revista visão rural 09

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Edição 09 da Revista Visão Rural

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Verão com pouca chuva e temperatura acima da média

A previsão para o trimestre entre dezembro de 2011 a fevereiro de 2012 não é positi-va para os produtores que esperam por

chuva. De acordo com a Epagri/Ciram a previsão é de chuva abaixo da média climatológica no Oeste, no Meio Oeste, no Planalto Sul e no Litoral Sul, devido à influência da La Niña. Nas demais regiões, a chuva fica entre a média a abaixo da média no trimestre. Com a perspectiva de estiagem e com a chuva abaixo da média registrada nos últimos dois meses (outubro e novembro) na maioria das regiões, há risco para agricultura e abastecimento de água no Estado. Por outro lado, a previsão é de um verão otimista para o turismo e lazer.

A partir da segunda quinzena de dezembro co-meçam a ocorrer chuvas típicas de verão (pancadas de chuva rápida e localizada entre o final da tarde

e início da noite), tornando-se mais frequentes em janeiro e fevereiro.

Em dezembro, a média mensal de chuva no Esta-do varia de 130mm a 170mm, devendo ficar abaixo desses valores neste ano. Em janeiro e fevereiro, a média mensal aumenta para valores entre 180 a 200mm. No trimestre, eventos de temporais e granizo são esperados, mas serão menos frequentes do que o normal para a época do ano.

A previsão é de temperatura mínima próxima da média climatológica e de temperatura máxima acima da média climatológica, especialmente no Oeste, Meio Oeste, Planalto Sul e Litoral Sul. Pelo menos uma ou duas ondas de calor (período pro-longado com dias consecutivos de calor intenso) é esperada entre janeiro e fevereiro, podendo quebrar recordes.

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Produtores rurais catarinenses ganharam novo prazo para apresentar o georreferencia-mento das propriedades com área inferior a 500 hectares, atendendo a pedidos de entida-des que representam a agropecuária brasileira, entre elas a Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil (CNA). O decreto 7.620/2011, no Diário Oficial da União, estende para 2013 o período limite para que os proprietários apresentem o documento, conforme tamanho de cada imóvel.

A nova regra prevê que as propriedades de 250 a 500 hectares passam a ter dez anos, para executar o georreferenciamento, contados a partir de 2003; as áreas de 100 a 250 hectares terão treze anos; os proprietários de 25 a 100 hectares terão 16 anos e os donos dos imóveis inferiores a 25 hectares ganharam 20 anos a partir de 2003 para cumprir a exigência.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) esclarece que a partir da Lei 10267, de 2001, passou a ser exi-gida a apresentação ao Incra da planta georre-ferenciada para a emissão de uma certificação que comprove que seu imóvel não se sobrepõe a outro ou a áreas de conservação ambiental, reservas indígenas ou áreas quilombolas. No entanto, nem todos os proprietários de imóveis rurais precisam fazer essa apresentação.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedro-zo, alerta que a obrigatoriedade do georreferen-ciamento é somente para os casos de mudan-ças de domínio do imóvel, desmembramento, remembramento ou parcelamento do imóvel. Se não fizer o processo dentro do prazo, os produtores ficam impedidos de registrar a

operação desejada em cartório.Os procedimentos para o georreferencia-

mento do imóvel rural obedecem a três etapas: a primeira envolve o profissional habilitado e credenciado para a execução dos serviços de campo e elaboração do material. A segunda etapa se dá junto ao Incra, com a apresentação do material, anuência dos confinantes e demais documentos e a terceira e última etapa se pro-cessa junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

“A decisão de prorrogar o prazo trouxe segurança jurídica aos produtores. A lém disso, garant irá a continuidade da pro-dução de alimentos, do acesso ao crédito e da comercialização dos pro-dutos, pois esses imóveis estarão regularizados”, salienta Pedrozo.

Um dos motivos que também levou à prorroga-ção do prazo foi a falta de profissionais credenciados para fazer a demarcação da propriedade. Por isso, o Diário Oficial da União publicou também o termo de cooperação técnica assinado entre o Incra e o Exército para análise de cerca de 20 mil processos de certificação de propriedades acima de 500 hectares, que estão nas superintendências regionais do Incra. Além disso, o Exército contratará técnicos para análise desses processos, sob a coordenação e monitora-mento do Incra.

Governo amplia prazo para o georreferenciamento

Obrigatoriedade do georreferenciamento

é somente para os casos de mudanças de

domínio do imóvel, desmembramento,

remembramento ou parcelamento do imóvel

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As inscrições para interessados em estagiar em qualquer área do setor primário, no período de um ano, morando em propriedades agrícolas previamente escolhidas na região sul da Ale-manha podem ser feitas por meio do site www.afebrae.com.br até o dia 15 de janeiro de 2012.

São pré-requisitos para a inscrição que o candidato ou candidata tenha entre 18 e 25 anos, seja solteiro (a), possua nível técnico ou experiência na atividade agrícola e tenha conhecimento da língua alemã.

O estágio é viabilizado por meio de parceria que envolve a Secretaria de Estado da Agri-cultura, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) e a As-sociação de Fomento de Estágios de Brasileiros no Exterior (Afebrae).

A Afebrae, com sede em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, há 23 anos seleciona e encami-nha jovens do meio rural para a realização de estágios na Alemanha.

O programa abrange áreas da agricultura, pecuária, suinocultura, floricultura, fruticultura, enologia, turismo rural, e outras de interesse especifico. E tem por objetivo proporcionar aos jovens brasileiros a oportunidade de conhece-rem e adquirirem novas técnicas de trabalho,

tanto na teoria como na prática, convivendo com uma família alemã previamente escolhida.

Todos os anos no mês de fevereiro são feitas as provas de seleção que inclui a prova prática (manejo de máquinas e trato com animais) e teórica (conhecimentos gerais e língua alemã). Os candidatos aprovados são chamados para assinar um contrato de estágio e providenciar a documentação necessária para obtenção de Visto, sendo o embarque previsto para o mês de agosto. No presente estágio a perspectiva é de que o embarque aconteça em agosto de 2012.

A Afebrae também coordena um programa de Au-pair (cuidar de crianças) para moças, em parceria com uma entidade co-irmã na Alemanha, a MULTIKULTUR (Multikultur Au-pair Service)

Jovens do mundo inteiro trabalham como Au-pair em casas de família cuidando de crianças e auxiliando no trabalho doméstico, dando-lhes a oportunidade de conhecer a cul-tura e costumes de outro país, como também melhorar seus conhecimentos na língua alemã.

Interessados em participar de algum dos programas apresentados, podem fazer a inscrição pelo site: www.afebrae.com.br e também pelo fone/fax: (54) 3281-1465, e-mail: [email protected].

Oportunidade de estágio na Alemanha

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Clube de Mães Unidos VenceremosResponsável: Simoni H. Della Giustina Weber

Rocambole Salgado

Ingredientes massa:- 2 xícaras (chá) de sobra de aipim;- 1 xícara (chá) de sobra de pão;- 2 ovos;- 1 pitada de sal;- 1 colher de fermento químico (para bolo);- Trigo até o ponto de esticar.

Ingredientes recheio:- 1 xícara (chá) talo de couve;- ½ xícara (chá) de cenoura;- 1 xícara (chá) de palmito;- ½ xícara (chá) de folha de cenoura;- ½ xícara (chá) de talo de beterraba;- ½ xícara (chá) de espinafre;- 1 cebola;- 1 tomate;- 2 xícaras (chá) de peixe cozido;- Sal e Tempero verde à gosto.

Modo de PreparoRecheio: refogue tudo junto.Massa: misture tudo e amasse bem.

Estique sobre o plástico e coloque o recheio. Enrole e pincele com gemas. Leve para assar em forno pré-aquecido.

Pratos deliciosos sem

desperdício de alimentos

A redução do desperdício no preparo dos alimentos traz muitos benefícios para a família, pois além de reduzir o custo das

preparações, na maioria das vezes ela torna a alimenta-ção mais saudável. Estudos realizados nos últimos anos mostram que em muitos vegetais, o valor nutricional de talos, folhas e cascas, é mais elevado do que na par-te normalmente consumida. Por exemplo, a rama da cenoura, tem elevado teor de ferro, e é uma boa opção para preparar saladas, refogados e recheios.

Os Clubes de Mães de Rio Fortuna receberam as orientações do Projeto Agita Rio Fortuna. A atividade teve como objetivo sensibilizar as mães sobre a quan-tidade de alimentos que desperdiçamos diariamente, além de alertar sobre os altos índices de sobrepeso e obesidade entre as crianças e adolescentes do município. Após, as mães receberam orientações sobre como evitar o desperdício, as dicas incluíam formas de reaproveitar os alimentos e também de aproveitar o alimento inte-gralmente, através da utilização de talos, folhas, cascas e restos, quando armazenados e higienizados adequada-mente.

As receitas de aproveitamento integral dos alimentos fornecidas aos Clubes de Mães buscaram orientar o preparo de refeições nutritivas em condições seguras. Afinal, o não aproveitamento dos alimentos, ocasiona o desperdício de toneladas de recursos alimentares. Para finalizar as atividades realizadas, o Projeto Agita Rio Fortuna, organizou o II Concurso de Culinária Saudável, desta vez, a preparação deveria ser saudável, gostosa, ter boa apresentação e otimizar o aproveitamento dos alimentos. Participaram do concurso sete Clubes de Mães, e oito jurados escolheram as melhores prepara-ções.

Confira as receitas vencedoras:

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Suco de Coqueiro (Jerivá)

Ingredientes:- Coquinho (fruto do coqueiro Jerivá);- Água à gosto;- Açúcar à gosto.

Modo de Preparo: Lave os co-quinhos e coloque no liquidificador, acrescente um pouco de água e bata para soltar a polpa. Em seguida, coe. Acrescente a quantidade de água que achar necessário (mais concentrado ou mais diluído, conforme sua preferência). O suco de coqueiro já é doce, porém se achar necessário, poderá acrescentar um pouco de açúcar.

Moranga

Ingredientes:- ½ moranga média em pedaços;- 1 xícara (chá) de açúcar;- Coco;- ½ xícara (chá) de água.

Modo de Preparo: Coloque na pa-nela o açúcar, a água, a moranga e em seguida o coco. Leve ao fogo e deixe caramelizar. Sirva quente ou frio.

Suco de Couve

Ingredientes:- Folha de couve;- Cana cidreira;- Limão;- Água e açúcar à gosto.

Modo de Preparo: Bata no liquidificador a couve com a cana cidreira e o limão. Coe e adoce a gosto. Sirva bem gelado.

Clube de Mães Sede do BragantinoResponsável: Maria Wagner Schueroff

Bolo salgado de cenoura com verduras

Ingredientes:- 4 ovos;- 1 xícara (chá) de trigo integral;- 1 xícara (chá) de trigo branco;- 2 cenouras grandes cruas;- ½ xícara (chá) de óleo;- Sal à gosto;- 1 colher fermento em pó;- Verduras picadas com casca (cenoura, va-

gem, chuchu, abobrinha, milho verde, pepino, salsa, brócolis e cebola);

- Queijo picado e peito de frango.

Modo de Preparo: Bata no liquidificador os ovos, os trigos, a cenoura, o óleo e o sal. Acrescente o fermento. Misture na massa as verduras picadas com casca e tudo, o queijo picado e o peito de frango picado. Por cima, polvilhe queijo ralado.

Leve para assar e sirva quente ou frio.

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Moranga

Ingredientes:- ½ ½ moraangn a média em pedaços;- 11 xíxícacara (chá) de açúcar;- CoCococo;;-- ½ ½ xícaarara ((chc á) de água.

MoMododo dde PrPrepeparo: Coloque na pa-nenelala oo aaçúçúcacar,r, aa áágugua,a aa moranga e emseseguguidida a o o cocococo.. LeLevev ao fogo e deixe caramemelilizazar.. SSirirvava qqueuennte ouu frio.

MoModdo dde PrP epara o:o BBata nono lliqiquidid ficadodorr osos oovovos,s, oooss s trt igigosos,, a a cec nonoouru a,a, oo óóleleoo ee o sal. AcAcrerescscenentete ooo fferermemento. MMisistuturere nnaa mamassssa as verddururrasas ppiccicadadadasas ccomom ccasasca eee tududo,o, oo qqueueijo picacadodo ee oo ppeieitoto dddee frfranangogo ppiciccadadado.o. PPoror cimma,a, poolvvililhehe qqueueu ijijo o raralalaadodo.

Leve ppararaa asasa sasar e ee sisis rvrva a quq enntet oou u frfrioio.

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Bolo de Aipim com casca de laranja e coco

Ingredientes:- 1 bacia (500 gramas) de aipim cru ralado;- 2 ovos;- 2 xícaras (chá) de açúcar;- 1 pitada de sal;- ¼ de xícara de leite (aproximadamente);- 1 xícara (chá) de casca de laranja picada e aferventada

por 10 minutos;- Coco ralado à gosto.

Modo de Preparo: Misture o ovo e o açúcar, amoleça com um pouco de leite e em seguida acrescente os outros ingredientes. Misture bem e leve para assar.

Pão de couve com talos

Ingredientes:- 3 xícaras (chá) de farinha de trigo;- 2 colheres (sopa) de açúcar;- Sal;- 1 colher (sopa) de margarina;- 1 colher (sopa) de fermento para pão;- Leite até o ponto;- 3 folhas de couve refogada e batida no liquidificador.

Modo de Preparo: Junte os ingredientes e passe no cilindro. Deixe crescer e leve para assar.

Clube de Mães Santa PaulinaResponsável: Marilene Walter Tickler

Doce de banana com casca

Ingredientes:- Banana com casca batida no liquidificador; - Açúcar mascavo ou melado; - Canela em pó.

Modo de Preparo: Deixe ferver até corar e coloque um pouco de canela em pó.

Suco de cana cidreira com hortelã e limão

Ingredientes:-1 xícara de cana cidreira picada;- 3 ramas de hortelã;- 3 limões;- 2 litros de água;- Açúcar à gosto.

Modo de Preparo: Bata no liquidificador a cana cidreira, a hortelã com ½ litro de água. Coe, adicione o restante da água e adoce a gosto. Sirva gelado.

- 2 colheres (sopa) dede aaçúçúcacar;- Sal;- 1 colher ((sosopapa) dede mmarargagaririnana;- 1 colher (sosopapa)) dede fferermementnto o paparara pãoã ;- LeL ite atatéé o popontnto;o;- 3 3 fof lhasas ddee cocouvu ee refogada e batida no liquidificador.

MoMododo dde Preparo: Junte os ingredientes e passe nocicililindndroro. Deixe crescer e leve para assar.

cidrreieeieie rarrraa, a a a a hhohortrtttelelelã ãã cococ m ½ lil trro dede águua.a. CCoeoee, , , adada icicioionen o rereeestststttanananantetetete dddda aa a ágágáguauaa ee adocee a gosostoto. Siirvrva a gegeelalaladoddo..

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O processo de compostagem usa simples mistura de esterco seco de aves (ou cama de aviário), carcaças (de aves, suínos, ou outros animais mortos na propriedade) e, no caso de uso de esterco seco, uma fonte de carbono adequada, como capim seco, grimpas de pinus, palhadas, etc. A água é adicionada em quantidade suficiente para manter o materiall úmido, pois a mistura nunca deve ficar saturada de água. As quanti-dades de água recomendadas devem equivaler, em litros, à metade do peso das carcaças. Ou seja, para cada quilo de carcaça colocada, rega-se com meio litro de água.

O tempo de fermentação vai depender do tipo de carcaça alojada. Para carcaças de frangos de corte pode-se usar dois períodos de 10

dias, a partir da última carcaça alojada. Para poedeiras e matrizes, dois períodos de 30 dias. Para carcaças de suínos, um período de 120 dias após o fechamento da composteira.

O manejo da compostagem requer pouco tempo por dia, mas é necessário seguir criteriosamente os passos da operação, pois o seu manejo errado poderá realmente resultar na produção de odores desagradáveis e na atração de moscas.

A compostagem deve ser usada na mortalidade normal que ocorre em uma criação. Não serve para mortalidade catastrófica, resultante de calor excessivo, problemas com instalações, perdas por doenças, etc. Nesse caso, deve-se montar uma estrutura em separado, emergencial.

COMPOSTAGEM É ALTERNATIVACOMPOSTAGEM É ALTERNATIVA

Conciliar a produti-vidade à

preservação do meio ambiente tem sido um dos grandes desafios da área rural. A conscientização dos produtores e o aumento da vigilância ambiental, com exigência de licenciamento, têm con-tribuído na busca de alternativas para problemas práticos da agropecuária, como o destino dos resíduos produzidos nessa atividade. As carcaças de animais, por exemplo, demandavam do produtor rural um esforço extra para eliminá-las.

Na nossa Região há uma grande concentração de suínos e o destino cor-reto para animais mortos, por exemplo, sempre foi uma grande preocupação. A solução pode ser prática, com a constru-ção de estruturas simples de alvenaria, denominadas composteiras, onde as carcaças são transformadas em adubo, utilizável em áreas de plantio.

A compostagem é um processo de decomposição em que ocorre a fer-mentação dos resíduos. A primeira dificuldade na aceitação dessa tecno-

logia está, justamente, no preconceito da população de que carcaças fedem e atraem moscas. A compostagem de carcaças é uma tarefa complexa, mas que simplif ica muito a dest inação desses resíduos que, até agora, eram eliminados em fossas, queimados ou enterrados, exigindo do produtor um árduo trabalho, quando não eram simplesmente abandonados, aí sim, com produção de mau cheiro e não só atração, mas criação de grande quan-tidade de moscas varejeiras.

NA ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS AGROPECUÁRIOSNA ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS AGROPECUÁRIOS

O Processo de Compostagem

Font

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A letra A, de abelha, apicultura, amizade e amor, vai ficar gra-vada com boas lembranças na

memória de estudantes das turmas de al-fabetização da Escola Municipal Professor José Boeing, em Rio Fortuna. A amizade com as abelhas e o amor pelo planeta são o ponto de partida de uma atividade de educação ambiental iniciada há quatro anos pela extensionista social da Epagri Maria Luiza Araújo Bloemer.

A ideia surgiu porque o Município é um grande produtor de mel. “Como temos contato com a produção apícola, pensamos em estimular o trabalho por uma situação bem comum para as famílias, mas pouco conhecida pelas crianças”, conta Maria

Luiza. O medo de abelhas e o baixo con-sumo de mel motivaram a extensionista a criar atividades que estimulassem o uso desses produtos na merenda e como terapia natural, além do cultivo de flores apícolas.

A programação inclui excursão para uma fábrica de colmeias, visita a um cam-po apícola para conhecer abelhas com e sem ferrão, apresentação de utensílios da apicultura, reconhecimento e experimen-tação de mel, própolis, pólen, geleia real e outros produtos, além de exibição de filmes e atividades didáticas próprias para o tema. “No início ficamos atentos à questão de as crianças estarem perto de abelhas africanizadas, mas com o tempo e roupas adequadas, manejo em locais protegidos e

horários apropriados, conseguimos levá-las para observar as colmeias sem proble-mas”, lembra a extensionista. As mães dos alunos também são envolvidas e recebem receitas que usam produtos apícolas como ingredientes.

Graças a esse trabalho, todos os anos cerca de 80 crianças de 5 e 6 anos de idade aprendem que podem manter um bom re-lacionamento com as abelhas e conhecem a importância delas para o meio ambiente e a saúde. “Elas se sentem valorizadas, pois percebem que sua participação é fun-damental na mudança de comportamento e de hábitos em casa e na escola”, destaca Maria Luiza, que realiza atividades de educação ambiental desde 1987.

trabalhada na escolaApicultura

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A rotina das garças-vaqueanas, aves que nos últimos tempos são comuns no município de Urussanga, levou o trabalho dos alunos Gustavo Cittadin Mazucco, de 11 anos, e Nayara Vitória Teixeira dos Santos, 12, a ser escolhido para representar a região de atuação Tubarão e Braço do Norte, do Projeto Verde é Vida, na III Mostra Científica Sulbrasileira, du-rante a Expoagro Afubra 2012. Os alunos da 6ª série da Escola Antonieta Quintanilha de Andrade foram orientados pela professora Rose Rodrigues Lima Nesi. O nome do trabalho é “O espetáculo das garças-vaqueanas no entardecer de Urussanga”.

Além de terem se tornado um cartão postal do Município, as garças--vaqueanas, segundo conclusão da pesquisa científica, são de fundamen-tal importância para o controle biológico de pragas nas pastagens, além de representarem uma relação ecológica com o gado, pois o desinfeta de parasitas. O lado negativo da pesquisa, ainda em desenvolvimento, é que, como a ave é de origem africana, ela possa ter invadido ou mesmo substi-tuído um nicho ecológico de outra espécie nativa, como o anum preto.

Expoagro Afubra, uma mostra que visa a diversificação

A próxima edição da Expoagro Afubra, feira agrícola voltada especialmente à agri-cultura familiar, acontece nos dias 21, 22 e 23 de março de 2012. A promoção e realização é da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Essa será a 12ª edição do evento, que ocorre em Rincão Del Rey, interior de Rio Pardo - RS.

O sucesso da Feira, de acordo com o pre-sidente da Afubra, Benício Albano Werner, está preceituado em números, assinados pela LJM Instituto de Pesquisas. Na edição 2011, 56 mil pessoas visitaram o parque de exposições. “Desse total, 82,33% eram produtores rurais”, diz.

Para a edição 2012, a Expoagro Afubra deve repetir a fórmula que tem atraído um público cada vez maior. “Buscamos trazer para a Feira o que existe de mais moderno em produtos, serviços e técnicas para incre-mento das atividades rurais”, avalia Werner.

O objetivo, segundo ele, é um só: buscar alternativas que complementem a renda das famílias que hoje labutam no meio rural.

Para a edição 2012, a entidade trabalha para contar, novamente, com o apoio de mais de 300 expositores e 90 agroindústrias, além de manter a parceria com instituições públicas, entidades, associações e lideranças vinculadas ao setor rural. “Também procede-mos, a cada ano, mudanças e melhorias na infraestrutura do parque, para que o público aproveite o máximo possível a programação e as atrações do evento”, comenta Werner.

Ao analisar as edições anteriores e testemu-nhar o crescimento da Feira, o presidente da Afubra não tem receio de afirmar que o re-torno tem sido muito positivo, principalmente sobre a questão de motivar os agricultores a inserir em seu cotidiano a busca por ativida-des que auxiliem no incremento de renda. Werner enfoca, ainda, a realização de fóruns

de discussão e seminários que acontecem durante o evento. “Com isso, conseguimos promover debates mais amplos sobre a agri-cultura familiar, abordando outras questões, como mercados e cenários atuais e futuros”, sintetiza.

O dirigente lembra que a Expoagro Afubra também proporciona espaço para manifes-tações culturais. Na última edição, a Feira abrigou o Museu da Agricultura Familiar, diversas apresentações artísticas de música, dança e teatro, e a II Mostra Científica Sul--Brasileira Verde é Vida, o que deve se repetir na próxima edição.

Na qual a micro região de Tubarão e Braço do Norte estará participando junto com a Escola Antonieta Quintanilha de Andrade,de Urussanga, que foi escolhida pela sua pesqui-sa científica na última reunião pedagógica que aconteceu no dia 10 de novembro no município de Armazém.

Pesquisa alia pássaros ao controle de pragas em Urussanga

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Fonte: ACCS

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ombra eombra eágua frescaágua frescaSS

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Estamos no período mais quente do ano e isso exige alguns cui-

dados especiais com os animais. O gado leiteiro precisa de sombra e água fresca para continuar produzindo bem e sem doenças. Tomando algumas atitudes, o produtor, faz com que o animal continue sadio e por consequência evita gastos e até mesmo perdas.

O médico veterinário da Epagri, de Braço do Norte, Lúcio Teixeira de Souza, explica que no verão a vaca pode sofrer de stress calórico. Para ele é essencial que haja água em todos os piquetes e sombra em pelo menos 30% dos piquetes, com essa quantidade o produtor já consegue realizar um bom manejo e nos dias de sol forte deixar o animal em um piquete com sombra.

De acordo com o veterinário a vaca Jersey é um pouco mais tolerante ao calor, mas mesmo assim já começa a sofrer com temperaturas acima de 21º C, o que acontece com frequência em nossa Região. Lúcio coloca ainda, que em muitas propriedades o sombreamento e a água não estão sendo tratados como deveria ser. “O que acontece nas propriedades que têm um pouco mais de cuidado são as áreas de lazer ou uma área sombreada, mas são poucas”.

O veterinário conta que há um mito sobre o sombre-amento e pastagens, e alguns produtores acham que onde está plantado árvores a grama não cresce. “Isso vai acontecer quando há pouca sombra e todos os ani-mais precisam se aglomerar nesses locais, onde também acabam fazendo suas necessidades, deixando uma zona contaminada, mas não acontece se o produtor oferecer sombra em maior quantidade”, esclarece Lúcio.

Sombra e água são fundamentais para evitar o stress calórico. O sombreamento das pastagens representa uma diferença de temperatura que varia 10 a 15 graus.

O gado leiteiro precisa de atenção especial no verão, as altas temperaturas podem provocar o stress calórico e

ocasionar a diminuição na produção de leite

Neste caso as pastagens produzem 20% a mais de pasto, e 4% a mais de leite.

É importante o produtor saber que os horários que a vaca mais gosta de pastar é das 7 às 9 horas, com picos entre 12 e 14 horas. “Animal estressado adoece, então precisamos proporcionar o maior possível bem estar animal, tem que ter água em quantidade e qualidade, sombra, comida de qualidade”.

Não basta apenas ter água no piquete, é preciso que ela seja uma água de boa qualidade e que seja também oferecida na sala de espera. “Uma vaca vai consumir de 60 a 100 litros por dia de água. De acordo com uma pesquisa 60% ela toma na sala de ordenha e lá é

Já existem vários exemplos na Região, em que o produtor está realizando o sombreamento, seja com eucalipto ou com árvore nativa

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importante ter água”, relata Lúcio.Outro detalhe interessante é que o gado leiteiro não gosta de água

fria, já que possui bastante sensibilidade nos dentes. O veterinário explica que a vaca é um animal gregário, na natureza ela vivia em bando e trouxe essa característica, então se ela está numa área de sombra e vai precisar se deslocar seja para comer ou para beber água, não fará isso sozinha ou sem as líderes. “O animal precisa estar feliz, não se pode estar fazendo um manejo diário que estressa o animal”, coloca.

A vaca trabalha no seu limite total e se o produtor não oferecer uma boa condição ela adoece e começam os gastos com medicamentos. Entre as doenças que podem aparecer mais facilmente em um animal fragilizado está a tão combatida mastite. “Às vezes o produtor fala a minha vaca está com mastite e a gente trata e não resolve, mas se a vaca já vem estressada vai ser mais difícil de resolver o problema”, observa Lúcio.

As altas temperaturas também podem influenciar na reprodução do animal. “Se a vaca for inseminada em um ambiente de alta tem-peratura a fertilidade dela vai ser reduzida em 30 a 40%”, enfatiza o veterinário. Alguns cuidados como esperar de 30 minutos a 1 hora a temperatura corporal da vaca baixar ou deixar para inseminar no período da manhã fazem uma grande diferença.

Com o verão também aumenta a incidência de carrapatos e ver-minoses, mas com o rodízio de piquetes é possível reduzir o número de parasitas. O veterinário Lúcio explica que o correto não é acabar com todos os carrapatos de uma vaca, mas sim deixar uma pequena quantidade, cerca de seis carrapatos por animal, isso ajuda a evitar a tristeza parasitária. “Se eu consigo eliminar os carrapatos no meu rebanho, mas no meu vizinho tem carrapato e quando os meus animais forem pastar nas extremidades e pegar um carrapato não estarão imunes e serão mais suscetíveis à doença”, coloca.

Já existem vários exemplos na Região, em que o produtor está re-alizando o sombreamento, seja com eucalipto ou com árvore nativa. Quem optar pelo eucalipto tem a vantagem da venda da madeira, e quem optar pela mata nativa vai ter a vantagem de trazer mais passarinhos, que ajudam a combater os carrapatos, e os vermes.

O produtor Dário Rohling, da comunidade de São José, em Braço do Norte, é um exemplo a ser seguido, em sua pastagem é possível encontrar água, sal mineral e sombra para os animais. Dário e sua esposa Maria de Fátima Batista Rohling sempre trabalharam com o gado leiteiro, mas em 2003 começaram a melhorar a atividade e passaram a investir em piquetes, que desde o começo já possuíam água, nas instalações da ordenha e em genética. Agora eles também contam com a ajuda do filho mais novo Pedro Henrique Batista Rohling, que está participando do Cedejor e já trouxe várias ideias

Os produtores de leite, Dário

Rohling e sua esposa Maria

de Fátima Batista Rohling, da

comunidade de São José, Braço

do Norte, começaram a melhorar

a atividade em 2003. Investindo

em piquetes, que desde o começo

já possuíam água, nas instalações

da ordenha e em genética.

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- Produção de pastagens de melhor qualidade;

- Melhora nos índices reprodutivos, principalmente o aumento de sucesso da inseminação nos dias mais quentes;

- Redução do escorrimento superficial da água da chuva. Com isso a redução da erosão do solo e a perda de adubo;

- Aumento da umidade do solo, devido a maior infiltração da água da chuva e redução da evaporação causa-da pelo vento, já que as linhas de árvores funcionam como um quebra vento;

- Aumenta o tempo de permanência dos animais nas áreas de pasta-gens e com isso maior consumo de forragem e maior excreção de bosta e urina dentro dos piquetes aumentando com isso fertilidade do solo;

novas para casa.Em 2007 começaram o plantio de Leu-

cena, que agora fazem parte do cenário das pastagens junto com as árvores que já estavam lá e que nunca foram derru-badas. O produtor explica que a Leucena também serve como alimento para os animais e oferece bastante proteína. Ao plantar as árvores ele tomou todo o cui-dado e contou com a orientação de técni-cos da Epagri. A propriedade é exemplo e já recebeu inúmeros visitantes de vários municípios, todos bem recebidos pelos proprietários.

Em Rio Fortuna, o produtor Evilásio Koch, da comunidade de Rio dos Bugres, com incentivo do engenheiro agrônomo da Epagri, João Paulo Dornelles Reck, foi um dos pioneiros na plantação de eucalipto agregado com as pastagens. Os primeiros experimentos começaram em 2009. “Vamos fazendo aos poucos”, com-pleta. Evilásio já nota os benefícios, que o sombreamento traz para os animais. “Eles procuram a sombra, quando precisam ficar em um piquete que ainda não tem sombra notamos a diminuição do leite”, explica.

Em Santa Rosa de Lima outro exemplo positivo é a plantação de noz-peçã asso-ciada a pastagens. “Encaramos isto como um grande desafio na bovinocultura, pois os animais são seres vivos igual a nós e não podem ser vistos como meras máquinas. Também tem o direito de ser feliz”, coloca o técnico da Epagri Wilmar Kleinschimidt.

Além do trabalho com nogueiras está iniciando no Município outro projeto em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que utiliza nativas, em pequenos módulos de 9 m² distribuídos pelos piquetes, imitando uma floresta umbrófila densa, com diversos estratos, bem diversificada e inclusive com colméias de abelhas nativas.

O produtor Dário Rohling explica que a Leucena também serve como alimento

para os animais e oferece bastante proteína. Ao plantar as árvores ele tomou todo

o cuidado e contou com a orientação de técnicos da Epagri.

Benefícios do Sombreamento

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Os cavalos há muito tempo fazem parte da vida do homem,

já foram alimento, meio de transporte e hoje viraram um meio de lazer. As cavalgadas estão acontecendo cada vez com mais frequência e propor-cionam um ambiente agradável, um encontro de amigos, com a presença da família. Os filhos herdam dos pais a paixão pelos animais e cultivam a tradição.

Com cada vez mais adeptos a cavalgada é um esporte que pro-porciona um contato único com a natureza. As trilhas são realizadas em

locais ermos, algumas vezes em ma-tas fechadas e com os passos lentos dos cavalos é possível observar cada detalhe e cada beleza de um lugar, das plantas, dos animais.

Eduardo Leeser, o popular Chiqui-nho, de Santa Rosa de Lima, mantém essa paixão por cavalos desde criança e coloca que essa paixão é inexpli-cável. Dessa paixão nasceu algumas amizades e como consequência surgiu a Associação dos Cavaleiros da Encosta da Serra Geral (Acesg), o grupo ganha novos adeptos e já rea-liza cavalgadas. Na última, realizada no Município os cavaleiros de Santa

As cavalgadas ganham cada vez mais adeptos que procuram um esporte saudável e o contato com a natureza

Do transporte ao lazer

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Rosa de Lima receberam visitas de grupos de Braço do Norte, Biguaçu, Anitápolis, São Ludgero, Armazém, Gravatal, Rio Fortuna, Palhoça, São José e Lages. Nesses encontros sempre surgem novas amizades e as visitas são retribuídas. Chiquinho conta que o grupo já conseguiu, inclusive, agregar pessoas que tinham medo de cavalo. Para ele o mais importante é o contato com a natureza e as novas amizades.

Seu Ermute da Rosa, de Anitápolis, é um veterano em cavalgadas, tanto que até perdeu as contas de quantas participou, mas antes de usar o cavalo como meio de lazer, já trabalhou muito montado do animal. Seu Ermute puxava tropas de gados e as viagens duravam mais de um dia, apesar de não oferecer muitas facilidades seu Ermute tinha prazer em trabalhar daquele jeito. Após o aposento, os animais continuam no seu convívio, mas agora apenas para momentos de lazer. “É um esporte sadio, onde fizemos muitas amizades”, coloca o cavaleiro. “Sempre tive cavalo bom”, completa orgulhoso.

Ele conta, ainda, que na juventude era o cavalo que o levava até os bailes e depois de casado, sua esposa também o acompanhava, cada um no seu cavalo.

Atualmente seu Ermute é grande incentivador dos mais jovens, que querem passar a praticar o esporte, que segundo ele, é um pouco caro, mas vale a pena. “É um esporte saudável, enquanto o jovem está envolvido com as cavalgadas fica longe das drogas”, explica o cavaleiro.

Quem também não passa muito tempo longe dos cavalos é Romualdo Borba Júnior, mais conhecido por

Marreco, de Biguaçu. Ele conta que a paixão por cavalos herdou da família. Há cerca de 10 anos ele é um dos integrantes da Associação Tropeiros de Biguaçu e além de participar de muitas cavalgadas, uma vez ao ano eles refazem viagens feitas pelos tropeiros, que foram respon-sáveis pelo desenvolvimento de toda uma região. Nessas viagens os recursos são os mínimos possíveis. “São 10 dias de cavalgadas, por locais que só se passa a cavalo e sem nenhum tipo de apoio, é um momento único, onde podemos reviver momentos de nossos antepassados”, coloca Marreco.

Assim, como para a maioria dos cavaleiros para Mar-reco o contato com a natureza e as novas amizades são impagáveis.

Edivan Heidemann, de Rio Fortuna, desde criança teve uma paixão inexplicável por animais, seus pre-feridos sempre foram os cavalos e cachorros. “É algo que não dá para explicar, já nasce com a gente”, relata Edivan.

Há um ano, Edivan conseguiu realizar o sonho de ter um cavalo seu, antes ia nas casas de pessoas que possuí-am o animal para trabalhar e nos fins de semana Edivan aproveitava e saia para andar a cavalo. Segundo Edivan o esporte ganha cada vez mais adeptos em Rio Fortuna, antes se reunia um pequeno grupo, mas que aos poucos foi ganhando adeptos que não perdem uma cavalgada.

Os cavaleiros são unânimes em ressaltar que o am-biente das cavalgadas é sadio, familiar e de muita des-contração.

2020

Eduardo Leeser, o popular Chiquinho, de Santa Rosa de LimaErmute da Rosa, de Anitápolis

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A vida entre humanos e cavalos vem sendo escrita por milhares de anos. No início apenas como uma fonte de alimento, os predecessores do cavalo moderno foram caçados como qualquer outro animal selvagem. Com o tempo veio o processo de domesticação iniciada pelos nômades, que começaram a criar cavalos da mesma forma que faziam com cabras e outros animais. Final-mente, entretanto, foi como meio de transporte que o cavalo realmente começou a fazer parte de nossas vidas. O homem aprendeu a montar. Suas vidas foram transformadas. Os cavalos tornaram-se peças principais no transporte, permanecendo assim até o século 20. A domesticação, associada ao crescimento da população humana, sinalizou o fim do verdadeiro cavalo selvagem.

Hoje, mesmo aqueles cavalos que vivem em rebanhos nas poucas áreas de pastagens restantes, não são verda-deiramente selvagens, pois todos foram manejados pelo homem de um jeito ou de outro. Os cavalos possuem muito do comportamento instintivo que lhes permitiram existirem sem a intervenção humana e será necessário entendê-los melhor se quisermos continuar essa parceria.

O cavalo moderno, Equus caballus, pertence a famí-lia Equidae, o qual também inclui os burros e zebras. Equidae está inserida na ordem Perissodactyla, os quais também pertencem os rinocerontes que descendem dos Condylarthra, um grupo primitivo de mamíferos a muito tempo extintos, os quais foram os ancestrais de todos os mamíferos de cascos.

A velha relação entre humanos e cavalos

No longo processo de evolução, a mais significante mudança de todas ocorreu durante a época do Mioce-no (25 a 7 milhões de anos atrás) quando as florestas deram lugar a pastagens e os ancestrais dos cavalos tornaram-se moradores das planícies. Esta significante mudança no ambiente levou a mudança dos dentes, que antes mastigavam para dentes projetados para pastar, um pescoço maior para tornar a alimentação mais fácil,

pernas maiores para facilitar a fuga de predadores e pés apropriados para terrenos mais duros. Durante este tempo o dedo único, ou casco, começou a evoluir: os dedos laterais não mais tocaram o solo e o dedo central tornou-se maior e mais forte.

Então, a história da família dos cavalos tornou-se algo mais complexo, com o desenvolvimento de várias subfa-mílias. Eventualmente, entretanto, estas se extinguiram

História

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Edivan Heidemann, de Rio Fortuna

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e foi o Pliohippus que promoveu a ligação na corrente do Eohippus até o moderno Equus. O Pliohippus evoluiu entre 10 a 5 milhões de anos atrás e tinha pernas lon-gas com um único casco em cada. Seu sucessor direto, Equus, o gênero do cavalo moderno, finalmente emergiu a milhões de anos atrás.

Durante a Era do Gelo da época Pleistoceno, Equus migrou via pontes de terra as quais existiam para a Euro-pa, Ásia e África. Entretanto, o desaparecimento dessas pontes (ex. através do qual hoje se encontra o Estreito de Gibraltar e o Estreito de Bering) quando o gelo baixou, por volta de 10.000 anos atrás, significa que se um ani-mal foi extinto em um continente, esse não poderia ser repopulado - pelo menos sem o ajuda do homem. Isto foi exatamente o que aconteceu na América: por razões inexplicáveis o cavalo desapareceu. Ele não foi visto no-vamente até os colonizadores europeus reintroduzirem-no milhares de anos mais tarde.

Todos os membros da moderna família Equidae são exímios corredores com apenas um dedo funcional em cada pé (o ergô do cavalo moderno - um resquício nascido atrás do boleto - acredita-se ser um vestígio da almofada de seus ancestrais, Eohippus). Todos vivem em rebanhos e possuem dentes projetados para pastar.

Hoje, acreditasse que todos os cavalos e pôneis sejam descendentes de três tipos distintos, produzidos pelas variações em seu ambiente natural. O norte da Europa produziu um cavalo pesado e de movimentos lentos (Equus silvaticus) do qual todas as raças de cavalos de tração do mundo são derivadas. Outra variação foi o pri-mitivo Cavalo Selvagem Asiático, sobreviventes dos quais foram achados ainda vivendo livres por volta de 1881 (também chamados Cavalos Przewalski), e finalmente o mais refinado de todos, o Tarpan, da Europa oriental.

Fósseis encontrados tornaram possível traçar pelo menos alguns aspectos da evolução do cavalo moderno sobre um período de 60 milhões de anos, indicando como gradualmente se adaptou as mudanças no seu ambiente. A história conhecida do cavalo moderno começa com o Eohippus, também conhecido como Cavalo Dawn, o qual sabe-se ter vivido na América do Norte durante a época do Eoceno (54 a 38 milhões de anos atrás). Um animal do tamanho de um pequeno cachorro, o Eohi-ppus foi projetado para viver na floresta, movendo-se em solo macio. Tinha quatro dedos nas mãos, três nos pés e almofadas similares as dos cachorros. Seus pequenos

dentes eram perfeitos para comer a vegetação pequena e macia. Ele provavelmente tinha uma coloração camuflada que ajudava a escapar dos predadores. Durante a época do Oligoceno (37 a 26 milhões de anos atrás) primeiro o Mesohippus depois o Merychippus, mostraram mudanças distintas: as pernas tornaram-se maiores, as costas mais retas (o Eohippus tinha as costas arqueadas) e o animal todo bem maior. Um dedo desapareceu na mão, deixando três dedos em ambos, mãos e pés. Os dentes mostraram sinais de mudança, os pré-molares tornaram-se mais como os verdadeiro molares. Com o passar do tempo o homem começou a domesticar o cavalo, criando quatro sub-espécies: dois tipos de pôneis e dois de cavalos. O primeiro tipo de pônei habitou o noroeste da Europa e foi o precursor do moderno Ponêi Exmoor. O segundo tipo, era maior e mais robusto, viveu no norte da Eurásia. O Pônei Highland é provavelmente o mais próximo des seus descendentes. O primeiro tipo de cavalo era um pouco maior, porém mais leve e acostumado com climas quen-tes. Um de seus descendentes mais próximos, acredita-se ser o Akhal-Teke. O segundo tipo de cavalo, encontrado no oeste da Ásia, era menor, porém mais refinado e também um excelente corredor. Acreditasse que o Pônei Caspian é seu descendente mais próximo

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Ainda é de incerteza a safra de fumo. A previsão não é muita animadora, mas

há expectativa que com a diminuição na área plantada os preços se elevem um pouco por arroba e que o clima ajude com chuva para não prejudicar o desenvolvimento da planta.

O produtor sombriense, Alcione Teixeira Pereira, esti-ma que 30% dos produtores já desistiram da produção de fumo devido as dificuldades enfrentadas na hora das companhias pagarem pelo tabaco. A qualidade do fumo também tem dificultado a vida do fumicultor. Com mais de 30 anos na lavoura, Alcione, descreve que antes a planta tinha metade da altura que alcança hoje, porém tinha muito mais qualidade. Dava mais peso e massa. “Era preciso fazer carreiros com mais de um metro, porque as folhas eram compridas, espessas. Dava cerca de 14, 16 folhas. Hoje chega a média de 24, com pé até de 30, mas em sem qualidade alguma”, analisa.

Para o produtor que hoje trabalha como peão para ajudar um vizinho, após encerrar as atividades, as mudas não tem a mesma qualidade e a terra também está sem o vigor que dava a planta. Alcione comemora que mesmo em plena crise, no ano passado conseguiu bater o recor-de em Santa Catarina e conseguiu na Souza Cruz uma arroba de R$ 92,00. Foram três anos que obteve a melhor qualidade e classificação no Estado.

Mesmo com este recorde, estima que antes foi possível ganhar dinheiro com o fumo, e poder sobreviver, já hoje, seria necessário R$ 150,00 por arroba para valer a pena. Ano passado os valores ficaram em torno apenas de R$ 50,00. Quem paga peão para ajudar tem sido difícil obter

lucros.A agricultora, Lucia Tonetto Pazini, de Morro Chato,

em Turvo, avalia que o tempo não chegou a prejudicar a plantação, que até então está razoável, mas se preocupa caso não chova. A família já colheu duas estufas e a visita do instrutor apontou que não deve haver muita expectativa em relação ao preço. Ano passado a classificação estava baixa para o fumo escuro. Este ano com mais qualidade da clara, deve ser este que receberá uma classificação não muito animadora e consequente preço mais baixo.

A família não acredita mais no fumo e já diminuiu em 30% a produção. Conforme a projeção deste ano será a próxima safra. Caso consiga equilibrar as contas a família segue na produção, mas com menos metade na sequên-cia. Agora se for outro ano ruim encerra a atividade de vez. “Está pela hora da morte o fumo. Quem possui uma propriedade grande na região tem se mantido. Também depender de mão de obra encarece muito. A primeira pre-ocupação é o olho no tempo, porque se não vier a chuva a folha começa a secar no pé, a ponteira que daria peso não dará mais. Vem fumo pardo e manchado e complica mais”.

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, de São João do Sul, César Cechella Farias, analisa que neste ano a área plantada já diminuiu bastante, em torno de 50%. O clima foi um fator complicador, pois trocou quando precisava de seca e estiagem. Apesar disso a qualidade ainda está boa, e espera que consiga se manter e que a classificação neste ano consiga ser mais benéfica ao produtor.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Rosa do Sul, Cleuza Monteiro, integra a co-

POR RENATA ANGELONI

Clima de expec

na fumicu

Produtor sombriense, Alcione Teixeira Pereira, estima que 30% dos produtores já desistiram da produção de fumo devido as dificuldades enfrentadas na hora das companhias pagarem pelo tabaco

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missão estadual do fumicultor. “Não somos contra que o fumo pare de ser plantado. Mas queremos que o governo dê alterna-tivas. Sabemos plantar, sabemos cultivar, não temos preguiça. Mas hoje com safras de feijão e milho, por exemplo, não é uma venda certa, como fumo. É preciso haver alternativas viáveis”, salienta.

A comissão interestadual da represen-tação dos produtores de tabaco se reuniu no mês de novembro para avaliar a safra 2010/2011 e estabelecer os encaminha-mentos da 2011/2012. Na avaliação da safra passada observaram que as indústrias exageraram durante a comercialização. Um dos aspectos que mais indignou a re-presentação foi o rigor na classificação do tabaco, resultando num valor médio final de 22,8% abaixo ao da safra passada. Outros dois fatores que incomodaram ainda foi os descontos por conta do excesso de umidade e também o argumento de que havia produ-ção em excesso.

Cleuza percebe que no seu município a safra baixou em torno de 30 a 40%, além de ver que também em outros países baixou, o que deve ter menos produto e se espera mais valor. Agora a preocupação inicial é quanto ao tempo para que a chuva ajude a fazer com que o adubo haja.

tativa

lturaAvançam discussões sobre restrições para derivados do tabaco

Duas audiências públicas realizadas pela Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa), no início de dezembro, em Brasília,

discutiram mais restrições para os produtos derivados do tabaco. Os cerca de 450 participantes das audiências debateram as propostas que prevêem mais rigor na propaganda e a proibição do uso de aditivos e aromatizantes nesses produtos.

Na ocasião, o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, defendeu uma regulamentação que exponha as pessoas, cada vez menos, aos malefícios causados pelos produtos derivados do tabaco. “Estamos avançando para que o Brasil cami-nhe para um estado em que os produtos fumígenos causem o mínimo de danos para a saúde das pessoas”, afirmou Barbano.

A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Adriana Blanco, ressaltou que as propostas apresentadas pela Anvisa estão em acordo com o pactuado pelo Brasil na Convenção-Quadro para Controle do Tabaco – primeiro tratado internacional de saúde pública aprovado pela Assembleia Mundial de Saú-de. “Com essas propostas, o Brasil reafirma sua posição de liderança na política internacional de controle do tabaco”, disse Adriana.

Outro ponto levantado pelos participan-tes, durante as audiências públicas, foi a preocupação com os produtores de tabaco, principalmente da região Sul do País. “O agricultor é tão vítima da indústria fuma-geira quanto o fumante, pois ambos sofrem com os prejuízos do tabaco”, explicou a representante da Opas.

Já o diretor da Anvisa, Agenor Álvares, defendeu que o Estado deve ser responsá-vel por auxiliar os agricultores a pensarem em alternativas para o plantio do tabaco.

“Os agricultores são o elo mais frágil desta cadeia. O Estado incentivou, por anos, que eles plantassem tabaco, então o Estado tem que, de alguma forma, pensar na solução”, ponderou Álvares.

Para o deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Darcísio Perondi, é possível existir políticas que auxiliem na transição do plan-tio do fumo para outras culturas. “Vamos auxiliar os produtores e, para isso, podemos ter políticas públicas que os ajudem a diver-sificar as culturas”, argumentou o deputado.

Trabalhadores

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As audiências fizeram parte do processo de discussão entre Anvisa e sociedade sobre as consultas públicas 112 e 117/2010 da Agência. A primeira propõe a proibi-ção de aditivos que conferem sabor doce, mentolado ou de especiarias aos produtos derivados do tabaco.

Já a CP 117/2010 prevê regras para a impressão das imagens de advertências sanitárias e para a restrição da propaganda nos pontos de venda. A proposta também trata da comercialização desses produtos pela internet.

Participaram das audiências públicas os produtores de fumo, a indústria do tabaco e entidades médicas. Também estiveram presentes no encontro parlamen-tares, representantes do governo e da sociedade civil organizada.

Durante as audiências públicas também foram apresentadas informações referentes às manifestações recebidas pela Anvisa para as consultas públicas. Das 127.905 participações recebidas por via postal para a CP112/2010, apenas 10 continham contribuições de fato. Do restante, 106.583 eram apenas manifestações e 21.312 continham erros, que desqualificaram as manifestações.

Quanto as 481 participações recebidas por e-mail para a mesma consulta pública, apenas 78 continham contribuições, sendo que 262 eram apenas manifes-tações e 141 continham erros que desqualificaram as manifestações.

No que diz respeito à Consulta Pública 117/2010, das 140.754 correspondências recebidas por via postal, apenas 28 continham contribuições de fato. As manifes-tações chegaram ao número 119.128, e 21.070 conti-nham erros que desqualificaram as manifestações.

Das 1.020 recebidas por e-mail para a CP117/2010, apenas 301 continham contribuições. No restante, 503 eram apenas manifestações e 216 continham erros que desqualificaram as manifestações.

Consultas públicas

Dados

Presente nos encontros, o presidente da Associação dos Fumicultores

do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, se posiciona contra a implanta-

ção das medidas. Como justificativa, lembra o documento de oito páginas,

expedido pelo Governo Federal, em 2005. “Nele, estão os motivos pelos

quais o Brasil aderiu à Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, mas

também os cuidados que seriam tomados para proteger os fumicultores

que optassem em continuar na atividade”, destaca.

“Sobre a consulta pública 112, o compromisso assegura que não haverá

proibição à produção do tabaco ou restrição a políticas nacionais de apoio

aos agricultores que atualmente se dedicam a essa atividade”, ressalta

Werner. Ele lembra que o governo brasileiro declarou ser imperativo que a

Convenção seja instrumento efetivo para a mobilização de recursos técni-

cos e financeiros internacionais para auxiliar os países em desenvolvimen-

to a viabilizarem alternativas econômicas à produção agrícola do tabaco,

como parte de suas estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável.

A consulta 117 também foi alvo de críticas. Para Werner, a norma, que

pretende proibir a exibição de produtos derivados de tabaco no varejo,

vai estimular ainda mais o contrabando, que vem crescendo assustado-

ramente em razão do produto ser mais barato, uma vez que os tributos

representam, em média, 78,74% do preço do produto formal. “As normas

propostas pela Anvisa prejudicariam a competitividade do produto formal

porque o tornaria semelhante ao informal, pelo fato de ter que ficar ocul-

to”, comenta.

Por fim, o presidente da Afubra realça a preocupação da entidade com

os efeitos desastrosos que os fumicultores possam ter com a aceleração

nas ações de restrições ao consumo do tabaco, as quais refletirão negati-

vamente na renda do produtor. “O já referido documento também afirma

que o tratado não seria usado como instrumento para práticas discrimi-

natórias ao livre comércio”. E finaliza: “antes de lançar mais proibições, é

preciso encontrar uma alternativa economicamente viável para os fumicul-

tores pois, no momento, a diversificação não passa de um sonho”.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apon-tam que 45% dos fumantes de 13 a 15 anos consomem os produtos com sabor. Além disso, entre 2007 e 2010, o número de marcas de cigarros com sabor, cadastra-das na Anvisa, cresceu de 21 para 40. Já o número total de marcas de cigarros cadastradas caiu de 209 para 184, no mesmo período.

Associação dos Fumicultores do Brasil se posiciona contra

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Durante estas últimas duas semanas a qualidade de sete cursos de ensino superior do UNIBAVE foi mais uma vez aferida e confirmada. Para chegar aos resultados que comprovam a seriedade e o compromisso da instituição com o ensino que oferece por meio dos cursos, o processo avaliativo contou com o trabalho de 14 profissionais, todos mestres e doutores oriundos de diferentes universidades de Santa Catarina.

Com a intenção de analisar a qualidade pedagógica do ensino oferecido, o quadro de docentes, a infraestrutura e a regulari-dade dos cursos, as equipes avaliadoras transitaram pelo campus para conhecer as instalações, realizaram reuniões e verificaram documentos. Na conclusão dos trabalhos, além de alegar que todos os cursos avaliados atendem critérios de qualidade definidos pelo MEC, foram destacadas vários aspectos que animaram gestores, docentes e acadêmicos, entre os quais:

- o clima de trabalho e a motivação dos profissionais para atuar na instituição;

- a seriedade na aplicação dos recursos que

tem resultado na construção de uma série de edifícios, como salas de aula, laboratórios, hospital veterinário e na ampliação do acervo bibliográfico e aquisição de equi-pamentos, bem como em bolsas de estudo que atualmente beneficiam mais de 600 estudantes;

- a sintonia da equipe de gestores e do-centes em promover um ensino atento às necessidades dos acadêmicos;

- o ânimo e a valorização da instituição, dos cursos e do quadro de profissionais, manifestada pelos acadêmicos;

- o resultado de um ensino contextualiza-do que transparece na criação de produtos e na indicação de soluções para problemas locais e regionais delimitados nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

Portanto, a equipe UNIBAVE chega ao final do ano comemorando com todos os que se integram aos cursos avaliados (Admi-nistração, Ciências Contábeis, Engenharia Cerâmica, Farmácia, Matemática, Medicina Veterinária e Sistemas de Informação) a alegria dos resultados obtidos.

Qualidade dos Cursos do Ensino Superior do UNIBAVE é novamente aferida e comprovada

Foi realizado, na comunidade de Rio Amaral Gruta, em Lauro Müller, um Dia de Campo que teve como objetivo mostrar aspectos de produção, meio ambiente e cida-dania, na atividade leiteira.

Após as palestras, realizadas no salão de festas da comunidade, os produtores puderam conferir as tecnologias apresentadas, aplica-das na propriedade de Anderson da Rosa. Houve participação de mais de 40 agricultores de Lauro Müller, Orleans e Urussanga.

O engenheiro agrônomo da Gerência Regional de Criciúma e integrante da Rede Temática do Tabaco, Hélio Luiz Paim, falou sobre alternativas a produção do tabaco. A seguir o médico veteri-nário da secretaria de Agricultura de Lauro Müller, Oylson José dos Santos falou sobre criação de terneiras. Depois os agrôno-mos Robson Costa, da Epagri de Orleans, e Darlan Rodrigo Mar-chesi, da Epagri de Urussanga, apresentaram alternativas para produzir forragem de qualidade e em quantidade durante todo o ano. As extensionistas sociais Simone de Aguiar, da Epagri de Lauro Müller e Vanessa Fernan-des do Nascimento, da Epagri de Morro da Fumaça, apresentaram aos participantes formas de desti-nação correta do lixo doméstico e da atividade leiteira. Para finalizar as apresentações Marcelo Dias Vieira e Gilson Brito, da Cidasc de Criciúma, apresentaram o Plano Nacional de Erradicação da Tuber-culose e Brucelose.

DIA DE CAMPO INCENTIVA PRODUÇÃO LEITEIRA

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Os moradores de Santa Rosa de Lima têm mais um motivo para se orgulhar. É que o Município foi contemplado com o projeto SC Rural. Um

investimento que irá alavancar a economia de Santa Rosa e trazer melhorias em infraestrutura.

No mês de novembro Santa Rosa recebeu a vista do Banco Mun-dial, da Secretaria de Estado de Turismo, da Cidasc, do Deinfra, enfim, de vários órgãos dispostos a investir em suas terras.

O representante do SC Rural Vicente Sandrini Pereira, explica que o programa foi lançado em novembro de 2010, em Chapecó, e a partir dessa data a divulgação para os municípios foi ampliada.

“Tínhamos como meta apoiar 15 projetos no Estado, nós re-cebemos 21 pré-projetos, para que selecionássemos os 15. Nós selecionamos 18 pré-projetos distribuídos em várias regiões do Estado”, coloca Vicente.

No Sul, que compreende de Imbituba a Passo de Torres, foram apresentados quatro pré-projetos e todos de Santa Rosa de Lima, sendo que três foram pré-aprovados. “Nós estamos bastante con-vencidos de que os projetos têm uma aderência, uma pertinência, uma necessidade de apoio grande, por todo trabalho já feito”, comenta.

O programa SC Rural, visa estruturar a agropecuária em Santa Catarina, por isso são projetos estruturantes, justamente para estruturar as cadeias produtivas visando dar sustentabilidade ao produtor rural. “Quando falamos em sustentabilidade, falamos no tripé: econômico, social em harmonia com o ambiental. Os recursos do SC Rural estão visando estruturar a família rural catarinense de maneira que ela tenha sustentabilidade na sua propriedade”, explica o técnico da Epagri de Santa Rosa de Lima,

Wilmar Kleinschimidt.Ele conta que em Santa Rosa de Lima já é trabalhado a sus-

tentabilidade, uma vez que o Município tem uma importância ambiental muito forte, primeiro por se situar entre dois parques de preservação ambiental, que é a Serra do Tabuleiro e o Parque Nacional de São Joaquim, e segundo pela questão topográfica muito acidentada. “Eu diria que é uma situação ambiental delica-da, dentro desse contexto, a população de Santa Rosa de Lima e de outros municípios da encosta da serra tem o desafio de produzir o seu sustento, para ter uma vida digna em sua propriedade nessa situação delicada de topografia e sem agredir o meio ambiente, lembrando também, que a encosta da serra geral é a cabeceira dos rios que abastecem a região litorânea que é altamente habitada”, comenta Wilmar.

“Quando tomamos conhecimento da filosofia do programa SC Rural, entendemos que era perfeito para a Região, então fomos atrás e apresentamos quatro manifestações de interesse. Um projeto na área do agroturismo, que já vem sendo desenvolvido há anos, mas aproveitamos essa proposta para incrementar o que já tínhamos, com esses recursos sendo liberados vamos conseguir dobrar os serviços turísticos já oferecidos em Santa Rosa de Lima. Outro projeto foi na área de olericultura orgânica, que veio para complementar um trabalho já desenvolvido pela Agreco, mas que tem algumas deficiências, os produtores estavam com dificuldade para ter uma produção mais eficiente. Outro projeto é na área de pecuária de leite, que tem um desafio muito grande que é produzir um leite orgânico integrado com a produção orgânica de nogueiras. E ainda foi apresentado um quarto, que não foi aprovado, que seria a transição de áreas de fumicultura para a plantação de nogueiras”,

No mês de novembro Santa Rosa recebeu a vista do Banco Mundial, da Secretaria de Estado de Turismo, da Cidasc, do Deinfra, enfim,

de vários órgãos dispostos a investir em suas terras.

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2929292929229292929292929292929292929299292992222929929292992992999999

coloca o técnico da Epagri.“O SC Rural para Santa Rosa de Lima

veio de encontro com aquilo que os agri-cultores estavam esperando. Na verdade são três projetos estruturantes, dois são contemplados nesse ano e um no ano que vem. É uma demanda boa. Como Capital da Agroecologia saímos na frente e também porque trabalhamos o jovem, no caso do projeto do leite, que é bastante interessante, o jovem mais a produção orgânica, um casamento que dá muito certo e vem de encontro com a condição de Santa Rosa de Capital Estadual da Agroecologia.”, coloca a técnica da Epagri e presidente da Câmara de Vereadores de Santa Rosa de Lima, Jandira Schueroff Boeing.

“Com certeza, esse Programa para nós vai fazer toda diferença, primeiro pela organização que já temos no Município, a Acolhida na Colônia é uma associação que já tem quase 15 anos de caminhada, tem uma história e o projeto veio para comple-mentar". cita o secretário de Agricultura de Santa Rosa de Lima Sebastião Vanderlind.

Manter o jovem no meio rural. Temos vários projetos desses que são propostos por jovens, que vão fazer com que eles

fiquem na propriedade e possam ser empreendedores de sucesso”, completa.

Um dos proponentes é Valnério Assing, que estava decidido a tentar a vida em São Paulo, quando surgiu a Acolhida da Co-lônia, primeiro Valnério começou a servir almoços e com o tempo foi ampliando os serviços e transformou a estufa de fumo em uma pousada. “Nós temos um grupo de 15 propriedades de agorturismo, são projetos de estruturação, vai ser investido na área de lazer, acomodações, serviços e alimentação.

Para dar mais conforto aos turistas e poder aumentar esse número”, relata Valnério.

“O Banco Mundial tem um empréstimo com o estado de Santa Catarina para fi-nanciar o projeto SC Rural então viemos visitar os primeiros projetos da Região e achamos que são projetos ideais para ter um efeito demonstrativo para os próxi-mos projetos que irão surgir, porque são uma combinação de agroturismo com a produtividade agrícola e que tem uma mistura de renda das propriedades com a proteção do meio ambiente e a boa gestão de produtos naturais”, coloca o gerente do Banco Mundial Diego Arias.

Santa Rosa de Lima recebeinvestimentos do SC Rural

O Banco Mundial tem um empréstimo com

o estado de Santa Catarina para financiar o projeto SC

Rural então viemos visitar os primeiros projetos da

Região e achamos que são projetos ideais para ter um

efeito demonstrativo para os próximos projetos que irão

surgir"

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3030

Pimentão é o alimento mais contaminado por agrotóxico

O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número

de amostras contaminadas por agrotóxico, durante o ano de 2010. É o que apontam da-dos do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para) da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgados no mês de dezembro de 2011. Mais de 90% das amostras de pimentão analisadas pelo Programa apresentaram problemas.

No caso do morango e do pepino, o per-centual de amostras irregulares foi de 63%

e 58%, respectivamente. Os dois problemas detectados na análise das amostras foram: teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso de agrotóxicos não auto-rizados para estas culturas.

A alface e a cenoura também apresenta-ram elevados índices de contaminação por

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3131

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agro-tóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos.

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotó-xicos presentes apenas nas superfícies dos alimentos. “Os supermercados também tem um papel fundamental nesse processo, no sentido de rastrear, identificar e só comprar produtos de fornecedores que efetivamente adotem boas práticas agrícolas na produção de alimentos”, afirma Álvares.

Em 2010, apenas 2,1% das amostras analisadas pelo Para não tiveram qual-quer rastreabilidade. Na maioria dos casos (61,2%), foi possível rastrear o alimento até o distribuidor.

agrotóxicos. Em 55% das amostras de alface foram encontradas irregularida-des. Já na cenoura, o índice foi de 50%.

Na beterraba, no abacaxi, na cou-ve e no mamão foram verificadas irregularidades em cerca de 30% das amostras analisadas. “São dados preocupantes, se considerarmos que a ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer”, afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares.

Por outro lado, a batata obteve resulta-dos satisfatórios em 100% das amostras analisadas. Em 2002, primeiro ano de monitoramento do programa, 22,2% das amostras de batata coletadas apresenta-vam irregularidades.

No balanço geral, das 2.488 amos-tras coletadas pelo Para, 28% estavam insatisfatórias. Deste total, em 24, 3% dos casos, os problemas estavam rela-cionados à constatação de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada.

Já em 1,7% das amostras foram en-contrados resíduos de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados. “Esses resíduos indicam a utilização de agrotó-xicos em desacordo com as informações presentes no rótulo e bula do produto, ou seja, indicação do número de apli-cações, quantidade de ingrediente ativo por hectare e intervalo de segurança”,

evidencia Álvares.Nos 1,9% restantes, as duas irregula-

ridades foram encontradas simultanea-mente na mesma amostra.

Em 2010, o Programa monitorou o resíduo de agrotóxicos em 18 culturas: abacaxi, alface, arroz, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja, maçã, mamão, manga, morango, pe-pino, pimentão, repolho e tomate. As amostras foram coletadas em 25 estados e no Distrito Federal. Apenas São Paulo não participou do Programa em 2010.

“Essas culturas são escolhidas de acordo com a importância do alimento na cesta básica dos brasileiros, no perfil de uso de agrotóxicos para aquela cultu-ra e na distribuição da lavoura pelo terri-tório nacional”, explica Álvares. Depois, as amostras foram encaminhadas para análise nos seguintes laboratórios: Ins-tituto Octávio Magalhães, Laboratório Central do Paraná, Laboratório Central do Rio Grande do Sul e Laboratório Central de Goiás.

A metodologia analítica empregada pelos laboratórios é a multiresíduos, ca-paz de identificar a presença de até 167 diferentes agrotóxicos em cada amostra analisada. “Trata-se de uma tecnologia de ponta e é utilizada por países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos e Holanda para monitorar resí-duos de agrotóxicos em alimentos”, diz o diretor da Anvisa.

Para reduzir o consem aliment

ula-ea-

o as: a, ,

Para reduzir o co

Cuidados

Page 32: Revista Visão Rural 09

32

A piscicultura é uma atividade que a cada dia vem ganhando mais espaço e o que é desen-

volvido aqui serve de exemplo para outras regiões do Brasil e até para outros países. Recentemente dois técnicos do Instituto Na-cional de Desenvolvimento da Aquicultura, do Ministério da Pesca, de Moçambique, passaram 15 dias em Santa Catarina, ob-servando de perto as práticas aqui desen-volvidas para repassar o conhecimento a pescadores moçambicanos.

A visita dos técnicos moçambicanos foi proporcionada através de um convênio entre Epagri, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o governo do Canadá, país incentivador do desenvolvimento da aquicultura em Moçambique. O grande objetivo é transferir tecnologia para o país africano.

“Os técnicos moçambicanos ficaram no Brasil por 15 dias, nos primeiros dois dias conheceram o laboratório de patologia aquí-cola, no bairro São Martinho, em Tubarão”, explica o técnico da Epagri Regional de Tubarão, Albertino de Souza Zamparetti. Após os conhecimentos técnicos, Claudio

3333223233333333332322222222222223333333322222222222333333333222222222233333333222222222233333333333322222223333332222232333222233333323222222223333222222233333333332222223333232222222233333232222222222222322232222223323222322222222222223322222222222222222333222222222222222233232222222222222233332322222222222222223333222222222222333333322222222222233333222222222233333322222222

Região serve de

Moçambiqueexemplo para técnicos de

Claudio Bonga e

Alda Silva visitaram

propriedades na Região

que possuem uma

piscicultura forte

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3333

No dia da visita dos técnicos de Moçambique, em Rio Fortuna, estava sendo realiza-do um curso de culinária à base de peixe de água doce, uma carne nobre e saudável e que ajuda a enriquecer o cardápio do dia a dia. Pensando nisso a Epagri está reali-zando cursos nos municípios, mostrando que os peixes podem ser utilizados de várias formas e não apenas fritos. Os cursos aconteceram em diversos municípios da região de Tubarão.

A extensionista da Epagri Maria Luiza Araújo Blo-emer coloca que a maioria dos agricultores possui açudes, mesmo que não seja profissional. “A nossa Região produz muito pescado de água doce, tanto para venda, quanto para consumo próprio. A Epagri tem um trabalho com técnicos especializados na área, notamos que o hábito é o consumo do peixe frito, que além de empobrecer a alimentação, por causa dos perigos da fritura, também empobrece o prato, o peixe é uma carne nobre e a gente desco-nhece”, explica Maria Luiza.

A Epagri capacitou extensionistas, que agora têm como missão passar os ensinamentos para a popula-ção de cada município, através de cursos. “Estamos indo nos municípios, repassando esse curso, de uma forma a motivar as pessoas a verem o pescado como uma carne nobre, que deve ser consumida mais vezes, e não só a carne vermelha como a de suíno e de gado, e também para que as pessoas possam ter outras opções de usar mais temperos que todos nós temos, de usar outras coisas que podem enriquecer o prato”, completa a extensionista.

O curso também ensinou a fazer a filetagem e defumação do peixe. A maioria dos pratos foi a base de tilápia, a carpa e a traíra também foram usadas.

Bonga e Alda Silva passaram a visitar propriedades na Região que possuem uma piscicultura forte.

Em Rio Fortuna participaram de um curso de culinária de pescado de água doce, onde puderam degustar pratos ma-ravilhosos e a ideia é de fazer o mesmo em Moçambique. “Isso abre a nossa mente, com essa experiência vem que é preciso também promover o hábito alimentar, uma experiência que deve ser levada aos nossos piscicultores”, comenta Alda.

Em Braço do Norte conheceram um pouco mais sobre reprodução e depois o destino foi o norte do Estado, onde

puderam aprender um pouco mais sobre carcinicultura.

A piscicultura é uma excelente forma de complementar a renda na proprie-dade. A intenção em Moçambique é exatamente essa. “Estamos numa fase de expansão. Nosso governo tem um plano em que cada estado precisa aumentar a sua produção e para isso precisamos investir em reprodução”, afirma Claudio Bonga. “Temos a piscicultura, mas não desenvolvida e queremos buscar essa experiência, já temos algum cultivo, mas temos dificuldade na parte de reprodu-ção”, completa Alda.

Cursos de culinária incentivam o consumo do peixe

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Fernanda OenningEngenheira Agrônoma doLaticínios Fortuna

Qualidade do Leitea do

2- Limpeza do resfriador a granel com água quente

a 70 graus com o produto alcalino clorado, e uso de

vasoura , escova de bocal para resfriador sempre que

o coletador levar o leite.

2.1 - Se for resfriador de imersão, lava-se os tarros

com água quente e alcalino clorado. E troca-se a água

do resfriador uma vez por mês colocando álcool nesta

água, não esquecer de mexer o leite com o mexedor.

A cada 15 dias ou o granel com água quente e al-

calino clorado, passar água limpa, e após usar água

morna ou fria com acido e água limpa.

A Instrução Normativa

51 foi criada para melhorar

a qualidade do leite produ-

zido no Brasil. Ela estabe-

lece critérios de higiene, de

manejo sanitário, descarte

de leite com antibióticos

ou qualquer resíduo de

medicação, e de armazena-

mento, transporte do leite.

Quem não se adaptar, pode

ficar fora do mercado.

Esta lei esta vigorando

desde 2005, onde aqui

para o nossa região se

estabelecia 1.000.000 ufc/

ml de CBT(contagem bacte-

riana total e também para

CCS (Contagem de células

somáticas).

Já em 2008 mudou para

750.000ufc/ml para CBT E

CCS. Agora para janeiro de

2012 entrara em vigor os fi-

nalmentes que são 100.000

ufc/ml para CBT 400.000

pra CCS.

Ministério da Agricultura – A fiscalização quer um controle da matéria – prima (leite). Onde estarão visitando as propriedades para verificação.

Em resumo, o que esta IN 51 quer: qualidade da contagem bactéria total

1- Limpeza diária: lavar as ordenhas com água

para tirar o grosso de leite, depois água quente a 70

graus e produto alcalino clorado, sempre após cada

ordenha. Uso de detergente acido em água morna 40

graus, 1 a 3 vezes por semana dependendo de cada

ordenha. Sempre depois de fazer a limpeza diária nor-

mal. Então no dia que usar o acido, primeiro se usa

água limpa fria ou quente, depois água quente com

alcalino clorado , água limpa, agora sim usa-se acido

em água morna ou fria, depois passa-se água limpa.

Limpeza antiga - falta o uso de água quente e alcalino clorado

Sempre coe o leite - limpeza diária do conjunto de ordenha: uso de água quente com alcalino clorado

Trocar a água do resfriador uma vez por mês e coloque álcool nesta água.Cultive o resfriador sempre limpo. Lavar com água quente e alcalino clorado os tarros do resfriador.

Lave o resfriador diariamente com água quente e alcalino clorado com uma vasoura . não esqueça de usar escova para lavar o bocal.

O ACIDO TIRA MINERAIS E CONSERVA OS EQUIPAMENTOS

O ALCALINO CLORADO TIRA A GORDURA E APROTEINA DO LEITE

ENTRE OUTROS MANEJOS

QUE VAI DEPENDER DAS

DIFICULDADES DE PRODUÇÃO

E CONTROLE DA CCS E CBT

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3535

Carlos Geraldo Rodrigues JuniorTécnico AgropecuárioE-Mail: [email protected]

Saber Planejar

Depois de varias discussões entre rura-listas e ambientalistas o novo código am-biental foi aprovado pelo Senado. Com algumas mudanças o código ainda volta para Câmara dos Deputados para uma nova votação e a decisão final fica com a presidenta Dilma Rousseff. O grande argumento de discussão das duas alas é produção de alimentos e preservação ambiental, cada um tentando provar a sua importância.

Produzir alimentos com certeza é muito importante, com o constante aumento da população mundial os países com grandes extensões de terras e aptidão agropecuária como o Brasil serão os fornecedores de alimento para o mundo, tornando o País mais forte economica-mente e politicamente. Mas preservar

o meio ambiente também tem a mesma importância, com os frequentes proble-mas ocasionados pelos desequilíbrios ambientais, está mais que claro que pre-servar é fundamental. Um grande desfio é conciliar produção e preservação, pois se o ambiente esta desequilibrado com certeza vai interferir na produção agropecuária.

Uma grande prova deste desequilíbrio em nossa Região é o problema do bor-rachudo, invadindo o campo e a cidade, prejudicando principalmente a qualidade de vida do produtor rural. O produtor tem que pensar em preservar o mínimo possível primeiramente pra ele mesmo, melhorando a qualidade de vida da sua família. Sem borrachudo incomodando na roça, na estrebaria, na varanda e prin-

cipalmente dentro de casa. Com menos gastos na lavoura com venenos, bebendo uma água de qualidade. Mas claro sem prejudicar sua produção, sem prejudicar a renda familiar. Com as cidades não é diferente têm muito a fazer, temos que melhorar na questão do lixo dando o cor-reto destino para ele, tratar devidamente o esgoto sanitário. As indústrias também têm seu papel fundamental, fazendo a re-gularização ambiental. Portanto cada um tem que fazer seu papel, sem diferenças cada setor tem suas responsabilidades.

Tudo isso tem que ser feito sem preju-dicar o crescimento, desenvolvimento, a economia. O produtor tem que produzir o alimento, a cidade tem que crescer e indústria produzir, todos com respon-sabilidade.

Código Ambiental

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36

Curiosidades

Um pintinho nasceu com quatro patas no sítio do Vô Tadeu, em Vila Biten-court, Santa Rosa do Sul. O pintinho tem conseguido sobreviver e se virar junto a ninhada. José Tadeu Peres Tristão, o Tadeu, descreve que possui no sítio alguns animais como forma de distração. Os netos e os filhos curtem participar deste ambiente natural no qual tiveram uma surpresa. No início de dezembro uma ninhada de 14 ovos rachou e foram dez pintinhos que nasceram. O filho mais novo de Tadeu, percebeu que um dos ani-mais possuía uma perna a mais, e quando foram verificar havia quatro.

Além das duas pernas comuns, há mais duas na parte da frente, viradas para trás, que inclusive atrapalham um pouco o andar da pequena ave. “Sempre que colocamos uma ninhada a chocar ficamos acompanhando. Agora passamos a acompanhar o desenvol-vimento deste pinti-

nho, pois não sabemos se tem mais alguma anomalia. Desde então ele vive a mesma rotina do que os outros e se mantém saudável”, conta Tadeu.

Na família houve a indagação se o animal seria sacrificado pela anomalia, mas Tadeu prefere deixar o destino traçar o futuro do animal que não ganhou nome, mas pode vir a receber, já que se destacou pela diferença nas patas. Outra questão que tem se tornado consenso na família é que esta ave não deve se tornar duas coxas e sobrecoxas a mais no cardápio, já que ninguém teria coragem de transformar e comer o pintinho, que agora será acompanhado para ver se transforma-se em um galo.

A ave quadrúpede tem ficado junto a ave mãe e seus nove irmãos presos, já que um gavião tem rondado a proprieda-

de e já depre-dou outra

ninha-da.

36

acompanhando. Agora passamos a acompanhar o desenvol-vimento deste pinti-

proprieda-de e já depre-

dou outra ninha-

da.

Por Renata Angeloni

Pinto nasce com quatro patasem Santa Rosa do Sul

Pintinhos saem do ovo com um

dentinho

Você sabe como os pintinhos conseguem

sair do ovo? Assim como as demais aves, os pin-tinhos nascem com um dentinho especial para partir a casca do ovo.

Quando deixam a antiga "moradia", os peque-

ninos perdem o dente, após dois dias de vida.

Por que as galinhas põem ovos brancos e

beges?

O que determina a cor do ovo é a raça da gali-nha. Branco puro, bege

claro ou bege escuro são determinados por um pigmento na parte

externa da casca e não interfere no sabor, nem no valor nutricional do

alimento.

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3737

Para proteger-se da chuva, as formigas utilizam métodos bem semelhantes aos nossos na constru-ção de suas casas. Os formigueiros são compostos por túneis que funcionam como as calhas das casas, absorvendo a água da chuva e impedindo que os outros túneis sejam inundados. Existem ainda alguns tipos de formigas que constroem um morro central coberto com terra bastante dura, que escoa a água como fazem os telhados.

Formigas versus chuva

A citronela é uma planta parecida com capim, originária da Ilha de Java, na Indonésia, que possui características interessantes, mas ainda pouco aproveitadas pelo homem. O vegetal é rico em citronel e o gera-niol, substâncias que dão a ela um odor cítrico semelhante ao do euca-lipto. Devido a isso, pode-se usá-la como aromatizador e em produtos de perfumaria. Mas não pára por aí, a citronela possui outra qualidade: o mesmo cheiro que agrada tanto aos humanos é insuportável aos insetos, como moscas e mosquitos, característica que faz dela um re-pelente natural, além de ecológico, pois espanta os animais ao invés de matá-los. Segundo a aromaterapia, a citronela também funciona como antidepressivo, anti-séptico, desodorante, tônico e estimulante.

O repelente natural e ecológico

Page 38: Revista Visão Rural 09

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Giro AgropecuárioDiogo Schotten BeckerGestor em Agronegócio eAcadêmico de [email protected]

O ano de 2011 ficou marcado na história, percebe-mos que, as economias desenvolvidas estão cada vez mais frágeis a exemplo dos EUA, Grécia, Espa-

nha e Irlanda, este são os países que mais estiveram na mídia nos últimos meses. Isto é resultado da falta de gestão política por parte das autoridades competentes, que inúmeras vezes tem dificuldade de contornar as situações por falta de diálogo entre governo e oposição. Em alguns destes casos, a oposição é oportunista e incoerente.

As exportações do agronegócio brasileiro renderam US$ 91,41 bilhões de janeiro a novembro, um aumento de 24,3% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com análi-se divulgada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo. O setor respondeu por 39,1% das vendas externas totais do Brasil.

A suinocultura viveu um impasse durante alguns meses em virtude do mercado russo ter trancado a importações, sem dar explicações convincentes do porque do embargo. Mais feliz-mente tivemos um ganho no mercado interno, onde o consu-mo per capita saiu de 14,33 no ano de 2010, para 15,06 kg por habitante, para se ter uma idéia os brasileiros consumiram 84% do que foi produzido.

Enfim é final de ano, tempo de pensarmos em nossas ações cotidianas, talvez é o momento de mudarmos algumas atitu-des, atitudes estas que podem ser simples como; ligarmos para uma pessoas que não vemos a um bom tempo, e conversar, saber como esta a vida dela. É bom para nós é bom para ela. Agradeço a você leitor que sempre nos acompanha, e aprovei-to o momento para lhe desejar um Feliz Natal, um excelente Ano Novo, e concerteza nos encontraremos neste mesmo espaço no decorrer do próximo ano.

MercadosRetrospectiva 2011

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3939

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4040

Os avicultores catar inenses encontraram algumas difi-

culdades em 2011, como insumos em alta e desvantagem cambial, mas mesmo assim a avicultura industrial catarinense chega ao fim do ano sinalizando um crescimento de 6% no faturamento e 4% em volume. Essas informações foram re-passadas pelo presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de aves do Brasil e o maior exportador. A receita com as vendas externas supera 1 bilhão de dólares. O abate anual é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil.

O dirigente aponta que as principais dificuldades enfrentadas pelos avicultores foram o alto custo das matérias-primas, principalmente milho e farelo de soja, além dos problemas decorrentes da perda de produtividade pela alta valori-zação do real em relação ao dólar.

O preço do milho alcançou outro patamar em função da manutenção do destino em grandes quantidades do grão norteamericano para a produção de bio-combustível e das aquisições pontuais e em grandes quantidades, pela China, do milho brasileiro. Este patamar de preços deve se manter elevado.

Para suprir a demanda interna foi necessário adquirir maiores quantidades na safra e safrinha do milho brasileiro e importar o grão.

Mas, 2011 também foi marcado por avanços como a revisão do RIISPOA,

Apesar das dificuldades a avicultura catarinense cresce 6% em faturamento e 4% em volume

ano em altaAvicultura fecha

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4141

o regulamento de inspeção de produtos de origem animal, e aprovação do uso da tecnologia de alta precisão. “Acreditamos que encerraremos o ano com um aumento de 4% em quantidade e 6% em faturamento”, prevê Ávila.

Para 2012 o plano é manter os mercados conquis-tados e buscar alternativas no Continente Africano e na Indonésia.

Nossas reivindicações repetem-se ano a ano, pois a evolução incremental é muito pequena e incluem planejamento estratégico de longo prazo para a agropecuária, revisão da política fiscal tributária brasileira, sistema de compensação na aquisição de milho, similar a oferecida ao nordeste, e logística: ferrovia do frango, duplicação da BR-470 e BR-

282, finalização das obras da BR-101, evolução dos portos em competitividade, facilitar o uso do crédito de ICMS acumulado em função das nossas exporta-ções, são algumas das reivindicações da categoria.

Ávila acredita que o mercado se manterá equili-brado entre oferta e procura e com preços estáveis. “Será ampliada a automatização da indústria, e a OIE deve aprovar os projetos-pilotos do sistema de compartimentalização da saúde animal. Em Santa Catarina, evoluiremos com aspectos tecnológicos na rastreabilidade oficial catarinense, mapearemos o DNA da microbiologia existente na cadeia produti-va e promoveremos Workshop com o Governo do Estado para análise de oportunidades conjuntas com a agroindústria”, finaliza.

"Para 2012 o plano é manter os mercados conquistados e buscar alternativas no Continente Africano e na Indonésia."

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O início dacadeia produtiva

Quando o consumidor vai até as gôndolas dos supermercados e adquire produtos lácteos, muitas

vezes não imagina como funciona todo o processo.O início de tudo está na propriedade rural, o ho-mem do campo cultiva as pastagens, cria o gado leiteiro, faz a ordenha e tudo isso precisa ser bem

feito para que o produto final saia com qualidade.Na última edição de 2011 a Visão Rural traz al-

guns desses produtores, uma forma de homenage-ar esses trabalhadores que são responsáveis pelo

alimento de cada um de nós.

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Ambrósio Michels Meurer e Marlene Schmitt Meurer, moram em Rio Cachoerinhas, município de Grão Pará.

Há 22 anos trabalham com o gado leiteiro, no começo o leite era transformado em queijo na propriedade mesmo. Há 10 anos o casal passou a investir mais na atividade, com a inseminação conseguiu animais com maior desempenho, as instalações também foram ganhando investimentos, atualmente a ordenha é canalizada. Na propriedade são 57 vacas em lactação.

Além, do gado leiteiro, há a produção de suínos. Para Ambrósio, senão fosse o esterco a atividade leiteira não seria a mesma. Dois vizinhos também aproveitam o esterco produzido para adubar as pastagens.

O casal coloca que é preciso sempre ir em busca de melhorias e de novas téc-nicas. Atualmente eles estão expandindo a atividade e o objetivo é manter 60 va-cas produzindo o ano todo, mais do que isso não é possível devido ao tamanho da pastagem, para eles o importante é ter o tanto de animal que se pode tratar com qualidade. Também moram com Ambrósio os seus pais Clemente André Meurer e Otília Michels Meurer e os filhos Fernanda e André Schmitt Meurer.

Dilso Duessmann e sua esposa Vandira Schmoeller Duessemann, moram

na comunidade de Rio Otília, em Rio Fortuna. Ainda estão em casa os filhos Aline e Gabriel Duessmann.

Na propriedade a fumicultura foi dando espaço ao gado leiteiro. Atualmente são 36 vacas em lactação. A família sempre está investindo para melhorar a produ-ção, principalmente em genética e nos piquetes, todos com água de poço e com análise. No momento eles estão investindo na plantação de eucalipto para pro-porcionar sombra aos animais, metade dos piquetes já possui sombra. Para adubar o pasto Dilso usa esterco de galinha, que busca na granja do cunhado.

O importante para a família é a higiene, um bom manejo e também investimentos em produtos de qualidade.

Edésio Schuelter cuida da propriedade junto com sua esposa Marilda Selhorst Heide-

mann Schuelter, os filhos Alexsanderson e Adriano Schuelter e com os sogros Lúcia Selhorst Heidemann e Felipe Heide-mann. Eles moram em Baixo Pinheiral, Braço do Norte.

Felipe e Lúcia começaram com a atividade quando ca-saram, hoje a família trabalha unida e além do gado leiteiro também trabalha com a produção de suínos. A família coloca que apesar de o suíno estar ruim, precisam da atividade para complementar a atividade leiteira.

Seu Felipe conta que no seu tempo as mudanças demo-ravam mais para acontecer, mas que agora são frequentes e precisam ser acompanhadas.

Para uma boa produção eles investem principalmente em genética, nos piquetes, nas instalações da ordenha e na boa higiene. A propriedade possui 29 animais em lactação.

4343

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Gilmar Schlickmann mora com a esposa Anita Zapeline

Schlickmann e as filhas Taisi e Eloisi Schlickmann,

em Ribeirão Becker, São Ludgero. Há cerca de 13 anos optou por investir no

gado leiteiro, antes trabalhava com gado de corte e também plantava fumo.

Aos poucos foi comprando vacas e assim como a produção se estabilizava

deixava para trás a fumicultura.

Aos poucos foi investindo na produção de leite, hoje são 19 vacas em

lactação. Na propriedade também encontramos a suinocultura e piscicultura.

O esterco produzido pelos suínos é usado para complementar as outras

atividades. Recentemente Gilmar construiu uma nova estrebaria e melhorou

os equipamentos, a família coloca que é importante estar sempre em busca

de novos conhecimentos, o investimento em pastagem e genética também

são muito importantes.

Para eles o principal cuidado para oferecer um leite de qualidade é a

higiene na hora da ordenha. A filha Taisi está cursando medicina veterinária

e os conhecimentos que vão sendo adquiridos serão repassados aos pais.

José Mário Boeing e Arlete Kuhnen Daufemback Boeing trabalham com a produção leiteira,

na comunidade de Rio Chapéu, em Rio Fortuna. O casal tem duas filhas Eloisy e Mileny Daufemback Boeing.

A atividade ainda é recente na propriedade, há cerca de dois anos o jovem casal optou por investir na produção leiteira, a decisão foi tomada após o fechamento da mina, onde José trabalhava e também depois que foram morar sozinhos.

A intenção de José Mário e Arlete é sempre evoluir e para isso estão sempre aprimorando a propriedade através de experiências que deram certo. Atualmente são 13 vacas em lactação.

A pastagem já começou a ser dividida em piquetes e o rancho ganhou água quente. A higiene é levada a sério pelo casal, que aos poucos vai aumentando a produção.

Leo Michels Schmueller começou a investir na ativida-de leiteira há 12 anos, por insistência da esposa

Valdete Bloemer Schmueller, antes trabalhava com a produ-ção de suínos e também com a fumicultura. A suinocultura continuou e acaba complementando a produção do leite, já que com o esterco produzido há mais pastagem. De acordo com o casal, senão fosse a suinocultura não seria possível o número de vacas existentes na propriedadem que fica em Rio Pequeno, Grão-Pará. São 50 em lactação. O casal começou com apenas duas vacas, aos poucos foi investindo e também melhorando as instalações. Para oferecer um bom produto toma todos os cuidados necessários e prima pela higiene na hora da ordenha. Os filhos Leandro e Samara Bloemer Schmueller, também ajudam. Amario Scheppers e Alice Schlickmann Scheppers são os funcionários respon-sáveis pela ordenha.

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Loreni Soethe e sua esposa Lisiane Bloemer Soethe trabalham em parceria com os pais de Loreni,

Sebastião Soethe e Sabina Wiggers Soethe. O pequeno Natan Soethe é filho de Loreni e Lisiane. A família mora em Barra do Rio Chapéu, Rio Fortuna.

A produção de leite já vem de muitos anos na propriedade, antes o queijo era feito lá mesmo, agora toda a produção é vendida. O rancho é todo de piso, devido a preocupação com a lama. Os investimentos são constantes, principalmente em genética, na propriedade há um touro e muitas novilhas e terneirinhos recém nascidos são vendidos, a procura é grande. Na propriedade, hoje, são 22 vacas em lactação. A higiene na hora da ordenha é fundamental para oferecer um bom produto. Todos os cuidados são tomados.

A atividade passou de pai para filho e Loreni conta que nunca pensou em sair do interior para morar na cidade, gosta de trabalhar na agricul-tura e coloca que todo emprego tem as suas vantagens e desvantagens.

Salésio Buss, mora na comunidade de Alto Rio Fortuna, em Rio Fortuna, junto com a

esposa Ivonete Baumann Buss trabalha há 20 anos com a pro-dução de leite, aos poucos foram investindo no melhoramento de pastagens com piquetes, nas instalações e estão sempre prontos para aprender mais.

Primeiro o casal investiu no gado leiteiro, com os piquetes prontos o serviço diminuiu um pouco e sobrou tempo para diversificar a propriedade, eles optaram pelo reflorestamento com eucalipto.

Salésio coloca que acha importante fazer o manejo com dois piquetes ao dia no verão, ele coloca os animais em um piquete novo no período da noite, quando é mais fresquinho e os ani-mais podem se alimentar melhor. São 18 vacas em lactação.

Também moram na propriedade os pais de Salésio, Geraldo Buss e Maria Hemckemeier Buss e o filho Herique Buss.

Salésio Heidemann, a esposa Bernadete Lembeck Heidemann e as filhas

Eliane e Tatiane Heidemann, moram em Riacho Alegre, Braço do Norte. Começaram a venda de leite há aproxima-damente 15 anos, antes Bernadete fazia o queijo em casa. Na propriedade também é possível encontrar a suinocul-tura. As duas atividades se complementam e aumentam a renda da família.

A atividade leiteira aos poucos foi ganhando espaço e investimento, atualmente são 40 vacas em lactação. Para ter um leite com qualidade o segredo é muito cuidado com a higiene.

Para levar o alimento para as novilhas, que ficam um pouco mais distante, a criatividade fez a diferença e uma pequena caçamba foi adaptada e aclopada a uma moto e o trabalho que era feito com carrinho de mão ficou mais fácil.

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Valdecir Jocken Blasius e sua esposa So-

raia Heidemann Blasius moram em Avis-toso, Braço do Norte, começaram na ati-vidade há quatro anos quando casaram. A principal atividade na propriedade é a granja de suínos, mas o gado leiteiro veio para diversificar e complementar a renda.

Atualmente são 12 vacas em lactação e com o tempo o casal pensa em expandir a atividade, mas os passos são dados com planejamento. Para isso investem em pastagem e principalmente em ge-nética. Para uma boa qualidade do leite há cuidados com a higiene e manejo dos animais.

Valério Wiemes, a esposa Judite Exter-ckoetter Wiemes, os filhos Joel

e Jorge Wiemes e a nora Eloiza D. Effting Wiemes, moram na comunidade de Rio Carolina, em Arma-zém. A família se ajuda nos afazeres da propriedade, que conta com gado de leite, fumicultura e plantação de milho.

Os filhos pretendem dar continuidade na atividade que começou com os pais, a intenção é investir na produção de leite, recentemente investiram em novas instalações, o local é bem arejado e de ambiente agradável, com a ordenha canalizada o serviço ficou mais fácil. São 30 vacas em lactação.

Para eles o segredo é sempre estar em busca de novas técnicas, somente assim pode-se alcançar um bom patamar dentro da atividade.

Vicente Kuhnen é produtor da comunidade de Ilha Grande, em Grão Pará. Junto com esposa Terezinha Meurer

Kuhnen sempre trabalhou com a produção de leite. Para eles muita coisa mudou e a evolução na propriedade também foi ocorrendo. Em 2002 a ordenha passou a ser canalizada, o que facilitou um pouco o serviço. Mas, as mudanças são contínuas, recentemente foi instalado um pulsador eletrônico.

Atualmente a propriedade possui 53 vacas em lactação. Para eles o grande segredo para oferecer um leite de qualidade é muita higiene. No verão há uma preocupação maior com o forte calor.

Na propriedade também há produção de suínos e uma atividade com-plementa a outra, o produtor conta que a suinocultura está pouco rentável e que ainda não foi extinta na propriedade por fornecer o esterco para as pastagens. Vicente ainda trabalha com a venda de rações.

Moram com Vicente os sogros Israel Meurer e Maria Heidemann Meurer e os filhos Arnete Meurer Kuhnen e André Meurer Kuhnen. André ajuda nos afazeres da propriedade e pretende continuar com a atividade.

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MERCADO AGRÍCOLA

Compras só serão autorizadas mediante o cumprimento de uma série de exigências

Já no mês de novembro, a Coopercentral Aurora (Auro-ra Alimentos) informou que embarcará carne suína para a

China a partir de janeiro. O Brasil recebeu o aval dos chineses em abril, com a habilitação

de três unidades fabris: Seara/Marfrig, de Itapiranga (SC), BRF Brasil Foods, de Rio Verde (GO), e Aurora, de Santa Catarina.

A China consumia a carne brasileira por meio de importações fei-tas por Hong Kong, que repassa o produto ao país. A partir de 2009, o mercado chinês passou a comprar frango diretamente e, em abril,

a exportação de carne suína direta também foi autorizada. "Isso é bom para os dois países. Para a China, porque vai comprar sem atravessador, a preço menor. E para o Brasil, porque poderá

incrementar as vendas, oferecer cortes mais nobres e entrar num país com população de renda emergente que, certamente, aumentará o consumo de carne progressivamente nas próximas décadas", decla-

rou Mário Lanznaster, presidente da Aurora. Segundo ele, o consumo da carne de frango confirma essa expec-

tativa: em 2009, a China importou do Brasil 20 mil toneladas e, em 2010, 120 mil toneladas.

Com restrições, Brasil reabre importações de carne do Paraguai

Com base nas conclusões da missão técnica brasileira que visitou o Paraguai para avaliar as ações realizadas para a erradicação do foco de febre aftosa ocorrido no país em setembro deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reabriu as importações de carne bovina maturada e desossada no início de dezembro.

Segundo decisões de autoridades do Brasil, os cortes paraguaios poderão entrar no País somente por meio da localidade de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Além disso, será autorizada apenas a compra de carnes oriundas de plantas habilitadas à exportação, acompanhadas de certificado sanitário internacional.

O documento deve comprovar que as carnes tenham sido ob-tidas de bovinos que nasceram e foram criados no país de proce-dência. Além disso, esses animais devem ser originários de áreas incluídas no programa nacional de controle da febre aftosa, em propriedades que não tenham registrado nenhum foco da doença nos 60 dias anteriores.

A lista de exigências também prevê que todas as carcaças, antes da desossa, devem ter sido submetidas a processo de maturação sanitária em temperatura superior a 2° C, durante um período de pelo menos 24 horas após o abate.

Outra exigência é que o pH no centro do músculo dorsal, em cada metade da carcaça, não tenha alcançado valor superior a seis. A última condição é que a carga tenha sido lacrada pela autoridade competente no país de procedência. O número do lacre deve cons-tar nos documentos oficiais que acompanharão o carregamento.

Aurora inicia em janeiro embarques de carne

suína para a ChinaExpectativa da empresa é que

o mercado chinês aumente progressivamente o consumo de cortes

brasileiros nas próximas décadas

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Os especialistas da FNP acreditam que, nos próximos anos, haverá um incremento na produção da agricultura brasileira, mas não haverá "uma revolução". Ferraz diz que não será possível produzir uma safra gigantesca enquanto o setor não buscar uma solução para minimizar os custos. "Vamos focar na produtivi-dade, o que também encarece. No entanto, já que o desafio é produzir mais com o menor custo, a solução é maximizar a renda por unidade de área produzida, de modo que os custos fixos sejam diluídos", diz.

Um fator que poderia auxiliar o produtor rural na hora de diluir os custos é a comercialização. "O produtor rural brasileiro é um herói quando se fala em produção, mas ele não sabia comercializar. Graças a Deus, isto está mudando no setor e ele está aprendendo a vender a safra, antecipando a comercialização de commodities na bolsa", diz Maurício.

Segundo ele, esta é a maior expectativa para a safra 2012/2013. "Parte do bom resultado esperado para a safra futura de grãos se deve ao alto volume de vendas antecipadas", afirma. A Informa Economics FNP acredita que 36,5% da soja da safra do ano que vem já tenha sido vendida até meados de novembro, antes da redução geral de preços no mercado internacional.

Custo de produção e escassez de mão de obra são desafios maiores que produzir uma safra maior

A escassez de mão de obra especializada no campo deve ser a responsável por elevar os custos de produção agrícola no Brasil nos próximos anos. A afirmação é do diretor técnico da Informa Economics FNP, de São Paulo, José Vicente Ferraz. Ele diz que o alto preço dos insumos também continuarão pesando sobre o setor por pelo menos dois anos. "Teremos grandes desafios pela frente: lidar com a falta de mão de obra especializada no campo e os altos custos de produção", afirma.

Segundo Ferraz, existe uma série de fatores que estão, a cada safra, elevando o custo de produção. São eles o crescente uso de tecnologia - o que inclui insumos e máquinas - e a mecanização, além da escassez de mão de obra. Ele diz que na safra 2011/2012, este custo sofreu uma elevação de 10% em relação à safra anterior e que, na safra futura (2012/2013), há uma expectativa de uma alta maior.

A demanda por alimentos estimulou a produção nacional de grãos, que atingiu 147 milhões de toneladas nesta safra, mas também onerou o custo. "Os elevados preços das commodities no cenário mundial, pelo menos até o agravamento da crise da zona do euro, estimularam o aumento da área plantada para várias culturas (no Brasil). No entanto, verificamos que o custo de produção em geral estão mais altos", afirmou Ferraz, que é engenheiro agrônomo. "Em 2011, tivemos uma venda maior de fertilizantes e os preços destes produtos subiram cerca de 30%

entre 2010 e este ano, a mão de obra também encareceu signifi-cativamente o setor", diz.

Além da elevação de preços dos insumos agrícolas, a mecani-zação e a tecnologia necessária para elevar a produtividade no campo onerou o setor. Segundo Jacqueline Bierhalls, a necessi-dade de produzir mais, e em duas safras, exigiu mais tecnificação. "Então, foi necessário que o produtor comprasse mais insumos, mais máquinas e equipamentos avançados", explica.

A mão de obra ajudará a encarecer mais o setor nos próximos anos, acreditam os consultores. Isso porque a mecanização, necessária por conta da preservação ambiental e aumento de produtividade, alidada à elevação de renda do brasileiro, não está promovendo o desemprego, mas um êxodo rural. "No setor de cana, por exemplo, achávamos que a mecanização ia gerar um índice de desemprego elevado, mas não foi isso que aconteceu", diz Maurício Mendes, presidente da consultoria. "Também acha-mos que esta mão de obra iria migrar para o setor da citricultura e novamente, nos enganamos. Este pessoal foi absorvido por setores urbanos, como a construção civil", afirma.

Mendes enxerga que no futuro, a escassez de mão de obra no campo já aumentar ainda mais. "Nos baseamos na relação do trabalhador e o salário mínimo para avaliar o nível de emprego no campo aqui no Brasil. Com um possível salário mínimo que chegue a R$ 622 ou R$ 625 em 2012, novamente teremos mais gente deixando o campo. Ninguém quer ficar no campo quando tem aumento de renda".

Custo de produção e falta de mão de obra encarecem o agronegócioDiretor técnico da Informa Economics FNP diz que o setor precisará vencer dois grandes desafios para o futuro

Equilíbrio

"Na safra 2011/2012, custo sofreu uma elevação de 10% em relação à safra anterior e na safra futura (2012/2013), há uma expectativa de uma alta maior."

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