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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE KELLEN CARNEIRO CRUZ DENGUE: A IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, RELACIONANDO SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE IRANDUBA. Belém-PA 2019

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO

AMBIENTE

KELLEN CARNEIRO CRUZ

DENGUE: A IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, RELACIONANDO SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

MUNICÍPIO DE IRANDUBA.

Belém-PA 2019

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KELLEN CARNEIRO CRUZ

DENGUE: A IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, RELACIONANDO SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

MUNICÍPIO DE IRANDUBA.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Federal do Pará (UFPA), como parte das exigências para a obtenção do grau de Mestre.

Orientador: PROF. DR. DAVI DO SOCORRO BARROS BRASIL

Belém-PA 2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará

Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

__________________________________________________________________________ C289d CARNEIRO CRUZ, KELLEN

Dengue: a importância da notificação compulsória, relacionando saúde e educação ambiental no município de Iranduba. / KELLEN CARNEIRO CRUZ. — 2019. 93 f. : il. color.

Orientador(a): Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em

Ciências e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. 1. Notificação compulsória. 2. saúde. 3. educação ambiental. I. Título.

CDD 370.19346 _______________________________________________________________________

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO

AMBIENTE

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Aluno: Kellen Carneiro Cruz

Orientador: Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil

Membros:

______________________________________________

DAVI DO SOCORRO BARROS BRASIL (UFPA)

Orientador

______________________________________________

DR. GILMAR WANZELLER SIQUEIRA (UFPA)

Membro Interno

______________________________________________

PROFA. DRA. NADIME MUSTAFA MORAES (UEA)

Membro Externo

Data: 26.03.2019

Belém-PA

2019

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Dedico este trabalho primeiramente à Deus, que guiou e conduziu esse Mestrado. À

minha família, em especial minha mãe Arcilene Cruz, meu filho Kauan Henrick e a

minha avó Valquiria Cruz, que sempre estiveram ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Criador pela oportunidade de crescimento experiência em cada

instante relacionado a este estudo.

À minha família, muito obrigado pelo apoio e compreensão, em especial à minha

prima Eliomara Cruz que me incentivou o mestrado no ITEGAM.

Agradeço ao meu orientador Dr. Davi Socorro Barros Brasil, pelo apoio, orientações

que me ofereceu em todos os momentos decisivos do processo aprendizado,

congressos, formulação de artigos, sem o qual não teria terminado esta etapa em

minha formação profissional.

Agradeço os professores do Programa de Mestrado da Universidade Federal do

Pará – UFPA e ao Instituto Tecnológico Galileo da Amazônia - ITEGAM, por todos

os ensinamentos que me proporcionaram neste tempo.

À Dra. Valdelize Elvas, que me incentivou e apoiou.

À minha amiga querida Anny Karoliny Figueiredo Galvão, Gilmara Modesto, com as

quais foram divididas inúmeras angústias, estando sendo me apoiando em todas as

decisões.

Aos queridos colegas da turma de Mestrado pela amizade construída, pelos

aplausos nas nossas apresentações e pelo companheirismo. Em especial às minhas

querida amigas, Flávia Karenine e Ilma Obando.

À Faculdade Materdei, que sempre me incentivou e apoio nesse estudo, em especial

a mantenedora Zilma Torres.

À Enfermeira Raimunda Nascimento, coordenadora da vigilância epidemiológica do

município de Iranduba-AM, ajudando com a coleta de dados da dengue.

À todos que contribuíram para a conclusão deste.

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O Senhor cumprirá o seu propósito para comigo! Teu amor, Senhor, permanece para

sempre; não abandones as obras das tuas mãos!

Salmo 138

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RESUMO

O presente trabalho intitulado “Dengue: A importância da notificação compulsória, relacionando saúde e educação ambiental no município de Iranduba-AM no período de 2010 a 2017”. Todo caso suspeito ou confirmado de Dengue, deve ser comunicado a vigilância epidemiológica, para que aconteça uma adoção de medidas necessárias de combate ao vetor, acompanhamento da curva epidêmica e avaliação de controle. A coleta e o fluxo dos dados são importantes, pois permitem uma investigação epidemiológica e uma composição anual dos agravos. Diante desse tema tão atual e relevante para os profissionais de saúde e a sociedade em geral, o presente estudo teve como questão de pesquisa: Em destaque o município de Iranduba e os casos de dengue, qual a importância da Notificação Compulsória relacionando Saúde e Educação Ambiental? Assim sendo, objetivou-se analisar as notificações de dengue informadas ao SINAN, pelo município de Iranduba-AM no período de 2010 – 2017, com intuito de contribuir com os profissionais de saúde. Para tanto, realizou-se este trabalho, através de levantamento de dados, procurou-se averiguar, o escopo mais adequado para esta proposta, considerando-se o problema da pesquisa geral e especificados. É de pesquisa exploratória e bibliográfica, sobre a temática, englobando documentos e leis, além dos temas-chave composto no referencial teórico, buscar conhecer outros trabalhos já publicados, desenvolvidos neste campo de pesquisa para o embasamento teórico sobre o tema. Usando os dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), com autorização da Secretaria de Vigilância Epidemiológica do município e informações relacionadas à notificação compulsória. Para este trabalho foi realizado um levantamento literário sobre os temas: saúde, educação ambiental, notificação compulsória, vigilância em saúde e dengue, incluindo seu vetor, ciclo e epidemiologia.

Palavras-chave: Notificação Compulsória. Saúde. Educação Ambiental.

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ABSTRACT

The present work entitled "Dengue: The importance of compulsory notification, relating health and environmental education in the municipality of Iranduba-AM in the period from 2010 to 2017". Any suspected or confirmed case of Dengue, epidemiological surveillance should be communicated, so that necessary measures to combat the vector, follow-up of the epidemic curve, and control evaluation will occur. The collection and flow of data are important, since they allow an epidemiological investigation and an annual composition of the diseases. Given the current and relevant issue for health professionals and society in general, the present study had as a research question: In the municipality of Iranduba and the cases of dengue, what is the importance of Compulsory Notification relating Health and Environmental Education? Therefore, it was aimed to analyze the reports of dengue reported to SINAN, by the municipality of Iranduba-AM in the period 2010-2017, in order to contribute with health professionals. To do so, we performed this work, through data collection, sought to ascertain, the most suitable scope for this proposal, considering the problem of general and specified research. It is an exploratory and bibliographical research, on the subject, encompassing documents and laws, besides the key themes composed in the theoretical reference, seek to know other works already published, developed in this field of research for the theoretical basis on the subject. Using data from the Aging and Notification Information System (SINAN), with authorization from the Municipal Epidemiological Surveillance Office and information related to compulsory notification. For this work a literary survey was carried out on the topics: health, environmental education, compulsory notification, health surveillance and dengue, including its vector, cycle and epidemiology.

Keywords: Compulsory Notification. Health. Environmental Education.

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FIGURAS E TABELAS

Figura 1 – Distribuição mundial das áreas de risco de dengue....................17

Figura 2 – Prefeitura de Iranduba.................................................................19

Figura 3 – Localização geográfica do Município de Iranduba......................20

Figura 4 – Ponte Jornalista Phelippe Daou..................................................21

Figura 5 – Rodovia Manuel Urbano..............................................................21

Figura 6 – Porto do Cacau Pirêra.................................................................22

Figura 7 – Hospital Hilda Freire....................................................................22

Figura 8 – Programa de Vigilância Sanitária e Epidemiológica....................23

Figura 9 – Ciclo do Aedes Aegypti...............................................................27

Figura 10 – Ovos do vetor............................................................................28

Figura 11 – A larva.......................................................................................28

Figura 12 – Metamorfose do vetor...............................................................29

Figura 13 –Gráfico do Crescimento populacional urbano e rural em áreas

desenvolvidas de 1950 a 2050....................................................................32

Figura 14 – Casos prováveis de dengue, por semana epidemiológica de início de

sintomas, Brasil, 2015, 2016 e 2017...........................................................32

Figura 15 – Fluxograma para classificação de risco de dengue.................36

Figura 16 – Evolução clínica e laboratorial da dengue................................39

Figura 17 – Estadiamento Clínico................................................................41

Figura 18 – Fluxograma do sistema de informação.....................................49

Figura 19 – Fluxo de dados do SINAN........................................................50

Figura 20 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2010/1 – 2010/52............55

Figura 21 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2011/1 – 2011/52............55

Figura 22 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2012/1 – 2012/52............56

Figura 23 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2013/1 – 2013/52............56

Figura 24 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2014/1 – 2014/52............57

Figura 25 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2015/1 – 2015/52............58

Figura 26 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2016/1 – 2016/52............58

Figura 27 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2017/1 – 2017/52............59

Figura 28 – Capa da Cartilha aos Profissionais de Saúde..........................63

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Tabela 1 – Número de casos prováveis e incidência de dengue (/100 mil hab.), até a

Semana Epidemiológica 33, por Região e Unidade da Federação, Brasil, 2016 e

2017.....................................................................................................................33

Tabela 2 – Números de casos graves, com sinais de alarmes e óbitos por dengue

confirmados, até a Semana Epidemiológica 33, por Região e Unidade de Federação,

Brasil, 2016 e 2017.............................................................................................34

Tabela 3 – Casos Notificados de Dengue 2010 – 2017......................................60

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SIGLAS E ABREVIATURAS

A.aegypti – Aedes aegypti ACS – Agente Comunitária de Saúde AM – Amazonas CENEPI – Centro Nacional de Epidemiologia CNS – Conferência Nacional de Saúde DC – Dengue Clássica DENV1 – Vírus da dengue sorotipo 1 DENV2 – Vírus da dengue sorotipo 2 DENV 3 – Vírus da dengue sorotipo 3 DENV 4 – Vírus da dengue sorotipo 4 EA – Educação Ambiental ELISA – Enzyme-Linked Immunosorbent Assay ESF – Estratégia Saúde da Família FD – Febre da dengue FHD – Febre Hemorrágica da dengue FII – Ficha Individual de Investigação FIN – Ficha Individual de Notificação FUNASA – Fundação Nacional de Saúde IB – Índice de Breteau IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IgM – Imunoglobulina M IIP – Índice de Infestação predial ITR – índice por tipo de recipiente LIRAa – Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes Aegypti

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MS – Ministério da Saúde NS1 – Teste Rápido de Dengue NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família OMS _ Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização PAN-Americana de Saúde PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde PNCD – Programa Nacional de Controle da Dengue PSF – Programa Saúde da Família RNA – Ácido Ribonucléico RT-PCR – Quantitativo em tempo real SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. SEMSA Iranduba– Secretaria Municipal de Saúde de Iranduba SMS – Secretarias Municipais de Saúde SINAN – Sistema Nacional de Agravos de Notificação SISNET – Sistema de Controle de Envio de Lotes SNVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica SUS – Sistema Único de Saúde SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde SUSAM – Superintendência Estadual da Saúde do Amazonas UBS – Unidade Básica de Saúde VS – Vigilância em Saúde WHO – Word Health Organization

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO .................................................... ........................15

1.2 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA................................17

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 17

1.3.2 Obejtivos Específico............................................................................ 17

1.4 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA............................................18

1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA...........................................................................18

1.6 ESCOPO DA PESQUISA............................................................................18

CAPÍTULO II- REVISÃO DA LITERATURA.....................................................20

2.1 MUNICÍPIO DE IRANDUBA........................................................................20

2.2 AGENTE ETIOLÓGICO, IMUNIDADE, SUSCETIBILIDADE.....................24

2.3 VETORES E MODO DE TRANSMISSÃO...................................................26

2.3.1 Vetores......................................................................................................26

2.3.2 Transmissão..............................................................................................29

2.3.3 Período de Incubação................................................................................29

CAPÍTULO III - MATERIAIS E MÉTODOS........................................................31

3.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................31

3.2 DELINEAMENTO E LOCAL DO ESTUDO..................................................32

3.3 PERÍODO DO ESTUDO...............................................................................32

3.4 COLETA DE DADOS...................................................................................32

CAPÍTULO IV - PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO............................................41

4.1 HISTÓRICO DA DENGUE NO MUNDO......................................................41

4.2 A DENGUE NO BRASIL..............................................................................41

4.3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO......................................................................45

4.4 ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS.............................................47

4.5 CRITÉRIOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO.................................................47

4.6 CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL..................................49

4.7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E LABORATORIAL..................................50

4.8 TRATAMENTO E ATENÇÃO AO PACIENTE.............................................51

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CAPÍTULO V - MEDIDAS DE CONTROLE.......................................................52

5.1 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA DENGUE

(PNCD)...............................................................................................................53

5.2 PROGRAMAS DE CONTROLE...................................................................54

5.2.1 Vigilância em Saúde.................................................................................54

5.2.2 Vigilância Epidemiológica da Dengue.......................................................55

5.2.3 Notificação Compulsória............................................................................57

5.2.4 Sistema de Informações de Agravos de Notificação.................................59

5.2.5 Análise dos dados sobre as doenças e agravos de notificação................61

5.3 VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA..................................................................62

5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL...........................................................................63

CAPÍTULO VI - RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................64

CAPÍTULO VII - CARTILHA EDUCATIVA PARA OS PROFISSIONAIS DE

SAÚDE...............................................................................................................68

CAPÍTULO VIII - CONCLUSÃO.........................................................................69

REFERÊNCIAS................................................................................................. 70

DOCUMENTOS CONSULTADOS.....................................................................78

ANEXOS I Ficha Individual de Notificação....................................................79

ANEXOS II Ficha Individual de Investigação..................................................80

ANEXO III Portaria N0 104, de 25 de Janeiro de 2011......................................82

ANEXO IV Portaria N0 204, de 17 de Fevereiro de 2016..................................90

APÊNDICE..........................................................................................................97

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CAPÍTULO I

1.1 INTRODUÇÃO

O mosquito transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela,

dentre outras viroses é originário da África (CHIARAVALLOTI-NETO, 1997; GOMES,

1998) e tem propensão pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta,

aumentando a transmissão patológica (REBÊLO et al., 1999).

A dengue é uma doença viral que se espalha rapidamente no mundo. Nos

últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes, com ampliação da expansão

geográfica para novos países e, na presente década, para pequenas cidades e

áreas rurais, distante do órgãos fiscalizador.. O controle desse vetor tem gerado

grande desafio para os países, principalmente os que estão em fase de

desenvolvimento. Existem quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV 1, 2, 3 e 4) e

são transmitidas por mosquitos do gênero Aedes e qualquer um dos sorotipos da

dengue pode causar doença grave e levando a óbito (FERREIRA, 2012).

A dengue afeta indivíduos de ambos os sexos, de todas as faixas etárias, sem

distinção de classe social. Indivíduos de todas as idades são suscetíveis de adquirir

esta infecção (GONÇALVES NETO; REBÊLO, 2004).

Designado inicialmente como Culex aegypti em 1762, foi renomeado para

Aedes aegypti em 1818. Conforme a Organização Pan-Americana de Saúde

(OPAS), a primeira epidemia de doenças causada pelo A. aegypti no continente

americano sucedeu no Peru, no início do século XIX, tendo surto no Caribe, Estados

Unidos, Colômbia e Venezuela (IOC/FIOCRUZ, 2016).

Com mais de 50 milhões de casos notificados à Organização Mundial da

Saúde (OMS) todos os anos, a dengue é hoje considerada a doença viral transmitida

por mosquitos mais importante do mundo (GUZMAN et al, 2010).

No Brasil, todos os anos aumentam casos notificados de dengue, considerada

uma doença tropical, devido a sua proliferação mais nos países tropicais, pertinente

ao clima quente e úmido, com isso há uma maior necessidade de prevenção para

evitar epidemias. É considerada uma das doenças reemergentes mais importantes

da atualidade no Brasil e do mundo.

É uma doença viral febril causada por arbovírus do tipo RNA, existindo quatro

sorotipos distintos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção por um

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17

sorotipo causa imunidade permanente e duradoura, mas produz imunidade

heteróloga de curta duração para os outros sorotipos.

O vocábulo doenças tropicais é intitulado para definir doenças negligenciadas,

que corresponde a um grupo de várias doenças infecciosas que afeta principalmente

as populações de classes mais pobres, vulneráveis, desigualdades sociais e

exclusão social.

As condições sócio-ambientais destes países também são favoráveis à

proliferação do vetor transmissor da dengue. Estudos têm provado que o clima tem

uma influência significante na distribuição do mosquito da dengue.

Os episódios frequentes de casos registrados de dengue e sua disseminação,

se devem as próprias condições do meio ambiente que acabam por facilitar o

desenvolvimento e a proliferação do vetor, crescendo a cada ano que passa

pessoas infectadas pelo mosquito Aedes, englobando as condições climáticas de

cada região (WORD HEALTH ORGANIZATION, 1997).

A dengue é a principal arbovirose (doença viral transmitida por artrópodes),

disseminado ao homem através de mosquitos fêmeas hematófagos do gênero

Aedes, o macho se alimenta de néctar, seiva e entre outros (HENCHAL; PUTNAK,

1990). Tem em média cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivem em áreas de

periculosidade, principalmente no sul e sudeste da Ásia, Américas Central e do Sul e

Caribe (WHO, 2018). Além disso, cerca de 80 milhões de pessoas se infectam

anualmente e mais de 550 mil necessitam de hospitalização com pelo menos 20 mil

casos de morte decorrente da doença, com diagnóstico (WHO, 2007). E está

distribuída por todas as regiões tropicais e sub-tropicais do planeta, hoje sendo um

dos principais dilemas de combate a profilaxia da saúde pública no Brasil e mundo,

precisando intensificar a notificação compulsória (GUZMÁN, M.; KOURI, 2003;

WHO, 2018).

A dengue pode iniciar assintomática, ou com sintomatologia de febre

indiferenciada, conhecida como Febre da Dengue (FD) e Febre Hemorrágica da

Dengue (FHD), a doença requer assistência adequada com cuidados paliativos e

efetiva dos serviços de saúde, iniciar o tratamento imediato, reduzir casos

notificados, e sua letalidade (MARTINEZ, 2008).

As áreas mais afetadas com a dengue no mundo hoje são: as Américas do

Sul, Central e do Norte, além da, África, Austrália, Caribe, China, Ilhas do Pacífico,

Índia, Sudeste Asiático e Taiwan. Na América do Sul, Brasil, Colômbia, Bolívia,

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Paraguai, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Equador são as áreas mais

atingidas.

O mosquito transmissor A. aegypti, detectado no Brasil habita nas zonas

urbanas e rurais, reproduzindo-se em locais artificiais que contem água limpa ou

semilimpa e parada, inclusive nas folhas. Além de transmitir o vírus da dengue, o

vetor A. aeggypti transmite outros vírus como o Chikungunya, Zika e Febre Amarela

(VASCONCELOS, 2015).

.

1.2 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DA PESQUISA

Ao longo dos nove anos de minha atividade profissional em Enfermagem

(2009), surgiu à oportunidade de trabalhar no estágio de Enfermagem de Saúde

Pública do IES Materdei, em Manaus. Ingressei como Enfermeira em tempo integral,

iniciando uma grande aproximação envolvente com o mundo acadêmico. Foi um

grande marco, pois descobri uma grande admiração pela saúde e meio ambiente,

assim realizando esse trabalho.

Há 4 anos acompanhando estágio rural no Município de Iranduba-AM, foi

observado que quase não se faz notificação compulsória de doenças e agravos,

entretanto é de suma importância, para prevenir futuras epidemias. Assim, ficando

com dados ineficientes no SINAN.

A dengue é uma patologia que não tratada, pode ser letal, também

considerada um dos maiores problemas da saúde pública. Como isso a

intensificação dos estudos, pesquisas, levantamentos de dados de casos, a

conscientização dos profissionais de saúde, secretarias de saúde precisam atuar em

conjunto pra profilaxia da dengue.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar as notificações de dengue informadas ao SINAN, pelo município de

Iranduba-AM no período de 2010 – 2017, com intuito de contribuir através de uma

cartilha informativa aos profissionais de saúde.

1.3.2 Objetivos Específicos

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19

Produzir informações coletadas do SINAN, durante o período estudado.

Descrever e analisar a série histórica de casos de dengue notificados no

período de 2010 a 2017.

Contextualizar a importância dos profissionais de saúde na notificação

compulsória de casos de dengue.

Elucidar a importância da educação ambiental.

1.4 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DO TEMA

É atualmente um grave problema de saúde pública no Brasil e na maioria dos

países tropicais e subtropicais, onde as condições ambientais favorecem a

proliferação do mosquito Todo caso suspeito ou confirmado de Dengue, deve ser

comunicado a vigilância epidemiológica, para que aconteça uma adoção de medidas

necessárias de combate ao vetor, acompanhamento da curva epidêmica e avaliação

de controle.

A coleta e o fluxo dos dados são importantes, pois permitem uma

investigação epidemiológica e uma composição anual dos agravos.

Em destaque o município de Iranduba e os casos de dengue, qual a

importância da Notificação Compulsória relacionando Saúde e Educação Ambiental?

1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A pesquisa foi desenvolvida no município de Iranduba-AM, tem como objetivo

analisar as notificações de dengue informadas ao SINAN, pelo município de

Iranduba-AM no período de 2010 – 2017, com intuito de contribuir através de uma

cartilha informativa aos profissionais de saúde.

O presente trabalho parte da hipótese de que precisa intensificar a profilaxia

da dengue, através da saúde pública com a importância da notificação compulsória,

educação ambiental.

A falta de registros no sistema, comprometendo a veracidade de casos

existentes, diagnosticado e óbitos.

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Intensificar a importância dos profissionais da área da saúde, para combater a

profilaxia de novos casos existentes de dengue no município de Iranduba-AM.

1.6 ESCOPO DA PESQUISA

O escopo da pesquisa apresenta no capítulo I Introdução, identificação e

justificativa da pesquisa, objetivos, contribuição e relevância do tema, delimitação do

tema, e escopo da pesquisa; no capítulo II Referencial Teórico, no capítulo III

Materiais e Métodos, no capítulo IV Panorama Epidemiológico , no capítulo V

Medidas de Controle, no capítulo VI Resultados e Discussões, no capítulo VII

Cartilha Educativa, no capítulo VIII está destacado a conclusão, sugestão dos

trabalhos futuros e as referências bibliográficas está a seguir.

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CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MUNICÍPIO DE IRANDUBA

O município de Iranduba – AM, foi regulado por meio da Lei 07/09.04.1963,

conforme a Figura 2. E foi fragmentado do município de Manaus por meio da

Emenda Constitucional número 12 de 10.12.1981, quando foi criado a partir do

território pertencente ao município de Manacapuru. A contar de então estabelece

legalmente um município autônomo, independente (SEGOV, 2018).

Somente no ano de 1981, no governo de José Lindoso, o Iranduba foi

desmembrado de Manacapuru e de Manaus passando novamente à condição de

município. E apenas em 1982 foi realizada a primeira eleição para prefeito do

município. A partir daí, a Prefeitura do Iranduba (Figura 2), assumiu definitivamente

a frente administrativa do município.

Figura 2 - Prefeitura de Iranduba-AM

Fonte: Cruz, 2019.

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Torres (2002), afirma que a realidade do Iranduba é apenas um exemplo da

situação de precariedade em que estão vários interiores amazônicos, com falta de

infraestrutura, desemprego:

O município de Iranduba é um exemplo de uma problemática social amplamente encontrada na região amazônica. Na sua maioria, questões associadas ao processo migratório acelerado e ocasionado pelo Modelo Econômico Zona Franca. Acrescenta-se a esse processo a política de abandono do Estado em relação aos municípios, à medida que este, enquanto gestor e administrador das Políticas Públicas, negligencia as áreas rurais, deixando-as a mercê de iniciativas esporádicas, muitas vezes vinculadas a períodos eleitorais (TORRES, 2002).

Localizada a 25km da cidade de Manaus, com área territorial de 2.216,87

km2, segundo o IBGE (2018), com população estimada de 47.571 pessoas

estatisticamente no ano de 2018, colocado como o décimo primeiro município mais

populoso do Amazonas. Limita-se com os municípios de Manacapuru, Manaus,

Novo Airão e Careiro (Figura 3). A localização do município permite a existência de

dois ecossistemas diversos, e se na orla do Rio Negro figuram paisagens

paradisíacas, praias, cachoeiras e florestas abundantes; ao longo do rio Solimões

descortinam-se extensas áreas de várzea com atividades agrícolas, pesqueiras e de

contemplação.

Comporta clima tropical chuvoso e úmido, apresentando temperatura mínima

de 23º e máxima de 30,8º.

Figura 3 - Localização Geográfica Município de Iranduba – AM

Fonte: Google Maps (2019)

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Há muitos anos, o município teve sua base econômica centralizada no setor

primário, com holarias e fábrica de cerâmicas, com o cultivo de hortaliças, criação de

gado, leite, queijo e frutas (ABREU, 2004).

É considerado o maior produtor de hortifrutigranjeiros, e produz 75% dos

tijolos, cerâmicas vermelhas o que representa, em termos quantitativos, 35

toneladas de tijolos por mês (SEBRAE, 2011), e telhas consumidos no estado. Está

conectado à capital amazonense através da Ponte Jornalista Phelippe Daou (Figura

4), seguindo na Rodovia Manuel Urbano (Figura 5).

Figura 4 - Ponte Jornalista Phelippe Daou, Manaus – Iranduba -AM

Fonte: Cruz, 2019.

Figura 5 - Rodovia Manuel Urbano – AM - 070

Fonte: Cruz, 2019.

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Após a inauguração da ponte, muitas pessoas ainda utilizam as pequenas

embarcações para atravessar o rio (Figura 6). Essa travessia custa 6 reais, com

duração de 15 a 20 minutos, de ônibus é 4,30 reais saindo do terminal que fica na

cabeceira da ponte até a sede do município e adjacências. O porto do Cacau Pirêra

era onde atracava as balsas para transportar automóveis de carga leve e pesados, e

pessoas para capital Manaus.

Figura 6 – Porto do Cacau Pirêra.

Fonte: Cruz, 2019.

Quanto à saúde, o município conta com 1 hospital (Figura 7), 2 centros de

saúde, 2 postos de saúde, além do Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS), do Programa de Saúde da Família (PSF) e do Programa de vigilância

sanitária e epidemiológica (Figura 8). A saúde do município é de incubência da

Prefeitura local, mas tem contribuição do governo do Estado do Amazonas, através

da Superintendência Estadual da Saúde do Amazonas (SUSAM).

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Figura 7 – Hospital Hilda Freire.

Fonte: Cruz, 2019.

Figura 8 – Programa de Vigilância Sanitária e Epidemiológica.

Fonte: Cruz, 2019.

2.2 AGENTE ETIOLÓGICO, IMUNIDADE E SUSCETIBILIDADE

É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família

Flaviviridae, Brasil (2009a), a dengue é uma doença de notificação compulsória no

país. Segundo o critério de definição de caso suspeito, válido até o ano de 2013,

todo indivíduo que apresente febre com duração máxima de sete dias,

acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas - cefaleia, dor retroorbital,

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mialgia, artralgia, prostração, exantema - e com exposição à área com transmissão

de dengue ou com presença de Aedes aegypti nos últimos 15 dias, deve ser

notificado à vigilância epidemiológica. A partir de 2014, houve alteração nessa

definição para 14 dias de exposição à área de transmissão, inclusão de náuseas,

vômitos, petéquias, prova do laço positiva e leucopenia entre as manifestações

sintomáticas, e exclusão da prostração (BRASIL, 2014)

Segundo a classificação de Rico-Hesse (2003), que leva em conta a origem

geográfica, cidades com clima tropical, dos isolamentos primários das amostras

virais analisadas, os quatro sorotipos do vírus dengue possuem os seguintes

genótipos:

- Genótipos do DENV-1: Tailândia; Ásia; Pacífico Sul; Américas/África; Malásia

(Silvestre).

- Genótipos do DENV-2: Malásia/Índia Subcontinental; Sudeste da Ásia; Américas;

Oeste da África.

-Genótipos do DENV-3: Sudeste da Ásia/Pacífico Sul; Tailândia; Índia

Subcontinental; Américas.

- Genótipos do DENV-4: Indonésia; Sudeste da Ásia; Malásia.

Conforme Tauil (2011), quanto às respostas imunológica, divide-se em duas:

primária e secundária. Primária, ocorre quando a pessoa foi exposta uma vez pelo

vírus da dengue, e os anticorpos se manifestam lentamente, apresentando em

alguns pacientes pouca sintomatologia. Já, a secundária ocorre na pessoa já foi

infectada pelo vírus anteriormente, independente do tipo de vírus, os anticorpos se

manifestam muito rápido. Na maioria das vezes, precisando buscar atendimento

hospitalar para iniciar o tratamento, uma vez diagnosticado.

Quanto à suscetibilidade à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), existe três

teorias conforme Brasil (2010):

• teoria de Rosen – relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa

infectante, de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas

extremamente virulentas;

• teoria de Halstead – relaciona a FHD com infecções sequenciais por diferentes

sorotipos do vírus da dengue. Nessa teoria, a resposta imunológica, na segunda

infecção, é exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da doença;

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• teoria integral de multicausalidade – tem sido proposta por autores cubanos,

segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de infecções sequenciais

e de virulência da cepa.

2.3 VETORES E MODO DE TRANSMISSÃO

2.3.1 Vetores

Os vetores da dengue são mosquitos do gênero Aedes. A transmissão ocorre

principalmente pela picada da fêmea do mosquito da espécie Aedes aegypti, que

necessita de sangue humano para viabilizar a maturação dos ovos (MAFRA;

LEMOS, 2009).

O Aedes aegypti é um vetor de hábitos domésticos, que pica durante o dia e

tem preferência acentuada por sangue humano. Entretanto, o Aedes albopictus

apresenta uma valência ecológica maior, dificilmente entra nas casas, podendo ser

também encontrado em áreas rurais e de capoeiras, e não apresenta uma

antropofilia tão acentuada quanto o Aedes aegypti (TAUIL, 2002).

O vetor da dengue se prolifera em qualquer invólucro, dificultando o controle

de erradicação. Entretanto a prevenção é extremamente importante para realizar a

quebra da cadeia de transmissão, ou seja, através das informações, educação

continuada, palestras nas escolas, igrejas, centros de convivência e etc.Com a

participação do poder público, órgãos de pesquisa e a própria comunidade, aderindo

medidas em parceria para controlar/erradicar o ciclo de propagação e transmissão

da dengue.

Em algumas áreas tem ocorrido maior incidência do que em outras devido

aspectos geográficos, sendo que as áreas próximas de baixos encharcados e as

margens de igarapés com proximidade à floresta se constituem em zonas de maior

risco.

O ciclo da vida do mosquito vetor da dengue possui desenvolvimento

característico dos insetos, divido em estágios: ovo, quatro estágio larvais, um

estágio de pupa e a fase adulta (Figura 9). O transcurso começa quando a fêmea

adulta injeta seus ovos na parede dos reservatórios com água limpa e parada.

Passando 7 dias, a larva cresce, passando pelos estágios e vira pupa, passando 2

dias o mosquito está completamente formado e pronto para aferroar. Apesar da

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incidência de casos diminuir quando a temperatura cai na segunda metade do ano,

não há interrupção da cadeia de transmissão (MEDEIROS et al., 2011).

Os ovos do vetor é muito resistente, permanecem até mesmo por 1 ano em

locais seco, água parada, para se desenvolver ele pode ficar submerso cerca de

meia hora.

Figura 9 - Ciclo do Aedes Aegypti

Fonte: www.tuasaude.com/ciclo-de-vida-do-aedes-aegypti (2019).

A seguir, apresentaremos as suas características e particularidades.

Os ovos

Os ovos do Aedes aegypti, tem aproximadamente, 1mm de comprimento e

contorno alongado. Depositados pela fêmea, individualmente, suas paredes internas

constituem-se depósitos que servem como criadouros. (Figura 10).

Figura 10 - Ovos do Aedes Aegypti

Fonte: FUNASA, 2001.

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Após completado do desenvolvimento embrionário, os ovos são capazes de

permanecer por longos períodos de dessecação, que pode permanecer vivo por

mais de um ano (FUNASA, 2001).

Larva

Como o Aedes é um vetor holometabólico, ou seja, que sofre metamorfose

completa durante o seu desenvolvimento, sua fase larvária é o período de

alimentação e crescimento, passando maior tempo alimentando-se principalmente

de material orgânico. As larvas possuem quatro estágios evolutivos. Sua duração

depende da temperatura, disponibilidade de alimento e densidade das larvas no

criadouro. Composta de cabeça, tórax e abdômen, conforme revela a Figura 11.

Figura 11 – A larva.

Fonte: Ascom Prefeitura de Arabutã, 2019.

Pupas

Ocorre a metamorfose do estágio larval para o mosquito adulto. As pupas não

se alimentam, quando inativas permanecem na superfície da água, flutuando, o que

facilita a emergência do adulto. Dura, geralmente, de dois a três dias. A pupa,

representada na (Figura12), é dividida em cefalotórax (cabeça e tórax unidos) e

abdômen.

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Figura 12 – Metamorfose do vetor.

A gesta da dengue pode variar de três a 15 dias (média de cinco a seis dias)

e o período de propagação intrínseco coincide com o período de viremia (um dia

antes do aparecimento da febre até o sexto dia da doença (BRASIL, 2014).

2.3.2 Transmissão

A transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypti, a fêmea do

Aedes aegypti tem maior atividade durante o dia e adquire o vírus ao picar uma

pessoa doente.

Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o

vírus depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. A transmissão mecânica

também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente,

se alimenta num hospedeiro susceptível próximo. Não há transmissão por contato

direto (transmissão vertical) de um doente ou de suas secreções com pessoa sadia,

nem por intermédio de água, alimento ou por sexo.

O vetor é capaz de transmitir a doença até o fim se sua vida, em um período

de 6 a 8 semanas (MAFRA; LEMOS, 2009).

2.3.3 Período de Incubação

O período de incubação pode variar de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6

dias.

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Algumas fases clínicas pode ocorrer após a ferrada do mosquito

contaminado, em busca de se alimentar. A primeira é a fase febril, tem início

abrupto, é geralmente alta, com duração de dois a sete dias, podendo ser

acompanhada de cefaléia, dor retroorbitária, mialgias, artralgias, adinamia, náuseas,

vômitos, diarréia pastosa não volumosa e exantema máculo papular, pruriginoso ou

não, presente em 50% dos casos, em alguns casos chegando a ser mortal

(SIMMONS et al., 2012; BRASIL, 2016a).

Segunda fase conhecida como crítica, entre o terceiro e sétimo dia da

doença, onde ocorrem sinais e sintomas de alarme resultantes aumentando a

permeabilidade vascular como dor abdominal intensa e constante, vômitos

persistentes, acúmulo de líquidos (ascite, derrames pleural e/ou pericárdico),

hipotensão postural e/ou lipotímia, hepatomegalia, sangramento de mucosa, letargia

e/ou irritabilidade e aumento progressivo do hematócrito (GUILARDE et al., 2008).

Também pode ocorrer a dengue grave com: desconforto respiratório por

síndrome da angústia respiratória, pneumonites ou sobrecargas de volume;

sangramento grave (hemorragia maciça sem choque prolongado); ou sinais de

disfunção orgânica afetando o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema

nervoso central (BRASIL, 2016a).

Finalizando a terceira fase ou fase de recuperação como conhecida, se dá

nos pacientes que passaram pela fase crítica, havendo reabsorção gradual do

conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica.

Acontece a normalização do débito urinário e rash cutâneo pruriginoso ou

não pode ser detectado (SIMMONS et al., 2012; BRASIL, 2016a).

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CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa realizada através de levantamento de dados, procurou-se

averiguar, o escopo mais adequado para esta proposta, considerando-se o problema

da pesquisa geral e especificados.

3.1 Tipo de pesquisa

É de pesquisa exploratória e bibliográfica. Severino (2007), pesquisa

bibliográfica é feita a partir de registros disponíveis, decorrentes de pesquisas

anteriores, documentos impressos, como artigos, dissertações, livros, teses etc.

Utilizando registros ou domínios teóricos já realizadas por outros pesquisadores

registrados, tornando fontes dos temas a ser pesquisado, por meio das contribuições

dos autores dos estudos profundos que consistem nas pesquisas.

Optou-se por esta abordagem descritiva, pois tais pesquisas têm como

objetivo primordial as descrições das características de determinados fenômenos, do

processo de investigação, envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar a

investigação prévia relacionada com a área de estudo.

Entretanto Lakatos e Marconi (2007), a pesquisa bibliográfica, aborda toda

bibliografia que já se tornou pública sobre o tema de estudo.

Busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, artigos etc. Constitui geralmente o primeiro passo de qualquer pesquisa científica. (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 65-66).

No decorrer do trabalho, com revisão bibliográfica e documental sobre a

temática, englobando documentos e leis, além dos temas-chave composto no

referencial teórico, buscar conhecer outros trabalhos já publicados, desenvolvidos

neste campo de pesquisa para o embasamento teórico sobre o tema.

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3.2 Delineamento e local do estudo

Foi conduzido um estudo de pesquisa bibliográfica para levantamento de

dados, identificar causas e importância sobre a notificação compulsória de casos de

dengue no período de 2010 a 2017 no município de Iranduba – AM.

Iranduba, município do Estado Amazonas, situado à margem esquerda do Rio

Solimões. Localiza-se a 25km da cidade de Manaus, com área territorial de 2.216,87

km2, segundo o IBGE (2018). O município conta com 1 hospital (figura 6), 2 centros

de saúde, 2 postos de saúde, além do Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS), do Programa de Saúde da Família (PSF) com 22 estratégias distribuída no

município. E do Programa de vigilância sanitária e epidemiológica. A saúde do

município é de responsabilidade da Prefeitura, mas tem contribuição do governo do

Estado do Amazonas, através da Superintendência Estadual da Saúde do

Amazonas (SUSAM).

3.3 Período do estudo

O estudo foi realizado no ano de 2018 à fevereiro de 2019.

3.4 Coleta dos dados

Foram estudados os casos notificados de dengue no município de Iranduba,

no período de 2010 a 2017. Usando os dados do Sistema de Informação de Agravos

e Notificação (SINAN), com autorização da Secretaria de Vigilância Epidemiológica

do município e informações relacionadas à notificação compulsória.

Para este trabalho foi realizado um levantamento literário sobre os temas:

saúde, educação ambiental, notificação compulsória, vigilância em saúde e dengue,

incluindo seu vetor, ciclo e epidemiologia.

A investigação/exploração de um conjunto observações sequenciais durante

meses e anos, pode identificar vários agravos em relação à saúde, como também

aspectos de evolução das enfermidades, como tendência secular ou histórica, com

variações cíclicas e sazonais (ROUQUAYOL, 2006).

Os dados enviados semanais para a secretaria de epidemiologia é de suma

importância para avaliação de doenças notificadas, no ano de 2010/01 a SE até

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2010/52, foi registrado poucos casos de dengue diagnosticado pelas unidades de

saúde do município, com apenas 09 registros (Figura 20).

Figura 20 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2010/1 – 2010/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba--AM

A notificação compulsória é um dos pilares da vigilância epidemiológica de

grande importância para o acompanhamento e verificação no números de doenças

advertidas, com intuito de analisar formas de combate de profilaxia para evitar surtos

epidêmicos, endêmicos e pandêmicos. No ano de 2011, foi diagnosticado 151 casos

dengue no município demonstrado pela figura 20.

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Figura 21 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2011/1 – 2011/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

Segundo Medronho (2009, p. 87), com a busca ativa da atualização dos

dados de doenças notificadas, pode fornecer informações para o entendimento,

previsão, busca etiológica, profilaxia de doenças e análise de intervenções em

saúde. Dados obtidos na pesquisa da semana epidemiológica de 2012, resultando

08 notificações, conforme a figura 22.

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Figura 22 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2012/1 – 2012/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

A falta de conhecimento das doenças pra ser notificada, podem contribuir

para a baixa notificação de casos. O registro dos agravos deve ser feita à vigilância

sanitária por profissionais de saúde, entre eles: médicos, enfermeiros,

fisioterapeutas, fonoaudiólogos, odontólogos e terapeutas ocupacionais, ou qualquer

cidadão, para fins de verificar as medidas cabíveis (PINHEIRO, 2009) (Figura23).

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Figura 23 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2013/1 – 2013/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

Período de 2014 conforme a figura 24, foram identificadas somente 11 casos

de dengue, a notificação em sistemas de vigilância em saúde é essencial para a

monitorar, prevenir, e o controle de doenças. Segundo Brasil (2001), o não

cumprimento destas exigências pode comprometer a eficácia das medidas de

prevenção e controle disponíveis nos serviços de vigilância epidemiológica.

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Figura 24 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2014/1 – 2014/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

A notificação de doenças infectocontagiosas é um meio de comunicação de

doenças, agravos ou eventos. A coleta e o fluxo dos dados são importantes para

investigação epidemiológica, para tomadas de prevenção, intervenção como ações

educativas, na figura 25, notificados 22 casos de dengue em todo o município

durante um ano.

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Figura 25 - Gráfico: Semana Epidemiológica 2015/1 – 2015/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

O objetivo do SINAN é coletar, transmitir e disseminar dados gerados pelo

Sistema de Vigilância Epidemiológica, com o avanço da tecnologia, indicando os

riscos dos agravos que foram notificados (BRASIL, 2007) (Figura 26).

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Figura 26 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2016/1 – 2016/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

As doenças de notificação compulsória, são patologias cuja gravidade,

intensidades severas, capacidade de alastra-se rapidamente, podendo causar surtos

e epidemias, assim Brasil (2009), aquelas designadas por constarem na Lista de

Doenças e Agravos de Notificação Compulsória, exigem medidas eficazes para sua

prevenção e controle.

As secretarias municipais de saúde necessita requerer dos profissionais de

saúde prestar assistência com qualidade, identificar patologias infectocontagiosas,

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solicitar exames laboratoriais para confirmação, a serem descartadas ou notificadas

no SINAN. A SE 2017, notificado 52 casos de dengue.

Figura 27 – Gráfico da Semana Epidemiológica 2017/1 – 2017/52

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

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CAPÍTULO IV - PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO

4.1 HISTÓRICO DA DENGUE NO MUNDO

Até os anos 1939-1945 as pandemias de dengue ocorriam a cada 10 a 30

anos, e não era comum a ocorrência de epidemias em uma mesma localidade.

A partir da Segunda Guerra mundial foi observada uma mudança nesse

cenário, com o Sudeste Asiático vivenciando um aumento significativo na atividade

epidêmica da doença.

Após esse período, várias epidemias de dengue foram registradas,

particularmente da febre hemorrágica da dengue, sendo mortal em alguns casos

(RIGAUPÉREZ, 2006).

Houve nos últimos 50 anos um acréscimo na incidência da doença, com

aumento em sua transmissão em países da África, Ásia, Américas e Europa, o que a

tornou uma pandemia (WHO, 2012; GUZMAN; HARRIS, 2015).

Durante os anos 80 verificou-se a expansão geográfica das epidemias de

dengue envolvendo a região das Américas (Sul, Norte e Central), bem como a

África, China e a Austrália, tendo como principais fatores responsáveis pelo aumento

da incidência e da sua distribuição mundial, as mudanças ocorridas no ambiente e

no comportamento da população humana (MONATH, 1994).

Nas últimas duas décadas, a incidência de dengue nas Américas tem

apresentado uma tendência ascendente, com mais de 30 países informando casos

da doença, a despeito dos numerosos programas de erradicação ou controle que

foram implementados. Os picos epidêmicos têm sido cada vez maiores, em períodos

que se repetem a cada 3-5 anos, quase de maneira regular. Entre 2001 e 2005,

foram notificados 2.879.926 casos de dengue na região, sendo 65.235 de dengue

hemorrágica, com 789 óbitos. As maiores incidências nesse período foram

reportadas pelo Brasil, Colômbia, Venezuela, Costa Rica e Honduras (82% do total)

(BRASIL, 2009b).

4.2 A DENGUE NO BRASIL

Atualmente, o Brasil se encontra em uma situação epidemiológica alarmante,

e contribui com 80% dos casos de dengue registrados nas Américas, contribuindo

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para a notificação compulsória (NOGUEIRA et al., 2007). Tendo em vista que o

crescimento populacional muito atenuante a cada ano, figura 13.

De acordo com OMS (2010), surgiram vários fatores clínicos, políticos e

socioeconômicos que contribuíram para o ressurgimento da doença e são

necessárias respostas integradas nos níveis nacional, regional e global.

Para trazer essas mudanças significativas nas atitudes sociais e políticas

públicas no âmbito do cuidado com o meio ambiente, educação ambiental, qualidade

na assistência, atenção primária da saúde pública.

Figura 13 – Gráfico do Crescimento populacional urbano e rural em áreas desenvolvidas de 1950 a

2050.

Fonte: BRASIL, 2013

Em 2016, SE 1 a SE 52, foram registrados 1.500.535 casos prováveis de

dengue, e em 2015, 1.688.688 (Figura 14). Em 2017, até a SE 33 (1/1/2017 a

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19/08/2017), foram registrados 214.990 casos prováveis de dengue no país (Tabela

1), com uma incidência de 104,3 casos/100 mil hab., e outros 175.990 casos

suspeitos foram descartados (BRASIL, 2017).

Figura 14 – Casos prováveis de dengue, por semana epidemiológica de início de sintomas, Brasil,

2015, 2016 e 2017

Fonte: Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde - Brasil

Tabela 1 – Número de casos prováveis e incidência de dengue (/100 mil hab.), até a

semana Epidemiológica 33, por região e Unidade da Federação, Brasil, 2016 e

2017.

Região/Unidade da Federação

2016

Casos (n)

2017

Incidência(/100 mil hab.)

2016

2017

NORTE 33.752 20.428 190,6 115,4 Rondônia 6.916 2.185 387,0 122,3 Acre 1912 1.284 234,1 157,2 Amazonas 6.687 3.272 167,1 81,8 Roraima 144 683 28,0 132,8 Pará 9.385 6,887 113,4 83,2 Amapá 1.523 762 194,7 97,4 Tocantins 7.185 5.355 468,7 349,3 NORDESTE 301.661 80.447 530,0 141,3 Maranhão 23.037 6.251 331,3 89,9 Piauí 4.816 4.265 149,9 132,8 Ceará 43.663 43.636 487,1 486,8 Rio Grande do Norte 55.346 5.100 1.592,7 146,8 Paraíba 34.895 2.420 872,5 60,5 Pernambuco 57.259 7.431 608,5 79,0 Alagoas 16.938 2.347 504,3 69,9

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Sergipe 2.979 503 131,5 22,2 Bahia 62.728 8.494 410,6 55,6 SUSDESTE 834.956 47.290 966,9 54,8 Minas Gerais 518.445 25.484 2.469,1 121,4 Espírito Santo 39.287 5.876 988,7 147,9 Rio de Janeiro 82.621 8.764 496,6 52,7 São Paulo 194.603 7.166 434,9 16,0 SUL 68.815 2.455 233,7 8,3 Paraná 60.844 2.117 541,2 18,8 Santa Catarina 4.932 196 71.4 2,8 Rio Grande do Sul 3.039 142 26,9 1,3 Centro-Oeste 198.722 64.370 1.268,9 411,0 Mato Grosso do Sul 44.792 1.338 1.669,9 49,9 Mato Grosso 18.236 7.424 551,7 224,6 Goiás 118.419 51.918 1.768,5 775,4 Distrito Federal 17.275 3.690 580,2 123,9

BRASIL 1.437.906 214.990 697,7 104,3

Fonte: SINAN (2017).

Em 2017, até a SE 33, foram notificados 169 casos de dengue grave e 1.821

casos de dengue com sinais de perigo alarmante. Sendo que no mesmo período de

2016, foram registrados 881 casos de dengue grave e 8.567 casos de dengue com

sinais de alarme, Brasil (2017). Foram confirmados 83 óbitos por dengue até a SE

33 de 2017 no Brasil (Tabela 2).

Tabela 2 – Número de casos graves, com sinais de alarmes e óbitos por dengue confirmados, até a

Semana Epidemiológica 33, por região e Unidade da Federação, Brasil, 2016 e 2017.

Semana Epidemiológica 1 a 33

Casos confirmados Óbitos confirmados

Região/Unidade da Federação

2016 Dengue com Sinais de alarme

Dengue grave

2017

Dengue com Sinais de alarme

Dengue grave

2016

2017

NORTE 90 11 121 7 5 4 Rondônia 14 5 1 3 3 0 Acre 0 0 0 0 0 0 Amazonas 8 2 11 2 1 1 Roraima 2 0 1 0 0 0 Pará 35 2 7 1 0 0

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Amapá 16 2 7 1 1 1 Tocantins 15 0 94 0 0 2 NORDESTE 385 98 174 43 110 18 Maranhão 31 9 30 9 10 4 Piauí 7 5 7 2 1 0 Ceará 163 44 83 14 29 10 Rio Grande do Norte 45 13 6 2 23 0 Paraíba 51 6 5 3 8 0 Pernambuco 59 7 25 9 24 3 Alagoas 14 8 5 2 7 1 Sergipe 1 1 1 0 1 0 Bahia 14 5 12 2 7 0 SUSDESTE 3.755 451 293 39 401 25 Minas Gerais 1.886 269 103 17 258 13 Espírito Santo 361 44 76 9 19 4 Rio de Janeiro 378 23 70 4 15 4 São Paulo 1.130 115 44 9 109 4 SUL 620 127 5 1 66 0 Paraná 525 118 5 0 63 0 Santa Catarina 61 2 0 0 2 0 Rio Grande do Sul 34 7 0 1 1 0 Centro-Oeste 3.717 194 1.228 79 93 36 Mato Grosso do Sul 280 16 23 1 17 3 Mato Grosso 15 7 14 3 5 3 Goiás 2.972 132 1.116 62 49 22 Distrito Federal 450 39 75 13 22 8

BRASIL 8.567 881 1.821 169 675 83

Fonte: SINAN (2017)

No Brasil, se acordo com Ferreira et al. (2009), o ambiente e as condições

sociais desfavoráveis, falta de saneamento básico, ausência de coleta de lixo,

condições econômica reduzida, baixa escolaridade cria-se um ambiente favorável à

proliferação do vetor Aedes Aegypti, acelerando novos casos de dengue,

principalmente em países em desenvolvimento.

4.3 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Segundo Brasil (2011b), a classificação de risco do paciente com dengue visa

reduzir o tempo de espera no serviço de saúde, (Figura 15).

Diante de um surto de dengue, a comunicação e informação à população é

essencial para reduzir o impacto adverso, ajudar a diminuir os criadouros nas casas

e estimular as pessoas afetadas a procurarem assistência médica oportuna,

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47

evitando assim a ocorrência de casos graves e mortes por dengue. As mensagens

de comunicação devem se concentrar na identificação de sinais de alerta e na

obtenção de assistência médica em tempo oportuno.

Para essa classificação, foram utilizados os critérios da Política Nacional de

Humanização do Ministério da Saúde e o estadiamento da doença. Os dados de

anamnese e exame físico serão usados para fazer esse estadiamento e para

orientar as medidas terapêuticas cabíveis.

É importante lembrar que, diante da capacidade de propagação da doença

que, de forma epidêmica/endêmica, em alças recrudescentes, tem atingido milhões

de pessoas, às vezes numa mesma região, as formas mais graves podem

representar, em números absolutos, um enorme contingente de pacientes

requerendo atendimento cuidadoso para a prevenção de seu agravamento, quando

não assistência intensiva (GUZMAN, 2010).

Este fato pode, certamente, desequilibrar ou agravar as condições de

funcionamento de um sistema de saúde. Admitindo a necessidade de participação

emergencial de profissionais da saúde, de diversas especialidades, no atendimento

ao dengue epidêmico em nosso país, a simplificação da classificação clínica,

baseada em dados clínicos e prognósticos e orientada para o nível de complexidade

do atendimento e diagnóstico, deve, portanto, ser buscada.

A OPAS também está fornecendo assessoramento detalhado sobre como

gerenciar e tratar casos de dengue, observando que “o reconhecimento precoce de

sinais de alerta em diferentes estágios da doença é fundamental para fornecer os

cuidados de saúde necessários e impedir a progressão para a doença grave”.

Como base para essa classificação, identificamos no dengue, conforme a

gravidade, formas polares e intermediárias (assintomática/branda - intermediária -

fatal) (BRASIl, 2016a)

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Figura 15 – Fluxograma para classificação de risco de dengue.

Fonte: BRASIL, 2011a.

Com o propósito de orientar os profissionais de saúde sobre o tratamento com

suspeita de dengue, o fluxograma mostra a conduta, passo a passo, diante dos

sinais e sintomas de alarme da doença.

4.4 ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS

A contaminação pelo vírus dengue pode ser sintomática ou assintomática. A

sintomática, gera uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, de

forma oligossintomáticas até quadros graves, pode ser letal. Pode ser definida em

três fases: febril; crítica e de recuperação (BRASIL, 2011b):

- Fase febril: A primeira manifestação é a febre que tem duração de dois a sete

dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada à cefaleia, à

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adinamia, às mialgias, às artralgias e a dor retroorbitária. O exantema está presente

em 50% dos casos, é predominantemente do tipo máculo-papular, atingindo face,

tronco e membros de forma aditiva, não poupando plantas de pés e palmas de

mãos, podendo apresentar-se sob outras formas com ou sem prurido,

frequentemente no desaparecimento da febre.

- Fase crítica: Pode estar presente em alguns pacientes, podendo evoluir para as

formas graves e, por esta razão, medidas diferenciadas de manejo clínico e

observação devem ser adotadas imediatamente. Tem início com a defervescência

da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, acompanhada do

surgimento dos sinais de alarme.

- Fase de recuperação: Nos pacientes que passaram pela fase crítica haverá

reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica. É

importante estar atento às possíveis complicações relacionadas à hiper-hidratação.

Nesta fase o débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda

bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. Tais infecções em determinados

pacientes podem ter um caráter grave, contribuindo para o óbito.

4.5 CRITÉRIOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO

A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde formas

oligo ou assintomáticas, até quadros com hemorragia e choque, podendo evoluir

para óbito, conforme (BRASIL, 2005):

- Dengue clássico (DC) – a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de

início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia,

dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia

dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. A doença

tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado

de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Febre hemorrágica da dengue (FHD) – os sintomas iniciais são semelhantes aos

do DC, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução,

com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. A

fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço. Outras

manifestações hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia,

hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinal, intracraniana, etc.) e hemorragia

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espontânea pelos locais de punção venosa. Nos casos graves de FHD, o choque

geralmente ocorre entre o 3º e 7º dias de doença, geralmente precedido por dor

abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida

de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta duração e pode levar a óbito

em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.

Caracteriza-se por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e

arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Alguns pacientes podem ainda

apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu um critério de classificação das

formas de FHD, em 4 categorias, de acordo com o grau de gravidade abaixo

(BRASIL, 2010).

• Grau I – febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única

manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva;

• Grau II – além das manifestações constantes do Grau I, somam-se hemorragias

espontâneas (sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia e outras);

• Grau III – colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão

arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação;

• Grau IV – choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis (síndrome

do choque da dengue).

Caso descartado: casos duvidosos, sem exame laboratorial, cuja análise clínica e

epidemiológica são compatíveis com outras patologias.

4.6 CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL

Métodos indicados, conforme Brasil (2010), a figura 16, mostra a evolução

clínica e laboratorial.

- Sorologia – Método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA). Deve ser

solicitada a partir do sexto dia do início dos sintomas.

- Detecção de antígenos virais: NS1, isolamento viral, RT-PCR e

imunohistoquímica. Devem ser solicitados até o quinto dia do início dos sintomas. Se

positivos confirmam o caso; se negativos, uma nova amostra para sorologia IgM

deve ser realizada para confirmação ou descarte.

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51

Figura 16 – Evolução clínica e laboratorial da dengue

Fonte: World Health Organization – WHO (2009), com adaptações.

4.7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E LABORATORIAL

De acordo com Brasil (2008b), pode ser definido como uma suspeita pelo

médico – através da sintomatologia apresentada pelo paciente durante o exame

clínico, o médico pode solicitar exames complementares específicos para finalizar o

diagnóstico.

As principais doenças que fazem diagnóstico diferencial são: influenza,

enteroviroses, doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, parvovirose, eritema

infeccioso, mononucleose infecciosa, exantema súbito, citomegalovirose e outras),

hepatites virais, abscesso hepático, abdome agudo, hantavirose, arboviroses (febre

amarela, Mayaro, Oropouche e outras), escarlatina, pneumonia, sepse, infecção

urinária, meningococcemia, leptospirose, malária, salmonelose, riquetsioses, doença

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de Henoch-Schonlein, doença de Kawasaki, púrpura auto-imune, farmacodermias e

alergias cutâneas.

O diagnóstico laboratorial específico dos pacientes com suspeita de dengue é

indicado de acordo com a situação epidemiológica de cada área. Pode ser feito por

métodos sorológicos e virológicos, indicados em momentos distintos da doença. Os

critérios de indicação e realização dos mesmos podem variar de acordo com a

situação epidemiológica no local. (BRASIL, 2010), métodos indicados:

- Diagnóstico sorológico: A sorologia é utilizada para detecção de anticorpos

antidengue, e deve ser solicitada a partir do sexto dia do início dos sintomas.

- Diagnóstico virológico: Identificar o patógeno e monitorar o sorotipo viral

circulante. Para realização da técnica de isolamento viral, a coleta deve ser

solicitada até o quinto dia de início dos sintomas.

- Diagnóstico laboratorial dos óbitos:

a) Todo óbito deve ser investigado. Todo paciente grave, que potencialmente pode

evoluir para óbito deve ter seu soro armazenado ou sangue colhido para realização

de exames específicos.

b) Fragmentos de fígado, pulmão, baço, gânglios, timo e cérebro podem ser

retirados por ocasião da necropsia ou, na impossibilidade, por punção de víscera

(viscerotomia), devendo ser feita tão logo seja constatado o óbito.

c) Para realização dos exames histopatológico e imunohistoquímica, o material

coletado deve ser armazenado em frasco com formalina tamponada, mantido e

transportado em temperatura ambiente.

4.8 TRATAMENTO E ATENÇÃO AO PACIENTE

Não existe tratamento específico para a dengue. Em caso de suspeita é

fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico. Embora

que pesquisas estão sendo realizadas para criação de uma vacina eficaz contra os

quatro sorotipos existentes. Desta forma, o tratamento consiste principalmente em

hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento, figura 17 (Grupo A,

B, C e D) da doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente,

para decidir condutas (SOUZA, 2010):

- Grupo A: sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.

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- Grupo B: sangramento espontâneo de pele (petéquias), ou induzido (prova do laço

positivo).

- Grupo C: presença de algum sinal de alarme: dor abdominal intensa e contínua;

vômitos persistentes; acúmulo de líquidos; hipotensão postural; hepatomegalia maior

do que 2cm; sangramento de mucosa; letargia; aumento do hematócrito.

- Grupo D: presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave

de órgãos.

Figura 17 – Estadiamento clínico.

Fonte: BRASIL, 2013.

Brasil 2010, relata alguns cuidados precisa ser tomado com a DC e FHD:

Dengue clássico – o tratamento é sintomático (analgésicos e antipiréticos) e pode

ser feito no domicílio, com orientação para retorno ao serviço de saúde após 48 a 72

horas do início dos sintomas. Indica-se hidratação oral com aumento da ingesta de

água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos com

ou derivados do ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não hormonais, por

aumentar o risco de hemorragias.

Febre hemorrágica da dengue – existe uma progressão do dengue clássico para a

FHD, e a conduta frente ao paciente depende dos sinais clínicos e evolução da

hemoconcentração.

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A equipe de saúde tem papel fundamental no atendimento do paciente com

suspeita de dengue, no reconhecimento dos sinais e sintomas associados à

gravidade, sendo necessário ou não monitoramento dos pacientes no ambulatório

ou em internação.

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55

CAPÍTULO V

MEDIDAS DE CONTROLE

A Atenção Básica tem papel fundamental no desenvolvimento das ações de

promoção, prevenção e atenção ao doente com dengue. Nesse sentido, as equipes

devem desempenhar suas atividades propiciando a integração de ações

programáticas e a demanda espontânea, persistir nas ações de promoção à saúde,

prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento, reabilitação e manutenção da

saúde; trabalhar de forma multi e interdisciplinar e em equipe; coordenar o cuidado

aos indivíduos-família-comunidade; integrar uma rede de serviços de maior

complexidade (BRASIL, 2013).

A participação da população ou comunidade, na eliminação de criadores do

vetor do mosquito Aedes Aegypti existentes ou de possíveis locais para reprodução,

é de grande importância, para reduzir casos, diminuindo o risco de adoecer. As

medidas de prevenção, promoção, vigilância, controle, erradicação para interromper

a cadeia de transmissão. Proporcionar ações educativas, até que a comunidade

adquira conhecimentos, consciência e sensibilização, passando a mudar

comportamentos, mantendo residências livres do vetor.

5.1 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA DENGUE (PNCD).

Documento criado com o intuito de organizar, orientar, facilitar, agilizar e

uniformizar as ações necessárias a uma resposta solidária, coordenada e articulada

entre os integrantes do SUS. As Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle

de Epidemias de Dengue auxiliará estados e municípios na organização de suas

atividades de prevenção e controle, em períodos de baixa transmissão ou em

situações epidêmicas, contribuindo, dessa forma, para evitar a ocorrência de óbitos

e para reduzir o impacto das epidemias de dengue (BRASIL, 2009b).

O PNCD, em vigor no país desde 2002 conforme Brasil (2002), possui dez

componentes, compreendendo ações operacionais de vigilância integrada,

entomológica e sobre o meio ambiente, de assistência aos doentes, de educação

em saúde, comunicação e mobilização social, de capacitação dos profissionais, de

sustentação político-social e de monitoramento e avaliação.

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56

5.2 PROGRAMAS DE CONTROLE

5.2.1 Vigilância em Saúde

No ano de 1963, Alexander Langmuir, classificou a “vigilância em saúde”

como a observação contínua do compartilhamento e tendências da ocorrência de

enfermidades mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes

de morbidade e mortalidade, assim como de outras informações relevantes, e a

regular a disseminação desses dados a todos os que necessitam conhecê-la

(BRASIL, 2006).

No século XX, no Brasil, os cuidados com a saúde e o meio ambiente, para

proteger a população de doenças infecciosas são reproduzidos pelo cuidados dos

profissionais de saúde de diversos institutos. Oswaldo Cruz, um dos cientistas que

prosperou ações sanitárias, ações urbanas e rurais em diversos estados brasileiros,

hostilizando surtos epidêmicos de doenças.

A vigilância ambiental em saúde segundo Brasil (2002, p.7) se configura com:

Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde (BRASIL, 2002, p.7)

A SVS tornou-se responsável pela coordenação nacional de todas as ações

realizadas pelo SUS nas áreas de vigilância epidemiológica de doenças contagiosas

e não contagiosas, pelos programas de profilaxia e controle/erradicar doenças,

notificações epidemiológicas, de investigação epidemiológica, de análise de situação

de saúde e de vigilância em saúde ambiental.

Edificou um marco estrutural para fortificar o processo de descentralização da

VS, apoiando as esferas estudais e municipais de modo a desenvolver, suas

atividades, atribuições e competências no âmbito, segundo a Portaria n0 1.172/2004,

onde foi também evidenciado o mesmo nível de importância para o desempenho de

cada esfera de gestão (BRASIL, 2004).

De acordo com essa Portaria, a Vigilância em Saúde é definida:

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“Um conjunto articulado de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, sob a ótica da integralidade do cuidado, o que inclui tanto a abordagem individual quanto a coletiva dos problemas de saúde” (BRASIL, 2004).

As características de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância

em saúde do trabalhador e vigilância ambiental estão inseridos na vigilância em

saúde, ao lados das ações de caráter individual organizadas sob a forma de

consultas e procedimentos peculiar, incluindo o meio ambiente, fazem parte do

SNVS (Portaria Ministerial n0 1.172, 2004).

5.2.2 Vigilância Epidemiológica da Dengue.

Até a década de 1940, o vocábulo vigilância era aplicado com a finalidade de

observação sistemática de observação dos doentes, entretanto, houve mudança

para um significado mais amplo nos anos de 1950, o de acompanhamento

sistemático de eventos adversos à saúde, com finalidade de aprimorar as medidas

de controle, segundo Monken; Batistella (2008). A vigilância tornou-se tema central

de importantes discussões na saúde pública.

O SNVE - Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica foi criado pelo

Ministério da Saúde em 1975, mediante a Lei 6.259 de 30/10/1975, decreto 78.231

de 1976. Esse programa tornou-se obrigatório em todo o território nacional, a

notificação compulsória de doenças transmissíveis (BRASIL, 2001).

A vigilância epidemiológica da dengue deve ter agilidade suficiente para

detectar precocemente as epidemias e casos de evolução grave, reduzindo a

letalidade (TAUIL, 2002). Precisa ter disponível informação consistente e oportuna,

diagnóstico laboratorial otimizado, critério de caso bem definido e profissionais de

saúde com um bom conhecimento clínico da doença.

Profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, ACS, NASF e técnicos de

enfermagem que atuam em atenção primária (88%) e secundária (78%) relataram

utilizar alguns critérios predeterminados para encaminhar pacientes, (BRASIL,

2011). Isso se deve provavelmente ao fato de os cursos de treinamento periódicos

se basearem na diretriz brasileira que recomenda o uso de sinais de alerta,

semelhantes aos listados nas diretrizes da OMS (2009).

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No Brasil, as unidades básicas de saúde, estratégias de saúde da família,

entretanto Ferreira (2009), os profissionais enfermeiros, técnicos de enfermagem e

agente comunitários de saúde, desempenham um papel mais amplo na atenção à

saúde, especialmente na atenção básica e nas unidades de pronto atendimento,

onde são responsáveis pela triagem, pelas visitas domiciliares e atualização de

cadastros (XIMENES, 2008).

Conforme Silva (2009), os profissionais técnicos de enfermagem representam

o maior contingente de trabalhadores de saúde e geralmente estão em contato

direto com os pacientes durante a admissão, triagem e na assistência de

enfermagem. Realizam importante papel na comunidade, como membros de

equipes de saúde da família, bem como em áreas carentes, onde geralmente são os

únicos agentes sociais com informações técnicas relevantes para o manejo clínico

dos casos de dengue.

O instrumental epidemiológico, as notificações compulsórias tornam a

vigilância sanitária mais importante. Através do conhecimento do profissional,

condições básicas, infraestrutura e saneamento básico, estrutura demográfica, a

vista disso, identificar problemas, intensificando um melhor planejamento das ações,

programas, adquirindo recursos, qualificação das equipes, e melhorar a intervenção,

diminuindo casos a serem registrados.

A implantação de ações voltadas para vigilância surgiu:

No Brasil com a chegada da Corte Portuguesa, em 1808, e tinham a finalidade de efetuar o controle sanitário dos produtos a serem comercializados e consumidos, além dos estabelecimentos comerciais; de combater a propagação de doenças, principalmente as epidêmicas; de resolver questões de saneamento; e de fiscalizar o exercício profissional na área da saúde (COSTA; ROZENFELD, 2000).

A rápida coleta de informações nas unidades de saúde e a qualidade destes

dados são essenciais para o desencadeamento oportuno de ações de controle e

prevenção no nível local.

Brasil (2013), a notificação oportuna dos casos é medida essencial para que

a vigilância seja capaz de acompanhar o padrão de transmissão da doença na área

e a curva endêmica. Dessa forma, é fundamental a boa comunicação entre as

equipes de saúde, a vigilância epidemiológica e a entomológica, considerando a

rápida disseminação da doença:

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• Notificar todo caso suspeito e enviar informação conforme fluxo estabelecido.

• Orientar a identificação de casos suspeitos de dengue ao ACS e ACE e o

procedimento de notificação imediata.

• Orientar a colheita de material para sorologia a partir do sexto dia, após o início dos

sintomas, e encaminhar ao laboratório de referência.

• Realizar o monitoramento viral, conforme rotina estabelecida pela vigilância

epidemiológica municipal.

• Investigar o caso para detectar o local provável de infecção.

• Encerrar oportunamente a investigação dos casos notificados (até 60 dias após a

data de notificação).

• Analisar semanalmente os dados de sua área, acompanhando a tendência dos

casos e verificando as variações entre as semanas epidemiológicas.

• Participar da investigação dos óbitos suspeitos de dengue.

• Consolidar os dados do território e produzir boletins mensais, disponibilizando

informações para as unidades de saúde e usuários.

• Capacitar as equipes das unidades de saúde em vigilância epidemiológica.

• Mapear diariamente as notificações de sua área de abrangência e as principais

situações de risco de seu território, como os principais pontos de criadouros e

pontos estratégicos (floriculturas, borracharias, bicicletarias), bem como os principais

tipos de depósitos encontrados.

5.2.3 Notificação Compulsória

É um agravo de notificação compulsória (Portaria GM/MS nº 5 de 21 de

fevereiro de 2006) e, portanto, todos os casos suspeitos (sendo ou não confirmados)

devem ser obrigatoriamente, notificados à Vigilância Epidemiológica do município. A

notificação oportuna dos casos é medida essencial para que a vigilância seja capaz

de acompanhar o padrão de transmissão da doença na área e a curva endêmica.

As unidades de saúde, hospitais, são as principais fontes de detecção dos casos

suspeitos de dengue e, também, fontes de dados para os serviços de vigilância

epidemiológica.

Alimentando o sistema de informação pelos profissionais de saúde, a

qualidade destes dados são necessários para o aumento das ações de controle e

profilaxia no nível local Sendo assim, é fundamental a comunicação entre as equipes

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de unidades de saúde e a o vigilância epidemiológica e entomológica (BRASIL,

2009b).

São utilizados os instrumentos de coleta de dados do Sistema de Informação

de Agravos de Notificação (SINAN):

- Ficha Individual de Notificação (FIN) – onde constam dados básicos (pessoa,

tempo e lugar) sobre o paciente. É utilizada para notificação individual de casos

suspeitos e/ou confirmados dos agravos de notificação compulsória relacionados na

Portaria SVS/MS nº 104 (BRASIL, 2011) (ANEXO 1).

- Ficha Individual de Investigação (FII) – além dos dados da notificação, possui

dados completos sobre a doença, tais como local provável de infecção, exames

laboratoriais, evolução do caso, classificação final, manifestações clínicas dos casos

graves entre outros dados (ANEXO 2) É um formulário padronizado pela SVS/MS

específico para cada agravo de notificação compulsória, utilizada com o objetivo de

se obter dados que possibilitem a identificação da fonte de infecção e dos

mecanismos de transmissão da doença. A sua numeração deverá ser a mesma da

FIN que deu origem ao caso, devendo ser transcrita manualmente, no momento da

abertura desta ficha (BRAGA; WERNECK, 2009).

De acordo com Teixeira et al (1998), no sistema está disponível a lista de

doenças de notificação, conforme as novas demandas e mudanças na situação

epidemiológica. A secretaria de saúde dos municípios ainda é a melhor estratégia

para alimentar os dados, de acordo com os objetivos a serem almejados e

capacidade operacional dos serviços de saúde.

A dengue é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos

mais sérios problemas de saúde pública do mundo (BRASIL, 2016b).

As informações a serem alimentadas no sistema a partir das notificações,

possibilita a atualização espaço-temporal de futuras epidemias no país, subsidiando

as ações para promoção, prevenção e controle. Para que aconteça, as informações

precisam ser de boa qualidade (PAES, 1999).

Souza (1996), afirma que é necessário um bom preenchimento das fichas de

notificação, caso contrário favorece a geração de dados deficientes e não confiáveis,

resultando um agravo no processo saúde-doença. Entretanto, é necessário que os

dados sejam alimentados corretamente e avaliados, quanto à completude dos

campos do SINAN, preenchendo os campos analisados (GLATT, 2005).

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Apesar de a notificação ser obrigatória, Teixeira et al. (1998), ressalta a

desarticulação do sistema de vigilância em alguns municípios, com não garantia de

mecanismos que facilitem a notificação e o retorno da informação às fontes

notificadoras (retroalimentação do sistema), aliado ao desconhecimento ou descaso

sobre sua importância por parte de profissionais da área de saúde em geral e dos

gestores, leva ao sub-registro de doenças (sub-notificação), os municípios devem

estar inseridos no sistema para cadastrar e atualizar os agravos.

5.2.4 Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação (SINAN)

A partir de 1998, o uso do SINAN foi regulamentado (BRASIL, 1998),

tornando obrigatória a alimentação regular da base de dados nacional pelos

municípios, estados e Distrito Federal, bem como designando a Fundação Nacional

de Saúde (Funasa), por meio do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI).

O SINAN tem a finalidade de coletar e processar dados sobre agravos de

notificação em todo o território nacional, desde o nível local. Brasil (2009b), haja

vista que o município não disponha de microcomputadores em suas unidades, os

instrumentos desse sistema são preenchidos manualmente nesse nível e o

processamento eletrônico é feito nos níveis centrais das Secretarias Municipais de

Saúde (SMS) ou regionais de saúde. É alimentado pela notificação e investigação

de casos de doenças e agravos constantes da lista nacional de doenças de

notificação compulsória, conforme a Figura 18.

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Figura 18 - Fluxograma do sistema de informação

Fonte: BRASIL, 2009b.

A alimentação dos dados são preenchidos em impressos padronizados pelo

Ministério da Saúde.

As fichas de notificação e investigação do SINAN apresentam um quantitativo

expressivo de campos. No entanto, apesar da orientação de que todos os campos

devam ser preenchidos.

As unidades de saúde deve preencher as FIN e FII e encaminha ao serviço

de vigilância epidemiológica distrital e/ou municipal. Em período de epidemias,

quando a unidade de saúde não utilizar o aplicativo SINAN net e ter acesso à

internet, deve ser informado por meios de comunicação rápida (via telefone, fax, e-

mail etc), de maneira a informar oportunamente à vigilância epidemiológica da SMS.

Ressalta-se que todos os casos devem ser incluídos no SINAN o mais breve

possível. Essa mesma estratégia pode ser adotada para repasse de informações

para os níveis estadual e nacional. Os casos graves devem ser informados

imediatamente a esfera subsequente, figura 19 (BRASIL, 2009b).

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63

Figura 19 – Fluxo de dados do SINAN

Fonte: BRASIL, 2010.

6.2.3 Análise dos dados sobre as doenças e agravos de notificação

Hoje com a evolução do SINAN, o sistema pode ser acessado e para

alimentar e obter dados sobre a dengue de qualquer lugar com internet, quanto aos

outros agravos compulsória está tendo mais agilidade na transferência de dados

para o nível central através do aplicativo SISNET, melhorando assim a disseminação

rápida das informações, facilitando a análise dos dados sobre a morbidade, o estudo

para cada doença e a tomada de decisão.

Conforme Brasil (2007), sua utilização efetiva permitirá a realização do

diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população; podendo fornecer

subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de

vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a

identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica

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5.3 VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA DA DENGUE

A vigilância entomológica Aedes aegypti precisa de novas atualizações e

tecnologias a de constatar focos de maior risco de transmissão da doenças em

territórios urbanos e rurais.

A função principal é reduzir os criadouros do mosquito, empregando-se

preferencialmente métodos mecânicos. Os larvicidas, quando indicados, devem ser

empregados somente nos recipientes que não possam ser removidos, destruídos,

descartados, cobertos ou manipulados de forma que se tornem incapazes de

permitir a reprodução do vetor. As ações de rotina, além de contribuir para a redução

da infestação por Aedes aegypti, podem evitar a sua reintrodução em outras áreas

(BRASIL, 2005), dois indicadores da vigilância entomológica:

• Determinação e/ou acompanhamento dos níveis de infestação vetorial –

devem ser executadas rotineiramente em toda a área urbana do município, com a

finalidade de levantar os índices (recipientes, etc.). Períodos de circulação endêmica

constituem momento ideal para a adoção de medidas visando impedir epidemias

futuras. A meta estabelecida para os índices de infestação não podem ser

superiores a 1% (zero é o ideal).

• Intensificação do combate ao vetor – as atividades de emergência devem ser

tomadas em caso de surtos e epidemias. Nessas situações, as aplicações de

inseticida a ultra baixo volume são utilizadas para interromper a transmissão

(eliminação de fêmeas infectadas), devendo ser programadas para repetições

semanais. As ações de rotina (visita casa a casa, mobilização da população,

mutirões de limpeza) devem ser reavaliadas e reiniciadas imediatamente.

O Brasil, a partir de 2002, passou a realizar o Levantamento de Índice Rápido

de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), que é um método de amostragem para

obtenção rápida de indicadores entomológicos (BRASIL, 2009b).

Este método (LIRAa) usa três índices para avaliação da situação de risco de

transmissão de dengue:

a) O índice de infestação predial (IIP): percentual de prédios positivos em relação ao

número total de prédios examinados.

b) Índice de Breteau (IB): percentual de recipientes positivos em relação ao número

total de prédios examinados.

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c) Índice por tipo de recipiente (ITR): percentual de tipo de recipiente positivo em

relação ao número de recipientes positivos pesquisados.

5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental será capaz de ajudar a controlar e extinguir o vetor

transmissor do vírus da dengue, juntamente com um trabalho intenso e gradual de

conscientização da população, das equipes de saúde, escolas, na tentativa de

reduzir cada vez mais os registros de casos da doença, não só no município de

Iranduba, como também em outras cidades, estados e até mesmo no mundo

(CÂMARA et al, 2007).

Pensando na Educação Ambiental como instrumento de trabalho para

melhorar a intensificação a diminuição de proliferação, surtos epidêmicos,

notificação compulsória, complementando a vigilância sanitária e as ações da

dengue, por ações multidisciplinares envolvendo toda a equipe de saúde e a

comunidade em geral, que devem ser promovidas, incansavelmente, até que a

comunidade adquira conhecimentos e consciência do problema e passe a mudar o

comportamento, mantendo as residências livres do vetor. A intersetorialidade é

prioritária na busca da integralidade da atenção.

A mobilização social como foco a educação Ambiental para alcançar os

objetivos dos programas do Ministério da Saúde, que é a redução,

controle/erradicação e notificação, retenção de infestação domiciliar.

A educação ambiental consiste em um campo adequado para proporcionar o

desenvolvimento de novos conhecimentos perante as transformações ocorridas nas

diversas esferas da vida, também definida como uma dimensão dada ao conteúdo e

a prática de educação, orientada para resolução dos problemas do meio ambiente,

com a participação individual e coletivo (DIAS, 1994).

Conforme Schmidt (2013), ressalta o conceito contemporâneo de EA ganhou

outra roupagem a partir de vários estudos sobre a temática com impactos do

desenvolvimento econômico sobre o meio, tratando-se, portanto, de um processo de

aprendizagem constante que procura incrementar a informação e o conhecimento

público sobre os problemas ambientais, promovendo o sentido crítico e a

capacidade para intervir civicamente.

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CAPÍTULO VI

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Considerando o ser humano como principal hospedeiro do vetor no ciclo de

transmissão do vírus da dengue, o mosquito está apto a transmitir o vírus, de pois de

8 a 12 dias de incubação extrínseca. Buscando atendimento em qualquer UBS ou

Policlínicas para iniciar confirmação através de exames laboratoriais para o

fechamento do diagnóstico, e notificando, que é de investigação obrigatória.

Principalmente quando se trata de primeiros casos em uma área, ou quando se

suspeita de FHD, os óbitos decorrentes a patologia deve ser averiguado

imediatamente.

A proliferação acelerada da dengue é um tipo de epidemia progressiva

agressiva, não identificada, tratada, levando a óbito. Com cada sorotipo do vírus da

dengue só produz imunidade permanente para ele mesmo, com isso a criação de

vacinas para combater essa patologia é essencial.

O município de Iranduba não apresentou nenhum epidemia no período de

2010 a 2017, também a falta de registros dificulta os dados verídicos no

levantamento documental, mostrando assim, que as equipes de saúde precisam

estar preparadas para identificar e notificar os casos de dengue confirmados, até

mesmo óbitos pela doenças.

A incidência de dengue costuma ser alta durante e após o inverno, período

chuvoso, acontece a mudança climática e a umidade costuma favorecer sua

transmissão, aumentando sua proliferação. Nas estações menos chuvosa também

pode ser considerado um número de pessoas infectadas pelo vírus da dengue, com

a custa dos criadouros semipermanentes e independentes das chuvas, cuidados

com caixa d’água, cisternas, latões, pneus, etc.

É durante o inverno, período chuvoso que sua população realmente alcança

níveis elevados e de importância para fins de transmissão de patógenos (CONSOLI,

1994).

De acordo com Augusto (2005), o combate para eliminação de criadouros ou

extinção do vetor, exige alguns critérios de soluções adaptadas entre gestores,

profissionais de saúde, pesquisadores, estudantes, população, com três pilares:

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pesquisa interdisciplinar, ações educativas e intersitoriais e participação da

comunidade.

Com o levantamento de dados obtidos na secretaria epidemiológica do

município de Iranduba-AM no período de 2010 a 2017, conforme a tabela abaixo é

notório a diferença dos resultados obtidos pra pesquisa.

Tabela 3 – Casos Notificados de Dengue 2010 - 2017

Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Casos notificados de Dengue

09 151 08 20 11 22 104 52

Total 377

Fonte: SINAN/SVS/MS – Iranduba-AM

É visível que as diferenças são exorbitantes de um ano para o outro, em um

município populoso, com condições climáticas úmida. Precisa ser intensificado a

importância desses dados no sistema, para que o resultado não seja ineficaz.

Os profissionais de saúde precisam estar atento nos atendimentos/consultas,

para detecção de casos novos de dengue futuramente. Para que seja identificado e

registrado da 10 semana epidemiológica até a 520 semana, fechando o ano com

todos os dados cadastrados no sistema, para pesquisas futuras. Com isso ajudará o

município, manter dados atualizados, receber ajudas de custos para intensificar a

vigilância em saúde, a educação continuada dos profissionais, saúde pra

comunidade.

Com 52 semanas epidemiológicas, por ano, com atendimento diário nas UBS,

Posto de saúde, Hospitais, entre outros, os números de notificados de dengue

precisa ser registrado. No ano de 2010 foram apenas notificados 09 casos de

dengue no município.

Comparando com o ano seguinte 2011, foram registrados 151 casos de

dengue no SINAN, percebe-se um aumento elevado exorbitante com mais de 142

casos há mais do que o ano anterior, resultando de dúvidas sobre esses dados que

foram alimentados no sistema. A vigilância epidemiológica precisa ser mais atuante

na cobrança desses agravos, alguns profissionais precisam compreender que esses

dados notificados, ajuda na saúde da comunidade futuramente.

Entre o período de 2011 a 2012, teve um declínio de casos notificados de

dengue totalizando 08 registros, com diferença de 143 casos no ano anterior.

Sabendo que as condições climáticas no período chuvoso, há sempre o aumento de

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casos de dengue. Com isso, percebe-se que as notificações compulsórias talvez não

foi exigida pela secretaria de vigilância epidemiológica, resultando esse caimento no

registro.

Em 2013 foram notificados 20 casos de dengue em todo o município,

aumentando 12 casos há mais que o ano anterior.

No ano de 2014, 11 casos notificados de dengue foi registrado no SINAN, 9

casos há menos que o ano anterior. Do ponto de vista de educação profissional e

trabalhadores da área de saúde, idealizada pelas concepções saúde, sociedade. De

acordo com Vieira(2007), as identidades profissionais são as formas socialmente

construídas pelos indivíduos de se reconhecerem uns aos outros no campo de

trabalho e emprego. O profissional precisa se colocar como importante para o

reconhecimento do seu profissionalismo, na área de atuação, atualizar-se, torna-se

um profissional de educação continuada, resultando com êxito.

No período de 2015, os números de notificação são de 22 registros no

sistema, 11 casos de diferença do ano anterior, permanece o questionamento da

diferença entre casos registrados, anos com mais números intensificados, e outros

com número inferior, de baixa população, não sendo o caso do município de

Iranduba.

Uma estratégia satisfatória de controle dos transmissores dos mosquitos é a

vigilância epidemiológica, pois aborda todos os determinantes envolvidos na dengue

(COSTA et al, 2016).

A notificação do ano de 2016, foi de 104 casos, número maior que o ano

anterior com apenas 22, com 82 casos notificados de dengue do município de

Iranduba-AM, evidenciando o registro de casos no SINAN, sendo alimentado, pela

notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista

nacional de doenças de notificação compulsória, mas é facultado a estados e

municípios incluir outros problemas de saúde importante em sua região (BRASIL,

2007).

Finalizando com o ano de 2017, resultando 52 casos notificados de dengue,

o mesmo número menor que o ano anterior, precisando ser intensificado mais as

investigações, exames de laboratório, diagnostico para ser alimentado o SINAN.

As regiões endêmicas estão espalhadas pelo globo, concentrando-se nas

áreas tropicais e subtropicais (TOLLE, 2009). A pesquisa realizada pelo SINAN,

autorizada pela coordenadora de Vigilância Epidemiológica do Município de

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Iranduba não foi encontrado no período da coleta de dados epidemia de dengue,

totalizando 377 notificações de casos de dengue no período que foi feito o

levantamento de dados registrado no sistema de informação e notificação de

agravos.

Ressaltando que as ações de prevenção e controle da dengue no Brasil,

precisam ser intensificadas por todos os profissionais da área da saúde pública e

privada, com a participação da comunidade, escolas, igrejas, a sociedade de um

modo geral para diminuir a proliferação do vetor, nas zonas rurais e urbanas.

Adoção de medidas aos profissionais de saúde que possam prevenir,

controlar, notificar, a incidência de casos de dengue é um fator primordial para a

saúde. Para obter um resultado satisfatório, é necessário direcionar ações sociais e

educação em saúde, abrangendo conhecimentos, atitudes, e práticas dos

profissionais de saúde e da população em relação à dengue, sensibilizando ao

processo educativo saúde/doença.

Um dos grandes desafios da educação em saúde, está no interesse do

profissional da saúde, em aperfeiçoar técnicas de intervenções regulares, atualizar-

se de informações oficiais sobre as doenças, principalmente as que fazem partem

da notificação compulsória, assim como estar inserido nas tomadas de decisões da

vigilância epidemiologia.

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70

CAPÍTULO VII

CARTILHA EDUCATIVA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

A cartilha será mais uma forma de intensificar a importância da notificação

compulsória das doenças conforme o Ministério da Saúde. Surgiu a ideia da criação,

devido à falta de informações, registros no SINAN. Assim, sendo que cada

profissional se conscientizará em ter que alimentar os dados no sistema, para

estatísticas futuras atualizada. Surge como uma ferramenta de reforço das

orientações a notificação compulsória relacionada a saúde e educação ambiental no

município de Iranduba-AM, com o objetivo de evidenciar de forma fidedigna e

quantitativa de casos suspeitos e confirmados da dengue na região e no ano, para

ajudar a desenvolver estratégias, e intensificar as orientações para que possa ser

observado os resultados a aplicabilidade de ações educativas.

Outra função da cartilha será apontar para a necessidade de se manter as

práticas com cuidados em combater o criadouro do vetor, para combater o

controle/erradicação, diminuir os riscos que essa doença pode causar.

Figura 28 - Capa da Cartilha da Dengue

Fonte: Cartilha de orientação sobre notificação compulsória.

Elaborado por: CRUZ; GALVÂO; CARNEIRO; BRASIL 2018.

Davi do Socorro Barros Brasil

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71

CAPÍTULO VIII

CONLUSÕES

A dengue é uma enfermidade que elucida a fragilidade dos programas de

endemias e alguns dos hábitos culturais da sociedade. A saúde pública tem um

papel importante para a profilaxia de proliferação, surtos endêmicos de dengue.

A educação em saúde desempenha um importante papel em manter a

população sempre atuante, em alerta, para participar das ações educativas de

saúde, em prol da redução de futuros casos notificados, juntamente com a ESF,

buscando a prevenção doenças e agravos.

Ainda se tem dificuldade discutir a erradicação do vetor transmissor da

dengue, apenas o controle, a adaptação as condições climáticas e sócio-

econômicas. O Ministério da Saúde, tem várias campanhas nacional para combater,

controlar e até mesmo erradicar o vetor transmissor da dengue, o mosquito do

Aedes aegypti, adaptando-se facilmente.

Uma atenuante importante e grave é a falta de investimentos básico, assim

como a falta de recursos humanos e financeiros.

Ainda que um programa de vacinação seja eficaz, deve ser acompanhado por

mudanças nas políticas públicas de saúde e sociais em relação à dengue, mesmo

existindo casos isolados, precisa dar continuidade na notificação compulsória.

O município além de continuar empenhando esforços para combater o vetor

da dengue, precisa intensificar as notificações compulsórias de doenças,

alimentando o sistema de informações e notificações de agravos, orientar formas de

transmissão para prevenção de novos agravos, acompanhar a assistência à saúde

do indivíduo e sua coletividade. Neste contexto, a notificação compulsória, tanto

para a dengue quanto para as demais doenças, é ferramenta fundamental para

subsidiar intervenções.

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ANEXO 1 – Ficha Individual de Notificação

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ANEXO 2 – Ficha Individual de Investigação

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ANEXO 3 – PORTARIA N0 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011.

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011

Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando os parágrafos 2º e 3º do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes;

Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados;

Considerando o inciso I do art. 8º do Decreto nº 78.231, de 12 de agosto de 1976, que regulamenta a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças;

Considerando o Decreto Legislativo nº 395, de 9 de julho de 2009, que aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional 2005, acordado na 58ª Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde, em 23 de maio de 2005;

Considerando o Regulamento Sanitário Internacional 2005, aprovado na 58ª Assembleia Geral, da Organização Mundial da Saúde, em 23 de maio de 2005;

Considerando a Portaria nº 2.259/GM/MS, de 23 de novembro de 2005, que estabelece o Glossário de Terminologia de Vigilância Epidemiológica no âmbito do Mercosul;

Considerando a Portaria nº 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006, que aprova e divulga as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS - com seus três componentes - Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão;

Considerando a Portaria nº 2.728/GM/MS, de 11 de novembro de 2009, que dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast);

Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e

Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação compulsória e à vigilância em saúde no âmbito do SUS, resolve:

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Art. 1º Definir as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005).

I - Doença: significa uma enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos;

II - Agravo: significa qualquer dano à integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas, e lesões auto ou heteroinfligidas;

III - Evento: significa manifestação de doença ou uma ocorrência que apresente potencial para causar doença;

IV - Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN: é um evento que apresente risco de propagação ou disseminação de doenças para mais de uma Unidade Federada - Estados e Distrito Federal - com priorização das doenças de notificação imediata e outros eventos de saúde pública, independentemente da natureza ou origem, depois de avaliação de risco, e que possa necessitar de resposta nacional imediata; e

V - Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional - ESPII: é evento extraordinário que constitui risco para a saúde pública de outros países por meio da propagação internacional de doenças e que potencialmente requerem uma resposta internacional coordenada.

Art. 2º Adotar, na forma do Anexo I a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória - LNC, referente às doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública de abrangência nacional em toda a rede de saúde, pública e privada.

Art. 3º As doenças e eventos constantes no Anexo I a esta Portaria serão notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan, obedecendo às normas e rotinas estabelecidas pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde - SVS/MS.

§ 1º Os casos de malária na região da Amazônia Legal deverão ser registrados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica - Malária - SIVEP-Malária, sendo que na região extraamazônica deverão ser registrados no Sinan, conforme o disposto no caput deste artigo.

§ 2º Os casos de esquistossomose nas áreas endêmicas serão registrados no Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose - SISPCE e os casos de formas graves deverão ser registrados no Sinan, sendo que, nas áreas não endêmicas, todos os casos devem ser registrados no Sinan, conforme o disposto no caput deste artigo.

Art. 4º Adotar, na forma do Anexo II a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória Imediata - LNCI, referente às doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública de abrangência nacional em toda a rede de saúde, pública e privada.

§ 1º As doenças, agravos e eventos constantes do Anexo II a esta Portaria, devem ser notificados às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde (SES e SMS) em, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas a partir da suspeita inicial, e às SES e às SMS que também deverão informar imediatamente à SVS/MS.

§ 2º Diante de doenças ou eventos constantes no Anexo II a esta Portaria, deve-se aplicar a avaliação de risco de acordo com o Anexo II do RSI 2005, para classificação da situação como uma potencial ESPIN ou ESPII.

Art. 5º A notificação imediata será realizada por telefone como meio de comunicação ao serviço de vigilância epidemiológica da SMS, cabendo a essa instituição disponibilizar e divulgar amplamente o número na rede de serviços de saúde, pública e privada.

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§ 1º Na impossibilidade de comunicação à SMS, a notificação será realizada à SES, cabendo a esta instituição disponibilizar e divulgar amplamente o número junto aos Municípios de sua abrangência;

§ 2º Na impossibilidade de comunicação à SMS e à SES, principalmente nos finais de semana, feriados e período noturno, a notificação será realizada à SVS/MS por um dos seguintes meios:

I - disque notifica (0800-644-6645) ou;

II - notificação eletrônica pelo e-mail ([email protected]) ou diretamente pelo sítio eletrônico da SVS/MS (www.saude. gov. br/ svs).

§ 3º O serviço Disque Notifica da SVS/MS é de uso exclusivo dos profissionais de saúde para a realização das notificações imediatas.

§ 4º A notificação imediata realizada pelos meios de comunicação não isenta o profissional ou serviço de saúde de realizar o registro dessa notificação nos instrumentos estabelecidos.

§ 5º Os casos suspeitos ou confirmados da LNCI deverão ser registrados no Sinan no prazo máximo de 7 (sete) dias, a partir da data de notificação.

§ 6º A confirmação laboratorial de amostra de caso individual ou procedente de investigação de surto constante no Anexo II a esta Portaria deve ser notificada pelos laboratórios públicos (referência nacional, regional e laboratórios centrais de saúde pública) ou laboratórios privados de cada Unidade Federada.

Art. 6º Adotar, na forma do Anexo III a esta Portaria, a Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas (LNCS).

Parágrafo único. As doenças e eventos constantes no Anexo III a esta Portaria devem ser registrados no Sinan, obedecendo as normas e rotinas estabelecidas para o Sistema.

Art. 7º A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de saúde médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino, em conformidade com os arts. 7º e 8º, da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.

Art. 8º A definição de caso para cada doença, agravo e evento relacionados nos Anexos a esta Portaria, obedecerão à padronização definida no Guia de Vigilância Epidemiológica da SVS/MS.

Art. 9º É vedado aos gestores estaduais e municipais do SUS a exclusão de doenças, agravos e eventos constantes nos Anexos a esta Portaria.

Art. 10. É facultada a elaboração de listas estaduais ou municipais de Notificação Compulsória, no âmbito de sua competência e de acordo com perfil epidemiológico local.

Art. 11. As normas complementares relativas às doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória e demais disposições contidas nesta Portaria serão publicadas por ato específico do Secretário de Vigilância em Saúde.

Parágrafo único. As normas de vigilância das doenças, agravos e eventos constantes nos Anexos I, II e III serão regulamentadas no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Portaria.

Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

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Art. 13. Fica revogada a Portaria nº 2.472/GM/MS de 31 de agosto de 2010, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nº 168, Seção 1, págs. 50 e 51, de 1º de setembro de 2010.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

ANEXO I

Lista de Notificação Compulsória - LNC

1. Acidentes por animais peçonhentos;

2. Atendimento antirrábico;

3. Botulismo;

4. Carbúnculo ou Antraz;

5. Cólera;

6. Coqueluche;

7. Dengue;

8. Difteria;

9. Doença de Creutzfeldt-Jakob;

10. Doença Meningocócica e outras Meningites;

11. Doenças de Chagas Aguda;

12. Esquistossomose;

13. Eventos Adversos Pós-Vacinação;

14. Febre Amarela;

15. Febre do Nilo Ocidental;

16. Febre Maculosa;

17. Febre Tifóide;

18. Hanseníase;

19. Hantavirose;

20. Hepatites Virais;

21. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana -HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical;

22. Influenza humana por novo subtipo;

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23. Intoxicações Exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados);

24. Leishmaniose Tegumentar Americana;

25. Leishmaniose Visceral;

26. Leptospirose;

27. Malária;

28. Paralisia Flácida Aguda;

29. Peste;

30. Poliomielite;

31. Raiva Humana;

32. Rubéola;

33. Sarampo;

34. Sífilis Adquirida;

35. Sífilis Congênita;

36. Sífilis em Gestante;

37. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS;

38. Síndrome da Rubéola Congênita;

39. Síndrome do Corrimento Uretral Masculino;

40. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);

41. Tétano;

42. Tuberculose;

43. Tularemia;

44. Varíola; e

45. Violência doméstica, sexual e/ou outras violências.

ANEXO II

Lista de Notificação Compulsória Imediata - LNCI

I - Caso suspeito ou confirmado de:

1. Botulismo;

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2. Carbúnculo ou Antraz;

3. Cólera;

4. Dengue nas seguintes situações:

- Dengue com complicações (DCC),

- Síndrome do Choque da Dengue (SCD),

- Febre Hemorrágica da Dengue (FHD),

- Óbito por Dengue

- Dengue pelo sorotipo DENV 4 nos estados sem transmissão endêmica desse sorotipo;

5. Doença de Chagas Aguda;

6. Doença conhecida sem circulação ou com circulação esporádica no território nacional que não constam no Anexo I desta Portaria, como: Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint Louis, Ilhéus, Mormo, Encefalites Eqüinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chikungunya, Encefalite Japonesa, entre outras;

7. Febre Amarela;

8. Febre do Nilo Ocidental;

9. Hantavirose;

10. Influenza humana por novo subtipo;

11. Peste;

12. Poliomielite;

13. Raiva Humana;

14. Sarampo;

15. Rubéola;

16. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);

17. Varíola;

18. Tularemia; e

19. Síndrome de Rubéola Congênita (SRC).

II - Surto ou agregação de casos ou óbitos por:

1. Difteria;

2. Doença Meningocócica;

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3. Doença Transmitida por Alimentos (DTA) em embarcações ou aeronaves;

4. Influenza Humana;

5. Meningites Virais;

6. Outros eventos de potencial relevância em saúde pública, após a avaliação de risco de acordo com o Anexo II do RSI 2005, destacando-se:

a. Alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida, independente de constar no Anexo I desta Portaria;

b. Doença de origem desconhecida;

c. Exposição a contaminantes químicos;

d. Exposição à água para consumo humano fora dos padrões preconizados pela SVS;

e. Exposição ao ar contaminado, fora dos padrões preconizados pela Resolução do CONAMA;

f. Acidentes envolvendo radiações ionizantes e não ionizantes por fontes não controladas, por fontes utilizadas nas atividades industriais ou médicas e acidentes de transporte com produtos radioativos da classe 7 da ONU.

g. Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver desalojados ou desabrigados;

h. Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver comprometimento da capacidade de funcionamento e infraestrutura das unidades de saúde locais em conseqüência evento.

III - Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar a ocorrência de doenças em humanos, destaca-se entre outras classes de animais:

1. Primatas não humanos

2. Eqüinos

3. Aves

4. Morcegos

Raiva: Morcego morto sem causa definida ou encontrado em situação não usual, tais como: vôos diurnos, atividade alimentar diurna, incoordenação de movimentos, agressividade, contrações musculares, paralisias, encontrado durante o dia no chão ou em paredes.

5. Canídeos

Raiva: canídeos domésticos ou silvestres que apresentaram doença com sintomatologia neurológica e evoluíram para morte num período de até 10 dias ou confirmado laboratorialmente para raiva. Leishmaniose visceral: primeiro registro de canídeo doméstico em área indene, confirmado por meio da identificação laboratorial da espécie Leishmania chagasi.

6. Roedores silvestres

Peste: Roedores silvestres mortos em áreas de focos naturais de peste.

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ANEXO III

Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas LNCS

1. Acidente com exposição a material biológico relacionado ao trabalho;

2. Acidente de trabalho com mutilações;

3. Acidente de trabalho em crianças e adolescentes;

4. Acidente de trabalho fatal;

5. Câncer Relacionado ao Trabalho;

6. Dermatoses ocupacionais;

7. Distúrbios Ostemusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)

8. Influenza humana;

9. Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao trabalho;

10. Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;

11. Pneumonias;

12. Rotavírus;

13. oxoplasmose adquirida na gestação e congênita; e

14. Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho.

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ANEXO 4 - PORTARIA N0 – 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016.

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro

PORTARIA N0 - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016

Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências;

Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente;

Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;

Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, alterada pela Lei nº 12.461, de 26 de julho de 2011, que determina a notificação compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em estabelecimentos de saúde públicos ou privados;

Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde, públicos ou privados;

Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso às informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências;

Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário do Senado Federal em 13 de março de 2009, que aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado na 58ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, em 23 de maio de 2005;

Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS); e

Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação compulsória no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve:

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CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo.

Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes conceitos:

I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada;

II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);

III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos;

IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública;

V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes;

VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal;

VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível;

VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo;

IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e

X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).

CAPÍTULO II

DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

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Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.

§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS.

§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa.

§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento.

Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível.

Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo.

Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória.

Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade

Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral.

Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação compulsória.

Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação.

Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saú- de.

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Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde.

Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Art. 14.

Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37.

Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA

Ministro da Saúde, 2016.

ANEXO

Lista Nacional de Notificação Compulsória

Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética)

Periodicidade de

notificação

Imediata (até 24

horas) para*

Semanal*

MS SES SMS

1 a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X

b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e

adolescentes

X

2 Acidente por animal peçonhento X

3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X

4 Botulismo X X X

5 Cólera X X X

6 Coqueluche X X

7 a. Dengue - Casos X

b. Dengue - Óbitos X X X

8 Difteria X X

9 Doença de Chagas Aguda X X

10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X

11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X

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b. Doença Meningocócica e outras meningites X X

12 Doenças com suspeita de disseminação intencional: a.

Antraz pneumônico b. Tularemia c. Varíola

X X X

13 Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: a.

Arenavírus b. Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica

brasileira

X X X

14 a. Doença aguda pelo vírus Zika X

b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X

c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X

15 Esquistossomose X

16 Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à

saúde pública (ver definição no Art. 2º desta portaria)

X X X

17 Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X

18 Febre Amarela X X X

19 a. Febre de Chikungunya X

b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X

c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X

20

Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância

em saúde pública X X X

21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X

22 Febre Tifoide X X

23 Hanseníase X

24 Hantavirose X X X

25

25 Hepatites virais X

26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da

Imunodeficiência Humana ou Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida

X

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27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente

ou puérpera e Criança exposta ao risco de

transmissão vertical do HIV

X

28

Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência

Humana (HIV)

X

29

Influenza humana produzida por novo

subtipo viral X X X

30 Intoxicação Exógena (por substâncias

químicas, incluindo agrotóxicos, gases

tóxicos e metais pesados)

X

31 Leishmaniose Tegumentar Americana X

32 Leishmaniose Visceral X

33 Leptospirose X

34 a. Malária na região amazônica X

b. Malária na região extra Amazônica X X X

35 Óbito: a. Infantil b. Materno X

36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X

37 Peste X X X

38 Raiva humana X X X

39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X

40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b.

Rubéola

X X X

41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em

gestante

X

42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X

43 Síndrome Respiratória Aguda Grave

associada a Coronavírus a. SARS-CoV b.

MERS- CoV

X X X

44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal X

45 Toxoplasmose gestacional e congênita X

46 Tu b e r c u l o s e X

47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X

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48 a. Violência doméstica e/ou outras

violências

X

b. Violência sexual e tentativa de suicídio X

* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde) A notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS.

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APÊNDICE - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A PESQUISA DE DADOS