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Universidade Candido Mendes AVM Curso Pós-Graduação Gestão de Recursos Humanos Monografia Tema: Implantação da Consultaria Interna de Recursos Humanos em Empresa Brasileira de Grande Porte Autor: Andrea de Sousa Figueira Orientador: Celso Sánchez Setembro de 2004

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Universidade Candido Mendes – AVM

Curso Pós-Graduação Gestão de Recursos Humanos

Monografia

Tema:

Implantação da Consultaria Interna de Recursos Humanos em

Empresa Brasileira de Grande Porte

Autor:

Andrea de Sousa Figueira

Orientador:

Celso Sánchez

Setembro de 2004

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Universidade Candido Mendes – AVM

Curso Pós-Graduação Gestão de Recursos Humanos

Monografia

Tema:

Implantação da Consultoria Interna de Recursos Humanos nas

Empresas do Século XXI

OBJETIVOS:

Esta monografia tem como objetivo apresentar as

necessidades que levam a implantação da consultoria interna

de recursos humanos (RH) e qual o perfil do consultor

interno de RH. Além de apresentá-la como um dos principais

caminhos para o desenvolvimento gerencial e

conseqüentemente de todas as pessoas nas empresas.

3

AGRADECIMENTOS:

Agradeço a todos, sem exceções, que convivem comigo.

São pessoas com quais tenho ou não afinidades, que gosto

mais e gosto menos, ou até que tenho dificuldade de

relacionamento. Mas, cada uma destas pessoas, dentro de

sua complexidade, me apresentam o que vêem por seus olhos e

me ensinam a respeitá-los e a compreender a importância de

cada ser humano em minha vida.

A complexidade das relações, a simplicidade da

amizade, a importância da colaboração, a sutiliza do amor e

a sabedoria para cuidar do outro são a essência do meu

agradecimento. A fonte absoluta do meu desenvolvimento.

4

DEDICATÓRIA:

Para Bruna, a responsável por minha busca de

desenvolvimento profissional e, principalmente, pessoal.

Para Marcos, que é tão companheiro que por pouco não fez a

monografia para mim.

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RESUMO:

Uma grande empresa brasileira detecta a necessidade de

implantar a consultora interna de RH para melhoria dos

processos e excelência em sua atuação.

São feitos o mapeamento e planejamento para

identificar como realizar este processo. É traçado o

perfil do consultor interno de RH e suas competências

necessárias, além de determinar quais serão seus maiores

desafios na atuação.

Para ilustrar a implantação deste processo foi

realizada entrevista com uma consultora interna de RH,

Margarida Naves, que participou deste processo de

implantação da consultoria interna de RH na empresa citada.

Ela detalha as dificuldades e os resultados positivos da

implantação da consultoria, além de relatar algumas

experiências.

Fechando as questões prioritárias da implantação da

consultoria interna de RH está a mudança. O processo de

mudança é detalhado no âmbito existencial, ou seja, em como

as pessoas, no caso os gestores, lidam as mudanças e como é

fundamental envolvê-las nos processos. Envolvendo as

pessoas no processo de mudança, ou melhor, na implantação

da consultoria interna de RH, elas se tornarão donas do

processo e a implantação terá êxito.

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METODOLOGIA:

A metodologia de trabalho adotada na elaboração desta

monografia foi de pesquisa explorativa com levantamento

bibliográfico, entrevista com pessoa com experiência

prática no problema e análise de exemplos.

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SUMÁRIO:

Introdução

Capítulo I – Consultoria e consultor

Capítulo II – Entrevista com consultor interno

Capítulo III – Fazendo acontecer as mudanças

Considerações finais

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INTRODUÇÃO:

Esta monografia trata da implantação da consultoria

interna de recursos humanos (RH) em uma empresa brasileira

de grande porte com mais de cinqüenta anos de existência.

A gerência de RH desta empresa existe desde sua criação,

teve várias denominações e siglas, gerentes e linhas de

trabalho.

O histórico desta gerência de RH é similar ao das

grandes empresas brasileiras. Quando foi criada a gerência

era chamada de DP, ou melhor, de departamento de pessoal.

O antigo DP cuidava de contratar, demitir e controlar os

horários e pagamento dos seus empregados. Não pensava em

qualidade de vida, em desenvolvimento de pessoas, aliás,

não pensava, só operacionalizava. Atualmente, a gerência

de RH faz a gestão de pessoas e esta alinhada com a alta

direção da empresa para cuidar (também) de questões nobres

como: valores, ética, cultura, desenvolvimento, emoções,

sentimentos etc das pessoas. O RH cuida das pessoas que

são empregados e não de empregados que são pessoas.

As questões relativas à necessidade de implantação da

consultoria interna de RH começaram a surgir. Com

atualizações constantes o RH instaurou mais um movimento de

mudança após levantamento e mapeamento dos seus processos.

A gerência de RH detectou a falta de cultura e prática na

prestação de consultoria interna de RH às demais gerências

da empresa como fator de impacto negativo para atuação do

9

RH. Então era preciso implantar a consultoria interna de

RH, mas como?

O primeiro ponto trabalhado foi a equipe de RH. A

equipe não possuía profissionais capacitados e qualificados

para atuar com consultoria interna de RH. Era preciso

aliar todo o entendimento da equipe de RH sobre seu papel e

sua nova linha de atuação. O que estava faltando? O que

precisava ser feito para o RH realizar a gestão de pessoas

e a consultoria interna de RH?

A gerência de RH definiu o caminho a seguir:

educação, desenvolvimento, conhecimento, alinhamento com o

plano estratégico, com a missão e a visão da empresa. Só

assim seria possível mudar e realizar sua tarefa com

excelência.

Não bastava o RH pensar estrategicamente para o

alcance destas metas, era preciso ser estratégico. Para

ser estratégico foi necessário alinhar saberes e

conhecimentos de processos entre os membros da equipe de

RH. Entendimentos alinhados e comprometimento entre os

membros da equipe de RH? Sim. Então o RH estava pronto

para atuar sendo estratégico para empresa.

Querer e acreditar. A gerência de RH conseguiu que

sua equipe “abraçasse” a nova linha de atuação pretendida e

o processo consentido para o alcance desta meta. Parte do

sucesso estava garantido. A equipe estava confiante e

segura para começar a agir.

10

O segundo ponto trabalhado foram as linhas de atuação

do RH reestruturando a gerência de RH. Foram criadas três

gerências setoriais: administração de recursos humanos

(ARH), desenvolvimento de recursos humanos (DRH) e

ambiência organizacional (AO). As três gerências

subordinadas a gerência de RH. Deste modo, foi possível

focar as áreas de atuação cruciais do RH na empresa.

Equipe comprometida, gerência reestruturada faltava

capacitar e desenvolver os membros da equipe, com perfil,

para serem consultores internos de RH. O desafio da

gerência de RH era planejar, desenvolver, implantar e

avaliar a consultoria interna de RH.

A partir da etapa de planejamento deste desafio se dá

o objetivo desta monografia. O objetivo da monografia é

definir o que é consultoria interna de RH e traçar o perfil

do consultor interno de RH.

O primeiro capítulo trata das definições de

consultoria e consultor interno de RH. Não basta saber

onde se quer chegar, é preciso saber como chegar. Para

isso, os conceitos sobre consultoria e consultor devem

estar claros e definidos formalmente. Esta parte do

processo, de definições dos papéis, esta inserida no

planejamento para implantação da consultoria interna de RH.

O segundo capítulo é dedicado a entrevista com a

consultora interna de RH, Margarida Naves. A consultora

participou da implantação da consultoria interna de RH na

empresa citada. A entrevista possibilita evidenciar a

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qualidade do processo e o ganho que o RH e as gerências

tiveram com a adoção da consultoria interna de RH como

prática.

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CAPÍTULO I – CONSULTORIA E CONSULTOR

Antes de problematizar o tema é preciso elucidar o que

é consultoria e traçar o perfil do consultor interno de RH

que se queria.

A palavra consultoria tem origem do latim consultare

que significa pedir conselho, opinião, parecer. Esta

definição clarifica o conceito e o papel do consultor, como

um mestre conselheiro, um sábio e experiente provedor de

conhecimento.

Já no âmbito empresarial, a consultoria é o

fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral

por um profissional muito qualificado e conhecedor do tema,

provido de remuneração por hora ou projeto, para um

determinado cliente.

Fazendo um paralelo entre a definição etimológica da

palavra consultoria e a definição empresarial pode-se

observar que a essência é a mesma. Definir o conceito de

consultoria pode ser simples, mas, detalhar o papel e o

perfil do consultor está distante da simplicidade e próximo

da complexidade.

Elizenda Orlinckas, em seu livro Consultoria Interna

de Recursos Humanos, dá a seguinte definição ao papel do

consultor:

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“O serviço de consultoria oferecido ao

cliente acontece por meio de diagnósticos e

processos e tem o propósito de levantar as

necessidades do cliente, identifica

soluções, recomenda ações. De posse dessas

informações, o consultor desenvolve,

implanta e viabiliza o projeto de acordo

com a necessidade específica de cada

cliente.” (ORLINCKAS, 1999, p.22)

A consultoria interna de recursos humanos é um

processo que exige que cada profissional de RH, dentro de

uma estrutura organizacional, seja ela indústria, comércio

ou serviços, atue de forma multidisciplinar. Este perfil

generalista da área de recursos humanos funciona com um

caminho entre o cliente interno e os recursos humanos

corporativo.

Uma mostra da importância do papel do consultor nas

empresas é seu código de ético. Pois é, uma entidade

especializada em reunir profissionais de consultoria no

Brasil é o IBCO (Instituto Brasileiro dos Consultores de

Organização) que elaborou o código de ética do consultor.

Existem diversas variáveis de consultoria: consultoria

organizacional, consultor autônomo, consultor associado,

consultor externo, consultor exclusivo/particular e

consultor interno que o estudo do trabalho. Vamos elucidar

o perfil em questão, o do consultor interno de RH.

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Perfil do Consultor Interno de Recursos Humanos

O consultor interno de recursos humanos é um

funcionário da empresa que até então ocupava cargos como

analista de recursos humanos, supervisor de

seleção/treinamento ou até mesmo a gerência de recursos

humanos. Era uma atuação especializada.

Este profissional aplicava testes psicológicos,

conduzia entrevistas seletivas, efetuava levantamentos e

diagnósticos de treinamento, ministrava cursos etc, hoje,

adquirindo a multifuncionalidade, tem sua atuação

extremamente fortalecida e ampliada.

O consultor interno orienta quanto à:

· Forma mais adequada de recrutamento (interno ou

externo).

· Troca de idéias com seu cliente interno quanto ao

perfil profissiográfico mais indicado para determinada

função (se necessita de formação superior, inglês e

quais as habilidades interpessoais e conceituais mais

indicadas).

· Apresenta as ferramentas mais apropriadas para avaliar

o candidato à vaga.

· Acompanha todo o processo oferecendo apoio para seu

cliente.

Em especial, a seleção de profissionais é um processo

executado pelo próprio cliente, porém, a figura do analista

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de recursos humanos ou psicólogo continua oferecendo apoio

logístico, executando as demais etapas do processo, cabendo

então ao consultor interno otimizá-los e atuar como elo de

ligação entre o executor e o cliente interno.

Tanto processos seletivos como reavaliações de

programas de remuneração a serem oferecidos ao funcionário,

são operacionalizados mediante a contratação de terceiros.

Neste caso o consultor interno de RH permanece como um elo

entre o cliente interno e o consultor externo.

O consultor interno também compartilha com o cliente

interno as necessidades de treinamento, ajuda-o no

planejamento da carreira e dos benefícios a serem

oferecidos, propõe soluções para eventuais conflitos,

estabelece metas de RH para a área, adapta os produtos de

RH às necessidades dos funcionários de seu cliente interno.

Ele também pode ser visto desenvolvendo projetos junto

ao RH corporativo. Neste contexto seu papel e de reavaliar

a missão e as políticas de RH, bem como elaborar e

acompanhar pesquisas de opinião sobre os produtos de RH

oferecidos pela empresa.

Sua atuação também pode ser voltada para a orientação

sobre como conduzir todos os processos de RH, instruindo o

seu cliente interno quanto às técnicas de entrevistas mais

adequadas, quanto a forma mais prática e eficaz de elaborar

diagnósticos de treinamento, como ministrar cursos e até

como demitir.

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Participa da avaliação dos colaboradores desse cliente

e compartilha com ele os processos de promoção e demissão.

O consultor interno de RH acompanha o cliente muito de

perto. Auxilia na solução de problemas, elaborando

diagnósticos, submetendo recomendações, sugestões, opiniões

e críticas, sempre orientando para a solução.

Este profissional, até então especialista, deve

adquirir uma maior gama de habilidades tornando-se

multidisciplinar ou multifuncional. Ser um conhecedor de

todas as atividades da área de recursos humanos da empresa.

Não precisa ser profundo conhecedor do conteúdo de um

programa de treinamento, nem mesmo ministrar o curso, mas

tem que ter uma boa visão dos benefícios e resultados desse

programa para seu cliente interno e de como ele será

ministrado.

Apresentando essa visão generalista, o profissional

poderá propor uma solução ampla e abrangente, e nunca mais

um cliente interno irá ouvir: “isso não é comigo!”

A necessidade da multifuncionalidade do profissional

de recursos humanos surgiu da necessidade de se

exterminarem as soluções isoladas e departamentalizadas e

de se oferecer um único profissional para interagir com o

cliente. Esse profissional, além de conhecer RH como um

todo, mas não necessariamente em profundidade, deve também

entender do negócio de seu cliente.

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Ao conhecer o objetivo e as peculiaridades do negócio

de seu cliente interno, o consultor interno poderá orientá-

lo com maior eficácia quanto ao mais adequado instrumento

de avaliação de potencial e poderá negociar melhor, junto

ao RH corporativo, diferenciais de remuneração.

Deste modo, os consultores internos podem contribuir

como facilitadores desse processo para que os demais

executivos, além de exercer suas competências profissionais

de forma mais atuante, possam também se tornar gestores de

seus colaboradores, demitindo, selecionando, promovendo,

avaliando, propondo treinamento etc. Assim, de forma

compartilhada, caminharão juntos em prol de um interesse

comum: crescimento da empresa.

Porém, vale reforçar que, em todo esse processo, o

consultor interno atua sempre como facilitador, não cabendo

a ele a decisão final. Essa tarefa é do cliente interno.

Dependendo do seu grau de experiência, o consultor

interno pode também oferecer à alta administração

informações estratégicas.

Existe uma forte tendência em proporcionar autonomia

aos seus consultores internos seniores, com o objetivo de

tornar o trabalho mais efetivo e dinâmico, bem como

facilitar sua interação com o cliente interno.

A nova fase da globalização, a abertura de mercado e a

estabilidade econômica do país estão exigindo das empresas

maior competitividade. Por sua vez, estão buscando

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profissionais cada vez mais qualificados, motivados e

atualizados. Neste sentido, o consultor interno de

recursos humanos tem contribuído para tornar o RH uma

unidade estratégica, que oferece serviços diferenciados e

orientados à necessidade de seu cliente interno.

O consultor interno agrega valor ao seu trabalho e à

empresa, no momento em que se utiliza do modelo de

consultoria interna de RH tendo como objetivo o crescimento

da organização, a busca da sinergia, e a adaptação do

produto de RH às necessidades do seu cliente interno,

entendendo que pessoas diferentes têm necessidades

diferentes. Isso só é possível se o consultor interno e o

cliente entenderem a atuação dentro de um conceito de

parceria, no qual ambos constroem o caminho e a união de

esforços é importante e imprescindível para se atingir uma

meta. Assim, elevando as chances de sucesso da atividade e

reduz o investimento de tempo e energia de ambos.

A atuação do consultor interno dentro de uma

organização varia de acordo com a sua experiência na

realização de outros trabalhos similares, dependendo ainda

de sua senioridade e da necessidade da empresa, o que pode

acontecer das mais diversas formas.

Podemos citar sua contribuição na:

· Identificação das efetivas necessidades da organização

e/ou de seu cliente interno.

· Cooperação para o aprimoramento de processos.

· Catalisação e disseminação de programas de

treinamento.

· Orientação para a solução de problemas específicos.

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· Emissão de opiniões e críticas.

· Atuação como facilitador da consolidação dos serviços

perante os demais executivos.

Competências do Consultor Interno e seu Desafio na

Atuação

A carreira de consultor interno de RH dentro das

empresas, mais do que qualquer outra exige, além da vocação

de lidar com pessoas, a predisposição de lidar com

constantes desafios. Aliados a isso, as competências

profissionais inerentes à função e a firme convicção de

fazer desse o seu futuro profissional.

Mais do que isso, a carreira do consultor está focada

mais naquilo que o profissional de RH sabe e é capaz de

fazer do que propriamente nos cargos ocupados e expandem-se

quando os profissionais estão dispostos a assumir riscos e

tentar coisas novas.

O papel do consultor é oferecer ao cliente o melhor

serviço, com qualidade e dentro de suas reais necessidades.

Mas por que muitos profissionais não dão certo nesse

papel? Para estar apto a aceitar esse grande desafio e

atuar como consultor interno, esse profissional necessita

ter ou desenvolver as seguintes competências:

· Ser Facilitador da Transição Interna

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Produzir uma mudança dentro de um processo implica a

redefinição de papéis, missão, práticas, políticas,

ferramentas, negócios e níveis de responsabilidade. O

consultor interno, como agente de mudanças, assume a

responsabilidade de assessorar seu cliente interno neste

processo, não tendo, contudo, o controle sobre a decisão

propriamente dita. Ele facilita sua realização e garante

sua qualidade.

· Estar Comprometido como os Resultados

O consultor interno precisa repassar ao seu cliente

uma noção clara do seu comprometido com o resultado do

trabalho, do contrário, questionamentos infindáveis

surgirão.

Uma vez envolvidos e motivados, todos estarão voltados

para o seu trabalho, obtendo assim mais facilmente o

comprometimento de seus colaboradores e dos demais

profissionais envolvidos. Dessa forma, os resultados

propostos serão alcançados de forma eficaz.

· Estar Inteirado

O perfil de consultor deve ser o de um profissional

inteirado nos acontecimentos mundiais e nas mudanças das

situações interna e externa à organização à qual presta

seus serviços. Isso caracteriza sua interatividade. Deve

ser o regente das tecnologias e ferramentas-chave de RH.

· Mostrar Racionalidade e Isenção

21

Dentre de uma racionalidade coerente, o consultor

interno deve mostrar neutralidade e procurar não se

envolver em demasia com os eventuais problemas surgidos.

Precisa se sentir livre para analisar de forma isenta,

sem considerar implicações políticas ou dificuldades de

implementação decorrentes das conclusões apresentadas.

Precisa ser capaz de analisar o contexto de forma neutra.

· Ter Bom Nível de Cultura Geral

Quem apresenta valores culturais consolidados leva a

pressupor maior consistência em tudo que faz. Coerência em

suas atitudes e em seus pensamentos também passam muita

segurança ao cliente. Para conquistar a credibilidade nos

seus trabalhos, essa deve ser uma preocupação do consultor

interno.

· Conhecer sua Área de Atuação

Conhecer profundamente sua área de interesse, bem como

o serviço oferecido ao seu cliente e manter-se

permanentemente atualizado em sua área de atuação devem ser

suas principais preocupações.

Atualização constante, leituras e trocas com outras

empresas devem fazer parte da rotina do consultor que

quiser destacar-se perante os demais profissionais.

· Agregar Conhecimentos

Como agregar valor e tornar seu cliente mais

competitivo? Quanto valor você tem agregado à sua empresa

ou ao seu cliente interno?

22

Se a resposta do consultor interno for nada ou pouco,

brevemente ele será colocado em disponibilidade. Ao

agregar valor ao seu trabalho, estará mais uma vez

diferenciando-se dos demais e conquistando a credibilidade

de todos, norteando a transformação e agregando perícia ao

cliente interno.

· Ter Facilidade de Diálogo e Relacionamento

A predisposição ao diálogo enobrece o trabalho do

consultor interno do consultor interno. Em certos momentos

é preciso um forte jogo de cintura para não ferir

suscetibilidades.

A empatia e o reconhecimento ao direito do outro expor

suas opiniões abrem portas e permitem assertividade.

Entender que as contribuições do outro, se empregadas

eficientemente, poderão gerar estratégias globais de gestão

é fundamental para o bom desempenho do consultor interno.

· Estabelecer uma Relação de Confiança

Estabelecer relacionamentos sólidos e calcados em

confiança e respeito conquista a todos. O consultor deve

ser capaz de, perante o seu cliente, mostrar ser uma pessoa

com quem ele possa partilhar informações dúvidas. A

relação precisa ser transparente, devendo haver alinhamento

entre o discurso e a ação. O consultor não pode oferecer

ao cliente aquilo que não pratica.

· Ter Perfil Negociador

23

O consultor interno deve ser um negociador por

excelência, pois estará negociando quase que em tempo

integral. Trata-se de um processo de busca de aceitação de

idéias, propósitos e interesses pelos resultados.

Alguns fatores podem facilitar a negociação, tais

como: preparar a base da negociação, planejá-la para que

transcorra dentro de uma seqüência predeterminada, utilizar

e promover idéias que possam tornar sua argumentação mais

atraente, estar disposto a fazer concessões, superar

impasses e ser flexível.

Cumprir e fazer cumprir metas e prazos estabelecidos

facilitará a negociação de seu próximo projeto.

· Colocar Ênfase nas Pessoas

É essencial atuar colocando ênfase nas pessoas,

acreditando que o grande foco é o ser humano, pois é ele

quem alavanca e quem faz com que as coisas aconteçam nas

empresas.

Também é essencial assegurar a participação intensa

das pessoas no processo, acreditando no valor de suas

contribuições e abrindo espaço para o seu desenvolvimento

profissional e pessoal.

· Ter Comportamento Ético

O consultor normalmente tem acesso às informações

confidenciais e a dados sensíveis do cliente, necessitando

portanto de um comportamento ético impecável.

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· Ter Perfil Inovador

Os consultores devem estar voltados permanentemente

para a inovação, bem como precisam estar abertos para

aceitar novas idéias e incentivar o processo de criação.

Esse profissional é um antecipador de tendências, precisa

oferecer a diferença. É isso que faz sua vantagem

competitiva sustentada.

Inovar mais rapidamente que os concorrentes (internos

e externos) oferecendo idéias únicas e com padrões

diferenciados, deve ser sua preocupação. O que vai

acontecer daqui a cinco anos? Que tipo de profissional

precisarei no ano 2010? Um ponto especial é o de tomar

cuidado para não viciar em ver e fazer as coisas da mesma

forma. As pessoas mudam e as organizações também. E muito

rapidamente.

· Ter Disponibilidade para Assumir Riscos

A atuação como consultor interno exige do profissional

a habilidade para lidar com um certo grau de risco, que

pode estar relacionado tanto a seu estilo de atuação como

às características do negócio e ao perfil psicológico do

seu cliente interno. Todo consultor deve estar ciente da

necessidade do “fazer acontecer” e do risco que isso

implica.

Consciente disso, deve saber administrar um possível

fracasso na condução de um projeto. Os erros devem ser

encarados como fonte de aprendizado, e ele deve aprender a

lidar com a frustração. Lembre-se de que só erra quem está

em permanente processo de experimentação. O aspecto a

25

considerar é a minimização desse eventual fracasso, que

deve estar sustentado por adequado processo de aprendizado

e conscientização por parte do profissional.

· Ter Senioridade e Equilíbrio

À medida que o consultor interno adquire senioridade,

sua contribuição deve gradativamente conquistar mais

espaço. Somente a convivência com a incerteza e com os

riscos trará maturidade e equilíbrio à carreira do

consultor e fará com que aprimore o exercício de seu

trabalho.

Os diversos papéis exercícios pelo consultor interno

de RH dentro da empresa podem enriquecer a relação cliente-

consultor ou não. Se um trabalho não for bem-sucedido, por

exemplo, poderá interferir na possibilidade de sucesso em

outros projetos. Cuidado especial deve ser tomado quanto a

isso.

· Ter Pensamento Estratégico

Raciocínio e lógica estratégicos são base para o

pensamento estratégico. Esse tipo de raciocínio pressupõe

o sexto sentido por parte do consultor, e isso só é

conquistado longe do tempo, com autotreinamento e muita

perseverança, incluindo-se aí visão abrangente do negócio

do cliente e seu ambiente.

· Saber Compartilhar Ações

O consultor interno deve deixar claro que o sucesso do

projeto é responsabilidade do conjunto de pessoas

26

envolvidas. Ele não pode “carregar sozinho o projeto nas

costas” e sim partilhar responsabilidades, sucesso e

fracasso. Ao não concordar com uma decisão tomada, pode

esclarecer que não concorda com a opção adotada, entender

por que não conseguiu remover os obstáculos e tentar

rediscutir a questão. Porém deverá sempre ter claro que é

um trabalho de time, e que isso exige trabalhar com

diferenças individuais, aceitar opiniões divergentes, saber

colocar-se no lugar do outro e principalmente saber ouvir.

· Perceber e Lidar com Sentimentos

O consultor deve “ler na entrelinhas”, isto é, deve

ser capaz de observar sentimentos e reações das pessoas

envolvidas.

Até que ponto seu cliente admite os sentimentos

provocados pelas mudanças ocorridas na empresa, a razão

desses sentimentos e sua ambivalência? O consultor interno

precisa saber perceber e lidar com essas “sinalizações” na

medida em que o cliente as explicite, verbalmente ou não, e

deve estabelecer uma dinâmica de relacionamento

interessante para ambas as partes.

Sentimentos como necessidade de aceitação, afirmação,

dependência, poder, status, se não forem bem gerenciados,

podem interferir na relação cliente-consultor.

· Propor Ações que Possam Ir à Raiz do Problema

O consultor precisa ser capaz de fazer uma leitura que

vai além do manifesto. Assim, estará agregando capacidade

27

de análise ao cliente interno, instrumentalizando-o para

que ele possa resolver sozinho seus problemas no futuro.

· Saber Lidar com Resistências

Ao explicar suas análises e contribuições, precisa

tentar minimizar reações defensivas, rejeições, medos. A

habilidade do consultor está exatamente em fazer com que a

pessoa resistente traduza em palavras o que está sentindo.

Essa habilidade é um dos maiores desafios para o bom

desempenho desse papel.

28

CAPÍTULO II – ENTREVISTA COM CONSULTORA INTERNA DE RH MARGARIDA NAVES

Para validar este processo de implantação da

consultoria interna de RH da empresa citada e também

reforçar o perfil do consultor interno de RH segue a

entrevista com Margarida Naves.

Margarida Naves tem 52 anos de idade, trabalha a 25

anos nesta mesma empresa, porém somente à 5 anos atua como

consultora interna de recursos humanos. Sua entrada na

empresa foi por concurso para o cargo de engenheira de

petróleo. Durante os 15 primeiros anos atuou na área

exploração e produção de petróleo na função de engenheira

até chegar na função gerencial. Quando começou a atuar com

gerente percebeu que precisava passar por desenvolvimento

gerencial. Como era de interesse da empresa, esta

patrocinou o desenvolvimento do potencial para

gerenciamento da Margarida Naves com diferentes cursos,

treinamentos e leituras

Quando começou a estudar gestão de pessoas e a

implantar as teorias em sua gerência, logo obteve

resultados. Teoria e prática com resultados suscitaram o

interesse de Margarida Naves para gestão de pessoas,

conseqüentemente, para área de RH da empresa.

Sua motivação foi tanta que ingressou, por sua conta,

no curso de psicologia. Ao término da faculdade Margarida

Naves participou de outro processo seletivo em sua empresa

para o cargo de psicóloga. Passou no concurso e abandonou

29

gerência e carreira de engenheira para ser psicóloga na

área de RH.

Hoje Margarida Naves atua como consultora interna de

RH, além de ter participado do processo de implantação da

consultoria interna de RH na sua empresa.

Como e quando a senhora começou a atuar como

consultora interna de RH?

“Minha carreira primeira foi engenheira de petróleo na

gerência de exploração e produção corporativa da empresa,

na qual trabalhei por quinze anos, inclusive na função de

gerente. Quando alcancei a gerência minha vida mudou em

todos os sentidos. Logo que comecei a atuar como gerente

senti dificuldades em lidar com as pessoas e iniciei cursos

de gestão de pessoas para desenvolver esta competência.

Apaixonei-me pela área de Recursos Humanos e decidi fazer o

curso de psicologia. Abandonei a engenharia para atuar

como psicóloga, na mesma empresa, na gerência corporativa

de Recursos Humanos. Foi uma estória de amor, por isso deu

certo. A função de consultora interna de RH teve início

junto com sua implantação na empresa. Logo que a gerência

de RH percebeu que seria preciso implantar a consultoria,

fui cotada, pois tinha perfil adequado e os conhecimentos

necessários.”

Você participou do levantamento de necessidade de

implantação da consultoria interna de RH?

“sim, participei do processo desde o levantamento

desta necessidade. Nos contatos com os gerentes, para

tratamento de assuntos pertinentes a desenvolvimento de

30

pessoal, comumente ouvia queixas sobre o pouco contato do

RH com eles. No início acreditava que esta queixa não

passava de manha, um excesso, mas logo percebi que não. Os

gerentes queriam os serviços, mas principalmente, suporte

técnico de RH para suas decisões. E realmente não

estávamos prestando suporte, ou melhor, consultoria. Nas

reuniões internas da nossa gerência comentávamos sobre

nossas rotinas e percebemos que as queixas não eram

isoladas, foi quando a gerência fez um levantamento do caso

e consensou que seria preciso implantar já a consultoria

interna de RH.”

Como foi para você a implantação da consultoria

interna de RH?

“Como participei do processo desde o levantamento da

necessidade não tinha dúvidas sobre o que é consultoria e o

perfil do consultor. Conhecer o processo e as necessidades

me dava muita tranqüilidade e consciência do que eu

precisava para ser consultora.”

Em relação ao seu perfil, qual sua maior carência para

atuar como consultora interna de RH?

“Sem sombra de dúvidas foi apurar a escuta e

percepção. Apesar de ter estado do lado de lá, ou seja,

ter sido gerente e também de ser psicóloga. Sou

naturalmente comunicativa, gosto de falar e principalmente

de ensinar. Eu tenho uma necessidade pessoal de expressar.

Além disso, minha percepção não era muito apurada para as

pessoas. Com muito esforço, ou melhor, estudo mesmo, fui

aprendendo a ler os sinais, interpretar palavras, olhares,

gestos etc.”

31

E qual o seu diferencial positivo para consultoria?

“Certamente é saber me expressar. Tenho uma excelente

retórica e argumentação, ordeno as idéias com clareza e

firmeza. Posso conversar sobre tudo, se não sei o assunto,

vou querer saber e a partir daí, o caminho sem volta,

envolvo mesmo.”

Houve resistência dos clientes a implantação da

consultoria interna de RH?

“Toda mudança gera ansiedade e apreensão, é

inevitável. O que eu mais ouvia dos gerentes era a falta

de tempo para lidar com o consultor e para gerenciar seu

pessoal, mas com a adesão da maioria esta alegação perdeu a

substância. Outra alegação, que demonstrava a resistência

à mudança, era a pressão por soluções imediatistas. Mas,

aos poucos os gerentes perceberam que não precisavam ficar

tão apreensivos e as vantagens do processo de consultoria

interna.“

Nestes anos de práticas qual a passagem marcante que

você pode nos relatar?

“Com um gerente que resistia a consultoria. Não

percebia qual o problema dele em relação ao RH e

principalmente a consultoria interna de RH. Como era a

primeira vez que estava lidando com este gerente, procurei

as pessoas que trabalharam com ele para saber se tinha

algum histórico negativo dele com relação ao RH, mas não

encontrei nada. Somente comentários positivos, que

descreviam uma pessoa acessível e competente. Como não

havia nada de ruim no passado, poderia ser uma questão

32

pessoal, uma antipatia a mim. Mas, não acreditava nesta

hipótese. Até que um dia nos encontramos casualmente e

conversamos muito, amenidades, e ele contou que havia

descoberto que estava com um grave problema de saúde.

Diante desta revelação e as posteriores percebi a

importância de ter calma e sabedoria para lidar com as

resistências das pessoas. Meu papel neste momento foi

convocar a equipe de assistentes sociais e psicólogos para

dar suporte a ele.”

Hoje você ainda lida com alguma dificuldade de cunho

pessoal, por exemplo: competências não desenvolvidas e

faltas de motivação?

“Tudo flui naturalmente. Adoro trabalhar, logo, estou

sempre motivada, mas, manter-me atualizada é algo

complicado quando se tem acumulo de tarefas enquanto

profissional, esposa, mulher, mãe, dona-de-casa etc. É

comum que eu faça leituras técnicas nos finais de semana,

mas procuro fazê-las sem prioridades e nos dias de chuva.

Posso dizer que manter-me atualizada tem sido minha

dificuldade.”

Para você qual o maior desafio da consultoria interna

de RH?

“Manter a confiança da clientela e a excelência nos

serviços prestados. Uma falha, por mais simples que for,

pode desestruturar todo o trabalho de consultoria interna e

uma queda na qualidade desestimula a clientela.”

A consultoria interna de RH deu os resultados

esperados?

33

“Mais resultados do que os esperados. Foram muitas

vantagens, desde a renovação da imagem até a motivação da

equipe de RH. A maior dificuldade foi a resistência à

mudança, que foi superada em pouco tempo. Em nossa empresa

a implantação da consultoria foi positiva, mais do que o

esperado.”

Qual conselho você daria para uma empresa que pretende

implantar a consultoria interna de RH?

“Antes de qualquer coisa é preciso alinhar

conhecimentos e saberes das pessoas que compõem a equipe do

RH. Para isso, é preciso levar a equipe reflexão sobre

três questões. Primeiro sobre como estamos e onde estamos.

Em segundo sobre como queremos ser e aonde queremos chegar.

Por último, como fazer essa transição. Assim o processo de

mudança e de implantação da consultoria interna de RH terá

uma equipe de RH comprometida e que constrói as pontes

juntos. As pontes para alcançar o resultado esperado. É

importante não copiar modelos que deram certo, mas fazer

seu próprio modelo, adequado as suas necessidades e seu

ambiente.”

34

Capítulo III – FAZENDO ACONTECER AS MUDANÇAS PARA IMPLANTAR A CONSULTORIA INTERNA DE RH

Para implantar a consultoria não basta ter perfil,

formação, motivação, comprometimento da alta direção da

empresa etc. É preciso entender a complexidade das

mudanças para as pessoas.

É possível verificar esforços honestos para implantar

mudanças, mas é raro quando os programas alcançam os

objetivos de forma duradoura e consciente. Há o entusiasmo

e a mobilização inicial, mas após algum tempo os velhos

hábitos ressurgem e ninguém mais fala do que havia sido

proposto, ocorrendo até a regressão dos patamares de

produtividade e qualidade anteriormente conquistados.

Há programas de mudanças desastrosos para a identidade

para o nível das relações. Ocorrem verdadeiros estupros

organizacionais e culturais de difícil recuperação, que

levaram à extinção ou à venda da empresa.

Em nome da modernidade ou da ânsia de experimentar a

última onda do momento, as empresas embarcam em perigosos

modismos e, após alguns milhares de dólares e belos

relatórios e manuais nas estantes, reconhecem que as

soluções dos problemas são simples e estão dentro de suas

paredes, pois cada empresa gera uma identidade específica

que precisa ser tratada de forma única, o que os programas

de mudança tradicionais não consideram.

35

Uma corrente será tão forte quanto mais forte for seu

elo mais fraco. Um comboio será tão veloz quanto mais

veloz for seu vagão mais lento. Assim é também para

empresa como um todo.

A mudança é primeiro cultural para depois entrar nos

processos e recursos. Na empresa, como na vida, a natureza

não dá saltos. Pode, sim, acelerar o processo de mudança

desde que cuidados para trabalhar com essa entidadde

espiritual sejam tomados. Assim como a empresa não muda

por decreto, as pessoas que a compõem também não, uma vez

que estão igualmente em diversos estágios de

desenvolvimento.

Há presidentes e diretores que querem ver as empresas

passar de um estágio para a outro através de decreto, do

dia para a noite. Não basta uma circular ou carta aos

funcionários nem ações levianas praticadas por uma área de

recursos humanos imatura, nem um vídeo hiperproduzido que

farão as pessoas engajar-se num processo de mudança com o

genuíno interesse que tais processos exigem para dar certo.

Há necessidade de uma consciência comum e, principalmente,

o comprometimento da cúpula com as mudanças.

Um programa de mudança não é mais um programa, mais

uma metodologia. É antes de tudo uma metodologia de

aprendizagem coletiva que contempla a seguinte sentença: a

organização só se desenvolve se as pessoas se desenvolverem

e vice-versa. Logo, a implantação da consultoria interna

de RH só funcionará quando os gestores aprenderem sua

36

fundamentação. Para isso, cada um deles precisa ser dono

do processo, e não o consultor interno.

Para que o processo de mudança, a implantação da

consultoria, tenha sucesso é preciso que as pessoas que

sofrerão os impactos dessa mudança – os gestores - sejam

envolvidas e alinhadas com seus objetivos. Essas pessoas,

quando em grupo, invariavelmente verbalizam um profundo

alinhamento com esses objetivos. No entanto, nas conversas

e ações individuais, geralmente se nota o contrário.

A visão criada em grupo, de forma genuína, não

manipuladora, tem a mágica de conectar as pessoas em nível

existencial com os objetivos mais nobres, com a essência ou

com o espírito que vive a empresa.

Quando se entende o processo de mudança, ou melhor,

quando se perceber a importância de envolver as pessoas no

processo de implantação da consultoria interna de RH o

caminho para o sucesso da implantação fica mais curto.

O consultor interno de RH deve ter este entendimento

do processo de mudança, que pode ser dito como um processo

de mudança cultural no âmbito gerencial da empresa.

37

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Os consultores internos de RH devem ser pessoas com

visão holística, ou seja, que entendam que o homem é um

todo indivisível, e que não pode ser explicado pelos seus

distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico),

considerados separadamente. Mas, este é apenas o principal

atributo que deve possuir, não o único.

Perceber cada pessoa, seu momento, sua condição, suas

limitações sem julgamento é fundamental para o consultor.

Ter competências desenvolvidas, aliás, competências

renovadas constantemente. Gostar de sua função, ter

motivação, estar a fim de atuar. O consultor é essa

pessoa, tem uma função estratégica na empresa e é

profissional mais gabaritado do RH.

A consultoria para ser implantada precisa de

consultores preparados para ter resultados positivos. E

não se pode vacilar nesta questão. A maior parte das

grandes empresas estão atentas e não aceitam qualquer

profissional para esta função de consultor interno de RH.

Todas as questões relacionadas à gerência de RH

norteiam a existência humana. Deste modo, é pensando nas

pessoas e em seu desenvolvimento que o RH alcançará os

resultados desejados pela empresa. Assim, a implantação da

consultoria interna de RH, com consultores internos

38

preparados, é o primeiro passo para humanização das

empresas.

39

ANEXOS:

40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos

Recursos Humanos nas Organizações. Rio de Janeiro: Campus,

1999.

MOGGi, Jair; BUERKHAD, Daniel. O Espírito Transformador: A

Essência das Mudanças Organizacionais do Século XXI. São

Paulo: Infinito, 2000.

ORLINKAS, Elizenda. Consultoria Interna de Recursos

Humanos: Conceitos, Cases e Estratégias. São Paulo: MAKRON

Books, 1999.

RAMOS, Cosete. O Despertar do Gênio: Aprendendo com

Cérebro Inteiro. Rio de Janeiro: Qualitymark ed., 2002.

Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI

41

ÍNDICE:

Objetivos

Agradecimentos

Dedicatória

Resumo

Metodologia

Sumário

Introdução

Capítulo I – Consultoria e consultor

Perfil do Consultor Interno de Recursos Humanos

Competências do Consultor Interno e seu Desafio na

Atuação

Capítulo II – Entrevista com consultor interno

Capítulo III –Fazendo acontecer as mudanças para implantar

a consultoria interna de RH

Considerações finais

Anexos