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Ano 3 • Nº 20 • Março Abril 2010 NADA SERÁ COMO ANTES No maior evento do setor da distribuição no mundo, cerca de 15 mil participantes acompanharam mais de 100 workshops, em Orlando. MOTOS Diversificação é a palavra de ordem para o setor. EDWARD TONKIN O presidente da NADA demonstra otimismo moderado ao falar sobre a recuperação do mercado norteamericano. Publicação Bimestral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – FENABRAVE Sérgio Reze e Edward Tonkin, durante a 93 a Convenção da NADA.

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No maior evento do setor da distribuição no Nada será como antes mundo, cerca de 15 mil participantes acompanharam mais de 100 workshops, em Orlando.

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Ano 3 • Nº 20 • Março Abril 2010

NADA SERÁ COMO ANTESNADA SERÁ NADA SERÁ

No maior evento do setor da distribuição no mundo, cerca de 15 mil participantes acompanharam

mais de 100 workshops, em Orlando.

MOTOSDiversifi cação é a palavra de

ordem para o setor.

EDWARD TONKINO presidente da NADA demonstra otimismo moderado ao falar sobre a recuperação do mercado norteamericano.

Publicação Bimestral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – FENABRAVE

Sérgio Reze e Edward Tonkin, durante a 93a Convenção da

NADA.

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Editorial

O fi m da redução do IPI faz com que o mercado volte ao ritmo normal, onde as expectativas de consumo sejam refl exo, puramente, da evolução da economia. É claro que este ano é atípico por diversas razões, entre as quais as eleições em nosso País e a Copa Mundial de Futebol. Mas, sem sustos e sobressaltos, não haverá mais picos de antecipação de consumo pelo aumento da carga tributária que, aliás, como bem comentado no artigo de apoio jurídico desta edição, po-deria ter se mantido em níveis menores, já que houve aumento de arrecadação. Mas, ainda sem essa reforma tributária setorial tão almejada, o setor da dis-tribuição de veículos não terá do que reclamar este ano, quando previmos um aumento global de 8,8% nos emplacamentos de todos os segmentos somados, tendo destaque para setores como caminhões e motocicletas, para os quais projetamos aumento ainda maior, como sinal de recuperação dos abalos sofri-dos até 2009. Diante de um crescimento do PIB, que não deve superar 5,5%, este crescimento estimado para o setor automotivo é pra lá de bem-vindo!

Muito bem, assim, quando falo de voltar ao passado, mas não como antes, refi ro-me não apenas ao retorno da carga tributária em sua íntegra mas, fundamentalmente, ao fato de nós, empresários do setor automotivo, termos despertado para uma gestão responsável e criativa de nossas empresas, em-preendendo mais e melhor com menos custos. Isso mesmo, na matéria de capa desta edição, algumas lições podem ser aprendidas, seja do mercado interna-cional como no nacional.

Mundialmente e, principalmente nos Estados Unidos e alguns países da Euro-pa, pudemos observar os concessionários que conseguiram sobreviver à crise graças à determinação e trabalho voltado a itens básicos, mas que pareciam esquecidos no mercado estável. A gestão pelo caixa, enxugamento de custos, administração focada em resultados e na oferta de produtos e serviços que não estejam apenas focados nos veículos novos, assim como a necessidade de aten-dimento excelente aos clientes, voltaram à pauta do dia a dia das concessio-nárias em todo o mundo. Novidade? Nenhuma. Mas parece que o susto deve se perpetuar. Inteligente, o novo presidente da NADA, Edward Tonkin, disse que a chave para a recuperação dos sobreviventes norteamericanos é a manutenção das estruturas enxutas quando o mercado se recuperar.

Por aqui, além disso e das lições que nós aprendemos em outros tempos e demonstramos, com louvor e na prática, no ano passado, também estamos aprendendo a cavar novas oportunidades de negócios; atender com maestria nossos clientes, diferenciando cada nicho e, com isso, conquistando uma gama diversifi cada de seguidores.

Assim, o mundo está se voltando ao passado, a trabalhar como formiguinha, como diz o jornalista Cícero Lima em seu artigo sobre a Índia, e não mais como a cigarra norteamericana que, por pouco, muito pouco mesmo, não feneceu sobre o nefasto inverno que durou quase dois anos.

Voltemos pois ao passado, mas jamais como antes!

Sérgio Antonio RezePresidente da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que reúne cerca de 5 mil concessionárias por meio de 42 associações de marca fi liadas.

Publicação bimestral da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.Ano 3 – Edição 20 – Março Abril 2010

Conselho DiretorPresidente dos Conselhos Deliberativo e Diretor Sérgio Antonio Reze Presidente Executivo Alarico Assumpção Jr. Vice-PresidentesApolo Rizk; Edson Luchini; Ênio Sardagna; Flávio Meneghetti; Joel Jorge Paschoalin; Mário Sérgio Moreira Franco; Vice-presidentes “Ad-hoc”Aldair Câmara, Elias dos Santos Monteiro, Gláucio Geara, José Carneiro de Carvalho Neto, Luiz Eduardo Barros Cruz e Guião, Mário Orlandi Júnior, Mauro De Stefani, , Octavio Leite Vallejo, Ricardo Teixeira De Stefani, Roberto Rodrigues Fiuza.Membros Natos (Ex-presidentes): Alencar Burti e Waldemar Verdi Júnior.

Conselho EditorialPaula Dorotéia de Sousa, Luiz Adelar Scheuer, Valdner Papa, Rita Mazzuchini e Fátima Turci.

Editoria e RedaçãoMCE – Mazzuchini Comunicação e EventosRua Frei Rolim, 59 – CEP 04151-000 – São Paulo, SPTels.: (11) 2577-6533 / 5582-0049e-mail: [email protected]

Editora e Jornalista ResponsávelRita Mazzuchini (Mtb 22128)

Editor AssistenteIgor Francisco (Mtb 57082)

RedaçãoSolange Suzigan

Projeto Gráfi co e Edição de ArteHeraldo Galan e Patricia Tagnin

FotosMarcos Alves

ComercialDNF Comunicação – Gutenberg SoledadeTels.: (11) 2281-8134 e (11) 9169-7485E-mail: [email protected]

ImpressãoPancrom Indústria Gráfi ca

Tiragem10 mil exemplares – distribuição nacional gratuita.

Endereço para correspondênciaAv. Indianópolis, 1967 – Planalto PaulistaCEP 04063-003 – São Paulo/ SPTel.: (11) 5582-0000 / Fax: (11) 5582-0001E-mail: [email protected]

Para contatos na redaçãoE-mail: [email protected]

Revista

Autorização para reprodução de textosAs matérias assinadas nesta revista são de responsabilidade do autor não representando, necessariamente, a opinião da Fenabrave. Autorizada a reprodução total ou parcial das matérias sem assinatura, desde que mencionada a fonte. A reprodução de matérias e artigos assinados devem contemplar autorização prévia e por escrito do autor.

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Volta ao passado...mas não como antes!Por Sérgio Antonio Reze

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Lançamentos 24Confi ra as últimas novidades em comerciais leves, motos e caminhões.

Panorâmica 6Notas e notícias sobre o setor automotivo.

Painel Fenabrave 8Fenabrave marca presença na inauguração da fábrica da Case New Holland. Os destaques do XX Congresso Fenabrave e o lançamento da Cartilha de Conscientização “Segurança, siga este caminho!”. Confi ra também o case de sucesso da TV Fenabrave e a nova seção, exclusiva, para a TV Fenabrave.

Visão econômica 12Adalberto Savioli, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (ACREFI) fala sobre a expansão do crédito no Brasil.

Tendências 22Após um período de quedas nas vendas, empresários do setor de duas rodas diversifi cam operação para manter rentabilidade.

Apoio Jurídico 30Vasco João Savordelli, sócio da Lopes da Silva & Associados Sociedade de Advogados, comenta a redução da alíquota do IPI e o aumento da arrecadação de impostos.

Debate 32O antropólogo e consultor de empresas, Luiz Marins, faz uma análise sobre os investimentos de capital estrangeiro no Brasil.

Espaço Aberto 34O editor da Revista Duas Rodas e jornalista especializado no setor de motocicletas, Cícero Lima, comenta o sistema de distribuição de motocicletas na Índia.

Confi ra as últimas novidades em comerciais leves, motos e caminhões.

Entrevista 20O presidente da NADA – National Automobile Dealers Association, Edward Tonkin, concede entrevista à Dealer e comenta o período de recuperação que o mercado norteamericano terá pela frente até alcançar os patamares de vendas anteriores à crise.

O presidente da NADA – National Automobile Dealers Association, Edward

comenta o período de recuperação que o mercado norteamericano terá pela frente até alcançar os patamares de vendas anteriores à crise.

Matéria de Capa 14Conheça os detalhes da maior convenção do setor de distribuição automotiva no mundo. Mais de 15 mil pessoas participaram da 93ª Convenção da NADA, realizada entre os dias 13 e 15 de fevereiro, em Orlando – Flórida. Em pauta, os impactos da crise no mundo e as tendências esperadas para o mercado de automóveis norteamericano para os próximos anos.

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Concessionária reduz em 70% gastos com insumos

Com o crescimento das vendas de veículos, o segmento de concessionárias passa por transformações estruturais para se modernizar e garantir melhor atendimento à demanda. A ABA Motors, rede de concessionárias da Grande São Paulo, investiu em novos serviços para diminuir gastos com impressão de documentos.

A concessionária contratou a Acesso Digital, empresa do mercado de digitalização de documentos, e registrou, em média, uma redução de 70% de custos com impressão. Para Fernando Santos Moraes, gerente de TI da ABA Motors, a digitalização de documentos foi essencial para rentabilizar os serviços da rede. “Com apenas cinco meses da implementação, já registramos uma economia signifi cativa nos gastos com tonner, papel, impressão e aluguel de espaço físico”, afi rma Moraes.

Outro benefício observado pela concessionária é a automação dos serviços, que efetivou maior agilidade e segurança para o atendimento dos clientes. “Todo o nosso processo era manual. Cada vendedor tinha que abrir uma pasta física, copiar e armazenar todos os documentos dos mais de 900 clientes mensais. Ao todo, um processo era composto por cerca de 15 a 20 cópias, que resultavam em complicações na localização do arquivo. Agora, todo processo é online”, afi rma Moraes.

De acordo com o presidente da Acesso Digital, Diego Martins, o segmento de concessionárias obteve destaque em 2009 e, com o reaquecimento da economia, o ritmo deve aumentar em 2010. “Para acompanhar o crescimento do mercado, as concessionárias precisam estar preparadas para atender os clientes”.

Para Martins, é preciso analisar que quanto maior o número de vendas, maior a necessidade de investimentos e modernização. Com a digitalização de todas as unidades, o Grupo ABA Motors prevê que, neste ano, a solução seja utilizada também para digitalizar o arquivo morto da rede. “A solução da Acesso Digital estará presente também nas áreas administrativa, jurídica, pessoal, fi scal e venda. Tudo será digitalizado”, revela o gerente de TI.

Mais segurança nas manobras

A DSW Automotive, empresa especializada em acessórios automotivos, está lançando nova câmera de ré, que poderá tornar mais segura as manobras de estacionamento. Projetada para ser instalada discretamente na placa traseira do veículo, a câmera de ré da DSW é à prova d’ água e oferece visão noturna. Para visualização das imagens, é necessária a instalação de um monitor no veículo. Se uma imagem de TV ou do DVD player estiver sendo transmitida no monitor, bastará ao motorista engatar a marcha à ré para que o monitor passe, automaticamente, as imagens da área fi lmada.

A câmara de ré da DSW chega ao mercado pelo preço médio de R$ 150,00, com todos os cabos necessários. O monitor precisa ser comprado à parte. O modelo com tecnologia LCD, da DSW, custa em torno de R$ 300,00 (na versão com 5,6 polegadas).

Eqmax lança rack para Nissan Frontier

Os proprietários de Nissan Frontier, que gostam de esportes de aventura, têm agora a opção de levar com segurança seus equipamentos de lazer como bicicletas, caiaques ou fi xar box de transporte de malas e acessórios extras. A Eqmax acaba de lançar rack da linha Eqmax Aço, na cor preta, que suporta carga de até 45 kg. “A sua aventura com segurança é a nossa missão. Por isso, antes de cada lançamento, nossos produtos passam por inúmeros testes funcionais. Nosso objetivo é tornar o dia a dia de nossos clientes mais prazeroso e tornando o equipamento uma solução fácil e prática para o transporte de equipamentos”, explica Romualdo Bacci Jr., diretor comercial da Eqmax. O preço sugerido do rack da linha Eqmax Aço é de R$ 260,00.

A Volvo do Brasil teve mais um excelente ano no País, prosseguindo uma sequência de resultados positivos registrados nos exercícios anteriores. Com um faturamento de R$ 3,2 bilhões, a Volvo encerrou 2009 com a comercialização de cerca de 10 mil caminhões no País e nos demais mercados sulamericanos. A receita obtida no ano passado é uma das três melhores registradas pela companhia desde que a Volvo começou a produzir veículos no País, em 1980.

“Apesar da crise mundial, tivemos mais um bom ano”, resume Tommy Svensson, presidente da Volvo do Brasil. Para ele, a expansão do crédito, a redução do IPI, o grande sucesso da nova linha F e a consolidação da linha VM colaboraram decisivamente para atingir estes excelentes resultados. “O FH 440cv foi o caminhão pesado mais vendido em 2009”, comemora Bernardo Fedalto Jr., gerente de caminhões da linha F.

A Volvo Financial Services Brasil, o braço da Volvo na área de fi nanciamentos, seguros e consórcio, registrou o melhor ano de sua história em 2009, encerrando o exercício com uma carteira de R$ 2,4 bilhões, 41% a mais que o resultado de R$ 1,7 bilhão obtido em 2008. “Esta marca mostra o quanto somos especializados e comprometidos com o transporte e os nossos clientes”, declara Adriano Merigli, diretor-presidente da Volvo Financial Services Brasil.

Mesmo diante de um cenário global de grande recessão, a Volvo Bus Latin America obteve resultados favoráveis, alcançando 11% de market share no segmento de ônibus pesados no Brasil. É a terceira elevação sucessiva no País.

A área de pós-venda também teve um excelente ano. A comercialização dos programas de manutenção expandiu-se 50%. “A cada dez veículos vendidos, pelo menos

cinco saíram com alguma modalidade de contrato de manutenção”, diz Luis Pimenta, gerente de pós-venda da Volvo do Brasil.

Outro fator que demonstra o grande sucesso dos veículos da marca é a linha VM. Fabricada no Brasil a partir de 2006, já se consolidou no mercado brasileiro. “O VM transformou-se numa referência nesta classe de caminhões”, afi rma Reinaldo Serafi m, gerente de caminhões da linha VM.

Sediada em Curitiba, no Paraná, a Volvo produz caminhões, ônibus e equipamentos de construção e comercializa motores marítimos e industriais. “O sucesso de nossos veículos é fruto também dos contínuos investimentos que temos feito nos últimos anos no Brasil, para renovar e ampliar as linhas de produtos e melhorar o nosso parque fabril”, afi rma Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico.

Brasil é o primeiro mercado de caminhões da Volvo no mundo

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Jaguar Land Rover anuncia novo CEO

Ralf Speth é o novo CEO da Jaguar Land Rover. Com total responsabilidade das operações da companhia, ele se reportará diretamente a Carl-Peter Forster, recém-nomeado CEO do Grupo Tata Motors.

Aos 54 anos de idade, Dr. Speth, como é conhecido, acumula uma experiência de 22 anos na indústria automotiva europeia, grande parte deles na BMW, inclusive como vice-presidente da Land Rover quando a marca britânica pertenceu a esse grupo. Foi diretor de Produção, Qualidade e Planejamento de Produto do Premier Automotive Group, divisão de marcas de luxo da Ford, e trabalhou com o Grupo Linde como o responsável das operações globais, diretamente com o CEO.

Para Ravi Kant, vice-CEO da Tata Motors, “a vinda do Dr. Ralf Speth à Jaguar Land Rover, sob a orientação de Carl-Peter Forster, fortalecerá o gerenciamento da companhia, e melhorará a posição e reputação de duas marcas tão icônicas”.

A marca Jaguar está completando 75 anos em 2010. “Neste ano, celebramos os 75 anos da arte de construir carros marcantes na indústria automotiva. Também comemoramos a promessa de um grande futuro, com o lançamento do novíssimo Jaguar XJ.” afirma o diretor geral da Jaguar, Mike O’Driscoll.

O saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing para aquisição de veículos por pessoas físicas encerrou 2009 com R$ 157,1 bilhões, segundo levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras). Isso representa um crescimento de 12,9% em relação ao balanço do ano anterior, quando registrou R$ 139,1 bilhões. Desse total, as operações de CDC mostraram aumento de 13,9%, passando de R$ 82,4 bilhões para R$ 93,9 bilhões. Já a carteira de Leasing saltou de R$ 56,7 bilhões para R$ 63,2 bilhões, elevação de 11,5%, sobre o mesmo período do ano passado.

A taxa média de juros praticada pelos bancos das montadoras associados à Anef fechou em 1,42% ao mês (18,44% ao ano), contra 1,80% ao mês (23,87% ao ano) registrado em 2008. A inadimplência acima de 90 dias por meio de CDC encerrou o ano em

4,4%, ante 4,3% registrado no mesmo período do ano anterior.

Os planos máximos disponibilizados ao consumidor para financiamento de veículos cresceram de 60 meses, em 2008, para 80 meses em 2009. Já os planos médios passaram de 40 meses em 2008 para 42 meses no ano passado.

Dos veículos e comerciais leves comercia-lizados em 2009, 61% representam as vendas a prazo. Desse total, 33% correspondem aos financiamentos por meio do CDC, 23% por meio de Leasing e 5% por Consórcio.

Dos veículos comerciais (caminhões e ônibus), as vendas por Finame atingiram 66%, o Leasing (incluso Finame Leasing) encerrou em 13%, o CDC representou 8% e o Consórcio ficou em 2%. No segmento de motocicletas, 27% das vendas equivalem ao Consórcio, 48% correspondem às operações de CDC e 2% foram por Leasing.

Crédito para financiamento de veículos cresce 12,9%

O Fiat Group fechou o ano de 2009 com um lucro da gestão ordinária (trading profit) de 1,1 bilhão de euros e endividamento industrial líquido em 4,4 bilhões de euros, ambos resultados melhores que os previstos. A liquidez foi reforçada para 12,4 bilhões de euros. As perspectivas para 2010 mantém-se positivas. O Conselho de Administração proporá o pagamento de 237 milhões de euros em dividendos. Eis os principais números do grupo:

• O faturamento do Fiat Group em 2009 atingiu 50,1 bilhões de euros, 16% abaixo do recorde de 2008 (59,6 bilhões de euros). No quarto trimestre, porém, aumentou 3,6% em relação ao quatro trimestre do ano anterior.

• O lucro da gestão ordinária (trading profit) foi de 1,1 bilhão de euros (3,4 bilhões de euros em 2008), com forte contribuição do setor automobilístico.

• A margem sobre faturamento foi de 2,1%. Em 2009, foram registradas seguidas melhoras, trimestre a trimestre, como consequência das agressivas medidas de contenção de custos e da estabilização da demanda.

• O prejuízo líquido foi de 0,8 bilhão de euros, que inclui o impacto de 0,6 bilhão de euros em encargos atípicos (em 2008, o lucro líquido foi de 1,7 bilhão de euros).

• O nível de endividamento industrial líquido foi reduzido para 4,4 bilhões de euros (5,9 bilhões em 2008) e a liquidez cresceu significativamente para 12,4 bilhões de euros (frente a 3,9 bilhões de euros em 2008).

• Com base na combinação do resultado líquido do Grupo em 2008 e em 2009, o Conselho de Administração pretende propor um dividendo que abrange as três categorias de ações, no valor de 237 milhões de euros (excluindo as ações próprias).

Salão do Carro e Acessórios chega à quinta edição

A quinta edição do Salão do Carro e Acessórios, o maior evento do segmento na América Latina, que acontece de 17 a 21 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, reunirá cerca de 100 expositores, compostos por montadoras, fabricantes de autopeças, distribuidores, prestadores de serviços, representantes e fornecedores ligados ao setor.

O evento é organizado pela Megacycle, e pelo bicampeão mundial de F1 Emerson Fittipaldi, que este ano completa 40 anos da sua primeira vitória na categoria. “O salão já se consolidou como um dos mais importantes eventos do setor automobilístico, com um público que superou 75 mil pessoas em sua última edição. Além de um ótimo programa para os apaixonados por carros e suas famílias, o salão é também um espaço para a realização de negócios”, afirma Fittipaldi.

Uma das principais atrações do Salão de 2008 foi o famoso Calhambeque do cantor Roberto Carlos, completamente reformado por Emerson Fittipaldi. Nesta edição, o bicampeão assumiu um novo desafio: reformar o Cadillac do rei, que será entregue a ele durante o evento.

Para informações sobre o evento, acesse o site www.salaodeacessorios.com.br.

Fiat Group anuncia resultados de 2009• Para 2010, estima-se um crescimento do

faturamento entre 3% e 6%, com lucro da gestão ordinária de 1,5 bilhão de euros e nível de endividamento líquido abaixo dos 5 bilhões de euros.

Depois de um ano particularmente difícil em 2009, com condições desiguais de mercado nos diversos setores de atuação do Grupo, o ano de 2010 se projeta como um período de transição e estabilização. A expectativa é de um melhor desempenho em todos os setores de atuação, com exceção do setor de automóveis, cujo comportamento dependerá da manutenção dos eficazes programas de incentivo aos veículos ecológicos para sustentar a demanda na Europa Ocidental. Nossas previsões incluem o prosseguimento das rigorosas ações de contenção de custos iniciadas na última parte de 2008 e implementadas com vigor ao longo de todo o ano de 2009.

O programa de investimento que fez parte do plano industrial 2007-2010, apresentado à comunidade financeira em novembro 2006, sofreu uma severa contração em 2009, em resposta à incerteza quanto à curva da demanda para os nossos diversos setores de negócio e ao aperto do mercado de crédito. A expectativa para 2010 é que esta contração se atenuará, com a retomada de nível normalizado de compromisso de capital em todos os setores e aumento dos desembolsos entre 30% e 35% em relação a 2009. Os objetivos para 2010, portanto, estão assim definidos:

• Faturamento da ordem de 52 a 53 bilhões de euros, com aumento entre 3% e 6%.

• Lucro da gestão ordinária (trading profit) de aproximadamente 1,5 bilhão de euros.

• Lucro líquido positivo entre 200 milhões de euros e 300 milhões de euros.

• Endividamento líquido inferior a 5 bilhões de euros.

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Destaques garantidos no XX Congresso Fenabrave Renomados palestrantes nacionais e estrangeiros já confi rmaram a participação

no XX Congresso Fenabrave, que acontecerá de 9 a 11 de setembro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo/SP. O economista José Mendonça de Barros, ex-Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, apresentará ampla análise do cenário econômico do País. Já o economista e cientista social Eduardo Gianetti da Fonseca, um dos mais prestigiados profi ssionais de sua área, promete protagonizar outro ponto alto do evento sobre a atual conjuntura econômica brasileira e perspectivas para o mercado.

Para as acompanhantes dos congressistas, a Fenabrave também está preparando uma programação especial e uma das presenças já garantidas é o médico psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate, que ministrará o workshop “O Divã do Gikovate”.

A programação para sucessores, que está sob a responsabilidade do consultor Francisco Trivellato, coordenador do Programa de Novas Lideranças da Fenabrave, contempla a participação de Felipe Cortone no workshop “Geração Y e o Desafi o da Formação de Novas Lideranças”.

O Patrocinador Master do evento permanece o Banco Itaú. Os Patrocinadores Gold confi rmados são: GRV Solutions, Resource Automotive, Sascar e Volkswagen do Brasil. Apóiam o evento as empresas Ação Informática, Assurant Seguradora, CN Auto, Usebens Seguros, Volkswagen Caminhões e Ônibus e WebMotors.

As inscrições já estão abertas no site www.congresso-fenabrave.com.br. Participe! Como em todos os anos, há dois tipos de adesão. A Inscrição Plena permite a participação no Coquetel de Abertura da ExpoFenabrave’2010, Espetáculo Surpresa e Jantar de Confraternização da noite de 9 de setembro, e em toda a Programação Temática dos dias 10 e 11 de setembro. Em função da limitação de espaço, as adesões estão restritas a 2.100 lugares. Já a Inscrição Especial é indicada àqueles que querem participar apenas da Programação Temática.

O pagamento poderá ser feito por meio de boleto bancário ou cartão de crédito. Confi ra todas as informações no site do evento: www.congresso-fenabrave.com.br.

Com o objetivo de incentivar a rede de distribuidores de motocicletas a promover ações locais de conscientização e educação no trânsito, a Fenabrave e a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) desenvolveram, em parceria, a Cartilha de Conscientização “Segurança, siga este caminho!”.

O material visa alertar os concessionários do setor de duas rodas sobre a necessidade do envolvimento de todos em ações que promovam a segurança do motociclista e no trânsito. “Estamos certos de que colheremos juntos os frutos desta iniciativa que, sem dúvida, trará benefícios a todos, seja por meio da realização de novos negócios, fi delização de clientes, como, fundamentalmente, por meio da redução de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no país”, afi rma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.

Foram impressas 10 mil cartilhas, que serão distribuídas para todas as concessionárias de motocicletas do País, representantes das marcas Dafra, Honda, Kawasaki, Yamaha, Sundown, Suzuki e Traxx.

Confi ra na tabela o investimento por inscriçãoInscrição até abril maio e junho a partir de julhoPlena R$ 600,00 R$ 700,00 R$ 800,00Especial R$ 500,00 R$ 600,00 R$ 650,00

Fenabrave e Abraciclo lançam cartilha

ações locais de conscientização e educação no trânsito, a Fenabrave e a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) desenvolveram, em parceria, a Cartilha de Conscientização “Segurança, siga este caminho!”.

do envolvimento de todos em ações que promovam a segurança do motociclista e no trânsito. “Estamos certos de que colheremos juntos os frutos desta iniciativa que, sem dúvida, trará benefícios a todos, seja por meio da realização de novos negócios, fi delização de clientes, como, fundamentalmente, por meio da redução de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no país”, afi rma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.

concessionárias de motocicletas do País, representantes das marcas Dafra, Honda, Kawasaki, Yamaha, Sundown, Suzuki e Traxx.

Fenabrave e Abraciclo lançam cartilha

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Case New Holland inaugura fábrica em SorocabaA cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, foi escolhida

para abrigar o novo complexo industrial da Case New Holland. Inaugurado no dia 2 de março, o Complexo contará com fábrica de máquinas agrícolas e de construção da Case e um moderno Centro de Distribuição e Logística de Peças da CNH. “Esta fábrica foi inaugurada porque o Grupo Fiat viu que a economia brasileira é séria e o País estava sólido para enfrentar a crise. O momento é ímpar na história do País. O Brasil tem a oportunidade de se tornar a quinta economia mundial. É preciso, ao inaugurar, discutir a manutenção e o crescimento do mercado interno e externo. Temos um potencial extraordinário”, afi rmou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a inauguração, ressaltando que “os produtos devem ser cada vez melhores para competir com as matrizes”.

Segundo Lula, a arte da boa governança é fazer o óbvio e as coisas simples e, para a economia crescer, é necessário fi nanciamento. “Saímos de R$ 381 bilhões para R$ 1,4 trilhão de crédito”, comentou.

Segundo Valentino Rizzioli, presidente da CNH Latin America, o projeto só foi possível porque a montadora contou com o apoio do governo municipal, que acolheu os investimentos, e do governo estadual, que trabalhou para tornar realidade. “Ao presidente e Ministros, agradecemos a política governamental que permitiu que a indústria de máquinas agrícolas não parasse”, disse Rizzioli, lembrando dos fi nanciamentos especiais do BNDES, que possibilitaram a retomada da demanda de máquinas agrícolas e de construção.

Para o presidente mundial da Fiat, Sergio Marchionne, este é o mais importante investimento já feito no Brasil por uma indústria deste setor. “Não me refi ro apenas à dimensão econômica do empreendimento, de cerca de 400 milhões de euros (R$ 1 bilhão). Refi ro-me, sobretudo, aos 6 mil empregos

– entre diretos e indiretos – que serão criados ao longo de dois anos”, afi rmou Marchionne. Para ele, é uma honra trabalhar no Brasil, cujas operações desempenham um papel fundamental para o grupo Fiat. “Falamos de um volume de negócios de quase R$ 31 bilhões, que cresceu em relação a 2008. Para o nosso negócio de automóveis, o Brasil foi, no ano passado, o nosso principal mercado, superando, embora por pouco, a Itália”, concluiu.

O Complexo Industrial contará com uma área total de 160 mil m² (104 mil m² da fábrica e 56 mil do Centro de Distribuição). A capacidade de produção será de 8 mil unidades por ano. Já o Centro de Distribuição terá capacidade de estocagem de 180 mil itens.

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Quando pensamos em capacitação profi ssional, antes mesmo da escolha de um tema, seja por parte dos gestores que precisam promover o desenvolvimento dos colaboradores, ou mesmo dos próprios colaboradores que sabem da

necessidade de se manter atualizado a novas tecnologias e na busca constante por conhecimento, a preocupação é costumeiramente a mesma: custo, deslocamento e tempo. Estes três obstáculos, hoje, podem ser superados com o advento da tecnologia, que trouxe às organizações a modalidade da educação corporativa a distância. Além disso, as empresas que adotam esta modalidade dão um importante passo em direção à solução de suas necessidades de capacitação, atualização, gestão do conhecimento e disseminação da informação.

Quando falamos de educação corporativa, seja a distância ou mesmo no ensino presencial, o pensamento parte do conteúdo a ser desenvolvido. Este conteúdo deve atender as expectativas de capacitação do aluno frente às necessidades das organizações e, também, servir de incremento ao desenvolvimento pessoal do indivíduo com base nas necessidades do mercado ao qual ele está inserido e buscando o autodesenvolvimento.

Para oferecer conteúdo exequível e que atenda à demanda de mercado e das organizações, o ensino corporativo a distância deve estar atento às necessidades humanas e de

Capacitação profi ssional a distância

um mercado cada vez mais ágil e em constante mutação. Basicamente, o universo corporativo é dividido em três segmentos: indústria, serviços e comércio. Toda a sociedade se move em torno destas atividades que caminham em alta velocidade e em busca da excelência e da inovação. Para que estes setores atinjam seus objetivos, é preciso contar com pessoas cada vez mais qualifi cadas. E capacitação só é possível com conhecimento aprofundado de técnicas e estratégias. Esse é o papel da educação profi ssional. Proporcionar conhecimento e conteúdo de qualidade para atender a essa demanda.

Tão importante quanto manter um conteúdo de excelência é oferecer o método adequado para a aplicação deste conhecimento. No caso da educação a distância, a metodologia deve receber atenção especial, pois cabe a ela balizar o conteúdo e a tecnologia que irão compor os pilares necessários para a boa capacitação do aluno. Vejamos o caso de um profi ssional de vendas que atua na cidade de São Paulo e passa a maior parte do tempo dentro do carro, no trânsito, na busca ou no atendimento aos clientes. A metodologia que melhor irá atendê-lo deverá estar alinhada a uma tecnologia remota, via internet, em que ele poderá programar seus cursos em qualquer lugar. Por outro lado, um servidor público ou um profi ssional da iniciativa privada que mantém sua rotina dentro de uma estrutura corporativa interna, tem a possibilidade de se capacitar na própria instituição, em uma sala de treinamento com outros colegas.

Por Marco Eleutério

Organizações públicas e privadas descobrem as vantagens de treinar seus colaboradores no local de trabalho.

Colaboradores das concessionárias participam dos cursos oferecidos pela TV Fenabrave.

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Além das empresas, profi ssionais devem se destacar entre os concorrentes para garantir o desenvolvimento de suas carreiras. Por estas razões, tanto os empresários quanto os trabalhadores estão se enquadrando às novas exigências impostas pela globalização, com foco no investimento contínuo em capacitação. Atenta a este cenário competitivo, a Fenabrave lançou, em 2009, a TV Fenabrave que passou a oferecer cursos transmitidos via satélite. Em pouco mais de 1 ano, quase 4 mil alunos participaram dos cursos.

No grupo Suécia, onde a TV Fenabrave foi implantada há pouco mais de dois meses, os colaboradores já tiveram a oportunidade de participar dos cursos “F&I e Matemática Financeira com Utilização da HP 12c”, “Comunicação entre Responsáveis e suas Equipes” e “Como Planejar as Vendas de Autos Novos e Usados”. Nas quatro unidades onde são transmitidas as aulas – Araguaína/TO, Brasília/DF, Goiânia/GO (matriz) e Rio Verde/GO – mais de 50 alunos já participaram dos cursos.

A partir de abril, os cursos começarão a ser transmitidos para a fi lial de Uberlândia/MG. “Os colaboradores da fi lial do Viking Center (seminovos Volvo), localizada em Aparecida de Goiânia/GO também têm a oportunidade de assistir aos cursos na nossa matriz”, ressaltou Michely Cristine Guimarães Rezende, estagiária do Departamento Pessoal do grupo Suécia, uma das incentivadoras da iniciativa. Entusiasmada, Michely, após a conclusão das aulas, elaborou uma pesquisa para medir a satisfação dos alunos e identifi car os pontos que devem ser aprimorados no novo método de capacitação. O índice de aprovação dos cursos foi expressivo. Do total de questionários respondidos, 73% dos participantes classifi caram como “Bom” e 23% como “Ótimo” o nível das aulas.

Para ela, a participação dos colaboradores deve aumentar. “Por meio de cartazes, colocados estrategi-camente nos murais da administração e da ofi cina das concessionárias, divulgamos a programação dos cursos, além de convidarmos, por e-mail, todos os colaborado-res a participar das aulas”, comentou a estagiária.

O departamento pessoal ainda entra em contato com os supervisores para enfatizar a necessidade dos profi ssionais se atualizarem. “É preciso treinar os funcionários constantemente. Com estes cursos, conseguimos capacitar os colaboradores de uma forma simples, a um preço acessível e com muita qualidade”, disse Michely.

No grupo Suécia, desde os mecânicos até os gerentes freqüentam as aulas, proporcionando, segundo a estagiária, outro benefício às empresas: a integração de todos os colaboradores. “Capacitando o profi ssional, fazemos a empresa crescer”, afi rmou.

Com o aprendizado dos primeiros cursos, Michely e um dos consultores de negócios do grupo estão elaborando um projeto de monitoramento de qualidade de atendimento dos clientes de caminhões. “Conto com a TV Fenabrave para que possamos enriquecer, cada vez mais, o conhecimento de nossos colaboradores”, concluiu a estagiária.

Sucesso no grupo Suécia

O terceiro pilar da educação corporativa a distância é a tecnologia. Ferramenta que integra o aluno ao professor e permite que o conhecimento seja transmitido. E, quando o assunto é tecnologia, a mais adequada para a difusão da educação corporativa a distância, a plataforma utilizada para a transmissão das aulas é a TV Corporativa ou o Sistema de Educação desenvolvidos para canais codifi cados próprios, ambas com transmissão por sinal de satélite, as chamadas teleaulas. Além disso, todo o conteúdo das teleaulas deve ser complementado por uma plataforma de aprendizagem – o chamado ambiente virtual de aprendizagem – que permite ao aluno ampliar seus conhecimentos, desenvolver exercícios, tirar dúvidas e realizar avaliações que lhe darão a certifi cação do programa de aprendizagem.

Responsabilidade Social – A capacitação corporativa a distância não é apenas uma necessidade de mercado ou uma ferramenta que veio para sanar os obstáculos de custo, deslocamento e tempo. Promover a capacitação profi ssional também pode ser uma forma efi ciente de contribuir com o desenvolvimento social do país.

No município de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, uma ação da Secretaria Municipal de Educação mudou a vida de muitos moradores. Há sete meses, a Prefeitura, em parceria com a empresa de educação e comunicação corporativa a distância, Dtcom, criou o programa “Mais Saber” de capacitação profi ssional para a comunidade e servidores. Uma das alunas, a auxiliar de contabilidade de 46 anos, Rozane Dorneles Malaquias Pereira, já concluiu 68 cursos, mantém outros seis em andamento e já está inscrita em mais sete cursos de capacitação profi ssional e pessoal. “Além de não precisar pagar, outra grande vantagem é o ganho de tempo. Você faz quando pode e conclui onde quiser pela internet. Recentemente eu fi z um curso presencial de 15 noites. Foi desgastante”, relata Rozane que afi rma já aplicar no dia a dia os aprendizados adquiridos nos cursos.

De acordo com o diretor do departamento de Gestão Pública da prefeitura, Renato Cardim, o objetivo deste programa é priorizar a capacitação e gerar oportunidades no município. “Geralmente, estes cursos são oferecidos para o público interno, no entanto, aqui em Pinhais, toda a população pode ter acesso, de um jeito prático e sem custos, enriquecendo currículos e se preparando melhor para o mercado de trabalho”, enfatizou.

Marco Eleutério é engenheiro eletrônico e mestre em Informática Industrial; doutor em Informática pela Université de Technologie de Compiègne – UTC/França. É superintendente da Dtcom, empresa parceira da TV Fenabrave, onde atua na inovação de produtos e plataformas, com foco especial nas soluções tecnológicas aplicadas à Educação Corporativa.

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Visão Econômica Por Adalberto Savioli

Adalberto Savioli é presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (ACREFI ).

O clima é de otimismo na economia brasileira. Os impactos da crise econômica mundial, de fato, não foram severos. Emprego e renda devem evoluir, garantindo o consumo no mercado interno. O Brasil continuará crescendo e o crédito expandindo. Mas, há algumas ressalvas.

Crédito: o motor do crescimento

O cenário para a atividade econômica no País mostra-se bastante positivo, apesar de os efeitos da crise finan-ceira mundial ainda estarem presentes, mantendo em

estado de alerta governos, empresas e consumidores, dentro e fora do Brasil. Internamente, vários fatores conjunturais sustentam nosso otimismo diante do futuro, como a recente avaliação por boa parte dos economistas de que a taxa de câmbio tende a se ajustar nos próximos 12 meses, e, princi-palmente, de que o nível de emprego deve melhorar tanto em 2010 como em 2011.

O aumento da renda da população brasileira, com am-pliação da base de consumidores, é um dado estrutural que aponta firmemente para o crescimento do País. Hoje, graças ao avanço do emprego formal e à maior oferta e acessibilida-de ao crédito, a classe C consome produtos que antes eram exclusivos das camadas mais abastadas e a classe D se insere mais efetivamente no mercado consumidor.

Se por um lado essa expansão do consumo no mercado interno é positiva e aliviou brutalmente o impacto da crise internacional para os brasileiros, por outro, há o risco de o aumento de demanda pressionar os preços. Mas, mesmo diante da aceleração das taxas de inflação nesse início de ano, com ameaça de se ficar acima da meta de 4,5% definida pelo governo – o que pode ter algum impacto negativo sobre o poder de compra das famílias –, a sensação geral no mercado continua sendo de otimismo. E, o que é mais importante, isso ocorre na avaliação de pontos-chave para o fortalecimento da economia em 2010: ampliação da oferta de crédito ao consumidor, recuperação dos investimentos e da produção industrial e do nível de atividade interna, com previsões de expansão do PIB entre 5% e 5,5%.

Em contrapartida, não se pode deixar de avaliar também os sinais que geram preocupação. O maior desafio está na

necessidade de ampliação dos investimentos para aumentar a capacidade instalada em diversos segmentos, de forma a aten-der à demanda crescente. Também exigem atenção problemas crônicos, como os elevados gastos públicos e a possibilidade de novas complicações na cena internacional.

Em relação ao cenário externo, o Brasil se beneficia com o forte crescimento da China e a elevada demanda de países asiáticos de produtos básicos latinoamericanos. No entanto, não se pode perder de vista que a situação permanece críti-ca em algumas economias da Europa, com destaque para Grécia, Espanha, Portugal e também a Grã-Bretanha, que enfrentam sérios problemas na gestão pública, com altos déficits e endividamento do governo. A economia dos EUA continua a patinar e não se vê no horizonte uma solução de curto prazo.

Para quem atua no segmento de concessão de crédito, seja voltado para as empresas ou o consumidor final, ainda é bem recente, e não pode ser esquecida, a sensação de temor enfren-tada no auge da crise financeira mundial, quando as fontes de recursos externos secaram e o Banco Central adotou, cor-retamente, medidas anticrise, entre elas o afrouxamento dos depósitos compulsórios, a partir de outubro de 2008.

Durante a crise, o BC liberou R$ 99,8 bilhões para assegurar liquidez de crédito e distribuição para bancos médios e peque-nos. No entanto, alterações recentes nas regras dos compulsórios

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tendem a reverter o quadro, com uma perspectiva de expansão de recolhimento por parte da autoridade monetária na casa dos R$ 71 bilhões, o que representa um forte enxugamento de recur-sos no sistema financeiro.

Se é verdade que já supe-ramos em boa medida o susto vivido no ápice da crise, e que muitos bancos de varejo voltam a apostar firme na concessão de crédito, também é fato que essa retomada não vai ocorrer de forma semelhante ou com a mesma velocidade para todos os agentes do mercado.

Para as grandes instituições, a aceleração da oferta de empréstimos já é uma realidade. Mas para as pequenas financeiras, o momento é de luta para manter o ritmo das atividades, diante de dificuldades que perduram na captação de recursos.

No caso das pequenas financeiras, que muitas vezes empres-tam para em seguida vender suas carteiras a instituições maio-res, como forma de dar continuidade às suas operações, esse repasse tornou-se complicado. Com maior apetite para tocar suas próprias operações, os grandes bancos vão deixando de ter interesse em adquirir essas carteiras das instituições menores.

Sem ter para quem vender suas carteiras, e sem contar com depósitos a prazo para ajudar na liquidez, essas empresas, sobretudo no segmento de financiamento para aquisição de veículos usados e crédito pessoal, sofrem restrições.

Por isso, uma das nossas frentes de atuação no momento é buscar a ampliação da liquidez para esse segmento. Não queremos que as atividades fiquem estagnadas, até porque são as pequenas financeiras que fazem girar a economia de muitas localidades no Brasil. Também é o financiamento de veículos mais antigos que movimenta a roda de negócios e fomenta o crédito e a venda de carros novos. Temos propostas para incentivar a compra de carteiras tanto utilizando o depósito compulsório quanto o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Tendências – Acreditamos que o desempenho das operações de crédito e das vendas ao consumidor dependerá, em boa medida, da saúde econômica e da geração de empregos for-mais no País, fatores diretamente ligados ao comportamento da inflação e das taxas de juros. Na reunião de março do Copom, a decisão da autoridade monetária foi manter estável a taxa Selic (juro básico), em 8,75% ao ano, mas tudo indica movimento de alta já no mês de abril.

O segmento de veículos, pas-sa por um bom momento, com projeções de crescimento para o setor, baseadas na estabilidade da economia local no período pós-crise, que favorece a aquisição de automóveis a prazo. Os juros médios cobrados do tomador registram relativa estabilidade, a inadimplência está sob controle, na casa dos 4,3%, os prazos dis-ponibilizados pelas instituições financeiras ao consumidor pas-saram da média de 40 meses em

2009 para 45 meses neste primeiro trimestre do ano. Os financiamentos ao setor automotivo vão continuar se

expandindo. Buscamos o estímulo para o crédito aos veículos novos e usados, para que se possa explorar as oportunidades em todas as faixas de renda e aproveitar ao máximo a capila-ridade representada pelas financeiras de menor porte.

Em relação ao crédito de forma geral, dados divulgados pelo Banco Central indicam que o total disponibilizado pelo sistema financeiro nacional alcançou R$ 1,42 trilhão em janeiro, considerando todas as modalidades de empréstimos, inclusive aqueles obrigatoriamente direcionados à aquisição de imóveis, agricultura e obras de saneamento, com uma expansão de 0,7% no mês e de 15,7% em doze meses. Como resultado, os empréstimos totais passaram a representar 44,6% do PIB, ante 40% em janeiro de 2009. Para 2010, a previsão do BC passou de um crescimento do crédito de 20% para 19%, devendo-se alcançar 48% do PIB no fim do ano.

Vale ainda lembrar que os chamados empréstimos com recursos livres responderam por 67,3% da carteira total do sistema financeiro, atingindo R$ 957,4 bilhões em janeiro, uma alta de 9,9% em doze meses. As operações contratadas com pessoas físicas chegaram a um saldo de R$ 473,9 bilhões, puxadas justamente pelo incremento nos financiamentos para aquisição de veículos, crédito pessoal e crédito rotativo.

Ainda assim, sabemos que já no início desse mês de março, por conta do aperto no compulsório anunciado pelo Banco Central, o mercado financeiro começava a prever expansão um pouco menor na oferta de crédito.

Nossa visão geral é muito otimista. É difícil, no entanto, fazer previsões para um mercado tão dinâmico. Entendemos que vão influenciar no ritmo de expansão do crédito alguns fatores: evolução do emprego formal, nível de atividade e do consumo no País, movimento da inflação, das taxas de juros e dos compul-sórios. O Brasil, certamente, continuará na rota do crescimento. E as financeiras terão papel fundamental neste processo.

Para as grandes instituições, a aceleração da oferta de

empréstimos já é uma realidade. Mas, para as pequenas financeiras, o momento é de luta

para manter o ritmo das atividades, diante de

dificuldades que perduram na captação de recursos.

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Reaprendendoa andar...

Mesmo com cerca de 15 mil participantes, a Convenção NADA, promovida entre os dias 13 e 15 de fevereiro, pela National

Automobile Dealers Association (entidade similar à Fenabrave nos Estados Unidos), parecia pequena diante de um cenário

revolvido no mercado automotivo norteamericano. Os mais de 100 workshops oferecidos, divididos em áreas de interesse como marketing, vendas, administração, recursos humanos, tratavam de um assunto único: como reaprender a andar depois da crise.

Por Rita Mazzuchini

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A cidade de Orlando-Flórida, que abriga a Disneylândia e recebe, anu-almente, cerca de 51 milhões de tu-ristas, cedeu espaço para a 93ª Con-venção NADA, realizada no Orange County Convention Center. O pal-co de discussões sobre recuperação

e superação, nada lembrava um parque de diversões. E o Brasil, representado pela comitiva da Fenabrave, líderes de associações de marca e concessionários de várias partes do nosso País, foi praticamente ovaciona-do, gerando olhares e questionamentos curiosos sobre como um país sulamericano pôde servir de exemplo para o mundo. Nessa montanha russa, empresários brasileiros se destacaram e trouxeram, em sua baga-gem, a experiência vivida pelos norteamericanos, que agora têm que voltar a praticar ítens básicos de gestão, como atendimento ao cliente, caixa e pós-vendas. Lições que ensinam que é melhor estar preparado para uma possível reabilitação, fortalecendo os músculos da gestão responsável, criativa e com foco na fideli-zação de clientes. Sim, pois um mercado como o dos Estados Unidos, que encolheu de 16 milhões de uni-dades em 2007 para 10,4 milhões em 2009, depende, basicamente, da escolha do consumidor.

Conhecer os impactos da crise no mundo e quais as tendências esperadas para o mercado norteameri-cano de automóveis para os próximos anos motivou

dezenas de concessionários brasileiros a participar da 93ª Convenção NADA, realizada entre os dias 13 e 15 de fevereiro, em Orlando-Flórida. A Fenabrave esteve presente, representada pelo presidente Sérgio Reze, que foi acompanhando pelo presidente executivo da entidade Alarico Assumpção Júnior, pelo assessor econômico Edson Zanetti, pelo coordenador setorial Marcelo Ciardi, pelo consultor Valdner Papa e pela as-sessora de comunicação e imprensa Rita Mazzuchini. Numa iniciativa inédita, a entidade convidou três jor-nalistas setoriais para acompanhar o evento: Vicente Alessi, diretor-sócio de Autodata, Deise de Oliveira, editora da homepage da Folha Online, e a repórter do jornal Brasil Econômico, Françoise Terzian.

Atendendo ao pleito da Fenabrave, a NADA ofereceu tradução simultânea para o português para seis workshops. “O evento da NADA está cada vez mais internacionalizado. Há palestras traduzidas não só para o português, mas para russo, italiano e espanhol, facilitando, assim, a compreensão dos temas abordados”, afirmou o consultor Francisco Trivellato, que coordenou uma missão técnica de empresários brasileiros.

Segundo Trivellato, os distribuidores de veículos de outros países devem participar da convenção nor-teamericana para aprender como os concessionários conseguem sobreviver num mercado em profunda retração. “Num cenário de crise, novas soluções são encontradas para rentabilizar o negócio”, ressaltou o consultor. Nos Estados Unidos, os empresários do setor se voltaram para a essência do negócio, tirando o máximo de proveito de todas as áreas – usados, pós-vendas, peças, serviços F&I e novos. No final da década de 90 até 2007, a comercialização de veículos no país girava em torno de 16 ou 17 milhões de unidades. De lá para cá, o mercado foi se retraindo, somando 10,4 milhões de unidade em 2009. “Os concessionários precisaram cortar despesas, gerir o estoque com eficiência e operar com excelência os diversos departamentos da concessionária, sempre se esmerando no atendimento”, disse Trivellato. De acordo com o consultor, na medida em que as vendas de novos retraíram, os empresários norteamericanos

Comitiva da Fenabrave representou o Brasil na

93ª Convenção da NADA.

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passaram a aproveitar mais as oportunidades em usados, pós-vendas e serviços, bem como ampliaram a atividade utilizando todos os recursos da internet como Orkut, Twitter e outras redes sociais.

Desde 1992, os Estados Unidos atravessaram inú-meras crises, mas o negócio continua rentável. “Eles estão sempre reagindo, explorando outros setores até que o mercado de veículos novos comece a reagir. Lá, prevalece o espírito empreendedor”, afirmou Tri-vellato. Os resultados comprovam a tese do especialis-ta. Segundo estudos da NADA, as vendas de veículos novos caíram 15,4% em 2009, em contrapartida os usados registraram crescimento de 3,5%, os serviços e peças, 1,9% e o lucro antes da cobrança de impos-tos aumentou 43,7%. Já as despesas foram cortadas, chegando à redução de 4,7%. “Os brasileiros podem incorporar melhorias em pós-vendas e usados do mercado norteamericano para gerar resultados mais expressivos”, concluiu o consultor.

O que vem pela frente? – O economista-chefe da NADA, Paul Taylor, concedeu entrevista coletiva aos jornalistas durante o evento e comentou sobre o mercado automotivo norteamericano. As vendas de 10,4 milhões de automóveis e comerciais leves em 2009, diante de um mercado acostumado a patamares lineares de 16 milhões (veja quadro ao lado), reper-cutiram como um tsunami para os concessionários norteamericanos, mas poderiam ter sido piores se o governo de Barak Obama não tivesse aprovado o programa Cash For Clunkers, que promoveu a renovação da frota e mudou o perfil do mercado, antes acostumado a grandes pickups e carrões, e que agora tem uma demanda crescente por automóveis e utilitários médios e pequenos. “Em janeiro de 2010, as vendas desses modelos aumentaram quase 20%”, comemora Taylor.

Segundo o ex-presidente da NADA, John McEleney (gestão 2009), o ano passado entrará para a história. “Enfrentamos o colapso financeiro global, a perda de confiança dos consumidores, o nível mais baixo de vendas desde a segunda guerra, a crise na GM e Chrysler e, acima de tudo, o fechamento de 2 mil concessionárias”.

Para 2010, a previsão é de recuperação, ainda que gradativa. Conforme o economista-chefe da NADA, devem ser comercializados 11,9 milhões de veículos leves este ano, deverá haver recuperação de crédito,

tanto para montadoras como para consumidores, e a população deverá ficar mais confiante com o aumento da geração de empregos. No entanto, na avaliação de Paul Taylor, os concessionários de algumas marcas continuarão tendo problemas com o Floorplan.

“A economia norteamericana deve crescer 3% durante este ano e o barril do petróleo deve custar US$75,00, mantendo estável o preço dos combustí-veis no país. O mercado deverá continuar vendendo mais sedans pequenos, e o mercado de usados será fortalecido”, analisa Taylor.

Paul Taylor, economista-chefe da NADA, concede entrevista a jornalistas

brasileiros durante o evento.

Fonte: NADA

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O grupo de distribuidores de veículos, que participou da missão técnica, visitou duas concessionárias nos Estados Unidos neste ano e comprovou que os empresários focam com determinação e moti-vação em diversas áreas do negócio. Para Roberto Rodrigues Fiuza, titular da concessionária Avenir, a participação em eventos inter-nacionais é importante para a gestão do negócio. “Muitos temas abordados são base e servem de parâmetro para nosso mercado”, comentou Fiuza.

Vergílio Juliani, diretor executivo da Associação Brasileira de Concessionários Honda de Veículos Automotores Nacionais e Im-portados (Autohonda), destacou temas abordados nas duas últimas convenções da NADA, entre os quais as novas mídias e ferramentas para captação e relacionamento com clientes, e a busca por rentabi-lidade nas operações fixas para que diminua a dependência da venda de veículos novos na composição do resultado empresarial.

Brasileiros aprovam evento

De volta para o futuro – Segundo o consultor Francisco Mendes, que participou da Convenção NADA, “a volta à gestão do básico foi um tema recorrente em todo o evento”. De fato, tanto nas palestras tradu-zidas para o português como na maior parte das demais, os assuntos chegaram a ser monótonos de tão “aparentemente” óbvios. Como trabalhar bem as áreas de usados, F&I e peças foram maciçamente abordados, sob diferentes enfoques. Também o uso das mídias sociais, dentro do que se espera para o mercado viral do futuro estava lá, presente, con-vivendo com a volta ao passado do atendimento mais assertivo.

Um dos palestrantes, Jomar Rabello, fundador das companhias Rabello Group, Loyalty Strategies e da Coaching Academy, localizadas em Coral Springs-Flórida, falou sobre como evitar a fuga de capital nos departamentos de novos, seminovos e F&I. Ao assistir à palestra, inevitável sentir uma sensação de “dejavu” (já vi antes) quanto à abordagem de temas como salários variáveis da equipe de vendas, dependendo da satisfação dos clientes, e a necessidade de focar o atendimento no produto e não no seu preço. “O pro-duto justifica o valor e valor justifica o preço. O que se vê hoje é o contrário. Estamos vendendo preços”, alertou Rabello que complementou: “Fui a uma loja e

o vendedor perdeu três minutos falando do produto, cinco minutos procurando as chaves do carro e oito minutos falando do preço”.

Atrair o cliente e garantir a venda a ele, tanto de produtos como de serviços, que antes não eram foco de atenção dos concessionários, foi outra “chave-mestra” abordada pelo consultor Dick Parrish. “A cada seis clientes, quatro compram pneus do primeiro vendedor que lhe oferece”, apontando para uma área inexplorada mas rentável, como a comercialização de acessórios.

Também Steve Emery, consultor da NADA, abordou a questão do F&I, como a oferta de garantia estendida aos clientes. Segundo ele, “cerca de 83% dos clientes que contratam garantia estendida retornam à concessionária e 85% aceitam receber informações por e-mail. Assim, fica mais fácil atrair o cliente por meio da oferta de promoções e serviços que tragam o cliente de volta”, afirma.

NADAFrontPage.com: tecnologia a serviço do setor – Se-guindo os mesmos passos da TV Fenabrave, a NADA também lançou, durante sua 93ª Convenção, a NADA University. Com o slogan “Uma Força. Infinitas Pos-sibilidades”, o novo canal de educação e treinamento online da NADA foi apresentado aos concessionários

No sentido horário: Os executivos da ABRACOP, Samir Abrão (diretor financeiro), Augusto César de Oliveira (presidente) e Roberto Fiúza (diretor de relações institucionais), prestigiaram o evento. Welson Bolognesi, presidente da Resource Automotive; Joel Jorge Paschoalin, vice-presidente da Fenabrave; Camila Amin e Hilton Silveira Filho, executiva e presidente da ABRAHY, respectivamente.

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norteamericanos por meio de vts de workshops de 10 minutos cada, um livreto e CD sobre o assunto que era entregue a todos os visitantes, além do stand contem-plar um mini estúdio de TV no saguão principal do Orange County Convention Center.

Outro recurso que será explorado pela NADA será o chamado marketing viral. No texto de Laura Withers, responsável pela matéria “NADA´s News Online Magazine”, publicada na edição especial da NADA Convention Magazine (que circulou durante o evento), fica claro que “o futuro é viral, e é onde as mídias sociais aparecem”.

Para garantir a multiplicação, fortalecimento e o “alastramento” de sua marca e trabalho no chamado mundo das mídias sociais, a NADA já tem centenas

Os jornalistas brasileiros, convidados pela Fenabrave para acompanhar a 93ª Convenção NADA, puderam extrair pautas diversas durante os dias que passaram em Orlando-Fl. Vicente Alessi, diretor-sócio de Autodata, Deise de Oliveira, editora da homepage da Folha Online, e a repórter do jornal Brasil Eco-nômico, Françoise Terzian, participaram do evento, que rendeu várias matérias, enviadas de lá e também elaboradas já no Brasil.

Para atender à demanda da imprensa brasileira, a Fenabrave agendou entrevista exclusiva dos jor-nalistas convidados com o presidente da NADA para

Imprensa brasileira acompanha evento

o ano de 2010, Edward Tonkin (confi ra entrevista nesta edição).

“Convidamos um grupo pequeno de jornalistas numa ação inédita da Fenabrave, pois acreditamos que o setor da distribuição deva ser melhor conhe-cido, principalmente, o norteamericano, que acaba tendo refl exos importantes no Brasil”, explica o pre-sidente da Fenabrave, Sérgio Reze, que confi rmou a continuidade da iniciativa nos próximos eventos realizados pela entidade americana. A 94ª. Conven-ção NADA acontecerá em São Francisco, no início de 2011.

de seguidores em sua assinatura NADAFrontPage.com. Para pulverizar sua abrangência, a entidade já está presente no Digg, Facebook, LinkedIn, MySpace e no Twitter. “O objetivo”, comenta David Hyatt, vice-presidente de Relações Públicas da NADA, na matéria, “é permitir a distribuição viral de fatos e novas histórias relevantes. Assim, a NADA poderá fortalecer sua marca como a voz do concessionário e número 1 em recursos de informação do setor de distribuição de veículos”.

“Usando todas as formas de comunicação online, seja por meio de websites, e-newsletters e mídias so-ciais, a NADA manterá esta posição. Estamos dando um novo nível de presença online para a NADA”, conclui Hyatt.

Matérias sobre o evento

norteamericano publicadas

na imprensa brasileira.

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Brasil em destaque – Num dos eventos mais esperados pelos líderes estrangeiros que participam da NADA Convention é a tradicional International Round Table, uma mesa redonda onde os líderes de entida-des da distribuição automotiva de diferentes países expõem resultados e perspectivas do setor, traçando um panorama básico de seus mercados.

A manhã do dia 15 de fevereiro, em plena segunda-feira de Carnaval no Brasil, uma sala com cerca de 100 pessoas ouvia, com atenção redobrada, os painéis expostos por países como Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), além de outros como Esta-dos Unidos e Europa. Como anfitriões do evento, os Estados Unidos foram os primeiros a fazer sua apresentação, discorrendo sobre as perdas e pers-pectivas de mercado já comentadas nesta edição.

Na sequência, outros países foram representados e o Brasil, por meio do presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, teve lugar de destaque, merecendo aplausos quando revelou a média de US$980 mil de rentabilidade obtida pelos concessionários brasileiros em 2009. O crescimento acima de 12% nas vendas de automóveis e comerciais leves no ano passado, no Brasil, se equiparou ao resultado da Índia, que cresceu 10% em 2009 sobre 2008. Os pontos fora da curva, seja para o bem ou para o mal, foram a China – que obteve crescimento de 46% em 2009, chegando a 13,6 milhões de unidades, e a Rússia que, de outro lado, viu seu mercado ser reduzido em 49% no ano passado, totalizando 1,47 milhões de unidades. Na Rússia, segundo o presidente da entidade que representa os concessionários do país, Dmitri Gouline, o mercado sofreu com o aumento de 22% nos custos dos financiamentos e muitos empresários ficaram devastados. Em 2010, um pro-grama de incentivo oferecido pelo governo, que dará US$1,7 mil por veículo produzido às montadoras, o mercado deverá reagir mas, segundo Gouline, “os distribuidores russos aprenderam que a concessio-nária é um negócio sustentável e deve estar baseado na lucratividade”.

Entre os demais países que participaram da mesa redonda, a queda nas vendas foi recorrente. A Itália

apresentou queda de 0,2% em 2009; as vendas no Reino Unido caíram 6,4%; na Bélgica, 11,6%; na Nova Zelândia, a redução chegou a 28%; e a 18% no Equador.

O Brasil continuou chamando a atenção durante a 93ª Convenção NADA. Durante um almoço re-servado, organizado pela entidade norteamericana, o presidente e CEO da Ford Motor Company, Alan Mulally, se entusiasmou com os brasileiros presentes dizendo que “adorava o Brasil e que as vendas no país eram incríveis”.

Feira sem ostentação – Oficialmente, 485 empresas reservaram espaço para participar da Exposição que acontece simultaneamente à Convenção NADA. No entanto, os estandes, incluindo das montadoras, es-tavam mais acanhados em relação aos anos anteriores, segundo os participantes de outras viagens.

A GM não participou do evento, devido ao mal estar gerado junto à NADA em função do descre-denciamento de 2 mil concessionários da marca em 2009. “Problema resolvido com a arbitragem que o governo fará, quando muitos voltarão a representar a marca. A GM já garantiu sua participação em 2011”, relatou Edward Tonkin, presidente da NADA para a gestão 2010.

Entre as empresas expositoras, a maioria era voltada à prestação de serviços, como softwarehouses focadas em gestão e consideradas importantes para a redução de custos, além de instituições financeiras marcaram território.

No chamado Lifestyle, área de recreação e entre-tenimento da feira, o espaço foi dedicado às famílias dos concessionários, contemplando desde máquinas de games para as crianças, até boxes de massagem, balcões de oxigênio multicoloridos, área para mini golf, quiosques de lojas como a SAK´s, e área para manicure e maquiagem para acompanhantes.

Aliás, vale ressaltar que, apesar de o evento não contemplar palestras específicas para acompanhantes e sucessores, é bastante comum se deparar com mães e seus filhos, até em carrinhos de bebês, passeando pelas áreas da Convenção.

Estande da Volkswagen em Orlando; Sérgio

Reze participa de mesa redonda com líderes de

países que compõem o BRIC, como Dmitri Gouline, da Rússia.

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Edward Tonkin

Com experiência de comandar o Grupo Ron Tonkin Dealerships, formado por 15 concessionárias de marcas como Honda, Toyota, Hyundai, Chevrolet, Dodge, Nissan, Audi e Ferrari, responsáveis por um faturamento anual de US$500 milhões, Edward Tonkin, 46 anos, assumiu a presidência da NADA – National Automobile Dealers Association para o ano de 2010, durante a 93ª Convenção da entidade, realizada na cidade de Orlando-Flórida, entre os dias 13 e 15 de fevereiro. Durante o evento, Tonkin concedeu entrevista exclusiva ao grupo de jornalistas brasileiros e demonstrou otimismo moderado ao falar sobre o período de recuperação que o mercado norteamericano terá pela frente. “Leva tempo”, garantiu Tonkin que, durante o jantar de sua posse, surpreendeu os convidados com dotes de cantor ao interpretar uma música de Frank Sinatra. Ginga e inventividade que serão necessárias para ajudar os concessionários a se reerguer já que seu próprio grupo amargou queda de 30% no faturamento das concessionárias em 2009.

Revista Dealer: Como avalia os impactos da crise para os con-cessionários norteamericanos?Edward Tonkin: O mercado norteamericano é cíclico e o co-lapso foi grande, afetando toda a economia do país. Houve congelamento de crédito, e toda a política econômica foi revista devido à amplitude da crise. No setor automotivo, saímos de uma venda anual de 16 milhões de unidades em 2007, passa-mos a 13,2 milhões em 2008 e caímos para 10,4 milhões em 2009, com a redução expressiva do número de concessionários, que passou de 17 mil para 15 mil, em função do fechamento de concessionárias pela GM.

Recuperação leva tempo Revista Dealer: Quais as medidas adotadas pelas empresas e governo que ajudaram no período?Edward Tonkin: Para sobreviver diante de um volume de ven-das tão menor, os concessionários tiveram que reduzir suas estruturas de custo, e acredito que a chave para a recuperação seja manter esse enxugamento de estrutura mesmo com a recu-peração do mercado nos patamares anteriores. Já o governo agiu em algumas frentes, como foi o caso do Programa Clash For Clunkers, que incentivou a renovação da frota em agosto do ano passado, oferecendo benefícios de US$3.500 a US$4.500 por unidade. Esse programa fez as vendas aumentarem em 20%.

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Edward Tonkin: Foi uma tragédia a GM e a Chrysler terem, simplesmente, cortado concessionários. Os critérios de corte não foram justos e a NADA se ma-nifestou contra isso. Daí a razão da marca não participar de nossa Convenção. Mas tivemos uma reunião ontem (dia 14 de fevereiro), e estamos em paz agora. O go-verno irá fazer a arbitragem sobre quais os concessionários que têm condições de voltar a representar a marca e quais de-vem ser indenizados pela montadora.

Revista Dealer: Quantos concessioná-rios foram cortados de cada marca?Edward Tonkin: Foram cortados 789 Chrysler e 2.000 GM. Desses, 1.000 querem arbitragem. Em seis meses, saberão quem fi ca, quem fecha e será ressarcido. Outras marcas, como a Ford, preservam sua rede no mesmo número há três anos, e têm ótimo relacionamento com as concessionárias. Uma ação inteligente, pois, se a rede não estiver forte, o consumidor aban-donará a marca.

Revista Dealer: O Brasil foi considerado uma exceção neste mercado, registrando aumento nas vendas acima de 12% em 2009. Há lições a aprender com o país?Edward Tonkin: Sempre aprendemos com o Brasil. A redução dos impostos para o setor foi uma medida excelente. Nos Estados Unidos, as pessoas reclamam sobre a ajuda fi nanceira dada pelo governo às montadoras, pois alegam não saber onde o dinheiro foi parar. Quando se benefi cia o consumidor, como foi o caso do Brasil e também aqui, com o programa Clash For Clunkers, aí as pessoas sabem onde o dinheiro está sendo aplicado.

Revista Dealer: Já pensou em abrir ne-gócios no Brasil?Edward Tonkin: Quero aprender mais sobre o Brasil. O mercado é mais estável. Estive na Índia, mas lá existe 1 bilhão de pessoas. O Brasil é um país melhor para investir e está em desenvolvimento. Sou fã da Fórmula 1 e era do Ayrton Senna. Não sei se como concessionário, mas uma empresa norteamericana pode sim ter muito interesse em ir para o Brasil fazer seus negócios crescerem. Entre os países do BRIC, o Brasil é o que tem a melhor população, país belo, economia estável, tradição no mercado automotivo com empresas globais já instaladas, com capital aberto, enfi m, é um potencial e tanto.

Recuperação leva tempo

Além disso, o governo permitiu que o consumidor deduzisse, do Imposto de Renda, o imposto que era pago ao estado na compra de um veículo, o que representou de 5% a 6%, dependendo do estado.

Revista Dealer: Como fi caram os negó-cios no grupo Tonkin?Edward Tonkin: Tivemos redu-ção de 30% em nosso faturamento anual. Para reduzir custos, criamos uma Força Tarefa, composta por um grupo de 12 pessoas, que se debruça-ram para planejar uma nova estrutura de gestão que resultou no enxugamento de US$5 milhões a US$6 milhões no ano em despesas. Nosso foco esteve concentrado em serviços, pe-ças, vendas e novos negócios, na tentativa de reduzir custos e manter margens e lucratividade.

Revista Dealer: Para que o mercado se recupere totalmente, qual é a previsão da NADA?Edward Tonkin: As projeções de vendas são de 12 milhões em 2010 e, para 2011, deve ser ainda maior. Estamos numa recuperação lenta, mas será mais rápido do que se imagina. Em quatro ou cinco anos, retornaremos aos volumes anteriores, mas leva tempo.

Revista Dealer: Os concessionários serão os mesmos depois da crise?Edward Tonkin: Não acredito. Com custos mais baixos, de-vem se recuperar, mas não serão os mesmos. A GM, em apenas quatro meses, perdeu milhares de concessionários. O mercado terá que acordar para o consumo novamente. Haverá menos concessionários, com margens meno-res, custos mais enxutos e estruturas mais efi cientes.

Revista Dealer: E as mudanças afetarão também as montadoras?Edward Tonkin: Muitas montadoras, como GM e Chrysler, continuam ope-rando como sempre. Não estão flexi-bilizando suas operações. Empurram veículos para os concessionários, querem pressioná-los a perder margem, mas não reduzem seus próprios custos.

Revista Dealer: Por falar em GM... Por que a montadora não participou da Convenção da NADA?

O programa Clash For Clunkers

incentivou a renovação da frota em agosto do ano

passado, oferecendo benefícios de

US$3.500 a US$4.500 por unidade, e fez as vendas aumentarem

em 20%.

Estamos numa recuperação lenta,

mas será mais rápido do que se

imagina. Em quatro ou cinco anos,

retornaremos aos volumes anteriores,

mas leva tempo.

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Novas tecnologias, criatividade na venda e investimento no pós-venda podem ser armas fundamentais para enfrentar as difi culdades do setor de duas rodas.Novas tecnologias, criatividade na venda e investimento no pós-venda podem ser armas fundamentais para enfrentar as difi culdades do setor de duas rodas.

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A restrição ao crédito por parte das institui-ções financeiras tem mostrado uma nova realidade ao setor de motocicletas. Este mercado, que cresceu, em média, 21% en-tre 2005 e 2008 (praticamente dobrando o volume comercializado), registrou, em

2009, sua primeira queda (16,42%). Com esta mudan-ça, as empresas do setor de duas rodas precisaram alterar seus planos de ação: diversificação de produtos, novas tecnologias, redução de custos, além de se atentarem para novas modalidades de aquisição, já que a principal causa da queda no mercado se deu pela falta de crédito para o financiamento.

As financeiras passaram não só a exigir entrada para financiar o veículo, mas passaram a avaliar a ficha cadas-tral do comprador com maior rigor na comprovação de renda. De acordo com a ANEF – Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras, o financia-mento direto ao consumidor representava 57% do total de vendas em 2007. No ano passado, no auge da crise financeira internacional, o financiamento representou 48%. “No período de crise, o Consórcio Nacional Honda foi um importante instrumento para viabilizar o acesso dos consumidores aos nossos produtos”, explicou o Diretor Comercial da Moto Honda da Amazônia, Roberto Akiyama.

Dados da ANEF comprovam o que foi registrado na Honda. De 2007 para 2009, o consórcio de motos passou de 24% para 27% de participação nas vendas do segmento. As vendas realizadas a vista também obtiveram um expressivo crescimento, passando de 15% em 2007 para 23% no ano passado.

Diversifi car para vender

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Uma das alternativas utilizadas pela Honda para estimular as vendas em momentos de crise, foi facilitar o acesso do consumidor às motocicletas da marca por meio do consórcio. Além da segurança e da credibilida-de vinculadas ao sistema, esta modalidade de negócio ainda tem como principais vantagens as parcelas baixas e a ausência de juros, pois normalmente é cobrada apenas uma taxa de administração, que se refere à remuneração paga pelo consorciado à administradora pelos serviços que presta na organização e gestão do grupo. Os volumes de vendas de cotas em 2009, do Consórcio Nacional Honda, aumentaram em torno de 35% em relação a 2008. “Desta forma, em 2009, apesar da queda nas vendas e da entrada de novos concorrentes no mercado, o market share da Honda aumentou de 66% para 76%, com relação a 2008”, detalhou Akiyama.

Maior setor dentro do sistema de consórcios, as motocicletas mantiveram sua participação nas vendas internas com duas unidades por consórcio em cada cinco comercializadas no ano passado, de acordo com a ABAC – Associação Brasileira das Administradoras de Consór-cio. Segundo a entidade, as contemplações chegaram a 601,9 mil entre janeiro e dezembro/2009 (recorde desde 1997), 24,3% a mais que as 484,4 mil contabilizadas no mesmo período de 2008.

A venda de novas cotas de motos esteve acima de 1,1 milhão (recorde desde 2000), entre janeiro e dezembro últimos, 10% mais que as anteriores um milhão (jan-dez/2008). O número de participantes ativos nos grupos desse setor chegou aos 2,06 milhões (recorde desde 2000), em dezembro último, 4,6% mais

que o 1,97 milhão, do mesmo mês de 2008. O ticket médio mensal que em janeiro era de R$ 7,9 mil, cres-ceu 30,3% e atingiu R$ 10,3 mil, em dezembro.

Linha de crédito própria – A concessionária goiana, Belcar, representante da marca Yamaha, tomou uma iniciativa inovadora no período de turbulência. De acordo com o diretor comercial, Claudionor Fernandes, ao perceber que os agentes financeiros exigiam maior rigor no cadastro dos clientes, criou a própria linha de crédito para a aquisição de motos. “O comprador de motos tem um perfil de renda mais baixa, por isso a dificuldade de crédito era muito grande. Usamos o ca-pital acumulado no período de boas vendas e passamos a financiar as nossas vendas”, explica.

Segundo o diretor da Belcar, o cliente interessado em aderir a este financiamento dava uma entrada de 50% do valor do veículo e pagava o saldo em até 24 parcelas. “Esta alternativa ajudou a incrementar as vendas que estavam em baixa. Fizemos a mesma coisa com o depar-tamento de peças e o retorno foi bom”, diz. Esta nova modalidade de financiamento chegou a representar 30% das vendas da concessionária.

Outras ações desenvolvidas pela Belcar contri-buíram para o enfrentamento da crise no mercado. O investimento no pós-venda e no departamento de peças contribuiu para o retorno do cliente à conces-sionária. “Pós-venda é fundamental! Com as margens cada vez menores, devemos investir pesado nesta área. Hoje, cerca de 70% dos clientes que compram motos conosco, voltam para fazer serviços em nossa conces-sionária”, comemora.

Claudionor Fernandes, diretor comercial da Belcar, de Goiânia e Roberto Akiyama, da Honda Motos.

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A Volkswagen lança o novo modelo de pick-up Amarok, quinto modelo da marca na área dos veículos comerciais leves, em que já conta com o T5, Caddy, Crafter e a Saveiro. No segmento de duas rodas, o destaque é da Yamaha, que apresenta a YZF450F com sistema de injeção eletrônica e inúmeras mudanças no modelo. Lançamento também no setor de caminhões com o novo Stralis NR. Já a Honda, investe fortemente em segurança, apresentando o novo esportivo híbrido CR-Z e um simulador de condução para motoristas, ambos, serão comercializados, inicialmente, no Japão.

Novidades entre motos, comerciais leves e caminhões

Pela primeira vez, desde o lançamento da original YZ, há 38 anos, a nova Yamaha YZF450F surpreende por adotar um sistema de injeção eletrônica (F.I.) acompanhada de inúmeras mudanças que a tornaram um mo-delo único, um ícone exclusivo de uma nova geração. Para tirar maiores vantagens da injeção, a nova YZ450F conta com soluções mecânicas como um sistema de admissão e alimentação na parte dianteira do motor e escape na traseira, além do cilindro ficar inclinado para trás. Estes ajustes favorecem a dirigibilidade e também contribui para a distribuição de peso na moto.

Enquanto isso, o chassi adota alumínio – projetado recentemente com a armação em viga bilateral, que tem características como excelente absorção de choques e que, em combinação com o rebaixamento do centro de gravidade, ajudam a alcançar um nível mais elevado de desempenho e maneabilidade.

O design externo também foi renovado para alcançar “the ultimate in functional beauty”, combinado à funcionalidade. Um novo acessório, que agora soma pontos junto aos pilotos é o “YZ Power Turner”, que tem o tamanho de um celular e permite o ajuste do volume de injeção de combustível.

A nova YZF450R está disponível ao preço sugerido, de R$ 34.144,00.

YZ450F 2010 com o DNA das pistas

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O novo modelo de pick-up media Amarok, da VW, promete ser destaque pelo seu desempenho em consumo de combus-tível, de até 13 km/litro, proporcionado pela motorização biturbo de última geração com sistema de injeção direta.

Também há novidades no que diz respeito ao espaço da cabine, à largura e altura da caçamba, bem como à facili-dade e capacidade de carregamento. No quesito seguran-ça, a nova pick-up conta com inovações – ESP (programa eletrônico de estabilidade, como opcional) e ABS Off-Road (sistema de frenagem antibloqueio adaptado a condições exigentes do off-road).

O modelo está sendo disponibilizado internacionalmente na versão de cabine dupla (DoubleCab) com quatro portas, que oferece amplo espaço para cinco ocupantes adultos. A versão com cabine simples (SingleCab), com duas portas e caçamba mais longa, será comercializada no primeiro semestre de 2011.

A Amarok vem equipada com um motor de alta tecno-logia: o TDI de 2,0 litros, 4 cilindros e 16 válvulas, com 163 cv, dotado de sistema de injeção direta common-rail e alimentado por dois turbocompressores, com torque máximo de 40,7 kgfm a apenas 1.500 rpm. Toda esta força não com-promete o consumo médio, de 7,6 litros de diesel por 100 quilômetros rodados – 13,1 km/l (em 4x2).

Volkswagen lança a pick-up media Amarok

Esta motorização traz o conceito de “downsizing” com motores de baixa cilindrada, mas com alta potência e torque. Com autonomia próxima de 1000 quilômetros, graças ao consumo médio reduzido, o abastecimento é realizado com muito menos frequência que o normal. A unidade turbodiesel com injeção direta cumpre as normas mais severas de emissões e são conjugadas, de série, a uma transmissão manual ZF de seis velocidades.

A Amarok Highline conta com retrovisores parcialmen-te cromados, painel de instrumentos com cor de fundo exclusiva, ar condicionado automático (Climatronic), sistema de som sofisticado e o revestimento dos bancos em couro.

Além do equipamento de série, a Amarok oferece uma extensa lista de acessórios, como estribos laterais, santan-tonio, protetor e cobertura da caçamba (capota marítima) e rodas de liga leve de 19 polegadas.

O modelo está disponível em oito cores, entre elas cinco metálicas e uma perolizada. O nome da nova pick-up, Amarok, que será utilizado internacionalmente, provém da língua dos inuit, povo nativo do norte do Canadá e da Groelândia, e significa lobo. O modelo é o quinto modelo da marca na área dos veículos comerciais leves, em que já conta com o T5, Caddy, Crafter e a Saveiro.

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Iveco Stralis NR: um pesado inspirado nos clientes

A Iveco lançou, no dia 19 de março, no Costão do Santinho, em Santa Catarina, a nova família Stralis NR (New Range). Projetada com a participação dos clientes da mar-ca, a linha conta com três versões – 460NR (o mais potente caminhão pesado da marca na América Latina), 410NR e o 380 NR, com 460 cv, 415 cv e 380 cv de potência, res-pectivamente. “Os modelos foram projetados com a ajuda dos clientes. A Iveco realizou uma pesquisa com frotistas, autônomos, concessionários e fabricantes de implementos, que contribuíram com grandes inovações para o produto”, afirmou Luciano Cafure, gerente da plataforma de veículos pesados da montadora. Modelos modificados foram testados por 50 clientes, que também apresentaram suas sugestões.

Os veículos se destacam pelo freio motor, agora, mais potente; pela maciez da embreagem e do câmbio. Os modelos de 460 cv e 410 cv contam um sistema inédito de embreagem com esforço de acionamento de 8 kg, ou seja, o esforço do pedal foi reduzido em 50%, o que permite fazer a comparação com o esforço realizado num automóvel com motorização 1.0. O resultado só foi permitido pela adoção de um duplo sistema pneumático. A inovação foi alcançada por Ricardo Coelho, engenheiro de produto da montado-ra. “Ricardo proporcionou o primeiro pedido de patente mundial da Iveco”, comentou Renato Mastrobuono, diretor de desenvolvimento de produto da

Iveco. O projeto conquistou a primeira patente registrada na matriz italiana da Iveco em nome do Centro de Desenvol-vimento de Produto Iveco de Sete Lagoas.

O engenheiro também inovou ao desenvolver uma embreagem monodisco mais robusta e com durabilidade superior às de disco duplo – aumentou em 6 kg a massa do platô, peça que atua no engate e desengate de marchas. “Um ganho de 100% em durabilidade”, comentou Coelho.

O conforto na troca de marchas foi ampliado, com a redução de 40% no esforço do motorista ao utilizar a ala-vanca de câmbio.

Com a maior durabilidade de peças, a montadora reduziu quase pela metade o número de revisões em dois anos de utilização do caminhão. Segundo Maurício Gouveia, diretor de pós-venda da montadora, a manutenção inicial do Stralis NR, para aplicações bitrens e rodotrens, é recomendada com 30 mil km e não mais com 10 mil km, e as revisões perió-dicas, antes feitas com 20 mil km, passam a ser realizadas com 30 mil km.

Com três opções de tração (4X2, 6X2 e 6X4), duas de câmbio, quatro de eixo traseiro e cabinas de teto alto e baixo, os novos pesados Iveco permitem mais de 60 confi-gurações diferentes.

O desenvolvimento da linha foi iniciado em 2007, após o lançamento da segunda geração do Stralis no

Brasil. Foram 18 meses de trabalho, que en-volveu 110 engenheiros. Mais de 2 milhões de quilômetros de testes foram realizados em todo o País. Segundo Mastrobuono, o maior teste de campo da história da Iveco do Brasil. Os investimentos do projeto NR somaram R$ 23 milhões.

Para 2010, a montadora prevê vendas de 4,5 mil unidades. Os preços variam de R$ 280 mil a R$ 390 mil.

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Honda inicia vendas do híbrido esportivo CR-Z no Japão

A Honda iniciou as vendas do novo CR-Z para o mercado japonês. Um veículo esportivo que inovou ao se tornar o primeiro híbrido da história equipado com uma caixa de seis velocidades com câmbio manu-al. O modelo havia sido apresentado durante o Salão de Tóquio (Japão), em outubro do ano passado. O veículo chama a atenção pelo avançado sistema IMA

Novo simulador de conduçãoA Honda iniciou a comercialização de um

novo simulador de condução para os motoristas de automóvel. Destinado para o mercado japo-nês, o aparelho visa educar as pessoas sobre como dirigir com segurança no dia a dia.

O novo simulador conta com gráficos e descrições de fácil compreensão, dando dicas de como ser cauteloso no trânsito. Além disso, o motorista recebe conselhos de como garantir uma condução segura em situações desfavorá-veis, como acidentes e colisões.

Com instruções mais detalhadas e precisas, o novo aparelho é composto por três telas de LCD de 42 polegadas, onde a pessoa tem a sen-sação de estar muito próxima da realidade.

O equipamento conta ainda com programas que permitem simular conduções em modo noturno, com neve e em rodovia. A expectativa de vendas no Japão neste primeiro ano é de 30 unidades. Desde 2001, a Honda desenvolve simuladores de condução de automóveis. A marca também é responsável por desenvolver simuladores de motocicletas e bicicletas, vi-sando aprimorar a capacidade de pilotagem das pessoas e a segurança no trânsito.

(Integranted Motor Assist – Motor de Assistência Integrado). Visando eficiência e economia, utiliza, como principal fonte de energia, o motor a gasolina de baixa emissão de poluentes, auxiliado por outro elétri-co. O motor i-VTEC, 1,5 l combina uma condução segura com economia de combustível. O CR-Z tem espaço para dois ocupantes.

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Apoio Jurídico Por Vasco João Savordelli

Vasco João Savordelli é sócio da Lopes da Silva & Associados, responsável pela área tributária.

PERÍODOS DA REDUÇÃO DO IPI PARA vEÍCULOS A ÁLCOOL OU fLEXMotorização dos veículos Redução da alíquota % reduzido

DE MEADOS DE DEzEMbRO DE 2008 A fInS DE SEtEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 0% 100%Automóveis de 1001 até 2000 cc 11% È 5,5% 50%

OUtUbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 0% 100%Automóveis de 1001 até 2000 cc 11% È 6,5% 41%

nOvEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 0% 100%Automóveis de 1001 até 2000 cc 11% È 7,5% 31,8%

nOvEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 3% 57,1%Automóveis de 1001 até 2000 cc 11% È 7,5% 31,8%

QUAntIDADE DE vEÍCULOS EMPLACADOS Até outubro de 2008 novembro de 2008 2009 Média mensal Média mensal Média anual Mês 12Automóveis 191,2 132,5 206,6 223,5Comerciais leves 41,0 33,8 44,2 54,5Caminhões 10,4 9,3 9,1 12,7

A inteligente medida adotada pelo governo em reduzir, temporariamente, a carga tributária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, que incide na operação de venda da montadora/importadora e refl ete, diretamente, no preço fi nal ao consumidor, além de incentivar o mercado, proporcionou aumento da arrecadação de todos os tributos nas operações com os mesmos produtos.

A compreensão sobre o fato é bastante simples: reduzindo a carga tributária, houve o incentivo para que o consumidor buscasse adquirir o veículo. Com a elevação de veículos negociados, a arrecadação com os outros tributos que incidem sobre

o produto aumentou. Mesmo benefício ocorreu com a redução do I.P.I. sobre a cha-mada linha branca de produtos eletrodomésticos e móveis. A seguir, para uma visão mais ampla, uma demonstração do ocorrido com os veículos automotores:

Redução do IPI aumentou a arrecadação de outros tributos

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Os fatos ocorridos são bastante significativos. A compa-ração se fez com a média: antes da crise, no mês do início da crise (redução no movimento de 30,7% em autos, 17,5% em comerciais leves e 10,6% em caminhões), com a quantidade na média do ano de 2009 e quantidade ocorrida no mês de dezembro de 2009.

Aumento em outros tributos – A consequência disso tudo signi-ficou, além da manutenção e mesmo a criação de empregos, a melhora na economia e aumento da carga de outros tributos. Confira abaixo alguns resultados da área automotiva.

PERÍODOS DA REDUÇÃO DO IPIMotorização dos veículos Redução da alíquota % reduzido

DE MEADOS DE DEzEMbRO DE 2008 A fInS DE SEtEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 0% 100%Automóveis de 1001 até 2000 cc 13% È 6,5% 50%Caminhonetas, pick-ups e semelhantes 8% È 1% 87,55%

OUtUbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 1,5% 78,5%Automóveis de 1001 até 2000 cc 13% È 8% 38,5%Caminhonetas, pick-ups e semelhantes 8% È 1% 87.5%Caminhões 5% È 0% 100%

nOvEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 3% 57,1%Automóveis de 1001 até 2000 cc 13% È 9,5% 26,9%Caminhonetas, pick-ups e semelhantes 8% È 1% 87.5%Caminhões 5% È 0% 100%

DEzEMbRO DE 2009Automóveis até 1000 cc 7% È 5% 28,6%Automóveis de 1001 até 2000 cc 13% È 11% 5,4%Caminhonetas, pick-ups e semelhantes 8% È 1% 87.5%Caminhões 5% È 0% 100%

DE jAnEIRO DE 2010 A jUnhO DE 2010Automóveis até 1000 cc Retorna a 7% 0%Automóveis de 1001 até 2000 cc Retorna a 13% 0%Caminhonetas, pick-ups e semelhantes 8% È 4% 50%Caminhões 5% È 0% 100%

Note que a carga tributária a que foi submetido o aumento das operações é ALTÍSSIMA. O resultado positivo dessa redu-ção é até hoje sentida. O jornal O Estado de São Paulo, no dia 16/03/2010, publicou o artigo “Com fim do desconto do IPI, falta carro nas lojas”. O positivo resultado alcançado não é uma experiência nova. Já tivemos resultado positivo na década de 60, quando houve redução gradativa do imposto de consumo, atual IPI. O que se percebe, então, é que a redução da carta tributária deverá resultar num aumento da arrecadação, como preconiza a Ação Empresarial – o que torna verdadeira a máxima “onde todos pagam, todos pagam menos e a arrecadação aumenta”.

tRIbUtOS fEDERAISCOfInS 9,6%PIS 2%Imposto de Renda 25% CSSLL 9%

tRIbUtOS EStADUAISICMS 12%IPvA 2% a 4%

tRIbUtOS MUnICIPAISISS 2% a 5%(com mais veículos mais serviços foram prestados)

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Debate Por Luiz Marins

O professor Luiz Almeida Marins é antropólogo e consultor de empresas, diretor da Anthropos Consultoria.

Este artigo escrevi em 31 de agosto de 2003. Não tenho ilusões, gerará muita polêmica, como gerou quando o publiquei pela primeira vez. Não posso provar nada do que vou dizer. Trata-se, tão e somente, de uma visão que acredito como antropólogo, analisando o mundo em que estamos vivendo e tomando como base os trabalhos de consultoria que tenho prestado a empresas nacionais e transnacionais por quase trinta anos.

Sem xenofobismo algum e sem medo do que, acredito, vai acontecer, o Brasil sofrerá, nos próximos anos, uma forte invasão do capital estrangeiro. Não se trata de

perguntar se será bom ou ruim para nós. Em minha opinião, essa invasão ocorrerá, queiramos ou não, gostemos ou não.

A lógica desta minha certeza é simples:O mundo inteiro está conturbado. Muito mais conturba-

do e complexo do que nós brasileiros imaginamos. O Oriente Médio, o Sudeste Asiático, a Europa, os Estados Unidos, o Japão, a Índia, a China, todos têm problemas próprios especí-ficos bastante preocupantes. Europa, Japão e Estados Unidos, mercados maduros com chances quase nulas de expansão nos próximos anos. O Japão está em depressão há mais de três anos. A Europa, envelhecida, vê sua população consumidora sumindo a cada dia. O movimento pró-imigração sofre vio-lenta oposição na Europa e nos Estados Unidos. As empresas precisam de imigrantes para ter para quem vender, mas a po-pulação vê nessa abertura os perigos dos aumentos das tensões sociais, inevitáveis. Os Estados Unidos serão, cada dia mais, alvo de grupos terroristas, de insegurança e sua mão de obra, a cada dia, será tão mais cara que o restante do mundo que produzir lá será quase impossível pelos custos. Assim, o déficit americano é brutal, quase inimaginável para nós, chegando à casa de um bilhão de dólares por dia!

É bom lembrar que a China e a Índia, grandes competi-dores do Brasil pelo capital externo, são países não-ocidentais. Desde o idioma, sistema jurídico-legal, cultura, etc. tudo é absolutamente diferente do mundo ocidental. Além disso, a China tem um regime político fechado, comunista. A Índia tem mais de mil dialetos, sistema de castas de complexa compreensão para os ocidentais, uma imensa população campesina que chega a 72% dos habitantes. Vinte e dois por cento dos miseráveis do mundo estão na Índia.

Vão invadir o Brasil

O Brasil, ocidental, com um sistema bancário dos mais avançados do mundo; com empresas modernas e ocidentais aqui presentes há mais de cinquenta anos; com um sistema moderno de telecomunicações, etc. em minha opinião será o local escolhido pelo capitalismo para aportar seus trilhões de dólares que buscam pouso diariamente neste mundo maluco e inseguro. Lembre que as diversas fontes falam em mais de três trilhões de dólares que voam diariamente no mundo pro-curando um pouso seguro para dar retorno a seus acionistas – fundos de pensão, fundos de investimentos.

Como o leitor não ingênuo bem sabe, o capital não tem pátria. Já tivemos as invasões holandesas – Companhia das Índias Ocidentais – e francesa, todas elas financiadas pelo capital internacional da época. Os holandeses expulsos do Brasil compraram a ilha de Manhattan e criaram a Nova Amsterdã, hoje Nova York.

Sendo bem explícito o que acredito é o seguinte:O capitalismo internacional usará o Brasil como “local

privilegiado” para aqui fazer o seu “porto seguro” (sic). Produ-tores de grãos americanos comprarão cada vez mais terras no Brasil e daqui enviarão para o mundo. Produtores de veículos farão o mesmo. E todos os setores utilizarão o Brasil como uma “base” para seus interesses internacionais. Por quê?

Porque o Brasil é um País neutro, pacífico, fora das con-tendas internacionais étnicas ou fundamentalistas. É um País pacífico, cristão, de um povo simples e cordial como dizia Sérgio Buarque de Holanda e de um povo “tolerante” como afirmava Gilberto Freyre. Além de tudo que recebe, como

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nenhum outro país do mundo, os estrangeiros de braços abertos.

No Brasil temos o instituto da “dupla nacionalidade” que poucos países aceitam. Funcionamos na base do “Jus Soli” e não do “Jus Sanguinis” isto é, consideramos “brasileiros” os que nascem em nosso solo e não classificamos as pessoas pelo sangue como fazem os anglo-saxões, por exemplo.

Ficamos orgulhosos quando sa-bemos que a Volkswagen “brasilei-ra” exporta “nossos produtos” para o mundo inteiro. Consideramos o “Gol” brasileiro e não “alemão”. Consideramos os carros Chevrolet exportados para o mundo como “brasileiros” e não “americanos”. Nos Estados Unidos, qualquer Toyota é japonês e não americano. Um Honda é sempre japonês, embora fabricado no solo americano.

Produtos “Made in Brazil” não têm qualquer restrição política ou fundamentalista no mundo. Quem pode ser contra produtos feitos na terra do “samba” do “futebol”, do Pelé e dos Ronaldinhos?

O Brasil vem recebendo investimentos diretos em valores superiores nos últimos meses. Os jornais noticiam estrangei-ros comprando entidades de ensino superior – faculdades, universidade no Brasil. O Departamento de Agricultura dos EUA (Ministério da Agricultura) diz que o número de plan-tadores de grãos americanos interessados em comprar terras no Brasil tem crescido exponencialmente. Por quê?

De repente, nós, ingênuos brasileiros veremos a OMC aceitar todas as exigências “brasileiras” com relação ao co-mércio internacional. E a razão será que mais de 50% desses produtos “brasileiros” serão produzidos aqui pelo capital in-ternacional. A soja “brasileira” será das Cargil, dos Bunge, das Monsanto, etc. Nossos veículos invadirão o mundo – todos “brasileiros” produzidos pela Mercedes-Benz, Fiat, General Motors, Toyota, Renault, etc.

Todas as barreiras irão cair, uma a uma, como por encanto. Nossos políticos dirão que o Brasil é a “bola da vez” positiva.

Assim, o capital internacional encontrará a cada dia mais no Brasil um porto seguro para investir. Quem no Brasil é anti-semita? Quem deixa de comprar produtos pela sua ori-gem étnica ou religiosa?

É bom lembrar que o Brasil tem como “ethos” ou visão ilusória (como querem alguns) ser uma sociedade igualitária, de paz, de convivência, de tolerância. “Todos” somos “bra-sileiros” – árabes, judeus, muçulmanos, cristãos mórmons,

católicos, protestantes de todas as denominações.

Temos a visão ilusória de que no Brasil negros e brancos vivem harmonicamente, sem precon-ceitos. A quem interessa ver os negros dizendo-se cada vez menos “brasileiros” e mais “negros” ou os brancos dizendo-se os “legítimos brasileiros” ou aos descendentes de portugueses dizendo-se os reais “do-nos da nacionalidade brasileira”?

Já se disse inúmeras vezes que o “melhor produto do Brasil é o brasileiro”. Executivos do mundo todo que viajam sem parar, dariam

tudo para ter um passaporte brasileiro. A primeira coisa que um sequestrador faz é tomar os passaportes dos sequestrados para saber sua nacionalidade. Todos têm alguma coisa em sua história que os poderá fazer discriminados. Se for de Israel, Arábia Saudita, França, Alemanha, sempre terão histórias de guerra e discriminação no passado. Se for americano, não é preciso comentar. E o brasileiro? Trata-se de um “inofensivo”. Quem é contra o Brasil? Na própria América Latina, o Brasil é o País menos discriminado. Argentinos e Chilenos pouco se dão. Colombianos e venezuelanos, idem. O Brasil é sempre visto (ainda) como o “cordial” e o “tolerante”, o “alegre” como dizem os autores, muitas vezes discriminados por isso afirma-rem. Mas essa é uma verdade sociológica insofismável.

O único “risco” que corremos, portanto, é ver as diversas etnias e religiões se autodenominando mais “eles” dos que “brasileiros”. Isso atrairá o que nunca tivemos.

Como acredito que o bom senso desses grupos acabe prevalecendo, até pela experiência que tiveram em outros países, o Brasil continuará sendo o local ideal para o capi-talismo ocidental e mesmo investimentos da China, Índia, Indonésia e outros.

Não me pergunte, repito, se isso será bom ou ruim para nós brasileiros. Empregos e renda serão gerados para o Brasil, neste mundo globalizado e desnacionalizado. Será que algum brasileiro quer que Volkswagen deixe o Brasil? Que a Danone ou Nestlé vão embora? Que a Eletrolux ou a Philips nos dei-xem? Ou que a Brastemp (Whirpool – americana) ou Walita (Philips – holandesa) deixem de existir como “brasileiras”?

Um dos mais importantes fundamentos teóricos da an-tropologia é não emitir juízos de valor etnocêntrico. Fazemos apenas uma análise do que acreditamos com base em dados etnográficos e fazemos ilações teóricas antropológicas. Acre-dite. O mundo virá para o Brasil. Pense nisso. Sucesso!

O capitalismo internacional usará o Brasil como “local privilegiado” para aqui

fazer o seu “porto seguro” (sic). Produtores de grãos

americanos comprarão cada vez mais terras no Brasil e daqui enviarão

para o mundo. Produtores de veículos farão o

mesmo. E todos os setores utilizarão o Brasil como uma “base” para seus

interesses internacionais.

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Espaço Aberto Por Cícero Lima

Cícero Lima é jornalista especializado no setor automotivo e editor da Revista Duas Rodas. Escreve para a Revista Dealer em edições intercaladas.

Concessionária Yamaha na Índia.

Viajar sempre aumenta nossos conhecimentos. Em recente visita à Índia, conheci o sistema de vendas de um concessionário do outro lado do mundo.

Nada como vivenciar uma situação para entendê-la melhor. Entender o termo superpopuloso, só conhecendo um país com essa característica. E isso aconteceu comigo. Dessa

vez, a história se passa longe, muito longe. E aconteceu há pouco tempo, mês passado. Estive na Índia à convite da Dafra, onde conheci a fábrica da Apache RTR 150, a TVS, a sexta maior fabricante de motos do mundo.

Como sempre, aproveitei a viagem para conhecer mais do cotidiano das concessionárias. Apenas para situá-lo, a TVS dis-puta o mercado local com marcas como Hero Honda, Yamaha, Suzuki, Bajaj e Mahindra. É a terceira colocada no ranking indiano com 14% das vendas, o que já equivale a toda produção de motos brasileiras.

A população indiana é de 1,2 bilhão de habitantes, para um território inferior à metade do brasileiro. E tudo na Índia é superlativo, até a frota de motos: cerca de 70 milhões (no Brasil, temos 10% disso). Com tantos consumidores, a briga entre as marcas poderia até ser mais tranqüila, mas não é. Aliás, está longe disso! Entrei na concessionária TVS, da cidade de Bangalore, e descobri que um dos fatores mais importantes para vender mo-tos é o trabalho de “formiguinha”. A equipe de vendas se lança a campo e conversa com os consumidores em feiras, mercados,

Trabalho de formiga

empresas... “Onde houver gente, tem um vendedor meu”, afir-mou o gerente da concessionária.

Segundo ele, a recém-inaugurada concessionária vende, mensalmente, 200 motos, mas deve atingir a meta de 400 mo-tos/mês ao se consolidar. “Temos 40 funcionários e precisamos atingir essa meta para equilibrar as contas”, explica. Outro setor também importante é a oficina, onde máquinas e equipamentos novos testemunham o empenho da equipe em atingir metas de bom atendimento e lucratividade no pós-venda, além, é claro, de contribuir para a boa reputação da marca e garantir futuras vendas. “Apesar de nosso produto ser bom, a concorrência é agressiva e não podemos descuidar”.

Enquanto escutava o gerente, meus olhos passeavam pelo showroom e flagravam uma pilha de Rúpias, a moeda indiana, nas mãos de um comprador que fechava negócio. Metade das vendas na Índia se dão à vista, e as financiadas têm entrada mí-nima de 20% e saldo em até 48 parcelas.

Despedi-me da equipe da concessionária e entrei no carro. Assistia ao povo se espremendo nas ruas e calçadas, enquanto a moto cumpria um papel social. Famílias inteiras necessitam desse transporte econômico, que ajuda a impulsionar o progresso experimentado pela Índia na última década.

Mesmo com tantas diferenças culturais entre brasileiros e indianos temos pontos comuns quando o assunto é venda de motos. Para se manter no negócio é preciso dedicação e uma equipe integrada, que conheça o produto, bem como um pós-venda eficiente.

Outro fator importante é o serviço de formiguinha, que con-siste em visitar o cliente onde ele estiver. Provavelmente, a grande lição que aprendi na Índia e agora compartilho com os leitores de Dealer: esperar de braços cruzados que o cliente vá à loja ou a publicidade faça todo o serviço é uma atitude acomodada que pode não ser perdoada em um mercado competitivo.

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