embalagemmarca 142

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Ano XIII • Nº 142 • Junho 2011 • R$ 10,00 BEBIDAS Um conceito inédito surge na Europa: a garrafa cartonada asséptica INTERPACK Uma visão da feira mundial de embalagens fora do lugar comum EFEITOS Novos aditivos prometem facilitar o uso de frascos com visuais diferenciados EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 12 ANOS Reeditar embalagens antigas (mas com atributos contemporâneos) pode ajudar a vender De ontem para hoje

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Revista EmbalagemMarca Nº 142, edição especial de aniversário, de junho de 2011. Reportagem de capa: Produtos com design retrô.

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Ano XIII • Nº 142 • Junho 2011 • R$ 10,00

BEBIDASUm conceito inédito surge na Europa: a garrafa cartonada asséptica

IntErpAckUma visão da feira mundial de embalagens fora do lugar comum

EfEItoSNovos aditivos prometem facilitar o uso de frascos com visuais diferenciados

EDIÇÃo ESpEcIALDE AnIVErSÁrIo

12 AnoS

Reeditar embalagens antigas (mas com atributos contemporâneos) pode ajudar a vender

De ontem para hoje

Junho 2011 | 3

EditorialUMA conVErSA coM o LEItor

EStA EDIÇÃo, que materializa o 12º ano de lançamento de EmbalagemMarca, tem para nós um significado muito especial, que aqui com-partilhamos com os leitores. A revista chega a seu número 142 com novo projeto gráfico (leia a respeito na pág. 10) e em saudável condição comercial, consolidada como a que mais cresceu nos últimos anos no segmento de publicações direcionadas especificamente a profissionais e empresários da cadeia de valor da embalagem. Sem nos deixarmos tomar por humildade que soa-ria postiça, vemos nesse fato um precioso símbolo. Ele representa para nós um aval à credibilidade de nosso trabalho e o reconhecimento dos leitores e dos anunciantes a nosso empenho em entregar-lhes seguidamente um conjunto de informações e conhecimento que contribui de verdade para seu trabalho e seu crescimento.

Regozijamo-nos também pela constatação de que tal realidade desautoriza um pouco as vozes que vaticinam o fim das publicações impressas ante o avanço dos meios digitais de comunicação. Isso, quem sabe, poderá ocorrer, mas a equipe de EmbalagemMarca não aposta em profecias, pre-ferindo colocar suas fichas na mídia combinada. Por entendermos ser recomendável a comple-mentaridade dos meios, consolidamos gradati-vamente a interrelação da revista impressa com outros instrumentos disponíveis para a missão que nos impusemos de transformar informação em conhecimento.

Assim, EmbalagemMarca impressa se com-bina – e se amplia – com sua versão digital, com o portal na internet (também modernizado) e com a newsletter semanal eletrônica que leva seu título. O público total atingido por esses meios ultrapassa 70 000 impactos individuais todos os meses. A citada missão é complementada pelo crescente número dos eventos de transformação do Ciclo de Conhecimento, e pela consagração do Prêmio Embalagemmarca – Grandes Cases de Embalagem, este ano em sua quinta edição, como data obrigatória nos calendário de negócios na área. Esta iniciativa homenageia e estimula o avanço do setor não apenas com a atribuição de

troféus a ganhadores escolhidos, mas, numa ação didática, também e principalmente com a ampla e minuciosa divulgação que dá aos cases.

Esta espécie de balanço que aqui fazemos, ao olharmos para os doze anos que nos separam da primeira edição de EmbalagemMarca, nos leva a uma consideração: nesse período, a cadeia de embalagem no Brasil passou por extraordinária transformação para melhor. Nela, é certo, ainda há carências conjunturais. Mas já não se discute que, excetuando-se um ou outro elo mais frágil, o conjunto equipara-se e em muitos casos supera o que de melhor se oferece nos países mais desen-volvidos. Não apostamos em profecias, já foi dito acima. Mas, tendo acompanhado a extraordiná-ria evolução do setor há mais de duas décadas, sentimo-nos à vontade para dizer que, no campo do packaging, o Brasil tem tudo para avançar em passos ainda mais largos. No retrospecto, com-parando as primeiras edições da revista com o atual momento em que se encontra o conjunto de meios em que ela é o carro-chefe, entendemos ter acompanhado o setor e, em sintonia com ele, ter-mos avançado também. Pretendemos continuar acompanhando esses passos.

Voltamos em julho.

WIlson palhares

Sintonia com o avanço do setor

A capa desta edição procura aludir, simultaneamente, ao aniversário da revista e à tendência de “volta” das embalagens no tempo, retratada em reportagem de fôlego. A ilustração do artista

Tom B (no centro) teve como referência imagem divulgada recentemente pela Procter & Gamble

Sumário

3 Editorial EmbalagEmmarca faz 12 anos espelhando a evolução do packaging no mesmo período e em meio a boas perspectivas

9 Espaço Aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores

10 reformulação Frente ao compromisso de aprimoramento contínuo de qualidade, EmbalagEmmarca ganha novo logotipo e novos projetos editoriais e visuais para a revista e o website

16 Lácteos Com os usos de uma caixinha inédita no mundo e de outra pioneira no mercado nacional, Piracanjuba, da goiana Bela Vista, renova identidade e marca dois gols para a Tetra Pak

18 painel Sig Combibloc abre fábrica. Novas embalagens interativas. Verallia começa a importar garrafas premium de vidro. Crown traz ao Brasil latinha de alumínio com boca mais larga

44 Artigo Embalagens retrô ganham espaço no Reino Unido. A receptividade a elas é inegável e mostra uma faceta explorada desde sempre pelo universo da moda por anDreW eYles

48 Lácteos Requeijão pioneiro, Catupiry completa 100 anos. Data especial tem direito a lata comemorativa, novos rótulos e lançamentos inovadores, em copos com concavidade elíptica

52 Ideias Dow desenvolve materiais e expertise para a produção de stand-up pouches só de polietileno. Plano é substituir flexíveis multimateriais com um apelo ecológico: reciclagem mais fácil

54 Entrevista Mauro Moreno, VP da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), fala das barreiras que o Brasil tem de superar para não se enfraquecer em um metal importante para embalagens

Edição 142 • Junho 2011

34 Reportagem de capa

o retrô está na moda

No exterior, multiplicam-se os lançamentos de embalagens que apelam

a visuais antigos, mas incorporando tecnologias contemporâneas. São resgates

que buscam não somente explorar o sentimento nostálgico dos consumidores,

mas também atender a desafios atualíssimos do mercado. Tendência

começa a dar as caras no Brasil

por MarCelo MarConDes

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54Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected] • Editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected] redação: Flávio Palhares | [email protected] • Marcelo Marcondes | [email protected] • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] • comercial: Juliana Lenz | [email protected] • Karin Trojan | [email protected] • Wagner Ferreira | [email protected] • Administração: Eunice Fruet | [email protected] • Marcos Palhares | [email protected] • Eventos: Marcella Freitas | [email protected] • Manoel Dias | [email protected] • circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Marlyan Dulz | [email protected] • Ilustração de capa: Tom B.

Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

conTInua na págIna 8

58 Efeitos Nova geração de masterbatches para a produção de recipientes plásticos promete conciliar atratividade no ponto de venda com alta produtividade nas linhas dos transformadores

60 Alimentos Parceria entre fabricante de vending machines e fornecedora de embalagens “inteligentes” resulta na criação de máquina para a venda automática de pratos prontos aquecidos

62 Leites Tetra Pak lança garrafa cartonada asséptica. Novida-de combina propriedades das caixinhas com formato cilíndrico, ergonômico. Alvo inicial: o acondicionamento de leite longa vida

76 Internacional Na Espanha, Danone cria copo de iogurte com bordas interiores anguladas, que reduzem desperdícios ao proporcionar ao consumidor uma melhor “colherabilidade”

78 Internacional Marca britânica de geleias começa a utilizar nova tampa de aço que promete facilitar a abertura de potes de vidro para conservas. Solução é construída em duas peças

80 fechamentos Sempre houve quem enxergasse um risco para a reciclagem nas tampas flip-top com válvula para controle de fluxo. Novas soluções tentam acabar com essa percepção

81 Artigo Muitos podem não perceber, mas embalagem é ainda mais que uma ferramenta de venda; é uma síntese de todo o conhecimento acumulado pelo Homem por WIlson palhares

82 Luxo Valduga lança espumante de alta nobreza que presta homenagem à matriarca da empresa. Apresentação, requintada, combina garrafa italiana e etiqueta metálica dourada

84 Sucos Novidade da Serra Gaúcha: sucos de uva varietais, das classes cabernet sauvignon e moscato. Embalagens recorrem a equities consagrados para a apresentação de vinhos premium

85 Sucos Inspirada em tendência para a difusão do consumo de vinhos em pontos de dose, vinícola começa a vender sucos em “refresqueira” alimentada por bolsas plásticas de alta barreira

86 cosméticos Topz desenvolve frascos com exclusivo formato de estrela para seus novos produtos de higiene para bebês. Linha destaca, ainda, personagens Tom & Jerry por FlÁVIo palhares

90 Display Esmaltes têm rótulos-bula. A atualização dos snacks Sensações. Linha Nestlé Fast tem novo integrante. Ovomaltine, agora também em caixinha. Frutos do mar em bandeja funcional

98 Almanaque Os 125 anos da Bosch e 150 de seu fundador. No-Cal, o primeiro refrigerante dietético do mundo. O vínculo entre Tarzan e a primeira bala mastigável do mercado nacional

64 Reportagem Especial

EventoDada a crise vivida pelas economias desenvolvidas nos últimos anos, Interpack 2011 não priorizou exibições de inovações extraordinárias. Nem por isso a feira alemã teve sua qualidade prejudicada

por

GUIlherMe KaMIo

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SumárioEdição 142 • Junho 2011

Um Bad Boy não tem a ver com o outro

Queremos esclarecer que a marca de bebida energética Bad Boy Power Drink é de propriedade da empresa Horizonte Fabricação, Distribuição, Importação e Exportação Ltda., e não tem nenhuma relação de licenciamento com a marca de moda Bad Boy, conforme citado na matéria “Esquenta a Corrida” (Embala-gemMarca 141, abril 2011), no quadro

“Energia na fila”, sobre o mer-cado de energéticos em emba-lagens PET. Aproveitamos para agradecer a oportunidade na

reportagem e nos colocamos à dispo-sição para qualquer esclarecimento ou pautas futuras.

Fernando CaldasDiretor geral

Horizonte Fabricação, Distribuição, Importação e Exportação Ltda.

São Paulo, SP

Site de fácil acesso

Parabéns pelo novo site de Embala-gemMarca. Está bem fácil de acessar as páginas da revista virtual e o layout é dinâmico e moderno. Gostei!

Elisa Haetinger Marketing

Nova Página Gráfica e EditoraCajamar, SP

Sobre a fusão da Colacril com a RR

Na reportagem “Mais auditório do que público”, o quadro “Portfólios e escala maiores” (EmbalagemMarca nº 141, maio de 2011), que aborda a fusão de operações da Colacril com a RR Etique-tas deve-se entender que a iniciativa se refere à fusão com o Grupo RR.

Espaço abertoopiniõES, CRítiCaS E SUgEStõES dE noSSoS lEitoRES

Fale conosco

Entre em contato com a nossa equipe através do site www.embalagemmarca.com.br Acompanhe-nos também nas redes sociais:

Energético Bad Boy: sem relaçao com a

marca de moda

twitter.com/EmbalagemMarcafacebook.com/EmbalagemMarca

10 | Junho 2011

RefoRmulação

Mais visual, com mais conteúdoRedesenhados, revista EmbalagEmmarca e seu site priorizam a facilidade de leitura e a valorização de informações de qualidade

o noVo projEto gráfico de EmbalagemMarca, materializado nesta edição, atende a múltiplos obje-tivos: ampliar e aprofundar o conteúdo editorial da revista, tornar a leitura mais dinâmica e mais agradável, ofere-cer um visual mais atraente e, em con-sequência desse conjunto de atributos, angariando mais atenção e mais tempo de visualização pelos leitores, fortalecer o impacto dos anúncios.

Este número da revista implanta o projeto, que não é “acabado”, no sentido de imutável. Portanto, é aberto a aper-feiçoamentos que deverão ser imple-mentados nos próximos meses. Antes de entrarmos em detalhes, sobre os quais prometemos não nos alongar, fica regis-trado o agradecimento pelo envio das sempre bem-vindas críticas, opiniões e sugestões. Seguem algumas informa-ções resumidas sobre o projeto.

Obviamente, o leitor já percebeu que o logotipo EmbalagemMarca foi transformado numa logomarca for-mada pelas iniciais das duas palavras que formam o título da revista (que no entanto não desaparece, perma-necendo em proporção reduzida sob as letras E e M). Com essa redução e

com o deslocamento do bloco de ima-gem para o canto esquerdo superior, ganhou-se espaço para maior campo de informação com fotos, ilustrações e textos (“chamadas”) na capa, de modo a – com o pedido de perdão pela incur-são no árido campo da semiótica e no insondável terreno das ciências ocultas – “sintetizar o espírito” da edição.

Além de ter potencialmente maior impacto visual, o novo logotipo facilita a identificação nas redes sociais e em todos os tipos de sinalização, como em eventos, folhetos e banners.

No caso da capa do exemplar que o leitor tem em mãos, a ilustração central busca destacar o tema das embalagens com visual retrô, tendência mundial que parece ganhar força também no Brasil. Ao mesmo tempo, alude ao 12º aniversário da revista, resgatando a ilustração que o designer gráfico Tom B criou para o lançamento da edi-ção número 1 e que de certa maneira se transformou num dos equities da publicação. É também dele a criação da arte de capa deste número da revista.

A mudança da tipologia e da dia-gramação das páginas resulta em ganho de espaço para notícias e dá margem

EmbalagemMarca

Novo logotipo tem mais impacto visual e facilita identidade

nas redes sociais

“Chamadas” mostram destaques da edição

Concentrado no canto, logo abre mais espaço para informações na capa

12 | Junho 2011

ao uso mais abundante de fotografias, gráficos, tabelas e infográficos, recursos informativos que se pretende aplicar de forma ampla (mas ponderada). Neste aspecto, está contemplado o reforço da interligação da revista impressa com os meios eletrônicos, particularmente o site www.embalagemmarca.com.br, já em nova apresentação (ver o quadro). Essa conexão de conteúdos, de forma incipiente, e em nossa própria visão ainda insatisfatória, passa a ser indi-cada por meio de ícones colocados ao longo da reportagem. Mas neste campo muitas novidades estão programadas, devendo ser anunciadas quando em condições, na crença que temos de que boas idéias devem amadurecer, sob

risco de, como se usa dizer, sair-se “ati-rando com metralhadora giratória”.

A DIVErSIDADE de seções foi redu-zida, porém sem prejuízo do volume de informações. Por enquanto ela se resu-me às seções Editorial, Painel, Display e Almanaque. Sobre esta, que continua a ser veiculada na última página da revista e que incontáveis leitores afir-mam ser a primeira que lêem ao rece-ber seu exemplar, os textos estão mais curtos, a fim de ganhar-se espaço para a publicação de maior número de fatos e aspectos nem sempre conhecidos do universo da embalagem. Assim aumen-ta também a interatividade com a seção ampliada no site.

Site também é modernizado

O novo site www.embalagemmarca.com.br está no ar com diversas novidades. Constantemente atualizado com notícias do setor de embalagens, o site ganhou muito mais funcionalidade. O layout foi modernizado: as fotos estão maiores, há espaço para vídeos e links interessantes e foi inserido um calendário de eventos. A página também ganhou muito mais interatividade: todas as notícias agora podem ser comentadas.Informações sobre outros produtos da Bloco de Comuni-cação (Prêmio EmbalagEmmarca - grandEs casEs dE EmbalagEm e todos os eventos do ciclo dE conhEcimEnto) podem ser acessadas diretamente do site. Também há links diretos para os blogs EmbalagEmmarca (blog.embalagemmarca.com) e Almanaque EmbalagEmmarca (almanaque.embalagemmarca.com), além de interface com as redes sociais Facebook e Twitter. Os anunciantes tam-bém ganharam destaque, com mais área para os banners.

Nova tipologia permite acomodar maior

quantidade de texto, mesmo com imagens

mais generosas

Ícones (ver acima) indicam a

existência de informações

complementares online

Na última página, a primeira a ser lida por muitos, seção Almanaque ganha mais notas

índice de conteúdo adicional:

conteúdo na web (sites externos)

conteúdo multimídia (vídeo etc)

conteúdo complementar no site

www.embalagemmarca.com.br

14 | Junho 2011

A nova seção Painel substitui, con-centrando em seu âmbito, as anteriores seções Panorama, Painel Gráfico e Só na Web e em notas e informações que apareciam esporadicamente um tanto “soltas” na revista. Cabem em Painel, por exemplo, notícias sobre fusões e aquisições de empresas, movimenta-ções de cargos, investimentos e datas significativas para o setor.

DISpLAy tAMBéM passa a ter tex-tos mais enxutos, sem prejuízo do apor-te de informações essenciais sobre novi-dades nos pontos de venda. Foi mantido o critério de publicar informações para localização de fornecedores citados durante o trabalho de apuração. Mas os dados integrantes desse serviço (basica-mente números de telefone e endereço na internet), introduzido pioneiramente no Brasil por EmbalagemMarca no segmento de publicações voltadas para o packaging, são agora apresentados com tipologia reduzida, da mesma forma que ocorre nas matérias mais extensas. A relação entre as imagens e os textos das notas é feita por números colo-cados ao lado dos títulos e das fotos ou ilustrações. Como subseção, Display mostrará, sempre que for o caso, como eram tratados os temas Antes e Depois. Sendo o projeto dinâmico, os leitores podem aguardar novas seções, que serão introduzidas gradativamente já a partir da próxima edição.

Com o objetivo de tornar a leitura mais fluente, os intertítulos, que antes

Nova seção Painel é fusão das seções Panorama, Painel Gráfico e Só na Web

Mais visual, Display traz informações sintéticas, mas

mantém serviço pioneiro de identificar fornecedores

Subseção “Antes e Depois” mostra cases de redesign

Números ajudam leitor a conectar imagens às notas

vinham em separado encimando blocos de texto, deram lugar a um recurso gráfico mais econômico: sob o espaço em branco, a linha que começa o bloco seguinte tem as palavras iniciais desta-cadas em negrito.

O projeto gráfico, cabe reiterar, não é definitivo, já que a inovação, também no campo da informação, é constan-te. Sintonizados com a permanente movimentação do conhecimento, que se alarga e se multiplica em velocidade inaudita, e também com os avanços de todo tipo registrados na seara da emba-lagem, continuaremos nos empenhan-do para oferecer a nosso público o que representar sempre o estado da arte no campo de nossa atuação.

16 | Junho 2011

A pIrAcAnjUBA, marca do laticínio Bela Vista, de Bela Vista de Goiás (GO), renovou toda a identidade visual de sua linha de produtos, acres-centando a ela uma embalagem inédi-ta no mercado brasileiro e outra que representa uma estréia para a Tetra Pak no Brasil. A primeira é a caixinha assép-tica Tetra Brik Edge, de 200 mililitros, com canudinho. Trata-se não apenas de uma novidade no País: a Piracanjuba é a primeira marca no mundo a usar esse tipo de embalagem, cujo formato favo-rece a exposição de marcas, por ter o topo inclinado. Ao utilizar embalagens assépticas de 500 mililitros, com tampa de rosca, a empresa goiana patrocina a entrada da fabricante de embalagens cartonadas de origem sueca na medida de meio litro no Brasil.

Os novos recipientes são acompa-

nhados pela reformulação do design gráfico de toda a linha de produtos da Piracanjuba, a começar pelo logotipo, que foi redesenhado e ganhou cores vibrantes, traços mais leves e tipografia simplificada. “Chegamos a um projeto inovador e dinâmico”, afirma Lisiane Guimarães, coordenadora de marketing do laticínio, destacando a praticidade e a facilidade de manuseio propiciadas pelos tamanhos e pelos formatos das novas caixinhas.

As embalagens estreantes acondi-cionam a nova linha de produtos da Piracanjuba, composta por bebidas fun-cionais: Quinoa e Linhaça com polpa de frutas naturais, proteínas e cálcio (nos sabores Cereais; Ameixa; Banana; e Mamão e Maçã); Leite Crescer, rico em cálcio, vitaminas e minerais; Pira-canjuba Dieta +, rico em vitaminas e cálcio; e Piracanjuba Fibras, com zero de gordura e fonte de fibras.

lácTeos

Uma inédita, uma estreia e reformulação totala goiana piracanjuba renova sua identidade visual e lança bebidas lácteas em caixinhas que representam novidades no mercado nacional

DESiGN

Seragini Farné Guardado(11) 2101-4300www.seraginifarne.com.br

EMbALAGENs

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

Embalagens inéditas no mercado brasileiro (Tetra Edge de 200

mililitros e Tetra brik de 500 mililitros) acondicionam novos

produtos funcionais da Piracanjuba

© caRlos cuRado

Embalagem antiga (acima) ganhou mais movimento

e novo logotipo

18 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS Edição: gUILhErME kAMIo

[email protected]

cArtonADAS ASSéptIcAS

Sig combibloc inicia produção localErA prEVIStA para o dia 6 de junho, poucos dias depois do fecha-mento desta edição, a inauguração da primeira fábrica no Brasil da suíço-alemã Sig Combibloc, fornecedora de embalagens cartonadas assépticas (cai-xinhas longa vida) e máquinas de enva-

se para alimentos e bebidas. Controlada desde 2007 pelo grupo neozelandês Rank, a empresa investiu aproximada-mente 200 milhões de reais na cons-trução de uma planta fabril na cidade paranaense de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A unidade

tem 12 000 metros quadrados e inicia operações com capacidade para pro-duzir 1 bilhão de embalagens por ano, que deverão atender não só o merca-do brasileiro, mas todo o continente americano, incluindo Estados Unidos e Canadá. Ampliações, previstas até 2016, deverão fazer o output saltar para 2 bilhões de embalagens por ano.

A Sig Combibloc vinha atuando no Brasil desde o fim da década de 90 por meio de um escritório de vendas e embalagens importadas da Alemanha. Com a fábri-ca, pretende aumentar seu quinhão no negócio local de cartonadas assépticas, dominado pela multinacio-nal sueca Tetra Pak, deten-tora de algo em torno de 95% do merca-do. A Sig Combibloc havia confirmado para o início de junho uma solenidade de inauguração do empreendimento. Em sua próxima edição, Embalagem-Marca mostrará como foi o evento e dará mais detalhes do projeto da forne-cedora para o País.

Fábrica da empresa, em Campo Largo (PR), irá produzir

inicialmente 1 bilhão de caixinhas por ano

Com produção local, empresa vislumbra aumentar participação no Brasil

20 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

tEcnoLogIA

Ainda sobre interatividadeEm sua edição anterior, EmbalagemMarca mos-trou como os códigos bidimensionais e a realidade aumentada podem ser aplicados em embalagens para viabilizar ações de marketing de vanguarda,

que estimulam a interação dos consumidores com marcas. Após o fechamento da edição, mais notícias relativas àquelas tecnologias foram divulgadas no mercado brasileiro. Eis as novidades:

Mu-Mu distribui brindesBraço do grupo Vonpar, a Vonpar Alimentos começou a gravar códigos do tipo QR Code nas flexíveis que acondicionam o cho-colate em barra Mu-Mu. Ao decodificar o código com softwares leitores em seu celular, o consumidor é levado ao Twitter da fabricante (@vonparoficial), onde poderá participar de sorteios e ganhar produtos da empresa e ingressos para festas, shows e jogos de futebol. O presidente da Vonpar Alimentos, Sérgio Copetti, diz que a tecnologia deverá ser adotada nas embalagens dos demais produtos da empresa.

EZcodes em tampinhasAgora dá para criar ações de marketing com códigos bidimensio-nais gravados em tampinhas plásticas de garrafas de bebidas. A novidade é da Closure Systems International (CSI). Tampas da fornecedora já podem receber impressões de EZcodes, códigos matriciais pequenos, de no mínimo 0,65 centímetro de altura, para a leitura por telefones celulares ou tablets equipados com câmera. A decodificação é feita pelo ScanLife, programa disponibilizado

gratuitamente na inter-net. “Buscamos um par-ceiro para realizar um estudo de mercado com a tecnologia”, avisa Noe-lia Francioli, analista de marketing da CSI para a América Latina.

cartão ativa jogo on-lineA Nestlé lançou uma ação promocional vinculada ao desenho ani-mado Rio, dos mesmos produtores do sucesso A Era do Gelo. Os cartuchos de papel cartão dos cereais matinais da empresa trazem uma área estampada com um código especial. Basta o consumidor acessar o site www.nestle-rio.com e posicionar em frente à webcam o pedaço recortado da embalagem, contendo o código, para “ativar”

um jogo tridimensional baseado no filme. A novidade é fruto de uma parceria entre a multinacional suíça de alimentos e a Twentieth Century Fox Film.

Sistema para rastrearPor meio de sua divisão de segurança Digital Hologram, a Dotter do Brasil está lançando um sistema que permi-te o rastreamento e a verificação da autenticidade de produtos por meio da leitura de QR Codes em telefones celulares. A solução, denominada Vir-tual ID, baseia-se em aplicativos que geram códigos únicos (ou “identida-des virtuais”) para cada item. Grava-dos nas embalagens, os códigos per-mitem, por exemplo, que indústrias avisem consumidores sobre cargas roubadas. “É possível enviar um alerta que será exibido em uma janela pop-up quando o consumidor efetuar a lei-tura do código”, ilustra Eduardo Salles, diretor comercial da Dotter.

Vonpar usa QR Code para ativar promoção

Tampas da CSi podem incorporar código 2D

Nestlé aposta em realidade aumentada

Autenticidade de produtos pode ser verificada pelo celular

22 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

rotULAgEM

na língua pátriaPor orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2005 as embalagens de diversos itens de higiene pessoal e beleza fabricados no Brasil informam as composições dos produtos por meio da Nomenclatura Internacional de Ingredientes de Cosméticos (INCI). Criado para uniformizar as definições de mais de 12 000 insumos no mundo todo, o padrão segue um estilo peculiar, apresentando mui-tas vezes nomes em inglês que não seguem acepções corriqueiras para as substâncias. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) quer acabar com essa prática. O órgão decidiu que a Anvisa deve exigir das indústrias nacionais o uso de nomes em português para os ingredientes.

Segundo notícia publicada no portal G1, a decisão baseou-se numa ação protocolada pelo Ministério Público Federal devido a reclamações de consumido-res. Para o procurador da República responsável pela ação, Claudio Gheventer, uma norma da Anvisa não pode ir contra o Código de Defesa do Consumidor.

“O Código determina que os produtos tenham suas embalagens em português, e o INCI não é suficiente para o consumidor”, diz o procurador. “A falta de conhecimento sobre o que vem na embalagem pode trazer riscos sérios à saúde do usuário.” A Anvisa ainda não decidiu se irá recorrer da decisão.

TRF quer que embalagens de cosméticos listem ingredientes através de nomes em português

Xampu comercializado no brasil indica composição com nomenclatura internacional

MErcADo

Bo packaging no BrasilNome forte no mercado chileno de embala-gens, a BO Packaging prepara ingresso no Brasil. A empresa confirmou investimento de 115 milhões de reais na construção de uma fábrica em Ponta Grossa (PR), com inaugura-ção prevista para 2012 e que inicialmente deve-rá gerar oitenta empregos diretos. Tendo em sua carteira clientes como Nestlé, Coca-Cola,

Danone e McDonald’s, a BO Packaging atua no Chile como uma espécie de one-stop shop em invólucros plásticos, produzindo embalagens flexíveis, termoformadas, injetadas e sopradas (garrafas de PET para refrigerantes). De acor-do com informações da prefeitura de Ponta Grossa, a tendência é que a empresa estreie no Brasil fabricando copos de papel parafinado.

Diversificada em embalagens no Chile, empresa aporta no

Brasil com copos de papel parafinado (no destaque)

o núMEro

Será o valor alcançado pelo mercado global de embalagens para alimentos e bebidas ao fim de 2011. A estimativa é de um estudo da consultoria britânica Visiongain sobre tendências em acondicionamento para os próximos dez anos. Segundo o documento, essa cifra poderá dobrar até 2021 devido ao aumento do consumo de produtos industrializados em países emergentes e à difusão de embalagens com maior valor agregado, como embalagens de alta barreira shelf stable, capazes de conservar alimentos sensíveis sem necessidade de refrigeração.

316,7bilhões de dólares

24 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

EQUIpAMEntoS

Da Austrália para o BrasilgEStÃo

Inovação na Antilhas No dia 9 de maio último, a Tronics, fabricante

australiana de equipamentos aplicadores de rótulos autoadesivos, inaugurou em Taboão da Serra (SP) sua primeira planta fora do seu país de origem. O empreendimento, de valor não-revelado, é fruto de uma joint-venture entre a matriz da empresa e a Label Fix, que nos últimos quinze anos a representou no Bra-sil, tendo comercializado até hoje cerca de 200

rotuladoras da marca. Segundo o diretor de operações da Tronics, Michael Best, a distân-cia da origem e os altos custos de importação sempre reprimiram voos mais altos da empre-sa no País. “Agora, com a fábrica, poderemos nos aproximar do substancial mercado de médios volumes, oferecendo máquinas mon-tadas localmente”, afirma o executivo.

A Antilhas passou por mudanças estratégi-cas nos seus processos internos. Uma das novidades foi a criação da área de Inovação e Negócios, que planeja e acompanha todo fluxo de trabalho, entregando consolidadas todas as informações necessárias para a área de Planejamento de Logística da empresa. A nova estrutura, sob gerência de Miriam Corraleiro, conta com doze profissionais. A nova área engloba a equipe de Engenharia e também a de Inovação. Com o redesenho, a Engenharia atua desde o início do pro-cesso, analisa a entrada das cotações e dos pedidos, realiza uma avaliação técnica e faz uma conexão com outras áreas internas para definir a viabilidade do projeto. A equipe de Inovação fica mais focada no desenvolvi-mento de soluções de embalagens.

Com rotuladoras produzidas no brasil,

Tronics quer quer atender médios

volumes

gEntE

A riqueza do packagingPublicada no fim de abril último pelo jornal The Sunday Times, a lista das mil maiores fortunas entre os moradores da Grã-Bretanha ganhou destaque no noticiário brasileiro pelas presenças de Lily Safra (viúva do banqueiro Edmond Safra), Antônio Luiz Seabra (funda-dor e um dos donos da Natura) e Michel de Carvalho (ex-ator e banqueiro). Liderada pelo sétimo ano consecutivo pelo indiano Lakshmi

Mittal, dono da mineradora ArcelorMittal e de um patrimônio de 17,5 bilhões de libras, a com-pilação aponta sete riquezas oriundas de negó-cios em embalagem. O sueco Hans Rausing, um dos fundadores da Tetra Pak, encabeça esse grupo, com seus 4,2 bilhões de libras esterlinas (aproximadamente 11 bilhões de reais) asse-gurando-lhe o 13º posto na classificação geral. Veja quem é quem nesse sub-ranking.

nome Quem é fortuna (em r$)*

no top 1000

Hans Rausing Fundador da Tetra Pak 11 bilhões 13º

Kirsten e Jorn Rausing Herdeiros da Tetra Pak 10,3 bilhões 16º

Michael Cornish Ex-dono da Linpac 1,3 bilhão 160º

Christoph Henkel Acionista da Henkel 1,18 bilhão 178º

sir Michael smurfit Acionista da Smurfit Kappa 899 milhões 232º

Peter shalson Ex-dono da Braitrim 290 milhões 650º

Abdul Alimohamed Dono da Europackaging 211 milhões 871º*conveRsões da lIBRa esTeRlIna em coTação de 23/05/2011 | fonTe: The sunday TImes RIch lIsT 2011 - aBRIl 2011

Fabricante das marcas de arroz Cristal, Califórnia, Madalena, Sol e Pureza, espe-cialmente populares na região Centro-Oeste, a Arroz Cristal acaba de renovar o parque de codificação de embalagens de sua fábrica de Aparecida de Goiânia

(GO). As linhas de mar-cação por hot stamping foram substituídas por seis impressoras modelo 8018i, da Markem-Imaje, que operam por meio da tecnologia de transferên-cia térmica, propiciando codificação digital auto-mática.

coDIfIcAÇÃo

renovação em goiás

Cristal troca hot stamping por transferência térmica na codificação de embalagens de arroz

26 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

IMprESSÃo

Um guia para alimentosPara ajudar convertedores e end-users a definir adequadamente a impressão de embalagens de alimentos, a fornecedora de tintas Flint Group está lançando o compêndio Guide to Best Practice for Print. “O guia traça um pano-rama dos principais aspectos relacionados às regulamentações para embalagens de alimen-tos e proporciona às gráficas e fornecedores de embalagens noções gerais dos fatores a se atentar sobre interação de embalagens impres-sas com os alimentos acondicionados”, explica Jens Zimmermann, diretor global de marke-ting para embalagens e banda estreita da Flint Group. O documento pode ser solicitado junto às representantes da empresa e está disponível em diversas línguas, mas não em português.

prÊMIo

gravura prestigiadaFoi realizada no dia 13 de abril último, na sede da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abi-graf), em São Paulo, a premiação do 1º Prêmio Ibema Gravura. Organizado pela Ibema – Com-panhia Brasileira de Papel, fornecedora de papéis para a produção de embalagens, o concurso bus-cou valorizar o recurso da gravura e foi aberto a estudantes de cursos superiores e de escolas téc-nicas de artes gráficas do Brasil. Cento e vinte tra-balhos foram inscritos. O primeiro lugar ficou com a obra Dorota, xilogravu-ra sobre papel Wenzou (na foto) feita por Rafael Pagatini, da Universida-de Federal do Rio Grande do Sul. Todos os traba-lhos farão parte de uma exposição itinerante e de um catálogo exclusivo a ser distribuído pela Ibema em eventos pelo País.

Xilogravura sobre papel vencedora do Prêmio

DAtAS

printbill faz 15 anosConvertedora de invólucros de papelão micro-ondulado e de papel cartão sediada em Birigui (SP), a Printbill Embalagens completa 15 anos de atividades. Para comemorar a data, a empresa reformulou sua logomarca e sua página na inter-net, e adquiriu também novas máquinas para atender ao aumento da demanda, que fez seu faturamento crescer 60% em 2010. Os principais clientes da empresa são dos setores de calçados, confecções, eletroeletrônicos, utilidades domés-ticas e bebidas.

MEtÁLIcAS

SuperEnd no BrasilA Crown Embalagens lançou em abril a tampa SuperEnd no Brasil. A peça de alumínio tem a borda saliente levemente inclinada, de modo que a circunferência fique um pouco menor que a das tampas convencionais. A modificação traz redução entre 5% e 7% no uso de insumos. Segundo a Crown, o design da nova tampa proporciona ao consumidor uma melhor manei-ra de ingerir a bebida, já que possui parede com ângulo que melhor se adapta à boca, além de reduzir a retenção do liquido.O diretor comercial da empresa, Altair Frulane, diz que a SuperEnd também traz ganho de produtividade, “já que proporciona recravação mais eficiente em função de sua melhor adaptação à lata”.Com 200 bilhões de unidades produzidas em outros países desde 2001, quando foi apresentada ao merca-do, a tampa já propiciou economia de cerca de 50 000 toneladas de alumínio. No Brasil, a SuperEnd é pro-duzida na unidade da Crown em Manaus (AM).

VIDro

Bormioli rocco em novas mãosO grupo de investimentos britânico Vision Capital anunciou a aquisição de 95% do controle da produtora italiana de embalagens e utilidades domésticas Bormioli Rocco junto ao Banco Popolare. A transação, intermediada pelo banco JPMorgan Chase, é avaliada em 238 milhões de euros (540 milhões de reais). A Bormioli Rocco é mais conhecida na cadeia do packaging pela fabricação de recipientes de vidro para perfumes, cosméticos, fármacos e alimentos, mas pro-duz também embalagens plásticas. Em 2010 a empresa fatu-rou o equivalente a 1,2 bilhão de reais.

Garrafas de vidro produzidas pela Bormioli Rocco

28 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

VIDro

nova linha premiumA Verallia começa a oferecer no mercado brasileiro uma nova linha de garrafas de vidro premium, voltada a produtos de prestígio. Nomeada Selective-Line, a linha, importada da França, é composta por catorze modelos, produzidos a partir de vidro ultratransparente e dotados de design exclusivo. De acordo com a fornecedora, cada uma das opções é exclu-siva e adaptada a diferentes categorias, como vinhos, uísques, licores, cachaças e águas

minerais, entre outras bebidas.De acordo com Orlando Cardoso, geren-

te responsável pela comercialização da nova linha de garrafas no Brasil, o lançamento ocorre em função da carência de recipientes de alta nobreza no mercado local. “Atualmente existem opções de bebidas sofisticadas, mas sem garrafas adequadas”, entende o executivo. “Identificamos essa tendência e buscamos entregar ao cliente modelos de alto padrão.”

Verallia diz que garrafas importadas da França

“suprem carência de alta nobeza no mercado local”

Embalagens coloridas identificam cada tipo

de ribbon

A Primera Technology, fabricante de impressoras especiais para rótulos e rotula-doras, abriu um escritório em São Paulo. A filial brasileira será responsável por vendas, suporte e treinamento técnico para todos os clientes da empresa nas Américas do Sul e Central e no México. Carlos Levenstein assume o cargo de diretor geral da empresa para a América Latina. Nos últimos dez anos o executivo foi o diretor geral da Zebra Tech-nologies para o Brasil.

rotULAgEM

primera no Brasil

LEIS

fumo controladoA Receita Federal publicou no dia 16 de maio último uma instrução nor-mativa no Diário Oficial da União determinando que as embalagens de cigarros destinadas à venda no exterior devem passar a conter um código de barras especial que permita a diferen-ciação desses produtos em relação aos comercializados no mercado interno. O código de barras deverá permitir a identificação do fabricante, a marca comercial, o tipo de embalagem e o país de destino. Antes, os fabricantes eram obrigados a imprimir apenas o CNPJ da empresa. As embalagens dos cigarros destinados a países da Améri-ca do Sul e da América Central, inclu-sive Caribe, devem conter também a expressão “Somente para exportação – Proibida a venda no Brasil”. As medidas visam coibir o mercado negro.

coDIfIcAÇÃo

Separados pela corAs embalagens dos ribbons para impressão de código de barras da Vitória Régia passam a ter cores. O objetivo é facilitar a identificação dos produtos e garantir a procedência do material. As cores são: preto para ribbons

de cera, amarelo para cera e resina, verde para resina, azul para ribbon têxtil (dry clean) e

cinza para ribbons para embala-gens flexíveis (near edge).

BrAnDIng

Inspiração em assinaturaA química americana Milliken & Company, mais conhecida na cadeia brasileira do packaging pelo negócio em aditivos e masterbatches para plásticos, reformulou sua identidade visual. Desenvolvido ao longo de dois anos com auxílio da agência Salt Branding, de São Francisco, o novo logotipo da Milliken baseia-se na assinatura de Roger Milliken,

fundador e comandante da empresa por quase setenta anos, falecido no fim de 2010. É a primeira mudança de imagem da companhia em qua-renta anos.Veja vídeo emb.bz/milliken

Novo logotipo baseia-se na rubrica de Roger Milliken,

fundador da empresa

pApéIS

couché para rótulos e novo cartãoA fabricante sino-indonésia de papeis APP (Asia Pulp & Paper) traz novos produtos ao mercado brasileiro. De acordo com Geraldo Ferreira, diretor geral da Cathay, subsidiária brasileira da APP, a empresa passa a oferecer papel couché para rótulos e papel cartão para produtos congelados.

O executivo destaca também o incre-mento da estrutura local da companhia, com a ampliação das equipes comercial e de pós-venda, a implantação de serviços de atendimento aos clientes e a estruturação de uma área para armazenamento e entrega de produtos.

30 | Junho 2011

painelMoVIMEntAÇÃo no MUnDo DAS EMBALAgEnS E DAS MArcAS

InVEStIMEntoS

Mais sete sopradoras na niely

EQUIpAMEntoS

cjS representa suíça frei-Ag no Brasil

MEDIcAMEntoS

Blisters montados no Brasil

IMprESSÃo

catálogos em português

A fabricante de produtos de cuidados pes-soais Niely adquiriu sete novas máquinas de moldagem de embalagens por extrusão-so-pro. Todos os equipamentos, adquiridos gra-dualmente ao longo dos últimos dez meses, são da grife alemã Bekum. Atualmente a Niely possui um total de dezesseis máquinas de moldagem por sopro, todas da mesma fabricante. O primeiro exemplar, instalado em 1994 na fábrica da empresa, situada no Rio de Janeiro, está em uso até hoje.

A CJS Representações fechou parceria para representar no Brasil a empresa Suíça Frei-Ag, fabricante de equipamentos para a industria de embalagens metálicas. A Frei-Ag produz braços para aplicação e estufas de secagem de

verniz side-stripe e recentemente lançou uma nova tecnologia para aplicação de verniz em pó e em latas de alta precisão e para proteção interna de latas de duas peças de aerossóis, tubos e bisnagas.

O grupo indiano Bilcare Research, maior pro-dutor mundial de filmes e laminados de alu-mínio exclusivos para a indústria farmacêuti-ca, passa a ter operações próprias no Brasil. A empresa, que antes mandava para o país blis-ters finalizados em suas fábricas de Cingapura e da Índia, agora importará apenas as partes (filmes e laminados de alumínio). A Bilpress, representante exclusiva da Bilcare, cuja fábrica em Itupeva (SP) ficou pronta em fevereiro, fará a montagem das embalagens para o mercado nacional. A unidade tem capacidade de corte e impressão de 16 toneladas de embalagens por mês. Segundo Izabel Fittipaldi, gerente de marketing e de negócios para a América Latina da Bilcare Research, “foram investidos

2 milhões de dólares em máquinas de corte, impressão e revisão e na infraestrutura física da Bilpress”. A executiva diz que a intenção da empresa é fornecer embalagens “inteligentes e diferenciadas” para medicamentos, agregando dispositivos contra falsificação e clonagem, e layouts que são um grande instrumento de comunicação e marketingA Bilcare quer aproveitar as oportunidades no Brasil, principalmente no segmento dos gené-ricos. O objetivo é conquistar 30% do mercado de filmes (barreiras para medicamentos), que movimentou cerca de 44 bilhões de reais em 2010 e que espera um crescimento de 2,2% para este ano, segundo a Associação Brasileira de Embalagem (Abre).

A Heidelberg do Brasil passa a oferecer em seu website (www.br.heidelberg.com) opções de consulta e download de infor-mações técnicas e editoriais, tais como encartes, edições especiais, catálogos e publicações de seus equipamentos e serviços. Um dos destaques é o catálogo de peças em português, que ajuda a identificar os detalhes técnicos de cada item.

Splack é o novo nome da SPL Dessecantes, empresa que desde o início da década passa-da fornece soluções de combate à umidade para embalagens de medicamentos e outros produtos. A mudança de nome deve-se ao fato de a empresa ter diversificado sua atuação, oferecendo agora também frascos e soluções completas em embalagens plásti-cas com dessecantes incorporados – resulta-do da aquisição, por valor não revelado, dos ativos para produção de frascos da Apotek. Além dessa mudança, a empresa anunciou uma associação com a Imap, destacada for-necedora de frascos no mercado argentino. “Como resultado, estamos ampliando as opções de frascos cilíndricos para fármacos, fornecidos com ou sem dispositivo desse-cante”, explica o diretor-geral da empresa, Luciano Villano Almeida.

pLÁStIcAS

Mudança de nome e ampliação de portfólio

pApéIS

finesse para impressão digitalDepois de homologar a linha de papéis Digi-tal Labels para impressão de rótulos em impressoras digitais da linha Indigo, da HP, a Arjowiggins acaba de receber certifica-dos de homologação também para os papéis Evenglow Opalina Liso Digital e Markatto Stile Digital. A empresa é a primeira fabricante sul-americana de papéis finos a ter produtos ratifi-cados para impressão nessa verten-te de equipamentos. Os materiais são também certificados pelo FSC, entidade que atesta boas práticas no manejo de recursos florestais. “Em breve, teremos mais pro-dutos homologados”, antecipa o diretor comercial da divisão de Papéis Finos da Arjowiggins, Ronald C. Dutton.

Arjowiggins amplia portfólio de papéis homologados para impressão

em equipamentos digitais

InVEStIMEnto

retorno à ponta da cadeiaA Flexcoat, empresa de laminação de substra-tos autoadesivos, está retornando ao mercado de conversão de rótulos. Criada em 2005 como divisão da Prodesmaq – uma das maiores grá-ficas de autoadesivos do Brasil, adquirida pelo grupo canadense CCL em 2006 –, a empresa manteve-se no início da cadeia produtiva até agora. Recentemente, porém, adquiriu duas impressoras Gallus: uma EM 280, flexográfica UV com serigrafia e acabamento em linha, e uma ECS 430, offset combinada com estações de flexografia, serigrafia e aplicação de hot stamping. Os equipamentos credenciam-na a atender o mercado de prime labels. Em meados de maio último, as máquinas foram mostra-das em um open house realizado na sede da empresa, em Louveira (SP).

34 | Junho 2011

RepoRTagem de capa

RetRô, mas com tecnologia da hoRaNo exterior, marcas famosas apostam em

embalagens com visual “antigo-atual” e lançam

seguidas edições com esse apelo, mas

sintonizadas com o estado da arte da produção.

no Brasil, a tendência começa a se firmarPOR MARCELO MARCONDES

Junho 2011 | 35

nA contrAMÃo do crescen-te recurso ao senso de modernidade e futurismo imprimido às embalagens de bens de consumo, transformando em monótona onda repetitiva a avalanche de lançamentos que chegam diariamen-te ao mercado (e explicando em parte porque, segundo diferentes estimativas, de 75% a 80% deles fracassam), vem se fortalecendo em países desenvolvidos uma espécie de volta ao passado, sem desligar-se do presente e com os olhos fixos no futuro. Nessa tendência, as grandes estrelas são as embalagens com imagem retrô – porém com a incorpora-ção das mais avançadas tecnologias de produção.

Sobretudo em países europeus e nos Estados Unidos, especialistas das áreas de marketing, de design e de pesquisa de mercado convergem para uma explicação quase unânime para o fenômeno. Atingidos pela crise eco-nômica que se mantém renitente, os consumidores teriam de certa maneira, nas embalagens vintage, como que um passe de retorno psicológico a tempos de menos pressões, menos rigor e mais autocondescendência no consumo. Afi-nal, mesmo sem ser especialista nas exegeses do consumismo, dificilmente haverá quem não perceba nas pessoas referências ao passado sempre de forma favorável. Ou, como costumam dizer os vizinhos argentinos, nos dias atuais com mais razão do que nunca pelo menos em sua terra natal, “todo lo que fué pasado fué mejor”.

Seja por esses motivos, seja como forma de se defender, mostrando ser diferenciadas em meio ao turbilhão de marcas próprias e de concorrentes menores que buscam assemelhar-se a elas por meio das embalagens, cada vez mais marcas tradicionais são lançadas em recipientes retrô. Grifes históricas como Bounce, Pepsi e Downy ressurgem lembrando seus primórdios. O fato é que o estilo está muito em moda no packaging lá fora. Tão em moda, na ver-dade, que mesmo marcas ainda em sua primeira infância, e por isso destituídas de certidões de nascimento centenárias, aplicam nas embalagens de seus produ-tos características de decoração próprias de líderes ancestrais (veja artigo a res-peito na pág. 44).

Mas o esforço de reafirmação das histó-ricas é mais notável. A voga está tão forte que recentemente foi registrada com desta-que no The Wall Street Journal. Segundo o jornal, as americanas Procter & Gam-ble, General Mills, Hostess Brands e PepsiCo “estão tirando da gaveta velhos desenhos de embalagens para marcas como Tide, Cheerios, Bounce e Dori-tos e recolocando-os nas prateleiras das lojas”. O motivo básico seria que, ante produtos com rótulos de ares antigos, menos complexos que os contemporâ-neos, os consumidores compram mais. Na reportagem, Amy Wirtanen, direto-ra de marketing da PepsiCo Beverages

America, conta que mais da metade das pessoas que compraram uma versão vintage do refrigerante lançada em 2009 levaram mais bebida do que normal-mente fariam.

Tratava-se da Pepsi Cola Throwback, com mudanças na fórmula (o refrige-rante é adoçado com verdadeiro açúcar branco, em vez do execrado xarope de frutose de milho) e acondicionado em latas de alumínio com visual idêntico ao ostentado pela marca no período de 1970 a 1987 – faixa vertical verme-lha sobre fundo branco, culminando no logotipo azul e vermelho com o nome da marca ao centro. Resumo: o que era uma ação de marketing com data de expiração (a lata trazia os dizeres “por tempo limitado”) acabou se tornando um sucesso da marca. Depois de regis-

Reprodução de versão eletrônica de recente reportagem do The Wall Street Journal sobre o fenômeno retrô

Pepsi Throwback: resgate de fórmula

e imagem do passado fez sucesso

– e garantiu a permanência do produto no mercado

Tide: lava-roupas da P&G acaba de

ganhar embalagem retrô nos EUA –

porém com “a performance

de hoje”

36 | Junho 2011

trar vendas de 41 milhões de dólares em pouco mais de um ano, a Throwback entrou para o portfólio definitivo de produtos da Pepsi.

Embalagens retrô teriam a seu favor, como atributo para chamar mais a aten-ção no ponto de venda, o fato de que se baseiam em modelos projetados num tempo em que tudo deveria ser mais básico. As tecnologias de embalagem eram menos avançadas, os meios de comunicação disponíveis eram limita-dos (a TV não existia, e quando surgiu foi em branco e preto e com baixa defi-nição), não havia internet nem outras tecnologias que permitem interação, transformando rótulos e decorações de embalagens em portais para o consumi-dor, como foi mostrado na reportagem de capa da edição anterior de Embala-gemMarca. O retrô eficaz incorpora tais ferramentas.

UM DoS trAÇoS que fazem um produto retrô ser lançado com sucesso é a fidelidade não só aos grafismos e à tipografia do passado, mas a preserva-ção da simplicidade “de antigamente”, presente nos elementos gráficos das embalagens. Esses elementos gráficos “traziam uma simplicidade intrínseca, típica da estética das décadas passadas”, afirma Brian Collins, diretor do escri-tório de design americano Collins. Mas não basta maquiar.

Em ensaio intitulado Everything Old is New Again: Staging Successful Retro Revivals (“Tudo o que é velho é novo: pondo em prática relançamentos retrô de sucesso”), Alison Cenna, estrategista

sênior da agência de publicidade DDB Chicago, comenta a importância de cer-tas práticas para o sucesso dos produ-tos com visual antiquado (ver quadro). Uma delas, ela diz, é o estabelecimento de comunidades nas quais os consu-midores possam trocar experiências e recomendar o produto a seus amigos. “A tecnologia moderna é fator importante no sucesso do relançamento de marcas retrô”, conclui. Foi o que fizeram a fábri-ca de laticínios paulista Mococa, com a manteiga de sua marca, e a Schincariol, com o refrigerante Itubaína.

Em 2010, o laticínio fez 91 anos e decidiu relançar a manteiga em lata, produto pioneiro da marca e que estava

fora de linha fazia vários anos. “Opta-mos pela manteiga, pois, além de ser o primeiro produto que a casa produziu, em 1919, sua volta às prateleiras era muito requisitada pelos consumidores”, conta Denis Bover, gerente de marketing da empresa. A Mococa decidiu então editar uma versão retrô similar à vendida no longínquo ano de 1957. Na época a manteiga da marca era acondicionada em latas de aço com pinturas em amare-lo e verde, e com a icônica vaquinha, sua mascote, ao fundo. Em julho de 2010, a Mococa criou um blog para a mas-cote e um perfil no Twitter. Em ambos os ambientes, o apelo visual retrô não passa despercebido.

para não ser ultrapassado Os quatro pontos essenciais para criar um produto retrô convincente

possibilite a redescoberta Resgates bem-sucedidos de produtos e marcas proporcio-nam sentimentos de descober-ta ou redescoberta a diferentes gerações. O que pode ser pura nostalgia para os mais velhos pode ser percebido como novo, diferente e genuíno para os mais novos

trabalhe valores eternos O visual alinhado a valores eternos, relevantes para qual-quer geração, é importante para o sucesso de um produto retrô. Quais são esses valores?

Autenticidade (o apelo a algo real, verdadeiro); simplicidade (o desejo de volta a tempos menos complicados); identi-dade (a busca por coisas ori-ginais); associação (a vontade de se vincular a pessoas com interesses comuns); indepen-dência (o anseio de liberdade); e diversão (a necessidade de experiências vibrantes)

Seja fiel, mas contemporâneo Um relançamento exatamente igual ao do passado redun-da somente num produto ultrapassado. Produtos retrô de

sucesso são aqueles revividos apresentando adaptações aos padrões atuais. Têm apelo clássico, mas também novos atributos

construa uma comunidade Produtos retrô podem se beneficiar da construção de co-munidades de entusiastas, que militam a seu favor e ajudam a conquistar novos consumido-res por meio do compartilha-mento de suas experiências. A internet é uma ferramenta providencial para descobrir e reunir esses arautos.

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embalagens retrô teriam a seu favor, para chamar mais a atenção no pdv, o fato de se basearem em modelos mais básicos

Clamor do consumidor estimulou Mococa a

reeditar manteiga em lata

38 | Junho 2011

Não obstante o crescente número de e-mails pedindo a volta da lata retrô, a Mococa teve o cuidado de encomendar pesquisas de mercado antes do relança-mento. Também contratou uma agência de design, a Brander Branding Expres-sion, para levar a cabo o projeto. A agên-cia foi responsável pelo novo posiciona-mento da marca, pela criação de uma nova logomarca (que trouxe de volta a vaquinha) e pelo design das embalagens - fabricadas pela Metalúrgica Mococa - inspirado livremente na latinha clássica. Passado um ano, o produto continua firme no portfólio da empresa.

Cases bem-sucedidos e exemplos interessantes de que o aspecto formal parece estar bem incorporado às ativida-des de design não são ainda suficientes para acreditar que a onda retrô venha ocorrendo no mesmo ritmo registrado em outros países. No Brasil, embalagens que remetem ao passado são normal-mente empregadas para festejar datas, em edições limitadas – mas acabam dando resultados comerciais inespera-dos. Assim, a onda é estimulada. Exem-plos recentes são os resgates feitos pela Nestlé, em séries limitadas, de latas históricas do Leite Moça e de Nescau, e os rótulos históricos da Cachaça 51 (lançados em 2010). Em solo brasilei-ro, onde se afirma que o tsunami da crise global chegou na forma de maro-linha, não ocorreria a ânsia de fugir emocionalmente da crise apoiando-se na muleta das embalagens com toques de nostalgia.

Mas o que é oportunidade para

indústrias estrangeiras pode ser tam-bém para empresas brasileiras, e na verdade tudo que é retrô tem se mostra-do comercialmente eficaz. A nostalgia anda forte. Haja vista festas temáticas de décadas passadas, cada vez mais rea-lizadas nas cidades brasileiras. Em São Paulo firma-se uma rede de barbearias à moda dos anos 40 e 50, só para fazer barba e cabelo. Lotam diariamente.

no cAMpo ESpEcífIco da embalagem, “o recurso ao retrô não é um artifício que se limite aos grafismos anti-gos, podendo abarcar também apresen-tações utilizadas antigamente”, encaixa Lincoln Seragini, diretor-presidente da Seragini Farné Guardado Design. “Lan-çar um produto retrô que remete tanto à forma quanto aos desenhos e aos mate-riais antigos dessa marca é o ideal”, acre-dita o designer, “pois aumenta a autenti-cidade do relançamento, elevando ainda mais o destaque nas gôndolas.” Para Seragini, como todas as embalagens têm hoje visual mais ou menos parecido, “um produto remetendo ao que no ima-ginário das pessoas eram bons tempos automaticamente entra em evidência.” A Nestlé é uma das grandes referências nessa tendência.

Com produtos presentes no mer-cado brasileiro há 135 anos (embora a primeira fábrica no País tenha sido inau-gurada em 1921), a empresa tem material de sobra para fornecer aos consumido-res nostálgicos. Pensando no potencial de vendas da onda, sua área comercial e de marketing decidiu resgatar, no come-ço de 2010 (marcando os 120 anos do Leite Moça no Brasil), cinco embalagens históricas do produto: as de 1937, 1946, 1957, 1970 e 1983. Porém, preservando-se as conquistas alcançadas em tecnologia de embalagem, óbvia e sensatamente as cinco latas chegaram ao mercado com o formato exclusivo utilizado pelo Leite Moça desde 2004.

O produto atual não foi retirado do mercado, e a ação promocional durou um ano. A Nestlé não fornece números, mas por intermédio de sua assessoria de imprensa garante que “a ação foi um sucesso de vendas”. Todos os mode-

Sucesso obtido com Leite Moça fez a Nestlé

lançar nova série de latas com decorações históricas – desta vez,

para o Nescau

a nostalgia anda forte. haja vista festas temáticas de décadas passadas, cada vez mais

realizadas nas cidades brasileiras

40 | Junho 2011

los das latas, num exemplo de apelo ao traço colecionador do consumidor, foram muito procurados no varejo. O lançamento ganhou destaque em estu-dos da consultoria Mintel, sendo apon-tado como modelo da tendência deno-minada pelo instituto de “New Retro”.

Dois meses depois do fim da ação promocional do Leite Moça, a Nestlé emplacou outra campanha promocional semelhante, e lançou quatro edições colecionáveis do achocolatado Nescau. O ensejo, desta vez, era a celebração dos noventa anos da instalação da pri-meira fábrica da gigante suíça no País. Com layout da agência de design Future-Brand, a série apresentava os grafismos mais importantes desde o lançamento do produto em 1932 (quando seu nome era ainda grafado Nescao), passando pela edição de 1960, 1986 e 1998. Lan-çadas em fevereiro último, as embala-gens ainda estão à venda (por tempo limitado não especificado pela Nestlé) nos supermercados, o que, na falta de números, indicaria boa aceitação pelos consumidores.

A inclinação para as embalagens vintage pode ir além do design gráfico, justificando até mesmo o resgate de

materiais que haviam sido substituídos por outros desenvolvidos mais recen-temente.

Ilustrando o primeiro caso, em maio último a Heinz americana anunciou que iria acondicionar seu principal produto, o ketchup tradicional (desde 1990 dis-tribuído em frascos de PET), no icônico recipiente de vidro com tampa de metal em que o produto surgiu pela primeira vez, em 1876. O rótulo, é claro, remete ao visual predominante durante mais de um século.

Uma visão panorâmica do mercado brasileiro mostra lançamentos pontuais em que também sobressaem a estética e a simplicidade típica dos produtos de consumo geral brasileiros das décadas de 50 e 60. É o caso do refrigerante Itubaína, do Grupo Schincariol. Primei-ro produto lançado pela empresa de Itu, chegou ao mercado paulista em 1954. Em 2008, marcando os 54 anos da marca, recebeu roupagem retrô, com rótulos que remetem aos anos 50 e 60. A garrafa da bebida ganhou acabamento mais nobre do que as demais embala-gens de refrigerantes da marca, geral-mente de PET, e recebeu formato long-neck de vidro.

Segundo a empresa, de 2008 a 2010 as vendas saltaram, e a participação da marca no segmento de refrigerantes chegou a 4%, contra o máximo de 2% alcançados anteriormente. Já o fatura-mento da linha aumentou 33% de 2009 para 2010 no País, enquanto o mercado de refrigerantes cresceu 16%. Em conse-quência, a Itubaína Retrô, comercializa-da antes apenas em bares e restaurantes, começou, no segundo semestre de 2010, a ser vendida também em supermerca-dos e hipermercados de São Paulo e a empresa recebeu, no mesmo ano, inves-timentos para a modernização da linha.

nUMA EVIDÊncIA concreta de que o recurso ao retrô decididamente não significa retrocesso, a Schincariol criou para a Itubaína dois blogs na internet:

um de músicas retrô e outro de games, além de um perfil no Orkut, uma página no Facebook e um perfil no Twitter. As páginas proporcionam interatividade e trazem informações sobre o universo retrô. Nos seis meses iniciais no ar, os blogs obtiveram mais de 110 000 acessos. A empresa investirá em outras ações nas mídias sociais e firmou parceria com o Google Maps para a criação de um guia colaborativo para a internet, informa seu diretor de marketing, Luiz Claudio Taya de Araújo. O Itubaína Mapas pode ser conferido por meio dos dois blogs e permite ao internauta encontrar e cadastrar os pontos de venda do pro-duto.

Em abril de 2010, imbuída de intenção semelhante à da Schin-cariol, a AmBev lançou exten-são de linha do mais retrô de seus produtos, a Antarctica Original. Essa marca de cerveja sempre teve um apelo ao pre-térito. Desde sua criação, em 1906, até hoje, é apresentada do mesmo modo: em garrafas de vidro âmbar de 600 mililitros. O rótulo utilizado, impresso em papel monolúcido, mantém alguns equities mais que cente-

a inclinação para as embalagens vintage pode ir além do design gráfico, justificando até o resgate de materiais

Itubaína: relançamento atualizado de bebida original ajudou schincariol a ganhar share

Em caráter temporário, Heinz relança ketchup com imagem clássica

Original: apelo ao pretérito motivou

resgate da meia-garrafa

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nários, como o fundo amarelo, o losango azul, a inscrição “pilsen” a faixa azul e os pingüins herdados da marca-mãe Antarctica.

Decidida a explorar o potencial de vendas da marca, a AmBev lançou uma embalagem para consumo individual, que propicia maior margem de contri-buição do que as tradicionais garrafas de 600 mililitros, geralmente comparti-lhadas por dois ou mais consumidores. Assim foi ressuscitada uma embalagem de cerveja que é retrô pelo próprio for-mato: a garrafa de vidro de 300 milili-tros, mais conhecida por meia garrafa, ou ainda “meínha”. Surgida em 1965, foi retirada de circulação nos anos 90. Sempre retida com saudade na memória dos consumidores, segundo constantes manifestações espontâneas, a embala-gem é fabricada pela Owens-Illinois.

Um exemplo de ação retrô baseada no resgate do material de embalagem foi conduzido em dezembro último pela Vitalatte Laticínios, do Rio de Janeiro. A marca, mesmo não fazendo uso de ele-mentos gráficos retrô, decidiu “reviver o passado”, com o lançamento de seus leites integral e desnatado em garrafas de vidro. O lançamento só foi possível graças a uma parceria entre a empresa e a vidraria Verallia, que tinha projeto de relançar o leite naquele ícone das embalagens há bom tempo, segundo o gerente comercial Paulo Dias. Ele revela que há alguns anos a empresa investe em pesquisas para a retomada definitiva do vidro no mercado de leites.

Embalada pela oportunidade aberta com a onda de nostalgia, as paulistas Companhia do Leite decidiu lançar ver-são própria do produto e colocou no

mercado, em abril último, o leite pasteu-rizado Top Mild, envasado em garrafas PET – com design inspirado nas garrafas de vidro que dominaram o mercado bra-sileiro de leite até boa parte da segunda metade do século passado.

ALgUMAS EMprESAS optam por um posicionamento mais conservador e cauteloso ao lançarem produtos retrô. Para tanto, lançam mão de campanhas promocionais, colocando no mercado produtos com embalagens vintage por tempo limitado.

Trata-se de uma estratégia no míni-mo sensata, adequada para quando não se quer perder (e que empresa quer?) os clientes que têm apreço pelo padrão atual das embalagens. “É importante manter tanto a embalagem atual quanto a retrô, porque, ainda que o visual de outrora consiga atrair pela simplicidade e pela nostalgia, sempre há uma clien-tela cativa da marca que gosta e aprova as coisas do jeito que estão”, explica o diretor presidente da Seragini Farné Guardado Design.

Uma das empresas que faz uso dessa estratégia é a Pandurata, com seus panetones Bauducco. Desde 2009, na época de Natal, a empresa lança uma edição limitada em lata de aço, cada qual com motivos diferentes. Ao mesmo tempo, continua vendendo seus tradicionais produtos acondicionados em embalagem de papel cartão, ela-boradas pela agência Design Aboluto. Segundo Rodrigo Mainieri, gerente de

produtos sazonais da Pandurata, o volu-me de vendas de panettone em lata vem crescendo exponencialmente, a cada ano. “Essa embalagem retrô, especifica-mente, trouxe um adicional de vendas significativo”, ele diz, sem especificar o aporte atingido.

Se de um lado satisfaz carências sentimentais e nostálgicas do consu-midor, respondendo a expectativas das empresas como fator que estimula as vendas, de outro as embalagens retrô podem beneficiar o próprio varejo. As recentes releituras de produtos da P&G e da General Mills nos Estados Unidos foram lançados em parceria com a rede varejista Target. Sob garantia de ano-nimato, o gerente de embalagens de uma grande rede varejista nacional fez a seguinte declaração à reportagem: “pro-dutos retrô são grandes estímulos para as compras por impulso, aumentando os tíquetes médios dos consumidores.”

Nas entrevistas e nas pesquisas fei-tas pela equipe de EmbalagemMarca para a elaboração desta reportagem, foi possível concluir que tende a aumentar na cadeia de valor de embalagem o res-gate de valores do passado com muitas chances de ganhar força nova. Trazê-los de volta como se fossem meramente apanhados num baú de velharias sem dúvida não basta para que reassumam o vigor que tiveram em seus bons tempos. O que se vê onde o retrô está pegando firme é que para reviver embalagens clássicas é preciso ter marcas fortes, tec-nologia de ponta e criatividade.

se de um lado satisfaz carências nostálgicas do consumidor, de outro as embalagens retrô podem

beneficiar o varejo

Resgate de visuais antigos gerou

incremento de vendas para a Bauducco

Brander Branding Expression(11)3067-5990www.brander.com.br

FutureBrand(11)38211166www.futurebrand.com

Design Absoluto(11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

Metalúrgica Mococa(19) 3656-9300www.metalurgicamococa.com.br

Owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

Seragini, Farné e Guardado(11) 2101-4300www.seraginifarne.com.br

Verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br

Vitalatte: novidade apela ao método

antigo de comercializar leite

Top Mild: releitura de leite em vidro,

porém em PET

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aRTIgo

o que há de novo em retrôexplorar o imaginário coletivo da infância de quem hoje tem trinta e poucos anos é um tremendo artifício de vendas

POR ANDREw EyLES

no rEIno UnIDo, embala-gens retrô têm se tornado comuns em produtos de consumo. Isso ocorre em parte como resultado da recessão global. Como os britânicos foram obrigadas a apertar os cintos, tornaram-se nostál-gicos quanto a tempos mais felizes e prósperos. Explorar o imaginário coleti-vo da infância de quem hoje tem trinta e poucos anos é com certeza um baita arti-fício para vender produtos. No entanto, alguns exemplos de destaque antecedem a míngua de crédito no Reino Unido.

O Monster Munch é um daqueles produtos como o Marmite¹, que alguns amam e outros detestam. É praticamen-te impossível ficar ambivalente em rela-ção a um snack de milho apresentado em sabores como cebola em conserva e tomate picante. E esse é o pulo-do-gato do produto: o Monster Munch sempre foi despudoradamente Technicolor em sabor e embalagem.

Durante os sisudos anos noventa os personagens nas embalagens foram diluídos e os sabores passaram por várias encarnações em uma tentativa de torná-los socialmente mais aceitáveis para os tempos politicamente corretos. Não deu certo. O Monster Munch per-tencia a uma época de moda acida-mente brilhante, cabelos esvoaçantes e paletós com ombreira. No final de 2008,

a Walkers, dona da marca, percebeu enfim a oportunidade de cavalgar a onda do revival dos anos 80, trazendo de volta as embalagens originais em toda sua glória escabrosa.

Da mesma forma, a Cadbury reviveu em 2008 o Wispa, um chocolate aerado em barra lançado na década de 80, após pressões de consumidores. Reza a lenda que chocólatras ensandecidos invadi-ram o palco durante uma apresentação de Iggy Pop num grande festival de música, em 2007, para exigir o retorno do produto (sou um tanto cético quanto à espontaneidade desse ato). Parece que a reivindicação dos consumidores vinha se intensificando na internet há algum tempo e a resposta do público a uma edição limitada, colocada no mercado em 2007, garantiu seu relançamento, para valer, no ano seguinte. Para alguns, foi um uso inteligente da mídia social. Mas o que quer que tenha sido, resultou em vendas impressionantes.

Enquanto marcas como a Hovis, que produz pães desde 1886, aderem a um uso tático das embalagens retrô para subli-nhar a sua experiência e conhecimentos, outras buscam macaquear embalagens

Monster Munch: embalagens Technicolor foram resgatadas

Wispa: clamor do público, na internet e em eventos, trouxe o chocolate de volta ao mercado

1. Pasta para untar pães e torradas bastan-te popular no mercado britânico, feita de levedura de cerveja, e com gosto peculiar

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tradicionais para ganhar credibilida-de instantânea. O gim Hendrick’s é um exemplo providencial. Embora sua embalagem utilize todos os elementos de design tradicionalmente associados a uma imagem vintage – desde o formato da garrafa com estilo medicinal até os rótulos com pergaminhos e florais –, ela busca criar uma aura de patrimônio e um posicionamento crível para uma marca que nasceu em 1999...

oUtrA UtILIZAÇÃo rentável do retrô é a embalagem comemorativa uti-lizada paralelamente à sua contrapar-te contemporânea, anulando, assim, o risco de sua marca parecer demodée ou perder relevância. As latas alusivas aos 125 anos da Coca-Cola, criadas recente-

mente, dão uma lição de design come-morativo. Elas têm estilo, e as Varga Girls² presentes na decoração lhes con-ferem aparência atraente. O resultado é divertido, cheio de vida, perfeito para o ethos da marca.

Quando saímos do campo da emba-lagem e olhamos para a moda, o retrô praticamente sempre foi fashion. Cada era “descobre” uma época passada e comemora aquele estilo, apropriando-se dele por meio de uma reengenharia que dá um toque moderno às anti-gas tendências. A cada nova geração, crianças vestem camisetas vintage de grupos musicais que eram grandes antes que elas tivessem sido concebidas. Essa apropriação nostálgica sempre foi vista como uma atitude cool. E se você precisa

Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria de marcas e design com sede no Reino Unido e filiais na Europa, na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Ele pode ser contatado através do e-mail [email protected]

de provas reflita sobre o fato de que a principal fonte de renda dos Ramo-nes nunca foi o ganho com turnês ou a venda de discos, mas as vendas de camisetas da banda. Um dos conjuntos musicais mais influentes dos anos 70, os Ramones mudaram a música pop para sempre. No entanto, ganharam dez vezes mais com T-shirts do que com seu principal produto.

Hovis: embalagens e publicidade que buscam valorizar sua tradição

Gim Hendrick’s: uso de equities de uma época em que ainda não existia

Latas comemorativas de Coca-Cola: resultado perfeito para o ethos da marca

2. Expressão pela qual ficaram conhe-cidos os desenhos de pin-ups (modelos em poses sensuais), que tiveram no pin-tor peruano Alberto Vargas (1896-1982) um de seus mais famosos autores.

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lácTeos

centenárioem grande estiloFestejos por um século de Catupiry incluem novidades em embalagem

o cAtUpIry, primeiro requei-jão cremoso a ser lançado no Brasil, completa neste ano um século de vida. Para celebrar o centenário em grande estilo, a Laticínios Catupiry preparou novidades no que diz respeito à apre-sentação da iguaria. A principal delas é o lançamento de uma versão em aço da tradicional embalagem redonda do produto, recipiente que a fabricante convencionou chamar de “forma”.

Trata-se de uma lata dourada que irá incorporar diferentes decorações litográficas, compondo uma série com apelo para coleção. A venda será feita no decorrer deste ano somente em alguns supermercados.

Afora a edição especial metálica, foi criado um selo alusivo ao cente-nário, que será incorporado ao design gráfico de todas as embalagens de linha

do requeijão clássico – “formas” de 410 gramas e de 250 gramas, stand-up pouch de 250 gramas, bisnaga de filme plástico (“Pratic”) de 1,5 quilo, balde plástico de 3,6 quilos e bag de 10 quilos. O emblema irá também figu-rar nos novos rótulos da família de requeijões mais populares da marca, a Copocrem, comercializada em copos de polipropileno contendo 220 gramas. Antes realizada por meio de autoadesi-vos confeccionados em filme de BOPP, a decoração passa a ser feita por rótulos termoencolhíveis. O laticínio prefere não identificar os fornecedores de suas operações de packaging.

O centenário do Catupiry será mar-cado ainda por uma extensão de linha: a família de requeijões Sabores, nas versões Tomate seco, Azeitona, Ervas finas e Cheddar. A novidade chegará

Lata de aço comemorativa, com

apelo para coleção, será encontrada em clube

seleto de supermercados

selo alusivo aos 100 anos será aplicado na tradicional “forma” e nos rótulos da linha Copocrem (ao lado). Estes passam a ser

termoencolhíveis, e não mais autoadesivos

ao varejo a partir de julho próximo exibindo aquilo que o superintendente comercial e de marketing da Laticínios Catupiry, Alexandre Delmanto, consi-dera “uma quebra de paradigma” nos balcões refrigerados de requeijões e especialidades lácteas. “Todas as mar-cas da categoria utilizam copos redon-dos”, analisa o executivo. “Com a nova embalagem, além de conseguirmos for-mar ‘paredões’ nos pontos de venda, teremos ganhos em logística, com faci-

lidade de encaixe e empilhamento.” Criado pelo imigrante italiano

Mário Silvestrini na cidade mineira de Lambari, o Catupiry logo alcançou sucesso graças à sua qualidade – seu nome, a propósito, significa “excelente” em tupi-guarani. Notabilizou-se, tam-bém, pelas “formas” redondas, produ-zidas em madeira até a década de 90, quando passaram a ser moldadas em polipropileno.

Mesmo com a troca da madeira por

Linha sabores, a estrear em julho, trará “quebra de paradigma” ao mercado de

requeijões: potes com concavidade elíptica

plástico, alguns saudosistas, segundo a empresa, ainda procuram o produto na embalagem original. Para esses con-sumidores, é produzida uma pequena tiragem de “formas” de madeira, ven-didas apenas na loja de fábrica, em São Paulo. Pode-se ver nisso uma espécie de reverência à mídia que tem grande mérito pela fixação da marca no imagi-nário público. Afinal, o Catupiry jamais teve apoio de ostensivas campanhas publicitárias.

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52 | Junho 2011

IdeIas

Em pé e só em pEcomposição integral em polietileno, alegadamente benéfica à reciclagem, é a aposta da dow para popularizar ainda mais o stand-up pouch no mercado brasileiro

o AMpLo cAMpo de oportunidades aberto no Bra-sil para o uso dos stand-up pouches (SUPs) atraiu a atenção da Dow. Durante um ano a fornecedora de resinas envidou esforços e investiu valor não revelado no desenvolvimento de tecnologias e know-how para viabilizar a produção daquelas bolsas plásticas, que se notabilizam pela capacidade de ficar em pé, a partir de estruturas de filmes baseadas num único material: o polietileno (PE). A novidade, patenteada pela empresa, foi apresentada durante a Brasilplast, feira de negó-cios realizada em maio último em São Paulo.

O principal benefício relacionado ao novo conceito diz respeito à sustentabilidade. Geralmente os stand-up pou-ches têm por base estruturas multimateriais, que combinam filmes de poliéster (PET), poliamida (nylon), polipropileno, alumínio e também de polietileno, entre outros. A composi-ção exclusiva em PE, segundo a Dow, facilitaria a reciclagem das embalagens após o uso. “Diversos fabricantes de bens de consumo poderão adotar uma apresentação de produto mais amigável ao meio ambiente”, afirma Dolores Brizuela, gerente de marketing da companhia para embalagens especiais de alimentos, higiene e saúde. “Além disso, o mercado da reci-clagem será favorecido.”

A aposta da Dow é que o diferencial “verde” do novo conceito faça aumentar a percepção de valor dos stand-up

pouches entre os end-users. “Trata-se de uma embalagem que já vem construindo uma boa reputação por ser conveniente, funcional e ao mesmo tempo atraente em termos de custo – o que pode auxiliar os modelos de negócios direcionados aos consumidores emergentes”, argumenta Dolores. Entre os diversos produtos potencialmente adeptos da embalagem, a executiva arrola gêneros alimentícios como cereais matinais, açúcar, iogurtes e rações secas, materiais de limpeza, lubri-ficantes, tintas imobiliárias e itens de cuidado pessoal como xampus, sabonetes líquidos e loções corporais.

o USo DE UM únIco MAtErIAL naturalmente traz limitações. Não dá para o stand-up pouch 100% de polietileno igualar o desempenho de estruturas multimateriais com bar-reira elevada, como aquelas utilizadas no acondicionamento de alimentos ácidos e altamente sensíveis à oxidação. Mesmo assim, a Dow diz ter conseguido combinar diferentes resinas para criar filmes de PE com desempenho aprimorado em termos de proteção contra umidade e resistência ao impacto e à perfuração. Outra preocupação foi obter rigidez capaz de garantir sustentação adequada à embalagem. Tal objetivo foi atingido com o uso de estruturas mais espessas. No entanto, isso pode acarretar certa aparência “leitosa” aos trabalhos com apresentações transparentes.

Dow(11) 5188-9000www.dow.com

Bebidas, produtos de

limpeza, rações e iogurtes

estão entre os potenciais usuários do

novo conceito de embalagem

Apoiada por convertedores cujos nomes não são revela-dos, a fase de pesquisa e desenvolvimento teve como grande desafio o acúmulo de expertise quanto à formação dos pou-ches. Ocorre que uma estrutura integral de polietileno tende a exigir temperaturas menores de selagem, trazendo a ameaça de as embalagens ficarem com áreas grudadas ou deformadas quando processadas sob os parâmetros de máquina ajustados para as composições multimateriais. Segundo a gerente de marketing da Dow, foi possível eliminar esse risco e o con-ceito “pode rodar tranquilamente” tanto em processos fill-seal (envase de bolsas pré-formadas) quanto em form-fill-seal (formatação, envase e selagem da embalagem feitos em linha, a partir de bobinas). “Assistiremos os clientes com todas as informações para o uso adequado da solução”, diz Dolores.

A Dow evita detalhar comparações de custos entre a nova classe de stand-up pouches e aqueles baseados em múltiplos materiais. Dolores, contudo, assegura que os investimentos seriam competitivos e acrescenta que conversas com fabri-cantes de bens de consumo já vêm sendo mantidas para que a novidade tenha adoções em breve. A empresa química irá sugerir aos brand owners o uso, nas embalagens, de um selo com a inscrição “100% PE”. “Isso tenderá a valorizar a emba-lagem junto ao consumidor final e ao mercado reciclador”, acredita a executiva da Dow.

25 de agosto - RecifeMais informações:

www.ciclodeconhecimento.com.br

54 | Junho 2011

enTRevIsTa: mauRo moReno

Desafio de crescimentocom produção e consumo no mesmo nível, falta de alumínio é uma ameaça à indústria, incluindo a área de embalagem

Ao fIM DEStE Ano, o con-sumo doméstico deverá atingir o teto da capacidade instalada da indústria brasileira de alumínio. O alto custo da energia elétrica no País reprime novos investimentos na produção do material e já começa a estimular mudanças de fábricas para países vizinhos. Vive-se também uma situação preocupante no mercado de semimanufaturados. Com incentivos tributários de países asiáti-cos, chapas e folhas para a produção de embalagens, por exemplo, começam a

ganhar espaço cada vez maior no mer-cado interno. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Mauro Moreno, não há motivo – por enquanto – para pânico. Mas medidas devem ser tomadas para que o Brasil não perca mais uma opor-tunidade e se transforme num coad-juvante, com condições reduzidas de gerar inovações alicerçadas no material. “Temos vocação natural para sermos um dos principais produtores de alumínio primário do mundo”, lembra Moreno.

Segundo previsão da Abal, o con-sumo interno de alumínio deverá crescer 13,2% em 2011, chegando a 1,5 milhão de toneladas, quase alcan-çando a capacidade de produção de alumínio primário do setor (1,55 milhão de toneladas). Isso obrigará o setor a reduzir as exportações e aumentar as importações para atender a demanda. Qual o moti-vo da escassez de matéria-prima local?Houve forte crescimento da deman-da interna nos últimos anos, puxado por diversos segmentos consumidores, como o de embalagens, responsável por quase um terço do consumo inter-no. Some-se a isso o fato de que há 25 anos não são construídas fábricas de alumínio primário no Brasil. Agora, o custo da energia elétrica torna proibi-

o alumínio no Brasil

1,55 milhão de toneladas

1,5 milhão de toneladas

é a capacidade instalada de produção

do metal no país

é a previsão de consumo do

material para 2011

fonTe: aBal | maIo 2011

Os principais segmentos consumidores (2010):

EMBALAgEnS 31%

trAnSportES 21%

ELEtrIcIDADE 9%

conStrUÇÃo cIVIL 14%

MÁQUInAS E EQUIpAMEntoS

5%

BEnS DE conSUMo

11%oUtroS 9%

Junho 2011 | 55

“Estamos trabalhando para que a indústria do alumínio seja incluída na nova Política

de Desenvolvimento Produtivo”

tiva a ampliação da capacidade produ-tiva de alumínio primário no País. Em dez anos o preço da energia elétrica pago pela indústria aumentou 180%, o que afugenta novos investimentos. Isso apesar de termos vocação natural para sermos um dos principais produtores de alumínio primário, por possuirmos a terceira maior reserva de bauxita do mundo, enorme potencial de geração hidrelétrica e uma indústria solida-mente instalada. Foi noticiado recentemente que a RioTintoAlcan, tradicional fabri-cante de alumínio primário e que poderia investir em novas fábricas no território nacional, estaria cogi-tando produzir o metal no Para-guai. O senhor acredita que o alto custo local de energia pode ocasio-nar fechamentos de fábricas locais e migrações para outros países?As empresas que produzem alumínio primário são globais e se instalam onde houver energia elétrica disponível e a custos competitivos. Há trinta anos, quando o Brasil vivia esse cenário, tivemos o desenvolvimento local da indústria do alumínio, a ponto de nos tornarmos o sexto maior produtor do metal. No entanto, a realidade agora é outra. Já enfrentamos o fechamento de duas plantas, a Valesul, no Rio de Janei-ro, em 2009, e uma unidade da Novelis, na Bahia, em 2010. Isso provocou uma

redução de 150 000 toneladas na oferta de metal. Diante disso, é perfeitamen-te aceitável considerar que as empre-sas aqui instaladas possam encerrar as atividades de produção de alumínio primário e se instalar em outros países com melhores condições de oferta de energia. O que pode ser feito para que a situ-ação mude?Entendemos que o Brasil não deve prescindir de suas indústrias, principal-mente as de base como a de alumínio, nesse caminho rumo ao crescimento econômico e desenvolvimento social. Somente as indústrias permitem distri-buir o valor das riquezas naturais, rigi-damente localizadas ao longo de todo o vasto território nacional. Por conta disso, a Abal considera que o governo deve investir numa política industrial forte, que desenvolva o setor produtivo capaz de agregar valor à matéria-prima e desenvolver as regiões onde essas fábricas se instalam. Nesse sentido, estamos trabalhando para que a indús-tria do alumínio seja incluída na nova

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Política de Desenvolvimento Produ-tivo, que deverá ser anunciada pelo governo em junho. Ante a oferta restrita de matéria-prima local, o receio dos consumido-res de embalagens de alumínio e de qualquer produto derivado do mate-rial é de que possa haver problemas de abastecimento. Existe esse risco?É importante ressaltar que o suprimen-to doméstico de alumínio está normal-mente estabelecido, até porque conta com um grande componente que é a reciclagem, responsável por 35% desse suprimento, alavancada pela notável participação do reaproveitamento das latas de alumínio para bebidas. Quanto aos produtos acabados que utilizam alumínio na produção de embalagens, que são as folhas e chapas, o consumo neste ano deverá aumentar, respectiva-mente, 16,4% e 11,9% – e as empresas produtoras desses materiais têm capa-cidade instalada suficiente para aten-der ao aumento de demanda. Novas fábricas de tubos para aeros-sóis e garrafas de alumínio estão sendo construídas no País, abrindo a perspectiva da diversificação da pro-dução local de embalagens do mate-rial. Há condições de fabricantes nacionais de alumínio primário ou de produtos semiacabados atende-rem possíveis aumentos de demanda causados por tais projetos?Os fabricantes de alumínio primário têm reduzido as exportações, enquanto o setor como um todo tem aumenta-do gradualmente as importações para suprir o mercado interno. Quanto à etapa de transformação em produtos semimanufaturados de alumínio – cha-pas e folhas –, como eu disse anterior-mente, as empresas têm capacidade instalada suficiente para produzir e atender ao aumento da demanda. Existem relatos de crescimento das importações de folhas e chapas ori-ginárias da China, beneficiadas por incentivos tributários concedidos pelo governo daquele país. A Abal tem ideia do volume dessas impor-tações? Elas já chegam a configu-

rar uma ameaça à indústria?Sem dúvida, os subsídios à exportação concedidos pelo governo daquele país fazem com que vários produtos chineses cheguem ao Brasil com um preço muito abaixo da média dos preços internacio-nais. As chapas chinesas já representam 50% do total importado desse produto, enquanto as folhas de alumínio prove-nientes da China respondem por pouco mais de 40%. Esse avanço configura, sim, uma ameaça à indústria nacional, que vem perdendo vendas considerá-veis e vem inclusive desativando algu-mas linhas de laminação. Mesmo assim, os produtores locais desses materiais continuam a investir em aumento de capacidade e inovação tecnológica para enfrentar a concorrência externa. O real supervalorizado e vanta-gens alfandegárias têm estimulado importações de embalagens acaba-das de materiais como plástico e vidro. Isso pode se intensificar no caso das embalagens de alumínio? Em caso positivo, em quais tipos de embalagem?No caso do alumínio esse risco ocor-re principalmente com as embalagens descartáveis – bandejas e formas, por exemplo – e com os rolos de folha de alumínio para a utilização doméstica. Num movimento que já é forte em outros mercados e que começa a ganhar força no Brasil, a folha de alumínio tradicionalmente utili-zada em embalagens flexíveis de chocolates e outros produtos vem sendo substituída por filmes plás-ticos metalizados. Um caso recente e emblemático é o do envoltório do bombom Sonho de Valsa. Uma das justificativas para esse tipo de mudança é a busca por produtos mais sustentáveis, uma vez que a eliminação do alumínio reduziria consideravelmente o peso total das embalagens. O senhor concorda com essa argumentação?De modo algum. A embalagem de alumínio é altamente sustentável. A eliminação da folha de alumínio redu-ziria consideravelmente a vida útil do alimento ou medicamento embalado;

“O avanço das importações de chapas e folhas para embalagens oriundas

da China configura uma ameaça à indústria nacional. Vendas vem sendo perdidas e linhas de laminação vêm

sendo desativadas”

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Além disso, a embalagem apenas de alumínio é facilmente e totalmen-te reciclável, ao contrário dos filmes plásticos. Inclusive, como exemplo, em diversos países as tampas de iogurte são apenas de alumínio, justamente pela sua fácil reciclagem. Além das aplicações já citadas, o senhor vê oportunidades promisso-ras para usos inovadores ou mais expressivos do alumínio em emba-lagens? Latas de alumínio para ali-mentos, por exemplo, têm razoá-vel popularidade em outros países, porém são raras no Brasil. A Abal acredita nesse tipo de solução?Sim, vemos uma oportunidade na modernização das embalagens, à medi-da que o consumo de alimentos, cos-méticos e bebidas cresce e aumenta o número de lançamentos em prazos cada vez menores. Esse cenário é favorável para o alumínio participar do portfólio de produtos das empresas, num curto espaço de tempo. Já houve um início dessa modernização com as latas de alumínio para alimentos, em especial para atum e sardinha, e estamos pre-vendo que esse segmento cresça, pois o alimento embalado na lata de alumí-nio preserva a coloração e sabor natu-ral. Outro exemplo são as embalagens aerossóis, mais modernas que os sprays e que proporcionam menor desperdí-cio. O alumínio é largamente utilizado nessas embalagens pela sua leveza, fácil estampabilidade e por não oxidar. O alumínio é amplamente perce-bido como um material caro. Isso não é um desestímulo a uma maior popularização de usos do material?As latas de alumínio para bebidas pro-vam que isso não é verdade. As caracte-rísticas próprias do alumínio permitem a fabricação de embalagens em um único material, tanto o corpo como a tampa, e com espessuras mais finas que as latas de aço e sem a permeabilidade do PET, além de ser facilmente reciclável. O também empresário está passando a reconhecer os novos custos que a sus-tentabilidade demanda e nesse quesito o alumínio tem vantagens consideráveis devido à reciclagem infinita.

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plásTIcas

Efeitoduplonova geração de masterbatches para visuais especiais promete encantar nas gôndolas e nas linhas produtivas

DAr ApArÊncIAS peroladas ou iridescentes a embalagens plásti-cas rígidas é um recurso que costuma extasiar os profissionais de marketing dos fabricantes de bens de consumo. Mas pode-se dizer que o mesmo entu-siasmo nunca ecoou no chão de fábri-ca dos transformadores. Isso porque os masterbatches (aditivos) que propor-cionam os visuais especiais reduzem a produtividade nas linhas.

Os insumos contêm partículas, mais conhecidas como pérolas, que normalmente sofrem cisalhamentos quando passam pela rosca das extru-soras. As partículas maceradas acabam se acumulando no cabeçote das sopra-doras ou nos bicos de injeção. “Quan-do isso ocorre, os fragmentos podem riscar a peça produzida”, explica Ricar-do David, diretor de engenharia da Graham Packaging, importante fabri-cante nacional de recipientes plásticos. “Nesses casos”, comenta o profissional, “é preciso parar a produção para fazer a limpeza das máquinas.”

Danificadas, as pérolas também perdem eficiência óptica, poden-do gerar embalagens com aparência esbranquiçada e com brilho inferior ao esperado. Para contornar esse pro-blema, alguns transformadores costu-

Frascos com efeitos especiais: imagem de luxo, tecnologia, sofisticação e valor agregado

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mam aumentar o emprego de master-batches, o que acaba por elevar o custo do processo.

Agora, o fim desses inconvenientes é prometido pela suíça Clariant, nome importante do setor de masterbatches, com forte posição no Brasil. A empresa diz ter desenvolvido uma nova gera-ção de sua linha de efeitos especiais, batizada de Pearlfect, em que as péro-las ficariam protegidas ao passar pela extrusora, terminando pouco afetadas após o processamento.

O que preserva a integridade das partículas é um segredo guardado a sete chaves. Desenvolvida pela subsidi-ária brasileira da Clariant, a tecnologia será implantada nos próximos meses nas 53 plantas mundiais da empresa. Já existem embalagens nacionais sendo produzidas com a nova tecnologia. A empresa, contudo, diz não poder identificá-las, por política interna.

Responsável na Clariant pelo mer-cado de embalagens para a América Latina, Alessandra Funcia afirma que os novos masterbatches assegurariam também mais brilho e maior profun-didade do efeito na peça pronta. “De uma só vez minimizamos um proble-ma do transformador e atendemos a uma demanda do end-user”, afirma a profissional.

pArA A fornEcEDorA, o maior rendimento dos novos insumos pode ajudar a viabilizar o uso de efeitos mais sofisticados, hoje restritos a itens de luxo, em mercados menos exclusivos, como o de produtos de higiene pes-soal para uso diário. “Como há menos quebra de pérolas, podemos utilizar menores dosagens de masterbatches na produção das embalagens, o que diminui o desembolso em coloração e resulta em melhor relação custo-benefício”, diz Alessandra.

Na opinião de Francisco Veloso, gerente do segmento de pigmentos da Merck, empresa que fornece as pérolas utilizadas nos masterbatches da Cla-riant, a difusão do uso de embalagens com visuais perolados ou iridescentes abre grandes oportunidades para os fabricantes de bens de consumo. “Per-cebemos, em pesquisas com consumi-

dores, que a utilização de pigmentos de efeito transmite a produtos e mar-cas uma imagem de luxo, tecnologia, sofisticação e alto valor agregado”, diz o executivo.

Vale ressaltar, contudo, que a nova tecnologia da Clariant não elimina as linhas de fluxo, uma dor de cabeça para os designers que desejam projetar peças injetadas com efeitos especiais.

“As linhas de fluxo são inerentes ao processamento com perolados, pois as paredes da partícula da pérola são irregulares e, quando se alinham no processo de injeção, ficam inevitavel-mente marcadas”, explica Alessandra. “A solução para esse problema conti-nua sendo trabalhar com o design da peça, a fim de não deixar essas marcas tão visíveis ao consumidor.”

Clariant(11) 5683-7233www.clariant.com.br

Graham Packaging(11) 2135-7900www.grahampackaging.com

Merck(11) 3346-8600www.merck.com.br

60 | Junho 2011

alImenTos

refeição on-the-goembalagens avançadas viabilizam criação de vending machine para pratos prontos

AprESEntADo recentemente na Europa, um novo conceito em vending machine busca mostrar que é possível oferecer algo melhor que fast food nas vendas automatizadas de alimentos. Trata-se de uma máquina capaz de servir pratos prontos aquecidos na hora. A novidade é fruto de uma parce-ria entre a fabricante espanhola de equipamentos Jofemar e a Sealed Air Cryovac, referência em soluções de embalagem para a indústria alimentícia.

Batizada de Jofemar Gourmet, a nova vending machine traz em seu interior uma câmara fria para o armazenamento de pratos prontos refrigerados e um forno de micro-ondas. As refeições que abastecem o sistema são acondicionadas por meio de uma nova tecnologia da Cryovac chamada Simple Steps – embalagens plásticas flexíveis a vácuo, do tipo skin, dotadas de um sistema de ventilação para a liberação automática de vapor e gases durante o aquecimento de alimentos por micro-ondas. Graças a esse mecanismo, não há necessidade de perfurar ou abrir parcialmente a embalagem, como pedem outras soluções do gênero, e o alimento pode ser aquecido por pressão.

pArA fAcILItAr a vida do consumidor, as refeições são servidas em bandejas compartimentadas, também envolvidas pelo filme skin. Basta o consumidor retirar o envoltório plásti-co e apanhar talheres fornecidos junto com a refeição aquecida na comporta da vending machine para satisfazer o apetite. As bandejas utilizadas são produzidas a partir de uma espuma plástica especial, termo-isolante, para evitar que o consumidor queime as mãos no manuseio dos alimentos.

De acordo com a Sealed Air Cryovac, a novidade “é perfei-ta” não somente para estações de trem, postos de combustível, supermercados e pequenos hotéis – locais em que vending machines já costumam ser instaladas –, mas também para escritórios, universidades, hospitais e outros locais em que não seja viável montar refeitórios e sistemas de catering. “Trata-se de uma solução requintada que mostra os benefícios da com-binação entre alimento de qualidade, embalagem adequada e a conveniência do aquecimento”, resume Carles Lapeña, gerente de vendas da Sealed Air Cryovac para a Península Ibérica.

Acima, exemplo de refeição acondicionada no Simple Steps. Embalagem

é aquecida na máquina por meio de micro-ondas

Jofemar+34 (948) 75-1212www.jofemar.com

Sealed Air Cryovac(11) 3833-2830www.sealedair.com.br

62 | Junho 2011

leITes

A tEtrA pAk apresentou em maio último em sua matriz, em Lund, na Suécia, a primeira garrafa carto-nada asséptica do mercado, expecta-tiva que laticínios no mundo inteiro sempre mantiveram em aberto. Desti-nado especificamente a acondicionar leite UHT (longa vida) e batizado de Tetra Evero Aseptic, o produto “reúne as vantagens de assepsia das embala-gens cartonadas multicamadas com a ergonomia da forma cilíndrica de uma garrafa”, segundo a empresa. A garrafa-caixinha é fabricada com papel car-tão certificado com o selo FSC (Forest Stewardship Council) e promete shelf life de seis meses para o alimento enva-sado, sem necessidade de conservantes ou de refrigeração.

A rigor, a caixinha-garrafa consiste de estruturas diferentes que compõem uma peça única, e visualmente é pare-cida com a Tetra Top, que já faz parte do portfólio da Tetra Pak. A diferença é que, além de ser asséptica, “a Tetra Evero tem outro formato e a compo-sição do cartão é a mesma que a das demais embalagens assépticas da Tetra Pak, ou seja, seis camadas intercaladas de papel, plástico e alumínio. Além disso, o processo de envase, bem como o de esterilização e formação da emba-lagem na máquina, são bem diferen-tes daqueles da embalagem Tetra Top”, explica Eduardo Eisler, vice-presidente de Estratégia e Negócios para as Amé-ricas Central e do Sul da Tetra Pak. O topo do recipiente, em formato de cone,

é feito de polietileno de alta densidade (PEAD), injetado na própria máquina de enchimento. Também a tampa é de PEAD, enquanto o gargalo é de polieti-leno de baixa densidade (PEBD), como mostra a ilustração ao lado. O resulta-do final é uma garrafa com duas laterais retas e duas abauladas.

Segundo a empresa sueca, a Tetra Evero Aseptic tem a primeira abertura em um passo, isto é, para abrir basta um giro. E conta com duplo recurso de segurança: a inviolabilidade do reci-piente é garantida pela tampa e por uma película de polietileno na parte interna. A boca é a mais larga entre as embalagens cartonadas, facilitando o ato de verter o leite. O material de divulgação do produto lembra que a impressão flexográfica, com efeito foto-gráfico, pode ocupar toda a superfície da embalagem, aumentando a exposi-ção das marcas nos pontos de venda.

“A grande inovação da Tetra Evero Aseptic não está apenas na embalagem, mas em como fazê-la”, diz Michael Grosse, vice-presidente executivo de Desenvolvimento e Engenharia da Tetra Pak. Segundo ele, o equipamento

chegou a caixinha-garrafa para leiteapresentada pela Tetra pak na europa, primeira garrafa cartonada asséptica do mundo estará disponível no Brasil em 2012

Tampa é aberta em apenas um giro

A estrutura, de dentro para fora:

duas camadas de polietileno,

uma camada de alumínio, uma quarta camada de polietileno,

uma quinta camada, de papel

cartão, e uma sexta camada, de

polietileno

Formato da garrafa facilita a

pega

impressão flexográfica

confere qualidade de

fotografia

inviolabilidade da embalagem é

garantida por película de polietileno

Topo de polietileno garante barreira

à luz

Moldagem por injeção

funde o topo ao corpo da

garrafa

Envase é feito pela parte de baixo

que a produz, o Tetra Pak A6, tem capacidade de até 10 000 unidades por hora e ocupa metade do espaço ocupado por linhas de garrafas assépticas de PET.

Por enquanto, a novidade está dis-ponível apenas para leites brancos e, até o final de 2011, só para o mercado europeu. A partir do ano que vem pode-rão ser acondicionados leites saboriza-dos, leite de soja, cremes e outros pro-dutos lácteos. A Capsa – Corporación Alimentaria Peñasanta, maior laticínio da Espanha, é a primeira empresa a uti-lizar a garrafa cartonada asséptica para seus produtos premium. Foi adotada também pelo laticínio Weihenstephan, um dos maiores da Alemanha. Em 2012 a garrafa estará disponível comercial-mente para as demais regiões além da Europa, inclusive a América Latina, adianta Eduardo Eisler.

emb.bz/142evero

A nova garrafa da Tetra Pak

tem a boca mais larga entre as embalagens

cartonadas no mercado

Capsa, maior laticínio da Espanha, foi o primeiro a adotar a Tetra Evero Aseptic

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

64 | Junho 2011

InTeRpack

Inovar com pés no chãonada de reinvenções. em sua edição de 2011, a Interpack, frequentemente apontada como a mais importante feira mundial de packaging, privilegiou soluções para agora

POR GUILHERME KAMIO, DE DüSSELDORF

poDE SoAr frustrante dizer que a edição de 2011 da Interpack, reali-zada entre 12 e 18 de maio último em Düsseldorf, na Alemanha, não apresen-tou grandes inovações. Afinal, trata-se daquela que é frequentemente aponta-da como a principal exibição mundial de tecnologias de embalagem – e cuja periodicidade, de três anos, ajuda a gerar enormes expectativas entre os profissio-nais de packaging. A falta de novidades extraordinárias, na verdade, era previsí-vel. E não tornou o evento ruim.

Ante a bolha recessiva vivida no último triênio pelos países desenvolvi-dos, provocada pelo colapso do sistema financeiro, o empresariado internacio-nal colocou os pés no chão. A caute-la diminuiu os espaços para soluções industriais muito complexas, exclusivas ou ousadas. Fortaleceu-se o sentimento de que vale mais envidar esforços para lapidar o que já existe do que buscar soluções feéricas. Em síntese, a débâcle econômica valorizou o pragmatismo contra reinvenções da roda.

Como não poderia deixar de ser, a primeira Interpack pós-crise foi sensi-velmente influenciada por esse espíri-to. A maioria dos produtos e serviços apresentada pelos 2 700 expositores da feira revelou prioridade aos refinamen-tos de soluções já conhecidas, sobretudo daquelas centradas na dinamização da produção aliada a reduções de custos. “A oportunidade para evoluções ainda é maior do que para revoluções”, cons-tatou, durante a feira, o americano Ben Miyares, diretor do Packaging Mana-gement Institute e tido como um dos maiores experts do mundo quando o assunto é embalagem.

Na feira, um dos reflexos desse

Os destaques foram refinamentos de soluções centradas na dinamização da produção aliada a reduções de custos

cenário foi a apresentação de sistemas integrados, em muitos casos unindo for-necedores situados em diferentes elos da cadeia do packaging. A italiana Sipa, por exemplo, destacou o Sincro-TriBloc, sis-tema quatro em um altamente compacto para o envase de bebidas em garrafas de PET. Disponível em configurações para saídas entre 12 000 a 48 000 garrafas por hora, o conceito incorpora estações de sopro, enchimento, vedação e rotulagem numa área que a Sipa diz ser 55% menor que as ocupadas pelas linhas standard. A integração garantiria redução de 15% em custos operacionais devido à ausência de estações de buffer (armazenamento intermediário) entre os processos.

Sipa mostrou sistema compacto com rotulagem Adhesleeve

Um destaque do conceito Sincro-TriBloc é a incorporação da tecnologia Adhesleeve. Trata-se de uma nova pro-posta de rotulagem com roll-labels (cin-tas plásticas obtidas a partir de bobinas) criada pela P.E. Labellers (ver Embala-gemMarca nº 129, maio de 2010). Nela, a rotulagem não é feita por meio da transferência de cola hot-melt durante o processo de aplicação, como ocorre tradicionalmente. Em vez disso, bobinas impressas apresentam em seu verso uma pequena faixa autoadesiva para cada unidade, num processo mais limpo e que reduziria o consumo energético. Ademais, seu método menos complexo de corte dos rótulos seria capaz de elimi-nar dificuldades de calibração de facas e eliminar paradas de linha.

Num dos estandes mais concorridos da feira, o da Krones, outro sistema de rotulagem de vanguarda atraiu as aten-ções. A empresa realizou demonstrações de sua rotuladora Sleevematic ES, que aplica em garrafas de bebidas rótulos do tipo Super Stretch Sleeve (Triple S). Tra-ta-se de uma classe de rótulos esticáveis criada pela CCL Label para concorrer sobretudo com os termoencolhíveis. A

Krones adquiriu licença para ser prove-dora mundial de máquinas aplicadoras para essa via de decoração.

Graças à alta capacidade de estira-mento do filme de polietileno de baixa densidade em que o Triple S é baseado – de 55%, taxa propagandeada como inédita no mercado – os rótulos podem ter dimensões expressivamente meno-res que os shrink labels para aplica-ções equivalentes, reduzindo o consu-

Quatro conceitos visionários

Na Interpack 2011, a Sidel apresentou quatro conceitos de embalagem que atendem a diferentes propósitos dos usuários finais. Eis os modelos:

cluster Trata-se de uma embala-gem que agrega uma série de pe-quenas garrafas de gargalo curto, por meio de anéis verdes, que, por sua vez, são anexados a um tron-co principal, tal como uma árvore. As garrafas Cluster são indicadas para o uso de diferentes produtos, como água mineral, suco de frutas e leites.

DailyDose É uma solução multi-embalagens dirigida especialmen-te a famílias e a consumidores que desejem ingerir pequenas quanti-dades de sucos de frutas ou iogur-tes ao longo do dia, de maneira regular. Para tanto, seis garrafas são envolvidas individualmente e unidas por meio de um só rótulo, de maneira conveniente.

Modulomold Tecnologia que per-mite que várias garrafas do mesmo tamanho (até 700 mililitros) sejam produzidas em um único molde, por meio de insertos removíveis. É uma solução voltada para ocasiões em que há a necessidade de altera-ções simples e rápidas de formato, como em tiragens muito peque-nas – voltadas, por exemplo, a edições limitadas. Segundo a Sidel, a mudança de insertos leva menos de trinta segundos entre a abertura do primeiro molde para a abertura do segundo.

freeShape Tecnologia que promete dar liberdade ao design de garrafas de PET independen-temente da tecnologia de envase. Um desenho de embalagem similar poderia ser utilizado tanto para envase a quente quanto para envase asséptico. O segredo é que a base das embala-gens, patenteada, faz as vezes dos tradi-cionais painéis de compensação incor-porados às garrafas, necessários para evitar deformações causa-das pela variação de temperatura da bebida acondicionada.

Aplicação de novos rótulos stretch da CCL chamou atenção no estande da Krones

emb.bz/142triple

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mo de matéria-prima. “A maleabilidade do rótulo é tamanha que permite sua conformação a recipientes de formatos complexos, antes não atendidos ade-quadamente por rótulos stretch com menores índices de deformação”, afirma Josef Mayer, diretor de desenvolvimento de tecnologias de rotulagem da Krones.

Além de requerer menos matéria-prima para sua produção, o Triple S ainda traria outra vantagem óbvia fren-te aos rótulos termoencolhíveis: a de dispensar os túneis de encolhimento, reduzindo o consumo de energia – e proporcionando ao usuário um processo mais afinado com a sustentabilidade. “É uma solução amigável ao ambiente, mas também impactante nas gôndolas e de custo atraente”, argumenta Mayer.

Outro aspecto confirmado pela Interpack 2011 foi que os formatos mais sofisticados de embalagens flexíveis

estão em evidência. A Bosch, dona de um dos maiores estandes do evento, procurou realçar sua solução em pou-ches assépticos, a Sure Pouch. O concei-to é comercializado pela divisão Bosch Pouch Systems através de uma aborda-gem one-stop shop, incluindo máqui-na form-fill-seal vertical, materiais de embalagem, válvulas dispensadoras e equipamentos para fim de linha.

de acordo com o presidente da Bosch Packaging Technology, Frie-dbert Klefenz, o principal objetivo da tecnologia Sure Pouch é oferecer uma alternativa mais versátil e econômica às linhas de embalagens cartonadas assép-ticas. “O processo de assepsia dos pou-ches é menos intensivo em termos de energia, o que configura uma opção com apelo sustentável”, assevera o dirigente. Os pouches podem ter volume entre 50 mililitros a 10 litros e podem acondicio-nar produtos com partículas de até 25 milímetros de diâmetro.

Outra solução interessante em embalagens flexíveis foi apresentada pela japonesa Asahi Kasei: stand-up pouches com sistema a vácuo. Por meio do uso de uma estrutura de filme espe-cial e a incorporação de uma válvula que impede a entrada de ar, as embalagens são capazes de prolongar a conservação das propriedades ideais de consumo de produtos altamente sensíveis ao oxi-gênio. A primeira usuária mundial da novidade é a japonesa Kikkoman, numa linha de molhos de soja. À medida que

Stand-up pouch com vácuo, adotado pela Kikkoman

Bosch valorizou apresentação de linha de pouches assépticos

Outro aspecto confirmado: formatos mais sofisticados de embalagens flexíveis estão em evidência

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abre e fecha com SurlynA DuPont apresentou na Interpack 2011 o Multipeel Flow Wrap, um novo con-ceito em resselagem para embalagens flexíveis do tipo flow-pack. Desenvolvida em parceria com a convertedora alemã Südpack, a novidade consiste na aplica-ção de um grau especial da resina ionomérica Surlyn na selagem superior dos invólucros, que permite tornar a selá-los simplesmente por meio da aplicação de leve pressão na região de abertura. Segundo a DuPont, a solução é pertinen-te para prolongar a conservação, após a abertura, de produtos como snacks, doces, balas e queijos.

emb.bz/142multipeel

Flow-packs são resseladas através de

nova junção da abertura

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o produto é consumido, o pouch vai murchando devido ao vácuo em seu interior.

Frente à maioria dos holofotes dirigi-dos a soluções em embalagens plásticas, a associação European Metal Packaging (Empac) montou na Interpack um espa-ço dedicado a realçar as possibilidades de uso dos diversos tipos de embala-

gens metálicas. Mais que demonstrar inovações, o local, denominado Metal Packaging Plaza, buscou ressaltar os predicados de cunho sustentável do aço e do alumínio na produção de embala-gens. Apesar desse esforço, ficou visível que, exceto por aplicações cativas como latas para bebidas e tubos para aerossol, a posição dos recipientes de metal é crescentemente ameaçada por contrati-pos plásticos. Isso acontece de maneira mais crítica na área de alimentos.

ALgUnS ExpoSItorES, como a britânica RPC e a alemã Weidenham-mer, mais conhecida pela produção de embalagens cartonadas multifoliadas (composite cans, ou “fibralatas”) mos-traram em seus estandes que a recep-tividade ao uso de recipientes plásticos de alta barreira retortable (passíveis de esterilização em autoclave) tem crescido na Europa.

Na Weidenhammer, a linha de potes com essa finalidade, batizada de Perma-safe, já é utilizada por diversos clientes para o acondicionamento de refeições prontas, rações úmidas, carnes e pesca-dos processados, entre outros alimen-tos sensíveis. “Os recipientes plásticos retortable garantem maior percepção de valor e geram custo de operação mais competitivo que o das latas”, diz Marti-na Zöbele, diretora de comunicação da Weidenhammer.

Também como opção às embalagens metálicas, uma novidade foi revelada no estande da produtora suíça de máquinas

participação verde-amarela

Além da Braskem, que fez sucesso na feira apre-sentando seus plásticos “verdes”, outras empresas brasileiras expuseram pro-dutos e serviços na edição de 2011 da Interpack. Pela terceira vez conse-cutiva, o Programa Export Plastic, iniciativa do Insti-tuto Nacional do Plástico (INP) apoiada pelo governo brasileiro, levou uma cara-vana de empresas atuantes na cadeia do packaging ao evento. Desta vez, a missão contou com quinze inte-grantes (Acinplas, Braspack, Cartonale, CleverPack, Cromex, Embaquim, Euro-packne, Geraldiscos, Ma-zda, Plasc, Topack, Védat,

Vitopel, Wyda e Zaraplast). “A iniciativa gerou 561 contatos com comprado-res internacionais e gerou negócios que, em projeção para os próximos doze meses, devem alcançar 9 milhões de dólares”, relata Iara Bentes, especialista em marketing e comunicação do Programa Export Plastic.Quem também partici-pou da feira pela terceira vez, mas em missão solo, foi a SPL Dessecantes. A propósito, a fornecedora de soluções em acondicio-namento para a indústria farmacêutica já utilizava no evento seu novo nome co-mercial, Splack (ver Painel desta edição).

Permasafe: uma das alternativas emergentes às

metálicas

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injetoras Netstal. Em parceria com a produtora de moldes Glaroform e a for-necedora de robôs Ilsemann, a empresa desenvolveu um conceito de embalagem multicamadas baseado no ensanduicha-mento de uma película de alumínio entre duas camadas de plástico injetado.

A camada de barreira fica, então, protegida de avarias pelo lado externo e não entra em contato com o alimento acondicionado. Segundo a Netstal, outro benefício proporcionado pelo conceito é a eliminação do risco do “retort shock” – a fragilização da propriedade de bar-reira durante o processo de esterilização, devido à absorção de água por filmes plásticos.

no cAMpo DA sustentabilidade, chamou a atenção o fato de, desta vez, os bioplásticos não serem tratados como algo excêntrico, para o futuro. Se nas edições anteriores as empresas propo-nentes desses materiais ocupavam espa-ços anexos à feira, na Interpack de 2011 elas de fato faziam parte da feira, inte-gradas ao seus principais pavilhões.

Um dos destaques, nesse sentido, foi a participação da Braskem. A petro-química brasileira levou à Interpack sua tecnologia de plásticos “verdes”, derivados do etanol de cana-de-açúcar. O estande da empresa atraiu grande número de visitantes e destacou adoções do material atualmente em curso de chegada ao mercado europeu, como os

Estande da Braskem, concorrido, mostrou soluções da empresa em plásticos “verdes”

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casos dos frascos dos xampus e condi-cionadores Pantene, da Procter & Gam-ble, e as garrafinhas do iogurte para beber Actimel, da Danone.

A propósito, a Danone aproveitou o evento para fazer a avant-première de uma novidade: o novo copo de ácido polilático (PLA), resina de origem vegetal, desenvolvido para os iogurtes funcionais Activia comercializados no mercado germânico. “Com a iniciativa, deixaremos de consumir mensalmente um volume de materiais fósseis que seria capaz de abastecer 13 000 domicílios na Alemanha”, diz Andreas Ostermayr, diretor geral da Danone alemã.

O projeto de Activia é considerado um divisor de águas no uso de embala-gens de PLA. Por isso, foi amplamente destacado nos estandes da Ingeo, forne-cedora da resina de PLA (representada no Brasil pela Cargill), e da Paccor, a convertedora dos copos de Activia.

Além de fato relevante para o merca-

Netstal criou solução em injeção para “ensanduichar” foil de alumínio

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MAIS QUE VIABILIZAr o sistema de consumo, as embalagens podem também ter outro papel decisivo no mundo moderno: o de erradicar a fome. Foi esse o mote do Save Food, congresso realizado entre os dias 16 e 17 de maio último, paralelamente à Interpack, com apoio da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU).

Segundo estudos da ONU, 1,3 bilhão de toneladas de ali-mentos são desperdiçados por ano. Esse volume seria capaz de mitigar o problema da fome no mundo, mas acaba sendo desperdiçado por processos inadequados ou por más práticas ao longo da cadeia de abastecimento – ou, como ressaltou o programa do evento, por “desatinos sucessivos entre as fazen-das e os garfos dos consumidores”.

De acordo com um dos palestrantes do evento, Julian Carroll, diretor do Europen – Organização Europeia de Embalagem e Meio Ambiente, a embalagem é a ferramenta capaz de acabar com o problema. “No entanto, ela é como uma Cinderela”, diz o executivo. “As indústrias alimentícias ainda não perceberam seu real valor e suas possibilidades para uma melhor gestão dos produtos.”

Durante o congresso, algumas tecnologias foram apontadas quase unanimemente como soluções potenciais para conter os desperdícios e otimizar o aproveitamento de alimentos. Entre elas destacaram-se as embalagens com atmosfera modificada (MAP) e os selos de indicação de frescor de alimentos que não se baseiam unicamente em tempo, mas na real condição do produto acondicionado. É o caso, por exemplo, de um selo que denuncia condições impróprias para o consumo de carnes e pescados quando “ativado” por gases resultantes de processos de contaminação. Tal solução foi desenvolvida recentemente pelo Instituto Fraunhofer, de Munique, com apoio do ministé-rio alemão de Pesquisa e Educação.

Um papel socialcongresso paralelo à Interpack realçou o papel que a embalagem pode ter no combate à fome

Evento destacou soluções como os selos de indicação de frescor (no detalhe)

do de bioplásticos, a nova embalagem de Danone pode também ser interpretada como pedra de toque para a retomada de investimentos das empresas europeias em inovação. Só agora a economia do Velho Continente parece começar a se livrar da ressaca da crise, e a Interpack já mostrava representantes da cadeia do packaging mais otimistas. “Igualamos, nos últimos meses, a receita do mesmo período de 2008”, comentou Fried-bert Klefenz, da Bosch Packaging Tech-nology. “A perspectiva, agora, é que as coisas melhorem.”

Para a Messe Düsseldorf, organi-zadora da Interpack, a edição de 2011 confirmou o panorama de recuperação. “A sensação, compartilhada por mui-tos expositores com quem conversei, é similar: a feira mostrou que a inclinação das tendências conjunturais é positiva”, disse o presidente da Interpack 2011, o alemão Cristian Traumann, diretor da fornecedora de máquinas Multivac. Para o executivo, o grande afluxo de visitantes endossa esse ponto de vista. “O público total de 166 000 visitantes recebidos deixou evidente o reaqueci-mento da atividade industrial e colocou a edição de 2011 entre aquelas de maior êxito na história da Interpack.”

Asahi Kasei+81 (3) 5217-5851www.asahi-kasei.co.jp/pax

bosch Packaging(11) 2117-6807www.boschpackaging.com

Braskem(11) 3576-9999www.braskem.com.br

Cargill(11) 5099-3998www.cargill.com.br

CCL Label(19) 3876-9311www.ccllabel.com.br

DuPont(11) 4166-8000www.dupont.com

Krones(11) 4075-9500www.krones.com.br

P.E. Labelers(11) 3744-1430www.pelatina.com

Sidel(11) 3132-9090www.sidel.com

Sipa(11) 4772-8300www.sipasulamerica.com.br

Paccor+48 (32) 358-8500www.paccor.com

Weidenhammer(11) 4646-4462www.weidenhammer.de74 | Junho 2011

Pote de PLA do Activia foi uma das atrações do evento

emb.bz/142pla

76 | Junho 2011

InTeRnacIonal

Melhorescolheradasna espanha, danone lança pote com base diferente para reduzir desperdícios de seus iogurtes

DEpoIS DE trÊS anos de estu-dos, a filial espanhola da Danone anun-ciou uma evolução nas embalagens de seus iogurtes. Os potes termoformados utilizados pela empresa agora têm as bordas inferiores arredondadas. Com a mesma quantidade que o formato ante-rior (125 gramas), os novos recipientes proporcionam melhor aproveitamento do conteúdo e uma nova experiência de consumo – o que a Danone define como mais “colherabilidade” (cucharabilidad, em espanhol).

As bordas internas do novo pote apresentam inclinação de 60o, garan-tindo maior contato da colher com a parede da embalagem e facilitando o deslizamento do talher durante o con-sumo. Com isso, é possível aproveitar o conteúdo que normalmente ficaria impregnado nas quinas do recipiente de bordas retas – algo em torno de 4% do

volume da embalagem. “Adotamos um ângulo que propicia o consumo mais rentável possível do iogurte”, explica a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento de Embalagens da Danone na Espanha, Michelle Boadas. “Com essa nova emba-lagem há boa economia de produto em cada unidade consumida.”

Pesquisas realizadas com consumi-dores de iogurte na Espanha mostraram que, comparado com as embalagens anteriores, o novo design foi aprova-do por 85% dos entrevistados. “A nova embalagem valoriza tanto a experiência de consumo como a de compra, facili-tando o reconhecimento do produto nas prateleiras”, afirma o diretor de marke-ting da Danone espanhola, Santi Mier.

o proDUto EScoLhIDo para introduzir a nova embalagem na Espa-nha foi o iogurte Activia – marca da

De acordo com a Danone, bordas arredondadas (à direita no diagrama

ao lado) reduzem perdas de iogurtes em até 4% na comparação

com o pote com quinas

Danone mais vendida no mundo. Em uma primeira fase, dezoito linhas de produção foram adaptadas nas plantas da Danone em Parets del Valles (Barce-lona), Tres Cantos (Madri) e Sevilha. A empresa diz que o novo pote será utiliza-do por todos os iogurtes produzidos na Espanha, numa implantação progressiva que termina neste mês de junho.

O projeto exigiu investimentos de cerca de 10 milhões de euros em P&D, novos moldes e adaptação das linhas de envase. Trinta profissionais do departa-mento de embalagem da Danone espa-nhola tocaram o projeto de inovação, que contou com a colaboração da engenharia de embalagem da matriz, na França.

Ainda não se sabe se a Danone levará o novo formato de embalagem a outros mercados. Procurada pela reportagem, a Danone do Brasil preferiu não se pro-nunciar.

Formato do pote

Alcance da colher

78 | Junho 2011

InTeRnacIonal

facilidade em dobrocrown lança na Inglaterra tampa para pote de geleia que reduz à metade dificuldade de abertura

A IngLESA DUErr’S acaba de adotar uma tampa de aço que promete facilitar a abertura dos potes de vidro de suas geleias orgânicas – ou pelo menos reduzir a dificuldade à metade, confor-me garante a fornecedora da solução, a Crown Closures Europe.

Batizada de Orbit, a nova tampa oferece como “inovação revolucionária”, de acordo com a Crown, a facilidade de abertura duas vezes maior do que a das tampas twist-off convencionais para potes de conservas. Isso foi conseguido graças a um sistema formado por duas peças: um painel central “flutuante”, aplicado a vácuo no bocal dos recipien-tes, e um anel externo acoplado, que tem a função de abrir e fechar a emba-lagem novamente.

A noVIDADE está disponível nos diâmetros de 63 e de 70 milímetros. Segundo a Crown, não há necessidade de mudanças significativas nas linhas de envase nem de alteração na termi-nação (finish) dos potes para o emprego da nova solução.

Gerente de marketing e de novos produtos da Crown Closures Europe, Jason Hegarty argumenta que a tecno-logia leva conveniência a consumidores de todas as idades. Além disso, propi-ciaria à embalagem um diferencial que pode fazer produtos sobressaírem nos pontos de venda. “As duas peças podem ser fabricadas em cores diferentes, para chamar a atenção do consumidor”, explica o executivo.

Para dar evidência à adoção da Orbit, a Duerr’s começou a utilizar rótulos que incluem informações sobre a sequência de abertura e fechamento e um convite para os consumidores visitarem o website da empresa e parti-ciparem de uma pesquisa on-line sobre a novidade. A mensagem “easy open” (“fácil abertura”) é também gravada na decoração da própria tampa.

emb.bz/orbit

Crown Closures Europe+44 1202 774 366www.crowncork.com

Vantagem da fácil abertura propiciada

pela tampa Orbit é estampada nos

rótulos e na própria tampa das geleias

Duerr’s

Quando o anel externo é girado...

...as duas peças se soltam e o painel interno se levanta,...

...rompendo o lacre sem resistência

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fechamenTos

Silicone que nadanovas soluções buscam eliminar receios de que tampas com controle de fluxo comprometam a reciclagem

tALVEZ MAIS conhecida pelo público brasileiro devido à aplicação no frasco de um blockbuster internacio-nal, o ketchup Heinz, a tampa flip-top com válvula de silicone, que propicia vazão controlada de produtos pastosos com o extra de evitar o acúmulo de resí-duos no orifício de saída, é uma solução de fechamento conveniente e moderna. No entanto, sempre houve quem nela visse um risco à reciclagem.

Ocorre que muitas usinas de reci-clagem realizam a triagem de plásticos em tanques de flotação, classificando materiais por meio de sua capacidade de flutuar ou não. Como a válvula de silicone tem densidade similar à do PET empregado nos frascos em que são acoplados, pode submergir e acabar ingressando no circuito de reciclagem da outra resina, comprometendo-o.

Buscando sanar esse problema, a Aptar Food + Beverage acaba de lançar uma nova geração de sua conhecida válvula de silicone SimpliSqueeze. A solução recebeu o nome Swimming Silicone – ou “silicone capaz de nadar”, em tradução livre para o português.

O nome alude ao fato de a novida-de incorporar um “ingrediente ativo”, não revelado pela fornecedora, que dá à válvula uma densidade diferente da do PET. Resultado: ela se torna capaz de flutuar, enquanto o PET afunda nos tanques de triagem. O presidente da Aptar Food + Beverage, Eric Ruskoski, classifica o lançamento como “revolu-cionário”. “Ele apoia nosso compromis-

so de buscar soluções ambientalmente sustentáveis”, diz.

Outra importante fornecedora de sistemas de fechamento, a Bericap, decidiu também lançar uma propos-ta de resolução para o problema. Sua abordagem, porém, é diferente. A

empresa lançou uma tampa de polipro-pileno sem válvula, mas alegadamente capaz de desempenhar a mesma função daquelas com a peça adicional.

BAtIZADA DE CleanFlow, a tampa propociona controle de fluxo do produ-to acondicionado graças a uma câmara criada por um anteparo provido de orifícios (ver foto). Tal construção transfere e exerce vácuo sobre o pro-duto, “sugando” o excesso de produto de volta à embalagem. De acordo com a empresa, a construção num único material eliminaria qualquer risco de “contaminação” durante o processo de reciclagem. “Além disso, é uma solução de custo reduzido em relação à opção tradicional”, diz Aurel Forgaci, diretor geral da Bericap no Brasil.

Forgaci detalha que a nova tampa é fabricada na unidade da Bericap na

Turquia. O primeiro uso da Clean-Flow ocorreu naquele país. Um ketchup com a marca Oba, da Assan Foods, estreou recente-

mente no mercado turco apre-sentando o novo fechamento.

Aptar Food + Beverage(11) 4143-8900www.aptar.com

Bericap(15) 3235-4500www.bericap.com

CleanFlow: controle de fluxo sem válvula, por meio de anteparo.

Primeiro adepto é ketchup turco

Swimming Silicone: alteração da densidade faz válvula de silicone flutuar em tanques de triagem

Junho 2011 | 81

aRTIgo

Síntese do que há de melhor em conhecimentoQuanto de avanços em química, em física, em mecânica, em artes gráficas, em teoria das cores, em psicologia – enfim, em saber humano – existe por trás de uma embalagem?

POR wILSON PALHARES*

Ao pErcorrEr os corredores de um supermercado ou de outras casas comerciais, o consumidor provavelmente não se dá conta de uma boa realidade: o que existe hoje de mais avançado em termos de materiais, tecnologia, técnica e arte está reunido em grande parte dos milhares de produtos ali expostos e cujo alvo é, exatamente, conquistar seu interesse.

Essa é uma forte expressão do saber humano a serviço da vida moderna, mas o personagem central a que é dirigida apenas a usufrui, sem maiores reflexões. Ao fazerem compras para satisfazer suas necessidades essenciais e até eventuais desejos de artigos que outros diriam ser luxos, muitas pessoas chegam mesmo a clas-sificar a embalagem como um mal necessário.

É compreensível que o público leigo veja dessa maneira, ainda que embalagens dos mais diferentes tipos contribuam para melhorar quase todos os momentos de seu dia a dia. No ato de comprar, o consumidor tem sua atenção centrada em fazer o orçamento disponível ren-der o máximo. Isso não deixa muito espaço nem tempo para considerações mais profundas.

Menos aceitável – na verdade, lamentável – é verificar que tal desatenção ocorre também entre profissionais relacionados à atividade ao longo de toda a cadeia e em empresas que mui-tas vezes têm nas embalagens de seus produtos a única forma eficaz de comunicação com o consumidor. Enxergam esse componente indis-pensável do produto apenas como custo.

É bem verdade que a sensatez manda não se entronizar a embalagem como obra de arte. Cabe situá-la no campo das utilidades, dos objetos feitos em série, com fim específico e duração limitada (embora sejam incontáveis os exemplos de peças fabricadas em escala indus-

trial, para acondicionar produtos de consumo, esteticamente mais interessantes do que muitas esculturas e pinturas que enfeiam salões de recém-ascendidos sociais).

EM BEnEfícIo da melhora da qualidade geral da cadeia do packaging – desde as fornece-doras de matérias-primas, as transformadoras e as prestadoras de serviços até as usuárias, o comércio, o consumo e o descarte após o uso – seria porém desejável que os agentes dessa rede ainda alheios procurassem conscientizar-se de um fato: uma boa embalagem sintetiza o que o Homem, em sua jornada ao longo do tempo, conquistou de melhor em todos os campos do conhecimento.

Quanto de avanços em química, em física, em mecânica, em artes gráficas, em teoria das cores, em psicologia – enfim, em saber huma-no – contém em si uma embalagem? Quanto de engenharia foi preciso para desenvolver um equipamento ou o material destinado a produ-zir uma garrafa, um rótulo, uma tampa? Em minha já longa convivência com representantes dos mais diferentes elos da cadeia de valor da

embalagem, pude constatar que, infelizmente, o assunto preocupa pouquíssimas cabeças.

Frente a tal situação, fica registrada a espe-rança de que este modesto artigo contribua para a difusão e o reconhecimento de um aspecto fascinante: o de que, além de preservar o con-teúdo que nelas é colocado, as embalagens preservam em sua própria composição a soma das disciplinas formadoras do saber humano. Esse benefício pouco percebido, entre os mui-tos que elas prestam à sociedade, mereceria ser ressaltado sempre que possível.

Visto por esse ângulo, o tema poderá, quem sabe, servir de base para artigos, palestras e discussões mais amplas e profundas por parte de todos aqueles que tiverem oportunidade de fazê-lo, certamente com mais autoridade que a do autor deste precário ensaio. Ações desse gênero são aquilo que classificamos como ini-ciativas capazes de transformar informação em conhecimento. Na pior das hipóteses podem ajudar a entender a diferença entre custo e investimento lucrativo.

(*) Editor de EmbalagemMarca

82 | Junho 2011

LUxo

joia engarrafadaMaria Valduga chega para disputar mercado com espumantes importados, em embalagem super-requintada

A cASA VALDUgA coloca no mercado o que classifica de “verdadeira joia”: o espumante Maria Valduga safra 2006. A vinícola apresentou oficial-mente o produto ao mercado durante a feira Expovinis, realizada no final de abril em São Paulo – e fez isso de forma espetacular: a garrafa número 000 teve o rótulo confeccionado com 42 gramas de ouro 18 quilates e aplicação de um cristal Swarovski. A embalagem espe-cial não foi colocada à venda: as que chegam ao mercado não têm ouro nem cristais, mas mesmo assim atendem ao segmento de luxo. A garrafa, importada da Itália, é decorada com uma etiqueta metálica dourada e tem contrarrótulo com as informações legais impresso em filme transparente.

“Trata-se de um produto com uma proposta inédita no mundo quanto à forma de comunicar através da embala-gem”, afirma Fabiano Olbrisch, gerente de marketing da Casa Valduga. “Não há como ter outro formato de garrafa para esse tipo de espumante, então fomos obrigados a trabalhar o rótulo para diferenciar nosso espumante top dos demais concorrentes e distanciá-lo dos espumantes brasileiros”, ele explica. A

Casa Valduga está comemorando com euforia o fato de, além de posicionar a marca no segmento luxo, ter obtido “um produto com a mesma precificação de um grande espumante importado, porém com apresentação mais glamou-rosa”, nas palavras do executivo.

O produto é uma homenagem à matriarca da empresa, Maria Valdu-ga – falecida em 2007 –, e representa a realização de seu sonho de elaborar espumantes pelo método champenoise de vinificação, segundo a tradição da região de Champagne, na França. O resultado é um vinho cremoso, produ-zido com uvas chardonnay e pinot noir e que passou quatro anos descansando nas caves subterrâneas da Casa Val-duga, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

emb.bz/142champ

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Vetri Speciali+39 (04) 6127-0111www.vetrispeciali.com

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Espumante Maria Valduga

foi lançado em garrafa

decorada com ouro e cristal

84 | Junho 2011

sucos

tem cor de vinho e jeito de vinho, mas…casa madeira lança primeiro suco feito de uvas varietais do Brasil, com posicionamento premium

coM UMA seleção das melhores uvas cabernet sauvignon e moscato de seus parreirais no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, a Casa Valduga está colocando no mercado um suco branco e um rosé, da safra de 2011, com assina-tura da Casa Madeira, grife de produtos gourmet da Famiglia Valduga. Os pro-dutos compõem, segundo a vinícola, a primeira linha de sucos varietais no Brasil, qualificação que, no segmento de vinhos, somente pode ser aplicada a bebidas obtidas a partir de pelo menos 75% da mesma variedade de uva. A complementação com 25% compostos por uma ou mais variedades não altera o status de varietal do produto.

“A idéia de ter sucos varietais partiu do DNA da empresa”, explica Fabiano Olbrisch, gerente de marketing da Casa Valduga. A fundamentação do posicio-namento se apoiou no fato de que, no segmento de vinho, a definição como produto varietal é muito importante, mas no de suco “tudo é visto como com-modity”, na interpretação do executivo. “Decidimos então posicionar o nosso suco como algo distinto, assim como se distingue a diferença entre um vinho de mesa acondicionado em garrafão e um vinho fino com uma embalagem bem elaborada.”

Para alcançar tal resultado a empre-sa acondicionou os sucos em garrafas de vidro incolor de 500 mililitros que reme-tem de alguma forma a embalagens de vinho. Por sua vez, os rótulos – autoade-sivos, produzidos em BOPP acetinado, resistência à umidade do refrigerador e ao contato com água, e que incorporam elementos impressos em hot stamping prateado – destacam as variedades de

uvas do terroir Casa Valduga, expressão em francês que designa extensão limita-da de terra usada para produção vitícola (e também um produto próprio de área limitada).

Ao justificar o recurso a equities do mercado de vinhos na elaboração das embalagens, Olbrisch, responsável pela execução do projeto, conta que a empre-sa procurou utilizar a mesma linguagem empregada para a comunicação com o consumidor de vinho e de cervejas especiais. “Assim”, ele diz, “os rótulos contêm alguns valores percebidos pelos consumidores para trabalhar em três níveis: o alto impacto e a surpresa de ter algo diferente no mercado, a referência a valores do vinho, e o destaque em relação aos demais sucos existentes no mercado.”

o pAtAMAr de preço unitário para o consumidor final situa-se em faixa superior, pois o balizamento de preço é feito pelo mercado de vinhos, e não pelo de sucos: cada garrafa é vendida por cerca de 13 reais. “Nossa intenção com os sucos varietais é chegar ao consumidor que gosta de vinho fino, mas que por alguma razão não pode beber”, conta Juciane Casagrande, dire-tora comercial da Casa Madeira. “Por termos um produto posicionado como vinho, destacamos no rótulo que não há presença de álcool”, diz ela.

O canal de vendas escolhido pela empresa para o produto é formado por delicatessen e mercados especiais, em que prevaleça a preferência do consumi-dor por produtos de melhor qualidade percebida e que traduzam status, escla-rece Fabiano Olbrisch.

Inscrição “0% álcool” tem destaque nos rótulos

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Máquina de sucos é abastecida por bags de 10 litros

também como vinhoseguindo tendência, vinícola vende sucos em dispenser alimentado por bags

noS úLtIMoS MESES, algumas vinícolas gaúchas têm adotado máquinas dispensadoras, abastecidas por emba-lagens do tipo bag-in-box (bolsas plásticas de alta barreira dotadas de válvula dispensadora e armazenadas em caixas de papelão) para levar seus vinhos a pontos de dose (ver Emba-lagemMarca nº 138, fevereiro de 2011). A Cooperativa Nova Aliança, de Caxias do Sul (RS), começa a abraçar estratégia parecida para a venda de sucos integrais, de uva – seu carro-chefe – e outras frutas.

A “refresqueira”, parecida com uma máquina post mix para refrigerante, é capaz de servir três variedades de bebidas gela-das, acondicionadas em bags de 10 litros. A cooperativa tem cerca de 200 unidades do dispenser em teste em distribuidores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. “Os resultados são surpreendentes”, afirma Mar-ciano Paviani, gerente comercial da Nova Aliança. Tão bons, ele garante, que a cooperativa se colocou o desafio de, a médio prazo, implantar mais 2 000 dispensers, abrangendo outros estados e regiões do país.

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86 | Junho 2011

cosméTIcos

Estrelas com supernovascom Tom & Jerry na primeira idade, em embalagem de formato exclusivo, Topz quer dobrar vendas de linha de cuidados para bebês

AS crIAnÇAS BrASILEIrAS – ou, mais exatamen-te, seus país – já podem ter acesso a produtos decorados com os personagens Tom & Jerry em aparência supernova por aqui. Até agora privilégio de consumidores de países asiáticos, o gato e o rato de desenhos animados estreiam na linha de produtos de cuidados pessoais para bebês da Topz Cosméticos como seriam na primeira infância, se já não tivessem nascido adultos das mãos de Joe Bar-bera. A renovação da linha foi além das ilustrações: as até então remotas estrelas da Warner entram em cena no Brasil decorando frascos com formato de estrela.

A mudança vinha sendo estudada há bom tempo, conta Vania Bitencour, gerente de marketing da Topz. Em 2006 a empresa lançou sua linha bebê com imagens dos personagens da Warner, “adultos”, em embalagens standard. De lá para cá o mercado mudou bastante, com a entrada de novos players, novos produtos e novas propostas de embalagens, além de verdadeira invasão de persona-gens licenciados, como recorda a executiva. “Precisávamos abordar o consumidor de maneira diferente”, ela diz.

O caminho encontrado foi o da revitalização dos personagens e da radical modificação das embalagens. “Tom & Jerry é uma licença clássica, que se mantém ativa na mídia e na cabeça de adultos e crianças há mais de setenta anos”, Vania observa. “Porém, o traço dos personagens é clássico, fiel à série de TV, e não passa a ideia de fofura e ternura, características procuradas pelas mães para seus bebês.” O desafio que os responsáveis pela mudança se colocaram

foi: “Como embutir tais conceitos na mudança?”.A Topz tinha notícia de que a Warner, dona da licença, dispu-

nha, apenas para a Ásia, de um guia de estilo Tom & Jerry em versão bebê, com vários motivos infantis, entre eles uma estrelinha. Além de o gato e o rato bebês representarem um forte diferencial na cate-goria, a estrela serviu de inspiração para o desenvolvimento de uma embalagem naquele formato (a partir de um desenho bidimensio-nal e, em seguida, de modelagem em massa em três dimensões). A executiva, que é desenhista industrial e pratica modelagem, conta que as embalagens da Topz nasceram de suas mãos.

no “projEto EStrELA”, adquiridos os direitos de uso dos personagens e aprovada a idéia de Vania, a área de desenvolvimento de produtos da Topz encaminhou a proposta, que esbarrou nos cus-tos. “Não podíamos cobrar mais do que o consumidor pagava pela embalagem da linha anterior, mas ao mesmo tempo precisávamos ter um diferencial competitivo percebido justamente pela embala-gem”, ela recorda.

A solução foi uma tampa de polipropileno com formato apro-ximado ao de ponta de estrela arredondada, que a equipe de desenvolvimento de produto da empresa encontrou no mercado. Foi dessa tampa que partiu o desenvolvimento exclusivo do frasco. “Trabalhamos o desenho original adaptando-o à volumetria de 200 mililitros necessária. O frasco de 120 mililitros foi mais difícil, pois tinha de partir da mesma tampa e parecer um conjunto, ou seja,

POR FLáVIO PALHARES

uma estrela”, conta a gerente de marketing da Topz. O frasco é pro-duzido em polietileno fosco de alta densidade (PEAD) coextrudado com efeito soft touch, segundo ela “importante para reforçar o con-ceito de conforto para o bebê”. Os rótulos autoadesivos, também de formato especial, foram igualmente produzidos em material fosco (BOPP com verniz), de modo que a junção entre frasco e rótulo seja praticamente imperceptível.

Vania lembra de um apelo adicional: as embalagens podem ser usadas como decoração para o quarto ou o banheiro do bebê. Além das embalagens, a linha ganhou quatro novos produtos: protetor solar FPS 50, condicionador, xampu hidratante e água de colônia. Como os produtos continuam com os mesmos preços praticados com a embalagem anterior, a meta da Topz é dobrar as vendas men-sais dos produtos, cujo volume atual não informa qual é.

Embalagens da Topz são as primeira a estampar os personagens Tom & Jerry

bebês fora da Ásia

Estrela substitui embalagens standard, com Tom & Jerry adultos

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Sobre oS anoS de chumbo.

http://livroarquivoaberto.blogspot.com

Patrocínio Prata Promoção Organização

Uma nova imagem.A mesma credibilidade.Em constante evolução, o Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem apresenta seu novo logotipo

O Prêmio EmbalagemMarca chega à sua quinta edição com novidades. A primeira delas é a modernização do logotipo, trabalho confiado à agência Brainbox Design, de Curitiba.

A nova arte foi criada para ficar em harmonia com o layout do troféu – assinado por Karim Rashid – e faz alusão às ideias de movimento e de fluidez. Além da inserção do ícone, o logotipo ganhou nova tipografia e destaca o nome do Prêmio EmbalagemMarca.

Outras novidades já estão a caminho. Aguarde nossos próximos anúncios.

Inscrições abertas Entre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua empresa colocou no mercado embalagens que se destacaram e trouxeram benefícios concretos para o usuário? Em caso afirmativo, não perca mais tempo. Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um dos mais importantes e criteriosos do setor.Prêmio EmbalagemMarca - Grandes Cases de Embalagem - reconhecimento e divulgação para quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.

Cerimônia de entrega dos troféus18 de outubro

Informações sobre o regulamento e inscrições em www.grandescases.com.br Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe: [email protected] ou (11) 5181-6533

90 | Junho 2011

Displayo QUE hÁ DE noVo noS pontoS DE VEnDA Edição: fLAVIo pALhArES

[email protected]

ESMALtES

área útilA Bonyplus, empresa com forte presença nas gôndolas de tinturas de cabelo, entrou na briga por um quinhão do valioso mercado de esmaltes de unha, com o lançamento da linha Beauty Color. Os rótulos autoadesi-vos, criados pela equipe da Bonyplus, foram impressos com a combi-nação de serigrafia, let-terpress, hot stamping e verniz UV brilho. A solução para incluir, em tamanho legível, maior volume de informações na pequena área dispo-nível foi recorrer a con-trarrótulos do tipo bula. As embalagens de vidro são importadas.

RóTuLos

Baumgarten (47) 3321-6666www.baumgarten.com.br

© C

AR

LOS

CU

RA

DO

92 | Junho 2011

Antes . . .

. . . e depois

SnAckS

sensações em pretoA Elma Chips (PepsiCo) alterou as embalagens de sua família de salgadinhos com sabores sensações. Antes predominante-mente claras, as flow packs de BOPP fosco agora têm fundo preto e cores especiais.

frUtoS Do MAr

Direto ao forno 1

As ostras e mexilhões congelados da fazenda marinha atlântico sul, de Florianópolis (SC)passam a ser vendidas em bandejas de papel cartão dotadas de abas que permitem o encaixe das mãos. As embala-gens podem ir direto do freezer ao forno – convencional ou de micro-ondas.

FLoW PACK

Graffo(41) 2102-8000www.graffo.ind.br

DESiGN

Narita Design(11) 4052-3700www.naritadesign.com.br

FLoW PACK

Tecnoval(12) 2124-4400www.tecnoval.com.br

DESiGN

O3(48) 3234-0458www.o3design.com.br

1

EnErgétIcoS

queimanDo a pista 2

O energético Burn, da Coca-Cola, ganha uma lata sleek de 260 milili-tros com o logotipo do Rock in Rio. O produto é patrocinador do fes-tival, que ocorre no fim de setembro próximo.

DESiGN

oz Design(11) 3024-2670www.ozdesign.com.br

LATA

Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil

2

Displayo QUE hÁ DE noVo noS pontoS DE VEnDA

LÁctEoS

moliCo é fast 3

A Nestlé amplia sua linha Fast de bebidas acondicionadas em gar-rafas de PET asséptico com a bebida láctea molico fast frutas Ver-melhas. Os recipientes, de 280 mililitros, são decorados com rótulos termoencolhíveis.

DESiGN FRASCO

FutureBrand(11) 3821-1166www.futurebrand.com

DEsIGN RóTuLo

Pande Design Solutions(11) 3849-9099www.pande.com.br

3

94 | Junho 2011

Antes . . .

. . . e depois

MArcA

Cepêra Com noVo logoA Cepêra Alimentos renova seu posiciona-mento após 64 anos no mercado. Foi criado um novo logotipo e as embalagens de 120 pro-dutos, distribuídas em oito categorias, foram reformuladas.

DESiGN

100% Design(11) 3032-5100www.100porcento.net

pEt cArE

janela aBerta 1

O Grupo Windauto reformulou as embala-gens da linha de biscoi-tos para cães procão. As caixas de papel car-tão reciclado têm, no painel frontal, uma jane-la que permite a visuali-zação do produto.

cAchAÇA

ouro para CamBraia 2

A embalagem da cachaça Cambraia extra premium, da Pirassu-nunga 21, faturou ouro no concurso realizado em Londres pela revista Spirits Business Master, na categoria Embala-gem e Design.

1

3

4

2

EMbALAGENs

RR Gráfica(19) 3242-2327www.rrgrafica.com.br

DESiGN

Ypsilon2(19) 3621-5274www.ypsilon2.com

DESiGN

FazPropaganda&Designbox(16) 3623-1277www.fazbox.com.br

DESiGN

B+GDesigners(11) 5090-1460www.bmaisg.com.br

STAND-UP POUCH

Santa Rosa(11) 3622-2300www.santarosaembalagens.com.br

LIMpEZA

saCo De lixo. De lixo 3

A Ingleza está aproveitando aparas de plástico geradas na fabricação de embala-gens da empresa. Colo-cou no mercado sacos plásticos para lixo com a marca ultraflexx, fei-tos com 84% de material reciclado.

ALIMEntoS

pão em pouCh 4

Há seis anos no merca-do, a linha de misturas para pão da Fleisch-mann é reforçada com mais um sabor: Pão Australiano. O produto é acondicionado em stand-up pouches (bolsas que param em pé) de PET.

Displayo QUE hÁ DE noVo noS pontoS DE VEnDA

Junho 2011 | 95

Antes . . .

. . . e depois

cUIDADoS pESSoAIS

alma renoVaDaA Memphis atualizou as embalagens da linha alma de flores, pouco alterada desde seu lançamento, em 1949. A moça, símbolo da marca, ganhou mais curvas e um pen-teado mais moderno, como pode ser visto na comparação da caixa antiga do sabo-nete com a atual.

DESiGN

Bendito Design(51) 3333.2022www.benditodesign.com.br

CARTUCHO

Magistral Embalagens(41) 2141-0408www.magistralembalagens.com.br

cAnDIES

goma na Carteira 5

A Perfetti Van Melle lança mentos pure fresh 3, goma de mas-car sem açúcar com três camadas, nos sabores Fresh Mint e Spearmint. A embalagem é uma carteira produzida em papel cartão com laminação holográfica pela própria Perfetti, na Turquia.

DESiGN

Selection (itália)+39 02 380771www.selection.it

5

cErVEjAS

CerVeja Da BalaDa 6

A Skol apresenta uma lata sleek de 269 milili-tros criada para a festa de música eletrônica skol sensation, rea-lizada em São Paulo. A embalagem traz a logomarca, a data e o local do evento e a informação “Venha de branco” (requisito para a festa).

DESiGN

Narita Design(11) 4052-3700www.naritadesign.com.br

LATA

Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil

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96 | Junho 2011

Displayo QUE hÁ DE noVo noS pontoS DE VEnDA

DESiGN

Pande Design Solutions(11) 3849-9099www.pande.com.br

CAiXiNHAS

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

LATAs

Nestlé

DESiGN

indústria da imagem(31) 3889-8192www.designdeembalagem.com.br

ALIMEntoS

muDança De CóDigos 2

O Creme de leite nestlé está com nova roupagem. O logotipo, antes inclinado, foi posto na horizontal, e fotos de pratos salgados aparecem como alternativas para ilustrar latas de aço e cartonadas assépticas da marca. Na versão tradicional, o azul deu lugar ao vermelho.

AZEItES

Com Design Brasileiro 3

A Sandéleh Alimentos traz ao Brasil o azeite espanhol extravirgem hojiblanca. A Indústria da Imagem foi a respon-sável pela escolha da garrafa e pela criação do rótulo. Trata-se do primeiro azeite em gar-rafa de vidro com rótulo termoencolhível comer-cializado no Brasil. O produto é engarrafado na Espanha.

AchocoLAtADoS

pronto para BeBer 1

O ovomaltine agora tem uma versão pronta para beber. A novida-de, acondicionada em caixinha longa vida de 180 mililitros, será inicialmente vendida somente no estado de São Paulo.

ILusTRAçõEs

Hiro Kawahara(11) 2729-1675www.hiro.art.br

DESiGN

Seragini Farné Guardado(11) 2101-4300www.seraginifarne.com.br

CAiXiNHA

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

cUIDADoS pESSoAIS

Disney para Crianças 4

O Laboratório Boniquet do Brasil trouxe perso-nagens da Disney para as embalagens da linha Boni Baby de cosmé-ticos hipoalergênicos para crianças de até 3 anos de idade.

FLEXíVEIs

Canguru(48) 3461-9000 www.canguru.com.br

Tubos LAMINADos

Dixie Toga(11) 2928-9200www.dixietoga.com.br

DESiGN

Legend www.legenddesign.com.br

CARTUCHOS

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Junho 2011 | 97

ALIMEntoS

CoCo em moVimento 6

A Coco do Vale, indús-tria de derivados de coco, mudou sua iden-tidade visual. Substituiu o fundo vermelho cha-pado da bandeira que é o logotipo da empresa por um degradê, retirou uma das “dobras” da flâmula e a inclinou um pouco, para agregar movimento ao logo. No leite de coco, novos rótulos trazem ilustra-ções mais realistas.

RóTuLos

Gráfica Amália(81) 3455-2707

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Owens-illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

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speranzini Design(11) 5685-8555www.speranzini.com.br

sIX PACK DE PAPEL CARTão

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LATAs

Latapack-ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

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SPO Designwww.spodesign.com.br(11) 3168-9166

GARRAFAS

Verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br

cErVEjAS

VisiBiliDaDe no zero 5

O Grupo Petrópolis lança a cerveja itaipava 0,0% e renova a embala-gem da cerveja Crystal 0,0%, ambas com zero de teor alcoólico. Os dois produtos são acon-dicionados em latas de 350 mililitros, em gar-rafas de 250 mililitros e em garrafas de 350 mililitros. A expressão 0,0% foi trabalhada para dar boa visibilidade aos produtos nas gôndolas.

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www.ciclodeconhecimento.com.br

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Almanaque

98 | Junho 2011

Data überespecial

Legitimamente brasileira

O ano de 2011 tem dois significados importantes para a Bosch. Faz 125 anos que a empresa foi fundada, num pequeno galpão na cidade de Stuttgart. E faz 150 anos que nasceu seu fundador, o engenheiro Robert Bosch (1861-1942). Saiba um pouco mais sobre criação e criador:

Qual foi o primeiro refrigerante dietético do mundo? Segundo registros, o No-Cal. Lançado em 1952 pela Kirsch Beverage Company, de Nova York, o pro-duto fez razoável sucesso em seus primeiros anos. Chegou até a ter anúncios estrelados por atrizes famosas como Kim Novak e Julie Adams. Mas sucumbiu nos anos 60, quando Coca-Cola e Pepsi introduziram seus diet soft drinks no mercado america-no. No Brasil, o primeiro produto do gênero foi o Diet Dolly, surgi-do em 1987 e até hoje na ativa.

No-Cal, um pioneiro

Apesar de muita gente acreditar que a Elma Chips seja uma marca estrangeira, ela é legitimamente brasileira. Surgiu em 1974, quando a americana PepsiCo comprou duas empresas brasileiras de salgadi-nhos, a American Potato Chips,

de São Paulo, e a Elma Produtos Alimentícios, de Curitiba. O nome da unidade de negócios corresponden-te nos Estados Unidos, a Frito-Lay, tem origem parecida. Foi criada após as aquisições das companhias de snacks Frito Company e H.W. Lay.

Inspiração na macacaNão é preciso ser gênio para adivinhar de onde vem o nome Chita, daquela que é considerada a primeira bala mastigável do Brasil. A inspiração foi o chimpanzé que contracenava com o ator Johnny Weissmulller nos filmes de Tarzan dos anos 40 e 50. O espanhol João Rucian Ruiz, criador do produto, era fã das películas. Hoje produzida pela Cory, a guloseima pre-serva em seus envoltórios a ilustração de macaca utilizada desde os anos 40.

acima, A macaca Chita e os atores Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan no filme Tarzan, o homem macaco (1932). ao lado,

envoltório da bala chita da década de 70

QUIZdepois de brilhar

na copa da Suécia

e aparecer para o

mundo, Pelé foi

escolhido para ser

garoto-propaganda

de uma embalagem

criada poucos anos

antes naquele país.

Sabe qual era essa

embalagem?

Veja em

emb.bz/quiz142

• O primeiro nome da Bosch foi “Oficina para Mecânica de Precisão e Engenharia Elétrica”. A empresa teve sua primeira sede num pequeno galpão da cidade alemã de Stuttgart.

Robert Bosch em 1888, dois anos após a fundação de sua empresa

Os primeiros supervisores de turno da empresa

• O primeiro grande invento da empresa foi o sistema de ignição por magneto para motores de automóveis. A Bosch depois criaria outras inovações para a indústria automobilística, como o motor a diesel, a injeção eletrônica, o sis-tema de freios ABS, o controle de estabilidade ESP e a sonda lambda.

• O sucesso do sistema de ignição por magneto fez a Bosch ser uma das primeiras empresas a adotar a jornada de trabalho de oito horas diárias. Antes, operários costumavam trabalhar no mínimo dez horas. Com a iniciativa, a empresa pôde adotar o modelo de dois turnos de produção.

• A globalização sempre foi um pilar do modelo de negócios da empresa. Entre a última década do século 19 e a primeira do século 20 a empresa inaugurou escritó-rios comerciais em outros países euro-peus, nas Américas, na África, na Ásia e na Oceania. A empre-sa teve sua primeira representação no Brasil em 1910. Em 1954, começou a produzir no País.

• Embora tenha entrado de fato no mercado de tecnologias de acondi-cionamento no início dos anos 60, a Bosch brinca que sua divisão Packaging Technology também completa 150 anos em 2011. Ocorre que a Hesser, fabri-cante de máquinas de embalagem adquirida em 1969, foi fundada em 1861.

estrelas como julie adams e kim novak estamparam anúncios da marca

nos anos 60

Operário trabalha, em 1974, na fábrica da Bosch em Campinas (SP)

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