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NT ER Câmpus Revista IFRO | 2º Semestre/2012 | Ano I | nº 02 PRONATEC: Acesso ao ensino técnico e emprego Técnico Agropecuário noturno: Uma vitória para Cacoal | p. 7 Momento cívico: Hora de debates e troca de ideias | p. 4 Vilhena Cacoal InterCampus2.2_fechado_grafica.indd 1 05/12/12 11:10

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NTERCâmpus

Revista IFRO | 2º Semestre/2012 | Ano I | nº 02

PRONATEC: Acesso ao ensino técnico e emprego

Técnico Agropecuário noturno: Uma vitória para Cacoal | p. 7

Momento cívico: Hora de debates e troca de ideias | p. 4

Vilhena

Cacoal

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PRONATEC

Acesso ao ensino técnico e emprego terá mais de três mil vagas

Com a previsão de oferecer mais de três mil vagas este ano, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em-prego) é uma realidade no Instituto Federal de Rondônia. O objetivo principal é expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológi-ca para a população rondoniense.

Entre os demandantes, par-ceiros do IFRO na realização dos cursos do Bolsa Formação, estão a Secretaria de Estado de Edu-cação (Seduc/RO), Secretaria de Direitos Humanos e Ministérios do Trabalho e Emprego, do Desen-volvimento Social, do Desenvolvi-mento Agrário e da Defesa. Este último terá capacitação para os praças que estão saindo do servi-ço militar obrigatório.

De acordo com o Coorde-nador-Geral do Pronatec no IFRO, Dauster Souza Pereira, o cenário ideal é a maior empregabilidade. Por isso, entre as estratégias su-geridas aos Câmpus Ariquemes, Cacoal, Colorado do Oeste, Ji-Pa-raná, Porto Velho e Vilhena está re-alizar, no módulo acolhimento, pa-lestras com empresários da região, para aproximá-los dos alunos.

“Faz parte da própria políti-ca do IFRO, buscar a população afastada e que precisa de capaci-

Já para suprir a demanda do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o IFRO atenderá com qua-lificação profissional a pessoas que utilizaram mais de três vezes nos últimos dez anos o Seguro--Desemprego. A participação é obrigatória para os reincidentes, dentro das opções divulgadas pelo MTE no Estado.

Profuncionário – Outra verten-te que o Instituto Federal encontrou para concretizar o Pronatec em Rondônia foi o Profuncionário (Pro-grama de Formação Inicial em Ser-viço dos Profissionais da Educação Básica dos Sistemas de Ensino Pú-blico). Foram abertas 1.160 vagas para Cursos Técnicos Subsequen-tes ao Ensino Médio em Alimenta-ção Escolar, Infraestrutura Escolar, Secretaria Escolar e Multimeios Didáticos, todos em parceria com a Seduc. A primeira etapa benefi-cia aos municípios de Ariquemes, Cacoal, Colorado do Oeste, Jaru, Ji-Paraná e Vilhena, podendo de-pois expandir para outras regiões. O Profuncionário tem por objetivo promover, preferencialmente por meio da educação a distância, a formação profissional técnica em nível médio de servidores efetivos que atuem nos sistemas de ensino da educação básica pública.

tação, aproximando-a do Instituto. Nossa expectativa é que saiam bem capacitados e que esta seja uma porta de entrada para que continuem sendo nossos alunos, e assim também estamos trabalhan-do para que sejamos conhecidos e citados de outra forma”, comenta Dauster, comparando com a políti-ca institucional de acesso, perma-nência e êxito.

O Pronatec é uma das priori-dades do Governo Federal, o que não poderia ser diferente em Rondô-nia. Segundo o Coordenador-Geral, “em três anos de existência, o Insti-tuto Federal possui uma média de oferta que está dentro do limite do que pode ser ofertado, buscando que os profissionais sejam melhor capacitados, o que é um diferencial para o nosso mercado de trabalho. Aos poucos vamos conseguindo mudar o cenário atual”.

Atendimentos – Por meio do Pronatec, haverá ainda atendi-mento a 30 jovens das Unidades Sócio-Educativas, com o curso Auxiliar Administrativo em Por-to Velho. Baseado nas aulas dos dois cursos técnicos que atendem internos da Penitenciária Federal, a experiência da educação em prisões será utilizada também para este novo desafio.

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3InterCâmpus2º Semestre 2012

«O que é o Pronatec?

Criado em outubro de 2011 pela Presi-denta Dilma Rousseff, por meio da Lei nº 12.513/2011, beneficiará especialmente es-tudantes do Ensino Médio da rede pública, inclusive da Educação de Jovens e Adultos, além de trabalhadores e beneficiários dos programas federais de transferência de ren-da. São duas as modalidades de formação: os Cursos Técnicos Concomitantes - mí-nimo de 800h - e os de Formação Inicial e Continuada (FIC) - mínimo de 160h.

Composto por vários subprogramas (entre eles Bolsa-Formação, FIES Técnico, Rede e-Tec Brasil, fomento às redes estaduais de EPT por intermédio do Brasil Profissionalizado e a expansão da Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica), o Programa deverá totalizar oito milhões de vagas a brasileiros de diferentes perfis nos próximos quatro anos.

Segundo o Reitor do IFRO, Raimundo Vicente Jimenez, é esse amplo leque de atuação que faz do Pronatec uma grande ação nacional, que vem “conseguindo integrar outros pro-gramas, a exemplo da formação profissional, a expansão da Rede Federal, das parcerias com o Sistema “S”, entre outros projetos que vão realmente abrir oportunidades para que jovens e trabalhadores se qualifiquem para o mundo do trabalho”. No próximo ano, Jime-nez afirma que a proposta é no mínimo dupli-car o número de vagas oferecidas no âmbito do IFRO, tudo de acordo com a necessida-de dos demandantes. “O Instituto Federal de Rondônia está afinado, poderá desenvolver vários cursos para atender à demanda dos apoiadores locais”.

Como se matricular?

É importante enfatizar que as matrículas dos mais de 60 cursos são feitas por meio das entidades participantes e não no IFRO. As unidades do Instituto possuem somente in-formações de onde alunos e trabalhadores podem se cadastrar. Além do IFRO, os cursos também são oferecidos pelas unidades de serviços nacionais de aprendizagem, como o SENAC e o SENAI.

CURSOS OFERECIDOS PELO PRONATEC

Câmpus Cacoal

• Balconista de Farmácia;• Auxiliar em Fiscalização

Ambiental;• Auxiliar Administrativo;• Auxiliar de Pessoal;• Auxiliar de Técnico em

Agropecuária;

Câmpus Ji-Paraná

• Viveiricultor;• Instalador e Reparador de

Redes de Computadores;• Montagem e Manutenção de

Computadores;• Operador de Computador;• Programador de Sistemas;• Programador Web;• Inglês Básico;• Espanhol Básico;

Câmpus Vilhena

• Desenho Mecânico;• Auxiliar Administrativo;• Desenho da Construção

Civil;• Montagem e Manutenção de

Computadores;• Inglês Básico;

Câmpus Ariquemes

• Promotor de Vendas;• Operador de Computador;• Cuidador Infantil;• Auxiliar em Fiscalização

Ambiental;• Montagem e Manutenção

de Computadores;• Auxiliar Administrativo;• Técnico em Informática;

Câmpus Colorado do Oeste

• Montagem e Matutenção de Computadores;

• Criador de Animais de Médio Porte;

• Piscicultor;• Auxiliar Administrativo de

Redes;• Agricultor Agroflorestal;• Bovinocultor de Leite;• Suinocultor;• Preparador de Derivador de

Leite;• Webdesigner;• Técnico em Agropecuária;

Câmpus Porto Velho

• Auxiliar de Laboratório de Saneamento;

• Auxiliar Administrativo;• Auxiliar Eletricista;• Operador de Computador;• Programador Web;

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4 InterCâmpus 2º Semestre 2012

«VILHENA

Momento cívico: Hora de debates e troca de ideias

O período escolar é marca-do por diversos momentos des-de a infância até a vida adulta. Quem não se lembra do momen-to cívico? Em que se cantava o hino nacional em fileiras com a mão sobre o peito, enquanto hasteava-se a bandeira? Esse costume ainda se mantém, mas a forma de exaltar a pátria não se limita mais apenas em entoar o hino. Agora o momento também é de debates, trocas de ideias e atividades culturais.

No Câmpus do Instituto Fe-deral de Rondônia em Vilhena, durante todo o ano, uma vez por semana, a comunidade esco-lar (direção, equipe pedagógi-ca/administrativa e estudantes) reúne-se no pátio da Instituição para o ato cívico que se estende a apresentações culturais, infor-mes pedagógicos e administra-tivos e discussões de interesse coletivo.

A iniciativa do setor de As-sistência Estudantil do Câmpus tem como objetivo a construção de valores na escola e na socie-dade, buscando incentivar ações educativas que levem a formação ética e moral. A cada semana uma turma fica encarregada de coman-dar o momento, com a orientação do professor conselheiro.

Maria Fabíola Moraes da A. Santos, Diretora-Geral do

Câmpus Vilhena, acredita que o momento estimula não só o patriotismo, mas também a for-mação para a cidadania dos dis-centes e a integração da comu-nidade escolar.

O momento estimula não só o patriotismo, mas também a formação para a cidadania dos discentes e a integração

da comunidade escolar.Fo

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Segundo o aluno Mateus Eduardo Flor da Rosa Bueno, do 2º ano do Curso Técnico em Edi-ficações, “o momento cívico tem propiciado o resgate do amor à pátria, hoje quando cantamos o Hino Nacional temos orgulho do País em que vivemos, pois o Bra-sil vem se destacando cada vez mais no cenário mundial.”

A Pró-Reitora de Ensino do IFRO, Silvana Francescon Wan-droski, avalia o momento cívico como algo que vai além da for-mação escolar. Para ela, todos são responsáveis também pela formação social do cidadão. Um ato, por excelência, libertador, pois permite dar direito a voz e a vez aos estudantes que parti-cipam. Mais do que as questoes especificas do aprendizado no cotidiano escolar, para a Pro--Reitora, “a atividade aplicada no Câmpus transcende as com-petências técnicas”.

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«PORTOVELHO

Pesquisa e inovação em mecatrônica atraem novos pesquisadores

Fotos: Ernani Baracho

Quando uma máquina de la-var roupas é acionada e despeja a quantidade correta de sabão em pó, ou ao entrar em casa, as luzes se acenderem automaticamente. Não é milagre! É a mecatrônica em ação, cada vez mais presen-te e fundamental em nosso dia a dia. Relativamente nova no Brasil, a mecatrônica nada mais é do que a junção da engenharia mecânica com a eletrônica e o controle inte-ligente por computador. Os exem-plos citados são apenas algumas das várias aplicações desta área, que começa a se desenvolver tam-bém no Instituto Federal de Rondô-nia, Câmpus Porto Velho.

Um grupo de alunos e profes-sores vêm desenvolvendo projetos que vão contribuir para pesquisas em disciplinas de Biologia e Meio Ambiente. O equipamento constru-ído pela equipe é uma máquina fo-tográfica com sensores para identi-ficar a vida silvestre da região. Mas os pesquisadores querem ir além, e já vislumbram uma máquina que capture mosquitos para auxiliar nos estudos de doenças tropicais. Rafael Pitwak, professor do Institu-

to e líder do grupo de pesquisa, acredita que as iniciativas podem levar o IFRO a se tornar uma referência no setor na região.

As pesquisas dentro do câmpus avançam também no sentido de proteger o meio ambiente do lixo eletrônico descar-tado. A equipe, composta por dez alunos, realizou um levantamento no lixão da cidade, identificou os equipamentos mais descartados e chegou a conclusão que, na área tecnológica, o cartucho de tintas de impressoras é o mais encontrado, enquanto ventiladores e liquidificadores são os eletro-domésticos mais presentes. “O resultado destes números será apresenta-do às empresas que fabricam os equipamentos. Queremos sensibilizá-las para que criem ações que amenizem o problema”, explica Pitwak.

Um dos envolvidos no grupo é o aluno do Curso de Eletrotécnica, Pedro Roberto Oliveira, 16 anos. Ele conta que seu interesse em mexer com equipamentos eletrônicos vem desde pequeno. “Eu montava e des-montava meus carrinhos e tentava consertar e reinventar objetos quebra-dos. O Instituto me motivou a expandir meus conhecimentos. A Mecatrôni-ca conseguiu me dar um olhar diferenciado das outras disciplinas. Minha visão da mecatrônica é de uma coisa mágica”.

A mecatrônica obtém, através da automação, a melhoria da qualida-de do produto através da otimização de processos. Ela atua em diversas áreas, tais como: sistemas de acionamento, movimentação e manipulação mecânica, robótica, equipamentos hidráulicos e pneumáticos, controla-dores programáveis, comando numérico computadorizado, entre outros. Estas atividades se iniciam na concepção, passando pela produção e in-tegração, culminando com a atividade de manutenção.

Não há limites para os que desejam enveredar pela área. Hoje, a mecatrônica é muito importante para o desempenho da indústria e a sus-tentabilidade do planeta, pois se bem aplicadas ajudam a diminuir, por exemplo, o uso da energia em processos industriais.

O equipamento construído pela equipe é uma máquina

fotográfica com sensores para identificar a vida

silvestre da região.

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do espaço esportivo está adian-tada para conclusão da piscina, ginásio, vestiário, salas adminis-trativas e de mais um bloco de sala de aula. A guarita e o pórtico da entrada, que fica na rodovia, serão iniciados em breve.

Segundo informações da Direção de Engenharia e In-fraestrutura do IFRO, todas as obras estão sendo executadas atendendo a normas de acessi-bilidade. Ao todo, o investimento da fase já licitada compreende R$ 9,3 milhões, destes cerca de R$ 5,5 milhões foram pagos até o momento.

A unidade do IFRO em Ari-quemes é oriunda da antiga Es-cola Média de Agropecuária da CEPLAC-EMARC, e desde 2010 iniciaram as primeiras turmas do Instituto Federal no local.

ARIQUEMES

Novos espaços oferecem melhor estrutura a alunos e servidores

O Câmpus Ariquemes passa por reformas e ampliação, se pre-parando para abrigar a partir do próximo ano mais de 850 alunos no ensino presencial de nível médio e superior. Os primeiros blocos con-cluídos, do 01 ao 07, são salas de aula e laboratórios de biologia, quí-mica e informática, em uso desde o primeiro semestre deste ano. O alojamento e a biblioteca passaram por adequações e também estão em funcionamento e em 2013 serão entregues o bloco administrativo e o complexo esportivo com piscina.

Com a conclusão da obra, a unidade terá modernidade e novos equipamentos, para atender também à contratação de mais servidores. Há ainda a previsão de se construir um espaço destinado à agroindús-tria, auditório, unidades de bovinocultura e suinocultura e um novo refei-tório. A maior parte desses espaços encontra-se em fase de licitação.

No alojamento, são oito quartos para alunos, um da supervisão, mais sala de TV e banheiros. Atualmente, vivem em regime de residên-cia no local mais de cem alunos, vindos de municípios do entorno de Ariquemes. Eles estudam em período integral os cursos de Agropecu-ária e Alimentos.

“A parte pedagógica e didática está finalizada. Conseguimos superar as limitações anteriores. A expectativa agora é com relação ao bloco administrativo, esse quando for entregue vai resolver nosso problema de espaço fisíco. A outra expectativa é quanto à entrega do complexo esportivo, que está em fase avançada e irá suprir a demanda existente por ambientes para a realização de atividades de educação fí-sica e os projetos de extensão na área esportiva”, avalia o Diretor-Geral do Câmpus Ariquemes, Uberlando Tiburtino Leite.

Em fase estrutural e de alvenaria, o bloco administrativo contará com 2,2 mil m², compreendendo salas para direção-geral e demais ser-vidores, laboratório de informática, copa e miniauditório. A infraestrutura

Em 2013 serão entregues o bloco administrativo e o complexo esportivo com

piscina.

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«CACOAL

Técnico Agropecuário noturno: Uma vitória para Cacoal

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O desafio de inovar em Rondônia, com a oferta do Curso Técnico em Agropecuária noturno durante a semana e aulas práti-cas aos finais semanas e feriados, foi vencido pelo Câmpus Cacoal. A primeira turma se formou neste semestre, a segunda turma está em andamento e uma nova sele-ção está sendo feita para o próxi-mo ano. Assim, o dia 27/07/12 fi-cará marcado na história do IFRO, pois nesta data se formaram os 18 primeiros técnicos em agropecuá-ria do Câmpus Cacoal. Profissão regulamentada oficialmente em 2010 pelo CONFEA/CREA.

“O curso oferecido à noite in-clui quem está no mercado de tra-balho, mas quer se qualificar”, ex-plica o zootecnista Marco Antônio de Oliveira, um dos professores que acompanhou a implantação do Câmpus e do curso, iniciada

em 2010. Ele complementa afir-mando que a prática profissional é adquirida com o tempo, com ensino de qualidade e vivência. “A experiência profissional virá de-pois da formatura. Não enfrenta-rão dificuldades, tanto que há os que mesmo antes de se formar já passaram em concurso na área e os que se destacaram na Olimpí-ada Brasileira de Agropecuária do ano passado, com a conquista do terceiro lugar em Minas Gerais”.

O aluno César Boscato de Almeida foi aprovado em concur-sos de Técnico em Agropecuária antes de se formar e diz estar

satisfeito com a formação recebi-da. Mesmo vindo de outra área, na década de 80 tinha iniciado o curso de pedagogia e desistido, além de ter começado os estu-dos em informática, aos 45 anos de idade se animou quando sur-giu a seleção na cidade: “sempre tive amor pela terra”. No início es-tava com vergonha de voltar aos bancos escolares, depois achou que não ia conseguir, mas com incentivo dos professores e com as boas notas que obteve, ficou empolgado. “Trabalho como au-tônomo e quando precisava me dedicar à escola, era o meu pa-trão e me liberava na hora que precisava, e me empenhava mais nos estudos”.

Para funcionar no período noturno, as aulas práticas são realizadas em fins de semana ou feriados, incluindo visitas e excur-

A primeira turma se formou neste semestre, a segunda turma está em andamento

e uma nova seleção está sendo feita.

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sões técnicas, eventos realizados pelos próprios alunos, entre ou-tros. Tudo para o estudante sair apto a planejar, executar, acom-panhar e fiscalizar todas as fa-ses dos projetos agropecuários. Em junho, por exemplo, o envol-vimento foi com o dia de campo “Formação e Manejo de Pasta-gens Capineiras”, o que segun-do Oliveira possibilita atender a pesquisa integrada com o ensino, transferindo tecnologia à comu-nidade e realizando a extensão. “Eles elaboram projetos e há inte-ração entre professores e alunos”.

Inovando - Realizar atividades em horários alternativos pode tra-

zer limitações, porque há os que trabalham sábados ou domin-gos, dependendo da jornada de trabalho de cada estudante. Na nova turma, a agrônoma Angeli-ta Aparecida Coutinho Picazevicz explica que uma das novidades foi iluminar, no primeiro momento, uma área da produção de horta “para não ter dissociação entre teoria e prática. E estamos estu-dando com os alunos da turma de 2011 compostagem, produção de muda de alface e implantação nos canteiros”.

“Tivemos muitas dificulda-des e conquistas também, na busca por superar os desafios e avançar. Hoje nossos alunos

estão estagiando em instituições públicas e privadas, e sendo contratados”, avalia a professo-ra Angelita. “Há um grande em-penho dos alunos e professores em não deixar a desejar por ser um curso noturno, tentamos pro-porcionar o melhor a eles. E os alunos demonstram interesse, porque já chegam ao Instituto definidos sobre o que querem, possuem uma boa bagagem”.

Neste ano, o Câmpus Caco-al receberá mais de R$ 7 milhões de investimentos do Governo Fe-deral, com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade dos cur-sos e de ampliar a oferta de va-gas na unidade.

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«COLORADODO OESTE

Vida de internatoLonge de casa há mais de uma semana...

Fotos: Hédi Minin

Imaginem dezenas de ado-lescentes vivendo longe de suas casas e compartilhando do mes-mo espaço. A primeira coisa que vem a cabeça é um ambiente agitado, roupas e sapatos es-palhados pelo chão, enfim, uma bagunça. Em parte, tudo isso acontece, mas em uma escola que possui regime de internato a disciplina é bem diferente. Exis-tem regras a serem cumpridas. É o caso do câmpus agrícola do Instituto Federal de Rondônia em Colorado do Oeste, que mantém 190 alunos vindos de diferentes municípios de Rondônia e de ou-tros estados como Amazonas, Mato Grosso e Paraná.

Residente desde 2010, Wes-ley Duarte Silva é estudante do 3º ano do curso de Técnico Agrí-cola com Habilitação em Agro-pecuária. Natural de São Fran-cisco do Guaporé, distante 500 km de Colorado.

Wesley conta que quando chegou ao câmpus houve um choque pela saída de casa. Mas logo conseguiu se adaptar, por-que veio junto com amigos, que

também passaram no processo seletivo. “É mais difícil para quem vem sozinho, pois precisa de al-gum tempo de convivência para formar as amizades”, declara.

A disciplina, segundo Wes-ley, é sempre cobrada, como se fosse a própria casa. “É preciso seguir os horários, ter respeito mú-tuo, cuidar da higiene e da organi-zação do quarto, além de seguir as regras”, explica Wesley.

De acordo com Flávio Araú-jo Teixeira, Chefe do Departamen-to de Assistência ao Educando, há vários critérios e requisitos de seleção para residência, como ser de família de baixa renda, mo-rador de regiões distantes, filho de produtor rural, além de ser me-nor de idade.

Mas a escola não oferece apenas o alojamento aos internos. Há ainda assistência permanente:

três refeições diárias, acompa-nhamento de nutricionista, aten-dimento psicológico e de saúde, assistência social, além da odon-tologia que está sendo implanta-da. Nos finais de semana, os alu-nos praticam esportes no ginásio, assistem à televisão, fazem os trabalhos escolares. Além disso, muitos residentes participam de projetos de pesquisa ou são mo-nitores em laboratórios.

Distante da família pela pri-meira vez, Letícia Amélia Schiavon Silva, 15 anos, veio de Cacoal e re-side no câmpus desde o começo do ano. No início a saudade foi o que pesou, conta a aluna, que afir-ma estar gostando da assistência recebida e da convivência com as colegas de alojamento. “As pes-soas que prestam assistência são boas nesse serviço. A disciplina é bem cobrada, mas apenas o sufi-ciente, pois eu e as minhas cole-gas somos organizadas”, revela. Para ocupar o tempo vago, Letícia tem se dedicado a aulas de teatro e pretende fazer judô. “Por enquanto está divertido, apesar de algumas matérias difíceis”, diz sorridente.

São 190 alunos vindos de diferentes municípios de

Rondônia e outros estados como Amazonas, Mato

Grosso e Paraná.

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«JI-PARANÁ

A interdisciplinariedade da arteamplia visão de alunos

Durante muitos anos a arte na escola teve uma conotação sentimental, de forma que alguns professo-res justificavam o ensino apenas por se acreditar que ela tornava os alunos mais “sensíveis”. Depois de uma revisão no Ensino de Arte no Brasil, esta disciplina fi-nalmente ganhou extrema importância, entendendo--se que arte prepara os indivíduos a estabelecerem um comporta-mento mental que os levam a ler imagens, abstrair, passar do es-tado das ideias para o estado da comunicação, a formular conceitos e a descobrir como se comunicam esses conceitos.

Da mesma forma que o aluno é preparado nas áreas exatas, huma-nas e biológicas, é também necessá-ria uma preparação de linguagem ar-tística bem abrangente, englobando o visual, auditivo e corporal. Foi embasa-do neste entendimento que o Câmpus Ji-Paraná criou um espaço próprio para ministração de aulas práticas de Artes Visuais, com ambiente climatizado, ban-cadas e lavatório. Frequentemente o local é modificado e se trans-forma em Galeria de Artes, onde são realizadas exposições abertas ao público.

As aulas da disciplina de Arte são organizadas de acordo com alguns eixos norteadores: Funda-mentação teórica, produção, aná-lise e apreciação, associados aos processos de expressão e cons-trução de conhecimento contex-tualizado. Uma das responsáveis pela visão do ensino dentro do Câmpus é a professora Juliana Martins Godin. “No ensino técnico existia uma sensação de que a disciplina não seria tão importante no currículo, mas tornou-se um diferencial pela forma como é ministrada”, diz Gondin.

Os projetos de prática são de extrema importância dentro do Plano de Ensino da disciplina, pois é o mo-

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«mento em que os estudantes aplicam os conhecimentos adquiridos durante as aulas. Esculturas, gravuras, pinturas

em diversos suportes, autorretratos vetorizados, tribais tridimensionais, são alguns dos projetos já desenvolvidos. A produção dos estudantes é apresentada em exposições abertas à comunidade, momento em que os alunos recebem o feedback do público pelos tra-balhos realizados.

O câm-pus também promove eventos diferenciados a exemplo do Festival de Arte e Cultura. Há também pro-jetos de extensão como o curso de Pintura Artística em Mobiliário e de Musicalização atra-vés do violão, ofertado permanente-mente nas dependências do Câmpus.

Para o estudante de Química, Patrick de Paula, foi a primeira vez que ele teve contato de verdade com artes. “Pude sentir como é diversa a realização de trabalhos de artes e como todo mun-do é capaz de realizar coisas que acha-va impossível de se fazer. Eu tinha como conceito que a disciplina era algo desne-cessário, que eu nunca entendia”, revela.

A interdisciplinaridade tem ajuda-do também nesta mudança de conceito da disciplina por parte dos alunos. Há um trabalho extremamente comple-to, como o estudo de Círculos Cromáticos, que envolve todo o conteúdo de Óptica (Física), execução de maquetes e miniaturismo, englobando cálculos de escala e proporcionalidade, além da análise e interpreta-ção de obras envolvendo Filosofia, Sociologia e História Geral.

A arte prepara os indivíduos a estabelecerem um comportamento mental que os levam a ler imagens, abstrair, passar do estado das ideias para o estado

da comunicação, formular conceitos e a descobrir

como se comunicam esses conceitos.

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