revista embalagemmarca 029 - dezembro 2001 / janeiro 2002

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Edição de dezembro 2001 / janeiro 2002 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comSiga-nos também no Twitter: http://twitter.com/EmbalagemMarcaEsta edição está incompleta, sem os anúncios, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível ler as matérias.

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 029 - Dezembro 2001 / Janeiro 2002
Page 2: Revista EmbalagemMarca 029 - Dezembro 2001 / Janeiro 2002

ão somos exagera-damente otimistas

como aquele rapaz que, aodeparar com o que umavaca deixara à sua porta,saiu festejando pela rua aboiada que pensava ter ga-nho. Mas convenhamosque é difícil ser totalmentepessimista e entregar ospontos num país que, pare-cendo ter tudo para dar er-rado, acaba dando certo.Há um ano faziam-se pro-jeções de que a economiairia caminhar bem, apesardos percalços. Quando es-tes se acentuaram, na for-ma de crises como a ener-gética, a da Argentina, ados atentados de setembroe a dos saltos cambiais, ou-

viu-se a gritaria de sempre.O mundo acabou! O paísvai falir! O país continuaindo em frente, e as previ-sões não são tão negraspara o ano que vem.Isso está registrado commuito estilo, talento e es-forço na reportagem decapa, de responsabilidadede Guilherme Kamio e deLeandro Haberli. Eles nãosão futurologistas, nemeconomistas. Mas sabemtrabalhar duro e usando acabeça, ouvindo e inter-pretando o que profissio-nais e empresários espe-cializados têm a dizer eque pode ser útil ao setorde embalagem ao planejaro ano que começa. Assim,

a reportagem Tendências ePerspectivas 2002 nãopretende servir de plano devôo para ninguém, masconstitui confiável proje-ção de cenário. É um servi-ço de EMBALAGEMMARCA

que já se tornou tradicionalnos finais de ano.A equipe da revista apro-veita para agradecer o re-conhecimento de leitores eanunciantes ao seu esfor-ço. É o que nos anima atentar fazer uma publi-cação sempre melhor e,quem sabe, um dia, impe-cável. É um sonho e umcompromisso. Boas festas!Até a próxima.

Wilson Palhares

É um sonho e um compromisso

N

O mundo nãoacabou, e asprevisões não sãotão negras parao ano que vem

29editorial 15/12/01 09:55 Page 99

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ENTREVISTA:CAIO MATHIESSENGUDMONPresidente da Aspac –Associação Paulista daCachaça conta como abebida brasileira, comqualidade, pode conquis-tar o mercado externo

CAPAServiço: As principaistendências e as perspectivas da cadeiade embalagem em 2002

AUTO-ADESIVOSFórum de empresáriose executivos do setorreafirma a determinaçãode continuar crescendo

PRÊMIOSOs ganhadores dos prêmios Fernando Pinie Qualidade Flexo (que, modéstia à parte,beliscamos)

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30

Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Wagner Ferreira

Circulação e AssinaturasClaudia Regina Salomão

[email protected] anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição8 000 exemplares

Filiada ao

Impressa em papel couché Image Mate 115 g/m2 (miolo) e papelcartão ArtPremium

PEX2 330 g/m2 (capa) da Ripasa S.A. Celulose e Papel

Impressão: Lavezzo Gráfica eEditora (capa) e Grande ABC (miolo)

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

dezembro 2001/janeiro 2002

6 Os anunciantes do ano

Modesta homenagem a quemfaz a revista ser cada vez melhor

38 Resinas

A busca da OPP Química pelaauto-suficiência tecnológica

3 Editorial

A essência da edição do mês,opinião – e agradecimentos

44 Display

Lançamentos e novidades – eseus sistemas de embalagem

46 Almanaque

Fatos não muito conhecidos douniverso das embalagens

Veja maisToda vez que este ícone aparecer no final de artigos ereportagens, significa que há informações adicionais emwww.embalagemmarca.com.br

42 Panorama

Movimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

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ILUSTRAÇÕES DA CAPA EDA REPORTAGEM DE CAPA: PHILIPP MAI – MAI 3D

29sumario 15/12/01 15:03 Page 1

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ecentemente, estive-mos em festas de pre-miação de empresasligadas à cadeia de

embalagem, com entregas de tro-féus, diplomas, comida e bebidafartas, música e gente feliz. Em al-gumas chamou-nos a atenção ofato de existir, entre as categoriaspremiadas, a de “Anunciante doAno”, homenagem explicada pelaexistência, por trás da premiação,

de alguma publicação segmentada.Houve quem comentasse tratar-

se de homenagens merecidas masinteressadas, por visarem a incenti-var o afluxo de anúncios. A idéianos pareceu interessante, por issodecidimos também homenagearnossos parceiros, modestamente,mas de forma mais democrática.

Por entendermos que quemanuncia o faz na medida de suaspossibilidades financeiras, conside-

ramos que seria injusto homena-gear apenas o anunciante mais pre-sente na revista em 2001.

Assim, nesta página apresenta-mos nossos agradecimentos àque-les que nos prestigiaram durante oano. Foram todos muito importan-tes para a consolidação e o aperfei-çoamento da revista. Esperamostê-los de novo conosco durantetodo o ano que se inicia. Nossashomenagens vão para:

AbividroABMLActivasAdereADVBAlcoaAntilhasArco ConvertAsteriscoAvery DennisonBauch + CamposBomguy PremiumBracelpaBradyBrasembaBrasilataBrasilcoteCibaCisperComprintCongrafCSNDemarcasDIL DesignEAC CanetasE S & Partners (GB)Emballage (França)EmbamarkEmpax

Envase (Argentina)FassonFCE PharmaFiepagFispalFlexopowerFotogravGrupo OrsaHBA South AmericaHervásHenkelIncapackInstituto do PVCIt’s Marketing MixJAC do BrasilKronesLavezzoLemcaLightHouseLiofolM. A. AssociadosMac DermidMD PapéisMultilabelNadir FigueiredoNovelprintO-I TampasOPPPacking

PapirusPolitenoPradaPrakolarProdesmaqPropackRigesaRiverwoodRipasaRohm and HaasSaint-GobainSanvi PropagandaSidelSielSilk MacSinimplastSleever InternacionalSonoco For-PlasSPL DessecantesSuzanoStudio AGTetra PakTME PlásticosTopcoatTorresTupahue TintasVotocelWillettWheaton

Os Anunciantes do AnoEMBALAGEMMARCA agradece a todos que a apoiaram em 2001

homenagem

R

6 – EMBALAGEMMARCA • dez 2001/jan 2002

29cartas 15/12/01 11:46 Page 6

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enófobos diriam que, além dosnossos minérios, do nosso petró-leo, da multiplicidade genéticade nossa fauna e de nossa flora,a cobiça internacional recai so-bre outra riqueza: a cachaça. Na

verdade, tal seria o potencial de exportaçãoda bebida que gente esperta lá fora já tentouregistrar a expressão “cachaça” como marca– acredite quem quiser – francesa. Por suavez, os americanos, grandes especialistas nacriação de barreiras comerciais, classificama popular manguaça como “brazilian ron”,de modo a taxar mais alto as importações. Por ter aprendido com os franceses, que têmdireito exclusivo ao uso das marcas “cog-nac” e “champagne” para o destilado e parao vinho espumante fabricado naquelas re-giões, e com os portugueses, donos das refe-rências “porto” e “vinho do Porto”, o gover-no brasileiro contratou escritórios especiali-zados para obter mundialmente a marca“cachaça”, em mais um reforço da luta pelofortalecimento da “marca Brasil”, que aAPEX – Agência de Promoções à Exporta-ção vem encaminhando. O certo é que, como já se previa há algunsanos, parece ter chegado a hora de a caninhabrasileira matar a sede de álcool que ator-menta gargantas em todo o planeta. Toda-via, para mitigar esse anseio – e assim equi-librar a deficitária balança comercial brasi-leira – é preciso ampliar um trabalho que jáse iniciou pela melhora da qualidade daaguardente. Em crescente número, os pro-dutores e engarrafadores se dão conta dissoe de que, além de o conteúdo ser puro, é vi-tal uma boa apresentação, isto é, um sistemade embalagem capaz de competir ombro aombro nas prateleiras, nos balcões e nas me-sas com os mais sofisticados destilados domundo. Com isso, percebem que podemconquistar o público tupiniquim hoje adep-to de destilados importados mais caros, poisa famosa água-que-passarinho-não-bebetornou-se exemplo de bebida de péssimaqualidade. Coisa, justamente, de “cachacei-ro”, de “pinguço”.Que chegou a hora da virada não resta mais

X

CAIO MATHIESSEN

GUDMON, presidente da

Associação Paulista

da Cachaça, grande

produtor e pequeno

engarrafador do produto,

fala sobre a necessidade

de o país empenhar-se na

obtenção de aguardente

qualidade como forma de

conquistar o mercado

externo e, ao mesmo

tempo, atrair o brasileiro

entrevista

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“A hora da virada para a cachaça”

29entrevista 15/12/01 11:38 Page 8

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dúvida, como expõe nesta entrevista CaioMathiessen Gudmon, presidente da recém-fundada Aspac – Associação Paulista da Ca-chaça e gerente geral da BBL – BrazilianBeverage & Liquors Ltda. Grande produtore pequeno engarrafador determinado a con-quistar o mercado externo, ele falou exten-samente sobre o tema e mostra aspectos quemuitos apreciadores de cachaça talvez des-conheçam. Além da parte contida nestas pá-ginas, há mais informações na continuaçãoda entrevista, na rubrica “Veja mais” do sitewww.embalagemmarca.com.br

No momento em que tanto se fala na neces-sidade de o Brasil exportar, um dosprodutos que mais vêm à lembrançadas pessoas é a cachaça. Qual o vo-lume hoje exportado pelo país e quala produção total conhecida?A estimativa de produção para o ano2001 é de 1,3 bilhão de litros, dosquais apenas 8 milhões são exporta-dos. Em valores, em 1999 as expor-tações corresponderam a algo próxi-mo a 7,4 milhões de dólares, em2000, a 8,1 milhões, e em 2001 de-verão totalizar 8,5 milhões.

Qual é a porcentagem exportada agranel e a exportada já acondicio-nada em garrafas, estojos e outroscomplementos de embalagem, isto é,com maior valor agregado?Não possuo esses dados neste mo-mento, mas a exportação a granel éde suma importância para as exportaçõesbrasileiras. Nesse sistema, nossa aguardentepode ser envasada no exterior por filiais deempresas brasileira, por um custo de fretemais baixo, tornando nosso produto maiscompetitivo no mercado externo, principal-mente no Mercado Comum Europeu.

Historicamente, a cachaça virou sinônimode produto de má qualidade. Até a palavraque define os consumidores mais entusias-mados é pejorativa: “cachaceiro”, ou “pin-guço”. Por que aconteceu isso?Provavelmente devido à origem da bebida,que inicialmente era considerada bebida deescravos, produzida de forma artesanal apartir do resíduo da fabricação do açúcar

mascavo, na época do Brasil Colônia. Maistarde continuou com essa fama, tornando-sebebida de consumidores de classe socialmais baixa, devido principalmente ao preçoacessível – e produto de baixo preço geral-mente deixa muito a desejar quanto à quali-dade. Só agora os produtores estão se cons-cientizando da necessidade de investir emqualidade, já que, para expandir o mercado,é preciso conquistar o mercado externo.Neste caso, as exigências são bem maioresque aquelas vigentes em nosso país.

Não seria interessante trabalhar para ele-var o nível de exigência do consumidor in-

terno? Se isso for feito e o consumode cachaça de qualidade aumentarinternamente, estará sendo criada es-cala para poder exportar um produtoaceitável em mercados mais exigen-tes. Afinal, se há grande consumo deuísque e de vodca importados, quesão muito mais caros do que cachaça,deve haver mercado para um bomdestilado nacional.É lógico. Nós brasileiros temos umpéssimo costume: compramos econsumimos produtos estrangeirosporque dá status. Pagamos muitomais caro em bares e restaurantespara tomar uma “caipiríssima” feitade rum, ou uma “caipiroska”, devodca. Comparados com uma autên-tica caipirinha ou até com uma ca-chaça de primeira linha, essas duasbebidas perdem de longe em quali-

dade. Além de ser muito mais saborosa, aboa cachaça é menos agressiva ao organis-mo humano.

Como um consumidor pode distinguir umacachaça de boa qualidade de uma ruim?Ou apenas saber se o produto é bom?Uma cachaça de má qualidade geralmenteapresenta, entre outros defeitos, acidez ex-cessiva, que provoca a tal de “queimação”na garganta quando a bebida é ingerida. Ge-ralmente, o consumidor confunde esse in-conveniente, acha que está tomando umproduto de teor alcoólico mais elevado queo convencional. Puro engano! Se a cachaçaé de boa qualidade, a “queimação” nãoocorrerá. Não é o álcool que provoca aque-

O brasileiropaga muito mais

em bares e restau-rantes para tomar

uma “ caipiríssima”feita de rum ou

uma “ caipiroska”,de vodca.

Comparadas comuma autêntica

caipirinha, as duasperdem de longe

em qualidade

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rial de primeira qualidade, com embala-gem secundária. Todo produto tem sua classificação de qua-lidade, e a embalagem é um insumo crucialpara isso. Não restam dúvidas de que a ima-gem do produto é o primeiro requisito paraatrair a atenção do consumidor. Uma emba-lagem de primeira linha, associada a umagarrafa de vidro top, além de rótulos sofis-ticados e fechamentos seguros, como ocor-re principalmente com a maioria dos whis-kies e cognacs, valorizarão o produto. Éverdade que temos diversas marcas comessa roupagem, mas convém não esquecerque em seu interior deverá existir uma be-

bida de alta qualidade.

Vai ser difícil convencer o consumi-dor brasileiro, que está acostumadoa ver o preço da cachaça lá em bai-xo, de que deve pagar mais pelo pro-duto, mesmo que seja melhor. O en-garrafador tem como sair do dilemade precisar necessariamente ter cus-to alto de produção, para poder me-lhorar a qualidade, e preço final bai-xo, para poder vender?Muitos fabricantes brigam pelo baixocusto e, com isso, adquirem embala-gens de baixa qualidade. Na questãode garrafas e complementos de em-balagens em geral, temos muito aaprender, pois uma apresentação ade-quada representa quase 80% do ca-minho para uma venda de produtos

mais caros, mas de qualidade muito supe-rior. Eu aconselharia os fabricantes de gar-rafas e de acessórios de embalagens a rees-tudarem sua estratégia de venda, oferecen-do produtos mais sofisticados e reduzindoas exigências quantitativas nas encomen-das. Chegou a hora de construir e fixar mer-cados novos e promissores.

De modo geral, a cachaça brasileira temqualidade aceitável para ser importadapor países que possuem organismos regu-ladores rigorosos, como Estados Unidos,Canadá e Alemanha?Atualmente, várias empresas brasileiras es-tão exportando cachaça para esses países. Éevidente que elas melhoraram considera-velmente os padrões de qualidade, mas ain-

la sensação, mas sim o ácido acético, quan-do presente em quantidade excessiva.

Qual é a tendência de consumo de bebidasalcoólicas no mundo? Há alguns anos fala-va-se que o ano 2000 seria o ano mundialda cachaça. Isso vem acontecendo? Quaisas reais possibilidades de ampliar o volu-me das exportações de cachaça?Atendência mundial é pelo consumo de be-bidas alcoólicas mais fracas. Desse modo,dificilmente teremos um aumento no con-sumo de cachaça pura, mas sim na formade coquetéis, misturada com sucos de fru-tas. Para a cachaça, a grande jogada é in-vestir maciçamente na caipirinha.Esta sim já está sendo considerada abebida deste século.

Não faz muito tempo ocorreu o fenô-meno da explosão de consumo de te-quila. Qual a categoria de bebidamais consumida no mundo? A vodca é um dos destilados maisconsumidos no mundo. A cachaçavem em segundo lugar. O rum e a te-quila são os destilados mais consu-midos nos Estados Unidos. Aconte-ce porém que houve uma grandequeda na produção da matéria-primada tequila, e os preços aumentaram.Na região do Caribe, devido à dimi-nuição das culturas de cana-de-açú-car, o rum também sofreu uma que-da de produção e, portanto, um au-mento de preço. Agora então é chegada ahora da cachaça para os americanos, quediferentemente dos europeus não a consu-miam em quantidades. É o nosso despertarpara conquistar um mercado exigente emqualidade e cativo em produtos para consu-mo humano. Por isso é nosso dever produ-zir produtos premium, pois a cachaça é umdos poucos destilados nobres que atendemao consumo humano.

Aqui entra a importância da embalagem.Em geral, os engarrafadores de cachaçadizem que os custos não permitem usar em-balagens dotadas de todos os requisitos deapresentação e segurança – garrafas per-sonalizadas, fechamentos pilfer-proof, ró-tulos impressos em várias cores, em mate-

Na questão degarrafas e de

complementos deembalagens temosmuito a aprender.Uma apresentação

adequada representaquase 80% do

caminho para umavenda de produtos

mais caros, masde qualidade

muito superior

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AAspac foi criada com apoio do prefeito dacidade, José Machado, tendo em vista oProjeto Piracicaba 2010, que visa exportarprodutos de qualidade manufaturados nomunicípio. É uma associação sem fins lu-crativos, composta por produtores, engarra-fadores, industrializadores e envelhecedo-res de aguardente de cana-de-açúcar exis-tentes no Estado de São Paulo. Além de ob-jetivos corporativos comuns a associaçõesdo gênero, tem entre suas principais metasproporcionar aos associados a oportunidadede união e cooperação em defesa da quali-dade da cachaça paulista. Conhecendo asdiferentes realidades e dificuldades de cadasegmento integrante da associação, serámais facil e objetivo atender a deficiênciasno campo da tecnologia, na adequação doproduto ou nos conhecimentos operacionaispara poder operar no comércio internacio-nal. Temos de adequar-nos para vender umproduto com valor agregado e diferenciado,que atenda ao consumidor do mercado in-terno e, principalmente, ao consumidormais exigente do mercado externo.

da precisamos percorrer um longo caminhopara chegar ao ponto ideal, produzindo umacachaça premium. Uma parcela considerá-vel da cachaça brasileira ainda não apresen-ta alta qualidade e, certamente, seria repro-vada por alguns organismos estrangeiros.Teremos de melhorar a qualidade de modoa atender as exigências dos países importa-dores, principalmente o Canadá.

Em que pé está a qualidade da cachaça?A realidade mudou para melhor. O planta-dor de cana diversificou o plantio paraatender os usineiros fabricantes de açúcar eálcool. Consequentemente, para poder so-breviver, os produtores de cachaça, agoraem menor número, iniciaram uma fabrica-ção mais esmerada, agregando qualidadenão somente à sua lavoura de cana-de-açú-car, mas principalmente a todo seu sistemaindustrial.Recentemente, os produtores da região dePiracicaba fundaram a Aspac – Associa-ção Paulista das Cachaças, da qual o se-nhor foi eleito presidente. O que é a Aspac?

veja

mais

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m vez de criatividade para traçar pla-nos de marketing ou argúcia para ne-gociar com fornecedores e clientes, oempresariado brasileiro teve é que se

valer de um equilíbrio digno dos saltimbancos paraatravessar 2001. Há um ano, era impossível preverque o exercício que está acabando pudesse ser tãocomplicado. O quase-consenso era de que em 2001haveria a continuidade dos bons resultados colhidosem 2000. Tal quadro era desenhado mesmo com acrise argentina e a retração na economia americanajá se configurando de maneira inequívoca.

Focos de apreensão desse nível, que envolvem ocenário macroeconômico, são sempre previsíveis.Mas o forçado racionamento de energia elétrica caiucomo uma ducha de água fria sobre a atividade in-dustrial. Para piorar, veio em setembro a instabilida-de provocada pelos atentados terroristas nos Esta-

dos Unidos. E ainda se assistiu, em 2001, à desvalo-rização cambial e à elevação dos juros. Inevitável: asoma dos problemas fez as expectativas positivasirem para o limbo. Previsões de crescimento do PIBno exercício, entre 4% e 5% há um ano, sucumbiramà dura realidade. De acordo com recente estimativado Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas(IPEA), o ano fechará com evolução de cerca de1,7% do PIB. Numa análise técnica, vale dizer quenão haverá avanço econômico em termos reais.

Com esse panorama desfavorável, a performan-ce da cadeia de embalagem, em que se previa umano de crescimento palpável, termina em empatetécnico com 2000, em volumes e valores, com recei-ta em torno de 13 bilhões de reais. Até maio, os ne-gócios foram promissores. Depois, despencaram nocompasso dos acontecimentos inusitados. A crise doapagão e o efeito Bin Laden foram convidados desa-

O ano que vem traz chances de bons negóciosGuilherme Kamio e Leandro Haberli

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Perspectivas 2002

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2002gradáveis da festa. “Eles abalaram a cadeia inteira,

pois não geraram mudança no perfil de consumo,mas retração geral, em função de expectativas ne-gativas”, pondera Lucien Belmonte, superintenden-te da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro(Abividro). Vaivéns no preço da nafta também tira-ram o sono dos componentes da cadeia de embala-gem. “As oscilações são um câncer para nós, poisos transformadores não têm condições de reajustarpreços a toda hora”, diz Merheg Cachum, presiden-te da Associação Brasileira da Indústria do Plástico(Abiplast). “O repassse é um drama.”

Mesmo a recuperação do volume de negóciosem novembro, decorrente da reposição de es-toques e do aquecimento frente ao comérciode fim-de-ano, não foi suficiente paratranqüilizar o setor. “O ano para nós foizero a zero”, resume Sérgio Haberfeld,presidente da Associação Brasileira deEmbalagem (ABRE). “E isso não nosdeixa satisfeitos.”

O ano que vem, porém,traz a perspectiva de me-lhora nos negócios. OIPEA e o FMI prevêemcrescimento de 2,4% e2%, respectivamente, noPIB brasileiro para 2002.A opinião de Haberfeld ede representantes das entidades setoriais que parti-cipam da indústria de embalagem também é de me-lhora – prognóstico que já vem “vacinado” pela su-cessão de provações de 2001. Na verdade, muitosbaseiam a sensação de recuperação na incredulida-de de que seja possível enfrentar mais adversidadesque em 2001. “O ano que vem é eleitoral”, diz Wal-ter Derani, vice-presidente de Papelcartão da Asso-ciação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).“Portanto, há a expectativa de que o governo invis-ta, que haja taxas de crescimento maiores que asdeste ano, e isso vai ser favorável para todos os se-tores.” Sérgio Haberfeld alia ao fator eleitoral aCopa do Mundo, que “ajuda agerar um ânimo mais gastadorna população, refletindo forte-mente na área de embalagem”.

Segundo ele, a retomadade bons negócios do setor de-verá estar focada não em bensde consumo duráveis, mas nossegmentos de alimentos e be-

bidas, sobretudo os considerados supérfluos. En-tram nesse rol iogurtes, refrigerantes, sorvetes, can-dies e similares. “São produtos que têm grandes pi-cos de vendas quando sobra um dinheirinho”, argu-menta. Já Graham Wallis, presidente do instituto depesquisas de mercado Datamark, aposta fichas nomercado de águas minerais. “É um mercado comgrande potencial, cujo consumo já dobrou em volu-me desde 1995”, pondera. “Os sucos prontos parabeber também devem continuar crescendo, pois em2001 já evoluíram de maneira notável.”

Quatro pontos-chaveO setor de embalagem também estará de antena li-gada em quatro outros pontos-chave de 2002. Pri-

meiro, o desdobramento das ações para fo-mentar as exportações, com a concretização

das estratégias do Comitê deGestão da Câmara de ComércioExterior (Gecex) para incre-

mentar a balança comer-cial. O governo já anun-ciou que, nessa cruzada, aembalagem terá peso im-portante, como fator quepode agregar valor aosprodutos. Em segundolugar está a questão am-

biental, com a entrada emvigor, prevista para março, da Política Nacional deResíduos Sólidos, que estabelece regras para a co-leta e a destinação dos detritos urbanos. Expectati-va três: a espera por um aquecimento das fusões,aquisições e divisões de empresas de embalagem,seguindo as tendências divergentes de ampliação ede concentração de negócios em campos específi-cos. Por último, a cadeia de embalagem está liga-da na ameaça da continuidade da recessão nos paí-ses de economia forte. Já se sabe que o quadro nãodeverá assentar no primeiro semestre de 2002.“Isso pode levar o Brasil a uma fase negativa”, dizHaberfeld. “Afinal, uma pequena recessão lá fora

gera uma bruta pneumonia poraqui.”

A seguir, EMBALAGEMMAR-CA apresenta sintéticos balan-ços de como foi 2001 e o queesperar de 2002, segundo ossetores que trabalham com osprincipais materiais de embala-gem no país.

“Uma pequenarecessão láfora gera umabruta pneumo-nia por aqui”SérgioHaberfeld,presidenteda ABRE

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Metálicas: bons ventosAinda que integrem a indústria

siderúrgica brasileira, os fornecedo-res de folhas-de-flandres para a con-fecção de embalagens não estiveraminteiramente envolvidos com as dis-cussões em torno do protecionismo edas polêmicas leis antidumping ame-ricanas, alvo de grande parte dasatenções no setor em 2001. A expli-cação para isso é simples: mesmosendo um grande exportador de açobruto, o Brasil consome internamen-te quase que a totalidade dos lamina-dos de aço que produz para as indús-trias usuárias de embala-gens. Conquanto sem so-frer os efeitos da intransi-gência do comércio inter-nacional, a indústria bra-sileira de embalagens deaço terá de pensar na so-lução de outros dilemasno próximo exercício.

Um deles é a capaci-dade instalada de produ-ção do minério no Brasil,que está estagnada há dezanos, sem ultrapassar acasa das 30 milhões detoneladas anuais. Mas osetor de embalagens dá aentender que, se a mudan-ça de tal situação depen-desse apenas de seus re-sultados, a expansão játeria se concretizado.

Élio Cepollina, coordenadorgeral do Programa de Valorização eIncentivo ao Uso da EmbalagemMetálica (Prolata), lembra que o açotem aberto caminho em setores ini-magináveis para futurólogos de dezanos atrás. O exemplo mais recente éo das latas que começam a ser usa-das para acondicionar pet food. Ou-tra contribuição importante, ele diz,tem partido da CSN, que em 2001não deixou em nenhum momento de

exaltar as vantagens das latas de açopara bebidas, na tentativa de retomaro espaço perdido para o alumínio.“Além disso, a demanda de setoresque são tradicionais usuários de em-balagens de aço, como o de tintas,vernizes, conservas e atomatados,tem apresentado crescimento bemacima do PIB”, aponta Cepollina.Assim, a despeito de todos os pro-blemas que ameaçaram comprometero cenário macroeconômico brasileiroem 2001, o Prolata acredita que asprevisões de crescimento e de inves-

timentos na seara das em-balagens de aço não so-frerão qualquer tipo deretração.

Consumo baixoPor outro lado, a entida-de não tem dúvidas deque gastos com moderni-zação e massificaçãoprodutiva, calculados em8 milhões de dólares em2001, ainda constituemum ponto crítico no setor.Afinal, o Brasil apresen-ta um dos consumos percapita de laminados deaço para embalagensmais baixos do mundo:4,2 quilos anuais. NaUnião Européia, lembra

Cepollina, tal relaçãobate na casa dos 14 quilos por ano.Além de investimentos em produ-

ção, outro caminho para reverter estasituação continua sendo a aposta nochamado marketing premium, ouseja, ressaltar as possibilidades doaço para o emprego em embalagensde produtos sofisticados, como bis-coitos finos, chás, perfumes e até ar-tigos de vestuário. O embate tambémdeverá ser retomado no setor deóleos comestíveis, onde as latas de

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aço, que já representaram98% da categoria, agorasomam, em decorrência docrescimento do PET, 66%de participação.

Quadro paradoxalJá para a indústria do alu-mínio, o primeiro ano doséculo 21 trouxe à luz um quadro pa-radoxal. Segundo a Associação Bra-sileira do Alumínio (ABAL), no pri-meiro semestre de 2001 o consumodoméstico de transformados de alu-mínio cresceu 19,9% em relação aomesmo período do exercício ante-rior, atingindo 384 000 toneladas. Omercado de embalagens, novamentecatalisado pelas latas de bebidas, foium dos principais impulsionadoresdesta curva de crescimento.

Por outro lado, no mesmo perío-do, as exportações de alumínio re-gistraram queda de 10,2% em re-lação ao primeiro semestre de2000. Na segunda metade doano, a relação entre consumointerno e externo foi menos an-tagônica, mas não porque hou-vesse qualquer tipo de fôlegode reação. Na verdade, nos últi-mos seis meses de 2001 houvequeda de 8,5% no consumo do-méstico de transformados dealumínio. O arrefecimento foiconsiderado natural, por causado bug energético. Tal evento,aliás, teve impacto especial-mente negativo na indústria dealumínio, que é essencialmenteeletro-intensiva.

O que se pode esperar para2002 em termos de embalagensde alumínio são exatamenteações para diminuir a dependên-cia do Brasil com relação a insu-mos importados. É o que mostrou aAlcan, que passará a produzir inter-namente chapas para a confecçãodas tampas das latinhas – um merca-do estimado em 350 000 toneladas

por ano. Até então, a deman-da vinha sendo suprida inte-gralmente pela importação.

Em paralelo às tentativasde se tornar auto-suficiente,o Brasil também poderá verembalagens de alumínioacondicionando produtosmais variados. Nessa linha,

as especulações são de que impor-tantes nomes da indústria de pesca-dos já estariam desenvolvendo expe-riências com embalagens de alumí-nio para acondicionar, entre outros,sardinha e atum.

De olho em alimentosOs excelentes índices de reciclagemdas embalagens de alumínio podemcontribuir para que o material defato conquiste empresas do ramo ali-mentício. Vale lembrar que o Brasilé hoje o segundo país do mundo que

mais recicla as latas originadas dabauxita, com índice de 78%, e éesperada para muito breve a con-quista da liderança nesse quesi-to, ultrapassando o índice japo-nês, de 81%. Contribui paraessa expectativa o lançamentopioneiro, neste ano, do AlcanRecicla, portal na internet parafomentar a reciclagem de lati-nhas. O site cadastra comprado-res e interessados em vender la-tas, inclusive pequenas quanti-dades. Além disso, mostra a his-tória da lata de alumínio, seuprocesso de fabricação e de re-ciclagem e dados do setor.

Há também aguardados dé-buts no Brasil, casos de novospadrões de tampas para latas,anunciados pela Crown CorkEmbalagens e outras empresas

que seguem tendências mundiais,e de latas com tecnologia de auto-aquecimento ou auto-resfriamento,se a conjuntura permitir e houver in-teresse da indústria. Na Europa, elasjá são realidade.

“O aço tem abertocaminhosinimagináveisdez anosatrás”Élio Cepollina,coordenadordo Prolata

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Celulósicas: retomada

“Esperamos,em 2002,crescimento euma retomadagradual decotações”Boris Tabacof,presidente daBracelpa

perança de que haverá crescimento,e que em 2002 poderá haver uma re-tomada gradual de cotações, já queos preços do setor já caíram cerca de40% no período de 1999 para cá.Para os setores mais específicos,correlatos à Bracelpa, a expectativapor crescimento também é grande.“Acredito que o próximo exercício

deva ser mais constante, crescen-te do começo para o fim”,

prevê Walter Derani, vice-presidente de Papelcartãoda Bracelpa.

Papelão crescePor sua vez, o presidenteda Associação Brasileirado Papelão Ondulado(ABPO), Paulo SérgioPeres, espera que 2001registre números próxi-mos aos excelentes de2000. “Caso o PIB cresçaentre 2,5% e 3%, aguar-damos um crescimentode até 5% para 2002”,diz Peres. O otimismo sedeve ao fato de que,mesmo com vaivens de2001, o desempenho dosetor foi significativo –o faturamento previsto

é de 2,3 bilhões de reais,com um volume vendido de 1,757milhões de toneladas.

No que diz respeito a tendênciasque deverão se intensificar em 2002no país, uma aposta certa é a intensi-

Apesar dos problemas de ordemeconômica, o ano passa ao largo determinar trágico para as indústriasque comandam a produção de emba-lagens derivadas de materiais celu-lósicos. De acordo com as entidadesde classe que representam os di-ferentes setores da indústriade celulose e papel, foi pos-sível “assimilar” os golpessofridos em 2001, como di-ria o jargão dos boxeadores.

Globalizado desde 1970,o setor se beneficiou dadesvalorização cambial,que se acentuou no meio doano e que contrabalançouperdas no mercado interno.“Ela compensou a quedade preços e teve o efeitoadicional de desestimular aimportação”, explica opresidente da AssociaçãoBrasileira de Celulose ePapel (Bracelpa), BorisTabacof. Isso ajudou naobtenção de um saldo de1,7 bilhão de dólares nabalança comercial do se-tor em 2001, um cresci-mento de 8,6% em rela-ção ao exercício anterior.Em termos de volumes deprodução, estatísticaspreliminares dão contade que 2001 fechará com 2,2% a me-nos de celulose produzida que em2000, mas com aumento da produ-ção de papel de 1,3%. A indústria deembalagem ainda continua sendo aprincipal consumidora do setor, comparticipação de 48%.

O turbilhão de acontecimentosinusitados de 2001 faz a perspectivapara o próximo ano ser “menos oti-mista do que a que predominava noano passado”, como confessa Taba-cof. Mesmo assim, ainda existe a es-

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ficação das ações empresariais emduas vertentes principais, a da buscade escala de produção e a da concen-tração de foco em segmentos especí-ficos – celulose, papel, papéis sani-tários, papéis editoriais e embala-gens. Tabacof aponta que este cami-nho já está sendo percorrido atravésde grandes fusões em nível mundiale também em associações, acordosestratégicos e aquisições no Brasil.Dentre estes movimentos, alguns jáestão refletindo diretamente na ca-deia de embalagem, como a aquisi-ção da Igaras pela Klabin, a entradada VCP como acionista da Aracruz ea incorporação plena daBahia Sul pela Cia. Suza-no. No cenário interna-cional, destaque para aesperada concretizaçãoda fusão entre a Mead e aWestvaco. Também valelembrar que há bons si-nais de que a atuação deempresas internacionaisno país aumente.

Em termos de implica-ções no mercado de bensde consumo, as indústriasque trabalham com papelcartão sentem cheiro debons negócios. Após umano de turbulência, o mer-cado de congelados deveretomar seu crescimento,elevando a necessidade decartuchos. E lançamentosde produtos são outro ni-cho de oportunidades.“Neste ano houve a entrada deprodutos orgânicos e outros oriun-dos da agricultura em embalagem depapel cartão”, lembra Walter Derani.

Caixinhas em altaOutro ponto que vale ressaltar é quea escalada das embalagens assépti-cas cartonadas deve crescer, manten-do o avanço que aconteceu em 2001.Vale lembrar que a multinacional

sueca Tetra Pak aproveitou oracionamento de energia elétricacomo uma oportunidade mer-cadológica, e entrou com força nosegmento de polpas de frutas, valen-do-se do argumento de que produtos

acondicionados em suas embala-gens dispensam refrige-ração. Suas caixinhas tam-bém marcam presença cadavez mais acachapante emsucos prontos, categoriaque terá atenção especialda empresa em 2002. Umacampanha de marketingpara o verão enfocando ossucos já foi anunciada,tendo em vista o cresci-mento de mais de 50% dovolume de embalagens daempresa destinados a essemercado em 2001. Alémdisso, sabe-se que a TetraPak quer difundir suas em-balagens Tetra Rex, aque-las comumente usadas emleites e sucos, para acondi-cionar alimentos. Já a con-corrente SIG Combiblocdeve iniciar a construção desua planta local, para

aumentar sua capacidade defornecimento.

No mais, também é importanteressaltar a continuidade dos esforçosdas empresas que trabalham comembalagens flexíveis de papel naconcorrência com as plásticas. Nes-se campo, a VCP e a MD Papéis de-vem consolidar lançamentos e refor-çar a comunicação dos atributos domaterial celulósico.

“O próximoano deve ser maisconstante”Walter Derani,vice-presi-dente dePapelcartãoda Bracelpa

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Plásticos: tranqüilidadeÀ exceção do primeiro trimestre, o

ano que passou não foi bom para o setorde transformação de plásticos. O pesonegativo do exercício pode ser medidopelo fato de que, segundo Merheg Ca-chum, presidente da Associação Brasi-leira da Indústria do Plástico (Abiplast),2001 quebra o crescimento médio de10% dos últimos dez anos. “Mais que acrise de energia, o problema argentinofoi gravíssimo para nós”, apontaCachum. “O reajuste da naftatambém criou desequilíbrio.”

Contudo, na contramão doque se poderia supor, 2002 éprevisto como bem menos es-tarrecedor. Além da esperançade avanços na economia, o oti-mismo se justifica por aspectosmais palpáveis. Nessa direção,uma das ações previstas pelaAbiplast é o fortalecimento deparcerias entre transformado-res e produtores de resinas,para evitar qüiproquós comoos noticiados em 2001, envol-vendo oferta de commoditiescomo o PVC e o polietileno, efazer caminhar a política de ex-portação do setor.

Sobre a necessidade de me-lhorar o saldo da balança co-mercial brasileira, aliás, Ca-chum sinaliza ações do setorplástico em busca de saídas para ex-portar produtos com maior valor agrega-do. Esse objetivo, diz ele, é comum aosprodutores de resinas e aos cerca de6 500 transformadores que compõem aentidade de classe que representa. “Te-mos de reforçar a comunicação de queembalagens plásticas bem trabalhadasenobrecem produtos”, pontifica.

Para alcançar tal cenário, porém, Ca-chum alerta para a necessidade de inves-timentos imediatos e agressivos parapoder competir tecnologicamente emnível mundial, principalmente na aquisi-

ção de novas máquinas, campo em queos financiamentos são essenciais.

Além de acalentado por esperançasde solidificação de uma política eficien-te de exportações, o pseudo-otimismoda indústria plástica com relação a 2002é reforçado pela aparente tranqüilidadeque o setor enfrenta na oferta de resinas,inclusive o PET. Tal percepção deve-seaos recentes investimentos das petroquí-micas em aumento de capacidade insta-lada e em tecnologia.

Enfim, PET em cerveja?Com relação ao PET, por sinal, há aexpectativa de que, em 2002, o materialseja, finalmente, empregado pelas cer-vejarias. Se isso ocorrer, certamente as

previsões de consumo do materialneste ano serão maiores do que asprojetadas pela Associação Brasi-leira dos Fabricantes de Embala-gens de PET (Abepet). A entidadeestima um crescimento em tornode 6% sobre as 270 000 tonela-das de PET consumidas em for-ma de embalagens no ano quefinda. Um ponto positivo em2001, brandido por AlfredoSette, presidente da Abepet, éque foram reaproveitadas89 000 toneladas do material,um incremento de 31% sobre oresultado de 2000.

E tudo indica que em 2002haverá intensa movimentação

nas empresas de embalagem liga-das à resina. A transformadora Si-

nimplast, por exemplo, já anunciouque pretende inaugurar mais três plantasindustriais, resultado direto do aqueci-mento do mercado de personal care.Por sua vez, a Alcoa quer inaugurarmais uma fábrica de tampas para garra-fas de PET, inclusive nacionalizando aprodução de fechamentos até agora so-mente importados, como o Sports Lok –um estímulo pelo retorno dos negócios

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junto ao segmento de águasminerais, para o qual há previ-são de que 2001 feche com umcrescimento de 7% na deman-da por tampas. Grandes fusõese aquisições, como as que en-volveram o grupo SIG em2001, e até cisões, como a dafornecedora de resina East-man, postergada para meados de 2002,também não serão surpresas.

O setor de PVC também antevê um2002 de conquistas no campo da emba-lagem. Miguel Bahiense Neto, coorde-nador técnico do Instituto do PVC, crêno crescimento da procura pelas empre-sas de bebidas. Um indício: as embala-gens para água mineral, com capacida-de para 3 e 5 litros, estão sendo retoma-das. O consumo de chapas rígidas paraa formação de blisters continua forte,

assim como o de filmes flexí-veis de PVC para alimentos.

Falando em filmes plásti-cos, o ano também não foi bom.O quadro recessivo diminuiu aspossibilidades de migração desistemas de embalagem, e pe-saram as oscilações nos custosde matérias-primas. Tal fragili-

dade econômica, diz Sérgio Haberfeld,presidente da Associação Brasileira dasIndústrias de Embalagens FlexíveisPlásticas (ABIEF), ainda impede a en-trada de esperados sistemas, como osstand-up pouches, em larga escala nopaís. “Está difícil investir em máquinascaras, do tipo form-fill-seal”, diz. Masos bons ventos para os filmes plásticos,tanto em flow-packs como em rótulos,especialmente os auto-adesivos deBOPP, certamente continuam em 2002.

“Vamos fortale-cer parcerias eajudar no quefor preciso paraexportar mais”MerhegCachum, presidenteda Abiplast

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Problemas comuns aos outros seto-res componentes da cadeia de mate-riais de embalagem em 2001 se abate-ram sobre a indústria vidreira. Varia-ções de humor do mercado, reflexosda crise na oferta de energia elétrica edo “efeito Bin Laden”, melaram a ex-pectativa do setor de um ano mais quepromissor, perspectiva que havia sidosedimentada pelos bons indicadoresdeixados pelo desempenho de 2000.

O primeiro revés aconteceu em fe-vereiro. Foi um mês problemático paraas vidrarias, no qual houve uma gran-de oscilação de estoques, tanto no va-rejo quanto nos engarrafadores. Passa-do o mês do Carnaval, houve recupe-ração de vendas, pois grandes produto-res de bebidas anteciparam comprasem junho, julho e agosto, aumentandoestoques frente ao medo do raciona-mento. O mercado se acomodou e tudovoltou aos patamares registrados em2000, até meados de setembro. A ten-são na política mundial foi o estopimpara uma grande retração no penúlti-mo bimestre do ano.

Ano empatadoPara configurar de vez o sobe-e-desceque foi 2001, novembro trouxe umarecuperação de vendas alentadora parao setor vidreiro. “Frente às nuvens ne-gras carregadas que chegamos a avis-tar, o ano até que termina com um ce-nário razoável”, diz Lucien Belmonte,superintendente da Associação Brasi-leira das Indústrias de Vidro (Abivi-dro). Pelos cálculos do executivo, oano deve fechar “um pouco abaixo de2000, ou empatado, em termos de to-neladas de vidro fundidas”.

Mesmo que o ano não tenha sido devacas gordas, pipocaram bons sinaispara as embalagens de vidro. Belmon-te dá alguns exemplos. “Houve recu-peração de mercados, como nas voltasda maionese Maionegg’s e do Gatora-

de à embalagem de vidro, a Coca-Colareativou sua garrafa Contour e novosprodutos, como o Choko Milk, foramlançados em recipientes feitos do ma-terial.” De acordo com Belmonte, osalimentos puxaram bastante as vendasde embalagens em 2001, através depotes. A indústria de cosméticos tam-bém intensificou o uso do vidro, e ainfluência na área de bebidas continuaforte. “Nos aproximamos mais dosclientes neste ano, consolidando par-cerias”, explica Belmonte.

As parcerias também vêm dando otom no quesito reciclagem. AAbividrovem formando alianças com entidadesassistenciais para maximizar a coletade embalagens, e está em andamentoum estudo para potencializar o índicede reciclagem no país, que fecha em2001 perto dos 42%. “Vamos intensi-ficar a infra-estrutura e a logística decoleta e de recebimento e a comunica-ção”, adianta Belmonte. E mesmo emum ano de retração, não houve altera-ção no volume de investimentos dosetor em tecnologia e em bens de capi-tal, pois, como ele aponta, “a indústriavidreira depende de um ciclo perma-nente de injeção de recursos”. Para2002, a projeção é de recuperação gra-dual de mercado. Mas, assim comooutros setores industriais, a indústriavidreira prefere não arriscar prognós-ticos. “Não prevemos tempestadesmaiores, mas também é difícil dizerque teremos um lugar garantido aosol”, pontifica o executivo.

Vidro espera recuperação

“O setor vaiintensificar ainfra-estrutura e a logísticade coleta” LucienBelmonte,superintendenteda Abividro

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Label Brasil 2002 – 1º Fórumde Empresários e Executivosdo Mercado de Auto-adesi-vos, realizado dia 13 de no-

vembro no Grand Hotel Mercure, em SãoPaulo, comprovou mais uma vez uma dasprincipais tendências em embalagem: ocrescimento do uso de auto-adesivos eseu forte potencial de expansão no Brasil.Promovido pela Sala 21, com patrocínioda Divisão Fasson da Avery Dennison eapoio de EMBALAGEM MARCA e daABIEA – Associação Brasileira das In-dústrias de Etiquetas Adesivas, o eventomostrou também quanto o setor está deci-dido a aumentar sua participação no mer-cado de rótulos de embalagens, num mo-vimento em que as palavras-chave sãoqualidade, eficiência e produtividade.

Geração de negóciosCom a participação de 150 empresários eexecutivos do setor, o Label Brasil’02 re-presentou não só uma oportunidade paratroca de experiências e networking, mastambém um instrumento de geração e de-senvolvimento de negócios. Durante oFórum ficou claro que, hoje, os principaisagentes do setor buscam o caminho dainovação e da superação de limites, paragarantir o melhor desempenho dasempresas em si e do segmentoem seu conjunto.

Felipe Soto, general ma-nager da Divisão Fasson daAvery Dennison para o Mer-cosul, abriu os trabalhos, desta-cando a importância de uma atitudeconjunta do segmento que antecipe as ne-cessidades dos clientes e defenda a lide-rança dos auto-adesivos como soluçãoideal para o consumidor final.

As duas palestras seguintes abordarama situação que aflige a todos os profissio-

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nais da área: os aspectos tributários doproduto/serviço. Celso Gazioli, consultorda PriceWaterhouseCoopers, e EdisonAurélio Corazza, diretor jurídico do escri-tório Castro, Campos & Advogados, mos-traram como os tributos são cruciais paraa indústria de auto-adesivos.

Gazioli focou sua palestra nos tributosindiretos e na caracterização da indústriapara fins tributários. Corazza apresentouos possíveis impactos da Norma Antielisi-va para o setor e para a própria atividade

do planejamento tributário. O es-clarecimento dessas questões,

com expressiva contribuiçãodos empresários presentes,também reflete a postura

cada vez mais dirigida para aeficiência administrativa no

campo da tributação. Nesse cenário, a competitividade exige

redução e controle precisos de custos,como demonstrou o professor da FGVStavros Xanthopoylos. Para ele, já exis-tem instrumentos e tecnologias capazes decontrolar e reduzir custos de modo eficaz

Produtividade, qualidade e eficiência são os eixos do Label Brasil

auto-adesivos

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Meta: crescer mais

Um intervalo paracafé no Label’02: troca de cartões ede experiênciasentre profissionais

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e seguro, com ganhos de produtividade,que a princípio podem parecer distantesda realidade de empresas de médio e pe-queno porte – mas integram um modelogerencial irreversível para qualquer em-presa que deseje competir na economiaatual. “A alocação de custos fixos e variá-veis deve fazer parte de uma compreen-são integrada de gestão financeira e ges-tão operacional, evitando a tradicional di-visão de conta em partes iguais”, afir-mou. O aspecto mais importante discuti-do por Xanthopoylos, porém, foi a ques-tão da produtividade. “Existe uma grandediferença entre manter a máquina ligada24 horas e produzir com eficiência”, lem-brou. A seu ver, “mudar esse conceito de-pende de vocação para aceitar novasidéias e de uma atuação bem próxima dosfornecedores, para que a mudança sejafruto de um mecanismo ganha-ganha”.

As necessidades dos clientes tambémsão fundamentais. Isso ficou claro na pa-lestra de Antonio Carlos Cabral, gerentede desenvolvimento de embalagens daUnilever Bestfoods e coordenador docurso de pós-graduação em embalagensno Instituto Mauá. Ao elencar suas neces-sidades, ele deixou uma mensagem: “Es-tamos atrás de novas idéias, de uma ‘dife-renciação diferente’, de embalagens nãoconvencionais e criativas”.

Por sua vez, Mário Luiz Ramos, dire-tor de compras da Kodak, afirmou que aempresa investe pesadamente na relaçãocom fornecedores e abre espaço para ou-vir o que seus parceiros têm a dizer. “Oobjetivo principal não é reduzir custos nacotação de preços”, disse. “A eficiência éum conceito muito mais amplo, que en-volve principalmente o aumento da pro-

dutividade a partir de idéias que possammelhorar os resultados operacionais”.

Paulo Pereira, cientista de embalagemda Johnson&Johnson, apresentou o casedo enxaguatório bucal Reach, que rece-beu o Prêmio Abre na categoria Rede-sign, com rótulo desenvolvido em parce-ria com a Prodesmaq. Ao descrever o tra-balho de atualização da embalagem, eledestacou a importância de um suportepara atendimento de dúvidas sobre auto-adesivos, especificação do produto, testee análises na fase de escolha.

Outro destaque do evento foi a pales-tra de Flávio Botana, ombudsman daBurti Gráficos, ilustrada com exemplospráticos. Sua apresentação praticamentesintetizou o processo de modernização eprofissionalização da empresa e visoumotivar os executivos da área a cada vezmais se superarem na busca de qualidade,produtividade e lucratividade nos seusnegócios. “A dica de sucesso da BurtiGráficos é uma só: inovação e ousadia.”

Mais vendasO evento foi encerrado com um painelsobre tendências e oportunidades para2002, do qual participaram Nelson Jocio-nis, presidente da Prodesmaq, DavidsonGuilherme Tomé, vice-presidente daABIEA e diretor presidente da Sangar,Paulo Pereira, da Johnson&Johnson, Má-rio Luiz Ramos, diretor de compras daKodak, e Felipe Soto, general manager daDivisão Fasson da Avery Dennison para oMercosul. Nesse bloco, o otimismo foievidente. Embora houvesse resquícios dosusto causado pela crise que englobou aredução da atividade americana, o pro-blema energético brasileiro e a dramáticasituação da Argentina, as intervençõesdos palestrantes não sinalizavam receioou preocupação. Ao contrário, apontavampara mais vendas e crescimento do mer-cado de auto-adesivos em 2002. Afinal ogrande aliado desse segmento é o consu-midor final, que toma a decisão de com-prar ou não o produto. E não há como ne-gar que o rótulo auto-adesivo já mostrouo poder que exerce sobre essa decisão.

Colaboração: Clêmie Blaud, diretora da Sala 21

150 executivose diretores deempresas do setor lotaram oespaço do evento

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ois importantes acontecimentos realizados recentemente em São Paulo, com abrangência não só nacional,mas também internacional, mostraram mais uma vez que, também na área gráfica, a embalagem ganhaimportância, como instrumento que é de valorização de produtos e de marcas. Esses dois eventos são aspremiações dadas todos os anos pela Abigraf -- Associação Brasileira da Indústria Gráfica e pela ABflexo --

Associação Brasileira Técnica de Flexografia às empresas que melhor desempenho tiveram em seus segmentos.

Abigraf e ABflexo fazem as grandes homenagens de suas áreas

prêmios

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As festas gráficas

A 11ª edição do Prêmio Fernando Pini de Excelên-cia Gráfica, cujos vencedores foram conhecidos dia 29de novembro último, apresentou abrangentes mudançasem relação às anteriores, e muitas das novidades refe-rem-se ao segmento de embalagens. Com o intuito deaumentar o foco do evento, a ABTG (Associação Bra-sileira de Tecnologia Gráfica), organizadora do Prêmiodesde sua primeira edição, optou em 2001 por dividir oconcurso em doze segmentos.

O número de categorias foi reduzido, caindo de 62para 55. Como prova de que o mer-cado de embalagens tem importân-cia crescente na indústria gráfica, foicriada a categoria embalagens e kitspromocionais. Por outro lado, cate-gorias como etiquetas, adesivos edecalques foram fundidas às de ca-tálogos promocionais e de arte, car-tões de visita e papelaria. As empre-sas de rótulos auto-adesivos, por suavez, ganharam um segmento exclu-sivo: produtos para identificação.

Os 1 400 convidados que compareceram ao Olím-pia, casa de espetáculos onde se realizou a festa de pre-miação, testemunharam algumas das razões que torna-ram o Prêmio Fernando Pini o mais importante concur-so do setor no país. Neste ano, 265 trabalhos, produzi-dos por 83 empresas, sagraram-se finalistas. Foram es-colhidos entre 1 235 peças inscritas, 11% mais do queem 2000. A Gráfica Burti foi a empresa mais premiada,com doze troféus, no segmento acondicionamento, doqual faz parte a categoria de embalagens. No ano pas-sado, a líder foi a Takano, que nesta edição empatou emsegundo lugar com a Pancrom, com seis prêmios cada.

Este ano o Prêmio Pini conquistou a certificação ISO9002, dias antes do desfecho do concurso.

OS PREMIADOSEstes foram os vencedores na área de embalagem:Rótulos Convencionais- Gráfica Rami, com Vinagrede Álcool, da Vinagre Castelo; Rótulos com EfeitosEspeciais- Brasilgráfica Indústria e Comércio, comRótulo e Contra-Rótulo Brandy Domecq 1 000ml, daAllied Domecq Brasil; Etiquetas, Adesivos e Decal-

ques- Novelprint, com FigurinhasOnde Está o Vermelho M&M, daEffem do Brasil; EmbalagensSemi-Rígidas Convencionais-Kingraf Artes Gráficas em Geral,com Duplo Duplo, da ChlorophillaPhytocosméticos; Embalagens Se-mi-Rígidas Convencionais comEfeitos Especiais- Takano EditoraGráfica, com Caixa Johnnie Wal-ker Gold Label, da Leo Burnett Pu-blicidade; Embalagens de Mi-

croondulados- Jofer Embalagens, com Gradiente, daGradiente; Embalagens e Kits Promocionais- Pan-crom Indústria Gráfica, com Kit Mulher e Poesia porVinicius de Moraes, da Avon Cosméticos; EmbalagensImpressas em Suportes Rígidos Não-Celulósicos-Cia. Metalúrgica Prada, com Tomatelli Peixe MolhoPronto para Pizza lata 155 x 178, da Cirio Brasil; Em-balagens Flexíveis- Empax Embalagens, com LizaGirassol, da Cargill Agrícola; Sacolas- Antilhas Em-balagens Editora e Gráfica, com Sacola G Kopenha-gen, da Chocolates Kopenhagen ; Sacolas- Antilhas,com Sacola M Suzano, da Antilhas.

Edição 2001 do Prêmio Pini amplia foco na embalagem

Importância crescente

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36– EMBALAGEMMARCA • dez 2001/jan 2002

Ação em EMBALAGEMMARCA se inscreve e ganha Prêmio ABflexo 2001 no ato

Troféu conquistado na primeira!

Praticamente uma semana depois do início de circu-lação da revista EMBALAGEMMARCA de outubro de2000, o encarte nela veiculado que inaugurou o ProjetoFlexofilm e Design classificou-se entre 294 amostrasselecionadas para o Prêmio Qualidade Flexo 2001.Concedido pela ABflexo (Associação Brasileira Técni-ca de Flexografia), o prêmio é o mais importante do se-tor. Logo depois, no dia 6 de dezembro, o projeto foiuma das 38 peças premiadas.

A inscrição do projeto, que terá um total de seisações destinadas a mostrar os avanços da impressãoflexográfica, foi feita na categoria Encarte Espe-cial pela Arco Convert, uma das empresasdele participantes e que imprimiu o encarte eo envelope para a postagem da revista. Asoutras são: Flexopower, Fotograv, PackingDesign, Tupahue Tintas e Votocel. Posterior-mente a DuPont e a Liofol aderiram.

Eugênio Giacomelli, diretor da Arco Con-vert, recebeu o troféu durante jantar com showrealizado no Buffet Umberto, com a presen-ça de mais de 500 pessoas, quando foi en-tregue também o prêmio Top em Flexo(melhor trabalho do ano), ganhopela Antilhas Embalagens, com asacola Harry Potter Side Play.

OS PREMIADOSOs vencedores do Prêmio Qualidade Flexo 2001, emsuas respectivas categorias, foram os seguintes:Cartões e Cartolinas (Policromia) – 1º) sabão em pó,Rigesa Celulose, Papel e Embalagens; 2º) amostra“Harry Potter Hat”, Papéis Amália; “Urso Natal”,Agassete Ind. e Com.; Desempenho EspecialEscolas (Policromia)– 1º) amostra “TestForm”, Escola Senai Theobaldo de Ni-gris, São Paulo; 2º) II Encontro Automoti-vo, Escola Senai de Vila Canaã, Goiás; De-sempenho Especial Nacional (Policromia)– 1º) Kaiser Bock 2001, Papéis Amália; 2º)amostra “Periquitos da Amazônia”, RotatekEquipamentos Gráficos; 3º) “Encarte Flexo-film e Design” veiculado em EMBALAGEMMARCA

nº 28, Arco Convert Ind. Téc. de ConversãoLtda.; Etiquetas e Rótulos em Filmes Flexíveis(Policromia) – 1º) “Tecnologia a seu Alcance”,Prakolar; 2º) amostra “Girassol”, Uniflexo; 3º) fi-gurinha “Onde está o vermelho?”, Novelprint; Eti-

quetas e Rótulos em Papel (Policromia)– 1º) xampuSanol Dog, Hervás; 2º) amostra “Baden Baden Gold”,Grif Etiquetas Adesivas: 3º) “Anne Claire”, Grif; Eti-quetas e Rótulos – Filmes Flexíveis (Traço)– 1º) xam-pu Moiré, Igel; 2º) amostra “Avon Kids”, Grif; 3º)“Baby Clean”, Prakolar; Etiquetas e Rótulos em Pa-pel (Traço) – 1º) Casa Balduga “Franc Seculum”,Igel; 2º) Vale-Transporte Seturn, Moore Brasil; 3º)“Frisa”, RR Ind. e Com. de Etiquetas; Filmes Flexí-

veis (Policromia)– 1º) Friskies Alpo Ovelha Arroze Vegetais, Canguru Embalagens Criciúma;

2º) amostra “Café Moka Tradicional”,Copérnico; 3º) Elma Chips Baconzitos,Itap Bemis; Filmes Flexíveis (Traço)– 1º) Santal Active Guaraná, Unifle-xo; 2º) amostra “Santa Cerva”, Pa-péis Amália; 3º) Nestlé Toffees, Co-pérnico; Papel (Policromia)– 1º) Sa-

cola Harry Potter Side Play, Antilhas;2º) amostra “Madrugada”, SacotemEmbalagens.; 3º) “Panco Bom Dia”,Moskéti; Papel (Traço)– Toalha BabyZoo, Papéis Amália; 2º) amostra

“Band Aid Taz”, Finepack; 3º) Pi-poca Planeta dos Macacos, Vetor-pel; Papelão Ondulado (Policro-mia) – 1º) Purificador de Água, Ri-

gesa; 2º) amostra Copimax Laser Matte,Orsa Celulose Papel e Embalagens; 3º) Copimax La-ser Gloss, Orsa; Papelão Ondulado (Traço)– 1º) WestCoast, Cartonagem Jauense; 2º) amostra “Chokito”,Orsa; 3º) Citrus Sete, Rigesa.

Prêmio dado à impressãoem filme, com alta definição

STUDIO AG

– ANDRÉ GO

DOY

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tarefa não é fácil, mas a OPPQuímica, líder sul-americanana produção de resinas e espe-cialidades termoplásticas, quer

a todo custo atingir independência tecnoló-gica nos processos em que gravitam seusnegócios. Esse desejo é facilmente percebi-do através dos números que regem apolítica de injeção tecnológica daempresa controlada pelo grupoOdebrecht. Nos últimos dez anosforam investidos cerca de 70 mi-lhões de dólares em ativos fixos tecno-lógicos, e até o final deste ano mais 2,3milhões de dólares serão destinados àpesquisa e ao desenvolvimento paraavanços qualitativos na produção. Na ver-dade, a OPP ensaia a abertura de suas pró-ximas unidades industriais já em regime deauto-suficiência em tecnologia.

Essas novas unidades seriam o pólo pe-troquímico na região de Puerto Suárez–Co-rumbá, fronteira do Brasil com a Bolívia,cujo início das atividades está previsto para2006 e que deverá produzir cerca de 600000 toneladas por ano de polietileno, e a

Companhia Petroquímica Paulista (CPP),parceria entre a OPP e a Petrobras que devecomeçar a funcionar em cinco anos, atravésda construção de uma unidade de fabricação

de polipropileno em Paulínia (SP). “Hámeia dúzia de empresas no mundo

que são detentoras relevantes detecnologia em poliolefinas, e nossameta é estar entre elas”, diz Osval-

do Deiro, vice-presidente industriale de tecnologia da OPP Química.

Atualmente, a área de Pesquisa, Desen-volvimento e Engenharia da OPP conta complantas piloto e equipes de engenharia deprocesso em Maceió (AL) e em Camaçari(BA), para pesquisas de PVC, e em Triunfo(RS), para pesquisas envolvendo polietilenoe polipropileno. Também foi inaugurado emSão Paulo, recentemente, o Centro Técnicode Serviços, dedicado a suprir necessidadestécnicas dos clientes quanto a compostos eprodutos de PVC. Ao lado dos investimen-tos em equipe e instrumentos, a base tecno-lógica da OPPmantém-se atualizada atravésde convênios e parcerias com universidadesno Brasil e no exterior.

OPP corre atrás de auto-suficiência tecnológica em resinas

resinas

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Desejada independência

OPP Química(11) 3443-9621www.opp.com.br IL

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42 – EMBALAGEMMARCA • dez 2001/jan 2002

A TME está incrementando sua

linha de embalagens para cos-

méticos dando ênfase a produtos

que personalizam os universos

masculino e feminino. Entre os

lançamentos, quatro produtos se

destacam. Para as mulheres, o

conjunto de estojos Atrium, a li-

nha Futura e a tampa Diamante

(foto). Os estojos das linhas

Atrium e Futura, para produtos

de maquiagem, são fabricados

em plástico ABS ou PSAI, e po-

dem levar acabamentos espe-

ciais, como metalização. Por sua

vez, a tampa Diamante é feita

com a resina Surlyn, da Du Pont,

com válvula de 15mm, e é com-

posta por colar e sobre-tampa. A

peça foi desenhada para remeter

a uma jóia, e passa a sensação

de transparência. Já no grupo

dedicado aos produtos para ho-

mens, a tampa Domini chama a

atenção pelo detalhe, que lem-

bra um prendedor de gravata.

Também feita com Surlyn e com

válvula de 15mm, passa a idéia

de virilidade.

(11) 4174-3200

www.tmeplasticos.com.br

Duas ações de cunho social da Cam-

panha do Papelcartão para embala-

gens estão chamando a atenção da

população no fim de 2001. Primeiro,

transeuntes paulistanos estão se de-

parando, desde novembro, com out-

doors que visam contribuir para a

minimização do problema dos alaga-

mentos. “Ajude a evitar enchentes.

Não jogue lixo nas ruas” diz a peça,

criada pela agência The Group. A

mensagem final é “vamos reciclar a

Boa nova para os convertedores. AAltec está lançando a linha WebLi-ne de alinhadores de borda paramáquinas impressoras de bandalarga e estreita. Ela facilita o bobi-namento, o desbobinamento e fa-ses intermediárias de máquinas fle-xográficas, rotográficas, cortadei-ras e rebobinadeiras, entre outras,proporcionando precisão no ali-nhamento. Além disso, tem um ex-clusivo sistema automático de cen-tralização. Opera com os mais va-riados tipos de substrato, tais comoplásticos, papel, cartão, filmes ade-sivados, borracha e tecidos.(11) 5611-7393www.altec.com.br

Pelo social, Papelcartão em açãocidadania”. Em outra frente, a Cam-

panha pôs em prática a proposta de

construir a maior árvore natalina de

embalagens do material do mundo,

no Internacional Shopping, em Gua-

rulhos (SP). A população está sendo

convocada a doar embalagens usa-

das até 25 de dezembro, quando o

total arrecadado será destinado a

uma entidade assistencial. A idéia da

Campanha é inscrever a árvore no li-

vro de recordes Guiness.

MASCULINO E FEMININOWeb-catadora

Já está no ar, ou melhor, na web, o

AlcanRecicla, projeto da empresa do

setor de alumínio para fomentar a

reciclagem das embalagens feitas

com o material. O endereço funciona

como um portal para a comercializa-

ção de latinhas, através do cadastra-

mento de compradores e de interes-

sados em vendê-las – inclusive em

pequenas quantidades. Além disso,

é possível conhecer no site a histó-

ria da lata de alumínio, seu processo

de fabricação e de reciclagem e con-

ferir dados do setor no Brasil.

www.alcanrecicla.com.br

Com a borda certa

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Maçã modernizadaDe olho no mercado de su-cos prontos, cujas vendascrescem consideravelmenteno verão, a Yakult reformu-lou as embalagens de seusuco de maçã, um dosseus principais produtosalimentícios, depois dosleites fermentados. Nonovo projeto, as maçãs

adquiriram contornos maisrealistas, e o suco é repre-sentado por uma onda esti-lizada que envolve as fru-tas. O projeto foi desenvol-vido pela agência a10,que criou o layout sob me-dida para as cartonadasde 200ml, fornecidas pelagigante sueca Tetra Pak.

O tablete Stickadinho e os

confeitos Bib´s, produtos

da Neugebauer, agora po-

dem ser encontrados nas

caixas de bombons sorti-

dos da marca, que estão

chegando ao mercado na-

cional totalmente renova-

das. Além da inclusão

destes itens, as embala-

gens ganharam novo vi-

sual, que lhes garante

maior destaque e visibili-

dade nas gôndolas.

Direcionado para o públi-

co jovem, o Stickadinho é

um tablete de 12,5g, ela-

borado com chocolate

puro e recheio macio de

morango. Já os confeitos

Bib´s são bolinhas nos sa-

bores crocante, amendoim

e chocolate branco.

Com a renovação visual,

as embalagens trazem

agora em destaque um

“rio de chocolate”. Tam-

bém a logomarca se so-

bressai, com novo design

que lhe concedeu mais

evidência, volume e movi-

mento. Ela surge mergu-

lhada numa calda de cho-

colate, reforçando a princi-

pal matéria-prima dos pro-

dutos. O novo visual foi

desenvolvido pela Oz De-

sign. A embalagem é feita

em papel cartão duplex

pela Otomit.

REXONA INOVACada vezmais sortidos O desodorante roll-on

Oxygen, da Rexona, está

de cara nova. O design do

frasco é anatômico, e o

formato facilita o manu-

seio durante a aplicação.

O projeto também inclui o

novo formato da tampa,

que permite que o frasco

fique de cabeça para bai-

xo, possibilitando o apro-

veitamento máximo do

desodorante. O design

dos frascos foi desenvol-

vido internamente pelo

departamento de desen-

volvimento de embala-

gens da Unilever, envol-

vendo vários países e

dois anos de estudos.

FICHA TÉCNICA

ESFERA

MATERIAL: polipropileno

FORNECEDOR: Globalpack

FRASCO

MATERIAL: polipropileno

FORNECEDOR: Alcan

Packaging

RÓTULO

MATERIAL: polietileno

FORNECEDOR: Baumgarten

TÉCNICA DE IMPRESSÃO:

offset/silkscreen

TAMPA

MATERIAL: polipropileno

FORNECEDOR: Betts

REFRESCO EM PÓ (KEMON)O licenciamento de personagens não é mais novidade no

mundo do marketing, especialmente quando se fala em

embalagens desenvolvidas para crianças. Além de brinque-

dos, o mercado alimentício tem dado sucessivas provas de

que essa é uma receita de sucesso. Exemplo recente pode

ser visto na linha de refrescos em pó Tornado, da Arisco,

empresa controlada pela divisão alimentícia (Bestfoods) da

Unilever. Nas novas embalagens laminadas metálicas que

acondicionam o produto, fornecidas pela Diadema Embala-

gens, figuram personagens do desenho animado Poké-

mon. A idéia é fazer a garotada colecionar os envelopes, já

que os direitos de todos os 21 “monstrinhos” foram adqui-

ridos. O visual da linha ficou a cargo da MDesign.

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Almanaque

46 – EMBALAGEMMARCA • dez 2001/jan 2002

Força muscularUm dos objetos de uso maiscomum e de maior comodida-de nos dias atuais é o frasco deperfume com pump, que, deacordo com a linguagem técni-ca, consiste num “sistema aspi-rante premente e de pré-com-

pressão”. Quando não existiamessas coisas, para vaporizarperfumes usavam-se mesmovaporizadores. A compressãode uma bomba de borracha le-vava ar ao frasco de vidro porintermédio de um tubo.

Sem perda de caráterA aveia é um cereal de alto valornutrititivo que não fortalece ape-nas quem a consome, mas tam-bém quem a industrializa em for-ma pré-cozida, pronta para o con-sumo. Seria covardia dar o exem-plo da poderosa multinacionalque tem por símbolo o pregadorreligioso com seu chapéu incon-fundível. No Brasil, a Ferla, da L.Ferenczi Ind. e Com. Ltda., deSão Paulo, está completando 50anos mais saudável do que nunca.Neste meio século, sua caixinha

amarela de papel cartão, familiara pelo menos duas gerações debrasileiros, não parou de evoluir,sem perder os chamados equities,que numa tradução livre pode-riam ser chamados de “caráterdo produto”. Nas quatro versõesda embalagem ao longo dessetempo, o logotipo foi mantido. Em1998 foi introduzida uma foto doproduto pronto para consumo,isto é, appetite appeal. Para co-memorar o cinquentenário a mar-ca recebeu alto-relevo em 2001.

Ângulos variadosO enfoque não é o do envelope en-quanto embalagem, nem do seloenquanto rótulo ou da correspon-dência enquanto movimentação lo-gística. No entanto, o livro Selos,Viagens & Envelopes Selos Come-morativos do Brasil de 1900 a1942 – Um Capítulo da HistóriaPostal Brasileira, de autoria deLuiz Antônio Duff Azevedo, podeser lido também assim.É interessante observar, nas repro-duções dos envelopes que ilustramo belo volume, a evolução dessaque provavelmente é a mais presen-te embalagem no dia-a-dia das pes-soas e que só começou a ser usadapor volta de 1840. Voltados nosprimórdios apenas para atender àfunção primária da embalagem,que é transportar o conteúdo, logocomeçaram a servir como veículode propaganda,marketing e fixa-ção de marcas.Vale tambémapreciar a lutapela pontualida-de no transporteaéreo interconti-nental, quando aexpressão just-in-time serviriana melhor dashipóteses comoexemplo da pro-palada “pontualidade britânica”.Do ponto de vista histórico, a gran-de força do livro está no fato deabranger um período pouco estu-dado em nosso país – a PrimeiraRepública – mas de suma impor-tância para entender o Brasil atual.O livro foi publicado com apoiocultural do Banco Mercantil e daFinasa Leasing. A administraçãodo projeto é da Kavantan Associa-dos. O autor é diretor da Wheatondo Brasil e da Viton Embalagens.1959 1995 2001

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