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Universidade do Estado do Par Centro de Cincias Naturais e Tecnologia Curso de Graduao em Engenharia de Produo

Herbert De Souza Tavares

Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao Voo.

Belm 2011

Herbert de Souza Tavares

Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao Voo

Trabalho de Concluso de Curso como prrequisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho

Belm 2011

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP), Biblioteca do Centro de Cincias Naturais e Tecnologia, UEPA, Belm - PA. T231u Tavares, Herbert de Souza

Uso da gesto do conhecimento e tecnologia da informao como ferramenta no setor de manuteno de um rgo de proteo ao voo / Herbert de Souza Tavares; Orientao Hlio Raimundo Ferreira Filho. -- Belm, 2011. 62 f. : il.; 30 cm. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia de Produo) Universidade do Estado do Par, Centro de Cincias Naturais e Tecnologia, Belm, 2011. 1. Gesto do conhecimento. 2. Tecnologia da informao. 3. Espao areo. I. Ferreira Filho, Hlio Raimundo. II. Ttulo. CDD 658.4038

Herbert de Souza Tavares

Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao como Ferramenta no Setor de Manuteno de um rgo de Proteo ao Voo

Trabalho de Concluso de Curso como prrequisito para a obteno de grau de Engenharia de Produo pela Universidade do Estado do Par. Orientador: Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira Filho

Data de aprovao: / /

Banca Examinadora

_____________________________________ - Orientador Prof. Dr. Hlio Raimundo Ferreira FilhoDoutor em Cincia da Gesto Universit Pierre-Mends-France

_____________________________________ Professor:

_____________________________________ Professor:

DEDICATORIA

Este trabalho dedicado a todas as pessoas que de alguma forma contriburam para a concluso desta jornada, famlia, amigos, parentes e tantas outras que nunca se deram conta da sua influencia. Em especial ao meu pai Vitor Duarte Tavares que sempre me orientou nos caminhos do estudo, e incansavelmente, rigorosamente e insistentemente deixou essa ideia bem clara.

AGRADECIMENTOS

Desejo agradecer primeiramente a minha famlia que sempre garantiu o apoio necessrio para tornar possvel os meus estudos. Minha esposa Roselma que sempre esteve disponvel a me ajudar, inclusive estudando comigo assuntos que nada tm a ver com sua rea profissional, somente para me ajudar com trabalhos e provas da faculdade, e ajudando at em resumos de livros que serviriam de assunto para prova. Minhas filhas Ingrid e Isis que me serviram de fonte de inspirao eu buscar o meu melhor, me acompanhando as vezes nos meus estudos querendo assistir comigo algum filme infantil ou querendo brincar com joguinhos virtuais. Aos meus pais que desde criana me apoiaram e mostraram o caminho correto rumo a uma vida digna atravs dos estudos e bons valores. Tambm agradeo aos meus amigos do trabalho que sempre estiveram dispostos a me ajudar onde por muitas vezes trocaram comigo o servio s para que eu pudesse ir a aula, e um agradecimento em especial aos meus amigos de trabalho, Roberto e Melo que foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho, onde me iniciaram na atividade de Webdesigner. Aos meus sogros que sempre estiveram disponveis para cuidar das minhas filhas quando necessrio minha ausncia. Aos meus amigos de turma que deram sua ajuda a minha jornada, tirando duvidas, ou estudando juntos nas provas, em especial meu amigos de equipe Lauro Romo e Denize Baia, onde tivemos que nos aturas em vrios trabalhos acadmicos em quase cinco anos de convivncia, e apesar do nosso grupo ser reduzido sempre conseguimos terminar nossas tarefas, algumas at com louvor e outras nem tanto, mas que nos trouxeram grandes lies como fazer backup de nossos trabalhos, por exemplo. Aos meus amigos Trcio e Rodrigo que foram fundamentais para formatao deste trabalho. E finalmente, porm principalmente a Deus que sem o mesmo nada eu seria e nem teria, e sempre nele que busco foras quando o fardo se torna demasiado pesado.

Sabemos mais do que podemos dizer Michael Polanyi

RESUMO

Pesquisa realizada sobre os conceitos e aplicabilidades da Gesto do Conhecimento e sua viabilidade de implementao atravs da Tecnologia da Informao sendo esta usada como ferramenta prtica, no apoio ao setor de manuteno de um rgo governamental responsvel pela proteo ao espao areo da cidade de Belm-PA. O trabalho busca identificar quais teorias da Gesto do Conhecimento podem ser utilizadas no local em estudo levando em considerao a infraestrutura e familiarizao dos usurios com a Tecnologia da Informao, buscando nesta, elementos que sejam adequados como ferramenta de trabalho equipe de manuteno. Para o desenvolvimento do estudo de caso utilizou-se os conceitos dos Portais Corporativos do Conhecimento, porm somente as caractersticas que se mostraram possveis de serem implementadas. Como resultado da investigao se concluiu que um Site do Conhecimento que rena informaes essncias ao desenvolvimento das atividades do local em estudo, que armazene novos conhecimentos e os ajude a serem compartilhados seria o ideal. Desta forma o site foi desenvolvido e se demonstrou totalmente vivel em vrios aspectos, fato que o torna possvel de ser utilizado e com potencial de grandes benefcios.

Palavras-chave: Gesto do Conhecimento. Tecnologia da Informao. Manuteno. Portais Corporativos. Espao Areo

ABSTRACT

Research realized about concepts and applicability of knowledge management and your viability of implementation through the Information Technology which is used as a practical tool to support the maintenance sector of a government agency responsible for protecting the airspace in Belem-PA city. The work seeks to identify which theories of knowledge management can be used on-site in study taking into account the infrastructure and users' familiarity with Information Technology, seeking this, elements that are appropriate as a tool for maintenance team. To develop the case its used the concepts of Enterprise Knowledge Portals, but only the features that is possible to be implemented. As a result of the investigation was concluded that a Site of Knowledge which gathers essential information to the activities of the local in study, that capture news knowledge and can be shared would be ideal. Thus the site was developed and shown entirely feasible in many ways, a fact that makes it possible to use and with great potential benefits.

Keywords: Knowledge Management. Corporate Portals. Airspace.

Information

Technology.

Maintenance.

SUMRIO CAPTULO 1 INTRODUO ................................................................................. 13 1.1 CONSIDERAOES INICIAIS .............................................................................. 13 1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA ............................................................................ 14 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15 1.4 OBJETIVO .......................................................................................................... 16 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16 1.4.2 Objetivos Especficos .................................................................................... 16 1.5 DELIMITAES DO TRABALHO ....................................................................... 17 CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO ............................................................... 19 2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO..................................................................... 19 2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO. .......................................................... 21 2.2.1 Dado. ............................................................................................................... 21 2.2.2 Informao. ..................................................................................................... 21 2.2.2.1 Componentes da Informao ........................................................................ 21 2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade....................................................................... 22 2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao. ........................................................ 23 2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao. ................................................................ 24 2.2.2.1.4 Iniciao ..................................................................................................... 24 2.2.2.1.5 Contgio ..................................................................................................... 25 2.2.2.1.6 Controle ...................................................................................................... 25 2.2.2.1.7 Integrao .................................................................................................. 25 2.2.2.1.8 Administrao ............................................................................................. 25 2.2.2.1.9 Maturidade ................................................................................................. 26 2.2.3 Conhecimento................................................................................................. 26 2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO. .................................................................... 27 2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento.............................................. 29

2.3.1.1 Socializao .................................................................................................. 30 2.3.1.2 Externalizao ............................................................................................... 31 2.3.1.3 Combinao .................................................................................................. 31 2.3.1.4 Internalizao ................................................................................................ 32 2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento. .............................................. 33 2.3.3 TI: Fundamental para GC ............................................................................... 35 2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC ............... 36 2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES ....................................... 39 2.5.1 Manuteno Corretiva .................................................................................... 40 2.5.2 Manuteno Preventiva ................................................................................. 40 2.5.3 Manuteno Preditiva. ................................................................................... 41 CAPTULO 3 METODOLOGIA .............................................................................. 42 3.1 CLASSIFICAO ............................................................................................... 42 3.1.1 Do ponto de vista da Natureza ...................................................................... 42 3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao ............................................. 42 3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema ........................... 43 3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos .......................................................... 43 3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos .......................................... 44 3.2 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................... 44 3.2.1 Levantamento da Literatura .......................................................................... 44 3.2.2 Observaes ................................................................................................... 44 3.2.3 Entrevista ........................................................................................................ 44 3.2.4 Estudo sobre Webdesigner ........................................................................... 46 3.2.5 Desenvolvimento de um site ......................................................................... 46 CAPITULO 4 - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO........................................... 47 4.1 PREPARANDO O SITE DO CONHECIMENTO ................................................. 47 4.1.1 Recursos necessrios ................................................................................... 47

4.1.1.1 Ambiente ....................................................................................................... 47 4.1.1.2 Arquitetura ..................................................................................................... 48 4.1.1.2.1 4.1.1.2.2 4.1.1.2.3 Contedo ........................................................................................ 49 Contexto ......................................................................................... 49 Usurios ......................................................................................... 51

4.1.2 Software para Desenvolvimento ................................................................... 53 4.1.3 Requisitos de um Site do Conhecimento ..................................................... 54 4.1.3.1 Fcil para usurios eventuais. ....................................................................... 55 4.1.3.2 Classificao e Pesquisa intuitiva.................................................................. 55 4.1.3.3 Compartilhamento Cooperativo ..................................................................... 55 4.1.3.4 Conectividade universal aos recursos informacionais ................................... 56 4.1.3.5 Arquitetura baseada em servidor................................................................... 56 4.1.3.6 Definio flexvel das permisses de acesso ................................................ 57 4.1.3.7 Interfaces externas ........................................................................................ 57 4.1.3.8 Segurana ..................................................................................................... 57 4.1.3.9 Fcil administrao........................................................................................ 57 4.1.3.10 Personalizao ............................................................................................ 58 4.2 INSTALAO E CONFIGURAO DO SITE .................................................... 58 4.2.1 Preparao da Mquina. ................................................................................ 58 4.2.2 Primeira Implementao: Biblioteca Virtual ................................................. 60 4.2.3 Segunda Implementao: Ferramenta de Pesquisa .................................... 60 4.2.4 Terceira Implementao: Frum ................................................................... 61 4.2.5 Quarta Implementao: Registro de Falhas ................................................. 62 4.3 FINALIZAO DO SITE ..................................................................................... 65 CAPITULO 5 CONCLUSO .................................................................................. 67 REFERNCIAS ......................................................................................................... 71

TAVARES, Herbert de Souza. Uso da Gesto do Conhecimento e Tecnologia... 13

CAPTULO 1 INTRODUO 1.1 CONSIDERAOES INICIAIS Ao se utilizar os servios de uma companhia area, muitos so os componentes que integram o produto e todos eles so passivos de avaliao do cliente que busca total satisfao, desde o acesso a compra de passagens at o desembarque no local de destino. Porm nesse processo todo, a parte crtica e talvez a que gere mais expectativa para o cliente, que voar com segurana, no depende s da empresa, mas de inmeros rgos como a Agncia Nacional de Aviao Civil (ANAC), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia (Infraero) e a responsvel pelo controle e proteo do espao areo brasileiro o Departamento de Controle do Espao Areo (DECEA), que no somente tem a responsabilidade de organizar e fazer fluir o trfego de aeronaves civis, mas tambm resguardar a soberania do espao areo atravs do controle e monitorao de aeronaves militares. Com a incumbncia de gerenciar cerca de 8,5 milhes de m entre terras e mares, o DECEA no s atua no sentido de organizar a circulao de todas as aeronaves civis e militares do espao areo brasileiro desde a decolagem at o pouso, mas tambm fornece uma srie de informaes e procedimentos que aumentam a segurana e a eficincia dos servios aeronuticos, como cartas de navegao com as aerovias, dados meteorolgicos para aviao, informaes aeronuticas atualizadas constantemente que mostram a situao geral de aeroportos e aerovias, busca e salvamento em caso de sinistro, telecomunicaes aeronuticas que contam com tecnologia dos mais diversos tipos como satlites, fibra tica, RADAR entre outros, que garantem informaes em tempo real para a segurana de todo o processo e tambm o DECEA responsvel pela inspeo do prprio sistema de controle do espao areo onde aeronaves laboratrio fazem testes peridicos de procedimentos, desempenho da equipe de controle e tambm a preciso de diversos equipamentos de proteo ao voo. O controle do espao areo um prestao de servio que deve funcionar ininterruptamente, afinal a qualquer hora do dia existem aeronaves se deslocando pelos mais diversos pontos do pas, alm do que a preciso nas informaes de vital importncia, pois um detalhe por menor que seja, caso no esteja correto pode ser a diferena entre um voo tranquilo ou centenas de vidas

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perdidas. Os equipamentos de proteo ao voo tem um papel fundamental no desenvolvimento deste processo, por poderem ser captadores e disseminadores de informaes que demonstram o status de cada aeronave bem como fornecer s mesmas, dados que auxiliam os pilotos em seus trajetos. Diversos so estes equipamentos existentes no sistema de controle do espao areo brasileiro, como rdios comunicadores, instrumentos de apoio ao pouso, os chamados Instrument Landing System (ILS) que auxiliam os pilotos dando o ngulo e a velocidade ideais para um pouso seguro mesmo nas mais precrias condies visuais, sistemas de radiodeterminao onde so utilizados radares que fornecem as coordenadas, altitude e identificao de cada aeronave. Nesse contexto necessrio que esses equipamentos tenham um tempo de parada para manuteno o mnimo possvel, pois apesar das manutenes preventivas e da utilizao de redundncia nos sistemas (equipamentos sempre funcionam aos pares, caso um apresente defeito o outro continua a operao sem interromp-la) inevitvel que existam problemas que interrompam o sistema parcialmente ou totalmente, muitas das vezes por surtos no fornecimento de energia, descargas atmosfricas ou o simples degaste de algum componente, nessa ocasio uma manuteno corretiva e necessria e o restabelecimento do equipamento deve ser dado o mais rpido possvel sob risco da segurana dos voos serem afetadas. Sobre essa tica que a aplicao do estudo de Gesto do Conhecimento (GC), com a utilizao da Tecnolgica da Informao (TI), como ferramenta indispensvel para otimizao e reduo do tempo das manutenes dos equipamentos de proteo ao voo num rgo subordinado ao DECEA, no caso do estudo em questo o mesmo localizado em Belm, capital. O rgo um dos principais responsveis pelo controle do espao areo da regio Amaznica e principal ponto de ligao por via area de Belm a outros estados e pases.

1.2 EXPOSIO DO PROBLEMA Muitas atividades profissionais requerem um nvel de eficincia o mais prximo possvel da eficincia total, no pelo objetivo do lucro financeiro mximo, mas sim por existirem vidas em jogo. Os rgos de controle do espao areo tem a tarefa de garantir a segurana de todo o sistema de transporte aeronutico, e um setor crtico destas instituies o da manuteno, pelo fato de garantir que os equipamentos que do suporte a navegao area estejam sempre em bom

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funcionamento para que todo o processo desde o embarque ate o pouso das aeronaves sejam feitas no maior ndice de segurana possvel. Muitos trabalhos tm relatado que para qualquer empresa seja ela pblica ou privada, o conhecimento o bem mais valioso nos dias de hoje e capaz de realizar as maiores transformaes num ambiente organizacional. No entanto somente nos ltimos anos que tm surgido, aplicaes prticas da GC em ambientes organizacionais e quase todas elas utilizando recursos computacionais para tal. Ento surge a questo seria possvel inserir uma dessas ferramentas da GC em um setor com necessidade de aprendizado como o de manuteno, sendo que para isso se utilize recursos da TI disponveis no local?

1.3 JUSTIFICATIVA Na manuteno de equipamentos de proteo ao voo existe uma corrida contra o tempo para o restabelecimento dos mesmos quando interrompidos por motivo de avaria. Apesar de existir bastante conhecimento explcito sobre os equipamentos em forma de apostilas e manuais tcnicos que mostram como que o equipamento funciona e at possveis solues para alguns defeitos, nas manutenes que os tcnicos responsveis adquirem inestimvel conhecimento tcito que facilitar e tornar mais gil a recuperao do equipamento caso uma pane idntica ou semelhante venha a acontecer novamente, pois nessa experincia que ser aprendida uma ou mais solues para um problema especifico. Para Takeuchi e Nonaka (2008), o conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar, tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. O que mostra que apesar do grande conhecimento adquirido, cada tcnico guarda para si quase todo o conhecimento adquirido e com o passar do tempo torna-se uma valiosa fonte de conhecimento individual. A capacidade de transformar dados em conhecimento e de utiliz-lo em proveito da empresa torna o funcionrio em agente primrio do conhecimento da empresa (PROBST, RAUB & ROMHARDT, 2000), por isso fundamental que os conhecimentos adquiridos por cada indivduo seja armazenado e disseminado para os demais, pois para Probst Raub e Romhardt (2000) os funcionrios cada vez mais dependem da ajuda mutua para realizarem tarefas complexas com xito. O sucesso de um projeto ou de uma equipe est

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estreitamente relacionado com a eficincia do compartilhamento de conhecimento no grupo. O local em estudo se caracteriza por ser uma organizao militar, e como tal quase todos seus funcionrios so militares, que em razo da natureza da atividade existe a possibilidade de serem transferidos para outras unidades espalhadas pelo Brasil, levando consigo todo o conhecimento aprendido ao longo dos anos, e muitas das vezes nos locais de destino esse conhecimento tem pouco valor, pois acabam trabalhando com equipamentos diferentes dos locais de origem. Nesse cenrio o uso de uma ferramenta de TI para a formao de um banco de dados como um histrico de manutenes passadas para disseminao de conhecimento aos tcnicos da manuteno dentro da organizao, utilizando os conceitos de GC. Essa ferramenta tem a tarefa de tornar o processo de manuteno corretiva mais gil e eficiente, caractersticas essas que esto alinhadas com a misso do DECEA que busca oferecer aos usurios do sistema aerovirio brasileiro conforto, segurana e proteo ao espao areo nacional.

1.4 OBJETIVO 1.4.1 Objetivo Geral Analisar as condies para a aplicao de ferramentas prticas da Gesto do Conhecimento como externalizao de conhecimento e compartilhamento dentro de um setor de manuteno, sendo que para isso se utilize os recursos da Tecnologia da Informao disponveis no local. 1.4.2 Objetivos Especficos Verificar as condies mnimas para aplicao da ferramenta que sera escolhida conforme as teorias da Gesto do Conhecimento. Identificar junto aos funcionrios do setor em estudo, qual

funcionalidades da Gesto do Conhecimento so mais adequadas as suas atividades. Desenvolver um Website baseado no perfil dos usurios para ser utilizado dentro da prpria rede do local pesquisado, onde as ferramentas da Gesto do Conhecimento operem dentro do mesmo.

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1.5 DELIMITAES DO TRABALHO Este trabalho tem por objetivo analisar e demonstrar atravs de um estudo prtico, como a Gesto do Conhecimento pode ser aplicada de forma eficaz em um setor de trabalho, utilizando-se para isso as teorias e elementos da Tecnologia da informao. A pesquisa procurou focar-se nas teorias que regem a GC e quais ferramentas disponveis existem para serem aplicadas em casos reais, assim como as viabilidades de adota-las. Foi procurado tambm identificar as melhores prticas que garantam o sucesso de um Sistema de Informaes, qual configurao necessria do ambiente como um todo para que os usurios se sintam motivados a usarem um sistema de informtica. Foram utilizados os conceitos do Portal do Conhecimento como o melhor recurso de TI para o estudo de caso. Buscou-se desenvolver uma pgina virtual que tivesse o maior nmero de elementos possveis caractersticos de um portal, uma vez que construir o mesmo em sua totalidade requereria muito mais tempo, estudo e custos. No entanto buscou-se equilibrar a quantidade de recursos disponveis, com as caractersticas que a GC exige de um site do conhecimento. O ambiente em estudo diz respeito a somente a equipe tcnica de manuteno do rgo de controle do espao areo de Belm-PA, j que o pesquisador faz parte do ambiente em estudo o mesmo pode ter acesso a muitos detalhes que permeiam o ambiente, sendo possvel um estudo minucioso. Nenhum software utilizado para a composio do trabalho tem licena proprietria, pois os custos com o desenvolvimento do estudo tambm fazem parte da anlise de viabilidade, e como no existia verba destinada essa pesquisa a opo por programas gratuitos so requeridos. A composio do site se fez de maneira mais simples possvel, primeiramente pela pouca experincia do pesquisador com desenvolvimento de sites, e depois por buscar a facilidade para que qualquer pessoa com pouca experincia possa dar seus primeiros passos na prtica da GC. Por fim o site desenvolvido no chegou operar na prtica no local em estudo por depender de polticas internas, que passam por um processo de anlise de novos Sistemas de Informao e levam meses para serem concludas. Alm disso, qualquer avaliao de resultado de um projeto de GC no de carter

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imediato e demanda mais alguns meses para que se tenha um mnimo de noo sobre como esta se portando a ferramenta perante os usurios. Todos os recursos de software utilizados foram do tipo livres e gratuitos ,uma vez que todos os programas se mostraram mais do que suficientes para a realizao do trabalho, no justificando a utilizao de verbas para a aquisio de programas computacionais.

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CAPITULO 2 - REFERENCIAL TERICO

Neste captulo ser feita a reviso dos conceitos de Sistemas de Informao, Gesto do Conhecimento, Tecnologia da Informao, e uma breve explanao sobre, Gesto da Manuteno, com o objetivo de fundamentar e auxiliar o desenvolvimento do trabalho.

2.1 OS SISTEMAS DE INFORMAO. Para se considerar a existncia de um programa de GC, antes de qualquer coisa devemos entender quais componentes formam o conhecimento em si, pois no comum o equvoco na hora de definir certos conceitos. Nesse sentido os Sistemas de Informao (SI) so a base principal onde a Gesto do Conhecimento ir atuar, fazendo circular a informao dentro da instituio, para que a disseminao da mesma leve conhecimento a todas as pessoas e o compartilhamento crie novos conhecimentos. Definir um conceito nico para SI uma tarefa complicada, pois vrios estudos na rea tm uma descrio prpria, e nesse caso o que mais importa ter a ideia de como enxergar essas definies no contexto em que se quer trabalhar. Visto isso de acordo com Turban et al (2007) sistema de informao obter as informaes certas para as pessoas certas, no momento certo, na quantidade certa e no formato certo. Nesse caso a forma como isso ir acontecer independe da ferramenta usada, podem ser utilizado papeis, pastas, armrios, pessoas que iro fazer essas informaes circular, ou a Tecnologia da Informao (TI) atualmente a mais comum das formas de viabilizar um SI. A TI se utiliza de redes de computadores e toda tecnologia que envolva comunicaes e armazenamento de Dados e/ou Informaes. Ainda sobre essa diferenciao entre TI e SI vale ressaltar o que dizem Audy e Brodbeck (2003, p. 20):Nesse contexto, diversos autores equiparam TI e SI em seus estudos, sendo possvel identificar uma tendncia dos principais autores da rea de planejamento estratgico de utilizar a expresso sistemas de informao para caracterizar a abrangncia e o enfoque sistmico do processo de planejamento de sistemas de informao. Por outro lado, os principais autores na rea de alinhamento estratgico tendem a utilizar com muita frequncia a expresso tecnologia da informao com a inteno de caracterizar a dimenso tecnolgica integrando-se diretamente ao processo de planejamento estratgico de negocio e de sistemas de informao.

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A

Tecnologia

da

Informao

permitiu

que

pessoas,

grupos

e

organizaes fizessem a gesto de suas informaes eficaz e eficientemente (GORDON 2006). Sem dvida a TI quem de fato possibilita usarmos todo potencial de um SI, e ainda segundo Laurindo (2008) j nas ultimas dcadas, muitas teorias, modelos e tcnicas foram desenvolvidos e estudados para que a TI fosse usada em sintonia com a estratgia e a operao das empresas. Hoje j intrnseco que qualquer projeto de SI contemple o uso de computadores, intranet, banco de dados ou qualquer outro componente tecnolgico. A importncia do uso de TI em uma organizao no traz benefcios somente ao corpo estratgico da mesma, mas a todas as pessoas at o nvel operacional. Deve-se observar tais vantagens com o intuito de perceber o valor agregado da aquisio de uma tecnologia, que no seja apenas o financeiro, mas tambm o de desempenho das equipes. Sobre estas vantagens podemos exemplificar o uso da TI para os supervisores terem controle sobre processos e funcionrios e estes ltimos podem utilizar estas informaes para aumentarem seu aprendizado e passar aos demais, fortalecendo assim as equipes, isso mostra como organizaes que tem como filosofia o controle dos funcionrios ou as que preferem gerenciar funcionrios com comprometimento. Abaixo o quadro 1 demonstra algumas desses benefcios organizacionais:

Efeitos na Organizao Voltada ao Controle

Efeitos na Organizao Voltadas ao Comprometimento Distribui o poder e a informao e promove a auto superviso Proporciona o discernimento e promove a inovao Enriquece a comunicao Levanta as necessidades de habilidades e promove aprendizado Aumenta a importncia da individual e motivao interna habilidade

Monitora e Controla

Rotiniza e Cadencia

Despersonaliza Despoja os indivduos de seu conhecimento

Reduz a dependncia nas pessoas

Quadro 1: Vantagens organizacionais da TI Fonte: Walton (1993)

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Toda vez que uma nova tecnologia implantada existe um perodo at que esta seja usada de forma plena, e isso depende do nvel de domnio dos funcionrios sobre a nova ferramenta, porm quanto mais interessados todos estiverem mais rpido esse amadurecimento ocorrer, ento a percepo de que todos possam tirar proveito de novas ferramentas de TI algo muito considervel para uma empresa que quer otimizar o uso de seu investimento. A importncia do entendimento dos conceitos que formam o SI essencial para o sucesso de sua implementao, ou mesmo depois de instalado, para as situaes de tomada de deciso. Deve-se estar bem claro na viso do gestor a diferena entre o que dado e informao, ou informao e conhecimento, e embora essas palavras paream sinnimas, o conceito das mesmas so diferentes, e cada um desses elementos nada mais so que a base que compem uns aos outras. A seguir ser descrito de forma sucinta o conceito de cada um desses elementos.

2.2 COMPONENTES DO CONHECIMENTO.

2.2.1 Dado. O primeiro conceito a ser entendido o Dado, que pode ser definido como qualquer valor proveniente do resultado de alguma observao documentada ou de algo que foi medido, como quantos quilmetros algum percorre uma determinada distancia, a anotao dos dias que chovem ou no, o resultado de vendas em certo perodo. Tudo que pode ser registrado, classificado e guardado caracteriza um Dado, so descries elementares de diversos eventos que isolados no tm significado nenhum.

2.2.2 Informao. Quando os Dados so agrupados e sistematizados, de forma que sua organizao faa algum sentido e valor dentro de um determinado contexto ai teremos a informao. Como exemplo de informao podemos ter a folha de pagamento dos funcionrios de uma empresa, quais itens foram comprados por um cliente em seu carto de credito nos ltimos meses, ou seja, so dados processados. 2.2.2.1 Componentes da Informao

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Para Laurindo (2008) a informao seria o conjunto de dados devidamente tratados de forma a serem providos de significado, tambm organizados e classificados para alguma finalidade que as pessoas possam usar. Esses conceitos to logo sejam compreendidos, devem ser analisados de forma a otimizar as decises dentro das organizaes. Acima de tudo, fundamental ressaltar que estas decises devem ser tomadas com base no valor, conceito e na referencia que as informaes possuem. O que deve estar bem claro que a identificao desses trs pontos, assume importantes posies no estabelecimento do Sistema de Informao que ser implementado dentro de qualquer organizao. Quando falamos de valor da informao, significa que necessrio um suporte logico que a defina, por exemplo, os valores de uma folha de pagamento de funcionrios de uma empresa nada mais so que os dados da informao. Evidentemente, o entendimento da informao no ser possvel com apenas valores disponibilizados, preciso que as pessoas envolvidas no sistema tenham entendimento do conceito em que esto inseridos os dados, ainda no exemplo da folha de pagamento, e preciso que as pessoas saibam o que uma folha de pagamento para que os valores contidos nela faam sentido, nesse momento teremos a informao formada. Do mesmo modo, a utilidade de uma informao vai depender de uma referencia, atravs da qual os dados vo orbitar, e ser possvel saber se um desempenho melhorou ou piorou. Ainda tomando como exemplo o caso da folha de pagamento, o salrio do presidente por ser o maior pode servir de referencia para compor o dos restantes, onde certas porcentagem vo sendo abatidas conforme a importncia do cargo, ou mesmo pode ser analisado nos ltimos anos quanto de reajuste salarial os funcionrios tiveram.

2.2.2.1.1 Informao e sua Qualidade. Toda informao precisa ser entendida, pois do contrrio no ter utilidade uma vez que a mesma no causara o efeito desejado, a complexidade da estrutura do SI implantada assume importantes posies no estabelecimento das formas de ao que dizem respeito tomada de deciso. Por conseguinte a informao deve ser a mais especfica e veloz possvel, sobre isso Foina (2001, p. 19) diz que:A informao deve ser disponvel, quando ela for necessria, e com a melhor preciso possvel. Disponibilidade e preciso, para informao, so caractersticas muitas vezes antagnicas na prtica. Uma informao

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altamente precisa necessita de maior tempo para estar disponvel (captura, conferencia, classificao, conferencia, processamento, conferencia, liberao). Assim, a premncia de informao, notadamente para tomada de deciso, sacrifica sua preciso. A qualidade geral de um sistema de informaes empresarial dependente da correta dosagem entre preciso e velocidade das informaes que transitam pelo sistema.

A partir de uma anlise na qualidade do SI existente em uma organizao possvel definir o quanto preciso este ser em uma tomada de deciso, ao utilizar este sistema como ferramenta de suporte.

2.2.2.1.2 Sistemas Adequados a Organizao. Acreditar que a existncia de um sistema de informaes, qualquer que seja ele, garantia de aumento da produtividade ou mesmo a soluo da maioria dos problemas dentro de uma instituio, sem duvida um srio equvoco, pois Graeml (2003) diz que, muitas empresas investem de forma macia em informtica e so lderes na rea em que atuam, no obstante muitas outras que investem igualmente e esto no final do ranking de seu setor. Ainda assim com h possibilidade de grandes prejuzos ocorrerem pela adoo de qualquer ferramenta de TI, na verdade o modelo estrutural adotado e a que ele se destinar e que devem ser imprescindivelmente levados em considerao. No cenrio do mundo atual, onde cada vez mais se exigem decises rpidas em funo da competitividade e espera de resultados positivos, no raro acontecem ms escolhas em relao a qual SI/TI se deve adotar, alm do que essa busca por respostas rpidas muitas das vezes faz com que uma deciso acertada seja abandonada antes que esta tenha chance de cumprir seu objetivo, pois essa prtica desafia a capacidade de equalizao do retorno esperado em longo prazo, que caracterstico de um SI/TI como relata Laurindo (2008) que os benefcios do uso de uma TI podem levar anos ate surgirem, isto porque necessrio ter experincia para usufru-la em todo seu potencial, como j foi visto em tecnologias do passado. E ainda sobre os riscos da implantao de novas tecnologias existe o problema da obsolescncia, tendo em vista que todo SI tem seu ciclo de vida e a no manuteno do mesmo causa a morte do mesmo, como relata Rezende e Abreu (2000) que o SI morre quando est em desuso ou substitudo, e tambm morre principalmente quando se utiliza de tecnologia de software precria e desatualizada e ainda segundo Graeml (2003) os custos elevados incorridos no desenvolvimento e adoo de novas tecnologias e sua obsolescncia, devido ao

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surgimento de outras mais recentes, aumentam consideravelmente os riscos envolvidos.

2.2.2.1.3 Evoluo do SI na Organizao. Em vias de regra a aquisio de qualquer ferramenta de TI tem um custo elevado, e tirar total proveito desse investimento o maior desejo do corpo executivo, e para que isso ocorra um aspecto a ser observado com ateno pelo gestor da rea a maturidade em que a instituio se encontra em relao a informao/informtica. Nesse tocante um SI ter sucesso se for desenvolvido e gerenciado de forma adequada ao perfil da instituio e ambiente onde o mesmo residir. Cada grupo de pessoas que trabalham em um determinado local possui conhecimento e domnio de sistemas informatizados em graus diferentes, e a evoluo desse conhecimento se d de maneira gradual, e alm do que fundamental que se identifique em que estgio de tal evoluo est uma organizao, para que o gestor aja de forma coerente em sua tomada de deciso, ou seja, a assimilao e execuo desses estgios de informtica e informao devem ser uma preocupao dos gestores (REZENDE E ABREU 2003). A respeito desses estgios Nolan (apud REZENDE e ABREU, 2003) diz que seis deles podem ser considerados durante o processo de plena maturidade de informao/informtica em uma organizao, onde possvel ver as caractersticas em cada um destes estgios, e raramente um stimo estgio que transcende o amadurecimento total de uma instituio possvel de ser alcanado. A seguir ser apresentado cada um dos estgio e sua respectiva caracterstica.

2.2.2.1.4 Iniciao No primeiro estgio surgem as primeiras aplicaes de TI, voltadas para tarefas simples como faturamento e estoque. Tambm no existe qualquer setor de informtica, assim os recursos so administrados por cada setor. Planejamento inexistente assim como qualquer tipo de controle, nesse estgio os funcionrios tem um envolvimento superficial e receoso com os recursos de TI, onde so mais atrados por curiosidade com pequenas facilidades e entretenimentos como jogos, internet, multimdias, etc...

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2.2.2.1.5 Contgio Uma vez iniciado o uso de TI a empresa segue um caminho irreversvel em que as pessoas percebem melhor suas utilidades quando esto no segundo estgio. E percebido a facilidade do uso da informtica e seu uso e proliferado mais e mais pessoas e setores, porm ainda de forma desordenada, no entanto nesse momento criado um Centro de Processamento de Dados (CPD) para prestar suporte e manuteno aos recursos computacionais e o mesmo j contemplado pelo oramento da empresa, j os funcionrios j esto envolvidos e contagiados pela TI conforme a disponibilidade dada a eles.

2.2.2.1.6 Controle Assim que os usurios sentem-se envolvidos pela TI as reais utilidades comeam a surgir como aplicaes que focam o controle de atividades da empresa. Nesse patamar todos j conhecem o advento da informtica, e o CPD pode ser denominado de Departamento de Informtica ou Sistemas onde este torna-se mais especializado e d apoio a gesto. Comeam a surgir relacionado TI padronizao e formalizao de procedimentos e os funcionrios tem uma participao maior porm limitada as sua funes e aplicao dos softwares.

2.2.2.1.7 Integrao No quarto estgio de cultura de informao/informtica todos usufruem dos sistemas existentes, inclusive j possvel encontrar integrao entre eles, porm pode haver redundncias entre os mesmos. O uso de banco de dados e uma constante e a gerencia se faz valer de ferramentas on-line para se orientarem nas suas decises, tambm nesse estgio o setor de informtica j um agente causador de mudanas na organizao, pois fornece informaes ao nvel gerencial que podem alterar a estratgia adotada. O oramento para o setor de TI j e bem considervel, assim como todos os funcionrios encontram-se bem engajados no sistema, sendo eles os principais responsveis pelo seu processamento.

2.2.2.1.8 Administrao A partir desse ponto o uso da TI atinge uma complexidade em que os dados precisam ser administrados, e um Gestor de Informaes tem papel

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fundamental onde seu objetivo e unificar estes dados e eliminar redundncias. O setor de TI nesse estgio releva consideravelmente as informaes provenientes dos funcionrios, que se tornam usurios maduros o suficiente para que trabalhem em conjunto como setor na unificao de dados e informaes.

2.2.2.1.9 Maturidade O sexto e ultimo estgio na cultura de TI dentro de uma organizao tudo est consolidado quanto ao seu uso, nesse ponto que de fato a informtica pode ser nomeada Tecnologia da Informao, onde esta ira atuar em todos os setores da instituio, principalmente em questes decisria. Nesse momento no existe qualquer redundncia e todo o banco de dados esta unificado, esta base unificada atende plenamente todos os funcionrios inclusive em nvel estratgico e ttico. E possvel tambm a atuao na otimizao da empresa como reduo de custos, reformulao de processos e identificao de fatores competitivos, alm do que os funcionrios tornam-se os componentes principais no sistema, onde geram as principais informaes e recebem suporte tcnico dos profissionais de TI. Embora muitas empresas invistam em recursos de ltima gerao poucas so as que chegam a este nvel.

2.2.3 Conhecimento. Este pode ser chamado de stimo estgio, o conhecimento, nesse nvel as empresas so capazes de ger-lo a partir do tratamento de suas informaes. Quando existe um completo domnio das informaes estas podem ser utilizadas para gerar novos conhecimentos que diferenciam as empresas entre si, isso quer dizer que pode-se utilizar as informaes mais relevantes com as melhores prticas analisadas pelos mais bem capacitados, a fim de produzir conhecimento explcito que possa ser acessado por todos na empresa. Portanto, a evoluo do estgio da maturidade pode ser entendida como a Gesto do Conhecimento, em que a Tecnologia da Informao usada como ferramenta para impulsionar o desenvolvimento das pessoas e das empresas (REZENDE e ABREU, 2003), desta forma pode-se compreender que para uma organizao de fato se utilizar da Gesto do Conhecimento preciso que a mesma tenha uma maturidade elevada na utilizao e compreenso dos recursos de SI/TI.

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Quando as informaes em conjunto ou no com os dados esto associadas para darem entendimento ou aprendizagem a uma atividade ou um determinado problema como intuito de resolv-lo, teremos nesse caso o conhecimento atuando. Por exemplo, baseado nas notas de um aluno (informao), aplicaremos um mtodo de estudo que tenha por objetivo aumentar suas notas, esse mtodo seria o conhecimento sendo aplicado para melhorar um resultado.

2.3 A GESTO DO CONHECIMENTO. Atualmente o mundo tem vivido um momento onde o elemento que torna uma empresa mais competitiva ou qualquer instituio mais eficiente, no mais tem a ver com as quantidades de terra que estas possuem, muito menos com a fora fsica de seus trabalhadores e por incrvel que parea nem com a quantidade de capital monetrio reservado em seus cofres, mas sim um fator intangvel e quase imensurvel e que est contido na mente de cada pessoa que faz parte de uma organizao, o capital intelectual ou simplesmente o conhecimento de cada indivduo. Para Stewart (1998) a informao e o conhecimento so as armas competitivas nos dias de hoje. O conhecimento mais valioso e poderoso do que qualquer recurso natural, indstrias ou quantias em dinheiro. O conhecimento que cada pessoa carrega, o ativo que mais causa impactos no desempenho das empresas sejam elas privadas ou governamentais, pois ele quem dita os rumos com os quais cada departamento, objeto ou pessoa ir tomar e em contrapartida a ausncia do mesmo pode significar o fracasso de qualquer empreendimento. Cada indivduo capaz de contribuir para que os objetivos planejados pelas instituies sejam alcanados, e o conhecimento que carregam pode ser o catalizador e diferencial no resultado final, e isso tem sido um grande diferencial, pois para Takeuchi e Nonaka (2008, p39) em uma economia onde a nica certeza a incerteza, a fonte certa de vantagem competitiva duradoura o conhecimento. As empresas cada vez mais buscam quando na contratao de seus colaboradores, pessoas que tragam consigo a maior carga de conhecimento possvel, os anos de estudo e cursos complementares, como uma segunda e at terceira lngua so caractersticas obrigatrias para a garantia de uma vaga no mercado de trabalho, nunca o capital intelectual foi to valorizado e o principal fato que corrobora essa situao as duas marcas mais valiosas do ano de 2011 at o ms de maio

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segundo a folha de So Paulo a Apple (US$ 153,285 bilhes) seguida da Google (US$ 111,498 bilhes), empresas que tem o conhecimento como principal fonte de riqueza, onde desenvolvem solues em TI para diversos ramos. As instituies que j se adequaram a essa nova realidade, entenderam a importncia de fornecer capacitao aos seus funcionrios com o objetivo de ter maior qualidade e eficincia em seus resultados, pois para Zabot e Silva (2002, p. 11, p. 12):A educao passa a desempenhar um papel econmico fundamental, e as empresas passaram a ter que investir maciamente em pesquisa e treinamento, ate mesmo como forma de remediar as lacunas da educao tradicional. Empresas de ponta passaram a conceber o processo de desenvolvimento de seus recursos humanos como estratgico o que tem resultado na chamada educao corporativa, que inclui ate mesmo a criao de universidades e escolas corporativas.

Apesar de essa mentalidade ser uma realidade nas instituies que perceberam que seu capital intelectual tem um valor inestimado, as dificuldades de botar em prtica de forma eficiente, e que de fato agregue valor aos produtos e servios, tem tornado a tarefa da implantao de conceitos e ferramentas da GC grandes desafios. Na maioria das vezes o conhecimento est fragmentado por no ser coerente, ou ajustado a um nico conjunto de ideias em comum, mas tambm porque no esta disponvel sempre que as pessoas necessitam (FLEURY et al, 2001). Isso nos remete ao fato de que alguma forma, mesmo que feita de maneira instintiva, as pessoas tendem a armazenar e tentar administrar o conhecimento, seja ele prprio ou alheio, muitas das vezes fazendo uso de mtodos simples e rudimentares, como anotaes em cadernos, que muitas das vezes se perdem em meio a varias informaes descoordenadas, das quais dificilmente sero utilizadas de forma eficiente por qualquer pessoa. De varias formas possvel armazenar informaes, mesmo que muitas das vezes a forma como a qual isso e feito no seja eficiente, registrar eventos passados ou novas formas de tratar determinados problemas, pode fazer parte da rotina de uma instituio, porm todo esse arquivamento caso no seja gerenciado de nada adiantar o esforo desprendido em criar esses registros, at porque tais informaes no necessariamente transformam-se em conhecimento que de fato tenha utilidade. Na verdade o conhecimento por ser um bem intangvel, manipul-lo

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no uma tarefa das mais simples, bem como extrair todo o seu potencial. difcil identific-lo e mais difcil ainda distribui-lo de forma eficaz. Porm, uma vez que o descobrimos e o exploramos, somos vitoriosos (STEWART, 1997), desta forma pode-se dizer que nesse contexto que a GC desenvolve seu papel, criando formas de potencializar os benefcios do capital intelectual de uma organizao, seja disseminando-o ou simplesmente o identificando-o.

2.3.1 Processos de Converses do Conhecimento. No obstante, o ponto de partida para entendermos como a GC de fato contribuir para a melhoria de uma organizao, compreender que tipos de conhecimentos existem e como estes atuam de maneira individual e coletiva. A respeito da definio de quais podem ser os tipos de conhecimento existem dois, o tcito e o explcito onde Nonaka e Takeuchi (2008, p. 19) definem bem isso:

O conhecimento explcito pode ser expresso em palavras, nmeros ou sons, e compartilhado na forma de dados, formulas cientificas, recursos visuais, fitas de udio, especificaes de produtos ou manuais, O conhecimento explcito pode ser rapidamente transmitido aos indivduos, formal e sistematicamente. O conhecimento tcito, por outro lado, no facilmente visvel e explicvel. Pelo contrrio, altamente pessoal e difcil de formalizar, tornando-se de comunicao e compartilhamento dificultoso. As intuies e os palpites subjetivos esto sob a rubrica do conhecimento tcito. O conhecimento tcito est profundamente enraizado nas aes e na experincia corporal do individuo, assim como nos ideais, valores ou emoes que ele incorpora.

Por conseguinte observado que o conhecimento explcito todo aquele onde existe a possibilidade de ser medido e documentado, sua expresso clara, onde o mesmo pode tambm ser manuseado e transmitido, assim pode-se dizer que este conhecimento tem uma forma tangvel, e essa e grande vantagem o poder de ser disseminado. O que o torna o conhecimento explcito limitado o fato de no se transformar e aprimorar por conta prpria, se no revisado por quem detm o conhecimento tcito, possvel que o mesmo venha a ficar obsoleto. Todavia, o conhecimento tcito intangvel do ponto de vista de sua manipulao, por existir dentro da mente dos indivduos, e atuar nele depende somente de quem o carrega consigo. No entanto este conhecimento o que transforma os conceitos existentes e os aprimora, pois todo novo conhecimento por mais que seja coletivo, ou seja explcito, ele primeiramente surge da mente de um

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ou outro indivduo, e o seu potencial s ser total se puder ser acessvel a qualquer um. Algo que deve ficar claro que o conhecimento tcito e explcito no so opostos que se anulam, onde ou se tem um ou o outro, mas componentes que se unem para formar o conhecimento como um todo. Na criao e modificao do conhecimento ambos esto presentes nesses processos, seja com um funcionrio experiente atuando em uma empresa (tcito), seja em um SI em que possvel acessar atravs de uma rede interna de computadores documentos descrevendo certas condutas dentro da corporao (explcito). No entanto o que aumenta o nvel de conhecimento dentro de uma organizao circulao do mesmo atravs de seus componentes, toda vez que o mesmo compartilhado por varias pessoas ou compreendido por uma s o resultado a agregao ou reconstruo do conceito inicial para um patamar mais til. Isso deve fazer parte de um ciclo natural do qual a empresa pode adquirir alta competitividade, atravs do alto grau de conhecimento de seu pessoal que compartilhado com todos, sobre isso Bukowitz & Williams descrevem (2002, p. 25).Conforme as pessoas renem a informao de que necessitam para seu trabalho, utilizam o conhecimento para gerar valor, aprendem com o que criam e, finalmente, devolvem esse conhecimento para o sistema, para que outros o utilizem quando abraam os seus prprios problemas.

Sobre estas converses Nonaka e Takeuchi (2008) dizem que o pressuposto do conhecimento vem atravs das interaes entre o conhecimento tcito e explcito, outrossim, estas interaes podem ser quatro, Socializao, Externalizao, Combinao e Internalizao, ou seja, a criao do conhecimento surge a partir destas interaes, de maneira resumida Turban (2004) diz que

quando os integrantes de uma organizao colaboram entre si ensinando e aprendendo, o conhecimento transformado e passado a cada um, a seguir cada conceito destas interaes ser exposto:

2.3.1.1 Socializao

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Este processo ocorre na transferncia de conhecimento tcito para tcito, quando o indivduo utiliza a observao para tentar imitar a prtica de outro, essa situao e uma constante num ambiente de trabalho onde os com menos tempo de servio observam e acompanham os mais antigos com a inteno de absorver seu conhecimento atravs da repetio de suas prticas. O processo tambm pode se dar atravs de um convvio mais prximo, onde as duas partes podem realizar reunies mais informais em que a discursaro ideais acontece de forma aberta. Na Socializao o que importa a interao entre as pessoas e quanto mais liberdade estas tiverem entre si, mais rpida ser a absoro do conhecimento.

2.3.1.2 Externalizao Este sem duvida o processo mais difcil entre as interaes do conhecimento, pois trata-se de transformar conhecimento tcito em explcito. A ao de interpretar um conhecimento que existe somente na cabea de um indivduo algo extremamente complexo por ter que levar em conta toda subjetividade que cada pessoa carrega consigo e dificuldade de expressar seu conhecimento em palavras escritas ou faladas, alm do mais esta converso nunca e total at porque quem interpreta a mensagem tambm tem sua forma nica e individual de faz-lo. O uso de metforas e analogias so constantes para expressar um conhecimento de forma formal, pois quando fazemos comparaes do que sabemos com o que julgamos ser do entendimento de outra pessoa, isto torna-se claro para ela e os dois indivduos podem ter um ponto comum de entendimento que compartilham, porm corroborando o que foi citado anteriormente isto nem sempre resulta em um resultado fiel e totalmente confivel, muitas das vezes s com muitas tentativas e que se pode chegar a uma externalizao prxima da realidade do conhecimento inicial.

2.3.1.3 Combinao Quando vrios meios de conhecimento explcitos como documentos, livros, websites ou mesmo conversas e reunies se encontram e formam um novo contexto, nesta situao teremos a Combinao que nada mais que a concatenao de ideias que podem ser expostas debatidas e reformuladas por varias pessoas, ou seja, conhecimento explcito para explcito. Todavia este processo s possvel quando todos os envolvidos compreendem, mesmo que de

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forma parcial, o conhecimento de cada um para ento tirarem suas prprias concluses. A Combinao nada mais que a prtica comum em meios acadmicos, onde o conhecimento compreensvel e acessvel a todos, porm interpretado de diferentes formas por quem se faz uso dele, e nessa divergncia e debate aberto com vrias pessoas que novos conhecimentos so moldados e produzidos, e quanto mais discutido e compartilhado mais extenso e apurado ser.

2.3.1.4 Internalizao Fazer a transferncia do conhecimento para a mente dos indivduos o papel da Internalizao. Depois que o conhecimento passa pelos processos anteriores temos nesse momento um produto refinado, e a inteno fazer com que cada pessoa absorva essas informaes apuradas, a partir dai teremos indivduos com capacidades fundamentais para empresa e quanto mais este ciclo se repede , mais valioso o conhecimento se torna nas quatro interaes. Passar conhecimento explcito par o tcito, no caso da internalizao, fica mais eficiente se sistematizado em detalhes, seja de forma escrita ou oral. Essas prticas e documentos tentam passar a vivencia de outras pessoas a fim de que se criem modelos mentais que venham a agregar valor ao conhecimento tcito j existente. Muitas das vezes documentos e explicaes verbais no so suficientes, para a total internalizao de cada pessoa, cada indivduo tem sua prpria viso de mundo e isso dificulta o real entendimento que se quer passar. Porm com experincias prticas o processo de internalizar conhecimento na maioria das vezes conclui sua misso de fixar na mente das pessoas o conhecimento em questo, a figura 1 mostra a seguir como se relacionam as quatro interaes na espiral do conhecimento.

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Figura 1: Espiral do Conhecimento Fonte: Nonaka & Takeuchi (1997)

2.3.2 A necessidade da Gesto do Conhecimento. Ainda assim, com a percepo e declarao da importncia do capital intelectual de uma empresa, existe sempre a questo de como a GC ir beneficiar de forma prtica a instituio. A organizao que a partir do momento entender o quo valioso seu ativo intelectual deve passar a se preocupar com este ativo, e ai que a GC surge como uma soluo para administrar todo esse capital. O ponto de partida a se considerar nesse cenrio uma forma de reter o conhecimento existente na organizao, pois como boa parte dele reside na mente dos funcionrios em forma de conhecimento tcito, e no momento em que este sair da empresa leva todo o ativo intelectual adquirido na mesma. No que toca essa situao Turban (2004, p. 328) descreve o seguinte, que quando as pessoas saem de uma empresa, elas levam seu conhecimento consigo. Uma meta vital da gesto do conhecimento o de segurar esse valioso know-how que pode ir embora to depressa. Uma das caractersticas do conhecimento o de retorno crescente, ou seja, medida que nos utilizamos dele este no diminui mas sim seu valor incrementado, desta forma quanto mais se faz uso do mesmo mais ele torna-se consistente. O capital intelectual tambm se fragmenta e cria novas vertentes, isso o torna dinmico e com necessidade de atualizao, pois o que informao til depois de algum tempo pode no ter serventia alguma. Alm do mais mensurar o

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valor do conhecimento e seu compartilhamento algo complexo e pode tomar dimenses bem maiores que as esperadas nesse processo, desta forma a GC procura monitorar e controlar essa medio. H de se considerar uma questo importante a respeito da organizao que gerencia seu conhecimento, o fato de que o mesmo o pilar fundamental na soluo de novos problemas. Tarefas rotineiras so realizadas de forma automtica e requerem apenas habilidade dos indivduos, problemas conhecidos so resolvidos por cumprimento de regras pr-estabelecidas que iro guiar a pessoa at sua soluo, porm quando surge um problema indito apenas a gama de conhecimentos de cada pessoa e que servir de recurso para a elucidao da situao, nesse momento quanto maior e mais organizado o capital intelectual estiver, mais rpido e com menor grau de risco ser a tomada de deciso, e a prxima ilustrao na figura 2 mostra como esto relacionados as atividades a serem desenvolvidas e as situaes de um problema.

Figura 2: Atividades x Situaes Fonte: Santos (2010)

Como visto anteriormente o uso de um SI fundamental para a tomada de deciso, em vista disso a GC desempenha o mesmo papel de forma mais apurada, pois se com uma informao bsica possvel tirar concluses importantes, esta informao tendo um significado especifico, ou seja, sendo ela um conhecimento os riscos de tomadas de deciso caem proporcionalmente a

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profundidade desse conhecimento. As vantagens que surgem no momento em que se decide trabalhar com a GC muitas das vezes no surgem de imediato, pois adquirir um banco de conhecimento no algo que se constri rapidamente, porm depois de desenvolvida a GC traz inmeros benefcios. 2.3.3 TI: Fundamental para GC Os conceitos e uso da GC cada vez mais ganham importncia nas instituies que perceberam o valor do conhecimento, porm um fato que torna o uso da GC eficiente e dinmico o uso da TI. A Internet, rede de computadores, comunicao mvel e qualquer aparato tecnolgico que leve e traga informao faz com que o conhecimento seja captado e disseminado de em larga escala, de forma rpida, em diversos lugares e a espaos reduzidos. Essas caractersticas formam um cenrio ideal para a prtica da GC, sobre este cenrio Miller (2002, p. 185) afirma que: [...]A tecnologia est no centro da soluo, e os processos so construdos base da tecnologia capacitadora. A tecnologia, por si, no a resposta, mas sim a fora capacitadora de pessoas e processos. Ao utilizar todos os cuidados necessrios uma combinao adequada e eficiente de tecnologias, uma organizao pode administra uma riqueza de informaes em constante mudana (isto , sua base de conhecimentos). O estabelecimento de redes permite um fcil acesso a experts e ao prprio conhecimento na verdade, reduzindo o tempo e a distancia entre um problema no-resolvido.[...]

A eficincia de um programa de Gesto do Conhecimento est diretamente relacionada com a forma com que as organizaes se utilizam da TI, como cita Bukowitz e Williams (2002, p. 19) que as tecnologias de informao e telecomunicaes formam um conjunto de principais foras que levaram a gesto do conhecimento para o primeiro plano e para o centro. A importncia da adoo de um programa de GC em qualquer organizao, de fato algo. Cada vez mais vital para que uma empresa mantenhase competitiva no mercado, uma deciso vencedora para qualquer tipo de organizao, no obstante a sua implantao requer diversos cuidados que, caso no sejam tomados, consequentemente tornaro o programa em um fracasso. A equivocada ideia de que ao ser criado um projeto de GC ou mesmo uma ferramenta de TI os problemas de um setor, ou mesmo da organizao como um todo ser

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solucionado, no incomum entre diversos gestores, at mesmo talvez por uma interpretao errada do que vem a ser a GC, pois para Melo (2003) a Gesto do Conhecimento no uma ferramenta de gesto, no um software de computador e no uma metodologia. A GC uma filosofia de vida. Esse pode ser o motivo por as vezes as pessoas comearem um projeto de implementao de GC extremo entusiasmo, e muitas das vezes todo o trabalho acaba por cair no esquecimento. Normalmente quando uma empresa resolve adotar alguma ferramenta ou prtica organizacional existem resistncias a essas aes, e no caso do uso de qualquer prtica de GC isso acontece do mesmo jeito principalmente por que detentor de um nvel de conhecimento apurado, pelo fato de este indivduo no sentir motivao em compartilhar o que j aprendeu. No que tange essa situao Gordon (2006) diz que para que a GC tenha sucesso neste caso, o funcionrio ter que ser treinado a alimentar um sistema de informao com o que sabe e ter que ser recompensado por isso. Nesta situao o indivduo deve se motivar a exercer sua contribuio, e isso no necessariamente deva ser financeiramente, cabe ao gestor avaliar sua equipe e entender o que pode ser o fator que os far contribuir de forma irrestrita.

2.4 PORTAL DO CONHECIMENTO: FERRAMENTA BASE PARA A GC De forma exaustiva vrios autores afirmam que o conhecimento ou tambm conhecido como capital intelectual o ativo mais valioso de uma instituio, por garantir a obteno de vrios outros recursos sejam financeiros ou polticos. Nos dias de hoje o que garante a competitividade, longevidade e eficincia de uma instituio nada mais que o quanto de material intelectual a mesma possui, seja atravs de seus funcionrios (conhecimento tcito) ou atravs de seu acervo escrito (conhecimento explcito), e alm do mais o quanto a empresa capaz de gerenciar estes conhecimentos, isto o papel da Gesto do Conhecimento (GC). No entanto a grande questo que permeia a mente dos envolvidos em adquirir todos esses benefcios que uma gesto de capital intelectual pode trazer, de que forma seria possvel executar de maneira prtica todos esses conceitos e teorias, e ainda assim de modo que seja vivel sua implementao no que se refere a questes financeiras, recursos humanos, estruturas fsicas, entre outros itens. O conhecimento sempre foi valorizado em todas as culturas atravs dos anos, porm somente nas ultimas dcadas o mesmo comeou a ser tratado de uma

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maneira mais tangvel, onde em muitos estudos existe a tentativa de mensur-lo e armazen-lo, e o fator que trouxe essa mudana de tica no tratamento do capital intelectual sem duvida foi a Tecnologia da Informao (TI). Atravs dos componentes que moldam a TI possvel no s aplicar os conceitos de GC como tambm criar ferramentas que disponibilizem servios que antes se tornavam inviveis e at mesmo melhorar os j existentes como a tramitao de documentos. A quantidade de informaes existente em um rgo e bastante substancial e sempre maior do que se consegue ter acesso, pois estas normalmente encontram-se dispersas e armazenadas em locais de pouca acessibilidade em dados no estruturados, e que segundo Terra (apud SCHMITZ, CARVALHO & BENEVENTO, 2008) esse conhecimento representa 80% existente nas instituies. O uso da TI possibilita justamente a agregao de todas essas informaes e com uma disponibilidade fcil e constante, e ai que a GC encontra um campo frtil para ser desenvolvida. Para adoo das prticas da GC a mesma se faz valer de algumas ferramentas que carregam em si os conceitos da Espiral do Conhecimento proposta por Nonaka e Takeuchi (1997), em que possvel utilizar uma ou mais interaes do conhecimento das quatro existentes (Socializao, Externalizao, Combinao e Internalizao). Existem atualmente diversas opes e cada uma delas focada em alguma das interaes do conhecimento, como exemplo os seguintes sistemas: Gesto Eletrnica de Documentos (GED), Decision Suport System (DSS), Balanced ScoreCard (BSC), Enterprise Resourse Planning (ERP), Sistemas de Workflow, Portais Corporativos, entre outros. No entanto este trabalho ir focar-se em desenvolver uma ferramenta que utiliza os conceitos dos Portais Corporativos, por este apresentar inmeras vantagens para o ambiente em estudo onde a cultura da GC ainda esta muito incipiente e tambm a maturidade em TI por parte da organizao esta bem avanada, no s pela estrutura fsica (existncia de intranet) como pelo corpo tcnico (existncia de Webdesigner), podemos citar como vantagem o baixo custo de implementao, pois as condies para criao de uma pgina virtual j existem, alm do que possvel utilizar-se de ferramentas gratuitas para esta tarefa, os portais so flexveis a ponto de ser possvel a sua modificao conforme as necessidades surgem, e ainda num portal possvel concatenar outras ferramentas de GC num nico lugar onde todas elas fiquem unificadas. Abaixo uma

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tabela onde pode ser visto como certas ferramentas podem apoiar o conhecimento enquanto sua transformao.

Quadro 2: Ferramentas de GC e as Interaes do Conhecimento Fonte: Carvalho e Ferreira (2001)

Ao verificar a tabela possvel notar que os portais de conhecimento esto contidos em trs das quatro interaes, ou seja, o uso dos portais pode abranger uma boa quantidade dos conceitos da GC. Todavia Souza e Silva (2003) explicam que a internalizao a forma pela qual o conhecimento explcito torna-se ferramenta de aprendizagem atravs de manuais e documentos, e volta subjetividade na mente dos indivduos. Diante destas premissas podemos concluir que um portal de conhecimento pode abranger todos os conceitos da GC no que diz respeito a espiral do conhecimento, pois possvel inserir vrios contedos complementares como um sistema de manuais e documentos que faria com que a o site contemplasse todas as quatro interaes. Uma ideia deve ficar clara nos envolvidos com a implantao de um programa de GC em uma empresa, a de que seu processo no tem um marco final onde designado como a partir deste ponto a GC existe ou no, mas sim a ideia de que esta uma cultura organizacional que deve ser constantemente avaliada e seu uso incentivado. Ento para os funcionrios de determinada instituio os objetos e prticas que caracterizam GC devem ser bem claros, principalmente para os responsveis por seu desenvolvimento. Por isso quanto mais objetivo, sistemtico e claro forem os conceitos e funcionalidades das ferramentas usadas, maior ser a chance de sucesso de um programa responsvel por gerenciar o capital intelectual. Essas questes devem ser bem analisadas para que o uso da TI no seja

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superestimado e classificado como fator absoluto no sucesso do uso de qualquer programa de GC. Para Yamada (2009) so quatro as formas de se utilizar a TI como ferramenta de apoio a GC, so elas: 1)Registrando e compartilhando conhecimento explcito, seja ele escrito ou em forma audiovisual como portais, bibliotecas virtuais, ou arquivos em udio ou vdeo. 2)Para criar um ponto unificado de troca de conhecimento, como fruns, salas de bate-papo, videoconferncias entre outras. 3)De forma indireta onde se faz uso de outras especialidades que apoiam a gesto do conhecimento, como sistemas de gesto de informao, de recursos humanos ou Supply Chain Management. 4)No caso de fazer a prpria gesto do conhecimento em mapeamento de competncias e suas relaes com pontos estratgicos da instituio, por exemplo. O trabalho ir usar os itens dos grupos 1 e 2 por se tratarem de fatores bsicos para a composio de um portal do conhecimento, j os itens 3 e 4 so de carter mais avanado o que requer um conhecimento mais aprofundado e maior maturidade da instituio em GC, o que no e o caso do ambiente em estudo. Mais uma vez um portal de conhecimento se mostra ideal para a prtica de GC no rgo em estudo.

2.5 GESTO DA MANUTENO NAS ORGANIZAES Atualmente as organizaes cada vez mais tem se automatizado, seja para agilizar, tornar mais precisa ou mesmo realizar uma tarefa da qual o ser humano no executa com a mesma eficcia ou mesmo no pode realiz-la, porm os custos de sua aquisio e treinamento so bastante elevados e a mxima utilizao do potencial do maquinrio o ideal a ser alcanado pela Gesto da Manuteno (GM), seja para maior volume de produo ou interrupo mnima de servios crticos onde a vida humana est presente, sobre isso Xenos (1998, p. 13) diz que [] pequenas interrupes da produo podem causar grandes prejuzos. Estes desafios industriais colocam a manuteno em evidencia [...]. Isso mostra que

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ter um programa de manuteno tem um carter essencial em qualquer empresa que se utiliza de maquinrios para sua operao. A GM contempla alguns mtodos onde a organizao baseia-se para administrar sua manuteno, porm o que se percebe que por mais que um mtodo preventivo seja adotado, toda mquina invariavelmente tem um momento de falha. Os mtodos sero descritos a seguir. A seguir ser apresentado os conceitos bsicos a respeito dos trs tipos bsicos de manuteno segundo Xenos (1998) que so: 2.5.1 Manuteno Corretiva Esta manuteno ocorre no momento em que o equipamento para por defeito, e isto no uma situao desejvel, pois significa que o servio o qual a mquina se destinava est desativado at que a mesma seja restabelecida, apesar do custo de operar com esse tipo de manuteno seja o menor que existe, em contrapartida isso pode significar desde perdas financeiras muito maiores do que a economia que ela gera, at a perda de vidas humanas no caso de uma situao de risco ou atividade vital, como uma mquina de hospital ou atividades de minerao. Outra desvantagem deste tipo de manuteno em que no se toma aos para evitar falhas, que ela pode gerar muitos problemas novos e toda vez que isso ocorre muito tempo pode ser perdido at se identificar a soluo. 2.5.2 Manuteno Preventiva Rotineiramente tomada uma serie de aes com o objetivo de reduzir ao mximo a probabilidade de um equipamento parar por motivo de falha. Levando em considerao apenas os gastos com a troca de peas que ainda no falharam, a manuteno preventiva e mais cara, porm o que se deixa de perder com equipamentos parados por pane compensa seu investimento. Atualmente todo corpo da manuteno deve ter as aes preventivas como prioridade para que o sistema em que esto inseridos seja confivel, pois uma equipe de manuteno competente no aquela que conhece todas as falhas ou resolve problemas de forma rpida, mas sim a que no deixa o sistema parar por motivo de falha.

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2.5.3 Manuteno Preditiva. A manuteno preditiva nada mais que uma modalidade da manuteno preventiva onde esta otimizada. Nesse caso esta modalidade demanda muitos custos, pois com ela possvel saber o momento exato da troca das peas atravs de monitoraes, que quanto mais sofisticadas, mais precisas elas so. Por ter alto custo ela indicada onde existem vidas humanas em jogo, como manuteno de aeronaves.

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CAPTULO 3 METODOLOGIA

O presente captulo tem por finalidade explicar as aes tomadas para que a pesquisa fosse possvel de ser realizada, baseando-se para isso nas classificaes clssicas da pesquisa e explicando as etapas realizadas neste trabalho..

3.1 CLASSIFICAO Este trabalho ir se basear nas cinco classificaes clssicas de uma pesquisa, em seguida as mesmas sero apresentada e o porqu da escolha de cada subclassificao. 3.1.1 Do ponto de vista da Natureza A pesquisa pode ser uma pesquisa bsica ou aplicada, sendo este trabalho caracterizado como uma pesquisa aplicada, pois esta foi executada de forma prtica sobre o ambiente em estudo, no limitando-se a apenas deduzir de forma terica o impacto causado sobre este mas verificar o que de fato se observa na realidade, pois para Batista (2008) a pesquisa aplicada gera conhecimento para .aplicao prtica em relao a uma situao especfica. Neste caso foram aplicados conceitos e ferramentas oriundas da GC e TI como o intuito de saber se possvel inserir esse tipo teorias e suas funcionalidades no local estudado.

3.1.2 Do ponto de vista dos meios de investigao Este trabalho realizou uma pesquisa experimental, pois a aplicao da mesma tem o objetivo de mudar o objeto em estudo, pois par Gobbo Jr (2008) nos mtodos experimentais o pesquisador manipula uma influencia proposta e mede o comportamento. No caso o ambiente de trabalho, e que apesar de seus plenos resultados s aparecerem em longo prazo, o fato de a ferramenta comear a ser utilizada j modifica o hbito dos integrantes do setor em estudo, pois estes precisam adotar novas prticas como a de registrar todo evento da rea de manuteno para a criao de um histrico ou tambm contar com um novo local para pesquisa de informaes, e o simples fato de saberem da construo da ferramenta as pessoas do local j se preparam para a mudana.

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3.1.3 Do ponto de vista da forma de abordagem do problema O trabalho se prestou a fazer uma pesquisa de cunho qualitativo, por se tratar de um ambiente especifico onde o desenvolvimento do estudo requer uma devida imerso no contexto do objeto em anlise, ou seja, toda a formulao do site at as concluses de resultados de curto at longo prazo requer uma anlise subjetiva das pessoas envolvidas no processo, pois para Thiollent (2004) os observados no tm conscincia dos dados obtidos. Neste caso o pesquisador teve que tratar as informaes obtidas pelos indivduos do ambiente em estudo, a fim de interpretar seus comportamentos diante da aplicao de uma ferramenta que ir lhes trazer novos conceitos e utilidades, elementos esses que muitas das vezes so interpretados de forma errnea pelos mesmos, e cabe ao pesquisador tambm elucidar possveis dvidas que venham a interferir no resultado da pesquisa. Desta forma a aplicao de questionrios para uma pesquisa quantitativa no se mostrou eficiente justamente pelos indivduos no compreenderem de forma clara o que vem a ser a GC e como de fato o site iria lhes trazer o benefcio que se espera alcanar de forma plena. 3.1.4 Do ponto de vista dos seus objetivos Por se tratar de uma pesquisa que tem por objetivo entender se possvel e vivel a implantao de ferramentas da Gesto do Conhecimento em um setor de manuteno, este estudo teve uma abordagem exploratria. Alm disso, necessrio se familiarizar com o ambiente em estudo para que se compreenda o problema e como o estudo pode causar mudanas no mesmo, isso se dar atravs de levantamento bibliogrfico e anlise do setor do rgo em estudo, alm disso Gil (2002) diz a pesquisa exploratria envolve uma tentativa de determinar se um fenmeno existe ou. Outra caracterstica do deste trabalho que justifica o mesmo ser de carter exploratrio e que ele levanta hipteses para pesquisas futuras, pois aps a implementao do site levantada a questo se o mesmo pode melhorar a qualidade da manuteno do local estudado, estudo que requer bem mais tempo de anlise.

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3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos O estudo de caso foi o procedimento tcnico adotado uma vez que o mesmo se refere aplicao de uma teoria num contexto especifico e num ambiente especifico, sobre isso YIN (2001) afirma que um estudo de caso uma pesquisa prtica que investiga um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto da vida real. Por isso necessrio um aprofundamento no assunto a fim de estabelecer a ligao do que esta contida na bibliografia a cerca da GC e TI e o setor de manuteno do local em anlise da pesquisa, alm do que se trata de uma explorao de uma situao real.

3.2 ETAPAS DA PESQUISA Esta subseo apresenta as etapas que foram seguidas num perodo de dez meses, que formaram o trabalho e como cada uma foi desenvolvida.

3.2.1 Levantamento da Literatura Partindo do problema apresentado de que as ferramentas de GC podem ser aplicadas em um setor de manuteno, foi buscado na bibliografia a cerca do assunto se de fato essa hiptese era plausvel e se os elementos tinham relao. O resultado desse levantamento mostrou que de fato o uso da Gesto do Conhecimento em ambientes que requerem aprendizado contnuo, que o caso de um setor de manuteno, totalmente compatvel. E, alm disso, foi feita busca por solues prticas para aplicao real no ambiente em estudo, e decidido que uma pgina virtual (site), era a melhor opo de aplicao. 3.2.2 Observaes A tcnica de observao participante natural, como afirma Lakatos & Marconi (2008) onde o pesquisador faz parte da comunidade investigada. Sendo assim esta tcnica foi bastante vlida, uma vez que foi visto de perto e vivenciado a situao do problema. 3.2.3 Entrevista Atravs de entrevistas no estruturadas, ou seja, sem rigor nas perguntas onde o entrevistado fica livre para responder as perguntas. Para Lakatos & Marconi (2005) a entrevista o encontro entre duas pessoas para a obteno de

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informaes por parte de uma delas acerca de um assunto profissional. Assim foi atravs das informaes coletadas, que foi possvel entender as necessidades da maioria dos elementos da comunidade pesquisada. Pelo motivo das pessoas pesquisadas no terem familiaridade com os conceitos da GC, foram feitas perguntas genricas sobre o que de fato eles achariam til em um site sobre manuteno e quais qualidades o mesmo deveria possuir. Neste processo ento foram elaboradas somente trs perguntas bsicas onde o pesquisador extraiu, segundo os estudos, o que considerado relevante pelos usurios, para que essas informaes se traduzam em funcionalidades no site. No local em estudo existe um total de 18 (dezoito) pessoas que formam a equipe de manuteno, assim para realizao desta etapa foi objetivado entrevistar todos os indivduos por se tratar de um populao pequena, no entanto por motivos organizacionais, como frias, viagens a servio, doenas nem todos puderam responder as perguntas, ficando assim um total de 15 (quinze) pessoas que puderam participar o que representa cerca de 83% do total o que se pode ver como ainda sendo uma boa representatividade.

Em outra entrevista foi pedido para que as pessoas respondessem trs palavras que vinham mente quanto a que qualidades, a que a chefia do local, esperava que os mesmos tivessem em relao a suas atividades profissionais desenvolvidas. Posteriormente uma tabela com as palavras trs palavras mais recorrentes mostrou quais qualidades eram consideradas mais importantes, para que essas pudessem ser aplicadas ao conceito da ferramenta desenvolvida. Abaixo sero mostrados o roteiro das perguntas realizadas.

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Quadro 2: Roteiro da Entrevista Fonte: Elaborado pelo Autor (2011)

3.2.4 Estudo sobre Webdesigner Fez-se necessrio o aprendizado, ao menos de forma bsica, de tcnicas de desenvolvimento de pginas virtuais (Webdesigner), pois apesar de existir no local em estudo pessoas com grande experincia no assunto, fazer com que os mesmo desenvolvam uma ferramenta alinhada com os conceitos da GC no se mostrou eficiente, primeiro pela no familiaridade com o assunto, e segundo pelos mesmos j possurem diversas atribuies em seu ambiente de trabalho. Aps um perodo de dois meses de estudo, foi possvel dar inicio ao desenvolvimento do trabalho. 3.2.5 Desenvolvimento de um site Com o conhecimento em Webdesigner adquirido foi possvel o desenvolvimento de um site, mesmo que de estrutura bsica, porm com implementaes suficientes que o tornem funcional. Esse aprendizado se mostrou fundamental, pois foi possvel identificar as ferramentas de Tecnologia da Informao que estavam em conformidade com os conceitos do site e da GC, e inseri-las em formas de utilidades na pgina virtual.

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CAPITULO 4 - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

As prximas subsees apresentaro como foram tomadas as decises a respeito das solues de GC mais adequadas para fazerem parte da ferramenta, assim como os recursos necessrios, e tambm como foi desenvolvida a ferramenta e cada implementao realizada.

4.1 PREPARANDO O SITE DO CONHECIMENTO Para o desenvolvimento de um Portal do Conhecimento propriamente dito necessrio que a pgina virtual rena diversas caractersticas avanadas que requerem um estudo bem mais aprofundado e maiores recursos computacionais, no entanto para aplicao das ferramentas em estudo um simples site com a instalao de mdulos que realizem as tarefas que esto alinhadas com GC garante a proposta do trabalho. Sero mostrados quais os pr-requisitos e a maneira de se desenvolver um site que possua as funcionalidades sugeridas como as mais adequadas a um site do conhecimento. 4.1.1 Recursos necessrios Esta subseo tratar dos itens que so precisos para que o site do conhecimento seja possvel de ser desenvolvido.

4.1.1.1 Ambiente Antes de tudo preciso analisar todo o ambiente em que se quer desenvolver uma ferramenta de GC, tanto os recursos fsicos quanto humanos, pois isto um pr-requisito fundamental para o sucesso de tal ferramenta. No ambiente em estudo ambos so muito favorveis, pois ele possui uma rede interna privada (Intranet) bastante desenvolvida e com boa estabilidade o que garante o compartilhamento em rede de toda a informao necessria. Os tcnicos que trabalham no setor de manuteno possuem conhecimento em desenvolvimento de sites (Webdesigners) e bastante experincia em manuteno de redes de computadores. Os usurios tm um grau de maturidade em TI avanado, ate mesmo por j existir vrios SI's que trabalham com outros setores como suprimentos, programas de manuteno preventiva, controle de ordens de servio, administrao

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de pessoal entre outras ferramentas. Existe tambm acesso aos diversos softwares necessrios para a implementao do site do conhecimento, bem como uma vasta documentao sobre os mesmos. Analisado toda a infraestrutura do local chegou-se a concluso de que o mesmo detm recursos suficientes para inicio do site do conhecimento.

4.1.1.2 Arquitetura O passo seguinte na elaborao da ferramenta um dos mais complexos de realizar, trata-se da elaborao da arquitetura do site, afinal este procedimento requer a criao de conceitos e que itens e mdulos iro compor o mesmo, isto definir a forma como o portal ir funcionar, como as informaes sero localizadas, como o usurio navegar no ambiente virtual e ir compreend-lo. Esta etapa requer a considerao do ambiente como um todo sintetizado no modo de operao do site, isto quer dizer que vrios detalhes como a forma de pesquisa, alimentao do sistema, visualizao, termos tcnicos entre outros devem estar o mais alinhados possvel com a cultura organizacional da empresa e a teoria da GC, sob a pena de a ferramenta se tonar ineficiente ou mesmo intil, como afirma Estrada, Weber e Oliveira (2010) que se o usurio no encontrar o que procura no portal o mesmo no ir contribuir com a construo deste espao. Abaixo a figura 3 resume como a arquitetura da pgina deve ser construda baseada no contexto, contedo e usurios do ambiente onde se quer desenvolver um portal do conhecimento, e a interseo de suas caractersticas que criaro a arquitetura da informao.

Figura 3: Arquitetura da Informao Fonte: Rosenfel & Morville (apud Estrada, Weber e Oliveira, 2009)

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A seguir ser explicado como foram extradas as caractersticas cada elemento que compem a arquitetura do site em estudo.

4.1.1.2.1 Contedo Foi feito um levantamento sobre o existia de material escrito e estrutura de TI no local, onde este ltimo apresentou bastantes recursos uma vez que existe uma rede interna bastante desenvolvida em que vrios servios so utilizados. As mquinas que compe essa rede tambm tem capacidade mais do que suficiente para o desenvolvimento da ferramenta em estudo. Sobre matrias escritos foram levantados algumas apostilas e manuais tcnicos que continham bastantes informaes relevantes, inclusive em formato digital onde estes puderam ser implementados no trabalho. Todavia foi encontrado com alguns tcnicos manuscritos referentes a manutenes realizadas pelos mesmos, prtica que vinha sendo realizada h vrios anos. Alguns desses manuscritos foram analisados e resumidos de forma que foi possvel criar alguns documentos digitalizados que ajudaram a compor a biblioteca virtual do site, o resumo desse material foi importante, pois muitas informaes anotadas estavam defasadas e sem utilidade, porm estas anotaes pessoais se demonstraram ser bastante valiosas por conter histricos exclusivos com relatos que muitas das vezes o manual do fabricante no previa, alm do mais, essas anotaes continham as informaes mais relevantes e objetivas possveis, na verdade eram as falhas mais comuns e ajustes mais complexos.

4.1.1.2.2 Contexto Aqui a investigao foi sobre a filosofia e cultura do ambiente, como pensam os integrantes do ambiente e que elementos os compem numa viso macro. Para captar essas caractersticas foi analisado o teor de reunies com a chefia e procurado entender o que mesma espera dos integrantes do setor, para isso foi feito uma entrevista com 15 dos 18 integrantes da equipe e perguntado a cada falar trs palavras que expressassem o que a chefia espera de cada um deles como tcnicos de manuteno, a tabela 3 e tabela 4 abaixo mostram o resultado do que cada entrevistado respondeu e as palavras que tiveram mais ocorrncias, respectivamente.