revista visão rural 16

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Revista Visão Rural

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Cinto de segurança salva vidas.Validade entre 01/04/2013 e 30/04/2013 sujeito a disponibilidade de estoque do Distribuidor. Condições válidas para a Linha Cargo, modalidade Finao ano para planos de até 72 meses, entrada de 0% e carência de 03 ou 06 meses para Média-Grande e Grande Empresa, com faturamento anual sPessoa Jurídica (PJ) na Linha Cargo. O valor de composição do CET poderá sofrer alteração, quando da data efetiva da contratação, considerando o valcustos de Registros de Cartórios variáveis de acordo com a UF. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenSujeito à aprovação de crédito. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco FinanciamentSegundo ano de garantia para o Cargo 816, primeiro ano de garantia total e segundo ano para o trem de força (motor, câmbio e diferencial), sem disponíveis nos Distribuidores Ford Caminhões. Operação BNDES Finame na Sistemática Convencional. O plano BNDES Finame é fi nanciado com re55/2012 - de 06/09/2012 - e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições estão sujeitas a alteração por parte da em todo o território nacional, para a linha Cargo, zero km, até 31/01/2013 ou enquanto durarem os estoques (200 unidades).

NÃO É SÓ PORQUE O CAQUE ELE PRECISA PTODA LINHA FORD CARGO SEM ENTRA

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Finame PSI, fi nanciamento com taxa de 0,25% a.m. = 3,0% al superior à R$ 90 milhões . Válido para Pessoa Física (PF) e valor do bem adquirido, as despesas contratadas pelo cliente,

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Nosso objetivo é manter o produtor bem informado. Levar até você exemplos que vêm dando certo nas propriedades que visitamos. Sugestões que você, produtor/leitor, pode adotar na sua atividade.

Nós fazemos a Visão Rural pensando em você e com você! Sem bons exemplos, não seria possível propagar informações que, se bem aplicadas, agregam valor à propriedade. E você é sempre bem-vindo com sugestões. Entre em contato conosco, dê ideias, ajude-nos a construir uma Visão Rural que tenha cada vez mais a cara do nosso produtor.

Nesta edição, nossa matéria de capa trata da alta tecnologia em ordenhas. Equipamentos que podem diminuir a mão-de-obra e auxiliar no conhecimento de cada animal do rebanho. A consequencia é o aumento de produção e lucros. Novidades como a criação de abelhas sem ferrão em Santa Rosa de Lima (SC). Apesar de ainda não reconhecida como apicultura, a atividade é rentável e ocupa pouco espaço na propriedade. Nossos colunistas também abordam temas que vão interessar a você e sua família.

Boa leitura!

Mais uma edição da Revista Visão Ruralchega até você, amigo leitor!

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Com todo trabalho de estruturação feito ao longo dos últimos anos e inves-timentos de R$ 34,8 milhões nos dois últimos anos em sete estados da região Nordeste e no Pará para erradicação da febre aftosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prevê que até o final deste semestre essas áreas sejam reconhecidas nacionalmente como livres da doença. A expectativa é que haja tam-bém o reconhecimento desse status pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2014.

Para isso, a Secretaria de Defesa Agro-pecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa), juntamente com os serviços veterinários oficiais dos estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte precisou intensificar as ações de estruturação e vigilância a partir de 2008. A Bahia e Sergipe são os únicos estados nordesti-nos reconhecidos como zonas livres da aftosa, até o momento.

De acordo com o secretário de Defesa

Agropecuária do Mapa, Ênio Marques, uma das exigências para obter o certi-ficado da OIE é que os estados brasi-leiros passem por uma metodologia de amostragem. “É feita inspeção clinica e colheita sorológica em uma grande parte dos animais dessa região para avaliar a ausência da circulação viral”, disse. Des-de o segundo semestre de 2012, foram monitoradas mais de 1,7 mil proprieda-des rurais e amostrados mais de 71 mil animais, selecionadas aleatoriamente, levando em consideração critérios cien-tíficos reconhecidos internacionalmente. O estudo está previsto para encerrar em maio.

No Brasil, 89% do rebanho de bovinos e bubalinos, ou 185 milhões de cabeças, está em zona livre de febre aftosa, que representa 60% do território nacional. Com a possibilidade de inclusão de mais 22 milhões de animais nos oito estados em análise, o percentual passaria a ser de 99%. Após esse processo, faltará apenas os estados do Amapá e Roraima e parte do estado do Amazonas serem reconhe-

cidos como livre de febre aftosa. “O Mi-nistério da Agricultura vem trabalhando há anos para que o País tenha o maior rebanho do mundo livre da doença. Com esses avanços, seguramente vários mer-cados ainda inacessíveis serão abertos”, destacou o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques.

Um importante passo foi dado em março, no avanço às ações de reconhe-cimento do país como livre da doença. Autoridades e técnicos do Ministério da Agricultura em Brasília e de sete estados do Nordeste e do Pará estiveram reuni-dos para avaliar os trabalhos realizados em 2012 e definir o cronograma de atividades para finalizar os trabalhos. O Ministério pretende enviar um relatório à OIE até julho deste ano, mas solicitou às autoridades estaduais que seja fina-lizada a implementação das medidas estruturais e técnicas indicadas para fortalecimento dos serviços veterinários oficiais da região, que dependem dos governos estaduais. Fo

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Brasil avança para obter status internacional de

país livre de febre aftosaSete estados nordestinos e o Pará poderão ser reconhecidos nacionalmente

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é preciso!

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Cada vez mais os laticínios investem em produtos diferenciados para conquistar mais consumidores e aumentar os lucros

Foi-se o tempo em que os laticínios produziam apenas queijos. Cada vez mais as empresas investem em

diversificação e oferecem ao consumidor uma gama de produtos diferenciados: cremes de leite, doces de leite, bebidas lácteas, manteigas, entre outros. Diver-sificar também é uma questão de sobre-vivência: em meio ao grande número de concorrentes, a oferta de novos produtos possibilita o aumento na lucratividade.

O crescimento do poder aquisitivo do brasileiro também impulsiona a venda de derivados de leite. Se antes a família tinha condições apenas de comprar o leite, hoje já é possível levar para casa o queijo, o iogurte, o doce de leite. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) demonstram esse aumento: em 2012, o brasileiro consumia 160 litros de leite por ano. Dez anos antes, o consumo era de 99 litros. O valor ainda está abaixo do recomendado pela Organização, que seria de 200 a 220 litros por ano.

A Laticínios Da Rolt, empresa locali-zada em Rio Fortuna (SC), começou a investir em produtos diferenciados há cerca de oito anos. Hoje eles represen-

tam 20% do faturamento da empresa e a tendência é aumentar esse percentual. “Queremos buscar cada vez mais o mercado de diversificados”, destaca o empresário Erikson Wiggers. Hoje, 80% do faturamento da empresa ainda vem da venda dos queijos prato e mussarela. Como a concorrência desses produtos é bem maior, quem geralmente faz o preço é o mercado. “Por isso buscamos cada vez mais produzir produtos com maior valor agregado”, justifica.

A empresa já conquistou seu espaço em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, mas é na região catarinense que pretende intensificar a venda dos diversificados. Para os outros estados também devem ser ofertados, além dos queijos (prato e mussarela), o creme de leite, o doce de leite e os fatiados. Em breve a empresa lança a manteiga em pote e o iogurte grego que também serão comercializa-dos em todo país. “Em Santa Catarina serão concentradas a venda de toda a linha, para que possamos valorizar ainda mais a nossa marca na região”, destaca Erikson.

Hoje, 80% do

faturamento da empresa

ainda vem da venda

dos queijos prato e

mussarela. Como a

concorrência desses

produtos é bem maior,

quem geralmente faz o

preço é o mercado.

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Investir na diversificação ainda é novidade na Laticínios Becker, tam-bém sediada em Rio Fortuna (SC). A empresa atua no mercado há 14 anos, mas há apenas dois decidiu oferecer ao consumir outras opções além do queijo. “A sugestão veio dos nossos clientes, que já conheciam os produtos que oferecíamos, mas desejavam mais opções”, conta o empresário Ivan Wi-ggers. Atualmente, a venda dos diver-sificados representa de 15% a 20% do faturamento da Laticínios Becker.

A ricota (com e sem sal), a bebida láctea e o queijo minas estão entre os produtos com maior procura. A

empresa ainda produz doce de leite, mas a venda está concentrada em Rio Fortuna, e os queijos colonial e serrano. A Becker já possui autorização para comercializar queijo ralado e em breve deve lançar no mercado uma linha de iogurtes. “Aguardamos apenas a libera-ção do registro para iniciar a produção”, informa Ivan.

A empresa ainda realiza pesquisas de mercado para avaliar a possibilida-de de lançar novos produtos. “Nossa intenção é oferecer novos produtos ao mercado. Queremos diversificar, mas sem aumentar a produção de leite”, comenta Ivan.

“A sugestão veio dos nossos clientes, que já conheciam os produtos que oferecíamos, mas desejavam mais

opções”, conta o empresário Ivan Wiggers

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Ricota, bebidas lácteas, doce de leite, nata... Prontos para consumir, os deri-vados lácteos agradam – e muito – os

consumidores. Mas que tal utilizá-los como ingredientes de deliciosas receitas? A ricota, por exemplo, cai muito bem em pratos doces e salgados. A bebida láctea pode render um

delicioso bolo ou, de forma mais simples e rápida, incrementar sua salada de frutas. E o doce de leite dá um toque especial em pães, doces e tortas. Aqui você encontra algumas opções de pratos deliciosos. Os laticínios da sua região oferecem esses produtos com quali-dade e preços acessíveis. Aproveite e delicie-se!

Culinária

Massa: Triture o biscoito e misture a manteiga até formar uma farofa. Coloque os biscoitos Calipso em toda lateral de uma forma de aro removível (26 cm de diâmetro). Forre o fundo com a massa. Reserve.

Recheio: Hidrate a gelatina com a água, dissolvendo em banho-maria ou no micro-ondas. Bata no liquidificador o leite condensado, a ricota, o creme de leite, a baunilha e a gelatina dissolvida. Distribua o creme obtido sobre a base da torta e leve à geladeira até que esteja firme.

Cobertura: Leve os ingrediente ao fogo até ferver e ficar brilhante. Retire do fogo, deixe esfriar e espalhe sobre a torta gelada. Coloque novamente na geladeira por mais 2 horas. Retire o aro da forma e sirva gelada.

Torta de Ricotacom Geleia

Massa:1 pacote de biscoito Maria1 pacote de biscoito Calipso1/2 xícara (chá) de margarina amolecida

Recheio:1 envelope de gelatina incolor sem sabor 4 colheres (sopa) de água1 lata de leite condensado250 g de ricota sem sal amassada1 lata de creme de leite1 colher de chá de essência de baunilha

Cobertura:1 vidro de geléia de morango1/2 xícara de água1 colher (sopa) de amido de milho

Ingredientes

Preparo:

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Com exceção do fermento, bata todos os ingredientes no liquidificador. Em seguida acrescente o fermento e despeje em uma fôrma redonda. Leve ao forno moderado por cerca de 40 minutos.

Ingredientes

Ingredientes

Preparo:

Preparo:Coloque água e um pouco de sal em uma panela para cozinhar a massa.

Assim que começar a ferver a água, despeje o pacote de penne e cozinhe conforme indicar na embalagem. Enquanto a massa vai cozinhando, pre-pare o molho. Coloque azeite numa panela, deixe esquentar um pouco e coloque o presunto picado, a cebola, o alho e os temperos. Deixe fritar um pouco. Depois coloque o tomate picado e dê uma refogada. Em seguida coloque o requeijão, o queijo mussarela para incorporar no molho e por último coloque o pote de nada. Assim que começar a borbulhar desligue. Colocar a massa já escorrida, num refratário (sem untar) e por cima o mo-lho, incorporando-o bem na massa. Por último, coloque o queijo ralado e mais um pouquinho de orégano. Levar ao forno para gratinar o queijo.

Dica: pode-se trocar o presunto, por linguiça calabresa ou frango.

Bolo com bebida láctea

Pennedos Deuses

1 copo de 150ml de bebida láctea de seu sabor preferido1/2 copo de óleo de canola2 copos de farinha de trigo4 ovos1 colher de sopa(bem cheia) de fermen-to em pó1 1/2 copo de açúcar*Para todos os ingredientes, utilize como medida o mesmo copo (150ml) usado para medir a bebida láctea.

1 pacote de macarrão penne 500 gAzeite de oliva (mais ou menos 4 colheres sopa)300 g presunto1 cebola picadaAlho picado (a gosto)OréganoManjericão (fresco ou desidratado)2 tomates picados1/2 pote de requeijão250 g queijo mussarela1 pote de nata (creme de leite pasteurizado)Queijo parmesão ralado

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Difícil alguém que nunca tenha visto uma senhora se dirigindo ao curral com um banquinho e um balde nos braços para ordenhar as vacas, uma a uma. A cena

é inimaginável para os dias de hoje, em que propriedades se tornaram empresas, de menor ou maior porte, com até 70, 80 vacas em lactação e uma alta produção de leite.

Essencial na atividade leiteira, as ordenhadeiras são uma das máquinas mais estudadas na tecnologia agrícola. O processo de ordenha dos animais evolui significativamente nos últimos anos e a alta tecnologia tem facilitado o trabalho do produtor rural. E o que se vê hoje não está nem perto do fim.

Com famílias menores, dificuldades em encontrar emprega-dos para o trabalho no campo, e maior produtividade, investir

Processo de ordenha

dos animais evolui

significativamente nos

últimos anos e a alta

tecnologia tem facilitado o

trabalho do produtor rural

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em tecnologia significa reduzir mão-de-obra e tempo de serviço. Na Nova Zelândia, por exemplo, um único operador consegue orde-nhar 200 animais. Para o técnico em eletro-mecânica Tiago Pivetta, não há como fugir da mecanização. “Quem não quiser se envolver na tecnologia infelizmente vai estar fora de uma atividade profissional”, defende o profissional. Pivetta é formado pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande de Sul, e passou dois anos na Europa trabalhando no desenvolvimento de ordenhas para animais.

Na propriedade de José e Deonilde Tenfen Duessmann, na comunidade de Morro Azul,

interior de Rio Fortuna (SC), a ordenha é meca-nizada e possui extrator e medidor eletrônicos. Pela tecnologia, a máquina “sabe” o momento certo de retirar as teteiras e ainda informa em um painel o tempo de ordenha, a quantidade de leite e a quantidade de células somáticas, importante para a constatação de mastite.

Para Deonilde, a principal vantagem dos novos equipamentos, instalados há cerca de dois anos, é a economia de tempo e mão-de--obra na ordenha. Com 66 vacas em lactação, a ordenha é realizada em cerca de 1h30min. “Se tivéssemos só a canalizada, levaríamos mais de 2h30min”, acredita. “Uma pessoa con-

“Quem não quiser se envolver na tecnologia infelizmente vai estar fora de uma atividade profissional"

Afirma o técnico em eletromecânica Tiago Pivetta

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Se há vantagens para o produtor, também há benefícios para os animais. O extrator sabe exatamente o momento em que a vaca para de dar leite e interrompe, automaticamente, o processo. “Isso evita a sobreordenha, que causa problemas de cunho fisiológico no animal”, explica o técnico em eletro-mecânica Tiago Pivetta. O profissional compara o extrator a um funcionário muito capacitado e ágil que executa uma tarefa humanamente impossível. “No cotidiano agitado da propriedade, onde o produtor limpa o teto, faz o pré e o pós-dipping, tira e coloca a vaca, fica difícil identificar o fim da ordenha em 15, 20 segundos”, acrescenta. “Toda essa tecnologia vai aumentar a vida útil da vaca”, salienta.

Um curto espaço de tempo em que a máquina puxa o leite sem nada sair pode causar danos no animal. O ex-trator automático também é menos doloroso para a vaca. “Reparei que elas nem se mexem quando as teteiras saem. Antes, quando nós que as tirávamos, as vacas viviam dando pequenos coices”, conta Lorena.

segue fazer todo o serviço sozinha”, acrescenta.

Como o equipamento indica a quantidade de células somáticas no leite, dispensa ainda o conhecido tes-te da raquete. A economia é de tempo e dinheiro. As vacas com melhor pro-dução de leite também recebem mais alimentos que as de desempenho inferior. “Com o medidor, sabemos exatamente quais vacas rendem mais e se a produção delas melhora se aumentamos o trato”, acrescenta.

A ordenhadeira canalizada com extrator e medidor eletrônico aco-plado ainda é recente na proprie-dade de Matias e Lorena Della Giustina, na comunidade de Rio Pequeno, em Braço do Norte (SC), mas a família já sente os benefí-cios. “Diminuiu o trabalho de uma pessoa”, comemora Lorena, que instalou a tecnologia há cerca de dois meses. Como o medidor faz a leitura das células somáticas em toda ordenha, é possível identifi-car se o animal está com mastite. “Se aparece a lgum problema, verificamos o que pode ser, mas não precisamos mais passar horas fazendo o teste”, destaca Lorena. Com o extrator, evita-se também a sobreordenha. “Na correria de uma ordenha, é impossível saber o momento certo que a vaca parou de dar leite”, acrescenta.

Benefícios também para os animais

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Contar com equipamentos de alta tecno-logia é importante, mas avaliar os dados é fundamental. “Informatizar é transformar os dados em informação”, enfatiza Tiago. De acordo com o técnico em eletromecânica, o segmento empreendedor trabalha com dados, sem eles não há como evoluir. “Acredito que quem vai ficar na propriedade é o produtor eficiente, não importa tamanho propriedade”, destaca.

Para facilitar a mensuração dos resultados, o mercado oferece um software que, interli-

gado aos medidores, registra em um compu-tador todas as informações sobre a produção leiteira de cada animal. O programa permite um controle detalhado individual das vacas e do rebanho como um todo. Para isto, o pro-dutor deve apenas registrar e identificar cada vaca no momento da ordenha. “Há também a possibilidade de identificação automática, com a instalação de uma antena e chips nos animais”, explica Tiago. Para ele, a identifica-ção manual é possível em propriedades com até 100 vacas.

Transformar dados em informação

Equipamento chamado de medidor (esquerda) e software de controle dados (direita)

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Num futuro não muito distante, as vacas é que definirão o momento certo da ordenha. É nisto que tem se concentrado as pesquisas na área de ordenha animal. “É preciso lembrar que a vaca não dá leite, ela amamenta o filhote”, destaca Pivetta. “Ninguém melhor que a vaca para saber em que momento, quais condições, e quantas vezes ela vai amamentar”, emenda. Quanto maior a “inteligência” da máquina, menos são as chances da vaca se sentir torturada durante a ordenha.

O processo é conhecido como robotização, mas não se trata de ter um robô, como aqueles que vemos em filmes, na propriedade. “O robô nada mais é que um software (programa de computador) muito bem desenvolvido de ordenha automática voluntária”, explica Pivetta. A robotização já é realidade no Brasil e no mundo. “Na Europa temos mais de sete mil robôs ordenhando”, destaca Tiago. “E não está sendo implantado pra não precisar mais ordenhar a vaca, mas sim porque precisamos respeitar a fisiologia do animal, ou seja, a vaca amamen-tando na hora que ela estiver pré-disposta”, reforça Tiago. Como a tecnologia é importada, investir na robotização ainda gera um alto custo ao produtor.

O futuro é a ordenha voluntária

O programa, conforme Tiago, é didático. “Basta ter noções básicas de computação, como desligar e ligar o computador, o progra-ma é fácil de usar”, acrescenta. O software é livre e o produtor investe somente nos equi-pamentos. “Para a instalação deste programa que oferecemos, é preciso que os medidores sejam da mesma empresa”, esclarece Tiago, que também é técnico comercial da Gimenez, empresa que fabrica medidores e extratores eletrônicos.

Há outro programa com objetivos se-

melhantes e que pode ser acessados pelos produtores de leite (ler mais em: UFSM dis-ponibiliza aplicativos e programas para pro-dutores de leite). Nestes casos, a transmissão de dados do extrator para o computador teria que ser feita manualmente pelo produtor. O programa oferecido pela Gimenez dispensa a necessidade de Internet, o que facilita para as propriedades mais remotas. “Porém, com acesso à rede, é possível disponibilizar aos produtores uma assessoria técnica à distân-cia”, lembra.

Para facilitar a mensuração dos resultados, o mercado oferece um

software que, interligado aos medidores, registra em um computador

todas as informações sobre a produção leiteira de cada animal

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Para o casal Gilson Bússolo Schmi e Edna Orben Perin, morado-res da Estrada Geral são Camilo, interior de Grão-Pará (SC), a princi-pal vantagem de um extrator e medidor eletrônico está na qualidade do leite. “Tem menos risco de contaminação por bactérias e mais limpeza na ordenha”, destaca Gilson. Desde que instalaram os equi-pamentos, há cerca de oito meses, quatro vacas foram descartadas. “E mais duas serão mandadas embora”, conta o produtor. O próximo passo na propriedade será fazer um acompanhamento mais detalha-do de cada animal e separá-los pela produção. Hoje são 38 animais em lactação. “No inverno o número deve subir para 50”, destaca. O tempo de ordenha também reduziu. “Antes eram 2h30min, agora levamos mais ou menos 1h15min por ordenha”, conta Edna.

Produtores aprovammedidor e extratorEquipamentos permitem conhecer melhor o rebanho e evitam problemas na hora da ordenha

rodutores de leite que inves ram em medidores e extratores estão sa sfeitos com os equipamentos. As vantagens são inúmeras: menor tempo de ordenha, menos mão-de-obra, maior sanidade e conforto

do animal, maior conhecimento do rebanho.

O produtor Vanildo Heidemann, morador da Estrada Geral Rio Pinheiro, interior de São Ludgero (SC), foi o pioneiro na instalação dos equipamentos da Gimenez, em dezembro de 2011. Ele já havia visitado propriedades em Treze Tílias, mas só

decidiu pela compra após experimentar os equipamentos por um período. “E não me arrependo. Você acha que a vaca é boa pela aparência, mas nem sempre a que tem o

melhor ubre é a que mais produz leite”, diz. Hoje o rebanho é divido em dois lotes: vacas de alta e baixa produção. Quanto mais leite,

mais alimento a vaca recebe. “Hoje elas produzem, em período de meia entressafra, 24 litros de leite, chegando a 27 em época de pastagem boa”, comemora. Em 2007 e 2008, a

média de leite de cada animal era de 18 litros. Para chegar ao índice, algumas vacas precisa-ram ser descartadas. “Como passamos a conhecer o rebanho, as vacas que não produziam

muito leite foram mandadas para o abate”, conta Heidemann.Outra vantagem apontada pelo produtor é a redução no tempo de ordenha.

“Levamos cerca de 40 minutos para ordenhar as 64 vacas do plantel”, informa. O equipamento, de acordo com Heidemann, é de fácil manuseio. “Também recebemos

uma boa orientação”, acrescenta.

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Na comunidade de Rio Glória Alto, interior de Orleans (SC), o casal Sérgio e Lorivalda Meurer instalaram o medidor e extrator eletrônicos há cerca de dois meses. De imediato, notaram a rapidez na ordenha. “Nosso trabalho facilitou muito. Hoje levamos cerca de 30 a 40 minutos para ordenhar”, conta Sérgio. “O comportamento e a sanidade do animal também melhora 100%”, comemora. Outro aspecto posi vo apontado por Sérgio é que com o extrator as tetei-ras não caem mais. “Antes elas se soltavam com facilidade durante a ordenha”, conta. Na propriedade há 41 vacas em lactação que são classifi cadas por maior e menor produção de leite. As “piores” são secas mais rápido ou descartadas. “Nosso plantel agora é mais classifi cado”, destaca. Para diferenciar, o produtor usa cordas no pescoço dos animais. Ele diz que sempre acompanha os dados pelo medidor e, em caso de alteração, inves ga qual problema pode estar afetando o gado.

Na propriedade da família Schuelter, no Rio Amélia, interior de Braço do Norte (SC), a tecnologia foi adquirida há pouco menos de um ano. “Ga-

nhamos em tempo de ordenha, gerenciamento e maior conhecimento do rebanho”, cita Jacson Schuelter. O jovem explica que as vacas são avaliadas a cada 15 dias, separadas entre as de maior e menor produção, e recebem alimentação diferenciada. “Tivemos um aumento, por baixo, de 100 litros por ordenha”, comemora. “O extrator também nos ajuda bastante. Minha

mãe sofria com dores no braço, agora não tem mais”, acrescenta.Hoje são 50 vacas em lactação. “Já vemos 56, mas nunca produzindo tanto

leite quanto agora”, conta. O tempo também foi reduzido. “Levávamos quase duas horas pra ordenhar, hoje o serviço é terminado em 45 minutos, uma hora”,

lembra Jacson. A intenção da família é inves r ainda mais em tecnologia. “Preten-demos instalar o so ware para acompanhar melhor nosso rebanho”, planeja.

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Cadastrar e acessar dados sobre a produção leiteira já é possível em alguns cliques. O Departamento de Engenharia Rural do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa

Maria, em Santa Maria (RS), há mais de 20 anos desenvolve sistemas de gestão agropecuária. Há menos de um ano o projeto C7 disponibiliza, gratuitamente, aplicativos android para uso em tablets e smartphones.

Um dos aplicativos lançados pelo Departamento, o C7-Leite, é uti-lizado para o gerenciamento de rebanho leiteiro, com o cadastro de propriedades e de identificação de novilhas e vacas, além do registro diário de ordenhas e operações do manejo reprodutivo. “Ainda possi-bilita consultas em série histórica desses dados”, explica o professor da Universidade, Enio Giotto.

Para ter acesso ao sistema, o produtor precisa ter um telefone celular (tablet ou smartphone) com sistema Android e acesso à internet. “Aces-sando o repositório de programas do Google (Google Play), ele deve pesquisar por C7 e selecionar no resultado da pesquisa o aplicativo desejado e então instalar no seu celular e usar a vontade”, detalha Giotto.

“além da gestão de pecuária de leite, o

programa tem outras finalidades e apresenta

maiores recursos de análises e relatórios da

atividade”

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Para quem tem dificuldades com o equipamento móvel, pode instalar em um computador com Windows o CR Campeiro 7. De acordo com o professor, “além da gestão de pecuária de leite, o programa tem outras finalidades e apresenta maiores recursos de análises e relatórios da atividade”, se comparados ao aplicativo. “Entretanto os dois pro-gramas têm comunicabilidade de dados entre si”, destaca.

O CR Campeiro 7 é disponibilizado pela Universidade Federal por meio de um curso de treinamento, na modalida-de de ensino à distância, cujo público alvo são produtores rurais, profissionais técnicos da área rural e estudantes de cursos técnicos, graduação e pós gra-duação. “Disponibilizamos a instalação gratuita do programa em computadores de laboratórios didáticos de escolas com finalidade de ensino, desde que haja uma solicitação oficial e que o professor responsável tenha conhecimento básico da operacionalidade do programa”, cita o professor.

Diversos programas e aplicativos, para as mais variadas atividades, fo-ram desenvolvidos pela Universidade em convênios com órgãos públicos e associações de produtores. “O CR Cam-peiro é um programa que compreende gestão de propriedades com atividades agrícolas, florestais, pecuária de corte e leite, avicultura e suinocultura, com geotecnologias incorporadas, sendo hoje um dos programas mais usados no Brasil na área de agricultura de precisão”, cita o professor.

Para quem tem dificuldades com o equipamento móvel, pode instalar em um computador com Windows o CR Campeiro 7

Abertura do aplicativo Registro de ordenhas

Registro de coberturas Relatórios

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Produtores de queijo artesanal es-tiveram reunidos para dar início à formação de uma associação que

represente a categoria. O primeiro En-contro Regional de Produtores de Queijo Artesanal Serrano, realizado no dia 10 de março, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da Uniplac de Lages, contou com a participação de 136 pessoas. A iniciativa é da Estação Experimental de Lages e das gerencias regionais de Lages e São Joaquim.

O queijo artesanal serrano é produzi-do há mais de dois séculos. Estimativas atuais indicam que existem na Serra Catarinense dois mil produtores, sendo que a quase totalidade está produzindo e vendendo de maneira informal. Apesar disso é a principal fonte de renda para a maioria das famílias que o produzem e toda a produção é comercializada. “É considerado um patrimônio de grande importância, pois além do produto, repre-senta história, cultura, notoriedade e um saber-fazer secular dos altiplanos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, informa o pesquisador da Epagri/EELages, Ulisses de Arruda Córdoba.

Entre os assuntos abordados no en-contro estão a importância da indicação geográfica e organização das cadeias pro-dutivas para o desenvolvimento regional e

valorização de produtos típicos territoriais, a implantação do serviço de inspeção sanitária através do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), linhas de crédito para a construção e adequação de queijarias, a necessidade de organização dos produto-res para legalização da comercialização, obtenção da indicação geográfica e regis-tro como patrimônio cultural de natureza imaterial do Brasil. Ainda foram formados grupos de trabalho que discutiram temas que darão subsídio para a formação da associação regional, como as principais dificuldades e potencialidades do queijo artesanal serrano, a função de uma associação regional de produtores para fortalecer a produção e comercialização, sugestão de nomes para a associação re-gional considerando identidade (cultura, história, tradição), localização geográfica e produção e indicação de representantes para a comissão que tratará de organi-zar a associação regional. O projeto é executado pela Epagri em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), SAR, Secretarias de Desenvolvimento Rural, prefeituras, Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures); Udesc/CAV, Uniplac, Banco do Brasil e Emater – RS, entre outras.

Produtores de queijo artesanal Serrano

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querem formar associação

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a serviço do agronegócio

TECNOLOGIAEquipe de Visão Rural visitou uma das maiores feiras do setor da América Latina e conferiu novidades e principais temas discutidos durante o evento

Realizada na ci-dade de Não--Me-Toque (RS),

a Expodireto Cotrijal é uma das principais feiras de agronegócio do Brasil e da América Latina. Em sua 14ª edição, realizada no início de março deste ano, Visão Rural esteve no evento, conferiu a feira de negócios, par-

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ticipou de seminários e traz as novidades apresentadas e principais assuntos discutidos.

O principal destaque da feita foi, sem dúvida, o resul-tado dos negócios realizados. Durante os cinco dias de feira, o volume de negócios ultrapassou os R$ 2,5 bilhões. Números impressionantes para um setor da economia que, principalmente no Rio Grande do Sul, amargava prejuízo por conta de períodos de estiagem ocorridos nos últimos anos.

A preocupação do agricultor com a possibilidade de enfrentar novas secas, inclusive, fez com que a área de irrigação foi uma das que mais recebeu incentivos durante a feira. “O que ficou evidente durante a Expodireto é que a tecnologia no campo tem evoluído muito. Vários foram os equipamentos, cada vez mais modernos, ma-quinários e até mesmo sistemas de informática voltados para a produção agrícola expostos na feira. Sinal de que o agricultor brasileiro, mesmo os pequenos, necessitará modernizar cada vez mais a sua produção”, destaca o diretor-executivo de Visão Rural, Lissandro Schuelter.

A tecnologia na área de pesquisa também teve espaço. Foram apresentados produtos que

melhoram a estruturação do solo, além de reforçada a importância da utilização de sementes de qualidade e dos manejos corretos contra pragas e invasores. As formas corretas de se aproveitar os avanços genéticos e os benefícios que eles trazem para as lavouras foram bastante defendidas.

A feira também foi palco de discussões importantes a respeito do crescimento da agricultura no País. Uma dos temas debatidos foi o papel da logística para o aumento da produção agrícola. Durante Audiência Pública promo-vida pelo Senado Federal para debater especificamente este tema, foi opinião unânime de que a falta de estradas em boas condições, a inexistência de uma rede ferroviária adequada e as deficiências no sistema portuário, entre ou-tros problemas, são os grandes gargalos do agronegócio brasileiro e que produtores rurais precisam se mobilizar a situação, seja através da cobrança junto aos governos responsáveis ou com parcerias público-privadas.

Foram realizados ainda fóruns da Soja, do Milho e do Leite. A audiência pública da Câmara dos Deputados para discutir a questão da demarcação de terras indígenas também foi destaque.

Participaram da Expodireto um total de 481 expositores, distribuídos em 84 hectares de parque. O número de visitantes ultrapassou os 223 mil. Em relação à feira do ano passado, os negócios foram 128% superior. Através dos bancos, os expositores negociaram R$ 1,7 bilhão. Os bancos de fábrica fecharam R$ 430 milhões em negócios, totalizando 205% a mais do que no ano passado. Com recursos próprios, os visitantes nego-ciaram R$ 108,7 milhões.

Organizado pela Cotrijal (Coope-rativa Agropecuária e Industrial) feira contou ainda com uma participação mais expressiva de autoridades neste ano. Pela primeira vez, a Expodireto recebeu a visita de dois ministros: do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Mendes Ribeiro Filho, além de senadores, deputados e de-mais agentes políticos.

Participaçãorecorde

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Após uma crise alastrada por meses, produtores de suínos e frangos comemoram o princípio da estabilização. O custo para produção tem registrado queda em 2013, com destaque para fevereiro, que teve

retração de 8,28% na avicultura, e 3,48%, na suinocultura, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves, unidade vinculada ao Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento. “A avicultura está se normalizando aos poucos, ainda existem algumas reclamações dos produtores, referentes à remuneração, mas, no geral, estamos em um bom momento. Parte dos avanços, podemos atribuir à vinda da JBS”, avalia o presidente da Associação de Trabalhadores Rurais de Nova Veneza, Evandro Boaroli.

A redução é consequência da variação nos valores de insumos, que para os suínos já acumula 10,45% nestes primeiros meses do ano. Para o represente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos de Santa Catarina (ACCS), Ivanor Galon, a queda é significativa, mas não é o suficiente para amenizar os prejuízos. “Ainda não está muito barato. A saca do milho está em R$ 27,00,

Circunstâncias indicam melhores perspectivas aos segmentos, após crise alastrada por meses no último ano

Queda no custo de produção traz alívio aos produtoresSUINOCULTURA E AVICULTURA

Texto: Daniela Soares - Foto: Ulisses Job

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o ideal era que fosse em torno de R$ 23,00”, considera.

Para os frangos de corte, a nutrição, que repre-senta 70% da composição da ave, teve saldo de 8,65% em fevereiro. Já os pintos de um dia, que correspondem a 14% do índice, sofreram alta de 0,99%. Além de indicar a equiparação do setor, o cenário prospecta ao crescimento, segundo Boaroli. “A tendência é continuar melhorando. Quem fizer investimentos no setor terá resultado positivo para os próximos anos”, acredita.

"Essa redução nos custos totais está sendo favorecida pela colheita recorde de grãos na safra brasileira, conforme o anunciado no relatório de safras 2012/2013 da Conab em dezembro de 2012. Esta grande safra deve possibilitar, durante o ano, a recuperação das atividades, que têm 75% dos custos finais compostos pela alimentação, no caso dos suínos, e de 70% no caso dos frangos de corte", diz o coordenador da CIAS, Jonas Irineu dos Santos Filho.

"Embora haja expectativas de redução mais

acentuada nos preços de milho e menos acen-tuada nos preços do farelo de soja para os pró-ximos meses, devemos salientar que os preços das instalações, dos equipamentos e dos valores praticados para a mão de obra sofrerão ajustes no mês de março", continua o pesquisador da Embrapa.

Os índices de custos de produção foram criados em 2011 pela equipe de socioecono-mia da Embrapa Suínos e Aves e da Conab. O ICPFrango/Embrapa é referente aos custos de produção no Paraná, maior produtor de frangos do país, para o aviário tipo climatizado em pres-são positiva, modelo referencial de produção. Já o ICPSuíno/Embrapa é obtido a partir de resultados de custos da produção de suínos em Santa Catarina, maior produtor nacional, em sistema tipo "ciclo completo", para o suinocultor empresário independente (não há um contrato de integração vertical por sítios como ocorre na produção de leitões terminados em sistema de comodato).

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Frente à Associação Catarinense de

Criadores de Bovinos (ACCB) desde

fevereiro, Maria Rosinete de Souza Effting

é a primeira mulher a assumir o cargo

Rosi quer pequenos produtores na ACCB

Associar pequenos e mé-dios produtores é um dos principais objetivos

de Maria Rosinete de Souza Eff-ting, a “Rosi”, como presidente da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB). Rosi tomou posse em fevereiro deste ano e é a primeira mulher a assumir a entidade em 47 anos de existência. A criadora de Jersey permanece na presi-dência até o final de 2014.

Proprietária da Cabanha Ghinter, na localidade de Ria-cho Alegre, em Braço do Norte (SC), Rosi diz que muitos pe-quenos produtores são donos de animais com genética se-melhante e até melhor que os grandes. “Precisamos trazê-los para a Associação e incentiva--los a participar de feiras”, enfatiza. “Eu também comecei pequena. E foi nas feiras que aprendi muito do que sei hoje”, lembra. A vinda de novos as-sociados, para a presidente, também fortalecerá a institui-

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Outra meta de Rosi é valorizar mais o papel da mulher na propriedade, que já é cada vez maior na sociedade. “Hoje quem mais participa de reuniões são os homens, mas não podemos esquecer que são as mulheres que ficam na lida enquanto eles buscam o conhecimento”, lembra. Ela acredita que, como mulher, terá que se empenhar mais ainda frente à Associação. “Nós ainda temos que cuidar da nossa proprie-dade, da família, da casa”, comenta. “Eu ter vindo pra Asso-ciação neste momento também é uma vitória das mulheres. Quero ser a porta voz delas na Associação”, enfatiza. Segundo Rosi, o empenho da mulher no trabalho do campo é visto em vários lugares. “Em minhas viagens por Santa Catarina e em outros estados, e na minha visita ao Canadá pude observar que muitas mulheres estão no campo, trabalhando. O marido precisa se ausentar para outros afazeres, e são elas que ficam na propriedade”, finaliza.

PresidenteMaria Rosinete Souza EfftingVice-presidenteItamar ParizziSecretário GeralNelson Eduardo Ziehlsdorff1º SecretárioWerner Sant’Anna2º SecretárioMário Jantsch1º TesoureiroValdir Schmoeller2º TesoureiroCaudir de Costa

Mulheresção. “Precisamos estar fortes para defender os criadores de Jersey e Holandesa”, destaca. A diretoria também pretende buscar aqueles que deixaram de fazer parte da ACCB.

Para a nova presidente, uma das principais vantagens de estar associado à ACCB é ter o registro do gado. “Isso faz com que você tenha credibi-lidade, você tem como provar a procedência do seu animal”, comenta. Por meio da associa-ção também é possível ter o controle leiteiro dos animais. “Às vezes você acha que tem uma vaca boa, mas só vai sa-ber se ela é mesmo se fizer um acompanhamento da lactação dela todo mês”, explica. O ser-viço também está disponível para quem não é associado.

Braço do Norte pleiteia, junto ao Congresso Nacional, o título de Capital Nacional do Gado Jersey. O projeto deu entrada na Câmara dos Deputados através do deputado Ronaldo Bene-det. “Há o empenho do nosso núcleo regional, da ACCB e da associação brasileira para que Braço do Norte

receba o título”, destaca a presidente. Rosi acredita que o título tornará a re-gião mais conhecida. “Será ainda mais fácil negociar animais e buscar recursos para a nossa feira”, defende. “Braço do Norte já é reconhecida pela qualidade do Jersey. Falta a gente aqui da região dar mais valor”, enfatiza.

Capital Nacional do Gado Jersey

DIRETORIA 2013/2014

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O presidente da Epagri Luiz Hes-smann recebeu, no início de abril, os primeiro quatro volu-

mes da coletânea de livros que reúnem resultados alcançados pelo Inventário Florístico-Florestal (IFFSC). Serão edi-tados até 2014 sete livros desta coleção, que dão redação científica aos dados coletados pelo IFFSC.

O IFFSC foi financiado pela Fapesc e feito sob encomenda do governo do Estado. Ele apresenta um diagnóstico atualizado da situação das florestas catarinenses e da relação do homem com elas. Coube à Epagri fazer o levan-tamento socioambiental. Santa Catarina é o único Estado do Brasil que finalizou o Inventário com a inclusão das informa-ções socioambientais. A publicação da coleção de sete volumes foi financiada com recursos da Secretaria de Desen-volvimento Sustentável (SDS).

A entrega dos primeiro quatro volumes da coleção foi feita por Juarez Muller, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Itajaí e responsável pelo le-vantamento socioeconômico, por Juliana Mio e Joelma Miszinski, ambas da equipe da Epagri/Ciram e responsáveis pela im-plantação dos Sistemas de Informações Florístico-Florestais de Santa Catarina (SIFFSC), e por Alexander Christian Vibrans, professor da Furb que fez o le-vantamento e análise dos remanescentes florestais do estado de Santa Catarina.

O Presidente da Epagri recebeu os primeiros quatro volumes da coleção: Diversidade e Conservação dos Rema-

nescentes Florestais, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Flo-resta Ombrófila Densa. Em maio serão publicados outras duas obras: Epífitos da Floresta Ombrófila Densa e Epífetos de SC: Um Guia de Campo. O último volume da coleção (Espécies Ameaçadas da Floresta Catarinense) será lançado em 2014. Hessmann parabenizou a equipe, destacando a qualidade do material e classificando-o como “muito bem ela-borado”.

No mês de maio será feito o lançamen-to oficial da coleção, durante uma sessão solene do Consema na Assembleia Legis-lativa. Os livros serão distribuídos para todas as Gerências, Estações Experimen-tais, Centros de Treinamento e Centros de Pesquisa da Epagri. Uma escola de cada município catarinense também receberá uma coleção, além das univer-sidades estaduais de Santa Catarina e todas as Universidades Federais do país.

Os conteúdos dos quatro primeiros volumes já estão disponíveis para do-wnload no portal do IFFSC (http://www.iff.sc.gov.br/). O portal, produzido pela equipe da Epagri/Ciram, também traz dois sistemas de visualização das infor-mações coletadas pelo Inventário, um voltado para pesquisadores e outro para a sociedade em geral. “Santa Catarina foi o único estado a disponibilizar estas informações publicamente, permitindo assim amplificar o uso destes dados em outras pesquisas e aplicações”, ressalta a engenheira cartógrafa Juliana Mio de Souza.

das fl orestas catarinensesLivros reúnem diagnóstico

Presidente Hessmann folheando outro e o grupo de pesquisadores, da esquerda para direita: Vibrans, Müller, Hessmann, Juliana e Joelma.

Os conteúdos dos quatro primeiros volumes já estão disponíveis para download no portal do IFFSC

www.iff.sc.gov.br

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Na nossa cultura geral, as abelhas são conhecidas como aqueles pequenos animais listrados de preto e amarelo, trabalhadoras e cooperativas e que produzem o mel que compramos no supermercado. Até certo ponto são simpáticas, a não ser quando incomodadas ou se sentem ameaçadas. Numa situação

dessas, são agressivas e, com um ferrão, podem picar seu agressor, inclusive o ser humano, e causar muita dor.Poucos sabem, porém, que as abelhas originalmente brasileiras não picam. Não possuem ferrão ou o pos-

suem de forma atrofiada. A espécie que conhecemos hoje, do gênero apis, foram introduzidas por volta de

uma cultura “esquecida” que volta a ganhar espaço

Abelhas sem ferrão:

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1840 por colonizadores alemães nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. À criação de abelhas deste tipo para produção de mel, própolis e outros derivados deu-se o nome de apicultura. Por volta de 1950, foram adicionadas aos enxames de abelhas europeias as abe-lhas africanas, mais resistentes, mas também extremamente agressivas.

A apicultura evoluiu e, durante todos esses anos, as espécies originalmente brasileiras, que pertencem ao gênero das me-líponas e trigonas, foram deixadas de lado para a produção de mel em grande quantidade. Esta situação, entretanto, tem mudado rapidamente e a comercialização de mel e até mes-mo de enxames inteiros de abelhas sem ferrão, conhecidas também com abelhas nativas ou indígenas, têm se destacado em nível nacional.

Em Santa Catarina, o pequeno município de Santa Rosa de Lima, a cerca de 120 quilômetros de Florianópolis e situado aos pés da Serra Geral, é um dos pioneiros no retorno da melipocultura (criação racional de abelhas sem ferrão para fins comerciais). Na região, a atividade tem sido exercida com bons resultados há aproximadamente oito anos.

“Há uma série de diferenças na criação de abelhas sem ferrão em comparação com as abelhas do gênero apis. Pri-meiramente, enquanto um enxame de apis produz cerce de 20 quilos de mel, a melípona ou trigona produz, em média, 1,5 quilo. Em compensação o quilo de mel comum é vendido pelo produtor a R$ 10,00 e o mel de abelha sem ferrão custa, em média, de R$ 40,00 a R$ 50,00, podendo, dependendo da espécie de abelha, ultrapassar esse valor”, destaca o produtor Guido Defrein, entusiasta da criação de melíponas na região.

Há também diferenças no mel. Seu sabor é tão doce quanto o mel das abelhas europeias ou africanizadas, mas é mais suave e menos enjoativo, mas também variam conforme cada espécie, que podem ser contadas às centenas. Seu aspecto é mais fluido e raramente cristaliza, por possuir um teor de umi-dade de 28%, frente aos 20% do mel comum. É considerado um ótimo bactericida e anti-inflamatório. Pode ser usado para prevenir gripes, resfriados e infecções pulmonares. “Há relatos de que os antigos Incas já extraiam e consumiam o mel antes da colonização europeia. Os índios brasileiros costumavam usar mel para tratamento de conjuntivites e outras doenças”, conta Defrein, que possui enxames de 15 espécies diferentes em seu meliponário.

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As diferenças da melipocultura para a apicultura não param por aí. As caixas para criação de enxames são costumeira-mente bem menores. E, enquanto as abe-lhas tradicionais depositam seu mel em favos, que posteriormente são espremidos em centrífugas para a sua extração, as melíponas e trigonas criam “potes” cheios de mel, que é coletado manualmente com ajuda de uma seringa. “Apesar de parecer trabalhoso, há vantagens que compen-sam. Devido à maioria das espécies serem bastante dóceis, pode-se criar enxames no quintal de casa, com várias caixas próximas uma da outra. Seu manuseio

e tratamento das abelhas é relativamente simples, não requer uso de equipamento de segurança, como roupa especial ou fumegador”, argumenta o produtor.

Diante destas ‘facilidades’, tornou-se comum também o comércio de enxames inteiros, tornando-se, no momento, a maior demanda entre os produtores. Uma caixa, com cerca de 400 indivíduos pode ser vendida ao custo médio de R$ 150,00. Mas não é incomum uma caixa com espécies mais raras chegar a R$ 400,00.

Além da complementação de renda ao homem do campo, os exames podem ser usados para vários fins, como utilização

na área de Educação Ambiental – por serem seguras, podem ser apresentados sem qualquer perigo aos alunos – e até mesmo criados em casa como hobby. Outro ponto positivo está relacionado à preservação das florestas genuinamente brasileiras, já que abelhas nativas pre-cisam do néctar de plantas igualmente nativas, reduzindo a possibilidade de desmatamento.

A melipocultura possibilita ainda, a produção de derivados e agregadores de valor como o hidromel. Uma espécie vinho feito a partir do mel fermentado juntamente com levedura.

Aspectos positivos

Devido à maioria das espécies serem bastante dóceis, pode-se criar enxames no quintal de casa, com várias caixas próximas uma da outra

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Luta pela regularização e expectativa de crescimento

Apesar de todos estes aspectos positivos, quase a totalidade do melipocultores enfrentam um en-trave para o crescimento da atividade. A falta de aprovação do SIF (Serviço de Inspeção Federal) faz com que a atividade seja desenvolvida de maneira informal.

Guido Defrein é integrante da Amesg (Asso-ciação de Melipocultores das Encostas da Serra Geral), que, atualmente, conta com 60 associados de Santa Rosa de Lima e municípios vizinhos. Formada há quatro anos, a entidade tem busca-do a regularização da melipocultura. “Uma das questões que tem sido tema de debates é o fato de que mais de 90% da criação de melíponas são de abelhas silvestres. Por conta disso, o Ibama muitas vezes considera a atividade como criação de animal silvestre em cativeiro. Entretanto, não criamos abelhas silvestres em cativeiro, mas soltas.

Além disso, não estamos danificando o meio am-biente. Pelo contrário, estamos contribuindo para a manutenção das florestas, já que as abelhas sem ferrão são responsáveis por 90% da polinização das nossas matas”, defende.

Mesmo com as dificuldades, o futuro da melipocultura é promissor. Na região Norte do país, criadores de abelhas indígenas já estão conseguindo obter o selo do SIF. “Pretendemos adotar o mesmo modelo utilizado no Norte para regularizarmos a nossa produção. Com isso, po-deremos comercializar o mel de abelhas nativas às redes de supermercado e assim aumentar a demanda pelo produto. Esperamos crescer bastante e, acredito com o Sul do Brasil deverá se destacar na atividade, especialmente no Rio Grande do Sul, onde têm-se investido muito nessa área”, prevê Defrein.

MelíponasAbelhas grandes, que chegam a medir 1,5 centímetro.

As mais conhecidas são:- Jupará(Melipona compressipes manaosensis)- Uruçu (Meliponascutellaris)- Uruçu-boca-de-renda (Melipona seminigramerrilae)- Uruçu-boi (Melipona nebulosa)- Uruçú Mirim(Melipona cesiboi)- Jandaíra (Melipona fulva)- Nariz-de-anta (Melipona lateralis)- Beiço (Melipona eburnea)- Mandaçaia (Melipona quadrifasciata)

TrigonasAbelhas pequenas, conhecidas

como abelhas enrola-cabelo, canudo ou irapuá. A mais conhecida no Brasil é a Canudo(Scaptotrigona sp).

criadas de forma racional

Algumas das espéciesde abelhas sem ferrão

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A suinocultura brasileira obteve mais uma conquista no inicio de abril. O projeto de lei Nº 7.416,

de 2010, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que inclui a carne suína na pauta de produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) foi aprovado hoje em unanimidade pela Comissão de Finan-ças e Tributação (CFT) e segue para análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que será a última comissão a analisar o projeto na Câmara. A votação foi realizada no dia 3 de abril.

O projeto é uma demanda histórica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) que tem o objetivo de ajudar o suinocultor, diminuindo os prejuízos nos momentos de crises. Com a lei, o Governo poderá agir de três formas: primeiro sob concessão de

subvenção econômica nas operações de crédito rural, onde o Poder Executivo poderá atuar diretamente no mercado, promovendo leilões e contratos de opções, para que os preços atinjam patamares melhores. O Executivo po-derá também rever os juros pagos pelos produtores rurais, para que haja uma compensação com o valor recebido pelo suinocultor na venda de seu produto. E uma terceira opção seria a execução das operações de financiamento ou aquisição de produtos agropecuários com a fixação de preço mínimo, onde o próprio Executivo comprará a carne suína pelo preço mínimo – fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a suinocultura só tem a ganhar com esta aprovação. “O que mais vale para a suinocultura é que em épocas de crise, como a que foi

presenciada em 2012, ter mais um marco regulatório a favor do produtor é sinônimo de maior agilidade nas nego-ciações e decisões do Governo”, opina.

O Relator do projeto, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), aliado da suinocultura e defensor do projeto na câmara, acredita que falta pouco para que o suinocultor possa contar com esta política que auxilia o setor em períodos de crise. “Os criadores de suínos reivindicam o preço mínimo desde a década de 50. Agora estamos a um passo da concretização desse mecanismo importantíssimo de regula-ção do mercado em tempos de crise”, argumentou. Como não recebeu ne-nhuma emenda, a proposta só precisa passar pela aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

Font

e: A

BCS

Projeto que garante o preço mínimopara a carne suína é aprovado

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Outono decontrastes em 2013

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Outono deve ser com menos chuvas

Sem a inf luência dos fenômenos El Niño e La Niña, o outono no Rio Grande do Sul deve ser de períodos de seca e expectativa de chuvas mais abundantes, até excessivas em algumas áreas, com risco de cheias, na segunda metade da estação.

De acordo com o diretor geral da MetSul, o meteorologista Eugenio Ha-ckbart, o Oceano Pacífico Equatorial seguirá sob condições de neutralidade. “Isso não significa normalidade no cli-ma, mas o contrário. Quando não há El Niño e La Niña, costumam ocorrer extremos típicos dos dois fenômenos no Rio Grande do Sul, ou seja, a atmosfera não tem padrão bem definido”, expli-ca o meteorologista. “A distribuição

regional da chuva fica mais irregular, como quando há La Niña, mas ocor-rem períodos bastante chuvosos e de chuva muito acima da média, como em eventos de El Niño”, diz. É o cenário esperado para a precipitação neste ou-tono de 2013, antecipa Hackbart, com alguns períodos secos e a expectativa de chuva mais abundante e que pode ser até excessiva em algumas áreas, com risco de cheias, na segunda me-tade da estação.

O outono caracteriza-se pela grande diferença de temperatura da noite pro dia. Trata-se de um dos períodos do ano com maior amplitude térmica e que também proporciona um aumento nos dias de nevoeiro. Com frequência,

sob condições de céu limpo e ar seco, a temperatura pode variar até 20ºC ou mais no mesmo dia.

Marca deste outono de 2013 deverá ser a grande variabilidade térmica (alternância de dias quentes e frios). De acordo com os meteorologistas da MetSul, haverá dias de temperatura alta durante abril, mas no decorrer do mês é alta a probabilidade de algumas madrugadas frias ou até geladas. Em maio são esperadas erupções de ar polar mais intensas, já típicas de in-verno, e que em alguns casos podem ser até significativas, o que se repetirá em junho, mês que em grande parte transcorre no outono, mas que climati-camente faz parte do auge do inverno.

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

O outono deve ser menos chuvoso do que os primeiros meses de 2013. De acordo com a Epagri/Ciram, nos meses de abril, maio e junho, as chuvas diminuem significativamente em relação ao obser-vado em um verão normal (2013 foi atipicamente chuvoso em boa parte do estado), com valores de 100 a 180 mm mensais. A previsão de chuva para o trimestre, no entanto, está próxima a acima da média climatológica, podendo ocorrer irregularidade na dis-tribuição. As precipitações devem ser causadas pela influencia de frentes frias, sistemas de baixa pressão e vórtices ciclônicos. Também é a época de atuação frequente dos ciclones extratropicais, próximos ao litoral, que oferecem perigo às embarcações, pois os ventos fortes e o mar agitado muitas vezes resultam em ressaca.

Conforme os meteorologistas Gislânia Cruz e Marcelo Martins, as temperaturas da estação devem

ficar próximas ao normal climatológico para o perí-odo, com noites e madrugadas mais frias, devido à frequência das massas de ar frio e seco, refletindo em temperaturas mínimas mais baixas. No decorrer dos meses de abril e maio, as ondas de frio chegam mais fortes e duradouras ao estado, com geadas generalizadas em todas as regiões catarinenses e, possibilidade e neve, principalmente no Planalto Sul, de maio para junho. Apesar do frio que chega, não estão descartados eventos prolongados de tempera-turas elevadas (acima de 30ºC), que podem correr especialmente em maio, os conhecidos “veranicos”.

Outra característica comum à estação são os nevoeiros nas primeiras horas da manhã e grande amplitude térmica diária (diferença de temperatura mínima e máxima), ou seja, o dia começa com tempe-raturas mais baixas e durante a tarde, com a presença do sol, a temperatura sobe e chega até a fazer calor.

Períodos de seca e chuvas com risco de cheias devem marcar o outono gaúcho

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Leite será a principal fonte de renda do campo

O oeste catarinense capitaneará o processo que transformará a região na maior bacia leiteira do País, de acordo com o presiden-te da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa

Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo. A Federação defende medidas para fortalecer a produção primária leiteira, possibilitando o aumento de produtividade e a geração de mais renda aos produtores, entre elas,

projetos de melhoria da qualidade de leite, capacitação técnica de produtores, qualificação de mão de obra, inovação tecnológica,

assistência técnica, controle de resíduos contaminantes, defesa sa-nitária e políticas de crédito.

defende presidente da Faesc

oesteregiãte da

Catarina (Fpara fortalde produtiv

projetoprodu

assistênnitária e

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Santa Catarina é o quinto produtor na-cional, o Estado gera 2,2 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os 190 mil esta-belecimentos agropecuários catarinenses produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o con-trole do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73% da produção com cerca de 50 mil estabelecimentos rurais.

Pedrozo observa que a região registra um dos maiores índices de crescimento do País e, por isso, atrai crescente número de novas indústrias de processamento de leite. A média nacional nos últimos dez anos foi de 4,4%, enquanto o oeste expan-diu entre 8% e 15% o volume produzido. Minas Gerais e Goiás estão perdendo para Santa Catarina e Rio Grande do Sul a posição de grandes produtores de

matéria-prima láctea. Atualmente, o sul representa 33% da produção nacional de lácteos.

A cadeia produtiva do leite sustenta quatro milhões de empregos no Brasil. No campo, 1,3 milhão de propriedades rurais alojam 23,2 milhões de vacas ordenhadas todos os dias para uma produção de 32 bilhões de litros/ano.

O dirigente prevê que o leite será a prin-cipal fonte de renda da maioria dos pro-dutores rurais. Acredita que a produção nacional crescerá fortemente em razão dos investimentos na profissionalização dos produtores rurais através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e de outras instituições de qualificação. “Há muita margem para crescer porque a produtividade ainda é baixa”, finaliza.

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Fernanda OenningEngenheira Agrônoma doLaticínios Fortuna

Qualidade do Leitea do

O solo, a planta estes precisam de um equilíbrio de nutrientes, se tiver muito de um nutriente sendo ele qual for e pouco de outro, aquele nutriente que esta em excesso vai embora... Aquele que estiver faltando vai contribuir para o mau desen-volvimento da planta.

Então sempre fazer uma analise de solo para conseguir uma correta aduba-ção, sendo que para ser um produtor de leite, primeiro temos que ser um ótimo produtor de pastagens.

PIQUETIAMENTO

A grama é lavoura e precisamos aduba-la

Hoje para conseguir uma produção de leite satisfatória temos que partir para ideia de dividir o terreno em piquetes, então vem a pergunta, quantos animais por piquete, (tamanho), qual a melhor grama? São várias as duvidas.

Dividir o terreno em piquetes é um ótimo começo, mas não podemos esquecer da água nestes pique-tes, implantar variedades de grama melhorada, que caiba dentro da possibilidade de cada propriedade.

Se tivermos 1 kg de grama em cada metro quadrado – teremos 1 animal a cada 120m; Se tivermos 2kg de grama em cada metro quadrado - teremos 1 animal a cada 60m. Sabendo disto podemos concluir que o piquetiamento com seu correto manejo, contribui para o controle

de carrapato, controle de mastite, e principalmente teremos melhor crescimento da pastagem, sendo que o animal não vai comer o rebrote do pasto, tendo tempo para a pastagem se recompor.

E PASTAGEMAnálisede solo

Antes de qualquer coisa devemos fazer uma analise de solo para saber o que a terra realmente pre-cisa, para fazer uma correta adubação. Solo equilibrado leva a uma pastagem de bom valor nutricional, e consequentemente isto vai retornar em produção de leite.

Lei do Mínimo Liebig, em 1840

Propriedade do Sr. Carlito Della Giustina - Rio das Furnas - piquetiamento com pastagem de tifton, estrela africana, encrenca de vizinho

Propriedade Sr. Oseias - Santa Rosa do Sul - palestra nutrição animal com Méd. Vet. Rafael Baldisera

Grama MG5Tarde de campo sobre piquetiamento e pastagemGrama angolinha

Propriedade de Jacinto Bega - Rio das Furnas

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Giro AgropecuárioDiogo Schotten BeckerGestor em Agronegócio eAcadêmico de [email protected]

Podemos considerar a implantação do plano real como um sucesso, no qual nos últimos anos, vem

melhorando de forma significativa a distribuição de renda. Embora com todo este sucesso na implantação não conseguimos ainda espantar o fantasma da inflação, pois desde o começo do plano real ainda não tivemos uma taxa civilizada ( em torno de 2% a 3% ao ano). Tão pouco também tivemos um crescimento do PIB (produto interno bruto) que ultrapassa-se 5%.

Na tabela abaixo, a qual mostra o crescimento e a inflação, nos revela isso. Ela esta agrupada pelo mandatos de presidentes.

Precisamos reconhecer que fomos pouco a pouco melhorando, pois o poder de compra das famílias de menor renda aumentou e muito nos últimos anos. Mais isso também traz grandes riscos, já que vemos um au-mento real no ganhos, maior do que a produtividade obtida. Mais afinal o que pode ser feito? Não existe uma formula, ou regra. Uma das alterna-tivas é o aumento do taxa de juros, Selic, porém leva a alta no desempre-go e a uma moderação salarial, o que acaba tendo um custo social.

Podemos acompanhar nossos vizi-nhos Argentinos, em uma controvérsia sobre a inflação, pois os mesmo estão adotando medidas protecionistas que já foram provadas que não dão certo, tais como: congelamento do preço dos alimentos e cotas para exportação e importação, enfim medidas que não beneficiam nem a população tão pou-co os produtores de alimentos.

Temos urgência em ações que melhoram as taxas de inflação e de crescimento do país, mesmo sabendo que inúmeras vezes teremos que cor-tar a própria carne. E podemos citar

como ações que melhoram a taxa de crescimento como: melhorias dos sistemas de transporte, hidroviário, ferroviário e rodoviário, para dar mais dinamismo e agilidade, também maiores investimentos em educação e a implantação de novas tecnologias. Aos produtores resta segurar firme o leme do barco, olhar para frente, saber que vai haver tempestades e agir sobre a única variável que pode, que é o custo.

O fantasmada infl ação

FHC-1 9,7% 2,5%

FHC-2 8,8% 2,1%

Lula-1 6,4% 3,5%

Lula-2 5,1% 4,6%

Dilma-1/2 6,2% 1,8%

Inflação PIBTemos urgência em ações que melhoram as taxas de inflação e de crescimento do país, mesmo sabendo

que inúmeras vezes teremos que cortar a

própria carne

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Carlos Geraldo Rodrigues JuniorTécnico AgropecuárioE-Mail: [email protected]

Saber PlanejarCrédito RuralHoje em dia com as variadas

opções de crédito para o meio agropecuário ficou mais fácil

fazer qualquer tipo de investimento neste setor. Sendo o segmento de maior importância nacional pela quantidade de recursos que gera para o país, o governo proporciona varias linhas de crédito rural para manter o segmento em constante expansão. As linhas de crédito disponí-veis são tanto para custear a produção quanto para investimentos, que podem ser utilizados para aumentar a atual pro-dução ou começar uma nova atividade.

O crédito pode ser acessado pelo pequeno produtor que utiliza mão de obra exclusivamente familiar até para

grandes produtores e agroindústrias como os lacticínios e frigoríficos, que geram emprego e renda para diversas famílias. Essa ferramenta é uma alterna-tiva para quem este pensando em fazer algum investimento, pois com os juros acessíveis do crédito rural, variando de 2 a 5,5% a.a., não é vantagem utilizar capital próprio para se investir no setor. Com as variadas linhas de financiamen-to, pode-se investir desde construções e compra de equipamentos até a compra de animais, essas linhas contemplam todos os segmentos agropecuários, como grãos, suinocultura, bovinocultura leitei-ra e de corte, reflorestamento, hortaliças e uma novidade que é a piscicultura e os

pescados. Mas como todo crédito tem que ser

bem planejado, fazendo um bom pro-jeto do que se pretende investir para conseguir visualizar a real viabilidade do pretendido investimento. Um dos grandes problemas enfrentado por quem esta querendo acessar essas linhas de crédito é a burocracia é exigido uma quantidade enorme de documentação que desmotiva o produtor. A Planejar – Projetos Agropecuários vem para au-xiliar os interessados em acessar estas linhas de financiamentos, organizando para o produtor toda documentação necessária para que ele consiga viabilizar o seu investimento.

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Até a década de 70 o Sistema ‘S’ (Senac, Sesi, Senai, Senar, Senat, Sebrae e Sescoop) era o grande responsável pela

profissionalização no Brasil, fora do sistema escolar. Mantido pelo setor empresarial, seguia políticas ditadas pelas empresas para suprir as carências quantitativas e qualitativas de profis-sionais no mercado de trabalho. Organizações como ONGs iniciaram recentemente a participar da preparação de mão-de-obra para a realidade socioeconômica brasileira. Deve ser dado desta-que à educação profissional desenvolvida pelas organizações de trabalhadores, pois a partir dos anos 80 as centrais sindicais (CUT, Força Sindical e CGT) passaram a liderar o processo, subcon-tratando as atividades de treinamento, inclusive junto às universidades, através de recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador – oriundos dos sindicatos. Sem políticas públicas diretas, os governos quase ausentaram-se na formação de profissionais para as necessidades do mercado de trabalho. A falta de emprego muitas vezes esconde a falta de qualificação profissional dos candidatos a funções cada vez mais exigentes, pois mudou o perfil do emprego. Até a década de 70, a Lei previa a profissionalização em dois níveis, além do superior: no ensino fundamental e no ensino médio (à época 1º e 2º Graus). A falta de aparelhamento das escolas e de vontade

política tornou ineficaz a Lei nº 5.692/71 que tratava da profissionalização universal do jovem antes do ensino superior. Ao contrário, perdeu-se o que até então existia, como os diversos cursos técnicos de nível médio. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB/1996 – consagra um capítulo inteiro à profissionalização.

A destacar a possibilidade da profissionaliza-ção acontecer durante o próprio ensino médio (formal) oferecida fora da ‘escola’ , em ambiente adequado e credenciado que permita o treina-mento em atividades profissionais. Para receber o título de ‘técnico de nível médio’ é preciso oficializar o empreendimento educacional jun-to ao Conselho Estadual de Educação e, fora isso, a profissionalização pode acontecer em ambientes próprios tais como fábricas de laticí-nios com SIF ou em granja-modelo (tecnologia, higiene, etc.). Em nível superior, existem duas modalidades: os tradicionais cursos superiores ‘acadêmicos ‘ e generalistas, conhecidos como bacharelados (ex.: Medicina Veterinária); e os cursos superiores de tecnologia (tecnólogo é o título recebido pelo profissional formado), com duração de mais ou menos três anos – trata-se de cursos focados (ex.: Tecnologia moveleira, tecnologia cerâmica e tecnologia da madeira). Os países do primeiro mundo valorizam muito esses cursos, porque estão próximos do mer-

Ignacio RickenEx-professor e dirigente universitárioArtigo

Histórico e Novas AlternativasFormação Profi ssional:

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cado de trabalho – aprende-se o ‘saber fazer’ e não apenas o ‘saber’.

A modernização da sociedade trouxe: a) a introdução da tecnologia; b) a expansão indus-trial; c)o aproveitamento maciço de técnicas de nível médio. Reza a LDB que a política educa-cional deve ‘’promover a inserção profissional e social dos jovens.’’ Com isto se estabelece uma correlação entre educação e desenvolvimento, levando, por determinação legal, para a obri-gatoriedade da profissionalização em vários níveis. (LDB)

O que inibiu, no passado, a implementação dessas políticas de profissionalização no nível médio (técnico pós-médio) pode ser sinteti-zado nos seguintes problemas: a) a ausência de professores especificamente habilitados para ministrar a profissionalização; b) a falta de recursos financeiros que possibilitassem a montagem de laboratórios e oficinas; c) a com-pra de equipamento necessário; d) a ausência de entrosamento com o mercado de trabalho; e) a incompreensão natural dos alunos e de seus pais.

As orientações básicas foram consolidadas mediante as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, seguidas do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos. Flexibilizou-se a oferta dos cursos,

podendo ser eles frequentados/ministrados em paralelo ao ensino médio e/ou após a conclusão do mesmo. Ao concluinte, após conclusão do curso com duração de 1.200 horas-aula ou 3 semestres, é conferido o Diploma de Educação Profissional de Nível Médio, permitindo-se a continuidade a nível de cursos superiores de tecnologia ou de cursos de bacharelado (gradu-ação), com duração variando entre 4 e 6 anos.

É preciso enfatizar que o Governo Federal está determinado a dinamizar a oferta da edu-cação técnica e tecnológica via PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, objetivando expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos a profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial ou continuada para trabalhadores. O CEDUP – Centro de Educação Profissional – projeto regional (Vales do Capivari e Braço do Norte) – em construção no município de Rio Fortuna, é um exemplo para ilustrar a nova política integrada da União/Governo Federal (construção, laboratórios/equipamentos e mobiliário), Governo do Esta-do (corpo docente e administração) e Município de Rio Fortuna (terreno e infraestrutura) .

Projeta-se oferecer inicialmente os cursos de técnico em Gestão da Propriedade Rural Sus-tentável e o de técnico em Alimentos.

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O Rio Grande do Sul receberá dois novos investimentos no setor de laticínios, que totalizam quase R$ 150 milhões, com a assinatura pelo governador Tarso Genro de protocolo de intenções com a Nutrifont e a Lativale. A primeira aportará R$ 130 milhões na criação de uma planta em Três de Maio, no Noroeste gaúcho, a segunda destinará 19,8 milhões na ampliação de suas instalações em Estrela, no Vale do Taquari. As empresas receberão benefícios fiscais através dos programas Fundopem e do Integrar. A Nutrifont, uma joint venture entre BRF e a irlandesa Carbery, vai trabalhar com a produção de derivados do soro do leite. Já a Lativale, empresa do grupo mineiro Tangará Foods, aumentará seu foco de atuação, passando a produzir compostos lácteos.

Argentina testa colheita mecanizada de uva

Acontece

O presidente do Instituto Nacional

de Colonização e Reforma Agrária

(Incra) – autarquia ligada ao Ministério

do Desenvolvimento Agrário –, Carlos

Guedes, e o presidente da Embrapa,

Maurício Lopes, reuniram-se, em Bra-

sília, para debater formas de atuação

conjunta para desenvolver o Programa

Nacional de Reforma Agrária (PNRA)

no País. A proposta interinstitucional é

atuar em três eixos prioritários: Gestão

Territorial, Transferência de Tecnologia

e Gestão de Pessoas. Será formado

um grupo de trabalho com técnicos do

Incra e da Embrapa para desenhar as

ações e apresentá-las em 60 dias.

Incra e Embrapa debatem agenda estratégica para a reforma agrária

Promover a agricultura familiar sustentável é o objetivo da Chama-da Pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para comu-nidades rurais do Rio Grande do Sul. A estratégia operacional para execução dos contratos foi definida pelo Ministério do Desenvolvimen-to Agrário (MDA) e a Emater/RS. Os trabalhos garantirão assistência técnica aos agricultores familiares durante três anos com possibilida-de de prorrogação para mais dois, beneficiandos cerca de 20,6 mil famílias em 100 municípios gaúchos. Uma das metas do trabalho é o manejo sustentável do solo, da água e dos insumos, o que permitirá a produção de alimentos mais saudáveis, além do aumento na renda dos agricultores familiares.

Chamada pública promove a agricultura familiar sustentável

RS garante dois novos investimentos em lácteos

O trabalho artesanal de colheita da uva começa a passar por transformações no principal polo produtor de vinhos da Argentina. A tradição de reunir centenas de trabalhadores para retirar os cachos da fruta já não é vista em alguns

vinhedos, dando lugar às máquinas. A mudança ocorre pela falta de alternativa para contornar desafios como a escassez de mão de obra. A migração ainda avança lentamente e embora deixe a atividade menos poética, aumenta

sua eficiência. Além da colheita, trabalhos como a poda e a pulverização também são feitos pelo mesmo tipo de máquina. A New Holland é a principal fornecedora desse tipo de máquina na Argentina. Gabriel Tronchoni, respon-

sável pelo marketing da companhia no país, conta que as primeiras unidades chegaram nos anos de 1980. Cada uma custa aproximadamente US$ 430 mil e é importada na França. A empresa informa que existem estudos para

viabilizar a venda desse tipo de maquinário no Brasil, mas nenhuma colheitaderia ainda foi testada.

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MERCADO AGRÍCOLA

A produção de leite em fevereiro perdeu força pelo segundo mês consecutivo, o que restringiu a oferta do produto para as indústrias. Paralelamente, a demanda por derivados se mantém firme, o que estimu-la a disputa pela matéria-prima entre as empresas e alavanca os preços pagos aos produtores, apontam pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Apli-cada (Cepea), da Esalq/USP.

Em março, o leite recebido pelo produtor valorizou mais 2,53% na “média Brasil”, que foi para R$ 0,8427/litro (preço líquido), ou seja, aumento de 2 centavos em relação ao mês anterior. Esta média apurada e calculada pelo Cepea é ponderada pelos volumes captados nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Por sua vez, o preço bruto, que inclui frete e impostos, teve mé-dia de R$ 0,9162/litro, mantendo-se 0,6% superior à de março de 2012, em termos reais – considerando-se a inflação (IPCA) do período.

Fevereiro/Março é um período de tran-sição na produção de volumosos, a base da alimentação das vacas em lactação. Na região Sul, este é o momento em que as pastagens de verão estão perdendo vigor e as de inverno estão sendo semeadas. É nesta época também que as pastagens do Centro-Oeste e Sudeste começam a produzir menos e as vacas em lactação são secas, para que possam se preparar para a próxima parição.

Este quadro se refletiu no Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP--Leite) de fevereiro, que decresceu 3,29%,

considerando-se os sete estados da “média nacional”. No estado de São Paulo, a captação caiu 7,5%, a maior queda entre os estados. Em Minas Gerais e Goiás, a redução foi mais branda, de 2,2% e 1,9%, respectivamente. Na média da região Sul, a produção diminuiu 4% e, na Bahia, ocorreu o inverso: aumento de 11% na captação, devido à recuperação das pas-tagens principalmente no sul baiano, onde as chuvas foram relativamente melhores.

Enquanto o segmento primário reduz a oferta, o consumo ganha força. Em março, os preços, tanto do leite UHT como do quei-jo muçarela, no atacado do estado de São Paulo, aumentaram em relação a fevereiro O leite UHT em março (cotação até o dia 27) teve média de R$ 1,96/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,56/kg, aumentos de 3,3% e 1,4% em relação a fevereiro, respec-tivamente. Essa pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR – Entre os estados da pesquisa que compõem a “média Brasil”, os preços só não aumentaram no Paraná, onde a média permaneceu praticamente estável em março, com o preço bruto a R$ 0,8929/litro. O reajuste mais expressivo aconteceu em Goiás, onde os 5% de incre-mento fizeram o litro do leite alcançar R$ 0,9688. Em São Paulo e Minas Gerais, os aumentos foram de 2,6 e 2,5 centavos por litro em março, chegando a R$ 0,9299/litro

e R$ 0,9301/litro, respectivamente. Apesar do aumento do volume captado na Bahia, a produção ainda é baixa por conta da seca e, com isso, o preço nesse estado também aumentou, 1,6%, com a média bruta a R$ 0,9062/litro. Os estados gaúcho e catari-nense seguiram a tendência geral, fechando o mês de março com valorização de 1,3% e 0,6%: o litro do leite teve média de R$ 0,8477 e R$ 0,8825, respectivamente.

Entre os estados que não compõem a “média nacional Cepea”, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro obtiveram os maiores aumentos. O primeiro teve acréscimo de 4,7% e o segundo, de 4,1%, com o preço bruto a R$ 0,8419/litro e a R$ 0,9992/litro, respectivamente – esta última média é a maior entre todos os estados da pesquisa. No Espírito Santo, o aumento foi de 2%, de modo que o litro foi para a média de R$ 0,8961. No Ceará, a seca tem prejudi-cado os rebanhos e acirrado a disputa pelo leite. Com isso, o preço bruto chegou a R$ 0,9800/litro.

A expectativa para o mês de abril e maio, segundo 77,5% dos agentes de mercado consultados pelo Cepea (que representam 94,6% do volume amostrado), é que os preços continuem em alta. Os mesmos representantes esperam que a oferta de leite continue restrita e que o consumo permaneça constante. Do restante, 20% dos entrevistados (que representam 5% do volume de leite amostrado) esperam estabilidade nos preços e somente 2,5% (que representam 0,4% do volume de leite amostrado) acreditam e queda nos preços.

Leite: Produção segue em queda e preços ao produtor, em alta

Font

e: C

epea

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O presidente do Banrisul, Túlio Zamin, e o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócios, Luiz Fernando Mainardi, anunciaram no dia cinco de abril, que o banco estadual adotará a renegociação das dívidas dos produtores de arroz conforme as regras determinadas pelo governo federal, em até 10 anos. No inicio do mês de abril o banco divulgará para as agências um boletim interno com as regras e procedimentos. A medida foi informada ao presidente da Federarroz, Renato Rocha, depois que a entidade levou a preocupação com o fato de agricultores da região de Tapes não estarem conseguindo repactuar as dívidas.

“Recebemos o retorno do secretário após seu contato com o presidente do Banrisul, o que é uma ótima notícia”, frisa Renato Rocha. Até o momento apenas o Banco do Brasil estava adotando integralmente a renegociação do passivo arrozeiro. Outra notícia considerada positiva, mas que ainda demandará mais um esforço de negociação foi a reunião de dirigentes do Sicredi com o secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, há alguns dias, na qual o banco cooperativo informou que poderá fazer a renegociação em cinco anos. “Inicialmente é uma boa notícia, mas vamos nos reunir com os dirigentes no Esta-do e solicitar que adotem o prazo previsto pelo governo federal, em 10 anos, para garantir a viabilidade de paga-mento. A renegociação e uma medida positiva tanto para os produtores quanto para a própria instituição, assim esperamos a adesão de todos os bancos”, avalia Rocha.

Ele entende que apesar de demorar mais do que o planejado, por conta destas burocracias com algumas ins-tituições de crédito, aos poucos a renegociação está sendo construída. “Já são três bancos, que representam mais de dois terços dos produtores, aderindo ao programa. Agora faltam as instituições privadas, que terão reunião com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Ministério da Fazenda ainda neste semana em Brasília (DF) para tratar deste assunto”, finaliza o presidente da Federarroz. Fo

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Banrisul adere à renegociação das dívidas arrozeiras

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A safra brasileira de milho deve ser ainda maior em 2013 do que a verificada no ano passado. O Levan-tamento Sistemático da Produção Agrícola de março prevê uma produção 0,6% acima do que a estimada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE). A safra de milho grão deve totalizar 74,9 milhões de toneladas no ano, volume recorde. A área plantada aumentou 1,6% em relação ao estimado em fevereiro, enquanto a área colhida foi 0,4% maior. O rendimento médio também cresceu (0,2%) em relação ao mês anterior.

A primeira safra do produto será de 35,5 milhões de toneladas, enquanto os outros 39,4 milhões de toneladas são de milho segunda safra. "Esse ano está persistindo o que ocorreu no ano passado, a segunda safra maior do que a primeira. O produtor planta mais soja na primeira safra, e o milho de segunda safra. E parece que está indo bem, porque está chovendo bem. Então tudo indica que 2013 vai ser recorde de milho", disse Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Na primeira safra de milho, houve redução de 1,7% na estimativa de produção na passagem de fevereiro para março, devido aos prejuízos na lavoura causados pela estiagem nos estados do Nordeste. Já a segunda safra teve a previsão de produção elevada em 2,8% em relação a fevereiro, graças ao avanço de 4,3% na área, apesar da queda de 1,4% no rendimento.

Safra de milho deve ser recorde com 74,9 milhões de toneladas

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