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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: O CASO DO RIO DE JANEIRO, COMO RESULTADO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Por: Glenda Neves Lino Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: O CASO DO RIO DE JANEIRO, COMO RESULTADO

DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Por: Glenda Neves Lino

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

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2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: O CASO DO RIO DE JANEIRO, COMO RESULTADO

DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão Pública

Por: Glenda Neves Lino

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu Deus

pelas oportunidades oferecidas ao

longo da minha vida. À minha amada

mãe, Sueli, pelo exemplo que tem sido

e pela vida dedicada a mim. Á

Secretaria de Planejamento e Gestão

do Rio de Janeiro pela possibilidade

que me foi oferecida com este curso, e

ao longo da minha curta experiência

profissional. Ao meu amigo Vinícius

que, sem o qual, seria muito difícil a

conclusão deste curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu grande

professor e amigo Mário Mesquita, e aos

meus eternos companheiros do Núcleo de

Monitoramento de Projetos da SEPLAG:

Diego Gil, Natasha Assaife e Igor Rosa.

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RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade fazer uma análise sobre a

instrumentalização dos projetos, no Estado do Rio de Janeiro, como forma de

responder a aplicação da Gestão pública por Resultados.

Para que isso aconteça de forma coerente precisaremos fazer uma

abordagem sobre as questões que envolvem o Estado do Rio de Janeiro e

falar um pouco sobre essa nova forma de gerir a coisa pública.

Posteriormente a essa análise começaremos a ‘mergulhar” nos pilares

estratégicos definidos no início da atual gestão. Esses pilares irão nortear

todas as decisões tomadas afim de se atingir uma visão de futuro definida.

Finalmente entraremos na tipologia dos projetos deste Governo e nos

órgãos de controle.

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METODOLOGIA

O estudo foi feito através da leitura de materiais a respeito do tema,

somado a conversas com pessoas que participaram, e ainda participam, de

todo esse processo de mudança.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O ERJ e a Gestão pública 11

CAPÍTULO II - Os pilares estratégicos do Governo 15

CAPÍTULO III – O gerenciamento dos portifólios 23

CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28

ÍNDICE 30

FOLHA DE AVALIAÇÃO 32

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INTRODUÇÃO

“O Estado é a realidade efetiva da idéia ética, o espírito ético enquanto realidade substancial, revelada, clara para si

mesma, que se pensa e se sabe, que executa o que ela sabe na medida em que ela sabe. Ele tem sua existência

imediata nos costumes, sua existência mediatizada na consciência de si, no conhecimento e na atividade do indivíduo,

da mesma forma que o indivíduo possui por sua liberdade substancial nele( no Estado), que é sua essência, seu

objetivo e o produto da sua atividade.”

Hegel

Com a decadência do Welfare state, no final do século XX, o mundo foi

apresentado a uma nova forma de Estado. Essa decadência se deu pelo

somatório de forças como: a falência financeira do modelo, a ineficácia da

atuação do Estado e o aumento da competitividade mundial, fruto de uma

globalização econômica inerente ao momento. Com isso tudo acontecendo a

exigência, por parte da população, de que bens e serviços públicos tivessem

alta qualidade cresceu ignorando a situação de recursos escassos.

O serviço público não poderia ignorar as aspirações crescentes dos

indivíduos cada vez menos submissos, a pressão da opinião pública e dos

governos que procuram saber o que se passa com os serviços, a fim ter maior

capacidade de influir sobre a ação da administração e para a elevação do nível

de qualificação e de cultura dos funcionários, que não se consideram mais

como simples agentes.

O Brasil iniciou sua reforma na forma de gerir a máquina pública dez

anos depois de países como Inglaterra e Austrália. Apesar desse início

retardatário o país foi o primeiro país em desenvolvimento a dar início a este

processo, em 1995. Esse processo de reforma estava associado ao Consenso

de Washington no que tangia a relacionar a crise que a América Latina

enfrentava, na década de 80, associada ao crescimento desestruturado do

Estado, absurdos na regulação, uma enorme quantidade de empresas estatais

e total insuficiência de se controlar o déficit público.

Essa reforma tinha como fator impulsionador a construção no Brasil de

um Estado robusto e que reunisse características e condições propícias. De

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acordo com o pensamento do professor e ex-Ministro Bresser Pereira essa

reforma era composta de 3 frentes:

a) Institucional-legal: criação de novas estruturas organizacionais (ex:

Agências reguladoras) objetivando a descentralizar a estrutura.

b) Gestão, maior autonomia e a incremento de três novas formas de

responsabilização dos gestores – a administração por resultados, a competição

administrada por excelência, e o controle social – se contrapondo aos

ordenamentos mais rígidos, de supervisão e auditoria, que são mola mestre da

administração burocrática.

c) Dimensão cultural, onde se pretendia fazer com que a confiança da

população aumentasse, inerente a uma administração gerencial. Isso se

contrasta com a postura desconfiada da população em uma administração

mais burocrática, travada.

No Brasil, com as crescentes crises nos anos 80, o mercado foi

impulsionado a ter um controle maior de seus projetos, minimizando cada vez

mais seus riscos. Esse tema, gerenciamento de projetos, vem crescendo,

desde então no país, sendo mais divulgado e estudado nos anos 2000,

fazendo com que os que antes trabalhavam com projetos por intuições se

profissionalizem. Na administração pública esse tema vem ganhando muito

destaque, com destaque para o Estado de Minas Gerais, pioneiro entre os

Estados Brasileiros.

Diversas organizações mundiais começaram a estudar o tema e

desenvolver suas próprias metodologias de gerenciamento de projetos. Mas,

dentre todas, a que mais se destaca é o PMI - Project Managment Institute,

que desenvolveu um guia de melhores práticas no que tange gerenciamento

de projetos denominado PMBOK - Project Managment Body of Knowlege.

A reboque do PMBOK vem a definição do que é gestão de projetos,

sendo refletida na aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e

técnicas nas atividades do projeto com objetivo de atender aos seus requisitos;

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e de projeto como um esforço temporário empreendido para criar um produto,

serviço, ou resultado exclusivo.

Essa crescente de projetos, gerenciamento traz a reboque a

necessidade de se criar uma estrutura organizacional capaz de gerir uma ou

diversas carteiras de projetos de forma eficaz e eficiente. É assim que surge a

idéia de Escritório de Projetos como essa estrutura.

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CAPÍTULO I

UM POUCO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DA

GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADOS

“Que me desculpem os feios, mas beleza é fundamental.”

Tom Jobim

“Uma vez que nenhum homem possui uma autoridade natural sobre seu semelhante, e uma vez que a força não

produz nenhum direito, só restam, portanto, as convenções, como base de autoridade legítima entre os homens. Os

compromissos que nos ligam ao corpo social são obrigatórios apenas porque são mútuos; e sua natureza é tal que,

cumprindo-os, não se pode trabalhar para outro sem trabalhar para si mesmo.”.”

J.J Rousseau

Neste capítulo abordaremos algumas importantes características do

Estado do Rio de Janeiro que situam e posicionam o leitor, facilitando, em

muitas vezes, o entendimento de algumas decisões de seus gestores. Além de

darmos um panorama geral do que é a Gestão pública por resultados,

dinâmica aplicada no Estado do Rio de Janeiro.

1.1 – Características do Estado do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro é uma das metrópoles mais importantes do país,

ocupando a segunda colocação nacional e se situando entre as 15 maiores do

mundo. No que tange as suas dimensões territoriais o Estado é o quarto menor

do país, ocupando 43,8 mil Km². Com essa dimensão o Estado está atrás de

Sergipe, Alagoas e Distrito Federal. Quando o assunto é população o Estado é

o terceiro mais populoso do país contando com, aproximadamente, 15 milhões

de habitantes. Dessa população a maioria (cerca de 96%) reside em áreas

urbanas.

O Estado possui a segunda maior economia do país (12,6% do PIB

brasileiros). Sua estrutura produtiva é dominada pelas cadeias produtivas

petrolífera, metal-mecânica, químico-farmacêutica e serviços. Como grande

destaque da mola mestra de sua economia está o setor petrolífero, pois o

Estado responde por mais de 80% da produção nacional e apresenta a maior

reserva nacional. Talvez seja essa grande produção e arrecadação que venha

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gerando interesse nacional na divisão, igualitária, dos royalties pela exploração

do petróleo, pelos estados. Muito do foco atual está na capacidade de geração

de empregos impulsionada pela Olimpíada-2014 e Copa do Mundo-2016, que

serão realizadas no país e Estado, respectivamente. Porém, o setor petrolífero,

no longo prazo, gerará algo em torno de 10 vezes mais de empregos.

O Estado do Rio de Janeiro tem uma história política que não pode ser

ignorada, pois tem reflexos fortes na composição atual do Estado.

Primeiramente o Estado era uma Monarquia, depois República, Capital do

Estado Novo, “perdendo” o posto para Brasília, capital da Federação atual.

Com a posterior fusão entre os Estados do Rio e da Guanabara. Esse último

acontecimento ainda é percebido fortemente em diversos momentos atuais na

configuração do Estado.

Essa diversidade de momentos, também, fizeram com que o Estado

passasse por momentos econômicos completamente diferentes do vivido

atualmente. E não podemos deixar de citar que, não obstante toda essa troca,

o país passava pelo fim do milagre econômico, no fim da década de 70, e

entrava numa crise de endividamento, diminuindo os investimentos que

balizavam a industrialização no período anterior. A participação do Rio de

Janeiro no PIB Nacional diminui (de 14,2% em 1980 para 10,98% em 1990).

Essa situação começou a ser alterada no final dos anos 90, pois o Estado

começou a se recuperar impulsionado pelo economia petrolífera. O

crescimento desse setor impactou positivamente sobre os setores da indústria

do Estado, principalmente naval e petroquímica.

O Rio de Janeiro, apesar do crescimento com um todo, teve sua região

metropolitana sufocada por tamanho desenvolvimento, pois a mesma que

capitaneou todo o processo de desenvolvimento. Os indicadores sociais da

região não conseguiram acompanhar os econômicos, Diversos são os

problemas detectados no Estado: saúde, ambiental, social, entre outros. O

interior do Estado, nas últimas décadas, passou a ser visto como novas

possibilidades dentro do Estado. Grande empresas estão se concentrando

nesses lugares, por apresentarem, não somente incentivos fiscais, mas

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incentivos naturais, populacionais e um grande espaço natural-econômico

ocioso.

Podemos perceber que o desafio da gestão pública, atual e próxima, é

grande e diversificado, além de terem que enfrentar os efeitos de uma

globalização forte, a diversidade crescente das expectativas dos usuários e a

necessidade de prestar contas. Esses últimos pontos abordaremos um pouco

melhor nos próximos tópicos.

1.2 – Gestão Pública por Resultados

.

A administração pública não é a mesma de alguns anos atrás. Chega-

se esse conclusão olhando a forma de atuar dos gestores público atuais mais

comprometidos com resultados eficazes e eficientes e, ao mesmo tempo,

observando a crescente exigência por parte da sociedade civil. Mas por que

essa nova forma de gerir a “coisa pública”? Pelos simples fatos do Estado não

pode ficar indiferente à globalização econômica e tecnológica, sob risco de ver

sua capacidade de influência reduzida; não pode ficar indiferente à evolução

dos usuários; não pode ficar indiferente aos seus servidores; e o Estado

precisar prestar contas. O que se deseja do Estado é que os resultados

gerados sejam possíveis de serem mensurados e, efetivamente, impactem em

transformações reais na população que se deseja atender. É nesse sentido

que a mudança veio acontecendo.

Esse movimento começou, em meados dos anos 80, em paíse como

Canadá, Austrália e Nova Zelândia e, gradativamente, países como o Brasil

vem engrossando esse coro. Essa tendência mundial é irreversível e benéfica.

O foco dessa gestão está em instrumentalizar essa “vocação” por

resultados em projetos estruturados para resultados. Esses projetos diferem

dos outros por apresentarem resultados finalísticos, além dos resultados de

produtos costumeiros. Os resultados finalísticos são aqueles resultados que

verdadeiramente produzem impacto no público-alvo desejado, vão além de

produtos entregues. Inicialmente esses resultados não atingirão o que

inicialmente foi-se desejado, e não constata-se aqui uma ineficácia do Estado,

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e sim o fato de que esses resultados vão se aperfeiçoando ao longo do tempo,

construindo uma linha de aprendizagem.

Essa nova forma de gerir tem pontos muitos positivos que merecem

ser destacados, além do óbvio de ser mais claro e transparente. Uma questão

vital para que esse processo ocorra de forma satisfatória é a maior facilidade

de “comunicação” entre planejamento, orçamento e execução. Isso é

fundamental, a partir do momento que o gestor consegue verdadeiramente

decidir, executar e medir. Isso facilita um direcionamento no esforço da

direção.

Percebe-se então que a Gestão Pública por Resultados é algo mais

palpável e direcionado do que a forma antiga de gerir a coisa pública. Exige-se

do Estado um controle melhor, uma visão de futuro bem definida e amarrada,

uma constante avaliação de suas políticas, um intenso conhecimento de sua

população e seus anseios, sem se submeter, mas negociando

constantemente.

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CAPÍTULO II

OS PILARES ESTRATÉGICOS DO GOVERNO DO RIO

DE JANEIRO “ O mundo se afasta e da passagem ao homem que sabe aonde vai.”

David Starr Jordan

Em 2007, ao assumir o governo do Estado do Rio de Janeiro, o

Governador eleito, Sergio Cabral, reuniu toda a cúpula de sua gestão

(Secretários, Subsecretários, Superintendentes e Assessores) e uma

consultoria especializada no tema, para pensar no que seriam os 4 anos de

sua gestão. Nesse evento foi definido os pilares do Governo para os 4 anos,

delimitando as ações do mesmo para esse período de tempo, além de definir

uma visão de futuro com horizonte até 2027.

Nesse capítulo analisaremos alguns dos principais pilares dessa

gestão.

2.1 – Análise situacional e prospectiva e Visão de futuro

Abordaremos, neste tópico, um pouco do processo de definição das

diretrizes do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

2.1.1 – Análise situacional e prospectiva

Inicialmente foi realizado um diagnóstico do Estado do Rio de Janeiro

para que se tivesse um “estado da arte”, e a partir daí se pudesse pensar em

próximos passos. O Rio de Janeiro é já passou por diversos momentos e

situações, como citado no capítulo anterior, merecendo uma análise do

resultado de todo esse processo, que é uma fotografia do panorama atual.

Principais gargalos e potencialidades foram levantadas, sempre com o objetivo

de se trabalhar somando forças e minimizando fraquezas. Além disso, foi

realizada uma análise de cenários diferenciados, baseando-se em estudos e

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levando-se em consideração o que seria feito, ou não, a partir daquele

momento.

Um momento muito importante desse estudo é a análise de gargalos e

potencialidades do Estado. No caso do Rio de Janeiro, o que pôde se observar

foi que os principais desafios da gestão seriam enfrentados no “campo” social,

encabeçado por uma grande e crescente insegurança por qual passava o

Estado.

Além da insegurança crescente, outros gargalos potenciais foram

vislumbrados no Estado. Gargalos esse que poderiam, tranquilamente, impedir

o desenvolvimento que se desejava.

1. Desigualdade social e pobreza: o Estado apresenta altas taxas

de pobreza e indigência( 22% e 6%). Elevada desigualdade de

renda;

2. Ocupação territorial desordenada e favelização: O Rio de

Janeiro conta com a maior favela da América Latina, Rocinha,

além de contar com inúmeras outras, em estado precários de

vivência. Essa situação o coloca em segundo lugar, entre os que

mais apresentam domicílios em favelas, e o primeiro no quesito

de maior percentual de domicílios subnormais.

3. Informalidade excessiva: há mais trabalhadores na

informalidade do que na formalidade;

4. Disponibilidade limitada de recursos hídricos;

5. Baixa articulação dos atores sociais, econômicos e políticos;

6. Gestão ineficiente, desarticulação institucional e baixa qualidade

do gasto público;

7. Desequilíbrio fiscal.

Apesar desses entraves não podemos fechar os olhos para as

potencialidades que o Estado do Rio de Janeiro apresenta. As potencialidades

detectadas foram:

1. Capital intelectual e sistema de ciência, tecnologia e inovação;

2. Posição geográfica estratégica;

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3. Belezas e riquezas naturais, vocação cosmopolita e cultura

vibrante;

4. Extensão das áreas de preservação de ecossistemas;

5. Marca internacionalmente reconhecida, o que facilita muito na

atração de investimentos;

Utilizando-se dessas oportunidades e trabalhando para “anular” os

entraves, que os pilares do governo se desenvolveram.

2.1.2 – Visão de futuro

A visão de futuro do Estado do Rio de Janeiro representa a forma de

como o Estado pretende estar em 2027. Eis a visão de futuro do Estado do Rio

de Janeiro para 2027:

“Em 2027, o Rio de Janeiro é um lugar único para se viver e

investir: próspero, seguro, ambientalmente sustentável, onde educação e

cultura são valores inquestionáveis e transformadores.”

A utilização de gargalos, potencialidades e aptidões dos gestores

somados garantirão o êxito dessa visão.

2.2 – A estratégia do Governo

Depois de analisar o estado que se encontrava o Estado e desenhar

uma visão de futuro o Governo começou a definir as formas de atuação, no

presente, para que o futuro fosse da forma desejada.

É fundamental que a condução desse processo esteja nas mãos do

Governo do Estado, mas não se pode ignorar a importância da articulação que

deve existir entre diversos setores da sociedade.

O Governo definiu 3 grandes áreas de entregas – legados – para deixar

para a sociedade fluminense, onde pretendia concentrar todo seu esforço e

atividades. São elas:

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1. Reconstrução da Gestão Pública Estadual: Como já mostramos

no capítulo anterior, a gestão pública mundial vem passando por

grandes transformações: sociedade muito mais exigente,

necessidade de prestação de contas, servidores mais imbuídos

do seu papel de transformadores, necessidade latente de

resultados finalísticos, ou seja, que causem verdadeiramente

impacto na sociedade desejada. Com tudo isso acontecendo, e

com a situação de degradação que se encontrava o Rio de

Janeiro, era latente a necessidade de se reconstruir a gestão

pública do Estado.

2. Reconquista da Segurança Pública e da Cidadania: A violência foi

identificada como um dos principais entraves ao desenvolvimento

do Estado, por isso caberia ao Governo desenvolver atividades

com foco em aumentar a sensação de segurança na população e

a cidadania.

3. Articulação e promoção de investimentos: A dinâmica do setor

petrolífero em expansão garante o ingresso de investimentos no

país, mas é de fundamental importância a diversificação dos

setores que recebem investimentos, e de forma proativa. O

Governo deu foco maior no Programa de aceleração do

Crescimento.

Como forma de consolidar as transformações, e operacionalizar as

atividades desejadas, o Governo definiu nove áreas de resultados, que melhor

traduziam esse esforço, e mais facilmente permitia que os projetos fossem

desenhados. São elas e algumas de suas prioridades estratégicas:

1. Reconquista da Segurança: reduzir os índices de violência e

criminalidade; modernizar o sistema policial por meio da utilização

intensiva da Tecnologia da Informação, fortalecendo a Delegacia

Legal, informatização da PM e adequação da infra-estrutura;

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subsidiar as ações de inteligência policial com ampla base

informacional; etc.

2. Ampliação das ações preventivas e modernização do sistema de

saúde: Implantar as Unidades de Pronto-atendimento 24 horas;

Implantar a Central de Regulação da atenção hospitalar,

emergências, urgências e ambulatorial; desenvolver e implantar

novo modelo de gestão: Fundação Estatal; Expandir e qualificar a

atenção básica; modernizar e reaparelhar a Defesa Civil.

3. Desenvolvimento do Capital Humano: aumentar a eficiência do

fluxo escolar; ampliar a conclusão do ensino médio; ampliar o

tempo diário de permanência em aula; etc.

4. Desenvolvimento Econômico, Atração de investimentos e

Inovação tecnológica: criar mecanismos para a atração de

investimentos; alavancar o investimento privado; melhorar o

ambiente de negócios; desenvolver políticas públicas para micro

e pequenas empresas; fortalecer o turismo; etc.

5. Desenvolvimento social, inclusão produtiva e cidadania: promover

a ocupação social em regiões de concentração de obraza por

meio de ações integradas; desenvolver ações sociais específicas

que atuem em complementariedade aos investimentos

estruturantes; reduzir o déficit habitacional; etc.

6. Promoção da cultura e integração social pelo esporte: recuperar o

patrimônio cultural do estado; valorizar e incorporar a cultura no

cotidiano do sistema educacional; estabelecer parcerias com

prefeituras e entidades esportivas; formar pólos de

desenvolvimento do esporte, etc.

7. Sustentabilidade ambiental:recuperar passivos ambientais;

expandir o acesso aos serviços de abastecimento de água e

coleta de esgoto; etc.

8. Expansão e melhoria da infra-estrutura urbana e logística de

transportes: urbanizar favelas e bairros periféricos da região

metropolitana; implantar o Arco Metropolitano; etc.

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9. Renovação e fortalecimento da gestão pública: profissionalizar a

gestão; reorganizar e racionalizar a estrutura administrativa;

atingir o equilíbrio fiscal; etc.

Tantos as áreas de entrega quanto as áreas de resultadas foram

retiradas do Plano Estratégico do Governo do Estado do Rio de Janeiro –

2007/2010.

2.3 – As carteiras de projetos

.

Como dissemos anteriormente os projetos são instrumentos que fazem

com que toda essa transformação pensada seja possível de ser concretizada.

Foram feitas, inicialmente 3 carteiras de projetos a serem gerenciados:

Projetos Estratégicos Prioritários, Projetos Estratégicos Estruturantes e

Projetos de Apoio, ou Gêmeos (estes últimos não serão objeto de nosso

estudo pois não são de execução direta do Governo do Estado, e ficam sob a

responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria e

Serviços).

É muito importante falar que essa listagem de 43 projetos já foi

concebida entendendo que a dinâmica do Governo é muito rápida,

ocasionando possíveis surgimentos e cancelamentos de projetos ao longo do

tempo. O que de fato aconteceu.

2.3.1 – Projetos Estratégicos Estruturantes

São projetos que ficaram sob a responsabilidade da Secretaria da

Casa Civil, capitaneados pelo Escritório de Gerenciamento de Projetos da

mesma, e são financiados pelo PAC. Eles são, basicamente, projetos de obras

que exigem uma metodologia mais detalhada e um gerenciamento mais

intensivo. Por esse motivo não utilizam a Gestão Estratégica Orientada para

resultados, pois necessitam sair do nível estratégico para o mais operacional.

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Segue a listagem inicial dos Projetos Estratégicos Estruturantes:

Ampliação de Abastecimento de Água na Baixada Fluminense e são Gonçalo;

Ampliação do Abastecimento de Água da Barra/Recreio/Jacarepaguá; Arco

Metropolitano; Controle de inundações e Recuperação Ambiental das Bacias

dos Rios Iguaçu/Botas e Sarapuí; Estação de Tratamento de Água do Guandu-

Novo Guandu; Recuperação Ambiental da Bacia Rio Guandu/APA Guandu;

Saneamento da Barra da Tijuca e Jacarepaguá; Saneamento das Bacias da

Baía da Guanabara; Urbanização da Rocinha; Urbanização do Complexo de

Manguinhos; Urbanização do Complexo do Alemão; Urbanização do Pavão-

Pavãozinho; Urbanização do Preventório.

2.3.2 – Projetos Estratégicos Prioritários

Esses projetos ficarão sob responsabilidade da Secretaria de

Planejamento e Gestão (SEPLAG), através de seu Núcleo de Monitoramento

de Projetos. São projetos de execução direta das Secretarias fim, apenas

acompanhados pela SEPLAG. Utilizam a metodologia de Gestão orientada

para resultados, ficando o monitoramento no campo mais estratégico,

deixando o operacional para as Secretarias executoras.

Segue a listagem inicial dos Projetos Estratégicos Prioritários:

Reorganização do Sistema de Educação Técnica com Foco na Habilitação e

Qualificação Profissional; Qualificação Profissional e Intermediação de Mão-de-

Obra; Universalização do Ensino Médio na Rede Pública Estadual; Expansão e

Qualificação da Atenção Básica; Central Estadual de Regulação em Saúde;

Implantação das UPAs 24 horas; Ocupação Social Integrada à Urbanização de

Favelas; C4I – Comando, Controle, Comunicação, Computação e Inteligência;

Centro de Observação Criminológica; Sistema de Investigação Criminal;

Modernização da Gestão dos Equipamentos Culturais do Estado; Programa

EduCultura; Rio – o Futuro do Esporte; Programa de Despoluição da Baía de

Sepetiba; Programa Estadual de Tranporte – PET; Implantação do Bilhete

Único; Expansão da Rede do Sistema Metroviário do Rio de Janeiro – Estação

General Osório; Rio de Braços Abertos; 1 Rio – Plano de Gestão de Imagem;

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Desenvolvimento do Setor Audiovisual do Estado do Rio de Janeiro; Rio

Rural/GEF-Bird; Porto do Rio no Século XXI; Modernização da Gestão da

Dívida Ativa; Modernização da Administração das Receitas e da Gestão Fiscal,

Financeira e Patrimonial; Formulação e implementação de Políticas Públicas

na Área de Governança Eletrônica; Modernização da Gestão Pública;

Programa Nacional de Apoio à Modrnizaão Pública do Estado do RJ e

Reestruturação do Arquivo Público; Rio Poupa Tempo; Supervisão Regional –

Gestão da Qualidade dos Serviços Públicos por Indicadores.

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CAPÍTULO III

A GESTÃO DOS PORTIFÓLIOS DE PROJETOS DO

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO “ As possibilidades de mensurar, de quantificar a utilidade de um serviço público são maiores do que se podia pensar.

Os próprios dados, que pareciam vir de uma simples impressão, da avaliação qualitativa, são suscetíveis de receber

uma determinação quantitativa”

Gabril Ardant

Como mostramos anteriormente os projetos, instrumentos de

operacionalização da nova forma de gerir a “coisa pública” foram criados, e

isso gera uma necessidade de se ter um órgão que os acompanhe, monitore

ou gerencie. É neste sentido que surgem o Núcleo de Monitoramento de

Projetos da SEPLAG e o Escritório de Gerenciamento de Projetos da casa

Civil, ambos com metodologias de implementação e trabalho diferentes, que

explicaremos ao longo deste capítulo.

Os dois portifólios foram acompanhados por empresas brasileiras

diferentes, mas importantes na área de gerenciamento de projetos com

filosofias próprias. Porém, ambas estavam totalmente vinculadas as

estratégias do Governo.

3.1 – O Gerenciamento dos Projetos Estratégicos Prioritários

Esses projetos, como dito anteriormente, são executados pelas

secretarias fim e, normalmente, respondem a questões econômicas e sociais.

São extremamente importantes para a sociedade fluminense, mas não

possuem uma abordagem baseada nas melhores práticas do PMBOK. São

monitorados, num nível macro, pelo Núcleo de Monitoramento de Projetos da

SEPLAG.

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3.1.1– O Núcleo de Monitoramento de Projetos

O Núcleo é formado por jovens selecionados pela empresa de

consultoria responsável por todo esse processo de implantação da nova

gestão. Essa informação é importante, pois eles tentaram mesclar a

experiência do mercado privado com aptidões naturais para gerenciamento de

projetos públicos.

O Núcleo tem como objetivo auxiliar os gerentes no sentido de que os

projetos se desenvolvam de acordo com o planejado (físico e financeiro). A

reboque desse auxílio entra a principal meta do grupo que é facilitar que a linha

decisória de cada projeto seja facilmente ativada a qualquer problema que

impacte em questões de avanços físicos ou financeiros do mesmo.

Para que isso aconteça de forma facilitada é necessário que os

monitores estejam acompanhando os projetos de perto, realizando constantes

reuniões com os gerentes e equipes dos projetos, para poder ter subsídios

quando tiver que acionar a linha decisória do projetos, que vai desde o gerente

até o Governador, passando por Superintendentes, Subsecretários e afins.

Os gerentes dos projetos prioritários não possuem, necessariamente,

as características básicas de gerentes estabelecidas pelo PMBOK. Alguns até

possuem, mas não é condição para se tornar gerente esse título. Normalmente

são ocupados por Subsecretários, Assessores, Superintendentes, enfim,

pessoas de cargos de chefia, e como tais, tem alta rotatividade, o que, por

vezes, dificulta o andamento do projeto por falta de continuidade. Os gerentes

são constantemente treinados sobre a metodologia aplicada e para utilizarem o

Sistema de informações do Núcleo.

O monitoramento é feito através de um sistema – Sistema de

Inromação de Gestão Estratégica/SIGERIO – desenvolvido pela consultoria. O

sistema contém uma parte onde os projetos são estruturados, constando

campos fundamentais na execução de projeto como: objetivo, público-alvo,

resultados esperados, investimentos, entidades parceiras, ações,

responsáveis, marcos críticos, entre outros. O fator do programa ser WEB

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facilita o acesso, pelo gerente e monitores, em qualquer lugar. O sistema

possui, também, um campo de monitoramento, para uso do Núcleo, que

mostra como estão as atualizações de cada projeto, facilitando o

acompanhamento e possíveis intervenções.

As informações do SIGERIO não são disponibilizadas ao público, pois

são informações gerenciais e estratégicas do governo. A idéia é que, num

médio prazo, exista alguma forma de consulta pública de algumas informações

dos mesmos.

3.2 – O Gerenciamento dos Projetos Estratégicos Estruturantes

Estes Projetos são projetos que exigem um gerenciamento intensivo,

fazendo que sua metodologia diferencie da dos projetos Prioritários. Nesse

caso, projetos estruturantes, os projetos adotam as melhoras práticas de

gerenciamento de projetos sugerias pelo PMBOK. Esses projetos são

basicamente os projetos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento –

financiados com recurso federal.

3.2.1– O Escritório de Gerenciamento de Projetos – EGP

RIO

O Governo entendeu que a melhor forma de gerenciar esses tipos de

projetos era através de um Escritório de Projetos com seus princípios

baseados no PMBOK. Era, sem dúvida, uma decisão extremamente inovadora

na gestão estadual. O EGP além de trabalhar no gerenciamento de seus

projetos atua, fortemente, na gestão de convênios do Estado do Rio de

Janeiro. Diferente do Núcleo de Monitoramento que está ligado a SEPLAG, o

EGP-RIO está ligado diretamente a Casa Civil. Então, a idéia central do EGP-

Rio é dar eficácia na implementação dos projetos estruturantes e ser eficiente

na gestão dos contratos do Estado.

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A metodologia do EGP-RIO é completamente associável ao modelo do

PMBKO e a ISSO-10006, baseando-se no modelo de melhoria contínua do

PDCA( Plan – Do – Check – Act).

O EGP-RIO é extremamente semelhante a qualquer escritório de

projetos da iniciativa privada, focado em processos de criação, remodelagem e

manutenção das políticas e processos da estrutura organizacional, exercendo

papel de coordenação dos projetos da carteira. Ele também padroniza as

normas e procedimentos através da customização de modelos.

Todos os membros do EGP-Rio receberam capacitações em

gerenciamento de projetos, e todos possuem nível superior, em diversas áreas,

tornando a equipe bastante multidisciplinar.

A função de gerente, que nos projetos prioritários não é feita de forma

reconhecida, aqui é completamente diferente. Foi reconhecida a função de

Gerente de Projeto com formação acadêmica, no âmbito do Estado do Rio de

Janeiro, através do Decreto 41.037. Isso fez com que os gerentes pudessem

atuar de forma respaldada em todas as secretarias do Estado, falando em

nome do Governo. Os gerentes específicos dos projetos estruturantes também

são funcionários do Estado, e tiveram seu perfil desenhado pelo EGP-RIO,

normalmente pessoas ligadas a Engenharia ou Arquitetura, pelo perfil dos

projetos.

O monitoramento desses projetos são feitos através de um sistema,

anteriormente implantado com sucesso pelo Governo de Minas Gerais, o

SINGEP, desenvolvido a partir de uma base de Excel, e não é on line como o

SIGERIO.

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CONCLUSÃO

A implementação de uma nova forma de gerir a coisa pública no

Governo do Rio de Janeiro está proporcionando ao Estado um melhor controle

de suas atividades.

Iniciando por um planejamento Estratégico que definiu o cenário atual,

as potencialidades e gargalos, como forma de desenhar o que se desejava

para o futuro. Essa definição propiciou ao estado instrumentalizar toda essa

política através dos projetos, estruturantes e prioritários. O assunto tomou tanta

proporção que a administração julgou por bem criar mecanismos que

acompanhassem a execução desses projetos para poder garantir a eficácia e

eficiência dos mesmos.

Podemos perceber que na busca para enfrentar os efeitos de uma

globalização pujante, necessidades crescentes e diversificadas de uma

população cada vez mais exigente, e servidores cada vez mais cientes do seu

papel, o Estado do Rio de Janeiro vem se fortalecendo e crescendo no que

tange a Gestão Pública por resultados.

Ao longo dos 4 anos de governo dessa gestão, que finda este ano,

observou-se acertos e erros, inerentes a qualquer processo de transformação.

Mas o que fala mais alto é o desejo latente pela excelência de gestão.

Gestores qualificados estão sendo garantidos através de concursos, definindo

perfis adequados, projetos estão sendo remodelados, excluídos e executados.

Sem dúvida alguma esse acompanhamento dos projetos garante ao

Governo uma eficácia e eficiência de suas políticas públicas que,

anteriormente, se perdiam atropeladas pelas “demandas emergenciais” de

qualquer governo, e pela falta de um organismo que os acompanhasse

diariamente.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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18/06/2007.

ALVES, Paulo Vicente. Uma Organização Complexa, SEPLAG, 18/06/2007

ARCHIBALD, R. D. Managing High-Technology Programs and Projects. John

Wiley & Sons, 2003.

BARCAUI, André Baptista. Perfil dos escritórios de projetos em organizações

atuantes no Brasil. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Sistemas de

Gestão) Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003

BARCAUI, André. & QUELHAS, Osvaldo; O Escritório de Projetos: Uma Visão

Geral. Revista Brasileira de Gerenciamento de projetos, Vol. 02, nº 01, Maio

2004.

CARNEIRO, Margareth. Project Office – O que é, para que serve e dicas de

implementação, ano 2005.

CLELAND, D. I.; IRELAND, L. R. Gerência de Projetos, Reichmann & Affonso,

Ver. Técnica Carlos A. C. Salles Jr., Rio de Janeiro, 2002.

CORMIER, Len. Build your own Project Management Methodology. Project

Management Institute Annual Seminars & Symposium, Nashville, EUA.

Setembro,

2001.

EQUIPE DE GESTÃO PÚBLICA DO GOVERNO CESAR CABRAL FILHO,

Plano

Estratégico do Governo do Rio de Janeiro, 2006.

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29

PRADO, D. S. Gerenciamento de Programas e Projetos nas Organizações.

INDG Tecnologia e Serviços S.A., 2004.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Horizonte do Desejo: instabilidade,

fracasso coletivo e inércia social. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2006.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

UM POUCO DO STADO DO RIO DE JANEIRO E DA GESTÃO PÚBLICA POR

RESULTADOS 11

1.1 – Características do Estado do Rio de Janeiro 11

1.2 – Gestão pública por resultados 13

CAPÍTULO II

OS PILARES ESTRATÉGICOS DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO 15

2.1 – Análise Situacional e Prospectiva e Visão de futuro 15

2.1.1 – Análise situaciona e prospectiva 15

2.1.2 – Visão de futuro 17

2.2 – A estratégia do Governo 17

2.3 – As carteiras de projetos 20

2.3.1 – Projetos Estratégicos Estruturantes 20

2.1.2 – Projetos Estratégicos Prioritários 21

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CAPÍTULO III

A GESTÃO DOS PORTIFÓLIOS DE PROJETOS DO GOVERNO DO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO 23

3.1 – O gerenciamento dos projetos estratégicos prioritários 23

3.1.1 – O Núcleo de Monitoramento de Projetos 24

3.2 – O gerenciamento dos projetos estratégicos estruturantes 25

3.2.1 – O Escritório de Gerenciamentos de Projetos/EGP RIO 25

CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28

ÍNDICE 30

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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