revista visão rural

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Edição 12 - Julho e Agosto de 2012

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A Epagri já está operacionali-zando o Programa Terra Boa – Sementes de Milho para a

safra 2012/2013 e os produtores devem procurar os escritórios da empresa, em seus municípios e obterem as autori-zações para retirada das sementes nas cooperativas e lojas conveniadas.

Projeções estão apontando redução da área de cultivo de milho para esta safra, pois as perspectivas para a soja são melhores. Segundo Gilberto Neppel, engenheiro agrônomo da Epagri e res-ponsável regional no Planalto Norte pelas ações da empresa na área de produção de grãos, o preço do milho e a alta dos insumos, principalmente fertilizantes são os principais fatores, somados com a expressiva compra de soja no mercado

futuro, isto é, contratação de soja com preços atrativos, além dos contratos fir-mados com a Ambev, para produção de cevada, que mantém as áreas ocupadas por mais tempo e inviabiliza o plantio do milho tardiamente, fará com que haja redução do plantio do milho.

Por outro lado, informa Neppel, a Epa-gri está incentivando os pequenos pro-dutores, aqueles que não têm estrutura e área para o plantio da soja, a plantarem sementes de milho variedades, pois são materiais com maior resistência, princi-palmente à baixa aplicação de tecnolo-gia por parte dos pequenos produtores. Neppel informa que é estimado que em torno de 50% dos agricultores familiares empregam pouca ou nenhuma tecno-logia no cultivo do milho, contribuindo

para um cenário de baixa produtividade nessas propriedades.

A nova geração de cultivares de milho do tipo varietal, as chamadas “varieda-des de polinização aberta” ou “varieda-des melhoradas”, desenvolvidas predo-minantemente por instituições públicas de pesquisa, apresentam bom potencial produtivo para essas situações.

A Epagri está oferecendo a variedade Colorado, desenvolvida pela empresa e que pode ser obtida nos seus escri-tórios locais, em todos os municípios da região. O engenheiro agrônomo sugere que os produtores conversem com os técnicos com antecedência para encomendarem suas sementes a fim de não procederem ao plantio fora da melhor época.

Epagri planeja safra de milho 2012/2013

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Na região da encosta da serra geral, em Santa Catarina, a cultura orgânica

é incentivada para produção agrícola. Porém, ainda é muito presente o uso de inseticidas para eliminar visitantes indesejáveis na lavou-ra. A segurança da produção vive as margens com fatores de risco a saúde das pessoas e do meio ambiente. Apesar de legal e principal-mente necessário, o uso de agrotóxicos - pro-dutos químicos e biológicos para extermínio de pragas e doenças - pode ser perigoso e causar

graves prejuízos.Compostas com várias substân-

cias químicas, como herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos químicos, os agrotóxicos podem contaminar a água, o solo, flora e fauna. Mais que isso, ele afeta quem manipula e até mesmo o consumi-dor. Não são raros estudos voltados a restringir o uso destes produtos.

De acordo com estudos realizados pelo Centro de Informações Toxicológicos do Hospital Universitário de Florianópolis, o registro de contaminação por agrotóxico só é menor que os de animais peçonhentos como cobras, taturanas e escorpiões. As maiores vítimas são crianças. Geralmente o acesso à embalagem ocorre em seu reuso para brinca-deiras ou armazenagem de produtos ou água, onde os menores naturalmente colocam o objeto na boca.

Em outros casos há registro de presença de agrotóxicos no leite materno, o que poderia causar defeitos genéticos nos bebês nascidos de mães contaminadas, ou mesmo a morte.

Mas, como lidar com esta questão se a agricultura depende de seu uso. Realmente nestes casos o uso dos defensivos se mostra fundamental para garantir a boa colheita, principalmente na região descrita, onde a ati-vidade agrícola é desenvolvida em pequenas propriedades. A colaboração das famílias, porém, pode vir da conscientização.

Não é somente na aplicação do líquido, na plantação, que o manuseio requer cuidados. As embalagens de agrotóxicos também guar-dam inúmeros perigos. Tamanho é o risco que o Governo Federal, sancionou em 2000 a lei no 9974 que regulamenta e determina as responsabilidades para toda a cadeia pro-dutiva, desde o fabricante, o revendedor e o agricultor, seja na pesquisa, produção, venda, manuseio no uso dos agrotóxicos e reciclagem das embalagens.

Nos atendo ao pós-uso deste material, algo que tem preocupado alguns órgãos de apoio à produção e também fiscalizadores. Apesar da regulamentação, ainda é pequena a quan-tidade de embalagens vazias que recebem destinação correta. Isto que, a lei estipula o prazo de 12 meses para que elas retornem para o estabelecimento agropecuário onde foi adquirida para que seja dado o destino

Reciclagem de embalagens ainda aquém do esperado

AGROTÓXICOS

Apesar da regulamentação,

ainda é pequena a quantidade

de embalagens vazias que

recebem destinação correta

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correto. Por falta de interesse, ou, principal-mente de orientação, estas embalagens são deixadas em galpões, jogadas no lixo comum, ou ainda da forma mais perigosa, descartadas na natureza.

O secretário de agricultura de Rio Fortuna, Alexandre Furlaneto Fernandes demonstra preocupação com o problema. “Há aqueles que entregam para as empresas fumageiras, ou mesmo que devolvem ao estabelecimento onde comprou o produto, formas corretas de agir. Mas, ainda é preocupante o número de agricultores que descarta de forma inadequa-da as embalagens o que põe em risco a saúde e o meio ambiente”, adverte.

No caminho correto, a Associação Nacional de Defesa de Vegetal (Andef) que reúne os maiores fabricantes de defensivos agrícolas no Brasil, trabalha em prol a conscientiza-ção dos produtores. Suas boas práticas são executadas há mais de três décadas, antes mesmo de surgirem algumas das leis que regulamentam o setor, entre elas ações para minimizar os riscos dos agrotóxicos atingirem a população em geral.

Através do Instituto Nacional de Processa-mento de Embalagens Vazias (INPEV), criado em 2002, atualmente 100 mil toneladas de embalagens vazias passam por processos de reciclagem ou são incineradas de forma que não cheguem ao meio ambiente, um recorde mundial. Com números positivos, o modelo

"Ainda é preocupante o

número de agricultores

que descarta de forma

inadequada as embalagens

o que põe em risco a saúde

e o meio ambiente."

Alexandre Furlaneto FernandesSecretário de Agricultura de Rio Fortuna

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se tornou referência no mundo.Desde os anos 20 os agrotóxicos estão

presentes na produção agrícola e rece-bem apoio e críticas na sociedade de modo geral. Porém, em certas culturas, a utilização dos inseticidas é necessária, mais ainda quando falamos em grandes áreas de plantio.

Por ser altamente tóxico, tanto ao ser humano como para a natureza, o produto exige cuidados especiais no manuseio. A começar pela utilização de Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) principalmente para o fraciona-mento do produto.

Outra preocupação, afirma o secre-tário é o descarte correto. “Os estabe-lecimento que comercializam os agro-tóxicos, possuem um espaço especial para armazenar as embalagens. Elas também pagam mensalmente um local para onde o material é enviado e recebe o destino correto”, informa.

O contraponto da falta de cons-cientização é a possível sanção da lei. “Atualmente o efetivo dos órgãos fisca-

lizadores deixam a desejar, mas isso não exclui uma possível averiguação mais severa na propriedade. O descumpri-mento à lei, pode ser uma notificação ou ainda multa. Sai mais barato conscienti-zar e devolver as embalagens recicláveis do que correr o risco”, finaliza.

Em virtude destas questões é impor-tante o controle, tanto dos agricultores, como dos proprietários de estabele-cimentos. As embalagens devem ser devolvidas, juntamente com a Nota Fiscal da sua compra.

embalagens fl exíveis

tampas

embalagens rígidas lavadas

embalagens secundárias

embalagens rígidas não lavadas e não laváveis

Preparação para devolução

O agricultor tem o prazo de até 1 ano (contado após a compra dos produtos) para devolver as embalagens vazias junto com as tampas e rótulos na unidade de recebimento indicada na nota fiscal de compra do produto.

As embalagens vazias devem ser preparadas para a devolução, sendo que cada tipo de embalagem deve receber um tratamento diferente.

O comprovante de entrega das embalagens vazias deve ser mantido por um ano para fins de fiscalização.

Se sobrar produto na embalagem, a devolução pode ser realizada 6 meses após o vencimento.

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Presente na maior parte das mesas das fa-

mílias brasileiras o queijo pode ser popular ou mesmo artigo de luxo exótico. Altamente nutritivo e ao mesmo tempo perecível o leite é processado e vira base para diversos produtos, o mais comum é o queijo. E, quem não gosta de servir como aperitivo, acompa-nhado de outras delícias e de um bom vinho, ou mesmo ralado em uma macarronada tipicamente italiana.

O queijo tem valor registrado na história como a forma mais antiga de conservar o lei-te. A partir da evolução humana ele também evoluiu e no Brasil. Atualmente o país tem lugar de destaque no ranking mundial, sendo o quinto maior produtor de leite – com 21,8 bilhões de litro em 2011 e o sexto de queijo, com mais de 500 mil toneladas/ano.

E, para produzir os tradicionais queijos, os brasileiros também colocam a pitada carac-terística para alcançar sabores que agregam valor ao leite e encantam o paladar. Os di-ferentes queijos podem ser classificados de acordo com a textura, o grau de maturação e a intensidade de seu sabor e aroma.

Pelo mundo há pelo menos 750 tipos de queijo. No Brasil não é diferente, pois há mui-tos fabricantes e cerca de 200 tipos incorpo-rados ao processo nacional. Especificamente na região catarinense há grande número de lacticínios. No vale do Braço do Norte os mais conhecidos, priorizam a produção de quatro tipos mais comuns, mussarela, queijo prato, colonial e tipo serrano. O aperfeiço-amento na produção rendeu, em 2011, ao queijo prato, fabricado pela DaRolt de Rio Fortuna, o prêmio de melhor da América La-tina, no 380 Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Na disputa estavam mais de 14 mil participantes. Na segunda semana de julho, lacticínios da região participaram novamente deste evento.

O motivo por esta preferência são o alto consumo e a característica das propriedades rurais. A maior parte delas trabalha com animais das raças Jersey e Holandês. De fácil adaptação e manejo, ambas fornecem mais de 200 mil litros de leite diários. Os lacticínios aproveitam o leite do gado Jersey por ser o mais completo em termos de proteínas, vitaminas, lactose e minerais, em relação às

a indústria e seus valoresa indústria e seus valores

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outras raças. Para o mussarela, seu diferencial é o

excelente sabor seja nas pizzas, lasanhas ou qualquer prato de queijo derretido. Já o queijo prato é utilizado em lanches e de-rivados. Para ambos são necessários uma quantia de leite que vária entre 8 kg e 10 kg para produzir um quilo de queijo.

A resposta para o questionamento sobre o porque de não se produzir outros tipos de queijos, mais elaborados e com alto valor agregado começa aqui a ser sintetizado Em outros pontos do estado, o valor agregado de queijos mais elaborados, tipo grana padano, tem chamado atenção de alguns lacticínios. Apesar do tempo de maturação – entre 12 e 24 meses – os queijos nobres consegue alto valor no mercado, o que compensa os investimentos.

Na região do vale, porém a realidade não se aplica. É o que explica o Técnico em Lacticínios (TL), Renato Vieira. Natural de Minas Gerais, estado conhecido justamente pela produção e qualidade do queijo, o profissional afirma que a região ainda não suporta a produção em escala dos tipos mais nobres de queijo.

Segundo ele, muito é pela característica do consumidor da região que busca prin-cipalmente avaliar o preço. “São raras as pessoas na região que consomem os tipos, mas elaborados. Seu custo elevado não atrai o consumidor, enquanto os mais comuns atendem a expectativa momentânea do cliente”, observa.

Além desta relação, o TL acrescenta que o custo de produção de queijo como por

exemplo parmesão, gouda, roquefort ou gorgonzola, inviabiliza a produção. “Para produzir novos tipos de queijo é necessário investimentos, mas como a forma de produzir e maturar é diferente requer mais mão de obra envolvida e mais cuidados. A fabricação é cara o que eleva o custo do produto para o cliente, assim não há como colocar este produto no mercado, ele não gira, pois não faz parte da realidade da região”, expõe.

Ele relata que o tempo de produção vária de queijos para queijo. No caso do mussarela, pode ser fabricado e vendido sem maturação, enquanto o colonial leva 10 dias e o serrano e prato 25 dias de maturação. “Os queijos po-dem ser diferentes no formato, no sabor, na textura. O que o torna um queijo nobre que outros, são os tipos de ingredientes usados em sua formulação”, diz.

Não poderia ser diferente, já que em mé-dia, o quilo dos queijos mais comuns chegam a ser insignificantes, até menos de 10%, se comparado aos de grande valor agregado que chegam a custar mais de R$ 150,00 o quilo. “É como um especialista em vinhos, ele aprecia o produto, tem prazer em degustar, o mesmo ocorre com os queijos nobres, quem compra é quem gosta e tem dinheiro para investir neste produto”, compara.

Numa coisa, a produção se assemelha, os cuidados com as boas práticas, a higieni-zação pessoal e do ambiente. “Muita coisa influencia na produção. Os lacticínios da re-gião que conheço não tem variada oferta de queijos, por outro lado, o produto é fabricado com as melhores tecnologias para garantir o alto padrão do produto”, garante.

Atualmente o país tem lugar de destaque no ranking mundial, sendo

o quinto maior produtor de leite – com 21,8 bilhões de litro em 2011

e o sexto de queijo, com mais de 500 mil toneladas/ano

Os queijos prato,

mussarela, colonial e

tipo serrano. São os

de maior produção

em nossa região

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Ingredientes2 litros de leite8 colheres de sopa de vinagre branco

Modo de preparoLeve o leite ao fogo até levantar fervura. Acrescente imediatamente o vinagre,1 colher de (sopa)

de cada vez. Cozinhe por 3 minutos. Retire rapidamente o leite do fogo, dessa maneira o queijo se separa do soro. Se isso não acontecer, volte com a panela ao fogo por 3 a 4 minutos.

Forre um escorredor (de macarrão) com um pano de prato limpo. Torça o pano de prato para eliminar completamente o soro. Reserve o queijo sobre uma tela de algodão seca (o importante é que seja fino), cubra com uma outra tela.

Apoie um prato sobre o queijo, deixe descansar 6 horas na geladeira.

Observação - Não esqueça que o pano de prato e as telas utilizadas devem ser lavadas com sabão neutro,qualquer tipo de perfume comprometerá o sabor do queijo.

Não use leite desnatado, pois o resultado não será o mesmo.

Receita caseira

de queijo

Pratos caseiros sempre deram um toque especial à mesa. Agora imagina você com tempo para fazer um prato especial, onde até o queijo você mesmo fez.

Segue uma receita fácil para produzir o próprio queijo para render 20 porções.

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Frio exige manejo adequado dos aviáriosQueda na produção, perda

de peso e outros efeitos negativos do frio podem ser evi-tados com algumas medidas de proteção aos aviários, em períodos de baixa tem-peratura. Com o objetivo de minimizar os prejuízos nessa época, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária (Embrapa) unidade Suínos e Aves, localizada em Concórdia/SC, apontam cuidados que devem ser tomados. Um dos pontos mais importantes do manejo inicial dos pintos, e que tem sido muitas vezes negligenciado, é o aquecimento do ambiente. “A ave tem habilidade para manter constante a temperatura dos ór-gãos internos. Entretanto, o mecanismo só é eficaz quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos”, ex-plica o pesquisador da Embrapa, Paulo Gi ovanni. Segundo ele, no período frio, a maior preocupação do produtor deve ser a de proporcionar condições ambien-

tais de calor exigidas pelas aves jovens. Normalmente, nesse período, os valores de temperatura ambiente encontram-se abaixo das condições ideais, principal-mente na região Sul do Brasil, em que o frio mais intenso obriga o avicultor a fornecer aquecimento suplementar para as aves. Também é indiscutível o fato de que baixas temperaturas aumentam o consu-mo de alimento. Portanto, a ave necessita de alimento adicional para produção de calor e, além disso, manter a taxa de crescimento. O frio provoca menor ga-nho de peso e falta de uniformidade dos lotes. De acordo com Paulo Giovanni, o aquecimento no aviário deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve ser mantido aquecimento até 21º dia das aves. O sistema de aquecimento deve permane-cer ligado e em condições de uso para situações de emergência. O produtor deve observar o comportamento das aves, pois é um indicio da adequação do

aquecimento. “O afastamento do equipa-mento indica excesso de calor emitido. A aglomeração das aves em determinado local indica a necessidade de maior aquecimento”, explica a pesquisadora da Embrapa, Valéria Abreu. Outra orienta-ção dos pesquisadores está relacionada à ventilação. “É preciso atenção especial para a ventilação necessária no período frio que, nesse caso, tem um objetivo definido: higiene”, ressalta Valéria. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abertura dos dispositivos de entrada e saída de ar, de maneir a que o ar seja deslocado que pela parte superior do aviário. A renovação do ar evita qualquer aumento potencial de di-óxido e monóxido de carbono e amônia. “A quantidade de ar para ser renovada por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar. O importante é que o fluxo não incida diretamente sobre as aves”, completa.

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Atualmente Santa C a -

tarina é o maior produtor nacional de leite ovino, com um rebanho de aproxi-madamente 4 mil ovelhas leiteiras. Pela importância da atividade, a Estação Experimental da Epagri de Lages rece-beu um rebanho de 50 matrizes da raça francesa Lacaune e dois reprodutores, sendo um Lacaune e outro da raça ale-mã Frisona, para desenvolver o projeto “Pesquisa e Difusão de Tecnologia em Ovinocultura Leiteira em Santa Catari-

na”, financiado pela “Fapesc.O objetivo deste projeto é a realização

de pesquisas que serão conduzidas pelos pesquisadores Volney Silveira de Avila, Cristina Perito Cardoso, Fabiano Zago e Angela Fonseca Rech nas áreas de mane-jo, sanidade, reprodução e nutrição, bem como no beneficiamento do leite para a produção de queijos finos, sorvetes, doce de leite e iogurte.

A sede da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Leiteiros está lo-calizada em Chapecó, sob a presidência

de Érico Tormem, devido à maior con-centração do rebanho ovino para leite estar na região Oeste do Estado. “Por esse motivo foi implantada no Centro de Treinamento da Epagri em São Miguel D’Oeste uma Unidade de Difusão de Tecnologias para capacitar produtores e técnicos nesta atividade”, informou Volney.

Mais informações: Volney Silveira de Avila/Epagri/Lages, no telefone: (49-3224-4400), e-mail: [email protected]

Pesquisa e Difusão de Tecnologia em Ovinocultura Leiteira em Santa Catarina

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Diante do prejuízo históri-co registrado pelo

Departamento de Mutualidade na safra passada, os associados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) deli-beraram pela elevação das contribuições que incidem sobre o sistema mutualista. Com isso, as taxas de inscrições no auxílio danos em lavouras para a safra 2012/13 vão variar entre 3,1% e 5,2%. No período anterior, os percentuais se situavam entre 2,5% e 4,2%.

A decisão partiu da assembleia ordi-nária anual da entidade, realizada neste sábado, dia 14, no auditório do Colégio Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul (RS). Para o presidente Benício Albano Werner, a deliberação busca a manuten-ção do equilíbrio financeiro do sistema mútuo. “Nesta última safra, 35,3% dos associados receberam benefícios, seja por danos em lavouras, por sinistros em estufas ou por falecimento de familiar inscrito”, diz. Os pagamentos somaram R$ 99,5 milhões, um recorde na história da Afubra. “No comparativo entre a receita, os auxílios pagos e a despesa operacional, o prejuízo foi de R$ 28,137 milhões no último período”, revela.

O presidente da Afubra lembrou,

ainda, que a safra passada foi aquela em que o sistema mútuo mais retorno propiciou aos associados. Para fazer frente, ressaltou a importância do fundo de reserva, criado e aprovado em assem-bleias passadas. “Ele foi fundamental para que pudéssemos saldar todos os nossos compromissos até o momento”, disse Werner.

COMO FICOU: válido para a safra 2012/13, o percentual de contribuição para inscrição das lavouras de tabaco foi estipulado em 5,2% para o auxílio sobre danos provocados pelo granizo. Para quem têm direito às bonificações de 10%, 20%, 30% e 40%, as taxas são de 4,7%, 4,2%, 3,6% e 3,1%, respectivamente. O bônus é concedido aos produtores que efetuam inscrição de forma ininterrupta e sem registro de prejuízos indenizáveis durante períodos pré-determinados.

A Unidade Referencial Mutual (URM) também foi majorada. O valor, antes em R$ 8,09, vale agora R$ 8,48. As contri-buições que incidem sobre os auxílios para reconstrução de estufa e funeral em 4 e 8 URMs, respectivamente, assim como os auxílios, estipulados em 800 URMs para o funeral e de 480 a 1.100 URMs para auxílio reconstrução dos

Prejuízo histórico motiva majoração nas contribuições do Sistema Mutualista

Assembleia da Afubra

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diversos tipos de estufas existentes. O benefício que garante descontos para quem antecipa o pagamento da inscrição permaneceu inalterado. Quem liquida o valor até o final de agosto, ganha abati-mento de 6%. Para aqueles que pagam até o fim de setembro, o desconto é de 5%. Para os que preferirem pagar até 31 de outubro, a redução é de 4%.

Além da fixação das regras do Sistema Mutualista para a nova safra, a assem-bleia envolvendo associados, diretoria e os conselhos deliberativo e fiscal da Afubra teve a apresentação do relatório de atividades do exercício 2011/12 e a prestação de contas do período encerra-do em dezembro do ano passado.

Para o presidente Benício Albano Werner, a deliberação busca a

manutenção do equilíbrio financeiro do sistema mútuo

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Brasil se prepara para exportar aves para a Indonésia

O Governo brasileiro es-peram em breve receber documentos de autori-

dades sanitárias da Indonésia com destino empresas brasileiras inte-ressadas em exportar carne de pato e peru, abatidos pelo método halal, que prevê um ritual determinado pela religião islâmica - que inclui desde cuidados para o bem estar animal e evitar o sofrimento da ave, até medidas sanitárias - e exige a presença de um religioso. No mundo, o sistema halal movimenta por ano cerca de R$ 400 bilhões, com crescimento médio de 15% no mesmo período.

Com sinal positivo dos abatedores nacionais, uma missão deve vir ao Bra-sil para avaliar as condições dos esta-belecimentos. Para ampliar as exporta-ções de carne de aves, as negociações são conduzidas por representantes da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) ligada ao Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A Indonésia, que tem cerca de 245 milhões de habitantes, é um dos maiores mercados consumidores de aves do mundo. Como grande consumidor, de acordo com o coor-denador geral de Acordos Bilaterais e Regionais do Departamento de Ne-gociações Sanitárias e Fitossanitárias da SRI, Jean Manfredini, a negocia-ção com o país do sudeste asiático é importante para desenvolver as atividades do setor avícola, no Brasil.

Apesar do interesse em acelerar a exportação, Manfredini acredita, no entanto, que a vinda da missão da indonésia ocorre apenas em 2013.

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Detalhes sobre o método HalalO abate halal, praticado pelos islâmicos, envolve princípios como

o bem-estar animal e as questões sanitárias. O ritual de abate deve ser feito apenas pela degola, para garantir a morte instantânea do animal, é só pode ser realizado por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para a função.

A certificação deste tipo de produto é feita por empresas espe-cializadas e alcança mercados no Oriente Médio, África e Ásia. O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso. Por outro lado, os esta-belecimentos independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de programas relativos à higiene, docu-mentação do estabelecimento e condições de saúde do animal.

“A avaliação dos estabelecimentos brasileiros por parte dos indonésios não deve acontecer até o próximo ano. No entanto, é bom frisar que o envio desses relatórios é um passo importante para concretizar a par-ceria comercial”, afirma.

Em 2011 as exportações da avi-cultura brasileira que inclui carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético, tota-lizaram US$ 8,853 bilhões. O volume representa um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. No total, as exportações avícolas somaram 4,118 milhões de toneladas.

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No mundo, o sistema halal movimenta por ano cerca de R$ 400 bilhões, com crescimento médio de 15% no mesmo período

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Com o consumo em crescimento, doenças animais que afetam

a produção precisam ser prevenidas a maior escala. Cuidados redobrados contra o apareci-mento de males como a mastite, por exemplo, podem garantir saúde a todo o rebanho. Porém, todos estes cuidados possuem um custo elevado que precisa ser contido para não inviabilizar a produção.

À medida que novos métodos surgem, pro-dutos agro ecológicos, também aparece como uma alternativa de menor custo e com resultados positivos. A homeopatia é uma das mais recentes opções com bons resultados e a baixo custo. Principalmente quando se trata da mastite, con-siderada a principal doença do rebanho leiteiro e que trás enormes prejuízos econômicos, motivo de insônia entre produtores. A doença inflama as mamas, reduz à qualidade dos componentes do leite – gorduras, cálcio, fósforo e proteínas -, o que obriga o produtor a descartar sua produção, além de grande probabilidade de prejudicar todo o rebanho.

Em casos positivos da doença, o uso de anti-bióticos, quase que inexistentes além de caros, coloca em alerta produtores e lacticínios. Eles têm preocupação com os resíduos deixados no leite que altera a qualidade dos produtos indus-trializados. De forma pratica, imagine em uma propriedade em que um animal produz 20 litros de leite/dia ao preço de R$ 0,70, em caso de regis-tro de mastite este volume deve ser descartado, em um mês o prejuízo, somente com este animal, é de R$ 434. Isso sem falar na contaminação de outros animais o que pode comprometer toda a produção.

Para evitar o descarte tanto da produção como

do animal, o estudo sobre tratamento homeo-pático tem avançado e surtido efeitos contra a mastite e principalmente, tem aliviado o bolso do criador. Desde os anos 90, pesquisadores tentam encontrar na natureza os mais eficientes organismos para combater este tipo de doença. A constatação é registrada através da queda na contagem de células somáticas, exame que identifica a doença e também serve de parâmetro para apontar a qualidade do leite.

Na propriedade do criador Lourivaldo Bloe-mer, o tratamento através da homeopatia é uma forma de prevenção contra as doenças. “Não posso afirmar que isso foi motivo, mas acredito que através do manejo e do uso da homeopatia, desde diversifiquei a produção, não houve regis-tro de mastite ou mesmo de retenção de placenta, fatos comuns em muitos locais, principalmente no inverno que o gado procura permanecer em um mesmo local”, destaca.

Ele faz parte de uma minoria que aderiu a cultura homeopática. Porém, a forma de cura é mais utilizada na Europa, com destaque para a Alemanha e também no continente asiático, onde a Índia procura desenvolver a homeopatia. No Brasil ela é pouco usual - menos de 2% do reba-nho brasileiro que gira em 160 milhões de cabeça de gado. Mesmo com o baixo índice os produtos homeopáticos ganharam relevância frente aos antibióticos e os campos com adubação quí-mica. Isso porque o produto além de seu apelo naturalista reduz em aproximadamente 90% o custo com medicamentos veterinários, além do fato de não prejudicar a produção de leite - por ser natural, não há descarte do produto -. Outro ponto positivo é que, como sua aplicação é oral, não causa estresse, nem mesmo lesão ao animal.

Homeopatia, o uso da natureza no combate a doenças e busca por qualidade

homeopatia é uma

das mais recentes

opções com bons

resultados e a

baixo custo

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O leite e seus derivados são dos produtos mais consumidos no mundo, com maior crescimen-

to de produção e consumo especificamen-te na região sul do Brasil. Como destaque em Santa Catarina, a região oeste, cresceu 190% sua produção, enquanto no sul o aumento chegou a 110% nos últimos 10 anos.

Por questões de higiene e saúde, a busca atual é direcionada a qualidade no leite, algo difícil, mas não impossível de ser alcançado. Deve se levar em considera-ção que grande parte das indústrias do segmento trabalha com 40% abaixo da sua capacidade, principalmente devido à falta de qualidade do leite. Com caracte-rísticas inadequadas como acidez e grau de contaminação bacteriana alta.

Uma das grandes preocupações do produtor deve ser retirar animais doentes do rebanho e não aproveitar sua produ-ção, até que o animal esteja seguramente recuperado.

Mesmo com a evolução nos processos

de produção e a cobrança por higiene e qualidade, muitos produtores focam para qualidade genética do animal, sua alta produção e produtividade, porém não atenta e não vê problema ao enviar aos laticínios leite com resíduos de medica-mentos. Porém, depois de algum tempo observam a diminuição na remuneração do produto em função do descarte da em virtude da má qualidade do produto.

O que se projeta, ou que deveria ocorrer, são ações conjuntas entre produtores e indústrias para minimizar as perdas. Neste caso a orientação sobre o uso correto dos medicamentos e o tempo o isolamento do animal após o uso de fármacos, seria o primeiro passo para alcançar a excelência na produção.

A qualidade do leite, não é somente uma exigência da indústria ou lacticínios. Com a Instrução Normativa (IN) 51, aprovada em 2002 e complementada pela IN 62 de 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), impõem regras para melhorar a qualidade do leite. O

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principal objetivo da regulamentação é relacionado à coleta do leite cru, antes feita em tarros e não resfriado passou a ser coletado em caminhões tanques e refrige-rado na propriedade. Atualmente 96% das coletas do estado são feitas desta forma.

Outro fator que colaborou para o cres-cimento do setor ocorreu por volta dos anos 90. Após a implantação do sistema de inspeção em Santa Catarina, foram registradas mais de 10 indústrias com ser-viço estadual e outros dois que receberam registro Federal. Atualmente, com mais de 20 lacticínios o volume processado fica entre sete a oito milhões de litros de leite por mês, somente na região.

Com a complementação da IN 62, o Mapa impõe regras para diminuir e pa-dronizar a contagem bacteriana (CBT) e a de células somáticas (CCS) do nutriente. A partir de 2012, os índices de ambos reduziram de 750 mil/ml e passam a ter como limite 600 mil/ml. Em alguns países, como Canadá, os próprios produtores é que determinam esta qualidade em par-ceria com o governo. No pais da América

do Norte o limite atual é 250 mil/ml, mas a meta é reduzir para 100 mil/ml, tanto o CBT como o CCS.

Para alcançar tais números, o Médico Veterinário José Luiz Moraes da Silva afirma que não é difícil, basta alguns cui-dados. O principal ele afirma é combater a mastite, infecção na glândula mamaria ocasionadas por microorganismos. “Ela ocorre repentinamente e é causada por agentes externos e presentes na hora do manejo, ou da ordenha. Quando os índi-ces são elevados, principalmente do CBT, algum ponto do manejo na propriedade é inadequado”, explica.

Mas, como controlar ou prevenir esta mamite. Através da contagem da célula somática. O maior problema em relação à doença é que o animal não diz o que sente. Uma das formas mais simples de identificar alterações no leite é o cha-mado Califórnia Mastite Teste (CMT). O teste nada mais é do que a aplicação de detergente em uma quantidade de leite. No caso de problemas no leite, a reação arrebenta as moléculas e forma uma espécie de coagulação parecida com gel.

A prevenção também ocorre com o exame CCS, sendo que a identificação que já esta com mamite ou mastite é o Califórnia Mastite Teste (CMT). O custo para fazer este exame é aproximadamen-te o que o produtor recebe por quatro litros de leite, com a ressalva de que se o animal tiver a CCS acima do permitido, as perdas chegam a 20% da produção diária.

Para se ter ideia,estudos brasileiros mostram que os problemas agravados em caso de mastite podem reduzir pela me-tade a produção, sem contar os prejuízos em função de gastos com medicamentos, assistência veterinária, a inclusive com a morte do animal.

Para evitar a contaminação e o descar-

Médico VeterinárioJosé Luiz Moraes da Silva

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te total do leite produzido na propriedade, a orientação técnica é o uso de protocolo de vacinação como prevenção. Normal-mente o animal deve ser desverminado três vezes ao ano contra vermes e quatro no combate aos carrapatos. Estas duas ações reduzem consideravelmente a probabilidade de doenças.

Vale o alerta do Médico Veterinário também para os cuidados com os carra-patos, algo que é dado pouca importân-cia, mas afeta a renda. “A maioria dos produtores se preocupa apenas quando vê o carrapato. Na verdade o combate deve ser feito no ciclo todo, na higieniza-ção dos ambientes em que o gado utiliza. O período de permanência sem registro de carrapato é maior quanto isso é exe-cutado e reflete no ganho do produtor. Por isso é importante uma agenda de ações”, destaca.

Se, entre um período e outro desta programação houver algum animal doente, o uso de medicamentos exige novos cuidados. Um deles é isolar e acompanhar a evolução do quadro do animal que recebeu antibiótico até que ele volte a ter saúde plena para voltar a ser ordenhado e assim evitar que todo o leite produzido seja contaminado com resíduos do medicamento. Geralmente este período oscila entre sete e 10 dias. “Não são raros os casos de produtores que realizam a aplicação e no dia seguinte ordenham o animal, isso coloca em ris-co sua produtividade. A indústria mais atenta, realiza análise em cada caminhão que chega para abastecer a produção. Ao menor sinal de alteração ela descarta o leite para garantir a qualidade no produto final”, observa.

A matemática mostra como é fácil ve-rificar perdas. Na região as propriedades com gado de leite geram por dia entre 300 e 1000 litros do liquido. Segundo dados

do Sindicato das Indústrias de Lacticínios e Derivados de Santa Catarina (Sindileite), em maio, para cada litro de Leite Padrão, o produtor recebeu o valor médio de R$ 0,6617. Se o foco estivesse apenas na qualidade, com menos matéria prima a indústria poderia elaborar um produto final com excelência com maior valor agregado, podendo ser transferido melhor remuneração ao produtor que podem chegar a 15%.

O Médico Veterinário acrescenta que para chegar a excelência em qualidade é necessário ações de conscientização que partem da indústria. “Historicamente a preocupação está voltada mais para a quantidade do que para a qualidade e isso deve mudar. A indústria é a maior preocupada com a qualidade, por isso, oferecer técnicos capacitados para orientar os produtores é fundamental para evolu-ção da cadeia. Uma forma de incentivar é através de bonificação os produtores que buscam a qualidade”, sugere José Luiz.

Um das perspectivas é a equalização da qualidade, já que hoje, ainda é um número restrito de produtores que po-dem ser chamados de empresários do setor. Uma grande maioria ainda é vista como amadora. “O importante é não ser imediatista, mas sim buscar um trabalho profissional. Atualmente é febre trabalhar com transferência de embriões, quando o produtor deveria estar preocupado com a qualidade do produto que vende. O animal sadio prolonga sua vida produtiva. Em longo prazo os resultados, agregam valor ao produto e são ainda mais satisfatórios”, avalia.

Uma preocupação a mais já que o setor vive momentos de cautela com a importa-ção de leite de países vizinhos, ou mesmo produtos industrializados de outros esta-dos que forçam a baixa no produto interno catarinense.

“Historicamente a

preocupação está

voltada mais para a

quantidade do que

para a qualidade e

isso deve mudar".

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Leite instável pode enganar nos testes e prejudicar produção

Para garantir a qualidade dos produtos que chegam à mesa dos consu-

midores brasileiros, ou mesmo no exterior, o país adotou normas com diretrizes para a produção. O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL), desenvolvido através do Ministério da Agricultura Pecuária e Meio Ambiente (MAPA) e regrado pela Instrução Normativa 51 (IN51).

Baseado nestas exigências, o Mapa espera alcan-çar identidade e qualidade do leite, com objetivo de adequar as exigências mínimas de qualidade do leite cru e industrializado previstas na legislação internacional, apresentadas em 2002. Entre os pa-drões de qualidade estão presentes alguns assuntos indispensáveis como a contagem de células somá-ticas, contagem bacteriana, composição química e caracterização física - estabilidade do leite -.

Nesta relação a algumas alterações em que as

causas continuam indefinidas. Um dos fatores que estão nesta lista é o Leite Instável Não Ácido, mais conhecido como Lina que afeta o rebanho, influencia a alimentação dos animais, a genética e a fase de lactação das vacas. O conjunto provoca a instabilidade na composição do leite, o que leva ao erro na interpretação do leite sem que ele esteja ácido. O resultado prático é que se o leite chegar a indústria, ele não resistiria ao processo térmico, especialmente Ultra High Temperature (UHT), o que causa prejuízos a ela e ao fornecedor.

O leite ácido surge através das bactérias do próprio leite. Sua causa se dá quando há falha na limpeza e regulagem dos equipamentos para ordenha do produto, seja na ordenhadeira, resfriador, tarros, coadores, mãos do ordenhador, água de limpeza e ambiente de trabalho. Mesmo quando não há ligação com o ambiente em que o gado é manejado,

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como sala de ordenha e arredores mal conservados e impregnadas de sujeira, estes vestígios pode con-tribuir para o desenvolvimento do Lina.

Há referência bibliográficas que mostram a influ-ência do Lina no rendimento e na qualidade dos derivados lácteos, assim como as implicações do produto sobre os equipamentos de processamen-to térmico, onde ocorrem deposições anormais.

Quando isso ocorre, a indústria registra novas perdas, pois necessita interromper o processo pro-dutivo para retirar o produto e efetuar a limpeza no sistema.

Não são incomuns, estudiosos e pesquisadores alertarem para o problema. Apesar do grau de prejuízo, através de exames periódicos é possível identificar a doença.

De acordo com os estudos realizados no Rio Gran-de do Sul, a ocorrência de Lina pode estar relaciona-da a situações de desbalanceamento nutricional ou mesmo subnutrição do gado. A produção no campo é distribuída em 40% na primavera, 30% no verão, 20% no outono e 10% no inverno. O problema é ob-servado principalmente em períodos de seca, ou frio, ou seja outono e inverno, quando a pastagem para o gado esta abaixo da necessidade nutricional do animal. Quando escassa ela prejudica a qualidade do leite. Estes fatores aceleram o surgimento da Lina.

Por outro lado, o uso de silagens com elevado teor de fibra e excesso de concentrados protei-cos, alteram o equilíbrio de cálcio e magnésio e também pode ocasionar a Lina. Não diferente

das dietas aplicadas ao gado ou a nutrição de pastos ricos em cálcio, com deficiências ou de-sequilíbrios minerais (Ca, P, Mg). Elas alteram o metabolismo animal e a mudanças na alimenta-ção afetam a formulação do leite, causando sua instabilidade.

A notícia positiva é que a Lina é fácil de iden-tificar na própria propriedade. Através do teste conhecido como alizarol. Ao ferver uma amostra de leite, a característica do leite indica a presença da doença ou não. Costumeiramente, quando fervido, o leite talha e cria uma espécie de casca. Na presença de Lina o leite fervido não talha. O resultado é parcial. Para obter precisão no teste é necessário o envio de amostra a um laboratório.

Fonte: http://www.cooperitaipu.com.br/recomendacoes.php?id_conteudo=115

Imagens, partindo da esquerda para a direita, demonstram o avanço da Lina

Lina 1 – Subclasses de Lina de acordo com a intensidade da reação ao álcool.Lina 2 - precipitação fraca, areia;

Lina 3 - precipitação média;Lina 4 - precipitação intensa;

Lina 5 - precipitação muito intensa.

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Preocupados com o atual desempenho da suinocultura em Santa Catarina, o Governo Federal estuda a pauta de reinvidicações, apre-sentadas ao Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, na quinta-feira, 12. O documento reúne alternativas apon-tadas por representantes de entidades ligadas a suinocultura além dos próprios suinocultores. Antes do encontro em Brasília, uma audiência, realizada com o Secretário Estadual da Agricultura, João reuniu mais de 300 pessoas em Braço do Norte.

Historicamente, há várias décadas a suinocultura passa por altos e baixos. Nos últimos anos a crise tem agravado e excluído muitos produtores do processo. Os fatos mais impactantes foram regis-trado na interrupção da exportação com a Rússia, principal cliente brasileiro em relação à carne suína e valor do dólar que ajudaram a colocar o setor no vermelho.

Mas, a situação que já era ruim, ainda guardava fatos negativos. A seca que du-rou mais de seis meses afetou a produção de insumos, como milho e soja. Com preços elevados, ficou ainda mais difícil para os 650 produtores do sul sustentar os mais de 80 mil animais presentes nas granjas. Unido a isso, a grande oferta reduziu o preço da carne. Estima-se que para cada suíno terminado, o produtor acumule um prejuízo que chega a R$

60 reais. Com este número, no país, o prejuízo acumulado deve ser superior a R$ 4 bilhões de reais. Santa Catarina responde por 25% da produção do setor.

Com medidas emergenciais, como a redução de impostos por 30 dias e a inclusão da carne suína em instituições como hospitais, escolas, presídios entre outros. Com elas o Governo do Estado tentou amenizar a crise, porém, com o crescimento da arrecadação abaixo do esperado pelo estado as ações foram limitadas. Lembrando o ex-presidente Lula, a ação na qual eram esperadas boas ondas fluíram como uma marolinha para o setor.

Cansados de registrar prejuízos, cria-dores se uniram para uma manifestação silenciosa, porém que causou grande impacto em todo o país. Durante a da Feira do Agronegócio (Feagro), os sui-nocultores substituíram os animais de exposição por cruzes negras, referindo à morte do setor.

Desde o ato contundente, os suinocul-tores esperam ser ouvidos e por medidas protecionista, para evitar a exclusão de muitos produtores. O setor recebeu apoio no senado. Coube à senadora gaúcha Ana Amélia, ser a porta voz da má noticia. Ela usou a tribuna da casa para ressaltar o que houve na feira bra-çonortense, uma amostra de como vive a classe produtora. A senadora prometeu empenho, juntamente com a bancada

Medidas tentam manter produtores

de suíno na atividade

Historicamente, há várias décadas a suinocultura passa por altos e baixos. Nos últimos anos a crise tem agravado e excluído muitos produtores do processo

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catarinense para encontrar alternativas para minimizar a crise, não exclusiva apenas em Santa Catarina.

O presidente da entidade que repre-senta a classe, Losivânio de Lorenzi, afirma que Santa Catarina conseguiu chamar a atenção dos representantes e que políticas que ajudem a tirar da crise o setor sejam tomadas imediatamente. “A crise esta concentrada no setor produti-vo. É inadmissível que o produtor pague caro para colocar este produto riquíssimo no mercado e não obtenha condições de se manter”, pontua.

Algumas reinvidicações para amenizar a crise foram apresentadas ao Governo Federal, na última semana de junho, menos de um mês após a principal ma-nifestação. Além das ações práticas, a ACCS apresenta logo ao entrar de seu site, seu principal interesse. ‘Preço justo para produzir’ diz à frase que remete ainda ao preço de custo do produto – por quilo – e aos prejuízos acumulados que bate na casa dos R$ 0,70.

Entre as alternativas, a renegociação de dividas e seus juros, financiamento para retenção de matrizes – de R$ 500 reais por matriz e limite de R$ 2 milhões por CPF -. “A principal ação é garantir o preço mínimo para o produto, isto garantiria uma certa tranquilidade aos

criadores. Outra medida seria incentivar o produtor endividado para absorver es-tes financiamentos e ampliar o prazo de pagamento para que possa se manter na atividade e menores taxas de juros que não baixaram proporcionalmente como ocorreu com o valor comercial”, explica o presidente.

Estão na pauta ainda, a isenção do Im-posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por 30 dias para suínos terminados e a construção de silos para milho com a intenção de reduzir custos de produção. Por mês o setor consome cerca de 17 mil toneladas de milho.

A longo prazo, o se-tor reivindica a cons-trução de uma ferrovia para ligar o norte e o sul do país, o que contribuiria com a logística, para transporte de insumos e da produção e com isso foco na redução de custos.

Ele acrescenta ainda que estas medi-das não serão surpresas ao Ministério da Agricultura. A pauta de reinvidicações já esta nas mãos da equipe no congresso federal. “Precisamos ter cautela, ainda permanecerá alguns meses esta situação, até que uma regulamentação seja aplica-

da ao setor. Estamos confiantes quanto à aprovação das políticas em beneficio do suinocultor, mas é preciso repensar investimentos neste momento”.

Rodrigues lembrou a crise automoti-va, quando o Governo Federal tomou atitude imediata para socorrer a classe. Ele reforça sua esperança em encontrar alternativas para mais esta crise. “Esta pauta de reivindicações dos suinoculto-res ao Mapa é o último apelo ao Governo Federal. O Governo do Estado faz o

possível para ajudar os suinocultores ca-tarinenses e mante-remos em contato com a esfera federal”, declara.

Durante o encon-tro em Brasília, Men-

des Ribeiro, apresentou um pacote de ações imediatas que devem subsidiar a venda do produto excedente e injetar R$ 200 milhões na suinocultura. O prorrogação no pagamento de dividas também aprovada, deve aliviar uma carga que chega próximo à R$ 1 bi.

Enquanto as maiores reinvidicações não são atendidas, 12 municípios do estado decretaram situação de emer-gência, outros ainda devem aderir à medida.

Rodrigues lembrou a crise automotiva, quando o

Governo Federal tomou atitude imediata para

socorrer a classe

Antes do encontro em Brasília, uma

audiência, realizada com o Secretário

Estadual da Agricultura, João reuniu mais

de 300 pessoas em Braço do Norte

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Há muitos anos, o gado de leite suple-menta a suinocultura e vice-versa.

Atualmente com a crise, em muitas delas o leite é quem equilíbra as contas nas proprie-dades rurais.

Exemplos disso não faltam, mas quem nos conta como viver em meio a esta situação é o produtor Áticos Henrique Warmeling, morador da comunidade da Uruguaia em Braço do Norte, que desde os oito anos de idade trabalha com gado de leite e a partir de 1985 atua também com a criação de suínos.

Nos 19 hectares de terra ele planta milho, cria leitões como integrado e gado de leite para os lacticínios. Com 300 matrizes na pro-priedade, Áticos diz que já passou por altos e baixos, já teve propostas para aumentar o número de matrizes, chegou a ter 350, mas decidiu manter o plantel atual. “Aumentar

nunca esteve nos meus planos, até mesmo porque teria que contratar mais gente e isso gera custos. Outro fator é o crescimento da cidade que em alguns anos chegará aqui. Além disso, só não reduzi mais porque sou integrado e mesmo assim as coisas não an-dam boas”, observa.

A realidade apresentada por ele é a mesma de centenas de outros produtores, o que varia são os prejuízos. Em sua principal atividade, há cerca de cinco meses que a família regis-tra em média R$ 5 mil em prejuízos com a criação de suínos. “As contas chegam men-salmente e se não pagar, cortam luz, água, telefone e outros itens é difícil manter assim. O prejuízo poderia ser ainda maior, e só não é por causa do leite”, destaca. Com 34 vacas sendo ordenhadas, são 600 litros de leite por dia. “São elas que equilibram as contas

O leite que suplementa a suinocultura em crise"o prejuízo poderia ser ainda maior, e só não é por causa do leite”

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no fim do mês, senão o prejuízo seria ainda maior”, destaca.

Mesmo com o setor no vermelho, Áticos afirma que não pretende parar a atividade e tem expectativa em melhora no setor suino-cultor. “Tenho lavoura de milho que uso para silagem para os animais, o dejeto suíno uso como fertilizante na terra, então uma atividade complementa a outra o que dá certo equilíbrio. Acredito que o governo vai intervir e ajudar a classe a sair do vermelho, complementa.

O criador reforça que sua atitude em não au-mentar o número de matrizes, vai de encontro ao que é considerado o ponto inicial da crise, o excesso de suínos. “Houve um tempo em que a procura era muito alta e os granjeiros investiram no aumento do número de animais. Com o passar do tempo houve queda, mas na expectativa de que os bons tempos voltassem, muitos mantiveram a produção. Com a maior oferta, o preço caiu muito e a consequência está vivenciando hoje, com muita gente preocupada em ter que deixar de produzir”, completa.

"Houve um tempo em que a procura era muito alta e os granjeiros investiram no aumento do número de animais" conta Áticos Henrique Warmeling

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Diga-nos qual a sua especialidade na cozinha. Sua receita

poderá ser publicada aqui na revista.

contato@revistavisãorural.com.br48 3653.1849

• 4 bifes grandes de alcatra, bem macios, com mais ou menos 150 gramas cada um

• 1 colher (chá) de páprica • 2 colheres (sopa) de óleo • 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina

• ¼ xícara de creme de leite • 4 fatias de bacon (bacon) • 4 fatias de queijo prato • 4 folhinhas de sálvia • farinha de trigo

Colocar 1 colher (sopa) de óleo em uma panela, aquecer e juntar o bacon, fritar em fogo baixo até ficar transparente, retirar do fogo. Bater os bifes com cuidado para não furar; temperar com sal e pimenta-do-reino. Ajeite uma tira de bacon frito sobre cada bife, colocar também uma fatia de queijo. A seguir, picar a sálvia e distribuir por cima do queijo. Dobrar o bife ao meio, formando uma "carteira", fechar a abertura com palitos espetados na transversal. Passar cada bife por farinha de trigo. Colocar a manteiga restante no óleo da panela em que fritou o bacon, aquecer e colocar os bifes. Fritar em fogo baixo por cerca de 5 minutos. Regar com creme de leite e adicionar por cima a páprica, cozinhar tampado, por mais 5 minutos. Servir estes filés acompanhados de cebolas ou batatas se desejar.

Pronto! Agora, basta saborear esta delícia receita de Bife Recheado com Queijo.

Modo de preparo

Ingredientes

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ArtigoRicardo Evandro MendesMédico VeterinárioProfessor Doutor e Pesquisador do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE)----------Guilherme Valente de SouzaMédico VeterinárioProfessor Doutor, Pesquisador e Coordenador do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE)----------Lívia Gonçalves da Silva ValenteMédica VeterináriaProfessora Mestre, Pesquisadora e Diretora do Centro de Procedimentos da Medicina Veterinária do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE)Retenção de placenta

Causas

Tratamento

A retenção de placenta é uma das principais entre as várias afecções que afetam os bovi-nos. A enfermidade é responsável por queda na produção de leite, problemas reprodutivos e descarte de animais em sua plena fase pro-dutiva, cuja principal consequência é aumento nos custos de produção.

Normalmente, a placenta é expulsa dentro de 12 horas após o parto. A não liberação da placenta ou parte dela após este período é comumente chamada de retenção, ocorre mais frequentemente em bovinos leiteiros, e é uma condição anormal (patológica) que requer tra-tamento por um Médico Veterinário. Quando isto ocorre, os produtores rurais referem-se a uma vaca que não se limpou após o parto.

A frequência desta retenção varia de 7 a 10% em rebanhos leiteiros, sob condições normais de nutrição e saúde. Partos com-plicados (distócicos), cesarianas, abortos, partos gemelares ou gestações curtas, idade e consanguinidade aumentam a sua incidência. Assim como nos rebanhos infectados por bru-celose, leptospirose, vibriose, listeriose e IBR apresentam uma maior taxa de ocorrência de retenção de placenta, podendo chegar a 50% das vacas paridas.

A utilização de hormônios corticoides (anti--inflamatórios) para induzir o parto, também resulta em uma elevada taxa de retenção de placenta (67%).

Animais que tiveram retenção em partos anteriores, tem maior probabilidade de rea-presenta-los nos partos subsequentes. Logo, esses animais devem ser observados com maior atenção.

Altas taxas de ocorrências de retenção de placenta são observadas em rebanhos que apresentam problemas de manejo, mastite, deficiências nutricionais e metabólicas.

Inúmeros fatores, diretos e indiretos, são considerados como possíveis cau-sas. Comumente, a ocorrência de retenção de placenta no rebanho deve ser considerada como alerta para a presença de doença generalizada.

Qualquer processo na placenta que cause pressão contínua como edema, trauma ou infecções, levarão a não liberação da placenta. Assim como uma falha na contração uterina, observada comumente na hipocalcemia (febre do leite).

Causas indiretas como estresse, deficiências nutricionais, gestação curta ou prolongada, partos distócicos e traumas são consideradas também como causas importantes. Níveis altos de progesterona inibem a destruição da placenta e retardam a involução uterina. O estresse causa liberação de glicocorticoides que estimulam a produção de progesterona.

O objetivo básico é o retorno da saúde uterina o mais rápido possível. Retenções parciais podem passar despercebidas até o momento que complicações sejam notadas, entre elas metrites ou piometra. Esses ani-mais apresentarão febre, depressão, redução na produção de leite, e al-gumas vezes descarga vaginal fétida. Animais nestas condições devem ser tratados com antibióticos injetáveis prescritos por um Médico Veterinário.

A placenta quando retida pode ser retirada manualmente. Este procedi-mento só pode ser realizado por Médi-co Veterinário. Práticos normalmente tracionam a placenta, sem o devido cuidado de descolar internamente do útero, o que ocasiona trauma físico (machucados) na parte interna do útero levando a um maior intervalo de partos ou eventualmente à lesões irreversíveis.

Atualmente, recomenda-se na maioria dos casos a não tração manu-al da placenta retida. Medicamentos como prostaglandinas (PGF2alfa), estrógenos (ECP) e ocitocina podem ser utilizados para a eliminação de fluídos e restos de placenta do útero. Entretanto, os benefícios da sua utili-zação ainda são controversos.

A utilização do ECP é indicada somente quando o cérvix esta fecha-do, levando ao seu relaxamento e possibilidade de liberação do material em putrefação retido no útero, a sua administração faz com que as vacas demorem a entrar no cio. A utilização de PGF2alfa aumenta a motilidade uterina induzindo a expulsão da placenta.

Palpação uterina, com a adminis-tração de água morna, com ou sem antissépticos, parece ser o melhor método de retirada desses restos

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Os efeitos negativos da ocorrência da retenção de placenta na fertilidade são consideráveis. Levam a um retardo na involução uterina, infecções crônicas e até mesmo infertilidade. Prejuízos econômicos diretos também ocorrem, como menor produção de leite, gastos com o tratamento e um maior intervalo de parto.

Na suspeita de retenção de placenta, um Médico Veterinário deve sempre ser chamado para avaliar o animal e prescrever o melhor tratamento.

Prevenção

Conclusão

de placenta do órgão. Tratamentos seriados dessa técnica, ao invés de uma única infusão, são altamente satisfatórios.

Animais que não recebem trata-mento, ou este é inadequado, apre-sentarão intervalos de parto longos e ocorrência de repetição de cio.

É importante lembrar que pratica-mente todos os antibióticos injetáveis apresentam período de carência para o leite e carne. As orientações do Médico Veterinário quanto a esses períodos, com o não consumo desses produtos, devem sempre ser seguidas. O uso de tetraciclinas deve ser evitado, já que o antibiótico inibe colagenases, que são enzimas im-portantes para destruir os restos de placenta retidos. Penicilinas, também, não devem ser usadas, devido a alta ocorrência de resistência bacteriana a este antimicrobiano. Antissépticos via intrauterina não tem eficiência comprovada. Um dos problemas com este procedimento é quando não feito uma boa higienização do animal pode-se levar microrganismos para o útero e, também, se o útero estiver com muitos restos os antissépticos não serão eficientes.

Vale ressaltar que toda e qualquer administração medicamentosa em animais deve ser prescrita por um Médico Veterinário.

Como a retenção de placenta tem causas múltiplas, normalmente é difícil apontar uma dessas causas como culpa-da e retirá-la. O ideal é manter um re-banho saudável, com áreas limpas para o parto, preferencialmente pastagens, e uma dieta adequada.

Especial atenção deve ser dada a proporção de cálcio:fósforo na dieta nos dois últimos meses de gestação. Essa proporção deve estar entre 1,5:1 e 2,5:1. Níveis mais altos de cálcio que 2,5 aumentarão a ocorrência de febre vitular e consequentemente de retenção de placenta. Deficiência de vitamina A e D, assim como Selênio, também estão relacionados a maior ocorrência de re-tenção de placenta. Portanto, especial

atenção deve ser dada ao fornecimento adequando de sal mineral.

Para manter afastado deste problema o produtor rural precisa investir em pre-venção, a fim de minimizar os fatores de risco, pois sempre é melhor prevenir que remediar. Para isto é torna-se impres-cindível estruturar na propriedade um severo programa sanitário de prevenção e erradicação das principais doenças e, adequar a dieta dos animais em gesta-ção, bem como das vacas em produção, com formulações ideais para cada fase. Por último, reduzir de todas as formas possíveis o estresse diário com técni-cas de lida que garantem o bem estar animal e investimento em instalações apropriadas.

Animais que não recebem tratamento, ou este é inadequado, apresentarão intervalos de parto longos e ocorrência de repetição de cio

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O plano agrícola e pecuário lançado na última semana apresenta inovações positivas, entre elas, dá condições de fortalecimento da classe média rural brasileira, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Cata-rina (FAESC), José Zeferino Pedrozo. Nesse aspecto, endossou aposição da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu, para quem a classe média rural torna a agricultura brasileira uma das mais eficientes e baratas do mundo.

O modelo de política agrícola focado na produção encolheu a classe média no campo, enquanto as classes D e E aumentaram. O desafio da FAESC, da CNA e de toda a sociedade é aumentar a classe média rural em 30% nos próximos cinco anos, com os novos mecanismos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), lançado pelo Governo Federal.

Entre as novas medidas do plano agrícola que proporcionarão o crescimento da classe média no campo estão a ampliação do valor do seguro agrí-

cola, que passou de R$ 250 milhões para R$ 400 milhões, a criação de uma central de risco, com informações transparentes sobre a capacidade de pagamento dos produtores rurais e repasse direto da subvenção econômica aos agropecuaristas, sem a intermediação das traders. Com a ampliação do seguro agrícola, a área de lavouras seguradas no Brasil passou de 5% para 20%. A meta é chegar a 50% da área plantada segurada em 2015.

A adesão à central de risco será voluntária, mas os produtores rurais com baixo risco de inadimplência serão beneficiados com empréstimos a taxas de juro mais baixas. Hoje, porque o risco é desconhecido, os juros são altos para todos os produtores.

O repasse direto da subvenção aos produtores permitirá que o dinheiro chegue mais rápido ao produtor que teve a safra frustrada. Como a política agrícola sempre se baseou na produção e no abas-tecimento, a ajuda do Governo chegava atrasada, na forma dos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A Conab e o Ministério da Agricultura atuavam em função do abastecimento e da produção, inde-pendente de o leilão do arroz ser hoje ou daqui a 60 dias. O novo mecanismo beneficiará diretamente os produtores da classe média rural, já que os grandes produtores vendem a produção no mercado futuro, antes do início do plantio.

Outras medidas do PAP 2012/2013 foram a redução da taxa de juros para as operações de custeio, comercialização e investimento, que caíram de 6,75% para 5,5%, ao ano; o aumento do limite de financiamento por produtor para R$ 800 mil, proposta da CNA acatada integralmente pelo Go-verno; a diminuição de 6,25% para 5%, ao ano, para empréstimos dos recursos contratados no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), assim como a ampliação do limite dessa modalidade de financiamento para R$ 500 mil por produtor. Com o novo PAP, a senadora prevê uma safra recorde de 170 milhões de toneladas.

FaescNovo plano agrícola apresenta avanços

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC)

José Zeferino Pedrozo

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38

A previsão para Julho/Agos-to/Setembro é de chuva próxima e acima da média

climatológica no Estado, devendo ser melhor distribuída no tempo e no es-paço, em relação ao outono.

Climatologia: nos meses de Julho e Agosto, os valores esperados de chuva variam de 115 a 180mm nas regiões Oeste e Meio Oeste, e de 80 a 130mm do Planalto ao Litoral, sendo o Litoral a região que menos chove nesta época do ano. A chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, do Jato Subtropical (ventos fortes em altos níveis da atmosfera) e sistemas de baixa pressão nos níveis baixos, médios e altos da atmosfera. Setembro marca a transição entre o inverno e a primavera, dando início a época de chuva em SC com totais de precipi-tação mais elevados, variando entre 130 e 200mm. Neste mês é comum a influência de CCMs (Complexos Con-vectivo de Mesoescala), que se formam normalmente no Paraguai e se deslo-cam para Santa Catarina, provocando chuva significativa especialmente no Oeste e Meio Oeste.

O risco de temporal com ventania e granizo é menor entre Julho e Agosto,

e maior em Setembro, mas eventos extremos podem ocorrer em qualquer época do ano, por vezes com acumu-lados significativos de chuva em curto espaço de tempo, por isso a impor-tância do acompanhamento diário da previsão do tempo.

Também é a época de atuação dos ciclones extratropicais no trimestre, que oferecem perigo às embarcações no Litoral Catarinense, quando os ven-tos fortes e mar agitado muitas vezes resultam em ressaca.

Com relação à temperatura, a ex-pectativa é de um inverno com pouco frio, com temperatura próxima a acima da média climatológica, lembrando que pela climatologia Julho é o mês mais frio do ano no Estado e que em Setembro, gradativamente o frio começa a diminuir. Nestes meses, as incursões de massas de ar de origem polar serão menos frequentes e inter-caladas com períodos mais aquecidos. Durante os episódios de ondas de frio são esperadas temperaturas próximas de zero grau, e até mesmo negativas, nas áreas altas do estado, resultando na ocorrência de geada ampla. Episó-dios de neve também são esperados, especialmente em Julho e Agosto, nas

áreas altas do Planalto Sul e por vezes até no Meio Oeste. Também não se pode descartar a ocorrência de epi-sódios de frio acompanhados de umi-dade elevada, que podem resultar em geada negra, prejudicial à agricultura.

A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equa-torial, região de monitoramento do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS).

A condição é de neutralidade no Oceano Pacifico Equatorial. Observa--se que Maio se manteve com tem-peratura da superfície do mar (TSM) próxima a média climatológica, com exceção da região próxima à costa da América do Sul, onde predominaram águas mais quentes do que o normal (0,5 a 2,0°C). No entanto, entre o final de Junho e início de Julho, observa-se uma notável expansão da anomalia positiva da TSM na região de monito-ramento do fenômeno El Niño – Oscila-ção Sul (ENOS). Essa condição indica uma tendência de aquecimento para os próximos meses. Se esse aquecimento persistir e evoluir, não se descarta a configuração do fenômeno El Niño até o final do ano.

Inverno com mais chuva e pouco frio em Santa Catarina

tembro, mas eventos m ocorrer em qualquer

áreas altas do Planalto Sul e por vezes até no Meio Oeste Também não se

3838

Page 39: Revista Visão Rural

39

O Sintraf (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura

Familiar de Rio Fortuna e região) filiado a Fetraf-

-Sul (Federação da Agricultura Familiar dos três

estados do sul) desde 2004, vem atuando fortemente junto a esta

categoria buscando a melhoria da qualidade de vida, na luta por

seus direitos, buscando trazer para mais próximo da suas bases

as políticas públicas que são fundamentais para o seu fortaleci-

mento. Tem sede em Rio Fortuna com abrangência e sub sede

nos municípios de Grão-Pará e Braço do Norte possuindo hoje

um total de dois mil associados.

Entre as ações do sindicato, destacamos a atuação forte na

organização do programa de habitação rural, que tem mudado

o cenário do espaço rural da região, construindo dignidade,

auto estima e valorização. Nos últimos anos já foram investidos

na região mais de quatro milhões em habitação rural, seja em

reforma ou construção de casa novas, sendo que estes recursos

vem a fundo perdido, gerando desenvolvimento local.

Há por parte do sindicato uma grande preocupação com

a continuidade da agricultura familiar e para isto desenvolve

fortemente ações com a juventude rural.

Como diversos cursos, encontros, debates e a

construção do Coletivo da Juventude que atua

dentro dos municípios protagonizando a sua

organização. Neste momento a grande ação

do coletivo é a organização do Acampamento

da Juventude de SC que acontecerá em Rio

Fortuna nos dias três e quatro de agosto de 2012.

O Sintraf tem participado ativamente de muitas mobilizações

que são organizadas buscando defender as bandeiras da Agri-

cultura familiar, como a marcha dos catarinenses, mobilizaçes

de pautas estaduais e federais que acontecem frequentemente.

SINTRAF DE RIO FORTUNA E REGIÃO A SERVIÇO DAMELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA AGRICULTURA FAMILIAR

Outra bandeira do sindicato é a preocupação com a renda da

agricultura familiar. Neste sentido articulou a criação da Cooper-

-familia que vem atuando em várias áreas para cumprir este

objetivo, desde modo atua junto a Conab viabilizando milho a

menor preço aos agricultores da região.

Também atua na prestação de serviços, como por exemplo de-

claração para a previdência social, aposenta-

doria, salário maternidade e auxílio doenças,

declaração do ITR, CCIR e outras. Diponibiliza

o atendimento de uma equipe de advogados

que atende uma vez por mês com consulta no

sindicato, sendo que o atendimento e encami-

nhamentos das secretárias é feito diariamente

enviando informações e solicitações. Também oferece atendi-

mento oftalmológico na sede em Rio Fortuna, e futuramente terá

disponível aos associados um consultorio odontológico. Ainda

possui convênios com o comércio local, viabilizando descontos

nos produtos e mercadorias comercializados.

Acampamento da Juventude de SC que acontecerá em Rio Fortuna nos dias três e quatro de agosto de 2012

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4040

Curiosidades

Alimentação da piranha: a tritura-ção diária

Atacar um animal vivo não está fora de cogitação para as piranhas, mas não é provável que elas possam comer um ser humano adulto saudável. Elas, con-tudo, são conhecidas por atacar animais velhos, doentes, que vêm para beber no rio. Quando uma vaca abaixa a cabeça, elas agarram sua face. Se a vaca estiver muito fraca para lutar e se afastar, as piranhas irão arrastá-la para dentro da água e comê-la. Porém, presa viva não é o esteio de sua dieta. Na maioria das vezes elas são necrófagas. Os esqueletos de animais e pessoas encontrados na Amazônia, aparentemente comidos por piranhas, não foram atacados vivos. Eles já estavam mortos quando as piranhas os alcançaram.

A maioria das piranhas, como esta de barriga vermelha, simplesmente belisca outro peixe de passagem

Como ocorre com outros peixes, mamíferos não são de maneira alguma importantes na dieta das piranhas. Na maioria das vezes elas comem outros peixes e, em outras ocasiões, devoram--se umas às outras. Os mantenedores

de um aquário no País de Gales que passou pelo considerável incômodo de adquirir uma piranha macho e uma fê-mea (a importação de piranhas é ilegal na maior parte do mundo, incluindo a Grã-Bretanha) na esperança de que os dois acasalassem, ficaram desapontados quando a fêmea comeu seu potencial pretendente. Mas as piranhas não são estritamente carnívoras. Elas comem frutas e plantas também, especialmente quando são jovens.

No entanto, ao contrário do que diz a lenda, a maioria das piranhas na realida-de não ataca coisa alguma. Doze das 20 espécies na Amazônia sobrevivem intei-ramente de tirar pequenos bocados das nadadeiras e escamas de outros peixes que passam por elas. O peixe nada para longe, apenas um pouco perturbado, e suas barbatanas e escamas crescem novamente.

Embora as piranhas não sejam exa-tamente cruéis devoradoras de homens, ataques a seres humanos têm aumentado com uma certa freqüência. Na América do Sul as pessoas estão perdendo dedos das mãos e dos pés com mais freqüência do que ocorria há 10 anos e especialistas acreditam que possa ter alguma coisa a

ver com o aumento de barragens no rio Amazonas. As barragens reduzem a velo-cidade da corrente e as piranhas gostam de procriar nas águas mais lentas. Criar áreas mais plácidas ao longo do rio é um convite para que as piranhas mon-tem acampamento em grande número. Como as áreas plácidas também atraem nadadores, seres humanos e piranhas estão tendo cada vez mais contato.Piranhas não são permitidas

As piranhas são nativas apenas da América do Sul. Mas nas últimas duas décadas elas estão aparecendo em rios no mundo todo. A explicação mais plausível é que pessoas que mantêm piranhas como bichos de estimação estão soltando-as nos rios. A piranha não é o peixe mais fácil de se manter em aquários domésticos. Quando os proprietários subitamente descobrem que todos os seus outros peixes foram comidos ou chegam à conclusão que essa é uma maneira muito cara de manter uma piranha bem alimentada, alguns simplesmente as jogam no cur-so de água mais próximo, provocando ameaças graves ao equilíbrio ecológico. Muitos países declararam as piranhas inteiramente ilegais.

As piranhas podem realmente devorar uma vaca em menos de um minuto?

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Mande sua curiosidade para nós!

contato@revistavisãorural.com.brou ligue 3653-1849

Em mais uma extraordinária demonstração de proeza da natureza, o conteúdo de um ovo é envolvido em uma

casca perfeita, sem emendas e incrivelmente forte como se fosse mágica! Os ovos são obras de arte.

A galinha tem pouco a ver com a formação da casca do ovo, na verdade é o ovo que desenvolve a casca em volta de si mesmo. Ele faz isso por meio de processos que tam-

bém são observados nos ossos e nas conchas do mar.

Em volta do ovo há uma membrana, e nessa há pontos uniformemente espaçados onde formam-se colunas de

calcita (uma forma de carbonato de cálcio). Essas colunas se arranjam lado a lado para formar a casca. De acordo

com um livro muito interessante chamado "Feito para me-dir" de Philip Ball: Os pontos de nucleação são nódulos de proteína definidos chamados de proeminências mamilares, e o mineral é primeiramente depositado em forma de par-tículas de aragonita com orientação ao acaso de cristais.

Ao topo dessas pilhas de aragonita, começam a se formar colunas de calcita cristalina orientada.

A calcita fica basicamente flutuando na solução em volta da casca, e ela se deposita nessa casca como um cristal em

formação. O ovo faz sua própria casca.

Como as galinhas fazem os ovos?

A preço de bananaQuando falamos sobre comida, nem sempre imaginamos a dimen-

são histórica e cultural que um simples fruto pode ter. No caso da

banana, o uso e o fácil acesso a esse gênero alimentício se mostram

como uma das mais típicas características da economia natural e

agroexportadora do continente americano. No século XX, vários

países da América Central ficaram conhecidos como sendo parte

integrante da chamada “República das Bananas”.

Essa relação entre a banana e o continente americano, na verda-

de, é bastante antiga. Ao chegarem ao Novo Mundo, os colonizado-

res europeus logo perceberam que as bananeiras abundavam em

nossas terras. O clima quente e úmido fazia com que o fruto estivesse

sempre disponível, sem que fosse necessário um planejamento

rigoroso ou o emprego de técnicas agrícolas mais elaboradas. Ainda

hoje, ela serve como base alimentar de muitas famílias habitantes de

países americanos mais pobres.

Seguindo a lógica de exploração do sistema mercantilista, os

comerciantes do Velho Mundo tinham pouco interesse em explorar

comercialmente uma riqueza de tão fácil obtenção. O grande lance

era investir em gêneros agrícolas que tivessem preços elevados e

que, por isso, garantiam uma polpuda margem de lucros à burguesia

mercantil europeia. De fato, a pobre banana era o indício cabal de

que a antiga lei da oferta e da procura tinha lá suas razões.

Com o passar do tempo o preço da banana acabou sendo natu-

ralmente incorporado ao nosso vocabulário financeiro. Toda vez

que encontramos um produto “a preço de banana”, temos a certeza

que pagaremos bem pouco naquele bem que tanto desejamos. Em

tempos de pouca grana, nada melhor que pagar valores módicos que

nos lembrem o precinho convidativo de um cacho de bananas!

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Sempre que há um período de seca, reacendem uma

preocupação com a pastagem para o gado, seja de corte ou leite. Com a escassez de água, o cres-cimento da pastagem é comprometido e oferece menos nutrientes aos animais, o que resulta em menos produtividade, ou perda de peso.

Para equalizar estas questões, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) trabalha em unidades de observação, onde aplica um método e observa seus resultados. Neste sentido, com um sistema de

irrigação correto a empresa consegue quase que igualar o fornecimento de alimentos aos animais em todas as épocas do ano.

Para orientar e buscar de soluções para o pro-blema com secas e uso de pastagens, no mês de junho a empresa realizou mais uma tarde de cam-po. O evento reuniu informações sobre a época de semeadura, melhor manejo e adubação, além de pastagens de inverno, como o plantio de novas variedades de aveia preta e branca e azevém.

Os temas estão unidos ao assunto principal, à irrigação da pastagem. Ele foi desenvolvido para

Epagri mostra propriedade referência em

DiaCampo

de

manejo e irrigação de inverno

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mais de 70 pessoas, na propriedade de Lourivaldo Bloemer, onde várias técnicas avançadas são apli-cadas com resultados excelentes.

De acordo com o Engenheiro Agrônomo da Epagri, João Paulo Reck, a seca e o frio afetam o crescimento da pastagem, principalmente na fase de florescimento e enchimento dos grãos da cultura do milho, o que prejudica consideravel-mente a agricultura. “O frio reduz drasticamente o crescimento das pastagens tropicais e a irrigação supre a necessidade de água em períodos de seca. Como tivemos um período adverso e um déficit de chuva, a pastagem foi afetada e todo o manejo. Apresentamos alternativas, como o plantio de variedades que crescem no inverno e a irrigação

periódica, como forma de diminuir o vazio forra-geiro nesta época”, explica.

O agrônomo acrescenta que o objetivo destes eventos é orientar e incentivar os produtores para lidarem com a adversidade. “Este trabalho iniciou na rizicultura, foi estendido para a produção de hortaliças e agora é aplicada no milho e em pas-tagem, voltada a cultura da pecuária de leite”, observa.

Reck completa que há outras propriedades que utilizam as técnicas e apesar de não ser uma pes-quisa efetiva, os resultados apareceram. “Apesar de subjetivos, já que não há medições no plantio e no crescimento, os produtores explicam que alcançaram bons resultados”, complementa.

Após conhecer detalhadamente as características de cada planta, mudas são semeadas na propriedade. Na área de Lourivaldo as orientações são aplicadas, mesmo a história da produção de leite na propriedade é recente. Com a visão do produtor, o imóvel da família, antes era utilizado no plantio de fumo, mas a menos de dois anos, teve as características substituída para se adequar ao gado de leite. Com investimento de R$ 40 mil e algumas cabeças de gado de leite, a propriedade se tornou modelo em função da proposta de utilizar apenas a pastagem como nutriente animal. Com a aplicação de boas

Como o trabalho é desenvolvido na propriedade

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técnicas de manejo os resultados come-çaram a aparecer.

Além do uso do sistema de piquete-amente, ou pastoreio Voisin, as áreas possuem uma diversidade de espécies forrageiras. Aveia e azevém continuam sendo as espécies fundamentais para nutrir o gado, porém a utilização, de forma consorciada, de leguminosas - trevo branco, cornichão, ervilhaca -, gramíneas – tifton - e também de espécies hibrida Convert HD 374, tem garantido o bom desempenho da propriedade.

A sobressemeadura consorciada reforça a produção dos nutrientes necessário para os animais passarem pelas quatro estações do ano com saú-de e com garantias na produção. Além disso, após uma primeira aplicação, a resemeadura é feita de forma natural, o que reduz custos de manutenção da pastagem.

Bloemer diz que bem cuidado, dois hectares são suficientes para abastecer os animais neste período. Frente ao investimento para oferecer ao gado,

cerca de 100 toneladas de milho ao ano, a substituição no alimento só trás economias.

Um dos métodos diferenciados é o uso de dois piquetes ao dia, quando a maioria das propriedades utiliza apenas um. “Os animais se alimentam em um e no final da tarde são levados para outro, ali eles deixam o dejeto que ajuda a nutrir o solo. Com está técnica, conseguimos ainda quebrar o ciclo do carrapato, um dos problemas frequen-tes no gado, mas que há tempos não vemos na propriedade. Desta forma aproveitamos melhor à área e garanti-mos a saúde do gado”, explica.

Ele também observa que o sistema de irrigação auxilia consideravelmen-te na manutenção do pasto. “Ele é constantemente irrigado e não perde nenhuma de suas características. Manter a pastagem irrigada é garantir a qualidade no alimento e nos nutrientes para o animal, com isso a rentabilida-de é mantida. Além disso, a forma de manejo e uso de irrigadores, mantém sua higiene isto reflete na qualidade do

leite”, observa.Segundo o produtor, a previsão é,

em dois anos retirar o investimen-to. “Iniciei com quatro vacas, cuidei principalmente da sua alimentação, isso e outros fatores fizeram investir mais. Hoje são 40 animais e média de 10 litros/dia para cada um. Agora para frente é que vou colher meus investi-mentos e minha meta é produzir 12 litros/dia”, diz.

Para ele toda as mudanças e a preocupação com o gado é se manter dentro da Instrução Normativa 51 e 62 que possuem como objetivo melhorar a qualidade do leite. “Há um número grande de produtores que não dão atenção a este fator. Os lacticínios precisam bonificar aqueles preocupa-dos com a matéria-prima, para que outros enxerguem os benefícios. O leite produzido na minha propriedade esta dentro de todas das IN e, mesmo com custo mais alto, prefiro manter minhas técnicas de manejo. Não vou ficar rico, mas consigo dar qualidade de vida para minha família”, acrescenta.

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Carlos Geraldo Rodrigues JuniorTécnico AgropecuárioE-Mail: [email protected]

Saber Planejar

A agricultura familiar responsável por produzir 70% dos alimentos consumidos pela população

recebe mais incentivo com o lançamento do novo plano safra 2012/2013. O novo plano vem com algumas modificações que iram facilitar o acesso ao crédito, mudando o limite de enquadramento de R$ 110 para R$ 160 mil de renda bruta anual e alterações de alguns limites de crédito. Este ano o governo irá disponibilizar R$ 18 bilhões que serão in-vestidos no PRONAF custeio e investimento.

Mais alimentos continua com as mesmas regras, sendo financiado até R$ 130 mil, com o mesmo juro de 2% ao ano e a mes-ma condição de 10 anos para pagamento, podendo ser financiado equipamentos com até 10 anos de uso e também pickup. Já o

PRONAF até R$ 50 mil, não existe mais. PRONAF custeio aumentou seu limite de R$ 50 para R$ 80 mil e reduziu o juro de 4,5% para 4% ao ano. PRONAF jovem passou para R$ 15mil e o PRONAF mulher chegou a R$ 130 mil, podendo financiar qualquer atividade de interessa da mulher, que irá gerar renda para a propriedade. Alem destas medidas também houve ampliação no limite de comercialização do Pnae de R$ 9 para R$ 20 mil por produtor, e também ocorreram alterações no programa do PAA, permitindo que os municípios comprem alimentos com recursos próprios alem do que está previsto pelo governo. Foi anunciada a ampliação da cobertura da renda do Seguro da Agri-cultura Familiar o Seaf de R$ 3,5 para R$ 7 mil por safra.

Para os demais produtores que não se en-quadram no PRONAF, também ocorreram algumas alterações com a mudança do juro que eram de 6,25 a 6,75% para 5 a 5,5% ao ano, com limite de crédito vaiando de R$ 300 mil até R$ 1 milhão. E para a suino-cultura que passa por uma crise o governo abril novamente a retenção de matrizes com a ampliação do prazo de pagamento para até 2 anos. Quando surgir o interesse em fazer algum investimento ou custear sua produção procure uma assistência técnica qualificada, que irá lhe auxiliar na melhor alternativa de financiamento, viabilizando seu investimento, a Planejar – Projetos Agropecuários esta preparada para atende-lo, com a melhor consultoria e assessoria em crédito rural.

Plano safra 2012/2013

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Fernanda OenningEngenheira Agrônoma doLaticínios Fortuna

Qualidade do Leitea do

. Saúde de úbere é na nota do leite vir a ccs em média de 300.000. O uso da raquete cmt ajuda a desvendar as mastites

. Vaca com mastite sub clinica também diminui a produção de leite

PREVENÇÃO DA MASTITE

Muitos produtores de leite não tem conheci-

mento do que é a CCS (MASTITE) e a suas causas.

Quando temos algum tipo de mastite no rebanho, sendo esta clinica( visível, ex; grumos)ou sub- clinica ( a alteração nos resultados do exame de ccs ,acima de 600.000 ufc/ml, mas a olho não se vê, só com a raquete CMT), logo se pen-sa remédio para curar, claro, é preciso, mas o que devemos realmente analisar são os corredores onde os animais passam quando vão para ordenha, o manejo sanitário; principalmente as

desverminaçoes e as vacinas reproduti-vas. SE faz uso da terapia de vaca seca, com o uso da bisnaga. E principalmente se esta fazendo correto manejo de or-denha com o pré dipping que é lavar os tetos so em casos raros, se estiver muito sujo de lama ou esterco, então tira-se os três jatos desinfeta com algum produto e seca-se com papel toalha.

Outro ponto para prevenção da mas-tite é controlar a CBT (HIGIENE), com o uso da água quente com alcalino clo-rado principalmente nas teteiras, onde estas ficam esterelizadas prevenindo da contaminaçao por fungos, bacte-

rias. Não podendo esquecer tambem das mangueiras, coadores, tarros de ordenha e aqueles tarros que ficam no resfriador de imersão. O resfriador a granel tudo faz uso da água quente também juntamente com alcalino clo-rado, e faz uso da vasoura de resfriador e de bocal.

Obs: dependendo do manejo e dos equipamentos de ordenha usa-se o detergente ácido em água morna ou fria de 1 a 3 x por semana na ordenha, tarros e resfriador a granel, depois de fazer a lavação com o detergente alca-lino clorado em água quente.

Treinamento realizado pelo Laticínio Fortuna, através do Senar sobre qaulidade do leite. Na comunidade de Brusque em Orleans.

Com aula prática na sala de ordenha do produtor Juliano

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Giro AgropecuárioDiogo Schotten BeckerGestor em Agronegócio eAcadêmico de [email protected]

Até então nenhum problema, porém estas medidas citadas algumas deixaram duvidas de como elas serão executadas. Pois até o momento nunca haviam sido colocadas em prática. Resta à classe pressionar ainda mais para que os responsáveis cumpram com aquilo que foi proposto.

Manifestos dasuinoculturaDesde a última edição da

Feagro, vimos ma-nifestos que relatam a situação desola-dora por qual passa a suinocultura, que esta penalizando os produtores, pelo alto preço dos insumos (milho, soja) e também pelos baixos preços pagos pelo kg do suíno vivo. Talvez para muitos esta crise não tenha a menor importância, pelo fato de não estar vinculado direta-mente ao setor. Mas indiretamente e até

mesmo diretamente somos dependentes deste setor que é muito importante para o desenvolvimento da região, em virtu-de do grande número de empregos que são gerados por esta atividade e assim sendo movimentando a economia local.

No último dia 12 de julho uma comi-tiva de produtores rurais de Braço do Norte e de vários outros municípios do estado bem como produtores de demais estados, estiveram reunidos em Brasília

reivindicando políticas agrícolas que atendessem o setor. Tais como; Políti-cas de preço mínimo PGPM (políticas de garantia de preço mínimo) como já é feito para algumas culturas como milho e feijão. Inserção da carne suína no cardápio dos presídios, escolas e Forças Armadas. Linha de crédito para retenção de matrizes de R$ 500,00 por matriz. Renegociação das dívidas de custeio e investimento.

- Prorrogação das dívidas de custeio e investimento em 1 (um) ano. Ou seja se o vencimento da sua dívida é em 2015 passará a ser em 2016;

- Liberação da linha de crédito de retenção de matrizes de R$ 500,00 por matriz;

- Liberação do milho da CONAB a R$ 21,00 a saca;

- Pagamento de R$ 0,40 centavos por kg de animal por parte do governo.

Durante o fórum realizado no senado, foi decidido as seguintes medidas:

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MERCADO AGRÍCOLA

A safra de uva este ano no Rio Grande

do Sul deve somar cerca de 700 milhões de

quilos, segundo projeção do Ibravin (Insti-

tuto Brasileiro do Vinho) divulgada nesta

quinta-feira (26/4), último dia da ExpoVinis

2012, em São Paulo. “Sofremos perdas em

consequência do granizo que atingiu os

parreirais no Estado, responsável por cerca

de 90% da elaboração brasileira de vinhos

e 55% da produção de uvas, mas, por outro

lado, ocorreu um aumento na área cultivada

que compensará estes prejuízos”, avaliou o

presidente do Conselho Deliberativo do Ibra-

vin, Alceu Dalla Molle. Na safra passada, o

RS colheu a maior safra da sua história, com

707,2 milhões de quilos de uvas tiradas das

videiras gaúchas.

Os especialistas são unânimes em afirmar

que a safra 2012 de uvas entra definitiva-

mente para a história do setor vitivinícola na

região Sul do país. “O cultivo foi o mesmo do

ano passado, por exemplo, que registrou uma

safra menos expressiva em termos de qua-

lidade. Isso não significa que houve alguma

falta de cuidado em 2011, pois os produtores

fizeram exatamente a mesma coisa agora,

em 2012. A diferença é que, desta vez, as

condições naturais colaboraram”, explica o

pesquisador da Empresa Brasileira de Pes-

quisa Agropecuária (Embrapa), segmento

Uva e Vinho, Celito Guerra, 48 anos.

Para o estudioso, há 22 anos na entidade,

seguramente a safra 2012 nos dois estados

do extremo sul brasileiro fica entre as três

melhores dos últimos 50 anos, em qualidade

equivalente às emblemáticas colheitas de

2005 e 1991. “Só saberemos quão boa foi

esta safra quando vierem os vinhos elabora-

dos a partir de suas uvas. Mas, com certeza,

a qualidade foi muito elevada. Pode até ter

havido safras muito boas nos anos 1970, por

exemplo, mas naquela época não tínhamos

uvas decentes nem tecnologia de ponta,

como agora”.

A alta qualidade desta safra pode ser com-

provada pela análise do Grau Babo de 280

amostras coletadas pela Divisão de Enologia

as Secretaria Estadual da Agricultura, Pecu-

ária e Agronegócio (Seapa). A uva merlot,

por exemplo, teve uma graduação média

de 18,02 este ano, enquanto em 2005 foi de

18,13 e no ano passado de 16,12. A char-

donnay registrou 17,08 de graduação média,

ante 17,44 de 2005 e 16,78 de 2011. “Esta é a

melhor safra que o Vale dos Vinhedos já viu”,

afirma o diretor-técnico da Aprovale, Daniel

Dalla Valle. “Esta é a melhor safra que pude

acompanhar em 30 anos no Brasil”, declara

Carlos Abarzua, diretor em viticultura da

ABE (Associação Brasileira de Enologia).

Guerra explica que o cultivo de uvas no

Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em

2012, foi favorecido pelo fenômeno La Niña

– cuja ocorrência costuma registrar anuidade

intercalada. O clima seco, entretanto, só pôde

ser bem aproveitado graças aos cuidados

na produção, com vinhedos implantados

nos locais mais propícios nos aspectos de

exposição solar e características do solo.

“Tivemos uma temporada de muito sol, baixa

umidade e baixa precipitação pluviométrica,

com temperaturas quentes durante o dia e

amenas à noite. O clima seco permitiu que

as uvas fossem deixadas mais tempo no pé

e, por consequência, adquirissem maior

maturação”.

O pesquisador José Fernando da Silva

Protas, também da Embrapa Uva e Vinho,

vai mais longe. Conforme ele, em termos de

qualidade, pode-se esperar vinhos oriun-

dos das uvas da safra 2012 com a “melhor

qualidade da história”. “A razão é que, esta

safra, concilia um comportamento climático

excepcional com os grandes avanços tanto

na qualificação técnica no campo quanto na

estrutura tecnológica da indústria”, explica

Protas.

Equilibrio e harmonia

A qualidade dos vinhos que serão elabora-

dos posteriormente resulta de uma delicada

sintonia entre todas as características da

matéria-prima colhida agora – Grau Babo

(índice de açúcar), acidez, aroma (princi-

palmente no caso dos brancos), tanino e

polifenóis (especialmente nos tintos). Os

polifenóis são os compostos orgânicos que

conferem ao vinho as características de cor,

corpo e longevidade.

“Há particularidades para cada região

produtora do país. O Vale do São Francis-

co (particularmente na área produtora do

interior pernambucano), por exemplo, tem

outro regime climático e de cultivo, não pode

ser comparado. A região cafeeira do sul de

Minas Gerais, em outro caso, aparece com

bom potencial, foi muito bem este ano, mas

tem apenas quatro ou cinco safras de história.

Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de um

modo geral, em todas as suas microrregiões

produtoras, foram muito favorecidos pelo

clima. Mas isso só resulta em uvas de qua-

lidade porque houve excelência no cultivo”,

finaliza Guerra.

Safra de uva 2012 fi ca entre as três melhores em meio século

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Safra Área plantada(ha)

Produção(t)

Rendimento(kg/ha)

2008/09 122.937 323.620 2.641

2009/10 117.146 275.195 2.419

2010/11 87.401 241.093 2.758

2011/12 76.279 229.130 3.004

2012/13 (1) 66.810 205.251 3.072

Fonte: IBGE/GCEA. (1) Dados preliminares sujeitos a alterações.

Ao que tudo indica teremos em 2012 uma safra de trigo inferior a de 2011. Isto porque a área plantada no Estado deve diminuir 12% - de 76,3 mil para 66,8 mil hectares. Consequentemente, a produção esperada também cai de 229,1 mil para 205,3 mil toneladas.

As principais razões apontadas para esta redução na área são os baixos preços recebidos pelos produtores, as dificuldades de comercialização do cereal e o aumento nos custos de produção. A classificação mais rígida do cereal é também uma preocupação por parte dos produtores. Contudo, sabe-se que, o trigo de melhor qualidade (para fins de panificação), uma vez produzido, tem a garantia de preços melhores.

A produção mundial também deve cair. O Conselho Internacional de Grãos estima que a safra mundial de trigo em 2012/13 deve totalizar 665 milhões de toneladas, uma redução de seis milhões de toneladas em relação a projeção anterior. Segundo o órgão, as condições foram desfavoráveis em alguns países e a expectativa de safra da Rússia se deteriorou.

Contudo, nos Estados Unidos, os resul-tados da colheita, em geral, superaram as expectativas iniciais. As chuvas recentes ajudaram a recupera as lavouras em partes da União Europeia, cujas condi-ções estavam abaixo do ideal no início da temporada.

No Brasil, o novo sistema de classifi-cação do trigo – mais exigente – final-mente entra em vigor nesta safra. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo este sistema trará van-tagens ao país, ao produtor, ao moinho e ao consumidor brasileiro, pois busca melhorar a qualidade do trigo, evitando que o governo tenha que subsidiar o pro-

duto que não encontra mercado no país e que acaba sendo exportado, enquanto o país precisa importar mais da metade do seu consumo.

É com base nessa nova classificação que o governo vai enquadrar o cereal nas políticas de ajuda à comercialização. Nos parâmetros antigos, por exemplo, era considerado trigo "pão" aquele com a característica de "força de glúten" (essen-cial na farinha usada no pão francês) de 180. Na classificação nova, esse patamar sobe para 220.

O Governo Federal reajustou os preços mínimos do trigo para a safra 2012/2013. Na região Sul o reajuste foi de aproxima-damente 5%, o trigo Pão tipo 1, que vigo-rava a R$ 477,00 por tonelada, passará para R$ 501,00. Os valores irão vigorar entre julho de 2012 e julho de 2013.

Além disso, o Governo também dis-ponibilizará R$ 430 milhões para a co-mercialização do cereal em 2012, através de leilões quinzenais - no ciclo passado foram mais de R$ 200 milhões - o que, na prática, significará que o apoio será sufi-ciente para escoar cerca de 2,8 milhões de toneladas, aproximadamente metade da produção brasileira.

No Estado o plantio encontra-se bem adiantado. O clima dos últimos dias

contribuiu bastante para isto. No extremo Oeste já foi concluído. No Oeste (região de Chapecó/Xanxerê), onde se concentra a maior produção, cerca de 80% da área foi semeada, devendo finalizar até o dia 20 deste mês.

No Planalto Norte 30 % está plantado e no meio Oeste 13%. Nestas regiões o plantio pode se estender 20 e 30 de julho, respectivamente. Mas, se o tempo conti-nuar firme o plantio pode ser encerrado mais cedo em todo o estado.

Quanto aos preços praticados no Esta-do, estes não estão nada animadores. Na região de Chapecó a saca de 60kg, para o produtor, está sendo cotada a R$ 26,00, somente R$ 1,00 a mais do que há um ano atrás. Considerando-se os aumentos nos custos de produção no período este aumento é insignificante.

E as perspectivas não são boas em relação a aumento de preços, uma vez que a Argentina, nosso principal fornecedor (em torno de 60% do total importado), já anunciou que terá um excedente exportável de seis milhões de toneladas da safra que está sendo plantada (2012/13). No Brasil mais da metade do trigo consumido é importado e alcançam quase seis milhões de tone-ladas por ano comercial.

Márcia Janice Freitas da Cunha Varaschin - Economista - Epagri/Cepa - [email protected]

Comparativo das safras de Trigo em Santa Catarina - 2008/09 a 2012/13

Trigo - Safra 2012 em Santa Catarina

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