prevenÇÃo e cuidados das doenÇas diarreicas agudas …

33
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA ARIEL SANTANA FELIPE PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA “DISTRITO DO LOURO”, GARRAFÃO DO NORTE, PARÁ. CASTANHAL / PARÁ 2018

Upload: others

Post on 13-Jul-2022

33 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

ARIEL SANTANA FELIPE

PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA “DISTRITO DO LOURO”,

GARRAFÃO DO NORTE, PARÁ.

CASTANHAL / PARÁ

2018

Page 2: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

ARIEL SANTANA FELIPE

PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA “DISTRITO DO LOURO”, GARRAFÃO DO

NORTE, PARÁ.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal de Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Professora Silvia Helena Arias Bahia

CASTANHAL / PARÁ

2018

Page 3: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

ARIEL SANTANA FELIPE

PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA “DISTRITO DO LOURO”, GARRAFÃO DO

NORTE, PARÁ.

Banca examinadora

Professora Silvia Helena Arias Bahia - UFPA Professora Msc. Mônica Florice Albuquerque Alencar – Fundação Hospital das Clinicas Gaspar Viana Aprovado em Castanhal, em 18 de Dezembro de 2018.

Page 4: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

DEDICATÓRIA

Às equipes da atenção básica de saúde que em seu dia a

dia incluem a prevenção como elemento importante nos

cuidados integrais a saúde das famílias.

Page 5: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

AGRADECIMENTOS

À Deus, que é sustento em todos os nossos propósitos.

À minha família, em especial, minha mãe Maria Cristina

Felipe, pelos ensinamentos e estímulo para seguir em

diante.

À minha esposa Anisleidy Acosta, por seu amor infinito e

seu apoio incondicional.

À minha filha Dunia Santana Felipe, pelo presente que

significa seu sorriso de felicidade.

Page 6: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se

não puder andar, rasteje. Mas continue em frente de

qualquer jeito”.

Martin Luther King Jr.

Page 7: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

RESUMO

As Doenças Diarreicas Agudas constituem um problema importante de saúde pública nos países em desenvolvimento, no Brasil são reportados um pouco mais de 2 milhões de casos anuais (MARTINS, 2010). No estado do Pará as diarreias agudas representam as principais causas de consulta médica e internação hospitalar. Os episódios de diarreias afetam a dinâmica familiar pela perda de horas de trabalho e redução de sua renda, podendo comprometer seriamente a saúde e levar a óbito. O projeto de intervenção tem como objetivo diminuir a incidência de Doenças Diarreias Agudas na área de abrangência da Estratégia Saúde da Família “Distrito do Louro”, município de Garrafão do Norte - Pará. A estratégia utilizada foi a estimativa rápida, que identifica e prioriza através de uma matriz de ranqueio os problemas de saúde da comunidade, identificando-se os “nós críticos” e posterior elaboração de um plano de intervenção, tendo como referência o planejamento estratégico situacional. O diagnóstico de saúde elencou nove problemas, priorizando-se para intervenção a “alta incidência de doenças diarreicas agudas” na comunidade. Para obter maior impacto na solução do problema, foram identificados os seguintes nós críticos: [1] maus hábitos higiênicos da população; [2] não há “cultura” para o tratamento da água de consumo; [3] falta de informação sobre os cuidados dos pacientes com diarreias, tanto no domicílio, como entre os membros da equipe de saúde; [4] a água fornecida pelo sistema público não é tratada. Espera-se que a intervenção proposta se ajuste à capacidade de mobilização dos membros da equipe, buscando respostas efetivas para os problemas que afetam grandes grupos sociais dentro da comunidade; como também, que a gestão municipal, a partir das experiências acumuladas na intervenção reconheça as competências da equipe para desenvolver atividades de promoção à saúde e consequentemente apoie outras iniciativas locais na comunidade; e por fim, que a comunidade acompanhe com entusiasmo as iniciativas da equipe de saúde e atue de forma efetiva, em resposta às ações orientadas para melhorar a saúde da comunidade. Esses esforços permitem prognosticar uma alta viabilidade para a execução do projeto.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Promoção à saúde, Doenças Diarreicas Agudas, Município de Garrafão do Norte.

Page 8: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

ABSTRACT

Acute diarrhoeal diseases constitute a major public health problem in developing countries, in Brazil are reported a little over 2 million annual cases (MARTINS, 2010). In the State of Pará the acute diarrhoea represent the leading cause of medical consultation and hospitalization. The episodes of diarrhoea affect family dynamics for the loss of working hours and reduced your income, which can seriously compromise the health and lead to death. The intervention project aims to decrease the incidence of Acute Diarrhea Diseases in the area of the family health strategy "the Laurel District", municipality of Garrafão do Norte-Stop. The strategy used was the rapid assessment that identifies and prioritizes through an array of ranqueio community health problems, identifying the "us critics" and subsequent preparation of a contingency plan, with reference to the situational strategic planning. The diagnosis of health has listed nine issues, giving priority to intervention at "high incidence of acute diarrhoeal diseases" in the community. For greater impact on the solution of the problem, the following have been identified we critics: [1] bad hygienic habits of the population; [2] there is no "culture" for the treatment of drinking water; [3] lack of information about the care of patients with diarrhoea, both at home, and between the members of the health team; [4] the water provided by the public system is not handled. It is expected that the proposed intervention fit the mobilization capability of team members, seeking effective answers to the problems that affect large social groups within the community; as well, municipal management, based on the experiences accumulated in the intervention recognizes the competence of the team to develop health promotion activities and consequently supports other initiatives in the community; and finally, that the community accompany with enthusiasm the team health initiatives and act effectively, in response to actions oriented to improve the health of the community. These efforts allow us to predict a high viability for the execution of the project.

Key-words: Primary health care, Health Promotion, acute diarrhoeal diseases, municipality of Garrafão do Norte.

Page 9: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................9

1.1 Aspectos gerais do município.............................................................................9

1.2 Aspectos da comunidade.................................................................................10

1.3 O sistema municipal de saúde..........................................................................10

1.4 A Unidade Básica de Saúde Perseverança......................................................11

1.5 A Equipe de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde

Perseverança..........................................................................................................11

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Perseverança..................12

1.7 O dia a dia da equipe de Perseverança...........................................................12

1.8 Estimativas rápidas: problemas de saúde do território e da comunidade........13

1.9 Priorização dos problemas ..............................................................................13

2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................15

3 OBJETIVOS........................................................................................................16

3.1 Objetivo geral .................................................................................................. 16

3.2 Objetivos específicos........................................................................................16

4 METODOLOGIA..................................................................................................17

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................18

6 PLANO DE INTERVENÇÃO...............................................................................22

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................29

REFERÊNCIAS......................................................................................................30

Page 10: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

1. INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos gerais do município

Garrafão do Norte é um município situado na Mesorregião Nordeste do

Estado do Pará e Microrregião do Guamá, distante 244 km de Belém, tem uma

extensão de 1.599,28 km² com uma população de 25.345 habitantes. O nome deste

Município advém da mesma denominação que recebe o igarapé que passa pela sua

sede municipal. Nos relatos da sua história indica-se que, originalmente foi

conhecido pelo nome de Povoado do Garrafão, mas como no Estado do Espírito

Santo, existe um núcleo urbano com a mesma denominação, lhe foi acrescentado o

topônimo de "do Norte" (IBGE, 2016).

Segundo dados da Prefeitura de Garrafão do Norte (2016), os primeiros

moradores foram descendentes de nordestinos e imigrantes, que constituíram as

chamadas frentes pioneiras na década de 50, os quais receberam auxílio do

governo estadual para a construção de uma estrada que ligou Garrafão a

Mamorana, assim como, para a construção de cinco pontes consideradas de

importância vital para o escoamento da produção agrícola. Posteriormente, devido

ao dinamismo da sua economia, foi elevado à categoria de Distrito do Município de

Ourém, já com o nome de Garrafão do Norte. A história do Município de Garrafão do

Norte está estreitamente vinculada aos capítulos recentes da história política,

econômica e administrativa do Município de Ourém (ibid.).

A declaração oficial do município foi feita em 1º de janeiro de 1989 pela Lei

Nº. 5.445, de 10 de maio de 1988 quando foi empossado o primeiro prefeito Sr.

Milton Xavier dos Santos, atualmente morador da área da abrangência da Estratégia

Saúde da Família (ESF) Distrito do Louro. De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

(IDHM) é de 0,526, sendo a economia do município baseada na pecuária, agricultura

familiar e no funcionalismo público, apresentando um Produto Interno Bruto (PIB) per

capita de R$7.565,11 (IBGE, 2016; JATENE; MARINHO; DE MELO, 2016).

O município tem cinco equipes de saúde da família, três situadas na zona

urbana e duas na região rural. Conta com um Centro Especial de Saúde para média

complexidade, com serviço de urgência e emergência, e somente um laboratório

Page 11: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

para exames complementares básicos. A taxa de mortalidade infantil é de 15,75

óbitos, por mil nascidos vivos (JATENE; MARINHO; DE MELO, 2016).

1.2 Aspectos da comunidade

O Distrito do Louro é uma comunidade de um pouco mais de 3.000

habitantes, localizada na periferia do município, bem perto de Nova Esperança do

Piriá. A atividade econômica fundamental é o plantio e coleta da pimenta, assim

como, o cultivo da mandioca e produção da farinha. Uma parte da população obtém

renda da prestação de serviços e da economia informal, mas a grande maioria está

desempregada ou subempregada, sem emprego fixo. Esta localidade não conta com

estrutura de saneamento básico e uma parte importante da comunidade vive em

moradias bastante precárias de barro ou madeira. Existe um alto índice de

analfabetismo (LIVRO..., 2017).

A vida social se desenvolve entorno das religiões católica e evangélica, os

espaços sociais são muito limitados, somente às igrejas, escola, ambiente familiar,

pequenos comércios e bares. Não existem projetos comunitários, como também,

iniciativas para atenção diferenciada aos idosos, existem poucas oportunidades de

participação social. A educação e os hábitos de higiene são precários.

1.3 O sistema municipal de saúde

A Secretaria Municipal de Saúde coordena a integração entre as UBS. A rede

de atenção é ampla, o que permite expandir a cobertura dos serviços e recursos,

que são pactuados através de ações integrais de saúde nas diferentes comunidades

do território, priorizando os lugares mais afastados da cidade. No Centro Especial de

Saúde funciona a coordenação para agendar as consultas com especialistas dentro

e fora do território, serviços especializados, e internação hospitalar; o laboratório

oferece serviços de apoio diagnósticos para exames complementares básicos e de

rotina. A assistência farmacêutica é assegurada nas unidades de saúde (X

CONFERÊNCIA ....., 2017).

Os serviços de atenção primária são organizados e ofertados em 10 Unidades

Básicas de Saúde (UBS), cinco funcionam como Estratégia de Saúde da Família

com uma cobertura de 67,8% da população. O Centro Especial de Saúde oferece

Page 12: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

serviços de média complexidade, consultas especializadas, assistência social,

atendimento para urgências e emergências, vigilância e controle de endemias. Não

existe atenção hospitalar no município (Informação verbal)1.

A relação com outros municípios funciona de maneira pactuada, os partos

ocorrem no município de Capitão Poço e os casos de doenças específicas, gravidez

de alto risco, atenção infantil e oftalmológica são referenciados para Belém.

1.4 A Unidade Básica de Saúde (UBS) “ESF Distrito do Louro”

A UBS foi inaugurada em agosto de 2003, está situada na rua principal, no

centro do bairro, ao lado da praça. A casa foi recentemente remodelada e ampliada,

com desenho adaptado as necessidades do serviço, apresentando boas condições

estruturais. Apresenta recepção, arquivo, consultório médico, odontológico e de

enfermagem, local para os procedimentos e atendimento de emergência, sala de

observação, sala de vacina, sala de reuniões, sala de expurgo, farmácia,

esterilização, e cozinha. Além do conforto que oferece, a unidade atualmente, está

bem equipada e conta com recursos adequados para o trabalho da equipe de saúde

(Informação verbal)2.

1.5 A Equipe de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde do “Distrito do

Louro”.

A equipe integra 28 membros. A maioria são agentes comunitários de saúde

(11), todos acima de 30 anos, com mais de cinco anos de experiência na atividade,

apenas três, tem mais de 10 anos nesta função. Cada agente comunitário é

responsável em média por 89 famílias. Neste momento estão cadastradas 976

famílias (LIVRO...., 2017).

A enfermeira responsável pela unidade é uma profissional formada em 2015,

com quatro anos de experiência na atenção básica no município de Irituia; a cirurgiã

1 Informação fornecida por Jomara Moraes coordenadora da Atenção Básica na Secretaria Municipal de Saúde em Garrafão do Norte.

2 Informação fornecida por Antonio Edymilson de Oliveira Carneiro presidente do Conselho de vizinhos

Page 13: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

dentista também é recém-formada. O médico tem 20 anos de formado, sempre

trabalhou na atenção básica. À atividade assistencial conta com o apoio de três

técnicos, dois de enfermagem e um auxiliar da dentista. Complementam a equipe,

um técnico administrativo, três auxiliares de serviços, três motoristas e quatro vigias.

1.6 O funcionamento da Unidade

A UBS funciona durante 24 horas incluindo sábados e domingos. O

atendimento para consultas agendadas é por demanda espontânea, ocorre no

horário de 7h00min. às 17h00min., de segunda a quinta, com pausa para o almoço

de 12h00min. às 14h00min., o tempo restante, mais sábado e domingo, é destinado

para atenção de urgência e emergência.

A reunião da equipe ocorre na quinta-feira às 16h00min., nela são analisadas

as dificuldades da população para o acesso ao atendimento, dificuldades da

cobertura, disponibilidade de recursos, indicadores de resultados, eficiência,

efetividade e qualidade dos serviços, cumprimento dos programas visando alcançar

maior integralidade nos cuidados à saúde. Os problemas são discutidos, buscando-

se o consenso para as melhores propostas de soluções.

A equipe se integra na rede de serviços do município por meio da Central de

Regulação que coordena os serviços de urgência e emergência, internação,

tratamentos fora do domicílio, acesso aos meios diagnósticos e exames

complementares, e consultas com especialistas. Os profissionais do Núcleo de

Apoio a Saúde da Família (NASF) oferecem o atendimento dia de quinta-feira na

última semana de cada mês.

O trabalho intersetorial para aumentar o alcance dos serviços desenvolve-se

de forma integrada com o setor da educação, através do programa saúde na escola

e atividades de promoção à saúde.

1.7 O dia a dia da equipe

O atendimento diário funciona por agendamento, reservando-se 12 vagas

para pacientes crônicos, e quatro para pacientes em situações agudas, consulta

médica e consulta de enfermagem. Às visitas domiciliares ocorrem nas segundas

(médico), e terças-feiras (enfermeira) no período da tarde.

Page 14: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Durante a semana, o atendimento é organizado da seguinte maneira:

atendimentos de hipertensos e diabéticos através de consultas agendadas às

segundas-feiras; terça-feira é destinada para puericultura e no período da tarde o

planejamento familiar; dia de quarta-feira é para atenção pré-natal e na quinta-feira é

feita a coleta do PCCU e atendimento de casos de saúde mental e saúde dos

idosos. O serviço de atenção à saúde bucal funciona de segunda a quinta com a

visita domiciliar nas tardes de terça-feira.

Na sexta-feira fica para o trabalho administrativo na unidade, planejamento

dos processos e educação permanente. As atividades de educação em saúde

desenvolvem-se na quinta da primeira e terceira semana de cada mês, antes de

iniciar o atendimento agendado. A cada trimestre é destinado um sábado para

executar ações de promoção de saúde na comunidade.

1.8 Problemas de saúde do território e da comunidade

O Diagnóstico da Situação de Saúde evidenciou os seguintes problemas:

1. Alta incidência de doenças sexualmente transmissíveis.

2. Gravidez na adolescência.

3. Maus hábitos de higiene bucal.

4. Doenças degenerativas de ossos e articulações.

5. Elevado consumo de bebidas alcoólicas.

6. Alta incidência de doenças diarreicas agudas.

7. Ausência de trabalhos comunitários.

8. Pouca utilização dos espaços de educação permanente em saúde pelos

membros da equipe.

9. Dificuldades de acesso a serviços especializados fora do território.

Page 15: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

1.9 Priorização dos problemas

Quadro 1. Priorização dos problemas identificados na comunidade adscrita à ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte, Pará.

Problemas Importância* Urgência** Capacidade de enfrentamento***

Seleção/ Priorização****

Alta incidência de doenças sexualmente transmissíveis.

Alta 15 Parcial 6

Gestação na adolescência.

Media 25 Parcial 2

Maus hábitos de higiene bucal.

Media 20 Total 4

Doenças degenerativas de ossos e articulações.

Baixa 10 Parcial 8

Elevado consumo de bebidas alcoólicas.

Media 12 Parcial 7

Alta incidência de doenças diarreicas agudas.

Alta 28 Parcial 1

Não há trabalho com os grupos da comunidade.

Baixa 16 Total 5

Pouca utilização dos espaços de educação permanente em saúde pelos membros da equipe.

Media 23 Total 3

Dificuldades de acesso a serviços especializados fora do território.

Alta 30 Fora 9

Fonte: Diagnóstico da Situação de Saúde, ESF Distrito do Louro, 2018. *Alta, média ou baixa ** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30 ***Total, parcial ou fora ****Ordenar considerando os três itens

Page 16: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

2 JUSTIFICATIVA

As Doenças Diarreicas Agudas constituem um problema importante de saúde

pública nos países em desenvolvimento, especialmente naqueles onde a pobreza é

predominante e os fatores ambientais, sociais e econômicos influenciam

desfavoravelmente. As diarreias são a segunda maior causa de mortalidade infantil

no mundo, com aproximadamente 2,5 bilhões de casos/ano, em crianças menores

de cinco anos estima-se a ocorrência de quatro a 10 episódios por habitante/ano.

Morrem 1,5 milhões de pessoas a cada ano por causa das complicações advindas

das doenças diarreicas (UNICEF, 2009).

No Brasil onde as desigualdades de renda são marcantes, são reportados um

pouco mais de 2 milhões de casos anuais. Em 2015 foram registradas 1.761 mortes

em menores de 5 anos por causa das doenças diarreicas, com uma taxa de

0,58/1.000 nascidos vivos (BARBOZA et al., 2017). No estado do Pará as diarreias

agudas representam as principais causas de consulta médica e internação hospitalar

(MARTINS, 2010).

Na ocorrência de diarreia, a absorção dos alimentos pelo intestino do doente

é menor do que o normal. Por isso a médio e longo prazos, a repetição dos

episódios de diarreia pode levar à desnutrição crônica, com retardo do

desenvolvimento ponderal e, até mesmo, da evolução intelectual. A diarreia pode

provocar e/ou agravar a desnutrição, principalmente em crianças pequenas, criando

um ciclo vicioso, comprometendo seriamente a saúde da pessoa. A desidratação e o

desequilíbrio hidroeletrolítico são as complicações mais frequentes da diarreia,

ambas podendo levar a óbito. Os episódios de diarreias afetam também, o

funcionamento familiar a partir da responsabilidade e custo dos internamentos,

assim como pela perda de horas de trabalho e redução de renda familiar (ibid.).

Considerando as vulnerabilidades que apresentam as comunidades rurais

pelas condições socioeconômicas e culturais, como também, as consequências das

doenças diarreicas tanto para a saúde do indivíduo como para a família, justifica-se

o planejamento e execução do projeto de intervenção na comunidade do Distrito do

Louro, para reforçar medidas de prevenção e melhorar a qualidade de vida dos seus

moradores.

Page 17: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

3. OJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Apresentar um projeto de intervenção para reduzir a incidência de Doenças

Diarreias Agudas na comunidade atendida pela Estratégia Saúde da Família “Distrito

do Louro” em Garrafão do Norte, Pará.

3.2 Objetivos específicos

• Efetivar campanha educativa para promover hábitos higiênicos e sanitários mais

saudáveis na prevenção das doenças diarreicas.

• Propor linha de cuidados para os pacientes com Doenças Diarreicas tendo-se

em conta a realidade do território e a capacidade operacional da unidade.

Page 18: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

4. METODOLOGIA

Estruturou-se um projeto de intervenção para reduzir a alta incidência de

doenças diarreicas agudas na área de abrangência da ESF “Distrito do Louro” em

Garrafão do Norte, Pará. O mesmo foi elaborado de acordo com as normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as orientações do módulo

Iniciação à metodologia: Trabalho de Conclusão de Curso (CORRÊA;

VASCONCELOS; SOUZA, 2017)

A identificação dos problemas, priorização, determinação dos nós críticos e

desenho das operações foi baseada na técnica da estimativa rápida segundo a

metodologia do Planejamento Estratégico Situacional, fazendo uso da observação

ativa, e entrevistas curtas com os pacientes e líderes da comunidade. Nas reuniões

de trabalho com os membros da equipe e representantes da comunidade foram

desenvolvidas técnicas participativas como tempestade de ideias e debates em

grupo (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2017).

Para o desenvolvimento da fundamentação teórica foram consultadas fontes

bibliográficas da Biblioteca Virtual de Saúde no portal regional da BIREME usando

os Descritores em Ciências da Saúde: diarreia, diarreia aguda e diarreia infecciosa.

Também foi consultada a bibliografia disponível na Biblioteca Virtual em Saúde do

NESCON, documentos e bases de dados da Secretaria Municipal de Saúde e

documentos gerados na própria Unidade Básica de Saúde.

Page 19: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Doenças Diarreicas Agudas

As doenças diarreicas agudas podem atingir todas as pessoas

independentemente do sexo, raça, faixa etária ou classe social. As características

principais são as alterações no volume, consistência e frequência das fezes,

apresentando alterações na liquidez das fezes e aumento no número de evacuações

(SILVA; LIRA; LIMA, 2004).

A Doença Diarreica Aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos, como bactérias, vírus e parasitos. A manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Essas evacuações podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, elas são autolimitadas, com duração de 2 a 14 dias (BRASIL, 2017, p. 1).

Considerando a gravidade, a DDA é classificada em leve, moderada e grave.

Leve quando não se observa sinais de desidratação. Moderada quando há sinais de

desidratação leve ou moderada e é possível fazer a reidratação por via oral. Grave

quando leva a desidratação mais intensa acompanhada ou não de distúrbios

eletrolíticos e requer a terapia venosa (GUARINO, 2014).

Desde um ponto de vista prático pode se considerar a seguinte definição

que permite inferir as suas principais complicações - os distúrbios hidroeletrolíticos,

os déficits nutricionais – como princípios fundamentais para o manejo:

O episódio diarreico que apresenta as seguintes características: início abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, potencialmente autolimitado, com um curso de menos de 14 dias, volume e/ou frequência das fezes e perda de nutrientes fecais (principalmente água e eletrólitos) aumentado (BRANDT; ANTUNES; SILVA, 2015).

A diarreia aguda pode variar desde formas leves até graves, com

desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à

desnutrição. Do ponto de vista clínico a DDA pode ser classificada como: síndrome

da diarreia aquosa (que representa a grande maioria dos quadros diarreicos

infecciosos), síndrome da diarreia com sangue e diarreia persistente (quando o

episódio se estende por mais de 14 dias). Essa doença pode ser de origem

infecciosa e não infecciosa, sendo a infecciosa a de maior importância para a

saúde pública, devido a maior frequência (FARTHING et al., 2013).

Page 20: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

As principais causas da DDA Infecciosa são: bactérias e suas toxinas, vírus,

parasitos e toxinas naturais. No caso da DDA não infecciosa, as principais causas

são: intolerância a lactose e glúten, ingestão de grandes quantidades de

adoçantes, ingestão demasiada de alguns alimentos, sais mal absorvido (ex.:

laxantes e antiácidos), ácidos biliares (após ressecção ileal), gorduras não

absorvidas, algumas drogas (ex.: catárticos, óleo de rícino, prostaglandinas) e

hormônios peptídicos produzidos por tumores pancreáticos (PEREIA; CABRAL,

2008; PORTELA et al., 2011).

5.2 Fatores do risco

Evidências apontam que a incidência das doenças diarreicas agudas está

determinada por fatores individuais como o estado nutricional, a idade e resistência

individual. Segundo Meneguessi (2015) os lactentes no primeiro ano de vida

constituem o principal grupo de risco, tanto no que diz respeito à incidência, como

no risco para complicações e morte.

A diarreia é um sintoma de diversas etiologias, associadas a seus respectivos

fatores de risco e múltiplos determinantes, essa relação causal têm demonstrado

que sua prevalência varia com diversos fatores que incluem elementos de ordem

ambiental, nutricional, social, econômica e cultural tais como, o estrato

socioeconômico, a localização geográfica, qualidade sanitária dos alimentos,

hábitos higiênicos e comportamentais, o tipo e o local de residência, saneamento

básico, abastecimento de água, a idade da população estudada e as estações do

ano (BROWN; CAIRNCROSS; ENSINK, 2013). A importância de cada um deles

varia de acordo com as características da população estudada.

Dentre os fatores de riscos, os socioeconômicos tem grande influência nas

comunidades onde as famílias vivem em vulnerabilidade e risco social. Os maus

hábitos higiênicos sanitários e o consumo de água não tratada aumentam

consideravelmente o risco de contrair uma doença diarreica, considerando que a

transmissão pela via fecal-oral, seja mediante contato direto ou veiculada por água e

alimentos contaminados, prevalece nas famílias que vivem nos locais onde as

condições sanitárias são desfavoráveis (BUSATO et al. 2013; SILVA; HELLER;

CARNEIRO, 2012). A falta de recursos para adquirir os bens de consumo, os meios

de asseio e limpeza, alimentação deficiente e as limitações para o acesso à

Page 21: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

educação se conjugam, criando vulnerabilidades para a ocorrência e disseminação

dessas doenças (SILVA, LIRA, LIMA, 2004; MARTINS, 2010).

Outro fator a considerar é a relação entre o aumento dos casos de diarreia e a

pluviosidade. Durante os meses mais chuvosos no sistema de monitoramento das

doenças diarreicas são registrados os maiores números de casos, o qual pode estar

associado à ingestão de águas de fontes diferentes das habituais, à contaminação

do lençol freático por fossas sépticas ou à circulação de outros agentes etiológicos

(FAÇANHA; PINHEIRO, 2005)

5.3 Abordagem Terapêutica

A abordagem terapêutica da doença diarreica aguda é baseada na

reposição da água e eletrólitos perdidos pelas fezes. A maior parte dos casos de

diarreia podem ser tratados sem a necessidade de administrar medicamentos, em

média, apenas 1% a 5% dos casos necessitarão de antibióticos (MORAES;

CASTRO, 2014).

A imensa maioria dos pacientes responde à terapia de reposição

hidroeletrolítica adequada em três a sete dias, com melhora evidente nas primeiras

48 horas, desta forma, os antibióticos devem ser indicados para pacientes que

cursem com seis a 10 evacuações/dia; diarreia com sangue, muco ou pus; pesquisa

de polimorfonucleares positiva nas fezes; presença de dor abdominal significativa;

repercussões sistêmicas e/ou instabilidade hemodinâmica; sintomas há mais de 48

horas; diarreia dos viajantes em casos moderados a graves; presença de focos

metastáticos extra intestinais; necessidade de internação hospitalar e/ou pacientes

imunocomprometidos (BRANDT; ANTUNES; SILVA, 2015). Independentemente de

sua etiologia e forma de apresentação clínica, as medidas de suporte com reposição

das perdas e alimentação adequada são fundamentais para o manejo adequado da

doença.

Segundo a OMS, a terapia de reidratação deve ser por via oral, sempre que

possível. Para o manejo de todo paciente é essencial avaliar o grau de desidratação,

o qual pode ser feito com precisão, se fosse possível determinar a perda de peso,

cuja a diferença, classifica a desidratação como leve (< 5% de perda de peso),

moderada (5%-10%) e grave (> 10% de perda de peso). Na impossibilidade de

estimar a perda de peso, a avaliação clínica é usualmente usada na definição do

Page 22: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

estado de hidratação. Os sinais mais bem relacionados à desidratação moderada-

grave são: enchimento capilar lentificado, turgor da pele diminuído e alteração do

padrão respiratório (SANTA CATARINA, 2007).

Na ausência de sinais de desidratação, recomenda-se que o doente siga o

tratamento do domicílio, aumentando a ingestão de líquidos, como também,

adequando nutricionalmente os alimentos a consumir, como por exemplo, reduzir o

consumo de alimentos preparados com óleo ou gordura, leite e derivados, evitar

também, café, bebidas alcoólicas, refrescos, alimentos picantes e com temperos,

alimentos fritos, alimentos com muita fibra e frutas muito verdes, ou pouco maduras.

A maioria dos casos de DDA é de leve ou moderada gravidade e não é

atendida nos serviços de saúde. Daí a importância das campanhas de orientação de

manejo domiciliar da doença diarreica para prevenir a desidratação (BRANDT;

ANTUNES; SILVA, 2015).

5.4 Prevenção das Doenças Diarreicas Agudas

Para a prevenção da DDA, recomenda-se à adoção de medidas de higiene

pessoal, lavagem das mãos antes do preparo dos alimentos, antes das refeições,

após o uso dos vasos sanitários, cuidar da higiene da água e dos alimentos, bem

como, investir em medidas de saneamento, principalmente no que se refere à

deposição de dejetos humanos. É importante também, melhorar a qualidade de vida

da população com o abastecimento e uso de água segura para beber, esgotamento

sanitário; e cuidar dos alimentos contra impurezas e moscas (MARTINS, 2010).

As DDA são de causa multifatorial, por tanto sua prevenção depende de uma

abordagem multiprofissional, desta forma, é importante concentrar esforços no

desenvolvimento de ações integrais nos cuidados à saúde das crianças nas

unidades da atenção básica, estimulando-se uma prática clínica de melhor

qualidade. A educação em saúde deve ser usada de forma intensiva no dia a dia das

equipes de saúde da família, para estimular mudanças nos hábitos higiênicos das

famílias, de modo a tentar corrigir os fatores que estão contribuindo no local, para o

desenvolvimento da enfermidade diarreica, sejam determinantes culturais,

ambientais ou sanitários (BUSATO et al. 2013; MENEGUESSI, 2015).

Page 23: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

6. PLANO DE INTERVENÇÃO

Esta proposta de intervenção foi elaborada em função da alta incidência de

doenças diarreicas agudas registrada na área de abrangência da ESF “Distrito do

Louro” em Garrafão do Norte, Pará. O problema priorizado foi descrito a partir dos

nós críticos identificados de acordo com a metodologia do Planejamento Estratégico

Simplificado (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2017).

6.1 Descrição do problema

As doenças diarreicas constituem a terceira causa de morte em menores de 5

anos no município de Garrafão do Norte, com um registro de 19 falecidos em 2017,

atingindo a maioria das crianças menores de 2 anos. Nos últimos 5 anos foram

reportados no município de 10.000 a 15.000 atendimentos a pacientes de todas as

faixas etárias em serviços da atenção básica por doenças diarreicas agudas ao ano,

representando 53% dos pacientes atendidos e 32,4% das internações. A distribuição

dos casos por faixa etária manteve-se aproximadamente estável, isto é, as crianças

entre 1 a 4 anos foram as mais representadas, seguidas pelas menores de um ano;

64,7% dos casos receberam hidratação pela via parenteral, e somente em 5,3% dos

casos foi necessário a internação (SECRETARIA...., 2018).

Na ESF do Distrito do Louro foram registradas duas mortes por complicações

por diarreias em menores de 5 anos no ano de 2014, três óbitos em 2015 e um em

2016. Nesta Unidade as doenças diarreicas agudas constituem a segunda causa de

consultas médicas, tanto por demanda espontânea, como para os atendimentos de

urgência, gerando 1.700 atendimentos ao ano, ou seja 26,1% do total. Esses casos

constituem 56,4% dos casos observados e 24,9% das internações (ESF, 2018).

O quadro 2 mostra a distribuição dos casos de diarreia aguda no Distrito do

Louro, no período de 2014 a 2017. Observou-se a ocorrência de 10.835 casos no

período, com o maior número de registros no ano de 2014, e declínio dos casos nos

anos seguintes. A análise pelos meses do ano, evidenciou que o primeiro e o último

trimestre concentraram o maior número de casos, inferindo-se da possibilidade da

influência climática como fator contributivo, pois coincide com os períodos de maior

chuva na região Amazônica.

Page 24: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Quadro 2. Casos de diarreias agudas por meses e anos registrados na ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte - PA, 2014-2017.

MESES ANOS

TOTAL 2014 2015 2016 2017

Janeiro 391 277 324 296 1.288

Fevereiro 432 392 316 439 1.579

Março 503 385 411 335 1.634

Abril 300 314 276 244 1.134

Maio 286 189 150 182 807

Junho 270 154 84 59 567

Julho 164 146 69 66 445

Agosto 122 93 105 78 398

Setembro 94 68 95 94 351

Outubro 86 150 126 116 478

Novembro 306 231 187 129 853

Dezembro 382 286 386 247 1.301

Total 3.336 2.685 2.529 2.285 10.835

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Garrafão do Norte (2018).

6.2 Explicação do problema

A ocorrência da diarreia associa-se de forma direta ou indireta a diversos

fatores de ordem socioeconômica, cultural, nutricional e ambiental (MATOS, 2009).

A população adscrita desta UBS vive em condições precárias, com baixa renda e um

alto nível de desemprego, predominando o ensino fundamental incompleto, e uma

parte importante da população maior de 14 anos não alfabetizada (ESF, 2017).

A água para consumo não é tratada, mesmo sendo fornecida pelo sistema

público. A maior parte da população usa poços artesianos e outras fontes de água

localizadas perto das casas, que não cumprem as normas de higiene para garantir

uma água segura. Além disso, a população não tem o hábito de tratar a água de

consumo no domicílio.

6.3 Seleção dos nós críticos

A partir dos determinantes socioeconômicos, culturais e ambientais presentes

na comunidade, foram identificados os seguintes nós críticos:

Page 25: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

1. Maus hábitos de higiene da população.

2. Não há “cultura” para o tratamento da água de consumo.

3. Falta de informação sobre os cuidados para com os pacientes que

apresentam diarreias, tanto no domicílio, como entre os membros da equipe

de saúde.

4. A água fornecida pelo sistema público não é tratada

6.4 Desenho das operações

Quadro 3. Operações sobre os “maus hábitos de higiene da população” relacionado ao problema “Alta incidência de Doenças Diarreicas Agudas” na ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte, Pará.

Nó crítico 1 Maus hábitos de higiene da população

Operações

Campanhas educativas na comunidade direcionadas à modificar hábitos e estilos de vida.

Palestras e outras Atividades educativas nas escolas.

Atividades de promoção a saúde na praça.

Palestras na sala de espera da unidade de saúde

Distribuição de folhetos educativos nos comércios e outros lugares públicos

Projeto “Higiene é Saúde”

Resultados esperados

Modificar hábitos e estilos de vida em 80% da população em 2 anos.

Produtos esperados Programa educativo nas escolas. Folhetos educativos. Sistema de comunicação local em praças, comércios e outros lugares públicos.

Recursos necessários

Cognitivo: Desenvolvimento da estratégia educativa.

Organizacional: Gestão de espaços para efetuar as reuniões, encontros de trabalho e atividades educativas, equipamento de som.

Político: Articulação intersetorial, parceria com o setor de educação.

Financeiro: Financiamento do equipamento de som, folhetos e cartazes.

Recursos críticos

Político: Articulação intersetorial, parceria com o setor de educação.

Financeiro: Financiamento de equipamento de som, folhetos e cartazes.

Controle dos recursos críticos

Político: Secretário de Educação, motivação indiferente.

Diretor da escola, motivação favorável.

Financeiro: Secretário de Saúde, motivação indiferente.

Ações estratégicas Apresentar o projeto na Secretaria de Educação, em reunião de trabalho agendada, para solicitar aprovação de espaços regulares

Page 26: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Nó crítico 1 Maus hábitos de higiene da população

nos diferentes graus e níveis de formação para introduzir conteúdos de educação em saúde sobre a prevenção de doenças transmissíveis.

Apresentar o projeto na reunião técnica da coordenação de Atenção Básica para motivar e argumentar a importância de priorizar recursos financeiros para a compra dos meios educativos para as atividades de promoção de saúde.

Prazos Três meses para as apresentações do projeto

Dezoito meses para execução das operações

Responsáveis pelo acompanhamento das ações

Ariel Santana Felipe (Médico)

Isa Rodríguez (Cirurgiã Dentista)

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Avaliação trimestral do cumprimento do cronograma do projeto para as operações, segundo os prazos estabelecidos em reuniões de trabalho com os responsáveis.

Monitoramento da execução das atividades educativas uma vez por mês nas reuniões da equipe. Apresentação de relatório e memória de campo. Análise das participações do pessoal convocado.

Avaliar o conhecimento adquirido pelos estudantes nas palestras desenvolvidas na escola ao término de cada trimestre.

Avalição do impacto das atividades educativas através dos indicadores de incidência das Doenças Diarreicas Agudas na comunidade comparando com período anterior.

Quadro 4. Operações sobre o fato de que “Não há ‘cultura’ para o tratamento da

água de consumo” relacionado ao problema “Alta incidência de Doenças Diarreicas Agudas” na ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte, Pará.

Nó crítico 2 Não há “cultura” para o tratamento da água de consumo.

Operações

Distribuição de um frasco de Hipoclorito de Sódio por família todo mês com orientações adequadas para o uso.

Campanhas educativas através de visitas domiciliares, palestras no salão de espera da unidade e distribuição de materiais educativos visando reforçar sobre a importância do consumo da água segura na prevenção de doenças de transmissão hídrica e as diferentes formas para tratar e acumular água segura no domicílio.

Projeto “Consumo de água segura”

Resultados esperados

O uso de algum método para desinfecção da água de consumo por 90% das famílias.

Produtos esperados Consumo de água segura pela maioria das famílias, materiais educativos.

Recursos necessários

Financeiro: Financiamento para fornecer soluções de hipoclorito de sódio 2,5% para todas as famílias cada mês e produção de material educativo.

Page 27: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Nó crítico 2 Não há “cultura” para o tratamento da água de consumo.

Cognitivo: Técnicas de comunicação.

Político: Apoio dos líderes e grupos da comunidade para a mobilização social e intersetorial.

Organizacional: Articulação de espaços públicos para divulgação de informação e material educativo.

Recursos críticos

Financeiro: Financiamento para fornecer soluções de hipoclorito de sódio 2,5% para todas as famílias cada mês e material educativo.

Político: Apoio dos líderes e grupos da comunidade para a mobilização social e intersetorial.

Organizacional: Articulação de espaços públicos para divulgação de informação e material educativo.

Controle dos recursos críticos

Financeiro: Secretário de Saúde, motivação favorável.

Político: Conselho de vizinhos, motivação favorável

Associações do bairro, motivação favorável.

Organizacional: Conselho de vizinhos, motivação favorável.

Ações estratégicas Não se aplica

Prazos Um ano

Responsáveis pelo acompanhamento das ações

Francisca Luceny Mendes (ACS)

Claudio Silva de Moraes (ACS)

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Controle sistemático mensal para avaliar a entrega do hipoclorito e execução das ações educativas, usando uma ficha de controle para cada família.

Aplicar instrumento de pesquisa para verificar o uso dos métodos para desinfecção da água no domicílio e discutir os resultados em reunião da equipe a cada três meses.

Quadro 5. Operações sobre a “Falta de informação sobre os cuidados dos pacientes com diarreias, tanto no domicílio, como entre os membros da equipe de saúde” relacionado ao problema “Alta incidência de Doenças Diarreicas Agudas” na ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte, Pará.

Nó crítico 3 Falta de informação sobre os cuidados dos pacientes com

diarreias, tanto no domicílio, como entre os membros da equipe de saúde.

Operações

Apresentar o projeto na unidade para todos os membros da equipe.

Avaliação dos níveis de conhecimento dos membros da equipe sobre as Doenças Diarreicas Agudas.

Desenvolvimento e execução do treinamento sobre os cuidados dos pacientes com Doenças Diarreicas Agudas.

Desenvolvimento e implementação de fluxogramas para os cuidados dos pacientes com Doenças Diarreicas Agudas na unidade.

Avalição sistemática da adesão aos protocolos.

Page 28: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Nó crítico 3 Falta de informação sobre os cuidados dos pacientes com

diarreias, tanto no domicílio, como entre os membros da equipe de saúde.

Projeto “Cuidado responsável”

Resultados esperados

Implantar linha de cuidados aos pacientes com Doenças Diarreicas Agudas.

Produtos esperados

Sistema de capacitação para todos os membros da equipe da saúde.

Protocolos de atuação para o cuidado do paciente com doença diarreica implantados.

Folhetos educativos para população em geral.

Recursos necessários

Cognitivo: desenvolvimento de capacitação sobre o tema. Linha de cuidado do paciente com diarreias na atenção básica.

Financeiro: financiamento para materiais educativos.

Organizacional: otimizar a utilização dos espaços para educação permanente em saúde e espaços de intercâmbio com a comunidade.

Político: adesão dos profissionais da unidade.

Recursos críticos Financeiro: financiamento para materiais educativos.

Político: adesão dos profissionais da unidade.

Controle dos recursos críticos

Financeiro: Secretário de Saúde, motivação indiferente.

Político: Enfermeiro responsável pela unidade, motivação favorável

Ações estratégicas

Apresentar o projeto na reunião técnica da coordenação de Atenção Básica para argumentar sobre a importância de priorizar recursos para o projeto e elaboração de materiais educativos a fim de reforçar as atividades de educação permanente.

Prazos

Um mês para apresentar o projeto.

Dois meses para avaliação do nível de conhecimento dos membros da equipe.

Três meses para o desenvolvimento e execução do treinamento.

Três meses para implementação dos protocolos.

Responsáveis pelo acompanhamento das ações

Taynara Santos (Enfermeira responsável pela UBS)

Ariel Santana Felipe (Médico)

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Controle da execução das ações segundo o cronograma mensal nas reuniões da equipe.

Participação do responsável do projeto nas atividades de capacitação para verificar seu cumprimento.

Pesquisar o cumprimento dos protocolos entre os paciente atendidos.

Page 29: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Quadro 6. Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Alta incidência de Doenças Diarreicas Agudas” na ESF Distrito do Louro, Garrafão do Norte, Pará.

Nó crítico 4 A água fornecida pelo sistema público não é tratada.

Operações

Elaborar um relatório dirigido à prefeitura municipal para argumentar sobre a importância da implantação de um sistema para cloração de água bombeada pelo sistema público de abastecimento de água na comunidade.

Solicitação de apoio da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde e das associações da comunidade.

Projeto CONSUMO DE ÁGUA SEGURA

Resultados esperados

Tratamento de 100% da água de consumo fornecida pelo sistema público de abastecimento.

Produtos esperados Modelo de projeto para gestão de sistema de cloração de água em redes públicas de abastecimento.

Recursos necessários

Financeiro: financiamento para a compra e montagem do sistema para a cloração de água na rede pública.

Cognitivo: desenvolvimento do projeto para a gestão e implantação de sistema para cloração de água nas fontes de abastecimento.

Político: articulação das instituições e associações da comunidade, aprovação do projeto na prefeitura municipal.

Recursos críticos

Cognitivo: desenvolvimento do projeto para a gestão e implantação de sistemas para cloração de água nas fontes de abastecimento.

Financeiro: financiamento para a compra e montagem do sistema para a cloração de água na rede pública.

Controle dos recursos críticos

Cognitivo: Secretário de Saúde, motivação favorável.

Secretário de Obras Públicas, motivação favorável.

Financeiro: Prefeito Municipal, motivação indiferente

Ações estratégicas Apresentar na prefeitura municipal o projeto para justificar a importância de instalar um sistema de tratamento para a água de consumo na rede de abastecimento público.

Prazos Dez meses

Responsáveis pelo acompanhamento das ações

Jomara Maira de Moraes (Coordenadora da Atenção Básica)

Ariel Santana Felipe (Médico)

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Controle mensal da elaboração do relatório até sua apresentação na prefeitura municipal.

Registras as memorias dos encontros com as organizações e associações para solicitar o apoio ao projeto.

Page 30: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que a intervenção proposta possa atuar sobre os nós críticos do

problema, pois ela se ajusta à capacidade de mobilização dos membros da equipe,

que buscam respostas efetivas para os problemas que afetam grandes grupos

sociais dentro da comunidade. O enfermeiro responsável pela coordenação da

equipe é reconhecido por todos como um líder efetivo, tendo competências para

organizar o trabalho em equipe e impulsionar tarefas que precisam da participação

de outros setores, além dos recursos próprios da rede de saúde.

A gestão municipal, a partir das experiências acumuladas, deve reconhecer

as competências da equipe para desenvolver atividades de promoção à saúde e

apoiar as iniciativas locais para executar projetos de intervenção na comunidade.

A comunidade usualmente acompanha com entusiasmo as iniciativas da

equipe de saúde e responde com mobilização efetiva às ações orientadas para

melhorar a saúde da população local. Os esforços conjuntos permitem prognosticar

uma alta viabilidade para a execução do projeto.

Page 31: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

REFERÊNCIAS

BARBOZA, E. et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global de Doença. Revista Brasileira de Epidemiologia [on line], v. 20, n. Suppl 01, p. 46-60, maio 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050005>. Acesso: em 29 mar. 2018. BRANDT, K.G.; ANTUNES, M.M.C.; SILVA, G.A. P. Diarreia aguda: manejo baseado em evidências. Jornal Pediatria [on line], Rio de Janeiro, v. 91, n. 6, supl. 1, p. S36-S43, Dez. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php >. Acesso: em 04 abr. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Doença Diarreica Aguda. Portal do Ministério da Saúde 2017. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/doenca-diarreica-aguda>. Acesso em: 2 abr. 2018. BROWN, J.; CAIRNCROSS, S.; ENSINK, H.J. Water, sanitation, hygiene and enteric infections in children. Archives of Disease in Chilhood [on line]. v. 98, n. 8, p. 629-634, ago. 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles>. Acesso: em 03 abr. 2018 BUSATO, M.A. et al. Distribuição de doenças diarreicas agudas em municípios do estado de Santa Catarina. Hygeia Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde [on line], v. 9, n.16. p.19 - 27, jun. 2013. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article>. Acesso em: 29 mar. 2018. CAMPOS, F.C.C.; FARIA, H.P.; SANTOS, M.A. Planejamento, avaliação e programação das ações em saúde. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2017. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca. Acesso em: 06 abr. 2018 CORRÊA, E.J.; VASCONCELOS, M.; SOUZA, S.L. Iniciação à metodologia: Trabalho de Conclusão de Curso. Belo Horizonte: Nescon /UFMG, 2017. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca>. Acesso em: 22 mar. 2018 ESF Distrito do Louro. População Cadastrada. Livro de Registro, Distrito do Louro, 2018. FAÇANHA, M.C.; PINHEIRO, A.C. Comportamento das doenças diarreicas agudas em serviços de saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil, entre 1996 e 2001. Cadernos Saúde Pública [on line], Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 49-54, Feb. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?>. Acesso: em 03 abr. 2018. FARTHING, M. et al. Acute Diarrhea in Adults and Children: A Global Perspective. Journal of Clinical Gastroenterology [on line], v. 47, n. 1, p. 12-20, jan. 2013. Disponível em: <https://journals.lww.com/jcge/Fulltext>. Acesso em: 05 abr. 2018.

Page 32: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

GARRAFÃO DO NORTE. Conselho Municipal de Saúde. Participação Social na Educação Permanente do Sistema Único de Saúde-SUS: Direitos, Deveres e Desafios. X Conferência Municipal de Saúde. Garrafão do Norte, 2017. GARRAFÃO DO NORTE. Secretaria Municipal de Saúde. Relatório de resumo de atividades de saneamento básico do município ano 2017. Departamento de Saneamento Básico, SMS, Garrafão do Norte, 2018. GUARINO, A. et al. European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition/European Society for Pediatric Infectious Diseases Evidence-Based Guidelines for the Management of Acute Gastroenteritis in Children in Europe: Update 2014. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition [on line], v. 59, n. 1, p. 132-152, jul. 2014. Disponível em: <https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/ 2014/07000>. Acesso em: 06 abr. 2018. IBGE. Garrafão do Norte 2016. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/garrafao-do-norte/historico>. Acesso em: 15 de fev. 2017. JATENE, O.S.R.; MARINHO, C.J.; DE MELO, F.A. Estatística Municipal: Garrafão do Norte. Belém: Fapespa, 2016. Disponível em: <http://www.parasustentavel.pa.gov.br>. Acesso em: 7 nov. 2018. MARTINS, D. et al. Morbimortalidade por gastroenterites no Estado do Pará. Revista Pan-Amazônica de Saúde [on line], Ananindeua, v. 1, n. 1, p. 53-60, mar. 2010. Disponível em <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232010000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 01 abr. 2018. MATOS, J.T.; HELLER L.; RAMOS, S. Análise da correlação de Ocorrência da Doença Diarreica Aguda com a Qualidade da Água para Consumo Humano no Município de Vitória -ES. Saúde Social São Paulo [on line], v. 18, n.3, p 479-489, 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: 15 mar. 2018. MENEGUESSI, G.M. et al. Morbimortalidade por doenças diarreicas agudas em crianças menores de 10 anos no Distrito Federal, Brasil, 2003 a 2012. Epidemiolgia e Serviços de Saúde [on line], Brasília, v. 24, n. 4, p. 721-730, Dec. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso em 03 abr. 2018. MORAES, A.C.; CASTRO, F.M.M. Diarreia aguda. Jornal Brasileiro de Medicina [on line], Rio de Janeiro, v. 102, n. 2, p. 21-28, mar/abr. 2014. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2014/v102n2/a4191.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2018. PEREIRA, I.V.; CABRAL, I.E. Diarreia Aguda em crianças menores de um ano: subsídios para o delineamento do cuidar. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem [on line], v. 12 n. 2, p. 224-229, jun. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n2/v12n2a04.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2018. PORTELA, R.A. et al. A incidência de doenças diarreicas e a sua relação com a ausência de saneamento: uma revisão bibliográfica. Hygeia Revista Brasileira de

Page 33: PREVENÇÃO E CUIDADOS DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS …

Geografia Médica e da Saúde [on line], v. 7, n. 13, p. 150-156, dez. 2011. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/17056>. Acesso em: 3 abr. 2018. PREFEITURA DO GARRAFÃO DO NORTE. 2010. Disponível em: <http://www.garrafaodonorte.pa.gov.br/historico>. Acesso em: 5 nov. 2018. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Saúde. Manual de diagnóstico e Tratamento das Doenças Diarreicas Agudas. Santa Catarina. Diretoria de Vigilância Epidemiológica, 2007. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. GARRAFÃO DO NORTE. Base de dados da Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas 2014-2017. Garrafão do Norte, 2018. SILVA, C.V.; HELLER, L.; CARNEIRO, M. Cisternas para armazenamento de água de chuva e efeito na diarreia infantil: um estudo na área rural do semiárido de Minas Gerais. Engenharia Sanitária Ambiental [on line], Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 393-400, Dez. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?>. Acesso em 03 abr. 2018. SILVA, G.A.P.; LIRA, P.I.C.; LIMA, M.C. Fatores de risco para doença diarreica no lactente: um estudo caso-controle. Cadernos de Saúde Pública [on line], Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 589-595, abr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?>. Acesso em: 03 abr. 2018. UNICEF, OMS. Diarreia: Por que as crianças continuam morrendo e o que pode ser feito –relatório sobre diarreia. Genebra, 2009. 68 p. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44174/1/9789241598415_eng.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2018