revista mezcla 02

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Flavio Gomes O jornalista multimídia Entrevista exclusiva magazine O pequeno time mineiro que encarou o Real Madrid Os bastidores do Programa MaisEsportes, da UCG TV. Um encontro Marcado em Paris. Academia. Ir ou não ir, eis a questão? 02

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Page 1: Revista Mezcla 02

Flavio GomesO jornalista multimídia

Entrevista exclusiva

magazine

O pequenotime mineiroque encarou o Real Madrid

Os bastidoresdo ProgramaMaisEsportes,da UCG TV.

UmencontroMarcado em Paris.

Academia.Ir ou não ir, eis a questão?

02

Page 2: Revista Mezcla 02

o ano todo.

Page 3: Revista Mezcla 02

• AÇÕES PROMOCIONAIS • EVENTOS CORPORATIVOS • PROMOÇÃO DE VENDAS

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Page 4: Revista Mezcla 02

Beautiful magazine! I can tell it's done with much care and I enjoyed flipping through the pages very much.

Best wishes,

Yellena JamesPortland, OR, USA

Show a revista. Parabéns.Espero ver muitas outras edições.Abraço.

Murilo Rassi de Oliveira Goiânia - GO

Adorei a revista. Parabéns pela ousadia.

Mayara Feitosa Goiânia - GO

Foi Manoel de Barros quem disse: "Poesia não é pra sair falando. Poesia te cala". Essa sua surpresa me calou. A iniciativa me calou. A beleza do projeto gráfico me calou. Por isso, contrariando o grande Manoel, tive que falar, mesmo quando minha vontade era ficar quietinho no meu canto, só curtindo a 1ª edição da Mezcla.Que venham outras.

Valdeir Castro Goiânia - GO

Parabéns, ótima revista, ótima diagramação, 100% aprovado. Sorte e sucesso sempre!

Neyron Mendes Goiânia - GO

Muito legal o seu trabalho...agora volta pra academia pra fazermos uma matéria de "Saúde: Atingindo seus objetivos"

Billy Joe Barbosa Goiânia - GO

Que projeto gráfico lindo. Estou aqui lendo, emocionada a matéria que o Ângelo escreveu, e que engraçado o Dario falando de rock. Tudo a ver. Em que posso contribuir? Para mim será um verdadeiro prazer.

Adriana Marinho Goiânia - GO

Confesso que demorei um poquinho para ler. Mas, adorei. Parabéns pelo projeto!Espero ver mais edições.

Clarissa Toledo Goiânia - GO

[email protected]

diz

_aí

Jan.2011 • Ano 1 • Nº 01 | [email protected]

Page 5: Revista Mezcla 02

Ufa, eis a Edição nº 2 da Revista Mezcla. Sinceramente, e aqui não há falsa modés-tia, fiquei surpreso com a receptividade de todos. Não esperava mesmo tantos elogios, tanto carinho, vendo pessoas de diferentes lugares curtindo a revista, querendo participar, dando ideias. E isso nem Mastercard paga. Não canso de dizer que esse é um projeto feito com carinho e dedicação, no peito e na raça e que me deixa orgulhoso, como se fosse meu segundo filho. Tudo o que ouvi nos últimos dias me serviu de combustível para continuar tocando isso aqui. E claro, a ajuda de vocês continua sendo essencial. Sempre.

A edição desse mês traz uma entrevista exclusiva com o renomado jornalista da ESPN Brasil, escritor, blogueiro, radialista e piloto da Superclassic, Flavio Gomes. Sem papas na língua, ele fala abertamente o que pensa sobre a Formula 1, Rede Globo, fãs, twitter, futebol e otras cositas más. Imperdível. Agradeço a gentileza do Flavio ao abrir um espaço na sua apertada agenda para me receber em seu escritório.

Acompanhamos também a equipe do Programa MaisEsportes da UCG TV - comandada com muito profissionalismo por Daniel Santana -, mostrando os bastidores do primeiro e único programa esportivo de Goiás transmitido ao vivo para todo o Brasil. É, com toda a certeza, “o maior projeto esportivo da televisão goiana”.

Flávio Chubes, publicitário da Agência Lápis Raro, de Belo Horizonte, fala do início de sua paixão pelo pequeno time de Sete Lagoas, o Bela Vista Futebol Clube, que tem como maior façanha perder por apenas 2 a 1 para o poderoso Real Madrid de Di Stéfano.

Billy Joe, personal trainer e professor da Academia Athletics, fala sobre os frequentadores de academia e suas batalhas diárias: deixar a preguiça de lado e enfrentar a malhação.

E finalmente, apresento a vocês a belíssima crônica de Daniel Cariello, jornalista e publicitário que mora em Paris, onde ele declara seu amor à eterna Cidade Luz.

Aproveitem ao máximo. Sem moderação.

Anderson Milhomem, 40 anos, publicitário. Diretor de arte que gosta de escrever sobre coisas irrelevantes, apaixonado por design, fotografia,futebol e pelo seu pequeno grande Vila Nova F.C. No twitter: @andmilhomem

[email protected]

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Lugares

Igreja Bet Giyorgis, EtiópiaCavada e esculpida no chão - a partir de uma única rocha de granito formando uma cruz perfeita - Bet Giyorgistem cerca de 800 anos de idade, 15 metros de profundidadee é considerada a obra-prima da cristandade etíope.

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Lugares

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Aurora Boreal, Groelândia.As auroras se formam quando os prótons e elétrons emitidos pelo sol (vento solar) penetram no escudo magnético da Terra e colidem com átomos e moléculas na atmosfera. Estas colisões resultam em inúmeras explosões de luz, chamadas fótons, que compõem a aurora.

Page 10: Revista Mezcla 02

Lugares

Portofino, ItáliaÉ uma pequena aldeia de pescadores italianos situado na região de Ligúria, província de Gênova, na Riviera italiana com cerca de 529 habitantes. É considerado o mais belo e sofisticado porto do mediterrâneo.

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Trey

Rat

cliff

Page 12: Revista Mezcla 02

Flavio Gomessem freio.

Entrevista

Flavio Gomessem freio.

Page 13: Revista Mezcla 02

Flavio Gomessem freio.

Flavio Gomessem freio.

Flavio Gomes é um renomado jornalista especializado em auto-mobilismo, escritor, comentarista e repórter da ESPN Brasil e da rádio Eldorado/ESPN. Atinge um público estimado em mais de um milhão de pessoas/mês através de sua coluna em 12 jornais brasileiros, blog, site Grande Prêmio, Revista Warmup, Twitter e Facebook. Virou um jornalista multimídia. E ainda encontra tempo para duas paixões: torcer para a Portuguesa e pilotar seu Lada na Superclassic. Nessa entrevista exclusiva, ele dispara sua metralhadora falante contra dirigentes, pilotos, fãs, Rede Globo... “Eu ando meio bocudo”. Nós agradecemos.

POR ANDERSON MILHOMEM • FOTOS ARQUIVO PESSOAL

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Page 14: Revista Mezcla 02

Você é um jornalista muito admirado no automobilismo, tem uma legião de fãs e sendo considerado por muitos como, usando uma brincadeira sua, o El Fodón desse meio. Que pensa sobre isso?Eu não sei se sou exatamente admirado. Respeitado, talvez. O que eu sei é o seguinte: por estar há muito tempo fazendo, no jornalismo, uma coisa bastante específica, que é automobilismo, e por trabalhar com esporte em geral, é algo que tem alguma popularidade, tem muita audiência, as pessoas seguem... Eu acho que isso ajuda a formar um nome. Sempre digo que o grande patrimônio que eu tenho é a credibili-dade, a ausência de máscaras. Sou o que sou. São muitos anos seguindo uma linha de jornalismo que é muito particular, no meu caso, e as pessoas que me leem, escutam, assistem na TV, sabem mais ou menos o que esperam de mim. Agora, eu não sei se isso faz de mim um cara admirado, muitas vezes eu sou muito odiado também, até pelo meio automobilístico, porque as pessoas confundem muito as coisas. As pessoas acham que jornalista tem de apoiar o esporte, dar uma força...”Dar uma força” é a expressão mais usada. Eu não acho que tenha de dar força a ninguém, essa não é a nossa função. Nossa função é noticiar, dar informação e dar opinião. E cada um que cuide do seu negócio, do seu esporte. Não somos nós que temos obrigação de ocultar verdades pra não prejudicar o esporte. Muito pelo contrário. E uma outra coisa que eu acho que soube fazer na hora certa foi entrar na internet de cabeça, acreditar na intera-tividade porque eu sou de uma geração de jornalistas que não tinha nenhum contato com nosso leitor, com nosso ouvinte. O contato se dava através de uma carta de vez em quando, ou então um telefonema para a rádio. E ninguém dava muita bola. Hoje não, hoje a gente tem um contato muito direto, sem intermediários, e eu dou atenção para o ouvinte, para o leitor. Eu posso ser muito mal-educado, posso ser muito grosso, brusco, ríspido, mas de uma coisa não podem me acusar: de ignorar o meu leitor, meu público. Pelo fato de eu interagir de verdade, a internet para mim é uma ferramenta que permite que eu saiba o que as pessoas estão pensando sobre tudo que escrevo ou digo, e na hora. Os blog, twitter e tudo mais, são ferramentas que não são só para fingir que existem. Para mim elas têm uma função muito clara, e acho que acabo usando isso bem.

No horário combinado, cheguei ao seu escritório localizado em um prédio comercial na Av. Paulista. Era o final de tarde de uma sexta-feira. Pra minha surpresa, ele mesmo abriu a porta. Não tem secretária. E sua equipe de trabalho? “Quase não nos vemos. Estão todos espalhados por aí”. A pequena sala é repleta de lembranças, deixando poucos espaços vazios na parede e nas mesas. Acende um Marlboro e, antes de começar a entrevista, fala um pouco da dificuldade em manter a Revista Warmup. “Os empresários ainda não descobriram a internet. Quem lê jornal ou revista hoje são pessoas da minha época. A geração que veio depois, não.” A seguir, mais um pouco do que pensa Flavio Gomes.

Entrevista

Foto Juliano Barata

Acontece muito do cara que me encontra na rua, me dá um tapa no ombro “e aí, Flavinho”. Eu nunca vi o cara na vida. Não sou “Flavinho” pro cara, não sou amigo do cara.

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Os jornalistas agora usam muito o twitter pra trabalho. E eu percebo que às vezes você não leva essa ferramenta muito a sério.Não, eu levo a sério. Eu uso muito para o trabalho, para me informar. As pessoas que eu sigo são aquelas através das quais me informo sobre assuntos que me interessam. Então isso para mim é trabalho. Eu uso o twitter pra divulgar o trabalho que a gente faz no site, o que eu faço na televisão, no rádio. Agora, eu não levo muita coisa tão a sério no mundo, na vida. Sendo assim, é claro que eu também brinco no twitter.

Os blocks que você dá em alguns dos seus seguidores são uma brincadeira?São reais. E isso também é trabalho. É uma forma de você marcar posição numa série de temas que para mim são importantes. É uma forma de combater a mediocridade. Porque o twitter é muito usado para bobagens, e a interatividade faz com que as pessoas que nos seguem se achem no direito de nos questionar, contestar, de uma forma agressiva, hostil. E essas coisas eu não aceito, eu realmente não aceito. Eu não trato ninguém assim, em princípio. Eu dou patada, eu distribuio patada, quando levo. Não sou o cara politicamente correto que acha que tem de respeitar o leitor em qualquer circunstância. Claro que não. O cara vem me xingar, vem com bobagem, com idiotice, com disseminação de mentiras - e isso acontece muito na internet, aconteceu na eleição, é claro que eu reajo, como reagiria numa conversa de bar. Agora, com 140 caracteres você não atinge nenhum grau de profundidade em tema algum, é evidente. Mas você consegue pelo menos levar as pessoas a refletirem sobre alguns temas e a entenderem sua posição diante de outros. Eu sou muito claro no twitter. Acho que tem muita burrice circulando por aí, e tem gente que realmente acha que tem o direito de chegar para mim e dizer que “você tem que pensar assim, você é ridículo, você é isso, você é aquilo”. E eu reajo.

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Flavio Gomes pilotando o seu Lada, apelidado pelos blogueiros de Meianov

Page 16: Revista Mezcla 02

Entrevista

Mas você deu um block num dos seus seguidores pelo simples fato dele te chamar de “Flavinho”.Não sei exatamente de quem você está falando, mas isso aí deve ter um certo histórico. Tem uma coisa engraçada. Além desse direito que alguns acham que têm de me tratar com se eu fosse um empregado - eu não sou, ninguém paga pra me seguir no twitter, ninguém paga pra ler meu blog, ninguém paga pra ler o Grande Prêmio -, existe essa falsa intimidade. O cara me seguir no twitter não faz dele meu amigo e não faz de mim amigo de ninguém que eu sigo. Então o cara começa com essa intimidade irreal, e nesse caso não foi só o “Flavinho”, certamente, e não vou lembrar agora o que foi. É preciso estabelecer alguns limites. Acontece muito do cara que me encontra na rua, me dá um tapão no ombro, “e aí, Flavinho?”. Eu nunca vi o cara na vida. Não sou “Flavinho” pro cara, não sou amigo do cara. Tem de ser mantida uma certa distância porque eu me comporto assim. O William Bonner, que eu vejo todos os dias na televisão, o dia que eu encontrar com ele - e já fiquei uma semana no mesmo hotel que ele e a Fátima Bernardes - não vou dar um tapão no ombro dele e dizer “e aí, Will”. Por quê? Porque eu vejo o cara todos os dias na televisão? Então as pessoas precisam entender que existe um certo limite.

O que sente mais falta das coberturas in loco da F1? Ou não sente falta de nada?Eu sinto falta das corridas, gosto de ver corrida. Sinto falta dos lugares também, mas só. Eu não sinto falta das pessoas em geral. As pessoas da F1 são meio chatas, são muito pretensiosas, todas elas - as pessoas que trabalham nas equipes, os jornalistas, os caras de autódromo, todo mundo acha que a F1 é o centro do universo. Então, eu sinto falta de algumas pessoas, alguns amigos que eu fiz, muitos bons amigos, mas não sinto falta do ambiente, dessa coisa de você se orgulhar de estar na F1. Eu fiz 250 corridas, cobri a F1 por 18 anos "in loco", vi todos os pilotos que eu queria ver, fui para todos os países que eu queria ir, e uma hora você tem que mudar. Eu nunca tive como objetivo de vida transformar a F1 na minha carreira eterna, viajar o tempo inteiro. Depois, as viagens cansam, cada vez tem mais corrida, cada vez em lugares mais distantes. Eu tenho filhos, família, e uma hora eu resolvi dar uma mudada na vida. Eu adoro F1, adoro corrida, adoro carro, adoro tudo isso. Só que hoje eu tenho a liberdade de, quando quiser ir a uma corrida, ir e pronto. Não preciso pautar minha vida pelo calendário da F1 como fiz durante 18 anos.

Quando um brasileiro não tem condição de vencer, a Globo mente e cria uma expectativa nos atletas que é falsa...acho que o público é muito burro a maior parte das vezes.

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O BOTO DO RENOEditora: GP Total

Páginas: 304Formato: 15 x 21 cm

Preço: R$ 20,00Site

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Acha que ufanismo aos pilotos brasileiros acaba prejudicando, principalmente Rubinho e Massa?Acho que o tratamento que a Globo dá ao esporte é totalmente equivocado, que é o de só dar importância a um esporte se algum brasileiro vence. E quando um brasileiro não tem condição de vencer, a Globo mente e cria uma expectativa sobre os atletas que é absolutamente falsa. Ninguém lá é bobo. Os caras sabem que o Brasil não é potência olímpica e vendem o Brasil como potência olímpica, sabem que o Rubinho não ia ser campeão nunca e vendiam o Rubinho como candidato ao título. Inventam esses torneios de futsal, futebol de areia, vôlei não sei de quê, para mostrar domingo de manhã e colocar a vinhetinha Brasil-sil-sil. Uma babaquice. Agora, a questão toda é o cara acreditar, é o piloto, o atleta, incorporar isso. E principalmente o público se deixar enganar desse jeito, acho que o público é muito burro na maior parte das vezes. É um público que tem uma visão muito pobre do esporte. O cara só se informa pela Globo, aí ele vê na TV: “Vamos torcer pelo Rubinho!”. Aí se prepara pra torcer pelo Rubinho, pelo Massa, vai lá ver a corrida, acorda cedo, perde a madrugada, e o Rubinho não ganha, o Massa não ganha. E o cara precisa botar a culpa em alguém por ter acordado cedo, ou perdido a madrugada de sono, e ter acreditado na Globo. E ele não culpa a Globo, culpa o Rubinho e culpa o Massa. E aí cria-se um círculo vicioso de crítica, de sarcasmo, de esculhambação, que é totalmente descolado da realidade. Só que tem piloto que se insere nisso e o Rubinho é um caso muito clássico. Ao invés de se isolar disso, como eu acho que o Massa faz muito bem, ele sempre embarcou nessa história, é um dos caras que acredita na Globo e ele é um tonto como qualquer outro que está vendo televisão. Esse ufanismo, esse estilo de fazer cobertura esportiva da Globo, é muito prejudicial aos atletas que acabam acreditando que realmente são especiais porque são brasileiros e isso não existe. Nunca existiu.

E por falar em Globo, o que aconteceu com o Máximo Bueno? (Colunista fictício criado por FG para satirizar o Galvão Bueno) O nosso colunista? Cansamos de fazer. Começa a se repetir e aquilo foi uma brincadeira. Eu acho que está todo mundo querendo fazer graça de tudo no Brasil, hoje, e aí todos começam a se repetir. Os programas de televisão se repetem, os textos engraçadinhos e as piadas se repetem... A gente achou que estava bom, já. Ficaríamos fazendo as mesmas piadas com as mesmas gafes do Galvão. O que a gente quis brincar, a gente brincou.

O Galvão nunca reclamou? Não, nunca. Quer dizer, não pra gente, e nem sei se ele via, não tenho a menor ideia.

O Reginaldo Leme deixou de ser colunista do Grande Prêmio. Aconteceu alguma coisa entre vocês? Mágoa das suas críticas à TV Globo?Não. Saiu porque a Globo estabeleceu alguma regra interna que os seus funcionários, na internet, só pode-riam fazer coisas pro Globo.com. E aí, como ele era colunista do Grande Prêmio e não tinha nada nos portais da Globo, os caras falaram pra ele parar. Mas não teve nenhum problema não, tá tudo ótimo,o Regi é um grande amigo.

Sabe que fim levou o Jordan encontrado pelo Indiana Gomes numa reportagem da ESPN Brasil de 2005?Aquele carro, acho, voltou pra uma garagem qualquer do Piquet. Esse carro é do Piquet. Foi dado a ele pelo cara da Arisco, que tinha ganhado esse carro do Rubinho de presente. Quando o Nelson Piquet voltou a correr, ele teve muito apoio da Arisco, e nas negociações acabou ficando com aquele carro. Estava lá, numa cidade do interior do Rio, porque era uma empresa de blindagem de carros de um parente do Piquet e ficou como chamariz. Aí, quando a empresa fechou, esqueceram o carro. Esqueceram não, deixaram o carro lá. Depois ele foi pra algum lugar. Me parece que está em Brasília, não tenho certeza. Já me disseram que ele estava aqui no Sid Mosca, em São Paulo, mas não sei exatamente.

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De onde surgiu essa tara por carros da Europa Oriental?A história da Europa Oriental é uma história muito recente e faz parte da vida da gente. Para as pessoas da minha geração, até 20 anos atrás o mundo era dividido em dois. E eu tenho muita curiosidade para entender como esses países do Leste se viraram sem ter nenhum contato muito estreito com a indústria ocidental, justamente no pós-guerra, época do grande boom da indústria automobilística no mundo inteiro. E eles tiveram de se virar sozinhos, sem transferência de tecnologia, sem contato com as grandes montadoras dos EUA e da Europa, e tudo mais. Então isso por si só, do ponto de vista de tecnologia, é legal. Conhecer suas técnicas, as alternativas que foram buscar, materiais, tudo. E outra: do ponto de vista político e de comportamento também, porque carro no ocidente sempre foi sinônimo de status e quase nunca passou disso, e no leste não, carro sempre serviu para sua função original, que é meio de transporte. Então, era um grande paradoxo no planeta. Você tinha uma parte do mundo fazendo carro como sendo o grande símbolo capitalista de posse e hedonismo, e uma outra metade do planeta fazendo o mesmo produto sem ter nenhuma preocupação com isso. O produto desse contraste mundial são carros espetaculares no que eles se propõem. Trabant, por exemplo, é fabuloso em termos de engenharia, de criatividade, os motores dois tempos, as soluções que eles buscaram para driblar a escassez de material, de alguns produtos, ou mesmo de tecnologia.

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O famoso DKW #96, o carrinho que tem fã-clube, e que hoje faz parte do acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro.

Entrevista

Page 19: Revista Mezcla 02

Rádio, TV, jornal ou internet?Rádio. Porque o rádio é a coisa mais próxima que você tem do cara a quem você passa a informação. Você passa a informação do jeito mais puro que existe, que é falando, sem nenhum outro artifício, sem imagem, sem infográfico, sem animação de computador. Você fala e o cara te ouve, não existe nenhuma comunicação mais direta no mundo do que essa. O imediatismo do rádio ainda não foi superado por veículo nenhum. Muito pelo contrário. As inovações tecnológicas - celular, skype, todas essas coisas - fizeram com que o rádio conseguisse ser mais ágil ainda do que sempre foi. É um veículo fascinante. Pena que é muito maltratado pelo público e também pelo mercado publicitário, que meio que caga pra rádio. Agora, vai na rua ali (mostra a Av. Paulista)... Aquele monte de carro na rua, está todo mundo ouvindo rádio. Não está vendo TV, nem navegando na internet.

Está lendo algum livro atualmente? O livro que estou lendo se chama O Centauro no Jardim, do Moacyr Scliar. Eu não leio livro de esportes.

Uma música. Eu gosto de música, mas também não sou um ouvinte tarado por nada em especial. Eu gosto muito de Pink Floyd, dos Beatles - os shows do Paul McCartney, os dois que eu fui ver, são inesquecíveis -, gosto de Supertramp, de Cranberries, Scorpions, gosto de uma porção de coisas. Música para indicar? Tem uma que gosto muito do Scorpions que é Wind of Change, que tem muito a ver com esse negócio de Alemanha Oriental, queda do Muro de Berlim, com meus carros, com esses países que conheço e que são fascinantes, países bárbaros que as pessoas não costumam ir: Croácia, República Tcheca, Eslováquia... Gosto muito desses países pelas histórias que eles carregam.

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CENTAURO NO JARDIMEditora: Cia das LetrasPáginas: 233Formato: 21 x 14 cmPreço: R$ 41,00

Desde os 2 anos de idade eles vão ao estádio comigo, sentam a bunda na arquibancada, xingam o juiz, xingam jogador, vão ver jogo com chuva, com sol. Eles gostam pra caramba. E a Portuguesa, se ela ganha ou se ela perde, não muda nada para eles. A nossa paixão é muito mais autêntica, muito mais legítima. Ela é intocável.

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MaisEsportescom maisprofissionalismoMaisEsportescom mais

profissionalismo

Bastidores

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MaisEsportesprofissionalismo

MaisEsportesprofissionalismo

O Programa MaisEsportes, da UCG TV, está no ar desde 2008. Como uma equipe de 80 pessoas, mesclada de jovens talentosos e profissionais renomados do jornalismo esportivo, se auto denomina como o “ maior projeto esportivo da televisão goiana”. E não é para menos. É o primeiro e único programa esportivo de Goiás transmitido ao vivo para todo o Brasil via TV Aparecida. E nós fomos lá conhecer os bastidores desse projeto ambicioso.

POR ANDERSON MILHOMEM • FOTOS CÉSAR MACHADO

Page 22: Revista Mezcla 02

Daniel Santana, 29, juntamente com o profº. Daniel Barbosa, criou e idealizou em 2008 o UCG Esportes, atual MaisEsportes, onde também atua como comentarista. Daniel é o diretor de produção e programação da UCG TV. É uma pessoa bastante articulada, com ideias organizadas e uma voz bem postada. Está sempre com uma expressão séria, talvez por isso transmita tanta credibilidade. Junto com sua equipe, conseguiu algo raro em programas esportivos em Goiás: eliminar quase que total-mente o amadorismo que impera nesse meio. “Queremos agir da maneira mais profissional possível, com muita responsabilidade no que falamos. Por exemplo: não temos nenhum anunciante vinculado a futebol porque acabam interferindo na linha editorial do programa. Eu sei que tem algumas empresas que acabam interferindo sim. O dono liga, fala com o editor,

reclama que tal comentarista está criticando. Isso acontece, então nunca fomos atrás dessas empresas.” Quando imaginamos os bastidores de um programa, sempre vêm à mente pessoas correndo pra lá e pra cá, agitação, stress. Mas lá é bem diferente disso tudo. O local é silencioso, o clima é de total descontração e tranquilidade. Alguns aproveitam para tirar um sarro com a derrota do time adversário enquanto o trabalho duro é executado. Qual o segredo dessa harmonia? “Ali no MaisEsportes, tentamos fazer um programa imaginando qual programa gostamos de assistir, qual o jeito de falar de futebol que gostamos de ver e qual comentarista queremos ouvir. Por isso eu acho que estamos dando certo, nós temos uma equipe muito boa, trabalhamos num clima de amizade. Formamos uma família.”

O resultado disso aparece na telinha. O programa é leve, flui com naturalidade e não lembra em nada aquelas mesas redondas tradi-cionais em programas esportivos, onde todos falam ao mesmo tempo, quando não gritam. Reflete também na audiência: 10 pontos de audiência no programa regional e 5 pontos no programa nacional. “O que eu sinto é que a gente tem um público fiel, que tem muito respeito pela informação que a gente passa e que acredita nela. Então sempre procuramos medir o que vamos falar, de que maneira vamos falar e o que pode ser falado” diz Daniel, enquanto confere os dados do instituto de pesquisa.

O twitter, microblog que virou mania na internet, já domina o programa. Além de Daniel Santana, o comentarista André Isac (do bordão “Que hoje seja o primeiro dos melhores dias da sua vida”) e o âncora do programa, Rafael Vasconcelos, tuitam sempre que podem, inclusive nos intervalos do programa. Vício ou ferramenta de trabalho? “O twitter atinge o público do programa mais rápido e o retorno é imediato”, avalia André Isac. Rafael Vasconcelos concorda. “É essencial.

Uma mídia objetiva, direta.” “Me falaram que, quando você acorda domingo e vai olhar o twitter, é porque está viciado. Então eu estou viciado sim”, assume Daniel, que ainda resistiu por um tempo à ferramenta. “Não tinha tempo pra acompanhar. Mas agora uso sempre que posso. Diferente do e-mail, no twitter você acaba tendo um feedback instantâneo das pessoas. E diferente do Facebook, ele te preserva mais. Ninguém fica sabendo quem são seus filhos, onde você mora, ninguém tem contato com sua família nem com suas fotos.

E o contato com os torcedores na rua? É cordial, segundo Daniel. “Eu tenho uma receptividade muito boa com os torcedores. Toda vez que me encontram chegam pra conversar em tom elogioso. Claro que alguns criticam, mas sempre com respeito. Eu recebo vários e-mails criticando, mas sempre faço questão de ler no ar, debater, explicar a minha opinião. Mas a relação é sempre de amizade.” O papo termina faltando 10 minutos para o início do programa das 19h15. Daniel Santana desce para a sala de maquiagem.

Lá encontramos com Edson Rodrigues, tratado por muitos como o “monstro sagrado da narração”. Talvez não exista um só torcedor em Goiás, de qualquer time, que nunca tenha se emocionado ouvindo sua narração em algum momento de suas vidas. Daniel revela: “Entre os torcedores, só há uma unanimidade em todo o Estado de Goiás. Se Chama Edson Rodrigues. Não tem ninguém que não goste dele. Tem 50 anos que está nesse meio e ele é diferente mesmo, espontâneo, humilde. Podem até discordar de suas ideias, mas nunca vi ninguém criticar ou falar que não gosta do Edson”. A maquiadora pede para tirar uma foto ao seu lado para mostrar ao pai, fã do narrador. A resposta?

- Claro. Até dez se você quiser.

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Evandro Gomes, Rafael Vasconcelos, Daniel Santana e Edson Rodrigues

Bastidores

Page 23: Revista Mezcla 02

Daniel Santana, 29, juntamente com o profº. Daniel Barbosa, criou e idealizou em 2008 o UCG Esportes, atual MaisEsportes, onde também atua como comentarista. Daniel é o diretor de produção e programação da UCG TV. É uma pessoa bastante articulada, com ideias organizadas e uma voz bem postada. Está sempre com uma expressão séria, talvez por isso transmita tanta credibilidade. Junto com sua equipe, conseguiu algo raro em programas esportivos em Goiás: eliminar quase que total-mente o amadorismo que impera nesse meio. “Queremos agir da maneira mais profissional possível, com muita responsabilidade no que falamos. Por exemplo: não temos nenhum anunciante vinculado a futebol porque acabam interferindo na linha editorial do programa. Eu sei que tem algumas empresas que acabam interferindo sim. O dono liga, fala com o editor,

reclama que tal comentarista está criticando. Isso acontece, então nunca fomos atrás dessas empresas.” Quando imaginamos os bastidores de um programa, sempre vêm à mente pessoas correndo pra lá e pra cá, agitação, stress. Mas lá é bem diferente disso tudo. O local é silencioso, o clima é de total descontração e tranquilidade. Alguns aproveitam para tirar um sarro com a derrota do time adversário enquanto o trabalho duro é executado. Qual o segredo dessa harmonia? “Ali no MaisEsportes, tentamos fazer um programa imaginando qual programa gostamos de assistir, qual o jeito de falar de futebol que gostamos de ver e qual comentarista queremos ouvir. Por isso eu acho que estamos dando certo, nós temos uma equipe muito boa, trabalhamos num clima de amizade. Formamos uma família.”

O resultado disso aparece na telinha. O programa é leve, flui com naturalidade e não lembra em nada aquelas mesas redondas tradi-cionais em programas esportivos, onde todos falam ao mesmo tempo, quando não gritam. Reflete também na audiência: 10 pontos de audiência no programa regional e 5 pontos no programa nacional. “O que eu sinto é que a gente tem um público fiel, que tem muito respeito pela informação que a gente passa e que acredita nela. Então sempre procuramos medir o que vamos falar, de que maneira vamos falar e o que pode ser falado” diz Daniel, enquanto confere os dados do instituto de pesquisa.

O twitter, microblog que virou mania na internet, já domina o programa. Além de Daniel Santana, o comentarista André Isac (do bordão “Que hoje seja o primeiro dos melhores dias da sua vida”) e o âncora do programa, Rafael Vasconcelos, tuitam sempre que podem, inclusive nos intervalos do programa. Vício ou ferramenta de trabalho? “O twitter atinge o público do programa mais rápido e o retorno é imediato”, avalia André Isac. Rafael Vasconcelos concorda. “É essencial.

Uma mídia objetiva, direta.” “Me falaram que, quando você acorda domingo e vai olhar o twitter, é porque está viciado. Então eu estou viciado sim”, assume Daniel, que ainda resistiu por um tempo à ferramenta. “Não tinha tempo pra acompanhar. Mas agora uso sempre que posso. Diferente do e-mail, no twitter você acaba tendo um feedback instantâneo das pessoas. E diferente do Facebook, ele te preserva mais. Ninguém fica sabendo quem são seus filhos, onde você mora, ninguém tem contato com sua família nem com suas fotos.

E o contato com os torcedores na rua? É cordial, segundo Daniel. “Eu tenho uma receptividade muito boa com os torcedores. Toda vez que me encontram chegam pra conversar em tom elogioso. Claro que alguns criticam, mas sempre com respeito. Eu recebo vários e-mails criticando, mas sempre faço questão de ler no ar, debater, explicar a minha opinião. Mas a relação é sempre de amizade.” O papo termina faltando 10 minutos para o início do programa das 19h15. Daniel Santana desce para a sala de maquiagem.

Lá encontramos com Edson Rodrigues, tratado por muitos como o “monstro sagrado da narração”. Talvez não exista um só torcedor em Goiás, de qualquer time, que nunca tenha se emocionado ouvindo sua narração em algum momento de suas vidas. Daniel revela: “Entre os torcedores, só há uma unanimidade em todo o Estado de Goiás. Se Chama Edson Rodrigues. Não tem ninguém que não goste dele. Tem 50 anos que está nesse meio e ele é diferente mesmo, espontâneo, humilde. Podem até discordar de suas ideias, mas nunca vi ninguém criticar ou falar que não gosta do Edson”. A maquiadora pede para tirar uma foto ao seu lado para mostrar ao pai, fã do narrador. A resposta?

- Claro. Até dez se você quiser.

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Me falaram que, quando você acorda domingo e vai olhar o Twitter, é porque está viciado. Então eu estou viciado sim.

Livro de cabeceira.No momento estou preparando o roteiro de uma série de matérias sobre o surgimento do futebol goiano, posteriormente pretendo transformar isso em um documentário. Tenho estudado um pouco sobre o futebol goiano, e nesse momento estou lendo a "bíblia" do futebol goiano, o livro: Arquivos do Futebol Goiano - João Batista Alves Filho.

Uma música . Como estamos falando das coisas da nossa terra, vai aí uma música de um grande amigo, cantor e compositor goiano, que na minha opinião é a música mais bonita já feita em solo goiano: Gustavo Veiga - De dois.

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Daniel Santana, 29, juntamente com o profº. Daniel Barbosa, criou e idealizou em 2008 o UCG Esportes, atual MaisEsportes, onde também atua como comentarista. Daniel é o diretor de produção e programação da UCG TV. É uma pessoa bastante articulada, com ideias organizadas e uma voz bem postada. Está sempre com uma expressão séria, talvez por isso transmita tanta credibilidade. Junto com sua equipe, conseguiu algo raro em programas esportivos em Goiás: eliminar quase que total-mente o amadorismo que impera nesse meio. “Queremos agir da maneira mais profissional possível, com muita responsabilidade no que falamos. Por exemplo: não temos nenhum anunciante vinculado a futebol porque acabam interferindo na linha editorial do programa. Eu sei que tem algumas empresas que acabam interferindo sim. O dono liga, fala com o editor,

reclama que tal comentarista está criticando. Isso acontece, então nunca fomos atrás dessas empresas.” Quando imaginamos os bastidores de um programa, sempre vêm à mente pessoas correndo pra lá e pra cá, agitação, stress. Mas lá é bem diferente disso tudo. O local é silencioso, o clima é de total descontração e tranquilidade. Alguns aproveitam para tirar um sarro com a derrota do time adversário enquanto o trabalho duro é executado. Qual o segredo dessa harmonia? “Ali no MaisEsportes, tentamos fazer um programa imaginando qual programa gostamos de assistir, qual o jeito de falar de futebol que gostamos de ver e qual comentarista queremos ouvir. Por isso eu acho que estamos dando certo, nós temos uma equipe muito boa, trabalhamos num clima de amizade. Formamos uma família.”

O resultado disso aparece na telinha. O programa é leve, flui com naturalidade e não lembra em nada aquelas mesas redondas tradi-cionais em programas esportivos, onde todos falam ao mesmo tempo, quando não gritam. Reflete também na audiência: 10 pontos de audiência no programa regional e 5 pontos no programa nacional. “O que eu sinto é que a gente tem um público fiel, que tem muito respeito pela informação que a gente passa e que acredita nela. Então sempre procuramos medir o que vamos falar, de que maneira vamos falar e o que pode ser falado” diz Daniel, enquanto confere os dados do instituto de pesquisa.

O twitter, microblog que virou mania na internet, já domina o programa. Além de Daniel Santana, o comentarista André Isac (do bordão “Que hoje seja o primeiro dos melhores dias da sua vida”) e o âncora do programa, Rafael Vasconcelos, tuitam sempre que podem, inclusive nos intervalos do programa. Vício ou ferramenta de trabalho? “O twitter atinge o público do programa mais rápido e o retorno é imediato”, avalia André Isac. Rafael Vasconcelos concorda. “É essencial.

Uma mídia objetiva, direta.” “Me falaram que, quando você acorda domingo e vai olhar o twitter, é porque está viciado. Então eu estou viciado sim”, assume Daniel, que ainda resistiu por um tempo à ferramenta. “Não tinha tempo pra acompanhar. Mas agora uso sempre que posso. Diferente do e-mail, no twitter você acaba tendo um feedback instantâneo das pessoas. E diferente do Facebook, ele te preserva mais. Ninguém fica sabendo quem são seus filhos, onde você mora, ninguém tem contato com sua família nem com suas fotos.

E o contato com os torcedores na rua? É cordial, segundo Daniel. “Eu tenho uma receptividade muito boa com os torcedores. Toda vez que me encontram chegam pra conversar em tom elogioso. Claro que alguns criticam, mas sempre com respeito. Eu recebo vários e-mails criticando, mas sempre faço questão de ler no ar, debater, explicar a minha opinião. Mas a relação é sempre de amizade.” O papo termina faltando 10 minutos para o início do programa das 19h15. Daniel Santana desce para a sala de maquiagem.

Lá encontramos com Edson Rodrigues, tratado por muitos como o “monstro sagrado da narração”. Talvez não exista um só torcedor em Goiás, de qualquer time, que nunca tenha se emocionado ouvindo sua narração em algum momento de suas vidas. Daniel revela: “Entre os torcedores, só há uma unanimidade em todo o Estado de Goiás. Se Chama Edson Rodrigues. Não tem ninguém que não goste dele. Tem 50 anos que está nesse meio e ele é diferente mesmo, espontâneo, humilde. Podem até discordar de suas ideias, mas nunca vi ninguém criticar ou falar que não gosta do Edson”. A maquiadora pede para tirar uma foto ao seu lado para mostrar ao pai, fã do narrador. A resposta?

- Claro. Até dez se você quiser.

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Locutor e comentarista Edson Rodrigues

Bastidores

A UCG TV foi inaugurada em 2007 sem programação local, apenas retransmitindo o sinal da TV Aparecida. No ano seguinte assinou um contrato com o Sistema Argumento, que ficou responsável pela produção dos programas esportivos, jornalísticos e culturais. Em 2009 a emissora mudou para sua sede própria, localizada no Setor Universitário e hoje conta com uma equipe de 80 profissionais que fazem a produção de 8 programas locais e 2 nacionais ( MaisEsportes e Da Hora)

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Rafael Vasconcelos, âncora do programa, e André Isac, comentarista

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Por sua conta

A herança

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Flávio Chubes, 32 anos, é redator publicitário, mineiro de Sete Lagoas, atleticano e belavistano. Quando não tem jogo pode ser vistono seu blog chamado Eu tava lá.

Minha primeira lembrança de futebol é o cheiro de éter. Ele sempre estava no ar quando meu pai me levava para ver os jogos do Bela Vista no Campeonato Amador de Sete Lagoas. O glorioso alviverde do estádio Santa Luzia é a herança da minha família. Camisa listrada de verde e branco, calções verdes, meiões brancos. O Vô Chico foi um dos primeiros jogadores, quase fundador, e depois técnico. Meus tios são todos torcedores e muitas vezes foram dirigentes. Meu pai, genro do Vô Chico, também é torcedor. Como eu e meus irmãos.

A pouca fama do Bela Vista – fora de Sete Lagoas, claro – vem da excursão que o time fez à Europa, na década de 50. O melhor resultado foi uma derrota: só 2 a 1 para o Real Madrid de Di Stéfano. Eu conheci um dos jogadores da excursão: Sêo Délio, pai de um amigo meu. Ele contava que estava sempre na lista dos dez zagueiros mais butineiros do campeonato. Com orgulho.

Parararará... Bê-Vê!

Hoje, o Bevê – que já foi profissional – só tem a escolinha de futebol. Para o desespero do meu pai, que diz que não vai ao campo ver “jogo de menino”. Só que, entre o fim da década de 80 e o começo da década de 90, a história era outra. O periquito jogava e muito. Ou seria algum efeito alucinógeno do éter? De qualquer forma, o cheiro característico estava no ar quando o Bela Vista deixou a vitória escapar contra o Cachoeirense, no finalzinho, em Cachoeira da Prata, por causa de uma falha bisonha do bom goleiro Claudinei numa reposição de bola.

O mesmo cheiro de quando o Bevê goleou o Paraopeba por 5 a 1, lavando a alma de todo mundo que, como eu, também viu o jogo da ida na cidade de Paraopeba. Os 3 a 0 pro time com o uniforme igual ao do Grêmio estavam vingados.

Textil, América do Papa-Vento, CAP, Cristalino, os clássicos contra o Ideal. Qualquer que fosse o adversário, o éter não perdia um jogo. Vicentinho, Zé de Dárcio, Kiki, Gilmarzinho, Abelardo, Flavinho (uma espécie de Paulinho Criciúma), Tocha, Serginho Bordéu, Piaza. O éter já aliviou as dores de todos esses craques. Geralmente, trazido por um massagista numa bolsa da marca Drible.

Mas teve um jogo que marcou. Era a final do amador e o Bela Vista tinha perdido a primeira partida para o São José, em Jequitibá, por 1 tento a 0, gol de Toninho Cervejinha. Na volta, numa segunda à noite, o estádio Santa Luzia estava abarrotado de gente. Nunca tinha visto um campo tão cheio. Como meu tio era dirigente, assistimos ao jogo no que era uma mistura de túnel, banco de reservas e tribuna de honra. O Bevê pressionou o jogo todo. A gente só não contava com um goleiro inspirado que tinha o sugestivo nome de Baú e fechou o gol. O São José saiu campeão e o goleiro saiu carregado.

Voltei pra casa, no Corcel do meu pai, com uma sensação nova. A herança tinha sido passada de vez. O que antes era só festa, virou assunto sério. Lá dentro, alguma coisa me deixava inquieto. E não era o cheiro de éter.

A herançaPOR FLÁVIO CHUBES

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CrônicaA

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Um dia desses tive um sonho bem estranho. Tomava uma taça de vinho na place de la République, com uma mulher que não conhecia. O papo era agradável, mas de repente surgiu uma contagem regressiva no alto da minha, digamos, tela mental. E indicava que aquele sonho terminaria em 5 segundos. Caramba, 5 segundos? No melhor da conversa? Quando já começávamos a virar fumaça como o gênio da lâmpada, tive a idéia.

- A gente se reencontra amanhã, aqui mesmo, às 14h.- Mas onde?- Na esquina em frente ao KFC.- Combinado!

POR DANIEL CARIELLO

Nunca reparei se havia realmente um KFC em République. Fui conferir no dia seguinte, na internet, e para a minha surpresa havia mesmo um, exatamente em uma das esquinas. Nem preciso dizer que a minha manhã foi simplesmente a espera da hora do encontro. Até cheguei adiantado, como não é do meu costume.

Os termômetros marcavam 5 ºC. Moleza para quem já enfrentou - 8ºC. Tanto que fiquei sentado nas mesas do lado de fora, na esquina combinada, um pouco admirado da minha nova condição de imune ao frio. Aí lembrei que estava disfarçado de urso polar, com um grosso casaco de lã e um sobretudo.

Bom, quase imune, digamos.

Eu não tinha muita certeza se ela viria mesmo. E além do mais, não seria muito fácil reconhecer um rosto que havia visto apenas uma vez, e em um sonho.

Uma senhora passa e para em frente ao cardápio. Não era ela. Uma mais jovem vem em seguida, escutando seu iPod no último volume. Olhamo-nos nos olhos. Por um instante, pensei que poderia ser. Mas ela não me reconheceu, então não era.

Observo a paisagem ao redor. No meio da praça, a estátua construída em homenagem à volta da república na França, após o período dos imperadores. As árvores ainda estão secas. A fumaça sai da boca das pessoas quando elas falam. E elas falam os mais diferentes idiomas. Inglês, italiano, espanhol, português, línguas orientais, eslavas e tantas outras que não conseguiria entender nem aqui e nem na China. Muito menos na China, aliás.

Acredito tê-la visto, saindo de um café ao lado. Mas essa passa por mim sem nem me notar. Observo uma outra, parada, exatamente no lugar onde combinamos. Parece esperar

alguém. Olha impaciente para o relógio e, depois, na minha direção. Passo a mão nos cabelos, disfarçando um aceno tímido. Mas logo para um carro na sua frente, e ela salta pra dentro. Dommage.

O dia está bonito. Céu quase azul. O sol bate nas janelas dos prédios, revelando uma luz transversal e fraca. Apenas o suficiente para fazer dessa uma agradável journée d'hiver.

E é nesse exato momento que percebo que ela está ao meu lado. Na verdade, já estava quando eu cheguei. Reconheço seu rosto. É o rosto de todos que passam por aqui. É o negro, o japonês, o escandinavo, o latino, todos. São os carros, os ônibus, as vélibs, as motos. O KFC e o McDonald's ao lado de tradicionais cafés e brasseries. A senhora fumando, o senhor com as compras, a moça de óculos fashion, a mãe e a filha levando flores para alguém, os adolescentes com guitarras, o cachorro na coleira, o viajante e suas malas pesadas, o casal abraçado e apaixonado, os pombos misturando-se às pessoas, a velha de cabelo tingido de vermelho, as guimbas de cigarros ainda acesas pelo chão, o jovem pai empurrando um carrinho de bebê.

São 14h30. Já estou aqui há mais de meia hora. E ela, Paris, há muito mais tempo do que isso.

marcado.

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Um dia desses tive um sonho bem estranho. Tomava uma taça de vinho na place de la République, com uma mulher que não conhecia. O papo era agradável, mas de repente surgiu uma contagem regressiva no alto da minha, digamos, tela mental. E indicava que aquele sonho terminaria em 5 segundos. Caramba, 5 segundos? No melhor da conversa? Quando já começávamos a virar fumaça como o gênio da lâmpada, tive a idéia.

- A gente se reencontra amanhã, aqui mesmo, às 14h.- Mas onde?- Na esquina em frente ao KFC.- Combinado!

Nunca reparei se havia realmente um KFC em République. Fui conferir no dia seguinte, na internet, e para a minha surpresa havia mesmo um, exatamente em uma das esquinas. Nem preciso dizer que a minha manhã foi simplesmente a espera da hora do encontro. Até cheguei adiantado, como não é do meu costume.

Os termômetros marcavam 5 ºC. Moleza para quem já enfrentou - 8ºC. Tanto que fiquei sentado nas mesas do lado de fora, na esquina combinada, um pouco admirado da minha nova condição de imune ao frio. Aí lembrei que estava disfarçado de urso polar, com um grosso casaco de lã e um sobretudo.

Bom, quase imune, digamos.

Eu não tinha muita certeza se ela viria mesmo. E além do mais, não seria muito fácil reconhecer um rosto que havia visto apenas uma vez, e em um sonho.

Uma senhora passa e para em frente ao cardápio. Não era ela. Uma mais jovem vem em seguida, escutando seu iPod no último volume. Olhamo-nos nos olhos. Por um instante, pensei que poderia ser. Mas ela não me reconheceu, então não era.

Observo a paisagem ao redor. No meio da praça, a estátua construída em homenagem à volta da república na França, após o período dos imperadores. As árvores ainda estão secas. A fumaça sai da boca das pessoas quando elas falam. E elas falam os mais diferentes idiomas. Inglês, italiano, espanhol, português, línguas orientais, eslavas e tantas outras que não conseguiria entender nem aqui e nem na China. Muito menos na China, aliás.

Acredito tê-la visto, saindo de um café ao lado. Mas essa passa por mim sem nem me notar. Observo uma outra, parada, exatamente no lugar onde combinamos. Parece esperar

alguém. Olha impaciente para o relógio e, depois, na minha direção. Passo a mão nos cabelos, disfarçando um aceno tímido. Mas logo para um carro na sua frente, e ela salta pra dentro. Dommage.

O dia está bonito. Céu quase azul. O sol bate nas janelas dos prédios, revelando uma luz transversal e fraca. Apenas o suficiente para fazer dessa uma agradável journée d'hiver.

E é nesse exato momento que percebo que ela está ao meu lado. Na verdade, já estava quando eu cheguei. Reconheço seu rosto. É o rosto de todos que passam por aqui. É o negro, o japonês, o escandinavo, o latino, todos. São os carros, os ônibus, as vélibs, as motos. O KFC e o McDonald's ao lado de tradicionais cafés e brasseries. A senhora fumando, o senhor com as compras, a moça de óculos fashion, a mãe e a filha levando flores para alguém, os adolescentes com guitarras, o cachorro na coleira, o viajante e suas malas pesadas, o casal abraçado e apaixonado, os pombos misturando-se às pessoas, a velha de cabelo tingido de vermelho, as guimbas de cigarros ainda acesas pelo chão, o jovem pai empurrando um carrinho de bebê.

São 14h30. Já estou aqui há mais de meia hora. E ela, Paris, há muito mais tempo do que isso.

Daniel Cariello é jornalista e publicitário e mora em Paris. Lá ele edita a revista bilingue Brazuca (www.brazucaonline.org) e escreve o blog de crônicas Chéri à Paris (www.cheriaparis.blogspot.com). Se você não puder visitá-lo sob a torre Eiffel, pode encontrá-lo no Twitter @danielcariello.

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Crônica

Page 32: Revista Mezcla 02

Academia.Ir ou não ir,

Academia.Ir ou não ir,

Saúde

Page 33: Revista Mezcla 02

Academia.Ir ou não ir,

Seria o comodismo de se ter um momento de descanso? Ou seria a preguiça transvestida seduzindo nós, pobres mortais, a ter apenas a brilhante idéia social humana do “se tenho o amanhã, ou até mesmo o depois de amanhã para ir, hoje será meu dia de descanso, porque eu mereço”? A transposição de tal barreira entre o mover-se para fora daquela porta que nos separa do aconchego do lar para o mundo externo da academia seria algo tão difícil assim?O cansaço e a falta de tempo seria uma desculpa para se ausentar de mais uma obrigação. Mas, talvez, a dificuldade seja vencer a maior barreira de todas: nós mesmos.

Uma batalha por dia. Talvez seja assim que possamos definir grande parte dos frequentadores de academia em um simples momento de sua vida: na hora de ir “malhar”. Parece um momento tão simples de escolha...mas só parece.

POR BILLY JOE

Academia.Ir ou não ir,

eis a questão?

As pessoas são cada vez mais imediatistas - internet, celular, computador, vida acelerada - e querem entender seu corpo da mesma forma. Seria muito mais fácil se houvesse uma pílula para se tomar no café da manhã e modelar o corpo da forma que seu imaginário quer. E melhor, que ainda acabassem com todas as doenças da idade e afins. Sim, seria muito mais fácil.Pessoas pagam valores consideráveis todos os meses, fazem planos – sim – fazem planos de 1, 2, 6, 8 e até 15 meses, e não pela decisão sólida de mudança por um tempo mais longo como sinal de compromisso e disciplina, e sim pela parte do

custo financeiro mais em conta. Ou pelo simples fato de construir e apoiar-se no orgulho de si mesmo, em aliviar aquele famoso e não menos importante sentimento de culpa e peso na consciência, em que se acredita na sútil idéia de se estar pelo menos matriculado em uma academia, dizendo assim para si mesmo “Já é um bom começo”.Você por um acaso já foi em uma loja cara, comprou a roupa que você queria e a deixou na loja? Comprou um carro importado cheio de acessórios e deu as chaves ao vendedor para fazer o que quisesse?A grande maioria não percebeu ainda que essa etapa de “entrada” em uma academia, nada mais é que o alicerce, que não deixa de ser importante e extremamente primordial para um sucesso futuro. Mas que também é apenas o começo, mais que o “construir”, é algo muito mais além. É algo contínuo, é ser guerreiro, determinado, e realista. Guerreiro por enfrentar os dragões diários da vida, desde compromissos familiares, atividades extras, trânsito, trabalho, viagens. E como se não bastasse, agora vai passar a ter dores musculares, enfrentar mais trânsito, muitas vezes a vergonha pela falta de condicionamento, coordenação motora, falta de força e flexibilidade. Diante de tudo isso ainda ter a energia para se decidir em prol de sua saúde. Realista, de ver que a vida atual está nos levando para um momento preocupante de grandes números de obesos, cardiopatas e inúmeras outras doenças relacionadas ao sedentarismo, a ponto de não conseguirmos fazer a primeira coisa que um ser humano faz depois de aprender a andar – correr. É fato, e está crescendo a cada dia mais, a lista

de patologias "apoiadas" pelos monstrinhos do fast food, controles remotos, videogames, computadores, poltronas macias e confortáveis, automóveis automáticos e muitas outras comodidades da sociedade moderna.Longe de mim recriminar essas comodidades, já que vieram para “facilitar” o caos social em que somos submetidos diariamente. E como dizia aquela música do Biquini Cavadão, “a minha casa é o meu reino...”. Por inúmeras vezes vi, ouvi e acompanhei pessoas que decidiram mudar, colocaram em segundo plano o comodismo, a preguiça e a incerteza, para tomarem em suas vidas a decisão sólida e concreta do “fazer acontecer”. Pessoas que atingiram seus objetivos de se ter uma vida mais ativa, de ter um momento para si mesmo, de extrapolar todo o stress do dia-a-dia em uma atividade física diária, de recuperar-se de problemas de saúde em uma rotina obrigatória, na tentativa de viver por um pouco mais de tempo, e nesse caminho difícil das obrigações, perceber que tudo aquilo não passava de um investimento em si mesmo. E por mais doloroso que seja o caminho percorrido por essas pessoas, nenhuma jamais voltou para me dizer que não estava satisfeito com o resultado de seus esforços.Talvez tudo seja apenas como é visto no filme brasileiro Nosso Lar, que foi assistido por milhões de pessoas em todo o país (lembrando para os críticos de plantão, não sou espírita) onde tudo não passe apenas de um momento de reflexão e evolução, para que só então, possamos entender e valorizar uma etapa importantíssima em nossas vidas: nossa saúde.

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Page 34: Revista Mezcla 02

Seria o comodismo de se ter um momento de descanso? Ou seria a preguiça transvestida seduzindo nós, pobres mortais, a ter apenas a brilhante idéia social humana do “se tenho o amanhã, ou até mesmo o depois de amanhã para ir, hoje será meu dia de descanso, porque eu mereço”? A transposição de tal barreira entre o mover-se para fora daquela porta que nos separa do aconchego do lar para o mundo externo da academia seria algo tão difícil assim?O cansaço e a falta de tempo seria uma desculpa para se ausentar de mais uma obrigação. Mas, talvez, a dificuldade seja vencer a maior barreira de todas: nós mesmos.

As pessoas são cada vez mais imediatistas - internet, celular, computador, vida acelerada - e querem entender seu corpo da mesma forma. Seria muito mais fácil se houvesse uma pílula para se tomar no café da manhã e modelar o corpo da forma que seu imaginário quer. E melhor, que ainda acabassem com todas as doenças da idade e afins. Sim, seria muito mais fácil.Pessoas pagam valores consideráveis todos os meses, fazem planos – sim – fazem planos de 1, 2, 6, 8 e até 15 meses, e não pela decisão sólida de mudança por um tempo mais longo como sinal de compromisso e disciplina, e sim pela parte do

custo financeiro mais em conta. Ou pelo simples fato de construir e apoiar-se no orgulho de si mesmo, em aliviar aquele famoso e não menos importante sentimento de culpa e peso na consciência, em que se acredita na sútil idéia de se estar pelo menos matriculado em uma academia, dizendo assim para si mesmo “Já é um bom começo”.Você por um acaso já foi em uma loja cara, comprou a roupa que você queria e a deixou na loja? Comprou um carro importado cheio de acessórios e deu as chaves ao vendedor para fazer o que quisesse?A grande maioria não percebeu ainda que essa etapa de “entrada” em uma academia, nada mais é que o alicerce, que não deixa de ser importante e extremamente primordial para um sucesso futuro. Mas que também é apenas o começo, mais que o “construir”, é algo muito mais além. É algo contínuo, é ser guerreiro, determinado, e realista. Guerreiro por enfrentar os dragões diários da vida, desde compromissos familiares, atividades extras, trânsito, trabalho, viagens. E como se não bastasse, agora vai passar a ter dores musculares, enfrentar mais trânsito, muitas vezes a vergonha pela falta de condicionamento, coordenação motora, falta de força e flexibilidade. Diante de tudo isso ainda ter a energia para se decidir em prol de sua saúde. Realista, de ver que a vida atual está nos levando para um momento preocupante de grandes números de obesos, cardiopatas e inúmeras outras doenças relacionadas ao sedentarismo, a ponto de não conseguirmos fazer a primeira coisa que um ser humano faz depois de aprender a andar – correr. É fato, e está crescendo a cada dia mais, a lista

de patologias "apoiadas" pelos monstrinhos do fast food, controles remotos, videogames, computadores, poltronas macias e confortáveis, automóveis automáticos e muitas outras comodidades da sociedade moderna.Longe de mim recriminar essas comodidades, já que vieram para “facilitar” o caos social em que somos submetidos diariamente. E como dizia aquela música do Biquini Cavadão, “a minha casa é o meu reino...”. Por inúmeras vezes vi, ouvi e acompanhei pessoas que decidiram mudar, colocaram em segundo plano o comodismo, a preguiça e a incerteza, para tomarem em suas vidas a decisão sólida e concreta do “fazer acontecer”. Pessoas que atingiram seus objetivos de se ter uma vida mais ativa, de ter um momento para si mesmo, de extrapolar todo o stress do dia-a-dia em uma atividade física diária, de recuperar-se de problemas de saúde em uma rotina obrigatória, na tentativa de viver por um pouco mais de tempo, e nesse caminho difícil das obrigações, perceber que tudo aquilo não passava de um investimento em si mesmo. E por mais doloroso que seja o caminho percorrido por essas pessoas, nenhuma jamais voltou para me dizer que não estava satisfeito com o resultado de seus esforços.Talvez tudo seja apenas como é visto no filme brasileiro Nosso Lar, que foi assistido por milhões de pessoas em todo o país (lembrando para os críticos de plantão, não sou espírita) onde tudo não passe apenas de um momento de reflexão e evolução, para que só então, possamos entender e valorizar uma etapa importantíssima em nossas vidas: nossa saúde.

Billy Joe Barbosa, 25 anos, é formado em Educação Física pela UFG, Pós Graduado em Treinamento Esportivo pela UEG e Personal Trainer e Professor da Academia Athletics Sports

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Saúde

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Zupi é a primeira revista brasileira de design experimental. Apresenta um vasto conteúdo de ilustrações e trabalhos mundiais de designers já conhecidos no mercado, cumprindo assim “sua proposta de incentivo ao design e a arte”.

Circulação: 15.000Periodicidade: bimestral Páginas: 104Formato: 17 x 24,5 cm

A revista Computer Arts tem foco nas áreas de design gráfico e arte digital, animação, motion design, web. Inclui também trabalhos de designers do mundo inteiro, bem como entrevistas, perfis dos melhores estúdios brasilei-ros e estrangeiros. Indispensável para profissionais e estudantes.

Editora: EuropaPáginas: 128Formato: 20,5 x 27,5 cm

Tupigrafia é a primeira e única revista brasileira que aborda Type Design, Tipografia e Caligrafia presentes na pintura, fotografia, cinema, história e no próprio design gráfico. Editada por Cláudio Rocha e Tony de Marco,é vendida apenas pelo e-mail [email protected]

Preço: R$ 40,00 + fretePáginas: 120Formato: 22,6 x 27,4 cm

Eis o fantástico trabalho do britânico Olly Moss, que já desenvolveu ilustrações para a trilogia Star Wars, os seriados Star Trek, Lost, Sex and the City, Mad Men, e para empresas como Nike, Puma, The New York Times, The Guardian, The Financial Times, Levis e por aí vai. No site você tem acesso ao trabalho completo, inclusive ao mais recente: um poster do filme Thor, feito exclusivamente para a equipe e elenco do filme.

Nas bancas

Na rede

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