projeto de aprendizagem
TRANSCRIPT
ii
Projeto de Aprendizagem
um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins Nobre
Dissertaccedilatildeo submetida ao corpo docente da Coordenaccedilatildeo do Instituto deMatemaacutetica ndash IM e do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro ndash UFRJ como parte dos requisitos necessaacuterios agraveobtenccedilatildeo do grau de Mestre em Informaacutetica
Aprovada por
Professora Claudia Lage Rebello da Motta DSc ndash Orientadora
Professor Marcos da Fonseca Elia PhD ndash Orientador
Professora Liacutegia Alves Barros DSc
Professor Marco Antonio Moreira PhD
Rio de Janeiro ndash BrasilOutubro de 2003
iii
NOBRE Vacircnia MarinsProjeto de Aprendizagem um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning Vacircnia Marins Nobre Rio de JaneiroUFRJIMNCE 2003xiv111 pilDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio de JaneiroIMNCE 2003 Orientadores Claacuteudia Lage Rebello da Motta e Marcosda Fonseca Elia1 Interface 2 Educaccedilatildeo a Distacircncia 3 e-LearningI Projeto de Aprendizagem um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica de Conteuacutedos para e-LearningII Dissertaccedilatildeo (Mestrado) UFRJIMNCE
iv
Dedico este trabalho agrave professora Iracema Marins Nobre minha filha semente que eu lancei
por amor nesta Terra
v
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeccedilo a Jesus Cristopor ter colocado no meu coraccedilatildeo este projetoaberto portas fornecido meios eenviado seus anjos para me ajudarAgradeccedilo aos anjos invisiacuteveis cujos nomes natildeo conheccedilo enominalmente aos visiacuteveisMarcos Elia e Claacuteudia Mottameus orientadores por acreditarem que eu conseguiria apoiando corrigindoincentivando e oferecendo ideacuteiasLaura Coutinhocolega de mestrado e amiga pelos momentos de estudos na sua casa conselhos eexemplos de desempenho que procuro imitarMarcus Vinicius Pereira Vera Abreu Vacircnia Seidel Edilene Noronha Iecircda SandeDaise Moreira Ana Blower e Rodrigo Gomesprofessores e colaboradoresMuito obrigada
vi
Resumo da Tese apresentada ao Instituto de Matemaacutetica ndash IM e Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias (MSc)
Projeto de Aprendizagem - um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins NobreOutubro de 2003Orientadores Claudia Lage R da Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDPrograma Informaacutetica
Este trabalho propotildee o Projeto de Aprendizagem um modelo de interface
graacutefico-pedagoacutegica de conteuacutedos para e-learning Seu principal objetivo eacute o de
pesquisar e desenvolver modelos de interfaces que sejam facilitadoras na
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente bem planejados significativos
visualmente atraentes e adequados para a publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos que selecionamos como
adequados e a materializaccedilatildeo do modelo proposto em uma ferramenta de suporte
ndash o Projeto de Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de e-learning usando os conteuacutedos criados pelos
professores
O presente estudo apresenta aleacutem do modelo e da descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima
realizada com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
Palavras-chave Educaccedilatildeo a distacircncia e-learning interface
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
iii
NOBRE Vacircnia MarinsProjeto de Aprendizagem um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning Vacircnia Marins Nobre Rio de JaneiroUFRJIMNCE 2003xiv111 pilDissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio de JaneiroIMNCE 2003 Orientadores Claacuteudia Lage Rebello da Motta e Marcosda Fonseca Elia1 Interface 2 Educaccedilatildeo a Distacircncia 3 e-LearningI Projeto de Aprendizagem um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica de Conteuacutedos para e-LearningII Dissertaccedilatildeo (Mestrado) UFRJIMNCE
iv
Dedico este trabalho agrave professora Iracema Marins Nobre minha filha semente que eu lancei
por amor nesta Terra
v
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeccedilo a Jesus Cristopor ter colocado no meu coraccedilatildeo este projetoaberto portas fornecido meios eenviado seus anjos para me ajudarAgradeccedilo aos anjos invisiacuteveis cujos nomes natildeo conheccedilo enominalmente aos visiacuteveisMarcos Elia e Claacuteudia Mottameus orientadores por acreditarem que eu conseguiria apoiando corrigindoincentivando e oferecendo ideacuteiasLaura Coutinhocolega de mestrado e amiga pelos momentos de estudos na sua casa conselhos eexemplos de desempenho que procuro imitarMarcus Vinicius Pereira Vera Abreu Vacircnia Seidel Edilene Noronha Iecircda SandeDaise Moreira Ana Blower e Rodrigo Gomesprofessores e colaboradoresMuito obrigada
vi
Resumo da Tese apresentada ao Instituto de Matemaacutetica ndash IM e Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias (MSc)
Projeto de Aprendizagem - um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins NobreOutubro de 2003Orientadores Claudia Lage R da Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDPrograma Informaacutetica
Este trabalho propotildee o Projeto de Aprendizagem um modelo de interface
graacutefico-pedagoacutegica de conteuacutedos para e-learning Seu principal objetivo eacute o de
pesquisar e desenvolver modelos de interfaces que sejam facilitadoras na
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente bem planejados significativos
visualmente atraentes e adequados para a publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos que selecionamos como
adequados e a materializaccedilatildeo do modelo proposto em uma ferramenta de suporte
ndash o Projeto de Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de e-learning usando os conteuacutedos criados pelos
professores
O presente estudo apresenta aleacutem do modelo e da descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima
realizada com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
Palavras-chave Educaccedilatildeo a distacircncia e-learning interface
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
iv
Dedico este trabalho agrave professora Iracema Marins Nobre minha filha semente que eu lancei
por amor nesta Terra
v
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeccedilo a Jesus Cristopor ter colocado no meu coraccedilatildeo este projetoaberto portas fornecido meios eenviado seus anjos para me ajudarAgradeccedilo aos anjos invisiacuteveis cujos nomes natildeo conheccedilo enominalmente aos visiacuteveisMarcos Elia e Claacuteudia Mottameus orientadores por acreditarem que eu conseguiria apoiando corrigindoincentivando e oferecendo ideacuteiasLaura Coutinhocolega de mestrado e amiga pelos momentos de estudos na sua casa conselhos eexemplos de desempenho que procuro imitarMarcus Vinicius Pereira Vera Abreu Vacircnia Seidel Edilene Noronha Iecircda SandeDaise Moreira Ana Blower e Rodrigo Gomesprofessores e colaboradoresMuito obrigada
vi
Resumo da Tese apresentada ao Instituto de Matemaacutetica ndash IM e Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias (MSc)
Projeto de Aprendizagem - um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins NobreOutubro de 2003Orientadores Claudia Lage R da Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDPrograma Informaacutetica
Este trabalho propotildee o Projeto de Aprendizagem um modelo de interface
graacutefico-pedagoacutegica de conteuacutedos para e-learning Seu principal objetivo eacute o de
pesquisar e desenvolver modelos de interfaces que sejam facilitadoras na
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente bem planejados significativos
visualmente atraentes e adequados para a publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos que selecionamos como
adequados e a materializaccedilatildeo do modelo proposto em uma ferramenta de suporte
ndash o Projeto de Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de e-learning usando os conteuacutedos criados pelos
professores
O presente estudo apresenta aleacutem do modelo e da descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima
realizada com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
Palavras-chave Educaccedilatildeo a distacircncia e-learning interface
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
v
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeccedilo a Jesus Cristopor ter colocado no meu coraccedilatildeo este projetoaberto portas fornecido meios eenviado seus anjos para me ajudarAgradeccedilo aos anjos invisiacuteveis cujos nomes natildeo conheccedilo enominalmente aos visiacuteveisMarcos Elia e Claacuteudia Mottameus orientadores por acreditarem que eu conseguiria apoiando corrigindoincentivando e oferecendo ideacuteiasLaura Coutinhocolega de mestrado e amiga pelos momentos de estudos na sua casa conselhos eexemplos de desempenho que procuro imitarMarcus Vinicius Pereira Vera Abreu Vacircnia Seidel Edilene Noronha Iecircda SandeDaise Moreira Ana Blower e Rodrigo Gomesprofessores e colaboradoresMuito obrigada
vi
Resumo da Tese apresentada ao Instituto de Matemaacutetica ndash IM e Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias (MSc)
Projeto de Aprendizagem - um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins NobreOutubro de 2003Orientadores Claudia Lage R da Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDPrograma Informaacutetica
Este trabalho propotildee o Projeto de Aprendizagem um modelo de interface
graacutefico-pedagoacutegica de conteuacutedos para e-learning Seu principal objetivo eacute o de
pesquisar e desenvolver modelos de interfaces que sejam facilitadoras na
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente bem planejados significativos
visualmente atraentes e adequados para a publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos que selecionamos como
adequados e a materializaccedilatildeo do modelo proposto em uma ferramenta de suporte
ndash o Projeto de Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de e-learning usando os conteuacutedos criados pelos
professores
O presente estudo apresenta aleacutem do modelo e da descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima
realizada com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
Palavras-chave Educaccedilatildeo a distacircncia e-learning interface
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
vi
Resumo da Tese apresentada ao Instituto de Matemaacutetica ndash IM e Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias (MSc)
Projeto de Aprendizagem - um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegicade Conteuacutedos para e-Learning
Vacircnia Marins NobreOutubro de 2003Orientadores Claudia Lage R da Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDPrograma Informaacutetica
Este trabalho propotildee o Projeto de Aprendizagem um modelo de interface
graacutefico-pedagoacutegica de conteuacutedos para e-learning Seu principal objetivo eacute o de
pesquisar e desenvolver modelos de interfaces que sejam facilitadoras na
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente bem planejados significativos
visualmente atraentes e adequados para a publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos que selecionamos como
adequados e a materializaccedilatildeo do modelo proposto em uma ferramenta de suporte
ndash o Projeto de Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de e-learning usando os conteuacutedos criados pelos
professores
O presente estudo apresenta aleacutem do modelo e da descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima
realizada com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
Palavras-chave Educaccedilatildeo a distacircncia e-learning interface
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
vii
Abstract of The Thesis presented to Instituto de Matemaacutetica ndash IM and Nuacutecleo deComputaccedilatildeo Eletrocircnica ndash NCE of the Universidade Federal do Rio de Janeiro ndashUFRJ for the degree of Master of Science (MSc)
Learning Project - a Graphical and Pedagogical InterfaceModel for Contents of e-Learning
Vacircnia Marins NobreOctober de 2003Advisors Claacuteudia Motta DSc e Marcos da Fonseca Elia PhDDepartment Informatics
This work proposes the Learning Project a graphical and pedagogical
interface model for contents in e-Learning Its main goal is to search and to
develop interface models that facilitate the preparing pedagogical well design and
meaningful contents which fits to publish in the web
On this dissertation are presented the concepts collected as suitable and
the materialization of the proposed model as a supporting tool ndash the Learning
Project that aims at
(1) teachers on development of contents for e-learning and
(2) pupils in e-learning processes using the contents elaborated by the
teachers
This study presents besides a model and a tool description a search of
education software development including specification prototyping and
testing This last made with teachers through a qualitative case study using
observation techniques
Keywords Distance Education e-Learning interface
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
viii
Lista de Siglas
ASP Active Server Pages
CEDERJ Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de
Janeiro
HTML HyperText Markup Language
UNIREDE Universidade Virtual do Brasil
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
NCE Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica
IM Instituto de Matemaacutetica
URL Universal Resorce Locator
HTTP Hypertext Transfer Protocol
WWW World Wide Web
PUC-Rio Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
ix
Lista de Ilustraccedilotildees
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning SpaceFigura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNetFigura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagemdiponibilizadoFigura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de AprendizagemFigura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagemFigura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de ForccedilaFigura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos propostosno material de aprendizagemFigura 35 O que o aluno jaacute sabeFigura 36 Organizadores PreacuteviosFigura 37 Quadro 72 de MondrianFigura 38 Paacutegina do site da SunFigura 39 Homepage do site da MTVFigura 310 Homepage do site da MicrosoftFigura 311 Homepage da site da loja SandpiperFigura 312 Homepage do buscador GoogleFigura 313 Homepage do site do Van Gogh MuseumFigura 314 Homepage do site da Apple ComputersFigura 315 Paacutegina interna do site da Apple ComputersFigura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon BooksFigura 317 Homepage do site da loja RichardsFigura 318 Paacutegina interna do site da loja RichardsFigura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixelsFigura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixelsFigura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che GuevaraFigura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudandotodo o aspecto da padronagem
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
x
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundosFigura 324 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundosFigura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveisFigura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa da barrainferior do WindowsFigura 327 Interface antiga do ICQFigura 41 Modelo ConceitualFigura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula (amareloclaro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada (marron)Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto deAprendizagem criado pelo professorFigura 44 Tela de abertura do Projeto de AprendizagemFigura 45 Tela CriarAlterar Plano de AulaFigura 46 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 47 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 48 Tela Visualizar Plano de AulaFigura 49 Tela de preenchimento da ApresentaccedilatildeoFigura 410 Tela de preenchimento da MotivaccedilatildeoFigura 411 Tela de preenchimento de ConteuacutedoFigura 412 Tela de preenchimento de AtividadeFigura 413 Tela Visualizar AulaFigura 414 Tela Excluir AulaFigura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externoFigura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso dasTecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash PiiFigura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o usodas Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
xi
Lista de Tabelas
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Tabela 51ndash Planejamento do Estudo de Caso
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo
xii
Sumaacuterio
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet 2
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning3
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-Pedagoacutegica para
Conteuacutedos de e-Learning3
14 Matriz de Referecircncia 4
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo 4
Capiacutetulo II ndash e-Learning
21 e-Learning6
22 Breve Histoacuterico8
23 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 9
24 Conclusatildeo do Capiacutetulo 14
xiii
Capiacutetulo III ndash Interface
31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-Moreira uma heuriacutestica
para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem para e-learning utilizando o
modelo de Moreira 18
32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign 32
33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e Flexibilidade 65
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo 66
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem 67
42 Escopo da ferramenta do Projeto de Aprendizagem 68
43 Recursos da Ferramenta 68
44 Modelagem 69
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta 71
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta 73
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta 76
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo 87
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
51 Objetivos do Estudo de Caso 88
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo 90
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo 99
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo 100
Referecircncias Bibliograacuteficas 103
Anexo 109
xiv
1
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
O uso do computador e mais recentemente da Internet estaacute se tornando
presente em quase todos os aspectos da vida moderna bancos lojas
supermercados ambientes de trabalho eletrodomeacutesticos e lazer De diversos
modos o computador vem amplificando funccedilotildees cognitivas humanas e mudando
a maneira de o homem pensar sobre o mundo e sobre si mesmo
Niskier [1999] destaca o volume de informaccedilotildees e a hipervelocidade com
que satildeo veiculadas dentre as caracteriacutesticas fundamentais do mundo
contemporacircneo alertando para as transformaccedilotildees profundas em todos os niacuteveis
do conhecimento humano que elas acarretam
Em contrapartida a educaccedilatildeo na grande maioria dos ambientes escolares
apoacuteia-se em um paradigma institucionalizado e conservador de aprendizado que
segundo Leacutevy [1993] ldquohaacute cinco mil anos se baseia no falarditar do mestre na
escrita manuscrita do aluno e haacute quatro seacuteculos em um uso moderado da
impressatildeordquo Embora esta afirmaccedilatildeo de Pierre Leacutevy possa parecer radical e
questionaacutevel ela natildeo deixa de ser denunciadora
Educaccedilatildeo define Aureacutelio [2000] ldquoeacute processo de desenvolvimento da
capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral
visando agrave sua melhor integraccedilatildeo individual e socialrdquo afirma tambeacutem que
educaccedilatildeo eacute o ldquoaperfeiccediloamento integral de todas as faculdades humanasrdquo
Ora podemos entatildeo inferir a partir dessa definiccedilatildeo que educaccedilatildeo eacute um
processo contiacutenuo cujas dimensotildees natildeo estatildeo restritas unicamente ao universo
acadecircmico e agrave sua temporalidade E concluir que a educaccedilatildeo e o direito _ acesso
2
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
a ela ndash estaacute e sempre esteve aleacutem da pedagogia e das tecnologias usadas na
escola e significa hoje mais do que nunca acesso agrave informaccedilatildeo
Prover meios de acesso agrave informaccedilatildeo a professores e a alunos usando a
tecnologia disponiacutevel parece ser uma das saiacutedas para as atuais demandas
educacionais e mais ainda um meio de modernizar as relaccedilotildees entre escola e
sociedade
Pensadores contemporacircneos como Pierre Leacutevy [2000] com os olhos
voltados para o impacto causado pelas novas tecnologias estatildeo apontando para o
ensino aberto e a distacircncia como uma soluccedilatildeo para as demandas de educaccedilatildeo da
sociedade contemporacircnea Tambeacutem Niskier [1999] aponta para a soluccedilatildeo da
educaccedilatildeo a distacircncia afirmando que ela eacute um instrumento de grandes
potencialidades para atrair e garantir qualidade na relaccedilatildeo ensino-aprendizagem
Eacute neste contexto que vemos a utilizaccedilatildeo da Internet na educaccedilatildeo como
uma proposta de democratizaccedilatildeo da informaccedilatildeo de possibilidade de publicaccedilatildeo
de baixo custo uma biblioteca viva e dinacircmica para professores e alunos um
oceano de diversidade e de informaccedilatildeo a um clique do mouse
11 A Educaccedilatildeo a Distacircncia e a Internet
Fuks e Lucena [2000 p53] definem educaccedilatildeo a distacircncia como sendo ldquoo
ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia impressa ou eletrocircnica para
pessoas participantes em um processo de aprendizado em tempo e local
diferentes do(s) instrutor(es)rdquo
O ensino a distacircncia natildeo eacute algo novo ele aparece hoje instrumentalizado
mais poderosamente pelo uso dos computadores e da Internet O uso da miacutedia
eletrocircnica eacute um diferencial em relaccedilatildeo agrave modalidade de ensino a distacircncia
convencional (onde satildeo utilizados miacutedia impressa e telefone) por oferecer
recursos que aliam a capacidade de processamento armazenamento de dados e
utilizaccedilatildeo de multimiacutedias agrave interatividade e agraves possibilidades de comunicaccedilatildeo da
Internet
3
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
Esses novos valores agregados satildeo tatildeo significativos e diferenciais em
relaccedilatildeo ao modelo convencional de ensino a distacircncia que nos levaram a
escolher essa modalidade como objeto de estudo e utilizar no contexto deste
trabalho o termo e-learning1 para nomear o ensino a distacircncia que utiliza a miacutedia
eletrocircnica
12 Demanda de Modelos e Interfaces para Conteuacutedo de e-Learning
Sabemos que a aprendizagem a distacircncia usando a Internet o e-learning
eacute um processo que vai aleacutem da publicaccedilatildeo de conteuacutedos de informaccedilatildeo mas que
tambeacutem natildeo os dispensa E que ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo
necessaacuterias aleacutem do conhecimento do tema habilidades pedagoacutegicas e de design
graacuteficordquo [Fucks et al 2001] Elegemos esse aspecto do e-learning como objeto
de estudo por consideraacute-lo relevante e natildeo encontrarmos na literatura e nos
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Capiacutetulo II ndash e-Learning) modelos
pedagoacutegicos e graacuteficos de auxiacutelio ao professor
13 Projeto de Aprendizagem ndash um Modelo de Interface Graacutefico-
Pedagoacutegica para Conteuacutedos de e-Learning
O presente trabalho objetiva pesquisar e desenvolver modelos de
interfaces que sejam facilitadoras na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos pedagogicamente
bem planejados significativos visualmente atraentes e adequados para a
publicaccedilatildeo na Internet
Nesta dissertaccedilatildeo satildeo apresentados os conceitos tanto graacuteficos quanto
pedagoacutegicos que selecionamos como adequados e tambeacutem a materializaccedilatildeo do
modelo que estamos propondo em uma ferramenta de suporte ndash o Projeto de
Aprendizagem que se destina a
(1) professores na elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning e
(2) alunos em processos de aprendizagem atraveacutes do e-learning usando os
conteuacutedos criados pelos professores
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
4
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
14 Matriz de Referecircncia
O presente estudo apresenta aleacutem de um modelo e a descriccedilatildeo da
ferramenta uma pesquisa de desenvolvimento de software educativo incluindo
as fases de especificaccedilatildeo de prototipagem e de preacute-validaccedilatildeo Esta uacuteltima feita
com professores em um estudo de caso qualitativo usando teacutecnicas de
observaccedilatildeo
15 Apresentaccedilatildeo da Dissertaccedilatildeo
No Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo apresentamos nosso objeto de estudo o e-
learning atraveacutes de uma reflexatildeo sobre o uso da Internet como facilitadora do
acesso agrave educaccedilatildeo
No Capiacutetulo II ndash e-Learning Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um
conceito de e-learning alguns marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no
Brasil e como se daacute a publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de
aprendizagem que escolhemos como amostra AulaNet Learning Space
Quantum UniverSite TelEduc e Plataforma Pii
No Capiacutetulo III ndash Interface descrevemos os conceitos que foram
adotados no modelo desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Na seccedilatildeo 31 Camada Pedagoacutegica Conceito Pedagoacutegico Ausubel-
Moreira uma heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
para e-learning utilizando o modelo de Moreira discutimos o conceito de
aprendizagem significativa e as etapas de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos
propostas por David Ausubel segundo a interpretaccedilatildeo de Marco Antonio
Moreira
Na seccedilatildeo 32 Camada Graacutefica Conceitos de Usabilidade e Webdesign
comentamos os conceitos pesquisados na literatura que acreditamos serem
adequados para a criaccedilatildeo de interfaces graacuteficas para e-learning
Na seccedilatildeo 33 Camada de Autoria Conceito de Autonomia e
Flexibilidade ressaltamos a importacircncia do professor na elaboraccedilatildeo dos
5
Capiacutetulo I - Introduccedilatildeo
conteuacutedos para educaccedilatildeo a distacircncia e o Projeto de Aprendizagem como uma
proposta de transiccedilatildeo para apropriaccedilatildeo das linguagens do e-learning pelo
professorado
No Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo apresentamos as fases de desenvolvimento
do protoacutetipo que materializa a proposta conceitual do Projeto de Aprendizagem
No Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo descrevemos um estudo de caso
qualitativo feito com professores usando teacutecnicas de observaccedilatildeo e os resultados
obtidos
No Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo apresentamos nossa contribuiccedilatildeo uma
reflexatildeo sobre o processo e enumeramos possiacuteveis trabalhos futuros
6
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Nesse Capiacutetulo estaremos apresentamos um conceito de e-learning alguns
marcos significativos da educaccedilatildeo a distacircncia no Brasil e como se daacute a
publicaccedilatildeo de conteuacutedos em alguns ambientes virtuais de aprendizagem que
escolhemos como amostra AulaNet Learning Space Quantum UniverSite
TelEduc e Plataforma Pii
21 e-Learning
Niskier [1999] conta um total de nove citaccedilotildees para a educaccedilatildeo a distacircncia
na Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional [Lei nordm 939496] Estamos
presenciando um verdadeiro ldquoboomrdquo de iniciativas tanto puacuteblicas quanto
privadas em torno da educaccedilatildeo a distacircncia e podemos dizer com alguma
propriedade que ldquoA Educaccedilatildeo a Distacircncia estaacute na ordem do diardquo [Elia e
Sampaio 2001]
Parece-nos que este eacute um momento importante e ao mesmo tempo
delicado pois nossas produccedilotildees estaratildeo escrevendo o futuro desta modalidade de
educaccedilatildeo que acreditamos se bem utilizada pode ser um meio de vencer vaacuterias
distacircncias
Na definiccedilatildeo de Fuks e Lucena [2000 p53] jaacute citada agrave paacutegina dois _
ldquoeducaccedilatildeo a distacircncia eacute o ensinoaprendizagem oferecido atraveacutes de miacutedia
impressa ou eletrocircnica para pessoas participantes em um processo de
aprendizado em tempo e local diferentes do(s) instrutor(es)rdquo observamos que
duas variaacuteveis de aprendizagem aparecem flexibilizadas o tempo e o espaccedilo
Elia [2001] acrescenta a este enunciado a flexibilizaccedilatildeo de mais uma variaacutevel o
ritmo de aprendizagem Jaacute Leacutevy [1999] indo mais longe aponta a importacircncia
de educaccedilatildeo aberta e natildeo limitada ao contexto da educaccedilatildeo formal aleacutem de
7
Capiacutetulo II ndash e-Learning
consagrar as experiecircncias adquiridas durante a vida como aprendizagem que natildeo
pode ser descartada Sob o olhar desses autores podemos assegurar que a
educaccedilatildeo a distacircncia traz em seu bojo possibilidades bastante interessantes a
serem exploradas
Por natildeo ser uma coisa nova acreditamos que a alavanca desta onda de
otimismo satildeo as possibilidades oferecidas por esta nova visatildeo da educaccedilatildeo a
distacircncia o e-learning Segundo a definiccedilatildeo encontrada no site da empresa
Xerox que comercializa o ambiente para educaccedilatildeo a distacircncia UniverSite e-
learning1 eacute a modalidade de educaccedilatildeo que se vale de miacutedia eletrocircnica como
viacutedeos CDs Internet intranet para distribuir informaccedilatildeo que segundo
entendemos pode ser oferecido totalmente agrave distacircncia ou assumindo formas
hiacutebridas em que a disponibilizaccedilatildeo de materiais na rede e as interaccedilotildees entre
professore(s)aluno(s) funcionam como um suporte ao ensino presencial
Esta onda de otimismo em do torno do e-learning poreacutem natildeo chega a
cegar Niskier [1999] ao citar Michael Moore [1996] assinala os cuidados para
uma implantaccedilatildeo da educaccedilatildeo a distacircncia
ldquoEducaccedilatildeo a distacircncia eacute a aprendizagem planejada que geralmente
ocorre num local diferente do ensino e por causa disso requer teacutecnicas
especiais de desenho de curso teacutecnicas especiais de instruccedilatildeo meacutetodos
especiais de comunicaccedilatildeo atraveacutes da eletrocircnica e outras tecnologias bem como
arranjos essenciais organizacionais e administrativosrdquo [Moore apud
Niskier1999 p50]
Entre vantagens e cuidados natildeo podemos deixar de nos entusiasmar com
uma modalidade de ensino que oferece tantas possibilidades
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr
8
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Breve Histoacuterico
Se quisermos ir longe podemos dizer que a educaccedilatildeo a distacircncia comeccedilou
no seacuteculo XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa Aqui no Brasil
natildeo existem relatos precisos mas em 1891 o Jornal do Brasil publicava na sua
primeira ediccedilatildeo na seccedilatildeo de classificados um anuacutencio oferecendo um curso de
datilografia por correspondecircncia [Alves 2003] Um outro marco relevante foi o
surgimento em 1941 do Instituto Universal Brasileiro que objetivava a
formaccedilatildeo profissional de niacutevel elementar e meacutedio [Alves 2003]
Merecem destaque o Projeto Minerva2 nos anos 70 o Projeto
TELECURSO3 veiculado pela televisatildeo a partir em 1978 que permanece ateacute
hoje [Andrade 2001] e o Projeto de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia _
POSGRAD um convecircnio entre a CAPES4 e vaacuterias universidades brasileiras
dentre elas a UFRJ iniciado em 1979 e voltado para cursos de aperfeiccediloamento
e especializaccedilatildeo de docente que foi classificado como uma das mais bem-
sucedidas experiecircncias-piloto de ensino a distacircncia no Brasil
Utilizando a miacutedia eletrocircnica aleacutem de material impresso podemos destacar
os consoacutercios UNIREDE5 e CEDERJ6 criados com o objetivo de oferecer cursos
de extensatildeo graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
2 Projeto Minerva _ nasceu no Serviccedilo de Radiodifusatildeo Educativa do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e CulturaFoi iniciado em 1ordm de setembro de 1970 O objetivo maior do projeto atendia agrave Lei nordm569271 (CapiacutetuloIVartigos 24 a 28) que dava ecircnfase agrave educaccedilatildeo de adultos O parecer nordm 69972 determinava a extensatildeodesse ensino definindo claramente as funccedilotildees baacutesicas do ensino supletivo suplecircncia suprimentoqualificaccedilatildeo e aprendizagemInformaccedilotildees em httpwwwepsufscbrdisctecmcbahiagrupo8sitepag6htmbr
3 Projeto TELECURSO _ iniciativa da Fundaccedilatildeo Roberto Marinho em parceria com outras entidades eempresas atuando no ensino profissionalizante e supletivo do Ensino Fundamental e do Ensino MeacutedioAo completar o cursoo aluno pode obter certificaccedilatildeo atraveacutes dos exames supletivos oferecidos pelasSecretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Informaccedilotildees em httpwwwtelecurso2000orgbr
4 CAPES ndash Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Informaccedilotildees emhttpwwwcapesgovbr
5 UNIREDE ndash Universidade Virtual do Brasil _ eacute um consoacutercio formado por mais de 70 instituiccedilotildees deensino federal entre universidades e escolas teacutecnicas que objetiva democratizar o acesso agrave educaccedilatildeo dequalidade por meio da oferta de cursos a distacircncia A proposta abrange os niacuteveis de graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo extensatildeo e educaccedilatildeo continuada Fazem parte da UNIREDE instituiccedilotildees como UFRJUNIRIO UNB dentre outras Informaccedilotildees em httpwwwuniredebr
9
Capiacutetulo II ndash e-Learning
22 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Um nuacutemero significativo de softwares de apoio ao e-learning estaacute sendo
colocado no mercado Esses ambientes podem ser chamados de AVAs ndash
Ambientes Virtuais de Aprendizagem [Almeida et al 2001] WBT ndash Web Based
Training ou LMS ndash Learning Manegement System7 e se caracterizam por possuir
ferramentas de comunicaccedilatildeo e de gerenciamento
Escolhemos uma amostra de ambientes virtuais de aprendizagem entre os
mais comentados na literatura para mostrar como eacute feita neles a inclusatildeo de
conteuacutedos que eacute o foco desta pesquisa
221 Lotus Learning Space Application Suite
O Lotus Learning Space8 eacute um ambiente de aprendizado a distacircncia
baseado no ambiente para trabalho cooperativo e colaborativo Lotus Notes Ele
oferece suporte para a autoria de conteuacutedos sem que seja preciso que o professor
conheccedila HTML mas natildeo oferece nenhum modelo graacutefico para auxiliar o
professor cabendo a ele desenvolver seu proacuteprio layout O modelo pedagoacutegico
poreacutem fica apoiado nas ferramentas de trabalho cooperativo Segundo o relato
de uma professora usuaacuteria
ldquoHaacute uma pasta chamada Central em que vocecirc se jaacute for cadastrada
cria um curso Basta ir seguindo o roteiro dando as devidas informaccedilotildees
Depois os textos satildeo colocados no Centro de Recursos onde fica todo o
material que na Programaccedilatildeo seraacute arrumado na ordem que vocecirc quiser Haacute
tambeacutem a Sala de Aula onde pode haver discussatildeo entre os alunos e
6CEDERJ - Centro Universitaacuterio de Ensino a Distacircncia do Estado do Rio de Janeiro ndash eacute um consoacutercioque reuacutene as universidades puacuteblicas sediadas no Rio de Janeiro UENF UERJ UFF UFRJ UFRRJ eUNIRIO Informaccedilotildees em httpwwwcederjrjgovbr
7 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombr Acessado em 2003
8 Mais informaccedilotildees em httpwwwlotuscominstitute Acessado em 2003
10
Capiacutetulo II ndash e-Learning
professores ou exerciacutecios avaliaccedilotildees etc Ainda tem um quarto ambiente
chamado perfis onde temos tudo sobre os alunos e professores eacute o lugar do
cadastroldquo 9
A Figura 21 mostra um exemplo de conteuacutedo de aprendizagem publicado
Figura 21 Exemplo de conteuacutedo apresentado no Learning Space
222 AulaNet
O AulaNet10 eacute um ambiente de aprendizagem cooperativa (modelo
pedagoacutegico) baseado na web desenvolvido no Laboratoacuterio de Engenharia de
Software - LES - do Departamento de Informaacutetica da Pontifiacutecia Universidade
Catoacutelica do Rio de Janeiro - PUC-Rio O ambiente de criaccedilatildeo e de manutenccedilatildeo
de cursos apoiados em tecnologia de Internet pode ser utilizado tanto para ensino
a distacircncia como para complementaccedilatildeo agraves atividades de educaccedilatildeo presencial e
treinamento de profissionais O AulaNet baseia-se nas relaccedilotildees de trabalho
9 Professora entrevistada em 200310 Mais informaccedilotildees em httpanauelceadpuc-riobraulanet Acessado em 2001
11
Capiacutetulo II ndash e-Learning
cooperativo focando as interaccedilotildees dos aprendizes com seus mediadores com
outros e com os conteuacutedos didaacuteticos [Fuks e Lucena 2001]
Tambeacutem o AulaNet natildeo oferece ferramentas de autoria e modelos graacuteficos
ldquoEacute importante enfatizar que a menos da ferramenta de geraccedilatildeo de provas natildeo
existem ferramentas de autoria no AulaNet pois jaacute existem ferramentas de
prateleira que satildeo convenientesrdquo [Fuks e Lucena 2000 volI p116] Os
materiais de aprendizagem devem ser preparados nos formatos PPT RM PDF
ou HTML GIF JPG RM AVI MOV e inseridos no ambiente atraveacutes do Plano
de Aula A Figura 22 mostra os mecanismos de coordenaccedilatildeo do AulaNet
Figura 22 Mecanismos de Coordenaccedilatildeo do AulaNet
12
Capiacutetulo II ndash e-Learning
223 Quantum
O Quantum11 eacute um sistema para aplicaccedilatildeo de cursos atraveacutes da web onde
Professores e Alunos podem entrar em contato tirar duacutevidas etc segundo
definiccedilatildeo de seus criadores
Da mesma forma que o AulaNet o Quantum necessita que o professor
crie seus conteuacutedos utilizando ferramentas externas de autoria Pode ser inserido
qualquer tipo de arquivo que possibilite um link na Internet por exemplo
HTML arquivos de texto imagens JPG ou GIF filme MPEG etc Ele natildeo
sugere nenhum modelo pedagoacutegico ou graacutefico
Figura 23 Exemplo de tela do Quantum com material de aprendizagem
publicado
11 Mais informaccedilotildees em httpwwwsemearcom Acessado em 2002
13
Capiacutetulo II ndash e-Learning
224 UniverSiteregcopy
O UniverSite12 eacute um ambiente produzido pela empresa Xerox Segundo
informaccedilotildees obtidas no site da empresa ele funciona como uma universidade
virtual criando um ambiente intuitivo muito proacuteximo ao do ensino tradicional
em sala de aula O conteuacutedo educacional eacute ministrado por meio de recursos
multimiacutedia hipertextos e links A principal preocupaccedilatildeo do desenvolvimento do
UniverSite foi detectar uma filosofia pedagoacutegica que seguisse os moldes do
ensino presencial natildeo permitindo que a soluccedilatildeo se diferenciasse do meacutetodo de
ensino com o qual o aluno estaria acostumado a ter nas escolas e universidades
nas presenciais Ele oferece ferramentas de comunicaccedilatildeo os usuaacuterios contam
com programa de E-mail FAQ Foacuterum de Discussatildeo Quadro de Notas e Sala de
Chat
Tambeacutem natildeo possui ferramenta de autoria necessitando que o professor
autor desenvolva seus conteuacutedos externamente
225 TelEduc
O TelEduc13 eacute um ambiente para a criaccedilatildeo a participaccedilatildeo e a
administraccedilatildeo de cursos na web Foi concebido tendo como alvo o processo de
formaccedilatildeo de professores para informaacutetica educativa baseado na metodologia de
formaccedilatildeo contextualizada desenvolvida por pesquisadores do NIED (Nuacutecleo de
Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo) da Unicamp e possui como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades
Segundo seus autores isso possibilita o aprendizado de conceitos em
qualquer domiacutenio do conhecimento a partir da resoluccedilatildeo de problemas (modelo
pedagoacutegico) com o subsiacutedio de diferentes materiais didaacuteticos como textos
referecircncias na Internet dentre outros que podem ser colocados para o aluno
usando ferramentas como material de apoio leituras perguntas frequumlentes etc
12 Mais informaccedilotildees em httpwwwmhwcombruniversite Acessado em 200313 Mais informaccedilotildees em httpteleducniedunicampbrteleduc Acessado em 2003
14
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Tambeacutem no TelEduc os conteuacutedos precisam ser desenvolvidos externamente
para depois serem inseridos no ambiente
226 Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
A Pii ndash Plataforma Interativa para Internet14 eacute uma plataforma para
educaccedilatildeo a distacircncia que faz parte de uma proposta de pesquisa-accedilatildeo [Elia e
Sampaio 2001] do programa de poacutes-graduaccedilatildeo do Nuacutecleo de Computaccedilatildeo
Eletrocircnica na Universidade Federal do Rio de Janeiro ndash NCEUFRJ
A plataforma Pii como a maioria dos ambientes de educaccedilatildeo a distacircncia
oferece ferramentas de gerenciamento e de comunicaccedilatildeo Os conteuacutedos de
aprendizagem podem ser incluiacutedos tanto nos formatos de texto PDF HTML
apresentaccedilotildees PPT AVI MOV GIF e JPG como em outros ambientes O
diferencial da Pii por ser um ambiente de pesquisa-accedilatildeo estaacute em abrir espaccedilo
para a pesquisa de modelos pedagoacutegicos e graacuteficos para educaccedilatildeo a distacircncia A
plataforma Pii jaacute conta com o meacutetodo Keller [Keller 1968] e com o Projeto de
Aprendizagem que estamos descrevendo nesta dissertaccedilatildeo
23 Conclusatildeo do Capiacutetulo
Nos ambientes virtuais de aprendizagem que tomamos como universo de
estudo observamos que em trecircs deles existe uma indicaccedilatildeo de estrateacutegia
pedagoacutegica a cooperaccedilatildeo e a colaboraccedilatildeo no Learning Space e no AulaNet e a
aprendizagem baseada em soluccedilatildeo de problemas no TelEduc O Quantum e o
UniverSite natildeo sugerem nenhuma estrateacutegia
Embora em trecircs dos ambientes observados exista uma sugestatildeo de
estrateacutegia de aprendizagem embutida em nenhum deles poreacutem encontramos
modelos graacuteficos ou pedagoacutegicos para a autoria dos conteuacutedos que ficam sempre
a cargo do professor-autor e de uma equipe de profissionais
14 A plataforma Pii estaacute acessiacutevel em httpwwwnceufrjbrpii Acessado em 2003
15
Capiacutetulo II ndash e-Learning
Inserido na plataforma Pii um ambiente aberto agrave experimentaccedilatildeo o
Projeto de Aprendizagem estaacute buscando um ideal de autonomia para o professor-
autor oferecendo-lhe formaccedilatildeo e informaccedilatildeo atraveacutes de uma ferramenta e de um
modelo de elaboraccedilatildeo de conteuacutedos com os quais ele possa desenvolver uma
praacutetica em e-learning
16
Capiacutetulo III - Interface
Capiacutetulo III ndash Interface
Neste capiacutetulo descrevemos os conceitos que foram adotados no modelo
desenvolvido para o Projeto de Aprendizagem
Uma interface eacute um mediador Segundo Laurel [1990] eacute uma superfiacutecie
de contato como a maccedilaneta eacute a interface entre as pessoas e a porta O mouse o
teclado o microfone e a tela do monitor satildeo portanto exemplos de interfaces
pois satildeo mediadores entre o homem e a maacutequina
O ator mais importante em se tratando de interfaces eacute o usuaacuterio
Interfaces natildeo satildeo criadas para designers muito menos para programadores
Interfaces devem ser criadas para seus usuaacuterios finais Uma boa interface deve
atender a seus usuaacuterios em seus objetivos de uso suas necessidades e suas
limitaccedilotildees
Os esforccedilos dos designers de interface devem objetivar a oferta de maior
nuacutemero possiacutevel de opccedilotildees e facilidades sem que haja uma sobrecarga cognitiva
para os usuaacuterios Laurel adverte-nos que ldquo o excesso de opccedilotildees e de convenccedilotildees
que eu devo aprender para que eu possa me tornar proficiente no uso de uma
interface me deixa confusa e cansada Os psicoacutelogos chamam isso de
sobrecarga cognitiva Eu chamo de problemardquo [Laurel1990 pxi]
Uma interface eacute tanto melhor quanto mais atenda ao seu usuaacuterio tiacutepico ou
seja uma interface torna- se tanto mais eficiente quanto mais ela eacute faacutecil de usar
por seus usuaacuterios tiacutepicos quando natildeo satildeo necessaacuterios grandes esforccedilos para
apreendecirc-la quando o usuaacuterio sente- se agrave vontade nela e quando ele consegue
tirar proveito de todas as funcionalidades oferecidas pelo sistema daiacute o conceito
17
Capiacutetulo III - Interface
de usabilidade que vem sendo empregado para avaliar sistemas A proacutepria
palavra jaacute o define ndash usaacutevel apropriada para o uso
Santos [2003] entende que as interfaces educacionais devem seguir os
mesmos princiacutepios para o projeto de interfaces em geral e que tambeacutem deveriam
se fundamentar em alguma teoria de como as pessoas aprendem
Definimos entatildeo nosso modelo conceitual objetivando contemplar esses
aspectos desejaacuteveis para um software educacional acrescentado mais um que eacute a
participaccedilatildeo do professor no momento em que ele elabora o conteuacutedo O modelo
conceitual do Projeto de Aprendizagem ficou definido atraveacutes de uma interface
construiacuteda em trecircs camadas
(1) A primeira camada sendo a expressatildeo do saber pedagoacutegico
(2) A segunda a expressatildeo do visual graacutefico e da usabilidade em
interfaces para a web e
(3) A terceira a expressatildeo do subjetivismo bom senso criatividade e da
competecircncia especiacutefica do professor-autor que satildeo manifestadas no momento em
que constroacutei o conteuacutedo de aprendizagem que seraacute publicado para os alunos Eacute a
autoria do professor
Mas natildeo pensamos essas camadas como superpostas e independentes
Embora cada uma delas possua um conceito proacuteprio queremos dizer que elas
foram concebidas como camadas integradas e interpenetradas pois planejamos
todas as interfaces de maneira que possuiacutessem a expressatildeo dos trecircs conceitos
adotados A Figura 41 mostra um modelo que tenta se aproximar da interaccedilatildeo
que eacute pretendida com as trecircs camadas da interface
O conceito pedagoacutegico escolhido foi o da Aprendizagem Significativa de
David Ausubel segundo a leitura de Marco Antonio Moreira O conceito graacutefico
foi elaborado a partir de referees de usabilidade em interfaces web e webdesign
O conceito de autoria foi pensado no sentido de dar autonomia ao professor e
flexibilidade de uso
18
Capiacutetulo III - Interface
Figura 31 Interseccedilatildeo das camadas no Projeto de Aprendizagem
Este capiacutetulo descreve os conceitos que foram selecionados para compor
as camadas a interface do Projeto de Aprendizagem
31 Camada Pedagoacutegica
Conceito pedagoacutegico Ausubel-Moreira Heuriacutestica para a elaboraccedilatildeo do
material de aprendizagem para e-learning utilizando o modelo de Moreira
O referencial pedagoacutegico escolhido para orientar o Projeto de
Aprendizagem foi ldquoAprendizagem Significativardquo de David Ausubel segundo a
leitura de Marco Antonio Moreira aqui denominado modelo Ausubel-Moreira
A inclusatildeo dos subsiacutedios de Moreira [Moreira1983] no modelo deve-se a
nosso ver agrave sua capacidade em condensar os principais aspectos da obra de
Ausubel em uma linguagem mais acessiacutevel aos natildeo especialistas da aacuterea
inclusive com exemplos que enfatizam sua espinha dorsal e seus aspectos mais
praacuteticos no processo de ensino-aprendizagem Portanto a dimensatildeo pedagoacutegica
do Projeto de Aprendizagem consiste em uma adaptaccedilatildeo para o e-learning dos
trabalhos de Moreira que foram escritos para professores em um contexto de
ensino presencial
A ldquoAprendizagem Significativardquo de Ausubel eacute uma teoria reconhecida e
dispensaria aqui uma apresentaccedilatildeo detalhada poreacutem a sua escolha para um
19
Capiacutetulo III - Interface
contexto de e-learning merece algumas consideraccedilotildees e justificativas que seratildeo
dadas a seguir
Escolhemos construir um projeto de ensino-aprendizagem baseado no
modelo cognitivo de Ausubel por reconhecermos nele princiacutepios que podem ser
aproveitados em educaccedilatildeo a distacircncia apoiada por computadores e-learning a
saber
(1) Em e-learning eacute preciso que o conteuacutedo seja organizado de modo que
venha a facilitar aprendizagem e a motivar o aluno uma vez que ele estaraacute a
maior parte do tempo trabalhando sozinho Em princiacutepio adotamos a teoria
pedagoacutegica de David de Ausubel como base da camada pedagoacutegica do Projeto de
Aprendizagem porque ela defende que um corpo de conhecimento eacute muito mais
faacutecil de compreender e lembrar se for relacionaacutevel (ancoraacutevel) a ideacuteias
preexistentes na estrutura cognitiva do aluno a ldquoAprendizagem Significativardquo
(2) Aleacutem disso porque a teoria ldquoausubelianardquo oferece um sistema de
referecircncia de aprendizagem que natildeo necessita alterar substancialmente o atual
modelo de ensino-aprendizagem A estrutura educacional tradicional em sala de
aula estaacute voltada para o que Ausubel denomina de aprendizagem verbal receptiva
de um corpo grande de conhecimento por parte do aluno
A teoria de Ausubel portanto oferece uma formataccedilatildeo de conteuacutedo para
e-learning sem que precisemos fugir radicalmente da estrutura existente
permitindo assim a coexistecircncia por algum tempo entre o ldquovelhordquo e o ldquonovordquo
pois de nada adianta uma mudanccedila radical isolada
(3) Um outro aspecto favoraacutevel agrave utilizaccedilatildeo computacional da teoria
pedagoacutegica de Ausubel eacute que ela eacute centrada no aluno Ausubel afirma que as
melhores estrateacutegias de ensino satildeo as que permitem que seja alterado tanto pelo
professor quanto pelo aluno o tempo de ensino-aprendizado Esta afirmaccedilatildeo
reforccedila o uso de computadoresInternet na educaccedilatildeo e principalmente lanccedila
expectativas em relaccedilatildeo ao e-learning pois uma das vantagens incontestaacuteveis
20
Capiacutetulo III - Interface
dessas novas tecnologias em um contexto educacional eacute dar ao aluno a
possibilidade de aprender em ritmo proacuteprio e com um conteuacutedo adaptado agraves suas
necessidades
(4) Acreditamos tambeacutem que a utilizaccedilatildeo de uma estrateacutegia de
organizadores preacutevios ldquoausubelianosldquo eacute uma possibilidade de flexibilizaccedilatildeo na
exposiccedilatildeo do material de aprendizagem uma opccedilatildeo de adaptaccedilatildeo que pode ser
explorada computacionalmente Os organizadores preacutevios podem ser usados para
suprir as deficiecircncias de um aluno apenas favorecendo uma aprendizagem mais
personalizada ou de um grupo de alunos desde que tenham sido previamente
observados os padrotildees de aprendizagem do aluno ou do grupo de alunos
ldquoDescobertas gerais com respeito ao papel dos organizadores
cognitivos pareceriam ter implicaccedilotildees significativas quanto a aspectos da
individualizaccedilatildeo do ensino relacionados ao problema das preconcepccedilotildees
Suponhamos que organizadores antecipados possam ser usados de forma
natildeo individualizada em geral para preencher a lacuna entre o que os
alunos jaacute sabem e o que eles tecircm que aprender num dado momento
[Ausubel 1980 p312]
(5) Por fim julgamos que seria relevante a utilizaccedilatildeo deste modelo numa
proposta experimental uma vez que ainda natildeo existem modelos pedagoacutegicos
para e-learning consagrados
311 Resumo da Teoria
Segundo Moreira a teoria de David Ausubel eacute uma teoria cognitiva e
portanto busca explicar teoricamente a aprendizagem sobre a oacutetica do
cognitivismo Ausubel descreve cogniccedilatildeo como um termo geneacuterico referente a
processos mentais que levam o indiviacuteduo agrave aquisiccedilatildeo de conceitos compreensatildeo
21
Capiacutetulo III - Interface
de sentenccedilas resoluccedilatildeo de problemas retenccedilatildeo significativa julgamento e assim
por diante
A estrutura cognitiva eacute constituiacuteda pelo que o indiviacuteduo jaacute sabe Ausubel
vecirc a estrutura cognitiva humana como sendo altamente organizada e
hierarquizada na qual informaccedilotildees mais especiacuteficas estatildeo ligadas a conceitos
ideacuteias proposiccedilotildees mais gerais Isso nos leva a acreditar que esta eacute a melhor
maneira de organizar o material didaacutetico ou seja de maneira hierarquizada em
que conceitos mais abrangentes e inclusivos devem ser apresentados no iniacutecio e
os mais especiacuteficos no final
O conceito fundamental da teoria de Ausubel eacute o da aprendizagem
significativa que pode ser entendida como um processo no qual a nova
informaccedilatildeo interage de maneira natildeo arbitraacuteria com um conceito ou ideacuteia jaacute
existente na estrutura cognitiva do aluno Esta ideacuteia conceito ou proposiccedilatildeo
ldquosubsunccedilorrdquo [Moreira 1983] ou ldquoideacuteia acircncorardquo deve ser capaz de servir de
ancoradouro a uma nova informaccedilatildeo de modo que ela adquira significado para o
aluno Portanto a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interaccedilatildeo e
natildeo uma simples associaccedilatildeo do novo conhecimento que estaacute sendo exposto para
ser aprendido com ideacuteias ou conceitos relevantes que estejam disponiacuteveis na
estrutura cognitiva do aluno Estas ideacuteias ou conceitos satildeo ditos relevantes
porque devem possuir uma ligaccedilatildeo loacutegica com a nova informaccedilatildeo
Importante ressaltar que ocorrer a aprendizagem significativa se exige
tanto uma disposiccedilatildeo por parte do aluno quanto uma preparaccedilatildeo do material de
aprendizagem com este objetivo (o material eacute potencialmente significativo)
O processo cognitivo a que Ausubel se refere pode ser entendido como
uma constante reorganizaccedilatildeo dos conteuacutedos de informaccedilatildeo os conceitos e as
novas informaccedilotildees interagem com as ideacuteias preexistentes na estrutura cognitiva
e de tal forma que no final do processo de assimilaccedilatildeo jaacute natildeo eacute possiacutevel
distinguir o conceito inicial do que foi incorporado Natildeo eacute difiacutecil se perceber que
as informaccedilotildees mais facilmente lembradas satildeo aquelas que estatildeo ligadas a
alguma coisa que seja relevante por exemplo a maneira que criamos nossa
22
Capiacutetulo III - Interface
senha bancaacuteria estaacute invariavelmente relacionada com alguma coisa que jaacute faz
parte do nosso conhecimento e que acreditamos facilitaraacute a recordaccedilatildeo A ideacuteia a
que estamos ligando a nova informaccedilatildeo a senha da conta bancaacuteria eacute o que
Ausubel define como ideacuteia acircncora A metodologia proposta por Ausubel de
preparaccedilatildeo de material de aprendizagem visando agrave aprendizagem significativa
estaacute baseada neste processo de ancoragem
A aprendizagem significativa defendida por Ausubel difere da
aprendizagem automaacutetica ou mecacircnica pois nesta praticamente natildeo haacute interaccedilatildeo
entre a nova informaccedilatildeo e os conceitos existentes na estrutura cognitiva do aluno
A aprendizagem mecacircnica pode ser exemplificada como aquela em que a
memorizaccedilatildeo eacute o fator predominante e a transferecircncia de aprendizagem natildeo se daacute
com facilidade
A seguir roteirizamos a elaboraccedilatildeo de um material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
312 Roteiro para a elaboraccedilatildeo do material de aprendizagem
potencialmente significativo segundo a perspectiva pedagoacutegica de
AusubelMoreira
O objetivo deste roteiro eacute maximizar a aprendizagem significativa atraveacutes
de um correto planejamento do material didaacutetico Segundo Ausubel um dos
caminhos promissores para facultar condiccedilotildees mais satisfatoacuterias ao aprendizado
eacute aperfeiccediloar e dinamizar estes materiais Em e-learning principalmente o
material didaacutetico deve ser planejado com rigorosa e especial atenccedilatildeo pois como
jaacute nos referimos anteriormente o aluno estaraacute a maior parte do tempo
trabalhando sozinho Cada passo do roteiro descrito abaixo consiste em uma
reflexatildeo uma proposta de accedilatildeo e um exemplo
23
Capiacutetulo III - Interface
a Primeira reflexatildeo organizaccedilatildeo do conteuacutedo
A primeira tarefa eacute mapear a estrutura conceitual e proposicional do
conteuacutedo de aprendizagem [Moreira 1983] O professor deve identificar os
conceitos organizadores baacutesicos do conteuacutedo que pretende publicar e organizaacute-
los hierarquicamente dos mais inclusivos para os mais especiacuteficos Observe o
esquema na Figura 32 e o resumo da primeira reflexatildeo na Tabela 31
Figura 32 Hierarquizaccedilatildeo dos conceitos do conteuacutedo de aprendizagem
Tabela 31 ndash Primeira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar os conceitos e princiacutepios
com maior poder explanatoacuterio e
hierarquizaacute-los dos mais inclusivos
para os mais especiacuteficos
Construccedilatildeo de um Mapa Conceitual
ou Lista Hierarquizada de Conceitos
Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o planejamento de
ensino deve procurar introduzir os conceitos ou proposiccedilotildees principais no iniacutecio
do curso para servir de base cognitiva para a aprendizagem seguinte Ausubel
defende que eacute preciso identificar os conceitos mais abrangentes e organizaacute-los
hierarquicamente de modo que se inicie pelos mais gerais e inclusivos ateacute chegar
aos mais especiacuteficos O professor deve portanto identificar ou mapear os
conceitos e proposiccedilotildees mais relevantes da mateacuteria de aprendizagem distinguir
os mais gerais os mais abrangentes dos menos especiacuteficos e organizaacute-los
hierarquicamente
24
Capiacutetulo III - Interface
Embora natildeo sendo propostos explicitamente por Ausubel os Mapas
Conceituais seriam uma accedilatildeo altamente recomendaacutevel para esta primeira
reflexatildeo Mapas Conceituais satildeo diagramas que organizam hierarquicamente os
conceitos de um corpo de conhecimentos e indicam as relaccedilotildees que existem entre
eles [Moreira1983] Eles expressam uma interpretaccedilatildeo da organizaccedilatildeo
hieraacuterquica de um corpo de conhecimento portanto natildeo existe rdquoo Mapa
Conceitualrdquo e sim ldquoMapas Conceituaisrdquo Estes diagramas podem ter mais de
uma dimensatildeo e podem ser traccedilados para todo um conteuacutedo ou para um toacutepico
especiacutefico Observe na Figura 33 um exemplo da hierarquizaccedilatildeo de conceitos
expressa em um Mapa Conceitual
Figura 33 Exemplo de Mapa Conceitual de Forccedila [Moreira 1983 p78]
b Segunda Reflexatildeo ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira 1983]
Em seguida o professor deve pensar no que o aluno deve conhecer
previamente para aprender os conceitos e proposiccedilotildees que foram identificados no
conteuacutedo de aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983]
efetua-se a aprendizagem significativa quando o novo conhecimento interage
com a estrutura cognitiva do aluno ou seja com o que ele jaacute sabe Aqui natildeo
25
Capiacutetulo III - Interface
estamos falando apenas de simples preacute-requisitos acadecircmicos estamos pensando
em acircncoras cognitivas pois natildeo basta pensar neste conhecimento preacutevio que o
aluno deve possuir somente em termos de preacute-requisitos eacute importante identificaacute-
lo em termos de ideacuteias e conceitos relevantes as chamadas ldquoideacuteias acircncorardquo ou
ldquosubsunccediloresrdquo como chama Moreira Observe e esquema na Figura 34 e o
resumo da segunda reflexatildeo na Tabela 32
Figura 34 O que aluno precisa saber para aprender os novos conceitos
propostos no material de aprendizagem
Tabela 32 ndash Segunda Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Identificar quais os conceitos relevantes
que o aluno deveraacute ter disponiacuteveis para
que se decirc a aprendizagem significativa
Incluir os conceitos relevantes no
mapa conceitual ou em lista
hierarquizada
ldquoA aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem
implica em relacionar de forma natildeo arbitraacuteria e substantiva (natildeo literal) uma
nova informaccedilatildeo a outras com as quais o aluno jaacute esteja familiarizado
(subsunccedilores) e quando o aluno adota uma estrateacutegia correspondente para
assim procederrdquo [Moreira 1983 p 25]
Exemplificando Segundo Moreira [1983] em Fiacutesica se os conceitos de
forccedila e campo jaacute existem na estrutura cognitiva do aluno eles serviratildeo de
ldquosubsunccediloresrdquo para novas informaccedilotildees referentes a certos tipos de forccedila como
26
Capiacutetulo III - Interface
forccedila e campo eletromagneacuteticos O mapeamento do conteuacutedo que estamos
propondo nesta reflexatildeo objetiva a identificaccedilatildeo dos conceitos ou proposiccedilotildees
que o aluno deve saber para aprender significativamente
c Terceira reflexatildeo o que o aluno jaacute sabe
Aqui o professor deve a partir de uma anaacutelise preacutevia do seu grupo de
alunos descobrir dentre suas experiecircncias e conhecimentos o que pode vir a ser
uacutetil para esse aprendizado e realizar uma avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos
conhecimentos preacutevios do aluno atraveacutes de preacute-testes entrevistas elaboraccedilatildeo de
mapas conceituais pelo aluno e pesquisando sobre as ldquoconcepccedilotildees alternativasrdquo
que podem existir na literatura a respeito do corpo de conhecimento que ele
pretende expor Observe o esquema na Figura 35 e o resumo da segunda
reflexatildeo na Tabela 33
Figura 35 O que o aluno jaacute sabe
Tabela 33 ndash Terceira Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Verificar se o aluno possui os
conceitos ou ideacuteias acircncoras necessaacuterias
para o corpo de conhecimentos que vai
ser proposto
Avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos
preacutevios do aluno (ou seja o que ele jaacute
sabe) atraveacutes de instrumentos adequados
27
Capiacutetulo III - Interface
ldquoSe tivesse que reduzir toda a psicologia educacional em um soacute
princiacutepio diria o seguinte o fator isolado mais importante influenciando a
aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe Determine isso e ensine-o de acordordquo
[Ausubel apud Moreira1980 p18]
ldquoO que o aluno jaacute saberdquo eacute aqui uma referecircncia agrave estrutura cognitiva do
aluno que deve ser entendida como a totalidade do corpo de conhecimento do
aluno e a proacutepria organizaccedilatildeo interna desse conhecimento
Isso significa que o planejamento da aprendizagem requer tambeacutem um
mapeamento dos conceitos e das habilidades que o aluno jaacute possui e que satildeo
relevantes para assimilar os novos conceitos que seratildeo propostos no material de
aprendizagem Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] o ritmo do
aprendizado eacute bastante influenciado a partir desta anaacutelise preacutevia que natildeo deve
ser entendida como um simples preacute-requisito e sim de modo mais amplo
visando refletir de maneira mais proacutexima possiacutevel a estrutura cognitiva do aluno
O mais importante aqui eacute constatar se ele dispotildee das ldquoideacuteias acircncorasrdquo em sua
estrutura cognitiva ou seja dos conhecimentos necessaacuterios para a aprendizagem
do corpo de conhecimento que lhe seraacute proposto e que foram identificadas na
reflexatildeo anterior Eacute desta forma que eacute obtida a ligaccedilatildeo entre o conteuacutedo a ser
aprendido e a sua estrutura cognitiva
O potencial significativo do material a ser aprendido varia natildeo somente
em relaccedilatildeo agrave experiecircncia educacional do aluno mas tambeacutem a fatores tais como
idade ocupaccedilatildeo aptidatildeo intelectual e condiccedilotildees socioculturais Traccedilar um perfil
do aluno eacute tambeacutem importante para a escolha da linguagem a ser usada nos
textos das imagens e das miacutedias pois um dos aspectos mais criticados eacute a
utilizaccedilatildeo de material didaacutetico sem a devida adaptaccedilatildeo ao grupo social a que se
destina
A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica dos conhecimentos preacutevios do aluno pode ser
feita atraveacutes de diversas maneiras
28
Capiacutetulo III - Interface
(1) O professor pode utilizar por exemplo informaccedilotildees colhidas na
literatura especializada sobre as chamadas ldquoconcepccedilotildees alternativas que os
alunos apresentam diante dos conceitos ldquooficiaisrdquo que lhes satildeo ensinados sobre
um determinado conteuacutedo da mateacuteria
(2) Coletar essas informaccedilotildees por meio de um teste diagnoacutestico jaacute
existente e validado ou por meio de um teste que ele mesmo constroacutei
(3) Solicitar aos alunos que faccedilam um Mapa Conceitual
d Quarta Reflexatildeo organizaccedilatildeo do material de aprendizagem
() ldquoCom base nessa estrutura (primeira reflexatildeo do roteiro) passa-se agrave
organizaccedilatildeo sequumlencial do conteuacutedo levando-se em conta as relaccedilotildees naturais
de dependecircncia entre os vaacuterios toacutepicos ou unidades de estudo que compotildeem o
conteuacutedo em questatildeordquo [Moreira 1983 p123]
Elaboradas as etapas de identificaccedilatildeo dos organizadores baacutesicos do
conteuacutedo a determinados os conceitos relevantes que o aluno deve possuir e o
que ele jaacute sabe o professor pode passar agrave organizaccedilatildeo do conteuacutedo Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] toma por hipoacutetese princiacutepios relativos agrave
programaccedilatildeo do conteuacutedo que podem ser aplicaacuteveis segundo ele em qualquer
aacuterea de conhecimento a saber diferenciaccedilatildeo progressiva reconciliaccedilatildeo
integrativa organizaccedilatildeo sequumlencial e consolidaccedilatildeo
A diferenciaccedilatildeo progressiva eacute um princiacutepio de organizaccedilatildeo e
hierarquizaccedilatildeo do conteuacutedo onde os conceitos mais gerais e inclusivos devem
preceder os mais especiacuteficos como foi que sugerido na primeira reflexatildeo deste
roteiro Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem sugere que o conteuacutedo
natildeo deve ser unicamente exposto obedecendo a este criteacuterio Eacute preciso tambeacutem
que os conceitos e as ideacuteias sejam relacionados entre si Isto eacute por ele
denominado de reconciliaccedilatildeo integrativa ou seja deve-se comeccedilar do mais ldquo
geralrdquo para o mais particular e depois voltar mostrando as relaccedilotildees destes
conceitos mais especiacuteficos com os de mais alta hierarquia (descendo e subindo)
29
Capiacutetulo III - Interface
Tambeacutem eacute preciso ressaltar que o ldquogeralrdquo natildeo significa o ldquomais geralrdquo e
que a hierarquia proposta natildeo eacute ldquoardquo hierarquia mas uma hierarquia que faccedila
sentido e esteja coerente com a capacidade do aluno e com os objetivos de
aprendizagem
A organizaccedilatildeo sequumlencial consiste em organizar os conteuacutedos e as suas
partes de forma a obedecer aos princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva e agrave
reconciliaccedilatildeo integrativa Ausubel [Ausubel apud Moreira 1983] tambeacutem
aponta para a necessidade de consolidaccedilatildeo do que foi apresentado ao aluno antes
que novos conteuacutedos sejam oferecidos A necessidade de consolidaccedilatildeo do
conteuacutedo estaacute em harmonia com o pressuposto ldquoausubelianordquo de que o que mais
influencia a aprendizagem eacute o que o aluno jaacute sabe
Quando os conceitos relevantes para que se decirc a aprendizagem
significativa natildeo estatildeo presentes na estrutura cognitiva do aluno Ausubel
[Ausubel apud Moreira 1983] aconselha o uso de Organizadores Preacutevios Eles
satildeo sua a principal estrateacutegia para manipular a estrutura cognitiva dos alunos e
facilitar-lhes a aprendizagem significativa Moreira [1983] cita um estudo
realizado por [Ausubel 1960] ldquono qual o material de aprendizagem tratava das
propriedades metaluacutergicas do accedilo carbocircnico e foi usado como organizador
preacutevio expositivo um texto introdutoacuterio que enfatizava as principais diferenccedilas e
similaridades entre metais e ligas metaacutelicas as suas respectivas vantagens e
limitaccedilotildees e as razotildees de fabricaccedilatildeo e uso de ligas metaacutelicasrdquo [Ausubel apud
Moreira 1983 p 91] Define-se portanto
ldquoOrganizadores Preacutevios satildeo materiais introdutoacuterios apresentados antes
do proacuteprio material a ser aprendido poreacutem em um niacutevel mais alto de abstraccedilatildeo
generalidade e inclusividade do que esse material Natildeo satildeo sumaacuterios
introduccedilotildees ourdquo visotildees gerais do assunto [Moreira 1983 p 30]
30
Capiacutetulo III - Interface
Figura 36 ndash Organizadores Preacutevios
Tabela 34 ndash Quarta Reflexatildeo
Reflexatildeo Accedilatildeo
Organizar o conteuacutedo segundo os
princiacutepios da diferenciaccedilatildeo progressiva a
reconciliaccedilatildeo integrativa a organizaccedilatildeo
sequumlencial e a consolidaccedilatildeo
Fornecer ao aluno os conceitos que ele natildeo
conhece ou trazer agrave tona os conceitos
relevantes utilizando Organizadores
Preacutevios
Seleccedilatildeo eou criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
Uma vez determinados os conceitos que o aluno deveria saber e que natildeo
sabe o professor pode lanccedilar matildeo dos Organizadores Preacutevios Estes
organizadores satildeo introduzidos antes do material de aprendizagem propriamente
dito e satildeo usados para facilitar o estabelecimento de uma disposiccedilatildeo significativa
31
Capiacutetulo III - Interface
para a aprendizagem Os organizadores natildeo devem ser confundidos com
esquemas introdutoacuterios comuns Segundo Ausubel [Ausubel apud Moreira
1983] os Organizadores Preacutevios devem ser elaborados em termos de linguagem
e de conceitos jaacute familiares ao aluno usando sempre que possiacutevel ilustraccedilotildees e
analogias apropriadas Natildeo devem conter informaccedilotildees sobre o proacuteprio material
de aprendizagem e podem ser segundo Moreira [1983] textos escritos
discussotildees simulaccedilotildees ou demonstraccedilotildees (experimentos de laboratoacuterio) filmes
etc Observamos que conteuacutedos apresentados anteriormente e devidamente
consolidados na estrutura cognitiva nos alunos funcionam como organizadores
preacutevios para novos conteuacutedos Observe e esquema na Figura 36 e o resumo da
segunda reflexatildeo na Tabela 34
Finalmente tambeacutem eacute importante dentro do modelo proposto uma
avaliaccedilatildeo isso por uma questatildeo de coerecircncia com a consolidaccedilatildeo do
conhecimento e para que na sequumlecircncia da aprendizagem sejam cada vez mais
oferecidos conceitos que ancorem novos conceitos
314 Refletindo sobre Conceitos
A organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos e sua hierarquizaccedilatildeo dos mais
gerais e inclusivos para os mais especiacuteficos natildeo eacute trivial A proacutepria definiccedilatildeo do
que eacute um conceito natildeo eacute tatildeo simples Segundo Novak1 [2001] ldquowe define
concept as a perceived regularity in events or objets or records of events or
objets designated by a label the label for most concepts is a word Tagard
[1998] diz que conceitos satildeo importantes tipos de representaccedilotildees mentais e que
em parte correspondem agraves palavras que usamos para falar e escrever Jaacute Ausubel
[Ausubel apud Moreira1980 p33] define conceitos como ldquoobjetos eventos
situaccedilotildees ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e satildeo
designados em uma dada cultura por algum signo ou siacutembolo aceitordquo
1 Mais informaccedilotildees em httpwwwcoginstuwfeduusersacanas Acessado em 2001
32
Capiacutetulo III - Interface
Apenas para ilustrar esse ponto Platatildeo acreditava que os conceitos satildeo
inatos e que a aprendizagem apenas nos lembra do que jaacute sabiacuteamos ldquoO que eacute
justiccedilardquo ou ldquoO que eacute o conhecimentordquo e demonstrava que conceitos como
justiccedila e conhecimento satildeo difiacuteceis de serem definidos Ou entatildeo podemos partir
de um outro extremo como por exemplo das visotildees de Locke e Hume que
argumentavam que os conceitos satildeo aprendidos atraveacutes da experiecircncia sensorial
visotildees estas que foram posteriormente desenvolvidas por outros pesquisadores
como Piaget para citar apenas um dos mais importantes do nosso tempo
Segundo Tagard [1998] termos como frame schema e script satildeo usados
para descrever visotildees da natureza dos conceitos Um script descreve uma
ocorrecircncia tiacutepica como ir a um restaurante um schema de representaccedilatildeo define
natildeo a essecircncia do conceito como o de catildeo mas o que eacute tiacutepico nos catildees um frame
designa algo que pode ser representado como um conjunto de lacunas a serem
preenchidas como no conceito de curso possui um professor os alunos se
graduam no final possui uma avaliaccedilatildeo um horaacuterio lugar etcTagard conclui
que conceitos natildeo satildeo definiccedilotildees exatas mas podem ser vistos como
caracteriacutesticas ou situaccedilotildees tiacutepicas
32 Camada graacutefica
Conceitos de Usabilidade e Webdesign
Laurel [1990] diz que o designer de sistemas interativos seraacute um
superdesigner com as habilidades de um engenheiro de um artista e de um
psicoacutelogo Um engenheiro porque deve entender e traduzir os procedimentos do
sistema um psicoacutelogo porque ele precisa conhecer as necessidades e os modos
de agir dos usuaacuterios e um artista porque precisa ser criativo nas soluccedilotildees
33
Capiacutetulo III - Interface
O design eacute em princiacutepio uma atividade artiacutestica os conceitos considerados
vaacutelidos satildeo subjetivos e partem da experiecircncia de profissionais consagrados
Modernamente podemos dizer que design eacute a ldquoatividade responsaacutevel pela
elaboraccedilatildeo de objetos de uso e sistemas de informaccedilatildeo O designer determina
materiais tecnologias de fabricaccedilatildeo formas cores volumes texturas imagens
tipografia e incorpora recomendaccedilotildees ergonocircmicasrdquo2
Oren [1990] oferece uma sugestatildeo interessante de ser seguida
principalmente para quem vai projetar para a web eacute importante ter vivecircncia de
navegaccedilatildeo em sites com bom design Ele aconselha
ldquoOs projetistas de interfaces graacuteficas de sistemas interativos podem obter
ideacuteias (inspiraccedilatildeo) prestando atenccedilatildeo agraves soluccedilotildees encontradas por artistas de
vanguarda em seus trabalhos Estas observaccedilotildees podem ser um guia para a
construccedilatildeo das proacuteximas geraccedilotildees de interfaces Eacute bem melhor desenvolver
novas formas do que replicar as antigasrdquo [Oren apud Laurel 1990 p479]
Hurlburt [1986] reitera a validade da sugestatildeo de Oren [1990] quando
observa as contribuiccedilotildees de artistas plaacutesticos no design graacutefico como eacute o caso da
pintura de Mondrian (Figura 36) que segundo ele contribuiu de maneira
significativa para o desenho graacutefico na pureza e na simplicidade com que tratou a
superfiacutecie bidimensional de suas pinturas Encontramos um exemplo de paacutegina
web que retrata esta influecircncia note a semelhanccedila entre o Quadro 72 de
Mondrian (Figura 37) e o design utilizado no site da empresa Sun System3
(Figura 38) tanto no uso das cores como nas formas geomeacutetricas
A interface graacutefica eacute dotada de mais um atributo quando eacute uma interface
para a web os conceitos pertinentes agraves interfaces graacuteficas podem ser acrescidos
de mais um o hipertexto A linguagem da web eacute o hipertexto [Silva 1999] ou
2 Folheto publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro 20033 httpwwwsuncom Acessado em 2003
34
Capiacutetulo III - Interface
seja a natildeo linearidade da informaccedilatildeo a informaccedilatildeo dentro da informaccedilatildeo a
interatividade
Figura 37 Quadro 72 de Mondrian
Figura 38 Paacutegina do site da Sun
Nesta seccedilatildeo descrevemos os conceitos de usabilidade e webdesign
selecionados na literatura para a criaccedilatildeo da camada graacutefica do Projeto de
35
Capiacutetulo III - Interface
Aprendizagem Foram pesquisados na literatura conhecida conceitos de
usabilidade webdesign elaboraccedilatildeo de conteuacutedos para a Internet bem como
algumas consideraccedilotildees para a publicaccedilatildeo de conteuacutedos didaacuteticos em materiais
impressos que consideramos vaacutelidos pois a metaacutefora usada aqui eacute a da paacutegina
impressa e tambeacutem
321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e afastamento
Organizar a informaccedilatildeo eacute o objetivo do desenho graacutefico Podemos organizar a
informaccedilatildeo criando uma relaccedilatildeo entre os elementos atraveacutes da proximidade Itens
ou conjuntos de informaccedilotildees que possuem alguma relaccedilatildeo devem ser
aproximados e de maneira inversa itens ou conjuntos de informaccedilotildees que natildeo
estatildeo relacionados natildeo devem estar proacuteximos [Williams 1995] Observe como o
site da Figura 38 agrupou as informaccedilotildees em caixas aproximando as que
possuem relaccedilatildeo entre si oferecendo ao usuaacuterio uma referecircncia visual da paacutegina
Figura 39 Homepage do site da MTV 4
4 httpwwwmtvcombr Acessado em 2003
36
Capiacutetulo III - Interface
322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste
Uma maneira de dar destaque agrave informaccedilatildeo e oferecer um atrativo visual agrave
paacutegina eacute criar situaccedilotildees de contraste Para que o contraste seja realmente eficaz
ele deve ser forte [Williams 1995]
Podemos alcanccedilar o contraste de vaacuterias maneiras Uma letra grande pode
ser contrastada com uma fonte pequena uma fonte em estilo antigo com uma em
negrito um fio fino com um grosso uma cor fria com uma quente uma textura
aacutespera com uma lisa um elemento horizontal (uma longa linha de texto) com um
elemento vertical (uma coluna estreita de texto) Um exemplo de contraste eacute o
uso de fonte maior e em negrito para os tiacutetulos e subtiacutetulos
Observe na Figura 310 o contraste causado pelo tamanho da fonte dos
tiacutetulos em relaccedilatildeo agrave fonte do texto Podemos destacar tambeacutem como satildeo
agrupados os assuntos seguindo o princiacutepio da proximidade da seccedilatildeo anterior
Figura 3 10 Homepage do site da Microsoft 5
5 httpwwwmicrosoftcom Acessado em 2003
37
Capiacutetulo III - Interface
323 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e assimeacutetrico
Da mesma forma que a proximidade o alinhamento eacute uma forma de
organizaccedilatildeo Um bom desenho faz com que cada elemento da paacutegina tenha
alguma ligaccedilatildeo visual com outro elemento Ao alinhar os elementos em uma
paacutegina eacute criada uma linha invisiacutevel que os une
O alinhamento objetiva tambeacutem equilibrar os elementos da paacutegina O
centralizado eacute a forma mais intuitiva e mais segura de alinhar os elementos Ele
parte do equiliacutebrio simeacutetrico da paacutegina e segundo Hurlburt [1986] eacute faacutecil de
entender e simples de se produzir criando uma aparecircncia formal poreacutem comum
e sem criatividade Observando revistas livros de arte e websites com
diagramaccedilatildeo de qualidade podemos notar que layouts sofisticados natildeo utilizam
textos centralizados Alinhamentos imprevisiacuteveis e assimeacutetricos satildeo utilizados
para dinamizar o design e provocar interesse no leitor
Na paacutegina mostrada na Figura 311 observe o movimento causado pelo
alinhamento da navegaccedilatildeo agrave direita como as fotos estatildeo alinhadas pelas bordas
em nenhum momento foi utilizado texto centralizado
Figura 311Homepage do site da loja Sandpiper 6
6 httpwwwsandipipercombr Acessado em 2003
38
Capiacutetulo III - Interface
324 Simplicidade a meta do design de paacutegina
ldquoA simplicidade deve ser a meta do design da paacuteginardquo [Nielsen 2000 p
97] Primeiro porque a velocidade de acesso deve ser de longe o principal
criteacuterio do design Segundo Nielsen [2000] as demoras de tempo de resposta satildeo
o principal determinante da usabilidade da web Por isso reduzir ao maacuteximo a
complexidade do design eacute uma meta a ser alcanccedilada para acelerar download de
paacutegina
Nielsen [2000] aponta para uma meta miacutenima de dez segundos para os
tempos de resposta para se obter uma paacutegina pois segundo ele esse eacute o limite
da capacidade humana de prestar atenccedilatildeo enquanto espera Para que seja possiacutevel
manter as paacuteginas pequenas e aqui tamanho se refere agrave quantidade de kilobytes
o nuacutemero de elementos graacuteficos deve ser reduzido e os efeitos de multimiacutedia
devem ser usados apenas quando realmente ajudam o usuaacuterio a compreender a
informaccedilatildeo a recomendaccedilatildeo eacute manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34
kilobytes Mesmo em se tratando de ambientes educacionais aconselhamos natildeo
contar com uma toleracircncia de espera maior pois a demora eacute sempre um fator
desmotivante
Poreacutem a simplicidade no desenho natildeo eacute apenas questatildeo tempo de
download ela tambeacutem proporciona uma sensaccedilatildeo de clareza da informaccedilatildeo Por
isso Black [1997] recomenda a reduccedilatildeo da variedade de elementos graacuteficos e do
nuacutemero de fontes utilizadas Segundo ele deve ser usado uma ou duas famiacutelias
de fontes apenas
Um exemplo de design simples e de download raacutepido eacute o buscador
Google Figura 312 Ele tambeacutem eacute um exemplo de alinhamento centralizado
bem- sucedido a extrema funcionalidade dispensa um layout mais sofisticado
39
Capiacutetulo III - Interface
Figura 312 Homepage do buscador Google 7
325 Mas nem tatildeo simples assim bom desenho significa credibilidade
ldquoUma das principais metas do webdesign excelente eacute estabelecer
credibilidaderdquo [Nielsen 2000 p 92]
ldquoProdutores comerciais descobriram que as primeiras impressotildees dos
usuaacuterios a respeito da miacutedia satildeo muito importantes para levaacute-los a adotaacute-la
(compraacute-la) Os designers de materiais impressos para leitores tiacutepicos deveriam
ser espertos o suficiente para desenhar seus produtos visando criar uma
primeira impressatildeo favoraacutevel Um bom design ajuda a obter e a manter a tenccedilatildeo
do leitor estabelecendo credibilidade em relaccedilatildeo ao sucesso no uso do
materialrdquo [Keller and Burkman 1999 p 31]
Nielsen [2000] admite que o design graacutefico elegante provavelmente tem
relativamente pouco impacto na usabilidade poreacutem a aparecircncia visual eacute
literalmente a primeira coisa que o usuaacuterio vecirc e visuais atraentes satildeo uma grande
oportunidade de estabelecer credibilidade Ele aconselha que natildeo se use nas
40
Capiacutetulo III - Interface
paacuteginas o que ele chama de ldquolixo amadoriacutesticordquo como fundos ldquogifsrdquo animados e
palavras piscando
Conteuacutedos educacionais podem aproveitar-se da qualidade graacutefica para
atrair a atenccedilatildeo e motivar os alunos A credibilidade dos materiais em e-learning
eacute um aspecto dos mais relevantes uma vez que o aluno estaacute sem a presenccedila fiacutesica
do professor
Observe na Figura 313 como fundo branco confere sobriedade e
elegacircncia a este site a simplicidade do design usada com bom gosto e
criatividade confere credibilidade Tambeacutem podemos notar a semelhanccedila na
cores e na diagramaccedilatildeo geomeacutetrica com o quadro 72 de Mondrian da Figura 36
Figura 313 Homepage do site do Van Gogh Museum 8
326 Eficiecircncia a web eacute cultura da impaciecircncia
Aplicaccedilotildees eficientes executam o maacuteximo de trabalho com um miacutenimo de
informaccedilatildeo dos usuaacuterios [Torgnazzini 2003] A quantidade de etapas que o
7 httpwwwgooglecombr Acessado em 20038 httpwwwvangoghmuseumnl Acessado em 2002
41
Capiacutetulo III - Interface
usuaacuterio deve executar para acessar o que deseja deve ser reduzida ao miacutenimo O
desenho da interface deve proporcionar ao usuaacuterio o maacuteximo de eficiecircncia e
conforto com o miacutenimo de aprendizado e de fadiga utilizando a experiecircncia
anterior do usuaacuterio O buscador Google Figura 312 eacute um bom exemplo de
paacutegina de interface simples e de download raacutepido onde os usuaacuterios rapidamente
podem conseguir a informaccedilatildeo que desejam
327 Consistecircncia o ambiente visualmente orientado
Os elementos da interface devem ser consistentes em todas as telas do site
[Torgnazzini 2003] A repeticcedilatildeo de elementos graacuteficos oferece consistecircncia agrave
paacutegina Algum aspecto do desenho repetindo-se no material inteiro oferece um
sentido de unidade o elemento repetido pode ser uma fonte em negrito um fio
grosso um elemento de desenho algum formato especiacutefico relaccedilotildees espaciais
barra superior quando possuir uma etc Um exemplo de repeticcedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de
tiacutetulos com o mesmo tamanho de fonte e o mesmo peso O recurso da repeticcedilatildeo eacute
muito uacutetil em peccedilas de uma soacute paacutegina e eacute essencial em documentos de muitas
paacuteginas
A consistecircncia dos elementos que nada mais eacute do que a sua padronizaccedilatildeo
no site inteiro eacute importante para a orientaccedilatildeo do usuaacuterio A utilizaccedilatildeo de coacutedigos
jaacute apreendidos anteriormente facilita a compreensatildeo da interface agiliza os
procedimentos da navegaccedilatildeo proporciona conforto visual ao usuaacuterio e libera a
atenccedilatildeo para outras tarefas Um exemplo de boa orientaccedilatildeo em e-learning eacute a
utilizaccedilatildeo de referecircncias para que o aluno saiba em que parte do curso ele se
encontra
Observe nas Figuras 314 e 315 como as paacuteginas do site da Apple
Computers oferecem orientaccedilatildeo atraveacutes da barra de navegaccedilatildeo na parte superior
da paacutegina Ela eacute consistente em todo o site (com o mesmo desenho) e indica com
uma aba de cor diferente em que paacutegina o usuaacuterio se encontra Esse tipo de
navegaccedilatildeo atraveacutes de barra com abas jaacute eacute um padratildeo para os usuaacuterios de
42
Capiacutetulo III - Interface
interfaces windows como as planilhas Excel o que facilita a compreensatildeo da
interface
Figura 314 Homepage do site da Apple Computers 9
Figura 315 Paacutegina interna do site da Apple Computers
9 httpwwwapplecom Acessado em 2003
43
Capiacutetulo III - Interface
328 Uso de Padrotildees reduccedilatildeo do custo cognitivo
ldquoNa verdade o usuaacuterio natildeo precisa aprender nada desde que o elemento
de interface comporte-se exatamente da forma que o usuaacuterio estaacute acostumadordquo
[Nielsen 2000 p188] Depois que algo passa a ser suficiente e amplamente
usado torna-se uma convenccedilatildeo A utilizaccedilatildeo de elementos de conhecimento dos
usuaacuterios reduz o tempo de aprendizagem das funccedilotildees oferecidas pela interface
Figura 316 Barra de navegaccedilatildeo do site da Amazon Books10
Um bom exemplo de convenccedilatildeo na web eacute o uso do desenho de um
carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico como estaacute sendo mostrado
nas Figura 316 Uma vez aprendida esta metaacutefora do mundo real torna-se
desnecessaacuterio criar outra Outro exemplo do uso de convenccedilotildees estaacute na
utilizaccedilatildeo em paacuteginas web dos iacutecones que jaacute satildeo conhecidos nas interfaces
Microsoft tais como pastas para arquivos envelopes para correspondecircncia de e-
mail impressoras para indicar texto para impressatildeo etc
Nielsen [2000] relata em seus estudos de usabilidade que os usuaacuterios
queixam-se quando um site tenta usar interface de navegaccedilatildeo que seja muito
diferente das que passaram a esperar da maioria dos sites
329 Layout espaccedilos em branco
ldquoPaacuteginas com bom design fazem uso de muito espaccedilo em branco ndash como
margens espaccedilos de separaccedilatildeo entre o cabeccedilalho e o corpo do texto ()rdquo
10 httpwwwamazoncom Acessado em 2003
44
Capiacutetulo III - Interface
[Misanchuk 1992 p174] Especialistas em design graacutefico recomendam natildeo
ocupar com texto todo o espaccedilo da tela deixando espaccedilos em branco O objetivo
desta praacutetica eacute natildeo sobrecarregar visualmente o leitor orientar o olhar e ajudar os
usuaacuterios a entender o agrupamento de informaccedilotildees Uma maneira de obter
espaccedilos em branco em paacuteginas HTML eacute usar margens largas ou dispor o texto
em uma tabela de duas colunas de aproximadamente metade do espaccedilo
disponiacutevel na tela deixando que uma fique em branco
As Figuras 317 e 318 mostram paacuteginas do site da Richards uma loja de
roupas masculinas que usa margens largas para permitir espaccedilos em branco
Tambeacutem podemos observar a repeticcedilatildeo da palavra Richards e do fio que a
sublinha em todas as paacuteginas criando unidade o layout consistente
Figura 317 Homepage do site da loja Richards11
11 httpwwwrichardscombr Acessado em 2002
45
Capiacutetulo III - Interface
Figura 318 Paacutegina interna do site da loja Richards
3210 Layout largura da paacutegina
Nielsen [2000] recomenda paacuteginas com 600 pixels de largura isso para
que os usuaacuterios com monitores de 14 polegadas natildeo precisem rolar a tela
horizontalmente Segundo ele a maioria das paacuteginas da web funciona bem em
um monitor de 17 polegadas com uma resoluccedilatildeo de pelo menos 1024 x 768
pixels observa-se poreacutem que muitos usuaacuterios utilizam monitores de 14
polegadas com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels A melhor opccedilatildeo neste caso eacute criar
layouts de paacutegina que funcionem bem em tamanhos de janela diferenciados
Uma opccedilatildeo que vem sendo utilizada eacute a criaccedilatildeo de dois tipos de layout um para
cada tipo de resoluccedilatildeo ndash 800 x 600 pixels e 1024 x 768 pixels ndash permitindo que
o usuaacuterio escolha o de sua preferecircncia O site do Google nas Figuras 319 e 320
eacute um exemplo de adaptabilidade de layout para esses dois tipos de resoluccedilatildeo A
primeira imagem foi capturada com resoluccedilatildeo de tela de 1024 x 768 pixels e a
46
Capiacutetulo III - Interface
segunda com resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels Note que satildeo as margens das
paacuteginas que diminuem
Figura 319 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 800 x 600 pixels
Figura 320 Visualizaccedilatildeo do buscador Google em 1024 x 768 pixels
47
Capiacutetulo III - Interface
3211 Legibilidade o conteuacutedo a ser aprendido
ldquoTudo ndash design velocidade conteuacutedo ndash falha quando os usuaacuterios natildeo
conseguem ler o textordquo [Nielsen 2000 p125] A legibilidade eacute um dos aspectos
mais importantes se natildeo eacute o mais importante Isso em qualquer miacutedia a natildeo ser
que se queira obter apenas uma imagem plaacutestica do texto Em e-learning com
muito mais razatildeo ainda se o aluno tiver dificuldade em ler o texto com certeza
ficaraacute desmotivado e isso iraacute prejudicar sua aprendizagem
As consideraccedilotildees a respeito da legibilidade de um texto vatildeo desde o
tamanho da fonte o contraste da fonte com o fundo agrave boa redaccedilatildeo agrave largura que
ele ocupa na tela e agrave quantidade que eacute disponibilizada em tela
Nielsen [2000] concluiu em seus estudos de usabilidade que a leitura em
monitores de computador eacute 25 mais lenta que em textos impressos em papel
Isso eacute causado pela sua baixa resoluccedilatildeo pois a maioria dos monitores exibe
imagens com 72 pontos por polegada enquanto que os textos impressos em uma
impressora comum possuem uma resoluccedilatildeo de aproximadamente 150 pontos por
polegad ndash soacute para que se possa ter uma comparaccedilatildeo Por isso um dos primeiros
aspectos a serem pensados no desenho de conteuacutedos para e-learning diz
respeito agrave quantidade de texto disponibilizado em tela Kilian [1999] aconselha
que textos muito grandes devem ser deixados para download
A escolha do tamanho da fonte deve levar em conta a variaccedilatildeo da
resoluccedilatildeo de tela utilizada (1024 x 768 pixels 800 x 600 pixels as mais comuns)
a existecircncia de pessoas com problemas visuais ou a preferecircncia das pessoas mais
idosas por tamanhos de fonte maiores O tipo padratildeo de dois pontos parece ser a
escolha mais acertada embora se observe uma tendecircncia na web para a utilizaccedilatildeo
de fontes menores
A legibilidade de um texto tambeacutem tem relaccedilatildeo ao comprimento de suas
linhas Kilian [1999] sustenta que linhas de texto muito longas dificultam a
leitura pois os leitores podem ter dificuldade de encontrar o iniacutecio da proacutexima
48
Capiacutetulo III - Interface
linha (observe Figura 321) Para obtenccedilatildeo de linhas de texto menores pode ser
utilizado o artifiacutecio descrito na subseccedilatildeo 329
Outro aspecto relevante na questatildeo da legibilidade diz respeito ao uso da
cor Black [1997] e Nielsen [2000] recomendam o uso de tipos pretos sobre
fundo branco Em primeiro lugar por uma questatildeo de contraste em segundo por
uma questatildeo de haacutebito pois estamos acostumados a ler texto com letras pretas
em fundo branco nos materiais impressos Para quebrar a monotonia do texto
preto em fundo branco os mesmos recomendam que podem ser usadas cores
claras para fundo de paacutegina como o amarelo claro azul claro lilaacutes etc
Eles tambeacutem natildeo recomendam o uso de papel de parede cujos motivos
dificultem a leitura os elementos graacuteficos de fundo interferem na capacidade do
olho de decompor a linha em caracteres e de reconhecer a forma das palavras
Fundo preto tambeacutem deve ser evitado Bem como combinaccedilotildees de cores que
causem efeitos visuais desagradaacuteveis como eacute o caso do uso de letras vermelhas
sobre fundos azuis ou verdes
Nielsen [2000] tambeacutem recomenda que o texto natildeo deve mover ou piscar
isso tambeacutem dificulta a leitura Sugere que o texto deva ser justificado agrave esquerda
de modo que exista um ponto de partida constante para o olhar leitor comeccedilar a
percorrer a linha do texto Textos alinhados a esquerda permitem uma leitura
muito mais raacutepida do que o texto centralizado ou justificado agrave direita
Nielsen [2000] e Black [1997] tambeacutem afirmam que em decorrecircncia da
baixa resoluccedilatildeo dos monitores o texto fica mais legiacutevel em tipos sem serifa12
como Arial e Verdana Eles advertem que deve ser evitada a fonte default Times
New Roman Segundo eles a serifa eacute apenas um elemento de poluiccedilatildeo visual na
tela uma vez que natildeo possui funccedilatildeo alguma Tambeacutem observam que a leitura do
texto todo em maiuacutesculas eacute 10 mais lenta pois eacute mais difiacutecil para o olho
reconhecer a forma das palavras e os caracteres na aparecircncia mais uniforme seu
uso natildeo eacute recomendado
49
Capiacutetulo III - Interface
Observe o exemplo deste texto todo em maiuacutesculas NAtildeO USE TEXTO
EM MAIUacuteSCULAS A LEITURA DO TEXTO TODO EM MAIUacuteSCULAS Eacute
10 MAIS LENTA POIS Eacute MAIS DIFIacuteCIL PARA O OLHO RECONHECER
A FORMA DAS PALAVRAS E OS CARACTERES NA APAREcircNCIA MAIS
UNIFORME
Tambeacutem deve ser evitado o espaccedilamento maior entre as letras que o do
default como no exemplo de texto a seguir l e t r a s m a i s e
s p a ccedil a d a s q u e d e f a u l t
Figura 321 Paacutegina do site sobre a figura de Che Guevara13 Um exemplo de
design ruim observe as linhas do texto ocupando toda a largura da tela e a cor
de fundo com tom muito forte
12 Serifas ndash satildeo os pequenos traccedilos que se projetam dos cantos das letras de certas tipologias Estes traccedilossatildeo remanescentes dos desenhos caracteriacutesticos das letras entalhadas nos documentos do ImpeacuterioRomano Por isso os tipos com serifa satildeo muitas vezes chamados de tipos Romanos[Jardin 1996]13 httpwwwinformagiovaniitchehtm Acessado em 2003
50
Capiacutetulo III - Interface
3212 Consideraccedilotildees sobre o uso de cor nas interfaces
A cor estaacute impregnada de informaccedilatildeo Associamos significado agraves cores
que vemos nas aacutervores no ceacuteu na aacutegua nos alimentos e assim por diante
Tambeacutem atribuiacutemos valores simboacutelicos agraves cores o vermelho que associamos agrave
raiva passou tambeacutem para a capa vermelha que se agita diante do touro
A cor constitui uma fonte de valor inestimaacutevel para os comunicadores
visuais e portanto para os designers de interface Nesta subseccedilatildeo discutiremos
alguns aspectos relevantes como harmonia contexto e simbologia das cores
Comeccedilaremos pelas caracteriacutesticas das cores
3213 Caracteriacutesticas das cores
As cores caracterizam-se pelo seu matiz que eacute o que define e distingue
uma cor tom que se refere agrave maior ou agrave menor quantidade de luz presente na
cor e intensidade que diz respeito ao brilho da cor
Vermelho verde ou azul satildeo exemplos de matizes Obtemos escalas tonais
mais claras adicionando branco e mais escuras adicionando preto Um matiz de
intensidade alta ou forte eacute dito saturado enquanto o de intensidade baixa ou fraca
caracteriza as cores apagadas as chamadas cores pasteacuteis Caracteriacutesticas mais
subjetivas [Kandinsky 1954] como calor ou frio da cor podem ser entendidas
como a tendecircncia geral de uma cor para o amarelo ou para o azul as cores
quentes satildeo os vermelhos amarelos e as demais em que eles predominem e as
frias satildeo os azuis verdes e as demais em que eles predominem
3214 Teorias de uso da cor
Segundo Pedrosa [1977] cor geratriz primaacuteria ou fundamental eacute cada
uma das trecircs cores indecomponiacuteveis que misturadas produzem todas as outras
Para os que trabalham com cor-luz como eacute o caso da televisatildeo e dos monitores
de computador as primaacuterias satildeo vermelho verde e azul-violetado Para os
51
Capiacutetulo III - Interface
artistas e todos que trabalham com cor-pigmento as cores indecomponiacuteveis satildeo
o vermelho o amarelo e o azul
A partir desta classificaccedilatildeo vaacuterios pintores e estudiosos de arte e cores
como Leonardo da Vinci e Delacroix criaram modelos e normas para alcanccedilar
harmonia no uso das cores tentando desta maneira sistematizar o que se costuma
chamar de intuiccedilatildeo ou inspiraccedilatildeo artiacutestica Entretanto em que pese o renome de
tais autores esses modelos se mostraram ineficientes pela sua complexidade
pois eacute muito grande o nuacutemero de variaacuteveis e porque a utilizaccedilatildeo das cores
depende de outros fatores como por exemplo aacuterea forma preenchida
proximidade eou superposiccedilatildeo de outras cores [Pedrosa 1977] A seguir
citamos alguns estudiosos que se manifestaram contra os sistemas de
combinaccedilatildeo de cores
ldquoOra a harmonia eacute realmente necessaacuteria no sentido amplo de que todas
as cores de uma composiccedilatildeo devem se ajustar num todo unificado se eacute que
devem se relacionar uma com as outrasO que eacute muito menos provaacutevel eacute que
as cores usadas pelos artistas em muitos casos estejam de acordo com
quaisquer regras bastante simples como as sugeridas pelos sistemas de
harmonia de cor Que destino miseraacutevel para um pintor que gosta de lourasrdquo
disse Picasso a Christian Zervos ldquoter que deixar de colocaacute-las num quadro
porque natildeo combinam com a cesta de frutas rdquo [Arnheim 1954 p338]
ldquoNossa conclusatildeo no momento podemos duvidar de todas essas normas
empiacutericas de cores complementares Nenhum sistema mecacircnico de cores eacute
bastante flexiacutevel para calcular de antematildeo os muacuteltiplos fatores de interaccedilatildeo de
cores dentro uma soacute receita preestabelecidaldquo [Albers 1985 p58]
ldquoUma combinaccedilatildeo de cores nunca eacute errada Qualquer combinaccedilatildeo de
cores transmite uma determinada sensaccedilatildeo mesmo que for de ldquomau gostordquo A
sensibilidade cromaacutetica do ser humano varia muito ldquo [Tausz 1976 p3]
52
Capiacutetulo III - Interface
Por concordarmos com essas argumentaccedilotildees natildeo estaremos discutindo
aqui teorias de uso de cor
3215 Cor e Contexto
ldquo a luz de uma dada cor afetaraacute diferentes cores de um quadro Natildeo se
pode falar como uma cor realmente eacute num sentido seguro ela eacute sempre
determinada por seu contextordquo [Pedrosa 1977 p199] Natildeo se pode pensar na
cor isoladamente Eacute preciso observar os efeitos causados pelas cores que lhe
estatildeo proacuteximas Com isso podemos escolher combinaccedilotildees que valorizem e
destaquem as cores e principalmente evitar efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
A seguir selecionamos alguns exemplos de como a cor se comporta em
relaccedilatildeo a outras cores
A Figura 322 mostra que a mudanccedila de apenas uma cor o
contorno branco pelo preto altera todo o aspecto da padronagem
Figura 322 A alteraccedilatildeo da cor de contorno das formas em vermelho mudando
todo o aspecto da padronagem
53
Capiacutetulo III - Interface
Na Figura 323 notamos que o amarelo fica pouco visiacutevel quando
aplicado sobre fundo branco Sobre fundo preto ganha forccedila e vibraccedilatildeo Em
contraste com o cinza se enriquece em qualidade cromaacutetica
Figura 322 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do amarelo nos diversos fundos
Na Figura 323 podemos observar que o vermelho parece mais
brilhante sobre o fundo preto do que sobre o fundo branco e neste assume uma
aparecircncia escura e terrosa Em contraste com o laranja parece sem vida em
contraste com o verde azulado exibe brilho Note como o quadrado vermelho
parece mais largo sobre o preto do que sobre as outras cores
Figura 323 Alteraccedilatildeo na percepccedilatildeo do vermelho nos diversos fundos
Na Figura 325 temos um exemplo de um efeito desagradaacutevel com
a superposiccedilatildeo de cores o vermelho aplicado em pequenas porccedilotildees sobre fundo
verde ou azul agita-se e causa desagradaacutevel sensaccedilatildeo de crepitaccedilatildeo
Figura 325 Efeitos oacuteticos desagradaacuteveis
54
Capiacutetulo III - Interface
3216 Reaccedilatildeo agrave cor
A cor eacute um elemento importante de comunicaccedilatildeo visual Ela nos fornece
informaccedilotildees sobre o mundo que nos cerca Eacute pela cor que identificamos se um
fruto estaacute verde ou maduro se um documento estaacute envelhecido se uma
superfiacutecie estaacute suja A cor tambeacutem pode ser usada para conferir um aspecto
agradaacutevel aos alimentos tornando-os mais apetitosos
As cores estatildeo carregadas de uma expressividade que se baseia em
associaccedilotildees Diz-se que o vermelho eacute excitante porque faz lembrar fogo e
sangue o verde eacute tranquumlilizante porque estaacute presente na natureza nas grandes
extensotildees de matas e que o azul lembra o frescor da aacutegua Segundo Pedrosa
[1977] a simbologia da cor nasceu destas analogias representativas para soacute
depois por desdobramentos comparativos atingir o niacutevel de relativa
independecircncia que temos hoje Ainda que a simbologia das cores tenha se
afastado das associaccedilotildees que lhe deram origem observa-se que muito do seu uso
possui esta aproximaccedilatildeo como eacute o caso do vermelho que eacute usado para sinalizar
perigo nos sinais de tracircnsito
As pessoas poreacutem podem usar as cores por inuacutemeras outras razotildees como
gosto pessoal questotildees culturais religiosas etc Solomon [1990] nos oferece uma
reflexatildeo interessante
ldquoA maioria das pessoas acredita que o vermelho desperta reaccedilotildees
fortes noacutes acreditamos que o vermelho eacute uma das cores mais frequumlentemente
usada por razotildees pessoais Ele pode ser usado por uma variedade de razotildees
nenhuma delas diretamente relacionada com perigo Parece-nos um engano
atribuir um significado uacutenico a uma cor especiacuteficardquo [Wagner and Solomon
apud Solomon 1990 p273]
Segundo alguns pesquisadores a expressividade das cores tambeacutem
desperta reaccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas
55
Capiacutetulo III - Interface
ldquoObservaccedilotildees feitas por Kurt Goldstein demonstraram em sua praacutetica
neuroloacutegica por exemplo que uma paciente portadora de um distuacuterbio do
cerebelo sofria perda do sentido de equiliacutebrio tornando-se atordoada e em
perigo de cair quando usava vestido vermelho ndash sintomas que desapareciam
quando usava verderdquo [Goldstein apud Arnheim 1954 p 358]
ldquoFegravere descobriu que a forccedila muscular e a circulaccedilatildeo sanguumliacutenea
aumentam com a luz colorida na sequumlecircncia que vai do azul (menos) passando
pelo verde amarelo alaranjado ateacute o vermelhordquo [Fegravere apud Arnheim 1954
p358]
O conhecimento das reaccedilotildees e das sensaccedilotildees provocadas pelas cores eacute um
importante instrumento de comunicaccedilatildeo que tem sido usado pelas miacutedias e deve
ser colocado agrave disposiccedilatildeo dos educadores para enriquecer a interface didaacutetica
Este conhecimento eacute de grande valia para a adequaccedilatildeo das interfaces ao contexto
social e a faixa etaacuteria dos alunos Exemplificando o rosa eacute uma cor juvenil
[Pedrosa 1977] assim como o violeta jaacute o vermelho [Kandinsky 1954] evoca
forccedila energia alegria e triunfo
Para refletirmos um pouco mais sobre as sensaccedilotildees provocadas pelas
cores selecionamos Wassily Kandinsk [1954] e Israel Pedrosa [1977] ambos
professores pintores e estudiosos do uso das cores o primeiro na Bauhaus na
Alemanha (19221933) e o segundo aqui no Brasil na Universidade Federal
Fluminense (19691972) Compilamos algumas de suas visotildees a este respeito que
se encontram no Anexo 1
3217 Variaccedilotildees tonais das cores
A luz ambiente afeta a aparecircncia das cores assim como a variaccedilatildeo na
calibragem dos monitores Isso natildeo garante que uma combinaccedilatildeo particular seraacute
vista da mesma maneira em outros monitores principalmente quando satildeo usados
56
Capiacutetulo III - Interface
tons muito proacuteximos de um mesmo matiz Eacute recomendaacutevel uma fase de
observaccedilatildeo das paacuteginas em outros monitores para minimizar este problema
3218 Cor usada em elementos de percepccedilatildeo
No desenho de interfaces a cor pode funcionar como um elemento de
percepccedilatildeo Um exemplo disso eacute o uso de cores diferentes para link disponiacutevel e
visitado outro exemplo eacute mostrado na Figura 326 o desenho dos computadores
em verde sinalizando que a conexatildeo estaacute ativa e com um ciacuterculo vermelho e um
ldquoxrdquo para mostrar que estaacute inativa
Figura 326 Detalhe dos iacutecones de percepccedilatildeo de conexatildeo ativa e inativa na
barra inferior do Windows
3219 Uso de convenccedilotildees de cor preestabelecidas auxiliando a
percepccedilatildeo
Na subseccedilatildeo 328 discutimos alguns aspectos relativos agrave forma como eacute o
caso do carrinho de compras em sites de comeacutercio eletrocircnico Aqui estamos
discutindo padrotildees de cores que jaacute funcionam como convenccedilatildeo na web e
consequumlentemente em e-learning
Segundo Salomon [1990] os coacutedigos satildeo aprendidos com o tempo
atraveacutes de condicionamento cultural Eacute recomendaacutevel aproveitar coacutedigos jaacute
conhecidos a cor dos links eacute outro exemplo de coacutedigo de cor dominado pelos
usuaacuterios da web a saber azul para os links ativos e roxo para os jaacute visitados Por
57
Capiacutetulo III - Interface
esse motivo Borges [2000] e Nielsen [2000] aconselham que essas cores sejam
mantidas
Convenccedilotildees de cor como vermelho indicando ldquoparerdquo ou ldquoperigordquo e
verde para ldquoavanccedilarrdquo tambeacutem satildeo usadas de forma redundante colorindo um
elemento ou um texto A redundacircncia eacute utilizada para reforccedilar a mensagem A
interface antigado ICQ na Figura 327 usava uma margarida nas cores
vermelho e verde para alternar a informaccedilatildeo connected e desconnected esta
convenccedilatildeo era tambeacutem usada para mostrar dentre as pessoas cadastradas quem
estava conectado ou desconectado
Figura 327 Interface antiga do ICQ14
3220 Cor usada em elementos de consistecircncia
Como elemento de consistecircncia usamos a cor em elementos de funccedilotildees
similares que se repetem em todo o site por exemplo em uma barra superior no
14 httpwwwmirabiliscom Acessado em 2000
58
Capiacutetulo III - Interface
tiacutetulo do capiacutetulo ou do curso Um design consistente orienta o usuaacuterio durante a
navegaccedilatildeo evitando que ele se perca
3221 Uso de Metaacuteforas e temas visuais
Metaacuteforas satildeo poderosas ferramentas semacircnticas usadas para transmitir
similaridades entre situaccedilotildees familiares e novas [Mountford 1990] A facilidade
no uso das interfaces graacuteficas estaacute bastante relacionada com a semelhanccedila dos
usos e comportamentos dos objetos da interface como documentos pastas de
arquivo lixeira com seus correspondentes no mundo real
Metaacuteforas satildeo uacuteteis por duas razotildees oferecem uma estrutura unificadora
ao design e facilitam o aprendizado ao permitir que os usuaacuterios usem o
conhecimento que jaacute possuem acerca do sistema de referecircncia Boas metaacuteforas
satildeo histoacuterias que criem imagens na mente Exemplos de metaacuteforas incluem
galerias quadrinhos canais de televisatildeo controles remotos de TV revistas
tabloacuteides ambientes de loja museus estantes de cartotildees postais parques o
interior de coisas como computadores o corpo humano construccedilotildees e assim
por diante
Aleacutem do uso de metaacuteforas Black [1977] sugere o emprego de temas
visuais para atrair e guiar o visitante e oferecer ao site uma aparecircncia familiar
Exemplos de temas pinturas arte primitiva fotografias imagens juvenis art
deacuteco arte tipograacutefica futurista e assim por diante Segundo ele um bom site
temaacutetico eacute um exerciacutecio de sutileza bom design de informaccedilatildeo e consistecircncia
Tambeacutem as interfaces educacionais podem valer-se do uso de metaacuteforas
para facilitar o entendimento do usuaacuterio criar unidade e motivaccedilatildeo A utilizaccedilatildeo
de temas visuais para criar uma ambientaccedilatildeo de aprendizagem pode ser de
grande valia em interfaces para a educaccedilatildeo
3222 Iacutecones
Iacutecones satildeo imagens ou sinais graacuteficos que possuem as propriedades de um
objeto uma accedilatildeo ou uma ideacuteia que eles representam [Misanchuk 1992] O uso
59
Capiacutetulo III - Interface
de iacutecones em interfaces objetiva ajudar o usuaacuterio a localizar mais rapidamente a
informaccedilatildeo pois satildeo elementos de percepccedilatildeo
Os iacutecones podem fazer parte da metaacutefora utilizada como eacute o caso das
pastas de arquivo lixeira etc que citamos anteriormente usaacute-los em funccedilotildees
semelhantes pode reduzir tempo de aprendizado das funcionalidades da interface
pelos usuaacuterios
3223 Homepage
A Homepage ou paacutegina principal eacute a entrada do site Segundo Kilian
[1999] ela deve orientar o leitor sobre o que se trata o site como ele estaacute
organizado e como se daacute a navegaccedilatildeo Nielsen [2000] observa a inutilidade de
Splash na Homepage
Da mesma forma a paacutegina principal de sistemas para e-learning deve ser
utilizada para fazer uma apresentaccedilatildeo do curso e mostrar quais satildeo os seus
objetivos educacionais bem como a sua navegaccedilatildeo
3224 Navegaccedilatildeo
A navegaccedilatildeo deve ajudar os usuaacuterios a responder agraves trecircs perguntas
fundamentais (1) Onde estou (2) Onde estive (3) Aonde posso ir
Nielsen [2000] recomenda que a navegaccedilatildeo deve ser consistente ou seja
que suas ferramentas devem possuir o mesmo desenho em todo o site Ela deve
ser determinada pelas tarefas que os usuaacuterios desejam ou precisam realizar E
como a Internet eacute inerentemente natildeo-linear uma navegaccedilatildeo linear eacute muitas vezes
um sinal de alerta de maacute usabilidade
3225 Desenho do Conteuacutedo
Conteuacutedos educativos podem aproveitar recomendaccedilotildees gerais para
conteuacutedos na web da mesma forma que a interface graacutefica se utilizou de
conceitos de usabilidade das interfaces em geral Nielsen [2000] destaca que
conteuacutedo de qualidade eacute um dos determinantes mais importantes da usabilidade
60
Capiacutetulo III - Interface
na Internet Segundo ele eacute de suma importacircncia apresentar o conteuacutedo de forma
atraente para os leitores
Kilian [1999] observa que a web eacute boa para dois tipos de informaccedilatildeo
leituras raacutepidas e download Jaacute Nielsen [2000] explicando o porquecirc desta
afirmaccedilatildeo alerta que a leitura em telas de computadores eacute cerca de 25 mais
lenta do que em papel como jaacute mencionamos na subseccedilatildeo 3211 desta seccedilatildeo
Por conta disto o texto deve ser criado tendo em vista a facilidade de leitura
A elaboraccedilatildeo de textos para a Internet para Kilian [1999] e
consequumlentemente para e-learning deve observar os seguintes aspectos
Os textos devem ser pequenos com blocos natildeo muito longos
preferencialmente com paraacutegrafos curtos subtiacutetulos e listas com bullets Textos
longos devem ser deixados para download
A linguagem deve ser simples com estruturas sentenciais simples
Sentenccedilas simples satildeo muito mais faacuteceis de ler e a escrita com floreios e palavras
complexas dificulta mais ainda a leitura
Os tiacutetulos devem ser significativos
Recomenda-se natildeo usar afastamento para a primeira linha do
paraacutegrafo um espaccedilo duplo entre os paraacutegrafos favorece a leitura
Paacuteginas longas com rolagem de tela tambeacutem natildeo satildeo
recomendadas Black [1999] e Nielsen [2000] sugerem como paracircmetro natildeo
escrever mais do que 50 do texto que se escreveria para tratar do mesmo
assunto em uma publicaccedilatildeo impressa
Tambeacutem eacute observado que os usuaacuterios costumam imprimir
documentos grandes para leitura off-line portanto recomenda-se gerar duas
versotildees de todos os documentos longos uma otimizada e outra completa para
download ou impressatildeo Natildeo eacute recomendaacutevel usar textos no formato PDF para
leitura on-line pois a resoluccedilatildeo das fontes fica mais comprometida ainda
O hipertexto natildeo deve ser usado para segmentar um artigo longo e
linear em vaacuterias paacuteginas Ele deve ser usado para aprofundar pontos da leitura
61
Capiacutetulo III - Interface
Kilian [1999] adverte para natildeo hifenizar as palavras ndash alteraccedilotildees no
tamanho das telas podem mover o texto e deixaacute-lo sem sentido Tambeacutem natildeo se
deve sublinhar o texto na internet texto sublinhado eacute padratildeo para link
Em e-learning a proposta de sugerir links para outras paacuteginas eacute bastante
relevante mas a escolha desses links deve ser criteriosa para natildeo afastar o aluno
do foco da aprendizagem Segundo Nielsen [2000] eacute melhor vincular um
nuacutemero reduzido de paacuteginas externas altamente relevantes do que todos os
possiacuteveis sites alternativos na web Como em vaacuterios aspectos do design mais
significa menos Um outro aspecto relevante eacute incluir texto adicional que
explique de que se trata o link e sua relevacircncia para o assunto Podemos sugerir
indicaccedilotildees do tipo visita obrigatoacuteria recomendaacutevel bastante recomendaacutevel e
assim por diante para que o professor possa direcionar a pesquisa
3226 Imagens Estaacuteticas
No tocante ao uso de imagens podemos dizer que a primeira coisa que
vemos em uma paacutegina seja ela impressa ou eletrocircnica eacute a imagem que ilustra o
texto se ele possuir uma A publicidade recebeu um grande impulso com a
invenccedilatildeo da fotografia A maioria do material impresso e eletrocircnico que temos
contato eacute fartamente ilustrada Embora o uso de ilustraccedilotildees tenha sido bastante
pesquisado seus resultados ainda natildeo foram conclusivos e isso se daacute por causa
do grande nuacutemero de variaacuteveis envolvidas o tipo de ilustraccedilatildeo sua relaccedilatildeo com
o texto sua localizaccedilatildeo dimensotildees estilo etc [Misanchuk 1992]
O uso adequado de imagens na Internet estaacute relacionado com as demoras
causadas por arquivos muito grandes Imagens costumam possuir um nuacutemero
consideraacutevel de bytes e quanto menor o tamanho do arquivo (em kbytes) mais
raacutepida eacute a sua transferecircncia para visualizaccedilatildeo da paacutegina (download)
O tratamento de imagens para o uso na Internet visa obter o menor
tamanho de arquivo mantendo uma boa visualizaccedilatildeo em tela Como as telas de
computador possuem em sua maioria uma resoluccedilatildeo de 72 pixels imagens com
resoluccedilotildees maiores soacute aumentaratildeo o tamanho do arquivo Nielsen [2000]
62
Capiacutetulo III - Interface
recomenda manter o tamanho das paacuteginas em torno de 34 kbytes e como o texto
fica em torno de 4 kbytes as imagens devem ser mantidas em torno dos 30 kbytes
Um outro procedimento para acelerar o download da paacutegina eacute minimizar a
quantidade de elementos graacuteficos Elementos graacuteficos gratuitos devem ser
descartados
Eacute recomendado que todas imagens utilizadas possuam legendas
descritivas E que sejam vistas por inteiro na paacutegina natildeo deve ser necessaacuterio
rolar a paacutegina para vecirc-las
Felice e Nace [Felice e Nace apud Misanchuk 1992] afirmam que
ilustraccedilotildees possuem duas funccedilotildees expandir e elaborar o assunto exposto no
texto e oferecer agrave paacutegina um apelo visual Do ponto de vista da aprendizagem o
apelo visual eacute a funccedilatildeo menos importante contudo natildeo podemos desvalorizar
este aspecto As imagens podem ser utilizadas para quebrar a monotonia de uma
paacutegina soacute de texto e despertar interesse no leitor
Levie [Levie apud Misanchuk 1987] afirma que os estudantes preferem
estudar em materiais ilustrados e Dweyracutes [Dweyracutes apud Misanchuk 1992]
que imagens satildeo de bastante ajuda quando os objetivos educacionais estatildeo
vinculados a discriminaccedilotildees visuais como eacute o caso do estudo das partes do corpo
humano
Duchastel [Duchastel apud Misanchuk 1992] sugere trecircs regras para o
uso das ilustraccedilotildees
(1) Chamar a atenccedilatildeo e motivar o leitor
(2) Explicar o conteuacutedo do texto e
(3) Promover maior retenccedilatildeo atraveacutes do uso redundante da informaccedilatildeo
atraveacutes da linguagem verbal e da graacutefica
Duchastel e Waller [Duchastel e Waller apud Misanchuk 1992] dividem
as ilustraccedilotildees segundo sete funccedilotildees De acordo com eles essa tipologia pode ser
uacutetil na escolha de que tipo de ilustraccedilotildees se aplica melhor ao texto se um ou
mais desses requisitos satildeo preenchidos pela ilustraccedilatildeo desse modo entatildeo ela
pode ser usada caso contraacuterio ela natildeo deve ser incluiacuteda As imagens podem ser
63
Capiacutetulo III - Interface
Descritivas quando ilustram o que estaacute descrito no texto um
exemplo desta forma de uso eacute acrescentar uma foto da pessoa que estaacute
falando ou de quem se estaacute falando
Expressivas quando despertam a sensibilidade do leitor por
exemplo fotos mostrando os horrores da guerra
Estruturais quando mostram como as partes se relacionam com o
todo como nas visotildees explodidas dos objetos
Funcionais quando mostram visualmente relaccedilotildees entre conceitos
como nos mapas conceituais
Loacutegico-matemaacuteticas como nos graacuteficos
Algoriacutetmicas em graacuteficos de fluxos
Exposiccedilatildeo de dados graacuteficos tipos pizza ou barra etc
3228 Imagens em movimento
ldquo() qualquer coisa que se movimente na visatildeo perifeacuterica domina nossa
consciecircncia eacute extremamente difiacutecil concentrar-se em ler um texto no meio de
uma paacutegina se houver um logotipo que gira no canto superiorrdquo [Nielsen 2002
p 143]
Natildeo eacute recomendado portanto o uso de animaccedilotildees do tipo ldquoblinksrdquo
mensagens em movimento ou ldquogifsrdquo animados que possam distrair a atenccedilatildeo do
aluno do foco da aprendizagem Antes de utilizar uma animaccedilatildeo verifique se o
ponto seria tatildeo bem comunicado por um elemento graacutefico estaacutetico
Segundo Nielsen [2000] em interfaces a animaccedilatildeo pode ser usada para as
seguintes finalidades
Mostrar continuidade nas transiccedilotildees (o uso da ampulheta nas
interfaces windows para mostrar que o processamento ainda estaacute ocorrendo)
Indicar dimensionalidade nas transiccedilotildees (quanto falta para terminar
a instalaccedilatildeo ou o download mostrado com quadradinhos preenchendo uma
lacuna)
64
Capiacutetulo III - Interface
Ilustrar mudanccedila de campo (passagem de um arquivo de uma pasta
para outra)
Chamar a atenccedilatildeo (se sua meta eacute chamar a atenccedilatildeo para um
elemento no meio de vaacuterios ou alertar os usuaacuterios quanto a informaccedilotildees
atualizadas um tiacutetulo animado daraacute resultado)
3229 O uso de viacutedeo
ldquoDevido agraves restriccedilotildees de largura de banda o uso de viacutedeo dever ser
minimizadordquo [Nielsen 2000 p149] Essa recomendaccedilatildeo eacute bastante pertinente
Qualquer pessoa pode atestar por experiecircncia proacutepria as dificuldades para o
download de paacuteginas com viacutedeos e com animaccedilotildees SWF (feitas em Flash)
Sugerimos que os viacutedeos sejam deixados preferencialmente para download a
menos que sejam arquivos de tamanho bastante reduzido
Quando usados recomenda-se oferecer aos alunos resumos das cenas do
viacutedeo que os ajudem a determinar seu interesse caso o professor natildeo o considere
como de conteuacutedo obrigatoacuterio Tambeacutem eacute bom incluir uma ou duas fotos
estaacuteticas extraiacutedas e um resumo sobre o conteuacutedo para ilustrar e despertar
interesse O formato e o tamanho do arquivo devem ser indicados ao lado do link
para que os alunos possam ter uma estimativa do tempo do download
Uma recomendaccedilatildeo relevante para o uso de qualquer miacutedia em paacuteginas
web arquivos maiores devem ser deixados para download
3230 O uso de aacuteudio
As recomendaccedilotildees para o uso de viacutedeo tambeacutem valem para aacuteudio Um
exemplo de uso de aacuteudio em educaccedilatildeo eacute a utilizaccedilatildeo de falas gravadas de pessoas
citadas nos textos pois funciona como um elemento motivacional para os alunos
3231 A educaccedilatildeo do olhar
Eacute muito importante para quem pretende projetar para a Internet possuir
vivecircncia de navegaccedilatildeo Visitar sites de qualidade tanto educativos como
65
Capiacutetulo III - Interface
comerciais eacute a praacutetica inicial recomendada por dois motivos primeiro para que
as boas soluccedilotildees de desenho sejam fontes de inspiraccedilatildeo segundo para que
observando o tipo de navegaccedilatildeo a que os usuaacuterios estatildeo acostumados projete-se
baseado na cultura jaacute instalada
33 Camada de Autoria
Conceitos de Autonomia e Flexibilidade
As camadas graacutefica e pedagoacutegica natildeo teriam sentido sem a composiccedilatildeo do
conteuacutedo feita pelo professor Eacute a autoria dele que vai certamente dar o
acabamento final Desta forma abrimos espaccedilo em nosso modelo para mais uma
camada de interface e pesquisamos os conceitos que estariam mais adequados a
ela
Lucena [1999] observa que o maior problema encontrado pelos
professores que desejam publicar seus materiais na Internet eacute o aprendizado de
linguagens de programaccedilatildeo necessaacuterias a esta tarefa e reforccedila a ideacuteia de que ao
professor basta dominar sua aacuterea de conhecimento Fuks [2001] afirma que
ldquopara desenvolver conteuacutedos atraentes satildeo necessaacuterios aleacutem do conhecimento
do tema habilidades pedagoacutegicas e de design graacuteficordquo A essas afirmaccedilotildees noacutes
acrescentariacuteamos que a preparaccedilatildeo de bons conteuacutedos para e-learning tambeacutem
requer uma linguagem apropriada para a Internet Um conjunto de habilidades
que natildeo fazem parte da formaccedilatildeo dos professores daiacute a dificuldade encontrada
por eles pelo menos ateacute agora
A alternativa que temos observado para suprir esta falta ou dificuldade eacute a
utilizaccedilatildeo de equipes de trabalho Misanchuk [1992 p2] no contexto do design
de materiais impressos oferece-nos uma outra ideacuteia afirmando que ldquoNatildeo eacute
esperar demais dos educadores que eles produzam materiais com aparecircncia
profissional E isso eacute o que eles desejam quando tecircm a oportunidade de fazecirc-lordquo
66
Capiacutetulo III - Interface
Ele acredita que os educadores natildeo devem perder a oportunidade de criarem eles
mesmos seus materiais de aprendizagem Refletindo sobre estas afirmaccedilotildees
sentiacutemo-nos estimulados a caminhar na direccedilatildeo proposta por Misanchuk [1992]
sem desconsiderar as dificuldades e as necessidades reais para a elaboraccedilatildeo de
um bom material de aprendizagem para a web
Observamos uma tendecircncia das interfaces graacuteficas de cada vez mais
oferecer autonomia ao usuaacuterio comum Quem utilizou computadores antes do
surgimento das interfaces graacuteficas deve estar lembrado de que era necessaacuterio
memorizar um bom nuacutemero de comandos para operar o sistema operacional
(DOS) e os softwares de processamento de textos (como por exemplo o Carta
Certa) O que presenciamos hoje com o advento das interfaces graacuteficas e dos
dispositivos plug-and-play eacute uma acessibilidade bem maior Eacute nesta linha que
estamos pensamos a autoria para o e-learning e preparamos nosso modelo
seguindo esta tendecircncia de oferecer autonomia ao usuaacuterio comum
Aleacutem de possibilitar uma maior autonomia natildeo tornamos nosso modelo
uma camisa-de-forccedila mas procuramos sugerir passos com liberdade sem
restringir o professor em sua criatividade e seu saber pedagoacutegico Por isso
incorporamos agrave interface de autoria o conceito de flexibilidade
Foi possiacutevel oferecer autonomia e flexibilidade ao professor porque
existem as camadas pedagoacutegica e graacutefica satildeo elas oferecem suporte com as
habilidades definidas como fundamentais no iniacutecio desta seccedilatildeo
34 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxiii] Neste capiacutetulo respondemos a essa
pergunta fazendo uma revisatildeo na literatura e lanccedilando hipoacuteteses sobre a camada
de autoria
67
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Capiacutetulo IV ndash Protoacutetipo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos o processo de desenvolvimento e a
descriccedilatildeo do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem que eacute a materializaccedilatildeo do
modelo proposto
41 O Desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem
A materializaccedilatildeo do modelo do Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida
de forma pouco metoacutedica Contudo depois do caminho percorrido podemos
agora fazecirc-lo de volta organizando e refletindo sobre os passos dados e
organizando as etapas cumpridas
Nosso primeiro passo foi pensar nas interfaces do protoacutetipo do Projeto de
Aprendizagem a partir dos conceitos que escolhemos para nosso modelo Mas
natildeo queriacuteamos somente usaacute-los pretendiacuteamos que eles estivessem expressos nas
interfaces da ferramenta Um outro aspecto que consideramos relevante foi a
facilidade no uso gostariacuteamos de uma ferramenta simples que atendesse dos
usuaacuterios mais experientes aos menos experientes
A primeira ideacuteia foi desenvolver uma ferramenta para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos a partir de templates do tipo que satildeo usados no Power Point Como
uma de nossas metas era a facilidade de uso decidimos natildeo oferecer opccedilotildees de
alteraccedilatildeo no layout dos templates isso por uma advertecircncia de Laurel [1990]
(Seccedilatildeo 31 do Capiacutetulo III ndash Interface) quando ela diz que muitas opccedilotildees
confundem o usuaacuterio Definimos entatildeo um modelo de layout onde todas as
especificaccedilotildees de diagramaccedilatildeo (tamanho e cor de fontes de texto e de tiacutetulos cor
de fundo etc) estivessem fixos sem oferecer ao usuaacuterio a possibilidade de
alteraacute-lo
68
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Como estaacutevamos criando interfaces para a web pensamos em desenvolver
esses templates em HTML dinacircmica A ideacuteia de se usar templates dinacircmicos natildeo
eacute uma ideacuteia original eacute uma estrateacutegia que jaacute vem sendo usada para a geraccedilatildeo e
atualizaccedilatildeo de conteuacutedo Um exemplo deste uso pode ser encontrado nos sites de
hospedagem gratuita kitnet1 e hpg2
Tambeacutem quisemos que a ferramenta pudesse ser usada isoladamente por
um professor que quisesse publicar seu conteuacutedo na Internet ou inserida em
Ambientes Virtuais de Aprendizagem participando de um contexto de
aprendizagem mais amplo
Quando comeccedilamos a projetar os templates nosso design foi sendo
depurado de tal forma ateacute atingirmos um design despojado no qual nada pudesse
atrapalhar o foco da aprendizagem Cada aspecto do design das interfaces do
Projeto de Aprendizagem encontra-se justificado no Capiacutetulo III ndash Interface
Podemos entatildeo definir a materializaccedilatildeo do modelo Projeto de
Aprendizagem como uma ferramenta interativa desenvolvida a partir de
templates de HTML dinacircmica para a autoria de conteuacutedos de e-learning
42 Escopo da Ferramenta do Projeto de Aprendizagem
O Projeto de Aprendizagem pode ser utilizado isoladamente ou inserido
em um ambiente de apoio ao e-learning desde que sejam feitos os ajustes
necessaacuterios Em contextos de aprendizagem a distacircncia ou como suporte ao
ensino presencial por professores na elaboraccedilatildeo e publicaccedilatildeo de conteuacutedos de
aprendizagem ou por alunos em atividades de fixaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da
aprendizagem pois segundo Fuks e Lucena [1999] a criaccedilatildeo de paacuteginas para a
web pelos alunos eacute uma forma de complementaccedilatildeo do conteuacutedo
43 Recursos da Ferramenta
A ferramenta do Projeto de Aprendizagem oferece os seguintes recursos
1 httpkitnetglobocom2 httpwwwhpgcombr
69
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
(1) Uma ferramenta pedagoacutegica de apoio para a elaboraccedilatildeo de um Plano
de Aula que atraveacutes de um roteiro conduz o professor a refletir sobre a
organizaccedilatildeo do conteuacutedo de acordo com a perspectiva pedagoacutegica de David
Ausubel
(2) Interfaces semiprontas do tipo templates onde o professor pode
inserir dinamicamente (usando o conceito de paacuteginas dinacircmicas) seus conteuacutedos
sem que precise conhecer a linguagem de marcaccedilatildeo HTML ou seus editores
44 Modelagem
O Projeto de Aprendizagem foi desenvolvida em HTML dinacircmico
interpretado (ASP) isto eacute formado por paacuteginas interativas com scripts de
programaccedilatildeo embutidos Tanto o Plano de Aula como os conteuacutedos inseridos nos
templates satildeo enviados para um Banco de Dados
A implementaccedilatildeo do protoacutetipo foi feita primeiramente atraveacutes da
preparaccedilatildeo de paacuteginas HTML estaacuteticas seguindo as especificaccedilotildees de ordem
pedagoacutegica graacutefica e de autoria Em seguida foi feita a modelagem do Banco de
Dados definindo-se para cada objeto da ferramenta os seus atributos e
procedimentos Por uacuteltimo foi feita a programaccedilatildeo dos scripts para tornar as
paacuteginas interativas e dinacircmicas A URL do Projeto de Aprendizagem eacute
http146164250184ausubelindexasp onde ele pode provisoriamente ser
acessado
Quando o professor acessa a paacutegina principal da ferramenta ele pode
escolher entre duas accedilotildees baacutesicas accedilotildees relativas ao Plano de Aula ou agrave Aula A
criaccedilatildeo da Aula exige que anteriormente seja criado um Plano de Aula portanto
caso ele natildeo tenha sido criado ainda esta seraacute a uacutenica accedilatildeo disponiacutevel
Cada Plano de Aula eacute uacutenico No momento em que o professor insere um
tiacutetulo na paacutegina CriarAlterar Plano de Aula imediatamente eacute criado um
Identificador que fica armazenado em Banco de Dados a partir desse ID todos
os relacionamentos seratildeo feitos entre as tabelas do Banco
70
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O modelo da Figura 41 expressa os relacionamentos entre as tabelas do
Banco de Dados o da Figura 42 as accedilotildees possiacuteveis do professor na ferramenta e
o da Figura 43 a navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas das aulas criadas
Figura 41 Modelo Conceitual
Figura 42 Navegaccedilatildeo do professor para a construccedilatildeo do Plano de Aula
(amarelo claro) criaccedilatildeo das Aulas (amarelo escuro) e Aula criada
(marron)
71
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Figura 43 Esquema da navegaccedilatildeo do aluno nas paacuteginas do Projeto de
Aprendizagem criado pelo professor
45 Utilizaccedilatildeo da Ferramenta
A criaccedilatildeo de conteuacutedos para publicaccedilatildeo em Internet do Projeto de
Aprendizagem eacute um processo que engloba duas etapas
Etapa (1) Criaccedilatildeo do Plano de Aula
A primeira etapa compreende a organizaccedilatildeo do conteuacutedo utilizando a
perspectiva pedagoacutegica de David Ausubel
Etapa (2) Criaccedilatildeo das Aulas
A segunda etapa compreende a criaccedilatildeo das paacuteginas de conteuacutedo de
aprendizagem a serem publicadas na Internet para os alunos
(1) Plano de Aula ndash O Plano de Aula oferece ao professor um roteiro
interativo de base ldquoausubelianardquo que tem por objetivo auxiliaacute-lo a elaborar um
Plano de Aula (Subseccedilatildeo 312 do Capiacutetulo ndash Interface) Esse caracteriza-se pela
determinaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo hieraacuterquica dos conceitos relevantes do conteuacutedo de
aprendizagem relacionando-os com seus respectivos ldquosubsunccediloresrdquo [Moreira
1983] Outrossim nesta etapa o professor dispotildee de um formulaacuterio para enviar
uma tarefaperguntas aos alunos Este procedimento cumpre a indicaccedilatildeo de
Ausubel de conhecer o que o aluno jaacute sabe a respeito do que se pretende ensinar
72
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
O processo de elaboraccedilatildeo do Plano de Aula usa a metaacutefora de organizaccedilatildeo
de arquivos em pastas aproveitando um padratildeo que jaacute eacute amplamente conhecido
Eacute tambeacutem possiacutevel usar um software para a criaccedilatildeo de mapas conceituais (um
freeware para a criaccedilatildeo de Mapas Conceituais o CMap pode ser obtido atraveacutes
de download por um link disponibilizado na proacutepria tela do Plano de Aula) e
inserir a imagem exportada (GIF ou JPG) Esses Planos de Aula ficam
arquivados em Banco de Dados e podem ser utilizados em consultas ou
reutilizados em na montagem de outras Aulas
(2) Criaccedilatildeo da Aula - O processo inicia-se com seleccedilatildeo de um dos
estilos de diagramaccedilatildeo oferecidos os templates O professor entatildeo inclui
dinamicamente em paacuteginas contendo campos de preenchimento textos
imagens perguntas multimiacutedias para download e links que daratildeo origem agrave Aula
um site composto de Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo (Organizador Preacutevio) Conteuacutedo
propriamente dito e Atividade Esta etapa soacute se torna disponiacutevel para o professor
se ele tiver cumprido a primeira pois somente a partir da seleccedilatildeo de um plano de
aula eacute que fica disponiacutevel a paacutegina de escolha dos templates Todas as paacuteginas
possuem espaccedilo para a inclusatildeo de uma imagem e sua respectiva legenda O
acesso dos alunos agraves paacuteginas do curso eacute livre e natildeo-linear e eacute formado por um
conjunto de paacuteginas que pode ornar-se disponiacutevel em qualquer plataforma para
e-learning atraveacutes da inserccedilatildeo de um link que eacute gerado pela proacutepria ferramenta
A Aula eacute composta de
a Apresentaccedilatildeo paacutegina inicial na qual o professor insere os objetivos do
curso um texto introdutoacuterio e uma pergunta (preacute-teste) a ser respondida pelo
aluno em um campo de formulaacuterio
b Motivaccedilatildeo espaccedilo destinado agrave inclusatildeo de um Organizador Preacutevio
[Moreira 1983]
c Conteuacutedo (1n) onde o professor inclui os conteuacutedos de
aprendizagem propriamente ditos (eacute possiacutevel incluir mais de uma paacutegina de
conteuacutedo) e
73
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
d Atividade onde eacute proposta uma atividade e uma pergunta (poacutes-teste)
que como na apresentaccedilatildeo pode ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina em um
campo de formulaacuterio
46 Conceitos utilizados nas Interfaces da Ferramenta
Os conceitos de usabilidade e de design pesquisados foram usados tanto
nas interfaces do Plano de Aula como nos templates que daratildeo origem agraves Aulas
Eles estatildeo descritos abaixo com as referecircncias das subseccedilotildees do Capiacutetulo III -
Interface
461 O design das interfaces
O design das interfaces do Plano de Aula das telas de preenchimento dos
templates e das Aulas que satildeo criadas segue um estilo despojado que objetiva
atender ao conceito de simplicidade [Subseccedilatildeo 324 Simplicidade] e de natildeo
interferecircncia no foco da aprendizagem
As telas da ferramenta bem como as das aulas produzidas foram criadas
com fundo branco [Subseccedilatildeo 3211 Legibilidade] utilizando fontes na cor preta
sem serifa (Arial) com tamanho dois para texto e trecircs para tiacutetulo [3211
Legibilidade e 322 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo contraste]
Foram utilizados retacircngulos em cinza claro para dar destaque aos campos
de preenchimento do Plano de Aula oferecendo uma diferenciaccedilatildeo em relaccedilatildeo
ao fundo da paacutegina
As cores escolhidas satildeo claras e objetivam dar ao ambiente uma aparecircncia
suave Foram mantidas as cores-padratildeo para os links [Subseccedilatildeo 328 Uso de
Padrotildees]
As telas de preenchimento dos templates possuem uma barra de
orientaccedilatildeo com alccedilas em cinza claro com o nome das paacuteginas que estatildeo sendo
preenchidas Estas alccedilas satildeo alteradas dinamicamente para o laranja informando
ao professor qual eacute a paacutegina do conjunto que estaacute sendo preenchida [Subseccedilatildeo
327 Consistecircncia]
74
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A Barra Superior do Plano de Aula funciona como elemento de
consistecircncia pois estaacute presente em todas as suas telas possuindo tambeacutem uma
imagem que funciona como marca do Projeto localizada no canto superior
esquerdo [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] e de percepccedilatildeo pois informa o nome
da accedilatildeo que estaacute sendo executada no canto superior direito Um menu dropdown
possibilita o acesso natildeo-linear agraves funcionalidades da ferramenta
Na paacutegina de inclusatildeo do Plano de Aula as funccedilotildees satildeo acessadas atraveacutes
de iacutecones [Subseccedilatildeo 3222 Iacutecones] que foram escolhidos dentro de padrotildees jaacute
conhecidos como pastas fichaacuterios envelopes de correspondecircncia [Subseccedilatildeo
328 Uso de Padrotildees] Todos os iacutecones possuem um componente ALT que
informa a funccedilatildeo que estaacute sendo executada
O Plano de Aula possui afastamentos laterais para mostrar a hierarquia
entre os conceitos [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo proximidade e
afastamento]
As telas da ferramenta e as paacuteginas das aulas produzidas foram preparadas
para uma boa visualizaccedilatildeo tanto em monitores com resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels quanto nos de 1024 x 768 pixels [Subseccedilatildeo 3210 Largura da Paacutegina]
Nas paacuteginas das Aulas foram usados links nas cores e no forjmato padratildeo
com texto sublinhado [Subseccedilatildeo 328 Uso de Padrotildees] ao inveacutes de utilizar
elementos graacuteficos essa escolha objetiva agilizar o download uma vez
quenestas paacuteginas o professor estaraacute incluindo uma imagem e isso vai
aumentar o tamanho do arquivo
O tiacutetulo da aula eacute obtido a partir do tiacutetulo que o professor insere no Plano
de Aula e se repete em todas as paacuteginas funcionando como elemento de
consistecircncia Os subtiacutetulos referentes aos assuntos tratados em cada paacutegina
possuem cores diferentes objetivando com isso dar uma diferenciaccedilatildeo nas
paacuteginas e assim orientar o aluno [Subseccedilatildeo 327 Consistecircncia] Foi utilizado um
corpo maior de fonte em Negrito nos tiacutetulos [Subseccedilatildeo 322 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo contraste]
75
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Os alinhamentos foram estudados para oferecer um aspecto equilibrado agraves
paacuteginas [Subseccedilatildeo 333 Organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo equiliacutebrio simeacutetrico e
assimeacutetrico] A navegaccedilatildeo estaacute alinhada com a imagem e sua respectiva legenda
agrave direita o tiacutetulo do conteuacutedo e o texto estatildeo alinhados tambeacutem agrave direita
ocupando um pouco mais que a metade da paacutegina [329 Layout espaccedilos em
branco] o tiacutetulo da aula estaacute alinhado com o texto pela esquerda Os assuntos das
paacuteginas foram agrupados e todos possuem um tiacutetulo em destaque por exemplo
links objetivos arquivo para download [Subseccedilatildeo 321 Organizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo proximidade e afastamento]
Todas as paacuteginas possuem espaccedilo para inserir uma ilustraccedilatildeo e sua
respectiva legenda [Subseccedilatildeo 3226 Imagens Estaacuteticas] Os links recomendados
e os arquivos deixados para download possuem um espaccedilo lateral para
comentaacuterios [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do Conteuacutedo]
Quanto agraves imagens que seratildeo inseridas pelo professor-autor o Projeto de
Aprendizagem exige que elas tenham um tamanho maacuteximo de 240 pixels de
largura Recomendamos que todas as imagens possuam 72 dpi de resoluccedilatildeo que
eacute a resoluccedilatildeo da maioria dos monitores de computador pois quanto menor a
resoluccedilatildeo menor seraacute o tamanho do arquivo e consequumlentemente mais raacutepido eacute o
seu download As imagens tambeacutem devem ser salvas com a compressatildeo JPG ou
GIF para que possam ser visualizadas nos Browsers [Subseccedilatildeo 3226 Imagens
Estaacuteticas] Programas de processamento de imagens como o Photoshop na
versatildeo 70 jaacute oferecem otimizaccedilatildeo para a web na opccedilatildeo de salvar para a web
Um outro aspecto que estamos considerando no design das paacuteginas das
aulas eacute a disponibilizaccedilatildeo de todos os recursos de aprendizagem como textos
miacutedias e links escolhidos pelo professor nas paacuteginas de conteuacutedo Acreditamos
com isso que estaremos evitando a dispersatildeo e diminuindo o tempo de acesso
uma vez que o aluno natildeo vai precisar acessar outras paacuteginas
47 Descriccedilatildeo das Interfaces da Ferramenta
471 Tela de Abertura
76
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
A tela de abertura do Projeto de Aprendizagem apresenta um menu
dropdown para acesso agraves funcionalidades oferecidas (1) Tutorial (2)
Funcionalidades do Plano de Aula CriarAlterar Plano de Aula Visualizar Plano
de Aula Excluir Plano de Aula e (3) Funcionalidades da Criaccedilatildeo de AulaCurso
Visualizar Aula e Excluir Aula
Figura 44 Tela de abertura do Projeto de Aprendizagem
472 Telas do Plano de Aula
77
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
4721 Tela CriarAlterar Plano de Aula
Agrave esquerda satildeo encontrados iacutecones para a seleccedilatildeo das funccedilotildees de criar
Plano de Aula (em destaque com moldura laranja) e os iacutecones para a inserccedilatildeo de
conceito de niacutevel 1 conceito de niacutevel 2 conceito de niacutevel 3 pergunta e lista de
e-mails Nesta tela satildeo criados o Plano de Aula as perguntas e a lista de
endereccedilamento das perguntas
Figura 45 Tela CriarAlterar Plano de Aula
4722 Tela Visualizar Plano de Aula
78
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No alto da tela uma lista dropdown daacute acesso agrave escolha do Plano de Aula
e depois desta accedilatildeo ele eacute visualizado na mesma tela
Figura 46 Tela Visualizar Plano de Aula
4723 Tela Excluir Plano de Aula
79
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Da mesma forma que na visualizaccedilatildeo um menu dropdown daacute acesso agrave
escolha do Plano de Aula que se deseja excluir A tela expotildee o Plano de Aula e
pede confirmaccedilatildeo para a exclusatildeo Quando eacute excluiacutedo um Plano de Aula
tambeacutem eacute excluiacuteda a Aula que estaacute vinculada a ele
Figura 47 Tela Visualizar Plano de Aula
473 Tela da Criaccedilatildeo de AulaCurso
4731 Escolha do Template
80
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Nesta tela estatildeo disponiacuteveis para o professor os vaacuterios estilos de templates
para a criaccedilatildeo de conteuacutedos (no momento do Projeto de Aprendizagem dispotildee de
apenas um estilo)
Soacute eacute possiacutevel escolher um template de aula depois de ter sido criado seu
respectivo Plano de Aula Decidimos vincular o Plano de Aula com a Aula por
uma questatildeo de organizaccedilatildeo no arquivamento desses dois produtos gerados pela
ferramenta Tambeacutem o tiacutetulo da Aula eacute criado dinamicamente a partir do tiacutetulo
do Plano de Aula
Figura 48 Tela Visualizar Plano de Aula
474 Telas de Preenchimento do Conteuacutedo
81
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
As telas de preenchimento possuem lacunas para inserccedilatildeo dos conteuacutedos e
um botatildeo que possibilita a visualizaccedilatildeo do que se inseriu O Projeto de
Aprendizagem tambeacutem permite a inserccedilatildeo de links no meio do texto atraveacutes do
uso das tags HTML Para orientar o professor nesta tarefa eacute oferecido um
pequeno glossaacuterio com as tags mais usadas
a Preenchimento da Paacutegina de Apresentaccedilatildeo
Na paacutegina de Apresentaccedilatildeo o professor possui espaccedilos para inserir um
tiacutetulo e um texto para a apresentaccedilatildeo da AulaCurso seus objetivos uma imagem
e sua respectiva legenda e uma pergunta (preacute-teste) para ser respondida atraveacutes
da proacutepria paacutegina
Figura 49 Tela de preenchimento da Apresentaccedilatildeo
b Preenchimento da Paacutegina de Motivaccedilatildeo
82
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Motivaccedilatildeo o professor apresenta um Organizador Preacutevio
Nela ele encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua
respectiva legenda links e um arquivo para download Ao lado dos links e do
arquivo para download eacute oferecido um espaccedilo para um texto descritivo sobre a
importacircncia do link e do conteuacutedo do arquivo [Subseccedilatildeo 3225 Desenho do
Conteuacutedo]
Figura 410 Tela de preenchimento da Motivaccedilatildeo
c Preenchimento da Paacutegina de Conteuacutedo
83
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Conteuacutedo o professor insere o conteuacutedo da aula
propriamente dito ele pode criar mais de uma paacutegina de conteuacutedo Nela ele
encontra espaccedilos para inserir um texto e seu tiacutetulo uma imagem e sua respectiva
legenda links e um arquivo para download Como na paacutegina de motivaccedilatildeo ao
lado dos links e do arquivo para download existe um espaccedilo para um texto
descritivo
Figura 411 Tela de preenchimento de Conteuacutedo
d Preenchimento da Paacutegina de Atividade
84
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Na paacutegina de Atividade o professor possui espaccedilos para inserir um tiacutetulo
e um texto para a atividade da aula uma imagem e sua respectiva legenda e uma
pergunta (poacutes-teste) para ser respondida atraveacutes da proacutepria paacutegina
Figura 412 Tela de preenchimento de Atividade
4733 Tela Visualizar Aula
85
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor a visualizaccedilatildeo das aulas criadas da mesma
forma que o botatildeo visualizar nas paacuteginas de preenchimento Ela tambeacutem
disponibiliza um link de acesso agrave aula criada que pode ser inserido em uma
paacutegina HTML do professor ou em um ambiente virtual de aprendizagem Este
link possui o seguinte formato [alunoaspid=8] onde alunoasp eacute a paacutegina
dinacircmica que gera a aula (Apresentaccedilatildeo Motivaccedilatildeo Conteuacutedo e Atividade) e o
id=8 a referecircncia do Plano de Aula criado
Figura 413 Tela Visualizar Aula
4734 Tela Excluir Aula
86
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
Esta tela permite ao professor exclua as aulas criadas Diferente da
exclusatildeo do Plano de Aula que exclui automaticamente a Aula que estaacute
vinculada a ele a exclusatildeo da Aula permite que seja mantido o Plano de Aula e
caso o professor deseje excluiacute-lo tambeacutem deve acessar a paacutegina Excluir Plano de
Aula no menu dropdown
Figura 414 Tela Excluir Aula
474 Tutorial
O tutorial do Projeto de Aprendizagem disponibilizaraacute esta dissertaccedilatildeo de
mestrado em formato PDF objetivando oferecer os conceitos do modelo do
Projeto de Aprendizagem bem como esclarecimentos sobre o uso da ferramenta
48 Conclusatildeo do Capiacutetulo
87
Capiacutetulo IV - Protoacutetipo
No desenvolvimento do protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo
seguimos nenhum modelo especiacutefico embora tenham sido cumpridas as etapas
de prototipagem a seguir depois de criadas as interfaces eram testadas pelos
usuaacuterios as sugestotildees dadas por eles consideradas relevantes eram
implementadas e os erros corrigidos Este processo foi repetido vaacuterias vezes ateacute
que todos usuaacuterios e desenvolvedores estivessem satisfeitos com a ferramenta
88
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Nesse Capiacutetulo apresentaremos as observaccedilotildees que foram realizadas com
professores a tiacutetulo de preacute-validaccedilatildeo e os resultados obtidos
51 Objetivos das Observaccedilotildees
O Projeto de Aprendizagem com as caracteriacutesticas e as funcionalidades
que lhe foram atribuiacutedas deve passar pela busca de evidecircncias que ajudem a
responder agraves seguintes questotildees
(1) O Projeto de Aprendizagem cumpre o seu papel de ajudar o professor a
elaborar seu conteuacutedo refletindo a pedagogia de Ausubel Oferece ao professor
opccedilotildees de apresentaccedilatildeo graacutefica deste conteuacutedo
(2) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados conseguem ter um melhor
desempenho de aprendizagem quando interagem com conteuacutedos da mateacuteria
organizados pelo seu professor usando o Projeto de Aprendizagem
A presente avaliaccedilatildeo refere-se agraves investigaccedilotildees relativas agrave primeira
questatildeo acima pois ela eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para a segunda
Foram realizadas observaccedilotildees com uma amostra de professores usando o
Projeto de Aprendizagem na preparaccedilatildeo de uma aula atraveacutes de entrevistas semi-
estruturadas Todos os professores observados possuem experiecircncia significativa
no uso das tecnologias de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo Os professores que
participaram do processo de preacute-validaccedilatildeo foram divididos em dois grupos tendo
como base o conhecimento da pedagogia de David Ausubel No grupo (1) foram
colocados os professores familiarizados com a pedagogia e no grupo (2) os natildeo-
familiarizados A Tabela 51 mostra como o planejamento das observaccedilotildees foi
estruturado
89
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Tabela 51 ndash Planejamento das Observaccedilotildees
1 Preparaccedilatildeo da Observaccedilatildeo
11 Definir a tarefa Os professores seratildeo solicitados a elaborar
uma aulacurso usando o Projeto de
Aprendizagem
12 Demonstrar o uso do
equipamento e do uso do Projeto de
Aprendizagem
Seratildeo usados computadores com acesso agrave
Internet e agrave Plataforma Pii [Melia e Sampaio
2001] onde o Projeto de Aprendizagem estaacute
inserido
13 Explicar sumariamente a
proposta de Ausubel e a adaptaccedilatildeo
da referida teoria representada pelo
Projeto de Aprendizagem
Padronizar as explicaccedilotildees baacutesicas sobre o que
os professores pesquisados devem saber
2 Protocolo da Observaccedilatildeo
21 Pertinecircncia a A interface do Projeto de Aprendizagem
espelha a pedagogia de Ausubel
b Aprovanatildeo aprova a ideacuteia do Projeto de
Aprendizagem Interesse em avaliar a
proposta
c Usarianatildeo usaria no dia-a-dia de sua praacutetica
docente
22 Eficaacutecia para melhorar o niacutevel
de aprendizagem
a Acredita natildeo acredita que o Projeto de
Aprendizagem possa contribuir de forma
significativa para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
b Aspectos do Projeto de Aprendizagem que
julga mais e menos positivos a esse respeito
c Sugestotildees para melhorar a eficaacutecia
90
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
23 Interface do Projeto de
Aprendizagem
Dificuldades e facilidades encontradas no
entendimento das interfaces do Projeto de
Aprendizagem
a Interface graacutefica Navegaccedilatildeo
b Interface pedagoacutegica Divisatildeo do conteuacutedo
em conceitos hierarquizados e Criaccedilatildeo de
Organizadores Preacutevios
c Interface de autoria Criaccedilatildeo das Aulas
uso das imagens dos textos links e miacutedias
24 Impressotildees gerais a Grau de percepccedilatildeo e empatia com o Projeto
de Aprendizagem
b Criacuteticas e sugestotildees sobre as interfaces
3 Conclusatildeo do processo de
observaccedilatildeo
Ao final da observaccedilatildeo seraacute explicado aos
usuaacuterios participantes o que se pretendia com
a pesquisa seratildeo respondidas suas questotildees e
discutido qualquer comportamento
interessante que possa ter havido Tambeacutem
seratildeo questionados sobre suas impressotildees
gerais ou sobre algum detalhe que tenham
considerado relevante
52 Resultados do Processo de preacute-Validaccedilatildeo
Por que estamos chamando de preacute-validaccedilatildeo Porque para considerarmos
validado o Projeto de Aprendizagem precisariacuteamos de muito mais tempo pessoas
e recursos do que dispomos O proacuteprio programa de poacutes-graduaccedilatildeo foi um
agente limitante uma vez que determina um prazo para a conclusatildeo do projeto
Poreacutem as observaccedilotildees que estamos nomeando de preacute-validaccedilatildeo contribuiram
sobremaneira fornecendo subsiacutedios para o design do Projeto de Aprendizagem
como veremos a seguir
91
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
O processo de preacute-validaccedilatildeo das interfaces graacutefica e pedagoacutegica do
protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem natildeo foi um momento estanque Natildeo
apresentamos aos professores uma interface acabada pois ela foi sendo
construiacuteda com criacuteticas sugestotildees e observaccedilotildees de uso Apoacutes as reuniotildees de
avaliaccedilatildeo com os professores as criacuteticas e sugestotildees apresentadas eram
avaliadas E as sugestotildees consideradas relevantes eram implementadas e
submetidas novamente agrave apreciaccedilatildeo
521 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Leciona a disciplina de Fiacutesica tem 4 anos de magisteacuterio conhece a
pedagogia de David Ausubel Este professor participou ativamente desde o
iniacutecio da concepccedilatildeo das interfaces do Projeto de Aprendizagem com sugestotildees e
criacuteticas
Comentaacuteriosdecisotildees
A participaccedilatildeo desse professor comeccedilou tatildeo logo criamos o modelo do
Projeto de Aprendizagem e nossa primeira interface Ele esteve presente em
muitos momentos e fez sugestotildees e criacuteticas que contribuiacuteram muito para a
construccedilatildeo da ferramenta como um todo
O professor aprova a ideacuteia de Projeto de Aprendizagem mas sua proposta
de uso seria em um contexto de educaccedilatildeo semipresencial funcionando como
suporte Sua ideacuteia eacute utilizar as aulas elaboradas como Organizador Preacutevio e natildeo
apenas a paacutegina de Motivaccedilatildeo que eacute destinada a esse uso Sua proposta eacute a de que
aluno leia o conteuacutedo na Internet e depois assista agrave aula correspondente
Afirma tambeacutem que seriam necessaacuterios experimentos com os alunos
para avaliar se o Projeto de Aprendizagem contribui para melhorar o niacutevel de
aprendizagem
Uma das sugestotildees oferecidas por ele foi a inserccedilatildeo de uma pergunta com
possibilidade de interaccedilatildeo (resposta) nas telas da Apresentaccedilatildeo (preacute-teste) e
Atividade (poacutes-teste) Observou que o aluno deveria poder responder agraves
perguntas a partir de qualquer computador e natildeo apenas do software de e-mail do
92
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
aluno Esse professor fez essa sugestatildeo por conta da experiecircncia que possui com
o uso de conteuacutedos disponiacuteveis em Internet Ponderou que nem todos os alunos
possuem seu proacuteprio computador e podem estar utilizando computadores de um
laboratoacuterio ou do proacuteprio trabalho (sem usar software de correio eletrocircnico) Tal
sugestatildeo originou a inclusatildeo de um componente para esta finalidade
Observou que o aspecto mais positivo e enriquecedor do Projeto de
Aprendizagem eacute a utilizaccedilatildeo de perguntas e respostas dentro do conteuacutedo de
aprendizagem pois oferece aos alunos mais uma possibilidade de interaccedilatildeo com
o professor aleacutem da propiciada pelas perguntas contidas no Plano de Aula
Ele natildeo teve problemas com a navegaccedilatildeo nem com o uso de textos e de
imagens nem com a organizaccedilatildeo de seu conteuacutedo em conceitos no Plano de
Aula poreacutem natildeo utilizou a hierarquia de conceitos de niacutevel 3
Abaixo nas Figuras 51 e 52 mostramos algumas das telas produzidas
Figura 51 Apresentaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
93
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 52 Motivaccedilatildeo do Curso de Ineacutercia usando um link externo
522 Observaccedilotildees realizadas com professor familiarizado
Tem 28 anos de magisteacuterio conhece a pedagogia de David Ausubel
professora de Portuguecircs Literatura e Informaacutetica aplicada agrave Educaccedilatildeo
(preparaccedilatildeo de professores) e proficiente no uso do computador e da Internet
No primeiro dia foi demonstrado o uso do Projeto de Aprendizagem
como previsto e no segundo dia a professora trouxe os textos que seriam
incluiacutedos um plano de aula descrito no roteiro descrito abaixo
Oficina Reflexotildees sobre a educaccedilatildeo e o uso das tecnologias
1 Apresentaccedilatildeo
Nome
O que faz
Quais suas expectativas
2 Objetivos
Aprofundar o estudo sobre o uso das tecnologias na educaccedilatildeo
Refletir as implicaccedilotildees da comunicaccedilatildeo na praacutetica docente
94
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Analisar questotildees relativas aos recursos didaacuteticos
3 Conteuacutedo (textos)
Introduccedilatildeo falar em material didaacutetico falar em educaccedilatildeo
O professor e a questatildeo da educaccedilatildeo
Tecnologia aplicada agrave educaccedilatildeo para quecirc
Por que planejar a praacutetica educativa Que relaccedilotildees existem entre o uso de
materiais didaacuteticos e o planejamento didaacutetico
4 Perguntas
O que vocecirc entende por material didaacutetico
Por que eacute necessaacuterio discutir o contexto educacional na abordagem sobre os
materiais didaacuteticos
Que importacircncia tem o material didaacutetico na praacutetica docente Quais as suas
funccedilotildees
Que implicaccedilotildees a questatildeo da comunicaccedilatildeo pode trazer para a praacutetica do
professor E como se relacionam com os recursos didaacuteticos
Qual a importacircncia que vocecirc atribui ao planejamento em seu cotidiano
escolar
Comentaacuteriosdecisotildees
No item 1 Apresentaccedilatildeo a professora gostaria de que os alunos tivessem
um espaccedilo para se apresentarem uns aos outros interativamente e que esses dados
ficassem disponiacuteveis na apresentaccedilatildeo do curso Foi explicado que esta funccedilatildeo natildeo
faz parte da proposta do Projeto de Aprendizagem e sim da plataforma de
gerenciamento do curso Foi reafirmado a ela que o Projeto de Aprendizagem se
limita agrave preparaccedilatildeo de conteuacutedos para e-learning
Ela utilizou todas as possibilidades da interface inserindo e excluindo
dados para testaacute-las Como possui jaacute bastante familiaridade com o uso da
Internet natildeo teve nenhuma dificuldade nas inclusotildees a natildeo ser nas de
familiarizaccedilatildeo com as funcionalidades da ferramenta Tambeacutem natildeo houve
95
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
dificuldade com a organizaccedilatildeo do conteuacutedo em conceitos apenas foi observada a
natildeo utilizaccedilatildeo de conceitos de niacutevel 3
Quando questionada se o Projeto de Aprendizagem espelha a pedagogia
de David Ausubel ela achou muito forte o termo ldquoespelhardquo e preferiu dizer que o
Projeto de Aprendizagem permite que esta pedagogia seja usada e que isso
depende muito do professor
A possibilidade de visualizaccedilatildeo do conteuacutedo inserido pelo professor nas
telas de inserccedilatildeo surgiu tambeacutem em uma das observaccedilotildees feitas com essa
professora Ela sentia necessidade de ver o trabalho concluiacutedo em cada paacutegina
que preenchia Ela preferiu visualizar a ferramenta com a resoluccedilatildeo de 800 x 600
pixels
A professora tambeacutem apontou para a necessidade de inserccedilatildeo de links
externos e utilizaccedilatildeo de negrito de itaacutelico e de mudanccedila de cor das fontes do
texto dos conteuacutedos Essa solicitaccedilatildeo natildeo foi implementada por questotildees
conceituais uma vez que escolhemos natildeo permitir muitas opccedilotildees objetivando
deixar a interface o mais simples e faacutecil possiacutevel Essas alteraccedilotildees no texto no
entanto natildeo satildeo impossiacuteveis de serem conseguidas pois como todo Browser
interpreta HTML existe a possibilidade da inserccedilatildeo das tags HTML no corpo do
texto dentro das caixas de inserccedilatildeo dos conteuacutedos Para facilitar esse trabalho as
paacuteginas de inserccedilatildeo de conteuacutedo receberam um pequeno glossaacuterio de tags que
pode ser acessado a partir de um botatildeo
O Projeto de Aprendizagem foi aprovado como ferramenta e a professora
afirmou que o usaria na sua praacutetica docente Para responder agrave questatildeo de que esta
formataccedilatildeo de conteuacutedo contribui ou natildeo para melhorar o niacutevel de aprendizagem
ela observou serem necessaacuterios testes a esse respeito Procede a observaccedilatildeo
O aspecto que ela considerou mais positivo foi o Plano de Aula
observando que eacute bem-vinda uma ferramenta de apoio ao professor no
planejamento de suas aulas Tambeacutem elogiou a rapidez com que o Projeto de
Aprendizagem acessa o Banco de Dados
96
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
A princiacutepio a inserccedilatildeo do conteuacutedo deveria ser concluiacuteda de uma soacute vez
Todavia as observaccedilotildees feitas com a professora mostraram que o acesso agraves telas
de inserccedilatildeo natildeo deveria ser linear Isto foi implementado em seguida
Ela natildeo utilizou nenhuma imagem nos textos que inseriu ndash esta observaccedilatildeo
reitera a proposta de elaborar templates para outros usos (ver trabalhos futuros no
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo)
Abaixo nas Figuras 53 e 54 mostramos algumas telas produzidas
Figura 53 Apresentaccedilatildeo do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso das
Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
97
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
Figura 54 Motivaccedilatildeo do Curso do Curso ldquoReflexotildees sobre a Educaccedilatildeo e o uso
das Tecnologiasrdquo publicado na Plataforma Interativa para Internet ndash Pii
523 Observaccedilotildees realizadas com as cinco professoras de Informaacutetica
Educativa do Nuacutecleo de Tecnologia Educacional-NTE da Escola Estadual
Amaro Cavalcanti no Rio de Janeiro
As professoras do NTE fazem parte do grupo de usuaacuterios que natildeo estatildeo
familiarizados com a pedagogia de David Ausubel Elas conhecem apenas a
organizaccedilatildeo de conceitos em Mapas Conceituais
Comentaacuteriosdecisotildees
Cumprida a primeira etapa de demonstraccedilatildeo do sistema tivemos alguns
problemas com o acesso agrave Internet na escola e precisamos adiar a segunda fase
98
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
por trecircs vezes Observamos que houve interesse pela ferramenta durante a
demonstraccedilatildeo das suas funcionalidades
Houve um bom entendimento da interface Acreditamos que em parte
isso se deve ao fato de que elas satildeo usuaacuterias de computadores e professoras de
informaacutetica educativa Elas consideraram a ferramenta faacutecil de ser usada e
acreditam na possibilidade do seu uso nas escolas puacuteblicas Uma delas aventou a
possibilidade de o Projeto de Aprendizagem ser utilizado para a publicaccedilatildeo de
conteuacutedos de disciplinas em que haja falta de professores como eacute o caso de
Fiacutesica na rede puacuteblica A maioria delas preferiu visualizar a ferramenta com a
resoluccedilatildeo de 800 x 600 pixels
Houve criacuteticas agrave simplicidade do template oferecido e a sugestatildeo dada foi
a da criaccedilatildeo de outros mais ldquocoloridosrdquo segundo elas os alunos natildeo ficariam
motivados com tal simplicidade Respondemos que esta intenccedilatildeo jaacute existe Nesse
primeiro momento o protoacutetipo do Projeto de Aprendizagem soacute apresenta este
modelo de template mas a proposta comporta a criaccedilatildeo de outros modelos de
layout natildeo soacute objetivando a variedade no design como tambeacutem atendendo
outras necessidades dos cursos (ver trabalhos futuros no Capiacutetulo VI ndash
Conclusatildeo) Argumentamos outrossim que a inserccedilatildeo de uma imagem visa
motivar o aluno e ela oferece um pouco desse ldquocoloridordquo
Todas aprovam a ideacuteia de utilizar o Projeto a exceccedilatildeo de uma professora
que teve duacutevidas se o usaria Uma delas natildeo aprovou o uso da metaacutefora das
pastas de arquivo para marcar a hierarquia dos conceitos Aleacutem disso achou
confusa a inserccedilatildeo do tiacutetulo do Plano de Aula Com isso achamos conveniente
mudar a frase do menu dropdown de ldquoTiacutetulo de Plano de Aulardquo para ldquoInsira o
Tiacutetulo do Plano de Aula ao lado gtgtrdquo
Uma das professoras criticou a natildeo vinculaccedilatildeo do Plano de Aula agraves aulas a
serem criadas e sugeriu que cada conceito relacionado no Plano de Aula apareccedila
nas telas de inserccedilatildeo de conteuacutedo Segundo a professora isso agregaria valor ao
Plano de Aula pois na forma em que estaacute concebido o mesmo fica solto e sem
funccedilatildeo A resposta a criacutetica feita fundamenta-se no conceito de flexibilidade que
99
Capiacutetulo V ndash Preacute-Validaccedilatildeo
foi adotado na concepccedilatildeo do Projeto de Aprendizagem a funccedilatildeo do Plano de
Aula eacute ajudar o professor a refletir e organizar o conteuacutedo de aprendizagem em
termos de conceitos como sugere Ausubel e natildeo amarraacute-lo
53 Conclusatildeo do Capiacutetulo
ldquo() a primeira e a mais importante pergunta a fazer eacute o que o usuaacuterio
deseja fazer rdquo [Laurel 1999 pxii] Neste capiacutetulo os proacuteprios usuaacuterios
professores nos deram as respostas que se seguem
Nenhum professor observado chegou a usar o niacutevel 3 para os conceitos
Observamos uma preferecircncia pela resoluccedilatildeo de tela que possibilita a
visualizaccedilatildeo maior dos elementos da interface tanto de fontes como de iacutecones
(800 x 600 pixels) Acreditamos que isso se deve a dificuldades na visatildeo por
causa do fator idade uso de monitores de 14 polegadas e pouca vivecircncia de
navegaccedilatildeo
De maneira geral houve parecer favoraacutevel ao uso da ferramenta pois
com ela segundo os professores eacute mais faacutecil criar os conteuacutedos do que fazecirc-lo
em editores de HTML do tipo Dreamweaver
Aleacutem disso foi unacircnime a afirmaccedilatildeo de que o sucesso da aula criada no
Projeto de Aprendizagem depende muito mais do professor do que da interface
proposta Estamos plenamente de acordo
100
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
ldquoO designer de sistemas interativos seraacute um superdesigner com as
habilidades de um engenheiro de um artista e de um psicoacutelogordquo [Laurel 1999
pxiii] Reescrevendo esta afirmaccedilatildeo de Laurel [1999] no contexto da Educaccedilatildeo
podemos dizer que um designer de sistemas educacionais interativos deve
possuir as habilidades de um engenheiro de um artista de um psicoacutelogo e de um
pedagogo Foi no papel de artista que iniciamos
Foi uma agradaacutevel surpresa como arquiteta entender por que as metaacuteforas
usadas para se navegar na Internet satildeo metaacuteforas espaciais sites satildeo lugares que
natildeo satildeo lidos satildeo visitados porque paacuteginas virtuais natildeo satildeo apenas espaccedilos onde
a informaccedilatildeo se organiza mas representam espaccedilos em que sensaccedilatildeo de imersatildeo
se daacute Essa sensaccedilatildeo de imersatildeo forma-se atraveacutes da interatividade [Silva 1999]
Igualmente agradaacutevel foi perceber os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem como espaccedilosescolas virtuais onde a aprendizagem se daacute
Estaacutevamos entatildeo ldquoprojetandordquo uma interface para um espaccedilo virtual de
aprendizagem Deste espaccedilo virtual de aprendizagem escolhemos a exposiccedilatildeo do
conteuacutedo por observarmos que este elemento ainda estaacute pouco explorado e
demandando modelos Projetamos assim um modelo para a elaboraccedilatildeo de
conteuacutedos e construiacutemos uma ferramenta de autoria nomeando os ambos de
Projeto de Aprendizagem
Acreditamos que o Projeto de Aprendizagem do jeito que o concebemos ndash
um modelo e uma ferramenta ndash oferece ao professor a oportunidade de atuar em
um espaccedilo de e-learning da maneira autocircnoma que objetivaacutevamos No dizer de
uma das professoras observadas ldquoeacute mais que uma folha em branco para se
comeccedilarrdquo
101
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Durante esta pesquisa tivemos a oportunidade de interagir com teacutecnicos
artistas pedagogos e com uma classe de usuaacuterios finais os professores
Queremos no entanto destacar a entrevista com o professor pintor e
especialista no uso de cores Israel Pedrosa que na oportunidade nos advertiu
que para saber usar bem as cores se precisa educar o olhar ter vivecircncia de
atelier Estendemos esse conselho aos professores afirmando que para se criar
para a web eacute preciso ter vivecircncia neste espaccedilo natildeo se pode projetar para um
espaccedilo que natildeo se conhece e por onde ainda natildeo se caminhou Acreditamos ser
este um primeiro preacute-requisito para o professor que deseja participar de alguma
forma da educaccedilatildeo a distacircncia em meio eletrocircnico
Este trabalho poreacutem de forma alguma esgota ou pretendeu esgotar as
investigaccedilotildees em relaccedilatildeo a um modelo para conteuacutedos de e-learning Com o
Projeto de Aprendizagem pretendemos ainda
Dar continuidade agraves investigaccedilotildees para validaccedilatildeo e aperfeiccediloamento
das interfaces do Projeto de Aprendizagem junto aos professores
Observar a utilizaccedilatildeo das aulas criadas pelos professores junto aos
alunos para responder agrave segunda questatildeo da preacute-validaccedilatildeo (Subseccedilatildeo 51 do
Capiacutetulo V Preacute-Validaccedilatildeo) Os alunos aleacutem de se sentirem motivados
conseguem ter um melhor desempenho de aprendizagem quando interagem com
conteuacutedos da mateacuteria organizados pelo seu professor usando o Projeto de
Aprendizagem
Pesquisar outros estilos de layout que explorarem a particularidade de
cada aacuterea de conhecimento como por exemplo o uso de mapas em Geografia e
Histoacuteria textos em Portuguecircs uso mais abundante de imagens em Histoacuteria da
Arte etc
Explorar mais a interatividade e o hipertexto nos templates
Fazer um experimento com professores sem informar o conceito
pedagoacutegico utilizado e observar se a camada pedagoacutegica por si mesma induz agrave
elaboraccedilatildeo de conteuacutedos potencialmente significativos (sugestatildeo de um dos
professores que participou do estudo de caso)
102
Capiacutetulo VI ndash Conclusatildeo
Introduzir outros conceitos pedagoacutegicos no modelo como o de
Vygostky [Vygostky 1978] para uma aprendizagem colaborativa ou com base
na teoria do ensino individualizado de Keller [Keller 1968] ou ainda ldquoLearning
Styles1rdquo [Felder 2003]
No iniacutecio desta pesquisa fomos interpelados por esta indagaccedilatildeo Como
poderiacuteamos garantir que o modelo que estaacutevamos construindo produziria uma
aula ou um curso que realmente refletisse a pedagogia de David Ausubel
(Aprendizagem Significativa) que estaacutevamos escolhecircramos
Mais que oferecer uma possibilidade de uso ou de controlar um processo
pensamos em conduzir e dar suporte ao professor Com estes objetivos criamos
um modelo utilizando a imagem de trecircs camadas de conceitos integradas e
interconectadas Buscamos expressar em todas as interfaces e em todas as accedilotildees
do Projeto de Aprendizagem (do Plano de Aula da inserccedilatildeo dos conteuacutedos e da
AulaCurso finalizada) os conceitos escolhidos
Agora que terminamos podemos responder afirmando que natildeo podemos
nem desejamos garantir um produto Queremos sim com o modelo e a
ferramenta de autoria que desenvolvemos contribuir para que o professor possa
atraveacutes deste exerciacutecio apropriar-se da linguagem do e-learning e construir ele
mesmo seus proacuteprios modelos
1 Mais informaccedilotildees wwwuhiacukils Acessado em 2003
103
Referecircncias Bibliograacuteficas
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALBERS Josef La Interaccioacuten del Color Madri Alianza Forma Alianza
Editorial 1985 p115
ALMEIDA C Vieira M LucianoN Ambiente Virtual de Aprendizagem uma
proposta para autonomia e cooperaccedilatildeo na disciplina de informaacutetica Artigo
completo In Simpoacutesio Brasileiro de Informaacutetica Aplicada agrave Educaccedilatildeo - SBIE 2001
Rio de Janeiro
ALVES J R M Educaccedilatildeo a Distacircncia e as novas tecnologias de informaccedilatildeo e
aprendizagem Disponiacutevel em httpwwwengenheiro2001orgbrprogramas
980201a1htm Acessado em 2001
ANDRADE Leila Cristina Vasconcelos GD-IBIS Grupo de Discussatildeo para
Web no Contexto de Educaccedilatildeo a Distacircncia Dissertaccedilatildeo - Mestrado Nuacutecleo de
Computaccedilatildeo Eletrocircnica Instituto de Matemaacutetica Universidade Federal do Rio
Janeiro Rio de Janeiro 2001 p 114
ARNHEIM Rudolf Arte e Percepccedilatildeo Visual Satildeo Paulo Visual Editora 1954
p503
AUSUBEL D P NOVAK J D HANESIAN H Psicologia Educacional Rio
de Janeiro Editora Interamericana 1980 p625
BLACK R Websites que funcionam Satildeo Paulo Quark Editora 1997 p237
104
Referecircncias Bibliograacuteficas
BORGES Roberto C M Consideraccedilotildees sobre o uso de cores em interfaces www
In III WORKSHOP SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS
COMPUTACIONAIS Porto Alegre Anais Porto Alegre Impa Artes Graacuteficas
Ltda 2000 p43-54
ELIA M F SAMPAIO F F Plataforma Interativa para Internet (Pii) Uma
Proposta de Pesquisa-Accedilatildeo a Distacircncia para Professores Artigo completo In
SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave EDUCACcedilAtildeO -
SBIE 2001 Vitoacuteria Brasil 2001
ERICKSON Thomas D Working with Interface Metaphors In LAUREL Brenda
The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company USA 1990 p65-71
FELDER Richard M SILVERMAN Linda K Learning Styles Disponiacutevel em
wwwuhiacukils Acessado em 2003
FLEMING Malcom LEVIE W H Instructional Message Design Englewood
Cliffs Educational Technology Publications 1993 p331
GEROSA M Aureacutelio LUCENA C J P FUKS H Tecnologias de Informaccedilatildeo
Aplicadas agrave Educaccedilatildeo ndash construindo uma rede de aprendizagem usando o
ambiente AulaNet Laboratoacuterio de Engenharia de Software (LES) ndash Departamento
de Informaacutetica Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Rio de Janeiro 2000
HULBURT Allen Layout do design da paacutegina impressa Satildeo Paulo Editora
Nobel 1986 p159
105
Referecircncias Bibliograacuteficas
JARDIN Joseacute Curso de Teacutecnicas de Editoraccedilatildeo Eletrocircnica Rio de Janeiro
MULTIMODUS Soluccedilatildeo em Editoraccedilatildeo EletrocircnicaApostila 1996 p122
KANDINSKY Wassily Do Espiritual na Arte Portugal Publicaccedilotildees Dom
Quixote 1954 p130
KELLER F Good-Bye Teacher USA Journal of Applied Behaviour Analysis
No 1 1968 p 78-89
KELLER J BURKMAN E Chapter1 Motivation Principles In FLEMING M
and LEVIE WH Instructional Message Design ndash Principles from the
Behavioral and Cognitive Scienses New Jersey Educational Technology
Publications Englewood Cliffs p3-49
KILIAN Crawford Writing for the web USACanadaacute International Self-Counsel
Press Ltd1999 p139
LAUREL Brenda Introduction In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
pxi-xvi
LUCENA JP FUKS H MILIDIU R etal AulaNet Ajudando Professores a
Fazerem seu Dever de Casa Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade
Brasileira de Computaccedilatildeo PUC-Rio 1999 volI p106-117
LEacuteVY Pierre Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 2000 p260
MISANCHUK Earl R Preparing Instructional Text - Document Design Using
Desktop Publishing New Jersey Educational Technology Publications 1992
p307
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
MOREIRA Marco Antonio Porto Alegre Uma Abordagem Cognitivista do
Ensino de Fiacutesica Editora da Universidade 1983 p183
MOUNTFORD S Joy Tools and Techniques for Creative Design In LAUREL
Brenda The Art of Human Computer Interface Design USA Addison-Wesley
Publishing Company 1990 p18-30
NIELSEN Jakob Projetando Websites Rio de Janeiro Editora Campus 2000
p416
NISKIER Arnaldo Educaccedilatildeo a Distacircncia ndash A Tecnologia da Esperanccedila Satildeo
Paulo Ediccedilotildees Loyola1999 p414
NOVAK Joseph D The Theory Underlying Concept Maps and How to
Construct Them Cornell University Disponiacutevel em httpwwwcoginstuwfedu
usersacanas Acessado em 2001
Novo Aureacutelio Seacuteculo XXI o dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa Rio de Janeiro
Nova Fronteira 2000
OLIVEIRA Joatildeo B A MAGALHAtildeES Maria ABT Relatoacuterio Final do Projeto
de Poacutes-Graduaccedilatildeo Tutorial a Distacircncia ndash POSGRAD Rio de Janeiro Convecircnio
CAPES - ABR 1985
OREN T Designing a New Medium In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p467-479
PEDROSA Israel Da cor a cor inexistente Rio de Janeiro Leacuteo Christiano
Editorial Ltda 1977 p219
107
Referecircncias Bibliograacuteficas
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA ndash RIO DE JANEIRO Folheto
publicitaacuterio distribuiacutedo pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Rio
de Janeiro 2003
SALOMON Gitta New Uses for Color In LAUREL Brenda The Art of Human
Computer Interface Design USA Addison-Wesley Publishing Company 1990
p269-278
SANTOS Neide Interfaces de Ambientes Educacionais Diretrizes de Projeto
Disponiacutevel em httpwwwimeuerjbrprofessoresneidenewInterfaceshtm
Acessado em 2003
SILVA Adriana Araujo de Souza Design como Interface da
Contemporaneidade Rio de Janeiro UFRJDissertaccedilatildeo - Mestrado Escola de
Comunicaccedilatildeo da Universidade Federal do Rio Janeiro 1999 p168
TAUSZ Bruno A Linguagem das Cores Rio de Janeiro Ediccedilotildees MG Ltda
Centro de Pesquisa e Arte 1976 p
THAGARD Paul Mind ndash Introdution to Cognitive Science London
Cambridge Massachusetts Bradford Book The MIT Press1998 p189
TORGNAZZINI Bruce AskTog ndash Pratical real-world design Disponiacutevel em
httpwwwasktogcom Acessado em 2003
VYGOTSKY LS et al Mind in Society the development of
higherpsychological processes Cambridge MA Harvard University Press 1978
Disponiacutevel em httpfacultywebcortlandeduandersmdVYGVYGhtml Acessado
em 2001
WILLIAMS Robin Design para quem natildeo eacute designer Satildeo Paulo Cllis Editora
1995 p144
109
Anexo
Anexo
Anexo I ndash Sensaccedilotildees provocadas pelas cores segundo as visotildees de Kandinsk [1954] e Pedrosa [1977]
Kandinsk Pedrosa
Amarelo O amarelo possui o movimento de prender o olhare de saltar todos os limites expande forccedila agrave suavolta atormenta o homem excita-o Com tomesverdeado expressa um caraacuteter doentioComparado com os estados de alma poderia ser arepresentaccedilatildeo cromaacutetica da loucura natildeo damelancolia mas de um acesso de raiva de deliacuterioRepresenta o calor a energia e a claridade
O amarelo parece sempre maior do que eacute devido a suacaracteriacutestica expansiva Entre os cristatildeos eacute a cor daeternidade e da feacute Eacute o siacutembolo do desespero por ser intensoviolento e agudo ateacute a estridecircncias Quando misturado ao azulesfria-se e produz o verde
110
Anexo
Azul O azul eacute a cor tipicamente celeste O azulprofundo projeta o homem para o infinitodesperta-lhe o desejo de pureza e uma sede desobrenatural Quando desliza para o preto tinge-se de tristeza Um quadro em tons de azul possuialgo de frio
O azul eacute a mais profunda das cores eacute a proacutepria cor do infinitoe dos misteacuterios da alma Tambeacutem estaacute ligado agrave ideacuteia de purezaPela sua ideacuteia de superioridade sugerida em comparaccedilatildeo comoutras cores o azul foi escolhido como a cor da nobrezaoriginando a expressatildeo designativa ldquosangue azulrdquo Umambiente azul acalma e tranquumliliza
Verde O verde absoluto eacute a cor mais tranquumlila queexiste Natildeo possui qualquer movimento natildeoconteacutem alegria tristeza ou paixatildeo Para os tonsclaros predomina a indiferenccedila para os escuros orepouso Adicionando-lhe o amarelo anima-seganha juventude e alegria transmite uma forccedilaativa Predominando o azul torna-se seacuterio epensativo
Eacute a cor da esperanccedila da forccedila da longevidade assim como daimortalidade simbolizada por ramos verdes Nas palavras deVan Gogh ldquoEu procurei exprimir com o vermelho e o verde asterriacuteveis paixotildees humanasrdquo
Branco O branco eacute a natildeo cor representa a alegria e apureza imaculada Em nossa alma atua como osilecircncio absoluto Eacute um nada pleno de alegriajuvenil um nada anterior ao nascimento aqualquer comeccedilo Representa a alegria e a purezaimaculada
Ele representa morte e nascimento ou ressurreiccedilatildeo daiacute a ideacuteiaprimitiva do branco como cor da morte e do luto Neste sentidoeacute ainda empregado em todo o Oriente e durante muito temposignificou o luto na Europa o luto negro soacute tomou maiorpopularidade em Portugal no seacuteculo XVI O branco eacute a cor dapureza campo que natildeo originou ainda uma cor definida que eacutecomo uma promessa a expectativa de um fato a sedesenvolver O branco em nosso seacuteculo representa a paz
111
Anexo
Preto Qualquer outra cor mesmo as mais clarasadquirem quando sobre fundo negro uma novaforccedila e vivacidade O negro representa a tristezamais profunda eacute o siacutembolo da morte Um ldquonadardquosem possibilidades morto depois de o sol morrercomo um silecircncio eterno sem esperanccedila defuturo
O preto costuma ser empregado como elemento de contrastepara ressaltar a qualidade dos matizes (vermelho amareloazul violeta etc) que quando contornadas ganhamluminosidade e vibraccedilatildeo Evocando o caos o nada o ceacuteunoturno as trevas terrestres o mal a anguacutestia a tristeza oinconsciente e a morte o preto eacute o siacutembolo maior da frustraccedilatildeoe da impossibilidade Representa renuacutencia agrave vaidade destemundo originando os mantos negros proclamaccedilatildeo da feacute nocristianismo
Cinza O cinzento eacute o equiliacutebrio do branco e do preto Eacuteimoacutevel diferente do verde o cinzento eacuteimobilidade sem esperanccedila
O cinza eacute uma cor neutra por excelecircncia eacute o equiliacutebriomecacircnico do branco e do preto
Vermelho O vermelho eacute uma cor ilimitada e essencialmentequente age interiormente como uma cortransbordante de um vida fogosa e agitada Overmelho claro e quente evoca forccedila energiadecisatildeo alegria e triunfo O vermelho meacutedioperpetua certos estados de alma intensos comouma paixatildeo incandescente e regular
O vermelho possui elevado grau de cromaticidade e eacute a maissaturada das cores decorrendo daiacute sua maior visibilidade emcomparaccedilatildeo com as demais Eacute a cor que mais se destacavisualmente e a mais rapidamente distinguida pelos olhos Cordo fogo e do sangue o vermelho eacute a mais importante das corespara muitos povos por ser a mais intimamente ligada aoprinciacutepio da vida Em todos os paiacuteses do mundo o vermelhosignifica perigo e sinal fechado para o tracircnsitoQuandomisturado ao branco produz o rosa cor eminentemente juvenil
Laranja O laranja eacute o vermelho intensificado peloamarelo transformando-o em irradiaccedilotildees emexpansatildeo
O amarelo quando misturado ao vermelho exalta-seproduzindo o laranja
112
Anexo
Marromocre eterras
Os tons castanhos satildeo cores duras e estagnantes Significa penitecircncia sofrimento afliccedilatildeo e humildadePodemos observar esse uso na representaccedilatildeo dos trajes de SatildeoFrancisco de Assis
Violeta O violeta eacute vermelho arrefecido no sentido fiacutesicoe psiacutequico do termo Existe nele algo de doentiode extinto de triste
O violeta eacute a cor da temperanccedila Reuacutene as qualidades das coresque lhe datildeo origem vermelho e azul simbolizando a lucidez aaccedilatildeo refletida o equiliacutebrio entre a terra e o ceacuteu os sentidos e oespiacuterito a paixatildeo e a inteligecircncia o amor e a sabedoria Emtons escuros o violeta estaacute ligado agrave ideacuteia de saudade ciuacutemeanguacutestia e melancolia tornando-se deprimente Em tons claroseacute alegre e aproxima-se das propriedades do rosa
Nota O branco o preto e o cinza satildeo cores ditas neutras porque se harmonizam com quaisquer outras
113
Anexo