resumo do livro estudo de movimentos e tempos

53
RESUMO DO LIVRO: ESTUDO DE MOVIMENTOS E TEMPOS Projeto e medida do trabalho Ralph M. Barnes CAPÍTULO l Definição e finalidades do estudo de tempos e de movimentos Os termos estudo de tempos e estudo de movimentos receberam diversas interpretações desde sua origem. O estudo de tempos, introduzido por Taylor. foi usado principalmente na deter¬minação de tempos-padrão e o estudo de movimentos, desenvolvido pelo casal Gilbreth, foi empregado na melhoria de métodos de trabalho.  Apesar de Taylor e Gilbreth terem desenvolvido o seu trabalho pioneiro na mesma época, parece que, naqueles primórdios, deu-se mais ênfase ao estudo de tempos e ao valor por peça do que ao estudo de movimentos. Foi só em 1930 que se iniciou um movimento geral para estudar o trabalho com o objetivo de descobrir métodos melhores e mais simples de se executar uma tarefa. Seguiu-se então um período durante o qual os estudos de tempos e de movimentos foram usados conjuntamente, ambos se complementando. O termo resultante, estudo de movimentos e de tempos, começa a ser conhecido. Rápidas transformações estão se processando neste campo. Hoje, a finalidade do estudo de tempos e d= movimentos é mais ampla; a filosofia e a prática moderna diferem dos conceitos originais. Hoje, a nossa preocupação principal é a definição de sistemas e métodos de trabalho; nosso objetivo é determinar o método ideal ou o que mais se aproxima do ideal para ser usado na prática. No passado, dava-se ênfase à melhoria dos métodos existentes, em lugar de se definir cuidadosamente o problema ou se formular o objetivo e, então, encontrar a solução preferida. Já se sugeriu que os termos engenharia de métodos, projeto de trabalho ou estudo de trabalho, deveriam ser usados em lugar de estudo de movimentos e

Upload: daniel-pereira-dos-santos

Post on 17-Oct-2015

250 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • RESUMO DO LIVRO: ESTUDO DE MOVIMENTOS E TEMPOS

    Projeto e medida do trabalho

    Ralph M. Barnes

    CAPTULO l

    Definio e finalidades do estudo de tempos e de movimentos

    Os termos estudo de tempos e estudo de movimentos receberam diversas

    interpretaes desde sua origem. O estudo de tempos, introduzido por Taylor.

    foi usado principalmente na determinao de tempos-padro e o estudo de

    movimentos, desenvolvido pelo casal Gilbreth, foi empregado na melhoria de

    mtodos de trabalho.

    Apesar de Taylor e Gilbreth terem desenvolvido o seu trabalho pioneiro na

    mesma poca, parece que, naqueles primrdios, deu-se mais nfase ao estudo

    de tempos e ao valor por pea do que ao estudo de movimentos. Foi s em

    1930 que se iniciou um movimento geral para estudar o trabalho com o objetivo

    de descobrir mtodos melhores e mais simples de se executar uma tarefa.

    Seguiu-se ento um perodo durante o qual os estudos de tempos e de

    movimentos foram usados conjuntamente, ambos se complementando. O

    termo resultante, estudo de movimentos e de tempos, comea a ser conhecido.

    Rpidas transformaes esto se processando neste campo. Hoje, a finalidade

    do estudo de tempos e d= movimentos mais ampla; a filosofia e a prtica

    moderna diferem dos conceitos originais. Hoje, a nossa preocupao principal

    a definio de sistemas e mtodos de trabalho; nosso objetivo determinar o

    mtodo ideal ou o que mais se aproxima do ideal para ser usado na prtica. No

    passado, dava-se nfase melhoria dos mtodos existentes, em lugar de se

    definir cuidadosamente o problema

    ou se formular o objetivo e, ento, encontrar a soluo preferida.

    J se sugeriu que os termos engenharia de mtodos, projeto de trabalho ou

    estudo de trabalho, deveriam ser usados em lugar de estudo de movimentos e

  • de tempos. Talvez esses termos venham a ser usados; atualmente todavia

    existe uma tendncia definida no sentido de que a expresso projeto de

    mtodos seja sinnimo de estudo de movimentos e de que medida do trabalho

    seja sinnimo de estudo de tempos. Portanto as expresses estudo de

    movimentos e de tempos e projeto de mtodos e estudo de movimentos sero

    usadas indiferentemente neste livro e tero os significados descritos a seguir.

    DEFINIO DO ESTUDO DE MOVIMENTOS E DE TEMPOS. O estudo de

    movimentos e de tempos o estudo sistemtico dos sistemas de trabalho com

    os seguintes objetivos: (1) desenvolver o sistema e o mtodo preferido,

    usualmente aquele de menor custo; (2) padronizar esse sistema e mtodo; (3)

    determinar o tempo gasto por uma pessoa qualificada e devidamente treinada,

    trabalhando num ritmo normal, para executar uma tarefa ou operao

    especfica; e (4) orientar o treinamento do trabalhador no mtodo preferido.

    O estudo de movimentos e de tempos composto de quatro partes como

    mostra essa definio. Todavia as duas partes principais, as quais recebero

    maior nfase neste livro, so as seguintes.

    ESTUDO DE MOVIMENTOS OU PROJETO DE MTODOS. Encontrar o

    melhor mtodo de se executar a tarefa.

    ESTUDO DE TEMPOS OU MEDIDA DO TRABALHO. Determinar o tempo-

    padro para executar uma tarefa especfica.

    1.

    Desenvolvimento do mtodo preferido projeto de mtodos. No seu sentido

    mais amplo, toda empresa comercial ou organizao industrial preocupa-se

    com a criao de bens e servios sob alguma forma, utilizando homens,

    mquinas e materiais. Numa fbrica, por exemplo, o processo de produo

    talvez inclua o processamento de matria-prima, a usinagem e fabricao de

  • peas e a entrega do produto acabado. No planejamento desse processo de

    fabricao, devero ser considerados tanto o sistema no seu conjunto quanto

    cada operao individual que forma o sistema ou processo. O planejamento

    desse processo emprega o sistema geral de problema-so-luo. O pessoal das

    cincias fsicas e aplicadas refere-se ao procedimento problema-soluo como

    o mtodo sistemtico, mtodo cientfico ou mtodo de engenharia.

    Concisamente, o procedimento problema-soluo pode ser definido como se

    segue.

    1) Definio do problema preparar um relatrio geral de metas e objetivos

    formular o problema.

    2) Anlise do problema - obter fatos determinar especificaes e

    restries descrever o mtodo atual se estiver em funo.

    3) Pesquisa de solues possveis tentar o mtodo de eliminao usar

    listas de verificao aplicar os princpios de economia de movimentos

    usar a imaginao criativa.

    4) Avaliao das alternativas determinar qual a soluo prefervel mtodo

    que fornea o menor custo e requeira o menor capital mtodo que permita a

    entrada mais rpida em produo do produto mtodo que fornea a melhor

    qualidade ou a menor perda.

    5)

    Recomendao para a ao preparar relatrios escritos fazer

    apresentao verbal levantar os dados existentes que possam ajudar

    antecipar perguntas e possveis objees.

    O projeto de mtodos inicia-se com a considerao do objetivo fabricar um

    determinado produto, administrar uma tinturaria ou operar uma central de

    tratamento de leite. O que se pretende projetar um sistema, uma sequncia

    de operaes e procedimentos que mais se aproximem da soluo ideal.

    Durante os ltimos anos foram desenvolvidas tcnicas que facilitam este

    trabalho. Elas sero apresentadas em detalhes nas pginas que se seguiro.

  • 2. Padronizar a operao registro do mtodo padronizado. Depois de ter

    sido encontrado o melhor mtodo de se executar uma operao, esse mtodo

    deve ser padronizado. Normalmente, a tarefa dividida em trabalhos ou

    operaes especficos, os quais sero descritos em detalhe. O conjunto de

    movimentos do operador, as dimenses, a forma e a qualidade do material, as

    ferramentas, os dispositivos, os gabaritos, os calibres e o equipamento, devem

    ser especificados com clareza. Todos esses fatores, bem como as condies

    de trabalho do operador, precisam ser conservados depois de haver sido

    padronizados. Um registro do mtodo padronizado de operao, fornecendo

    descrio detalhada da operao e das especificaes para execuo da

    tarefa, a maneira mais comum de preservar-se os padres.

    3. Determinar o tempo-padro medidas do trabalho. O estudo de

    movimentos e de tempos poder ser usado para determinar o nmero-padro

    de minutos que uma pessoa qualificada, devidamente treinada e com

    experincia, deveria gastar para executar uma tarefa ou operao especificas

    trabalhando normalmente. Esse tempo-padro poder ser usado no

    planejamento e programao para estimativa de custos ou para controle de

    custos da mo-de-obra. Poder tambm servir como base para o plano de

    incentivos salariais. No incio, o uso do tempo-padro era, algumas vezes,

    convertido em valor monetrio e era chamado valor por pea. Os valores por

    pea eram geralmente expressos em dlares para cem peas executadas e

    esses valores por pea eram usados como indicao para o pagamento dos

    operrios.

    Apesar de tempos elementares, tempos sintticos e amostragem do trabalho

    serem tambm usados na determinao dos tempos-padro, o mtodo mais

    comum de se medir o trabalho humano a cronometragem01. A operao a

    ser estudada dividida em elementos e cada um desses elementos

    cronometrado. Calcula-se um valor representativo para cada elemento e a

    adio dos tempos elementares fornece o tempo total para a execuo da

  • operao. A velocidade usada pelo operador durante a cronometragem

    avaliada pelo observador e o tempo selecionado pode ser ajustado de forma

    que um operador qualificado, trabalhando em ritmo normal, possa executar

    sem dificuldade o trabalho no tempo especificado. Esse tempo ajustado

    denominado tempo normal. Ao tempo normal so adicionadas tolerncias para

    necessidades pessoais, fadiga e esperas, resultando assim o tempo-padro

    para a operao.

    4. Treinar o operador.

    O mais eficiente mtodo de trabalho tem pouco valor a menos que seja posto

    em prtica. necessrio treinar o operador para executar a operao da

    maneira pr--estabelecida.

    Quando o nmero de pessoas empregadas em uma operao pequeno e o

    trabalho relativamente simples, costume treinar o operador em seu prprio

    local de trabalho. O mestre, o cronoanalista, o engenheiro de produo ou

    mesmo um operrio hbil podem ser os instrutores. Na maioria dos casos, o

    mestre o responsvel pelo treinamento do operador e depende

    frequentemente do departamento de mtodos e padres para ser assistido

    nessa tarefa.

    O "Registro do mtodo padronizado" sempre uma ajuda valiosa para o

    mestre. Quando vrios empregados devem ser treinados para uma nica

    operao, o treinamento feito s vezes pela seo de treinamento do

    departamento de tempos e mtodos. Grficos, modelos e filmes podem ser

    usados nesse programa de treinamento.

    EXTENSO. Com o objetivo de fornecer uma viso geral e mostrar as inter-

    relaes. apresentamos, na Fig. l, as principais tcnicas e, na Fig. 2, a

    extenso do campo do estudo de movimentos e de tempos. No passado,

    dava-se grande importncia em melhorar os mtodos existentes. Era costume

    fazer-se um estudo detalhado do mtodo. Se um mtodo melhor fosse

  • desenvolvido, seria posto em prtica; o trabalhador era treinado para trabalhar

    no novo mtodo, e preparava-se por escrito uma rotina padronizada,

    estabelecendo-se um tempo-padro para o servio. Entretanto no existe um

    "mtodo velho" para ser melhorado. Se

    um novo produto deve ser fabricado ou um novo servio executado, deve-se

    iniciar tudo novamente. Assim,_h toda a liberdade para se definir qual o

    sistema e o mtodo ideal a serem usados. A evidncia mostra que esse

    mesmo sistema deve ser usado tambm para uma tarefa j enTexecuo e

    que est sendo observada com o propsito de se encontrar o melhor mtodo

    de trabalho. Naturalmente, o mtodo em uso deve ser considerado, porm o

    estudo a ser feito no deve melhorar o mtodo existente e sim procurar

    encontrar o mtodo ideal. Assim sendo, o propsito principal do projeto de

    mtodos de trabalho encontrar o mtodo ideal ou o mais prximo disso, e que

    possa ser posto em prtica de fato.

    Ns chamamos isso de mtodo preferido. Da mesma maneira, um estudo

    sistemtico sobre materiais pode ocasionar uma melhor utilizao, uma melhor

    qualidade e uma reduo de custos. Temos, portanto, um meio sistemtico de

    desenvolver a eficincia da mo-de-obra, providenciando uma melhor

    utilizao das mquinas e equipamentos e, ao mesmo tempo, economizando

    matria-prima.

    At recentemente, as aplicaes do estudo de movimentos e de tempos, eram

    utilizadas principalmente na mo-de-obra direta das fbricas. Entretanto,

    havendo maior nmero de pessoas aprendido acerca dos objetivos, mtodos e

    tcnicas do estudo de movimentos e de tempos, novos usos para o mesmo

    fora encontrados. Comeou-se verificando que os seus princpios eram

    universais, podendo ser igualmente eficientes sempre que homens e mquinas

    fossem usados. Atualmente, a ateno est sendo dirigida

    para a importncia do aumento de produtividade por homem-hora e para a

    reduo dos custos, por duas razes principais: (1) o rpido aumento do salrio

    tende a aumentar o custo da mo-de-obra; (2) o rpido aumento do capital

  • investido e o aumento nos custos de operao de mquinas, ferramentas e

    equipamentos, tende a aumentar o "custo de mquina-hora" ou as despesas

    gerais. Alm do mais, a necessidade de uma maior produo de bens e

    servios fornece um incentivo adicional para o aumento da produtividade de

    homens e mquinas. natural que mtodos e tcnicas que demonstraram sua

    eficincia no aumento da produtividade da mo-de-obra direta das fbricas

    devam ser aplicados em outras reas.

    MO-DE-OBRA INDIRETA. Com o desenvolvimento da mecanizao e da

    automao, a importncia relativa da mo-de-obra direta tender a decrescer,

    e, ento, maior ateno ser devotada mo-de-obra indireta. As operaes

    rotineiras sero executadas por mquinas automticas que, por serem mais

    complexas, necessitaro de pessoal altamente treinado para prepar-las,

    oper-las e cuidar de sua manuteno.

    O desenvolvimento do equipamento eletrnico de processamento de dados

    com tcnicas modernas, tais como amostragem de trabalho, teoria das filas e

    outros auxlios para o registro, anlise e medida de atividades no-repetitivas,

    tornou proveitosos os estudos de grupos dedicados a vrias tarefas. Esses

    estudos resultaram no aumento da eficincia da mo-de-obra e na melhor

    utilizao de equipamentos. Em muitos casos, a velocidade da mquina foi

    aumentada,

    melhorou-se a qualidade e reduziram-se as perdas de maneira notvel.

    TRABAEHO DE ESCRITRIO. Paralelamente ao aumento da importncia

    relativa da mo--de-obra indireta, notou-se grande aumento do trabalho nos

    escritrios. Em vrias organizaes, o volume de impressos ultrapassou o

    dobro do normal em quinze anos. Algumas empresas expandiram as atividades

    do estudo de mtodos, que passou a incluir os escritrios, outras

    estabeleceram departamentos separados para o estudo das rotinas de

    manuseio e movimentao de impressos. A anlise dos impressos, o

  • remanejamento do sistema de planejamento e controle de produo, a

    mecanizao e a introduo de equipamento para processamento de dados,

    so alguns dos caminhos usados para o aumento da produtividade e reduo

    dos custos nos escritrios modernos.

    Bancos, agncias de despacho, hospitais, lojas de varejo e supermercados

    esto obtendo resultados compensadores pela aplicao, s suas atividades,

    dos princpios do estudo de movimentos e de tempos. Encontramos outros

    campos de aplicao nas atividades agrcolas, em vrios setores da

    administrao civil e militar e tambm na construo civil, onde os resultados

    tm sido de valor significativo121.

    CAPTULO 2

    Histrico do estudo de movimentos e de tempos

    (Comentado em sala de aula)

    CAPTULO 3

    Processo geral de soluo de problemas

    O projeto do mtodo para realizar uma operao quando um novo produto

    deve entrar em produo, ou a melhoria de um mtodo j estabelecido, parte

    importante do estudo de movimentos e de tempos.

    Como o projeto de mtodos uma forma criativa de resoluo de problemas,

    vamos apresentar em detalhes o processo geral de soluo de problemas. Os

    cinco passos aqui descritos formam um modo lgico e sistemtico de procurar

    a soluo de qualquer problema'11.

    1) Definio do problema.

    2) Anlise do problema.

    3) Pesquisa de possveis solues.

    4) Avaliao das alternativas.

    5) Recomendao para ao.

  • 1. Definio do problema. Quando afirmamos que a definio ou formulao do

    problema o primeiro passo no processo de problema-soluo, isto vem

    precedido pela necessidade de reconhecer que o problema existe.

    Algumas vezes, alegaes como estas so feitas: "Os custos esto muito

    altos", "a produo deve ser aumentada" ou "existe um obstculo no servio

    administrativo do armazm". Em muitos casos, no fcil determinar qual o

    problema real. Todavia o problema deve ser equacionado claramente (Fig. 3).

    Ao mesmo tempo, deve-se julgar se o problema merece considerao e se

    este o momento oportuno para sua soluo. Se for decidido continuar com a

    formulao do problema, informaes devero ser obtidas com respeito

    amplitude ou importncia do problema e ao tempo disponvel para sua

    soluo.

    No incio, as restries devem ser as menores possveis, e o problema deve

    ser definido em termos os mais gerais possveis. Isso possibilita uma grande

    liberdade para o uso da criatividade e inventividade na busca da soluo. Alm

    disso, nos casos onde a tarefa ou operao est sendo realizada, no deve ser

    dada ateno excessiva

    para o "mtodo atual", e o problema deve ser definido independentemente da

    maneira como feito. O caso seguinte atualmente ilustra a maneira de se

    definirem problemas.

    A Seabrook Farms, no sul de New Jersey, possui 8 000 hectares, dos quais

    aproximadamente 2 800 so cultivados anualmente com ervilhas.

    Originalmente, as ervilhas eram plantadas durante o ms de maro. Da,

    tentava-se resolver o problema da colheita da melhor maneira possvel.

    Algumas vezes, durante a poca das colheitas, acontecia que muitos hectares

    de ervilhas amadureciam ao mesmo tempo, obrigando aos apanhadores e

    descascadores a trabalhar muito alm da hora; s vezes, devido ao atraso das

    colheitas, as ervilhas amadureciam demais e perdiam em qualidade.

    O Dr. C. W. Thrnthwaite, climatologista da fazenda, aps muitos estudos e

  • experincias com o crescimento das diferentes variedades de ervilhas durante

    perodos diferentes da primavera e do vero, foi capaz de predizer a poca da

    colheita'2'. Por exemplo, se um certo setor da fazenda era equipado para

    colher 10 hectares por dia, o Dr. Thrnthwaite era capaz de programar o plantio

    de 60 hectares de maneira que somente essa quantidade de hectares

    amadurecia durante os seis dias teis da semana e nada no domingo. Isto no

    s resolveu o problema das colheitas, mas tambm resultou em um produto de

    qualidade mais uniforme com menos perdas devidas

    a ervilhas muito maduras.

    A soluo poderia ter sido definida como a de encontrar um mtodo mais

    eficiente de colheita durante a noite, usando holofotes e treinando turmas

    especializadas em colher ervilhas noite. No entanto o problema bsico era

    encontrar meios que permitissem o amadurecimento das ervilhas a uma

    velocidade que resultasse numa carga de trabalho desejada, tanto no campo

    quanto nas instalaes de descascamento e de congelamento.

    Neste caso, a soluo no seria de melhoria ou aperfeioamento do mtodo

    existente. Seria uma soluo original resultante do processo lgico de

    problema-soluo.

    Algumas vezes, desejvel dividir o problema em subproblemas ou determinar

    se ele parte de um problema maior. s vezes, prefervel reconsiderar o

    assunto desde o incio e examinar as atividades precedentes da operao ou,

    possivelmente, as atividades seguintes. Embora uma ampla formulao do

    problema no incio do processo problema-soluo seja desejvel.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

    ----------------------------

    PROJETO DE MTODOS

    Definio do problema Exposio geral da meta ou objetivo Formulao

    do problema.

    a) Critrio Meios de julgar uma boa soluo do problema.

  • b) Requisitos de produo (1) Produo mxima diria, (2) variaes

    sazonais, (3) volume anual, (4) vida prevista do produto.

    c) Data de trmino Tempo disponvel, (1) para o projeto, (2) para instalao

    e teste do equipamento, e (3) para aumentar a produo at a capacidade

    total.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

    -----------------------------------

    2. Anlise

    do problema. A formulao do problema poder resultar numa exposio ou

    definio genrica. Torna-se necessria ento a obteno de dados para

    separar os fatos e determinar como eles se aplicam ao problema (Fig. 4).

    Naturalmente, o projetista j tem considerveis conhecimentos na rea e

    procurar informaes adicionais. A avaliao dos fatos no dever ser feita

    durante o estgio de anlise. Julgamentos crticos devero ser feitos mais

    tarde.

    No incio, deve-se estabelecer um critrio para avaliar as solues alternativas

    do problema. A soluo preferida para um problema de produo poder ser a

    que tenha o menor custo de mo-de-obra, o menor custo total ou o menor

    investimento; a que requeira a menor rea de servio ou resulte na maior

    utilizao de materiais; ou aquele a que permita fbrica entrar em produo

    total no menor perodo de tempo.

    As especificaes ou restries que podero afetar o problema tambm devem

    ser conhecidas. Em alguns casos, as restries so flexveis; em outros,

    quando prosseguirmos com a soluo do problema, poderemos ser compelidos

    a impor restries especficas. A considerao das restries est presente em

    cada estgio do processo problema-soluo. As restries devem ser

    examinadas com grande cuidado porque, s vezes, podem ser fictcias ou

    imaginrias. Somente restries reais merecem considerao. O

    empacotamento de frutas citricas em caixas de papelo ilustra perfeitamente

  • este ponto.

    At recentemente, a maioria das frutas ctricas era enviada ao mercado em

    caixotes de madeira. Pensava-se

    que as frutas ctricas deveriam ser embrulhadas individualmente em papel

    macio, encaixotadas em camadas regulares em caixotes de madeira bem

    ventilados e mantidas firmemente no lugar por uma tampa colocada sob

    presso por meio de pregos e tiras nas extremidades. Estes procedimentos

    mostraram-se incorretos. Hojequase todas as laranjas, limes e toranjas so

    despachados em caixas de papelo. As frutas no so embrulhadas

    individualmente nem so colocadas nas caixas em camadas; as caixas no so

    ventiladas, e as frutas no so encaixotadas sob presso. Uma caixa de

    papelo com tampa, com metade da capacidade das caixas de madeira, mais

    fcil de se manusear e de custo menor (Fig. 5). Este novo mtodo de

    empacotamento est economizando para os plantadores e empacotadores de

    limo da Califrnia mais de US$ 5 000 000 por ano. Estima-se que uma

    economia igual resulte para os transportadores, atacadistas e varejistas131.

    O projetista dever possuir informao da importncia do empreendimento, do

    volume a ser produzido, do nmero de pessoas a ser empregado e da provvel

    durao do projeto.

    importante possuir uma programao. O projetista dever saber o tempo

    disponvel para a soluo do problema e, se for um problema de produo, o

    tempo disponvel para pr o processo em operao, eliminar os defeitos e obter

    a produo especificada de qualidade aceitvel.

    Na anlise de um problema, pode ser desejvel subdividi-lo e examinar cada

    parte separadamente. Por exemplo, se o problema abrir um furo numa

    pequena placa metlica

    na feitura de aparelhos de televiso, a operao poder ser dividida em trs

    partes: (1) colocar a placa no dispositivo, (2) abrir o furo na placa e (3) retirar a

    placa e empilha-la. O volume poder consistir de 500 000 peas por ano com

    60 dias disponveis para desenvolver-se o mtodo e coloc-lo em operao. O

  • primeiro passo poder^ser feito usando-se um dispositivo para segurar a pea,

    ou a pea poder ser encaixada em uma cavidade (com garras automticas)

    numa mesa giratria, ou as peas podero ^er transportadas automaticamente

    do depsito para a mesa giratria. Assim, o furo poder ser feito manualmente

    ou uma furadeira eltrica poder ser usada; a pea acabada poder ser

    removida manualmente do dispositivo ou poder ser solta automaticamente da

    mesa giratria. Se a operao tivesse sido estudada com mais cuidado quando

    do projeto do televisor, talvez a placa pudesse ter sido eliminada ou o furo ter

    sido estampado. Poderia tambm, ter sido considerado o uso de uma arruela

    em vez da placa ou a combinao da placa com outra pea. Se um parafuso

    fosse colocado no furo da placa para prend-la em outra parte do aparelho,

    poder-se-ia pensar em soldar por pontos para prender as peas ou ento

    substituir a placa por uma pea de plstico ou ao fundido.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

    ----------------------------

    PROJETO DE MTODOS

    Anlise do problema (neste ponto, nenhuma avaliao dever ser feita).

    a) Especificaes ou restries, incluindo alguns

    limites nos gastos de capital.

    b) Descrio do mtodo atual se estiver ainda em funcionamento. Deve incluir

    (1) grfico do fluxo do processo, (2) mapofluxograma, (3) diagrama de

    frequncia dos deslocamentos, (4) grfico homem-mquina, (5) grfico de

    operaes e (6) grfico simo.

    c) Determinao das atividades que, provavelmente, o homem desempenhar

    melhor, das que as mquinas desempenharo melhor e da inter-relao

    homem--mquina.

    d) Reexame dos problemas. Determinao dos subproblemas.

    e) Reexame dos critrios.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

    -----------------------------------

  • 3. Pesquisa de possveis solues. O objetivo bsico, claro, encontrar a

    soluo que se enquadre no critrio e nas especificaes que foram

    estabelecidos. Isto sugere que diversas solues alternativas podero ser

    encontradas, e a soluo preferida poder ser selecionada a partir delas. No

    incio do processo de problema-soluo pode-se perguntar "qual a causa

    bsica que criou este problema?". Se a causa bsica pode ser eliminada, o

    problema no mais existir. Por exemplo, uma empresa considerava a troca de

    uma cobertura sobre uma fileira de tanques abertos contendo soda custica

    lquida. A cobertura atual estava muito corroda, e a troca fora sugerida.

    Quando se questionou sobre qual seria a razo bsica para se ter uma

    cobertura sobre os tanques, descobriu-se que a nica funo da cobertura era

    abrigar contra a chuva para evitar a diluio da soda. Todavia uma anlise

    mostrou que a evaporao tambm afetava a concentrao da soda; alm

    disso, concluiu-se que mudanas na concentrao no eram importantes no

    processo de fabricao. Portanto a cobertura foi removida e no mais

    substituda.

    Naturalmente, a soluo ideal de um problema a eliminao da causa

    bsica'4'. Se o problema no puder ser completamente solucionado atravs da

    eliminao da causa bsica, talvez parte do problema o seja. Se no houver

    alguma maneira de se eliminar o problema, dever-se- procurar modos de o

    solucionar. No incio, seria prudente procurar uma ideia geral e idealstica na

    considerao das possveis solues para o problema.

    Suponhamos o projeto de uma instalao para o processamento de separao

    e empacotamento de ovos para distribuio aos supermercados (Fig. 6). Os

    ovos so trazidos diariamente de fazendas e granjas localizadas 5 a 25 km da

    instalao por caminhes.

  • izena no crtico.

    Figura 6. Produo, processamento e distribuio de ovos da granja ao

    consumidor

    O processo usual consiste em (l) selecionar, determinando a qualidade, (2)

    separar por tamanho, determinando o peso, (3) embalar os ovos em caixas de

    papelo, (4) colocar as caixas em caixas grandes e, depois, armazen-las em

    cmara frigorfica e (5) distribuir os ovos para mercearias e supermercados.

    Pensando nas possveis solues, os ovos podero ser selecionados,

    separados e embalados manualmente: selecionados mo, mas pesados e

    embalados por mquinas ou o processo inteiro de seleo, pesagem,

    embalagem e

    transporte para os frigorficos poder ser feito automaticamente.

    Por cruzamento e seleo, podem-se criar galinhas que pem ovos sempre de

    mesmo tamanho. Atravs de cuidadosa especificao da rao, alimentao

    suplementar e cruzamento, a cor da gema. a consistncia da clara e a cor da

    casca podero ser uniformes, eliminando-se assim a operao de seleo. Se

    os ovos fossem colhidos e marcados diariamente ter-se-ia certeza de que eles

    so frescos. Os ovos poderiam ser colocados diretamente nas caixas quando

    fossem colhidos na granja, eliminando assim a necessidade das operaes de

    seleo, pesagem e empacotamento na instalao ou cada ovo poderia ser

    removido da caixa e colocado em recipiente plstico isolado ao ar

    automaticamente, simplificando ainda mais o processo de embalagem.

    Se uma pequena ou mdia instalao para processamento de ovos tivesse que

    ser projetada e construda em futuro prximo, provavelmente, as duas ou trs

    alternativas mencionadas seriam imediatamente descartadas. Todavia seria

    dada considerao ao mtodo manual vrsus automtico de seleo,

    pesagem e embalagem de ovos'5'.

    O problema aqui so ideias criativas. Todas as boas tcnicas de se estimular a

  • criatividade devem ser usadas. Alguns tipos de problemas se prestam biisca

    de solues em grupo. Alguns defendem o uso da lgica sistemtica, enquanto

    outros acreditam que a tcnica dos "debates livres" (brainstorming) produz

    ideias positivas'6'.

    Quando esta ltima tcnica usada, o essencial que os indivduos no grupo

    sugiram ideias rapidamente,

    que a avaliao das decises no se faa durante os debates, e que os

    participantes sejam incentivados a dar livre expanso a suas ideias mesmo

    parecendo impraticveis.

    Bernard S. Benson, um forte defensor do uso da lgica sistemtica na soluo

    de problemas, cita o seguinte exemplo para esclarecer seu ponto de vista'7'.

    Era uma vez, dois homens numa ilha que souberam que, durante a guerra,

    alguns soldados tinham se dirigido num caminho do exrcito at o fim de uma

    das diversas estradas e l enterraram um fabuloso tesouro. Ambos decidiram

    que seria timo achar esse tesouro. Todavia decidiram isso individualmente, e

    o fato criou uma situao bastante competitiva. O primeiro pegou uma p e

    correu a ilha toda, cavando e procurando em todos os lugares possveis. Ele

    explorou embaixo das pedras, cavou junto aos troncos das rvores e at nos

    gramados tentou a sorte. Cavou muito sem achar nada.

    O segundo sentou-se e pensou. Decidiu que primeiramente deveria conhecer

    todas as estradas da ilha. comeou ento a fazer um mapa. Ele no tinha o

    tesouro, mas pelo menos tinha um mapa de todas as possibilidades. Depois

    considerou todas as possibilidades com um critrio relevante, eliminando todas

    as estradas que eram muito estreitas para a bitola do caminho; aps, eliminou

    todas as estradas que tinham gargantas com rochas que se projetavam sobre o

    caminho no permitindo a passagem do caminho. Depois, verificou todas as

    possibilidades restantes, eliminando todas as estradas que terminavam em

    extensas reas de granito onde os homens no

    poderiam ter cavado. Ficou, assim, s com duas estradas possveis. Tendo

    primeiro levantado todas as possibilidades, eliminou as que no preenchiam os

  • requisitos bsicos. Cavou no fim da primeira estrada e no achou o tesouro,

    mas, no fim da segunda, no teve dificuldade em ach-lo; enquanto isso, seu

    amigo, de um lugar para outro, tentando aqui e ali, procurava ainda,

    freneticamente, a soluo do problema.

    4. Avaliao das alternativas. Chegamos a diversas solues ou solues

    parciais para um problema. De fato, acumulamos um grande nmero de

    ideias sobre um problema; algumas delas podero ser eliminadas rapidamente,

    e as restantes podero ser consideradas com mais cuidado. Um exame

    cuidadoso deve ser feito para se verificar at que ponto cada soluo atende

    ao critrio e s especificaes originais.

    No projeto de mtodos certamente no existe uma resposta certa, mas

    geralmente existem diversas solues possveis. Frequentemente, existem

    fatores de julgamento que devem ser considerados, alm da avaliao

    quantitativa, para chegar ao mtodo preferido. Embora cada uma das diversas

    tentativas de solues possa satisfazer aos padres, outras solues podero

    ser preferidas se algumas restries ou especificaes forem mudadas.

    desejvel selecionar trs solues: (1) a soluo ideal, (2) aquela que

    preferida para uso imediato e (3) possivelmente outra que poder ser usada no

    futuro ou sob condies diferentes. Esta seria a situao se a produo anual

    sofresse um aumento substancial, ou a qualidade da matria-prima fosse

    mais uniforme, ou trabalhadores melhor treinados estivessem disponveis.

    A avaliao da soluo preferida requer considerao cuidadosa das

    dificuldades futuras, que podero ser encontradas, tais como o tempo e o custo

    para se manter e reparar o equipamento, o ajuste de uma grande variedade

    de tamanhos ou misturas de produtos, os efeitos do uso e desgaste do

    equipamento na qualidade do produto e paradas foradas do equipamento.

    No se poder deixar de considerar o aspecto humano na escolha da soluo

    preferida. Pode ser que a aprovao do mtodo selecionado dependa do

    superintendente da diviso ou do supervisor do departamento. Pode ser

  • tambm que o supervisor do departamento de inspeo ou o supervisor da

    manuteno tenham poder de veto sobre a soluo proposta. Por conseguinte,

    a soluo recomendada pode ser aquela que aceita e posta em prtica com

    maior facilidade do que a soluo ideal.

    Em alguns tipos de problemas, a avaliao girar em torno do capital total que

    ser investido em cada um dos mtodos propostos. Neste tipo de anlise,

    procuraramos conhecer o custo inicial, o custo operacional anual, o tempo de

    vida do equipamento e o valor de reposio. Outro mtodo de comparao

    cornputar-se a taxa de retorno do investimento em porcentagem anual ou o

    perodo de recuperao do capital, isto , determinarmos o nmero de anos

    necessrios para que o equipamento se pague. Em alguns tipos de problemas,

    nos preocuparemos principalmente em achar um mtodo que possua o mais

    baixo custo de mo-de-obra. Nestes casos, uma anlise

    comparativa poder ser feita, usando tempos pr-determinados para se

    estabelecei o ciclo total de tempo de cada um dos diversos mtodos. Se houver

    dvidas quanto atuao de um mtodo particular, ser necessrio construir-

    se um modelo do gabarito do dispositivo ou da estao de trabalho na fbrica

    ou no laboratrio para testar o mtodo. Algumas indstrias possuem

    laboratrios e oficinas para tais projetos.

    5. Recomendao para ao. Em diversos casos, a pessoa que resolve o

    problema no a que usar a soluo recomendada ou dar a aprovao final

    para sua implantao. Por conseguinte, aps a soluo preferida ter sido

    achada, ela dever ser comunicada a outras pessoas. A forma mais comum de

    comunicao o relatrio escrito ou verbal. O relatrio escrito ou a

    apresentao verbal torna-se o passo final no processo de problema-soluo.

    As circunstncias determinaro se o relatrio ser somente uma exposio

    das recomendaes com os dados bsicos ou se uma apresentao verbal

    elaborada ser necessria.

    Em alguns casos, uma apresentao formal e cuidadosamente preparada

  • necessria, incluindo o uso de grficos, diagramas, fotografias, modelos

    tridimensionais ou modelos de trabalho. De qualquer modo. a apresentao

    dever ser feita de maneira lgica e direta. Ela dever ser fcil de ser

    acompanhada e entendida. A fonte de todas as informaes dever ser

    indicada, e qualquer suposio dever ser claramente estabelecida. Um

    sumrio escrito dever fazer parte de todo relatrio.

    Naturalmente, numa situao industrial, o ciclo

    completo poder incluir o acompanhamento para se certificar que a soluo

    proposta foi efetivamente executada. Aps isso, uma verificao ou um

    controle peridico dever ser feito para se determinarem quais as dificuldades

    encontradas e se avaliarem os resultados finais da instalao. desejvel

    conhecer se o mtodo atual est produzindo os resultados pretendidos quando

    proposto. Ainda, uma reavaliao ou reestudo do mtodo poder ser feito com

    o propsito de se acharem novas possibilidades de melhorias, e, assim, o ciclo

    de soluo de problemas seria repetido. Na maioria dos estabelecimentos e

    operaes industriais, no existe uma soluo final para um problema. Uma

    soluo pode ser aceita e usada at que uma soluo melhor seja encontrada.

    CAPTULO 4

    Limites da aplicao do estudo de movimentos e de tempos

    O custo da aplicao do estudo de movimentos e de tempos deve sempre levar

    em conta o retorno de capital esperado. Se uma operao est sendo

    considerada para uma melhoria, o grau at o qual o processo ser

    desenvolvido para se obter a soluo do problema depender dos benefcios

    potenciais. A definio do problema, a anlise e a pesquisa de solues

    possveis sero tratadas de maneira superficial se a operao for temporria,

    se o volume for pequeno ou se a economia potencial for desprezvel. Ao

    contrrio, um estudo pormenorizado poder ser justificado quando se tratar de

    um trabalho que envolva muitos operrios, matrias-primas de valor e

  • equipamentos caros.

    Se for necessrio estabelecerem-se tempos-padro

    para uma operao, e us-los como base para incentivos salariais, no ser

    permitido escolherem-se meios rpidos para a execuo de medida do trabalho

    na fase do estudo de movimentos e de tempos. As tcnicas de medida do

    trabalho so usadas em categorias diferentes das do projeto de mtodosa

    administrao deve estar apta para garantir os tempos-padro contra

    mudanas. Tambm deve-se exigir uma completa documentao da prtica

    padronizada.

    TCNICAS DO ESTUDO DE MOVIMENTOS E DE TEMPOS. Existem muitas

    combinaes das vrias tcnicas que podem ser usadas, e cada uma delas

    ser descrita por completo nos captulos seguintes.

    Cinco combinaes que so frequentemente usadas nas aplicaes do

    estudo de movimentos e de tempos. Variam da mais completa (tipo A) s mais

    simples (tipo D e E).

    Quatro fatores principais determinam a combinao de tcnicas do estudo de

    movimentos e de tempos a ser usada, como se segue.

    1) O contedo da tarefa, ou seja, o nmero mdio de homens-hora usado por

    dia ouvpor ano no trabalho.

    2) A vida prevista da tarefa.

    3) Consideraes relativas mo-de-obra, tais como (a) o salrio-hora, (b) a

    relao entre o tempo de preparao e o tempo de operao da mquina, e (c)

    qualificaes especiais do operrio, condies especiais do trabalho,

    exigncias sindicais, etc.

    4) O investimento de capital em construes, mquinas, ferramentas e

    equipamentos necessrios para a tarefa.

    UM EXEMPLO DE EMPREGO MAIS REFINADO DO ESTUDO DE

  • MOVIMENTOS E DE TEMPOS. Um estudo incluiria uma anlise do processo e

    a construo

    de um grfico do fluxo do processo para todo o processo produtivo. Requereria

    um estudo completo de micromovimentos e a aplicao dos princpios de

    economia de movimentos que incluem a considerao do uso mais econmico

    de materiais, ferramentas e equipamentos, e o estabelecimento de condies

    satisfatrias de trabalho. Depois de ter sido encontrado o mtodo preferido de

    se executar o trabalho, ele seria padronizado, preparando-se um registro da

    operao no estudo. Poder-se-ia inclusive filmar o mtodo atual e o mtodo

    melhorado. Um tempo-padro seria ento estabelecido por meio de

    cronometragem, a partir de dados do estudo de micromovimentos ou, ainda,

    baseando-se em tempos sintticos ou pr-determinados j existentes.

    CUSTO DE OPERAO E CUSTO DO CAPITAL. A mecanizao e a

    automatizao tendem a reduzir os custos da mo-de-obra, porm, muitas

    vezes, provocam um aumento no capital investido em mquinas e

    equipamento. Portanto, na avaliao das alternativas, necessrio levar em

    conta ambos os investimentos.

    RELATRIOS SOBRE A REDUO DE CUSTOS. essencial que seja feita

    uma estimativa das economias previstas resultantes das melhorias dos

    mtodos aplicados, antes que estes sejam postos em prtica. necessrio

    tambm que seja feito um relatrio aps o projeto ter sido posto em

    funcionamento.

    O relatrio de reduo de custos usado para se apresentarem propostas de

    mudanas administrao bem como se relacionarem as economias apuradas

    aps novos mtodos serem postos em prtica.

    Os tempos unitrios de operao,

    para o velho novo mtodo, so baseados em estudos de tempos ou em

    mdias referentes produo total que possam fornecer os resultados mais

  • representativos para um determinado projeto. Os custos de mo-de-obra so

    feitos na base mdia para o trabalho especfico mais a mdia do prmio do

    departamento e uma porcentagem para se cobrirem seguro de compensao,

    penso federal, seguro de velhice e outros custos que so diretamente ligados

    ao custo da mo-de-obra.

    As economias calculadas no incluem despesas gerais, tais como

    administrao e amortizao de mquinas, pois as despesas anuais destes

    itens no seriam necessariamente diminudas, reduzindo as necessidades de

    mo-de-obra para um trabalho especfico. Se uma modificao proposta

    aumentar a capacidade do maquinado, e se a capacidade adicional evitar a

    compra de mais equipamento, este fato dever ser mencionado numa

    anotao anexa ao relatrio de reduo de custo.

    CAPTULO 5

    Projetos de mtodos de trabalho conceito geral

    Antes da Revoluo Industrial, o processo de produo estava entregue a

    artesos que, com sua habilidade e utilizando instrumentos simples,

    transformavam a matria-prima em produtos acabados. Com a Revoluo

    Industrial, o homem transferiu algumas de suas habilidades para as mquinas.

    Com o aumento da demanda de produtos, o sistema industrial capitalista

    desenvolveu-se. Surgiu a diviso do trabalho na qual o operrio passa a

    realizar tarefas pequenas e repetitivas com grande velocidade. O uso de

    gabaritos, instalaes e mquinas aumentaram ainda

    mais a produtividade do operrio. Assim, o processo de produo consiste hoje

    em fabricar um produto atravs da utilizao de homens, mquinas e materiais.

    Quando se decide lanar um novo produto, uma srie de passos deve ser

    seguida. O produto deve ser projetado, a matria-prima para sua fabricao

    deve ser especificada, e devem ser escolhidos os mtodos de produo,

    ferramentas e mquinas. No incio do projeto de um produto, os materiais que

  • sero usados no processo de fabricao tero que ser considerados em

    conjunto com os padres de qualidade e custo para produo do produto.

    Existe quase sempre um nmero infinito de meios para se fabricar um produto

    especifico, processar-se uma colheita ou minerar-se carvo.

    O projetista de mtodos dispe do processo sistemtico de soluo de

    problemas para ajud-lo na determinao do processo e dos mtodos a serem

    usados. O processo total de lanamento de um novo produto, na produo,

    poder ser dividido em trs fases, como se segue.

    1) Planejamento.

    2) Pr-produo.

    3) Produo.

    PLANEJAMENTO. Este o primeiro passo em qualquer processo de produo

    ou fabricao. Existem seis funes bsicas de planejamento. (1) O projeto do

    produto resulta em desenhos mostrando o tamanho, forma, peso, material e

    uso definitivo. (2) O projeto do processo consiste na determinao do sistema

    de produo as operaes requeridas e sua sequncia, dimenses e

    tolerncias, mquinas, ferramentas, calibradores e equipamento necessrio.

    (3) O projeto de mtodo de trabalho consiste no estabelecimento

    da relao homem-tarefa, determinando como o operador executar a

    operao, o lugar de trabalho, fluxo e avaliao econmica. (4) O projeto de

    ferramentas e equipamento consiste na determinao de gabaritos,

    dispositivos, modelos, calibradores, ferramentas e mquinas, as quais

    executaro as operaes. (5) O arranjo fsico da fbrica consiste na

    determinao do espao total requerido em termos de localizao do

    equipamento, suprimento de estoques, centros de servio, espao de trabalho,

    equipamento de manuseio e a relao homem-mquina. (6) A determinao do

    tempo-padro para a operao consiste na medida do tempo necessrio para a

    realizao da tarefa.

    O planejamento o processo de tomada de deciso no qual os objetivos e

  • metas so determinados, e feita uma escolha a partir das alternativas

    levantadas. Por exemplo, um produtor de equipamentos eltricos planejou

    vender uma pequena linha de aparelhos eltricos. Um grupo composto de um

    engenheiro projetista, um engenheiro de produo e pessoal de acessria de

    produo comeou o projeto, estudando os mtodos de produo usados na

    fabricao de aparelhos semelhantes, j existentes no mercado. Um produto

    original foi finalmente desenvolvido com o mnimo de componentes,

    requerendo um mnimo de operaes e fazendo o melhor uso possvel da

    matria-prima. As horas de mo-de-obra direta requeridas para a fabricao

    deste produto foram determinadas plos dados de movimentos e de tempos.

    Isto permitiu ao grupo comparar projetos alternativos e selecionar aquele que

    poderia ser produzido

    pelo menor custo. O projeto escolhido foi testado, e foram desenvolvidos

    mtodos detalhados de produo, montagem e inspeo. Foram selecionados

    os equipamentos e demais recursos produtivos necessrios. Preparou-se o

    arranjo fsico da fbrica atravs de um modelo tridimensional que mostrava a

    localizao das mquinas, os equipamentos de movimentao de materiais, as

    reas para estoques e servios auxiliares. Ainda mais, foi possvel calcular-se

    o custo da mo-de-obra direta e estimar-se o da mo-de-obra indireta. Os

    custos do material tambm foram levantados.

    PR-PRODUO. Esta uma fase de transio. A informao do

    planejamento transferida para a organizao da produo. Ferramentas,

    mquinas e equipamentos so comprados, instalados e testados. A rotina

    para o controle da mo-de-obra distribuda. Operadores so selecionados e

    treinados para tarefas especficas. O mtodo planejado de mo-de-obra

    cuidadosamente confrontado com o mtodo em uso, e os tempos reais so

    tomados e confrontados com a estimativa original. Este o perodo durante o

    qual as operaes individuais que compem o processo geral de fabricao

    so testadas.

  • PRODUO. a sequncia da operao de fabricao estabelecida na fase

    do planejamento e pr-produo. Envolve o uso de homens, mquinas e

    materiais para fabricao mais eficiente da pea ou produto. Tambm existe a

    necessidade sempre presente de (1) evitar que os mtodos no se deteriorem

    ou se desviem negativamente daqueles planejados e (2) exame constante dos

    mtodos em uso para melhorias

    e, quando um novo mtodo for encontrado, p-lo em prtica. Neste caso, este

    se tornar o mtodo preferido.

    NORMAS PARA O PROJETO DO PROCESSO DE FABRK AO E

    MTODOS DE PRODUO

    O engenheiro de produo, trabalhando com o engenheiro mecnico e o

    supervisor de produo de uma das fbricas da indstria, determinar o

    processo correio de fabricao a ser usado, o padro de fluxo e os mtodos de

    manuseio da matria-prima, dos materiais em processo e do produto final. O

    engenheiro de produo assumir a responsabilidade do projeto de mtodo

    detalhado ao operrio e da estao de trabalho para cada operao. Todas

    essas informaes sero colocadas no projeto de arranjo fsico da fbrica.

    O engenheiro de produo poder submeter a uma anlise detalhada cada um

    dos mtodos de execuo de uma operao especfica, quando houver

    dvidas quanto ao mtodo a ser usado. Por exemplo, as caixas prontas, vindas

    da mquina dobradora-coladora, podero ser contadas e amarradas

    manualmente, em pacotes, ou por uma mquina automtica. O engenheiro de

    produo poder submeter separadamente uma proposta para cada mtodo,

    com suas recomendaes sobre o mtodo preferido. Como resultado do

    projeto de mtodo, um relatrio ser preparado, mostrando o nmero de

    pessoas necessrias para operar cada mquina em cada turno e incluindo os

    operadores das empilhadeiras bem como os homens do recebimento e da

    expedio. De maneira similar, o nmero de supervisores de cada turno ser

  • determinado.

    O projeto de uma fbrica como essa muito complexo. Por exemplo,

    a operao de um combinador, que mede mais de 200 ps e representa um

    investimento de quase 750 000 dlares, no um processo simples

    provavelmente, especialistas em diversas reas sero usados no projeto da

    fbrica. Alm disso, espera-se que, durante a fase de "saneamento dos

    defeitos", algumas trocas e modificaes sejam feitas.

    CAPTULO 6

    Projeto de mtodos de trabalho desenvolvimento do mtodo melhorado

    Quando um novo produto ou servio est sendo projetado ou desenvolvido,

    quase sempre se considera o sistema ou processo que dever ser usado para

    fabricar o produto ou proporcionar o servio. neste ponto que existe a grande

    oportunidade de se usar o projeto do processo e se proporem os melhores

    sistemas e mtodos de produo. Contudo, a experincia mostra que "o

    mtodo perfeito" no existeDe fato, sempre existem oportunidades para

    melhorar como tambm as condies podem mudar. Fatores, tais como volume

    e qualidade do produto, tipo e preo da matria-prima e disponibilidade de

    mquinas e equipamentos, podem diferir daqueles que vigoravam quando se

    iniciou a produo. Portanto, sempre existe a oportunidade de se melhorarem

    os processos e os mtodos, at o ponto de se redesenharem o prprio produto

    e seus componentes, bem como padronizar-se e melhorar-se a utilizao da

    matria-prima.

    Por causa da importncia do aspecto da melhoria do projeto de mtodo em

    toda fase da vida humana, neste livro ser dada nfase considervel ao

    assunto. O mesmo sistema de soluo de problemas deveria ser usado tanto

    para se projetar

    um mtodo de uma atividade j em funcionamento quanto um mtodo novo.

    Isto significa a definio de um objetivo, a formulao do problema. Seguem-se

  • a anlise do problema, a obteno de fatos, a determinao de

    especificaes e restries e a obteno de informaes sobre o volume de

    produo, as economias anuais em potencial e as economias totais durante o

    perodo de fabricao do produto. Contudo, nem sempre possvel ter-se a

    liberdade desejada. s vezes, so impostas restries adicionais pela simples

    razo que a produo est diminuindo. Alm disso, tambm o custo da

    mudana deve ser considerado.

    Na pesquisa de um mtodo melhor, o analista no deve ser influenciado pelo

    mtodo atual. Ele deve reconsiderar o problema, sob todos os pontos de vista,

    para conseguir o seu objetivo. antes de simplesmente tentar introduzir

    melhorias no mtodo em estudo.

    PESQUISA DE POSSVEIS SOLUES. DESENVOLVIMENTO DO MTODO

    PREFERIDO. Os quatro enfoques que se seguem devem ser considerados

    no desenvolvimento de possveis solues, a partir das quais se selecionar o

    mtodo preferido.

    A) Eliminar todo trabalho desnecessrio.

    B) Combinar operaes ou elementos.

    C) Modificar a sequncia das operaes.

    D) Simplificar as ope*aes essenciais.

    perfeitamente possvel se projetar mais de um mtodo. Conforme foi

    discutido no Cap. 3, geralmente desejvel se projetarem (1) um mtodo ideal,

    (2) um mtodo prtico que possa ser utilizado imediatamente e (3) um mtodo

    que possa ser usado se certas restries forem eliminadas.

    A) Eliminar

    todo trabalho desnecessrio. Grande parte das tarefas que executamos

    normalmente no so realmente necessrias. Em muitos casos, o trabalho ou

    processo no deveria ser submetido simplificao ou melhoria, mas sim

    deveria ser inteiramente eliminado.

  • A Procter and Gamble Company verificou que a eliminao de trabalhos e

    custos era to lucrativa que estabeleceu um procedimento bem definido, ao

    qual deu o nome de processo de eliminao*". Embora a empresa esteja

    constantemente melhorando os mtodos e simplificando o trabalho, acredita

    que a soluo ideal seja a eliminao dos custos. O seu modo de encarar a

    eliminao de custos pode ser resumido da forma que se segue.

    1) Escolher o custo a ser investigado. Sugere-se que um custo importante seja

    escolhido primeiro para obter os maiores lucros. Se este custo importante for

    eliminado, este fato levar, muitas vezes, tambm eliminao de muitos

    custos de menor vulto. Custos de mo-de-obra, custos de material, custos de

    escritrio e despesas gerais de toda espcie podem ser sujeitas eliminao.

    Operaes eficientes podem ser eliminadas to facilmente como aquelas que

    no o so. O processo de investigao fcil de se usar. Nem clculos, nem

    formulrios e, na realidade, nem conhecimento profundo do assunto so

    necessrios.

    2) Identificar a causa bsica que determina a necessidade do custo. A causa

    bsica a razo, o propsito ou a inteno da qual depende a eliminao do

    custo. A pergunta fundamental "este custo poderia ser eliminado se no

    existisse alguma causa bsica

    que o impedisse?". Neste estgio, ns no fazemos perguntas, tais como "por

    que esta operao necessria?" ou "como poderamos executar melhor esta

    operao?". Estas perguntas devem ser evitadas, porque tendem a justificar e

    defender a continuao do servio. Em lugar disso, o objetivo encontrar a

    causa bsica, pois operaes em que no existe a causa bsica, podem ser

    imediatamente eliminadas. Quando, porm, este no o caso e uma causa

    bsica existe, necessrio passar terceira fase.

    3) Pr em dvida a causa bsica para que seja eliminada. Se a causa bsica

    foi identificada, pode ser discutida de duas maneiras.

    a. Desconsidere a causa bsica. Considere o que acontecera se a operao

  • fosse eliminada. Se se obtm os mesmos resultados ou resultados melhores

    sem a operao, ento, deve-se considerar a eliminao imediata da mesma.

    Todavia pode ser perigoso desprezar a causa bsica e, a este respeito,

    necessrio considerar dois pontos: (1) determine a rea de influncia da causa

    bsica; o que pode acontecer se ela for eliminada? e (2) determine o "problema

    de preo" inerente causa bsica; existe um retorno do capital gasto para se

    obterem os resultados desejados? Se a causa bsica no pode ser ignorada, a

    segunda maneira de elimin-la a que segue.

    b. Aplique a tcnica do "porqu". Se o servio sob pesquisa parece ser

    necessrio, pode o servio imediatamente anterior a este ser eliminado,

    permitindo assim que todos os servios sucessivos sejam eliminados? Se a

    eliminao completa no for possvel, tente ento a

    eliminao parcial. Talvez existam alternativas escolha a menos

    dispendiosa. Identifique a causa bsica de cada fator corroborante e discuta

    pela sua eliminao ou modificao.

    s vezes, desejvel empreender-se o trabalho de eliminao de custos no

    mbito de um departamento ou da prpria fbrica. Neste caso, vrios membros

    qualificados da administrao, trabalhando em grupo, podero ajudar na

    identificao das* causas bsicas dos custos que sero reduzidos.

    PNEUS SEM CMARA DE AR. A cmara de ar de pneus de automvel foi

    eliminada. A causa bsica para se usar uma cmara de ar era se prender o ar

    e se manter o pneu cheio. Uma alternativa era se projetarem uma roda e um

    pneu de tal forma que o pneu pudesse prender o ar, e a cmara de ar pudesse

    ser eliminada. Isso foi feito, e a cmara de ar foi eliminada.

    BENEFCIOS OBTIDOS COM A ELIMINAO DE TRABALHO. Se um

    trabalho pode ser eliminado, no h necessidade de se gastar dinheiro na

    instalao de um mtodo melhor, pois no existir interrupo ou atraso devido

    ao desenvolvimento, teste e instalao do mtodo. No necessrio treinarem-

  • se novos operadores no novo mtodo. O problema causado pela resistncia

    mudana minimizado quando um servio ou atividade desnecessrios so

    eliminados.

    O melhor mtodo para simplificar-se uma tarefa planejar um meio que

    permita obter o mesmo ou melhor resultado sem gastar nada.

    B) Combinar operaes ou elementos. Apesar da prtica corrente de se dividir

    um processo em vrias operaes simples, em alguns casos, a diviso de

    trabalho

    excessiva. Muitas vezes, subdividimos um processo em um nmero muito

    grande de operaes, o que vem causar excessivo manuseio de materiais,

    ferramentas e equipamentos. Essa diviso excessiva pode provocar

    dificuldades no balanceamento das diversas operaes, acumulao de

    trabalho entre operaes, causada por planejamento ineficiente, e esperas

    quando operrios inexperientes so empregados ou alguns operadores esto

    ausentes'31.

    Desta forma, s vezes, possvel tornar-se o trabalho mais simples pela

    combinao de duas ou mais operaes ou alteraes no mtodo, que

    permitam a combinao de operaes.

    C) Modificar a sequncia de operaes. O incio da produo de um novo

    produto feito em pequenos lotes de fabricao experimentais. Com aumentos

    graduais, a produo poder se tornar bastante grande, mas a sequncia

    original de operaes poder ser a mesma que a empregada no incio. Por

    essa e outras razes, desejvel questionar-se a ordem na qual as vrias

    operaes so executadas.

    Por exemplo, em uma fbrica, pequenos conjuntos eram produzidos nas

    mquinas semi--automticas do departamento A . Eles eram armazenados no

    departamento B, inspecionados no departamento C e preparados para a

  • expedio no departamento D. O processo produtivo era tal que, normalmente,

    apenas 10% dos produtos acabados eram submetidos inspeo. Entretanto,

    quando se constatava nmero excessivo de defeitos, prosseguia-se com

    inspeo total at que a fonte das imperfeies fosse localizada e corrigida.

    Como o departamento B continha sempre

    um estoque de vrios dias de trabalho, quando se constatavam defeitos,

    tornava-se necessrio inspecionar integralmente os conjuntos l existentes;

    alm do mais, conjuntos defeituosos ou eram consertados ou simplesmente

    refugados. Para se corrigir esse problema, os inspetores passaram a executar

    suas funes logo aps a montagem das peas, e o estoque de conjuntos

    aguardando inspeo foi eliminado. Como cada unidade agora inspecionada

    imediatamente aps sua montagem, os defeitos so reconhecidos minutos

    aps o trmino da montagem, e a causa deles pode ser corrigida antes que

    sejam produzidas novas peus tambm defeituosas. Esta mudana simples,

    fcil e de baixo custo proporcionou empresa uma economia de vrios

    milhares de dlares pela reduo do custo de inspeo e, alm disso, reduziu

    grandemente o nmero de peas refugadas.

    O grfico do fluxo do processo e o mapofluxograma, so de grande utilidade na

    indicao da convenincia de se mudar a sequncia de operaes com o

    objetivo de eliminar processos, de reduzir o manuseio e transportes e tornar

    eficiente o fluxo contnuo de trabalho atravs da fbrica.

    D) Simplificar as operaes essenciais. Aps o estudo do processo produmo e

    a execuo de todas as melhorias que se apresentavam como promissoras, o

    prximo PLISSO conskie na anlise de cada operao, acompanhada da

    tentama de simplifica-la ou melhor-la. Era outras palavras, em primeiro lugar

    estuda-se o geral, fazendo as mudanas de maior vulto, aps isso. analisa-se

    os detalhes do trabalho.

    Uma das melhores maneiras

  • de se encarar o problema da melhoria dos mtodos discutir tudo o que se

    refere ao trabalho como est sendo feito, os materiais usados, as

    ferramentas e o equipamento, as condies de trabalho e o proteto do prprio

    produto. Admite-se que nada do que se refere ao trabalho perfeito Comea-

    se perguntando o que, quem, onde, quando, como, por que.

    11 O que est sendo feito? Qual a finalidade da operao? Por que deve

    ser feita? O que aconteceria se fosse eliminada? Todos os detalhes ou partes

    da operao so necessrios?

    2j Quem executa o trabalho'' Por que? essa pessoa o est executando? Quem

    poderia faz-lo melhor? Podem ser introduzidas modificaes que permitam a

    um operador menos qualificado e com menor treinamento fazer o trabalho?

    3) Onde est sendo leito o trabalho?' Por que deve ser executado naquele

    lugar? Poderia ser feito num outro lugar e mais economicamente?

    4) Quando feito o trabalho? Por que deve ser feito naquele instante? No

    seria melhor faz-lo numa outra ocasio?

    5) Como feito o trabalho? Por que feito assim? Isto sugere uma anlise

    cuidadosa e a aplicao dos princpios de economia dos movimentos.

    Questione-se cada elemento ou movimento da mo. Assim como na anlise do

    processo procura-se eliminar, combinar e rearranjar a sequncia de operaes,

    assim, tambm, em uma operao individual, tenta-se eliminar os movimentos,

    combin-los ou rearranjar a sequncia de movimentos essenciais com a

    finalidade de tornar a tarefa mais fcil.

    FERRAMENTAS PARA A MELHORIA DOS MTODOS. Antes que

    se possam desenvolver mtodos melhores e mais fceis de se executar

    determinada tarefa, necessrio que sejam obtidos todos os detalhes relativos

    ao trabalho. Para isto, preciso que se levantem informaes suficientes para

    responder s questes o qu, quem, onde, quando, como e por qu, e que se

    respondam satisfatoriamente s outras quatro perguntas sugeridas

  • anteriormente.

    A maioria das pessoas acha til a apresentao das informaes de forma

    grfica ou em tabelas. Existem vrios mtodos para visualizao de um

    processo ou de uma operao. Cada um deles ser inteiramente descrito nos

    prximos cinco captulos. claro, nem todos sero usados em uma nica

    tarefa. Por exemplo, pode existir o caso em que o grfico do fluxo do

    processo ou mapofluxograma seja tudo o que se necessita. Se uma operao

    especfica objeto de estudo, pode-se usar ento o grfico de operaes. O

    grfico de atividades e o grfico homem--mquina so teis tambm, e,

    ocasionalmente, pode ser vivel a realizao de uma anlise de

    micromovimentos para a tarefa, especialmente se o ciclo curto, e um grande

    nmero de operrios usado em sua execuo.

    Deve ficar claro, entretanto, que o grfico do fluxo do processo, o

    mapofluxograma, o grfico de atividades, o grfico homem-mquina, o grfico

    de operaes e o grfico simo so simplesmente ferramentas a serem usadas

    quando necessrias.

    CAPTULO 7

    Anlise do processo produtivo

    O sistema completo ou processo de se executar um trabalho deve ser

    estudado globalmente, antes que se tente efetuar uma

    investigao detalhada de uma operao especfica nesse processo. Este

    estudo geral incluir, na maioria dos casos, uma anlise de cada um dos

    passos que compem o processo de fabricao.

    GRFICO DO FLUXO DO*PROCESSO. O grfico do fluxo do processo uma

    tcnica para se registrar um processo de maneira compacta, a fim de tornar

    possvel sua melhor compreenso e posterior melhoria. O grfico representa os

    diversos passos ou eventos que ocorrem durante a execuo de uma tarefa

    especfica, ou durante uma srie de aes. O diagrama, usualmente, tem incio

  • com a entrada da matria-prima na fbrica e a segue em cada um dos seus

    passos, tais como transportes e armazenamentos, inspees, usinagens,

    montagens, at que ela se torne ou um produto acabado, ou parte de um

    subconjunto. Evidentemente, o grfico do fluxo do processo pode registrar o

    andamento do processo atravs de um ou mais departamentos.

    O estudo minucioso desse diagrama, fornecendo a representao grfica de

    cada passo do processo atravs da fbrica, certamente sugerir melhorias.

    comum concluirmos que certas operaes podem ser inteiramente eliminadas,

    ou ento, que parte de uma operao pode ser eliminada, operaes podem

    ser combinadas, um melhor (trajeto) para as peas pode ser seguido,

    mquinas mais econmicas podem ser empregadas, esperas entre operaes

    eliminadas, em suma, que outros melhoramentos podem ser feitos,

    contribuindo para a produo de um produto melhor a um custo mais baixo. O

    grfico do fluxo do processo ajuda a demonstrar que efeitos as mudanas,

    em uma parte do processo, tero em outras fases ou elementos. Alm disso, o

    grfico poder auxiliar na descoberta de operaes particulares do processo

    produtivo que devam ser submetidas a uma anlise mais cuidadosa.

    O grfico do fluxo do processo, como outros mtodos de representao grfica,

    deve ser modificado a fim de se enquadrar ao problema em considerao. Por

    exemplo, poder mostrar a sequncia das atividades de uma pessoa ou, ento,

    os passos a que submetido o material. O grfico deve ser do tipo homem ou

    do tipo produto, e os dois tipos no devem ser combinados.

    O grfico de processo pode ser usado com proveito por qualquer pessoa de

    uma organizao. O mestre, o supervisor, os engenheiros de processo e de

    arranjo fsico devem estar to familiarizados com o grfico de processo

    quanto o engenheiro de produo, sendo todos capazes de empreg-lo

    efetivamente.

    Vrios anos atrs, os Gilbreth criaram um conjunto de 40 smbolos usados na

    preparao dos grficos do fluxo do processo'11. Recentemente, os cinco

    smbolos (operao, transporte, inspeo, espera, armazenamento) tm sido

  • usados intensamente e, de maneira geral, satisfazem s necessidades dos

    mais variados tipos de trabalho. Esses smbolos servem como uma espcie de

    taquigrafia para ajudar na enumerao rpida dos passos ou das atividades em

    um processo produtivo.

    CUIDADOSA ANLISE DO PROCESSO NECESSRIA EM LINHAS DE

    PRODUO MECANIZADAS. Quando se estuda o arranjo fsico para a

    produo em massa de um produto especfico, o processo de fabricao

    estudado

    cuidadosamente, e as mquinas, equipamentos, locais de trabalho so

    dispostos de tal forma que o produto ser movimentado atravs da fbrica, com

    um mnimo de movimentos desnecessrios e de retrocessos. O caminho que

    cada parte e subconjunto deve seguir estudado antes que o equipamento

    seja instalado na fbrica. Entretanto, na maioria das indstrias, a disposio

    no deste tipo. Em vez disso, o material se movimenta de um local de

    trabalho para outro, de forma intermitente, transportado por carrinhos, e, em

    muitos casos, pouca ateno dada sequncia de operaes ou ao fluxo

    atravs da fbrica. Devido a isso, muitas so as oportunidades para se

    economizar tempo e dinheiro, como resultado de uma anlise do processo

    produtivo.

    PASSOS A SEREM SEGUIDOS NA EXECUO DE UM GRFICO DO

    FLUXO DO PROCESSO E DE UM MAPOFLUXOGRAMA

    1) Determine a atividade a ser estudada. Decida se o objeto a ser seguido

    uma pessoa, produto, pea, material ou impresso. No mude de objeto durante

    a construo do grfico do fluxo do processo.

    2) Escolha pontos definidos para o incio e o trmino do grfico, a fim de que se

    garanta a cobertura da atividade que se deseja estudar.

    3) O grfico do fluxo do processo deve ser executado em uma folha de papel

    com dimenses suficientes para conter: (a) o cabealho, (b) a descrio e (c) o

  • sumrio. O cabealho dever identificar o processo em estudo. O corpo do

    grfico do fluxo do processo dever conter uma coluna para a Distncia

    percorrida (em m), uma para o Smbolo, uma para a Descrio e.

    possivelmente,

    uma para o Tempo. Devem ser empregados os cinco smbolos do grfico do

    fluxo do processo. Cada passo do processo produtivo deve ser indicado para

    que a anlise tenha real valor. necessrio que reconheamos e

    identifiquemos os passos desnecessrios e as ineficincias para que possamos

    elimin-los.

    4) Inclua no grfico do fluxo do processo um sumrio tabelar mostrando o

    nmero de operaes, o nmero de movimentos, as distncias percorridas

    pelas peas, o nmero de inspees. o nmero de armazenamentos e as

    esperas. Depois de terem sido executadas as melhorias, deve-se compilar um

    sumrio combinado fornecendo essas informaes relativas ao mtodo antigo,

    ao mtodo proposto e diferena.

    5) Obtenha plantas do departamento ou da fbrica mostrando a localizao das

    mquinas e o equipamento usado na produo. Se no puderem ser obtidas,

    desenhe esquemas em escala. Frequentemente, desejvel montar-se as

    plantas em uma prancha de madeira, cortando-se templates de papelo para

    representao das mquinas, usando-os quando novo arranjo fsico para o

    equipamento for sugerido. Algumas vezes, modelos tridimensionais de

    mquinas e equipamentos so usados em lugar dos templates (Fig. 55).

    6) Desenhe nas plantas o fluxo da pea atravs da fbrica, anotando a direo

    do movimento por meio de flechas. O mapofluxograma deve ser feito no prprio

    local de trabalho e no de memria na mesa do analista. As distncias devem

    ser realmente medidas ou, ao menos, avaliadas.

    CAPTULO 8

    Grficos de atividade. Grficos homem-mquina

    (exemplificado

  • em sala de aula)

    CAPTULO 9

    Anlise de operaes

    CAPTULO 10

    Estudo de micromovimentos

    (exemplificado em sala de aula)

    ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS. O estudo de micromovimentos fornece

    uma tcnica para registro e medida do tempo despendido em uma atividade.

    Consiste em se filmar a operao, de modo que um relgio seja includo na

    cena ou, ento, usando-se mquina de filmar que opere em velocidade

    constante e conhecida. Desta forma, o filme torna-se um registro permanente

    do mtodo seguido na execuo e do tempo despendido, podendo ser

    reexaminado quando se desejar.

    OBJETIVOS DO ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS. O estudo de

    micromovimentos foi, inicialmente, usado para a anlise de operaes, mas,

    recentemente, encontraram-se novos usos para esta tcnica. O estudo de

    micromovimentos pode ser usado com as seguintes finalidades: como ajuda no

    estudo das atividades de duas ou mais pessoas trabalhando em conjunto;

    como auxlio no estudo da relao entre as atividades de um operrio e os de

    uma mquina; como meio de se determinar o tempo necessrio para a

    execuo de operaes (substituindo o uso do cronometro); como ajuda na

    obteno de dados relativos a movimentos bsicos para o sistema de tempos

    sintticos; como registro permanente do mtodo empregado e do tempo

    despendido por um operador e por uma mquina na execuo de suas

    atividades; e para pesquisas no campo do estudo de movimentos e de tempos.

    No entanto as principais aplicaes do estudo de micromovimentos so: (1)

    procurar o melhor mtodo de se executar uma

  • tarefa e (2) treinar pessoas para entenderem o verdadeiro sentido do estudo de

    micromovimentos e, quando o treinamento alcana bons resultados, para

    torn-las mais eficientes na aplicao dos princpios de economia dos

    movimentos.

    O ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS COMO AUXLIO NA MELHORIA DE

    MTODOS. O estudo de micromovimentos fornece uma tcnica sem igual

    para a execuo de uma anlise detalhada de uma operao. Como ser

    explicado posteriormente, o procedimento consiste em (1) filmar a operao a

    ser estudada, (2) analisar o filme, (3) registrar os resultados da anlise e (4)

    desenvolver um mtodo melhorado atravs do processo de soluo de

    problemas.

    Costuma-se executar o estudo de micromovimentos com velocidades de 960

    ou l 000 quadros/min, podendo-se, entretanto, usar velocidades superiores,

    para movimentos muito rpidos das mos do operador ou, ento, para

    operaes complexas. Projetando-se o filme em uma tela, as imagens so

    ampliadas vrias vezes, o que facilita a anlise dos movimentos. Cada

    movimento do operrio pode ser registrado com a preciso que se deseja.

    O estudo de movimentos, apesar de fornecer um meio conveniente, preciso e

    positivo para o estudo do trabalho, usado de maneira limitada na melhoria de

    mtodos. De fato, a anlise de micromovimentos no necessria para o

    estudo da grande maioria das operaes a serem melhoradas. Uma pessoa

    que compreenda a tcnica e conhea os princpios do estudo de movimentos

    pode, na maioria dos casos, visualizar completamente a operao e, aplicando

    os princpios de

    economia dos movimentos, determinar os mtodos que devam ser

    empregados. O estudo de movimentos, usualmente, pode ser executado sem

    se filmar a operao e sem se fazer a anlise completa que requerida pelo

    estudo de micromovimentos. Alm do mais, um estudo de micromovimentos,

    apesar de no ter custo proibitivo, requer equipamento especial de filmagem,

  • filmes e tempo considervel para a anlise. O estudo de micromovimentos

    usado na indstria moderna para determinar mtodos de se executarem

    operaes, mas no to destacado como algumas pessoas querem insinuar.

    O estudo de micromovimentos deve ser encarado, como qualquer outra

    ferramenta, simplesmente como algo que deve ser usado quando for

    conveniente. Por exemplo, pode ser lucra-tivamente utilizado no estudo de

    operaes altamente repetitivas de ciclos curtos ou, ento, de carter

    altamente manual, em trabalho realizado em larga escala ou, ainda, em

    operaes executadas por nmero elevado de operrios. Estes fatores

    sozinhos nem sempre determinam a necessidade do emprego do estudo de

    micromovimentos. De fato, o estudo de micromovimentos frequentemente a

    ltima alternativa. Algumas vezes, em operaes complexas, difcil se obter

    balanceamento no movimento das duas mos sem a ajuda do grfico simo,

    que simplesmente a representao grfica dos movimentos.

    O ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS COMO AUXLIO NO ENSINO. A

    indstria tem sido lenta em compreender que o maior valor do estudo de

    micromovimentos reside em seu poder de auxiliar uma pessoa a entender o

    estudo de movimentos.

    Por sua definio, o estudo de movimentos parece ser muito simples e

    facilmente entendvel. Entretanto h certa dificuldade em se captar seu

    significado real.

    Para o observador essencial tornar-se eficiente na tarefa de reconhecer e

    seguir os movimentos usados pelo operno na execuo da operao. Ele

    deve ser capaz de ver os movimentos feitos pela mo direita e pela mo

    esquerda do operador, notando, inclusive, o que cada um dos dedos de cada

    mo faz. necessrio ser capaz de reconhecer onde termina um movimento e

    onde comea o seguinte. Como afirmaram os Gilbreth, "(. . .) uma pessoa tem

    que ter estudado e medido movimentos para que seus olhos possam seguir as

    trajetrias e julgar os comprimentos, e seu senso para avaliao de tempos,

  • ajudado por uma contagem rtmica silenciosa, venha a estimar tempos de

    movimentos com preciso surpreendente. A viso, a audio, o tato e as

    sensaes cinestsicas devem ser todos cuidadosamente desenvolvidos"'11.

    A expresso "consciente dos movimentos" tem sido usada para descrever a

    habilidade da pessoa que foi treinada a seguir inconscientemente os

    movimentos do operador, comparando-os com os princpios de economia dos

    movimentos. O estudo de micromovimentos de grande valor no treinamento

    de indivduos para que se tornem conscientes dos movimentos.

    ESTUDO "MEMOMOTION". Os filmes podem ser tirados e projetados

    velocidade aproximadamente normal se se desejar uma reproduo precisa

    dos movimentos de pessoas e objetos. Entretanto, para certos tipos de

    atividades de homens e

    mquinas, filmes tirados com velocidade de 50 ou 100 quadros/min so

    satisfatrios. A expresso estudo memomotion(3> tem sido usada para

    designar esta modalidade do estudo de micromovimentos.

    Os Gilbreth, usando mquina cinematogrfica manual, filmaram atividades de

    grupos com velocidades muito baixas14' e tiraram fotografias intervaladas

    usando mquina acionada a motor, empregadas h muito tempo no estudo do

    crescimento de plantas e de flores. Em anos recentes, diversos usos novos tm

    sido encontrados para essa tcnica valiosa. Alm de suas aplicaes em

    fbricas e escritrios, o estudo memomotion usado para anlise de

    atividades, tais como, registro de passageiros em balces de empresas areas,

    a maneira de os fregueses escolherem artigos em uma loja e o fluxo do trfego

    em estradas, lojas ou bancos.

    A principal vantagem dos filmes em baixa velocidade sobre os feitos em

    velocidade normal a grande economia no custo do filme e no tempo requerido

    sua anlise. Usando-se velocidade de 50 quadros/min, em lugar de 960,

    reduz-se o custo do filme a aproximadamente 60.

  • ANLISE CICLOGRFICA E CRONOCICLOGRFICA

    Os mtodos de anlise ciclogrfica e cronociclogrfica foram desenvolvidos e

    usados plos Gilbreth. Estas tcnicas tm tido uso limitado nos E.U.A., como

    um meio para a melhoria de mtodos, apesar de terem sido bastante

    empregadas na Inglaterra'5'. O ciclo-grfico tem sido usado plos norte-

    americanos com finalidade de treinamento, como ajuda para a descrio da

    trajetria dos movimentos usados na execuo de uma tarefa'61

    e para demonstrar a superioridade de um mtodo ou de um conjunto de

    movimentos sobre outro.

    O copiador automtico desenvolvido pela Eastman Kodak Company, requer

    nmero muito menor de movimentos do que o manualmente operado. Essas

    duas ilustraes esto includas em um relatrio anual da .empresa sob o ttulo

    "Um melhor produto profissional resultante do desenvolvimento dos mtodos

    de trabalho". Originalmente, os rolos eram embrulhados em duas camadas de

    celofane, colocados em uma caixa inferior e em uma caixa exterior; o pacote de

    20,5 kg era colocado em um tabuleiro para embarque. O novo mtodo bem

    mais simples. Agora, os rolos so embrulhados em uma nica camada de

    celofane e embarcados em um tabuleiro, que carregado com auxlio de um

    pequeno elevador.

    Trs fatores sucedem quando um empregado da indstria pode produzir mais

    em menos tempo:

    1- O custo do produto cai, possibilitando que maior nmero de pessoas

    venham a compr-lo.

    2- O operador no tem que trabalhar tanto para produzir o produto, o que

    conduz a menor nmero de horas de trabalho e maiores salrios.

    3- Para o pas, que a totalidade de seu povo, produz-se muito mais,

    aumentando-se dessa forma o bem-estar social.

    CAPTULO 11

  • Movimentos fundamentais das mos

    A maior parte das tarefas feita com as duas mos, e todo o trabalho manual

    consiste em um nmero relativamente reduzido de movimentos fundamentais

    que se repetem e se combinam. Obter ou agarrar e dispor ou colocar so dois

    dos grupos de movimentos usados mais frequentemente. Na maioria

    dos casos, agarrar seguido por algum uso ou elemento do processo, tal como

    pregar um prego com um martelo, usar uma chave para apertar um parafuso

    ou escrever com uma caneta. No uso de uma caneta-tinteiro, a sequncia de

    movimentos seria obter-se a caneta, escrever, isto . usar a caneta e colocar a

    caneta em seu suporte. Apesar de obter e colocar representarem dois grupos

    de movimentos muito comuns, eles no constituem movimentos fundamentais.

    Frank B. Gilbreth, nos seus primeiros trabalhos relativos ao estudo de

    movimentos, desenvolveu algumas subdivises que sups serem comuns a

    todas as espcies de trabalhos manuais. Ele criou a palavra iherblig (Gilbreth

    soletrado de trs para diante), a fim de ter uma palavra curta, que servisse de

    referncia para qualquer uma das dezessete subdivises elementares de um

    ciclo de movimentos'1'. Nem todos os therbligs so puros ou fundamentais no

    sentido de que no possam ser mais subdivididos, mas constituem a melhor

    classificao que possumos para movimentos manuais. O analista experiente

    no ter dificuldades no uso dos therbligs para aplicaes industriais.

    A expresso therblig de uso mais conveniente do que movimento da mo ou

    elemento de movimento e, talvez, possua um significado mais preciso do que

    movimento. Apesar de a palavra therblig ser familiar aos engenheiros de

    produo, prefere-se usar o termo movimento ou movimento da mo quando

    se discute o assunto do estudo de movimentos com o pessoal da fbrica ou do

    escritrio. Termos e smbolos no comuns (como, por exemplo,

    os smbolos mnemnicos dos therbligs) podem ser elementos desfavorveis

    em um programa de treinamento e devem ser evitados quando possvel.

    Os dezessete movimentos fundamentais da mo. juntamente com seus

  • smbolos do alfabeto, seus smbolos mnemnicos e suas cores

    representativas'2' esto apresentados na Fig. 83. A seguir, apresentamos as

    definies desses movimentos.

    DEFINIO DOS MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS DA MO

    l) Buscar (Sh): a parte do ciclo durante a qual os olhos ou as mos esto

    procura do objeto. Buscar comea quando os olhos ou as mos iniciam a

    procura do objeto e termina quando esse encontrado.

    A lista original dos movimentos de Gilbreth continha o therblig achar. Como

    achar ocorre no fim do therblig buscar e uma reao mental e no um

    movimento fsico, ele , raramente, usado em uma anlise de

    micromovimentos. Por isso, omitido desta lista dos movimentos

    fundamentais da mo.

    2) Selecionar (St): a escolha de um objelo dentre os demais de um grupo. Em

    muitos casos, difcil, quando no impossvel, determinar os limites entre

    buscar e seleeionar. Por essa razo, prtica corrente combin-los, referindo-

    se a ambos como um nico therblig, selecionar.

    Com esta definio mais ampla, selecionar rcfere-se procura e localizao

    de um objeto dentre vrios outros. Selecionar inicia-se quando os olhos ou as

    mos comeam a procurar o objeto e termina quando o objeto tiver sido

    localizado.

    Exemplo. Localizando um determinado lpis em uma caixa contendo lpis,

    caneta e outros objetos.

    3) Agarrar (G): estabelecendo

    controle sobre um objeto, fechando-o entre os dedos como preparao para

    levant-lo, segur-lo ou manipul-lo. Agarrar inicia-se quando a mo ou os

    dedos entram em contato com o objeto e termina quando a mo tiver controle

    assegurado sobre ele.

    Exemplo. Fechando os dedos ao redor da caneta sobre a mesa.

    4) Transporte vazio (TE): movimentando a mo vazia ao aproximar-se de um

  • objeto. Supomos que a mo se mova sem resistncia em direo ao ou

    afastando-se do objeto. O transporte vazio comea quando a mo inicia o

    movimento sem carga ou resistncia e termina quando cessa o movimento.

    Exemplo. Movendo a mo vazia para agarrar a caneta sobre a mesa.

    5) Transporte carregado (TL): movimentando um objeto de um lugar para outro.

    O objeto pode ser carregado com as mos ou com os dedos, ou pode ser

    movimentado de um lugar para outro deslizando-o, puxando-o ou empurrando-

    o. O transporte carregado tambm ocorre quando a mo movimentada vazia,

    mas contra alguma resistncia. O transporte carregado comea quando a mo

    movimenta um objeto, ou encontra resistncia pela primeira vez, e termina

    quando cessa o movimento da mo.

    Exemplo. Transportando a caneta do porta-caneta sobre a mesa para a carta a

    ser assinada.

    6) Segurar (H): a reteno de um objeto, depois de ter sido agarrado, sem que

    seja movimentado'3'. Segurar comea quando cessa o movimento do objeto e

    termina quando se inicia o therblig seguinte.

    Exemplo. Segurando um parafuso enquanto a outra mo monta uma arruela no

    mesmo.

    7) Soltar (RL): relaxando o controle sobre

    um objeto. Soltar inicia-se quando a mo comea a abandonar o objeto e

    termina quando o objeto se separa completamente das mos ou dos dedos.

    Exemplo. Soltar a caneta depois de esta ter sido colocada sobre a mesa.

    8) Posicionar (P): girando ou ajustando um objeto de tal modo que ele se

    oriente convenientemente para se adaptar ao local a que se destina.

    possvel posicionar-se um objeto durante um transporte carregado. O

    marceneiro, por exemplo, pode posicionar um prego quando o transportar para

    a madeira na qual ser pregado. Posicionar comea quando a mo gira ou

    ajusta o objeto e termina quando este se encontra na posio ou localizao

    desejada.

    Exemplo. Alinhando uma chave que dever ser introduzida no buraco da

  • fechadura.

    9) Pr-colocar (PP): ajustar um objeto em posio pr-deterrrnada ou coloc-lo

    na posio correta. para que seja usado em algum movimento subsequente.

    Pr-colocar anlogo a posicionar, com a exceo de que o objeto ajustado

    na posio aproximada em que ser usado posteriormente. Na maioria das

    vezes, um gancho, urna braadeira, ou um dispositivo especial segura um

    objeto, de maneira a permitir que esse seja agarrado facilmente na posio em

    que ser usado. Pr-colocar a abreviao usada para Pr-colocar para a

    prxima operao.

    Exemplo. Ajustar ou alinhar a caneta antes de solt-la no porta-caneta. Esta

    pode, ento, ser agarrada na posio correta para uso posterior. Isto elimina o

    therblig posicionar, que seria necessrio para colocar a caneta na posio

    correta para se escrever se ela estivesse

    simplesmente colocada sobre a mesa.

    10) Inspecionar (I): examinar um objeto a fim de determinar se ele obedece ou

    no a uma dimenso-padro, uma forma, uma cor ou a outras propriedades

    previamente estabelecidas. A inspeo pode empregar a viso, a audio, o

    tato. o olfato ou o gosto. Inspecionar por excelncia uma reao mental e

    pode ocorrer simultaneamente com outros therbligs. Inspecionar comea

    quando os olhos ou outras partes do corpo iniciam o exame do objeto e termina

    quando o exame se completar. Exemplo. Exame visual de botes de prola na

    operao de separao final.

    11) Montar (A): colocando um objeto. em outro ou dentro de outro, com o qual

    ele formar uma pea inteira. Montar comea quando a mo movimenta a pea

    em seu lugar no conjunto e termina quando a mo completa a montagem.

    Exemplo. Colocando a tampa em uma lapiseira.

    12) Desmontar (DA): separando um objeto de outro, do qual o primeiro parte

    integrante. Desmontar comea quando a mo inicia a remoo da parte, do

    conjunto, e termina quando a parte estiver completamente separada do

    conjunto.

  • Exemplo. Retirando a tampa de uma lapiseira.

    13) Usar (U): manipulando uma ferramenta, um dispositivo ou parte de um

    aparelho com o objetivo para o qual ele foi planejado. Usar pode se referir a um

    grande nmero de casos particulares. Representa um movimento para o qual

    os movimentos precedentes foram, de certa maneira, preparatrios, e para o

    qual os que se seguem so suplementares. Usar tem incio quando a mo

    comea a manipular a ferramenta ou dispositivo

    e termina quando a mo cessa a aplicao