial os membros da CPA, tivessem plena consciência do que se pretende, ou ainda, do que dá sentido ao trabalho da avaliação.

A sensibilização dos agentes envolvidos é uma das etapas mais suscetíveis dos programas de avaliação institucional. São necessárias diversas ações de reflexão como seminários, distribuição de cartazes e informativos, entre outros promovendo na comunidade acadêmica a incorporação de uma ideia clara quanto aos objetivos e princípios que fundamentam o programa.

Um princípio que precisa ser necessariamente observado, em qualquer processo de avaliação, é o respeito à identidade institucional compreendida em seu dinamismo e diferentes formas de compreender suas funções sociais.

Para avaliar uma instituição é preciso compreender sua missão, suas finalidades, seus projetos, seu clima, as pessoas nela envolvidas com seus anseios, conflitos, valores, crenças, princípios e cultura. Trata-se de um empreendimento ético e político que traz a questão da qualidade para o primeiro nível das preocupações de todos os que se interessam pela vida da instituição e dela participam (SOUSA, 2002, p.26).

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Na especificação dos objetos da avaliação foi preciso o exercício de desconfiar do excessivamente genérico ou do excessivamente transversal e, em cada uma das dez dimensões, escolher quais serão os focos de análise.

São muitas as decisões que podem ser tomadas a partir dos resultados da avaliação. Assim, a CPA estava em um contexto em que precisou aprender a identificar em que terreno estava pisando e evitar “contaminações”. E, além disso, fez-se necessário encontrar a instrumentação adequada. Em avaliação, não se improvisa, assim como, não há um instrumento ideal, pré-estabelecido, definido. No entanto, toda avaliação exige a elaboração de um instrumento e a definição de critérios que determinam a validade e a pertinência das informações coletadas.

A definição dos instrumentos coerentes com os objetivos é essencial para desencadear o processo de avaliação, todavia, não é suficiente. Após e/ou durante sua aplicação, o processo e o resultado do trabalho necessita ser observado e interpretado, exigindo um registro, uma codificação dessa produção, que funcionará como um instrumento específico de análise. A interpretação dos resultados será mais fecunda se se coletar informações adequadas e fidedignas que lhe assegurem uma apreciação fundamentada em relação à tarefa realizada.

A realização de um processo de avaliação institucional – desde o seu planejamento – traz implícito o esforço de que seus resultados conduzam a ações institucionais significativas. Assim, a elaboração do relatório e as recomendações implicam na possibilidade de subsidiar dos líderes institucionais na tomada de decisões relativas a prioridades e estratégias institucionais. Ou seja, os pontos fortes e fracos são importantes fontes de informação para o planejamento e desencadeamento de ações institucionais. Reafirmar o caráter prospectivo da avaliação é importante para dizer que “(...) os resultados da avaliação não se encontram apenas no final de um determinado ciclo, na forma de constituição de novas metas a serem cumpridas, mas já se produzem ao longo do processo como transformação qualitativa dos agentes e ao mesmo tempo da própria instituição” (DIAS SOBRINHO, 2000, p.131).

É fato que o aperfeiçoamento institucional não é consequência direta dos resultados da avaliação institucional. No entanto, as recomendações e resultados proporcionam aos dirigentes uma base objetiva para a implantação ou implementação de programas e ações que concretizam os objetivos institucionais definidos no Projeto Pedagógico Institucional – PPI e no Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI.

Este “balanço institucional” segundo Lapassade (apud DIAS SOBRINHO, 2000, p.133) é definido como

um método de interpretação analítico e pedagógico que consiste em instituir, numa organização social determinada, por exemplo, numa escola, num instituto, numa universidade, a análise coletiva, isto é, feita em princípio por todos os membros, das estruturas e dos fins da organização, assim como dos meios utilizados para atingir esses fins. Propomo-nos, portanto, a “dizer tudo” e “todos em conjunto” sobre essa organização que é nossa e depois redigir em conjunto mudanças que nos parecerão desejáveis.

No entanto, embora existam inúmeros modelos de avaliação, não existem critérios, instrumentos ou procedimentos que possam atender, por completo, as expectativas de todos os atores deste processo. Assim, é preciso considerar as dificuldades que as pessoas envolvidas identificam e considerá-las no planejamento e meta-avaliação do processo.

A credibilidade está diretamente relacionada com a aceitação dos responsáveis pelo processo, os mecanismos, instrumentos e concepções do projeto e dos dados quantitativos e intervenções qualitativas. É necessário refletir que, embora credibilidade tenha muito a ver com maturidade científica, pedagógica e institucional (DIAS

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SOBRINHO, 2000a), os resultados e as ações desencadeadas a partir da avaliação não são, muitas vezes, conhecidas pelo corpo discente dos cursos. Assim, segundo Rasco (2000, p.86) “trata-se de agir no programa tornando mais transparentes critérios como negociação, colaboração, confidencialidade, imparcialidade, eqüidade e compromisso com o conhecimento”.

Supõe-se, então, que ao assumir esses critérios, a instituição impõe responsabilidade pública e profissional ao processo de autoavaliação. Quando as ações de autoavaliação são conhecidas por todos os envolvidos, incluindo as razões, interesses, necessidades ou motivações pelas quais é realizada, mais facilmente seus resultados e usos são reconhecidos pela comunidade acadêmica.

Sendo um programa pedagógico, a avaliação não pode resumir-se a iniciativas ou medidas isoladas e circunscritas no tempo. O tempo da educação é o tempo total. Por isso, a avaliação deve ser permanente e instalar-se como cultura, como ação organizada e programática que pense constantemente e de modo integrado a universidade e contribua para o cumprimento mais eficaz e com maior qualidade de suas funções e compromissos fundamentais (DIAS SOBRINHO, 2000b, p.104).

A desarticulação rompe o equilíbrio que deveria haver entre os diversos programas da instituição. Seja por falta de compreensão ou envolvimento no processo é fato de que é insuficiente levantar os dados e torná-los visíveis. É preciso selecioná-los pelos critérios de pertinência e relevância, interpretá-los e buscar sua relação com o conjunto das ações do curso.

Entendo, portanto, a avaliação institucional não somente como uma dinâmica de conhecimento de aspectos selecionados, mas também e, sobretudo, como um esforço coletivo de compreensão do todo, através da articulação das diversas dimensões da instituição, e de construção da integração onde esta não exista ou seja débil (DIAS SOBRINHO, 2000b, p.112).

A atividade de avaliar exige a comunicação de seus resultados aos grupos de interessados. Os relatórios – sejam orais ou escritos – são instrumentos que explicitam como a avaliação foi feita, revelando as técnicas empregadas para a coleta de dados, os métodos de análise empregados, entre outros dados. No entanto, o principal objetivo é o de apresentar conclusões, oferecer respostas às perguntas iniciais e fazer recomendações ou sugestões diversas.

É na qualidade do relatório que reside a garantia de que as deficiências, as omissões, os méritos e as virtudes de cursos, programas, departamentos, currículos, etc. receberão a devida atenção. Embora a avaliação possa ser conduzida com muitos objetivos diferentes, as suas conclusões e recomendações raramente ficam sem consequências quando o relatório cai nas mãos dos administradores ou dos responsáveis pela condução dos destinos de uma instituição (RISTOFF, 2000, p.113).

Segundo Patton (apud RISTOFF, 2000, p.117) as palavras-chave para um bom relatório de avaliação são “observação, descrição e análise”. O autor afirma ainda que

O primeiro propósito da descrição observacional é levar o leitor do relatório para dentro do contexto do objeto observado. Isto significa que os dados devem ter profundidade e detalhamento. Eles devem ser altamente descritivos, isto é, suficientemente descritivos para que o leitor possa entender o que ocorreu. O observador se transforma nos olhos e ouvidos do leitor. As descrições devem ser fatuais, acuradas, completas, e livres de minúcias irrelevantes e trivialidades. Em suma, o primeiro critério a se aplicar ao relato de uma observação é o quanto a observação permite que o leitor penetre no [objeto] observado.

A meta-avaliação de um programa consolidado é parte da compreensão de que a avaliação é um processo para obter e proporcionar informação útil para a tomada de decisões. Assim, concordamos com Vianna (2000, p.99) quando afirma que

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é necessário que tenhamos presente em nosso espírito que nenhuma avaliação é definitiva, assim como nenhum relatório deve ser considerado em termos absolutos. Ainda que, tecnicamente, a avaliação possa ser bem estruturada em termos de metodologia, poderá revelar deficiências ao serem discutidas as suas conclusões e consideradas as suas implicações. Uma avaliação, desse modo, deve ser meta-avaliada sob diferentes pontos de vista e por grupos diferenciados de analistas, oferecendo-se, assim, às várias audiências, uma síntese multi-facetada, a partir de diferentes perspectivas, que apontarão o relevante e o irrelevante em uma avaliação, quando vista a partir de várias óticas.

Seguindo este referencial, a avaliação promovida pela CPA procurou sempre considerar fontes objetivas de dados, reunindo para si indicadores quantitativos das mais diferentes setores institucionais de forma a abarcar as dez dimensões propostas pelo SINAES. No entanto, as análises derivadas destes indicadores sempre foram consideradas como recortes iniciais da complexa realidade institucional. Desta forma tentou-se assegurar que o processo de avaliação não ficasse reduzido ao uso de indicadores para comparação de performances, típicos de modelos de avaliação que foram sinalizados no corpo da proposta do SINAES: “[...] de um lado está o modelo de inspiração anglo-americana baseado em sistemas predominantemente quantitativos para produzir resultados classificatórios” (BRASIL, 2004a, p.16-17). Entendemos que parte do problema associado ao uso de quantificações em avaliações está o posicionamento quase sempre incorreto desta quantificação nestes processos. Como explicitado por Dias Sobrinho: “A medida é um recurso que às vezes se utiliza para facilitar as consequentes operações avaliativas [...] a medida apresenta o objeto através de instrumentos específicos e em geral organiza os resultados em forma quantitativa” (DIAS SOBRINHO, 2000a, p. 122). Configurações quantitativas de um objeto deve ser o início do processo avaliativo, e não o seu fim. Diz ainda Dias Sobrinho:

É uma deturpação qualificar e classificar ordinalmente as instituições ou parte delas por critérios de produtividade baseados em quantificações de extensão, volume e números de aspectos e categorias isolados para fins de análise como se eles fossem a realidade e não índices parciais da realidade (DIAS SOBRINHO, 2000a, p. 129)

No entanto, é bastante comum o uso de estatísticas como produto final de uma avaliação do que como ponto de partida. Mantivemos essa preocupação sempre presente nas discussões das análises de dados realizada, entendendo que a complexidade que uma avaliação exige não deve ser empecilho para sua consecução, e por isso é fundamental que o processo seja um processo, e não um recorte pontual. Como citado por Dias Sobrinho: “[...] informações objetivas que constituem a dimensão fatual de uma realidade ainda não realizam propriamente a avaliação, embora sejam imprescindíveis para qualquer processo avaliativo” (DIAS SOBRINHO, 2000a, p. 120). Baseados nestes princípios, norteamos os trabalhos de autoavaliação promovidos pela CPA. Resultados e Discussões

Os resultados apresentados referem-se às avaliações realizadas pela CPA em todo o período de trabalho desde sua implantação, resultados selecionados com base em sua relevância para as atividades de planejamento institucional. Os resultados foram organizados de forma a possibilitar ao leitor a percepção da crescente complexidade dos objetos de análise. Para tanto se iniciou pela análise de dois indicadores internos da avaliação institucional. Após foram mostradas análises cruzadas entre os indicadores de avaliação e do rendimento acadêmico dos alunos. Em seguida foram incorporados indicadores mais contextuais do curso, relacionados à percepção de alunos e professores

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acerca dos projetos pedagógicos. Na quarta parte foram apresentados resultados relativos ao acervo bibliográfico, com base na percepção dos alunos exposta na avaliação institucional, e outra análise relacionando estatísticas de uso do acervo e obras citadas nos planos de ensino dos professores. Na quinta e última parte foi realizada uma análise geral para os cursos da instituição relacionando o rendimento acadêmico com resultados do desempenho dos estudantes no ENADE. Espera-se com isso fornecer uma amostra representativa das análises de indicadores e fontes de informação utilizadas pela CPA.

Análise de indicadores da Avaliação institucional: atuação do professor

A pesquisa de percepção de alunos e professores realizada pelo programa de avaliação institucional é composta por cerca de 40 indicadores, distribuída em dimensões que tratam da infraestrutura do campus, dos serviços de atendimento ao estudante, atividades do curso, disciplinas regulares, estágios, trabalhos de conclusão de curso entre outros. Neste trabalho foram selecionados dois indicadores que tratam da percepção do aluno acerca da atuação do professor em sua disciplina. Foi testada a correlação entre o indicador “esclarece dúvidas” e o indicador de linguagem clara, avaliados por meio de uma escala diferencial que foi convertida em pontuações de zero a dez, expostas de meio em meio ponto. O resultado é mostrado na Figura 1. Percebe-se que ocorreu forte relação entre os indicadores (77%), quando utilizada a correlação não paramétrica de postos de Spearman. O padrão mostrado na figura foi encontrado em 83% dos cursos da UNIVALI. Somente os cursos da área jurídica e os cursos de licenciaturas apresentaram a maioria ou a totalidade dos cursos com padrão diferente, respectivamente. Todos os cursos do Núcleo das Licenciaturas apresentaram maior correlação entre “esclarece dúvidas” e o indicador “responde questões enviadas pelos alunos”, como esperado para a modalidade destes cursos, oferecidos à distância.

Figura 1 – Relação entre linguagem clara e “esclarece dúvidas”. A relação é significativa a 5% e o índice de Spearman é de 0,77. Fonte: Avaliação Institucional, 2010.

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Esse padrão nos mostra que, para o aluno, o esclarecimento de dúvidas em sala de aula tem forte relação com a linguagem que o professor utiliza mais do que, por exemplo, o domínio que este tem da matéria (indicador avaliado) ou sua articulação com a prática profissional (outro indicador da pesquisa). O uso deste resultado no debate entre professores nos fóruns de discussão promovidos pelas coordenações, além de discussões entre os cursos, promovidas no Programa de Formação Continuada Docente, permitem uma contínua avaliação do fazer didático-pedagógico dos professores, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino dos cursos de graduação.

Avaliação Institucional e Rendimento acadêmico: exigência das disciplinas

Nesta análise foi realizado um mapeamento da coerência da percepção do aluno quanto ao nível de exigência da disciplina e o rendimento acadêmico, definido a partir da média geral final de cada disciplina. A Figura 2 mostra o resultado encontrado para um dos cursos da instituição.

Figura 2 – Relação entre o nível de exigência médio atribuído pelos alunos nas disciplinas do curso de Publicidade e Propaganda e a média final dos alunos nas disciplinas. A correlação de 35,6% é negativa e significativa a 5%. Nota: os números nos rótulos referem-se ao código da disciplina. Fonte: Avaliação Institucional e Sistema Acadêmico, 2010.

A relação encontrada demonstra a coerência da percepção dos alunos em relação à exigência das disciplinas, visto que aquelas que obtiveram maior pontuação na escala diferencial convertida para zero a 10 foram aquelas cuja média final foi menor. Esta análise permite constatar a validade do uso de indicadores de percepção para monitoramento de aspectos relacionados à qualidade do ensino, além de oferecer a coordenação do curso, ao núcleo docente estruturante e ao corpo docente, informações relevantes acerca do corpo discente.

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Importantes discussões sobre a matriz curricular, a distribuição de disciplinas entre os períodos e a organização didático-pedagógico decorrem destas análises. O alcance do perfil profissiográfico objetivado no Projeto Pedagógico do curso depende, em grande medida, do percurso a ser realizado e, neste aspecto, a percepção do nível de exigência das disciplinas possibilitou meta avaliação e o uso consciente destes resultados.

Avaliação Institucional e Rendimento acadêmico: projetos pedagógicos

Neste item foram avaliadas as percepções de alunos e professores com relação à participação e conhecimento do projeto pedagógico do curso, respectivamente, e o rendimento acadêmico. Para a atribuição qualitativa de valor, os valores dos indicadores de ambos os grupos foram convertidos em categorias conforme descrito:

• Conhecimento do Projeto Pedagógico pelo aluno (PPA): alto, quando a mediana da percepção dos alunos do curso foi igual ou acima do terceiro quartil (75%) da escala diferencial; baixo: quando a mediana foi igual ou inferior ao primeiro quartil (25%).

• Participação do professor no Projeto Pedagógico do curso (PPP): categorização idêntica ao do aluno, mas obtida a partir do indicador presente no formulário de autoavaliação do professor.

• Satisfação do professor com o ambiente de trabalho (SAT): alto, quando a mediana da satisfação do professor foi igual ou acima do terceiro quartil (75%) da escala diferencial; baixo: quando a mediana foi igual ou inferior ao primeiro quartil (25%).

• Percepção do aluno quanto ao esclarecimento de dúvidas do professor na disciplina (EscD): alto, quando a mediana da percepção dos alunos do curso foi igual ou acima do terceiro quartil (75%) da escala diferencial; baixo: quando a mediana foi igual ou inferior ao primeiro quartil (25%).

• Percepção do aluno quanto a articulação da teoria e da prática profissional que professor realiza na disciplina (ETP): alto, quando a mediana da percepção dos alunos do curso foi igual ou acima do terceiro quartil (75%) da escala diferencial; baixo: quando a mediana foi igual ou inferior ao primeiro quartil (25%).

• Média final da disciplina (MF): acima, quando a disciplina apresentou média final acima da média geral para a UNIVALI; abaixo, quando apresentou média final abaixo da média geral para a UNIVALI.

• Percentual de desistência da disciplina (Des): percentual de alunos que desistiram da disciplina antes de realizar a primeira média de avaliação das três médias existentes, descontados aqueles que realizaram trancamento de disciplina.

Os mapas perceptuais gerados pela Análise de Correspondência podem ser vistos nas Figuras 3 a 6 a seguir. Na Figura 3 podemos destacar dois grupos: um grupo fortemente associado do par “baixo conhecimento do PP pelo Aluno” (PPA:Baixo) e alta participação do professor no PP do curso (PPP:Alto) com Média Final Geral (MF) acima da média da UNIVALI, independentemente do percentual de desistência do aluno na disciplina (Des: Acima e Des:Abaixo). O segundo grupo, com associações menos fortes reuniu baixa participação do professor no PPC (PPP.Baixo) independentemente

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do conhecimento do aluno do PCC (PPA: Baixo e PPA:Alto) com médias finais abaixo da média da UNIVALI (MF:Abaixo) e alta desistência (Des:Alta). O resultado surpreende! Ele mostra um forte indício, que precisa ser detalhado e avaliado qualitativamente nas revisões dos projetos pedagógicos pelos NDEs dos cursos, de que os professores que participam ativamente do desenvolvimento e atualização dos PPCs (ou melhor, que se autoavaliaram desta forma) estão associados a médias finais acima da geral da instituição, este um indicador que independe da percepção.

Figura 3 – Associações entre as variáveis MF e Des do rendimento acadêmico e variáveis PPA e PPP da avaliação institucional.

Fonte: Avaliação Institucional e Sistema Acadêmico, 2010.

A Figura 4 associou a participação do professor no PPC (PPP) e sua satisfação com relação ao ambiente de trabalho (SAT), com o par MF:Des avaliado anteriormente. Neste mapa perceptual o grupo PPP:Alto e SAT:Alto teve forte associação com MF acima da média e Des abaixo da média, enquanto que SAT:baixo esteve associação a MF abaixo da média. Percebe-se que neste segundo grupo a desistência também esteve abaixo da média, mostrando que esta (Des) esteve associada a PPP enquanto a MF foi melhor discriminada com SAT. Em outras palavras, o que se sinaliza aqui é que professores mais ou menos satisfeitos se associam as médias finais de suas disciplinas, enquanto que a desistência dos alunos nas respectivas disciplinas se associou a participação no PPC, independente de sua satisfação. Trata-se de associações espúrias? Ou podemos indicar uma coerência no resultado? São questionamentos que devem ser trabalhados entre docentes, núcleo docente estruturante (NDE) e coordenação de curso.

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Figura 4 – Associações entre as variáveis MF e Des do rendimento acadêmico e variáveis PPP e SAT da avaliação institucional. Fonte: Avaliação Institucional e Sistema Acadêmico, 2010.

Na Figura 5 o par MF:Des foi analisado com par EscD:ETP (esclarecimento de dúvidas e articulação teoria e prática profissional). O resultado mostrou um grupo fortemente associado de EscD:Alto e ETP:Alto, com MF acima da média da UNIVALI e Des abaixo da média, enquanto um segundo grupo associou EscD:Baixo e ETP:Baixo com MF:Abaixo e Des:Acima. Esse resultado nos indica pontos a serem trabalhados nos PPCs dos cursos, que impactam diretamente no perfil profissional que se deseja, e na formação pedagógica do corpo docente. Análises mais específicas (a elaboração dos mapas específicos do curso) auxiliam o NDE na investigação destas questões.

Figura 5 – Associações entre as variáveis MF e Des do rendimento acadêmico e variáveis EscD e ETP da avaliação institucional. Fonte: Avaliação Institucional e Sistema Acadêmico, 2010.

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Finalmente a Figura 6 demonstra outro grupo conspícuo do conjunto destes mapas perceptuais. A formação do par ETP:Baixo e PPP:Baixo mostrou forte associação com MF:Abaixo e :Des:Acima revelando um contraste bastante informativo em relação ao mapa apresentado na Figura 4, em que PPP:Alto e SAT:Alto esteve associado a MF:Acima e Des:Abaixo. Assim, a desistência da disciplina esteve associada à baixa articulação teoria e prática e baixa participação no PPC. Isso demonstra que a discussão deste tema no PPC com os professores pode ter reflexos posteriores no rendimento acadêmico.

Figura 6 – Associações encontradas entre as variáveis MF e Des do rendimento acadêmico e variáveis ETP e PPP da avaliação institucional. Fonte: Avaliação Institucional e Sistema Acadêmico, 2010.

Estes resultados foram socializados aos cursos pela CPA e pelo Programa de Avaliação Institucional, por meio na Formação Continuada de Coordenadores de Curso, para que fossem submetidos a esta meta avaliação. Também foram considerados adequados para as oficinas oferecidas aos docentes no Programa de Formação Continuada de Docentes.

Percepção do acervo da biblioteca versus integralização curricular

Uma análise foi realizada para o acervo da biblioteca em relação ao período matriculado pelo aluno, a partir de quatro indicadores de percepção coletados da avaliação institucional: satisfação geral com o acervo, e itens prioritários para melhoria (quantidade de exemplares, atualização de títulos e sistema on-line). O resultado é mostrado na Figura 7.

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Figura 7 – Linhas de tendência acerca da satisfação e item a ser melhorado prioritariamente em relação à biblioteca de acordo com o período que o aluno está matriculado. Fonte: Avaliação Institucional, 2008.

A linha de tendência utilizada foi a exponencial negativa por mínimos quadrados. Percebe-se que a escolha da quantidade de exemplares como item prioritário para melhoria aumenta à medida que o aluno progride em sua permanência na universidade até o sexto período. No sétimo período a atualização do acervo passa a ser o segundo item mais lembrado. Também nota-se a queda na satisfação com todos os itens, queda esta derivada, principalmente, do aumento no percentual do item atualização do acervo. O sistema on-line aparece com percentuais acima de 10% somente nos primeiros períodos, demonstrando a necessidade de formação mais intensa para os ingressantes. A observação do aumento no percentual deste item nos últimos períodos levou a uma análise mais profunda das possíveis causas e descobriu-se que o aumento foi relacionado à procura por periódicos e não livros. Com relação à satisfação, esta tendeu a se estabilizar após o sétimo período com percentuais entre 10% e 15%. Concluiu-se que a quantidade de exemplares é o aspecto mais relevante até o oitavo período e que partir deste a atualização dos exemplares passa a figurar como item prioritário para melhoria pelos alunos. A análise teve seu resultado incorporado à política de atualização e ampliação do acervo.

Estatísticas e uso e citações em planos de ensino

A análise exposta a seguir teve como questão orientadora o alinhamento das referências bibliográficas citadas nos planos de ensino com o uso efetivo do acervo pelos alunos. Espera-se que uma obra citada no plano de ensino de várias disciplinas, cursadas por muitos alunos, apresente uma estatística de uso correspondente. A partir desta condição esperada, um diagnóstico do real uso do acervo relacionado ao número de citações e número de alunos potenciais vinculados às obras citadas nos planos de ensino fornece informações valiosas tanto para aquelas obras com uso muito além do esperado quanto para obras com uso muito aquém. As primeiras devem ser priorizadas

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para compra de mais exemplares. Já as segundas são objeto de revisão dos planos de ensino, pois apesar de serem citadas não são utilizadas pelos alunos. O universo foi definido como as obras citadas nos planos de ensino como referências básicas e, portanto, obrigatórias no acervo. A relação foi estabelecida entre duas variáveis derivadas: demanda potencial e o uso potencial do acervo. A demanda potencial foi representada pelo somatório do número de alunos matriculados nas disciplinas que citaram a obra como básica. Com base nesta demanda calculou-se o uso potencial tomando-se como base o prazo máximo de empréstimo de uma obra e o número de dias letivos passíveis de solicitação de empréstimo por aluno durante a disciplina. A relação utilizada partiu do pressuposto que o ideal é sempre que o aluno necessitar, pelo menos um exemplar da obra teria que estar disponível para empréstimo. O uso efetivo do acervo foi representado pelo somatório do número de empréstimos e reservas por obra, ponderado pelo número de exemplares. Para compensar o possível efeito de menor uso devido a falta de exemplares disponíveis considerou-se cada reserva como quatro empréstimos que poderiam ter sido realizados. A Figura 8 mostra o resultado deste contraste. Para conforto de leitura do gráfico e considerando que o número de títulos, valores de uso e número de alunos são muito altos, o gráfico mostra somente parte do universo, considerando obras que estiveram associadas até 100 alunos. As obras que se posicionaram acima da reta mostraram uso além daquele que o número de exemplares permite e aquelas abaixo da reta sinalizam obras com uso efetivo inferior ao esperado. Percebe-se neste gráfico que existem obras emprestadas que não são citadas nos planos de ensino, e em contrapartida, obras pouco ou até mesmo nunca emprestadas, mas muito citadas nos planos ou com muitos alunos associados às disciplinas que as citaram. A partir desta análise podem-se selecionar tais obras para investigar as discrepâncias existentes.

Figura 8 – Relação entre a demanda potencial e o efetivo uso do acervo. A linha representa o uso esperado devido à demanda. Fonte: Estatísticas de uso do acervo, Sistema Acadêmico, 2012.

Tais análises fornecem informações importantes para orientar a política de compra do acervo, além de possibilitar aos coordenadores de curso e professores uma

0 20 40 60 80 100

Demanda potencial

0

200

400

600

800

1000

Uso

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tivo

Uso efetivo acima do esperado

Uso efetivo abaixo do esperado

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avaliação da bibliografia utilizada em suas atividades de ensino e com isso, estabelecer estratégias de estímulo de uso aos alunos.

Rendimento acadêmico e avaliação externa

Por fim, é apresentada uma análise realizada ao final do primeiro ciclo avaliativo do ENADE, na qual foi relacionado o rendimento acadêmico dos cursos da instituição, representado pela média geral do curso, resultante da média final de cada uma das disciplinas e uma medida relativa de posição de acordo com o valor do ENADE contínuo obtido para cada curso. Esta posição foi calculada ordenando-se os valores contínuos do ENADE de todos os cursos do Brasil para cada uma das áreas que prestaram o ENADE nos anos de 2005 a 2007 e estabelecida a posição percentual do curso da instituição em relação ao país. Os resultados, apresentados na Figura 9, foram ajustados a uma reta de regressão, tendo em vista que a distribuição dos dados apresentou distribuição normal, adequada a técnica escolhida. A escala da posição relativa adotada foi a inversa, com o intuito de indicar que um curso com melhor desempenho se posicionou nas primeiras colocações da ordenação realizada.

Figura 9 – Relação entre a média geral e a posição relativa percentual do curso considerando-se seu resultado no ENADE. A correlação encontrada foi de 43,1%, significativa a 5%. Nota: Os rótulos se referem a mnemônicos criados para o nome do curso (e.g. Ped-Pedagogia; Dir-Direito; Comp-Computação; Com-Contabeis e assim por diante) seguido quando necessário do nome do campus (Ita-Itajaí; BC-Balneário Camboriú; Tij-Tijucas; Big-Biguaçu; SJ-São José e Pic-Piçarras) Fonte: Avaliação Institucional e ENADE, 2008.

Foi observada uma tendência positiva significativa na relação de 43,1%, ou seja, à medida que a média geral do curso aumentou, a posição relativa também aumentou, indicando um desempenho no ENADE decrescente. Algumas áreas de cursos de alto rendimento acadêmico que podem ser vistos no gráfico, tais como Pedagogia (Ped) e Direito (Dir), nos diversos campi da instituição, estiveram relacionadas a altas posições percentuais no conjunto ordenado, entre 60% e 80%, enquanto que outros cursos como

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Computação (Comp), de baixa média geral, ficaram posicionados nos percentis entre 20% a 30% dos melhores cursos de posição relativa no país. O resultado nos indica que em alguns cursos da instituição o desempenho interno do aluno não tem apresentado correspondência com a avaliação externa. Este resultado nos levou a repensar os sentidos atribuídos ao desempenho interno do nosso estudante em relação às avaliações que este é submetido.

Estes são exemplos das análises quantitativas que a CPA pôde utilizar em seu processo de autoavaliação, e que balizaram a avaliação final disposta no balanço crítico do relatório. Elas fornecem evidência contundente do quanto o exame de fontes diversas de informação e indicadores podem ser indutores de processos de avaliação, desde que não sejam utilizados de forma isolada e representantes do ponto final do processo. A reunião de tais análises com aquelas realizadas a partir da análise documental forneceram suporte para caracterização dos pontos positivos apontados no balanço crítico da CPA, bem como das fragilidades e consequentes recomendações da comissão, aspecto que foge ao escopo deste trabalho, cujo objetivo consistiu em caracterizar as fontes de dados e informações utilizadas pela CPA. Um resumo do balanço crítico realizado pela CPA da UNIVALI pode ser encontrado em www.univali.br/cpa.

Ao final de cada relatório de autoavaliação a CPA elabora um plano de ação, para que os diferentes setores da instituição possam avaliar e incorporar em seu planejamento. Para tanto, este plano de ação aponta: a fragilidade encontrada pela avaliação, as recomendações da CPA; a sugestão de ações para atender as recomendações; os setores responsáveis pela execução das ações e finalmente um prazo sugerido para a finalização das ações. Desde o primeiro relatório, estas ações têm sido apropriadas pelos setores responsáveis, que estabelecem ações estratégicas com base no plano da CPA, em sistema específico para o planejamento estratégico da instituição. A CPA realiza então um acompanhamento do plano de ação, e publica como relatório parcial a crítica do plano de ação originalmente sugerido no relatório final anterior. Esta crítica disposta no relatório parcial é por sua vez incorporada ao novo relatório final em um ciclo contínuo de retroalimentação entre avaliação e planejamento. Este ciclo ainda é passível de muitos aprimoramentos, mas existe o consenso de que a CPA auxiliou em muito as tomadas de decisão em relação ao posicionamento estratégico da instituição.

Considerações Finais

O artigo apresentou o modus operandi da CPA da UNIVALI na seleção, coleta e análise de fontes de informações e indicadores em seu processo de autoavaliação. Foram descritas as bases teóricas em que se assenta a práxis autoavaliativa em construção na UNIVALI e exposto um modelo de avaliação em que a quantidade fornece bases objetivas, porém iniciais para o processo qualitativo de avaliação. Foram apresentadas algumas destas análises quantitativas que exemplificaram os diferentes indicadores obtidos de processos contínuos e institucionais, tais como o programa de avaliação institucional, o rendimento acadêmico, os programas de formação continuada e as estatísticas relacionadas ao acervo. Ao final, enfatiza-se que a avaliação interna promovida pela CPA é traduzida em um plano de ação que fornece subsídios ao planejamento estratégico.

A meta avaliação de um programa consolidado é parte da compreensão de que a avaliação é um processo para obter e proporcionar informação útil para a tomada de decisões. Assim, concorda-se com Vianna (2000, p.99) quando afirma que

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é necessário que tenhamos presente em nosso espírito que nenhuma avaliação é definitiva, assim como nenhum relatório deve ser considerado em termos absolutos. Ainda que, tecnicamente, a avaliação possa ser bem estruturada em termos de metodologia, poderá revelar deficiências ao serem discutidas as suas conclusões e consideradas as suas implicações. Uma avaliação, desse modo, deve ser meta-avaliada sob diferentes pontos de vista e por grupos diferenciados de analistas, oferecendo-se, assim, às várias audiências, uma síntese multi-facetada, a partir de diferentes perspectivas, que apontarão o relevante e o irrelevante em uma avaliação, quando vista a partir de várias óticas.

Os avanços induzidos pelo processo de autoavaliação se traduzem na prospecção e consequente oferecimento de temas aos programas institucionais de formação continuada, tanto de coordenadores de curso quanto de docentes, dos quais destacam-se aqueles selecionados neste relato: o aprimoramento da qualificação pedagógica docente, a constante qualificação do projeto pedagógico do curso, a racionalização da infraestrutura, notadamente no acervo de livros e o uso dos indicadores de avaliação externa para a autocrítica institucional.

A compreensão da avaliação institucional como um processo sistemático de melhoria e aperfeiçoamento da qualidade institucional também faz considerar potencialmente enriquecedores os debates, as discussões, as divergências e convergências que este trabalho pode suscitar.

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