revista ajanela #02

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Como a elaboração técnica e criativa de um objeto pode contribuir com a medicina? Medicina x Design

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Revista idealizada e criada por alunos no curso de Design Gráfico das Faculdades Integradas AESO Barros Melo com a orientação da professora Lia Alcântara. Projeto Editorial: Renata Oliveira e Joel Filho

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012

Como a elaboração técnicae criativa de um objeto pode contribuir com a medicina?

Medicina x Design

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012

EditorialExpediente

Direção GeralLia Alcântara

RedatoresIgor AlvesJoão FernandesJoel FilhoRenata DornelasRenata Oliveira

ColaboradoresKira Laureano

Editora ChefeRenata Oliveira

Projeto EditorialJoel FilhoRenata Oliveira

Ilustração de CapaDébora Cabral

Os termos multidisciplinar, profissional multi-tarefas e ensino transversal têm permeado os discursos de professores e designers em formação. Em essência, a profissão do designer agrega conhecimentos e habilidades de diversas áreas: engenharia, psicologia, artes visuais,...Mas o que de fato tem-se produzido com estes conhecimentos? AJANELA buscou estas respostas em ilustradores do interior de Pernambuco, de Bangkok, na Tailândia e do Rio de Janeiro, nos produtos multi-uso do grupo Bolei e num inusitado campo de atuação para os designers: o desenvolvimento de próteses e produtos hospitalares. AJANELA traz, ainda, uma das facetas de um designer muito plural: Buggy. Em uma entrevista descontraída, ele conta um pouco da sua paixão pela tipografia e dos caminhos desta área do design.Este número é um convite à reflexão sobre as muitas possibilidades de atuação do designer contemporâneo. Sem efeitos colaterais!

Lia Alcântara

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“Faça muitas coisas diferentes. Mas no momento certo concentre-se em ser o melhor em pouquíssimas delas.”

ANÔNIMO

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SUMÁRIO

Aplicativos que sãouma “mão na roda” para

qualquer designer!

!Saiba mais sobre o ilustrador Julio Klenker

Medicina X DesignComo um bom planejamento pode mudar vidas?

Fique Ligado nos cursos e eventos de Design.

Uma dose de inspiração comsites super interessantes

Entrevista com o Professor e Tipógrafo Buggy

Desafio Art Nouveau

Grupo Bolei com ideias criativas e sustentáveis

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ENTREVISTA

Como surgiu seu interesse por tipografia?

Eu despertei pra o enten-dimento do que era tipo-grafia e que existia uma área de estudo, um campo de produção específico voltado a isso através da disciplina que um professor, Silvio Campelo ministrou na UFPE. O grande desafio era estabelecer essa rela-ção gráfica entre um tema livre e as formas das letras

e isso foi o suficiente para despertar meu interesse. Muitos anos depois, eu já estava bem mais enfronha-do nesse universo e fui con-vidado para ministrar uma palestra em uma faculdade em Fortaleza pra falar da minha trajetória profission-al. Montando a apresenta-ção eu redescobri uma série de trabalhos muito antigos e, para minha surpresa, uns cadernos de desenho de quando eu tinha uns 7 anos

de idade. Foi aí que me dei conta que já tinha interesse por tipografia mesmo sem entender exatamente o que era isso: todos os desenhos feitos por mim nessa época vinham acompanhados de um título. Muitos deles eram inspirados ou real-mente cópias de HQ’s, com o logo da revista reprodu-zido. Então, eu desenhava o Hulk e em cima tinha escri-to ‘Hulk’, como um lettering. Foi engraçado.

Tipo... POR JOÃO FERNANDES

Entrevistamos o coordenador e professor do curso de design gráfico da UFPE campos caruaru designer e tipógrafo Leonardo Buggy, sem duvidas um dos maiores representantes do design pernambucano.

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O que os novos designers podem esperar em relação ao mercado, especificamente de tipografia?

De um modo geral, considero que o mercado é muito promissor. Eu acho que os designers podem esperar encontrar condições e perspectivas de trabalho com a tipografia em Pernambuco. Por outro lado, eu acredito que quem faz o mercado somos nós mesmos, então não gosto de me colocar como guru de nenhuma condição de mercado porque eu não sei quem vem por ai.

Hoje eu estou dando a minha contribuição pra tentar de certa forma assegurar que teremos um futuro inclusive do meu próprio trabalho, do trabalho dos meus colegas, atuando como professor. Mas se eu tivesse que fazer alguma previsão, eu diria que é promissor...

Você acha que a tipo-grafia brasileira possui uma identidade própria? Se sim, quais suas características mais marcantes?

Bom, nos anos 1990 gas-tou-se milhões de reais tentando descobrir qual a cara do design brasileiro. Isso sempre me deixou

meio intrigado, porque a resposta que ficou clara é que o design brasileiro não tem cara. Não tem cara dentro dessa perspectiva da brasilidade. É claro que o brasileiro tem cara. Mas é uma cara multifacetada, são várias brasilidades dentro do nosso território. E é uma conclusão muito óbvia. Então sim, eu acho que a tipografia brasileira tem uma cara. O “novo” é muito presente no nosso projeto tipográfico porque a gente não tem o compro-misso com as tradições, pelo menos não com aquela tradição extrema-mente clássica, agregada ao sofrimento do processo tecnológico, pois era “um parto” trabalhar com a tipo-grafia: compor, fundir tipos, enfim... Uma loucura. A gente não teve isso, houve um atraso muito grande até que se criasse uma indús-tria tipográfica no Brasil, isso demorou assim... ab-surdos séculos! Então não há receio, pudor, em tocar ou macular qualquer trab-alho de uma escola secular de tipografia. Isso faz com que a gente possa se per-mitir criar, propor coisas no-vas. E o que se produz aqui, mesmo que em pequena quantidade ainda, está em pé de competitividade com o mercado internacional, é de muita qualidade. Nosso

diferencial é esse frescor no traço, esse descom-promisso, essa ousadia que aparece em vários projetos. A gente não tem uma tradição, por exemplo, associada às blackletters, às góticas. Não existe isso, é distante do nosso país. É muito raro você encontrar isso mesmo nas colônias ao sul do país. Então eu acredito que as nossas fontes são mais claras, de um modo geral. As nossas formas tendem a ser mais abertas, mais inusitadas. Nosso compromisso de curvas e retas é absoluta-mente diferente no projetar do que o compromisso de um norte-americano ou de qualquer europeu, ou mes-mo de um sul-americano, de um argentino.

Em relação à partici-pação de brasileiros em eventos internacionais, como o Tipos Latinos, você acredita em um aumento de quantidade e/ou qualidade, ou talvez seja melhor não apostar?

Veja bem, a quantidade diminuiu porque o nível técnico mudou. Não neces-sariamente de exigência do corpo do júri do Tipos Latinos, mas eu acho que de cobrança dos brasileiros para com seus trabalhos. Então, abandonou-se o

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modelo da tipografia “for fun”, e começou a se buscar um traço mais bem conformado, mais dentro do que a gente entende como tipografia para texto. A vontade de desenhar tipos nos levou a isso e eu acho extremamente in-teressante. Mas me deixa muito preocupado a perda dessa vontade de fazer independente das amar-ras do conhecimento, num espírito meio punk, sabe? E eu sinto bastante falta disso. Sempre fui da opin-ião de que a gente deve fazer e mostrar o nosso trabalho, dar a cara a tapa. A partir daí a gente vai aprendendo, já que a gente não tem necessariamente um centro de estudos, ou seja, professores que nos ensinem exatamente como se fazer o melhor trabalho, a gente vai apre-ndendo com o mercado, com os professores de fora do país, com os cole-gas que foram pra fora e que voltaram... A gente vai aprendendo, isso é que é importante. Eu apostaria no médio prazo pra reto-mada de quantidade. A qualidade já subiu muito se você for olhar só pro ponto de vista técnico. Se for olhar pro ponto de vista do conteúdo, das idéias, eu acho que ela se mantém igual, o que é preocupante. Tipografia desenvolvida por

Buggy para seu convite de casamento.

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porque falta um ensino de qualidade na formação do designer, falta a estrutura-ção do conhecimento. Mui-tas vezes o aluno sai das instituições de ensino sem ter tido a oportunidade de estudar tipografia. Acho que o que falta é isso, é estudar mais a tipogra-fia, desenhar mais a mão, fazer um estudo da sua peça gráfica, na mão ou no computador, tanto faz. Falta experimentar mais, apresentar mais opções, explorar mais. A gente está muito preso ao imedi-atismo, às formulas pron-tas, a cultura do “sample” , que te garante uma certa qualidade porém poda um pouco do raciocínio.

Nos últimos tempos,você tem apre-ciado com um pouco mais de “carinho” o trabalho de algum designer? Alguém que você diria que é uma boa fonte de inspiração?

Eu tenho admirado muito o trabalho dos meus co-legas, de pessoas que tenho tido a oportunidade de estar mais próximo e entrar em contato com a produção deles, como Cláudio Rocha, Marcos Mello, Rafael Neder em Minas Gerais, Fernanda Martins no Pará, Delano Rodrigues em São Luís,

Patrícia Amorim, Raul Aguiar e Henrique Nardi em São Paulo, Isabela Aragão que está em São Paulo agora mas é daqui de Recife, Edna Cunha Lima do Rio de Janeiro, Solange Coutinho aqui em Recife. Essas pessoas têm produzido coisas que tem me impressionado muito, em várias dimensões e eu não trato necessariamente da produção de peças gráficas porque alguns nem mais fazem isso, ou faz muito como a Solange, mas o trabalho dessas pessoas é muito significa-tivo e serve pra mim como grande fonte de inspiração.

A qualidade das idéias de-veria ter aumentado com o tempo e ela não aumen-tou, acho que ela estagnou com possibilidade de ter regredido. A quantidade certamente regrediu.

Por que você acha que os designers mesmo de-pois de formados ainda apresentam certa dificul-dade na adequação da tipografia ao desenvolver uma peça gráfica?

Isso tem acontecido sim, é verdade. A gente percebe isso e eu acho que o prob-lema é o sistema de en-sino. Temos um problema básico que é a educação fundamental do designer. Eu acho que você conseg-ue chegar a um resultado ok de projeto gráfico de um livro sem você neces-sariamente ter estudado de uma forma clara e ob-jetiva a tipografia, mas é um caminho muito mais demorado e difícil do que a tomada de estudo da tipo-grafia pra obter uma res-posta criativa e eficiente. Então o empirismo, nesse sentido, pode ser moldado até que o individuo consi-ga dar uma resposta grá-fica interessante, mas eu acho esse processo muito lento. As pessoas vão atin-gir esse grau de resposta muito tarde no mercado

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ECO

POR IGOR ALVES E RENATA OLIVEIRA

Um grupo de jovens designers cariocas decidiu reaproveitar objetos descarta dos e transformá-los em novos produtos com novas utilidades.

É comum observarmos diversos objetos e lixo nas ruas, ocupando um espaço desnecessário que interfere no meio ambiente. Muitas vezes, nem é

preciso sair de casa para encontrar o acúmulo de lixo. Na sua própria casa, é possível encontrar objetos que você já utilizou e hoje não utiliza mais.

O grupo de designers de produto, Victor, Luciana e Mariana, mais conhecidos no Bolei, respectivamente, como Marreco, Panda e Pinguim, tiveram a iniciativa de reaproveitar esses objetos que não estão mais em uso e logo iriam para o lixo. Com um toque de criatividade, eles dão uma nova estética e forma de uso ao que seria descartado. Esses três jovens ensinam o passo-a-passo da recriação do objeto de forma simples e prática.

Os produtos já desenvolvidos e à venda do Bolei são o Clipraia, a Plamp e o iCone, todos sempre com nomes engraçados.

O Clipraia é um suporte de sacolinha de lixo para barraca de praia feito de sola de chinelo de borracha descartado.

O grupo Bolei, além de ter ótimas ideias baratas e sustentáveis para o meio ambiente ajudam a multiplicá-las disponibilizando o tutorial dos produtos criados por eles nas redes sociais.. O principal objetivo é compartilhar a ideia de que para mudar não precisa ir muito longe.

GRUPO BOLEI

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A solução amiga do planeta e do bolso para não sujar a praia.

A luminária ideal para dar um toque especial ao ambiente da sua casal.

Ótima ideia para juntar os amigos e fazer uma festinha em casa.

Cliparia Plamp iCone

A ideia é pendurar o seu lixinho e também as suas coisas, deixando tudo longe da areia. Assim, você aproveita seu dia deixando a praia limpa e sua consciência também.

A Plamp é uma luminária feita com papelão descartado. Interessante quando apagada e surpreendente quando está acesa. É a luz que faltava para deixar seu cantinho mais aconchegante.

O iCone é da família do gramofone, amplifica o som do seu iPhone sem usar energia. Feito com um cone de trânsito não mais utilizado e pedaços de caixote de feira. É ótimo para organizar uma festinha em casa com grandes amigos.

Porém, o Bolei não pára por aqui. Além desses três produtos o grupo está constantemente buscando bolei.com.br

novos materiais e diferentes maneiras de solucionar os mais diversos problemas sem prejudicar a natureza. É o design mostrando que pode ser sustentável, criativo, inovador e barato.

Segundo o grupo os “projetos são feitos a partir dos refugos de produção de indústrias e empresas que querem diminuir desperdício e reduzir o impacto ambiental. Desse jeito, todo mundo sai ganhando.”

Personagens de rolinho. Ideia encontrada ecompartilhada pelo Bolei.

Organize sua cozinha renovando as latas que usou para cozinhar! Mais um compartilhamento do Bolei.

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DESAFIO

Ao final do século XIX e início do século XX a sociedade necessitava de um estilo que expressasse a mistura de tendências da

modernidade e ousadia da época. Esta mescla de ideais foi sintetizada no movimento intitulado Art Nouveau, que em fracês significa “Arte Nova”.

O estilo é caracterizado por curvas rebuscadas, temas florais e muitas vezes temáticas relacionadas a figura feminina. Mas por se tratar de um estilo de mesclas, muitas vezes são agregadas características

Art Nouveaude outros movimentos.

Um dos artistas mais notáveis do movimento é o tcheco Alphonse Mucha.

Considerado a ponte entre o neoclassicismo e os estilos modernos, o Art Nouveau se difundiu por todo o âmbito das artes aplicadas; publicidade, arquitetura, design gráfico e produto.

Foi um movimento muito forte na Europa, especialmente em Paris, influenciando o mundo todo. É possível encontrar suas marcas no Brasil, principalmente na arquitetura, a exemplo do teatro e biblioteca municipais do Rio de Janeiro.

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deboracabral.deviantart.com

POR RENATA DORNELAS

O Desafio

Desenvolver um cartaz para o filme Valente se utilizando das técnicas do movimento Art Nouveau. Desta vez a convidada foi a aluna Débora Cabral, estudante do quarto período de Design Gráfico da AESO.

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MEDICINA

É comum designers se depararem com pessoas que associam seu trabalho unicamente à questão visual, à obter um resultado bonito. Esse pensamento não

observa o fato de que além da estética, o design também se preocupa com a funcionalidade. Para isso, todo projeto deve considerar aspectos como a relação artefato/usuário, o processo de produção, materiais, durabilidade, dentre outros.

Dentro de um hospital, onde geralmente as pessoas se encontram mais sensíveis a estímulos externos e os profissionais muitas vezes têm que agir com urgência, a forma como os equipamentos se apresentam visualmente e sua usabilidade fazem a diferença. Ao projetá-los, o designer deve pensar na redução das possibilidades de erros, sejam humanos ou não, e minimizar suas consequências. Um desfibrilador, por exemplo, não deve ser complicado de utilizar, já que será usado em momentos cruciais para a vida do paciente.

Essa preocupação não ocorre apenas com o design de produtos. No setor hospitalar, o design gráfico também é de extrema importância, pois é ele o responsável pelo projeto de sinalização que orientará o fluxo, apresentará restrições de acesso a determinadas áreas e alertará sobre riscos; além de identificar produtos químicos e medicamentos; entre outros. Em 2010 foi notificado amplamente o caso em que uma menina de 12 anos faleceu após receber uma injeção de vaselina líquida no lugar do soro. As embalagens dos produtos eram idênticas por não existir normas que determinem sua padronização, facilitando a ocorrência de erros. Isso poderia ser evitado com a aplicação de um bom projeto de design.

Qual é a relação do design com a área hospitalar? Essa é uma pergunta que muitas pessoas podem fazer. Mas ela é apenas um reflexo de uma questão muito mais abrangente que reflete a relação estética vs. função.

Design e Saúde

Embalagens de soro e de vaselina

POR JOEL FILHO

O design também se aplica a itens como próteses e órgãos artificiais, objetos estes que fazem a diferença no dia a dia e na qualidade de vida de algumas pessoas. O desenvolvimento desses artefatos não é feito apenas através do design, mas da atuação conjunta de várias áreas como engenharia, medicina, psicologia e física.

As próteses nos trazem novamente a questão da estética e da função. Durante um tempo, seu principal objetivo era substituir o membro perdido através

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15Van Phillips

Paratleta Oscar Pistorius

de suas semelhanças, sendo aplicado até cabelo em alguns modelos. A funcionalidade do objeto era praticamente deixada de lado. Mas isso mudou com a prótese desenvolvida por Van Phillips nos anos 1990. Van gostava de praticar esportes, inclusive foi em um acidente de esqui aquático em 1976 que ele perdeu parte de uma das pernas. As próteses disponíveis na época dificultavam movimentos simples, como descer uma calçada. Por isso ele se dedicou a desenvolver próteses que se adequassem melhor à prática esportiva. Phillips utilizou fibra de carbono por ser um material leve e resistente, além de inovar também na forma ao se inspirar

não na perna humana, mas na perna do leopardo. De lá pra cá as melhorias estéticas e de desempenho são impressionantes, graças à qualidade dos materiais e à evolução das formas utilizadas. Um exemplo notável destes avanços ocorreu nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, onde o paratleta sul africano Oscar Pistorius, mesmo utilizando próteses nas duas pernas, pôde competir com atletas olímpicos de igual para igual.

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012

Em relação aos órgãos artificiais, seu desenvolvimento deve ser levado muito a sério, pois muitos pacientes dependem deles para viver. Pequenos detalhes podem ser a diferença entre vida e morte, principalmente quando se trata de órgãos vitais como o coração. Apesar da importância da biomedicina (área responsável pelo desenvolvimento de órgãos artificiais), no Brasil o investimento em pesquisas nesta área por parte dos Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia é zero, por isso os

hospitais que trabalham com esta tecnologia tem que pagar por ela. Hoje, um coração artificial custa aproximadamente 500 mil reais e só é vendido fora do país. Tentando mudar esse quadro, desde 1998 uma pesquisa que vem sendo realizada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia desenvolveu um coração artificial brasileiro. Seu teste em humanos foi autorizado em abril deste ano e será feito em cinco pacientes com cardiopatias graves e que estão na fila de espera de transplante. A previsão

é que o valor deste coração artificial

ficará em torno

Coração artificial norte americano conhecido como AbioCor

de R$60 mil, o que deixará essa tecnologia mais acessível.

Apesar de o mercado do design hospitalar estar crescendo, fatores como as diferentes normas de cada país e o menor investimento brasileiro comparado aos de outros lugares como Estados Unidos, Europa e Japão, tornam-se dificuldades para a exportação. Este mercado mais competitivo exige cada vez mais do design. Cabe àqueles que pretendem atuar na área se esforçar e manter o foco, sendo mais um Van Phillips a fazer diferença na vida de muitos.

“Invenções vêm em todas as formas e tamanhos. Alguns são tão simples como o catchup roxo. Outros empurram os limites da física quântica. A verdadeira medida de uma invenção não é apenas o quão bem ela funciona ou como ela é projetado de forma impressionante, mas como ela muda nossas vidas.”

Revista New York Times se referindo ao AbioCor em 2001.

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012 JOTA, BrAsil-CArpinA j0tacesar.blogspot.com.br

HELA“Hela é um modo de expressar as emoções feminas através da arte. Ela já foi

representada das mais variadas formas. Aqui, a ilustração da face de Hela envolve técnicas mistas e tipografia.” -Jota

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012GALERIA

JULIO KLENKERJulio, com apenas 23 anos, já cursou Ciência da Computação, é estudante de Design Gráfico e um grande ilustrador. Saiba um pouco mais sobre ele e o responsável por inspirar suas criações.

POR RENATA OLIVEIRA

Com tamanho talento pode-se pensar que Julio Klenker estudou desenho desde cedo e sempre soube o caminho que seguiria, mas não foi bem assim. Hoje, como estudante de design e ilustrador possui a admiração daqueles que tiveram

a oportunidade de conhecer um pouco do seu trabalho. O caminho foi árduo mas ele provou que a paixão pode nos levar muito longe.

Como ele mesmo diz “Sempre fui aquele cara que desenhava durante a aula em vez de prestar atenção, isso desde que me entendo por gente, mas nunca pensei em usar o desenho como ferramenta de trabalho. Cursei Ciência da Computação por um ano, e quando vi que estava tomando couro demais, decidi sair. Foi quando um colega meu comentou sobre o curso de Design Gráfico da AESO. E assim, comecei a pesquisar e conhecer Design. Então, no segundo período na AESO, comecei a estagiar na Corisco Design, que foi uma grande escola para mim. Após, mais ou menos, 1 ano, resolvi sair pra

www.klenker.com

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procurar um novo desafio. Logo mais, junto com Leandro Lima, criei um coletivo de design e ilustração. Depois de um mês bem sucedido de trabalho, recebi uma proposta de uma agência publicitária. E desde então trabalho no núcleo de criação digital da Ampla Comunicação.”

Atualmente Klenker trabalha e está perto de concluir sua formação em design gráfico já levando como experiência uma bela bagagem do mercado de trabalho. Abandonar seu velho e bom sketchbook está longe dos planos desse jovem ilustrador.

Como inspiração para suas criações Klenker tem como grande influência o ilustrador MC Bess, Mulheres Barbadas, Rodrigo Chinellato e Pedro Melo. Mas MC Bess é de todos a maior influência. O P/B, a distorção da realidade e o excesso de detalhes trabalhados por ele são características facilmente encontradas nos projetos de ambos.

Inspiração

MC Bess, como é conhecido Matthieu Bessudo, trabalha como ilustrador e diretor. Em seu site estão disponíveis imagens de alguns trabalhos desenvolvidos por ele.

www.mcbess.com

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FIQUE LIGADO

D.A.D 2013

inSpirA + SAlão De DeSign e inovAção De componenteS

eScolA São pAuloDeSenho e iluStrAção De moDA

O D.A.D (Salão Internacional de Decoração, Artesanato e Design) vem para agregar novas tendencias e trazer novas opções para lojistas que procuram inovar sua linha de produto, além de abrir portas para um novo perfil de visitantes. Renomado pode ser considerado como um evento ícone, também para designers de interiores e arquitetos decoradores.

O evento acontece entre 4 e 7 de março.

O INSPIRAMAIS já faz parte do calendário da moda nacional, representando o lançamento oficial dos materiais e produtos em que a indústria de componentes investiu e trabalhou um semestre inteiro, durante todas as etapas do Fórum de Inspirações. O evento acontece nos dias 16 e 17 de janeiro em São Paulo no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca

As aulas abordam o passo a passo para a construção de um croqui de moda, desde o estudo das linhas diretrizes e proporções para a criação de uma silhueta, a construção do vestuário, suas tipologias têxteis e acabamento.

As aulas acontecem entre 14 e 18 de janeiro.

meudecor.com

inspiramais.com.br

escolasaopaulo.org

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ADobe creAtive

SAlão DeSign cASA brASil 2013

pictoplASmA conference AnDfeStivAl berlim 2013

Para quem está querendo aproveitar as férias para ter mais habilidade em programas como o Illustrator, Photoshop e InDesign o CTG (Centro de Treinamento Gráfico) oferece aulas para criar projetos na manipulação, tratamento e efeitos em imagens; editar e finalizar arquivos desde a concepção, diagramação, até a geração de outros formatos.

As aulas iniciam dia 7 de janeiro.

O Salão Design, já definiu a abertura das inscrições para sua 17ª edição, em 2013.

Alguns dos critérios de seleção do júri são a adequação ao público alvo, conceito, forma e função, ergonomia, acabamento, inovação, qualidade, segurança, sustentabilidade e viabilidade de produção. Os finalistas participam de uma exposição durante a Casa Brasil 2013, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS).

Em 2013 realiza-se mais um festival de ilustração/animação/character design em Berlim com 5 dias de conferências, exposições, performances. De 10 a 14 de Abril, Berlim recebe dezenas de artistas, designers e ilustradores que irão mostrar o seu trabalho.

As inscrições podem ser realizadas até 31 de Dezembro.

ctg.org.br

salaodesign.com.br/blog

design-ua.org

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UMA DOSE DE INSPIRAÇÃO @

pArAonDevAoASiDeiAS.worDpreSS.com

zupiAcADemy.com

PARA ONDE VÃO AS IDEAS? Bem, aqui elas vão parar em um belíssimo caderninho com a sua cara!

O designer gráfico Douglas Aguiar faz caderninhos manuais por encomenda com as cores e imagens que você mais gosta e ainda te deixa escolher a cor e o tipo do papel! Está esperando o quê para dar uma olhada e pedir logo o seu ou presentear alguém?!

oDD-School.com/pt

A Zupi Academy nasceu para disseminar técnicas e conhecimentos criativos para os interessados em aprender com os melhores.

O projeto, idealizado pela empresa Zupi, visa levar cultura, arte e educação especializada para cidades de todo o Brasil por meio de workshops com profissionais renomados de diversas áreas.

Projecto liderado pela produtora Até ao Fim do Mundo, a Odd School, tem como principal objetivo desenvolver o mercado de entretenimento digital em Portugal, tendo como foco as áreas da Animação, Jogos, Broadcast e Web.

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inventAri.com.br

Se você pode gastar o mesmo valor com algo totalmente original e divertido, que no mínimo vai arrancar uma boa risada e uma surpresa de verdade, por que não dar uma olhada nos produtos da Inventari para presentar um amigo?

teD.com

TED (Tecnologia, Entretenimento e Design) é um conjunto global de conferências sem fins lucrativos, formado para difundir “ideias que merecem ser espalhadas” e você pode assisti-las online. Para acessar o site do TED em português visite:

ted.com/translate/languages/pt-br

vAnDAl.com.br

Está cansado de vestir as mesmas camisetas velhas? Então o Vandal é a solução. Camisas descoladas com impressões cheias de detalhes. E não é transfer!

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DICAS E TECNOLOGIA

Aplicativos são programas desenvolvidos com o objetivo de facilitar o desempenho de atividades simples do usuário, seja no seu computador ou nos telefones móveis. São um atrativo a mais nos smartphones, e servem tanto para facilitar a vida – em

se tratando de aplicativos utilitários – assim como para puro divertimento. Podem ser divididos em várias categorias, como por exemplo, aplicativos de entretenimento, música, automação comercial, educação e interação social.  Os aplicativos podem ser gratuitos ou pagos e podem ser utilizados quando você estiver conectado ou não à internet. Para obtê-los, você pode efetuar um download através dos próprios aparelhos preferencialmente nas lojas oficiais criadas por cada empresa de sistema operacional, como a App Store (iPhone) , Android Market (Android Ovi Store (Symbian) entre outros.

Existe uma infinidade de aplicativos apropriados para vários tipos de atividades. Pensando nisso, selecionamos alguns que acreditamos ser “uma mão na roda” para o trabalho de um designer.

APLICATIVOSPARA DESIGNERS

POR JOÃO FERNANDES

ADobe ShADowPara começar, temos uma

dica para os web designers.O “Adobe Shadow” é

a mais nova ferramenta para desenvolvedores de sites e produtos para web, criada pela Adobe Labs. Ela permite aos programadores visualizar qualquer alteração feita na estrutura HTML, Java Script, CSS e Action Script nos navegadores e em dispositivos móveis.

A aplicação permitida pelo software facilita a visualização dos sites em smartphones e

tablets, possibilitando assim a sua personalização em tais dispositivos. Adobe Shadow foi desenvolvido para vários sistemas como Android, Mac e iOS. Entretanto, no Windows ele trabalha como uma extensão do navegador Google Chrome.

A demanda de conteúdo para esta nova plataforma, os smartphones, tem aumentado cada vez mais e é suprida com o trabalho integrado de vários profissionais - incluindo nós, designers.

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cAmScAnner

Esse aplicativo é ideal para aqueles momentos em que você precisa scannear algo para enviaWr por email, ou tirar cópia de algum documento, ou até mesmo digitalizar esboços para finalizar a ilustração. O programa apresenta ferramentas básicas como: auto-crop (corte) e auto-enhance (melhora da qualidade).

mAgicplAn

Utiliza a câmera, o acelerômetro e o giroscópio de iphones para criar plantas arquitetônicas de ambientes com um simples “clicar”.

Com ele você não precisa de trenas ou fitas métricas para medir as áreas para projetos como fachadas, pontos de venda e estandes. Basta tirar uma foto do ambiente no MagicPlan!

AutoDeSK 123D cAtch

Já pesou em fotografar em 3D? Com o “Autodesk 123D Catch” é possível converter do físico para o digital transformando suas fotos em modelos 3D. Basta fazer o download do app no site da Autodesk e fotografar o objeto em diferentes ângulos de forma que se tenha uma continuidade entre as capturas. No final obtém-se um modelo editável em três dimensões.

whAtthefont

Gostou muito da fonte e não sabe o nome? Quer fazer um site e não sabe como? Calma. Ele pode ter a resposta para você.

Este aplicativo possibilita identificar aquela fonte que você sempre teve vontade de saber o nome e/ou usar em seus projetos. Basta fotografar uma letra ou uma palavra inteira que ele apresenta opções de possíveis fontes utilizadas.

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AJANELA - Olinda, 12 de Dezembro de 2012KUN VIC, TaIlâNdIa-baNgKoKvictorior.blogspot.com.br

COMPARTILHAR UM PLANETA: POSSO SER SEU IRMÃO?

“Nesse trabalho eu tentei mostrar um garoto realmente fascinado por pandas que pensa ser um deles porque sua face e seu corpo são similares, exceto pela cor. Então ele pinta seu corpo mas o líder dos pandas explica que ele não pode ser um panda porque ele deve ser quem ele é e que assim todos são iguais pois vivemos em um mesmo lugar, o Planeta Azul.”

Kun Vic, 24 anos.