estudo de tempos e movimentos no corte florestal

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0 ALINE MAYARA CHAGAS SOUZA ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL MECANIZADO DE TECA EM ALTA FLORESTA, MATO GROSSO. . CURITIBA 2014

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Page 1: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

0

ALINE MAYARA CHAGAS SOUZA

ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

MECANIZADO DE TECA EM ALTA FLORESTA, MATO GROSSO.

.

CURITIBA

2014

Page 2: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

1

ALINE MAYARA CHAGAS SOUZA

ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

MECANIZADO DE TECA EM ALTA FLORESTA, MATO GROSSO.

Trabalho apresentado para a obtenção

parcial do título de gestão florestal no

curso de pós graduação em gestão

florestal do departamento de economia

rural e extensão setor de ciências

agrárias. Universidade Federal do

Paraná.

Orientador: Dr. Renato César Gonçalves

Robert.

CURITIBA

2014

Page 3: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

2

Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 4 - 5

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 6 - 11

3. MATERIAS E METODOS ...................................................................... 12 - 17

3.1 Caracterização da área de estudo ......................................................... 12

3.1.2 Sistemas de Colheita ......................................................................... 13

3.1.3 Fluxos Operacionais da máquina........................................................... 13

3.1.4 Harvester ............................................................................................... 14

3.1.5 Características Gerais da máquina estudada ........................................ 14

3.1.6 Estudo de tempos e movimentos contínuo ............................................ 15

3.2 Metodologia ....................................................................................... 16 - 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 18

4.1 Resultados do estudo .......................................................................... 18-20

5. CONCLUSÃO ................................................................................................ 21

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 22-23

7. LISTAS ......................................................................................................................................

7.1 Figura 1: Fluxo de derrubada do harvester .......................................... 13 7.2 Figura 2: Imagem máquina estudada ..................................................... 14 7.3 Quadro 01: Descrição dos elementos do ciclo operacional harvester................................................................................................................................ 15 7.4 Quadro 02: Planilha de campo: Estudo de tempos e movimentos método contínuo ................................................................................................................ 17 7.5 Gráfico 1: Etapas de Colheita e tempos gastos ................................. 19

Page 4: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

3

Resumo

Com o estudo de tempos e movimentos podemos analisar a colheita florestal mecanizada com o intuito de aumentar a produção. O trabalho foi realizado em uma florestal homogênea de TECA em Alta Floresta no estado de Mato Grosso, a máquina usada para a colheita foi a harvester, nos dias de hoje o harvester é muito usado nas colheitas por se mostrar altos rendimentos e por se adptar bem em diversos terrenos. Foram feitos uma análise da colheita, ultilizando a metodologia de tempos e movimentos, no método de contínuo onde foram separadas as etapas da colheita vendo qual delas se usa mais tempo e o que pode ser feito para minimizar esse tempo. Os resultados se mostraram satisfatório sendo o harvester a máquina mais indicada para a colheita.

Palavras Chaves: tempos e movimentos,contínuo,Teca e Harvester.

Page 5: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

4

INTRODUÇÃO

A colheita florestal mecanizada proporciona uma maior produção,

atrelando variáveis de tempo e custos a favor das necessidades imediatas

do mercado. O caminho para o atendimento das necessidades crescentes

por produtos florestais se dá por meio de uma produção mais intensa, que,

por sua vez, está associada a uma ampla mecanização, que é o principal

meio para elevar a produtividade do trabalho florestal (FERNANDES

2013).

A colheita mecanizada é uma atividade relativamente recente no

Brasil. As máquinas são, em sua maioria, importadas ou adaptadas de

outras, de custos elevados, o que exige o máximo de aproveitamento de

todas as suas funções na execução de forma contínua, das tarefas a eles

atribuídas, além de maior demanda de pesquisas para as suas

adequações às condições brasileiras de trabalho (FIELDER, 1995).

O conjunto de operações realizadas na colheita mecanizada do

maciço florestal, visando o preparo e o transporte da madeira até o

depósito, utilizando técnicas e padrões preestabelecidos. As etapas mais

importantes são: corte, extração, carregamento, transporte e o

descarregamento. Segundo Machado (1989), no setor florestal, a colheita

da madeira é uma das atividades mais importantes economicamente, pois

representa 50% ou mais no custo final do produto.

O planejamento da colheita é essencial para se obter maior

sucesso, com a aplicação do estudo de tempo e movimentos como técnica

para as operações, com o objetivo de eliminar qualquer elemento

desnecessário à operação otimizando as operações tornando – as mais

eficientes e conseqüentemente aumentando os lucros (FERNANDES

2013).

Para MOREIRA 2002, os estudos de tempos e movimentos são:

Eliminação de todo o desperdício de esforço humano, Adaptação dos

Page 6: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

5

operários à tarefa, Treinamento dos operários, Especialização do operário

e Estabelecimento de normas de execução do trabalho. Existem três

métodos para se aplicar o estudo métodos e tempos, que são o método de

tempo continuo o método de tempo individual ou contagem e o método de

multimomento.

Através deste recurso pode se estabelecer rotas mais adequadas

para a remoção da madeira do talhão, podendo assim reduzir a

movimentação de máquinas no solo diminuindo o tempo, aumentando a

produção e minimizando os custos, a implantação do estudo de métodos

de tempos e movimentos vai auxiliar nesse planejamento ajudando a

empresa a aperfeiçoar as operações da colheita florestal elevando assim

seus lucros e qualidade final da madeira.

O objetivo principal do trabalho é determinar o tempo padrão na

operação de corte com o harvester usando a metodologia contínuo

florestada plantada de teca (Tectona grandis) no município de Alta

Floresta, Mato Grosso. Usaremos a metodologia tempo contínuo.

Page 7: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

6

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A atividade de extração foi uma das primeiras etapas da cadeia de

colheita florestal a ser mecanizada no país, primeiramente mediante a

utilização de tratores agrícolas adaptados e posteriormente com a adoção

dos forwarders. Atualmente a mecanização das atividades de colheita

florestal já é realidade em um grande número de empresas do setor

florestal brasileiro, sendo que a diferenciação de uma empresa de outra é

o nível de mecanização, isso porque que algumas adotam sistemas

totalmente mecanizados enquanto outras os utilizam em algumas partes

do processo (MACHADO 2002).

Definem a colheita florestal como uma cadeia produtiva formada

por etapas denominadas atividades parciais, as quais englobam desde a

derrubada das árvores até a colocação da madeira no pátio da indústria

consumidora. Segundo Malinovski e Malinovski (1998), o sistema de

colheita de madeira abrange as seguintes atividades:

(1) corte: compreende as operações de derrubada, desgalhamento,

traçamento das árvores em toras ou toretes e empilhamento da madeira;

(2) descasque: objetiva retirar a casca do tronco, em razão das

necessidades do produto final e, por isso, é uma atividade opcional;

(3) extração: fase relacionada ao transporte da madeira do local de corte

até a beira da estrada, carreador ou pátio intermediário, de onde é

transferida para os veículos que fazem o transporte final até as fontes

consumidoras;

(4) carregamento: representa a colocação da madeira extraída nos

veículos que a transportam até o local de utilização final ou pátios

especiais;

(5) transporte às fontes consumidoras: consiste no transporte da madeira

coletada da floresta até o centro de consumo;

Page 8: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

7

(7) descarregamento: última etapa da cadeia de produção; corresponde à

retirada da madeira do veículo de transporte e sua colocação no pátio da

empresa consumidora.

A Tectona grandis, popularmente conhecida como Teca, é uma

árvore de grande porte, nativa das florestas tropicais situadas entre 10° e

25°N no subcontinente índico e no sudeste asiático, principalmente na

Índia, Burma, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã e Java. Devido a sua

dispersão geográfica e à variedade de ambientes onde ocorre

naturalmente, a teca é uma espécie de alta adaptabilidade com dispersão

vertical entre 0 e 1300m acima do nível do mar, ocorrendo em áreas com

precipitação anual de 800 a 2500 mm, e temperaturas extremas de 2°a

42°C, porém não resiste à geada (IPEF 2003).

Os sistemas de colheita podem variar de acordo com diversos

fatores, dentre eles a topografia do terreno, o rendimento volumétrico do

povoamento, tipo de floresta, uso final de madeira, máquinas,

equipamentos e recursos disponíveis, volume a ser produzido entre outros

(MACHADO, 2002).

De acordo com a classificação Foodand Agriculture Organization of

the United Nations (FAO 1978), os sistemas de colheita podem ser

classificados quanto à forma da madeira na fase de extração, ao local

onde é realizado o processamento final e ao grau de mecanização.

Em muitos trabalhos adotam-se critérios quanto à forma da madeira

na fase de extração: sistemas de toras curtas, compridas e árvores

inteiras. Quanto à forma da madeira na fase de extração, (MALINOVSKI;

MALINOVSKI, 1998) sugere a seguinte classificação:

1 Sistema de toras curtas: neste sistema todos os trabalhos

complementares ao corte (desgalhamento, destopo, toragem e

descascamento quando necessários) são realizados no próprio local onde

a árvore foi derrubada. As toras produzidas são de 1 a 6 metros,

dependendo do uso do índice de mecanização empregado;

Page 9: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

8

2 No sistema de toras longas ou fuste (tree-length) é efetuado o

desgalhamento e destopamento da árvore no local do corte e levada para

a margem da estrada ou para o pátio temporário em forma de fuste, com

mais de seis metros de comprimento.

3 No sistema de árvores inteiras (full-tree) a árvore é derrubada e

levada para a margem da estrada ou para o pátio intermediário, onde é

processada.

4 Esse sistema de árvores completas (whole-tree) consiste em

arrancar a árvore com seu sistema radicular, ou parte dele e levá-la para a

margem da estrada ou para o pátio temporário, onde será processada.

Desbaste sistemático consiste na retirada das plantas sem

prévia avaliação, por exemplo, retirada de uma em cada 4 linhas de

plantio. Os desbastes sistemáticos são mais recomendáveis para

povoamentos altamente uniformes, nos quais as árvores pouco se

diferenciaram entre si (SIXEL 2008).

Os principais equipamentos utilizados na colheita florestal são as

motosserras, os tratores empilhadores Feller-bunchers e os derrubadores

com cabeçotes processadores Harvesters (MALINOVSKI; MALINOVSKI,

1998). Com tanta tecnologia das máquinas derrubadoras, colhedoras e

processadoras, as motosserras (método de corte semimecanizado) ainda

são muito utilizados devido seu baixo custo e fácil manuseio, em qualquer

condição topográfica.

Os maquinários utilizados também são considerados variáveis

operacionais que podem afligir a produtividade, são eles: o estado dos

elementos de desgaste, a qualidade das peças de reposição, o estado dos

pneus e esteiras, dependência de outros equipamentos e sistema de

manejo adotado (MALINOVSKI 2001).

Harvester ou colhedora é um trator que pode executar,

simultaneamente, as operações de derrubada, desgalhamento,

traçamento, descascamento e empilhamento da madeira e é composto de

Page 10: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

9

uma máquina base de pneus ou esteira, uma lança hidráulica e um

cabeçote. Definido por um conjunto motriz de alta mobilidade e

estabilidade (MALINOVSKI; MALINOVSKI, 1998).

Os “Harvesters” são máquinas de avançada tecnologia e muito bem

aceitas pela capacidade que possuem de operar em condições variadas e

em situações adversas. A situação ideal de operação é encontrada em

florestas com árvores de volume entre 0,25 e 0,35 m³ por árvore, em

espaçamentos abertos (por exemplo, 3 x 3 m), não sendo indicado o uso

dessas máquinas para corte em florestas com produções abaixo de 150

m³ ha -¹. São máquinas adequadas para operações com toras desde 2,0

até 6,0 m. de comprimento (SIMÕES 2008).

Os principais objetivos que desencadearam o projeto de

desenvolvimento do harvester, conforme Souza et al., (2010), foram a fim

de reduzir a mão-de-obra de baixa qualificação, de melhorar as condições

de trabalho do homem e também diminuir os custos operacionais.

O alto custo e os problemas ambientais ligados à colheita florestal

traduzem a importância do planejamento para esta atividade, isso exige

que as ações e os propósitos da colheita estejam bem estruturados,

estrategicamente formulados para que sejam atingidas as metas pré-

estabelecidas (FREITAS, 2005).

A decomposição de operações possibilita eliminar movimentos

inúteis e ainda simplificar, racionar ou fundir os movimentos úteis

proporcionando economia de tempos e esforço do operário. A partir disso,

determina-se o tempo para execução das tarefas mediante o uso de um

cronômetro). Taylor foi a primeira pessoa a usar o cronômetro para

estudar o trabalho e, portanto é chamado “Pai do Estudo do Tempo” A

cronoanálise tem sua origem em Tempos e Métodos, com base nessa

ferramenta, ela define os parâmetros tabulados de várias formas,

coerentemente, culminam na racionalização industrial Meyers (1999).

Page 11: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

10

O estudo dos tempos e movimentos, independentemente do grau

de mecanização da colheita, é utilizado na avaliação do sistema, pois

permite que se faça correções ou alterações no processo de produção,

visando melhoria dos resultados. (MACHADO, 1984).

Segundo Fenner (2001), o rendimento operacional pode ser

determinado através do estudo de tempos e movimentos do trabalho,

cujos objetivossão medir o tempo total e os tempos parciais necessários

para realizar determinada tarefa, registrar o resultado do trabalho obtido

durante estes tempos (rendimento) e compreender os fatores que exercem

influência sobre a atividade que esta sendo desenvolvida.

Segundo o Stôhr (1978), O pesquisador faz a leitura do cronômetro

cada vez que aconteça um ponto de medição anotará a hora indicada o

cronômetro e a posição dos ponteiros nesse momento sem detê-lo junto a

atividade parcial recém determinada. O tempo requerido por cada trabalho

parcial é calculado durante a avaliação por subtração entre a hora que

terminou a atividade parcial e a hora que se iniciou.

O planejamento é a elaboração, por etapas, com bases técnicas,

de planos e programas com objetivos bem definidos. É a arte e a ciência

de projetar, em uma base racional, cursos futuros de ação para

indivíduos, grupos ou corporações, e sua implementação efetiva requer o

uso combinado de medidas quantitativas e qualitativas. É um processo de

decisão com características próprias, pois define o futuro desejado para a

organização e delineia os possíveis caminhos para atingi-lo (MACHADO;

LOPES, 2002).

O estudo de tempos e movimentos método contínuo, foram

implantadas pensando nesse planejamento visando assim aumentar a

produtividade, com os resultados do estudo podemos ter uma visão claro

do que se fazer na colheita florestal para se diminuir o tempo e se ter

mais lucro. Segundo (Fenner 2002), o rendimento operacional pode ser

determinado através do estudo de tempos e movimentos do trabalho,

Page 12: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

11

cujos objetivos são medir o tempo total e os tempos parciais necessárias

para realizar determinada tarefa, registrar o resultado do trabalho obtido

durante estes tempos, rendimento e compreender os fatores que exercem

influência sobre a atividade que está sendo desenvolvida.

Os rendimentos operacionais da colheita de madeira, por se tratar

de uma atividade complexa, possuem a influência de diversos fatores.

Sendo necessário um melhor conhecimento desses fatores, assim tendo

controle sobre os mesmos. Os fatores que influenciam nos rendimentos

são: a floresta, terreno, finalidade da madeira, demanda de madeira,

estradas, manutenção mecânica, custos operacionais, condições

climáticas, capacidade de suporte do terreno e grau de mecanização, de

acordo com ZAGONEL (2005).

Page 13: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

12

MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

3.1.1 caracterização da área de estudo

A pesquisa realizada entre Setembro e Outubro do ano de 2013,

em uma floresta homogênea de Tectona grandis, com desbaste sistemático

feito no quinto ano do plantio, visando incrementar o crescimento em

diâmetro para o corte final, a madeira cortada foi levada para a serraria

onde o produto principal são os blocos de madeira com 2,20m de

comprimento e largura e espessuras variadas de acordo com a grossura

da tora esses blocos em sua grande maioria são comercializados para

Índia ou (Exportação), das "costaneiras" que sobram deste é feito o

aproveitamento que são pequenas ripas, ripões que são comercializados

com o mercado interno. Já o corte final aproximadamente aos 25 anos

será destinado parte para exportação e parte para a fabricação de móveis.

O trabalho desenvolvido no município de Alta Floresta, o qual

possui clima Tropical chuvoso, com duas estações bem definidas: verão

chuvoso e inverno seco. Temperaturas entre 20° a 38 °C, tendo em média

26°C. Com o clima quente e úmido tendo quatro meses secos, sua

principal característica são as elevadas temperaturas podendo chegar a

40°C nos dias mais quentes, nos meses chuvosos sua pluviosidade pode

atingir médias muito elevadas, algumas vezes superiores a 2 750 mm. O

solo predominante é o grupo de antigo podzólico (Amarelo e Vermelho-

Amarelo) e atualmente argissolos amarelos e argissolos vermelho-amarelo

e em pequenos percentuais, latossolos e gleiossolos (Prefeitura de Alta

Floresta, 2010). Com as coordenadas S 09°57´93,8´´ e W 56°51´69,1´´.

De acordo com o registro total da área, identificou-se que no

momento da colheita havia 991 árvores por hectare, com diâmetro à altura

do peito (DAP) médio de 30 cm. A altura média do povoamento era de 12

metros com incremento médio anual (IMA) em média 10 a 20 m³ há/ano e

espaçamento de 3 X 3 m.

Page 14: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

13

3.1.2. Sistemas de Colheita

O sistema de colheita usado são toras longas, as toras

possuem o comprimento de acima de 6 metros. A operação de derrubada

inclui o desgalhamento, traçamento e empilhamento da madeira dentro do

próprio talhão.

3.1.3. Fluxos Operacionais das Máquinas

O desbaste sistemático com o sistema de colheita de toras

longas foi realizado com a entrada do harvester na sexta linha do plantio

em cada talhão entrava no meio e cortava as três linhas do lado direito e

esquerdo e assim sucessivamente até termina o talhão, as árvores eram

cortadas, retirada a casca e processadas cortando em três partes de três

metros de comprimento e empilhadas do lado da linha para posteriormente

o auto carregável passar coletando as árvores (FIGURA 1).

Figura 1, mostrando a entrada do Harvester na sexta linha para a retirada das três linhas do lado direito e esquerdo.

Page 15: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

14

3.1.4 – Harvester

Nesse sistema o corte foi realizado por um trator base de

escavadeira com cabeçote harvester (derrubador-desgalhador). A linha de

derrubada do harvester foi composto por três linhas de árvores. A

derrubada foi feita na direção das árvores em pé, depois realizou-se o

desgalhamento, destopamento e o traçamento das árvores em três

seções com aproximadamente três metros de comprimento cada.

3.1.5 - Características Gerais da Máquina Estudada

A máquina em estudo possui as seguintes características:

- HARVESTER: Máquina Base CAT 315 DL – Longmax5000D.

Segue abaixo figura 02:

Figura 02: Imagem máquina estudada.

Page 16: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

15

3.1.6- Estudo de Tempos e Movimentos, Contínuo.

O estudo de tempos contínuo compreendeu a medição das

grandezas relativas, medição dos tempos e fatores de influência.

A coleta dos dados foi realizada empregando-se o método de

cronometragem de tempo contínuo. Esse método caracteriza-se pela

medição do tempo sem detenção do cronômetro, isto é, de forma

contínua. O pesquisador faz a leitura do cronômetro cada vez que

acontece um ponto de medição, anotando a hora indicada no cronômetro

sem detê-lo, junto ao nome da atividade parcial recém-concluída. O

tempo requerido para cada trabalho parcial é calculado durante a

avaliação por subtração entre a hora em que terminou a atividade parcial

em questão e a hora em que a mesma se iniciou.

3.1.7. Atividades Parciais do Harvester.

Na seqüência (QUADRO 1) seguem descritas as operações parciais que produziram o ciclo de atividades do harvester no estudo de tempo.

QUADRO 01. Descrição dos elementos do ciclo operacional harvester.

ELEMENTOS OPERACIONAIS

DESLOCAMENTO DA

MÁQUINA

Momento em que a

máquina desloca até a

árvore a ser abatida.

POSICIONAMENTO DO

CABEÇOTE

Momento em que o

operador posiciona o

cabeçote da máquina

para pegar a árvore

DERRUBADA Tempo usado para efetuar

o corte da árvore.

PROCESSAMENTO E

DESCARTE

Tempo necessário para

realizar o processamento

Page 17: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

16

3.2. Metodologia

Para a escolha da área experimental foram estabelecidos os

seguintes parâmetros: floresta homogênea, equiânea e da mesma

espécie, talhão de primeiro corte seletivo, topografia plana.

Um estudo piloto foi efetuado para a definição dos elementos

do ciclo operacional e para determinar o número mínimo de amostragem.

O estudo de tempos e movimentos modalidade contínuo do

harvester foi estudada calculando no volume de madeira cortada e

processada e o tempo gasto, visando eliminar os desperdícios e aumentar

a produção.

Equipamentos para o estudo de tempos e movimentos são:

Cronômetro de hora centesimal, prancheta para observações,

calculadora, ficha de campo para anotar os tempos e observações

necessárias.

Foi realizado á campo uma coletada de dados, onde foram

anotados na planilha de campo o tempo gasto para realizar a colheita, o

tempo gasto para manutenção e descanso do operador da máquina. Para

a coleta dos mesmos foi acompanhado um dia da operação do harvester.

Os rendimentos operacionais foram calculados com base nos

dados do estudo de tempos e movimentos da máquina estudada do

tempo gasto para o corte da madeira e processamento.

O estudo de tempos foi realizado de modo a permitir a

determinação do tempo total requerido pela operação e dos ciclos

operacionais que a compõem. Enquanto que o estudo dos movimentos foi

feito considerando todas as atividades diretas ou indiretas resultantes da

produção.

da árvore e

empilhamento.

Page 18: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

17

Para a amostragem será utilizada a amostragem sistemática, sendo o

número de ciclos operacionais estimados através da metodologia utilizada

por Barnes (1977). Inicialmente, realizou-se um estudo piloto dos ciclos

operacionais, buscando estabelecer o número mínimo de ciclos, para um

erro de amostragem admissível fixado em 5%, a 95% de probabilidade,

através da equação 1:

� > �² + ��

²

Onde:

n – número mínimo de ciclos operacionais necessários;

t – valor de t, Student, no nível de probabilidade desejado e (n-1) graus de

liberdade;

CV – coeficiente de variação (%);

E – erro admissível (%).

Foram utilizadas 25 amostras.

Page 19: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

18

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.2. Resultados do estudo

No campo foram coletados os dados para se ter a média de

tempos gasto pelo harvester, onde foram avaliados o deslocamento da

máquina, posicionamento do cabeçote, derrubada e processamento e

descarta, segue abaixo planilha de campo;

Planilha de campo: Estudo de tempos e movimentos método contínuo.

Quadro 02: Demonstrando a soma, amplitude e média dos tempos coletados á campo.

No quadro 02 acima, mostrando os resultados satisfatórios do

harvester a etapa da colheita que levou mais tempo foi o deslocamento da

máquina isso devido ser um desbaste seletivo, levando assim mais tempo

para o deslocamento da máquina entre as linhas, em seguida se gastou

mais tempo com o processamento e descarte.

A eficiência do harvester na colheita florestal é de suma

importância para altos rendimentos operacionais, sendo assim a máquina

florestal harvester é a mais indicada para se aumentar a produção em

grandes maciços florestais. Segundo (FERNANDES 2014), o harvester

corta, desgalha, descasca e traça no tamanho desejado possui o sistema

ELEMENTOS DO CICLO OPERACIONAL

Deslocamento da

máquina (s)

Posicionamento do

cabeçote

(s)

Derrubada

(s)

Processamento/Descarte

(s)

SOMA 3,28368 6,3765 8,3528 8,941

AMPLITUDE 0,2938 0,8845 0,3691 0,3742

MÉDIA 0,131347 0,25506 0,334112 0,360229

Page 20: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

19

computarizado. Pode produzir o equivalente a 20 motosserras. No Brasil,

apenas 10 – 15% da colheita florestal é realizada com o harvester e

apresenta um rendimento 30 st/h, chegando a processar em alguns tipos

de talhões até 100 árvores por hora.

Segue abaixo gráfico 01 demonstrando o tempo médio e as etapas

avaliadas;

31% DESLOCAMENTO DA MÁQUINA

27% POSCIONAMENTO DO CABEÇOTE

23% DERRUBADA

19% PROCESSAMENTO/DESCARTE

Gráfico 1: No gráfico acima podemos observar que foram separados as etapas da colheita para se ter uma melhor visão das etapas e dos tempos gastos.

A divisão das etapas se faz para se ter um melhor planejamento da

colheita e observar qual delas se leva mais tempo e se é preciso fazer

algo para diminuir esse tempo, no gráfico acima se tem uma melhor idéia

do tempo gastos em segundos nas etapas dividas no estudo, apesar de

se ter visto que a etapa que leva mais tempo é o deslocamento da

máquina não há necessidade de se diminuir esse tempo, pois o tempo

gasto se mostrou eficaz e não influência na produção e o descolamento

por se um desbaste seletivo se faz necessário.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Tempo em segundos

Page 21: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

20

O estudo feito os rendimentos não foram influenciados por nenhum

dos fatores citados acima, com isso o tempo gasto na colheita não sofreu

influência de nenhuma das variáveis que poderiam afetar a produção e

aumentar o tempo. Comparando com o estudo de Wadouski (1987), as

principais variáveis externas que influenciam na produtividade das

máquinas nas operações de colheita de madeira são terreno, a espécie, o

diâmetro da base, o diâmetro dos galhos, a altura e o volume individual

das árvores, o volume por ha, o espaçamento.

A eficiência operacional efetiva foi de 90,90 %, com rendimento

operacional de 41,61 (m³/hora) e de 184,11 (árv/hora). Essa eficiência deve-se

ao volume que é a variável que melhor explica a capacidade operacional do

harvester. Observa-se no levantamento feito no estudo que em quatro horas de

trabalho o operador colheu 235 árvores equivalente a 33,20 m³. Apesar de

serem estudos feitos em florestas e lugares diferentes ficou bem claro a

produtividade e eficiência da colheita mecanizada com o harvester.

O tempo gasto para descanso do operador e manutenção da máquina foi

uma 1:29 (Uma hora e vinte e nove minutos) em um dia inteiro, com uma média

de 6 paradas ao dia, não influenciando essas paradas com a produtividade final.

Apesar da produtividade ter sido boa, proponho que operador diminui as paradas

fazendo o seguinte, todo dia antes de se iniciar o trabalho faça uma revisão geral

na máquina, para que assim evite de ficar fazendo várias paradas ao longo do

dia.

A partir dos estudos de tempos e movimentos método contínuo, a

resultado que tivemos foi que a atividade que despendeu maior tempo foi o

deslocamento da máquina que teve a média de 31% do tempo gasto, seguida

pelo posicionamento do cabeçote que foi de 27 % do tempo. Ao contrário do

resultado observado por Burla (2008) que verificou maior gasto de tempo no

ciclo de colheita nas atividades de descascar (29%) e de traçar (23%) em

situação de relevo plano, sendo estudos com espécies e local diferente colocou-

se apenas para se ter uma idéia do rendimento da máquina.

Os resultados obtidos do estudo de tempos e movimentos método

contínuo demonstraram satisfatórios, para obtenção das informações que

seguem foram derrubadas 25 árvores com DAP médio por árvore de 30 cm,

correspondendo a um volume total de 36,02 m³ de madeira processada dia.

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5. CONCLUSÃO

A etapa da colheita que levou mais tempo foi o deslocamento da

máquina, isso se deve por ser um desbaste seletivo, apesar de ter se

levado mais tempo com o deslocamento o operador do harvester colheu

235 árvores equivalente a 33,20 m³/hora, os resultados mostraram

satisfatórios com alta produtividade em pouco tempo.

O tempo gasto com a manutenção da máquina e descanso do

operador se mostrou significativo sendo importante se observar isso, mais

não deixando de compreender, pois se faz necessário o descanso e

manutenção da máquina para a produtividade se aumentar.

Page 23: ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO CORTE FLORESTAL

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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