revista embalagemmarca 027 - outubro 2001

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ECOLEAN, UMA ALTERNATIVA ÀS CARTONADAS MARCAS ON-LINE Ano III • Nº 27 • Outubro 2001 • R$ 6,00 www.embalagemmarca.com.br Setor de faça-você-mesmo descobre o poder de comunicação das embalagens Setor de faça-você-mesmo descobre o poder de comunicação das embalagens

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Edição de outubro de 2001 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comSiga-nos também no Twitter: http://twitter.com/EmbalagemMarcaEsta edição está incompleta, sem os anúncios, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível ler as matérias.

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 027 - Outubro 2001

ECOLEAN, UMA ALTERNATIVA ÀS CARTONADAS • MARCAS ON-LINE

Ano III • Nº 27 • Outubro 2001 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

Setor de faça-você-mesmodescobre o poder de comunicação das embalagens

Setor de faça-você-mesmodescobre o poder de comunicação das embalagens

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âmbio destrambe-lhado, economia

em retração, corrupção,Seleção mambembe, odiabo. Apesar de todas asnotícias desanimadoras, opaís não fechou as portas econtinua produzindo – eproduzindo coisas muitoboas. Falemos da área deembalagem, que é a nossaseara. Revendo as 26 edi-ções de EMBALAGEMMAR-CA que antecederam esta eque registram um poucoda história dos últimosdois anos no setor, consta-ta-se, em todos os aspec-tos, um admirável avançoda embalagem produzidano Brasil.Para não permanecermos

só nos elogios, ao encerraresta edição e fazer um ba-lanço de seu conteúdo, aredação concluiu que “estámuito boa”. Não se trata devaidade, mas sim da cons-ciência de que nela há umaboa gama de assuntos inte-ressantes, informativos einstigantes relacionadoscom a cadeia de embala-gem. Também não é méri-to nosso que esses temassejam atraentes e úteis aosleitores e às empresas emque trabalham. A revistasimplesmente reflete, outenta refletir, o que de me-lhor a indústria, os conver-tedores, a área de serviçose as empresas usuárias deembalagens realizam.

Ao percorrer as páginas darevista, certamente os lei-tores concordarão que, nãoobstante as dificuldades detodo tipo enfrentadas porquem trabalha e produzneste país, há ainda moti-vos para acreditar nele eem sua gente. Não se reco-menda, é claro, por sobre onariz os óculos do doutorPangloss, que via tudo cor-de-rosa. Mas, se fosse paradeixar de ir em frente porcausa de crise certamenteainda seríamos, como in-sistiam em dizer no passa-do os mais acomodados,“um país essencialmenteagrícola”.

Wilson Palhares

Em frente, como sempre

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ENTREVISTA: GILBERTO STRUNCKPresidente do conselhoconsultivo do Popai ediretor da agência DiaDesign fala sobre oprocesso de criação deidentidades visuais paramarcas de sucesso

CAPACom os home centers,futuro sorri para embalagens de produtos de bricolagem

MARCASEmbalagens começama ser vistas como boasferramentas de divul-gação de homepages

MAKING OFB+G designers criaembalagens para alinha infantil de banho e pós-banho da Nazca Cosméticos

PRÊMIOVencedores do 2ºPrêmio BrasileiroPapelcartão, promovidopela Bracelpa

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Wagner Ferreira

Circulação e AssinaturasClaudia Regina Salomão

[email protected] anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição7 500 exemplares

Filiada ao

Impressa em papel Couché Image Matte115 g/m2 (miolo) e Couché Reflex L2

150 g/m2 (capa) da Suzano

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

outubro 2001

6 Prós e contras

Repercussão da entrevista com odeputado federal Emerson Kapaz

20 Inovação

Co-fundador da Tetra Pak tentarevolucionar outra vez

50 Almanaque

Fatos não muito conhecidos douniverso das embalagens

42 Panorama

Movimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

36 Feira

Alheia à crise, Buenos Airessediou a Envase e a Alimentec

3 Editorial

A essência da edição do mês,opinião – e mudanças

34 Cosméticos

Novidades em embalagem apre-sentadas na Cosmoprof 2001

44 Display

Lançamentos e novidades no mercado de consumo

26 Materiais

Aço mantém hegemonia naindústria de tintas

28 Sistemas

Convertedores aderem a métodos de in-plant para tintas

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Dando prosseguimento à cober-tura das discussões sobre a elabo-ração de uma nova política de cole-ta e destinação de lixo no Brasil,EMBALAGEMMARCA solicitou a enti-dades e associações envolvidas nacadeia de embalagem que fizessemcríticas e manifestassem suas opi-niões a respeito do texto preliminardivulgado pelo deputado federalEmerson Kapaz, relator da Comis-são Especial de Resíduos Sólidosna Câmara Federal.O relatório foi tema da entrevistade setembro com o deputado, com-plementada com mais perguntas erespostas no site da revista. Napágina da web foi também inseridaa íntegra do relatório preliminar. Oobjetivo disso tudo foi oferecer afabricantes e usuários de embala-gens base para analisar e opinar. Opedido para que comentassem orelatório foi enviado a doze entida-des: ABAL – Associação Brasileirado Alumínio, ABEPET – Associa-ção Brasileira das Indústrias dePET, ABIA – Associação Brasileiradas Indústrias da Alimentação,ABIEF – Associação Brasileira dasIndústrias de Embalagens Flexí-veis, ABIPLAST – Associação Bra-sileira da Indústria do Plástico,ABIQUIM – Associação Brasileiradas Indústrias Químicas, ABIVI-DRO – Associação Brasileira dasIndústrias de Vidro, ABPO – Asso-ciação Brasileira do Papelão On-dulado, ABRAS – Associação Bra-sileira dos Supermercadistas,BRACELPA – Associação Brasilei-

ra de Celulose e Papel, Instituto doPVC e PROLATA – Programa deValorização e Incentivo ao Consu-mo de Embalagem Metálica. Aquisão reproduzidas as mensagens da-quelas que responderam, ocupandoexcepcionalmente o espaço destina-do a cartas dos leitores.

Alumínio A indústria brasileira do alumínioapóia a elaboração de uma políticanacional de resíduos sólidos poracreditar que o poder público, a so-ciedade e o setor produtivo são res-ponsáveis pelo gerenciamento daquestão. A política de coleta e sele-ção de resíduos deve ser planejadalocalmente, pois exige que sejamconsideradas as realidades e as ne-cessidades sociais, econômicas eambientais brasileiras. O retorno dolixo passível de reciclagem e de co-leta seletiva à cadeia produtiva,como matéria-prima, deve ser esti-mulado. Concordamos que os resí-duos derivados de embalagens de-vem ser classificados como resíduossólidos urbanos.A Abal considera, entretanto, que,em nenhuma circunstância, a liber-dade de escolha do tipo de embala-gem pelo consumidor deve ser tolhi-da. O poder público e a iniciativaprivada devem estimular a atividadede reciclagem por meio de açõesque promovam a educação ambien-tal entre todas as camadas da popu-lação. O poder público deve tam-bém criar incentivos fiscais e meca-nismos de isenção tributária para as

empresas que investirem em reci-clagem. Assim, estaria fomentandona iniciativa privada o desenvolvi-mento de novas tecnologias e me-canismos para reciclagem e trata-mento de resíduos.Comissão de Reciclagem da ABAL

PlásticosA iniciativa do deputado é salutar,por abrir a discussão à sociedadeantes da redação do relatório final.Há outros pontos meritórios, comoa separação do lixo doméstico emduas frações – orgânica e não-orgâ-nica, para fins de reciclagem. Estas disposições têm o apoio daAbiquim, que, através de seu Pro-grama Plastivida, defende a adoçãodo conceito de responsabilidadecompartilhada no manejo dos des-perdícios. Cada elo da cadeia pro-dutiva deve ser responsável pelacorreta disposição de seus resíduos,o consumidor final deve colaborar,separando os recicláveis em sua re-sidência, os municípios precisamter esquemas de transporte e coletaseletiva implementados, e as ONGsdevem atuar intensamente na edu-cação ambiental.Neste contexto, não se justifica queas embalagens de plástico sejamclassificadas na categoria de espe-ciais, conforme dispõe o relatório.Na visão da Abiquim, resíduos es-peciais são apenas as embalagensdestinadas ao acondicionamento deprodutos perigosos. Esperamos queo relatório final corrija este tipo de

Resíduossólidos emdebate

prós e contras

6 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

27cartas 15/10/01 10:11 Page 6

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Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta,e-mail ou fax poderão ter trechosnão essenciais eliminados, em fun-ção do espaço disponível, de modoa dar o maior número possível deoportunidades aos leitores. As men-sagens poderão também ser colo-cadas dentro do site da revista(www.embalagemmarca.com.br)

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

distorção, sob pena de dificultar aconcretização de um dos objetivosdo projeto, que é elevar os percen-tuais de reciclagem dos materiais.

Luis Briones,Coordenador do Programa

Plastivida da Abiquim

VidroA Associação Brasileira das Indús-trias de Vidro considera a apresen-tação do projeto de lei sobre resí-duos sólidos um avanço para a cria-ção de uma política nacional sobreo assunto. É imprescindível encon-trar, o quanto antes, saídas que di-minuam o impacto do lixo no meioambiente. Mas, para que se viabili-ze, o projeto precisa apoiar-se emleis que possam ser cumpridas eque apresentem definição clara deresponsabilidades. A legislaçãodeve superar a falta de integraçãoentre a coleta municipal e as indús-trias de embalagens. É preciso ga-rantir que todos os setores da socie-dade trabalhem em sintonia paraque a solução do lixo se viabilize.Nessa parceria, cada um dos setoresdeve arcar com responsabilidadesespecíficas. Cabe ao poder públicoe à iniciativa privada desenvolverações educativas e, principalmente,se responsabilizar pela coleta, sele-ção e destinação adequada do mate-rial a ser reciclado. O papel das in-dústrias é receber sua matéria-pri-ma e realizar a reciclagem destematerial. Aos cidadãos fica a tarefade separar os resíduos de acordocom sua categoria.A Abividro está disposta a cooperarcom o projeto e defende que nin-guém pode se furtar da responsabi-lidade ambiental. Lembramos, po-rém, que no setor vidreiro a recicla-gem é a última alternativa. Antes, aembalagem de vidro oferece a pos-sibilidade de reutilização. Reciclan-do ou reutilizando, a ajuda de todosé primordial para que a política na-cional de resíduos sólidos seja efe-tiva e dê resultados. Assumimos ocompromisso de fazer nossa parte.

Lucien BelmonteSuperintendente da Abividro

O setorA complexidade do tema abordadona entrevista com o deputadoEmerson Kapaz torna necessáriauma ampla discussão. Certamente,a elaboração de uma legislação na-cional de gerenciamento de resí-duos sólidos é muito benéfica parao país e para toda a sociedade. Nãopodemos ignorar a importância dedispormos corretamente o lixo emaximizarmos o reaproveitamentodos resíduos. Mas a ânsia de apro-varmos esta legislação não podeatropelar a necessidade de termosmaior domínio sobre a questão, co-nhecendo a realidade brasileira, ede fazermos uma simulação realistada transformação da teoria em prá-tica. Não é tarefa para uma pessoasó. Uma política nacional deve es-tabelecer princípios e diretrizes enão definir a forma de execução.Em um país como o Brasil – de ex-tensão territorial continental, comdesníveis econômicos, sociais e deinfra-estrutura –, as soluções de-vem ser definidas localmente, res-peitando as particularidades locais,mas em consonância com as diretri-zes da legislação federal. A ABREestá à disposição para dividir suaexperiência, e contribuir tanto paraa concretização desta legislaçãocomo para apoiar a indústria no seuesforço de preservar o ambiente.

Luciana PellegrinoDiretora executiva da ABRE

Lata de açoO grande mérito do projeto é abriro tema à discussão da sociedade, aoreunir 57 propostas de lei num úni-co texto. Também é louvável pornão responsabilizar unicamente aindústria pelo destino final da em-balagem e deixar claro que estafunção deve ser compartilhada tam-bém entre o poder público e os con-sumidores. Por estar aberto a mu-danças, merece ser elogiado. Quanto às metas de reciclagem, oProlata é contra qualquer iniciativaque acarrete novo ônus tributárioaos agentes econômicos. Se o go-verno quer estimular o uso de mate-

riais de embalagem mais saudáveise ambientalmente compatíveis, istopode ser feito por meio de um pla-no de incentivos fiscais. Nessecaso, a posição do aço seria extre-mamente confortável, pois trata-sede um material infinitamente reci-clável e degradável. Também nãoconcordamos com o estabelecimen-to de percentuais de fatias de mer-cado para as embalagens retorná-veis, porque isso privilegiaria mate-riais como o vidro, em detrimentode outros que são altamente recicla-dos, como o aço e o alumínio. Se aintenção era desestimular a produ-ção e uso do PET, o tiro acabouatingindo outros alvos.O sistema de pagamento pelos ser-viços urbanos de coleta de lixoatualmente em vigor é injusto e an-tiquado, ao enxergar o contribuintepessoa física da mesma forma que ocontribuinte produtor de lixo emalta escala. Porém, o mais impor-tante no momento é rever a políticamunicipal de gerenciamento de re-síduos sólidos em todo o país, paraque, a partir de investimentos emeducação ambiental, a coleta seleti-va e a reciclagem passem a ser fei-tas em larga escala.

Roberto PintoCoord. de marketing do Prolata

CORREÇÃONa edição nº 25 (agosto de 2001),informamos erroneamente na re-portagem de capa, “Efeitos da cri-se de energia”, que a Klabin é afornecedora líder de papel cartãopara embalagens de alimentoscongelados. Na verdade, essa con-dição pertence à Ripasa.

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esmo que não seja em veloci-dade de cruzeiro, o empresa-riado brasileiro vem cada vezmais acordando para a im-portância de utilizar o designcomo ferramenta estratégica

para se diferenciar no mercado. Os indíciosdesse movimento são as diversas reformula-ções de identidade visual corporativa ocor-ridas nos últimos anos, para adequar a ima-gem das empresas às novas realidades demercado. Tal evolução da força da identida-de visual para a afirmação das marcas vemsendo acompanhada há trinta anos pelo de-signer Gilberto Strunck, desde sua desistên-cia da carreira de engenheiro para cursar aEscola Superior de Desenho Industrial(ESDI), faculdade carioca pioneira no ensi-no de design no país.Atualmente diretor de criação da agênciaDia Design, professor da Escola de BelasArtes da UFRJ e presidente do conselhoconsultivo do Popai – Point of Purchase Ad-vertising International, instituição da qualfoi presidente nacional entre 1998 e 2000, oprofissional acaba de lançar seu quarto li-vro, Como Criar Identidades Visuais ParaMarcas de Sucesso(Rio Books). O volumebusca ser uma espécie de guia sobre marke-ting das marcas e as maneiras de representargraficamente seus valores, para fazer daidentidade visual forte uma arma estratégicapara uma boa performance nos mais varia-dos mercados. Nesse processo, a embala-gem cumpre um importante papel. “Ela deve provocar empatia imediata damarca com o consumidor”, afirma. Foi so-bre esses assuntos que EMBALAGEMMARCA

conversou com Strunck, aproveitando umabrecha em sua concorrida agenda.

Ao contrário de muitos livros sobre posicio-namento de marcas e gerenciamento deidentidade visual, muito conceituais, seu li-vro tem caráter didático e mostra o quepode ser feito na prática, com ilustrações eestudos de casos. Em resumo, o que é im-prescindível hoje para se posicionar visual-mente uma marca de maneira satisfatória?

M

GILBERTO STRUNCK,

diretor de criação da Dia

Design e presidente do

conselho consultivo do

Popai, fala sobre os

benefícios da identidade

visual forte para um bom

desempenho das marcas

em qualquer mercado, e

de sua força de atração

no local crítico de sua

expressão ao consumi-

dor: o ponto-de-venda

entrevista

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Boa imagem é tudo

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out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 11

A marca precisa criar empatia com o consu-midor, e a identidade visual funciona comouma tecla, que vai acionar em nosso cérebrotodas as experiências que tivemos comaquela marca. Podem ser experiências vivi-das ou relatadas – alguém que disse que talsabonete, uísque, pasta de dente, restauran-te ou carro tem aspectos diferenciados. Como passar do tempo não se precisa mais ler amarca, pode-se ter uma leitura periférica deseus identificadores, como a cor, o símbolo,o logotipo. Isso já irá despertar todo o nívelde experiência. Se essa experiência foi boa,eu começo a valorizar mais aquela marca, eme disponho a pagar mais por ela. O livrovem muito no sentido de falar sobreisso e de contextualizar a nossa rea-lidade, já que a maioria do que en-contramos sobre o assunto vem defora. Ele quer se comunicar não sócom alunos, mas também com aspessoas que estão envolvidas na en-comenda de projetos de design den-tro das empresas. Freqüentemente háuma visão muito superficial das mar-cas, do tipo “quero uma coisa parame identificar que seja bonita esteti-camente”. Identidade visual é muitomais que isso. A marca é um sinali-zador do valor que a empresa vai ter.

E qual a importância da embalagemna busca desse status que as empre-sas perseguem?Ela é fundamental, pois é impossí-vel, num cenário cada vez mais fa-vorável ao grande auto-serviço, promoverde forma diferenciada tudo o que está sendooferecido no ponto-de-venda. Há açõescomo demonstrações e degustações, promo-ção, merchandising, mas a embalagem éonipresente. Ela tem de ser capaz, por si só,de promover a empatia, o relacionamentocom o consumidor que visa atingir. Hojeuma loja de conveniência tem cerca de 3 000itens expostos. Um grande supermercadopode ter mais de 70 000. Nós, como consu-midores, não percebemos mais que 10% da-quilo que está exposto nesses ambientes.Por isso temos de entender, quando fazemosum projeto de embalagem, que esse grauimediato de empatia, de informar através dofacing, da qualidade do rótulo, é vital.

Nessa linha, como a embalagem deve seapresentar enquanto componente visual daidentidade das empresas? O que fazer paraque ela transmita uma percepção de quali-dade para a marca que representa?É importantíssimo ter um logotipo que pos-sa ser lido. A legibilidade não só da parte es-crita, mas também a da fotografada, a da de-senhada, tem de ser muito boa. Embalagemtambém deve prestar serviço, ou seja, infor-mar de maneira muito clara e rápida como oconteúdo deve ser utilizado. Se for produtopara um idoso, que a embalagem tenha le-tras maiores, contraste de cores. Também épreciso atentar ao que chamamos de

impregnância. O que está colocadoem termos formais ou cromáticosdeve ser de tal ordem que permita quevocê o grave na sua cabeça, pois, aose tornar um consumidor daquele tipode produto, você não precisará maisler totalmente a embalagem paraidentificá-la e colocá-la no carrinho.Basta um olhar periférico. É até porisso que algumas empresas procuramcopiar as embalagens dos concorren-tes, para confundir o consumidor.

O apelo da comunicação que ressalteuma embalagem com formato mar-cante, uma das maneiras de garantira identificação visual das marcas,não ajuda a evitar esse problema?Claro. Acho importantíssimo o esfor-ço para criar uma embalagem só sua,pois isso se transforma em um dife-

rencial na formação da personalidade doproduto. A parte tridimensional vai ajudarna percepção da marca, principalmentequando há volume que justifique o investi-mento. Tudo bem que é mais difícil – e maiscaro – trabalhar a parte formal da embala-gem, e isso nem sempre é uma coisa super-necessária. Peguemos o caso de um projetode embalagem plástica injetada ou soprada.O desenvolvimento de ferramental custacaro, e nem sempre a empresa acredita sernecessário um diferencial tão grande. Mui-tos preferem investir para que o produtoseja percebido na gôndola através do rótulo.É mais barato, cômodo e rápido. Mas os for-necedores de embalagem estão mais e maisdesenvolvendo novidades e oferecendo-as à

Freqüentementehá uma visão

superficial das marcas, do tipo

“quero uma coisapara me identificar

que seja bonita esteticamente”.

Identidade visual émuito mais que isso.

A marca sinaliza ovalor que a empresa

vai ter

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essa estatística se tornou uma muleta parajustificar qualquer ação de marketing en-volvendo bens de consumo...As conclusões vêm sendo usadas por mui-ta gente de maneira distorcida. Fico aterro-rizado. O que fizemos foi adotar um mode-lo de pesquisa utilizado pelo Popai no mun-do inteiro para poder comparar comporta-mentos em diversos países. Verificamos naentrada do PDV se as pessoas tinham listas,se não as tinham, se haviam planejado ounão a compra, e comparamos as intençõescom o que realmente saiu dos check-outs.Pesquisamos no Brasil perto de 81 000itens comprados e vimos que em 85% das

vezes as marcas haviam sido escolhi-das na loja, pois as pessoas não ha-viam indicado de antemão marcas dereferência. Esse índice é alto no Bra-sil, assim como é alto em todos ospaíses pesquisados pelo Popai. O po-der da comunicação no PDV é muitoforte, é dentro desse contexto que co-locamos nossos resultados.

A pesquisa não abre um caminhopara se interpretar que o poder damarca é discutível? As pessoas nãotêm uma relação de marcas de prefe-rência ou não levam em conta a ditaequação de valor, que limita a esco-lha de produtos dentro de um espec-tro definido de condições, como pre-ço, expectativa e condição social?Sem dúvida. Pode haver marcas queeu não estou explicitando nessas lis-

tas, mas que vou procurar. Se não as achar,passo para outras. Existem metodologiasdiferentes para se fazer pesquisa, que po-dem me dar leituras parecidas ou não. Sa-bemos que, quando entro em uma loja paracomprar alguma coisa, mesmo que eu nãotenha lista nenhuma – o que seria entendi-do pelo Popai como “não tenho lista, o quecomprar eu decido lá dentro” – pode havermarcas de referência, que valorizo tantoque, mesmo se me oferecerem uma concor-rente de graça, não a levo. Quero a marcaque eu amo. Porém vemos que, na prática,se há um oferecimento diferenciado de pro-duto no PDV, a chance da pessoa migrar demarca é alta, mesmo que não seja uma des-sas que ela valoriza mais.

indústria. A Dia Design participou recente-mente do projeto do suco Kapo, da Coca-Cola, que surgiu com uma embalagem daTetra Pak inédita e exclusiva no mercadobrasileiro. A Tetra Pak certamente está de-senvolvendo novos tipos de embalagens evai oferecê-los ao mercado. Acredito quepossam crescer os pedidos por embalagensdiferenciadas às agências de design, comoé comum na indústria de perfumaria e decosméticos, sobretudo em marcas de grife.

Como dinamizar ainda mais o ponto-de-venda, para que os benefícios à imagemdas marcas sejam potencializados?A loja é uma mídia especial, pois seinsere num momento mágico, quereúne produtos e pessoas com pre-disposição para comprar. Essa mídiatem valor. O problema é como quali-ficá-la, para estabelecer preços e de-pois até auditá-la. É complicado.Qual o perfil do público visitante?No bairro elegante é um, na periferiaé outro. Qual o valor médio do ticketem relação às outras lojas? Daí, queefeito obteve a propaganda coloca-da? Foi feita corretamente? O Carre-four, por exemplo, tem grandes res-trições à presença de material pro-mocional, importantíssimo, em suaslojas. Por isso, vemos que a indús-tria, para não ficar tanto na mão dosgrandes grupos de varejo, está dandomuita atenção, em seus departamen-tos de trade marketing, às pequenas emédias redes, que por sua vez têm enormecarência desse tipo de atendimento. Resu-mindo, os partícipes desse processo devemse unir para qualificar a mídia e precificá-la, pois assim é possível haver planejamen-to de mídia no budget das empresas. Senãoas negociações se mantêm pontuais, e a co-municação perde o caráter estratégico.

O senhor cita, no livro, a difundida pesqui-sa do Popai de 1998, segundo a qual 85%das marcas são escolhidas no ponto-de-venda, pois é baixo o número de pessoasque faz listas de compras ou que define deantemão as marcas de todos os produtos deque necessita. Num país carente de pesqui-sas profundas sobre o tema, parece que

Existem marcas que

valorizo tanto que,mesmo se me

oferecerem uma concorrente de

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oferecimento diferen-ciado de produto noPDV, a chance de apessoa migrar de

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reconhecimento da embala-gem como ferramenta de in-cremento de vendas, suporte efortalecimento das marcas pa-

rece estar definitivamente consolidado ecada vez se ouve falar mais nisso. Mas aembalagem tem muitos outros valiosos atri-butos além daqueles, embora não sejam tãocomentados. Um dos mais legítimos dentreeles é servir de termômetro do progresso ouda dinamização de mercados. Não é preci-so recorrer a explanações macroeconômi-cas para deduzir que, quanto mais interes-sante e sofisticado for o design da tampa deum xampu, de uma garrafa de vinho ou daalça de uma embalagem de pet food, maiorserá o nível de atividade desses setores.

Embora a associação entre investimen-tos em embalagem e a força de um merca-do seja natural, essa relação nem sempresegue uma lógica simples. Indiferentes a ín-dices prósperos, alguns setores parecemprecisar ser despertados para o papel deci-sivo da embalagem na geração de novosnegócios. Tal análise pode ser aplicada aomercado de bricolagem, ou faça-você-mes-mo, que compreende produtos para decora-ção, jardinagem e, principalmente, refor-mas e reparos domésticos.

Processo de expansãoHistoricamente freada pelo conservadoris-mo peculiar do setor, a inclusão do planeja-mento de embalagens nas estratégias de au-mento de vendas de fabricantes de produtoscomo pincéis, adesivos para reparo de va-zamentos, interruptores e disjuntores elétri-cos, lixas, torneiras, massas de epóxi, ferra-mentas e chuveiros vem progredindo demaneira acentuada nos últimos anos.

Além de inegável segmentação de pro-dutos e marcas, essa mudança de percepçãoadvém da expansão das grandes lojas debricolagem no país. Chamadas nos Estados

14– EMBALAGEMMARCA • out 2001

Unidos, onde surgiram há quase trinta anos,de home improvement centers, no Brasilelas estão em claro processo de expansão,comprovado pela entrada de grupos estran-geiros no país (ver quadro). Em paralelo aesse crescimento, os home centers buscamfugir da pecha de “shopping da construção”e assim consolidar-se entre o público que,por hobby, prefere pôr mãos à obra a contra-tar os serviços de um jardineiro, encanador,eletricista ou marceneiro.

Aliás, a negação do conceito de shop-ping da construção é por si só um indicativode que o mercado de faça-você-mesmo ain-da tem muito a demandar dos profissionais

Home centers dinamizam marketing de embalagem no do-it-yourself

reportagem de capa

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Por Leandro Haberli

Cada vez mais produtos do dia-a-dia sãoacondicionadospara atrair o consumidor

27bricolagem 15/10/01 17:33 Page 14

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out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 15

de embalagem. Como se pode presumirpela apresentação das grandes redes, queaté parecem hipermercados, seu público-alvo passa bem longe do perfil de um em-preiteiro de obras. “A maioria é compostapor mulheres ou mesmo jovens casais queestão fazendo reparos em seu primeiro imó-vel”, diz Jorge Vidal, diretor da BricolageFeiras Comerciais, empresa de São Pauloque promove anualmente a Bricolage – Fei-ra Internacional de Bricolagem e Faça-Você-Mesmo.

Aesse perfil peculiar de consumidor, ex-plica Vidal, soma-se o fato de que as gran-des lojas de bricolagem têm cada vez me-nos funcionários no corpo de atendimentoaos clientes. “Como, de maneira geral, aspessoas não têm conhecimentos técnicosem chuveiros ou vedantes, por exemplo, omerchandising do design de embalagenspara esses produtos está crescendo a cadadia”, diz o diretor da Bricolage.

Atração nas gôndolasTodavia, o principal fator de promoção dosinvestimentos em embalagem no varejo deprodutos para o lar é a consolidação do con-ceito de auto-serviço, também decorrenteda expansão dos home centers no país. Aoromper com o sistema de armazenamentoem galpões e barracões empoeirados, tãocaracterístico das tradicionais revendas dematerial de construção, as redes de bricola-gem, sintonizadas com o potencial das em-balagens de persuadir o consumidor à com-pra, privilegiam a exposição de boa parte doestoque de suas lojas diretamente ao consu-midor, em gôndolas variadas e atraentes.Difícil imaginar mudança mais positiva, jáque, além de induzir as lojas de material deconstrução a se modernizarem, tal processovem tornando as embalagens tão cruciais nomercado de bricolagem quanto a própriaqualidade dos produtos.

Há inúmeros exemplos de empresas dosetor que já acordaram para a realidade qua-se beligerante de disputa por atenção no

o auto-serviço

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ponto-de-venda. Inegavelmente eloqüente,até pelo seu pioneirismo, é o da Deca. Afir-mando investir em diferenciação pela em-balagem há mais de uma década, a empre-sa recentemente contabilizou um novo casede sucesso atribuído a essa iniciativa.

Trata-se do chuveiro Acqua Plus, cujaembalagem foi desenvolvida pelo departa-mento de engenharia de produto da empre-sa. Estruturada como um estojo, ela foi fei-ta para ficar em pé ou pendurada na gôndo-la, por meio de um corte em forma de alça,localizado no canto superior direito da em-balagem. Assim, quando colocado na gan-cheira, o produto mantém-se equilibrado. Omaterial escolhido – PVC transparente –confere proteção e visibilidade ao chuveiro.

Máquinas direcionadasOs fornecedores de equipamentos começam a lançar produtosespecíficos para o mercado de bricolagem e faça-você-mesmo. A Expambox, empresa de São Paulo, anunciou a aquisição deuma máquina própria para a produção de embalagens de sua li-nha de acessórios para banheiro. Trata-se do modelo 220 BL Plus,da Selovac. Com capacidade produtiva de trinta embalagens porminuto, o equipamento, de 120 000 reais, produz embalagens paraexposição vertical nas gôndolas, a partir de filmes de PVC e papelcartão. A máquina é capaz também de imprimir logotipos e infor-mações dos produtos em jato de tinta e, segundo a empresa, re-duz expressivamente as perdas de material.

Embalagem do chuveiro Acqua Plusaumentou as vendas

da Deca no setor

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As informações sobre elesão impressas em uma folhade papel cartão, na qual oAcqua Plus é encaixado.

Segundo Marco Milleo,gerente de desenvolvimentode produto e marketing daempresa, com essa embala-gem a Deca teve significativoaumento de vendas em sua linha de chuvei-ros. “Há dez anos, as pessoas compravamchuveiros e torneiras segundo a indicaçãodo encanador”, lembra. “Hoje, o consumi-dor decide sozinho, e a embalagem é umadas melhores maneiras para conquistá-lo”.

Além de visuais didáticos e comunicati-vos, a empresa tem preconizado embala-gens que facilitem o estoque no ponto-de-venda. “Embora no mercado de hidráulicabricolagem seja um conceito em formação,auto-serviço, para a Deca, já é mais do queuma realidade”, observa o executivo.

Adequação do designMultiplicam-se as provas de que, com adose certa de expertise e criatividade, osprojetos de embalagem podem ser ferra-mentas eficazes de incremento de vendas eaté de adequação das empresas ao novo pa-norama do mercado de faça-você-mesmo.Fabricante do Durepoxi, um dos produtosque talvez mais remetam ao conceito do do-it-yourself, a Alba Química também passoua investir em embalagens para manter-se

competitiva no cenário doauto-serviço.

Considerado um produtode visual tradicional, o Du-repoxi teve sua embalagemrejuvenescida há dois anos.Foram alterados os tons opa-cos de azul e laranja dos car-tuchos, e os três cromos daembalagem, que remetiam

aos anos 80 (num deles, podiaser vista uma Brasília amarela), receberamimagens mais condizentes com os dias dehoje. O projeto, feito pela KDM Design, deSão Paulo, também contemplou um novoproduto na linha de massa epóxi da AlbaQuímica. Trata-se do Durepoxi Prático,vendido em blisters de PVC, que acondicio-nam 30 gramas do adesivo, contra 100 gra-mas, em média, dos cartuchos. “Quisemostornar o Durepoxi mais prático, tentando

O mercado brasileiro de produtos para bricolagem econstrução está atraindo a atenção de nomes interna-cionais de peso no setor, que farejam por aqui atraen-tes oportunidades de negócio. É o caso do grupo fran-cês Saint-Gobain. Há cerca de um ano, a gigante commais de 300 anos de tradição e vendas globais de 23bilhões de dólares comprou parte da paulista Telha-norte, assumindo posição majoritária na gestão dasquatro lojas do grupo."Essa união decorre da perspectiva de retomada sus-tentável do desenvolvimento da economia do país edo aumento do grau de exigência do mercado deconstrução e bricolagem", comenta Fernando de Cas-tro, diretor da Telhanorte/Saint-Gobain. Mesmo sem confirmação oficial, consultores especiali-zados no mercado de bricolagem já dão como certa, a

Avanço de fora e reação internaexemplo da Saint-Gobain e da também francesa LeroyMerlin, a chegada em breve ao Brasil de outros gigan-tes do varejo do lar. A norte-americana Home Depot éuma das mais lembradas. "Eles já têm lojas na Argenti-na e no Chile", informa Jorge Vidal, diretor da Bricola-ge Feiras Comerciais. "O próximo passo da atuação la-tino-americana deverá ser no Brasil", prevê. Para não sucumbir a esse avanço, as empresas nacio-nais também estão se articulando, como recentementecomprovou a fusão entre a Conibra e a Madeirense,que resultou na rede C&C Casa & Construção, dona dedezoito Home Centers espalhados pelo Estado de SãoPaulo. "Trata-se do maior grupo de varejo de materiaispara reforma e construção da América do Sul", dizJosé Rubens Marques Nunes, gerente geral de com-pras da empresa.

Reformuladas,embalagens do Durepoxi eliminaram

ranço de produto tradicional

Linha Rhodiastic:visual leve e

amigável

STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

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atender às necessidades imediatas dos nos-sos clientes”, conta Gisele Gaspar, gerentede serviços a marketing da Alba Química.

Na linha do didatismo que a análise dasembalagens de produtos para bricolagemsuscita, a gigante Rhodia, que com sua li-nha de silicones e selantes disputa um filãosemelhante ao da Alba Química, tambémparece preocupada em fortalecer o caráterauto-explicativo de seus produtos. Recente-mente a empresa descobriu que 60% deseus consumidores no segmento faça-você-mesmo são mulheres. Por isso, o visual dasembalagens da linha Rhodias-tic, marca de seusselantes de siliconeà base de água, foidesenvolvida paraatendê-las.

“Tentamos im-primir um visualleve e amigável àsembalagens”, dizManoel Müller, da

Müller Associados, agência responsávelpelo projeto de reformulação da linha Rho-diastic. Disponíveis em bisnagas plásticasde 100 gramas, os produtos são acondicio-nados em blisters formados por papel car-tão e uma bolha de PVC. Além de novasembalagens, a linha a recebeu outras duasversões, o Rhodiastic Sanitário – desenvol-vido para superfícies úmidas – e o Rhodias-tic Multiuso, que, entre outras aplicações,veda janelas e trincas de paredes.

Embora evidenciada pela disseminaçãode novos grupos no Brasil e pelos própriosinvestimentos em embalagem, a prosperi-dade do mercado de bricolagem é difícil deser dimensionada. No Brasil, muitas das es-

tatísticas de vendas de produtosde faça-você-mesmo aindasão erroneamente inseridasnos cálculos do mercado debloco, areia, cimento e ou-tros materiais de construçãocivil. Por isso, o dado quemais próximo chega da tare-

Bandejas termoformadas daCondor Pincéis:

sintonia com auto-serviço

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fa de mensurar o varejo do lar é o da Ana-maco – Associação Nacional dos Comer-ciantes de Material de Construção. A enti-dade prevê que, este ano, serão negociadoscerca de 30 bilhões de reais no setor. Entre-tanto, não se sabe qual parte cabe aos pro-dutos de acabamento, decoração e peque-nas reformas domésticas.

Mesmo atirando no escuro, pode-se di-zer que, ao investir em embalagem, as em-presas de bricolagem têm ínfimas chancesde errar. Quem parece ter acertado na mos-ca é a catarinense Condor. Famosa por suamarca de escovas de dente, a empresa deci-diu, em 1999, investir na produção de pin-céis – tanto artísticos quanto de construçãocivil. Nascia a Condor Pincéis, hoje respon-sável por 30% da receita do grupo. Os pro-tagonistas desse resultado, informa Gilber-to Bayerl, da área de marketing, são os kitsde pintura para reforma e construção, comrolos e pincéis. A embalagem é uma bande-ja plástica termoformada, projetada paraservir de recipiente da tinta a ser aplicada.

Chave para crescerInsensíveis aos casos de sucesso, muitasempresas ainda alegam que, por venderitens de baixo valor agregado, não podeminvestir em embalagens. Estaria nessa idéia,ou melhor, em sua contra-argumentação, achave para o crescimento definitivo dosprojetos de embalagem nas empresas dosetor. Especialistas atestam a necessidadede banir a venda a granel. Argumentamque, independentemente do custo final dosprodutos, ao disponibilizá-los nos pontos-

de-venda em emba-lagens apropriadasas vendas podemaumentar, pagandoo investimento.

É nisso que temapostado a 3M, em-presa que possuimais de cinqüentaprodutos para omercado de bricola-gem. Segundo Josi-mar Germano, mui-tos desses itenseram restritos à li-nha industrial da

3M. “Mas com o advento dos home centers,tivemos que investir em embalagens paradisponibiliza-los também no varejo”. As-sim, a idéia é atender a um consumidor que,mesmo sem muita experiência, quer obter omesmo resultado de um usuário profissio-nal. Tal estratégia é comprovada pelas em-balagens da linha de protetores adesivos.Pastilhas de poliuretano que servem de su-porte para móveis e eletrodomésticos, evi-tando arranhar pisos e carpetes de madeira,são vendidos em blisters próprios para ex-posição vertical no ponto-de-venda.

Apenas uma amostraAinda que boa parte de sua atuação ocorraem linhas de alto giro e baixo valor agrega-do, a Fame, indústria do ramo elétrico, tam-bém comprova que os investimentos emembalagem vêm crescendo no setor. “Nos-sa linha de chuveiros, duchas, torneiras,aquecedores e pressurizadores já contavacom embalagens próprias para o auto-servi-ço há muito tempo”, explica José CoelhoSilva, diretor comercial da empresa. “Po-rém, somente há dois anos passamos a ado-tar embalagens flow pack em nossos disjun-tores e interruptores”, ele conta.

Tais exemplos comprovam que a emba-lagem se firmará como um acessório funda-mental no mercado de faça-você-mesmo.Portanto, ao invés de perspectivas magras,o fato de o setor ainda não ser plenamentereceptivo à idéia de funcionalidade e dife-renciação no ponto-de-venda deve ser inter-pretado apenas como uma amostra de quehá possibilidades inexploradas para a indús-tria convertedora, fornecedores de mate-riais, agências de design e demais elos dacadeia de embalagem.

3Mwww.3m.com.br0800 132333

Alba Químicawww.alabaquimica.com.br0800-115010

Anamacowww.anamaco.com.br(11) 3151-5822

Bricolagewww.bricolage.com.br(11) 5505-2243

C&C Casa e Construçãowww.c-cnet.com.br(11) 5073-8884

Condor Pincéiswww.condor.on.com.br(47) 631-2000

Decawww.deca.com.br(11) 3874-1600

Expamboxwww.expambox.com.br0800-127070

Famewww.fame.com.br(11) 6090-5634

KDM Design(11) 3167-3599

Maretti Criação(11) 542-2931

Telhanorte/ Saint-Gobain0800-10 02 66

Müller Associadoswww.muller-associados.com.br(11) 3819-4417

Rhodiawww.rhodia.com.br(011) 523 6896

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO(FATURAMENTO EM BILHÕES DE REAIS)

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Didatismo é o mote das embalagens da 3M

para bricolagem

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ara qualquer pessoa que culti-ve algum interesse no universodas embalagens, não há comonegar que o sueco Hans Rau-

sing, co-fundador e ex-diretor da Tetra Pak,é uma referência. Ele comandou a empresadesde muito antes de ela se tornar uma dasmaiores fornecedoras de embalagens domundo, além de líder absoluta do mercadode cartonadas assépticas.

Em décadas de trabalho, Rausing esteveà frente de significativas mudanças de hábi-to de consumo ligadas a novos sistemas deembalagens. Basta dizer que, em parte gra-ças ao crescimento da Tetra Pak no merca-do lácteo, nos dias de hoje a maioria dosconsumidores de leite sequer sabe que asgarrafas de vidro já foram onipresentes noenvase do produto.

Também com inegável contribuição dascaixinhas multicamadas desenvolvidas em1951 por Ruben Rausing (pai de Hans), boaparte não teve contato com aqueles poucopráticos saquinhos de polietileno de baixadensidade (PEBD), que caíram em desuso apartir de 1990. Como se tais feitos não bas-tassem, Rausing também pode contar umadas histórias mais intrigantes de guinadaprofissional já vistas entre executivos dacadeia do packaging.

Casca de ovoNo início deste ano, depois de ter vendidosua participação na Tetra Pak para um deseus irmãos, Rausing resolveu tentar, nova-mente, revolucionar o mundo das embala-gens. Como que acalentando a idéia de queum raio pode, sim, cair duas vezes no mes-mo lugar, aos 74 anos ele investiu parteconsiderável da fortuna que lhe valera o ne-gócio familiar num material que, segundosuas próprias palavras, pode reverter nomesmo fenômeno de mercado hoje associa-do às caixinhas da Tetra Pak.

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Composto de carbonato de cálcio, mes-ma substância das cascas de ovo, e de polí-mero de olefina, resina plástica que pode serderivada de gás natural, o filme que empol-gou o ex-mandachuva da gigante sueca foidesenvolvido por Ake Rosem, químicocompatriota de Rausing. Embora a soluçãonão dispense a refrigeração dos alimentos,como é o caso das cartonadas assépticas,Rausing diz que ela “representa o maioravanço em embalagens flexíveis visto nosúltimos trinta anos”.

A avaliação está disposta no site daEcolean, empresa detentora da paten-te do material, na qual atualmente opersistente Rausing trabalha coma mesma idéia dos tempos da Te-tra Pak: vender a embalagem afabricantes de variados produtos,como sucos, isotônicos, snacks,maioneses, derivados de tomates,sopas, inúmeros condimentos e,claro, lácteos.

O filme foi registrado comoLean Cover Material e, para Rau-

Co-fundador da Tetra Pak almeja tornar a Ecolean uma gigante

inovação

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Pode o raio cair duas v e

Linha de embalagens da Ecolean: variados graus de flexibilidade

O mercado lácteo é uma das apostasde Rausing

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representa uma ameaça à sua pseudo-rivalTetra Pak. Na verdade, como conta o uru-guaio Rafael Pandolfi, agente de vendas daEcolean para o Mercosul, a em-presa está em fase de estrutura-ção. “A abertura de um escritóriono Brasil, por exemplo, ainda éanalisada”, ele diz.

O certo é que, se Rausing re-petir no novo emprego ainda queuma ínfima parte do que fez noanterior, sem dúvida serão muitofortes as possibilidades de as pes-soas consumirem enorme varie-dade de produtos acondicionadosnessas embalagens feitas basica-mente de casca de ovo.

v ezes no mesmo lugar?sing, seu imenso potencial de mercado seresume a basicamente duas vantagens com-petitivas: economia no processo produtivo,já que “as matérias-primas são baratas eabundantes”; e forte apelo ambiental, pois,ao ser eliminada no ambiente, “a embala-gem se dissolve em até trinta dias, por sercomposta de substâncias essencialmentebiodegradáveis”.

Usuários de pesoEmbora não tenha uma estrutura de atuaçãoglobal altamente competitiva, a Ecolean jáconquistou usuários de peso para a novaembalagem. Na Europa, algumas franquiasda rede de lanchonetes McDonald’s usam omaterial como envoltório de seus sanduí-ches, em conjunto com as conhecidas em-balagens de papel cartão.

Na América do Sul, a subsidiária uru-guaia da Parmalat emprega há dois anos oLean Cover Material nas embalagens desuas manteigas premium e também em al-guns leites funcionais. A variedade de apli-cações se explica porque o material, me-diante ajustes na proporção de olefina e car-bonato de cálcio, pode apresentar diferentesgraus de flexibilidade.

Seria um erro, porém, pensar que, espe-cificamente na área de lácteos, a Ecolean já

Ecoleanwww.ecolean.se

Manteiga daParmalat uruguaia (acima)e sanduíches de franquiaseuropéias doMcDonald’s (ao lado) já utilizam o LeanCover Material

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m sua empresa já se pensouque a extraordinária força dasembalagens como o mais efi-caz dos veículos de comunica-

ção – por ser o que “fala” com o consumi-dor final nos cruciais momentos da decisãode compra e do consumo – pode ser multi-plicada com o simples acréscimo de algunscaracteres em destaque no rótulo? Indo di-reto ao ponto: o endereço de seu site na in-ternet, impresso com caracteres bem visí-veis na embalagem, representa uma grandechance de diálogo direto com os consumi-dores, propiciando o fortalecimento damarca e fidelização a ela. É o que algumascompanhias já vêm percebendo.

No entanto, o número das que acreditamou simplesmente se dão conta disso ainda ébaixo, como pode ser constatado numa vi-sita a um ponto-de-venda. Há poucas mar-cas “antenadas” com o mundo pontocom,que ganha força dia a dia. O diálogo entre avelha e a nova economia, no varejo de pro-dutos de giro rápido, ainda é pouco intenso.

Embalagem digital“Muitas empresas ainda vêem a web comomero espaço para apresentar seu portfólio,e não como meio de potencializar o apelode suas marcas”, constata José RobertoMartins, consultor e autor de livros sobrebranding. “No atual estágio do varejo, umsite tende a funcionar como a embala-gem digital da empresa”, diz.

“Informações úteis, que nãocabem na embalagem, podem serbem exploradas num hot-site damarca”, ressalta Alexandre FrançaFraga, web designer da Lighthouse,agência que desenvolveu, recente-mente, o site da grife de carnesBassi, cujo endereço é destacado emsuas embalagens, desenhadas pelaPacking Design. “Fico triste ao ver

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Ainda há poucas, mas as marcas on-line de produtos devem crescer

marcas

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embalagem.com

Coca-Cola comunica seu

novo site atravésde embalagens

especiais

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um endereço de site junto ao CEP daempresa, na embalagem”, ele comenta.

Essa falta de links dos produtos com umlocal no ciberespaço bate de frente comuma recorrente tese dos gurus do marke-ting: a de que é preciso investir num rela-cionamento com o consumidor que não ter-mine na compra ou na hora do consumo,mas que proporcione serviços e extras gera-dores de fidelidade e identificação do públi-co-alvo com a marca.

É por isso que a internet surge comouma ferramenta atraente: não demanda al-tos investimentos, permite que o usuário in-teraja com a informação e pode abrigar umaquantidade gigantesca de conteúdo. Alémdisso, está cada vez mais popular no país.

Apelo jovemA Coca-Cola é uma das empresas que estãoinvestindo alto em comunicação de marcapela web. “A internet propicia qualidade deinformação ao usuário, já que ele não é umreceptor passivo da mensagem”, comentaRicardo Fort, gerente de marketing daCoca-Cola. “Isso vem sendo um pontoatraente para expandir a relação de nossasmarcas com o consumidor.”

Mais que isso, a Coca-Cola vem desta-cando a importância de fazer suas embala-gens e seus sites “conversarem”. É uma es-

tratégia para levar as duas mídias a sealimentarem mutuamente, dinami-zando a presença das marcas da em-presa. “Percebemos que as embala-gens comunicando nossas ações demarketing na web estariam em todosos lugares, gerando uma visibilidadeincrível”, diz Fort. Para ele, “a intera-ção proporcionada pela internet é ocomplemento ideal às divulgaçõesem mídias tradicionais”.

Os resultados superaram as expec-tativas. A campanha Night Coca-Cola

Por Guilherme Kamio

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Light, que usou e abusou das lati-nhas de alumínio, das garrafasPET e de suas multipacks para di-vulgar um espaço virtual que re-forçasse a ligação da marca com avida noturna, foi considerada um su-cesso. Lançada há poucos meses, arregi-mentou uma legião de adeptos dos serviçosoferecidos, entre eles guia de lugares parabadalar, coleção de e-cards e uma agendapara usar no micro. Prova do bom desem-penho da iniciativa é que a Coca-Cola aca-ba de lançar também hot-sitespara as mar-cas Sprite e Coca-Cola Classic, sendo asembalagens o chamariz para essas em-preitadas. Para a Sprite, a Oz Designidealizou rótulos promocionais, que des-tacam o endereço virtual da marca.

A mesma tática ancorou o lançamen-to do site da Coca-Cola tradicional, ocor-rido em setembro. Com um design espe-cial, as garrafas de 600 mililitros e as la-tinhas indicam o caminho para o site damarca, que tem jogos, e-mail grátis, mú-sicas e até um comunicador do tipo ICQ.Há ainda informações e outros serviços,fruto de uma parceria com o portal Terra,e uma área dedicada à história da marca.

Matinal on-lineCaso bastante similar ao da Coca, porémmais antigo e no setor de alimentos, é o docereal chokos.com.br, da Kellogg’s. Numlance ousado, a marca, que já existia nomercado, foi reposicionada para ser a pri-meira a incorporar o universo pontocom emseu próprio nome. O site de chokos.com.brtraz parcerias com o portal BOL e com ou-tras empresas que fabricam bens voltadosao público adolescente, alvo do cereal, etambém disponibiliza atrativos comoarquivos MP3, jogos e papéis de parede,entre outros.

O cartucho que acondiciona o cereal, re-modelado e destacando a “marca/site”, foiessencial para destacar a transição do pro-duto de off-line para on-line. “Pesquisasapontaram que 50% dos cadastrados no siteo conheceram pela embalagem, o que mos-tra o quanto ela é um meio de comunicaçãoeficaz”, afirma Marielza Cavalari, gerentede produto. Outros números mostram que aestratégia foi bem-sucedida: as vendas do

produto cresceram 25%, e65% dos visitantes do site têmentre 8 e 18 anos. “É uma con-firmação de que estamos fo-cando e atingindo o público cer-

to”, comemora Marielza. “Temos hojeuma média de 650 000 page viewspor mês.Chegamos a ter mais de 1 milhão em janei-ro, mês de férias, e vale lembrar que a úni-ca forma de divulgação do site tem sido aembalagem do cereal.”

“Vai crescer”Mesmo que as incursões das marcas deprodutos de grande consumo no terrenoda internet ainda sejam tímidas, os profis-sionais consultados crêem que esse fenô-meno de mercado vai crescer. “Não há dú-vida de que a internet vem se mostrandoum veículo com grande potencial de rela-cionamento com o consumidor, mas só re-centemente ela começou a disponibilizarinformações que permitem avaliá-la comoferramenta de comunicação”, analisa Ma-rielza, da Kellogg. “Além disso, sua pene-tração ainda é baixa no Brasil, o que con-flita com o conceito de produto de massa.”

É por isso, segundo ela, que a empresaposicionou a marca para um nicho específi-co e distingue sua penetração daquela obti-da pelas marcas off-line, como Sucrilhos,ainda muito maior. “De qualquer forma, a‘sacudida comportamental’ que a internetestá promovendo já faz várias empresas re-pensarem suas marcas, e isso por si só é sa-lutar”, diz o especialista José Roberto Mar-tins. É um indício de que os exemplos, hojecontados nos dedos, poderão vir a crescer,promovendo um upgradeno relacionamen-to dos consumidores com as marcas e no vi-sual dos pontos-de-venda.

Chokos.com.brwww.chokos.com.br

Coca-Colawww.coca-cola.com.brwww.nightcocacolalight.com.brwww.sprite.com.br

José Roberto Martins (JR Brands)(11) 3266-7139www.nostroritmo.com

Light House(11) 5506-5549www.lighthouse.com.br

Coca-Cola Light naweb: incursão

“muito positiva”

Cartucho foi a principal

mídia para oChokos.com.br

Splash, ao lado doprato, indica o siteda grife Bassi

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ecididamente, a embalagemganha peso cada vezmaior como diferen-cial que agrega valo-

res também na indústria de tintas.Isso ficou claro durante o 7º Con-gresso Internacional de Tintas, or-ganizado pela Associação Brasi-leira dos Fabricantes de Tintas(Abrafati) realizado no final de se-tembro em São Paulo. O principalindicador disso foi a importânciadada por grandes fornecedores desoluções em embalagem: no even-to, eles mostraram o que possuemde melhor em termos tecnológicospara o acondicionamento de tintas.

Uma das evidências é que, ape-sar dos esforços de fabricantes de emba-lagens plásticas para conquistar espaço, ahegemonia do aço prevalece – e parece es-tar forte como nunca. Inovações significati-vas aconteceram em passado recente, revi-talizando a imagem das embalagens metáli-cas. Nesse quadro, durante o Congresso asmaiores fabricantes de latas para acondicio-namento de tintas no país, a CompanhiaMetalúrgica Prada e a Brasilata, destacaraminteressantes desenvolvimentos.

Prada: segurança e praticidadeTradicional no ramo de embalagens metáli-cas, do qual afirma ser líder de mercado nopaís, a Companhia Metalúrgica Prada reali-zou a première de várias novidades. A prin-cipal foi um conjunto de latas para trans-porte de produtos perigosos, como solven-tes e outras especiarias químicas, recém-homologado pelo Ministério da Marinha.

Para identificar essa família, ressaltandosua diferenciação, a empresa criou um selode qualidade com a estampa “Prada GlobalCan”. Tetsuya Higashi, gerente comercial

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da Prada para a área de tintas, explica queessas embalagens foram submetidas a

rigorosos testes de ensaio dequeda, pressão, estanqueidade eempilhamento. “Os testes com-provaram que elas trazem bene-fícios claros para os clientes epara o ambiente”, diz Higashi.

Mais que isso, lembra Adria-no Marson, assessor de marke-ting da Prada, essa linha de emba-lagens credencia os clientes daempresa junto ao mercado inter-nacional. Segundo ele, a nova li-nha agrega maior segurança e con-fiabilidade no manuseio dos pro-dutos. As latas com a certificaçãosão encontradas nos tamanhos

500ml retangular, 1 litro retangular, 5litros retangular, aerossol com 57 e 65mmde diâmetro, 1/4 de galão redondo, 1 litro re-dondo e 900ml redondo (padrão lata deóleo, para produtos como aguarrás).

A Prada apresentou também sua novalata de 18 litros com frisos verticais para tin-tas, massas e texturas. As vantagens desta-cadas pela empresa nesse recipiente sãomaior resistência mecânica, o que evita o“embarrigamento”, a facilidade no transpor-te e no empilhamento e a preservação da in-tegridade do rótulo. No desenvolvimento danova lata foram gastos 500 000 dólares, in-vestimento que faz parte do programa deduplicação da capacidade de produção da li-

Embalagens de aço mostram diferenciais em evento do setor

materiais

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Carregando as tintas

Prada: frisos paraevitar embarrigamento

Latas certificadas têmselo de qualidade

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out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 27

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nha de 18 litros da empresa.Outro destaque da Prada foi a lata de 18

litros frisada com abertura maior, de 210mm, que facilita a retirada do produto. Elapoderá ser vista nos próximos seis mesesacondicionando com exclusividade produ-tos da marca Basf/Suvinil. Essa embalagemganhou o troféu da categoria Bricolagemdo Prêmio de Design de Embalagem pro-movido pela ABRE – Associação Brasilei-ra de Embalagem. No mesmo mês, aempresa foi eleita pelo jornal ValorEconômicoa melhor em metalurgia, entreas 1 000 que compõem 25 setores. Ganhoutambém o Prêmio Sistema de Avaliação deDesempenho de Fornecedores, oferecidopela Sherwin-Williams, por ter sido a quemais cresceu em 2000.

Brasilata: exportar tecnologiaCom o objetivo de fixar sua imagem comoprovedora de soluções inovadoras, a Brasi-lata mostrou no evento seus sistemas maisaclamados. Entre eles, a já conhecida lataBiplus, desenvolvida para facilitar o uso empontos-de-venda com sistemas tintométri-cos (mix machines) e disponível nos volu-mes de 18 litros, galões e quartos de galão.

O reforço do apelo prático da Biplusestá sendo enfatizado pela Brasilata atravésda divulgação de testes que comprovamque o ciclo de abertura e fechamento, du-rante a coloração na loja, cai de 58 para 10segundos, garantindo agilidade e comodi-dade ao consumidor e ao vendedor. Compatente mundial, a Biplus tem forte apelointernacional, já que as vendas em sistemastintométricos no Brasil são pequenas. “Masem mercados como o americano, 70% dastintas são preparadas em mix machines”,diz Antônio Carlos Teixeira, superintenden-te da Brasilata, reforçando a vocação da Bi-plus como tecnologia nacional for export.

Outra vedete da empresa, mais recente,é a lata Plus UN, indicada para o transportede produtos perigosos. De acordo com aBrasilata, ela é a primeira lata de pressãoaprovada pela Organização das NaçõesUnidas (ONU), após rígidos testes, paratransportar esse tipo de produto. O protóti-po da Plus UN, ganhou medalha de prataem abril, na feira americana Cannex 2001.

Também foram destacados com ênfase

durante o Congresso a lata de 18 litros comfrisos verticais e horizontais combinados eo Balde Plus, com novo sistema de fecha-mento, de tampa removível.

No primeiro caso, a presença das estriasem duas orientações dá maior rigidez às pa-redes da embalagem, diminuindo o efeitode “embarrigamento”. Já a nova tampa doBalde Plus substitui com vantagens o anti-

go sistema com garras (“aranha”), poisotimiza o envase de tintas ao adaptar-secom facilidade a sistemas com cilindropneumático ou de rolo, dispensando ouso de equipamento especial para o fe-chamento aranha. Além disso, é maissegura e mais prática para abrir e fe-char, pois a tampa tem abertura total eé dotada de um anel de borracha espe-cial, que garante a vedação da embala-gem. “A tampa com garras não garantea estanqueidade do fechamento após a

primeira abertura”, explica Teixeira.Todos os produtos já possuem ou estão

em fase de testes para consolidação de pa-tente internacional, questão essencial para aBrasilata, assinala o superintendente da em-presa. “O Brasil também precisa ser refe-rência mundial em termos de tecnologia”,ele diz. Paralelamente, a Brasilata, que temno setor de tintas 75% de seus negócios, co-memorava o fato de ter sido apontada pelarevista de negócios Exame, pelo segundoano consecutivo, como uma das 100 melho-res empresas para se trabalhar no país.“Nossos 900 funcionários exercem a fun-ção de inventores, e isso é o nosso maiorpatrimônio”, ressalta Teixeira.

Cia. Metalúrgica Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br

Brasilata(11) 3662-4444www.brasilata.com.br

Plus UN foihomologada pelaONU para transportar produtos perigosos

Brasilata aposta nanova tampa doBalde Plus: pratici-dade e segurança

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mpresas convertedoras de em-balagens sempre padeceramde uma dor-de-cabeça que, emalguns casos, estava mais para

enxaqueca freqüente: o gerenciamento dastintas usadas nos processos de impressão.Influenciados por transformações no com-portamento do consumidor, eles tiveram deoptar por tiragens cada vez mais flexíveis,pela segmentação de linhas e pela explora-ção maior de cores no design da embala-gem. Dessa forma, tiveram de desdobrar-seentre seu principal negócio e uma nova vo-cação: a de virar fabricantes de tintas.

Com a amortização da inflação e a aber-tura econômica, os fornecedores de tintasviram a chance de reforçar o apelo dos cha-mados sistemas in-plant, serviços destina-dos a tirar aquela tarefa dos ombros de seusclientes. Basicamente, o in-plant configuraa instalação de uma minifábrica de tintas naplanta industrial do convertedor, acompa-nhada da cessão de uma equipe de técnicospara operá-la. Ao contratar esse serviço, os

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convertedores não precisam adquirir com-ponentes e fabricar as tintas, deixando o tra-balho para quem entende melhor do assun-to. O sistema traz eficácia tanto para proces-sos em rotogravura, de altas tiragens, quan-to para flexografia.

“Ganhos enormes”Esses apelos convenceram, entre outras, aconvertedora paulista Propack a fechar, hádois anos, um acordo com a Renner, hojeFlint Ink, para o gerenciamento de todas asetapas relacionadas à preparação e à aplica-ção de tintas em suas atividades. Nele, aPropack cedeu um espaço em regime de co-modato para a distribuidora instalar sua mi-nifábrica com estoques regulares de bases epigmentos. Em vez de ter de comprar oscomponentes e preparar a tinta, a empresa arecebe pronta e com o aval de especialistasinsuspeitos no assunto. “Os ganhos sãoenormes”, avalia Carlos Rosa, diretor supe-rintendente da Propack. “Antes tínhamosuma perda considerável de tinta.” Segundo

Cresce na indústria de embalagem o uso de sistemas in-plant para tintas

sistemas

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Feito em casa, mas

Operating Division ColorantsBusiness Unit Printing Systems - Packaging Inks

Fornecedorde tinta

Pesagemdepigmentosresinasaditivos

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Moagem

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Convertedor

Sistema de Gerenciamento In-Plant

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SF Minifábrica de

tintas na plantaindustrial doconvertedor

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ele, o sistema permite reaproveitar sobrasaté para gerar outros lotes de cores e evitaos desperdícios que eram tidos como “ine-rentes a pequenas tiragens em rotogravura”.

No modelo, a área cedida ao fornecedorda tinta fica sob sua total responsabilidadeadministrativa. “Todas as operações técni-cas, operacionais e logísticas ficam a nossocargo, incluindo assistência técnica e deuso” explica Renato Jardim, gerente devendas da Flint Ink. “Trabalhamos com in-dicadores de eficiência, para atacar pontosnevrálgicos em que há grande relaciona-mento entre tinta e processo”. A busca daqualidade na produção “vai desde o prepress até a última ponta, com o produto sen-do embalado no cliente do convertedor”.

Novos mercadosOutra possibilidade vantajosa do sistema éapontada por Ney Bordignon, gerente devendas e assistência técnica da Basf Siste-mas Gráficos. Segundo ele, com o in-plantabre-se a possibilidade de novos negóciosem comum, de interesse mútuo para o con-vertedor e o fornecedor de tintas. “Por

por pessoal de foraF

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VANTAGENS DO IN-PLANT

PARA O CONVERTEDOR DE EMBALAGENS...• Reduz o tempo de set up das impressoras• Resolve o problema de waste ink (desperdício de tinta)• Melhora o fluxo de trabalho no processo de produção• Racionaliza o número de pessoas trabalhando na preparação de tinta • Otimiza o uso dos espaços internos da casa de tintas• Atribui acesso amplo ao know-how do fornecedor de tintas e produtos auxiliares

...E PARA O FORNECEDOR DE TINTA

• Aproximação com o cliente (contratos de fornecimento a médio e longo prazo)• A presença on-site possibilita sinergia acentuada das relações de processo, produtose recursos humanos essenciais nesse tipo de operação• Reduz a complexidade do fluxo de trabalho com o cliente• Propicia a standarização de produtos ao longo do processo de impressão e nas de-mais produções • Melhora o nível de qualificação em tintas dos recursos humanos dos clientes , usuários de tintas e produtos auxiliares • Induz à sinergia com o fornecedor de tintas na agilidade com relação as mais modernas tecnologias em sistemas de impressão existentes no mundo

Basf Sistemas Gráficos(11) 4347-1188www.basf-sa.com.br

Flint Ink(11) 4613-1407

Propack(11) 4781-1700www.propack.com.br

Sun Chemical(11) 3815-4944

exemplo, o de prospectar ações em merca-dos sofisticados como o editorial, embalan-do revistas em sachês ou stand-up pou-ches”, argumenta. Bordignon vai além, in-dicando que, pela tecnologia de ponta emtintas propiciada pelo sistema, o converte-dor também se torna apto a atender o mer-cado globalizado. Amplia essa constataçãoo fato de que, não raro, só multinacionaispodem suportar a implantação de in-plant.

“Uma massa crítica adequada de consu-mo de tintas em consonância com o portfó-lio de produtos do cliente credencia a em-presa a pensar na instalação do in-plant, quesegue uma tendência global de novos siste-mas de fornecimento de tintas e produtosauxiliares”, diz Bordignon. Entre os clien-tes do sistema na Basf estão a EFD e a Ina-pel. Em outros países, a Basf atende com-panhias de embalagem como Alusa, Arcor,Lawson Mardon e Tetra Pak.

O mercado potencial para o sistema sãoos pequenos e médios fornecedores, pois amaioria dos grandes já o utiliza. Além daBasf e da Flint Ink, oferecem o sistema, en-tre outras, a Sicpa e a Sun Chemical.

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ó quem é mesmo do ramosabe o quanto pode ser com-plicada a tarefa de criar ou re-novar a embalagem de um

produto. A concepção de uma linha intei-ra, então, com a presença de variados tiposde embalagem, de distintos materiais, éum desafio ainda maior para qualquer em-presa de design. Missão desse calibre foipassada à agência paulistana B+G Desig-ners pela Nazca Cosméticos sob a formade uma linha de banho e pós-banho paracrianças. O resultado já pode ser visto naslojas em produtos da marca Acqua Kids,que apadrinha um total de dez itens, entrexampus, condicionadores, colônias, gel euma exclusividade no mercado, o cremede pentear desembaraçante.

Mães insatisfeitasÉ a primeira investida da Nazca em produ-tos infantis, motivada por pesquisas se-gundo as quais muitas mães estavam insa-tisfeitas com alguns congêneres no merca-do, principalmente por seu cheiro enjoati-vo. Coincidentemente, foi também a pri-meira experiência da B+G no design deembalagens de cosméticos. Apesar disso,como explica Luís Gustavo Bartolomei,diretor de criação da agência, cases ante-riores de outras categorias de produto,como alimentos, ajudaram a nortear o pro-jeto. “O tratamento não varia muito desegmento a segmento”, ele diz.

Bartolomei ressalta ser necessário mui-to cuidado na concepção de produtos parao público infantil, pois “a criança hojeacompanha como nunca o processo decompra, ela tem um papel decisório muitoforte”. Levando isso em consideração, aelaboração da identidade visual da linhaAcqua Kids teve como ponto de partida acriação de personagens, para dar persona-lidade à marca, conforme ele conta.

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Variedade de tiposde embalagem

resultou em maisde seis meses detrabalho. Acima,

um dos persona-gens criados para

personalizar a linha

For kids para paisNazca estréia em infantis com embalagens variadas

Com base em pesquisascom pais e crianças, deci-diu-se adotar a tartarugacomo animal para simboli-zar a marca, pela forte em-patia demonstrada pelo públi-co. Escolhido o primeiro, a B+G co-meçou a pinçar novos personagens, soba premissa da escolha de animais ligadosa hábitos aquáticos. Nesse sentido, foramconcebidos o jacaré, o peixinho, a baleia eo patinho. “Definimos o traço dos persona-gens buscando diferenciá-los da concor-rência, com a ajuda de softwares gráficostradicionais como PhotoShop, Illustrator eFreehand, e mostramos ao cliente um tra-balho quase acabado”, descreve o diretorde arte da B+G Designers.

O objetivo, aí, foi criar um mix queagradasse tanto meninos quanto meninas,exaltando o conceito de diversão, explicaBartolomei, advertindo ser preciso cautelana concepção dos signos que dão força à

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identidade visual dos produtos. “Se colo-cássemos cor-de-rosa numa embalagempara um garoto, seria muito provável queele a rejeitasse”, argumenta. “É por issoque o jacaré marca presença nos produtoscom direcionamento claro aos meninos.”

Aprovados os personagens, a B+G par-tiu para a finalização da identidade visual.Nela, a tipologia suave procura passar aidéia do banho como momento alegre, vi-são reforçada pelas situações vividas pelosbichos: a tartaruga tem à mão um escovãopara lavar o casco, o patinho usa máscarade mergulho e uma bóia de borracha e as-sim por diante. Ilustrações estilizadas defrutas identificam o aroma de cada produ-to, e a presença de bolhas e espumas evo-cam a sensação de limpeza.

Auto-adesivosCumprido esse passo, era chegada a horade passar aquele grafismo para as embala-gens. Decidiu-se pelo uso de rótulos auto-adesivos nos frascos dos xampus e doscondicionadores, sendo o frontal de papele o do verso em filme plástico, ambos im-pressos pela Prakolar.

O frasco foi um caso à parte no traba-lho da B+G. Como a Nazca queria umaembalagem de formato exclusivo, a agên-cia desdobrou-se na elaboração tambémdo desenho estrutural. Detalhe: o cliente jáhavia optado por utilizar uma tampa plás-tica do tipo flip-top, da Igaratiba, e pedia àB+G a criação do corpo do frasco. “Tive-mos de fazer o caminho inverso, já que ge-ralmente os designers criam primeiro ocorpo para depois pensar na cabeça”, brin-ca Bartolomei. Diante desse problema, odesigner ressalta ter contado com a cola-

boração irrestrita da Sinimplast, fabricantedo frasco, nos ensaios de volumetria em3D e acabamento do projeto.

Para a estrutura da embalagem, o prin-cipal aspecto considerado foi a ergonomia.Após diversos ensaios e apresentaçõespreliminares ao cliente, optou-se pela in-clusão de contornos arredondados na late-ral do frasco, para facilitar o encaixe damão – no caso, a dos pais da criança, res-ponsáveis pelo banho. “Com uma dasmãos é possível segurar o frasco e manu-sear a tampa com o polegar”, ressalta Bar-tolomei. “Por outro lado”, ele diz, “o mul-ticolorido dos frascos, além de ajudar ascrianças na descoberta das cores, traduz olado fun que devia ser imposto.”

A transposição do visual para as outrasembalagens ocorreu sem sobressaltos,conta o diretor de criação da B+G. Para ogel, houve preferência pela bisnaga plásti-ca, confeccionada pela Embale. Os frascosde vidro das colônias têm a identidade vi-sual preservada pela decoração serigráficafeita pela Vidraria Anchieta, e são acondi-cionados em cartuchos de papel cartãofornecidos pela Emibra, impressos em off-set. Os recipientes de vidro da Anchieta le-vam como complemento tampas plásticasfeitas pela Zeviplast. “Foram mais de seismeses de dedicação total, mas sempre érecompensador ver o desfecho”, comentaBartolomei, comemorando a alegria daequipe pela “missão cumprida”.

B+G Designers(11) 5051-1446www.bmaisg.com.br

Embale Ind. Com. de Embalagens(83) 238-8800

Emibra(11) 4748-2199

Igaratiba(11) 5521-5400www.igaratiba.com.br

Nazca Cosméticos(11) 4066-7600www.nazca.com.br

Sinimplast(11) 4061-8300www.sinimplast.com.br

Vidraria Anchieta(11) 6191-0666www.vidrariaanchieta.com.br

Zeviplast(11) 4647-0285www.zeviplast.com.br

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Para os frascosdas colônias,

decoração serigráfica e

tampa plástica

Projeto para odesenvolvimentodo frasco preconi-zou a ergonomia

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Sul do país foi o desta-que do 2º Prêmio Bra-sileiro de EmbalagemPapelcartão: todos os prê-

mios foram para universitários do Paranáe de Santa Catarina. A premiação, que éaberta à participação de estudantes de ní-vel superior e de pós-graduação de todo oBrasil nas áreas de design, artes plásticas,arquitetura, marketing, artes gráficas e co-municação social, recebeu 127 tra-balhos de faculdades dos Es-tados de São Paulo, SantaCatarina, Pernambuco,Paraná, Rio de Janeiro,Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais,Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.

Promovido pela Bracelpa – AssociaçãoBrasileira de Celulose e Papel, através dasempresas que lideram a Campanha Papel-cartão (Suzano, Ripasa, Papirus, MiguelForte, Ibema, Nobrecel, Klabin e River-wood), em parceria com a UniversidadeAnhembi Morumbi, o prêmio visa incenti-var o desenvolvimento do setor de embala-gens de papel cartão e ampliar o mercadode trabalho para novos profissionais.

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O tema para o desenvolvimento dostrabalhos desta segunda edição do prêmio

foi o segmento de embalagenspara alimentos.A estudante Juliana Treis de Olivei-

ra, da PUC do Paraná, foi a vencedorada categoria para produtos que não utili-zam o papel cartão em suas embalagens.Ela criou um kit para comportar diver-sos tipos de chá.

Em segundo lugar ficou Ricardo Al-berto Bohórquez Perez, da Universidade

Federal de Santa Catarina, que projetou umaalça que permite transportar seis garrafas.

Na categoria de produtos que já utilizamo papel cartão, Rosane Jasluk Busz, da PUCdo Paraná, ficou em primeiro lugar, criandouma embalagem para sorvete que evita ocontato com o pote gelado.

Marco Aurélio Petrelli, da Universidadedo Vale do Itajaí, em Santa Catarina, ficouem segundo lugar, com a criação de umaembalagem para envelopes de adoçantes,baseada em um açucareiro.

A premiação aconteceu no dia 1º deoutubro na Universidade Anhembi Mo-rumbi, em São Paulo.

Bracelpa entrega 2º Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão

prêmio

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Incentivo à criação

Categoria:Produtos que ainda não utilizam o Papelcartão

Categoria:Novas propostas para produtos que já utilizam Papelcartão

1º lugar:Juliana Treis de OliveiraTrabalho: Kit para chásPUC do Paraná

1º lugar:Rosane Jasluk BuszTrabalho: Embalagem parapote de sorvetePUC do Paraná

2º lugar:Ricardo A. Bohórquez Perez

Trabalho: Hiper-AlçaU. Federal de S. Catarina

2º lugar:Marco Aurélio Petrelli

Trabalho: Caixa preta –embalagem para adoçante

Univali

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om quase 600 expositores e mais de60 000 visitantes, a edição deste ano daCosmoprof Cosmética, realizada de 21 a24 de setembro no Pavilhão de Exposi-

ções do Parque Anhembi, em São Paulo, refletiu emgrande medida o cenário atual do mercado brasileirode produtos para beleza e higiene pessoal, que tem95% de suas empresas na seara das pequenas e médias.Não que os pesos pesados do setor tenham deixado delevar seus lançamentos ao evento, considerado a se-gunda maior feira do mundo na área, depois da Cosmo-prof italiana, realizada a cada dois anos em Bolonha.Todavia, a Cosmoprof deste ano deixou claroque pulverização é a palavra-chave naanálise do setor nos dias de hoje.

Tal constatação é avalizada pelaprópria Associação Brasileira daIndústria de Higiene Pessoal, Per-fumaria e Cosméticos (Abihpec),que, por sinal, aproveitou o eventopara divulgar o Programa Setorialde Exportações, desenvolvido em

conjunto com a Agência de Promoções de Exportação(Apex). “As grandes empresas ocupam o mercado dasmassas, e o trabalho de formigas é essencial para quesurjam novidades”, disse João Carlos Basílio, presiden-te da entidade.

Elas de fato surgiram. No campo das embalagens,além de aprimoramentos de avanços já conhecidos, oevento serviu como palco de lançamentos para novosmateriais, tampas, rótulos e decorações. Como nos anosanteriores, entretanto, na Cosmoprof 2001 parte consi-derável das novidades em embalagem apresentadas foitrazida por empresas estrangeiras. Para muitos, tal deta-

lhe justifica a impressão de que, além de açõesde fomento à exportação, é preciso co-

meçar a pensar em estímulo e proteçãoao pequeno e ao médio produtor local.

A seguir EMBALAGEMMARCA des-taca algumas das novidades apre-sentadas na feira. Boa parte estavaexposta na área destinada a fabri-cantes, à qual o público em geralnão tinha acesso:

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Cosmoprof 2001atrai pequenas

e médias empresas do mercado de beleza

e higiene pessoal

cosméticos

C

Pulverizaçãocrescente

A presença da divisão de higiene e beleza da giganteanglo-holandesa Unilever na Cosmoprof deste ano foiuma prova de que o evento segue cativando as gran-des do setor. Tanto é assim que a empresa lançou nafeira o Axe Enygmata, a nova fragrância masculina damarca Axe. Disponível em três versões (spray, aeros-sol e colônia), o produto tem vários itens de suas em-balagens importados. As latas de alumínio do aeros-sol são fornecidas pelas norte-americanas Exal eCoaster, enquanto as válvulas são da Brigaplast. Fei-tos de polietileno (PE), os frascos do spray são forne-cidos pela nacional Sinimplast. Já a colônia pode sercomprada em frascos de polipropileno (PP), da Cap-sol, ou de vidro, da Wheaton. A caixa, de papel cartão375g/m2, é fornecida pela Gráfica Gonçalves.(11) 3741-2963www.unilever.com.br

Nova fragrância AxeDIVULGAÇÃO

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Uma das muitas empresas de médio por-te presentes na Cosmoprof, a mineiraSoft Hair, além de divulgar sua nova li-nha de tratamento capilar, mostrou queàs vezes o espírito empreendedor valemais do que altos investimentos para semanter competitivo em um mercado. Ro-drigo Rodrigues, diretor comercial, dizque, explorando o filão popular, a empre-sa conseguiu, através das embalagens,reduzir em cerca de 30% o preço dosprodutos. “Utilizamos moldes antigos”,ele diz. Além disso, a Soft Hair optoutambém pela troca de alguns fornece-dores do material dos frascos. Agoracabe à Atual Plastic suprir as demandasde polietileno de alta densidade (PEAD)da marca. Os rótulos auto-adesivos, porsua vez, passaram a ser fornecidos pelatambém mineira Max Cor.0800-313322www.softhair.com.br

Embalagem dá fôlego competitivo

Na área de equipamentos, a fluminense Flax, especializada em má-quinas para fechamento de embalagens secundárias, divulgou umanova solução para aplicação de filme strech, a E 550. De acordocom Hélio Cassiolato, técnico da empresa, a vantagem do equipa-mento é o ajuste automático a vários ta-manhos de embalagem de transporte.“Para as empresas de cosméticosisso é essencial”, ele diz. Por suavez, a Nelpas, de São Paulo, expôso modelo NP 30, uma envasadorarotativa, que a empresa diz ter sido

desenvolvida especifica-mente para a indústria decosméticos. Reginaldo Fer-nandes, da área comercial

da Nelpas, explica que oequipamento podeapresentar mais deuma configuração.

“Entretanto, o preçomédio, cerca de 23 000reais, não varia muito”, ele diz.(21) 2501-9028 • www.flax.com.br(11) 5611-2751 • [email protected]

Equipamentos flexíveis

Além de anunciarevoluções de seu sis-tema dispenser bi-componente (especí-fico para frascos comválvulas pump e quepermite o acondi-cionamento de doisprodutos em compar-timentos distintosnum só recipiente), aTPI-Molplastic apro-

veitou a Cosmoprofpara explicar deta-lhes de sua nova es-trutura operacional,decorrente da recenteaquisição do controleda empresa pelo gru-po Pechiney, contro-lador da Techpack In-ternacional. A empre-sa fez questão de fri-sar que o negócio,ocorrido em maiodeste ano, aumentaráo leque de soluçõesde embalagem de altovalor agregado parao mercado de cosmé-tica. Entre as linhasjá disponíveis, osdestaques apresenta-dos no estande daTPI-Molplastic naCosmoprof foram asembalagens de ba-tom, estojos paracompactos, além detampas, frascos es-peciais e outros so-fisticados acessóriosde cosméticos.(11) 5541-8990www.molplas-tic.com.br

Foco no valor agregado

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Sem frascos própriosDois meses depois de comprar aColorama da Revlon, a L’Oréal de-mitiu 200 funcionários do setor deembalagens da única unidade na-cional da marca, em São Paulo. Oobjetivo é terceirizar a operaçãode embalagens, como o grupo fazem outros países.

Kid’s agora é da ArcorA marca Kid’s de balas e dropes,que pertencia à Nestlé desde 1993,foi comprada pela Arcor. Com isso,a multinacional argentina torna-sea maior em balas do Brasil. “Acres-centamos ao nosso portfolio mar-cas com alto nível de lembrançaentre os consumidores, como a 7Belo”, afirma Sergio Asís, diretorgeral da empresa.

Maior know-howA Prakolar é a primeira gráfica derótulos auto-adesivos a participardo seminário “Gráfica do SéculoXXI”, criado pela VCP e pela Asso-ciação Brasileira de TecnologiaGráfica (ABTG) para elevar a quali-dade do setor gráfico.

Novo na praçaO Eastapak BD 445 é o novo polí-mero desenvolvido pela Eastmanpara embalagens de bebidas eágua mineral. Ele reduz o consumode energia na fabricação de garra-fas de PET ao possibilitar tempera-turas de sopro mais baixas.

Com destinoPernambuco ganhou uma centralde recebimento de embalagens deagrotóxicos capaz de reciclar 20toneladas por mês. Agora são 48centrais instaladas no Brasil.

Acordo para pesquisasA Henkel e a Protéus, empresafrancesa de biotecnologia, assina-ram acordo para a realização depesquisas conjuntas. As duas com-panhias tornam-se desenvolvedo-ras de novas enzimas para lavan-deria e aplicações domésticas.

42 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

MEGA-FUSÃO NA ÁREA DE ROTULAGEMDuas das maiores empresas da áreade bases para rótulos auto-adesivosestão juntas. Foi anunciada oficial-mente a aquisição dos negóciosmundiais de materiais adesivos daalemã Jackstädt, controladora damarca de fantasia JAC, pela ameri-

cana Avery Dennison, dona da chan-cela Fasson. “A Jackstädt irá com-plementar nossas atividades emáreas-chave, como Ásia, AméricaLatina e Europa”, disse Philip M.Neal, chairman e CEO da AveryDennison. A JAC oferece atualmentemais de 500 opções em bases auto-adesivas, e as vendas fora da Ale-manha compreendem cerca de 80%do seu faturamento, que em 2000 fi-cou na casa dos 400 milhões de dó-lares. Os valores do negócio não fo-ram revelados e as empresas conti-nuarão a operar independentementeaté o fim de 2001.

Garrafas da nova geraçãoA SIG Corpoplast, divisão do grupo

SIG Plastics, está apresentando a

nova geração de sua série Blomax

de equipamentos para sopro de em-

balagens PET. Os principais pontos

fortes da antiga série Blomax foram

mantidos, e uma série de melhorias

foi feita, como nos sistemas de tro-

cas e de transporte das pré-formas.

A nova linha oferece câmbio de for-

matos em tempo reduzido através

de peças construídas no conceito

“quick out-quick in”. Na nova Blo-

max 12, por exemplo, é possível

mudar-se a produção em alta esca-

la de garrafas de 500 mililitros para

garrafas de 2 litros em cerca de 90

minutos. A velocidade de processa-

mento chega a 1 500 garrafas por

hora por cavidade.

www.sigplastics.com

Tudo nos conformesO papel para embalagens flexí-veis Forropel, da MD Papéis,acaba de ganhar certificação doCentro de Tecnologia de Embala-gens de Alimentos (CETEA) paracontato direto com alimentos. In-dicado como forro para sacosmultifolhados de produtos em pó,o Forropel é um papel branco,opaco, acabado em máquina ede alta rigidez.(11) 4441-7800www.mdpapeis.com.br

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out 2001 • EMBALAGEMMARCA – 43

Dá para ver o conteúdoO rótulo UV Doublée La-

bel, solução que recebe

duas camadas espessas

de tinta ultravioleta (UV),

é o mais novo produto da

Novelprint. Para que o

rótulo apresentasse o

efeito no label look em

perfeito registro, foi apli-

cada uma tinta base

branca. O efeito, diz a

gerente de engenharia

da Novelprint, Ana Maria

Teixeira, “é uma tendên-

cia que tem sido explora-

da principalmente em em-

balagens transparentes,

pois o consumidor quer

enxergar o conteúdo do

frasco”. O sistema é con-

feccionado em material

plástico e permite a im-

pressão de até 10 cores.

A Novelprint fornece o

produto em rolo e pode

adaptar o sistema de apli-

cação do rótulo na linha

de produção do cliente.

(11) 3748-1000

www.novelprint.com.br

CA

RLO

S G

AR

CIA

A crise de energia elétricatambém está gerando opor-tunidades para quem vendemáquinas para a decoraçãode embalagens. É o caso daKammann América Latina,representante da fabricantealemã de equipamentos deserigrafia Werner KammannMaschinenfabrik. A empresalançou recentemente umanova unidade de serigrafiapara embalagens de vidro,a SD 6 000, que apresenta,entre outros apelos de ven-da, menor consumo de ener-gia. Segundo Hans Lueters,diretor da Kammann, isso épossível graças a um méto-

DECORAÇÃO ENERGETICAMENTE CORRETA

do de secagem UV, quetambém facilita a decora-ção. Além das estações deUV da marca K-Tronic, omodelo é equipado comseis estações de impressãopara gravação no corpo ouno gargalo das garrafas.Com esta configuração, aprodução varia de 120 gar-rafas/min, na versão sim-ples, a até 190 garra-fas/min, na versão dupla.“A capacidade produtiva semantém mesmo com menorconsumo energético”, dizLueters.(11) 4034-3190www.kammann.x2.nu

Gidue avança em impressorasA Gidue, representada no Brasil pela

Comprint, apresentou na LabelExpo,

realizada em Bruxelas em setembro

último, duas novas séries de impres-

soras: a S-Combat e a F-Combat.

A S-Combat é a primeira impressora

padronizada no mercado: seu opera-

dor é totalmente servo-assistido, os

processos são padronizados, a mar-

gem de erro é reduzida e a produtivi-

dade é maior. O operador é assistido

em todas as operações, por isso

suas tarefas também mudam. Maior

atenção pode ser dada à inspeção

de qualidade em linha, para aumentar

a qualidade final da saída.

A F-Combat, que é apresentada em

cinco diferentes configurações de ten-

são e temperatura, permite a livre con-

figuração da impressora. Tambores

guiados superdimensionados são pro-

postos na seção de impressão para

permitir melhor transporte da bobina

de cartões. Esses tambores podem ter

temperatura controlada para impres-

são em maior variedade de filmes. Tra-

balhos em rotogravura e formatos es-

pecíficos de cartões para corte e vinco

podem ser reproduzidos com preci-

são. A F-Combat foi projetada para

impressores de etiquetas, mas tem

uma maior amplitude de aplica-

ções. Filme, alumínio, papel e car-

tão podem ser trabalhados, man-

tendo estabilidade, qualidade e fa-

cilidade de operação.

(11) 3371-3391

www.comprint.com.br

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36 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

Ao contrário do que poderiam le-var a crer a crise por que passaa Argentina e o impacto dosatentados de Nova York e Was-hington, os eventos conjugadosEnvase 2001 e Alimentek 2001,realizados de 10 a 14 de setem-bro em Buenos Aires, podem serclassificados como uma festaque nada teve de clima de fimde mundo. Naqueles quatrodias, no Centro Costa Salguero,mais de 400 expositores (350em Envase) expuseram paracerca de 40 000 visitantes, em23 000 metros de área divididospor cinco pavilhões, matérias-primas, equipamentos, serviçose embalagens para os mais di-versas categorias de produtos.O modo como a maioria das pes-soas presentes parecia encarar acrise pode ser resumido numasentença do presidente do Insti-tuto Argentino del Envase, Enri-que Schcolnik: “Não acreditamosem tempos bons ou temposruins. Acreditamos, sim, que exis-tem tempos, e em cada um delesnos adaptamos às circunstânciasvigentes, tratando de fazer o me-lhor para a indústria e para opaís.” Segundo ele, “a melhorprova disso está na dimensãodos dois eventos, que a cadaedição bienal ficam maiores”. Quanto ao ato terrorista, entre-meou inevitavelmente todas asconversas de negócios, lançandonuvens de dúvidas sobre o futu-ro da economia da Argentina, doMercosul, do planeta. No entan-to, não paralisou o país nem oevento, como tampouco impediuque nele se fizessem muitos ne-gócios, segundo comentavam,otimistas, os organizadores. Elesnão divulgam “balanços” dastransações com base no respei-

Sem tempo ruim Tampa dosadora inviolávelRespondendo às necessidades específicasdo mercado de óleos comestíveis, azeites,molhos, vinagres e condimentos, a AlusudArgentina (Alcoa) apresentou uma tampaplástica com bico dosador que oferece obenefício da praticidade para o consumidor:pode ser retampada. É hermética e tem umanel de segurança para garantir a inviolabi-lidade.(+ 54-11) 741-7788No Brasil: (11) 7295-3727

Empacotadora de alta precisãoO estande da brasileira Masipack In-dústria e Comércio de Máquinas Auto-máticas representou uma das demons-trações de que, não obstante a situa-ção da Argentina e dos problemascambiais, há muito campo para bonsnegócios naquele país. Na verdade, ocâmbio favorece o produto brasileiro,tornando-o competitivo no país vizi-nho. A Masipack, porém, apresentou

na feira um diferencial muito maisatraente: o tecnológico. Em seu estan-de, a empresa exibiu uma empacota-dora vertical com múltiplos cabeçotese balança dosadora para pesagemcom alta precisão. “O principal atrati-vo do equipamento é que consistenum sistema completo, incluindo estei-ras e assessórios que facilitam o de-sempenho final”, diz Elio AntoniniGalves, gerente comercial da empre-sa. Os componentes da máquina (sis-temas pneumáticos Festo, acionamen-tos Telemecanique, controlador AllenBradley) são universais, como ocorretambém nas empacotadoras horizon-tais da marca. “De certa forma isso éuma garantia de que o usuário nãodependerá de outros fornecedores deacessórios”, argumenta Galves. A Ma-sipack já tem 66 máquinas instaladasna Argentina, entre elas a que foi ex-posta e que é teflonizada. Foi adquiri-da pela Monte Cristo, de Córdoba.(11) 4178-8099

Questão legalA Henkel Argentina deu destaque àtendência de uso de laminados quenão permitem migração no acondicio-namento de alimentos. A gigante ale-mã, que é lider mundial em adesivosindustriais, esclarecia os clientes quevisitavam seu estande sobre a crescen-te restrição, em países europeus, a laminados que não atendam àquela

exigência. Alejandro Ivaldi, responsá-vel por vendas da Henkel ArgentinaDivisão Adesivos Industriais, contaque a Dinamarca, por exemplo, proi-biu o uso de embalagens daqueletipo que não sejam feitas com insu-mos da marca Henkel.(+54-11) 15 5007-3360No Brasil: (11) 3848-2321

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tável argumento de que não hácomo fazer isso. Afinal, é raro al-gum expositor fornecer esse tipode informação – e, quando ofaz, nada garante que esteja di-zendo a verdade.Nesse campo, os argentinos tal-vez tenham a aprender commuitos de seus pares brasilei-ros. Não há muita notícia deque nas feiras em geral seja fei-to algum serviço confiável deapuração dos negócios efetua-dos. Mas alguns organizadoresteriam descoberto métodos se-cretos de detectar o que ocorreno recôndito dos estandes. Aquié comum, ainda no fervor do úl-timo (às vezes do penúltimo) diade um evento, serem divulgadas“estimativas” de negócios decentenas de milhões –até de bi-lhões – de dólares.Se podem iniciar os vizinhosnesses arcanos, os brasileirospodem em contrapartida apren-der com eles coisas mais sim-ples porém muito úteis em feirasde negócios. Por exemplo, iden-tificar os estandes com pequenaplacas laterais numéricas. Issoagiliza muito a visitação, otimi-zando o investimento de quemexpõe e de quem visita. A ob-servação foi feita por muitosbrasileiros, que estiveram pre-sentes na condição de exposito-res e, principalmente, de visitan-tes. Facilitou muito, pelo menos,o trabalho de EMBALAGEMMARCA,única revista brasileira com es-tande na 7ª Envase/2ª Alimen-tek. Veja destaques do eventoconjunto.

Wilson Palhares,enviado especial

Verificação inteligente de pesoOutra indústria brasileira de equipamentos que

apresentou produtos na Envase 2001 foi a Brapenta,

por intermédio de sua representada E.T.I.S.A. A em-

presa mostrou em movimento uma verificadora au-

tomática de peso, a Icelander com Tecnologia DSP

(Digital Signal Processing), lançada em junho último

no Brasil e adequada para alimentos, bebidas, medi-

camentos e petroquímica, além de outros produtos.

Segundo o fabricante, entre outras características a

máquina dispõe de auto-calibragem inteligente da

sensibilidade para cada produto, possibilidade de

trabalhar em rede à distância, compatibilidade com

PC, rapidez de leitura para as aplicações mais críti-

cas e alta precisão.

Sólido em recipiente para líquidoA Glaube, especializada em embala-gens plásticas em geral, com ênfaseem flexíveis, apresentou uma inte-ressante alternativa de uso de reci-pientes tipo doy-pack, um stand-uppouch dotado de tampa de rosca.Em seu estande, a empresa mostrouuma embalagem daquele tipo acon-dicionando erva mate, numa de-monstração de que a praticidadeoferecida pelo doy-pack não se res-tringe a líqü[email protected]

Interatividade no PDVNo estande da Microenvaseso que se via não eram emba-lagens, mas displays interati-vos para mostrá-las e atrairo consumidor no ponto-de-venda. Entre os mais interes-santes estava um que colocaobjetos – uma bola, porexemplo – em movimento,transmitindo a sensação deflutuação. Outro, em formatode automóvel, aciona umdispositivo que emite sons (aser gravados a critério dousuário) quando o consumi-dor pisa num pedal para reti-rar produtos.

(+54-11) 4652-6420

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38 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

Em tubos de alumínio, a Akapol destacou sua capacidade de imprimir comdegradé, algo que, segundo o engenheiro Roberto Natta, chefe de fabrica-ção, “raríssimas empresas na América do Sul conseguem”. A conferir.(+54-11) 4738-9663

Serigrafia de alta resolução

Na condição de uma das mais reno-

madas indústrias do setor na

Argentina, a Artes Gráficas Mo-

dernas mostrou com justificado

orgulho suas etiquetas auto-

adesivas múltiplas Zappy-

book. A vantagem desse pro-

duto é multiplicar, num espaço

reduzido da embalagem, a

quantidade de informações.

Não chega a ser novidade, mas a

diferença em relação ao que existe

no mercado, segundo a encarrega-

da de marketing da Modernas, Julie-

ta Caletrio, está na possibilidade de

aplicação desse sistema de rotula-

gem em pequenas superfícies ci-

líndricas sem distorção, “além da

variedade e da qualidade”.

(+54-11) 4482-3766/70

Otimizando a comunicação

De olho no BrasilMaior produtora de embalagens flexí-veis da Argentina (representada noBrasil pela Lanin), a Envases Alvherestava divulgando em seu estande aspossibilidades de atendimento de suanova divisão, a Itack ComplementosFuncionales. Segundo Victor E. Basso,diretor de packaging innovation daIpack, essa divisão produz uma novacategoria de produtos, constituída de“elementos auto-adesivos que comple-mentam a embalagem e agregam al-guma função”. De fato, no estande daempresa estavam expostos inúmerosprotótipos de embalagens flexíveis –patenteadas – que em breve poderãoestar no mercado, se a previsão ba-sear-se no interesse demonstrado pe-los visitantes. Talvez valha a pena con-sultar o executivo, cujos interesses noBrasil levam-no a permanecer no paísquinze dias por mê[email protected]

Reutilização comoapelo de vendaNão é só no Brasil que o mercado de

folha-de-flandres utiliza argumentos

como possibilidade de reutilização e

refinamento visual para incentivar o

emprego do material por indústrias

usuárias de embalagem. Fabricante

de latas de aço para alimentos, a En-

vatap foi à Envase 2001 para dissemi-

nar exatamente esse pensamento.

Pôde-se observar que os produtores

de mate, erva bastante popular na Ar-

gentina, são grandes clientes da em-

presa, que também cuida da impres-

são litográfica das latas.

www.envatap.com(+54-34) 8942-0702

Luxo em madeiraMais do que caixas, as embala-gens de madeira da Maderpak,outra expositora da Envase 2001,são oferecidas como verdadeirosornamentos aos produtos queacondicionam. Segundo a empre-sa, há 15 anos no mercado argen-tino, as embalagens são ecologi-camente corretas, pois a matéria-prima é obtida a partir de reser-vas florestais próprias. Usadosprincipalmente por empresas dechás, bombons e bebidas finas, osprodutos da Maderpak podem serobtidos com uma tampa acrílica,que permite a visulização do con-teúdo e de suas sofisticadas divi-sões internas. A gravação da mar-ca é feita “a fuego”.www.maderpak.com

(+54-11) 4255-4483 w

ww

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bala

gem

marc

a.c

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.br

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FO

TO

S:

DIV

ULG

ÃO

Mazz Design criaembalagem parasabão de cocoA Razzo acaba de lançar seu primei-ro sabão de coco em pó, com emba-lagem criada pela Mazz Design. Acaixa de 500g traz a foto de umbebê, e tem o azul como cor predo-minante. O diretor de criação daMazz, Maurício Girard, diz que aagência procurou trabalhar com ele-mentos gráficos diferentes dos en-contrados nas outras marcas de de-tergente em pó. O segmento de sa-bão em pó de coco ainda é muitopequeno no Brasil. Além da Razzo,atuam no segmento apenas a Mi-nuano e a Roma. A embalagem éfornecida pela Lanzara.

LONGA VIDA COM ARTENuma iniciativa pioneira, a Batá-via está reproduzindo uma obrade arte nas embalagens de seu lei-te Integral Batavo longa vida. Emedição limitada, as caixinhas daTetra Pak que acondicionam o pro-duto trazem a reprodução do qua-dro “Caneco”, do pintor cearenseAldemir Martins. No verso da em-balagem, há informações sobre aobra e o autor. O projeto, desen-volvido pela All-E, divisão daagência FischerAmérica, tem comoobjetivo levar cultura aos consumi-dores, aproveitando a grande pe-netração do leite integral nos laresnacionais – de acordo com o insti-tuto AC Nielsen, o segmento repre-senta 70% das vendas do merca-do longa vida.

Yoki relança linha de cereaisA Yoki Alimentos está trazendo

uma nova embalagem para a sua

linha de cereais. Repaginada, a

nova cara da embalagem foi cria-

da pensando em ressaltar a qua-

lidade dos produtos, com a foto

do grão. A linha de produtos é

formada por lentilha, ervilha,

amendoim, grão de bico e feijão

branco. O design foi desenvolvi-

do pela Zauberas & Associados.

As embalagens em laminados de

BOPP (polipropileno bioorienta-

do) com PE (polietileno) são pro-

duzidas na fábrica da Yoki em

Cambará, no Estado do Paraná.

Animaniacs em embalagensflexíveisPersonagens dos desenhos ani-

mados da série Animaniacs, da

Warner Bros., estão ilustrando as

embalagens de novos produtos da

Arcor. Os Tabletes Animaniacs,

com 8g de chocolate ao leite, são

acondicionados em embalagens

flow packs de BOPP, produzidas

pela Alcan, e vêm com figurinhas

adesivas para a criançada. As flow

packs também marcam presença,

desta vez pioneira no segmento de

licenças para chicles no Brasil,

nos Chicles Animaniacs. Neste úl-

timo caso, as embalagens são

convertidas pela Celocorte.

Complementando os lançamentos,

há pirulitos, disponíveis em emba-

lagens com 10 ou 50 unidades do

produto, também estampadas com

os desenhos da Warner Bros.

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AUTO-ADESIVOS DAPRODESMAQ EMNOVOS VINHOSNa esteira de uma tendência que

vem se afirmando na Europa e nos

Estados Unidos, a Cooperativa Viní-

cola Aurora, de Bento Gonçalves

(RS), está utilizando rótulos auto-

adesivos em papel couchê fosco

impresso em offset e com detalhes

em relevo e hot-stamping em sua

nova linha Varietal de vinhos tintos

e brancos. Os rótulos auto-adesi-

vos, da Prodesmaq, também foram

adotados pela Aurora na sua linha

Reserva de vinho tinto (safra 1998)

e vinho branco (safra 2000), uma

edição limitada. Segundo Carlos

Eduardo Jocionis, diretor comercial

da Prodesmaq, “está subindo a pre-

ferência das vinícolas pelos siste-

mas de rotulagem com auto-adesi-

vos em substituição ao tradicional

papel/cola”. Os motivos seriam o

melhor retorno do investimento e a

qualidade e a sofisticação da deco-

ração.

Inovação em embalagem para lentes de contatoA Johnson & Johnson Vision Careestá lançando uma nova embala-gem para suas lentes de contatodescartáveis Acuvue. De traçadocompacto, ela facilita o manuseio,

armazenamento e transporte doproduto. Cada caixa ainda contémseis lentes, porém a embalagem é43% menor. As lentes de ContatoAcuvue serão os primeiros produ-tos da linha Johnson & Johnson Vi-sion Care que passarão a utilizarembalagens com a nova tecnolo-gia. Todos os outros produtos, ex-ceto as lentes 1-Day Acuvue pas-sarão a usá-las nos próximos doisanos. A nova embalagem traz umaredução na quantidade dos recur-sos naturais utilizados e é forneci-da pela empresa North State Car-tons LLC, dos Estados Unidos. Aslentes de contato são fabricadas eimportadas dos EUA.

Perfume de mulherCom frascos de vidro exclusivos, che-gou ao mercado a nova linha de perfu-mes Mulher & Poesia, da Avon, com aassinatura de Vinícius de Moraes. A co-leção foi inspirada em três canções dopoeta: “Coisa mais linda”, “Ondeanda você” e “Morena Flor”. A inten-

STOCK AGORA NA INTERNETA fabricante de bebidasdestiladas Stock está nainternet. De fácil nave-gação, o site introduz ointernauta ao mundodos coquetéis, onde sedestacam a história daempresa, receitas de co-quetéis, dicas de apre-sentação de drinques,como montar um bar, entre outros tópicos. O endereço eletrônico da Stock é www.stockdobrasil.com.br.

ção da M Design, responsável pelacriação das embalagens, foi sugerir,contornos femininos, acentuados poruma suave curva nos frascos de vidro,produzidos pela Wheaton do Brasil. Astampas em surlyn da Tech Industries doBrasil, a válvula spray da Emsar Brasile da Ridson MAS, o ombro metálicoda Plástico Metalúrgica Bristol. Um car-tucho de papelão, produzido pela Grá-fica Lavezzo, envolve a embalagem, eas etiquetas de fundo são da Grif Rótu-los e Etiquetas Adesivas. Para dar umtoque pessoal, textos de Vinícius, im-pressos em letras manuscritas, acompa-nham os produtos. Ao abri-los, a mu-lher recebe uma dedicatória do poeta.

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VERSATILIDADE DO PVCOs fabricantes de matérias-primaspara embalagens procuram valorizarcada vez mais sua boa relação como meio-ambiente e sua participaçãona reciclagem e no reaproveitamen-to de materiais. Um exemplo disso éo PVC, um dos únicos plásticos nãooriginários somente do petróleo, jáque 57% de sua matéria-prima vêmdo sal marinho, na forma de cloro.Como é 100% reciclável, o PVC nãosofre alteração na sua estrutura quí-mica durante o aquecimento, e apósresfriado pode ser reprocessado.Para mostrar a versatilidade do ma-terial, os fabricantes de PVC criaramvasos para decoração com o produ-to – um conceito que pode serampliado para o do design dasembalagens. O presidente do Insti-tuto do PVC, Francisco de Assis Es-meraldo, ressalta que, “nas embala-gens, o design é fundamental, poiscria as primeiras expectativas noconsumidor”. Segundo ele, o PVC éideal para ser utilizado nessa aplica-ção, pois reúne qualidades comoconforto, praticidade e característi-cas de fácil transformação, não limi-tando a criatividade.

Embalagem inteligente garante segurança O laboratório Wyeth disponibilizou, a partir da segunda

quinzena de setembro, um novo conceito de embalagem

para pílulas anticoncepcionais. As “embalagens inteli-

gentes” de Harmonet se destacam pela discrição e o

design diferenciado que proporciona maior praticidade

e segurança às mulheres. As caixinhas são portáteis

e têm dispositivo de fecho que garante o transporte

seguro do medicamento. A nova embalagem possui

um sistema de “raspadinha”: um indicador dos dias

da semana deve ser raspado na data da primeira

tomada, auxiliando as usuárias a não se

perderem no meio da cartela.

O medicamento e a embalagem são

importados da Irlanda.

CALDO DE CANA SEMPRECISAR IR À FEIRAFundada em 1995 com a proposta devender água de coco industrializada, aAmacoco, empresa paraense dona damarca Kero-Coco, segue ampliandoseu escopo de atuação. Depois de lan-çar uma bebida láctea com sabor decoco voltada ao público infantil, aKero-Shake, a Amacoco está divulgan-do o lançamento da linha Kero-Cana,composta por duas versões de caldode cana, com e sem limão. Como nosdemais produtos, a fornecedora dasembalagens da nova marca é a TetraPak. A opção escolhida foi a Tetra Pris-ma Asseptic, que conta com o selo pull-tab - película metalizada que dispensao uso de canudos na hora de abrir ouconsumir o produto. Com capacidadede 200ml, a embalagem teve seu vi-sual a cargo da agência By Design, dogrupo New Combates.

Yamasterolmais modernoPara revitalizar sua imagem ese manter competitiva nomercado, a Yamá pediu àMüller Associados um novodesign para o creme paracabelos Yamasterol, há 30anos sem mudanças naembalagem. Dessa for-ma, o logotipo foi re-juvenescido, os be-nefícios de cada umadas versões do cre-me foram realçadose as informações deuso ganharam deta-lhamento. Sinais dereconhecimento,como cores e formatodo frasco, foram pre-servados, já que pes-quisas demonstraramque a marca tem umaforte ligação emocio-nal com a consumido-ra. “Em produtos clás-sicos é preciso admi-nistrar as mudanças com prudên-cia”, diz Dóris Camacho, diretorade criação da Müller Associados.É a própria Yamá quem produzos frascos do produto.

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Almanaque

50 – EMBALAGEMMARCA • out 2001

Brasil acima de tudo

O despertar do paíspara a marca Brasil,motivado em partepela necessidade de“exportar ou morrer”,que muitos classifi-cam como excessoverbal do presidenteda República, tem umantecedente naciona-lista que influiu pesa-damente nas embala-gens de produtos deconsumo. Quando oBrasil entrou na IIGuerra Mundial, osdepartamentos de re-gistro do EstadoNovo determinaramque a expressão “In-

dústria Brasileira” de-veria ficar acima dequaisquer outros dize-res nos rótulos dosprodutos, até mesmoda marca. Exemplo: overmute da Amanti,tradicional fábrica debebidas de Santa Ma-ria (RS), trazia estam-pado com destaque ofato de ser fabricadosegundo o sistema deTorino. O nome da-quela cidade italiana,num oval que aparecianos rótulos desde oinício do século, foisubstituída pela marca Cyrilla.

O primeiro descartávelO produto que inaugurou a era dos descartáveis, hojeuma das molas da economia de mercado, foi concebi-do no final do século XIX nos Estados Unidos. Em1895, King Camp Gillette, funcionário da Companhiade Selos de Baltimore, idealizou um aparelho que iriarevolucionar para sempre o ato de barbear. O sistema,muito mais prático que a navalha, carente de amola-ções constantes, era de longa durabilidade e utilizavalâminas descartáveis.O segredo não era propriamente o aparelho, e sim alâmina, uma camada fina de aço afiada dos dois la-dos, que poderia ser usadaalgumas vezes e depoissubstituída. Era ótimo, masfaltava a tecnologia para aprodução, que somente foiconseguida seis anos de-pois, quando Gillette encon-trou um sócio: William Nic-kerson, engenheiro mecânico, acreditou no potencialde mercado da lâmina de barbear e decidiu fabricá-la.Em 1901 foi fundada em Boston a Gillette Safety Ra-zor Company, que levou dois anos para colocar lâmi-nas e aparelhos à venda. Em 1903 foram vendidos 51aparelhos de barbear e 168 lâminas. No ano seguinteos números traduziam o sucesso: 90 000 aparelhos ecerca de 12 milhões de lâminas. Na Primeira GuerraMundial, Gillete teve outra idéia para difundir o pro-duto: enviou para cada soldado americano no frontum aparelho. Na volta, muitos acabaram adquirindo ohábito de barbear-se em casa, ao invés de irem aobarbeiro. Durante mais de seis décadas, a embalagemconsistiu numa caixa de papel cartão com cinco lâmi-nas, embrulhadas uma a uma.Você sabia?

A cabeça do palito de fósforo não contém

fósforo nem pólvora, como muita gente pen-

sa. Ela é feita de uma massa química cujo

elemento predominante é o clorato de po-

tássio, que solta oxigênio facilmente.

Na lixa da caixa de fósforos é que se en-

contra o elemento químico fósforo.

Daí a origem do nome.

A cabeça do palito, quando risca a lixa da

caixinha, retira dela um pouco de fósforo

que reage com o clorato de potássio e o

oxigênio. Assim, o fósforo acende.

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