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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
FACULDADE INTEGRADA AVM
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE MODA NA DOCÊNCIA DO
ENSINO SUPERIOR
Por: Lohrane Reis
Orientador
Prof. Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
FACULDADE INTEGRADA AVM
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE MODA NA DOCÊNCIA DO
ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para a
conclusão do curso de pós graduação lato sensu em
Docência do Ensino Superior.
Por: Lohrane Machado Reis Barros.
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AGRADECIMENTOS
Á Deus, sempre presente em minha
vida.
Aos meus pais.
Aos amigos e a todos que me
acolheram nessa caminhada.
Aos meus professores que tanto
admiro.
Aos colegas de curso, pelo prazer da
convivência dentro e fora de sala.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os futuros
designers de moda, que estes confiem na
sua força e capacidade de criação, pois
tudo na vida é arte e toda arte é criação.
5
" Sabemos, pela simples experiência
diária, que auto-expressão é auto-
desenvolvimento[...]".
Read
6
RESUMO
Ao nos deparamos com alunos do sexto período de design de moda, do
ensino superior, percebemos que os futuros designers de moda dificilmente
conseguem concluir seus trabalhos sozinhos. Esse estudo tem por propósito
diagnosticar a possibilidade do processo interdisciplinar no curso de designer
de moda, qualificando o estudante para a elaboração do portfólio final, para tal,
visamos às mudanças que poderiam ser feitas na grade curricular do curso,
propondo maior espaço para a criatividade do aluno, avaliando o quão é
importante manter os alunos motivados e estabelecendo a interdisciplinaridade
no campo da moda.
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METODOLOGIA
O motivo que levou a realização deste trabalho foi à observação sobre
estudantes de moda do ultimo período, alguns bloqueios apresentados por
eles e suas dificuldades de concluir um projeto final sozinhos. Para realizar
esse estudo recorremos a diversos autores, TORRANCE, BOURDIEU, BRUM,
CERQUEIRA, com o objetivo de Qualificar a formação do aluno propondo a
interdisciplinaridade no campo da moda, técnicas de motivação e proporcionar
liberdade de expressão para criação, são as metas definidas aqui.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO DE MODA 11
CAPÍTULO II - CRIATIVIDADE 19
CAPÍTULO III - MOTIVAÇÃO: ESTÍMULO PARA O CURSO DE MODA 25
CAPÍTULO IV – IMPORTÂNCIA DO PROJETO COMO 35
EXPERIMENTO PRÁTICO
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 48
9
INTRODUÇÃO
A indústria da moda vem se desenvolvendo de forma rápida e
contínua, passando por processo de modernização tecnológica e expandindo
sua produção. A formação do Ensino superior do Designer de moda então
deve ser altamente especializada. Com carga horária teórica aliada à elevada
carga horária de trabalho em oficinas, laboratórios e ateliês, para permitir uma
maior integração da teoria com a prática, qualificando o designer para utilizar e
a aplicar técnicas variadas para a criação de projetos na área.
Este estudo tem como foco a formação do profissional do Ensino
Superior em Moda e seu projeto final, pois afim de que o aluno possa
apresentar seu projeto, de forma independente de outros profissionais, desde
criação e planejamento ao desenvolvimento do mesmo, sugerimos a aplicação
da interdisciplinaridade, para proporcionar ao aluno o aprendizado como um
todo e fixando conhecimento, de forma que ao concluir o curso o aluno esteja
apto a criar e desenvolver verdadeiramente uma coleção por completo.
Acreditando que a formação do aluno esta relacionada à motivação e
criatividade e que com o processo de interdisciplinaridade ele estará mais apto
a desenvolver seu projeto final, no capitulo I buscamos entender o processo de
interdisciplinaridade, observando o fluxograma do curso de Design de moda da
Universidade Salgado de oliveira e assim construir uma proposta
interdisciplinar.
Já no capitulo II, estudamos a criatividade, que consideramos uma das
principais armadilhas no ensino superior em design de moda, destacando suas
definições, o criador e também buscando entender o processo de avaliação de
um produto criativo.
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E, Compreendendo que para criar o aluno deve estar motivado, no
capitulo III, realizaremos um estudo com base no livro PSICOLOGIAS, UMA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PSICOLOGIA, onde destacamos o processo
ensino-aprendizagem, a motivação em sala de aula e recorremos a Vigotski e
Piaget, não esquecendo a Teoria de Maslow, conhecida como uma das mais
importantes teorias de motivação.
Sendo o curso conduzido, levando em consideração os processos
estudados no decorrer da pesquisa, acreditamos que ao chegar ao projeto
final, onde o aluno deve produzir uma pesquisa da coleção e um
Portifólio/Book, com o desenvolvimento de uma mini coleção, seja feito com
amplo conhecimento e desenvoltura. Principalmente levando em conta as
etapas propostas, criação, desenvolvimento da coleção, execução da coleção,
ajustes finais, para então ser programado o desfile final e assim concluindo o
curso.
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CAPÍTULO I
A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO DE MODA
Com o mercado se desenvolvendo de forma rápida e contínua o
crescimento da indústria da moda no Brasil passou por um forte processo de
modernização tecnológica e gerencial, expandiu sua produção e melhorou
seus padrões de produtividade e de competitividade. O desenvolvimento do
design neste setor é significativo nos processos da economia no Brasil.
A formação teórica, altamente especializada, aliada à elevada carga
horária de trabalho em oficinas, laboratórios e ateliês, permite uma maior
integração da teoria com a prática, qualificando o designer para utilizar e a
aplicar técnicas variadas para a criação de projetos na área, aprimorando sua
capacidade de reflexão e de inovação. Capacitando para criar e desenvolver
produtos de moda, pesquisa de comportamento de consumo e tendências,
modelagem, marketing e gestão, produção e consultoria de estilo, estando
assim, pronto para atender rapidamente às necessidades de diversas
empresas da cadeia têxtil.
Afim de que o aluno possa apresentar seu projeto final, de forma
independente de outros profissionais, desde criação e planejamento ao
desenvolvimento do mesmo, sugiro a aplicação da interdisciplinaridade no
curso de moda, proporcionando ao aluno o aprendizado como um todo e
fixando conhecimento, de forma que ao concluir o curso o aluno esteja apto a
criar e desenvolver verdadeiramente uma coleção por completo.
Portanto neste capitulo vamos entender o processo de
interdisciplinaridade e observaremos o fluxograma do curso de Design de
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moda da Universidade Salgado de oliveira, seguindo pela proposta
interdisciplinar.
1.1 Interdisciplinaridade?
O trabalho de interdisciplinaridade busca a coerência e a coesão dos
fragmentos das disciplinas oferecidas, para que possamos entendê-la como
um todo.
É estabelecendo conexões entre os conhecimentos que
conseguiremos obter sentidos e significados. Segundo Morin (2000 p.37) “É
preciso recompor o todo para conhecer as partes”.
Para enriquecimento de dados podemos citar:
“Se definirmos interdisciplinaridade como junção de
disciplinas, cabe pensar currículo apenas na formatação
de sua grade. Porém se definirmos interdisciplinaridade
como atitude de ousadia e busca frente ao
conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a
cultura do lugar onde se formam professores. Assim, na
medida em que ampliamos a análise do campo
conceitual da interdisciplinaridade, surge à possibilidade
de explicitação de seu espectro epistemológico e
praxeológico. Somente então torna-se possível falar
sobre o professor e sua formação, e dessa forma no que
se refere a disciplinas e currículos... Definição clássica
produzida em 1970 pelo Ceri Centro para Pesquisa e
Inovação do Ensino, órgão da OCDE (Documento
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Ceri/HE/SP/7009), no qual interdisciplinaridade é definida
como interação existente entre duas ou mais disciplinas,
verificamos que tal definição pode nos encaminhar da
simples comunicação das idéias até a integração mútua
dos conceitos-chave da epistemologia, da terminologia,
do procedimento, dos dados e da organização da
pesquisa e do ensino, relacionando-os.” (FAZENDA,
2008, p.18 e 19)
De acordo com o Instituto Paulo Freire (2005,
<http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm> Acessado em
31/03/2011), a interdisciplinaridade nos projetos educacionais se baseia nos
seguintes princípios:
1º - Na noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender.
Não existe data marcada para aprender. Ele aprende a toda hora e não
apenas na sala de aula.
2º - Na crença de que é o indivíduo que aprende. Então, é preciso
ensinar a aprender, a estudar etc. ao indivíduo e não a um coletivo amorfo.
Portanto, uma relação direta e pessoal com a aquisição do saber.
3º - Embora apreendido individualmente, o conhecimento é uma
totalidade. O todo é formado pelas partes, mas não é apenas a soma das
partes. É maior que as partes.
4º - A criança, o jovem e o adulto aprendem quando têm um projeto de
vida e o conteúdo do ensino é significativo para eles no interior desse projeto.
Aprendemos quando nos envolvemos com emoção e razão no processo de
reprodução e criação do conhecimento. A biografia do aluno é, portanto, a
base do seu projeto de vida e de aquisição do conhecimento e de atitudes
novas.
1.2 Fluxograma curso
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Fluxograma da Universidade Salgado de Oliveira - Design de moda
(<http://www.universo.edu.br/portal/niteroi/files/2010/11/Design-de-Moda.pdf>
Acessado em 29/03/2011)
1.3 Proposta interdisciplinar
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Para que o aluno tenha um excelente processo de aprendizagem, faz-
se necessário a interdisciplinaridade entre as matérias do 1º ao 6º período,
onde é necessária a interação dos especialistas, da disciplina e da instituição:
“O Projeto Interdisciplinar surge, às vezes, de uma
pessoa (a que já possui em si a atitude interdisciplinar) e
espraia-se para as outras e o grupo” (FAZENDA, 2002, p.
18).
Ainda, com base no Instituto Paulo Freire, que acredita que a
metodologia de um trabalho interdisciplinar implica em:
“1º - integração de conteúdos; 2º - passar de uma
concepção fragmentária para uma concepção unitária do
conhecimento; 3º - superar a dicotomia entre ensino e
pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir
da contribuição das diversas ciências; 4º - ensino-
aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos
ao longo de toda a vida.” (FREIRE, 2005
<http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm>
Acessado em 31/03/2011)
Dividimos a grade curricular em cinco grupos, ED. ARTISTICA,
TECNICAS DE LABORATÓRIO, MATERIAS AFINS, PESQUISA, HISTÓRIA E
ED. ARTISTICA, cujas matérias seriam:
ED. ARTÍSTICA
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Composição e cor
Desenho e observação
Laboratório de criação
Ling. Inst R.G.I. (D. Geo.)
HISTÓRIA
História da Arte
História da Arte II
História da Indumentária
História da moda I
História da moda II
Moda Brasileira
PESQUISA
Técnicas de estudo e pesquisa
Metodologia de projetos
Pesquisa e criação de moda I
Pesquisa e criação de moda II
Projeto experimental I
Criação e desenvolvimento de coleção
TÉCNICAS DE LABORATÓRIO
Oficina de produção
Moulage
Desenho de moda I, II, III, IV
Desenho e Ilustração de moda
Desenho de estamparia
Modelagem I, II, III, IV
Acessórios de moda
Técnica de representação II
Tecnologia Têxtil
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MATÉRIAS AFINS:
Est. Do Design de moda
Teoria da comunicação
Comunicação de moda
Moda e comportamento
Foto e vídeo
Produção de moda
Administração estratégica
Marketing de moda I e II
Desenvolvimento de produto
Produção e organização de eventos
Ergonomia e Ergonomia aplicada
Segundo Magalhães (2005,
<http://www.slideshare.net/PauloAndre28/interdisciplinaridade-e-sua
metodologia-paulo> Acessado em 29/03/2011) as práticas interdisciplinares
“tendem a buscar um conhecimento unitário, onde a integração de todas as
disciplinas e a ligação delas com a realidade do aluno tornam o conhecimento
real e atrativo, sendo que às vezes o aluno consegue enxergá-lo como
essencial”.
Sendo assim, fechamos um ciclo de interdisciplinaridade: ED.
ARTISTICA <-> TECNICAS DE LABORATÓRIO <-> MATERIAS AFINS <->
PESQUISA <-> HISTÓRIA <-> ED. ARTISTICA
É importante ressaltar que para um criador de moda as matérias
estudadas nas universidades se completam e que estudá-las de forma isolada
é praticamente impossível. Cabe as instituições elaborar uma grade mais
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precisa para atender a essas necessidades e buscar a evolução tecnológica,
visto que informática e recursos gráficos não podem faltar a um designer.
19
CAPÍTULO II
CRIATIVIDADE
A criatividade é uma das principais armadilhas no ensino superior em
design de moda. Para termos criação em moda, os alunos devem se sentir
capacitado seja inovando ou fazendo uma releitura de alguma coisa ou
momento.
Para que possamos compreender melhor o processo de criatividade
na docência do ensino superior vamos destacar as definições de criatividade, o
criador e o processo de avaliação de um produto criativo.
E no próximo capítulo veremos motivação e processos de ensino
aprendizagem, que leva a criação.
2.1 Definindo a criatividade
Para Dualib & Simonsen (2000) a criatividade é uma técnica para se
resolver problemas.
Para King e Schilicksupp (1999, p.11) Criatividade é a capacidade de
as pessoas gerarem novos projetos, produtos ou idéias que, até o momento
da geração, eram completamente desconhecidos do criador. Essas idéias
podem ser resultados de pensamento imaginativo ou de uma combinação de
pensamento e formação de novos padrões ou, ainda, pode advir das
experiências de um grupo.
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Newell e colaboradores (1963) utilizam quatro critérios para categorizar determinada solução como criativa:
• A solução é nova e útil, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade;
• A solução requer que sejam rejeitadas idéias previamente aceitas;
• A solução resulta de intensa motivação e persistência;
• A solução é obtida a partir do esclarecimento de um problema que era inicialmente vago.
Para LOWENFELD:
"A definição de criatividade depende de quem a exponha. Com freqüência, os pesquisadores são algo limitados em suas explanações, enunciando que a criatividade significa flexibilidade do raciocínio ou fluência de idéias; ou também pode ser a capacidade de transmitir novas idéias ou de ver as coisas em novas relações; em alguns casos a criatividade é definida como a capacidade de pensar de forma diferente das outras pessoas". (LOWENFELD, 1970, p.62)
Nos estudos realizados por Novaes (1977), baseado em diversos autores, são apresentadas mais definições sobre criatividade, nos quais:
"Torrance registra: Criatividade é um processo que torna alguém sensível aos problemas, deficiências, hiatos ou lacunas nos conhecimentos, e o leva a identificar dificuldades, procurar soluções, fazer especulações ou formular hipóteses, testar e retestar essas hipóteses, possivelmente modificando-as, e a comunicar os resultados". (p.18)
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"Guilford afirma, simplesmente, que criatividade, num sentido restrito, diz respeito às habilidades, que são características dos indivíduos criadores, como fluência, flexibilidade, originalidade e pensamento divergente, relacionando o processo aos fatores e variáveis isoladas e avaliadas". (p.19) "Carl Rogers define a criatividade como a emergência de um produto relacional novo, resultante, por um lado, da unicidade do indivíduo e, por outro, dos materiais dos eventos de outros indivíduos e das circunstâncias da sua vida". (p.19-20)
2.2 O criador
Destacando trechos e palavras chave do que vimos até aqui, percebemos que a criatividade pode ser resultados de pensamento imaginativo ou de uma combinação de pensamento e formação de novos padrões; habilidades, originalidade; flexibilidade do raciocínio ou fluência de idéias; capacidade de transmitir novas idéias; capacidade de pensar de forma diferente das outras pessoas; soluções, especulações para problemas; concebida através das circunstâncias da sua vida.
Deste modo, a criatividade resulta em elementos que são inéditos ao nosso ambiente, até mesmo em uma dimensão emocional, ou seja, demonstra-se no decorrer das interações do sujeito com o meio, e nos efeitos que estas interações tem sobre o próprio sujeito e grupos sociais dos quais faz parte.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997, p.41): "A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, idéias e sentimentos que se realizam como imagens internas [...]. É a
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capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem mas que podem vir a existir abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata."
A imaginação e consequentemente a criação, deve ser vista como o ato de expressão, é o sentir, o pensar. A expressão é a arma capaz de investigar possibilidades e não apenas reproduzir relações conhecidas, claro que tudo girando em torno de experiências vividas, que se dá segundo fatores internos e externos ao indivíduo:
"Nós diferenciamos as crianças altamente criativas (identificadas por nossos testes de pensamento criativo) das altamente inteligentes (identificadas pelo Stanford-Binet, um teste aplicado individualmente). O grupo altamente criativo classificou-se nos 20 por cento superiores quanto a pensamento criativo, mas não quanto a inteligência. O grupo altamente inteligente classificou-se nos 20 por cento superiores quanto a inteligência, mas não quanto a criatividade". (TORRANCE, 1976, p.22)
É interessante observar aqui, que segundo Torrance, a inteligência e a criatividade, não dependem necessariamente um do outro. Ou seja, uma pessoa pode ser mais criativa ou mais inteligente apenas.
Bom despertar nos novos criadores a vontade de criar, fazer a imaginação aflorar através de técnicas e principalmente mostrar a eles que a criatividade nem sempre esta ligada a inteligência e que todos são capazes de ser criativo, se estudarem com o amor e dedicação.
2.3 O processo de avaliação de um produto criativo
23
O ato da criação como observamos até aqui envolve conhecimento, técnica, emoção e motivação. Envolvem fatores internos e externos, circunstâncias da vida de quem cria.
Para Kneller (1978, p. 94), “uma das mais justificáveis acusações que
se pode levantar contra nosso sistema educacional é que ele desprezou, e
demasiadas vezes até suprimiu, a criatividade natural dos jovens”. E ainda
conforme Kneller, sobre o conceito de criatividade para Rogers, (1973,p.51)
"Criatividade, declara Rogers, é auto-realização, motivada pela premência do
indivíduo em realizar-se”
Então como avaliar um produto sem desprezar a criatividade no
Ensino superior?
De acordo com Gomes e colaboradores (2006), na avaliação de um produto potencialmente criativo, um avaliador utiliza funções de avaliação de performance de modo a determinar o quanto este produto atende aos requisitos de um problema. A elaboração desta função de avaliação é uma forma de expressão do conhecimento deste avaliador.
Já sobre a estética, acrescentamos:
“A apreensão e a apreciação da obra dependem tanto da intenção do espectador que, por sua vez, é função das normas convencionais que regem a relação com a obra de arte em uma dada situação histórica e social, como uma aptidão do espectador em conformar-se a estas normas, vale dizer, de sua competência artística”. (BOURDIEU, 2001, p.271)
24
A expressão do aluno através da criação não deve de forma alguma
ser desconsiderado, pois concluímos que a criatividade é um processo que
semeamos com técnicas para que o aluno desenvolva habilidades e
competências, de forma que o aluno possa reconhecer e desenvolver sua
própria arte e suas principais características de forma individual, seguindo o
contexto das relações educacionais. Resumindo, se o aluno atendeu aos
requisitos e aderiu ao objetivo geral proposto da unidade curricular,
concluímos que se deve avaliá-lo de forma positiva.
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CAPÍTULO III
MOTIVAÇÃO: ESTÍMULO PARA O CURSO DE MODA.
A motivação está sempre presente como desencadeadora da ação,
seja por necessidades fisiológicas, seja por necessidades afetivas ou
intelectuais.
Cerqueira (1994, p.42) afirma que “a motivação de um ser humano é
um estado interno e varia a cada instante em função das suas necessidades”.
Para Cobra (1992, p.221), a motivação “advém dos drives, ou forças
propulsoras conscientes e inconscientes que levam as pessoas, sob algumas
circunstâncias, à ação”.
Para termos criações, deve haver motivação. A motivação é a fonte
de inspiração, é através dessa fonte que o gosto pela criação será despertado
e que irá se adquirir uma nova visão de ensino e aprendizagem.
Como observa Guilford (1950, p. 448) “nenhuma pessoa criativa
consegue avançar sem experiências ou fatos prévios; ninguém cria no vazio
ou com o vazio”.
A imaginação e a fantasia exercem forte influência sobre a atividade
criadora, que pode ser desenvolvida através das experiências vividas
individualmente e socialmente, de forma tal que os estímulos do meio
ambiente atuam sobre a capacidade imaginativa e criativa de cada um.
Para entender um pouco mais sobre motivação, observamos o livro,
PSICOLOGIAS, UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PSICOLOGIA, onde
26
atribui-se à motivação tanto a facilidade quanto a dificuldade para aprender.
Atribui-se às condições motivadoras o sucesso ou o fracasso dos professores
ao tentar ensinar algo a seus alunos (p.121)
Mas para motivar é preciso haver uma necessidade ou desejo, e o
objeto precisa surgir como solução para a necessidade.
E, o estudo da motivação considera três tipos de variáveis:
A) o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto
de satisfação.
B) as forças internas ao indivíduo, como necessidade, desejo,
vontade, interesse, impulso, instinto;
C) o objeto que atrai o indivíduo por ser fonte de satisfação da
força interna que o mobiliza. É a possibilidade de satisfação da
necessidade.
“A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o
organismo para a ação, a partir de uma relação
estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto
de satisfação. Isso significa que, na base da motivação,
está sempre um organismo que apresenta uma
necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse,
uma vontade ou uma predisposição para agir.” (BOCK,
FURTADO, TEIXEIRA, 2002, p. 121)
E ainda “Retomando, podemos dizer que a motivação é um processo
que relaciona necessidade, ambiente e objeto, e que predispõe o organismo
para a ação em busca da satisfação da necessidade. E, quando esse objeto
não é encontrado, falamos em frustração.”
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3.1 Motivação e o processo ensino-aprendizagem
Para motivar, entretanto precisa haver uma necessidade ou desejo, e
o objeto precisa surgir como solução para a necessidade. Ou seja, é preciso
“criar” a necessidade e apresentar uma solução satisfatória para ela.
E para “criar” interesses, ainda segundo o estudo baseado no mesmo
livro, para é preciso:
“Desafiar ao aluno para que venha dele o desejo de
aprender, dando a ele a possibilidade de descobrir;
Desenvolver nos alunos uma atitude de investigação, o
que irá garantir o desejo mais duradouro de saber, de
querer saber sempre, de fazer novas descobertas; Falar
ao aluno sempre numa linguagem acessível, de fácil
compreensão; Elaborar exercícios que desafiam na
medida certa. Nem muito difíceis, que geram fracasso,
nem fáceis, que levam à perda do interesse; Apresentar
a utilidade do que se está sendo ensinado e o sentido
para nossa vida.” (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2002,
p.122)
3.2 Vigotski
Ainda segundo o estudo dos autores de PSICOLOGIAS, para Vigotski,
o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para dentro. É no
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processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o
conseqüente desenvolvimento do indivíduo. E o bom ensino é aquele que se
volta para as funções psicológicas emergentes, potenciais, e pode ser
facilmente estimulado pelo contato com os colegas que já aprenderam
determinado conteúdo:
“A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para
este desenvolvimento, pois é o espaço em que o contato
com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e
planejada. [...] O desenvolvimento — que só ocorre
quando situações de aprendizagem o provocam — tem
seu ritmo acelerado no ambiente escolar. O professor e
os colegas formam um conjunto de mediadores da
cultura que possibilita um grande avanço no
desenvolvimento da criança. [...] O aprendizado, quando
adequadamente organizado, resulta em desenvolvimento
mental, pondo em movimento processos que seriam
impossíveis de acontecer.” (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA,
2002, p124 – 125)
“Onde a aprendizagem é, portanto, um processo
essencialmente social, que ocorre na interação com os
adultos e os colegas. O desenvolvimento é resultado
desse processo, e a escola, o lugar privilegiado para
essa estimulação [...] e ainda se baseando nas
concepções de Vigotski, alunos e professores devem ser
parceiros e o aluno jamais poderá ser visto como alguém
que não aprende, possuidor de algo interno que lhe
dificulta a aprendizagem. O desafio está colocado. Todos
são responsáveis no processo. Não há aprendizagem
29
que não gere desenvolvimento; não há desenvolvimento
que prescinda da aprendizagem. Aprender é estar com o
outro, que é mediador da cultura.
Qualquer dificuldade neste processo deverá ser
analisada como uma responsabilidade de todos os
envolvidos. O professor torna-se figura fundamental; o
colega de classe, um parceiro importante; o
planejamento das atividades torna-se tarefa essencial e
a escola, o lugar de construção humana." (BOCK,
FURTADO, TEIXEIRA, 2002, p. 126)
3.3 Piaget
Piaget apresenta suas idéias utilizando um “conceito” biológico no qual:
“[...]o homem é guiado pela busca do equilíbrio entre as
necessidades biológicas fundamentais de sobrevivência
e as agressões ou restrições colocadas pelo meio para a
satisfação destas necessidades.” (BOCK, FURTADO,
TEIXEIRA, 2002, p. 127)
Nesta relação, a organização é o mecanismo que permite ao homem
ter condutas eficientes para atender às suas necessidades e a adaptação que
é o mecanismo que permite ao homem não só transformar os elementos
assimilados, tornando-os parte da estrutura do organismo, como possibilitar o
ajuste e a acomodação deste organismo aos elementos incorporados.
Apresentando então, a inteligência como adaptação (por assimilação), onde se
agrega a experiência do indivíduo e onde o desenvolvimento intelectual resulta
da construção de um equilíbrio progressivo entre assimilação e acomodação.
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Piaget não desenvolveu uma teoria do processo de ensino
aprendizagem, mas formulou referências claras e tornou-se referência para
muitos teóricos na Psicologia.
3.4 Teoria de Maslow
O psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da
Motivação, uma hierarquia das necessidades que os homens buscam
satisfazer. Estas necessidades se representam em forma da Pirâmide de
Maslow:
(<http://site.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/> Acessado em 09/05/2011)
A interpretação da pirâmide nos proporciona o código de sua teoria:
Um ser humano tende a satisfazer suas necessidades primárias (mais baixas
na pirâmide de Maslow), antes de buscar as do mais alto nível.
Por exemplo, uma pessoa não procura ter satisfeitas suas
necessidades de segurança (por exemplo, evitar os perigos do ambiente) se
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não tem cobertas suas necessidades fisiológicas, como comida, bebida, ar,
etc.
Desta forma, a classificação das necessidades proposta por Maslow,
em ordem crescente, se dá da seguinte forma:
• Fisiológicas - Alimento, descanso, água, proteção contra elementos
da natureza. • Segurança - Proteção contra possíveis privações e perigos.
• Sociais - Dar e receber afeto sentir-se aceito pelos outros.
• Auto-Estima - Estima própria (confiança em si mesmo, competência
profissional, conhecimento) estima por parte de outros.
• Auto-realização - Conseguir o desenvolvimento e a utilização de
todas as potencialidades que a pessoa tem.
Para GADE:
“Uma das mais importantes teorias de motivação é a
conhecida teoria de Maslow que acredita serem os
desejos e as necessidades, na verdade, organizados em
prioridades e hierarquias, sendo que esta hierarquização
obedeceria a uma escalonagem na qual se passaria de
um nível a outro mais alto, à medida que o anterior fosse
satisfeito.” (GADE 1998, p.89)
3.5 Motivação em sala de aula no curso de moda.
Valorizar o aluno e criar um ambiente favorável à criatividade e à
inovação e a aprendizagem é o desafio que as instituições de ensino e o
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docente devem ter como meta. Promover mudanças de atitude, colaboração,
comprometimento, entre outras, é o ponto inicial. Quando se bloqueia a
inteligência criativa há o desinteresse de participar, opinar e envolver-se mais:
“Vivemos o fim da revolução e a era da reinvenção, da
mudança pacífica. Isso significa que somente num clima
favorável é possível gerar novas idéias (...) acrescenta
ainda que, (...) o caminho é buscar a sinergia do grupo.”
(BRUM, 2005, p.37)
Oferecer aos alunos autonomia para que possam exercer sua
criatividade e a todo instante desafiá-los para que não caiam na rotina e não
fiquem desmotivados é papel fundamental do docente, o desafio ao uso da
criatividade no trabalho leva à motivação, favorecendo a participação ativa. E o
principal interesse do docente, deve ser fazer o aluno se emocionar pelo que
faz perceber a possibilidade de criar, inovar, fazer diferente. O “indivíduo
criativo” é regido pela auto-realização.
Quando o aluno perceber em sua tarefa um verdadeiro desafio, um
potencial para satisfazer suas necessidades de auto-realização ele vai dedicar
plenamente usando ainda mais o seu potencial criativo aumentando sua
produtividade.
• Como poderia acontecer?
Levando em consideração que a motivação é o fator que estimula o
aluno a criar, é fato que essa “técnica” seja levada em consideração nas
matérias para estimular os alunos, respeitando prazos de entrega de trabalhos/
33
prova. Traçando conversas com coerências, com clareza e objetivos concretos.
Despertando no aluno a confiança no profissional ali presente e também nas
matérias de cunho artístico (Composição e cor, Desenho e observação,
Laboratório de criação, Ling. Inst R.G.I. (D. Geo.) Nas técnicas de laboratório
(Oficina de produção, Moulage, Desenho de moda I, II, III, IV, Desenho e
Ilustração de moda, Desenho de estamparia, Modelagem I, II, III, IV,
Acessórios de moda, Técnica de representação II, Tecnologia Têxtil)
• Quais aspectos destacar?
Importante destacar que a Instituição física, tem grandes reflexos no
processo motivacional, tanto para com o professor, quanto para os seus
alunos.
Proporcionar ambientes adequados para o processo de aprendizagem
tais como: boa iluminação, espaço arejado, amplo, equipado, segurança,
praticidade de locomoção dentro da instituição, cortar excesso de burocracia,
estimular o desempenho dos seus alunos, proporcionando conforto e
credibilidade tanto aos profissionais que nela trabalham quanto aos alunos é
uma forma de mantê-los satisfeitos.
Destacamos também alguns aspectos citados anteriormente:
• Valorizar o aluno;
• Criar um ambiente favorável à criatividade e à inovação e a
aprendizagem;
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• Promover mudanças de atitude, colaboração, comprometimento, entre
outras;
• Oferecer aos alunos autonomia para que possam exercer sua
criatividade;
• Desafiá-los a todo instante para que não caiam na rotina e não fiquem
desmotivados
• Fazer o aluno se emocionar pelo que faz e deixá-lo perceber a
possibilidade de criar, inovar, fazer diferente.
Levando motivação a sala de aula, valorizando o aluno, motivando- o a
se expressar e envolve-lo com as técnicas aqui apresentadas aumenta a
chance de interessar e da vontade de buscar conhecimento por ele próprio.
Basta o docente e a instituição colaborar de forma eficaz.
35
CAPÍTULO IV
IMPORTÂNCIA DO PROJETO COMO EXPERIMENTO PRÁTICO
Para se formar é dado ao aluno, por um docente, um tema onde o
aluno deve produzir uma pesquisa (em formato A4) da coleção e um
Portifólio/Book (em formato A3), com o desenvolvimento de uma mini coleção.
Este book deve conter:
• Capa conceitual
• Release
• Ambientação
• Cartela de cores
• Quinze croquis
• Fichas técnicas acompanhados com desenhos técnicos.
• Acessórios
• Cartela de tecidos e beneficiamentos
• Aviamentos
Sendo que cada processo é avaliado da seguinte forma:
a) Tema/pesquisa/textos (2,0)
b) Book (2,0)
c) Coleção (2,0)
d) Croquis/desenhos planos (2,0)
e) Peças desenvolvidas/produção de moda (2,0)
É evidente que para chegar ao trabalho de conclusão o aluno passou
por todo o processo de formação acadêmica, portanto estando apto a concluir
o trabalho final com aprovação, mas a experiência revela que muitos alunos
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chegam ao ultimo sem saber o que, ou como, fazer para realizar esse projeto.
Eles então recorrem à designers gráficos, desenhistas técnicos, modelistas,
costureiras e a antigos alunos para saber como devem proceder.
Este capítulo propõe uma nova forma de elaborar esse projeto, no
qual esse processo é dividido em IV etapas (Criação, desenvolvimento da
coleção, execução da coleção e ajustes finais) onde se destaca também as
principais matérias para a efetivação das tarefas. É importante ressaltar que
cada etapa deve ser aprovada pelo professor para que não haja perda de
tempo, nem financeira.
4.1 Etapa I – Criação
Nesta etapa deve ser idealizada a capa conceitual, graficamente
inspirada no tema da coleção; a página de ambientação, onde fica explicito a
fonte de inspiração e de onde surgirá a cartela de cores. Deve ser projetado o
release apresentando a coleção, com definição de estação, público alvo,
materiais, cores e etc.
Para começar este projeto o aluno deve estar em sintonia com as
seguintes matérias:
“Moda e comportamento” e “Pesquisa e criação de moda”, onde se
aprende a pesquisar desde o assunto até o comportamento do público alvo e a
se organizar de maneira correta, estas matérias estarão presentes em todas
as etapas.
“Criação e desenvolvimento de coleção” onde se aprende a planejar
uma coleção de modo que, da criação a execução fique um projeto “viável”
capaz de se concretizar.
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4.2 Etapa II – Desenvolvimento da coleção
Nesta etapa, deve-se começar a pensar nos croquis, lembrando que
são 15 looks, sendo 3 para serem confeccionadas, juntamente com os croquis,
deve ser pensado na página de acessórios, que também deverão ser
confeccionados. Também se começa a pensar na página de estampas.
As matérias que se destacam nesta etapa, além das que se destacam
na etapa I são:
“Desenho e Ilustração de moda” onde serão idealizados os looks dos
croquis.
“Acessórios de moda” onde serão idealizados os croquis de
acessórios.
“Desenho de estamparia”, que é a matéria que ensina a confeccionar
as estampas.
E “Produção de moda” que liga toda a coleção e faz o link dos croquis
de roupa, acessórios, estilos e silhuetas. É a matéria capaz de dar mais
unidade a coleção.
4.3 Etapa III – Execução da coleção
Tendo em vista os croquis o próximo passo são as fichas técnicas, que
são desenhos planos, frente e costas (em preto e branco) e descrição de cada
peça.
São escolhidos os tecidos, incluindo os tecidos que irão sofre processo
de estamparia e beneficiamento. Montando as paginas com as amostras dos
escolhidos e devidamente identificado.
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Também são escolhidas as amostras para compor a página de
aviamentos usados na coleção, ou até mesmo na confecção.
Com croqui, ficha técnica, tecido e aviamentos em mãos o aluno
confecciona (modela e costura) as 3 peças escolhidas para o desfile.
As matérias que se destacam nesta etapa, além das que se destacam
na etapa I e II são:
“Moulage” onde se aprende a técnica de construir roupas sem costura.
“Modelagem I, II, III, IV” onde o aluno aprende a modelar saia, calça e
shorts, blusas, mangas, blazers e outros, seguindo medidas de manequins e
também aprende desenho técnico manual, além da execução de fichas
técnicas.
“Técnica de representação II” é a matéria responsável pelo desenho
técnico no corel draw que deve ter sua carga horária remanejada, caminhando
ao lado de modelagem. Para que o aluno realmente possa aprender.
“Tecnologia Têxtil” é a unidade curricular que estuda os tecidos e suas
propriedades, deve estar relacionada diretamente com Moulage e Modelagem.
“Oficina de produção” onde se aprende a costurar, ou seja, confeccionar
as peças modeladas.
“Desenvolvimento de produto” é a matéria responsável pelo processo de
conhecimento da relação custo x beneficio. E responsável por organizar as
etapas da construção de um look. É a matéria que funde todas as outras
propostas aqui.
4.4 Etapa IV – Ajustes finais
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Esta etapa é idealizada para o arremate do trabalho, para a conclusão
do book, a realização da parte gráfica. Onde os fundos, as fontes e a
diagramação que irão dar unidade ao trabalho devem ser escolhidos.
Além disso, com a aprovação dos docentes, para os looks
confeccionados eles devem ser arrematados.
E deve ser programado o desfile final.
A matéria que é acrescentada neste tópico e que vai somar as citadas
anteriormente é “Produção e organização de eventos” que deve auxiliar na
projeção do desfile final (desfiles, shows, passarelas, iluminação, divulgação),
Aqui também vou acrescentar a importância de matérias com recursos
gráficos (photoshop, illustrator, corel draw, outros). Infelizmente ainda não foi
compreendida a importância dos recursos gráficos na moda, portanto não
foram aplicados, nem foi dado a devida importância no Ensino superior do
designer de moda.
A criação de uma matéria de programa gráfico, como o Illustrator
envolveria a abordagem da importância da organização dos objetos dentro dos
programas gráficos, trabalhar com transformações em objetos para criar
Desenhos Técnicos, com alinhamento e empilhamento de objetos, com
configurações de contorno e preenchimento de um desenho. Deveria também
estudar o peso das linha de um Desenho Técnico, o processo de vetorização,
a criação de uma biblioteca de aviamentos, símbolos e acabamentos.
Estudando também a estampa localizada, corrida. Motivo, raport e estruturas.
Estampa intermediária com encaixe assimétrico e criação de motivos, pintura,
aplicação de estampas, croquis, fichas técnicas, prancha de produto
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detalhada, layout, diagramação de linhas e margens, prancha com amostras
de estampas e variações de cores.
É importante capacitar o aluno nesses programas para a criação e
desenvolvimento de produtos no Mercado de moda; ensinar as técnicas de
desenho, estamparia, pintura, métodos para elaboração de ficha técnica. O
aluno que se forma compreendendo e acompanhando os avanços tecnológicos
tem mais recursos para competir no mercado de trabalho.
Considerações finais
Importante ressaltar que a proposta aqui apresentada, é exclusivamente
da autora deste projeto, baseado em suas experiências ao longo da sua
formação e após a conclusão de seu curso, contando com a colaboração
também de alunos e professores do curso Design de moda de diversas
instituições para atualização de dados apresentados neste capítulo.
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CONCLUSÃO
Entendemos que a interdisciplinaridade busca a coerência e a coesão
dos fragmentos das disciplinas oferecidas, para que possamos “compreende-
la” como um todo, estabelecendo conexões entre os conhecimentos. Então,
estudando o fluxograma da Universidade Salgado de Oliveira - Design de
moda, elaboramos teoricamente uma proposta interdisciplinar, para que o
aluno tenha um excelente processo de aprendizagem. Dividimos a grade
curricular em cinco grupos, ED. ARTISTICA, TECNICAS DE LABORATÓRIO,
MATERIAS AFINS, PESQUISA, HISTÓRIA E ED. ARTISTICA, para interligar
as disciplinas observando também a viabilidade da proposta, obviamente cabe
as instituições elaborarem uma grade mais precisa para atender a essas
necessidades e buscar a evolução tecnológica, visto que informática e
recursos gráficos não podem faltar a um designer.
Compreendemos também os processos de criatividade como
ferramenta fundamental do Designer de moda, pois consideramos a
criatividade como a arte da expressão, onde a expressão do aluno não deve
de forma alguma ser desconsiderado, pois concluímos que a criatividade é um
processo que semeamos com técnicas para que o aluno desenvolva
habilidades e competências, de forma que o aluno possa reconhecer e
desenvolver sua própria arte e suas principais características de forma
individual, seguindo o contexto das relações educacionais.
Entendemos ainda que parar criar é preciso que o aluno esteja
motivado, pois compreendemos que a motivação está sempre presente como
desencadeadora da ação, seja por necessidades fisiológicas, seja por
necessidades afetivas ou intelectuais. E que para motivar, entretanto precisa
haver uma necessidade ou desejo, e o objeto precisa surgir como solução para
a necessidade. Ou seja, é preciso “criar” a necessidade e apresentar uma
solução satisfatória para ela. Citamos também a importância da valorização do
aluno e da criação de um ambiente favorável à criatividade e à inovação e a
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aprendizagem. E a importância de oferecer aos alunos autonomia para que
possam exercer sua criatividade e a todo instante desafiá-los para que não
caiam na rotina e não fiquem desmotivados, lembrando aqui, o papel
fundamental do docente.
Por fim elaboramos uma proposta para a realização do projeto final,
onde acreditamos que o aluno ganha maiores chances de ser envolver em
todas as etapas estudas durante o curso e produzir com maior conhecimento,
claro quando levamos em consideração questões como as analisadas até aqui,
interdisciplinaridade, criatividade e motivação. Onde os estudantes não
precisariam mais recorrer a designers gráficos, desenhistas técnicos,
modelistas, costureiras e a antigos alunos para saber como devem proceder.
Nesta proposta o aluno ganha tempo e espaço pra sua criatividade,
além claro de reduzir seu custo financeiro. Organizamos as etapas de acordo
com as matérias, respeitando a proposta interdisciplinar e valorizando o
conteúdo que foi dado a ele até aqui.
43
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47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 06
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO DE MODA 11
1.1 Interdisciplinaridade? 12
1.2 Fluxograma curso 14
1.3 Proposta interdisciplinar 15
CAPÍTULO II - CRIATIVIDADE 19
2.1 Definindo a criatividade 19
2.2 O criador 21
2.3 O processo de avaliação de um produto criativo 22
CAPÍTULO III - MOTIVAÇÃO: ESTÍMULO PARA O CURSO DE MODA 25
3.1 Motivação e o processo ensino-aprendizagem 27
3.2 Vigotski 28
3.3 Piaget 29
3.4 Teoria de Maslow 30
3.5 Motivação em sala de aula no curso de moda 32
• Como poderia acontecer? 33
• Quais aspectos destacar? 33