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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE ROQUELANE BATISTA DE SIQUEIRA O ENSINO DA MATEMÁTICA EM TEMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM COM USO DE EXERCÍCIOS MANAUS - AM 2019

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

ROQUELANE BATISTA DE SIQUEIRA

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM TEMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM COM USO DE EXERCÍCIOS

MANAUS - AM

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicidade (CIP) de acordo com ISBD Biblioteca

ICEN/UFPA-Belém-PA

S618e Siqueira, Roquelane Batista de

O Ensino da matemática em temas da educação ambiental:

possibilidades de aprendizagem com uso de exercícios/

Roquelane Batista de Siqueira.-2019.

Orientador : Davi do Socorro Barros Brasil.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará,

Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-

Graduação em Ciências e Meio ambiente, 2019.

1. Educação ambiental-Matemática-Estudo e exercícios. 2.

Estratégias de aprendizagem. 3. Abordagem interdisciplinar do

conhecimento na educação. I. Título.

CDD 22. ed. – 363.7

Elaborado por Leila Maria Lima Silva – CRB-458/81

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ROQUELANE BATISTA DE SIQUEIRA

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM TEMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM COM USO DE EXERCÍCIOS

Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação do

Programa de Mestrado Profissional em Ciências e Meio

Ambiente da Universidade Federal do Pará

PPGCMA/UFPA, como requisito para a obtenção do

título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente. Área de

Concentração: Recursos Naturais e Sustentabilidade:

Integração em Ciências e Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil

Coorientadora: Profa. Ma. Gyselle dos Santos Conceição

MANAUS - AM

2019

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ROQUELANE BATISTA DE SIQUEIRA

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM TEMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM COM USO DE EXERCÍCIOS

Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação do

Programa de Mestrado Profissional em Ciências e Meio

Ambiente da Universidade Federal do Pará

PPGCMA/UFPA, como requisito para a obtenção do

título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente. Área de

Concentração: Recursos Naturais e Sustentabilidade:

Integração em Ciências e Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil

Coorientadora: Profa. Ma. Gyselle dos Santos Conceição

Aprovado em _____ de ________________ de 2019.

Conceito: ________________________________

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil

(Orientador - ITEC/UFPA)

______________________________________________________

Prof. Dr. José Rogério de Araújo Silva

Examinador Interno do Programa – ICEN/UFPA

______________________________________________________

Prof. Dr. Rainiomar Raimundo Fonseca

Examinador Externo ao Programa – UEA

MANAUS - AM

2019

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Dedico este trabalho à minha

mãe Zuleide Batista de

Siqueira, ao meu pai, Ovídio

Jansen de Siqueira, in

memoriam e à família que

Deus nos permitiu ter.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela dádiva da vida, por me permitir realizar tantos sonhos nesta existência,

por me guiar, iluminar e pelas inúmeras possibilidades de continuar estudando e contribuindo

com a sociedade, por meio da educação.

Ao Instituto de Tecnologia Galileo da Amazônia – ITEGAM, atualmente dirigido pelo

Prof. Dr. Jandecy Cabral pela valorosa parceria.

Aos meus filhos, netos pelas inspirações, apoio e cordialidade.

Ao Prof. Me. Juvenal Severino Botelho pelas inúmeras vezes em que nos reunimos,

pela dedicação, competência, apoio e todo conhecimento compartilhado.

Aos professores do programa de pós-graduação da UFPA, especialmente aos

professores da banca examinadora.

A minha co-orientadora: Profa. Ma. Gyselle dos Santos Conceição que me deu todo o

suporte com suas correções, meu muito obrigado.

Especialmente ao meu orientador, o professor Dr. Davi do Socorro Barros Brasil pela

orientação, competência, profissionalismo e dedicação tão importante. Obrigado por acreditar

em mim e pelos tantos elogios e incentivos, pois tenho certeza que não chegaria neste ponto

sem o seu apoio e colaboração.

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“O bom professor é aquele que se coloca junto

com o educando e procura superar com o

educando o seu não saber e suas dificuldades, com

uma relação de trocas onde ambas as partes

aprendem...” (Paulo Freire p. 39)

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RESUMO

Esta dissertação constitui um estudo sobre o ensino da matemática de forma contextualizada,

cuja finalidade é apresentar o uso de exercícios matemáticos originados das questões

ambientais, como forma de conscientização. A análise obedeceu a critérios da pesquisa

qualitativa com levantamento bibliográfico intitulado O ENSINO DA MATEMÁTICA EM

TEMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM

COM USO DE EXERCÍCIOS. O Objetivo Geral foi realizar um estudo sobre o ensino da

matemática relacionado ao tema da educação ambiental, tendo o uso exercícios ligados à EA

como possiblidade de aprendizagem. Os Objetivos Específicos foram: Elaborar exercícios de

matemática relacionados com a educação ambiental, visando possibilitar maior consciência

aos estudantes em relação às questões ambientais. A estrutura textual desta dissertação possui

os seguintes itens: Introdução que trata de uma abordagem sistêmica; Fundamentação teórica

proposta; Procedimentos metodológicos; Matemática e a Educação Ambiental e as

considerações finais. Os exercícios propostos trazem a possibilidade de inserir o ensino não só

da matemática, mas também em outras disciplinas, sobretudo as afins, interdisciplinarmente,

pois na da Educação Ambiental, é notório a complexidade de estudo, o que certamente, carece

de diversos olhares, para a realização de exercícios com o fito de proporcionar

conscientização ambiental aos estudantes no contexto do processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave. Aprendizagem. Educação. Exercícios de matemática. Tema transversal.

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ABSTRACT

This dissertation is a study about mathematics teaching in a contextualized way, which

purpose is to present the use of mathematical exercises originated from environmental issues,

as an awareness form. The analysis followed the qualitative research criteria with a

bibliographic survey entitled THE TEACHING OF MATHEMATICS IN

ENVIRONMENTAL EDUCATION SUBJECTS: LEARNING POSSIBILITIES WITH

EXERCISES USAGE. The general objective was to conduct a study on mathematics teaching

related to environmental education theme, using exercises connected to Environmental

Education as a learning possibility. The Specific Objectives were: To elaborate mathematics

exercises related to environmental education, aiming to enable students to be more aware

about environmental issues. The textual structure of this dissertation has the following items:

Introduction that deals with a systemic approach; Proposed theoretical foundation;

Methodological procedures; Mathematics and Environmental Education and the final

considerations. The proposed exercises bring the possibility to insert the teaching not only of

mathematics, but also in other disciplines, especially related ones, interdisciplinarily, because

in Environmental Education, the study complexity is notorious, which certainly lacks several

perspectives, to conduct exercises and to provide students with environmental awareness in

the teaching-learning process context.

Keywords: Learning. Education. Mathematics exercises. Cross theme.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EA – Educação Ambiental

EJA – Educação de Jovens e Adultos

EM – Educação Matemática

IMPA - Instituto de Matemática Pura e Aplicada

ITEGAM - Instituto de Tecnologia Galileo da Amazônia

MC – Matemática Clássica

MM – Modelagem Matemática

PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais

RPM – Resolução de Problema de Matemática

ETM – Etnomatemática

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

2.1.1. Objetivo geral ................................................................................................................ 14

2.1.2. Objetivos específicos ..................................................................................................... 14

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 15

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 22

4.1. Tipo de Pesquisa .............................................................................................................. 23

5. A MATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................... 23

5.1. Educação Matemática e Educação Ambiental .............................................................. 23

5.2. Modelagem Matemática e Educação Ambiental .......................................................... 26

5.3. Etnomatemática e Educação Ambiental ....................................................................... 32

5.4. Matemática Clássica e a Matemática do Cotidiano ..................................................... 34

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 41

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 42

APÊNDICE ............................................................................................................................. 46

ANEXOS ................................................................................................................................. 47

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1. INTRODUÇÃO

Há décadas a educação brasileira passa por uma verdadeira crise, e o que confirma

isso são os resultados das avaliações que mostram quadros preocupantes, com adolescentes e

jovens que concluíram o ensino fundamental e médio, com inúmeras dificuldades em língua

portuguesa e matemática.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou no fim do mês de janeiro de 2018, o Censo

Escolar 2017. Os dados apontam para a falta de estrutura na rede pública de ensino. Segundo

a especialista em educação Priscila Cruz (2018), a sociedade não vive uma crise na educação,

e sim uma crise na aprendizagem.

O processo ensino-aprendizagem referente à disciplina matemática, para que tenha

significado para os estudantes, depende também do professor, pois, ambos fazem parte de um

processo único, e para tanto, quando alinhados, tendo como suporte, uma metodologia

adequada, possibilitando problematização, contextualizada com o mundo atual, a busca do

conhecimento torna-se possível.

De acordo com esta realidade, apesar das inquietudes da vida cotidiana, entre o olhar

representativo do homem nos permite buscar novas metodologias de ensino como forma de

estreitar as distâncias entre a matemática e as outras ciências.

Morais (2000, p. 132), em relação ao uso de instrumentos tecnológicos, afirma que:

É preciso mais. A comunicação precisa ser instaurada, desejada, conquistada. É

necessário entender o educando como ser histórico, ativo e como tal, a atenção não

pode centrar-se apenas no instrumento e na técnica [...]. Deve-se necessariamente

considerar a influência das imagens no cotidiano do educando.

Desse modo, a realização do trabalho intitulado O Ensino da Matemática em Temas da

Educação Ambiental: Possibilidades de Aprendizagem com a realização de exercícios,

objetivando incorporar ao tema de relevância social, mais especificamente a EA, ao ensino de

Matemática em nível da Educação Básica, favorecendo e potencializando formas de

Resolução de Problemas de Matemática (RPM) propõe melhorias de ensino aprendizagem

para os estudantes.

Em conformidade com o entendimento de Mayor: (1998, p. 46),

A educação é a chave do desenvolvimento sustentável, autossuficiente – uma

educação fornecida a todos os membros da sociedade, segundo modalidades novas e

com a ajuda de tecnologias novas, de tal maneira que cada um se beneficie de

chances reais de se instruir ao longo da vida. Devemos estar preparados, em todos os

países, para remodelar o ensino, de forma a promover atitudes e comportamentos

que sejam portadores de uma cultura da sustentabilidade.

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Percebe-se que estudantes universitários, nas aulas de Matemática e cálculo não

conseguem fazer uma transformação de unidades de medidas, mas conseguem resolver

exercício de derivada e integral, usando suas regras, mas noutra vertente, são incapazes de

resolver um problema de Matemática contextualizado com a EA.

De acordo com Viana (2016), presidente do IMPA,

Vivemos hoje um paradoxo: apesar de o IMPA ser uma instituição de pesquisa de

ponta e de termos um brasileiro como ganhador de Medalhas Fields, o Brasil patina

na educação básica e a formação de professores nas licenciaturas é “catastrófica”. As

crianças nascem gostando de matemática. Os professores é que se encarregam de

acabar com isso.

Ainda segundo o autor, “40% dos alunos não conseguem entender nem o enunciado de

uma questão de matemática e onde só 4% estariam aptos a trabalhar com tecnologia”.

É importante valorizar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para ressignificar

o fazer pedagógico. Segundo Reis (2011, p.58):

Os parâmetros curriculares nacionais propõem uma prática educativa que atenda às

necessidades sociais, políticas e culturais da realidade brasileira, considerando os

interesses e as motivações dos alunos garantindo as aprendizagens essenciais para a

formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos.

A matemática ensinada na escola quando desenvolvida de forma significativa, não

fragmentada e não distante do cotidiano do estudante, faz com que o mesmo a valorize no

contexto socioambiental.

O docente precisa criar novas oportunidades de interagir com o aluno, criando um

ambiente onde o ensino-aprendizagem possa ocorrer de forma satisfatória.

Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo Geral elaborar exercícios de Matemática

relacionados com o meio ambiente, visando despertar no estudante um maior envolvimento

com a aprendizagem da matemática e as questões ambientais.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Realizar um estudo sobre o ensino da matemática relacionado ao tema da educação

ambiental, tendo o uso de exercícios ligados à EA como possiblidade de

aprendizagem.

2.2. Objetivos específicos

Elaborar exercícios de Matemática relacionados com a Educação Ambiental,

visando possibilitar maior consciência aos estudantes em relação às questões

ambientais;

Compreender a modelagem no contexto da Educação Matemática relacionada à

Educação Ambiental, como base para elaboração de exercícios de Matemática

relacionados com a Educação Ambiental;

Apresentar uma proposta de exercícios de matemática relacionada à educação

ambiental

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica no contexto da pesquisa discorre sobre a EM e a EA,

abrangendo a modelagem matemática (MM) e a EA, a Etnomatemática e a EA e ainda sobre

matemática clássica (MC) e a Matemática do Cotidiano, e ainda sobre a Matemática e

exercícios evidenciando problemas.

A fundamentação teórica abrangendo a EM ocorre no sentido amplo, considerando os

seus diversos aspectos, e ainda, abordando sobre a EA, por se tratar de um estudo que visa dar

sustentação teórica para os exercícios propostos no contexto do ensino de matemática com as

questões ambientais.

A EM e a EA, aliadas, empregadas para preservar o patrimônio ambiental e criar

modelos matemáticos e modelos econômicos de desenvolvimento, com soluções limpas e

sustentáveis para qualidade de vida e melhores condições humanas, com o ambiente natural,

que é visto como um bem inesgotável à disposição do homem. Nesse sentido, o ensino de

matemática pode e deve contribuir com este processo, inclusive com aulas mais atraentes para

os estudantes, pois, e contribuir para a superação do desinteresse deles.

O resultado dessa prática aponta para uma Matemática difícil de ser entendida e, logo,

desinteressante para o estudante. Arroyo (apud SANTOS, 2003, p. 67) diz que, “O

desinteresse dos alunos por nossa docência não questiona nossa docência? [...] é preocupante

que a infância, a adolescência e a juventude não tenham interesse por nossas lições...”.

As necessidades de mudanças são perceptíveis e a Matemática tem importante papel

neste processo. Diante das situações expostas, percebe-se que a matemática sempre teve no

seu histórico relatos de situações de frustração e medo, sendo vista como uma “disciplina

escolar difícil” e que apenas os “inteligentes” podem aprender, criando uma barreira para o

seu aprendizado. Tornando a Matemática como um problema hereditário que passa de pai

para filho. Por isso, em muitos casos, rejeitadas pelos discentes de todas as classes sociais e

em todos os níveis de escolaridade e pelo seu caráter abstracionista (como exemplo, o que

representa a variável x numa equação ou problema não é explicado, mas um abstracionismo).

Há, também, uma dualidade bem visível no ensino atual da matemática. Por um lado, a

concepção da escola tradicionalista que destacam, também, defeitos no ensino tradicional,

como o rigor, pouca funcionalidade, muitas amarras, ainda predomina, em grande parte,

principalmente, sua ênfase numa matemática abstrata, formal, mecanizada, expositiva,

descontextualizada, tendo como guia apenas o livro adotado, com os mesmos recursos,

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programas e ações em sala de aula sem vínculo com a realidade, constituindo a concepção

adotada por boa parte de professores.

Afinal, as transformações em todos os setores da sociedade estão ocorrendo e cabe a

todos aproveitá-las para o bem de todos. E à escola, dar ao homem condições de interferir no

meio em que vive.

Lima (1997, p. 1), afirma que:

O ser humano tem potencialmente uma multiplicidade de caminhos de

desenvolvimento. “A direção que tomará seu desenvolvimento é função do meio em

que ele nasce das práticas culturais, das instituições e das possibilidades de acesso às

informações em seu contexto”.

Não necessariamente, a concepção determinista vai determinar às ações do ser

humano, visto que, é possível romper com a realidade do ambiente onde o ser humano está

inserido, rompendo com as regras, e por outro lado, trilhar por caminhos adversos,

constituindo novos valores. Ao pretender construir caminhos alternativos no contexto da EM

e da EA, visando um ensino que tenha significado para os estudantes, face ao ensino

tradicional, onde as práticas de ensino não aufere motivação.

Para romper com esta forma de ensino, dentre as diversas alternativas possíveis,

percebe-se que a EM juntamente com a EA, é um dos percursos que pode oferecer um ensino

que tenha significado, que gere conhecimento, e ainda, consciência ambiental, para os

estudantes.

Assim, mediante aquele panorama de carência de reforma, surge a EM para o

melhoramento do ensino e da aprendizagem de Matemática, tanto para quem ensina – o

professor, como para quem está aprendendo – o estudante, proporcionando novas

metodologias, estratégias de ensino e aproveitando os conhecimentos prévios que os

estudantes têm e trazem para a escola.

Sá, em seu artigo para a InfoEscola, afirma que:

A Educação Matemática, que tem como patrono o Pesquisador e Educador

Matemático Ubiratan D’Ambrósio, nasceu para corrigir as mazelas matemáticas

advindas de métodos de ensino ultrapassados, mais conhecidos como

tradicionalistas. A ótica dessa metodologia, que aos poucos foi ganhando o título de

ciência, é voltada para um ensino robusto da matemática, embasado em práticas que

fortalecem e efetivam o aprendizado do discente, alicerçadas nas teorias da

aprendizagem, no conhecimento multicultural, na inter e na transdisciplinaridade.

(SÁ, 2018.).

Percebe-se, pelo texto, que o caminho percorrido foi longo e penoso, demandando

esforços notáveis para que a escola pública brasileira desempenhasse com eficiência suas

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funções. Parte das mudanças ocorridas, para o melhoramento do ensino de matemática,

passou pelas mãos de professores, os maiores responsáveis na condução dos processos de

ensino e aprendizagem dentro de sala de aula.

Graças a surgimento da EM, hoje se pensa em atividades matemáticas como

exercícios, problemas, questões, situações-problema, trabalhos escolares, avaliações, que

contemple o exercício da cidadania. Isto é, como afirma Sá:

[...] todos os momentos da atividade discente, as múltiplas culturas, os vários credos,

o meio, as condições físicas e organizacionais da escola, a afetividade, o raciocínio,

a habilidade, a visão de mundo, de sociedade, de educação e de escola e, claro, os

conhecimentos formais sobre a matemática e suas áreas de interdisciplinaridade. A

essa avaliação, dá-se o nome de avaliação formativa. (SÁ, 2018.).

De fato, com a EM a pesquisa em matemática nunca foi tão valorizada, principalmente

aquela voltada ao seu ensino e a prática docente. Como disciplina bem definida, sendo muito

discutida, caracterizada, ao longo dos últimos anos em busca de novas teorias de

aprendizagem, sendo a principal ferramenta de redirecionamento da prática docente não

poderia ficar de fora, itens como: resolução de problemas como estratégia de ensino, a

avaliação que tradicionalmente mais punia do que fazia progredir o ensino e no atual

momento essa objetiva contemplar todos os momentos da atividade discente.

Ao se pensar no uso da matemática no contexto da EA, pouco se tem feito com o

objetivo de elaborar material pedagógico, como forma de aprendizado significativo voltado

para a melhoria da qualidade do ensino desta disciplina. A ausência de material que possa

promover a sensibilização e conscientização quanto ao cuidado com a vida em todas as suas

expressões deixa uma lacuna na educação, que por sua vez é preenchido pela educação

ambiental com a concepção de que ela é geradora de uma nova forma de convivência com o

meio ambiente.

Com a promulgação em 1998, da Constituição da República Federativa do Brasil que

elencou os direitos civis, políticos, sociais e culturais dos cidadãos. Trouxe à tona discussões,

questões relevantes e alternativas de mudanças em todos os setores da sociedade (econômico-

político-social) com a possiblidade de proporcionar, oportunizar a construção de uma

sociedade igualitária, solidária, democrática, sustentável com qualidade de vida, por

consequente mais justa para todos os cidadãos, constituindo verdadeiros princípios

norteadores e garantidores da dignidade humana.

Segundo Neves (2009, p. 17):

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Princípios daí decorrente foram expressos no campo educativo, demandando uma

base sólida de fundamentos científico-pedagógicos para reger não só a vida social e

política, mas também orientar a prática cidadã. À luz desses princípios torna-se

possível analisar, orientar, julgar, criticar ações pessoais, coletivas e políticas na

direção tanto da prática democrática quanto das exigências dos compromissos

assumidos por aqueles que conhecem, que aprendem.

Essa mesma Constituição destaca a necessidade de implantar a EA em todos os níveis

de ensino, o Fundamental, o Médio e o Superior.

Por conseguinte, em 1998, o Ministério da Educação e Cultura - MEC elaborou os

PCNs apresentando a EA como um tema transversal que deve perpassar todos os

Componentes Curriculares distinguindo três tipos de conteúdo que devem ser desenvolvidos

no âmbito escolar, isto é, a tipologia dos conteúdos: os conceituais (o que é preciso saber), os

procedimentais (o que é preciso saber fazer) e os atitudinais (os que admitem ser).

Dentro da perspectiva dos PCNs, a educação deve priorizar a contextualização dos

conteúdos, dar significado aos planos de estudo e incentivar às discussões em torno de temas

de relevância social, como a EA que está presente na vida de todos os seres, animados e

inanimados, desde o surgimento de sua existência na Terra, pois, para sua sobrevivência era

imprescindível o homem aprender relacionar-se com a natureza, o meio ambiente.

Segundo Donella Meadows (1996) “desde o primeiro o momento em que os seres

humanos começaram a interagir com o mundo ao seu redor, e ensinaram seus filhos a fazerem

o mesmo, estava havendo educação e Educação Ambiental”. Para tal, utilizando-se para

alcançar esses objetivos, as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e

corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, o que é possível, com

metodologias compatíveis com a realidade dos estudantes, e ainda, utilizando material

pedagógico, para os diversos níveis de ensino e modalidades.

O material pedagógico é de fundamental importância para o desenvolvimento

intelectual e profissional dos estudantes, principalmente para os da modalidade de Educação

de Jovens e Adultos - EJA, que de modo geral, mesmo tendo longa experiência de vida, têm

muita dificuldade para assimilar os conteúdos.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) n. 9394/96

(art. 32), as exigências de um ensino Educação de Jovens e Adultos - EJA, o ensino

fundamental deverá ter por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III. o desenvolvimento da

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capacidade de aprendizagem, tendo em vista à aquisição de conhecimentos e

habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV. o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

O ensino médio, conforme a LDB, tem como finalidades:

I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no

ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para

continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas

condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III. o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética

e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; e prática.

(BRASIL, 1996, p. 23).

A escola tem um papel crucial na formação do cidadão e no decorrer da história da

humanidade, a educação tem sido apenas uma reprodutora dos fatos sociais, mas a realidade

atual permite-se perceber que a escola como instituição essencial da contemporaneidade

deveria contribuir mais na formação humana, porque a educação faz parte da vida e por conta

disso tem um papel importante na construção da cidadania.

A incipiência de materiais didático-pedagógicos para o ensino de postulados em

educação ambiental, nas escolas públicas brasileiras, considerando a matemática como tema

gerador de saberes para conscientização ambiental, é uma realidade. Além do mais, a precária

falta de um conhecimento consolidado na formação de estudantes/professores, do ponto de

vista docente, é uma das principais razões para os índices de baixa aprendizagem no ensino

básico. Vinculado a isso, pesquisas como as de Paulo Freire (1921-1997) direcionavam seus

esforços na tentativa de promover a emancipação do cidadão por meio da educação.

Para Tomás de Aquino, em seu escrito intitulado De Magistro, evidencia o fato de que

“o conhecimento ensinado só pode ser aprendido quando aquele ao qual é dirigido consegue

estabelecer relações entre o que vive e o saber que está aprendendo”. No que tange esse

aspecto, incorporar temas de relevância social, notadamente a EA, ao ensino de matemática

possibilita ao estudante um maior interesse em conhecer, interpretar e atuar sobre situações da

realidade sociocultural, de forma intervir como cidadão crítico nos problemas relacionados as

questões ambientais, especialmente, no seu entorno.

Acredita-se veementemente que o trabalho em sala de aula através ou com a utilização

de material apropriado para o ensino de matemática que possa estar voltado às questões

ambientais é um meio importante para propiciar aos estudantes uma percepção mais adequada

e consciente sobre as práticas humanas que agridem o meio ambiente, e com isso aniquila o

próprio homem. Mas, ressalta-se que é importante que o professor como mediador do

processo compreenda que o estudante deve ter um papel ativo na construção do seu

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conhecimento, e que o ensino da matemática não se utiliza apenas de aplicação de fórmulas e

reprodução de algoritmo.

De acordo com Novello et al., 2009:

A distorção dessa compreensão pode ser entendida, percorrendo a trajetória da

Matemática que foi introduzida em todas as séries do Ensino Secundário do Brasil

em 1929, por Euclides Roxo. Durante muito tempo, o ensino dessa disciplina foi

caracterizado pela repetição, memorização de fórmulas e reprodução de algoritmos,

em que a metodologia se baseava na transmissão do conteúdo pelos professores.

Nessa perspectiva, o estudante é entendido como sujeito passivo no processo de

aprendizagem cabendo a ele reproduzir em situações semelhantes ao que foi

abordado nas aulas.

Borges (1989, p.15) salienta que nos dias atuais “o ensino de Matemática, nas

primeiras séries do Ensino Fundamental, está ocorrendo, na grande maioria das escolas, como

uma atividade essencialmente mecânica”.

Pelas questões expostas é que a Matemática é considerada como uma disciplina difícil

de ser aprendida, porque frequentemente professores não contextualizam os algoritmos e as

fórmulas apresentadas, o que leva o estudante a um desempenho não satisfatório quando

submetidos a avaliação por órgãos avaliativos do governo para averiguação do ensino do país.

Em todas as esferas socioeconômicas, tecnológicas e ambientais, nas últimas décadas,

tem ocorrido um processo acelerado de mudanças. Mudanças essas que contribuíram num

aumento da pobreza, exclusão social, assim como para a extinção de muitas espécies de seres

vivos, o que resultou no desiquilíbrio de diversos ecossistemas de todo o mundo.

Por conseguinte, vive-se uma crise ambiental, resultante do processo acelerado de

desenvolvimento da sociedade contemporânea, centrada no acúmulo de riqueza, consumo

demasiado, extração descontrolada de recursos naturais e descartes inadequados de resíduos.

O homem, ao contrário de outros seres vivos que, para sobreviverem, estabelecem

naturalmente o limite de seu crescimento e consequentemente o equilíbrio com outros seres e

o ecossistema onde vivem a espécie humana tem dificuldades em estabelecer o seu limite de

crescimento, assim como para relacionar-se com outras espécies e com o planeta. Essa é a

fronteira entre o conhecimento e a ignorância humana sobre sua própria casa, o planeta Terra.

No que tange recursos naturais, sabe-se que um dos mais importantes setores da

economia, a construção civil é também, entre todas as atividades produtivas, o maior gerador

de resíduos e caracteriza-se como um dos que mais consomem recursos naturais, desde a

produção dos insumos utilizados até a execução da obra e sua operacionalização.

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Dessa forma, fica evidente a importância de sensibilizar os estudantes, principalmente,

da área técnica da construção civil, para que ajam de modo responsável e com consciência,

preservando, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro.

Partindo dessa realidade é que consideramos importante que a EJA tenha como

instrumento de referência material pedagógico voltada para as questões ambientais e seus

impactos. A preocupação em contextualizar mencionando esta modalidade de ensino é porque

durante décadas, a EJA ficou presa a um legado de exclusões metodológicas, de materiais e

ações que descaracterizavam a própria modalidade de ensino e não atendia suas necessidades.

E, por entender que ainda hoje a EJA enfrenta dificuldades na sua metodologia, pois

está em questão a dificuldade de aprendizagem para esta modalidade. Assim, é importante

considerar a associação entre EA e EM na EJA, para a melhoria da qualidade do ensino e,

consequentemente, da qualidade de vida deste público que participam efetivamente da

instituição de ensino, isso porque numa concepção de EA transformadora, a educação escolar

é tida como ambiente de mudança social, onde ocorre uma transformação associada aos

valores, aos padrões cognitivos, à ação política democrática e às relações econômicas.

Sabe-se, também, que os cursos de licenciaturas, especificamente, em matemática

ainda não contemplam na componente curricular o estudo de andragogia para os futuros

professores atuarem numa turma da EJA. Esse é um dos descasos governamental para com a

EJA, tornando o ensino e a aprendizagem de matemática, em termos de ensino básico naquela

modalidade, a compor um universo cada vez mais restrito, colaborando significativamente

para o estereótipo, para o perfil do estudante atual com pequena capacidade criadora.

E, o que é pior, o professor não tem conhecimento nenhum sobre esse público porque

não foi contemplado na sua formação a respeito de como proceder e desenvolver

metodologias adequadas, voltadas para indivíduos que não frequentou a escola no tempo

hábil, e sua maioria, sente a necessidade de adquirir saber que lhe possibilite a superação

dessas dificuldades.

Segundo Knowles (2009, p. 121-122):

O modelo andragógico é um modelo processual, em oposição aos modelos baseados

em conteúdo [...] O professor andragógico (...) prepara antecipadamente um

conjunto de procedimentos para envolver os seguintes elementos: 1) preparar o

aprendiz; 2) estabelecer um clima que leva à aprendizagem; 3) criar um mecanismo

para o planejamento mútuo; 4) diagnosticar as necessidades para a aprendizagem; 5)

formular os objetivos do programa (o conteúdo) que atenderão a essas necessidades;

6) desenhar um padrão para as experiências de aprendizagem; 7) conduzir essas

experiências de aprendizagem com técnicas e materiais adequados; e 8) avaliar os

resultados da aprendizagem e fazer um novo diagnóstico das necessidades de

aprendizagem.

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Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de uma metodologia de ensino que

possibilite a superação do conhecimento que ele adquiriu, buscando aquilo que ele não sabe e

precisa saber para o seu desenvolvimento intelectual para agir como cidadão conhecedor de

seus direitos e deveres. E o desconhecimento do público da EJA pelo docente faz com que as

metodologias adotadas, em suma, infantilizam o adulto, acabam por induzir ao fracasso e a

evasão.

Paulo Freire (2002), em Pedagogia da Autonomia, ressalta que “a prática pedagógica

deve estar vinculada aos aspectos históricos e sociais dos alunos, visando à elucidação das

questões que realmente importam para a comunidade”. Em sua grande parte, a EJA é

oferecida no turno noturno, desde sua implantação com os jesuítas, onde seus alunos

trabalham durante o dia, o que faz do professor de EJA um verdadeiro malabarista, dividido

entre manter os estudantes acordados, devido ao dia cansativo que tiveram de trabalho, e

proporcionar um conteúdo atrativo, para que os mesmos não desistam do processo escolar.

Segundo Loureiro (2004) “Essas mudanças fortalecem a identidade das pessoas

através do exercício da cidadania, da percepção da totalidade das relações sociais no mundo e

da superação das formas de dominação”.

A partir destas considerações, é pertinente citar que as abordagens sobre a EJA

tiveram como propósito dar uma ênfase para esta modalidade de ensino, cujo público enfrenta

muitas dificuldades. No entanto, a desenvolver a presente investigação, o que se pretende é

realizar uma investigação que valorize o estudante nas diversas modalidades de ensino,

problematizando e resolvendo problemas contextualizados com os problemas ambientais.

Nesse sentido, os procedimentos metodológicos passam a ser mostrados por serem

norteadores da investigação como âncora de sustentação de todo o seu percurso.

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos, inicialmente, foram norteados pela realização de

uma pesquisa bibliográfica, visando fortalecer o entendimento teórico a respeito do tema da

investigação, considerando os objetivos propostos. Conforme o entendimento de Silva (2003),

a pesquisa bibliográfica é inerente às pesquisas para fins de sua fundamentação.

Segundo Köche (1997, p. 122) a pesquisa bibliográfica pode ser realizada com as

seguintes finalidades:

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a-) ampliar o grau de conhecimentos em uma determinada área, capacitando o

investigador a compreender ou delimitar melhor um problema de pesquisa;

b-) dominar o conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou fundamentação na

construção de um modelo teórico explicativo de um problema, isto é, como

instrumento auxiliar para a construção e fundamentação de hipóteses;

c-) para descrever ou sistematizar o estado da arte, daquele momento, pertinente a

um determinado tema ou problema.

No percurso da realização da pesquisa, dialogando com diversos autores, a sustentação

foi baseada na pesquisa qualitativa.

4.1. Tipo de Pesquisa

Bogdan (1982 apud TRIVIÑOS, 1987, p. 128-130) enfatiza que a pesquisa qualitativa

é caracterizada por uma investigação do tipo fenomenológico e da natureza histórico-

estrutural, dialética. Com esta concepção, o autor apresenta cinco características:

1º) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o

pesquisador como instrumento-chave; 2º) A pesquisa qualitativa é descritiva; 3º) Os

pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não simplesmente

com os resultados e o produto; 4º) Os pesquisadores qualitativos tendem a analisar

seus dados indutivamente; 5º) O significado é a preocupação essencial na

abordagem qualitativa [...].

Assim, é importante ressaltar, que na pesquisa realizada, o mais importante foi todo o

seu percurso, por ter proporcionado o diálogo com diversos autores, analisando suas

concepções e contribuições, permitindo a possibilidade de elaboração de exercícios,

contextualizados com a EA, tendo como base a EM, e deste modo, ficou claro que é possível

despertar nos estudantes maior consciência ambiental.

5. A MATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

As abordagens da Educação Matemática e a Educação Ambiental, abrangendo a

Modelagem e a Etnomatemática, a Matemática Clássica e a Matemática do Cotidiano, tem

grande importância para a sustentação teórica da pesquisa. Assim, foram contemplados, a

citação e o diálogo com diversos teóricos.

5.1. Educação Matemática e Educação Ambiental

No processo ensino-aprendizagem, a matemática quando ensinada com metodologias

adequadas em relação a realidade dos estudantes, torna-se um meio satisfatório para a

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resolução de problemas, e por outro lado, no contexto da EA, viabiliza maior consciência

ambiental para os estudantes.

Ao abordar a categoria problema no contexto da Matemática, as categorias exercício e

questão também são relevantes.

No que diz respeito à categoria problema, Massucato e Mayrink (2015), afirmam que:

Os problemas exigem reflexão, questionamentos e tomadas de decisão. Trata-se de

uma situação na qual se procura algo desconhecido e o aluno não tem nenhum

algoritmo prévio que garanta a sua resolução. Por isso, a atividade propõe uma

invenção ou criação significativa do estudante, que deve construir uma solução,

explicando o que pensou. Isso envolve algumas etapas: a compreensão do problema,

a criação de uma estratégia de resolução, a execução desta estratégia e a revisão da

solução.

Percebe-se, que os problemas exigem por parte do estudante a verificação e

entendimento do problema, o que requer análise e interpretação, para possibilitar, portanto, o

caminho da solução. Tudo isto tem coerência com a EM que vem contribuindo

satisfatoriamente, para romper com os métodos obsoletos do ensino de Matemática.

Para Onuchic (1999, p. 203):

A caracterização de Educação Matemática, em termos de Resolução de Problemas,

reflete uma tendência de reação a caracterizações passadas como um conjunto de

fatos, domínio de procedimentos algorítmicos ou um conhecimento a ser obtido por

rotina ou por exercício mental.

[...] Hoje, a tendência é caracterizar esse trabalho considerando os estudantes como

participantes ativos, os problemas como instrumentos precisos e bem definidos e a

atividade na resolução de problemas como uma coordenação complexa simultânea

de vários níveis de atividade.

Observa-se que a EM tem papel preponderante na resolução de problemas. Mas para

que isto ocorra é necessário que o professor de Matemática utilize uma metodologia

adequada, e que os estudantes também tenham participação ativa na elaboração de propostas

metodológicas.

Sá, em seu artigo para a Info Escola, afirma que:

Muito se tem pesquisado no campo da matemática. Pesquisas que passam pela

matemática pura, computacional, escolar, entre outras. No caso da matemática

escolar, tem-se, especialmente, evoluído bastante. Se antes os conteúdos eram secos,

sem qualquer relação interdisciplinar, hoje essa realidade toma nova forma, vista a

grande evolução do que se entende por ensino e aprendizagem matemática.

Podemos dizer que não se aceita mais uma matemática desvinculada da vida prática

e da relação com as diversas áreas do conhecimento humano. Ela tem que estar

revestida de aplicabilidades, de conceitos históricos, de localizações geográficas, de

arte, de compreensão textual, da boa escrita, das diversas ciências, sejam elas físicas,

biológicas ou humanas. Essa matemática vai além dos padrões interdisciplinares

atingindo a excelência de seu ensino, isto é, a transdisciplinaridade. multicultural,

na inter e na transdisciplinaridade. (SÁ, 2018).

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Para que os métodos tradicionais sejam ultrapassados, é necessária uma postura do

professor e dos estudantes, que juntos, quando imbuídos de um compromisso na busca de

metodologias adequadas conseguem encontrar caminhos adequados para o ensino de

Matemática.

Graças ao surgimento da EM, hoje se pensa em atividades matemáticas como

exercícios, problemas, questões, situações-problemas, trabalhos escolares, avaliações, que

contemple o exercício da cidadania. Isto é, como afirma SÁ:

Foi fácil perceber a necessidade de se quebrar o paradigma vigente da matemática,

onde se esbanjava rigorosidade, foco exclusivo em memorização de fórmulas,

cálculos descontextualizados e punição para os discentes nas avaliações. Assim,

nesse cenário de carência de reforma do ensino da matemática e do melhoramento

da aprendizagem discente, surgiu a Educação Matemática.

De fato, com EM a pesquisa em matemática nunca foi tão valorizada, principalmente

aquela voltada ao seu ensino e a prática docente. Como disciplina bem definida, sendo muito

discutida, caracterizada, ao longo dos últimos anos em busca de novas teorias de

aprendizagem, sendo a principal ferramenta de redirecionamento da prática docente não

poderia ficar de fora, itens como: resolução de problemas como estratégia de ensino, a

avaliação que tradicionalmente mais punia do que fazia progredir o ensino e no atual

momento essa objetiva contemplar todos os momentos da atividade discente.

A resolução de problemas, motivado pela constante reflexão, no conhecimento multi e

pluridisciplinar, como estratégias eficientes, proporcionado aos atores do processo, forma de

melhorar tanto o ensino como a aprendizagem.

Na busca por estratégia para RPM, estudantes aprendem a construir estratégias,

raciocinar logicamente, esquematizar, comparar, produzir o que foi feito, produzido pelos

demais alunos da sala. Com isso, eles têm a oportunidade de construir aprendizagem eficiente,

significativa, argumentativas, críticas interagindo e compartilhando ideias e pensamentos

matemáticos com a classe e o professor facilitador.

Mas, apesar disso, é sabido que a maioria dos professores do ensino básico continua

ensinando a Matemática como antigamente, utilizando-se de exercícios e/ou problemas secos,

burilados, somente para que os alunos apliquem conhecimentos dos conteúdos anteriormente

adquiridos.

Para Massucato e Mayrink (2015):

O ensino tradicional de Matemática costuma ser feito com base em definições,

exemplos e exercícios de fixação, em que o aluno deve saber reproduzir o que foi

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ensinado. No entanto, esse processo trata os problemas como se existisse apenas

uma resposta correta e não garante que o estudante realmente aprenda o conteúdo.

Os conteúdos adquiridos servem apenas para aferir (medir) se o estudante é capaz de

empregar conceitos, fórmulas, procedimentos que fora ensinado. Além disso, as atividades

matemáticas, de acordo o texto, não faz qualquer diferença entre o termo “exercícios” e

“problemas”, somente como uma habilidade de saber resolver, e em reproduzir. Típicos de

uma escola tradicional falida, que levou milhares e milhares de alunos a desistência,

reprovando-os no âmbito escolar e de seus sonhos.

Com esta concepção, a EM tem papel importante, carecendo ser estudada nas suas

diversas dimensões, a exemplo da MM e da EA.

5.2. Modelagem Matemática e Educação Ambiental

Há décadas que o ensino de Matemática vem apresentando muitas dificuldades, e por

ser a Matemática, uma disciplina que lida com conteúdo que apresentam modelos

matemáticos, abstração teórica, raciocínio lógico, muita atenção, diversos alunos em sua

maioria apresentam dificuldades para compreendê-la, e devido a isso se mostram,

desmotivados, desinteressados, não conseguindo projetar para o futuro uma carreira

promissora de sucesso.

A MM e a EA também são importantes no contexto da pesquisa, fortalecendo o

entendimento teórico, permitindo que a Matemática com os exercícios sejam realizados com

coerência e alinhados com a EM, e, por conseguinte, proporcionar ensino-aprendizagem para

os estudantes.

Biembengut e Hein (2000, p. 12), entende a

modelagem matemática como o processo que envolve a obtenção de um modelo.

Este, sob certa óptica, pode ser considerado um processo artístico, visto que para

elaborar um modelo, além do conhecimento de matemática, o modelador precisa ter

uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber

discernir que conteúdo matemático melhor se adapta e também ter senso lúdico para

jogar com as varáveis envolvidas.

Percebe-se que o lúdico tem papel importante no processo de utilização de MM

vislumbrando a problematização de situações da realidade dos estudantes, em diversas

situações, a exemplo dos problemas ambientais que tanto afligem a humanidade, nas

dimensões espaciais, nos espaços locais, regionais e planetários.

Segundo Bassanezi (2004, p. 24), a MM representa:

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um processo dinâmico utilizado para obtenção e validação de modelos matemáticos.

É uma forma de abstração e generalização com a finalidade de previsão de

tendências. A modelagem consiste, essencialmente, na arte de transformar situações

da realidade em problemas matemáticos cujas soluções devem ser interpretadas na

linguagem usual.

Valorando esta concepção, no processo metodológico-didático, é importante observar

o ponto de vista de Scheffer e Campagnollo (1998, p. 37), que aponta uma sequência didática

em relação à Modelagem Matemática, a partir da:

[...] formulação do problema, que envolve a situação real, a solução que envolve a

busca de resolução através de modelos matemáticos e a validação que envolve a

verificação da solução e relação entre a solução matemática e a situação real.

Por isso, a escola precisa descobrir o motivo da falta de interesse tanto por parte dos

estudantes quanto de professores para, a partir daí planejar suas ações na tentativa de

amenizar o problema. Se há professores descompromissados com a educação, como iremos

trabalhar a realidade dos estudantes se o professor também enfrenta dificuldades. O ambiente

escolar é um espaço propício para o seu crescimento intelectual e profissional, isso vai ajudá-

los no seu engajamento para com seus estudos.

Afinal, no ensino de matemática, ao se optar pelo uso de fórmulas prontas, perdem-se

ótimas oportunidades para trabalhar conceitos matemáticos fundamentais que serão de grande

valia aos estudantes/cidadãos em seu cotidiano. Em contrapartida, a MM é um caminho

importante para os professores dinamizarem as suas práticas pedagógicas, valorizando os

estudantes, e aprendendo com eles.

Alinhado a esta concepção, percebe-se que a elaboração de exercícios de matemática

envolvendo a EA, é uma prática pedagógica essencial que além de permitir ao estudante a

problematização de questões ambientais, viabiliza também mais consciência, aprendizagem,

e, por conseguinte, o próprio conhecimento, condição basilar para que os estudantes possam

vislumbrar o quão é importante, o processo ensino-aprendizagem.

Portanto, no processo de elaboração de exercícios, abordar tema transversal como a

EA no ensino de matemática, percebendo-a como ciência capaz de contribuir com os

estudantes, oportunizando-os a adotarem valores éticos, hábitos e atitudes comportamentais,

para que sejam capazes de identificar problema, formular propostas com ações significativas

no sentido de corroborar com a preservação do meio ambiente, bem como, desenvolver e

aprofundar os conteúdos da disciplina, de forma científica, com compreensão e com uma

visão crítica, formadora de cidadãos conscientes.

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É necessário compreender que os valores éticos estão sendo deixados de lado numa

sociedade complexa em que se vive, onde está-se vivenciando situações de extrema violência

sobre todos os aspectos, principalmente no que diz respeito às agressões ao meio ambiente,

que tem preocupado, e vem preocupando a sociedade como um todo.

Neste contexto, o professor precisa valorizar a sua importância na sociedade, trazer

para si a responsabilidade de sensibilizar, conscientizar, ensinar, educar, formar cidadãos

críticos, levar ao conhecimento do estudante as informações necessárias sobre o uso dos

recursos naturais e de consumo de mercadorias de maneira exacerbada (intensa, áspera,

violenta), instigar nele a vontade de conhecer, compreender para intervir em defesa do MA,

de forma crítica, respeitando o futuro de seus descendentes.

A preocupação para com o meio ambiente não deve ser apenas por parte dos

professores de Geografia e das ciências da natureza (Biologia, Física, Química), é também

papel do professor de Matemática, que deve seguir as orientações dos PCNs, que fornecem

informações sobre os temas de relevância sociais e temas transversais que se relacionam com

o ensino de Matemática, expressando conceito e valores que formam a base (alicerce) da

sociedade contemporânea, como ética, orientação sexual, meio ambiente, saúde e pluralidade

cultural. Verifica-se que estes temas bastante recorrentes nos dias atuais, e, portanto, devem

ser observados por todos os professores que almejam o sucesso de forma integral dos

estudantes, preparando-os para a vida.

Nota-se que a problemática ambiental se torna cada vez mais presente, visível no dia a

dia, pois basta assistir, observar os meios de comunicação as repercussões frequentes

agressões ao meio ambiente, como invasões, desmatamentos, queimadas, agricultura de forma

neolítica, resíduos sólidos de toda a natureza descartados inadequadamente, são diariamente

depositados nos cursos d’água.

De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –

PNUMA (2007), “A camada de ozônio vem sendo constantemente atingida pelos poluentes

lançados no ar, as temperaturas parecem aumentar a cada ano, enquanto a água potável passa

a faltar em um número maior de regiões, por todo o mundo”.

Do exposto, percebe-se que os impactos ambientais são resultados da exploração

descontroladas dos recursos naturais que afetam o meio ambiente causados pela ação

antrópica que vem se agravando ao longo de décadas e culminando nos graves problemas

ambientais enfrentados pelo homem. As ações precisam ser urgentes, para que se possa

salvar, em quanto há tempo, o ecossistema, a biodiversidade, a vida que há no planeta,

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levando-se em conta que se deve agir pontualmente a fim de obter resultados que poderão

beneficiar a todos igualmente. Assim, uma das saídas para o enfretamento dessas ações

maléficas ao meio ambiente é por meio da EA.

Percebe-se a importância de se enfatizar a EA como instrumento de informação, de

conscientização, de sensibilização, de responsabilidade traduzida em ações, como uma via de

mão dupla, um dos caminhos para minimizar os efeitos da crise ambiental que alastra de

forma exponencial a degradação do meio ambiente, e que o estudante reflita sobre sua

responsabilidade com relação aos problemas ambientais, impactos ambientais que ora sua

profissão venha causar ao meio ambiente e, por conta disso, se torne um cidadão crítico,

consciente e venha praticar a sustentabilidade, a qualidade de vida como forma de minimizar

as agressões ao ambiente em seus empreendimentos de reformas e construções.

A figura 01 permite demonstrar que foi exposto acima a respeito da EA como

instrumento pedagógico e tomada de decisão. Por conseguinte, a EA propõe um plano de ação

de Gestão Ambiental como instrumento de ação frente ao quadro identificado abaixo para,

desta forma, apontar alternativas frente aos problemas socioambientais.

Figura 1 – A Educação Ambiental no processo de conscientização

Fonte: Próprio autor.

A informação é o meio pelo qual o professor, com metodologia adequada poderá

despertar no estudante maior conscientização, para que ele, enquanto integrante da sociedade,

venha despertar nas outras pessoas a consciência ambiental, fortalecendo maior respeito ao

meio ambiente.

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Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura –

UNESCO (2005, p.44), diz que “Educação Ambiental é uma disciplina bem estabelecida que

enfatize a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo

e de administrar seus recursos adequadamente”. Diante dessa observação, a EA deve ser

iniciada nos primeiros anos de vida, em casa, quando as crianças aprendem, com os bons

exemplos dos pais, a respeito dos cuidados para com o espaço.

É importante que haja EA nas escolas em todos os níveis de ensino, para fins de

preparar as novas gerações para um futuro viável. Nesse viés, as atividades desenvolvidas

dentro das instituições de ensino têm um efeito multiplicador, pois cada aluno, convencido

das boas ideias da sustentabilidade, influencia a família, as comunidades, a sociedade, nos

mais variados setores de atuação.

Por ser a EA um dos caminhos viáveis para atenuar os efeitos dos problemas

ambientais, percebe-se que este aspecto corrobora com o que assevera a UNESCO, conforme

abordagem feita anteriormente. Tal entendimento mostra a interação do homem com o meio

ambiente.

A Figura 2 demonstra esta realidade.

Figura 2- Interação do homem com o meio-físico

Fonte: Próprio autor.

Desenvolver a EA na prática, de maneira interdisciplinar, requer a realização de um

projeto participativo envolvendo professores e estudantes, mas para que isto ocorra é

indispensável que haja participação contínua de todos, inclusive realizando avaliações

periódicas do projeto, reestruturando-o. Deve haver retroalimentação, redirecionando-o,

fazendo adaptações quando necessárias. O papel do professor tem um papel preponderante na

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elaboração e realização de um projeto interdisciplinar que envolva a EA, devendo ter um

enfoque constante na prática pedagógica.

No contexto atual escolar, um dos principais desafios para o professor, na sua prática

pedagógica, é planejar aulas, para que sejam interessantes, estimulantes, motivadoras, que

sejam atrativas, despertando interesse dos estudantes, ressignificando o que está sendo

ensinado.

O conteúdo estudado e problematizado em sala de aula, para que seja significativo

para os estudantes, carece de contextualização com suas vidas cotidianas. Pensando desta

maneira, o professor tem que estar preparado, sob pena de não ser capaz de conduzir com os

estudantes um projeto de natureza interdisciplinar, podendo comprometer seriamente o

processo ensino-aprendizagem.

Em contrapartida, percebe-se que os professores têm se sentido em sua prática

pedagógica muitas vezes, impotentes diante das situações e desafios que desaguam

(emergem) nas salas de aula, tais como indisciplina, falta de interesse dos estudantes, falta de

conhecimentos básicos ditos fundamentais, etc. Tais desafios como a complexidade de ser

professor e de ensinar matemática no atual contexto parecem ser maiores ainda, em se

tratando do ensino e da aprendizagem da matemática escolar.

Nesse sentido, a educação doméstica é primordial como instrumento de

conscientização de crianças, preparando-as para agirem no presente e no futuro. Sendo

preparadas no ambiente familiar, na escola, com práticas educativas tendem a acompanhar o

desenrolar social com consciência a respeito de seu ambiente escolar e de seu entorno. Não se

pode, portanto, pensar a educação solta de seu contexto sócio-político-cultural, no sentido de

que se movimentam de forma dialógica e processual.

A sociedade está em constante construção e desconstrução de valores e saberes. A EA

deve continuar fazendo parte do dia a dia da criança, dos jovens, dos adultos, enfim, do

homem em todas as suas faixas etárias, e que a EA seja inserida nas diversas disciplinas e

conteúdo, interdisciplinarmente, transversalmente, seja no ambiente escolar, na convivência

com professores e demais componentes da instituição escolar. Por isso, a educação é uma via

para saída. Mas, a EA é de fato um dos caminhos para minimizar os diversos problemas de

ordem ambiental que sufoca e aniquila o homem e os demais seres vivos que compõem a

biodiversidade planetária.

Ainda sobre a EM, as abordagens referentes a Etnomatemática e a EA, também

passam a serem abordadas, realizando diálogo com diversos autores, para com isso

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possibilitar melhor entendimento para a elaboração de exercícios relacionados com a EA,

como forma de viabilizar melhor aprendizagem para os estudantes, e que estes, adquiram

consciência a respeito do meio ambiente no que concerne às questões ambientais.

5.3. Etnomatemática e Educação Ambiental

O ensino de Matemática para superar a dificuldade dos estudantes, com metodologias

adequadas as suas realidades, precisa, sobretudo conhecê-los e respeitar as diferenças

culturais. Com esta perspectiva, enquanto possibilidade de um ensino que gere consciência e

respeite os estudantes, a Etnomatemática tem papel de destaque, à medida que os seus

fundamentos têm como princípio basilar o respeito as particularidades culturais dos

estudantes.

Conforme o entendimento de Schmitz (2007, p. 13), o Programa Etnomatemático,

procura:

delinear alguns possíveis caminhos que valorizem os desejos a cultura o meio social

do educando, a fim de que possa usar de forma mais adequada os conhecimentos

matemáticos. Incorporar a cultura, a vida do educando nas práticas pedagógicas

valoriza a vivência, coloca em cena a cultura local de cada grupo, e uma

possibilidade de questionar o que é considerado válido, como conhecimento e para

que este conhecimento é válido.

Observa-se, que os aspectos culturais e o entorno dos estudantes tem elevada

magnitude quando o ensino de matemática com abordagens pedagógicas centradas na

Etnomatemática constitua a base para a realização de um ensino com enfoque na realidade,

podendo inclusive, problematizar algo que parece evidente, podendo com isso, descobrir

novas possibilidades do processo ensino-aprendizagem, que permitam um conhecimento que

ultrapasse as aparências daquilo que está ao alcance de nossos olhos, e com isso,

possibilitando conhecer a essência de fatos e elementos constituintes do meio ambiente,

podendo desta forma, intervir nos seus entornos, construindo um ambiente onde haja mais

valorização de sua biodiversidade, onde os homens possam ver a natureza com parte

integrante de si própria. Com estas perspectivas, os PCNs precisam ser levados em

consideração, qualquer que seja a disciplina.

No que diz respeito ao ensino de Matemática, os PCNs sugerem que ela deve ser

valorizada como instrumental para compreender o mundo que nos rodeia e deve ser vista

como uma área do conhecimento capaz de estimular o interesse, a curiosidade, o espirito de

investigação e o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas, ressaltando, também,

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a importância do estabelecimento de relações de Matemática com as demais disciplinas e, em

particular, com os conteúdos relacionados à convivência social e ética, de modo a romper o

isolamento que a caracteriza no currículo e ajudando a derrubar crenças e preconceitos ligados

ao conhecimento matemático. (SEIBERT; GROENWALD, 2004)

No meio social as ideias e iniciativas por mudanças gera inquietação e inconformismo,

uma insatisfação significativa em relação ao ensino de Matemática, que nem sempre se

traduze na busca continuada do conhecimento a partir da experimentação. A EM possibilita

nova forma de ensino, podendo vencer a resistência à implantação de mudanças com uma

concepção progressiva, com um caráter de descobertas e construções, visíveis nos PCN’s, por

apontarem possibilidades de alternativas.

As mudanças embora tímidas sejam perceptíveis nos PCN’s, e ainda, nas propostas

pedagógicas, nos livros didáticos e paradidáticos, nos planejamentos e discussões nas

instituições de ensino entre professores. Dessa maneira, convém que o professor se prepare

para as mudanças de um ensino voltado para a vida, para evitar que venha mais tarde a se

sentir incapaz de atuar, quando elas estiverem instaladas nas escolas.

A postura e a atitude do professor na sala de aula durante o processo de ensino e

aprendizagem são extremamente relevantes, pois dependendo delas pode ajudar o estudante

ou prejudicá-lo. Por isso, segundo Drowet (1995):

O professor deve estar atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se

na posição de facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito

mútuo, na confiança e no afeto.

O professor deverá se policiar de forma a não mostrar impaciência com a dificuldade

expressa pelo estudante. Em vez disso, ajudá-lo sempre que precisar, procurando utilizar

situações-problemas que envolvam o cotidiano do estudante, para que o conteúdo faça sentido

para ele e se sinta interessado, motivado pela disciplina, sobretudo na atualidade, onde os

problemas são de diversas naturezas. Frente a esta realidade, a matemática tem papel

fundamental na resolução de problemas, sendo os de natureza ambiental, os que mais afligem

o homem nos dias atuais.

Percebe-se que EA na escola possibilita reflexão sobre a sociedade/natureza,

indivíduo/sociedade e objetividade/subjetividade, levando o estudante a refletir sobre sua

própria realidade, e a partir daí construir e reconstruir o conhecimento, desenvolvendo a ética

ambiental valorizando as pessoas e o ambiente.

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A partir das diversas abordagens referentes a investigação realizada, as considerações

finais passam a ser elaboradas.

5.4. Matemática Clássica e a Matemática do Cotidiano

A compreensão sobre o sentido da Matemática Clássica no contexto da Matemática do

Cotidiano tem que ser levada em consideração, visto que a MC e a Matemática Moderna

apresentam inter-relações.

Conforme Saviani em sua obra “Pedagogia Histórico-crítica”:

O “clássico” não se confunde com o tradicional e também não se opõe,

necessariamente, ao moderno e muito menos ao atual. O clássico é aquilo que se

firmou como fundamental, como essencial. Pode, pois, se constituir num critério útil

para a seleção dos conteúdos do trabalho pedagógico.

E o que é fase clássica? É a fase em que ocorreu uma depuração, superando-se os

elementos próprios da conjuntura polêmica e recuperando-se aquilo que tem caráter

permanente, isto é, que resistiu aos embates do tempo. Clássico, em verdade, é o que

resistiu ao tempo. É nesse sentido que se fala na cultura greco-romana como

clássica, que Kant e Hegel são clássicos da filosofia, Victor Hugo é um clássico da

literatura universal, Guimarães Rosa um clássico da literatura brasileira etc.

(SAVIANI, 2003, p. 13 e 18)

Entender o conceito de clássico ajuda entender a Matemática Tradicional e seus

avanços que são comtemplados com a Matemática Moderna, que procura valorizar o papel

social da escola, que é oportunizar, conduzindo o estudante a prática de cidadania,

desenvolvendo o ensino com práticas pedagógicas sólidas, ensinando-os estudantes para a

vida.

Conforme Giardinetto (1999, p. 6), o conhecimento do cotidiano é:

[...] um conhecimento fragmentário que se manifesta segundo uma lógica conceitual

que é própria às exigências de toda a vida cotidiana. Trata-se de uma lógica

conceitual adequada aos objetivos práticos utilitários e que responde eficazmente às

necessidades do cotidiano.

Para que o cidadão seja consciente, consumidor crítico, preparado para o exercício da

cidadania tem que compreender de maneira real as grandes transformações que estão

vivenciando, devido ao avanço da ciência e da tecnologia.

É preciso que a escola acompanhe as mudanças colocando o estudante-cidadão para o

exercício da cidadania plena, capacitando-o e tendo a capacidade de fazê-los compreender o

mundo em que vive através das disciplinas escolares críticas, motivadoras e geradoras de

consciência de si e do ambiente nos seus diversos níveis, indo do local ao mundial. Para

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superar o ensino de Matemática considerado tradicional e desenvolver um ensino moderno,

além de práticas pedagógicas que respeite a realidade dos estudantes, o ambiente de trabalho

também é relevante. Dentre os aspectos, o laboratório, dependendo da capacidade do

professor, pode contribuir significativamente para melhorias do ensino-aprendizagem para os

estudantes.

Há necessidade de uma ruptura na metodologia baseada especialmente na aplicação de

exercícios para o ensino de matemática, visando superar esse perfil acadêmico tradicional que

a Matemática possui na formação de professores - ensinar da mesma forma que aprendeu

dando prioridade ao abstracionismo, desvinculado da realidade do estudante não fornecendo

suporte para a compreensão e transformação do contexto no qual estão inseridos.

O laboratório didático para o ensino e aprendizagem da matemática é um dos

caminhos para diminuir a distância do ensino tradicional que parte da memorização de regras,

decoreba de algoritmos para instrumento no desenvolvimento de experiência e no ensaio de

estratégia de resolução de problemas, formulação, investigação e exploração de situações

práticas.

A preocupação em se ter laboratório de matemática nas escolas públicas e se definir

objetivos para ele, visando currículos e buscando ações mais localizadas e orientadas de

acordo com o crescente avanço de conhecimentos das concepções alternativas de vários

tópicos da disciplina, por parte dos estudantes, levando-se em consideração as dificuldades

específicas enfrentadas por eles em sala de aula no processo ensino-aprendizagem na

disciplina Matemática.

No ensino em laboratório, com o ensino em laboratório, torna-se possível identificar

duas vertentes que norteiam o processo ensino-aprendizagem com relação aos objetivos do

laboratório. Uma das vertentes defende que para sedimentar os conceitos expostos em aulas

teóricas, onde se configura a aula expositiva, é necessária a prática em laboratório. A outra

vertente defende que o alvo da prática em laboratório deveria ser a obtenção e análise de

dados, levando-se em conta a teoria aprendida. Mas seja qual for a intenção, o objetivo maior

é um ensino e uma aprendizagem com caráter prático e manuseio de materiais e equipamentos

diversos.

Afinal, as aulas de laboratório em sua prática pedagógica desenvolvidas pelos

professores, se existissem ou fossem implantadas nas escolas públicas, poderia proporcionar

uma aprendizagem significativa através da comprovação científica, oportunizando os

estudantes a construção do conhecimento.

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O conhecimento científico nos proporciona a capacidade de ampliar a visão, a

compreensão e atuação no mundo em que se vive. A escola onde há laboratório de ensino de

Ciências Naturais proporciona ao educando oportunidade de reflexão e ação, dinamismo na

aprendizagem dando a ele embasamento teórico prático para o enfrentamento das questões

ambientais de forma a reivindicar com o seu amadurecimento intelectual, melhoria na

qualidade de vida e sustentabilidade.

Por conseguinte, o laboratório didático é um complemento da aprendizagem em sala

de aula, cujos experimentos despertam o interesse e o desenvolvimento do potencial do

estudante para a pesquisa científica, qualidade de vida e preservação da natureza.

A Matemática laboratorial faz parte do homem contemporâneo ajudando-o no

desenvolvimento e no progresso, quantificando e qualificando situações, relacionando o

pensamento matemático com os conceitos matemáticos ou aptidões que despertam a

curiosidade do homem, e na escola do estudante.

Na atualidade, se percebe um crescimento por parte de profissionais que entendem

haver uma necessidade de planejar, definir e hierarquizar objetivos detalhados, além de

propiciar atividades que favoreçam pesquisa e reflexão.

Como a atividade científica, que procura concretizar os interesses da coletividade da

comunidade local e nacional, buscando a permanente melhoria na qualidade de vida, através

de soluções dos problemas da sociedade. Da mesma forma, o Laboratório de Ensino de

Matemática - LEM cumpre seu papel teórico prático na vivência e manuseio de instrumentais,

que lhes permitem conhecer diversos tipos de atividades, podendo estimular-lhes a

curiosidade e a vontade em aprender a vivenciar ciência.

A importância desse espaço como modelo de ensino e aprendizagem, o LEM, na

mudança na forma de ensinar a Matemática é de fundamental importância para o aprendizado,

quando os atores envolvidos, que ocorre em especial quando o aluno consegue compreender

qual a função do que está sendo ensinado de fato, eleva a autoestima do protagonista. Pois, se

houve diálogo, houve aprendizado. Se não houve, houve monólogo.

Conforme Gadotti (1999, p. 2),

O educador não pode colocar-se na posição ingênua de quem se pretende detentor de

todo o saber; deve, antes, colocar-se na posição humilde de quem sabe que não sabe

tudo, reconhecendo que o analfabeto não é um homem ‘perdido’, fora da realidade,

mas alguém que tem toda a experiência de vida e por isso também é portador de um

saber.

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No ambiente escolar, a aula depende em grande medida do tratamento que ocorre entre

professor e o estudante, o acesso à informação passada pelo professor. Além disso, deve se

levar em consideração a dimensão afetiva da aprendizagem, sem a qual, torna-se difícil a

assimilação de novos conhecimentos, criando uma barreira este e o estudante. Tal abordagem

foi descrita por Libâneo ao sugerir que “o professor não apenas transmite uma informação ou

faz perguntas, mas também ouve os alunos”. (LIBÂNEO, 1994, p.250).

O LEM, nas palavras de Nacarato, Mengali e Passos (2009), propõe um modelo

colaborativo, coletivo e compartilhado de aprendizado com os demais [...], com aulas que

permitam uma autocrítica e auto avaliação voltadas às situações cotidianas e no sentido de

favorecer que o professor protagonize a formação de seu currículo. Acredita-se, de fato, que

este modelo colaborativo representa um dos caminhos para ensiná-lo, e aprender Matemática

de maneira concreta sem o uso do improviso e malabarismo, para uma população de

estudantes excluídas da Matemática.

De acordo com Tedesco (2004), “Hoje, preocupamo-nos em como oferecer o acesso a

esta população sem excluí-la e, ao mesmo tempo, aprender a ensinar, avaliar, interpretar,

classificar e a usar o conhecimento”. Isso porque, métodos tradicionais, não conseguem obter

sucesso na aprendizagem com a Matemática.

Para Leite (2003, p.19) citado por Pavão e Gomes (2014, p. 4) na “aula do futuro” os

professores deverão trabalhar o conhecimento “na medida da experimentação, mais aberto,

com maior flexibilidade, a partir da seleção feita por um docente mediador e um estudante

gestor de seus conhecimentos [...]”. Ainda que seja largamente considerado esse processo de

mudança, no ensino no laboratório e o uso de material didático, vai gerar no professor a

necessidade de uma discussão permanente reflexão e apresentação de fatores e processos por

meio do diálogo, com os atores desse contexto, que exige dinamismo.

Segundo Pavão e Gomes (2014, p. 3),

Essa dinâmica pode acarretar em desafios despertados aos professores e alunos,

agentes envolvidos no processo. No entanto, estes podem ser concebidos como

fatores que impulsionam (professor e aluno) a busca de inovações no plano de

desenvolvimento pessoal e profissional. Portanto ao se enfatizar os desafios

vivenciados pela trajetória profissional como docente, poderia classificá-los em dois

tipos: desafios localizados no sujeito e desafios localizados no processo de

aprendizagem, que os envolve.

O entendimento exposto por Pavão e Gomes tem relação com a percepção de Gadotti,

ao afirmar que:

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[...] aprender é um processo que consiste em abandonar algo, ou romper com alguma

coisa, o que resulta em resistência para aprender. A resistência para a aprendizagem

pode ser manifestada de diversas formas pelos alunos, desde a falta de pontualidade

e frequência as aulas até as dificuldades de associação e compreensão dos conteúdos

propostos. Esse é um processo considerado natural do aprender, e, diga-se de

passagem, que essa característica da aprendizagem é extemporânea [...].

(GADOTTI, 1999, p.2).

Tendo em vista os desafios enfrentados por professores e estudantes no processo

ensino-aprendizagem, o uso da Matemática em temas da EA, conforme as abordagens

contempladas no percurso desta pesquisa tem espaço com muitas possibilidades que levem a

busca de conhecimento, com metodologias que respeite a realidade dos estudantes,

elaborando material didático com objetivo de incorporar temas de relevância social de acordo

com a realidade e vivência dos estudantes, visando superar as dificuldades deixadas pelo

ensino tradicional e deixando um legado para o ensino contemporâneo de novas

possibilidades de conhecimento com objetivos gerais, específicos e experimentais, utilizando

as tecnologias.

Além do mais, a utilização das novas tecnologias, no laboratório, pode ser uma

estratégia ou recurso que venha contribuir para essa aprendizagem sistemática do

conhecimento matemático como ferramenta para as questões ambientais, mostrando que se

pode aprender de diversas formas.

Novello et al. (2009, p. 4) citando Fiorentini e Miorim (1990),

destacam que o conhecimento sobre os materiais como recursos de ensino e

possibilitadores de ensino-aprendizagem podem promover um aprender significativo

no qual o aluno pode ser estimulado a raciocinar, incorporar soluções alternativas,

acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, consequentemente, aprender.

Tais situações acabam por justificar a necessidade de adotar metodologias que

contempla a abordagem teórica para o uso de material concreto e posteriormente propor

atividades práticas de experimentação possibilitando, limites e forma de articulação com os

conceitos matemáticos, dando oportunidade a todos os discentes de aprenderem a partir de

experiências de ensinar.

O objetivo principal do uso de material didático é contribuir com a aprendizagem em

matemática de estudantes que enfrentam dificuldades com a matemática do ensino básico e,

por outros métodos tradicionais, não conseguem obter sucesso na aprendizagem. O papel do

professor no processo de ensinar nesse formato é de fundamental importância, porque

dinamiza a atividade realizando-se analise reflexiva-crítica da aprendizagem significativa do

estudante.

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A preocupação com o ensino significativo também faz parte dos documentos oficiais.

Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Lei nº.

9.394/1996 foram criados diversos documentos para que os professores e gestores pudessem

ter um referencial, uma orientação de como trabalhar a Matemática para que esta ciência

possa promover, dentre outras habilidades, autonomia e reflexão aos estudantes, preparando-

os para uma sociedade complexa.

Os PCNs (BRASIL, 1997) também destacam a utilização de materiais concretos pelos

professores como um recurso alternativo que pode tornar bastante significativo o processo de

ensino-aprendizagem de Matemática.

E no que diz respeito ao material concreto, Magina e Spinillo (2004, p. 11) destacam

que:

O material concreto não é o único e nem o mais importante recurso na compreensão

matemática, como usualmente se supõe. Não se deseja dizer com isso que tal recurso

deva ser abolido da sala de aula, mas que seu uso seja analisado de forma crítica,

avaliando-se sua efetiva contribuição para a compreensão matemática.

A metodologia utilizada no desenvolvimento com o uso de material concreto

proporciona propondo práticas de experimentação que considera a manipulação do mesmo, ao

término de cada atividade realizar análise reflexiva de forma a possibilitar um ensino e

aprendizagem significativa dos conceitos matemáticos para o enfrentamento ambiental,

acabam por justificar a necessidade de adotá-las, podendo realizar também oficinas práticas,

com metodologias que respeite a realidade dos estudantes.

A metodologia utilizada no desenvolvimento das oficinas contempla abordagem

teórica de cada material concreto numa perspectiva conceitual e histórica, e posteriormente

propõem-se atividades práticas com experiências que considera a manipulação do material, ao

término de cada atividade realiza-se análise reflexiva-crítica da mesma discutindo as

possibilidades, limites e forma de articulação com os conceitos matemáticos.

O ensino de matemática como disciplina a partir da utilização de material concreto

torna as aulas mais interessante, interativas, assim como incentiva a busca, o interesse, a

curiosidade e o espírito investigativo; instigando-os na elaboração de perguntas, desvelamento

de relações, criação de hipóteses e a descoberta das próprias soluções.

Segundo Freire (1987), “o ser humano é inacabado”, confirma que inovar a prática

cotidiana, quebrando paradigmas, é um caminho difícil e árduo, mas que pode conduzir o

professor, se não à perfeição, a qualificar este profissional de modo que a cada dia ele se torne

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mais fortalecido e estimulado para o aprimoramento das atividades que envolvem a prática

docente a cada dia ele se torne mais fortalecido e estimulado.

Urge renovar a escola, de forma a que ela se torne um espaço reflexível, de mudanças

de hábitos, de consciência, de motivação, de crescimento intelectual pessoal e social. Isso

pressupõe, eventualmente, uma intervenção aos diversos níveis de ensino, incluindo as

práticas pedagógicas, o currículo, o sistema educativo e a própria sociedade em geral. Para

isso, é necessário que os professores de Matemática promovam uma visão da Matemática

como uma ciência em permanente evolução que procura responder aos problemas da

sociedade propondo o desenvolvimento sustentável e qualidade de vida.

Assim considerando que, ao longo da história, a procura por novos conhecimentos

sempre foi uma característica da existência do homem e a matemática é uma das ciências que

não se furtar a essa regra para enfocar o desenvolvimento da prática do ensino de Matemática

na escola e nos seus níveis de ensino, como disciplina multidisciplinar e pluridisciplinar para

o uso pedagógico das tecnologias e materiais que interajam de forma a auxiliar o professor no

processo ensino-aprendizagem. Ora atuando como fermenta fundamental ou base para as

demais ciências, ora presente no cotidiano do homem desde seu surgimento se fazendo

presente tanto nas suas ações mais simples, quanto nas mais complexas.

Segundo Ferreira e Rodrigues destacam que:

Se o mundo contemporâneo, em função do desenvolvimento das novas tecnologias,

exige profissionais cada vez mais criativos, competitivos, dinâmicos e versáteis [...]

fazendo com que estes estejam em um processo contínuo de formação e de

atualização de conhecimentos, então, é inaceitável que o professor de Matemática

esteja alheio a essas exigências e necessidades do mundo moderno, sem buscar

permanentemente a melhoria de sua prática pedagógica [...] para o fortalecimento de

sua carreira docente e fomentação do interesse de seus discentes para a disciplina.

(FERREIRA; RODRIGUES, 2014, p. 90).

O processo ensino-aprendizagem de matemática nos diversos níveis de ensino, tem

que ser significativo, contribuindo de forma a potencializar a busca de soluções de problemas,

possibilitando aos estudantes terem consciência de sua importância, com possibilidades de

realizarem mudanças no ambiente de seu entorno.

A importância dessa mudança na forma de ensinar a matemática é essencial para o

aprendizado, que segundo Fiorentini (1995, p. 35):

O aluno aprende significativamente matemática, quando consegue atribuir sentido e

significado às ideias matemáticas - mesmo aquelas mais puras (isto é, abstraídas de

uma realidade mais concreta) -e, sobre elas, é capaz de pensar, estabelecer relações,

justificar, analisar, discutir e criar.

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É inegável reconhecer o ensino de Matemática, como o ensino em qualquer outra

disciplina tem que ter significado, com o propósito de resolver problemas, preferencialmente

àqueles que os afetam diretamente.

Viera (1997) afirma que “Geralmente as ações dos estudantes vem motivadas por

diversas situações e vivências, tanto mais interessantes quanto mais significativas e

contextualizadas”.

Nesse contexto, procura-se identificar os obstáculos da escola e até quando ela assume

o desafio de derrubar e destruir formas inúteis de trabalho, que dificultam um aprendizado,

avançando para uma metodologia capaz de libertar de preconceitos nocivos, que emperram

um novo fazer, contribuindo para a formação de sujeitos críticos, ambientalmente conscientes,

que possam intervir na realidade e auxiliar na edificação de uma sociedade sustentável.

Para Azcarate (1997) torna-se importante aprender um conhecimento matemático

escolar da vida e para a vida, embora adquirido no âmbito escolar. Para a autora, além disso, o

trabalho matemático desenvolvido em um contexto escolar irreal não produz uma atividade

útil para a vida.

Assim, a busca por alternativas pedagógicas, ações que integrem a realidade com o

fazer matemático, possa possibilitar uma estreita vinculação de forma encontrar respostas

satisfatórias para questões fundamentais, relativas ao processo de ensino e aprendizagem de

Matemática integrada às questões ambientais de forma como: o que ensinar como ensinar, a

quem ensinar que tipo de estudante se quer formar.

Nessa perspectiva, deve-se considerar que as reestruturações no currículo e na

metodologia do ensino de Matemática são (tornem-se) essenciais e necessárias para um

ensino eficiente.

Ressalta-se que a prática torna um resultado totalmente exitoso porque cria um espaço

democrático na escola. E, como se sabe, o sistema de educação tradicional atual acaba

transformando os estudantes em seres repetidores e não em indivíduos que produzem

pensamentos particulares, com conteúdos mais valorizados e mais úteis à sociedade.

A partir das diversas abordagens referentes a investigação realizada, as considerações

finais passam a ser elaboradas.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A investigação permitiu a realização de um estudo sistêmico das inúmeras temáticas

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que se fizeram necessárias para a realização do trabalho, considerando os objetivos e as

questões norteadoras, tendo o seu desenvolvimento ancorado numa pesquisa qualitativa e

procedimentos metodológicos, inicialmente consubstanciados numa pesquisa bibliográfica.

Com a realização da pesquisa bibliográfica, tornou-se possível, formar um juízo de

valor, que permitiu o delineamento da pesquisa a partir de inúmeras temáticas, tendo na

Educação Matemática, o elo com os demais temas abordados, que em conjunto, permitiram a

realização deste trabalho.

A partir da compreensão dos temas abordados, compreendendo a sua relevância no

contexto do trabalho do professor de matemática, no seu dia a dia, tornou-se possível à

organização e apresentação de diversos exercícios de Matemática voltados à Educação

Ambiental.

Com a fundamentação teórica e o diálogo com diversos autores, a pesquisa tornou-se

carecedora de diversas análises e reflexões, e deste modo, os exercícios apresentados,

tornaram-se compreensíveis, permitindo, portanto, suas diferenciações, mesmo que, do ponto

de vista do senso comum, sejam apresentados de forma praticamente imperceptível.

Os exercícios propostos para fins de despertar nos estudantes maior consciência

ambiental podem e devem ser trabalhados não apenas pela disciplina matemática, mas por

outras, especialmente, as afins.

Assim, a pesquisa em questão, uma vez disponibilizada perante a comunidade

científica, seja objeto de novas investigações, críticas e sugestões, permitindo, portanto, que

novos olhares científicos sejam possibilitados, e que novas contribuições sejam construídas e

sirvam de incentivo, em especial para os professores e estudantes.

7. REFERÊNCIAS

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BASSANEZI, Rodney Carlos. Ensino-aprendizagem com modelagem Matemática: uma

nova estratégia. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

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BORGES, Pedro A. Pereira. Matemática nas séries iniciais. Ijuí:Ed. UNIJUÍ, 1989.

BRASIL. Decreto n. 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o parágrafo 2º do art. 36 e os

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43

artigos 39 e 42 da Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e

Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,

DF, 1997. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/downloads/2208-97.pdf. Acesso

em: 20 nov. 2018.

BRASIL. Programa Nacional das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.

Disponível em: http://www.un.org/spanish/News. Acesso em: 20 nov. 2018.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução

aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 30 out. 2018.

CRUZ, Priscila. Cai número de matrículas no ensino fundamental e médio, mostra censo.

Jornal Nacional, São Paulo, 31 jan. 2018. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-

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censo.html. Acesso em: 30 nov. 2018.

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Paulo: Ática, 2001.

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APÊNDICE

A LISTA DE ATIVIDADES REFERENTES A EXERCÍCIOS DE MATEMÁTICA

Caros professores e estudantes. Esta é uma lista de ATIVIDADES DE

MATEMÁTICA que foi preparada com o objetivo de contribuir com o ensino, visando a

aprendizagem na disciplina Matemática contextualizada com a questão ambiental.

APRESENTAÇÃO

Durante os últimos meses realizamos uma investigação científica com a temática – O

USO DA MATEMÁTICA EM TEMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

EXERCÍCIOS VISANDO O ENSINO-APRENDIZAGEM, tendo como objetivo geral

organizar exercícios de Matemática que tenham relação com a Educação Ambiental, visando

possibilitar maior consciência dos estudantes em relação às questões ambientais.

Nossa pretensão não é apresentar uma lista de ATIVIDADES DE MATEMÁTICA

de maneira estática, pronta e acabada, e sim contribuir com os estudantes e professores que

têm a preocupação de estudar e aprender a disciplina Matemática contextualizada com as

questões ambientais, proporcionando melhorias no processo ensino-aprendizagem, e

consequentemente o conhecimento.

Por conseguinte, não se deve desprezar o conhecimento prévio dos estudantes, já que

esses conhecimentos são importantes e podem enriquecer ainda mais o ensino-aprendizagem,

como afirma D’Ambrósio (2001), quando o aluno traz a sua realidade para a sala de aula,

ocorre uma transformação na sua aprendizagem, pois o conhecimento é que gera o “saber”, e

é no comportamento, na prática do dia-a-dia que o conhecimento é avaliado e reconstruído.

Com esta perspectiva, a lista de EXERCÍCIOS DE MATEMÁTICA ora apresentada

significa um ponto de partida, podendo no seu percurso de uso ser modificada com as

adaptações pertinentes a sua realidade de trabalho, pois, o ensino de Matemática que desperte

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no estudante, maior interesse, ressaltando a importância do papel do professor em propor bons

problemas, buscando soluções e valorizando caminhos distintos que cheguem à mesma

solução, a partir de contextualizações e discussões com os estudantes, num processo

democrático com responsabilidades mútuas.

Segundo Dante (1991),

Uma aula de Matemática onde os alunos, incentivados e orientados pelo professor,

trabalhem de modo ativo – individualmente ou em pequenos grupos – na aventura

de buscar a solução de um problema que os desafia é mais dinâmica e motivadora do

que a que segue o clássico esquema de explicar e repetir. O real prazer de estudar

Matemática está na satisfação que surge quando o aluno, por si só, resolve um

problema. (DANTE, 1991, p.13-14)

Concordando com Dante, Polya (2006, p.1) afirma que “Um dos mais importantes

deveres do professor é o de auxiliar os seus alunos, o que não é fácil, pois exige tempo,

prática, dedicação e princípios firmes”.

Assim, é inegável reconhecer o ensino de Matemática desvinculado com as demais

áreas do conhecimento, como um ensino estático, não dinâmico e não entrelaçados as outra

Bons estudos de Matemática, gerando conhecimento e consciência ambiental!

ANEXOS

Um dos grandes desafios da Matemática contemporânea é a dificuldade encontrada

por alguns alunos em interpretar situações problemas. Por isso, o professor de Matemática

precisa levar ao conhecimento do aluno situações novas, na edificação de novos saberes,

instiga-lo a abraçar o conhecimento, provocar o raciocínio, reflexão, despertar o desejo de

aprender a aprender, fazer conexões contribuindo para a realização da construção autônoma e

critica do conhecimento. Adaptar-se às diferentes linguagens e criar oportunidades para além

das situações educativas, implementar uma metodologia de ensino direcionada para além dos

muros da escola, utilizando situações de vivência do estudante. A apresentação de situações

problemas de cunho social possuem características próprias, pois segundo os PCN’s de

Matemática (BRASIL, 1998), a resolução de problemas possibilita aos alunos mobilizar

conhecimentos e desenvolver a capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu

alcance.

Assim, os alunos terão oportunidade de ampliar seus conhecimentos acerca de

conceitos e procedimentos matemáticos bem como ampliar a visão que têm dos problemas, da

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Matemática, do mundo em geral e desenvolver sua autoconfiança. Um aluno confiante e

estimulado desenvolve suas habilidades com maior facilidade, estando ativo em todos os

trabalhos propostos.

O primeiro desafio proposto para os estudantes será a leitura do problema e a releitura

para que haja entendimento de que o problema surgiu de uma situação real, não com uma

única pergunta e um enunciado bem elaborado onde não se faz necessário pensar sobre o que

está sendo solicitado, apenas efetuando uma operação. Quer-se romper a crença de que um

problema não pode permitir dúvidas e de que todos os dados do texto são necessários para sua

resolução, por isso há a importância de ler e reler, fazendo com que aprendam a selecionar

dados relevantes para a resolução de um problema.

Com esta perspectiva, a lista de exercícios de matemática contextualizado ora

apresentada, se objetiva esclarecer e conscientizar o estudante sobre os impactos e problemas

ambientais, significa um ponto de partida, podendo no seu percurso de uso ser modificada

com as adaptações pertinentes a sua realidade de trabalho, pois, o ensino de Matemática que

desperte no estudante, maior interesse, depende também do professor, a partir de

contextualizações e discussões com os estudantes, num processo democrático com

responsabilidades mútuas. Pois, ao mediar as situações de ensino, o professor de matemática

coloca-se entre o estudante e a aprendizagem, o conhecimento descentraliza-se e flui havendo

um encontro democrático, afetivo e efetivo em que tanto o professor como o estudante

aprendam juntos, compartilhando o aprendizado.

QUESTÕES

A poluição do ar tem aumentado consideravelmente desde a primeira metade do século XX

com o crescimento crescente das indústrias e da frota de automóveis nas ruas, que lançam

diversos poluentes na atmosfera. Por conta disso, no meio da floresta Amazônica, está sendo

construído um observatório no alto de uma torre, com a finalidade de compreender e modelar

as trocas gasosas que ocorrem na atmosfera. Um engenheiro ambiental de 1,80 m de altura

responsável pela execução do projeto observa o topo dessa torre segundo um ângulo de 30º.

Com base no texto, responda s questões de 01 a 05.

01. Se o engenheiro ambiental está posicionado a 120 metros de distância da torre, então a

altura aproximada dessa torre é: Use: sen30º = 0,5; cos30º = 0,86; tg30º = 0,58.

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a) 69,6 m. d) 71,4 m.

b) 103,2 m. e) 105 m.

c) 60 m.

02. Segundo o texto a poluição atmosférica aumentou consideravelmente no século XX, esse

século teve seu início no ano de:

a) 2 000. d) 1 900.

b) 2 001. e) 2 002.

c) 1 901.

03. O texto faz menção ao século XX. A contagem de tempo de cem em cem anos começou a

partir do número:

a) um. d) múltiplos de dez.

b) dez. e) múltiplos de cem.

c) cem.

04. Segundo o texto um engenheiro ambiental observa o topo da torre do observatório

segundo um ângulo de 30º. Esse ângulo, medido em radiano, corresponde a:

a) rad2

d) rad

4

b) rad5

e) rad

6

c) rad3

05. Segundo o texto, o engenheiro ambiental tem uma altura de 1,80 m. Então, estimando a

grandeza escalar citada, a sua ordem de grandeza, em milímetros, é aproximadamente:

a) ≅ 103

mm. d) ≅ 106 mm.

b) ≅ 104 mm. e) ≅ 10

7 mm.

c) ≅ 105 mm.

O aumento populacional nas grandes metrópoles, aliado a uma sociedade consumista, faz

gerar vários problemas ambientais. O lixo urbano é um desses problemas, ele pode ser de

origem domiciliar, industrial e hospitalar. Uma empresa do Polo Industrial de Manaus (PIM)

faz um levantamento sobre o lixo produzido nas suas instalações e verifica que cada pessoa de

um setor da empresa produz cerca de 1500 gramas de lixo por dia.

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Com base no texto, responder as questões de 06 a 08.

06. O total aproximado de quilos de lixo que um setor com 6 pessoas produz, em 72 horas,

está na alternativa:

a) 27 kg. d) 18 kg.

b) 9 kg. e) 27000 kg

c) 270 kg.

07. Segundo o texto, cada pessoa de um setor da empresa produz cerca de 1500 gramas de

lixo por dia. Essa medida corresponde, em medida de capacidade, a:

a) 0,15 ℓ. d) 0,0015 ℓ.

b) 1,50 ℓ. e) 15 ℓ.

c) 0,015 ℓ.

08. Convertendo 1500 g/dia em mℓ/hora, obtemos:

a) 62,50. d) 625

b) 0,625. e) 0,0625

c) 6,25.

Em decorrência da criação da Zona Franca de Manaus-ZFM, através do Decreto-Lei nº 288,

de 28/02/1967, acelerada pela urbanização, Manaus nas últimas três décadas vem se

deparando com um número elevado de ocupações irregulares, as chamadas “invasões”. Para

evitar que área de preservação ambiental seja invadida e estimular o reflorestamento, o

governo federal criou o Programa Nacional de Florestas (PNF) pelo Decreto nº 3.420/2000,

que tem como meta o incremento da área reflorestada de 170.000 hectares para 630.000

hectares anuais, desde 2004. O diretor do PNF, Sr. TALES, deve cercar totalmente, com tela

de alambrado, os lados de um terreno de preservação ambiental, exceto o lado margeado pelo

rio, conforme a figura abaixo. Cada rolo de tela de alambrado que será comprado para a

confecção da cerca contém 26 metros de comprimento.

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Com base no texto, responda as questões de 09 a 15.

09. A quantidade mínima de rolos que deve ser comprada para cercar esse terreno é:

a) 12. d) 15

b) 13. e) 16

c) 14.

10. A porcentagem de aumento do incremento da área reflorestada de 170.000 hectares para

630.000 hectares anuais é, aproximadamente:

a) 2,7% d) 3,7%

b) 26,9% e) 270%

c) 27%.

11. Uma área de 630 000 hectares corresponde a uma área de:

a) 63 km². d) 63 000 km².

b) 630 km². e) 630 000 km².

c) 6 300 km².

12. O semiperímetro da medida do terreno a ser cercado com tela de alambrado, corresponde

a:

a) 83 m. d) 230 m.

b) 166 m. e) 198 m.

c) 313 m.

13. A ordem de grandeza do número de milímetro quadrado em 170.000 hectares é,

aproximadamente:

a) 1016

. d) 1013

.

b) 1015

e) 1012

.

c) 1014

.

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14. Se todos os anagramas da sigla PNF forem colocados em ordem alfabética, a sigla PNF

ocupará, nessa ordenação, a:

a) 2ª posição. d) 5ª posição.

b) 3ª posição. e) 6ª posição.

c) 4ª posição.

15. Ao colocarmos em ordem alfabética os anagramas da palavra TALES, qual é a quarta letra

da palavra que ocupa a 60ª posição?

a) T. d) E.

b) S. e) A.

c) L.

O saneamento no Brasil é regulamentado pela Lei nº 11.445/2007 que estabelece o Plano

Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). Segundo a Organização Mundial da Saúde

(OMS), o principal objetivo do saneamento é a promoção da saúde do homem, visto que

muitas doenças podem proliferar devido a ausências desse serviço.

Disponível em: https://www.eosconsultores.com.br/5-consequencias-da-falta-de-saneamento-basico/. Acesso em

30 set 2019. Adaptado.

Assim, a falta de acesso a saneamento básico resulta em baixa renda e gasto com internações.

Dentre todas as pessoas que dão entrada diariamente no pronto-socorro de um hospital

público, 80% são liberadas no mesmo dia. Dos pacientes que não são liberados no mesmo dia,

80% ficam internados no próprio hospital e os demais são removidos para outros hospitais.

Responda as questões de 16 a 18.

16. Em relação a todas as pessoas que dão entrada diariamente nesse pronto-socorro, os

pacientes que são removidos para outros hospitais representam:

a) 20%. d) 8%.

b) 16%. e) 4%.

c) 12%.

17. A porcentagem 80% apresentada no texto elevada ao quadrado equivale a:

a) 0,064%. d) 64%.

b) 0,64%. e) 16%.

c) 6,4%.

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18. Segundo o texto, o saneamento no Brasil é regulamentado pela Lei nº 11 445. Permutando

os algarismos da lei citada, quantos números pares são obtidos?

a) 30. d) 12.

b) 48. e) 24.

c) 120.

O tabagismo é uma doença causada pela dependência à nicotina, uma droga bastante poderosa

que atua no sistema nervoso central, assim como a cocaína, heroína e o álcool. Ela é

considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte

evitável em todo o mundo, somando quase seis milhões de pessoas todos os anos. Delas, 600

mil são fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas que convivem com o

fumante e aumenta o risco de doenças cardíacas coronarianas em 25% a 30%.

Numa empresa do Polo Industrial de Manaus (PIM) havia um percentual de 30% de

funcionários fumantes. Após intensa campanha de conscientização sobre os riscos do

tabagismo, 6 em cada 9 fumantes pararam de fumar.

Com base no texto responda as questões de 19 a 25.

19. Considerando que os funcionários que anteriormente eram não fumantes permaneceram

com essa mesma postura, a nova porcentagem de funcionários fumantes dessa empresa passou

a ser de:

a) 8%. d) 16%.

b) 12%. e) 14%.

c) 10%.

20. Segundo o texto, o tabagismo é uma doença, uma droga comparada ao álcool que atua no

sistema nervoso central. A quantidade de anagramas, que começam e terminam com a letra L,

formados com as letras da palavra "ALCOOL" é:

a) 30. d) 12.

b) 48. e) 24

c) 120.

21. 30% de 600 mil fumantes passivos corresponde a:

a) 18. d) 18 000.

b) 180. e) 180 000.

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c) 1 800.

22. O produto (25%).(30%) é igual a:

a) 0,00075. d) 0,75.

b) 0,0075. e) 750%.

c) 0,075.

23. Os aumentos sucessivos de 25% e outro de 30% de fumantes passivos são equivalentes a

um único aumento de:

a) 62,5%. d) 47,5%.

b) 5%. e) 5,5%.

c) 55%.

24. 25% de 30% de 600 mil fumantes passivos, está na alternativa:

a) 180.150 d) 330.000

b) 45.000 e) 330.

c) 450.000

25. Na sigla da Organização Mundial da Saúde (OMS), a posição da palavra SOM ocupa a:

a) 2ª posição. d) 5ª posição.

b) 3ª posição. e) 6ª posição.

c) 4ª posição.

As invasões de terras são um problema que ocorre em todas as periferias das grandes

metrópoles brasileiras, por falta de uma política pública habitacional. Com isso, as derrubadas

de matas e queimadas são comuns nas margens das cidades. Depois de um reempossamento

de uma área de preservação ambiental pelo poder público, os órgãos responsáveis resolveram

reflorestar a área. Para o reflorestamento dessa área, que consiste na reposição da vegetação

em locais que foram anteriormente desmatados, deve-se cercá-la totalmente a sua volta, com

tela de alambrado e outros aparatos, os lados do terreno. O diretor do Programa Nacional de

Florestas (PNF) foi o responsável para cercar a área e recebeu 1200 metros de tela.

Com base no texto responda às questões de 26 a 29.

26. Uma das dimensões do terreno a cercar com tela para que a área seja a maior possível, é:

a) 200 m. d) 600 m.

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b) 300 m. e) 650 m.

c) 400 m.

27. A área máxima a ser cercada é uma região plana especificamente:

a) triangular. d) pentagonal.

b) quadrada. e) hexagonal.

c) retangular.

28. O valor da área a ser cercada é:

a) 9.000 m². d) 90.000 m².

b) 1.600 m². e) 160.000 m².

c) 1.200 m².

29. A ordem de grandeza do número de milímetro em 1200 m é:

a) ≅ 103 mm. d) ≅ 10

6 mm.

b) ≅ 104 mm. e) ≅ 10

7 mm.

c) ≅ 105 mm.

O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida na Terra. Isso porque parte da

energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço, ao atingir a

atmosfera terrestre a parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o

seu

aquecimento. Os Gases de Efeito Estufa (GEE) mais relevantes são: o vapor de água (H2O), o

dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O) e o gás metano (CH4). É a presença desses

gases na atmosfera que torna a Terra habitável, pois, caso não existissem naturalmente, a

temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de 18ºC negativos. A troca de

energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam uma

temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC positivos.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-global. Acesso

jan.2019. Adaptado do texto encontrado no site do Ministério do Meio Ambiente que trata sobre Efeito Estufa e

Aquecimento Global. Adaptado.

De acordo como texto responda às questões 30 a 34.

30. De acordo com as temperaturas citadas no texto, transformando em fahrenheit, a primeira

e kelvin, a segunda, obtemos:

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56

a) -0,40o

F e 255 K. d) 0,40o F e 287 K.

b) 64,40o F e 287 K. e) -0,40

o F e 287 K.

c) -0,40o

F e 291 K.

31. A massa molecular do dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases associados ao

efeito estufa, essencial para a vida no planeta, é:

a) 26 u. d) 44 u.

b) 54 u. e) 36 u.

c) 32 u.

32. Adicionando as duas temperaturas citadas no texto, obtemos:

a) 24,8o

F. d) 269o K.

b) 295o K. e) 22

o C.

c) 71,6 o

F.

33. Em relação ao gás metano (CH4), citado no texto, ele é produzido pela decomposição da

matéria orgânica, abundante em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas, e

também pelo setor agropecuário. A sua massa molar está na alternativa:

a) 16 u. d) 8 u.

b) 10 u. e) 10 g/mol.

c) 16 g/mol.

34. A massa molar do dióxido de carbono (CO2) corresponde 44 g/mol. A massa de CO2 em

4,4 x 10-12

mol é, em notação científica:

a) 1,936 . 10-14

g. d) 1,936 . 10-14

g/mol.

b) 1,936 . 10-12

g/mol. e) 1,936 . 10-10

g.

c) 1,936 . 10-10

g/mol.

Problemas ambientais é um assunto sempre presente na mídia e, por isso, faz parte do

cotidiano da sociedade moderna. O Brasil é o segundo país com a maior cobertura vegetal do

mundo, ficando atrás apenas da Rússia. Entretanto, o desmatamento está reduzindo de forma

significativa a cobertura vegetal no território brasileiro. São aproximadamente 20 mil

quilômetros quadrados de vegetação nativa desmatada por ano em consequência de

derrubadas e de incêndios.

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57

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/desmatamento-no-brasil.htm . Acesso em

jan.2019. Adaptado do texto que trata sobre desmatamento no Brasil, encontrado no site do Mundo Educação.

Com base no texto, responda as questões 35 e 36.

35. Convertendo a medida destacada em hectares, obtemos:

a) 2,0. 108 ha. d) 2,0. 10

9 ha.

b) 2,0. 107 ha. e) 2,0. 10

10 ha.

c) 2,0. 106 ha

36. A ordem de grandeza da medida destacada, em metros quadrados, está na alternativa:

a) ≅ 1012

m². d) ≅ 109 m².

b) ≅ 1011

m². e) ≅ 108 m².

c) ≅ 1010

m².

O processo de desaparecimento de matas, florestas, espécies nativas de determinadas regiões

é um dos principais problemas ambientais causados pela atividade humana. No Brasil, um dos

principais problemas ambientais causados pela atividade humana é o desmatamento. Existem

três fatores principais que envolvem o desmatamento: maior obtenção de solo para a

agropecuária, uso das arvores nas indústrias madeireiras e a especulação imobiliária. Esse

processo acarreta vários fatores negativos ao meio ambiente, entre eles o desaparecimento de

matas, florestas, espécies nativas, etc.

Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/consequencias-do-desmatamento-para-o-

meio-ambiente/Acesso em jan.2019. Adaptado do texto que trata sobre Consequências do desmatamento para o

meio ambiente, disponível no site Pensamento Verde.

Responda as questões de 37 a 40.

37. Admitindo-se que, no território brasileiro, o desmatamento cresça a uma taxa de 3% ao

ano e essa taxa permanece a mesma. Em quantos anos o desmatamento no território brasileiro

irá dobrar? Use: log(2) = 0,30 e log(1,03) = 0,02.

a) 15 anos. d) 13 anos.

b) 16 anos. e) 14 anos.

c) 17 anos.

38. O número de anagramas distintos da palavra MADEIREIRA está na alternativa:

a) P102, 2, 2, 2, 2

. d) P102, 2

.

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58

b) P102, 2, 2, 2

. e) P10.

c) P102, 2, 2

.

39. Quantos anagramas da palavra SOLO têm a sílaba LO?

a) 24. d) 6.

b) 12. e) 3.

c) 2.

40. Quantos anagramas da palavra ARVORE têm juntas as letras V e O?

a) 720. d) 360.

b) 240. e) 120.

c) 1 440.

Ocupando uma área de 2.036.448 km² do território nacional (8.514.876,599 km²), o Cerrado é

o segundo maior bioma da América do Sul. A sua área contínua incide sobre os estados de

Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,

Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Em meados do século XX, o Cerrado

intensificou-se o desmatamento em sua área. Isso ocorreu principalmente pela expansão das

fronteiras agrícolas e políticas públicas para a ocupação do centro-oeste brasileiro. A intensa

urbanização e as atividades agropecuárias são os principais responsáveis pelo desmatamento

do Cerrado. Esse processo acarreta vários fatores negativos ao meio ambiente, entre eles se

destacam: perda da biodiversidade, empobrecimento do solo, emissão de gás carbônico na

atmosfera, alterações climáticas, erosões, entre outros.

Conforme estudos do Ministério do Meio Ambiente, 67% do bioma sofreu modificação. A

Caatinga teve sua vegetação reduzida pela metade devido ao desmatamento. São

aproximadamente 500 mil hectares devastados por ano.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/desmatamento-no-brasil.htm. Acesso em

jan.2019. Adaptado do texto que trata sobre desmatamento no Brasil, encontrado no site do Mundo Educação.

Com base no texto, responda as questões de 41 a 45.

41. 500 mil hectares devastados por ano correspondem a:

a) 500 mil hm²/ano. d) 500 dam²/ano.

b) 5 milhões de m²/ano. e) 50 bilhões de m²/ano.

c) 500 mil km²/ano.

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42. O número de anagramas da palavra BIOMA (espaços geográficos que compartilham das

mesmas características físicas, biológicas e climáticas), que consta no texto, está na

alternativa:

a) 24. d) 48.

b) 60. e) 120.

c) 240.

43. Segundo o texto, 67% do bioma do Cerrado sofreu modificação. Essa taxa equivale a:

a) 6,7. d) 0,0067.

b) 0,67. e) 0,00067.

c) 0,067.

44. O conjunto formado pelas letras da palavra caatinga tem ______ elementos:

a) 4. d) 5.

b) 6. e) 7

c) 8

45. Segundo o texto, o cerrado é o maior bioma da América do Sula, ocupando uma área de

2.036.448 km2, cerca de ______, aproximadamente, do território

a) 19%. d) 23%.

b) 21%. e) 20%.

c) 22%.

46. Todos os dias são descartados milhares de toneladas de lixo dos mais variados tipos. Esses

resíduos poluem solo, água e ar, causando diversos danos ao meio ambiente e gerando

problemas de saúde a população. Ontem, dona Joana produziu cerca de 500 gramas de lixo.

Hoje, ela produziu a cerca de 620 gramas. Então, a porcentagem de aumento de lixo

produzido por Dona Joana foi de:

a) 21%. d) 18%

b) 12%. e) 20%

c) 24%.

47. (ENEM 2014 – ADAPTADO) Ao conjunto de procedimentos adotados que visa

proporcionar uma situação de saúde e bem-estar a população, chama-se saneamento básico.

Logo, este sistema envolve a coleta e o tratamento de esgoto, canalização, urbanização além

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60

do fornecimento de água tratada (potável). Nesse sentido, uma organização não

governamental divulgou um levantamento de dados realizado em algumas cidades brasileiras

sobre saneamento básico. Os resultados indicam que somente 36% do esgoto gerado nessas

cidades é tratado, o que mostra que 8 bilhões de litros de esgoto sem nenhum tratamento são

lançados todos os dias nas águas.

Disponível em: https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2014/segundo-dia/uma-organizacao-nao-

governamental-divulgou-um-levantamento-de-dados-realizado-em-algumas-cidades/. Adaptado do texto

encontrado no site descomplica que trata sobre uma organização não governamental.

Uma campanha para melhorar o saneamento básico nessas cidades tem como meta a redução

da quantidade de esgoto lançado nas águas diariamente, sem tratamento, para 4 bilhões de

litros nos próximos meses. Se o volume de esgoto gerado permanecer o mesmo e a meta dessa

campanha se concretizar, o percentual de esgoto tratado passará a ser:

a) 72%. d) 54%.

b) 68%. e) 18%.

c) 64%.

48. (UFRGS 2017 – ADAPTADO) A emissão descontrolada de gases poluentes (como

dióxido de carbono-CO2, gás metano-CH4, óxido nitroso-N2O e hidrofluorcarbonetos-HFC),

lançados na atmosfera tem provocado um significativo aumento da temperatura terrestre e

acelerada pela ação antrópica iniciada com o advento da revolução industrial em meados do

século XVIII. Uma das várias consequências do aquecimento global nas regiões polares é o

degelo. Na última década do século XX, a perda de gelo de uma das maiores geleiras do

hemisfério norte foi estimada em 96 km³. Se 1 cm³ de gelo tem massa de 0,92 g, a massa de

96 km³ de gelo, em quilogramas, é:

a) 8,832.1012

kg. d) 8,832.1013

kg.

b) 8,832.1014

kg. e) 8,832.1015

kg.

c) 8,832.1016

kg.

49. O degelo (fenômeno físico onde a água no estado sólido passa para o estado líquido) é

uma das várias consequências do aquecimento global no hemisfério norte. O volume de gelo

lançado no mar no ano passado foi de 200 km³. Isto significa que foram lançados no mar 200

cubos de gelo com:

a) 1,0 km³ de altura. d) 1,0 m³ de largura;

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b) 1,0 km de profundidade. e) 1,0 m³ de altura;

c) 1,0 km³ de largura.

50. Milhares de toneladas de lixo são descartados todos os dias por indústrias, hospitais e

residências. Esses resíduos causando diversos danos ao meio ambiente gerando problemas de

saúde as pessoas. Ontem, a residência de seu João produziu cerca de 500 gramas de lixo.

Hoje, sua residência produziu cerca de 420 gramas. Então, a porcentagem de redução de lixo

produzido pela residência de seu João foi de:

a) 16%. d) 12%.

b) 18%. e) 20%.

c) 24%.

Uma enorme massa de gelo formada pelo acúmulo de neve, chama-se geleira ou glacial e

demoram tempo considerável para a formação de seu corpo, chegando a este processo para se

concretizar 30 mil anos. A neve é cristalizada e compactada em camadas, formando uma

extensa massa de gelo. Esse fenômeno é mais comum nas regiões de alta latitude (nos polos

terrestres) e nas cordilheiras.

Com base no texto, responda as questões de 51 a 53.

51. A ordem de grandeza em segundos, em um período correspondente a 30 mil anos, tempo

que leva para se formar as geleiras, é:

a) ≅ 1012

s. d) ≅ 107 s.

b) ≅ 1011

s. e) ≅ 109 s.

c) ≅ 1010

s.

52. Permutando os algarismos de 30 000 anos, quantos números pares são obtidos?

a) 120. d) 12.

b) 4. e) 24.

c) 6.

53. Estimando a ordem de grandeza, em segundos, de 30 000 anos, obtemos:

a) 9,4 . 1012

s. d) 9,4 . 107 s.

b) 𝟗, 𝟒 . 1011

s. e) 9,4 . 109 s.

c) 9,4 . 1010

s.

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62

A construção civil é uma das atividades humanas sobre a terra que mais causam impacto ao

meio ambiente. Ela também atinge uma fatia de 40% da economia mundial, influenciando não

só a economia, mas também a sociedade e todo o meio ambiente. No Brasil,

aproximadamente 25% de todos os materiais extraídos da natureza anualmente (madeira,

areia, pedras, metais, etc.) são usados pela construção civil. Além dos recursos utilizados,

mais de 50% de toda a energia produzida é usada para abastecer moradias, indústrias e

comércios.

Disponível em: http://redegestaosustentavel.blogspot.com/2013/06/um-dos-maiores-setores-do-mundo-

tambem.htm. Acesso em jan/2019. Adaptado do site rede gestão sustentável que trata sobre um dos maiores

setores do mundo. Adaptado.

Com base no texto, responda as questões 54 e 55.

54. A fração irredutível de matéria prima (materiais) que não são extraídos da natureza está na

alternativa:

a) 2/5 . d) 1/4.

b) 1/20. e) 3/5.

c) 3/4.

55. O produto dos percentuais apresentados no texto é igual a:

a) 0,05%. d) 5%.

b) 0,5%. e) 1,15%.

c) 50%.

56. O desenvolvimento dos grandes centros urbanos e o consumo cada vez mais exagerado

das pessoas são os grandes responsáveis por tornar o mundo cada dia mais poluídos. A coleta

do lixo é tarefa executada por trabalhadores profissionais em limpeza urbana que atendem a

comunidade em horários pré-estabelecidos e planejados. Em uma residência composta por

cinco pessoas, cada membro da casa produz em média 30 gramas de lixo por dia. A

quantidade de lixo que esta casa produz por ano está na alternativa:

a) 54,75 kg. d) 57,75 kg.

b) 55,75 kg. e) 58,75 kg.

c) 56,75 kg.

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63

Como se sabe existem diversos tipos diferentes de poluição, sendo todos prejudicais ao meio

ambiente. Algumas poluições, no entanto, são pouco lembradas, como é o caso da poluição

desencadeada quando o volume de determinado som é superior aos níveis considerados

normais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualquer ruído que ultrapasse 65

decibéis (unidade de medida do som) provoca estresse no organismo humano e acima de 85

decibéis aumenta o risco de comprometimento auditivo. Esse estresse pode provocar e agravar

doenças como insônia, infarto e hipertensão.

Disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-biologia/exercicios-sobre-

poluicao.htm. Acesso em jan/2019. Adaptado.

Responda as questões 57 e 58, com base no texto.

57. Analise as alternativas abaixo e marque o nome desse tipo de poluição:

a) térmica. d) visual.

b) atmosférica. e) sonora.

c) ruidosa.

58. Assinale a alternativa referente ao anagrama do tipo de poluição, conforme o resultado do

item anterior.

a) 720 d) 120

b) 360 e) 1440

c) 5040

O derramamento de petróleo no mar é um problema ambiental grave que merece atenção. Um

dos piores vazamentos de petróleo que já ocorreram no planeta foi no Golfo do México, em

2010, onde cerca de cinco milhões de barris de petróleo foram lançados nas águas. Um barril

de petróleo, totalmente cheio, contém um volume de 24 metros cúbico e, além do mais, no

parque brasileiro, para cada quatro litros de petróleo é produzido, em média, um litro de

gasolina. Nas refinarias estrangeiras cujo rendimento é o dobro do brasileiro: produzem um

litro de gasolina com apenas dois litros de petróleo refinado.

Disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-biologia/exercicios-sobre-

poluicao.htm. Acesso em jan/2019. Adaptado.

Respondas as questões de 59 a 60, com base no texto.

59. Quantos kℓ de petróleo existem em um barril totalmente cheio?

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64

a) 36 000. d) 24 000.

b) 36. e) 2 400.

c) 24.

60. Se 1 litro de petróleo pesa 1,5 kg, quantos kg de petróleo há nesse recipiente?

a) 24 000. d) 36 000.

b) 24. e) 36.

c) 3 600.

GABARITO

01 D 31 D

02 C 32 A

03 A 33 C

04 E 34 E

05 A 35 C

06 A 36 C

07 B 37 A

08 A 38 B

09 E 39 D

10 E 40 A

11 C 41 A

12 E 42 E

13 B 43 B

14 E 44 D

15 B 45 D

16 E 46 C

17 B 47 B

18 D 48 D

19 C 49 B

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65

20 E 50 A

21 E 51 B

22 C 52 B

23 A 53 B

24 B 54 C

25 E 55 D

26 B 56 A

27 B 57 E

28 D 58 B

29 D 59 C

30 E 60 D