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1 Universidade Candido Mendes Pós-Graduação Lato Sensu AVM Faculdade Integrada A Problemática da Gestão dos Resíduos Sólidos nos Municípios: Estudo de Caso do Aterro Sanitário no Bairro Anaia Pequeno. Por: Rosymere Martins da Silva Orientador Prof. Maria Esther Rio de Janeiro 2012

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Universidade Candido Mendes

Pós-Graduação Lato Sensu

AVM Faculdade Integrada

A Problemática da Gestão dos Resíduos Sólidos nos Municípios:

Estudo de Caso do Aterro Sanitário no Bairro Anaia Pequeno.

Por: Rosymere Martins da Silva

Orientador

Prof. Maria Esther

Rio de Janeiro

2012

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Universidade Candido Mendes

Pós-Graduação Lato Sensu

AVM Faculdade Integrada

A Problemática da Gestão dos Resíduos Sólidos nos Municípios:

Estudo de Caso do Aterro Sanitário no Bairro Anaia Pequeno.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Ambiental.

Por: Rosymere Martins da Silva

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado

força e condições de concluir minha pós-graduação.

Ao meu pai, que se ainda estivesse entre nós estaria

muito orgulho, e a minha mãe pelo amor, paciência,

pelo exemplo de persistência e luta.

Aos meus irmãos e sobrinhos pelo amor que me

dedicam e aos amigos pelos momentos

compartilhados e o pelo incentivo.

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Resumo

O crescimento exacerbado da produção e do consumo gerou um montante de

resíduos sólidos e ocasionou impactos negativos à saúde das pessoas e ao meio

ambiente. O lixo se tornou um dos grandes problemas na sociedade que ao longo do

tempo vem tentando criar e repensar estratégias de uso sustentável e técnicas eficientes

para o tratamento e deposição final.

A questão é a responsabilidade na gestão dos resíduos e o planejamento

integrado, definindo o local apropriado para instalação dos aterros sanitários, dentro das

normas. A preocupação remete ao desenvolvimento de técnicas específicas para evitar a

contaminação ambiental; o fator social e o gerenciamento pautado na Política Nacional

de Resíduos Sólidos. Tudo reporta ao processo eficiente de gestão, no sentido de

sustentabilidade cujo foco deve ser a minimização os impactos gerados pelo lixo.

Partindo desse princípio o município de São Gonçalo buscou uma política

sanitária para o tratamento dos resíduos, entretanto limitada às questões meramente

emergenciais e financeiras, mesmo apresentando um quadro de carência, com déficit no

sistema de saneamento básico, na coleta do lixo, no tratamento e distribuição da água

canalizada, ocupação de áreas de risco e outros fatores que afetam diretamente a vida

das pessoas. O trabalho desenvolvido pela empresa CTR-Alcântara S/A, do grupo

Haztec, no aterro sanitário no Bairro Anaia Pequeno é questionável, pelo fato do seu

projeto não ter sido desenvolvido como princípio de gerenciamento integrado e sem a

participação da população nas decisões.

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Metodologia

O trabalho foi desenvolvido com o método de pesquisa exploratória, visando à

compreensão da logística reversa, das questões relacionadas ao gerenciamento dos

resíduos sólidos, por meio das pesquisas bibliográficas e documentais. Neste sentido

efetuou-se coleta e análise de dados em sites, livros dentre outros, e foi feito a análise

teórica.

Foram efetuadas consultas em páginas de bibliotecas virtuais de universidades, à

procura de artigos referentes ao uso do Plano Diretor e suas diretrizes na

regulamentação do uso do solo. Consulta ao Plano Diretor Municipal e a Legislação

Ambiental; Uso da Lei Orgânica Municipal e o Zoneamento proposto;

Foi feito o levantamento dados estatísticos do IBGE – Sistema (SIDRA 2010)

sobre a população residente. Levantamento de dados populacionais no Centro Pró-

Melhoramento do próprio bairro sobre o grau de instrução da população e média idade.

De acordo com dados atuais, relacionados ao censo demográfico e contagem da

população do IBGE (SIDRA- 2010), referente à população residente por domicílio, a

população é composta de 5.637 habitantes. Podendo ser maior, se levar em conta os

levantamentos mensais feitos pelo Centro Pró-Melhoramento. Segundo o levantamento

feito no mês de julho de 2011, a população é composta de 7.578 habitantes, sendo

91,5% formada por pessoas de 0 a 59 anos e apenas 8,4% maiores de 60 anos, ou seja, a

população é jovem.

Também foram feitas pesquisas através de visitas ao Centro Pró-Melhoramento

e a empresa CTR-Alcântara com o objetivo de fazer levantamento de informações,

coleta de dados e imagens do aterro sanitário.

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Sumário

Introdução------------------------------------------------------------------------------------- 7

Capítulo 1- Histórico do Bairro Anaia Pequeno ------------------------------------------ 9

1.1-A Importância do Zoneamento e do Plano Diretor Municipal como Instrumento de Regulação do Uso do Território------------------------------------------------------------ 12 Capítulo 2- Os Problemas Socioambientais e a Importância da Educação Ambiental ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 15 2.1- Aspectos legais na Gestão dos Resíduos Sólidos--------------------------------------- 17 Capítulo 3- Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e os Centros de Tratamento de Resíduos ----------------------------------------------------------------------------------- 21 3.1- Impasses da CTR-Alcântara com a População Local--------------------------------- 23

3.2-Importância do Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos--------- 24 4- Conclusão ----------------------------------------------------------------------------------- 27 5- Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------- 28 Anexos: 1- Reportagens da internet ------------------------------------------------------------------- 31 2- Fotos do Aterro Sanitário------------------------------------------------------------------- 33 3- Ficha Técnica – CTR São Gonçalo ------------------------------------------------------- 35

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Introdução

De acordo com Ana Luiza Piva (2008, pág. 8) o homem sempre interagiu com a

natureza retirando os recursos naturais necessários para sua sobrevivência, descartando

as matérias não utilizadas. Entretanto os impactos gerados por esse descarte tomaram

proporções problemáticas diferentes no decorrer do tempo histórico devido às evoluções

tecnológicas e transformações culturais sofridas pela sociedade.

Após a Revolução Industrial, período fundamental de consagração da economia

capitalista, surgiu uma nova lógica de crescimento ilimitado da produção e do consumo.

Esse novo paradigma elevou a capacidade da humanidade intervir na natureza, criando

um modelo produtivo de alta escala que desrespeita aos limites ambientais. O consumo

desenfreado acentuou as diferenças sociais e gerou um montante de resíduos sólidos que

se tornou um dos graves problemas socioambientais de nossos tempos.

A cultura do consumo desenfreado, a racionalização dos processos industriais

e os paradigmas contemporâneos de economicidade provocaram uma grande

armadilha para a civilização. A sociedade produz lixo demais e ainda não

encontrou uma solução capaz de fazer frente ao tamanho do problema.

Apesar do avanço nas últimas décadas, a preservação ambiental esbarra numa

mentalidade arraigada, que só será superada com a mudança do modelo de

desenvolvimento. Enquanto os termos da equação custo-benefício forem

definidos apenas pela produtividade e rentabilidade do mercado e pelas

facilidades do cotidiano, a geração de lixo continuará incontrolável e os

processos de reciclagem de resíduos serão insuficientes para o volume de lixo

que, no Brasil, chega a 32,8 milhões de toneladas por ano.

Dóris Fialcoff (2011, pág. 1)

O problema exasperado do lixo levou ao desenvolvimento de diversas

estratégias de logística, uma delas são os aterros sanitários, que são espaços destinados a

sua deposição final. Trata-se de um sistema de tratamento baseado em técnicas

sanitárias com manejos que visam amenizar os aspectos negativos da deposição final do

lixo. Apesar das vantagens, este sistema de tratamento apresenta limitações quanto aos

locais de instalação, as técnicas necessárias a sua manutenção e medidas a serem

tomadas, visto que os aterros tem um tempo de duração em funcionamento.

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Precisam ser associados à coleta seletiva do lixo e a reciclagem, para que a vida

útil do lixo seja prolongada, assim como uma educação ambiental e a consciência

ecológica. Deve ser planejado e os terrenos destinados a sua implantação deve obedecer

a critérios e requisitos analisados nas aprovações de impactos ambientais e sociais.

Referente a tais colocações se faz necessário um estudo sobre a problemática da

gestão dos resíduos sólidos tanto na esfera ambiental quanto nas questões políticas,

econômicas e sociais. Como o tema é abrangente um recorte focado no estudo de caso

torna-se mais eficiente. Trata-se do aterro sanitário no Bairro Anaia Pequeno aprovado

pela prefeitura municipal e pelo Inea.

O primeiro capítulo é um breve histórico do Bairro Anaia Pequeno, abordando

as características socioculturais, infraestruturais e aspectos importantes da comunidade

em relação aos impactos provocados pelos empreendimentos industriais em áreas

residenciais, tomando como base a questão da ineficácia do planejamento urbano

municipal.

O segundo capítulo corelaciona os impactos socioambientais e os problemas

gerados pelo lixo na sociedade e na natureza. Fazendo um histórico da evolução dos

programas sanitários no Brasil, a necessidade da educação ambiental e o cumprimento

das leis e decretos como pontos principais, dentre elas a Política Nacional de Resíduos

Sólidos.

O Terceiro aborda a importância do sistema de gerenciamento integrado, o que

são os centros de tratamento de resíduos, caracterizando a empresa CTR-Alcântara,

responsável pelo aterro sanitário do bairro Anaia Pequeno, os impasses com a

população local e exemplos de gerenciamento ecologicamente corretos de caráter

sustentável.

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1-Histórico do Bairro Anaia Pequeno

De acordo com dados obtidos no site oficial da prefeitura de São Gonçalo

http://www.saogoncalo.rj.gov.br/mapas.php- mapas e bairros (25/05/2012), o bairro

Anaia Pequeno situa-se em área do 2º distrito municipal, sede em Ipiíba, km² da rodovia

Amaral Peixoto (RJ – 106). A comunidade localiza-se a, aproximadamente 30 km do

centro da cidade do Rio de Janeiro, em uma região montanhosa que contém

remanescente da Floresta Atlântica. Apresenta um relevo bastante acidentado, formado

por dois vales superpostos com forma arredondada, cortados pelo rio Anaia, que nasce

no próprio bairro.

As terras do bairro Anaia Pequeno eram dividas em sítios, que faziam parte de

um cinturão verde que abastecia o Rio de Janeiro e Niterói de produtos cítricos. O

processo de ocupação teve início com a morte de alguns donos de terra e seus herdeiros

venderam os sítios para corretores particulares que lotearam as áreas, fazendo com que

cada sítio correspondesse a um loteamento. Nesse período parte da população era

formada de trabalhadores remanescentes dos antigos sítios que compraram os lotes de

terra dos patrões, mas mudaram suas atividades rurais para atividades urbanas, no Rio

de Janeiro, Niterói e periferia. Nessa época mais da metade dos moradores eram

imigrantes, principalmente do nordeste brasileiro.

A pavimentação da estrada principal, a melhoria do transporte coletivo e a

abertura de novos loteamentos atraíram pequenos comércios e pessoas, maiormente das

favelas das áreas metropolitanas da cidade do Rio de Janeiro. Atrelado a isso houve um

acréscimo da violência que atingiu, sobretudo, a população mais jovem, levando a um

movimento migratório de retorno dos antigos moradores as suas cidades de origem.

Boa parte da população é composta de operários da construção civil, empregadas

domésticas, diaristas, alguns trabalham no comércio, tanto formal quanto informal,

serviços gerais, vivem de biscate ou estão desempregados, um número mínimo vive do

pequeno comércio local. A maior parte da população tem baixo nível de escolaridade,

uma pequena parcela tem nível superior. O bairro tem apenas uma escola estadual, uma

creche comunitária e um posto de saúde, que atende a população local e dos bairros

vizinhos. Existe também um centro pró-melhoramento, sob a direção de pessoas do

próprio bairro, que funciona como associação de moradores e centro social. Apresenta

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muita precariedade com relação à infraestrutura, saneamento e fornecimento dos

serviços básicos.

O bairro enfrenta problemas desde o processo inicial de loteamento que não foi

planejado. O assentamento deu-se de forma desorganizada, alguns dos sete loteamentos

apresentaram problemas na justiça e a desorganização resultou em ocupação de áreas de

risco, com déficit de água e problemas de saneamento básico. Também deveriam ter

sido preservadas as áreas destinadas à agricultura, sobretudo as serras que fazem divisa

com os municípios de Maricá e Itaboraí, as áreas remanescentes da Floresta Atlântica,

ricas em espécies nativas, como o pau-brasil e o jequitibá, e as áreas de nascentes de

vários rios.

Esses problemas sociais e infraestruturais se agravaram ainda mais com a

instalação da empresa Andrada Gutier, usina de asfalto, indústria de cimento e de

artefatos de cimento, por volta de 1975, em áreas não apropriadas. Substituída em 1996

pelas empresas SUPERMIX, PREMIX e MIRAK (pedreira). Essas empresas provocam

desmatamento, poluição do ar, sonora, os abalos que comprometem a estrutura das

residências e a poeira, que vem prejudicando a saúde da população e causando impactos

negativos ao meio ambiente. Recentemente o bairro enfrenta um novo paradigma com a

aprovação do aterro sanitário sob a responsabilidade da concessionária CTR- Central de

Tratamento de Resíduos – Alcântara S/A, do grupo Haztec.

A CTR- Alcântara S/A é uma empresa conhecida no mercado, assumiu a

gerência do lixão de Itaoca, é responsável pelo aterro sanitário de Nova Iguaçu, está

desenvolvendo o aterro sanitário de Itaboraí, dentre outros. Conforme informações

obtidas do site http://vivi-ambiental.blogspot.com.br/2012/01/aterros-sanitarios-em-sao-

goncalo-e.html, o Centro de Tratamento de Resíduos de Alcântara do Anaia Pequeno

tem área de 1.471.765 m² e capacidade para receber 2.400 ton./dia de resíduos. O aterro

é operado pela empresa Haztec, por concessão da Prefeitura de São Gonçalo, e tem vida

útil de 15 anos, com investimento de cerca de R$ 10 milhões. Além de São Gonçalo, o

aterro receberá também resíduos de Maricá e parte de Niterói.

O projeto apresentado pela empresa prevê melhorias e medidas compensatórias

tanto para sanar os problemas sociais quanto ambientais. Entretanto, a perspectiva dos

moradores ainda é negativa, visto que as atividades industriais já desenvolvidas no

bairro nada fizeram nesse aspecto, além do fato que a implantação do aterro sanitário foi

feita de forma hierárquica e determinativa por parte da prefeitura, do Inea e da empresa

sem levar em conta a opinião dos moradores. Isso fomentou Ação Civil Pública

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proposta pela Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e o Centro Pró-

Melhoramento, protestos e revolta. Contudo a população teve que acatar a decisão da

justiça e do Inea que aprovou a instalação do aterro sanitário sobre o viés de uma

alternativa conveniente para acabar com os lixões e a possibilidade de melhorias

infraestruturais nas regiões de sua abrangência.

A população do bairro mais uma vez se viu sufocado sem entender os critérios

de uso do solo e o desrespeito às legislações ambientais. As determinações da prefeitura

e do Inea não levaram em conta o fato de se tratar de uma área residencial e não

industrial.

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1.1 - A Importância do Zoneamento e do Plano Diretor Municipal como Instrumento de Regulação do Uso do Território.

A foto abaixo mostra a área onde está localizado o aterro sanitário no bairro Anaia

Pequeno, próxima à pedreira e as indústrias de asfalto e de artefato de cimento. É uma

“Z7”, Zona de Preservação, destinada à preservação ambiental, contudo vem sendo

desenvolvida inúmeras atividades que não se adéquam ao uso destinado, a exemplo da

extração de brita. A questão central é a falta de um zoneamento urbano eficaz que

determine áreas comerciais, industriais e residenciais no município de São Gonçalo.

Fonte: https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR (25/06/2012)

A lei de zoneamento limita as diferentes áreas de uma cidade para certo tipo de

estrutura. As zonas podem ser residenciais, comerciais, industriais ou mistas.

Entretanto, as zonas residenciais permitem a ocupação do solo urbano somente para uso

residencial, zonas comerciais apenas para uso comercial e zonas industriais apenas para

uso industrial. As zonas mistas permitem o uso residencial e comercial, e eventualmente

industrial de baixa incomodidade. É questionável um bairro pequeno comportar

atividades empresariais de grande porte e de intensa incomodidade.

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A Lei de Zoneamento no município de São Gonçalo, que data de 1998, dispõe

sobre uma organização territorial da seguinte forma: Z1: Zona de Uso estritamente

Residencial; Z2: Zona Mista; Z3: Zona Mista Intensiva; Z4: Zona Predominantemente

Industrial; Z5: Zona de Uso Predominantemente Rural; Z6: Zona de Recreio; Z7: Zona

de Preservação. Não é citada na Lei Orgânica a localização dessas zonas nos cinco

distritos existentes em São Gonçalo, há somente a divisão distrital e sua caracterização

no Plano Diretor. A “Z2, Zona Mista: são permitidos todos os usos residenciais, todos

os usos de comércio, equipamentos, serviços, manufaturas e indústrias leves. A taxa de

ocupação de terreno máxima permitida deverá ser de 65% (sessenta e cinco por cento)”.

A “Z3”, Zona mista intensiva, permite diversidade máxima, onde todas as atividades

são permitidas, sendo o uso habitacional somente admitido através de Projetos

Especiais. Nessa definição se enquadra as áreas do bairro Anaia Pequeno, mais como

uma zona mista intensiva.

O zoneamento ambiental é utilizado para disciplinar regra de uso e ocupação do

solo, incorporando a preocupação fundamental com o processo de gestão ambiental. O

zoneamento deve ser feito de acordo com a legislação ambiental vigente, a fim de

determinar a forma de ocupação, bem como as atividades que podem ser

desempenhadas em um determinado local. Segundo MACEDO (1995, pág. 300),

O Plano Diretor Municipal é o documento oficial também utilizado para

estabelecer critérios de uso do solo. Através dele o município atribui o uso do solo bem

como as leis e órgãos nos quais as inúmeras atividades serão submetidas. É o

documento oficial do município que impõe regras sobre o uso do solo e determina o

zoneamento das atividades que ocorrem no mesmo. Já a Legislação Ambiental norteia o

Plano Diretor e este deve estar de acordo com a mesma.

Um importante instrumento norteador das leis municipais contidas no plano

diretor e que invoca responsabilidades do mesmo para o planejamento, administração e

uso do solo municipal é a Lei Orgânica do Município de São Gonçalo de 1991,

atualizada em 1997 (69 p.). Nesse documento estão todas as leis referentes à

administração municipal, e evidencia através do Art. 128 - “O Plano da Cidade ou Plano

Urbano são os instrumentos capazes de proporcionar o desenvolvimento urbano do

município”. De acordo com o Art. 199 - “A instalação e a operação de atividade efetiva ou

potencialmente causadora de alterações significativas do meio ambiente estarão

condicionadas a aprovação, por plebiscito, mediante convicção pelo Poder Legislativo,

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inclusive por iniciativa de cinco por cento do eleitorado, nos termos do Art. 14 da

Constituição da República”.

Dessa forma, fica a critério da população e de incumbência do município, “aprovar”

ou não a permanência de uma atividade impactante ao meio ambiente municipal, ou mesmo

de exigir as mínimas condições de convivência com tais atividades no espaço da cidade.

Para tal, é importante a participação das associações de moradores, que podem levar as

reivindicações dos moradores até o município e exigir melhores condições e adequação das

atividades que ocorrem nos bairros que compõem o município de São Gonçalo. A Lei

Orgânica estabelece o zoneamento e o uso do solo e coloca no Art. 120 - “As alterações no

zoneamento serão precedidas de consulta à população interessada através de audiências

públicas e mediante quórum de dois terços dos vereadores”.

O zoneamento do município de São Gonçalo precisa de uma adequação maior a

realidade dos seus moradores e as atividades que nele ocorrem para que possa haver uma

gestão ambiental que garanta qualidade de vida para os habitantes locais. Para que isso

ocorra, devem-se buscar mudanças em conjunto entre a sociedade e a Prefeitura na

elaboração de um Planejamento Urbanístico que esteja de acordo com o espaço da cidade e

com seus respectivos usos. As leis existem, mas sem uma definição específica e tornam

vagas no aspecto de critérios importantes e por isso são flexíveis demais.

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2- Os Problemas Socioambientais e a Importância da Educação Ambiental

O problema da sociedade contemporânea é a maneira como interage ou se

relaciona com a natureza. Essa relação sociedade/natureza tem a trajetória ideológica,

firmada nas revoluções tecnológicas ao longo de um tempo histórico, que contribuiu

para a evolução de um sistema baseado no amplo fluxo de capital, postulando mudança

de paradigma sob a forma de uma sociedade consumista e pouco preocupada com a

preservação ambiental. Nessa concepção a natureza era vista pelo ângulo da servidão,

ou seja, servir uma sociedade em ascensão, dispondo dos recursos necessários para a

criação de novas tecnologias e riquezas, inaugurando uma fase de uso intenso dos

recursos naturais para abastecer a indústria e a população.

Os conflitos socioambientais na verdade traduziam a base de sustentação do

padrão produtivo, no qual o consumismo se tornou parte da cultura a nível global. Isso

gerou a difícil analogia entre crescimento e sustentabilidade, sendo os problemas

ambientais uma concepção inerente à dinâmica social estabelecida sobre a natureza. O

crescimento econômico e a tecnologia não devam ser vistos de forma negativa, a

sociedade evolui e precisa evoluir, mas o que preocupa é a forma como se propaga e a

que custo.

No paradigma atual, se aposta sempre no crescimento econômico como

resolução dos problemas socioambientais decorrentes do próprio

economicismo. A racionalidade econômica, que, por muito tempo, ignorou os

problemas ambientais, mais recentemente tem tentado incorporar a destruição

da natureza nos preços dos produtos, mas sem o estabelecimento de uma

escala para o crescimento da economia – que historicamente desconsidera os

limites biofísicos. (Alier, 2007, p. 22-26)

A política globalizada criou o modelo produtivo conflituoso, sobretudo no viés

consumista, com o marco histórico no sistema fordista, fundamentado na superprodução

que gerou uma crise econômica. Para superar o chamado “fracasso” do modelo a

sociedade foi estimulada a consumir para garantir a estabilidade da economia. Um dos

resultados consistiu no montante de resíduos, o lixo, desencadeando o novo dilema, a

gestão desses resíduos, especialmente pelos impactos que gerados na sociedade e na

natureza. O lixo provocou não apenas problemas relacionados à poluição visual, do ar,

contaminação do solo e das águas, mas tive influência direta e negativa na vida humana.

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Ficou a princípio acumulado nos lixões causando catástrofes, doenças, depreciação da

paisagem natural e implicou ao Estado o desenvolvimento de planejamentos sanitários e

programas de gestão e gerenciamento. Levando ao reconhecimento da importância de

diversos atores sociais como corresponsáveis e a promoção de ações educativas que

contribuíssem para mudanças de valores e hábitos.

Para Reigota (2007, p. 43-50) a educação ambiental é a proposta de uma ação

que vai além da conscientização das pessoas sobre o uso racional dos

recursos naturais. Trata-se da participação da sociedade nas questões

ambientais em discussões e decisões sobre o futuro do planeta. Essa

educação, porém, difere da que conhecemos da prática pedagógica ainda

utilizada em larga escala nas escolas como, por exemplo, a transmissão de

conhecimentos sobre ecologia. O autor afirma que para o cidadão consiga

colaborar com alternativas ambientalistas, é necessário que este consiga

estabelecer um diálogo entre as gerações, culturas e hábitos diferentes.

Conforme informações obtidas no site do Conselho Nacional do Meio

Ambiente-COMANA, a educação ambiental foi institucionalizada pela Lei 9.795/1999

de Educação Ambiental que – “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política

Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências – Data da Legislação:

27/04/1999 – Publicação DOU, de 28/04/1999”. E a partir de então se incorpora uma

série de ações e estratégias de conscientização da sociedade para a manutenção da vida

e a preservação do ecossistema, no contexto de reflexões sobre as práticas sociais e a

degradação ambiental. O grande desafio pautou-se em desenvolver uma visão mais

ampla nos seus níveis formal e informal, integrando várias áreas de conhecimentos e

diferentes, numa perspectiva interdisciplinar. Buscando também um viés sociopolítico,

econômico e cultural para dar suporte ao senso crítico a sociedade, levando-a a cobrar o

desenvolvimento de leis, o seu cumprimento e a acompanhar a aplicação.

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2.1- Aspectos legais na Gestão dos Resíduos Sólidos

Na verdade a preocupação com as questões ambientais são prioridades

relativamente novas que só foram incorporadas no Brasil no início da década de 1990

por alguns governos municipais. A partir de então houve a preocupação com programas

sanitários, tratamento e destinação do lixo, igualmente com os impactos causados ao

meio ambiente. Os Municípios passaram a ter interesse na organização dos serviços de

limpeza pública e coleta, transporte e depósito dos resíduos sólidos, mas a carência de

financiamentos gerou a gestão integrada com a União e os Estados e o estabelecendo

normas e diretrizes.

O tema sustentabilidade ganhou foco nos discursos políticos e nas corporações

empresariais, o paradigma em questão era o “o futuro em risco”. Multiplicaram-se as

práticas sociais de direito de acesso à informação e à educação ambiental como

perspectiva integradora e a proposta de crescimento econômico e sustentabilidade para

garantir que as gerações futuras pudessem ter acesso aos recursos naturais, com a

perspectiva de ação integrada homem, natureza e o universo. O ponto principal foi

incutir a visão ideológica do esgotamento dos recurdos naturais apontando o homem

como principal responsável.

A visão de preservação se baseou não somente em garantir a sobrevivência de

determinadas espécies animais, vegetais e os recursos naturais, foram consideradas

prioritárias as relações culturais, as relações econômicas e políticas. Entendida como

educação política, no sentido que reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça

social, cidadania, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. Foram

preconizadas ações alternativas numa perspectiva de desenvolvimento com ênfase na

sustentabilidade.

As políticas públicas ganharam extrema seriedade e foram formulas leis,

decretos e resoluções. Podemos destacar a Legislação ambiental que insere a

Constituição Federal do Brasil/1988 (artigo 225); a Política nacional do meio ambiente

(Lei federal 6938/1981); Recursos Hídricos (Lei Federal 9.433/1997); Educação

Ambiental (Lei Federal 9.795/1999); Unidades de Conservação (Lei Federal

9.985/2000); Crimes ambientais (Lei Federal 9605/1998); Licenciamento ambiental e

EIA/RIMA (Resolução CONAMA 237/1997 e 01 /1986); Resíduos de serviço de saúde

(Resolução CONAMA nº 358/2005 e Resolução RDC nº 306/ 2004 da ANVISA);

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Padrões de Potabilidade (Portaria 518/2004 Ministério da Saúde); Padrões de Qualidade

de água (Resolução CONAMA 274/2000, 357/2005, 430/2011) e a Política Estadual de

Resíduos Sólidos, (Lei 4191/03). Informações obtidas através de pesquisas no Site

www.ppgea.ufsc.br/docs/EditalPPGEA%20Mestrado2012.pdf (07/06/2012).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi estabelecida para determinar o

tratamento adequado dos resíduos sólidos, os locais apropriados para a sua deposição e

manutenção. Igualmente foram tomadas providências para a criação de aparelhamento

jurídico para a regulação dos resíduos como proposta de lei desenvolvida em

consonância com a Política Nacional de Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, de

Saneamento e de Saúde, tendo como objetivo os princípios, os fundamentos, as

diretrizes e instrumentos para os planos e programas dotados.

De acordo com site http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/politica-

nacional-de-residuos-solidos-e-sancionada (08/05/2012). O novo Programa Nacional de

Resíduos Sólidos regulamentou a necessidade de informações as leis específicas sobre o

tratamento e o aproveitamento dos resíduos, que deve desenvolver trabalhos de

reciclagem e reaproveitamento do lixo, acompanhados de programas sociais para os

catadores e sistemas de cooperativas. Do mesmo modo foram feitas especificações

sobre os tipos de resíduos e os cuidados a serem tomados conforme a Norma Brasileira

NBR 10004 de 1987 de resíduos sólidos.

Segunda edição:31.05.2004/Válida a partir de 30.11.2004, pág. 1.

“aqueles resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de

atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles

gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso

soluções técnicas e economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia

disponível”.

Referente a dois artigos oriundo do livro do professor Dr. Paulo Santos de

Almeida retirados de pesquisas no site: stoa.usp.br/.../resenha1+trabalho+1+de+SMC+-

+professor+Paulo+Al... (06/06/2012). As normas da NBR (2009) classificam os

resíduos sólidos por classe. Classe I – resíduos perigosos – inflamáveis, corrosivos,

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reativos, tóxicos ou patogênicos. Classe II – resíduos não inertes – combustíveis,

solúveis e biodegradáveis. Classe III – resíduos inertes – não oferece risco à saúde ou ao

meio ambiente.

O Programa Nacional de Resíduos Sólidos foi criado com a função de reunir

leis, princípios, instrumentos e diretrizes para a elaboração do plano nacional, estadual,

regional e municipal, voltados para a gestão dos resíduos e a formulação de ações

corporativas integradas ao setor produtivo e a sociedade com o objetivo de tentar

amenizar os problemas socioambientais. Igualmente se estabeleceu a responsabilidade

de tratamento dos resíduos sólidos de forma abrangente, de acordo com a lei, que

institui a responsabilidade sobre o lixo que vai desde o fabricante até o consumidor final

e perpassa pelos órgãos públicos e entidades privadas. Formulou ainda um viés

referente à logística reversa, que é um conjunto de ações e estratégias que viabilizam

todo o ciclo que facilita o trabalho dos gestores.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – COMANA (2009) relacionou alguns

parâmetros importantes que regulamentam a gestão dos resíduos sólidos, nos quais

como podemos destacar no quadro abaixo algumas Resoluções que nortearam o

gerenciamento.

Nº 404/2008 Estabelece os critérios para licenciamento de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos urbanos – Data da Legislação: 11/11/2008 – Publicação DOU nº 220, de 12/11/2008, pág. 93.

Nº 358/2005 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde – Data da Legislação: 29/04/2005 – Publicação DOU nº 084, de 04/05/2005, págs. 63-65.

Nº 316/2002 Dispõe sobre os procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos – Data da Legislação: 29/10/2002 – Publicação DOU nº 224, de 20/11/2002, págs. 92-95.

Nº 313/2002 Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais – Data da Legislação: 29/10/2002 – Publicação DOU nº 226, de 22/11/2002, págs. 85-91.

Nº 307/2002 Diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil – Data da Legislação: 05/12/2002 – Publicação DOU nº 136, de 17/07/2002, págs. 95-96.

Nº 275/2001 Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva – Data da Legislação: 25/04/2001 – Publicação DOU nº 117, de 19/06/2001, pág. 080.

Nº 001/1986 Critérios básicos de diretrizes gerais para Relatório de Impacto Ambiental – RIMA – Data da Legislação: 23/01/1986 – Publicação DOU, de 17/02/1986, págs. 2548-2549.

Fonte: www.mma.gov.br/port/conama/ www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm/www.mma.gov.br/ (06/06/2012)

informações também retidas do site: stoa.usp.br/.../resenha1+trabalho+1+de+SMC+-+professor+Paulo+Al...

Essas Resoluções acompanhadas das Normas Brasileiras (NBR´s) de

normatização técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) mostraram

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a dimensão político-institucional da sustentabilidade, a necessidade de organização

micropolítica e cidadania. A legislação significou um procedimento legal para a

cobrança dos deveres, a ordem e o controle. Entretanto, numa sociedade amplamente

consumista é quase ingênuo falar em sustentabilidade e consumo racional, pois a lógica

da satisfação se traduz nas necessidades estabelecidas pelo padrão cultural. Vivemos em

uma cultura que promove a produção acelerada e artificial, e a sociedade precisa de

certa forma acompanhar esses padrões que acabam dificultando o discurso de

racionalidade.

Segundo KNIGHT (Apud. BAUDRILLARD, 2003, p.68) “as necessidades

são o que de mais incógnito existe entre todas as incógnitas de que se ocupa a

ciência econômica”. Neste quesito, Abraham MASLOW (Apud. OTERO,

2006) desenvolveu uma pirâmide, onde as necessidades humanas encontram-

se organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia que vai das

necessidades mais primitivas (fisiológicas) às necessidades mais refinadas

(auto-realização), passando por necessidades intermediárias como as de

segurança, pertencimento social e estima.

Nesse sentido caminhos precisam ser percorridos, pois os procedimentos legais

ainda se esbarram no contexto do crescimento econômico no qual o país se encontra, e

os jogos de interesse do capital são as bases na economia neoliberal. Quando se trata da

questão de proteção ambiental, especialmente a respeito da gestão dos resíduos sólidos,

algumas considerações precisam ser feitas. A legislação necessita de sistematização

para concertar as falhas que comprometem seu cumprimento das leis, uma vez que

carece de explicitação e critérios. É latente a carência de políticas públicas específicas e

menos flexíveis, assim como informações do seu conteúdo, porque ainda se permite

especulações que burlam as leis, empobrecem a segurança jurídica e põem em

desequilíbrio os atos da administração pública e privada.

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3-Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e os Centros de Tratamento de Resíduos

O aterro sanitário foi selecionado como o local adequado para acondicionamento

final dos resíduos sólidos. Diferente dos lixões, onde o lixo é disposto a céu aberto, se

fundamenta em critérios de engenharia e normas operacionais específicas que permitem

maior controle de poluição ambiental e proteção da saúde pública. São administrados

pelos Centros de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTRs e Consiste em um conjunto

de tecnologias integradas em diferentes unidades de tratamento e gerenciamento.

Nos lixões os impactos são imediatos, o lixo coletado é transportado, geralmente

para locais afastados, e descarregado diretamente no solo sem nenhum tratamento,

provocando a depreciação da paisagem, a proliferação de animais, além do mau cheiro e

do risco que pode acarretar a saúde. Nos aterros sanitários o tratamento é baseado em

técnicas sanitárias que consistem na impermeabilização do solo, compactação e

cobertura diária das células de lixo em que cada camada é coberta com material especial

de alta densidade, os gases são coletados e tratados. O chorume é canalizado e levado

para redes de tratamento evitando a poluição o lençol freático.

A estrutura do aterro sanitário baseia-se no sistema de drenagem de efluentes

líquidos percolados, o chorume. Para evitar a contaminação do solo é usada uma

camada impermeável de polietileno de alta densidade - PEAD, sobre a camada

compactada de solo para impedir o vazamento de material líquido, o chorume é drenado

até uma rede de tratamento e reciclado. Os gases também são drenados de forma que

permita a coleta do biogás, composto por metano, gás carbônico, vapor d água, entre

outros, formados pela decomposição dos resíduos.

A empresa CTR-Alcântara que administra o aterro sanitário no bairro Anaia

Pequeno desenvolve um trabalho semelhante, com a recepção, tratamento e destinação

de resíduos sólidos urbanos, domiciliares e industrial classe II, de grandes geradores e

entulho proveniente de construção civil, unidade estação de tratamento de efluentes,

unidades de beneficiamento da construção civil e de tratamento de serviço de saúde,

sendo que o lixo hospitalar é tratado antes de chegar ao aterro pelas empresas

responsáveis que o incineram em máquinas especiais e somente as cinzas são

enterradas.

O aterro sanitário está localizado na Estrada do Anaia s/n, no distrito de Ipiíba,

município de São Gonçalo, abrange uma área de 1.471.765 m² e tem uma estimativa de

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tempo de duração de quinze anos. Foi projetado a princípio para ser instalado no bairro

de Santa Izabel, contudo não foi possível, depois nos bairros de Alcântara e Ipiíba. De

acordo com o engenheiro responsável foram feitos estudos de impactos ambientais nos

três bairros e o aterro acabou ficando no Anaia Pequeno.

A empresa administra centros de tratamento de chorume nos municípios de

Niterói e Itaboraí, aterros sanitários nos municípios de Nova Iguaçu, Barra Mansa,

Sepetiba e Seropédica, e um centro de tratamento de componentes eletrônicos no

município de Magé. Ainda está desenvolvendo um aterro sanitário controlado no lixão

de Itaoca, em São Gonçalo, que consiste em métodos de deposição final do lixo com a

utilização de reciclagem, incineração e compostagem, em que de forma apropriada as

sobras e refugos são processados. Na verdade trata-se de um tipo de lixão reformado,

reconhecido segundo as normas como o local adequado a destinação de resíduos,

contudo continua gerando problemas ambientais e contaminação o solo.

Não existe acordo de coleta seletiva entre o município e a empresa CTR-

Alcântara, que recebe o lixo do próprio município, mas através de acordos

intraempresariais. A coleta seletiva seria talvez a visão mais abrangente de educação

ambiental a princípio no bairro, ampliando-se para todo o município que apresenta

índices de extrema precariedade no sistema de saneamento básico, déficit no

abastecimento de água canalizada, falta de organização na coleta do lixo e vários outros

problemas infraestruturais.

O Centro de Convivência desenvolvido pela empresa faz alguns trabalhos de

educação ambiental e também é o local para cadastro de emprego, entretanto a

responsabilidade socioambiental é deve ser mais abrangente, envolve ações mais

integradas de conscientização, informação e coletividade. A quantidade de empregos

gerados é pequena, as atividades referentes à educação ambiental com reciclagem e

palestras são restritas e pouco divulgadas. Outro fator são os impactos ambientais,

inicialmente o aterro se instalou em áreas de pasto, porém está se expandindo em áreas

de vegetação nativa causando desmatamento. Existe o projeto de reflorestamento,

entretanto o local de replantio ficará a critério dos órgãos ambientais SEMA, INEA,

IBAMA e o CREMA que é o órgão do município de São Gonçalo, provavelmente serão

replantadas em outros lugares.

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3.1- Impasses da CTR-Alcântara com a População Local

A questão colocada pela população foi a não participação nos trâmites de

negociação para a localização do aterro sanitário, a notícia de sua instalação caiu como

uma “bomba” acompanhada do desconhecimento da diferença entre aterro sanitário e

lixão. Isso gerou insatisfação e receio da possibilidade de conviver com os aspectos

negativos acarretados por um lixão, como aconteceu no bairro Itaoca do mesmo

município, que o lixão gerou sérios problemas para a população local, depreciação da

paisagem, desvalorização dos imóveis e atraiu catadores de várias partes do município.

A notícia que o aterro sanitário seria implantado gerou muitas polêmicas,

protestos e ação jurídica. Os moradores baseados na Lei Municipal que proíbe a

implantação de aterros sanitários em áreas de conservação ambiental questionaram a

decisão da prefeitura e as entidades locais, Associação de Moradores do Recanto dos

Arcanjos e o Centro Pró-Melhoramento dos moradores do bairro Anaia Pequeno,

ingressaram uma ação popular na justiça contra a Central de Tratamento de Resíduos

Alcântara S/A, do grupo Haztec e contra a prefeitura para tentar impedir sua instalação.

Contudo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão do Governo do Rio de Janeiro

responsável pelo meio ambiente estadual, aprovou a implantação.

Os moradores alegam que o bairro Anaia Pequeno se tornou praticamente um

polo industrial, pois abriga quatro empresas diferentes, SUPERMIX, PREMIX, MIRAK

e Centro de Tratamento de Resíduos, que não trouxeram melhorias, ao contrário criaram

um cenário de total destruição ambiental e alto grau de incomodidade. A dificuldade

maior é fazer com que as leis sejam cumpridas e não fiquem apenas no papel, na prática

os interesses financeiros são mais importantes.

O aterro sanitário é um corpo estranho, já que é contraditório o bairro sofrer com

a coleta precária do lixo e problemas de saneamento básico enquanto os caminhões

trazem lixo de várias partes do município e de fora. A proposta apresentada foi que o

mesmo iria substituir o lixão de Itaoca, porém o lixão foi transformação em um aterro

sanitário controlado e o lixo continua acumulado, agora nos dois locais.

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3.2-Importância do Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos O principal objetivo do gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos

(GIRSU) é promover melhorias nas condições de saúde, focando no aspecto do bem

estar físico, social e mental da comunidade. É uma das ferramentas do saneamento

ambiental municipal para gestão que visa definir as tomadas de decisões e ações a nível

estratégico para o gerenciamento propendendo à operação do sistema de limpeza

pública. Essa tomada de decisão envolve estabelecer as condições políticas,

institucionais, legais, financeiras, sociais e ambientais que irão nortear o gerenciamento

do sistema de limpeza urbana, do mesmo modo, faz à análise dos aspectos tecnológicos

e operacionais que determinarão o programa de redução na fonte ou implantação de um

aterro de deposição de resíduos, os fatores administrativos, econômicos, sociais e

demais imprescindíveis à gestão.

O sistema de gerenciamento é composto por etapas abarcando o

acondicionamento que envolve as características quantitativas e qualitativas; a coleta

seletiva e transporte que é o processo em que acontece a transferência dos resíduos para

os locais de armazenamento ou processamento; e a fase de reaproveitamento, tratamento

e destinação final dos resíduos que engloba a coleta seletiva, a reciclagem, a

reutilização, recuperação e tratamento da fração orgânica por processos biológicos.

O Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos abrange a articulação de

todos os setores envolvidos, sendo primordial a participação cooperativa e ativa do

primeiro, segundo e terceiro setor, concomitantemente, governo, iniciativa privada e

sociedade civil organizada. Um dos critérios estabelecidos é o fechamento de todos os

lixões até o ano de 2014 para sanar os impactos socioambientais, utilizando os aterros

sustentáveis como alternativa tecnológica para atender, sobretudo os municípios de

pequeno porte, segundo suas peculiaridades ambientais, sociocultural, política,

econômica e financeira. É uma opção voltada para a deposição final dos resíduos

através do desenvolvimento de técnicas de manejo ambiental; capacitação técnica das

equipes responsáveis pelo projeto, operação, monitoramento e encerramento do aterro;

geração de emprego e renda; custos ajustados à realidade socioeconômica dos

municípios com efetivo envolvimento dos atores políticos e institucionais e da

população local.

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Mesmo sendo uma técnica viável o aterro sanitário não é ainda a estratégia que

abarca todos os critérios de sustentabilidade, uma vez que não atende eficazmente as

questões ambientais, socioculturais e econômicas. O lixo não é reaproveitado ou

reciclado, já que isso demanda investimentos não atraentes aos grandes empresários

mais interessados nos lucros imediatos do que nos custos. A geração de riqueza é muito

pequena e, além disso, os aterros sanitários vêm perdendo em ritmo acelerado a

capacidade de armazenamento. A forma correta seria que somente os rejeitos, lixo que

não pode ser reciclado ou reaproveitado, fossem encaminhados para os aterros sanitários

e os resíduos sólidos fossem reciclados, reaproveitados e usados para gerar energia.

É função dos municípios elaborar planos de resíduos sólidos para trabalhar a

reciclagem como estratégia positiva para gerar lucro, empregos, amenizar os impactos

ambientais e formar consciência ecológica. Isso suscitaria benefícios como a diminuição

da poluição do solo, da água e do ar, melhorias na limpeza urbana e na qualidade de

vida para a população, prolongaria a vida útil dos aterros sanitários, diminuiria o uso de

matéria-prima, estimularia a comercialização de produtos reciclados.

Segundo Dias (2005, p. 205) o plano para gestão se processa com a logística

reserva que é o gerenciamento do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros

materiais, que vai desde o consumo ao local de origem ou deposição final com menor

risco ambiental. Envolve o processo entre fornecedores, indústrias e cliente/consumidor,

da produção, comercialização, consumo e o seu retorno de todo o procedimento através

da reciclagem e reutilização. O esquema abaixo mostra, de forma simplificada, a

logística reversa nas etapas de reciclagem e reutilização do lixo.

Fonte: www.anamma.com.br/imagens_conteudo/.../Joaquim_MMA_RS.pdf (08/06/2012)

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De acordo com informações obtidas no site: Ecologia do Lixo-

360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=27178&action(01/06/2012). Se o Brasil

transformasse seu lixo em energia, conseguiria implantar cerca de 750 usinas, que

forneceriam energia para aproximadamente 22,5 milhões de habitantes, que poderia

iluminar casas, ser utilizada pelas indústrias, ativar e mover carros. A energia gerada

pelo lixo seria positiva para a economia do país, não apenas em relação ao corte de

gastos, mas como fonte de energia que captaria mais recursos. Além disso, constituiria

uma alternativa viável para substituir os combustíveis fósseis e uma opção para reduzir

a emissão de gases que provocam o efeito estufa. Segundo pesquisadores do Instituto

Virtual Internacional de Mudanças Climáticas (IVIG) o país ainda arrecadaria cerca de

U$ 100 milhões por ano com a venda de créditos de carbono.

Podemos citar como exemplo o aterro sanitário no bairro de Perus, às margens

da Rodoviária Bandeirantes, em São Paulo, que faz a captação e uso de metano.

Aterro Sanitário de Bandeirantes (SP) - Comercialização de créditos de carbono ou redução certificada de emissões

(RCE). Fonte: sites hfc.com.br / agendasustentavel.com.br / infoescola.com / (04/06/2012)

Conforme informações do site: newperus.blogspot.com/2008/10/aterro-sanitrio-

bandeirantes.html (04/06/2012) esse aterro consegue captar acima de 75% dos gases

emitidos, que alimentam uma usina de geração de energia e com esse trabalho a

prefeitura de São Paulo conseguiu o equivalente a 800 mil toneladas de crédito de

carbono de acordo com as normas do Protocolo de Quioto, rendendo cerca de R$ 40

milhões para os cofres municipais. Se bem empregada à renda originada tanto da

geração de energia quanto com a reciclagem poderia ser mais uma ferramenta a ser

empregada para benefício social e uma forma de crescimento sustentável.

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Conclusão

A atual preocupação da sociedade é desenvolver técnicas de produção e mudar a

cultura de consumo exacerbado para garantir que as gerações futuras tenham acesso aos

recursos naturais. Nesse propósito o aterro sanitário é o melhor procedimento para

disposição final dos resíduos sólidos, no entanto não é a estratégia mais eficaz para

resolver o problema do lixo cuja acumulação vem gerando conflitos socioambientais,

políticos, econômicos e financeiros. Faz-se necessário abolir a ideia de lixo como algo

descartável, sem valor comercial e direcionar investimentos para projetos de caráter

realmente sustentáveis que respeitem o meio ambiente. Os municípios desenvolvem a

gestão dos resíduos sólidos buscando somente acabar com os lixões, deixando de lado

os fatores sociais e ambientais de extrema importância.

Uma das grandes dificuldades é o planejamento, no qual consiste estabelecer os

critérios de zoneamento urbano, o local apropriado para a instalação dos aterros

sanitários, respeitando regras como, distância das redes hídricas, das áreas de

preservação ambiental, cuidados para a não poluição do solo e a classificação dos

resíduos perigosos ou nocivos à saúde das pessoas. Além disso, devem desenvolver

projetos de reaproveitamento e reciclagem do lixo, programa de educação ambiental

junto à coleta seletiva. Esses princípios estão baseados no plano de gerenciamento

integrado, conforme a legislação vigente, para o tratamento de forma verdadeiramente

ecológica.

Outro fator é que as tomadas de decisões precisam envolver o social, permitindo

que a população participe, visto que o acúmulo de lixo é uma construção cultural de

uma política consumista que precisa ser revista. Nesse sentido, a empresa CTR-

Alcântara, os representantes da prefeitura e o próprio Inea deixaram a desejar no caso

do aterro sanitário do bairro Anaia Pequeno, pois na urgência de resolver a questão

problemática do lixão de Itaoca não fizeram um planejamento para a localização do

aterro, que se instalou em área de proteção ambiental, causou impactos sociais; faltou

um projeto de educação ambiental mais abrangente integrando a coleta seletiva,

reciclagem e reaproveitamento do lixo.

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1998. p.43-50.

Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Lei Nº 12.305, de 2 De Agosto de 2010. www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/.../lei/l12305.htm (03/03/2012

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Anexo 1

Reportagens da internet

PROTESTO FECHA RJ 106 EM 20/11/2009 PROTESTO DOS MORADORES DO BAIRRO ANAIA EM SÃO GONÇALO FECHOU A RJ 106 NA ALTURA DO ARSENAL. O PROTESTO FOI CONTRA A CONSTRUÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO NO BAIRRO ANAIA

CTR Alcântara em São Gonçalo sofre revés na justiça e recorre ao TJ que suspende decisão que impedia a instalação de aterro 16/05/2011 | Notícias | 1 comentário - www.mafiadolixo.com/.../ctr-alcantara-de-sao-goncalo-sofr... (ACESSADO 13/09/2011)

O administrador Enio Noronha Raffin, editor do site Máfia do Lixo, tem acompanhado as instalações polêmicas de aterros sanitários em municípios brasileiros. Em 21 de março desse ano a Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e o Centro Pró-Melhoramentos dos Moradores do Bairro Anaia Pequeno, entidades com sedes no município de São Gonçalo, ingressaram com uma ação popular na Justiça do Rio de Janeiro contra a empresa privada Central de Tratamento de Resíduos Alcântara S/A, do grupo Haztec, e a Prefeitura de São Gonçalo (RJ), cujo objeto visa impedir a construção de aterro sanitário no bairro gonçalense de Anaia Pequeno. Após quarenta dias de tramitação da referida ação popular (Processo No. 1620475-11.2011.8.19.0004) na Justiça do Rio de Janeiro, o juiz da 1ª Vara Cível do município de São Gonçalo, Jorge Jansen Counago Novelle concedeu, em 03 de maio de 2011, liminar impedindo a instalação do polêmico aterro sanitário privado. A Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e o Centro Pró-Melhoramentos dos Moradores do Bairro Anaia Pequeno questionam os procedimentos tomados pelo Município de São Gonçalo, os quais favorecem a instalação do aterro sanitário privado, contradizendo inclusive a própria Lei Orgânica Municipal. A Lei Municipal no. 7/2005 de São Gonçalo proíbe a implantação de aterros sanitários em Anaia Pequeno, Ipiíba, Barracão, bairros que integram uma área de conservação ambiental. A área em que a Central de Tratamento de Resíduos Alcântara S/A, do grupo Haztec, deseja instalar o aterro sanitário é rica em espécies nativas, como o pau-brasil e o jequitibá, possuindo ainda o local várias nascentes. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão do Governo do Rio de Janeiro responsável pelo meio ambiente estadual, afirma que o CTR Alcântara recebeu a licença prévia (LP) em fevereiro desse ano. A empresa do grupo Haztec responsável pelo empreendimento requereu no final de março desse ano a concessão da Licença de Instalação (LI), visando cumprir a segunda fase do processo de licenciamento do aterro sanitário. A empresa Central de Tratamento de Resíduos Alcântara S/A após ter sido notificada da decisão do juiz Jorge Jansen Counago Novelle, acabou usando de recurso junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O Agravo de Instrumento, Processo No: 0022230-51.2011.8.19.0000, tramita na 1ª. Câmara Civil, e tem por relatora a desembargadora Vera Maria Soares Van Hombeeck. Na última sexta-feira, 13 de maio de 2011, a desembargadora Vera Maria Soares Van Hombeeck deferiu o pedido da empresa Central de Tratamento de Resíduos Alcântara

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S/A, concedendo “efeito suspensivo” da decisão do juiz Jorge Jansen Counago Novelle. Em outras palavras a desembargadora Van Hombeeck cassou a liminar que proibia a instalação do polêmico aterro sanitário privado do grupo Haztec no município de São Gonçalo. A relatora do Processo No. 0022230-51.2011.8.19.0000, desembargadora Vera Maria Soares Van Hombeeck, determinou ainda que os agravados, Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos, Centro Pró-Melhoramentos dos Moradores do Bairro Anaia Pequeno e Município de São Gonçalo, se manifestem. Cabe recurso da decisão da relatora. Tudo aponta para a continuidade da “batalha judicial” promovida pelas entidades, Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e Centro Pró-Melhoramentos dos Moradores do Bairro Anaia Pequeno, contra o poderoso grupo Haztec. Em abril desse ano a presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, afirmou que a empresa Central de Tratamento de Resíduos Alcântara S/A “vem cumprindo todas as exigências determinadas pelo órgão”. E mais, “analisamos o Plano Diretor e o aterro no Anaia é legal”, e que o mesmo trará “melhorias para o bairro”, disse a presidenta do Inea naquela oportunidade. Ora, com o Processo No. 1620475-11.2011.8.19.0004 ainda tramitando na 1ª Vara Cível do município de São Gonçalo, o qual ainda não foi sentenciado pelo juiz Jorge Jansen Counago Novelle, quem vai dizer se a instalação do aterro sanitário é “legal” ou “não é legal” é a Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Entendo que o Inea está impedido de liberar novas licenças ambientais para esse empreendimento privado, até o trânsito em julgado de sentença da ação popular da Associação de Moradores do Recanto dos Arcanjos e do Centro Pró-Melhoramentos dos Moradores do Bairro Anaia Pequeno. Os moradores de São Gonçalo podem tomar como exemplo as decisões de órgão ambiental do Paraná, que durante anos deixou de liberar as licenças ambientais para um aterro sanitário privado, em face da tramitação de uma ação popular ingressada por duas entidades paranaenses. Em São Gonçalo essa semana está prevista novas reuniões das entidades com os seus procuradores advogados tendo por objetivo consolidar novas estratégias contra a instalação do aterro sanitário CTR Alcântara. Um novo aterro sanitário não traz melhorias para o bairro de Anaia, tal afirmação pode ter eco nas vozes dos moradores vizinhos de Anaia, aqueles cidadãos que vivem no entorno do atual lixão da Prefeitura de São Gonçalo, e que durante anos e anos são castigados com o fedor do lixo municipal. Dá para imaginar que o CRT Alcântara, em tese se vier a operar, não vai ficar recebendo somente o lixo de São Gonçalo. Esse tipo de empreendimento visa o lucro e com toda a certeza, ali adiante, o aterro sanitário estará recebendo resíduos sólidos urbanos de outros municípios cariocas. Ou estou errado

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Anexo 2

Fotos do Aterro Sanitário:

Manta impermeável de polietileno de alta densidade – PEAD, cobertura do solo com argila.

Reservatório do chorume.

Sistema de canalização e deposição do chorume.

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Drenagem do chorume e bombeamento.

Separação do material sólido e filtragem (uso de brita e a BEG).

Centro de tratamento do chorume.

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Anexo 3