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    LINGUAGENS, CDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS EM

    1.

    Fonte: AMARILDO. Ns, humanos... Gazeta Esportiva, So Paulo, [s.d.]. Disponvel em:. Acesso em: 24 ago. 2008.

    A charge um tipo de texto que, por meio de desenhos simblicos, denuncia ou ironiza uma situao

    (geralmente poltica) que j conhecida por todos. Atravs dessa charge percebemos o cuidado do artistaem denunciar

    A) o quanto sentem os atletas de alto-nvel ao receberem uma medalha.B) o quanto se entristecem aqueles que no conseguem uma medalha em uma disputa de alto-nvel.C) o quanto um ser humano insatisfeito com seus prprios resultados.D) o quanto um ser humano se espelha nos atletas que se superam.

    2. Leia o texto para responder questo.

    Fita verde no cabeloHavia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens emulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam.Todos com juzo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de l,com uma fita verde inventada no cabelo.Sua me mandara-a, com um cesto e um pote, av, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia.Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha doces em calda, e o cestoestava vazio, que para buscar framboesas.Da, que, indo, no atravessar o bosque, viu s os lenhadores, que por l lenhavam; mas o lobo nenhum,desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo.Ento, ela, mesma, era quem se dizia:- Vou vov, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mame me mandou.A aldeia e a casa esperando-a acol, depois daquele moinho, que a gente pensa que v, e das horas, que a

    gente no v que no so.Fonte: ROSA, Joo Guimares. Fita verde no cabelo: nova velha histria. So Paulo: Nova Fronteira, 1997.

    No texto Fita verde no cabelo, o autor faz referncia a outro texto clssico. Pela presena de algumaspalavras, pode-se inferir qual esse texto: pote, cesto, aldeia, vov, lenhadores, etc.Assinale a alternativa que contm o nome desse texto a que o autor se refere.

    A) Branca de Neve. B) Dom Quixote. C) Chapeuzinho Vermelho. D) As mil e uma noites.

    Leia o texto e responda s questes 3 e 4.

    02 neurnio: 90 segundos para amarJ Hallack , Nina Lemos , Raq Affonso

    A MODA agora so os encontros-relmpago pela internet. Os chamados speed-dating. Funcionaassim: voc escolhe um pret nos tais sites de relacionamento e, quando vai encontr-lo, tem de 90segundos a trs minutos para dar seu veredicto sobre ele. Assim mesmo, na lata. Se, depois desse nfimo

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    tempo, um dos dois participantes achar que o outro maante, que tem orelha de abano, que est malvestido... adeus, minha concubina.

    O que se prega a buzina do Chacrinha sentimental. O objetivo no perder tempo. Abaixo osnamoricos que no do em nada, os enganos e as tentativas. Os freqentadores desses sites querem seenvolver em histrias "vencedoras". Talvez, num futuro prximo, casar um com o outro. Ter um casal defilhos. E chegar s bodas de ouro.Mas ser que os criadores do speed-dating e seus participantes no percebem que a vida feita decontrastes? Pois os encontros que do errado tambm do certo. Parece otimismo maluco, mas que a vida feita disso. De coisas boas e ruins. De cair e levantar. De amar e desamar. De experimentar. De se darmal. De cair do salto. E tentar aprender com isso. Ou no aprender nada. Mas pelo menos poder contar para

    os outros que levou um megatombo.No somos a favor de relacionamentos que nos machucam. Isso masoquismo. Mas imagine sepudssemos eliminar da nossa memria todas as experincias negativas? Teramos a impresso de quenossa vida sempre foi o mximo, nunca teramos nos machucado, chorado, tido um emprego ruim, ficado derecuperao. Ou seja, um tdio. O contraste que faz as coisas parecerem boas e as ruins serem vistascomo tal. Afinal, se voc no sair com um cara meiabomba, como vai perceber que aquele outro sensacional? Isso sem falar na lei da mudana inevitvel. Um relacionamento que comeou ruim pode ficarfantstico. E vice-versa. Aquele pret que primeira vista parece s ter qualidades pode ser um idiota-canalha-exibicionista. E aquele outro mal vestido pode ser incrvel.

    Por ltimo: se a gente tivesse 90 segundos para parecermos incrveis, provavelmente falharamos.E somos incrveis, claro. Mas dia sim, dia no.

    Fonte: HALLACK, J; LEMOS, Nina; AFONSO, Raq. 02 neurnio: 90 segundos para amar. Folha de S Paulo, So Paulo, 18 ago.2008. Disponvel em:. Acesso em: 19 ago. 2008.

    3. Observando o registro de linguagem utilizado no texto, identifique o leitor a que o mesmo se destina:

    A) pblico feminino recm-casado.B) pblico feminino jovem ou adolescente.C) pblico masculino com menos de 20 anos.D) pblico masculino idoso.

    4. O enunciador do texto, de certa forma, elabora uma crtica a um tipo de site de relacionamentos da

    Internet. Para isso ele apresenta uma srie de questionamentos que apelam para a construo de umadeterminada viso de modo de vida que, segundo ele, contraditria mas fundamental. Indique a alternativaem que a apelao direcionada especificamente para o modo de vida do pblico leitor feminino.

    A) Mas ser que os criadores do speed-datinge seus participantes no percebem que a vida feita decontrastes?B) Mas imagine se pudssemos eliminar da nossa memria todas as experincias negativas?C) O contraste que faz as coisas parecerem boas e as ruins serem vistas com tal.D) Afinal, se voc no sair com um cara meia-bomba, como vai perceber que aquele outro sensacional?

    5. Leia o texto e responda questo.

    Fragmentos de palha incinerada se amalgamam com o suor dos rostos e desenham mscarasescuras. A cor predominante dos canavieiros, de banho tomado, no muda.

    So negros a soma de pretos e pardos-- 63,7% dos trabalhadores no cultivo da cana no pas. Aproporo supera os 43,4% de negros na PEA (populao economicamente ativa) e os 55% na PEA rural.

    A caracterstica se repete em So Paulo, onde a presena negra na labuta da cana beira os 49%, oequivalente a 76% mais que na PEA geral do Estado e 54% mais que na sua frao do campo conforme ocenso de 2000, em dados colecionados pelo economista Marcelo Paixo (UFRJ).

    Os nmeros frios ganham vida nas plantaes. De perto o canavial mesmo negro, como eram osescravos que no Brasil moviam as moendas de cana, como documentou aquarela de Jean-Batiste Debret em1822. Ou, em gravura de William Clark de meses depois, os cativos que decepavam com faco a cana emAntgua.

    Em meio ao canavial, o cortador cuida do seu eito. No paro at acabar o meu eito, conta um. Odicionrio define eito como plantao em que os escravos trabalhavam.No interior paulista, evoca-se a histria. Em Dois Crregos, um migrante pernambucano sobrevive em umaespcie de cortio na rua 13 de Maio. Em Guariba, uma habitao degradada de cortadores maranhensesfica na avenida Princesa Isabel.

    Fonte: FRAGMENTOS de palha... Folha de S. Paulo, So Paulo, 24 ago. 2008. Mais! (adaptado).

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    Nessa matria jornalstica ocorrem vrias referncias a textos, autores e produtos culturais utilizadascomo ilustrao daquilo que est sendo afirmado. Nos dois ltimos pargrafos, as referncias ao linguajardos trabalhadores, aos nomes das ruas onde moram e suas condies de moradia, relacionadas ao conjuntodo texto, remetem o leitor a um texto histrico bastante conhecido que a lei

    A) da proclamao da Repblica.B) do voto obrigatrio.C) da libertao dos escravosD) da anistia poltica.

    6.Observe a propaganda e, em seguida, responda questo.

    Fonte: PROPEG COMUNICAO. Disponvel em: .

    Acesso em: 27 jul. 2008.Note que a organizao do enunciado central no est clara, exigindo do leitor maior ateno paradecifrar a mensagem. A estratgia foi utilizada pela empresa para destacar

    A) a importncia da preservao do meio ambiente.B) a necessidade de combater o aquecimento global.C) o que deve ser feito para preservar o meio ambiente.D) o descompasso que as mudanas climticas geram no planeta.

    Leia o texto e responda questes 7 e 8.

    CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAO DA AMAZNIAAcabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amaznica dos ltimos trs anos: 17 milquilmetros quadrados. quase a metade da Holanda. Da rea total j desmatamos 16%, o equivalente aduas vezes a Alemanha e trs Estados de So Paulo. No h motivo para comemoraes. A Amaznia no o pulmo do mundo, mas presta servios ambientais importantssimos ao Brasil e ao Planeta. Essavastido verde que se estende por mais de cinco milhes de quilmetros quadrados um lenol trmicoengendrado pela natureza para que os raios solares no atinjam o solo, propiciando a vida da maisexuberante floresta da terra e auxiliando na regulao da temperatura do Planeta.

    Depois de tombada na sua pujana, estuprada por madeireiros sem escrpulos, ateiam fogo s suasvestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzasde castanheiras centenrias.

    Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstculo ao progresso, como rea a ser vencida econquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja eespcies vegetais para combustveis alternativos ou ento uma fonte inesgotvel de madeira, peixe, ouro,minerais e energia eltrica. O desmatamento e o incndio so o smbolo da nossa incapacidade decompreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amaznico e como trat-lo.

    Um pas que tem 165.000 km2 de rea desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar asua produo de gros sem a necessidade de derrubar uma nica rvore. urgente que nos tornemosresponsveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

    Portanto, a nosso ver, como nico procedimento cabvel para desacelerar os efeitos quase irreversveisda devastao, segundo o que determina o 4, do Artigo 225 da Constituio Federal, onde se l:

    "A Floresta Amaznica patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro decondies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos

    naturais".Assim, deve-se implementar em nveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPO IMEDIATA DO

    DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZNICA. J!

    hora de enxergarmos nossas rvores como monumentos de nossa cultura e histria.SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

    Fonte: CARTA aberta de artistas brasileiros.Amaznia para sempre. Disponvel em:

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    . Acesso em: 23 ago. 2008.

    7. Como texto argumentativo, a carta contm diversos dados numricos: o menor nmero de quilmetrosdesmatados na Amaznia nos ltimos trs anos, a rea total j devastada, a extenso das terras disponveisno pas etc. A apresentao de dados concretos importante para esse tipo de texto porque

    A) fornece ao leitor a dimenso exata do problema.B) demonstra o grau de instruo dos autores.C) faz com que a argumentao tenha fora de lei.D) valoriza o impacto da devastao.

    8. O texto apresentado uma carta aberta, divulgada na internete assinada por diversos artistas em prol dapreservao da Amaznia. Em meio aos argumentos que defendem a opinio dos autores, vriasalternativas de interveno so apontadas. Figura como primeira proposio do texto:

    A) a implantao de unidades de conservao como alternativas de desenvolvimento sustentvel.B) o gerenciamento mais responsvel dos recursos que ainda nos restam.C) o reconhecimento de que a Amaznia no uma simples rea verde, mas auxilia na regulao datemperatura do Planeta.D) o melhor aproveitamento dos 165.000 km2 de rea desflorestada, abandonada ou semiabandonadano pas.

    9. Leia os dois poemas e responda questo.Texto 1Nova cano do exlio (Carlos Drummond de Andrade)Um sabi napalmeira, longe.Estas aves cantamum outro canto.

    O cu cintilasobre flores midas.Vozes na mata,

    e o maior amor.

    S, na noite,seria feliz:um sabi,na palmeira, longe.

    Onde tudo beloe fantstico,s, na noite,seria feliz.

    (Um sabi,na palmeira, longe.)

    Ainda um grito de vida evoltar

    para onde tudo beloe fantstico:a palmeira, o sabi,o longe.

    Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova cano doexlio. In: ______.A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record,1996. p. 69-70.Texto 2Cano do exlio (Gonalves Dias)

    Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabi;As aves, que aqui gorjeiam,No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas,Nossas vrzeas tm mais flores,Nossos bosques tm mais vida,Nossa vida mais amores.

    Em cismar, sozinho, noite,Mais prazer eu encontro l;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabi.

    Fonte: DIAS, Gonalves. Cano do exlio. Disponvel em:. Acesso em: 25 ago. 2008.

    Comparando os poemas de Carlos Drummond de Andrade e de Gonalves Dias, aqui transcritos, podemosconcluir que:. o uso do termo novo no ttulo do poema de Drummond remete o leitor para a cano do exlio anterior, ade Gonalves Dias.I. a aproximao entre os poemas tambm se d pelo valor que assumem o sabi e a palmeira no poema de

    Drummond.II. Drummond, ao copiar o poema de Gonalves Dias, demonstra falta de criatividade e valor artstico.

    Esto corretas

    A) apenas I e II. B) apenas II e III. C) apenas I e III. D) todas.

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    Leia o texto e responda s questes 10 e 11.

    Os meninos do trficoLya Luft

    O documentrio sobre crianas no trfico, recentemente visto em todo o pas, no deprovocar opinies mas de dilacerar o corao, que anda de sobressalto em sobressalto. /.../ Assisti aodocumentrio encolhida, e tantos dias depois ainda no consegui me sentir inteira. Nunca mais serei amesma, depois de testemunhar aquilo, e no sei de documentrio mais importante neste mundo de Deus.Aqueles meninos banguelas, aquelas meninas magrelas, aquelas vozes arrastadas de sono e droga, aquelesrostos ocultos de medo ou enfrentando impassveis, aqueles olhares pedintes ou ferozes, mas muito mais

    pedintes, feriram como mil punhais qualquer pessoa que no estivesse demais embotada.Espero que essa ferida seja para sempre. Desejo que nunca, nem um dia, a gente esquea. Eu noquero esquecer, pois, sem usar drogas nem conviver com traficantes, indiretamente, como todo brasileiro, fuiresponsvel pela vida e pela morte deles, pois todos, menos um, j morreram. Ns os matamos.

    Vou pensar todos os dias que continuam morrendo crianas iguais quelas, que poderiam ser meusfilhos, teus filhos, nossos filhos. Eram nossos, aqueles meninos e meninas, sonados, ferozes ou tristssimos,que a gente tem vontade de botar no colo e confortar. Mas confortar com o qu? E aquela arma, e aquelasdrogas, e aquela infelicidade, e aquela desesperana? Fazer o qu?

    Espero que essa ferida e essa vergonha nos dem alguma idia salvadora e nos levem a umapostura determinada, que gere aes efetivas, eficientes, reais. No promessas, no seminrios comsocilogos, religiosos, psiclogos e antroplogos, mdicos e, quem sabe, policiais. No entrevistas

    comovidas e comoventes em televiso e jornais, mas atitudes e aes. No acredito que elas aconteam:deixamos que o problema se alastrasse demais, permitimos a guerra civil. Nos assustamos um pouco, aqui eali interrompemos a dana insensata e nos emocionamos, mas nada alm disso. A ferida aberta pelodocumentrio e pela realidade talvez continue incomodando. Contra ela s h dois remdios: agir ou alienar-se mais. Desejo que ela nos machuque feito brasa ardente, at o fim da nossa miservel vida.

    Fonte: LUFT, Lia. Os meninos do trfico. Veja, So Paulo, p. 22, 5 abr. 2006. (com cortes).

    10. Uma das estratgias persuasivas utilizadas pela autora do texto para convencer o leitor e faz-lo aderir asuas idias comov-lo, ao sugerir que as crianas poderiam ser membros de sua famlia. Isso pode serobservado especialmente no

    A) primeiro pargrafo. B) segundo pargrafo. C) terceiro pargrafo. D) quarto pargrafo

    11. Para a autora do texto, a nica forma de resolver os problemas registrados pelo documentrio aoqual ela se refere

    A) provocar opinies comovidas e dilacerantes.B) enfrentar impassivelmente os olhares pedintes ou ferozes.C) confortar com o colo as vtimas infelizes e desesperadas.D) assumir posturas atuantes e eficientes.

    12. Leia o texto e responda questo.Fragmentos de palha incinerada se amalgamam com o suor dos rostos e desenham mscaras escuras.

    A cor predominante dos canavieiros, de banho tomado, no muda.So negros a soma de pretos e pardos-- 63,7% dos trabalhadores no cultivo da cana no pas. Aproporo supera os 43,4% de negros na PEA (populao economicamente ativa) e os 55% na PEA rural.

    A caracterstica se repete em So Paulo, onde a presena negra na labuta da cana beira os 49%, oequivalente a 76% mais que na PEA geral do Estado e 54% mais que na sua frao do campo conforme ocenso de 2000, em dados colecionados pelo economista Marcelo Paixo (UFRJ).

    Os nmeros frios ganham vida nas plantaes. De perto o canavial mesmo negro, como eram osescravos que no Brasil moviam as moendas de cana, como documentou aquarela de Jean-Batiste Debret em1822. Ou, em gravura de William Clark de meses depois, os cativos que decepavam com faco a cana emAntgua.

    Em meio ao canavial, o cortador cuida do seu eito. No paro at acabar o meu eito, conta um. O

    dicionrio define eito como plantao em que os escravos trabalhavam.No interior paulista, evoca-se a histria. Em Dois Crregos, um migrante pernambucano sobrevive emuma espcie de cortio na rua 13 de Maio. Em Guariba, uma habitao degradada de cortadoresmaranhenses fica na avenida Princesa Isabel.

    Fonte: FRAGMENTOS de palha... Folha de S. Paulo, So Paulo, 24 ago. 2008. Mais! (adaptado).

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    As observaes feitas em campo e as estatsticas citadas, aliadas a referncias a obras de pintores dosculo 19, conduzem o leitor tese defendida no texto. A tese dessa matria jornalstica sustenta que

    A) os negros continuam a ser maioria no trabalho do corte da cana.B) a atividade do corte da cana-de-acar penosa e extenuante.C) as condies degradantes de trabalho sujeitam o Brasil a desgaste internacional.D) as situaes desumanas so pontuais, elas existem em alguns lugares, mas no no pas como um todo.

    13. Leia o anncio a seguir e responda questo.

    Fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE IMPRENSA. A vrgula. Veja, So Paulo, n.2055, 9 abr. 2008. Propaganda.

    O texto uma propaganda da Associao Brasileira de Imprensa e foi veiculado para divulgao dos100 anos da instituio. Ele mostra que uma vrgula pode mudar o sentido de um enunciado e usa vriospares para associao. Comparando os perodos Esse, juiz, corrupto e Esse juiz corruptopercebemosque a ausncia das vrgulas no segundo caso

    A) apresenta ao juiz um sujeito que pratica corrupo.B) apresenta o juiz a um sujeito que pratica corrupo.C) denuncia o juiz como um sujeito que pratica corrupo.D) denuncia o juiz a um sujeito que pratica corrupo.

    Considere a notcia a seguir e responda s questes 14 e 15.

    Menino morde pit bull aps ser atacado em Sabarpor Solange Spigliatti

    Ele brincava no quintal da casa do tio quando o co, que estava preso, avanou e mordeu seu brao

    SO PAULO - Um garoto de 11 anos mordeu um pit bull, aps ser atacado pelo animal, na tera-feira, 22,em Sabar, na regio metropolitana de Belo Horizonte, segundo informaes do Corpo de Bombeiros.Ele brincava no quintal da casa do tio quando o co, que estava preso a uma corrente, avanou e mordeuseu brao. De acordo com o depoimento do menino, ele apertou o pescoo do cachorro e deu a mordidapara se defender. Um dos dentes do garoto chegou a quebrar e ficar preso ao animal, segundo osbombeiros. Testemunhas conseguiram separar o co do menino, que foi levado para o Hospital Joo XXIII.

    Ele foi medicado e levou cerca de sete pontos no brao. Em seguida, foi liberado. O cachorro foiencaminhado ao Centro de Zoonoses da cidade, onde ficar sob observao.Fonte: SPIGLIATTI, Solange. Menino morde pit bul... Estado de S. Paulo, So Paulo, 23 jul. 2008. Disponvel em:. Acesso em: 23 jul. 2008.

    14.Observe alguns perodos retirados da notcia e os termos neles grifados:Ele foi medicado e levou cerca de sete pontos no brao. Em seguida, foi liberado.

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    O cachorro foi encaminhado ao Centro de Zoonoses da cidade...Nas duas citaes, o emprego de verbos na voz passiva marca

    A) a incapacidade dos sujeitos agirem por si prprios.B) o destino que foi dado aos sujeitos.C) a falta de resistncia dos sujeitos envolvidos.D) o desconhecimento dos verdadeiros agentes das aes praticadas.

    15. O uso de conjunes conformativas (Conforme fulano de tal...) muito importante em uma notcia,pois isenta o jornalista da responsabilidade de algumas afirmaes; no foi ele, mas o entrevistado, quem

    forneceu determinados dados utilizados para a redao da matria. Esse procedimento aparece na notciaapresentada, como se pode observar na seguinte frase:

    A) Testemunhas conseguiram separar o co do menino.B) ele brincava no quintal da casa do tioC) o cachorro foi encaminhado ao Centro de Zoonoses.D) Segundo informaes do corpo de bombeiros.

    16. Leia o texto e a definio a seguir para responder a questo proposta.A rota principal para subir o monte Fuji tem oito cabanas com luz artificial, assentos, venda de lanches erefeies, banheiros e, em algumas, hospedaria.Essas cabanas ficam nos marcos de mudana de estgio, alm de algumas entre o stimo e o oitavo,quando comeaa fase mais longa e difcil da rota. Assim, possvel fazer pausas.Ao chegar ao pico, possvel dormir ao ar livre ou consumir algo em um dos restaurantes e dormir alimesmo. Ou, ainda, deixar para dormir numa hospedaria no oitavo estgio.

    Fonte: A ROTA principal... Folha de S. Paulo, So Paulo, 28 ago. 2008.Turismo. (adaptado).

    DefinioEmprega-se a vrgula para separar oraes adverbiais reduzidas, como no exemplo Dali eu via, sem servisto, a sala de visitas.Fonte: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novssima gramtica da lngua portuguesa. So Paulo: Editora Nacional, 1993.

    Derivao o processo pelo qual se forma uma palavra a partir de outra j existente na lngua.Assinale a alternativa que apresenta uma palavra derivada de um verbo.

    A) consumo. B) teraputica. C) esporte. D) vitrines.

    17. Leia o fragmento a seguir que inicia o conto Feliz Aniversrio, de Clarice Lispector e responda questo.

    A famlia foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porquea visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho,com enfeite de paets e um drapeado disfarando a barriga sem cinta. O marido no veio por razes bvias:no queria ver os irmos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laos fossem cortados e estavinha com o seu melhor vestido para mostrar que no precisava de nenhum deles, acompanhada dos trsfilhos: duas meninas j de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anguas engomadas, e omenino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

    Tendo Zilda a filha com quem a aniversariante morava disposto cadeiras unidas ao longo dasparedes, como numa festa em que se vai danar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com carafechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posiode ultrajada. "Vim para no deixar de vir", dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duasmocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, no sabiam bem que atitude tomar eficaram de p ao lado da me, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paets.

    Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a bab. O marido viria depois. E como Zilda a

    nica mulher entre os seis irmos homens e a nica que, estava decidido j havia anos, tinha espao etempo para alojar a aniversariante e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada oscroquetes e sanduches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de corao inquieto ao lado;a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o beb para no encarar aconcunhada de Olaria; a bab ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E cabeceira da mesa grande a aniversariante que fazia hoje oitenta e nove anos.

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    Fonte: LISPECTOR, Clarice. Feliz aniversrio. In: ______. Laos de famlia. Rio de Janeiro: Rocco,1998. p. 54.

    O texto retrata o momento em que chegam os convidados para uma festa familiar. Pela leitura atenta dotexto, podemos depreender que as pessoas esto

    A) bastante vontade, uma vez que a ocasio familiar.B) muito incomodadas, uma vez que precisam manter as aparncias.C) pouco empolgadas, uma vez que encontros em famlia fazem parte da rotina.D) bem ansiosas, visto que a grande av comemora oitenta e nove anos.

    18. Leia o trecho e responda questo.A seguir, transcrevemos o incio de uma reportagem de informtica encontrada num jornal paulista:

    Fracotes viram musculosos em avatares de realidade virtual

    Os homens so altos, tm troncos e bceps fortes. As mulheres, de cabelos longos, fazem questo de afinara cintura e aumentar os seios. No estamos em uma academia, tampouco em um centro cirrgico, mas noambiente virtual Second Life, em que internautas criam avatares com verses mais caprichadas de simesmos. A concluso da pesquisa "Just Like Me, but Better" (igualzinho a mim, s que melhor), feita pelasprofessoras Suely Fragoso e Nsia Rosrio, do programa de ps-graduao em comunicao da Unisinos(Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul) e apresentada na 6 Conferncianternacional em Cultura, Tecnologia e Comunicao, no ms passado, na Frana. (...)

    Fonte: ARRAIS, Daniela. Fracotes viram musculosos em avatares de realidade virtual. Folha de S Paulo, So Paulo, 6ago. 2008. Disponvel em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u430366.shtml>. Acesso em: 18 ago. 2008.

    Em No estamos em uma academia, tampouco em um centro cirrgico, mas no ambiente virtual SecondLife, o termo tampouco pode ser apropriadamente substitudo, sem que se perca a informao bsica dotexto, por:

    A) contudo. B) todavia. C) visto que. D) nem.

    19. Leia o texto para responder questo.

    O brasileiro tinha j recebido pauladas na testa, no pescoo, nos ombros, nos braos, no peito, nos rins enas pernas. O sangue inundava-o inteiro; ele rugia e arfava, iroso e cansado, investindo ora com os ps, oracom a cabea, e livrando-se daqui, livrando-se dali, aos pulos e s A vitria pendia para o lado do portugus.Os espectadores aclamavam-no j com entusiasmo; mas, de sbito, o capoeira mergulhou, num relance, ats canelas do adversrio e surgiu-lhe rente dos ps, grudado nele, rasgando-lhe o ventre com uma navalha.Jernimo soltou um mugido e caiu de borco, segurando os intestinos.

    Fonte: AZEVEDO, Alusio. O cortio. So Paulo: FTD, 1993. p. 126. (excerto).

    Nesse fragmento de texto h um narrador em terceira pessoa que

    A) faz avaliaes crticas, manifestando seus sentimentos e pensamentos.

    B) lana hipteses sobre intenes e projetos dos personagens.C) relata o que ocorre a partir dos fatos e comportamentos observados.D) desconhece os fatos, pensamentos e sentimentos dos personagens.

    20. Leia o poema a seguir e responda questo.

    Luiz de CamesQuem v, Senhora, claro e manifestoO lindo ser de vossos olhos belos,Se no perder a vista s com v-los,J no paga o que deve a vosso gesto.

    Este me parecia preo honesto;Mas eu, por de vantagem merec-los,Dei mais a vida e alma por quer-los,Donde j me no fica mais de resto.

    Assim que a vida e alma e esperana,E tudo quanto tenho tudo vosso;E o proveito disso eu s o levo.

    Porque tamanha bem-aventuranaO dar-vos quanto tenho e quanto posso,Que quanto mais vos pago, mais vos devo.

    Fonte: CAMES, Luiz de. Lrica. 4 ed. So Paulo: Cultrix, 1972.Luiz Vaz de Cames considerado um dos maiores poetas da Lngua Portuguesa. Sua lrica amorosa liga-se a uma concepo neoplatnica do amor, isto , o amor um ideal supremo, nico e perfeito. A mulher,

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    objeto do desejo, tambm um ser imperfeito e espiritualizada em suas poesias, tornando-se a mulherdeal. Para expressar esse ideal, Cames utiliza-se de uma forma potica, que

    A) o verso livre. B) o soneto. C) o verso alexandrino. D) a redondilha maior.

    21. Observe o cartaz e responda questo.

    Fonte: BRASIL, Ministrio da Sade. Vista-se. Braslia, DF, 1997. Propaganda.

    Sobre a relao entre a imagem e o texto verbal, na propaganda veiculada pelo Ministrio da Sade, correto afirmar que

    A) o desenho, assemelhando-se a uma camisinha em uso e a um ponto de exclamao, refora o sentido e omodo imperativo do verbo vestir.B) colocado no centro do texto, o desenho indica que o alvo da campanha o mau uso da camisinha,

    reforando a necessidade de os jovens se arriscarem nas festas.C) o desenho, sugerindo a imagem de uma seringa, refora o risco de os jovens se contaminarem nas festaspelo uso de drogas injetveis.D) produzido para se confundir tanto com uma camisinha quanto com um ponteiro de relgio, o desenhorefora a sugesto da necessidade do uso do preservativo durante todo o tempo das festas.

    22. Considere a charge a seguir e responda questo.

    Fonte: CENTRO DE REFERNCIA FASTER. Charges. Disponvel em: . Acesso em: 23 ago.2008.

    O cadeirante dirige-se ao pedestre de forma bastante respeitosa para uma solicitao. O fato de oferecer-lhedinheiro demonstra que o Pedestre

    A) ouviu a solicitao do cadeirante.B) ignorou a solicitao do cadeirante.C) duvidou da solicitao do cadeirante.D) pressups a solicitao do cadeirante.

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    23. Leia o texto para responder questo.

    Extrato ou estrato?Por Thas Nicoleti

    "Os policiais vm dos estratos baixos, vo para a rua ganhando pouco numa estrutura militarizada

    sem direito a sindicalizao. So alvos ambulantes."A passagem selecionada para o comentrio de hoje ilustra um caso de confuso entre duaspalavras muito parecidas, de pronncia idntica. "Extrato", com X, e "estrato", com S, so termos homnimos(hetergrafos, pois se distinguem quanto grafia, mas homfonos, porque tm a mesma pronncia).

    Acompanham a distino grfica significados igualmente dspares: "extrato" o particpio irregulardo verbo "extrair"; refere-se, portanto, quilo que foi extrado (o extrato bancrio ou o extrato de tomate, porexemplo). Informalmente se chamam as essncias ou perfumes concentrados de "extratos".

    J a forma "estrato", com S, um sinnimo de camada (a palavra da mesma famlia de"estratosfera"). Em sociologia, o termo usado para designar uma faixa (ou camada) de uma populaoquanto ao nvel de renda, posio social, educao etc. Foi exatamente nesse sentido que o redatorempregou a palavra.

    Fonte: NICOLETI, Thas. Extrato ou estrato. Disponvel em: . Acessoem: 3 nov. 2008.

    De acordo com o texto, estrato / extrato so vocbulos que

    A) na fala tm pronncias iguais e na escrita tm registros diferentes, porque a origem deles e seussignificados so diferentes.B) na fala tm pronncias diferentes e na escrita tm registros diferentes, porque a origem deles e seussignificados so diferentes.C) na fala tm pronncias iguais e na escrita tm registros iguais, porque a origem deles e seus significadosso os mesmos.

    D) na fala tm pronncias diferentes e na escrita tm registros iguais, porque a origem deles e seussignificados so os mesmos.

    24. Leia o texto para responder questo.

    PIQUERIAlgumas pessoas se apaixonam s margens do Sena, outras caminhando em Veneza. Jonas se

    apaixonou na ponte do Piqueri. Lembrava perfeitamente: o carro quebrado, as buzinas, o beijo antes de oreboque chegar.

    Agora, de novo sobre a ponte, pensava no que tinha lido outro dia: que, para a cincia, dois corposnunca se tocam. Os tomos ficam, no mximo, distncia de um centsimo milionsimo de centmetro umdo outro. Ento, nunca tinha tocado nos lbios dela. Nunca tinha de fato segurado suas mos.

    Que alvio. Aquela vadia!Pulou com a certeza de que morreria sem tocar o cho imundo.

    Fonte: ROSSI, Fabio Danesi. Piqueri. Folha de S. Paulo, So Paulo, 13 jan. 2008. Cotidiano, A cidade de So Paulo em contos decem palavras, p. C3.

    Sobre o sentido do ltimo pargrafo do mini-conto, correto afirmar que o personagem Jonas

    A) morre assassinado por acreditar que quando se ama possvel superar as leis da cincia.B) salta da ponte para salvar a amada que se acidentara enquanto ele lia um livro de cincia.C) pratica um homicdio porque se nega a aceitar uma realidade em que a cincia mais valorizada do que oamor.

    D) comete o suicdio por causa de uma desiluso amorosa e acreditando no que a cincia diz sobre ocontato entre os corpos.

    25. Leia o fragmento para responder questo.

    O fragmento a seguir parte de um artigo publicado em uma revista cientfica.

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    Com o fenmeno da Internet aumentou, e muito, o nmero de escritores. Quem sabe pelofato de que a rede anima a escrever, pois nela difcil falar. Hoje, no Brasil, mais de um milho depessoas esto ligadas rede. Todos os dias milhares de novos brasileiros se conectam Internet eessa comunidade, evidentemente, se comunica entre si. Por meio de e-mails, chats, ICQ, MIRC eoutros programas de comunicao, milhares de pessoas, todos os dias, trocam mensagens, piadas,fofocas, receitas, confidncias pessoais etc., usando a lngua escrita. Acredita-se que o nmero deescritores aumentou porque os programas de comunicao da Internet so inovadores, dispensampapel, envelope, selos e carteiro.

    Fonte: ANDRADE, Leila Minatti. A escrita, uma evoluo para a humanidade. Linguagem em (Dis)curso, Tubaro, SC, v.1, n. 1, jul./dez. 2001. Disponvel em: . Acesso em:

    25 ago. 2008.

    Para ilustrar os meios de comunicao via internet, a autora faz uso de palavras estrangeiras e dealgumas siglas: e-mails, chats, ICQ, MIRC e outros programas. O uso de termos estrangeiros emum artigo de divulgao cientfica revela

    A) uma valorizao exagerada da lngua inglesa at nos meios acadmicos.B) o uso natural de termos estrangeiros que j foram incorporados pelos usurios da lngua portuguesa.C) a aplicao de termos especficos da rea da pesquisadora que revelam sua capacidade acadmica.D) uma desvalorizao da lngua portuguesa no meio acadmico.

    26. Observe o cartaz para responder questo.

    Fonte: INPEV. A natureza precisa de voc. Dinheiro Rural, So Paulo, n. 2, dez. 2004. Propaganda.

    Considerando o tema do texto publicitrio e o suporte em que foi publicado, correto afirmar que opronome voc refere-se aos

    A) usurios de agrotxicos em propriedades rurais.B) fornecedores de agrotxicos a proprietrios rurais.C) investidores de empresas fabricantes de agrotxicos.D) produtores de embalagens vazias de agrotxicos.

    27. Leia atentamente os dois textos a seguir para responder questo.Texto 1Queixa de defunto

    Ilustrssimo e Excelentssimo Senhor Doutor Prefeito do Distrito Federal. Sou um pobre homem que emvida nunca deu trabalho s autoridades pblicas nem a elas fez reclamao alguma. Nunca exerci oupretendi exercer isso que se chama os direitos sagrados de cidado. Nasci, vivi e morri modestamente,

    ulgando sempre que o meu nico dever era ser lustrador de mveis e admitir que os outros os tivessem paraeu lustrar e eu no. /.../.Toda a minha vida de privaes e necessidades era guiada pela esperana de gozar depois de minha

    morte um sossego, uma calma de vida que no sou capaz de descrever, mas que pressenti pelopensamento, graas doutrinao das sees catlicas dos jornais.

    /.../ e esperava gozar da mais dlcida paz depois de minha morte. Morri afinal um dia destes. Nodescrevo as cerimnias porque so muito conhecidas e os meus parentes e amigos deixaram-me

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    sinceramente porque eu no deixava dinheiro algum. bom, meu caro Senhor Doutor Prefeito, viver napobreza, mas muito melhor morrer nela. No se levam para a cova maldies dos parentes e amigosdeserdados; s carregamos lamentaes e bnos daqueles a quem no pagamos mais a casa.

    Fonte: BARRETO, Lima. Queixa de defunto. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crnicas brasileiras. Riode Janeiro: Objetiva, 2007, p. 34-35.

    Texto 2bito do Autor

    Expirei s duas horas da tarde de uma sexta-feira do ms de agosto de 1869, na minha belachcara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prsperos, era solteiro, possua cerca de

    trezentos contos e fui acompanhado ao cemitrio por onze amigos. Onze amigos! Verdade que no houvecartas nem anncios. Acresce que chovia peneirava uma chuvinha mida, triste e constante, toconstante e to triste, que levou um daqueles fiis da ltima hora a intercalar esta engenhosa idia nodiscurso que proferiu beira de minha cova: Vs, que o conhecestes, meus senhores, vs podeis dizercomigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparvel de um dos mais belos caracteres que temhonrado a humanidade. tudo isso a dor crua e m que lhe ri natureza as mais ntimas entranhas; tudosso um sublime louvor ao nosso ilustre finado.

    Bom e fiel amigo! No, no me arrependo das vinte aplices que lhe deixei. E foi assim que cheguei clusula dos meus dias.

    Fonte: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. bito do autor. In: ______. Memrias pstumas de Brs Cubas. 13. ed. So Paulo:tica, 1989, p. 13.

    Quanto ao ponto de vista assumido por quem escreve a principal diferena entre os dois textos

    A) o primeiro escrito por um personagem vivo; o segundo, por um morto.B) o primeiro escrito por um morto; o segundo, por um personagem vivo.C) o primeiro escrito por um pobre; o segundo, por um rico proprietrio.D) o primeiro escrito por um rico proprietrio; o segundo, por um pobre.

    28. Leia o texto para responder questo.

    GALOCHASFernando Sabino

    E como ontem estivesse chovendo, tive a infeliz idia, ao sair rua, de calar um velho par degalochas. J me desacostumara delas, e me sentia a carregar nos ps algo pesado, viscoso e desagradvel,dando patadas no cho como um escafandrista de asfalto. Ainda assim, no deixavam de ser, em tempos dechuva, a nica proteo efetiva para o sapato.Mas quem disse que chovia? No centro da cidade um sol radioso varava as nuvens e caia sobre a rua,enchendo tudo de luz, fazendo evaporar as ltimas poas de gua que ainda pudessem justificar minhasgalochas. E elas de sbito se tornaram para mim to anacrnicas, como se eu tivesse de fraque, cartola egravata plastron.

    que no se usa galocha h mais de vinte anos, advertia-me uma irnica voz interior.Desconsolado, parei e olhei em volta. Naquela festa de sol, em plena Esplanada do Castelo, quem que iria

    estar de galocha, alm de mim? Vi passar a meu lado os sapatos brancos de um homem pernosticamentevestido de branco. Nem tanto ao mar, nem tanto ao mar, nem tanto terra, pensei. Sara depois da chuva,certamente. Veio-me a desagradvel impresso de que todo mundo reparava nas minhas galochas.

    Galochas mas que coisa antiga, meu Deus do cu! descobri de sbito; como no pensar nisso aocal-las? Artefatos de borracha e conclui idiotamente: hoje em dia tudo de matria plstica, ningum falamais em capa de borracha existiro galochas de plstico? Como fazem os pelintras de hoje para nomolhar os ps nos dias de chuva?No restaurante, onde entrei arrastando os cascos como um dromedrio, resolvi me ver livre das galochas.Depois de acomodar-me, descalcei-as, procurando no chamar a ateno dos outrosfregueses, deixei-as debaixo da mesa.

    Ao sair, porm, o garom, solcito, me advertiu em voz alta, l do fundo:

    - O senhor est esquecendo suas galochas!Humilhado, voltei para apanh-las, e sem ligar mais para nada, sai com elas na mo.Agora esto l, abandonadas numa das gavetas de minha mesa de trabalho, despojos de um mundo extinto.Um dia me sero teis, quando eu for, como diz o poeta, suficientemente velho para merec-las.

    Fonte: SABINO, Fernando. Galochas. In: ______. Quadrante 2. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1963. p. 236.

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    No primeiro pargrafo, o narrador-personagem marca no enunciado o conflito que ir gerar sua histriaquando

    A) diz que calou seu velho par de galochas.B) introduz a expresso tive a infeliz idia.C) afirma que ontem estava chovendo.D) argumenta que para andar na chuva as galochas ainda so muito eficazes.

    29. Leia o texto e responda questo.

    NO MSN, A CONTINUAO DA BALADAChega de pedir telefone: a nova onda agora trocar endereos no Messenger, at para saber dosfuturos agitos via internet

    COMPORTAMENTOFabiano Rampazzo

    Nas baladas e festas da cidade, a troca de telefones j coisa do passado. Agora o pessoal trocaMSNs ferramenta de comunicao instantnea que possibilita que uma pessoa conectada internet saibaquando outras pessoas tambm se conectaram, num bate-papo virtual. Hoje, no pas, s o MSN Messengertem mais de 13,7 milhes de contas ativas, levando para os outros dias da semana o contato de uma noite etornando as amizades de balada menos superficiais.

    Mais que relacionamentos, essa onda de trocas de MSNs nas baladas pode dar outros frutos. Atalguns trampos j rolaram, em contatos que comearam na balada, diz o gerente de projetos Brulio Souza,de 28 anos. J peguei muito currculo pelo MSN, conforme vou conversando vou tendo uma idia de como apessoa .

    Festa rolando, ela faz o costumeiro charme dificulta at. Mas d o brao a torcer e fica com quemficou parado na dela entre tantas outras garotas. Para que trocar telefone?

    Fonte: RAMPAZZO, Fabiano. No MSN, a continuao da balada. O Estado de S. Paulo, So Paulo, 13 nov. 2005.Cidades/Metrpole, Comportamento, p. C5. (com cortes).

    Quanto linguagem utilizada no texto, sobretudo no ltimo pargrafo, correto afirmar que o jornalista

    A) aproxima a linguagem escrita da fala, usando grias, tornando o texto mais informal.

    B) imita o modo de escrever dos gerentes de projetos, aproximando-se da linguagem tcnica de um dosentrevistados.C) utiliza a linguagem falada somente na cidade, mais formal, diferenciando-se das pessoas que freqentamas baladas.D) reproduz os termos especficos da linguagem virtual, dificultando a compreenso do texto.

    30. Leia o trecho e responda questo.

    Como o solAnselm Grn

    A amizade como o sol que ilumina a vida da pessoa. O filsofo romano Marco Tlio Ccero assim seexpressou: Tiram o sol do mundo aqueles que tiram a amizade da vida.

    Sem amizade a vida fica realmente sombria e triste. Os psiclogos sabem informar que pessoas semamigos sofrem muito mais de fatalidades e crises. Muitas vezes no conseguem superar a experincia de umsofrimento mais profundo. precisamente no sofrimento que se comprova o amigo. Quem fica fiel nesta horamostra que realmente amigo. Ccero expressou isto na clebre frase: Amicus certus in re incerta cenitur(Conhece-se o verdadeiro amigo na adversidade).

    GRN, Anselm. O livro da arte de viver. Trad. de Edgar Orth. Petrpolis, RJ: Vozes, 2004. 149. Fonte: GRUN, Anselm. Como o sol. In:______. O livro da arte de viver. Petrpolis, RJ: Vozes, 2004. p. 149. (fragmento).

    O texto Como o sol faz referncia s palavras de Marco Tlio Ccero. Recorrer citao do filsofo visaprincipalmente a

    A) dificultar a leitura daqueles que no conhecem filosofia, revelando as falhas de formao do leitor.B) reforar a idia central defendida pelo texto com a de outro pensador respeitado que tambm teve amesma opinio.C) deixar o texto mais erudito e tcnico, levando os leitores a elogiarem a superioridade intelectual doescritor.D) mostrar que apenas pessoas com formao erudita consideram a amizade como um bem superior.

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    31.O maior congestionamentoO fim de semana comeou mal para o paulistano que tentava voltar para casa no dia 9 de maio deste ano,uma sexta-feira. s 19h30, a Companhia de Engenharia de Trfego (CET) registrou o recorde histrico decongestionamento na cidade: 266 quilmetros de lentido somente na Marginal Tiet foram 23 quilmetros,o dobro do habitual para o horrio. O caos teve dois motivos: o tombamento de um caminho com toras demadeira num acesso da Rodovia Presidente Dutra e um derramamento de leo na avenida GiovanniGronchi, no Morumbi.

    Fonte: O MAIOR congestionamento. Veja, So Paulo, p. 42, 20 ago. 2008.

    Para o caos a que se refere o texto, duas causas especficas so apontadas: o tombamento do caminho demadeira e o derramamento de leo em duas vias importantes do trnsito de So Paulo.O conjunto do texto permite concluir que o caos

    A) situao corriqueira no trnsito da capital.B) ocorreu naquele dia, em funo dos acidentes.C) j era esperado, por se tratar de uma sexta-feira.D) foi desastroso, j que era o feriado do dia das mes.

    32. Leia o texto e responda questo.

    Vidas SecasGraciliano Ramos

    Deu-se aquilo porque sinh Vitria no conversou um instante com o menino mais velho. Ele nuncatinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de sinh Terta, pediu informaes. Sinh Vitria,distrada, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho exigisse uma descrio, encolheu deombros.

    Sinh Vitria falou em espetos quentes e fogueiras. A senhora viu?A sinh Vitria se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote.O menino saiu indignado com a injustia, atravessou o terreiro, escondeu-se debaixo das catingueiras

    murchas, beira da lagoa vazia.

    O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cachorra, ps-se a contar-lhe baixinho uma estria.Tinha o vocabulrio quase to minguado como o do papagaio que morrera no tempo da seca. Valia-se, pois,de exclamaes e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a lngua, com movimentos fceis deentender.

    Como no sabia falar direito, o menino balbuciava expresses complicadas, repetia as slabas, imitavaos berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na caatinga, roando-se. Agoratinha tido a idia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de sinhTerta. Ia decor-la e transmiti-la ao irmo e cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmo seadmiraria, invejoso.

    Inferno, inferno.

    Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 55-60. (com cortes).

    Enxotado pela me e sem compreender o significado da palavra inferno, o menino mais velho sente-setriste. Podemos concluir que

    . a dificuldade de relacionar-se com os adultos leva o menino a se aproximar da natureza,o que o afasta, ainda mais, do domnio da linguagem.I. os problemas com sinh Vitria foram uma exceo, porque o menino demonstra teruma boa capacidade de comunicao.II. a curiosidade infantil que conduz ao aprendizado substituda pelo silncio em umprocesso educativo caracterizado pelo mau uso do poder e pela dor.

    Esto corretas

    A) apenas I e II. B) apenas II e III. C) apenas I e III. D) I, II e III.

    33. Considere os textos abaixo e responda questo:

    Texto I

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    Fonte: Disponvel em: .Acesso em: 25 ago. 2008.

    Texto IIO processo produtivo mundial formado por um conjunto de umas 400-450 grandes corporaes (a maioriadelas produtora de automveis e ligada ao petrleo e s comunicaes) que tm seus investimentosespalhados pelos cinco continentes. A nacionalidade delas principalmente americana, japonesa, alem,

    nglesa, francesa, sua, italiana e holandesa. Portanto, pode-se afirmar que os pases que assumiram ocontrole da 1 fase da globalizao (1450-1850), apesar da descolonizao e dos desgastes das duasguerras mundiais, ainda continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado. A razo disso quedetm o monoplio da tecnologia e seus oramentos, estatais e privados.Fonte: BRASIL Escola. Disponvel em:. Acesso em:25 ago. 2008.

    O texto II denuncia que os benefcios da Globalizao ainda esto sob monoplio de um nmero reduzido depases ricos. Pode-se dizer que a charge apresentada como Texto I e tambm intituladaGlobalizao expressa o mesmo ponto de vista; tal afirmao se justifica na charge por meio

    A) da representao do globo com fisionomias humanas.B) do contorno simtrico dos rostos sugerindo uniformidade.C) da ilustrao da rea norte com rostos sorridentes e, da sul, com tristes.D) da inclinao do globo que sugere as mesmas possibilidades para os dois hemisfrios.

    Leia o texto e responda s questes 34 e 35.

    Beleza ancestralEstudo sugere que a evoluo da voz humana comeou h centenas de milhes de anos, quando

    ramos peixes

    RICARDO BONALUME NETODA REPORTAGEM LOCAL

    Ele feio que di, o tipo de peixe que voc encontraria em um pesadelo; no por nada, seu nome vulgar peixe-sapo. Mas ele tem seu lado romntico, pois entoa um "canto" para atrair a fmea.

    Uma das espcies do animal inclui um macho ainda mais atencioso, que se compromete a tomar contados ovos fertilizados. (Fmeas adoram compromisso.) Em contexto de agresso, como defesa de territrio,macho e fmea grunhem.

    Se sua beleza visual no um grande atrativo, pelo menos o peixe-sapo atrai os cientistas pelo som. Aoestudar o sistema nervoso de larvas de trs espcies de peixe-sapo, bilogos verificaram que o circuitonervoso necessrio para essas vocalizaes semelhante ao de outros vertebrados mais complexos, comoaves e mamferos, incluindo os humanos.

    Trocando em palavras, a origem da fala surgiu na evoluo biolgica com os peixes, bem antes de osanimais comearem a andar em terra firme. O ancestral de todos os cantores de hoje estava nadando haviacentenas de milhes de anos.Fala que eu te escuto

    Para os humanos, a laringe e o ar dos pulmes so essenciais para a criao da fala. Para os peixes,os sons vm do ar dentro de um rgo especializado, a bexiga natatria, que ajuda o peixe a controlar a

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    profundidade de natao. Os msculos ligados a ela podem ser ativados pelo circuito no crebro paraproduzir sons primitivos - basicamente zumbidos e grunhidos sem muita variao.

    O peixe-sapo Porichthys notatus conhecido popularmente nos EUA como "mid-shipman" (guarda-marinha, em ingls), nome que certamente no deve agradar a esses cadetes navais, pois trata-se de outropeixe bem feio.

    Fonte: BONALUME NETO, Ricardo. Beleza ancestral. Folha de S. Paulo, So Paulo, 20 jul. 2008. Mais!

    34. Considerando as principais informaes do texto, correto afirmar que o ttulo faz referncia

    A) ao interesse que a antiga capacidade de vocalizao dos peixes assume no estudo da origem da fala noshumanos.B) importncia primordial que a emisso de sons possui no processo de fertilizao dos ovos pelos peixesmachos.C) primitiva funo de defesa que a aparncia dos peixes garante h centenas de milhes de anos.D) ao original poder de atrao que os zumbidos e grunhidos dos peixes tiveram em um passado distante.

    35. Sobre as caractersticas fsicas dos animais utilizados no estudo a que se refere o texto, corretoafirmar que

    A) sua aparncia visual semelhante de outros vertebrados mais complexos, como aves emamferos.

    B) neles os rgos do sistema respiratrio, como laringe e pulmes, so essenciais para a produo dossons.C) neles os msculos ligados bexiga natatria so ativados para produzir sons pouco variados.D) sua capacidade de produzir vocalizaes advm de seu singular circuito nervoso, adequado para asguas escuras.

    36. Leia o texto e responda questo.

    Triste fim de Policarpo QuaresmaQuaresma era um homem pequeno, magro, que usavapince-nez1, olhava sempre baixo, mas, quando

    fixava algum ou alguma coisa, os seus olhos tomavam, por detrs das lentes, um forte brilho de penetrao,

    e era como se ele quisesse ir alma da pessoa ou da coisa que fixava.Contudo, sempre os trazia baixos, como se se guiasse pela ponta do cavanhaque que lhe enfeitava oqueixo. Vestia-se sempre de fraque, preto, azul, ou de cinza, de pano listrado, mas sempre de fraque, e erararo que no se cobrisse com uma cartola de abas curtas e muito alta, feita segundo um figurino antigo deque ele sabia com preciso a poca.

    Quando entrou em casa, naquele dia, foi a irm quem lhe abriu a porta, perguntando:- Janta j?- Ainda no. Espere um pouco o Ricardo que vem jantar hoje conosco.

    - Policarpo, voc precisa tomar juzo. Um homem de idade, com posio respeitvel, como voc ,andar metido com esse seresteiro, um quase capadcio no bonito!O major descansou o chapu-de-sol um antigo chapu-de-sol, com a haste inteiramente de madeira, e um

    cabo de volta, incrustado de pequenos losangos de madreprola e respondeu:- Mas voc est muito enganada, mana. preconceito supor-se que todo homem que toca violo um desclassificado. A modinha a mais genuna expresso da poesia nacional e o violo o instrumentoque ela pede. Ns que temos abandonado o gnero, mas ele j esteve em honra, em Lisboa, no sculopassado, com o Padre Caldas, que teve um auditrio de fidalgas. Beckford, um ingls notvel, muito o elogia.

    - Mas isso foi em outro tempo; agora...- Que tem isso, Adelaide? Convm que ns no deixemos morrer as nossas tradies, os usos

    genuinamente nacionais...- Bem, Policarpo, eu no quero contrariar voc; continue l com suas manias.

    Fonte: BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. So Paulo: Abril, [2001?]. p.17.

    No trecho de Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, h uma seqncia de fatos ocorridos numcurto espao de tempo, entre o Major Quaresma e sua irm. Pode-se afirmar que os episdios principais dotrecho, em uma seqncia lgica, so:

    A) o convite do Major para um amigo jantar em sua casa e a discusso acerca da roupa do Major.B) a informao do Major sobre o Padre Caldas, em Lisboa, e a chegada de Quaresma em casa.

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    C) a opinio da irm acerca do convite feito pelo Major para Ricardo e a explicao a respeito do gneromodinha.D) a discusso entre os irmos acerca da profisso de seresteiro e a irm perguntando se poderia servir oantar.

    Leia o texto e responda s questes 37, 38 e 39.

    Tio (a Otvio) Eu queria convers com o senhor!Otvio Comigo?Tio (Firme) .

    Otvio Minha gente, vocs querem d um pulo l fora, esse rapaz quer convers comigo. /.../.Obrigado! (Saem. Tio e Otvio ficam a ss) Bem, pode fal.Tio Papai...Otvio Me desculpe, mas seu pai ainda no chegou. Ele deixou um recado comigo, mandou diz pra vocque ficou muito admirado, que se enganou. E pediu pra voc tom outro rumo, porque essa no casa defura-greve!Tio Eu vinha me despedir e dizer s uma coisa: no foi por covardia!Otvio Seu pai me falou sobre isso. Ele tambm procura acredit que num foi por covardia.Ele acha que voc at que teve peito. Furou a greve e disse pra todo mundo, no fez segredo./.../. Ele acha, o seu pai, que voc ainda mais filho da me! Que voc um traid dos seus companheiros eda sua classe, mas um traid que pensa que t certo! No um traid por covardia, um traid por convico!

    Tio Eu queria que o senhor desse um recado a meu pai...Otvio V dizendo.Tio Que o filho dele no um filho da me. Que o filho dele gosta de sua gente, mas que o filho deletinha um problema e quis resolv esse problema de maneira mais segura. Que o filho um homem que querbem!Otvio Seu pai vai fic irritado com esse recado, mas eu digo. Seu pai tem outro recado pra voc. Seu paiacha que a culpa de pens desse jeito no sua s. Seu pai acha que tem culpa...Tio Diga a meu pai que ele no tem culpa nenhuma.Otvio (Perdendo o controle) Se eu te tivesse educado mais firme, se te tivesse mostrado melhor o que avida, tu no pensaria em no ter confiana na tua gente...

    Fonte: GUARNIERI. Gianfrancesco. Eles no usam black-tie. In: CENAS de intolerncia. So Paulo: tica, 2007, p. 81- 82. (Coleo

    quero ler. Teatro).

    37. O autor opta por grafar de modo diferenciado as formas dos verbos no infinitivo (como convers, fal,diz, tom, pens...) porque

    A) imitando um modo mais popular de falar, quer sugerir que as personagens tm uma origem socialhumilde.B) reproduzindo uma forma mais apressada de falar, quer explicitar que as personagens esto muitorritadas.C) registrando um jeito mais culto de escrever, quer marcar a diferena de classes entre as personagens.D) inventando uma variao mais criativa de escrita, quer acentuar o carter fictcio das personagens.

    38. Os trechos do texto que melhor denunciam o real vnculo familiar que liga os dois personagens so

    A) a primeira fala de Tio e a segunda fala de Otvio.B) a quinta fala de Tio e a terceira fala de Otvio.C) a ltima fala de Tio e a penltima fala de Otvio.D) a terceira fala de Tio e a ltima fala de Otvio.

    39. Considerando as falas e atitudes dos personagens, correto afirmar que o principal motivo dadiscusso entre eles

    A) a disputa de poder entre dois lderes comunitrios que fazem parte de classes sociais diferentes.B) o conflito de geraes entre dois parentes que tm posies ideolgicas diferentes.C) a crise de cimes entre dois companheiros que querem bem a uma mesma pessoa.D) o excesso de desconfiana entre dois operrios que esto do mesmo lado em um movimentotrabalhista.

    40. Leia o poema a seguir e responda questo.NAMORO A CAVALO Eu moro em Catumbi: mas a desgraa,

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    Que rege minha vida malfadada,Ps l no fim da rua do CateteA minha Dulcinia namorada.

    Alugo (trs mil ris) por uma tardeUm cavalo de trote (que esparrela!)S para erguer meus olhos suspirandoA minha namorada na janela...

    Todo o meu ordenado vai-se em flores

    E em lindas folhas de papel bordado...Onde eu escrevo trmulo, amoroso,Algum verso bonito... mas furtado.

    Morro pela menina, junto delaNem ouso suspirar de acanhamento...Se ela quisesse eu acabava a histriaComo toda a comdia em casamento...

    Ontem tinha chovido... Que desgraa!Eu ia a trote ingls ardendo em chama,

    Mas l vai seno quando... uma carroaMinhas roupas tafuis encheu de lama...

    Eu no desanimei. Se Dom QuixoteNo Rocinante erguendo a larga espadaNunca voltou de medo, eu, mais valente,Fui mesmo sujo ver a namorada...

    Mas eis que no passar pelo sobrado,Onde habita nas lojas minha bela,Por ver-me to lodoso ela irritadaBateu-me sobre as ventas a janela...

    O cavalo ignorante de namoro,Entre dentes tomou a bofetada,Arrepia-se, pula e d-me um tomboCom pernas para o ar, sobre a calada...Dei ao diabo os namoros. EscovadoMeu chapu que sofrera no pagode...

    Dei de pernas corrido e cabisbaixoE berrando de raiva como um bode.Circunstncia agravante. A cala inglesaRasgou-se no cair de meio a meio,

    O sangue pelas ventas me corriaEm paga do amoroso devaneio!...

    Fonte: AZEVEDO, lvares de. Namoro a cavalo. In: ______. Poesias completas: lira dos vinte anos. So Paulo:Saraiva, 1962. p.229-230.

    O poema possui traos narrativos: apresenta a tentativa de um encontro amoroso que, de to desastrosa,torna-se engraada. Assinale a alternativa que apresenta, na ordem, os imprevistos do evento:

    A) Fecha-se a janela, tomba o cavalo, rasga-se a cala, suja-se a roupa.B) Tomba o cavalo, fecha-se a janela, suja-se a roupa, rasga-se a cala.C) Rasga-se a cala, suja-se a roupa, fecha-se a janela, tomba o cavalo.

    D) Suja-se a roupa, fecha-se a janela, tomba o cavalo, rasga-se a cala.

    41. Leia com ateno a letra de msica a seguir para responder questo.De mais ningumSe ela me deixou, a dor minha s, no de mais ningumAos outros eu devolvo a d,Eu tenho a minha dor

    Se ela preferiu ficar sozinha,Ou j tem um outro bem.Se ela me deixou a dor minha,A dor de quem tem.

    meu trofu, o que restou, o que me aquece sem me dar calorSe eu no tenho o meu amor,Eu tenho a minha dor.

    A sala, o quarto, a casa est vazia,A cozinha, o corredorSe nos meus braos ela no se aninha,A dor minha.

    Fonte: ANTUNES, Arnaldo; MONTE, Marisa. De mais ningum. Disponvel em:. Acesso em: 13 ago. 2008.

    dentifique, dos excertos de poemas abaixo, aquele que mais se aproxima do tema do abandono amoroso talcomo tratado na letra de msica:

    A) Se os que me viram j cheia de graa

    Olharem bem de frente para mim,Talvez, cheios de dor, digam assim:"J ela velha! Como o tempo passa"!...Florbela Espanca)

    B) Que estranho caso de amorQue desejado tormento!

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    Que venho a ser avarentoDas dores da minha dor.Por no se tomar pior,Se se sabe ou se sente,No [n]a digo a toda a gente.Lus de Cames)

    C) Depois, tudo estar perfeito;praia lisa, guas ordenadas,meus olhos secos como pedras

    e as minhas duas mos quebradas.Ceclia Meireles)

    D) ela! ela! murmurei tremendo,e o eco ao longe murmurou ela!Eu a vi... minha fada area e pura a minha lavadeira nalvares de Azevedo)

    42. Leia o texto para responder questo.lmo. Sr. Delegado da Delegacia Regional do Trabalho de So Paulo

    ..(empresa)... estabelecida nesta Capital, no bairro de ..., Rua ... n ..., vem mui respeitosamentesolicitar a V. Sa. que se digne registrar o presente Contrato de Aprendizagem, do(a) menor ..., nesteato devidamente assistido(a) por seu representante legal, Sr(a) ..., para o qual prestamos as seguintesnformaes:1. Certificado - Decreto n 31.546/52, expedido pelo SENAI:- n ...- validade at: .../.../...- expedida em: .../.../..2. Os programas de aprendizagem fornecidos pelo SENAI, correspondentes a cada uma das funes, queconstam dos contratos anexos, foram expedidos respectivamente em: .../.../... .3. Total de empregados na empresa: ...

    Quantidade de menores: ... (com contratos de aprendizagem)Funes que demandam aprendizagem: ...4. Menores matriculados na escola SENAI: ...5. ltimo requerimento - data: .../.../...Termos em que,P. Deferimento.(local, data, carimbo e assinatura).

    Fonte: CONTRATO de aprendizagem para menores de idade. Disponvel em: . Acesso em: 11 ago. 2008.

    Considerando-se o uso dos pronomes de tratamento, pode-se dizer que o texto dirigido para

    A) o responsvel da Delegacia Regional do Trabalho.B) a empresa do Senai.C) os menores matriculados na escola SENAI.D) os empregados de uma empresa.

    43. Leia os textos para responder questo.Considere os textos a seguir. O primeiro um fragmento de uma cano ainda atual do compositor RenatoRusso e, o segundo, uma estrofe de um poema de Toms Antnio Gonzaga, poeta que viveu no sculoXVIII:

    Texto I:Mudaram as estaes, nada mudouMas eu sei que alguma coisa aconteceuT tudo assim, to diferenteSe lembra quando a gente chegou um dia aacreditarQue tudo era pra sempre sem saber que pra

    sempre sempre acaba...

    Fonte: RUSSO, Renato. Por enquanto. (fragmento).Disponvel em:. Acesso em: 25 ago. 2008.

    Texto II:Ornemos nossas testas com as flores,e faamos de feno um brando leito;

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    prendamo-nos, Marlia, em lao estreito,gozemos do prazer de sos amores.Sobre as nossas cabeas,Sem que o possam deter, o tempo corre;E para ns o tempo que se passa

    Tambm, Marlia, morre

    Fonte: GONZAGA, Toms Antnio. Poesias e cartaschilenas. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1957.p. 63.

    Os dois textos, apesar de compostos em pocas e por autores diferentes, possuem um tema comum. Pode-se dizer que nos dois:

    A) enfatiza-se a passagem incontrolvel do tempo.

    B) ressaltam-se os aspectos positivos e felizes da vida.C) h uma recusa em aceitar a passagem do tempo.D) h um relato das mudanas que ocorrem com o tempo na natureza.

    Leia o texto e responda questo 44 e 45.

    Era rica e formosa.Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. No a conheciam; e logo

    buscaram todos com avidez informaes acerca da grande novidade do dia.Dizia-se muita coisa que no repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os

    comentrios malvolos de que usa vesti-la os noveleiros.

    Aurlia era rf; tinha em sua companhia uma velha parenta, viva, D. Firmina Mascarenhas, quesempre a acompanhava na sociedade.Mas essa parenta no passava de me de encomenda, para condescender com os escrpulos da

    sociedade brasileira, que naquele tempo no tinha admitido ainda certa emancipao feminina.A convico geral era que o futuro da moa dependia exclusivamente de suas inclinaes ou de seu

    capricho; e por isso todas as adoraes se iam prostrar aos prprios ps do dolo.Assaltada por uma turba de pretendentes que a disputavam como o prmio da vitria, Aurlia, com

    sagacidade admirvel em sua idade, avaliou da situao difcil em que se achava, e dos perigos que aameaavam.

    FONTE: ALENCAR, Jos de. Senhora. So Paulo: Moderna, 1993. p. 19-20. (excerto).

    44. A regra geral da colocao pronominal em lngua portuguesa a de que um pronome oblquo sejaempregado aps o verbo; no entanto, havendo uma palavra atrativa, o pronome deve anteced-lo.Compare os seguintes perodos do texto:

    - O universo torna-se um lugar escuro e frioI - O universo tambm se torna escuro e frio

    O que determina a anteposio do pronome ao verbo em II

    A) o fato de o verbo estar conjugado no presente.

    B) a necessidade de distanciar o som /s/ de universo e escuro na frase.C) a determinao do sujeito pelo artigo o, palavra atrativa de pronome.D) a presena do advrbio tambm como palavra atrativa.

    45. O narrador de um texto uma inveno do autor, apresenta uma perspectiva especfica que orientaa prpria leitura. Sobre o narrador do texto lido podemos inferir que

    A) apesar de esforar-se por parecer objetivo e desapaixonado, revela sua simpatia e predileo por Aurliaem expresses como sem os comentrios maldosos e com sagacidade admirvel em sua idade.B) como personagem importante na narrativa, fala principalmente a partir de conhecimentos incompletos,por isso no sabe tudo aquilo que se falava de Aurlia pelas costas.

    C) demonstra seu mal-estar pela atitude leviana de Aurlia, de quem todos falavam mal porque no obedecianunca sua tutora, a D. Firmina, como se v em essa parenta no passava de me de encomenda.D) consegue manter-se, ao longo de toda a narrativa, completamente neutro e objetivo, como deesperar em um narrador onisciente em terceira pessoa.

    46. Considere o fragmento a seguir para responder questo.

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    Os infelizes clculos da felicidadeMia Couto

    O homem da histria chamado Julio Novesfora. Noutras falas, o mestre Novesfora. Homem bastantematemtico, vivendo na quantidade exacta, morando sempre no acertado lugar. O mundo, para ele, estavaposto em equao de infinito grau. Qualquer situao lhe algebrava o pensamento. Integrais, derivadas,matrizes para tudo existia a devida frmula. A maior parte das vezes mesmo ele nem incomodava osneurnios:

    conta que se faz sem cabea.Doseava o corao em aplicaes regradas, reduzida a paixo ao seu equivalente numrico.

    Amores, mulheres, filhos, tudo isso era hiptese nula. O sentimento, dizia ele, no tem logaritmo. Por isso,

    nem se justifica a sua equao. Desde menino se abstivera de afetos. Do ponto de vista da lgebra, dizia, aternura um absurdo. Como o zero negativo. Vocs vejam, dizia ele aos alunos, a erva no se enerva,mesmo sabendo-se acabada em ruminagem de boi. E a cobra morde sem dio. s o justo praticar dadentadura injetvel dela. Na natureza no se concebe sentimento. Assim, a vida prosseguia e JulioNovesfora era nela um aguarda-factos. Certa vez, porm, o mestre se apaixonou por uma aluna, menina dencorreta idade; toda a gente advertia essa menina mais que nova, no d para si.

    Faa as contas mestre.Mas o mestre j perdera o clculo. [...]

    Fonte: COUTO, Mia.Os infelizes clculos da felicidade. Luar de Outono, [s.l., s.d.]. Disponvel em:. Acesso em: 25 ago. 2008.

    O trecho apresenta a personagem central do conto: o mestre Novesfera. Dentre as expresses utilizadaspara caracterizar a personagem, est Qualquer situao lhe algebrava o pensamento. O verbo algebrarno dicionarizado, ou seja, foi criado nesse texto, para uso especfico do autor. Podemos dizer que anveno dessa palavra

    A) revela a profisso da personagem: professor de matemtica.B) demonstra sua facilidade de realizar clculos.C) enfatiza seu modo sistemtico de ler a vida.D) um neologismo que em nada reala o carter da personagem.

    47. Leia o texto para responder questo.

    A soluo sem fioAs cidades que democratizaram o acesso internet registraram melhora significativa nos ndices

    oficiais de educao. Por Cynara Menezes

    At que ponto a internet pode influir como ferramenta educativa? Especialistas acreditam que falta umongo caminho para a rede se tornar um instrumento eficiente de extenso educao formal, mas o fato que, nas cidades onde o acesso foi democratizado, houve melhoras nos ndices de ensino oficiais. Em SudMennucci, por exemplo, municpio de 7,7 mil habitantes a 614 quilmetros de So Paulo, o analfabetismocaiu metade desde que a conexo de internet sem fio foi instalada, h cinco anos.

    Sud Mennucci foi pioneira no Pas a disponibilizar o acesso Wi-Fi (sem fio) para todos os seusmoradores em 2003. Em 2001, 14% dos moradores eram analfabetos. Atualmente so 7,25%. O municpiofoi includo numa restrita lista de 37 cidades do Pas em que o MEC avalia a razo do sucesso de prticaseducacionais. Os ndices podem ser atribudos tambm ao fato de o acesso rede ter mudado hbitos dapopulao, como o de freqentar mais a biblioteca, onde h computadores disponveis a todos.

    Em Carlpolis, no Paran, onde h rede Wi-Fi para os habitantes desde o ano passado, umafazenda-escola foi criada recentemente com o objetivo de fazer a internet chegar tambm aos agricultores eseus filhos.

    H quase trs anos, em Quissam, no estado do Rio de Janeiro, os cerca de 15 mil habitantespassaram a ter acesso Web por meio da conexo sem fio. A prefeitura instalou telecentros nos bairros maispopulosos e nas zonas rurais, os Quissanets, de uso liberado, mas com algumas regras: sites porns nopodem ser acessados.

    Fonte: MENEZES, Cynara. A soluo sem fio. Carta Capital, So Paulo, p. 33, 13 ago. 2008. (adaptado).

    Assinale a opo que apresenta respectivamente uma idia central e uma secundria extradas dospargrafos.

    A) A melhora nos ndices educacionais tem coincidido em vrios lugares com a democratizao danternet/ a rede ainda no pode ser considerada um instrumento eficiente na educao formal.

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    B) Em Sud Mennucci, a populao tem freqentado mais a biblioteca/o analfabetismo foi reduzido de 14%para 7,25%, em 2001.C) Em Carlpolis, no Paran, h rede Wi-Fi, (Wireless Fidelity, a internet sem fio) desde o ano passado/ foicriada uma fazenda-escola para que os agricultores e seus filhos acessem a internet.D) A prefeitura de Quissam, no Rio de Janeiro impe algumas regras para o acesso internet nostelecentros/ h quase trs anos, os cerca de 15 mil habitantes tm acesso Web por conexo sem fio.

    48. Leia o texto para responder questo.O Novo ManifestoLima Barreto

    Eu tambm sou candidato a deputado. Nada mais justo. Primeiro: eu no pretendo fazer coisa algumapela Ptria, pela famlia, pela humanidade. Um deputado que quisesse fazer qualquer coisa dessas, ver-se-iabambo, pois teria, certamente, os duzentos e tanto espritos dos seus colegas contra ele.

    Contra as suas idias levantar-se-iam duas centenas de pessoas do mais profundo bom senso. Assim,para poder fazer alguma coisa til, no farei coisa alguma, a no ser receber o subsdio. Eis a em que vaiconsistir o mximo da minha ao parlamentar, caso o preclaro eleitorado sufrague o meu nome nas urnas.

    Recebendo os trs contos mensais, darei mais conforto mulher e aos filhos, ficando mais generosonas facadas aos amigos. Desde que minha mulher e os meus filhos passem melhor de cama, mesa eroupas, a humanidade ganha. Ganha, porque, sendo eles parcelas da humanidade, a sua situaomelhorando, essa melhoria reflete sobre o todo de que fazem parte.

    Concordaro os nossos leitores e provveis eleitores, que o meu propsito lgico e as razesapontadas para justificar a minha candidatura so bastante ponderosas. De resto, acresce que nada sei dahistria social, poltica e intelectual do pas; que nada sei da sua geografia; que nada entendo de cinciassociais e prximas, para que o nobre eleitorado veja bem que vou dar um excelente deputado.

    Razes to poderosas e justas, creio, at agora, nenhum candidato apresentou, e espero daclarividncia dos homens livres e orientados o sufrgio do meu humilde nome, para ocupar uma cadeira dedeputado, por qualquer Estado, provncia ou emirado, porque, nesse ponto, no fao questo alguma.

    s urnas.Fonte: BARRETO, Lima. O novo manifesto. In: TUFANO, Douglas.Antologia da crnica brasileira: de Machado de Assis a LourenoDiafria. So Paulo: Moderna, 2005. p. 56-58.

    O texto da apresentao de um candidato ao exerccio do servio pblico. Podemos dizer que nesse

    texto h uma implcita ironia, justificada

    A) em todo o texto, pois o autor d diversos exemplos que satirizam e generalizam o comportamento eobjetivos de um poltico ftil e vaidoso.B) no incio do texto, quando o autor afirma que os polticos no se interessam pelo bem pblico.C) logo no incio do texto, pois o autor insinua atravs de seu manifesto bem escrito que um deputado s semporta com seu subsdio (salrio).D) no final do texto, pois o autor demonstra total descompromisso com a comunidade local e ainda desejacandidatar-se a um cargo pblico.

    49. Leia o poema e responda questo.

    A CRISTANDADEPadre acar,Que estais no cuDa monocultura,SantificadoSeja o nosso lucro,Venha a ns o vosso reinoDe lbricas mulatasE ldimas patacas,Seja feitaA vossa vontade,Assim na casa-grandeComo na senzala.

    O ouro nossoDe cada diaNos dai hojeE perdoai nossas dvidasAssim como perdoamosO escravo faltosoDepois de puni-lo.No nos deixeis cair em tentaoDe liberalismo,Mas livrai-nos de todoRemorso, amm.

    Fonte: PAES, Jos Paulo. A cristandade. In: ______. Melhores poemas. So Paulo: Global, 1998. p. 88. (Nova cartaschilenas).Considerando o sentido geral do poema, correto afirmar que nele

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    A) um escravo punido insurge-se contra o sistema escravista, rogando que seus proprietrios sejam punidose cobrando o que lhe devem.B) um padre, representante da cristandade oficial, roga agradecendo ao reino pela parte que tem lhe cabidono sistema monocultor de acar.C) um proprietrio de terras e escravos reconhece as vantagens que o sistema lhe traz, rogando para que osprivilgios se mantenham.D) um senhor de escravos liberal, com remorso, roga para ser perdoado pelos lucros e dvidas adquiridos nosistema de casa-grande e senzala.

    50. Leia os textos para responder questo.

    Texto 1Versos ntimosAugusto dos AnjosVs! Ningum assistiu ao formidvelEnterro de tua ltima quimera.Somente a Ingratido - esta pantera -Foi tua companheira inseparvel!Acostuma-te lama que te espera!O Homem, que, nesta terra miservel,Mora, entre feras, sente inevitvelNecessidade de tambm ser fera.

    Toma um fsforo. Acende teu cigarro!O beijo, amigo, a vspera do escarro,A mo que afaga a mesma que apedreja.Se a algum causa inda pena a tua chaga,Apedreja essa mo vil que te afaga,Escarra nessa boca que te beija!

    Fonte: ANJOS, Augusto dos. Versos ntimos. In:MORICONI,talo. Os cem melhores poemas brasileiros do sculo. Rio deJaneiro: Objetiva, 2001, p. 61.

    Texto 2Charles Darwin (1809 1882) defendeu a teoria da evoluo das espcies segundo a qual os seres vivoslutam pela sobrevivncia e o vencedor a espcie melhor adaptada ao ambiente. Os mais aptos eadaptados ao meio em que vivem tm mais filhos e uma vida mais Longa

    Comparando o poema Versos ntimos, de Augusto dos Anjos (1884-1914) com as idias evolucionistas deDarwin, podemos afirmar que o eu-lrico defende

    A) uma viso espiritual do ser humano que, ao se perceber na lama e sem qualquer possibilidade deevoluo, apenas pode voltar-se para Deus.B) uma viso otimista do ser humano, segundo a qual gradualmente nos tornamos pessoas melhores atsairmos da lama e nos tornarmos como panterasC) uma viso pessimista do ser humano, comparando a vida em sociedade luta sem princpios morais domais apto pela sobrevivncia.D) uma viso prepotente do ser humano, considerado uma espcie superior s demais e, portanto, nosujeita s leis da evoluo das espcies.

    51. Leia o poema para responder questo.DA MORTE IV

    Vinda do fundo, luzindoOu atadura, escondendo

    Vindo escuraOu pegajosa lambendoVinda do altoOu das ferradurasMemoriosa se dizendoCalada ou novaVinda da coitadezOu rgia numas escadasSubindoAmadaTorpe

    EsquivaBem-vinda.

    Fonte: HILST, Hilda. Da morte IV. In: ______. Da morte: odes mnimas. So Paulo: Nankin, 1998. p. 31.

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    Anttese um recurso expressivo que consiste em apresentar, em um mesmo texto, palavras de sentidocontrrio. No poema de Hilda Hilst, antteses so usadas para retratar a morte como algo formado poropostos. o que ocorre com o par de palavras:

    A) fundo/alto. B) calada/nova. C) amada/bem-vinda. D) atadura/ferraduras.

    52. Leia os textos para responder questo.Texto 1

    O ato de divulgar como laboratrio de formaopor Chris Bueno e Susana Dias

    Divulgao cientfica. Em torno desta expresso movimentam-se coisas muito distintas. Associadadurante muito tempo ignorncia da populao sobre as questes relacionadas s cincias, a divulgaocientfica ganhou conotao de alfabetizao e popularizao e conferiu poder a um modelo de produo ecirculao do conhecimento conhecido como dficit model, amplamente criticado por socilogos e filsofosda cincia como ingls Bryan Wynne, o norteamericano Stephen Turner e o francs Jacques Testart, quedentificam, nesse modelo, problemas para a democratizao das decises ligadas s cincias e tecnologias.

    Entretanto, como mostra o professor Carlos Vogt, coordenador do Labjor e editor-chefe daComCincia, na entrevista que abre esta edio comemorativa, o conceito de divulgao cientfica foi setransformando: de uma noo centrada apenas no acesso informao, para uma divulgao que privilegiaa formao do cidado: no sentido que ele possa ter opinies e uma crtica de todo processo envolvido naproduo do conhecimento cientfico com sua circulao e assim por diante. Esse um conceito relacionado cultura cientfica que modifica os modos de fazer e pensar a prpria divulgao, analisa Vogt.Fonte: BUENO, Chris; DIAS, Susana. O ato de divulgar como laboratrio de formao. Com Cincia: revista eletrnicade jornalismo cientfico. So Paulo, 10 jul. 2008. (excerto). Disponvel em:. Acesso em: 3 nov. 2008.

    Texto 2DIVULGAO substantivo femininoato, processo ou efeito de tornar pblica alguma coisa; difuso, propagao, vulgarizao.

    Fonte: HOUAISS, Antnio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionrio Houaiss dalnguaportuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Disponvel em:. Acesso em: 3 nov. 2008.

    O artigo de Chris Bueno e Susana Dias mostra-nos que o termo divulgao, dentro dos estudos cientficos,no significa apenasprocesso ou efeito de tornar pblica alguma coisa. O texto mostra-nosque no campo da Cincia, a palavra divulgao

    A) alterou o seu sentido: inicialmente centrada no acesso informao, passa a privilegiar a formao docidado, visando a que ele possa ter opinies e uma crtica do processo de produo do conhecimentocientfico.B) permanece com o mesmo sentido voltado para o acesso informao, significando alfabetizao epopularizao, o que dificulta a democratizao das decises ligadas s cincias e tecnologias.C) no mantm o sentido original: de um termo vago que visava formao do cidado crtico passa a

    privilegiar a alfabetizao do leitor em termos cientficos.D) preserva o mesmo sentido de sempre, isto , alfabetizao e popularizao, como se nota tambm nodicionrio. Isso natural porque as palavras nunca mudam o seu significado.

    53. Boa-noiteCastro Alves

    Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora.A lua nas janelas bate em cheio.Boa-noite, Maria! tarde... tarde...No me apertes assim contra teu seio.Boa-noite!... E tu dizes Boa-noite.Mas no digas assim por entre beijos...Mas no mo digas descobrindo o peito Mar de amor onde vagam meus desejos.Julieta do cu! Ouve... a calhandraJ rumoreja o canto da matina.Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira...... Quem cantou foi teu hlito, divina!Se estrela-d'alva os derradeiros raios

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    Derrama nos jardins do Capuleto,Eu direi, me esquecendo d'alvorada:" noite ainda em teu cabelo preto..."

    Fonte: ALVES, Castro. Boa-noite. In: ______. Espumas flutuantes. Rio de Janeiro: Edies de Ouro, [s.d.]. p. 67-68.

    As reticncias so, na escrita, a sequncia de trs pontos: .... Indicam um pensamento ou idia que ficoupor terminar. Desse modo, sugerem esquecimento, descuido, hesitao ou omisso, como algo que podiaser escrito, mas que no o foi.No poema, Boa-noite, recorrente o uso das reticncias. Esse fato permite reforar as seguintesdias presentes no texto:

    . O eu-lrico no deseja partir e espera que ocorra algo repentino que o impea de irembora.I. O eu-lrico no consegue se concentrar completamente no que est dizendo para aMaria.II. O eu-lrico est com tanta pressa de ir embora que no tem tempo para completar adespedida.

    Levando-se em conta as idias apresentadas, possvel dizer que esto corretas, apenas:

    A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) III.

    54. Leia o texto para responder questo.O texto a seguir a letra de uma cano que narra a histria de um boiadeiro.DisparadaGeraldo Vandr e Theo de BarrosPrepare o seu coraoPrs coisasQue eu vou contarEu venho l do sertoE posso no lhe agradar...

    Aprendi a dizer noVer a morte sem chorar

    E a morte, o destino, tudoEstava fora do lugarEu vivo pr consertar...

    Na boiada j fui boiMas um dia me monteiNo por um motivo meuOu de quem comigo houvesseQue qualquer querer tivessePorm por necessidadeDo dono de uma boiada

    Cujo vaqueiro morreu...

    Boiadeiro muito tempoLao firme e brao forteMuito gado, muita gentePela vida segurei

    Seguia como num sonhoE boiadeiro era um rei...

    Mas o mundo foi rodandoNas patas do meu cavaloE nos sonhosQue fui sonhandoAs vises se clareando

    As vises se clareandoAt que um dia acordei...

    Ento no pude seguirValente em lugar tenenteE dono de gado e gentePorque gado a gente marcaTange, ferra, engorda e mataMas com gente diferente...

    Se voc no concordar

    No posso me desculparNo canto pr enganarVou pegar minha violaVou deixar voc de ladoVou cantar noutro lugar

    Fonte: VANDR, Geraldo; BARROS, Theo de. Disparada. Disponvel em: . Acessoem: 18 ago. 2008.

    Segundo o eu-potico, houve um momento em que sua vida de boiadeiro, vida de rei, tomou outrorumo. Identifique os versos que revelam o processo de tal mudana:

    A) Eu venho l do serto/ E posso no lhe agradarB) A morte e o destino, tudo/ Estava fora do lugarC) E nos sonhos / Que fui sonhando / As vises se clareandoD) Vou pegar minha viola/ Vou deixar voc de lado/ Vou cantar noutro lugar

    Leia o texto para responder s questes 55 e 56.

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    Evoluo de Rufus satisfaz cavaleiroDO ENVIADO A HONG KONG

    O campeo olmpico Rodrigo Pessoa, 35, saiu da prova de ontem espantado com um trecho do percurso. Ediz que espera mais dificuldade nas prximas provas. Ele elogiou a conduta de Rufus, cavalo que, esperaele, consiga substituir o aposentado Baloubet du Rouet. (LF)

    FOLHA - Voc foi um dos quatro a zerarem o percurso. O que achou disso?RODRIGO PESSOA - J esperava um percurso bem difcil. Vimos muitas faltas no obstculo do rio, e

    eu no esperava nada muito diferente disso em termos de dificuldade. Meu cavalo se apresentou

    muito bem, seguro. Mas foi uma pista exigente para todos. Tive que superar isso.FOLHA - Qual foi o trecho mais duro?PESSOA - O rio, depois de uma curva, fazia tempo que no via. Era o ponto mais complicado e foi

    onde houve mais erros.FOLHA - Rufus pode substituir o Baloubet altura?

    PESSOA - Ele hoje [ontem] foi muito bem, mas difcil comparar com o Baloubet. Estou com estecavalo h um ano e meio e tive que apressar sua preparao para competir no Pan [do Rio], um eventomportante. Ele foi bem l, quando levou o peso de ser minha principal montaria. Apesar de ter tido altos ebaixos, normais no incio de trabalho, h algum tempo ele s evolui. Estou contente com seudesenvolvimento. satisfatrio ter um cavalo desse calibre.

    Fonte: EVOLUO de Rufus satisfaz cavaleiro. Folha de S. Paulo, So Paulo, 18 ago. 2008. Disponvel em:

    . Acesso em: 18 ago. 2008.

    55. Em certo momento da entrevista, Rodrigo Pessoa afirma: Vimos muitas faltas no obstculo do rio.Ao usar a primeira pessoa do plural, para responder a uma pergunta que pedia uma opinio pessoal, oentrevistado

    A) procura solidarizar-se com os co-enunciadores, juntando a sua voz com a do entrevistador, dos colegas e,at, com a dos leitores.B) comete um erro gramatical de concordncia, em relao pergunta feita pelo jornal.C) demonstra insegurana, pois desconsidera que nem todos viram a prova de que ele est falando.D) revela grandeza e majestade, recobertas sob uma aparncia de modstia que no se mantm ao longo do

    texto.56. Com base no texto lido, bem como no seu conhecimento sobre esse gnero textual, pode-se afirmarque so caractersticas da entrevista:. a tentativa de manter o ritmo da conversa no texto escrito.I. os verbos apenas no presente do indicativo.II. uso da norma padro da lngua portuguesa, com algumas adaptaes, de acordo com oentrevistado e o pblico a que se destina o texto.Esto corretasA) apenas I e II. B) apenas II e III. C) apenas I e III. D) I, II e III.

    57. GRAVIDEZDeu para engordar.

    Fonte: ALVES, Cristina. Gravidez. In: FREIRE, Marcelino (Org.). Os cem menores contos brasileiros do sculo. Cotia, SP: Ateli,2004, p. 19.

    O efeito de humor desse mini-conto advm principalmente

    A) do sentido figurado do substantivo gravidez.B) da utilizao incorreta da preposio para.C) da posio invertida do verbo engordar.D) do sentido ambguo do verbo dar.

    58. Leia o poema para responder questo.

    PORQUE ME UFANOA caravela sem vela, testemunhoDe antigos navegantes, ora entreguesAo comrcio de secos e molhados.

    O cadver do bugre, embalsamadoEm trecho de pera e tropo de retrica,

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    Amainado o interesse antropolgico.

    O escravo das senzalas na favelaBatucante, pitoresca, sonorosa,A musa castroalvina estando morta.

    Os mamelucos malucos alistadosNa milcia das fardas amarelas,Para exemplo dos frgeis Fabianos.

    As sotainas jesutas no cabide,

    Cativado o gentio e pleno o cofreEncourado da santa companhia.

    As monjas de Gregrio, to faceiras,Compelidas ao mister destemerosoDe lecionar burguesas donzelonas.

    Sob o signo do Cruzeiro insubornvel,Tendo em conta passados e futuros,Sempre me ufano deste meu pas.

    Fonte: PAES, Jos Paulo. Porque me ufano. In: ______. Novas Cartas Chilenas, So Paulo: Global, 1998, p. 97.

    No poema, h referncia explcita a dois importantes poetas brasileiros. So eles:

    A) Jos de Anchieta e Oswald de Andrade.B) Olavo Bilac e lvares de Azevedo.C) Gonalves Dias e Toms Antnio Gonzaga.D) Castro Alves e Gregrio de Matos.

    59. Leia a propaganda para responder questo.

    Fonte: VOC no faz idia... Nova Escola, So Paulo, ano 23, n. 124, p. 100, ago. 2008.

    O texto publicitrio exemplifica de modo criativo algumas das correes que devero ocorrer a partir de 2009,com a nova reforma ortogrfica. No caso da palavra pra, a correo dever ser feita porque no ser mais

    A) acentuado o ditongo aberto de palavras paroxtonas.B) utilizado o trema nos dgrafos, a no ser em nomes prprios.C) utilizado o acento que diferencia o verbo da preposio.D) acentuada a terceira pessoa do plural do subjuntivo de alguns verbos.

    60. Leia o texto para responder questo.Quando nossas sombras desaparecemComo o dia mostrava-se enfarruscado, ele achou normal que sua sombra tivesse desaparecido. Se bem queno era certeza, precisava esperar um dia de sol. Acontece que uma frente fria vinda da Argentinadescontrolou o tempo. Dias nublados, cu fechado, chuvas ocasionais.Enfim, numa sexta-feira, o dia que ele mais gostava, o sol reapareceu brilhante. Ao sair de casa, eletinha o sol pela frente e andou com medo de olhar para trs. Depois de duas quadras, virou-se. Nada.Nenhuma sombra. Como era possvel? Olhou para os outros, todos tinham a sua sombra. Pareciam felizes.Ningum tinha percebido que ali estava um homem sem sombra. Chamou uma garota com cara deuniversitria, suter amarrada na cintura:- Olhe! Por favor, veja se no tenho mesmo sombra ou se minha vista anda ruim!- O senhor no tem sombra.- Que calamidade!- Por que desespero?- Como posso viver sem sombra?- Quem precisa de sombra? [...]

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    Fonte: BRANDO, Igncio de Loyola. Quando n