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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE COMPETÊNCIAS ESTRATÉGICAS PARA AS SECRETÁRIAS EXECUTIVAS Por: Michelle da Silva Dantas Borges Orientadora Profª. Ms. Adélia Maria Oliveira de Araújo Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

COMPETÊNCIAS ESTRATÉGICAS PARA AS

SECRETÁRIAS EXECUTIVAS

Por: Michelle da Silva Dantas Borges

Orientadora

Profª. Ms. Adélia Maria Oliveira de Araújo

Rio de Janeiro

2004

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

COMPETÊNCIAS ESTRATÉGICAS PARA AS

SECRETÁRIAS EXECUTIVAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condições prévia

para conclusão do Curso de Pós-Graduação

“Lato Senso” em Gestão Estratégica e

Qualidade

Por: Michelle da Silva Dantas Borges

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Profº

Fernando Sant´ana que me

deu muita força e apoio

durante esses 12 meses e a

Profª Érica Chulvis que foi

minha 2ª orientadora

4

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus queridospais e meu irmão e ao meumarido.

5

RESUMO

Com essa grande mudança no mercado trabalho a secretária

sofreu uma grande transformação, transformando-se em uma

assistente executiva planejando, organizando, dirigindo e controlando

as atividades de uma empresa.

Essa mudança atingiu dentro das universidades, que junto com

Ministério de educação tiveram que rever toda a grade curricular do

curso, para estar formando novos profissionais com qualificações que

possam ser utilizados dentro desse mercado de trabalho tão exigente.

6

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

As transformações no mundo das organizações modernas

09

10

CAPÍTULO II

A Secretária e as organizações modernas

20

21

CAPITULO III

Grade curricular

33

34

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

43

44

7

INTRODUÇÃO

Ao longo do século XX, desde a Era Clássica, onde

predominavam os conceitos tayloristas e burocráticos de administração

até a Era da Informação no século XXI, onde as palavras-chave são a

flexibilidade e o conhecimento (Chiavenato, 1999), as organizações

passaram por uma série de transformações, seja no âmbito

administrativo, com a adoção de novos modelos de gestão ( como a

reengenharia, a terceirização, os sistemas de qualidade total), ou na

tecnologia, no tratamento das informações com a intensa utilização da

microinformática. Na mudança ocorrida na própria função secretarial

neste contexto, como consequência das transformações profundas

ocorridas nas organizações, e os impactos que estas mudanças têm

exercido sobre a formação da secretária executiva.

Nessa era da globalização da economia a secretária no mundo

dos negócios transformou-se, em assistente executiva dominando as

habilidades requeridas numa organização. Encontrando-se como

profissional de apoio nos níveis mais elevado da organização onde é

constituído pelo presidente e diretores que compõem a alta

administração e tomam as principais decisões. Não se resumindo em

apenas em elo entre o executivo, e sim um suporte para ele.

O perfil esperado do egresso das universidades do Curso de

Secretariado Executivo exige empenho em caminhar o aluno para

perspectivas claras e precisas de sua profissão. A Comissão

Especialista de Ensino de Administração refere-se ao perfil do egresso

do curso de Secretariado Executivo como: exercer as funções

gerenciais com capacidade de planejar, organizar, implantar e gerir

programas de desenvolvimento, tendo como objetivo de proporcionar

ao aluno oportunidade de aplicar o que aprendeu nas diversas

disciplinas.

8

O problema básico deste trabalho se encontra na

adequação da grade curricular dos cursos de secretariado executivo às

exigências do mercado de trabalho analisando o papel da Secretária

Executiva nas organizações modernas, quais habilidades e

competências são exigidas para atender às demandas impostas pelo

contexto organizacional atual definindo, assim, um novo perfil da

Secretária Executiva.

Desta forma o objetivo desta monografia é identificar a coerência

entre as competências que o mercado de trabalho exige atualmente da

Secretária Executiva e as oferecidas pelos cursos de Secretariado

Executivo das Universidades do Rio de Janeiro, analisar as grades

curriculares dos cursos de Secretariado Executivo verificando se

contemplam as competências exigidas pelo mercado de trabalho à este

profissional.

A importância desse trabalho e mostrar o que as universidades

estão ensinando aos alunos do curso de Secretariado Executivo,

verificando se as grades curriculares desses cursos estão de acordo

com as exigências do Ministério de Educação, se esses futuros

profissionais estão saindo das universidades com uma formação

adequada para cumprir todas as exigências que o mercado de trabalho

exigi, nesse mundo globalizado.

Nos capítulos começo com uma abordagem histórica da

transformação ocorrida no mundo das organizações modernas, a

mudança que houve com a profissional dentro dessa transformação,

abordando assim o que o MEC determina dentro das diretrizes

curriculares exigidas para o curso. Verificando o que o profissional

aprende durante o curso e se está preparada para enfrentar o mercado

de trabalho tão exigente.

9

CAPÍTULO I

AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DAS

ORGANIZAÇÕES MODERNAS

10

AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DAS

ORGANIZAÇÕES MODERNAS

1.1 – Administração Científica

O engenheiro Frederick W. Taylor iniciou no século XX a ênfase

nas tarefas que representa a preocupação com as operações e tarefas

a serem realizadas pelas pessoas que trabalham na organização, onde

marca a primeira tentativa de desenvolver uma teoria da administração

para resolver problemas industriais. Taylor desenvolveu um conjunto

de princípios, aos que deu o nome de Administração Científica –

determinar o método de trabalho, ou seja, a única maneira certa ( the

best way) de executar um trabalho para maximizar a eficiência de cada

operário.

Os quatros princípios da Administração Científica de Taylor:

(CHIAVENATO, 1999).

1. Princípio do Planejamento: substituir no trabalho o critério

individual do operário a improvisação e a atuação empírico-

prática por métodos baseados em procedimentos científicos. O

planejamento é uma responsabilidade da gerência e não do

trabalhador. Este é responsável apenas execução da tarefa.

2. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de

que ele está sendo executado de acordo com as normas

estabelecidas e segundo o plano previsto. O controle deve

focalizar as execuções ou desvios dos padrões. O que ocorre

dentro dos padrões normais não deve ocupar em demasia a

atenção do gerente. A gerência deve verificar as ocorrências que

se afastam dos padrões para corrigi-las adequadamente.

11

3. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e

as responsabilidades para que a execução do trabalho seja a

mais disciplinar possível.

Para aumentar a eficiência, Taylor enfatizou outros princípios

secundários, até então pouco considerados em sua época:

(CHIAVENATO, 1999).

1. Estudo de tempos e movimentos: para eliminar movimentos

inúteis e racionalizar o trabalho do operário e com isso

estabelecer o método ideal de trabalho, ou seja, a melhor

maneira (the best way) de executar o trabalho.

2. Seleção científica do trabalhador: processo seletivo para

adequar as pessoas às tarefas especializadas a serem

executadas.

3. Preocupação com a fadiga: movimentos mal planejados

produzem cansaço e redução da eficiência do operário. A

preocupação é determinar qual é a lei da fadiga, ou seja, como

ela ocorre e como pode ser evitada.

4. Padrão de Produção: corresponde à eficiência = 100%

A ênfase na estrutura organizacional reflete a preocupação com

a formação de uma rede interna de relações entre os órgãos que

compõem a organização e com o estabelecimento de um conjunto de

princípios universais para o seu bom funcionamento. A ênfase na

estrutura foi desenvolvida por duas diferentes abordagens: a Teoria

Clássica e a Teoria da Burocracia. A preocupação com essa estrutura

teve início com o engenheiro francês Henri Fayol.

12

1.2 – Teoria Clássica

A Teoria Clássica se caracteriza pela ênfase na estrutura que a

organização deveria possuir para ser eficiente. Na realidade, o objetivo,

tanto da Administração Científica de Taylor, como da Teoria Clássica

de Fayol, era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Na

Teoria Clássica essa eficiência era alcançada considerando-se o todo

organizacional e a sua estrutura para garantir que todas as partes da

organização estariam envolvidas no processo, fossem elas órgãos

(como seções, departamentos e etc.) ou pessoas (como ocupantes de

cargos e executores de tarefas). A abordagem microscópica do

homem, no nível individual de cada operário com relação à tarefa é

ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua

estrutura organizacional. Para ele, toda empresa é composta de seis

funções básicas: (CHIAVENATO, 1999).

1. Função financeira: relacionada com a procura e gerência de

capitais.

2. Função técnica: relacionada com a produção de bens ou de

serviços da empresa.

3. Função comercial: relacionada com a compra, venda e

permutação.

4. Função contábil: relacionada com inventários, registros,

balanços, custos e estatísticas.

5. Função de segurança: relacionada com a proteção e

preservação dos bens e das pessoas.

6. Funções Administrativas: relacionadas com a integração das

outras cinco funções.

13

As funções administrativas coordenam as demais funções da

empresa, pairando acima delas. (CHIAVENATO, 1999).

Segundo Henry Fayol , essa função é constituída por cinco

elementos:

• Previsão: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

• Organização: constituir o duplo organismo material e social da

empresa.

• Comando: dirigir e orientar o pessoal.

• Coordenação: ligar, unir, harmonizar todos os atos os esforços

coletivos.

• Controle: verificar que tudo ocorra conforme as regras

estabelecidas e as ordens dadas.

Além da ênfase na estrutura, a Teoria Clássica deu enorme

importância aos princípios gerais de Administração. Cada princípio

funciona como uma prescrição ou receita sobre como agir em certas

situações. Daí o seu caráter prescritivo o normativo. A Teoria Clássica

teve enorme impacto e repercussão durante as cinco primeiras

décadas do século XX. Mais recentemente, ela foi totalmente

redimensionada e atualizada pela Teoria Neoclássica.

1.3 - Teoria da Burocracia

Por volta de 1947, os escritos do sociólogo alemão Max Weber

sobre o modelo burocrático foram traduzidos para a língua inglesa e

provocaram o surgimento da chamada Teoria da Burocracia na

Administração – é a organização racional e eficiente por excelência. O

14

século XX foi o século das burocracias, para Weber burocracia é

um modelo de organização que se fundamenta em seis dimensões:

(CHIAVENATO,1999)

1. Divisão do Trabalho: Uma sistemática divisão do trabalho para

permitir alto grau de especialização profissional e pessoas

tecnicamente qualificadas. Os cargos são fragmentados em

tarefas simples, rotineiras e bem definidas.

2. Hierarquia de Autoridade: Os cargos são arranjados,

organizados e remunerados de acordo com uma hierarquia:

cada nível é supervisionado e controlado pelo nível superior. A

autoridade é bem definida e se estrutura sob forma escalar ou

piramidal, desde o topo até a base.

3. Regulamentação: Normas, regras e procedimentos formais e

escritos, juntos com a estrutura de autoridade, permitem a

coordenação e asseguram uniformidade, eliminando decisões

arbitrárias e regulando as ações empregados.

4. Comunicação Formalizadas: Todas as comunicações são feitas

através de meios escritos e documentados.

5. Impessoalidade: A ênfase é colocada nos cargos e não nos

empregados, para assegurar que as regras e controles sejam

aplicados uniformemente, evitando envolvimentos com

pessoas e preferências pessoais e para assegurar

continuidade, independentemente da rotatividade do pessoal.

6. Competência profissional: A admissão e o encarreiramento são

baseados na competência técnica e profissional, mediante

concursos ou provas para seleção. Com o tempo de serviço, o

profissional segue carreira dentro da organização, para

promoção, progresso e acesso na escala hierárquica.

15

Para Weber, essas seis dimensões garantem a montagem

de uma organização em que prevalece a ordem, a disciplina e a total

previsibilidade do comportamento dos seus participantes na busca da

máxima eficiência da organização.

Durante a era industrial clássica a organização burocrática

funcionava em um grande ambiente estável e de pouca mudança, eram

encontradas em organizações industriais, políticas, religiosas,

educacionais, militares etc. Nesse mundo tão atual a burocracia não

tem a menor aptidão para a flexibilidade e inovação. Daí a forte e

generalizada tendência à desburocratização nas organizações

modernas. Desburocratizar não é apenas diminuir a papelada e sim

reduzir o grau de intensidade das dimensões burocráticas.

1.4 - Ênfase na estrutura

Iniciada com a teoria Clássica, tendo o Modelo Burocrático e

fundamento da teoria administrativa, nesta era a teoria administrativa

passou a ser desenvolvida pela Teoria Estruturalista e Teoria

Neoclássica. (CHIAVENATO,1999).

Teoria Estruturalista: O estruturalismo foi a mais forte

influência da sociologia e preocupou-se com o estudo da organização

formal (aquela que é deliberada e oficialmente estabelecida pela

organização, principalmente através de organogramas e manuais de

organização), mas também incorporou a organização informal

(decorrência do comportamento dos grupos sociais informais dentro da

organização formal), buscando compartibilizar idéias da Teoria

Clássica e da Teoria das Relações Humanas, considerando totalmente

opostas e contraditórias.

Teoria Neoclássica: A teoria Clássica veio para redimensionar

e atualizar os velhos conceitos Clássicos de Administração,

considerada Escola do Processo Administrativo pela ênfase nas

16

funções administrativas. Para autores neoclássico tema função

adotando o planejamento, a organização, a direção e o controle como

as funções administrativas.

Teoria Comportamental: Os administradores devem ser

capazes de chegar a um detalhamento de fatores, que possam

humanizar o trabalho, ao nível de prioridades motivacionais, a definição

de um estilo de chefia em função dessas prioridades e a programação

do treinamento específico do supervisor à área em gestão. Em

decorrência dessa filosofia e política administrativa, tornou-se hoje

fundamental o estudo das ciências do comportamento na área

administrativa e em áreas afins. A Teria Comportamental trouxe uma

direção e enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das

ciências do comportamento. Ela não deve ser confundida com a Escola

Behaviorista que se desenvolveu na Psicologia a partir dos trabalhos

de Watson. Ambas se fundamentaram no comportamento humano.

Teoria de Sistemas: A abordagem sistêmica da administração,

tem sua origem a partir dos estudos do biólogo alemão Ludwig von

Bertalanffy, que elaborou uma teoria interdisciplinar, capaz de

transcender os problemas específicos de cada ciência. Este feito

possibilitou que princípios e modelos gerais pudessem permitir a

utilização das descobertas de uma ciência por outras. Os campos da

física, química, biologia, psicologia, sociologia e outros foram

profundamente afetados pela perspectiva da abordagem sistêmica.

Essa teoria foi, pelo autor, denominada Teoria Geral dos

Sistemas e permitiu, pela interdisciplinariedade, demonstrar o

isomorfismo entre as ciências, de modo a possibilitar a aproximação

entre as fronteiras de cada uma, inclusive preenchendo os chamados

espaços vazios ou brancos entre as mesmas. A dimensão totalizante

desta teoria baseia-se na dependência recíproca de todas as

disciplinas e na necessidade de sua integração. Dessa forma, todas as

17

ciências passam a poder tratar seus objetos de estudo como

sistemas e assim também a administração.

Teoria da Contingência: A Teoria da Contingência é um passo

além da Teoria dos Sistemas em Administração. A visão contingencial

da organização e de sua administração sugere que uma organização é

um sistema composto de subsistemas e delineado por limites

identificáveis em relação ao seu supra-sistema ambiental. A visão

contingencial procura compreender as relações dentro e entre os

subsistemas , bem como entre a organização e seu ambiente, e definir

padrões de relações ou configuração de variáveis . Ela enfatiza a

natureza multivariada das organizações e procura compreender como

as organizações operam sob condições variáveis e em circunstâncias

específicas.

A visão contingencial está dirigida acima de tudo para a

recomendação de desenhos organizacionais (organizational designs) e

sistemas gerenciais mais apropriados para situações específicas. A

Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas

organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo

depende. A abordagem contingencial explica que existe uma relação

funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas

apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização.

1.5 - As Organizações na atualidade: A Era da Informação

Através do período de industrialização houve o aparecimento da

teoria administrativa, no final do século XIX onde a industrialização

clássica teve o seu início, como conseqüência da Revolução Industrial

indo até a metade do século XX. Nas décadas desse período,

prevaleceram as três abordagens tradicionais da administração: a

Administração Científica – enfatiza as tarefas a nível do operário, a

Teoria Clássica e o Modelo Burocrático – valoriza a estrutura

18

organizacional, e a Teoria das Relações Humanas – ressalta o

papel das pessoas nas organizações. (Chiavenato, 1999)

A Era Industrial Neoclássica ocorreu em 1950 até 1990 onde

ocorreu uma forte movimentação no mundo dos negócios. O final da

Segunda Guerra Mundial liberou as organizações para os seus

produtos e serviços originais, e o desenvolvimento tecnológico – o

advento do avião a jato, da televisão, da telefonia digital, do

computador de primeira a quarta geração e do microcomputador .

Nessa época houve grandes mudanças sociais, culturais, econômicas

e tecnológicas, mudando o mundo dos negócios ou em alguns casos

não sofrendo nenhuma alteração. Uma nova realidade começou a

mostrar os seus amplos contornos, a globalização da economia,

trazendo novos conceitos como a qualidade total, produtividade,

competitividade, que tornaram-se os principais conceitos empresariais.

No início da década de 1990 surge a Era da Informação,

caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico e com a chamada

tecnologia da informação. A tecnologia da informação (TI) é o

casamento do computador com a televisão e as telecomunicações que

invadiu a vida das organizações e das pessoas. Com essa evolução

houve uma grande diminuição no espaço dentro das organizações.

Arquivos eletrônicos acabam com a papelada e com a necessidade de

móveis associados, criando espaço dentro da organização para outros

fins. Os centros de processamento de dados (CPSs) foram reduzidos e

descentralizados, através de redes de microcomputadores dentro das

organizações. As comunicações tornaram-se móveis, flexíveis, rápidas,

diretas, permitindo maior tempo de dedicação ao cliente. Com o micro

portátil , a multimídia, o trabalho em grupo (workgroup), e as estações

de trabalho (workstations), surgindo o teletrabalho, em que as pessoas

trabalham juntas, mesmo distantes. A teleconferência e a telerreunião

permitem maior conectividade entre as pessoas, com menor

deslocamento físico e menor necessidade de viagens para contatos

pessoais. Através da TI vem a ligação com a internet e a adoção da

19

Intranet estão se propagando de forma intensa. A globalização da

economia é uma das conseqüências da globalização da economia. A

tecnologia está se transformando na ferramenta a serviço do homem e

não mais na variável independente e dominadora que impunha

condições e características tanto à estrutura como ao comportamento

das organizações, como ocorrida na Era Industrial Clássica e na Era

Industrial Neoclássica. (CHIAVENATO, 1999)

20

CAPÍTULO II

A SECRETÁRIA E AS ORGANIZAÇÕES

MODERNAS

21

A SECRETÁRIA E AS ORGANIZAÇÕES

MODERNAS

2.1 Competências

Competência é a capacidade de mobilizar conhecimentos,

valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada

situação. Portanto, para constatá-la, há que considerar também os

conhecimentos e valores que estão na pessoa e nem sempre podem

ser observados.

Competências e habilidades pertencem à mesma família. A

diferença entre elas é determinada pelo contexto. Uma habilidade, num

determinado contexto, pode ser uma competência, por envolver outras

habilidades mais específicas. Para ser competentes, precisamos

dominar conhecimentos. Mas também devemos saber mobilizá-los e

aplicá-los de modo pertinente à situação. Tal decisão significa vontade,

escolha e, portanto, valores. E essa é a dimensão ética da

competência. Que também se aprende, que também é aprendida.

A capacidade de tomar decisões e a experiência estão

estreitamente relacionadas na operação de uma competência. Tomar

uma decisão, muitas vezes, implica certo grau de improvisação, mas

uma improvisação orientada pela experiência.

A competência só pode ser constituída na prática. Não é só o

saber, mas o saber fazer. Aprende-se fazendo, numa situação que

requeira esse fazer determinado.

2.2. A Profissão: Secretariado Executivo

A Secretária é uma profissional que assessora o executivo,

transmite-lhe informações e executa as tarefas que lhe são confiadas.

22

Nessa era da globalização da economia a secretária no mundo dos

negócios transformou-se, em assistente executiva dominando as

habilidades requeridas numa organização. Tendo capacidade para

desempenhar funções de assistente administrativa , tornando-se a

ponte entre aqueles que tomam decisões gerenciais e os que

executarão tais decisões, executa tarefas relevantes para a empresa.

Esse papel de assistente administrativa não se resume a ser elo entre

a administração e o pessoal de linha, sendo suporte para o executivo.

A competência de uma secretária pode ser avaliada não

somente por sua capacidade em lidar com papéis e objetivo materiais,

mas também por sua habilidade em lidar com pessoas. Inútil pensar

numa educação formal com término estabelecido. Não bastam cursos

de segundo e terceiro graus para a exercer competência a função de

secretária, que exige aprimoramento permanente.

O enriquecimento das tarefas de uma secretária moderna pode

ser visto num comparativo de dois tipos : o antigo e o atual. A

apresentação desse tipos tem em vista apenas um efeito didático, pois

é possível encontrar secretárias do passado que apresentam

desempenho de assistente administrativas e de suporte para seus

executivos, como é possível encontrar quem defenda o ponto de vista

de que a profissão de secretária deve compreender somente as tarefas

de secretariado. Pode-se dizer que antigamente a secretária atendia a

um executivo e que hoje ela é assistente da empresa ou de uma área.

Anteriormente, o executivo ditava cartas que a secretária

datilografava. Hoje, as tarefas de uma secretária compreendem

gerenciamento e operação de sistemas de informação (telefone, fax,

copiadoras, microcomputadores ligados por modem a redes de

informação); gerenciamento de serviços e de treinamento, atendimento

a clientes, objetivando oferecer maior qualidade dos produtos ou

serviços da empresa para a qual trabalha; apoio logístico a reuniões.

23

Com toda essa mudança nos requisitos de desempenho de

uma secretária, mais nada mais oportuno que uma preparação

educacional diferente da que se oferecia às secretárias. Entre regras

de comportamento a mesa (boas maneiras) e conhecimentos

administrativos, financeiros, contábeis, de negócios e outros, é possível

que a secretária moderna dê prioridade a estes últimos tipos de

conhecimentos. Diferentemente do modelo clássico, as organizações

modernas exigem um tipo de profissional mais que não apenas execute

as tarefas que lhe são prescritas, mas que também seja criativa e

flexível, comprometida com o trabalho. Hoje é necessário que os

cursos de secretariado abordem administração, marketing, comércio

exterior, contabilidade, finanças, processamento de dados

(informática), uso de equipamentos de comunicação, como copiadoras,

fax, microcomputador, calculadoras eletrônicas.

O mundo dos negócios, com o elevado número de tarefas e

pressões devido à burocracia, rotinas de trabalho, tem levado os

executivos a delegar mais responsabilidade a suas secretárias e a

implementar a autoridade delas. É exigência do mundo dos negócios

modernos que as secretárias estejam preparadas para desempenhar

com competência muitas tarefas especializadas que requerem

capacidade para avaliar e julgar antes que sejam executadas.

A secretária deve estar atenta para o efeito do rápido

desenvolvimento tecnológico, sobretudo com a introdução de

modernos aparelhos de comunicação (variados tipos de telefone, fax,

copiadoras, microcomputadores), alterando sobremaneira a rotina

quotidiana da execução dos serviços.

Flexibilidade, competência e conhecimento são qualidades que a

secretária tem que possuir para conseguir resolver seus desafios do

dia a dia. Tendo como valor, tolerância, competência, flexibilidade,

espontaneidade, criatividade, relevância, alternativas, autoconfiança,

24

demostrar equilíbrio, funcionalidade, técnicas inovadoras, agilidade

organizacional, comunicação rápida e clara.

A secretária executiva deve ser multicultural, estabelecendo e

gerenciando excelentes relações entre diferentes culturas; entendendo,

facilitando e disponibilizando todas as ferramentas possíveis para este

intercâmbio; derrubar barreiras quanto a idiomas ou expressões ainda

não internalizadas; facilitar e orientar quanto ao cumprimento das

exigências preliminares que antecedem toda e qualquer negociação;

colocando-se como Agente de Negócios da sua empresa na recepção

e intercâmbio de todos os processos de comunicação.

2.3 Mercado de Trabalho

A concorrência era menor, os produtos eram mais longos e a

incerteza era controlável. Hoje, os mercados estão cada vez mais

globalizados e dinâmicos e, os clientes cada vez mais exigentes. Para

a satisfação dos clientes as linhas e modelos de produtos melhoram,

mais os produtos duram bem menos.

A tendência do mercado de trabalho é exigir do profissional

conhecimentos generalizados e competências múltiplas que

transcendam as fronteiras do país no qual vive; e esta exigência é

ainda maior quando o enfoque é para profissões como o secretariado.

2.4- As Habilidades Necessárias da Secretária Executiva

nas Organizações Modernas

A secretária pode estar situado em um dos três níveis

organizacionais: no nível institucional, intermediário ou operacional de

uma organização. Em cada um dos níveis organizacionais, o papel da

secretária é diferente.

25

• Nível Institucional: É o nível mais elevado da

organização, onde é constituído pelo presidente e diretores que

compõem a alta administração e tomam as principais decisões.

• Nível Intermediário: É o nível administrativo que articula

internamente o nível institucional com o nível operacional da

organização, onde é composto por gerentes, chamado de nível

de meio campo.

• Nível Operacional: É o nível administrativo mais baixo de

todos, e mais íntimo da organização e constitui a base inferior do

organograma.

A secretária executiva encontrava-se como uma profissional de

apoio nos níveis Institucional e Intermediário, estando envolvida com

atividades de assessoria e planejamento. (MEDEIROS e

HERNANDES, 1999)

Desde meados do século XX, tornou-se prática comum definir a

administração em termos de suas quatro funções específicas:

planejamento – define o que a organização pretende fazer no futuro e

como deverá fazê-lo, sendo a primeira função administrativa, definindo

os objetivos para o futuro desempenho organizacional e decidindo

sobre os recursos e tarefas necessários para alcança-los

adequadamente; organização – visa estabelecer os meios e recursos

necessários para possibilitar o planejamento e reflete como a

organização ou empresa tenta cumprir os planos, sendo ser a função

administrativa relacionada com a atribuição de tarefas, agrupamento de

tarefas em equipes ou departamentos e alocação dos recursos

necessários nas equipes e nos departamentos; direção – representa a

colocação em marcha daquilo que foi planejado e organizado, sendo a

função administrativa que envolve o uso de influência para ativar e

motivar as pessoas a alcançar os objetivos organizacionais; e

controle – representa o acompanhamento, monitoração e avaliação do

desempenho organizacional para verificar se as coisas estão

26

acontecendo de acordo com o que foi planejado, organizado e

dirigido, sendo a função administrativa relacionada com a monitoração

das atividades a fim de manter a organização no caminho adequado

para o alcance dos objetivos e permitir as correções necessárias para

atenuar os desvios. Logo, administração é o processo de planejar,

organizar, dirigir e controlar os esforços dos membros da organização e

de utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar

objetivos organizacionais previamente estabelecidos. Isso significa que

a secretária deve saber planejar, organizar, dirigir e controlar as

atividades das organizações.

Para Katz (apud, cit. Chiavenato, 1999), existem três tipos de

habilidades importantes para o desempenho administrativo bem-

sucedido: as habilidades técnicas – é o caso da habilidade em

contabilidade, programação de computador, engenharia etc., estão

relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com “coisas”, como

processos materiais ou objetos físicos e concretos; as habilidades

humanas – envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar,

liberar e resolver conflitos individuais ou coletivos. As habilidades

humanas estão relacionadas com a interação entre as pessoas;

habilidades conceituais – envolvem a visão da organização ou da

unidade organizacional com um todo, a facilidade em trabalhar com

idéia e conceitos, teorias e abstrações, estão relacionadas com o

pensamento, o raciocínio, a diagnóstico das situações e a formulação

de alternativas de soluções dos problemas.

Não basta saber apenas essas três habilidades, é preciso

possuir certas competências pessoais para ter um bom resultado. As

competências são qualidades de quem é capaz de analisar uma

situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas,

constituem o maior patrimônio pessoal da secretária, o seu capital

intelectual, a sua maior riqueza. Existem três competências duráveis

que precisam ser desenvolvidas pela secretária, para ser bem sucedido

27

profissionalmente: o conhecimento – significa todo o acervo de

informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o

administrador possui a respeito de sua especialidade; a perspectiva –

significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação, saber

transformar a teoria em prática, aplicar o conhecimento na análise das

situações, na solução dos problemas e na condução do negócio; a

atitude – significa o comportamento pessoal do administrador frente

às situações com que se defronta no seu trabalho. (CHIAVENATO,

1999)

2.5 – A manutenção da empregabilidade na função de

Secretária Executiva

Uma nova mentalidade profissional impera no mundo

empresarial. As empresas trazem novos caminhos de empregabilidade,

funcionalidade, assim como novos conceitos de mudança da função

secretarial.

A velocidade das transformações é tão grande que na realidade

quase não nos damos conta de que não podemos parar. Hoje vivemos

on-line, plugados ao mundo, no que ele tem de bom e no que não é tão

bom. Portanto, se quisermos ver o mundo ao nosso redor melhor,

cabe a nós torná-lo melhor e mais bonito para nós mesmo e nossos

filhos, para que vivamos mais dignamente.

Flexibilidade é uma das palavras de ordem neste momento. Uma

das definições que podemos dar é que flexibilidade é mudar sem deixar

de ser.

Alvin Toffler, (apud.cit. Dutra, 2001) um dos gurus da

Administração disse que “o analfabeto do ano 2000 não será o

indivíduo que não sabe ler e escrever, mas aquele que não consegue

aprender, desaprender e reaprender.” É preciso ter flexibilidade para

28

desaprender o que já sabemos e construir novos conceitos, novas

formas de fazer, novas formas de realizar, refazer sempre e, mais uma

vez, mais e melhor.

As empresas buscam hoje profissionais treinados, altamente

capacitados, preparados para aceitar desafios, ágeis, inteligentes,

atualizados, aqueles que sabem desenvolver projetos novos, formar

parcerias e tornar seus os objetivos da empresa.

2.5.1 - Novos paradigmas organizacionais

As mudanças de paradigmas na década de 90 são muitas, o

torna as organizações mais competitivas, voltadas para o cliente. A

globalização e a revolução tecnológica deste final de século estão

dissolvendo rapidamente as fronteiras nacionais. A espetacular

expansão do comércio internacional gera pressões, aumentando a

competição, tendo como conseqüência a busca frenética da eficiência,

que passa a ser um diferencial, tornando-se a prioridade número um de

todas as organizações.

O fenômeno globalização resulta da conjunção de três

poderosas forças:

1. A terceira revolução tecnológica (tecnologias ligadas a busca,

processamento, difusão, transmissão de informações, inteligência

artificial, engenharia, genética).

2. A formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos

integrados como o Mercosul a União Europeia e a Nafta,

3. A crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e

financeiros, em escala planetária.

Para o economista francês François Chesnais, a “mundialização”

(maneira pela qual os franceses chamam a globalização) revela que é

29

bem mais que uma fase suplementar do processo de

internacionalização do capital industrial é o novo modelo de

funcionamento sistêmico do capitalismo mundial. Em outros termos, é

uma nova modalidade de regime de acumulação. Seja qual for a

melhor definição, o fato é que está em curso uma etapa da

internacionalização.

O mundo organizacional moderno tem demostrado certa

complexidade e tem substituído modelos de gestão rígidos por outros

mais flexíveis, hajam vista as empresas atuarem cada vez com mais

interdependência de áreas e, consequentemente, com situações mais

complexas. Essas modificações são causadas pela “revolução” que ora

assistimos em todo o planeta.

Diante desse novo contexto mundial, determinamos mentalidade

inovadoras, que devemos nortear as gestões nas organizações

preocupadas em manterem-se vivas. Para isso, precisamos de

constante renovação, trabalho em equipe, estilo gerencial participativo,

descentralização, criação de inovações, administração intuitiva,

delegação do poder.

Esses estilos administrativos que norteiam os novos paradigmas

organizacionais, vislumbram uma organização que não se esquece da

influência externa, ou seja, do ambiente e de uma economia

globalizada. Em contexto onde a tecnologia está acessível a qualquer

pessoa, portanto, valorar três “personagens” é condição sine qua non

para uma vida longa: o cliente, a concorrência e a mudança.

2.5.2 - Perfil secretarial desse final de século

Atualmente tudo nos leva a olhar mais longe, devido à

complexidade do mundo globalizado. As funções e incorporações das

30

empresas levam seus colaboradores a conviver com culturas

diferenciadas modificando as crenças, os valores individuais e

consequentemente, suas atuações profissionais. (apud.cit. Dutra, 2001)

Neste contexto, devido à mundialização da economia, como

falam os franceses, uma gestão secretarial eficaz torna-se cada vez

mais necessária. Isso pelo fato de Secretário Executivo ser um

executivo adjunto, ou seja, um assessor, no sentido mais amplo da

palavra.

Para atender as exigência do mercado, o perfil secretarial desse

final de século foi radicalmente modificado. Nos anos 80 contratavam-

se profissionais com ênfase nos requisitos técnicos exímio datilógrafo,

arquivamento, perfeito, atendimento telefônico eficiente etc. Nos anos

90 a procura do mercado e por secretários com o seguinte perfil

profissiongráfico:

X Empreendedor;

X Inovador;

X Programador de soluções;

X Gestor do fluxo de informações; indispensável as decisões

do executivo

X Dominador no mínimo dois idiomas;

X Iniciativa;

X Criativo;

X Dinâmico;

X Polivalente;

X Negociador;

X Culto;

X Participativo;

X Conhecedor de tecnologias;

X Conhecedor de gestão estratégica;

X Discreto;

31

X Ético;

X Conhecedor de etiqueta e cerimonial;

X Leitor de ambientes para fins de veiculação de mudanças na

estrutura logística e nas relações interpessoais;

X Possuir uma visão generalista da organização.

A secretária deve também desempenhar com alto padrão de

competência as atividades peculiares à profissão, contribuindo

significativamente para uma performance eficaz do executivo.

X Administrar eficazmente o tempo;

X Aplicar as funções gerenciais (planejamento, organização,

controle e direção);

X Dar ênfase ao relacionamento com clientes (internos e

externos)

X Valorizar os princípios de um bom sistema de comunicação;

X Resolver problemas inerentes ao seu trabalho;

X Obter uma visão geral da cultura da organização;

X Conhecer a aplicação elementos de psicologia, não

esquecendo que está lidando com seres humanos diferentes

uns dos outros;

X Coletar dados e elaborar relatórios;

X Redigir documentos empresariais (cartas, ofícios,

requerimentos, atas, etc.)

X Aplicar as técnicas secretariais ( arquivo, follow up, agenda,

reunião, viagens etc.);

X Fazer uso da tecnologia de informação (planilha eletrônica,

banco de dados, processadores de texto, correio eletrônico,

internet, etc;

X Gerenciar eficazmente a transmissão e difusão da

informação.

32

Peter Drucker, em O Gerente Eficaz, disse que o

trabalhador com conhecimentos nas organizações modernas, é um

gerente se, em virtude de sua posição e desse conhecimento for

responsável por uma contribuição que afete, materialmente, a

capacidade da organização de trabalhar e obter resultados, tal homem

ou mulher, deve tomar decisões, pois não se pode apenas obedecer as

ordens. (apud. Cit. Dutra, 2001)

Nesse final de século, o secretário Executivo é co-participante

das revoluções conjuntoriais que estão testando continuamente a

capacidade das organizações de se ajustarem às novas situações,

impondo-lhes a necessidade de adaptação às inovações do ambiente

em turbulência.

33

CAPÍTULO III

GRADE CURRICULAR

34

GRADE CURRICULAR

3.1- Diretrizes Curriculares

A habilidades esperadas dos que exercerão essa a profissão de

Secretária Executiva, como iniciativa, bom sensu, maturidade

emocional, firmeza de caráter e conhecimentos gerais, entre outras,

representam um compromisso para esses mestres

e para a instituição em que atuam.

O perfil esperado do egresso das universidades do Curso de

Secretariado Executivo exige empenho em caminhar o aluno para

perspectivas claras e precisas de sua profissão.

A proposta de Diretrizes Curriculares supervisionada pela

Comissão de Especialista de Ensino de Administração (CEEAD), em

exame no Conselho Nacional de Educação, refere-se ao perfil dos

egressos como:

Aptos a atuar em um mercado altamente competitivo e em

constantes transformações, deverão desenvolver uma gestão

competente, controlando e coordenando seu espaço de atuação, de

maneira a manter a estrutura organizacional otimizada seja de direito

público ou privado. Atuar como Assessor Executivo – sendo o agente

executor e multiplicador mais próximo dos centros de deliberações dos

processos decisórios; como Gestor- veicular a prática de exercício de

atribuições e responsabilidades das funções de Secretário Executivo

– exercer as funções gerenciais (capacidade de planejar, organizar,

implantar e gerir programas de desenvolvimento); como

Empreendedor – promover as idéias e as práticas inovadoras –

competência para implantar resoluções alternativas e inovadoras, bem

como capacidade crítica reflexiva e criativa; como Consultor –

entender a empresa e a sua cadeia produtiva, a sua razão de ser, seus

objetivos e políticas, trabalhar com a cultura da organização,

35

transformando-se em oportunidades utilizando os novos

conhecimentos para aprimorar estratégias em vantagens competitivas,

analisar criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas

transformações. (Carvalho e Andrade: In: MEC. 1998:7)

Dar ênfase à multidisciplinaridade faz parte das proposições aqui

contidas. O objetivo é proporcionar ao aluno oportunidade de aplicar o

que aprendeu na universidade nas diversas disciplinas. O rápido

desenvolvimento das organizações tem exigido que a educação

também se acelere, que as instituições escolares aumentem seu ritmo

de trabalho para alcançar o que o mundo delas exige.

3.2. O curso de Secretariado Executivo

A comissão de Especialistas de Ensino de Administração

(CEEAD) do ministério da Educação (MEC), na proposta de diretrizes

curriculares, cuja síntese foi elaborada por Carvalho e Andrade (1999),

propõe, para o perfil do aluno do Curso de Secretariado Executivo o

que segue:

A formação do Bacharel deve contemplar as relações entre o

conhecimento teórico e as exigências da prática cotidiana da profissão,

preparar secretários executivos para exercer o seu novo papel dentro

das organizações, assessorando staffs, gerenciando setores e

pessoas, gerindo fluxo de informação, utilizando novas tecnologias,

inovando, enfrentando mudanças culturais, econômicas, políticas,

sociais e profissionais, com sensibilidade e lucidez para diagnosticar

conflitos e resistência a mudança, com visão empreendedora, capaz de

promover novos conhecimentos e provocar mudanças, trabalhando

com competência e discrição. (Carvalho e Andrade: In: MEC. 1998:7)

36

O curso de Secretariado Executivo, deve atender a alguns

aspectos fundamentais, que apresentam o compromisso da própria

Instituição de Ensino Superior, quais sejam, as necessidades,

aspirações e expectativas:

Do Projeto Pedagógico estar de acordo com o Novo Perfil

Profissional; De formar bacharéis em Secretariado Executivo; Dos alunos que entram no curso, buscando uma formação

compatível com as exigências do mercado de trabalho, com base

sólida dos conhecimentos fundamentais necessários à sua

formação acadêmica e científica; Dos professores que buscam no curso, realizar sua vocação de

educador e pesquisador, assumindo comprometimento com o

crescimento do curso; Do coordenador do curso, que tenha graduação em Secretariado

Executivo, com curso de pós-graduação em Secretariado Executivo

ou Administração, e/ou com experiência de no mínimo dez anos no

exercício da profissão; Da grade curricular dos cursos de Secretariado Executivo,

possuírem em nível nacional, unicidade lingüistica da formação

específica, imprescindíveis à formação profissional. (BIANCHI,2003)

Essas são áreas básicas que serão trabalhadas nos cursos; mas

temas como: competência, visão, excelência no trabalho, capacidade

de superar obstáculos que surjam quando da realização de tarefas

mais difíceis devem estar incluídos no dia-a-dia de todas as disciplinas,

possivelmente como temas transversais.

De acordo com as áreas de atuação, competências, habilidades

e o perfil desejados para o egresso, as instituições devem proceder à

escolha da grande curricular. As propostas elaboradas pelos

especialistas do Ministério da Educação, nas quais se incluem as

realidades regionais, são importantes nessa amostragem:

37

I- Conteúdos Básicos: estudos relacionados com as Ciências

Sociais, com as Ciências Jurídicas e com as Ciência Sociais,

com as Ciências Jurídicas e com as Ciências da Comunicação e

da Informação;

II- Conteúdos Específicos: estudos das Técnicas Secretariais e de

Gestão Secretarial, abrangendo os conteúdos relacionados com

as Teorias das Organizações, com o Desenvolvimento de

Recursos Humanos e com a Ética Profissional, além do domínio

de, pelos menos, uma língua estrangeira e o aprofundamento da

Língua Nacional.

III- Conteúdos Teórico-Prático: Laboratórios Informatizados, com as

diversas interligações em rede, Estágio Curricular

Supervisionado e Atividades Complementares, especialmente a

abordagem teórico-prática dos Sistemas de Comunicação com

ênfase em software e aplicativos.

38

CONCLUSÃO

A secretária superou os conceitos tayloristas e burocráticos de

administração e seguindo os meios da Era da Informação sendo

flexível e conhecendo novos modelos de gestão, com a evolução da

tecnologia. Com essa evolução houve uma série de mudança na vida

da secretária, tornando sua jornada de trabalho rápida e prática, depois

da Era da Informação dentro das organizações criaram-se espaço pois

os arquivos eletrônicos diminuíram-se os papéis, permitindo maior

espaço para outros fins.

Não bastando apenas alguns cursos de aperfeiçoamento para a

secretária se adequar a inovação tecnológica, e sim aprimoramento

permanente. A secretária deixou de compreender somente as tarefas

de secretariado, deixando de atender somente o seu executivo, e sim

tornando-se assistente da empresa ou de uma área.

As organizações modernas exigem da profissional que não

apenas execute as tarefas que lhe são prescritas, mas que também

seja criativa e flexível, comprometida com o trabalho. Estando

preparada para desempenhar com competência muitas tarefas

especializadas que requerem capacidade para avaliar e julgar antes

que sejam executadas. A secretária moderna em uma organização

deve saber planejar, organizar, dirigir e controlar suas atividades.

Existem três habilidades importantes que uma secretária precisa

ter para um bom desempenho administrativo, habilidades técnicas

(contabilidade, programação de computador...), habilidades humanas

(comunicar, motivar, coordenar...), habilidades conceituais (idéias,

conceitos, teorias....). Para essas habilidades, ter um bom resultado é

preciso ter certas competências pessoais, as competências são

qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar

39

soluções e resolver assuntos ou problemas, o capital intelectual da

secretária, constitui a sua maior riqueza. Precisando ter Competências

de conhecimento, perspectiva e atitude.

Com esses novos conceitos a secretária teve que mudar sem

deixar de ser. É preciso ter flexibilidade para desaprender o que sabe e

construir novos conceitos, novas formas de fazer, novas formas de

realizar, refazer sempre até melhorar. As mudanças de paradigmas na

década de 90 são muitas, o que tornaram as organizações mais

competitivas, voltadas para o cliente, dissolvendo as fronteiras

nacionais, substituindo modelos de gestão rígido por outros mais

flexíveis. Precisamos de renovação, trabalho em equipe, estilo

gerencial, participativo, descentralizado, criativo e com delegação de

poder.

O grande desenvolvimento das organizações fez com que as

instituições de ensino mudasse seu ritmo de trabalho paa alcançar as

exigências do mercado de trabalho. A formação do Bacharel deve

contemplar as relações entre o conhecimento teórico e as exigências

da prática cotidiana da profissão, preparar secretários executivos para

exercer o seu novo papel dentro das organizações, assessorando

staffs, gerenciando setores e pessoas, gerindo fluxo de informação,

utilizando novas tecnologias, inovando, enfrentando mudanças

culturais, econômicas, políticas, sociais e profissionais, com

sensibilidade e lucidez para diagnosticar conflitos e resistência a

mudança, com visão empreendedora, capaz de promover novos

conhecimentos e provocar mudanças, trabalhando com competência e

discrição.

Com este novo perfil profissiográfico para os Cursos de

Secretariado Executivo, as IES poderão definir melhor o seu Projeto

Pedagógico, sua Grade Curricular, e escolher estrategicamente a

linhas de trabalho que desenvolverá em sua IES – com alunos,

40

professores e profissionais da área. O novo perfil profissional

exigido pelo mercado internacionalizado, faz-nos ver a urgência de

inovamos no Secretariado Executivo, criando novas vertentes de

atuação para acompanhar as modificações mundiais. A formação

construída em sua grade curricular, não só atenderá ao mercado

Nacional, mas ao mercado Internacional, fazendo com que estes

profissionais cresçam nas suas habilidades, colocando-os competitivos

e empreendedores.

41

ANEXO 1

GRADES CURRICULARES

42

ANEXO 2

DIRETRIZES CURRICULARES DOS CURSOS

DE SECRETARIADO EXECUTIVO

43

BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro:

Ed. Campus, 1999.

CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: ed. Campus, 1999. BELTRÃO, Mariúsa, PASSOS, Elisabeth de Ibarra – Prática de Secretariado.

São Paulo: Atlas 2 ed, 1991

GUIMARÃES, Marcio Eustáquio – O Livro Azul da Secretária. São Paulo: Érica

3 ed. 1995.

MEDEIROS, João Bosco, HERNANDES, Sonia – Manual da Secretária. São Paulo:

Atlas, 7 ed.1999.

BIANCHI, Ana Cecília de Moraes- Orientação para Estágio em Secretariado:

Trabalhos, Projetos e Monografias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

NAMO, Guiomar. Afinal, o que é Competência? 21/07/2004.

http://www/novaescola.abril.com.br/ed/160_mar03/html/com_palavra.html

44

ÍNDICE INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

As transformações no mundo das organizações modernas

1.1 Administração Científica

1.2 Teoria Clássica

1.3 Teoria da Burocracia

1.4 Ênfase na Estrutura

1.5 As Organizações na atualidade: A Era da Informação

09

10

10

12

13

15

17

CAPÍTULO II

A Secretária e as organizações modernas

2.1 Competências

2.2 A profissão: Secretariado Executivo

2.3 Mercado

2.4 As habilidades Necessárias da Secretária Executiva nas

organizações modernas

2.5 A manutenção da empregabilidade na função de Secretária

Executiva

2.5.1 Novos paradigmas Organizacionais

2.5.2 Perfil Secretarial desse final de século

20

21

21

21

24

24

27

28

29

45

CAPITULO III

Grade curricular

3.1 Diretrizes Curriculares

3.2 O cursos de Secretariado Executivo

33

34

34

35

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA 43