percepções sobre o envelhecimento e as condicoes de vida dos idosos que residem na vila vida na...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DEIPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA PERCEPÇÕES SOBRE O ENVELHECIMENTO E AS CONDIÇÕES DE VIDA DOS IDOSOS QUE RESIDEM NA VILA VIDA NA CIDADE DE IPORÁ IPORÁ/GO 2009

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DEIPOR

    CURSO DE GEOGRAFIA

    PERCEPES SOBRE O ENVELHECIMENTO E AS

    CONDIES DE VIDA DOS IDOSOS QUE RESIDEM NA

    VILA VIDA NA CIDADE DE IPOR

    IPOR/GO

    2009

  • 2

    MARIA HELENA FERREIRA LEITE

    PERCEPES SOBRE O ENVELHECIMENTO E AS

    CONDIES DE VIDA DOS IDOSOS QUE RESIDEM NA

    VILA VIDA NA CIDADE DE IPOR

    Monografia apresentada ao curso de Geografia

    da Universidade Estadual de Gois - UnU

    Ipor, como exigncia parcial para obteno do

    ttulo de licenciada Geografia.

    Orientador: Msa. Vanilda Maria de Oliveira.

    IPOR/GO

    2009

  • 3

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE GEOGRAFIA

    PERCEPES SOBRE O ENVELHECIMENTO E AS CONDIES DE

    VIDA DOS IDOSOS QUE RESIDEM NA VILA VIDA NA CIDADE DE

    IPOR

    MARIA HELENA FERREIRA LEITE

    Monografia submetida Banca Examinadora como parte dos requisitos

    necessrios obteno do grau de Licenciado (a) em Geografia , sob orientao

    da prof Msa Vanilda Maria de Oliveira

    Ipor, ....... de ............... de ...........

    Banca examinadora:

    ________________________________________________

    Presidente da Banca - Prof. Msa. Vanilda Maria de Oliveira

    ________________________________________________

    Examinador Interno - Prof. Ms. Michel Rezende da Silveira

    ________________________________________________

    Examinador Externo - Prof. Maria Auxiliadora

  • 4

    A minha me, meu esposo e meus filhos, que

    representam partilhas valiosas na construo da minha

    vida.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo Deus, pela luz sempre presente, mesmo nos momentos em que a

    realizao desta tarefa parecia impossvel, renovando minhas esperanas a cada dia.

    Ao meu esposo, por toda dedicao, amor e esforos jamais negados durante esta

    jornada;

    Aos meus filhos que de maneira especial e extrovertida souberam mim entender

    nos momentos em que no pude dedicar-lhes toda a ateno merecida.

    Aos meus amigos do curso de Geografia, pelas palavras de conforto nos

    momentos difceis;

  • 6

    Tenha sempre presente que a pele se enruga,

    O cabelo embranquece,

    Os dias convertem-se em anos,

    Mas o que importante no muda:

    A tua fora e convico no tem idade.

    O teu esprito como qualquer teia de aranha,

    Atrs de cada conquista vem um novo desafio.

    Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo.

    Se tendes saudades do que fazias, volta a faz-lo.

    No vivas de fotografias amarelecidas...

    Continua, quando todos esperam que desistas.

    No deixe que enferruje o ferro que existe em ti.

    Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.

    Quando no consigas correr atravs dos anos,

    trota.

    Quando no consigas caminhar, use uma bengala,

    Mas nunca te detenhas!!!

    Madre Teresa de Calcut

  • 7

    RESUMO

    O envelhecimento um fenmeno natural e social, que se estende por dois teros da vida.

    uma fase da vida que o ser humano precisa de carinho, respeito e assistncia social que lhe

    garanta condies dignidade. Esse trabalho objetiva conhecer as percepes dos idosos

    sobre o envelhecimento e as condies de vida dessa populao que reside na instituio

    asilar Vila Vida, na cidade de Ipor, a fim de compreender o processo de asilamento na

    perspectiva do sujeito asilado. tratada na monografia a questo do asilamento de idosos, seu

    significado e a seus efeitos sobre o idoso, temas importantes que perpassam velhice. Os

    resultados da pesquisa mostraram que a instituio asilar Vila Vida um lugar onde os idosos

    encontraram para a superao das suas dificuldades, resgatando o conforto de uma morada, a

    assistncia a sade e a qualidade de vida dos idosos, segundo sua prpria compreenso.

    Portanto, entender a magnitude do processo de envelhecimento, saber aceitar as barreiras

    fsicas e delinear novas concepes da importncia e dos modos do viver.

    Palavras-chave: envelhecimento, asilamento e condies de vida

  • 8

    ABSTRACT

    Aging is a natural and social phenomenon, which extends for two thirds of life. It is a phase of

    life that human beings need affection, respect and social conditions that ensure dignity. This

    study investigated the perceptions on aging and living conditions of those living in nursing

    home "village life" in the city of Ipor to understand the process of institutionalization in view

    of the subject asylum. It is treated in the thesis the question of institutionalization of the

    elderly, its meaning and its effects on the elderly, major themes that run through to old age.

    The survey results showed that the nursing home Village Life is a place where elderly people

    found to overcome their difficulties, recovering the comforts of home in the care of health and

    quality of life of the elderly according to their own understanding. Therefore, understanding

    the magnitude of the aging process, is whether to accept the physical barriers and devise new

    conceptions of the importance and ways of living.

    Keywords: aging, institutionalization and living conditions

  • 9

    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................... 10

    1 ENVELHECIMENTO ................................................................................................ 12

    Transio demogrfica no Brasil ............................................................................ 14

    A sade do idoso......................................................................................................... 16

    Qualidade de vida e a capacidade funcional do idoso ........................................... 19

    Asilamento ................................................................................................................. 20

    2 METODOLOGIA ................................................................................................... 24

    Tipo do estudo ........................................................................................................... 24

    Sujeito e amostra do estudo .................................................................................... 24

    Princpios ticos adotados para este estudo ........................................................... 24

    Instrumentos de coleta de dados ............................................................................ 25

    3 A VILA VIDA E AS PERCEPES DE IDOSOS SOBRE

    ENVELHECIMENTO E ASILAMENTO ...................................................................

    28

    CONCLUSES ............................................................................................................... 37

    REFERENCIAS............................................................................................................... 39

    APNDICES.................................................................................................................... 43

  • 10

    INTRODUO

    A preocupao recente em se estudar pessoas idosas se deve ao fato de acreditar

    que o envelhecimento populacional tem sido um dos grandes desafios a serem enfrentados nas

    prximas dcadas, pois o processo de envelhecimento populacional tem se dado de forma

    muito rpida e no foram instauradas medidas suficientes para atender as necessidades dessa

    populao.

    A velhice considerada em si mesma no um problema, sendo que o verdadeiro

    dilema dos idosos reside na discriminao social e familiar, causando um isolamento em

    relao ao mundo ao qual deveria pertencer.

    Esse afastamento, na maioria das vezes, tem como fundamento perdas em

    decorrncia do dinamismo e vitalidade necessrios para competir profissionalmente numa

    sociedade capitalista ou acompanhar a evoluo da mentalidade social.

    Atualmente, uma grande parte da humanidade alcana uma idade mais longa com

    plena sade fsica e psquica. Entretanto o que ainda falta a alegria da vida.

    Concomitantemente ao envelhecimento fsico ocorre o chamado envelhecimento social, em

    funo da progressiva diminuio dos contatos sociais. Com o passar do tempo estes contatos,

    tanto os do crculo familiar, quanto os extrnsecos a este se reduzem a um mnimo

    concernente a um novo grupo social.

    Diante do exposto acima, justifica-se esse trabalho, que buscar reconhecer quais

    as percepes dos idosos sobre o envelhecimento e as condies de vida dessa populao que

    reside na Vila Vida, na cidade de Ipor, uma instituio asilar que possui uma estrutura para

    abrigar quarenta idosos, com vinte casas, nas quais podem residir duas pessoas. uma

    alternativa de moradia para pessoas idosas e de baixa renda.

    Para conhecer as percepes dos idosos sobre o envelhecimento e as condies de

    vida dessa populao que reside na Vila Vida foram levantadas as principais caractersticas

    desses idosos no que diz respeito faixa etria, escolaridade, estado civil e depoimentos sobre

    como vivem, o que pensam e sentem dentro da instituio, o motivo de estarem asilados e as

    oportunidades de lazer que so oferecidas a eles.

    Este trabalho baseia-se em pesquisa de campo, de carter descritivo e analtico,

    com uma abordagem qualitativa.

  • 11

    Como referencial terico metodolgico utilizou-se a Teoria das Representaes

    Sociais, de Moscovici (1984), em trs dimenses de representao: o idoso, o processo e a

    formao.

    Para Moscovici (1984, p. 19), as representaes sociais devem ser vistas como

    uma maneira especfica de compreender e comunicar o que j sabemos [...] [ela] iguala toda

    imagem.

    a uma idia, e toda idia a uma imagem. A finalidade de todas as representaes

    de tornar familiar algo no familiar.

    Pesquisar este tema partiu do interesse em conhecer como se d o processo de

    asilamento do idoso que passa por um perodo muito sensvel, devido falta de ateno,

    respeito e valorizao dos familiares e da sociedade.

    Diante disso, essa pesquisa procura responder quais as percepes dos idosos

    sobre o envelhecimento e as condies de vida dessa populao que reside na Vila Vida na

    cidade de Ipor.

  • 12

    1- ENVELHECIMENTO

    A velhice um fenmeno multidimensional que atinge, com grandes

    diferenciaes, os corpos e as mentes dos indivduos, causado por fatores biolgicos, sociais e

    psicolgicos, que produzem tendncias e conseqncias das mais diversas. uma etapa que

    um maior nmero de pessoas esto alcanando e da qual esto desfrutando por mais tempo,

    que decorre principalmente do controle da natalidade e do aumento da expectativa de vida

    (LEME, 1997).

    A velhice em nossa sociedade tratada com descaso, onde se observa, perda da

    autonomia das pessoas idosas por causa da imagem negativa do envelhecimento, sempre

    associada a perdas fisiolgicas, psicolgicas e sociais.

    Segundo Scharfstein (2004),

    (...) no contexto sciohistrico do final do sculo XIX e do sculo XX, com o

    primado da juventude pelo seu potencial reprodutivo e produtivo, que a velhice,

    enquanto uma etapa da existncia humana, passa a ocupar um lugar marginalizado no

    processo social. Velhos so aqueles que j realizaram seu processo de vida e para os

    quais a morte se apresenta como o nico destino possvel (Scharfstein, 2004:323).

    Portanto, o processo de envelhecimento complexo e vivenciado de maneira

    diversificada, por indivduos tambm diferenciados, seja por sexo ou classe social.

    Para Bassit (2004:142)

    (...) o envelhecimento um processo contnuo porque pressupe um caminho a ser

    seguido, do nascimento at a morte; progressivo ao indicar mudanas ao longo desse

    percurso, atravs de eventos previsveis e imprevisveis no desenrolar da vida da

    maioria das pessoas (Bassit, 2004:142).

    Assim, nota-se que o processo de envelhecimento, em funo de sua mltipla

    determinao, implica diversidade, individualidade e variabilidade entre os indivduos.

    Segundo Salgado (2006), o envelhecimento til e feliz no pode ser apenas um

    mito. Cabe sociedade a responsabilidade de redefinir, scio e culturalmente, o significado da

    velhice, possibilitando a restaurao da dignidade para esse grupo etrio.

    A velhice pode ser um perodo de desabrochar, mas tambm pode ser

    acompanhada por perturbaes psicopatolgicas graves. Sendo visvel um forte aumento de

    heterogeneidade, deve-se, por isso, falar em velhices e no em velhice.

    Com o envelhecimento podem verificar-se modificaes nas reaes emocionais;

    perdas e separaes, solido, isolamento e marginalizao social.

  • 13

    Segundo Veras, (2007, p. 37):

    A velhice um termo impreciso, e sua realidade, difcil de perceber. Quando uma

    pessoa se torna velha? Aos 50, 60, 65 ou 70 anos? (...) Uma pessoa to velha quanto

    suas artrias, seu crebro, seu corao, sua moral ou sua situao civil? Ou uma

    maneira pela qual outras pessoas passam a encarar estas caractersticas que a

    classificam como velha? (Veras, 2007, p.37).

    Portanto esse fenmeno est exigindo cada vez mais estudos multidisciplinares,

    para seu melhor entendimento e compreenso. Envelhecimento, que se configura como um

    processo mltiplo e desigual de comprometimento e decadncia das funes que caracterizam

    o organismo vivo em funo do tempo de vida.

    Para Saad, (1990: 4), a pessoa considerada idosa perante a sociedade a partir do

    momento em que encerra as suas atividades econmicas. Em outras ocasies, a sade fsica

    e mental o fator de peso, sendo fundamental a questo da autonomia: o indivduo passa a ser

    visto como idoso quando comea a depender de terceiros para o cumprimento de suas

    necessidades bsicas ou tarefas rotineiras.

    Na concepo de Vieira (2004), o aspecto perverso da velhice, talvez o pior ou o

    mais doloroso, a sensao angustiante que assalta o idoso de no ser mais capaz, de no ser

    amado, ou de no ser merecedor de ocupar o espao que lhe devido.

    O aumento da longevidade vem despertando interesse sobre o tema do

    envelhecimento humano e questes como o envelhecimento, a velhice e o ser idoso vem

    sendo objeto de estudos nas mais diversas reas do conhecimento, visto que para se ter um

    envelhecimento com qualidade, necessrio que se tenha uma vida ativa, participativa,

    produtiva e afetiva, com sua famlia e na sociedade.

    Carvalho & Garcia, (2003), definem envelhecimento populacional como a

    mudana na estrutura etria da populao, o que produz um aumento do peso relativo das

    pessoas acima de determinada idade, considerada como definidora do incio da velhice.

    O envelhecimento populacional, no Brasil, Segundo a Organizao das Naes

    Unidas, os anos de 1975 a 2025, corresponder Era do Envelhecimento marcada pelo

    crescimento demogrfico da populao idosa, sendo que esse fato representa, um dos maiores

    triunfos da humanidade, tornando-se necessrio re-pensar as polticas e prticas de assistncia

    e cuidado ao idoso1, que proporcionem a esse segmento espao e reconhecimento das

    caractersticas e necessidades prprias dessa fase do ciclo da vida.

    1 GIACOMIN K. C. et al. 2004. Projeto Bambu: um estudo de base populacional da prevalncia e dos fatores

    associados necessidade de cuidador entre idosos. Dissertao (Mestrado em Sade Pblica, rea de

  • 14

    O idoso tem um papel fundamental em nossa sociedade e esse valor no

    reconhecido, so tratados como se fossem peas descartveis, ele seria a pessoa mais indicada

    a nos dar uma opinio, pois so pessoas vividas que nos servem de exemplo.

    Ser idoso no uma abstrao, porm uma condio visvel e que determina, de

    certo modo, as possibilidades de ao e inter-relacionamento social. O envelhecer no

    somente um momento na vida de um indivduo, mas um processo extremamente complexo e

    pouco conhecido, com implicaes tanto para quem o vivencia como para a sociedade que o

    suporta ou o assiste.

    Envelhecer uma propriedade particular, com vivncias e expectativas especficas

    que no reduzem a responsabilidade de vida e participao ativa no processo social,

    pois, mesmo velho o indivduo continua membro da humanidade (SALGADO,

    1988:4)

    Portanto, saber envelhecer uma virtude. Requer integrao dos anos vividos e

    aceitao do momento presente. Muitas pessoas tm medo da velhice, especialmente da

    incompreenso, do abandono, e da solido.

    Transio demogrfica no Brasil

    A transio demogrfica no Brasil tem sido muito mais acelerada do que nos

    pases desenvolvidos, o notvel crescimento da populao brasileira mostra com clareza

    quatro fases da transio demogrfica.

    A primeira fase caracterizada por uma alta fecundidade e uma alta mortalidade,

    o que acarreta numa populao predominantemente de jovens, na segunda fase, ainda h uma

    alta fecundidade, porm a mortalidade comea a diminuir. Na terceira fase, tanto a

    fecundidade quanto a mortalidade esto diminuindo, resultando no aumento do percentual de

    adultos e ao mesmo tempo, do nmero de idosos e na quarta fase, ocorre uma contnua

    reduo da fecundidade, acompanhada da queda contnua da mortalidade em toda a

    populao, aumentando de maneira expressiva o nmero de idosos2.

    Alguns termos so utilizados para designar os idosos: terceira idade, melhor

    idade, velhice. O termo velho ou velhote, na Frana do sculo XIX, era utilizado para

    concentrao em Epidemiologia) Programa de Ps-graduao da Faculdade de Medicina, Universidade Federal

    de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2 GIACOMIN K. C. et al. 2004. Projeto Bambu: um estudo de base populacional da prevalncia e dos fatores

    associados necessidade de cuidador entre idosos. Dissertao (Mestrado em Sade Pblica, rea de

    concentrao em Epidemiologia) Programa de Ps-graduao da Faculdade de Medicina, Universidade Federal

    de Minas Gerais, Belo Horizonte

  • 15

    designar indivduos que no possuam bens ou eram indigentes. Aqueles que tinham certa

    posio social e que administravam seus bens desfrutavam de respeito e eram denominados de

    idosos, pois o termo velho era associado decadncia e incapacidade para o trabalho.

    Somente com a influncia francesa que o termo idoso passou a ser utilizado em documentos

    oficiais no Brasil, pois mesmo j existindo em nosso vocabulrio, o termo no era utilizado

    (Gonalves, 2002).

    A transio demogrfica no Brasil exige estratgias para fazer frente ao aumento

    exponencial do nmero de idosos potencialmente dependentes, pois como afirmam os autores

    (Chaimowicz, 1998; Monteiro & Alves, 1995; Silvestre et al., 1996) esta faixa etria a que

    mais cresce no Brasil em termos populacionais3.

    Monteiro e Alves (1995) fazem uma analise dos aspectos demogrficos da

    populao idosa no Brasil, a partir dos dados do IBGE, e observaram uma grande mudana

    na estrutura etria da populao, pois, enquanto a populao com menos de 20 anos cresceu

    12% entre 1980 e 1991, a populao idosa cresceu 46% no mesmo perodo.

    Segundo Goldman (2003), os fatores demogrficos ocorrem devido ao aumento da

    expectativa de vida, pela reduo dos ndices de natalidade e de fecundidade nos ltimos 20

    anos.

    Corroborando com a idia acima citada, Camarano, (2002:58) apud Freitas

    (2004:19) diz que:

    O crescimento relativamente mais elevado do contingente idoso resultado de suas

    mais altas taxas de crescimento, dada alta fecundidade prevalecente no passado

    comparativamente atual e reduo da mortalidade. Enquanto o envelhecimento

    populacional significa mudanas na estrutura etria, a queda da mortalidade um

    processo que se inicia no momento do nascimento e altera a vida do indivduo, as

    estruturas familiares e a sociedade.

    Estima-se que a populao idosa crescer at 2005, de 16 vezes contra 5 vezes a

    populao total, havendo cerca de 34 milhes de idosos. Segundo previses da ONU, em

    2025, os sexagenrios vo ultrapassar os jovens com menos de 15 anos; o nmero de

    centenrios dever ser 16 vezes maior que o atualmente registrado e a populao com mais de

    80 anos vai se multiplicar por seis. Esta estimativa coloca o pas, em termos absolutos, com a

    sexta maior populao de idosos do mundo (Silvestre et al., 1996).

    3 Organizao Mundial da Sade. Conceito de envelhecimento. Disponvel em:

    http://www.cies.org.br/mgea1.asp. Acesso em 03 de maio 2009.

    http://www.cies.org.br/mgea1.asp

  • 16

    Assim, nota-se que o Brasil envelhece de forma rpida e intensa, e segundo

    estudiosos esse fato vem acontecendo em sua maioria devido ao baixo nvel socioeconmico e

    educacional e com uma alta prevalncia de doenas crnicas e causadoras de limitaes

    funcionais e de incapacidades.

    Conforme dados disponveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    (IBGE,2006) correspondentes ao ltimo censo demogrfico, o municpio de Ipor-GO no ano

    de 2006, possua uma populao total de 31.300 habitantes sendo zona urbana e zona rural, na

    zona urbana existe 12 693 habitantes so do sexo masculino e 13 356 habitantes so do sexo

    feminino.

    A populao com idade igual ou superior a 60 anos em Ipor era de 8,2%, o que

    correspondia a 2.396 indivduos idosos. Observa-se que o Municpio de Ipor teve um

    crescimento no segmento da populao com 60 anos e mais, acompanhando a tendncia

    nacional de envelhecimento populacional rpido, com taxa de crescimento mais acentuada na

    faixa de 80 anos e mais, refletindo o aumento da expectativa de vida constatada no municpio.

    Portanto, a questo demogrfica do envelhecimento traz dados importantes para a

    compreenso do fenmeno do envelhecimento e ressaltam a importncia de medidas efetivas

    que primem por melhores condies de vida para uma populao a cada dia mais envelhecida.

    Acredita-se que o crescimento da populao idosa no pas merece, cada vez mais,

    o interesse dos rgos pblicos, das polticas sociais e da sociedade em geral, devendo ser

    levado em considerao, principalmente, as caractersticas demogrficas, econmicas, sociais

    e de sade do pas.

    A sade do idoso

    O envelhecimento como fato biolgico, no pode ser contido, entretanto, h a

    possibilidade de impedir manifestaes patolgicas da velhice. Por isto, os idosos no devem,

    necessariamente, ser banidos do convvio na esfera social da qual pertencem.

    Para o idoso a inatividade um dos mais graves problemas, pois este passou toda

    a vida realizando atividades para garantir o seu sustento e o da famlia, mas com a chegada da

    terceira idade tudo se transforma, ele obrigado, muitas vezes, a passar de sustentador de uma

    famlia para sustentado por esta. O homem trabalha, cria vnculos com os amigos de trabalho

    e este passa a ser essencialmente seu meio social.

  • 17

    Para reconhecer a qualidade na prestao de servio de sade do idoso, necessrio

    se faz compreender o conceito, que de acordo com o dicionrio de termos tcnicos de

    medicina e sade, organizado por Lus Rey4, a sade pode ser definida como:

    "Sade uma condio em que um indivduo ou grupo de indivduos capaz de

    realizar suas aspiraes, satisfazer suas necessidades e mudar ou enfrentar o

    ambiente. A sade um recurso para a vida diria, e no um objetivo de vida; um

    conceito positivo, enfatizando recursos sociais e pessoais, tanto quanto as aptides

    fsicas. um estado caracterizado pela integridade anatmica, fisiolgica e

    psicolgica; pela capacidade de desempenhar pessoalmente funes familiares,

    profissionais e sociais; pela habilidade para tratar com tenses fsicas, biolgicas,

    psicolgicas ou sociais com um sentimento de bem-estar e livre do risco de doena

    ou morte extempornea. um estado de equilbrio entre os seres humanos e o meio

    fsico, biolgico e social, compatvel com plena atividade funcional." ( Luis Rey,

    1999, p. 845)

    Corroborando com a idia acima citada tem-se na Constituio da Organizao

    Mundial de Sade (OMS) que a define como o estado de completo bem estar fsico, mental e

    social e no meramente a ausncia de doenas.

    Diante do conceito exposto, nota-se que o que pode diferenciar a pessoa saudvel

    da doente a habilidade que se tem (ou no) para lidar com tais tenses. Portanto, mostra-se

    necessrio, no atendimento as pessoas com problema de sade pessoas que possam ajudar o

    doente a enfrentar as adversidades da vida ou seja, super-las.

    A questo da sade do idoso no Brasil, em termos das polticas pblicas para o

    setor, tratada no conjunto das medidas relacionadas aos programas de desenvolvimento

    social.

    Para Leme (1997);

    As polticas sociais devem estar voltadas a resgatar a dvida com os excludos do

    processo de desenvolvimento, e no Brasil a responsabilidade pelo desenvolvimento

    social competncia de todas as esferas de governo bem como da prpria sociedade,

    responsabilidade esta constante na Constituio Federal, promulgada em outubro de

    1988, e desdobrada em leis complementares e ordinrias.

    A evoluo das reformas no setor sade na ltima dcada mostra um movimento

    na direo da busca de alternativas de modelo de prestao de servios, que foi claramente

    influenciada pelos conceitos advindos da promoo da sade, os quais sero provavelmente

    "um dos eixos das futuras reformas" (VIANA E DALPOZ, 1998).

    4 Dicionrio de termos tcnicos de medicina e sade segunda edio Organizado por Lus Rey

    Editora Guanabara Koogan

  • 18

    De acordo com o texto da Lei 8.842/94, a Poltica Nacional do Idoso tem por

    objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condies para promover sua

    autonomia, integrao e participao efetiva na sociedade.

    Vale ressaltar as disposies do artigo 3 desta lei, que trata o envelhecimento

    populacional como uma questo de interesse da sociedade em geral e reconhecem a

    necessidade de se considerarem s diferenas econmicas, sociais e regionais existentes no

    Pas na formulao de polticas direcionadas aos idosos.

    Hoje, existe uma legislao especfica para a terceira idade, onde so definidos

    seus direitos e obrigaes, tanto da sociedade quanto do prprio idoso, o envelhecimento

    implica em mais investimento em sade, educao e habitao. Atualmente, cerca de 25% do

    oramento do Ministrio da Sade destinado aos idosos.

    Ao chegar terceira idade, as necessidades e dificuldades so ampliadas e a

    populao no tem estrutura para suportar esta adversidade, preciso que a sociedade se

    organize e exija uma postura correta em relao ao envelhecimento, j que a rpida mudana

    de enfoque da rea da sade. Como bem lembra Wagner et al (2000),

    "(...) A sade enquanto servio existe para atender ao paciente, o qual deve ser

    objeto de seu interesse. No cabem dentro da proposta atitudes como "eu sou o

    responsvel pela sua sade"- tem de existir parceria com o usurio. No se detm o

    conhecimento cientfico, o profissional tem mais informao - mas o paciente e sua

    famlia tambm tm - desta interao que se promove a sade e se consegue

    eficincia na ao."

    importante ressaltar que o acesso do idoso aos direitos especiais que lhe so

    destinados em lei expresso da sua cidadania e, como tal, deve ser viabilizado tanto pela

    esfera governamental, quanto pela sociedade civil.

    O Ministrio da Sade apresenta ento o Programa de Sade da Famlia

    (Ministrio da Sade, 1994), explicitamente como estratgia de mudana do modelo

    assistencial, e como um projeto estruturaste do Sistema de Sade, visando essencialmente a

    organizao de sua rea bsica, norteada por uma srie de princpios e estratgias constantes

    nos documentos ministeriais a partir de ento. Entre eles destacam-se: a definio de um

    territrio de atuao, a integralidade, a nfase nas aes de promoo da sade, a

    responsabilizao para com a sade da populao adstrita, o planejamento local por

    problemas, a atuao intersetorial e a humanizao do atendimento.

  • 19

    Qualidade de vida e capacidade funcional do idoso

    O ser humano, infelizmente, no raro vive em um constante mal-viver. Em outras

    palavras, pode-se afirmar que ele no tem, ou tem poucos momentos de felicidade e prazer.

    Isso faz com que se tenha tambm maior suscetibilidade s doenas. A qualidade de vida do

    ser humano, no sentido amplo da expresso, somente compreendida se for captada nas suas

    mltiplas dimenses, como a vida no trabalho, a vida familiar e a vida na sociedade, a

    espiritualidade, enfim, em toda a vida.

    Qualidade de vida uma expresso que vem se tornando corriqueira ao longo dos

    tempos, mas que se reveste de grande complexidade, dada a subjetividade que representa para

    cada pessoa ou grupo social, podendo representar felicidade, harmonia, sade, prosperidade,

    morar bem, ganhar salrio digno, ter amor e famlia, poder conciliar lazer e trabalho, ter

    liberdade de expresso, ter segurana, ter uma moradia digna. E pode significar todo esse

    conjunto de atributos e/ou benefcios.

    Segundo Nri (2005), o interesse pela qualidade de vida na velhice ainda

    incipiente e fragmentado no Brasil, devido ser um fenmeno social muito recente e, por

    inserir-se num quadro de forte desigualdade social e de acentuadas carncias, em que uma

    minoria, como os idosos, no chega a constituir demandas capazes de mobilizar a sociedade

    em favor do atendimento de suas necessidades .

    A qualidade de vida uma busca pessoal e social que deve ser constantemente

    reavaliada e reajustada, na velhice um fator que se relaciona a uma multiplicidade de

    aspectos e influncias referentes ao processo de envelhecimento.

    Para Lawton (1983) apud Freitas (2004:271):

    A qualidade de vida na velhice est diretamente relacionada interao de vrios

    fatores construdos ao longo da vida. Esses fatores compreendem carga gentica, estilo

    de vida, relaes sociais e familiares, capacidade laborativa, educao, suporte

    econmico e ambiente fsico (Neri, 1993 apud Freitas, 2004:271).

    Entende-se que a qualidade de vida de idosos Institucionalizados precisa envolver

    atividades assistenciais e educativas nas reas sociais e de sade, pois esta uma das questes

    mais importante que se interrelaciona ao envelhecimento, pois atua diretamente na forma

    como este ir encarar a sua velhice.

    Para Cortelletti, Casara & Herdia (2004:47)

    O cuidado com a sade importante em qualquer etapa e mais ainda em idade

    avanada, no porque o envelhecimento seja sinnimo de enfermidade, seno porque,

  • 20

    na velhice, as pessoas tm maior propenso a adoecer, j que so mais frgeis ao

    diminuir sua capacidade de adaptao s agresses externas e internas (Cortelletti,

    Casara & Herdia, 2004:47).

    Hoje em dia, a sade das pessoas idosas, uma questo de sade pblica e no

    pode ser entendida como de responsabilidade individual, pois demanda por polticas sociais

    que devem impactar sob os sistemas de sade, educao, planejamento dos ambientes de

    trabalho e dos espaos urbanos, sistema de seguridade social e tambm sob o modelo de

    formao e atuao dos profissionais que cuidam desses assuntos.

    Para Freitas (2004, 28), possvel buscar o envelhecimento saudvel atravs da

    promoo da sade e da preveno de doena, mantendo a capacidade funcional pelo maior

    tempo possvel (Freitas, 2004:28).

    A Capacidade funcional define-se como a condio que o idoso tem em se manter

    independente, conduzindo sua prpria vida, decidindo e atuando, ou seja, utilizando as

    habilidades que o indivduo tem para desempenhar suas atividades do dia a dia.

    Acredita-se que adicionar qualidade, para a pessoa idosa, implica manuteno da

    autonomia, auto-satisfao, participao e a possibilidade de atuar em variados contextos

    sociais.

    Para Freitas (2004:33) a sade a chave para uma boa vivncia do processo de

    envelhecimento, mas depende corretos hbitos de vida, insero familiar, insero social e

    adequao ambiental.

    Portanto, para se ter um envelhecimento saudvel e tranqilo se faz necessrio que

    os homens usufruam suas potencialidades e disponibilidades, vivam intensamente o momento,

    dando sentido e novos significados para a vida na idade avanada.

    O idoso institucionalizado

    As instituies asilares dirigidas ao idoso, quanto s caractersticas normalmente

    so locais com espao e reas fsicas semelhantes a grandes alojamentos. Raras so as

    instituies que mantm pessoal especializado para assistncia social e sade ou que

    possuam uma proposta de trabalho voltada para manter o idoso independente e autnomo.

    Eles vivem, na maioria das vezes, como se estivessem em reformatrios ou internatos, com

    regras de entradas e sadas, poucas possibilidades de vida social, afetiva e sexual ativa.

    Segundo dados do Ministrio da Sade, de acordo com a Lei 8.842/94, a

    modalidade asilar foi estabelecida para suprir a ausncia da famlia e assistir o idoso nos casos

  • 21

    de abandono ou pobreza, pois o idoso institucionalizado apresenta diversas necessidades

    sociais, de sade e de autonomia, nas atividades dirias. Essa lei criou normas para os direitos

    sociais dos idosos, garantindo autonomia, integrao e participao efetiva como instrumento

    de cidadania.

    No Brasil, embora grande proporo de idosos institucionalizados seja dependente

    por problemas fsicos ou mentais, a misria e o abandono so os principais motivos da

    institucionalizao5. Portanto, se a velhice e a longevidade se colocam como um novo

    problema a ser enfrentado, importa garantir aos idosos, entre outros, o primeiro e mais

    fundamental direito humano: o direito a ter direito.

    De acordo com a nova Constituio brasileira (1988), a famlia, a sociedade e o

    Estado tm o dever de cuidar dos idosos, assegurando-lhes uma participao na vida

    comunitria, protegendo sua dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito vida (art.

    230).

    O ato de cuidar entendido, segundo Boff (1999) apud Pinheiro & Freitas

    (2004:274), como um fundamento que nos possibilita dotar a existncia humana do seu

    carter essencialmente humano. Portanto, o cuidado envolve extrema responsabilidade e

    garantia da sobrevivncia.

    Segundo Boff (1999), muitos idosos encaram o processo de institucionalizao

    como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximao da morte, alm da ansiedade

    quanto conduo do tratamento pelos funcionrios.

    Uma instituio asilar pode provocar mudana no estilo de vida do idoso, que

    passa a ser caracterizado pela passividade, pela no-participao, pela ausncia do exerccio

    da autonomia, supondo alteraes profundas que conduzem a atitudes de espera. Essa

    mudana no uma opo pessoal, mas provocada pela condio de ser asilado.

    Segundo Cortelletti, Casara & Herdia (2004), as instituies voltadas para o

    asilamento de idosos caracterizam-se como um grupo de pessoas que convivem num mesmo

    espao fsico, perante uma organizao estabelecida, com hierarquias definidas, e pela diviso

    interna do trabalho. Apresenta denominaes variadas, mas tem em comum a funo de

    propiciar pessoa idosa, o atendimento por meio de hospedagem permanente, assistncia

    sade de forma direta ou indireta, e algumas atividades de ocupao e lazer, recebendo o

    cuidado necessrio para o bem estar.

    5 Chaimowicz F. Os idosos brasileiros do sculo XXI: demografia, sade e sociedade. Belo Horizonte (MG):

    Postgraduate; 1998.

  • 22

    Sabe-se que as pessoas idosas institucionalizadas so aqueles que vivem em uma

    instituio para receber cuidados e apresentam caractersticas e necessidades distintas.

    Para Boff (1999, p. 33), cuidar mais que um ato; uma atitude. Portanto abrange

    mais que um momento de ateno, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupao,

    preocupao, de responsabilizao e de envolvimento afetivo com o outro.

    Cuidar na realidade, uma atitude que necessita de preocupao, ocupao,

    responsabilidade e envolvimento afetivo com o ser cuidado. Assim deve ser o cuidado com o

    idoso institucionalizado, que devido ausncia da famlia, ou at mesmo pelo fato de se

    encontrar num ambiente totalmente desconhecido, pode buscar o isolamento social,

    precisando este de ajuda quer seja de cuidadores, enfermeiros, mdicos, fisioterapeuta, ou

    outros profissionais para motivar os mesmos a realizar atividades educativas no sentido de

    que estes se mostrem mais ativos, excluindo os fatores agravantes das alteraes do prprio

    processo de envelhecimento, como a inatividade e depresso.

    Alguns autores como Assis (1999), Stefanelli (1993) e Kron e Gray (1994),

    afirmam que a comunicao de fundamental importncia para dinamizar as relaes entre as

    pessoas e em especial entre os idosos nos grupos de convivncia em instituio asilar6.

    Segundo Assis (1999), a dificuldade do convvio social dos idosos quer na famlia

    ou na Instituio Asilar, pode ser conseqncia das alteraes fisiolgicas e fisiopatolgicas

    decorrentes do envelhecimento.

    A comunicao uma necessidade como estratgia para o estabelecimento das

    relaes interpessoais e adquiram confiana mtua e possam criar um ambiente de sinceridade

    e amizade.

    Segundo Stefanelli (1993) a comunicao permeia toda a ao do ser humano,

    possibilitando a interao, o compartilhamento com as idias e anseios para minimizar o

    sofrimento e a necessidade de ajuda.

    A comunicao ainda essencial para a sobrevivncia do homem, em especial

    para o idoso, para que mantenha suas relaes sociais e possam minimizar a carncia afetiva e

    emocional. Pois a comunicao de fundamental importncia para se aprender a lidar com as

    pessoas em qualquer situao.

    6 ASSIS, H. A importncia da adequao de atividades desenvolvidas nas instituies de amparo a idosos e sua

    relao com as atividades realizadas na vida pregressa. 1999. 180 f. Dissertao (Mestrado) Escola de

    Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999.

  • 23

    Nesse sentido, Kron e Gray (1994) acrescentam que, a comunicao uma troca

    de idias e informaes. Ela mais do que apenas dizer palavras. Ela entra em todas as

    facetas de nossas atividades cotidiana e relaes pessoais...

    Sabe-se que a comunicao um instrumento fundamental para a convivncia do

    ser humano seja ele idoso ou no. Entretanto, para que a comunicao se torne efetiva precisa-

    se de habilidade, sensibilidade, ateno, pacincia, interesse e amor, para se perceber e

    entender a necessidade de se comunicar principalmente com pessoa idosa.

    Caldas (1998), corroborando com a idia do autor acima acrescenta que "a

    comunicao como processo colabora com a qualidade dos relacionamentos e a pessoa idosa

    necessita de relacionamentos que os motive para que possam melhorar sua convivncia na

    comunidade.

  • 24

    2 METODOLOGIA

    Tipo de estudo

    Este estudo de carter descritivo e analtico, com uma abordagem qualitativa,

    que buscou conhecer as percepes dos idosos sobre o envelhecimento e as condies de vida

    dessa populao que reside na Vila Vida, na cidade de Ipor.

    A pesquisa qualitativa contribui para a compreenso do ser social no momento

    histrico em constituio, buscando compreender a complexidade e as contradies, como

    tambm a imprevisibilidade dos fatos, "(...) assim o pesquisador ativo descobridor do

    significado das aes e relaes que se ocultam nas estruturas sociais (...)", segundo a

    afirmao de Chizotti (1998, p. 28). Tendo a oportunidade de apurar as informaes

    repassadas de forma ntegra, evitando uma camuflagem dos dados coletados.

    Sujeito e amostra do estudo

    Os sujeitos da pesquisa foram seis idosos que tinham entre 60 e 92 anos, com

    mdia de idade de 68 anos, idade prxima expectativa de vida no Brasil. Quanto ao sexo,

    quatro eram mulheres e dois eram homens. Cinco so aposentados e recebem um salrio

    mnimo; o outro no possui renda e aguarda a aposentadoria.

    Os idosos que compuseram a amostra foram convidados e voluntrios lcidos

    com condies satisfatrias de sade para a realizao da coleta de dados, sendo capazes de

    responder perguntas sobre suas principais caractersticas, necessidades, o motivo de estarem

    asilados e a respeito de como vivem, o que pensam e sentem dentro da instituio.

    Princpios ticos Adotados Para Este Estudo

    Este estudo incorporar os princpios ticos da resoluo 196/96 que rege a

    pesquisa em seres humanos, conforme orientao do Conselho Nacional de Sade (BRASIL,

    1996). Os sujeitos que foram convidados a participarem da pesquisa foram devidamente

    esclarecidos dos objetivos da pesquisa, de como seus depoimentos seriam utilizados e tiveram

    a garantia de que suas identidades seriam preservadas.

  • 25

    O modelo do termo de consentimento livre e esclarecido utilizado para obter as

    entrevistas est apresentado no final do trabalho (Apndice C)

    Os (as) entrevistados (as) responderam a um questionrio socioeconmico e,

    posteriormente, foram entrevistados individualmente, com a utilizao de um gravador. As

    entrevistas duraram em mdia vinte minutos.

    Instrumento de Coleta de Dados

    Para a realizao desse trabalho foram utilizados dois procedimentos que

    permitiram encontrar o caminho para o desenvolvimento dos estudos e sua execuo.

    O procedimento inicial foi a pesquisa bibliogrfica que permitiu o contato com a

    literatura sobre o assunto da pesquisa, mostrando-se que

    "Envelhecer uma propriedade particular, com vivncias e expectativas especficas

    que no reduzem a responsabilidade de vida e participao ativa no processo social,

    pois, mesmo velho o indivduo continua membro da humanidade" (SALGADO,

    1988:4)

    O segundo procedimento foi a pesquisa de campo, com realizao de visitas

    Vila Vida, observao das relaes dos idosos asilados e entre eles e funcionrios e conversas

    informais com a coordenadora da instituio e alguns asilados.

    As entrevistas semi-estruturadas baseadas em roteiro tpico foram realizadas com

    uma amostra suficiente para avaliar a opinio dos idosos sobre como vivem na Vila Vida de

    Ipor.

    A ordem/seqncia metodolgica de primeiro observar e depois entrevistar

    explica-se por considerar que as informaes obtidas na entrevista poderiam influenciar na

    observao, o que deixaria a pesquisa com menor grau de fidedignidade. Alm disso, aspectos

    observados em campo tornam-se importantes para a formulao das perguntas.

    A observao

    Segundo Bogdan e Biklen (1994), na observao, o pesquisador deve colocar-se

    na situao pesquisada, de modo a interagir com os sujeitos estudados a fim de estabelecer

    canais de comunicao. Tudo o que for observado deve ser registrado em um dirio de campo.

  • 26

    Conforme Ldke e Andr (1986, p. 25), para que se torne um instrumento vlido

    e fidedigno de investigao cientfica, a observao de campo precisa ser antes de tudo

    controlada e sistemtica.

    Aps a insero na instituio asilar, o momento da observao, buscou-se ouvir a

    voz dos idosos, observando como vivem, como so tratados, como se relacionam com os

    demais, etc.

    A entrevista

    Aps o perodo de observao, foi realizada uma entrevista aos idosos, que

    segundo Trivios (1992), a entrevista semi-estruturada

    [...] parte de certos questionamentos bsicos, apoiados em teorias e

    hipteses, que interessam pesquisa, e que, em seguida, oferecem

    amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipteses que vo

    surgindo medida que se recebem as respostas do informante. Desta

    maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu

    pensamento e de suas experincias dentro do foco principal colocado

    pelo investigador, comea a participar na elaborao do contedo da

    pesquisa (p.146).

    Na elaborao do roteiro da entrevista, teve-se a preocupao de formular

    perguntas de forma clara e precisa, para que pudessem ser respondidas sem dificuldades.

    As entrevistas foram realizadas individualmente e conforme disponibilidade dos

    idosos. O anonimato dos respondentes foi preservado, conforme foi informado anteriormente.

    Antes de iniciar a observao e entrevista aos idosos a pesquisadora realizou uma

    entrevista com a Coordenadora da instituio para apresentar a inteno da pesquisa, conhecer

    dados sobre a instituio e ento solicitar o consentimento para conhecer e entrevistar os

    idosos residentes.

    Aps a entrevista (Apndice A) com a coordenadora, realizou-se uma observao

    na instituio e nas residncias dos idosos, onde teve-se uma conversa informal com aqueles

    moradores informando-os do objetivo do estudo que estaria sendo realizado e solicitando

    consentimento em participar da entrevista, assinando um termo de consentimento (Anexo A).

    Esse termo autorizava a concordncia, a Universidade em utilizar as informaes

    e dados referentes s respostas do questionrio mantendo a privacidade pessoal para fins

    de estudo e aprendizado, apresentao em congressos, publicao em livros e revistas

    cientficas, publicaes on-line, internet e outras atividades cientficas, tanto no pas como no

    exterior, respeitada toda a legislao vigente.

  • 27

    As entrevistas foram individuais, realizadas pela mesma investigadora, gravadas,

    transcritas e analisadas atravs dos aspectos: ligados ao ato de envelhecer o que eles

    consideram envelhecimento, sobre a sade e concepo sobre a vida na instituio asilar.

  • 28

    3 A VILA VIDA E AS PERCEPES DE IDOSOS SOBRE ENVELHECIMENTO E

    ASILAMENTO

    A Vila Vida uma instuio asilar formada por 20 casas, no municpio de Ipor-

    GO, nas quais podem residir duas pessoas idosas a partir de 60 anos, sem distinguir raa,

    sexo, cor, credo, profisso, nacionalidade, condio social, orientao sexual ou poltica.

    Possui uma estrutura para abrigar quarenta idosos, com condies adequadas e adaptada s

    necessidades dos idosos, seguindo normas especficas de segurana.

    Esse instituto asilar composto por casas, que foram construdas e cedidas pela

    prefeitura para os idosos viverem por quanto tempo desejarem, desde que sigam as normas

    que so exigidas no estatuto da Vila Vida.

    Em cada casa, geralmente reside o casal de idosos, em exceo de algumas que

    so irmos ou amigos, mas sempre dois moradores, que custeiam suas prprias despesas,

    menos gua e energia que tambm so pagos pela prefeitura.

    As casas contam com uma sala, cozinha, quarto, banheiro e rea de servio. Estes

    so ambientes pessoais, onde a famlia ou o prprio idoso pode decorar e cuidar para ter um

    clima mais agradvel. Tem alguns casos que os moradores possuem ajudantes para cuidar da

    casa, outros contam com ajuda de filhas e outros tentem fazer conforme as suas condies

    lhes permitem.

    Em quase 90% das casas tem televiso com antena parablica, sof, geladeira,

    fogo, mesa etc.

    Alm das residncias, a instituio asilar conta com salo de dana, onde acontece

    todas as sextas-feiras a noite de forr principal atividade desenvolvida pelos moradores.

    Tem ainda uma piscina onde oferecido aulas de hidroginstica, salo para

    oficina de costura, bordado e artesanato e uma sala de alfabetizao, porm poucos moradores

    participam dos projetos oferecidos que visam integrao social e o bem estar fsico e mental

    do idoso.

    Mas os moradores entrevistados dizem no gostar de praticar aulas de

    hidroginstica que oferecido por um professor contratado pela prefeitura, pois no gostam

    de gua fria. Segundo Machado (1997), no Brasil, medida que o indivduo vai envelhecendo

    diminui sua atividade fsica, e a falta de hbito em procurar um lazer ativo faz com que o

    idoso se torne mais sedentrio do que era na fase adulta.

    As instalaes propiciam conforto e tranqilidade, alm de contar com espao

    para um bom convvio social e lazer. Os idosos apesar de viverem de forma independente,

  • 29

    possuem apoio para o que precisarem, tendo, inclusive liberdade para sair quando quiser para

    passear ou fazer compras, desde que cheguem at as 22hs.

    O horrio de visitas aberto, tendo assim os familiares muita liberdade para

    acompanhar de perto como vivem seus parentes.

    A instituio possui registros para o levantamento de dados sobre a sade dos

    idosos, seus dados pessoais, como: uso de medicamentos, doenas crnicas ou no, etc.

    O acesso a novos moradores na instituio limitado em relao demanda por

    vaga existente, visto que apenas uma pequena parcela da populao de idosos da cidade de

    Ipor-GO pode usufruir desses tipos de servios, que muito tem contribudo com o bem estar.

    Aps a analise das entrevistas foi possvel perceber que os idosos percebem o

    envelhecimento de forma heterogneo.

    Quando perguntamos a J.M.A. sobre o que ela considera envelhecimento, vimos

    que ela demonstra em sua fala uma capacidade de compreender com clareza as diferenas e as

    perdas que os anos trazem.

    Pra mim ser velho significa no ter medo de olhar no espelho, temos que aceitar as

    rugas, os cabelos brancos e fraqueza do corpo que a cada dia aumenta, a gente

    aprende a conviver com a perdas que os anos causa Ser velho no quer dizer no ter

    sade. preciso s ter uma vida digna, ter o dinheiro para os remdios e tambm ter

    a presena da famlia. ( J. A. M., 87 anos).

    No mesmo entendimento, tem-se a fala de A. P. S., que aceita a fase do

    envelhecimento como qualquer fase da vida.

    Ser velho ter experincia, pra mim uma coisa muito boa, saber viver os

    momentos bons... se voc tem sade, voc tem mais alegria, mais nimo. saber se

    divertir nessa idade, porque mesmo velho gosto de danar. Eu gosto de passar a mao

    no rosto da minha namorada e tambm gosto que ela cuida de mim. (A. P.S., 75

    anos).

    Temos tambm a fala do senhor P. G. F. que no v o envelhecimento como

    algum obstculo, mas sim, mais uma etapa vivida, que nem todas as pessoas tm o privilgio

    de alcanar.

    Nas palavras de P. G. F. o envelhecimento no est relacionado com a velhice,

    com o ser velho, e visto como um processo natural que todos estamos sujeitos a vivenciar

    em um determinado perodo de nossas vidas.

    Envelhecer pra mim, conseguir mais uma etapa, pos agente nasce, cresce,

    envelhece e morre, mas nem todos chegam l. Eu, toda sexta-feira agarro na cintura

    das mui e dano at molhar a camisa. Estou de bem com a vida. E at posso fazer

    minhas coisas sozinho, sem ficar dependendo de ajuda pra tudo. Pra mim envelhecer

  • 30

    no deixar os cabelos brancos aparecer e mostrar que ta tudo bem, porque da

    fica. ( P. G.F., 89 anos)

    No entanto, para M. G. B., 62 anos, envelhecimento sinnimo de solido,

    percebemos atravs de sua fala que sente falta de visita de parentes e amigos, acha que foi

    deixada de lado. Para esta entrevistada o idoso invadido por sentimentos de abandono.

    Minha filha! Pra mim, ser velho ser deixada de lado, principalmente pela famlia.

    Estou aqui a 2 anos e nunca ningum veio me ver, nem filhos, nem amigos. Eu que

    as vezes vou na casa de algum, mas nem recebo ateno. no ter voz ativa. s vezes

    eu mesmo me abandono, por achar que no tenho mais valor, que no sirvo mais para

    nada. Na gosto da noite de forr e nem de ir na casa de vizinhos. Queria muito receber

    ateno, ou ate mesmo algum me perguntar: como vai? (M. G. B., 62 anos)

    Herdia, Cortteletti e Casara (2004, p.5) em estudo sobre a percepo dos idosos

    sobre o abandono descrevem:

    ... ser sozinho no mundo, estar s, sem ningum para partilhar a vida, para auxiliar

    durante a velhice. ficar s pela perda de companheiro, filhos, familiares ou amigos.

    sentir-se sozinho, ainda que rodeado de seres humanos, pela falta de um bem-querer

    espontneo e sincero, de carinho, de amor dos filhos, do aconchego da famlia, da

    intimidade com o outro (...) no ter nada.

    Nesse sentido, observou-se um aspecto sobre o envelhecimento que foi

    demonstrado por Bassit (2004, p. 143) de que envelhecer uma experincia nica para cada

    indivduo, diversificada entre pessoas de um mesmo grupo social e heterognea tanto entre

    indivduos como em diferentes grupos sociais. Sendo assim, o processo de envelhecimento,

    em funo de sua mltipla determinao, implica diversidade, individualidade e variabilidade

    entre os indivduos.

    Existem vrios conceitos de envelhecimento, variando de acordo com a viso

    social, econmica e principalmente com a independncia e qualidade de vida do idoso, nota-

    se que foram encontradas opinies diferentes, de pessoas com as mesmas qualidade de vida

    em relao ao lugar onde residem, mas porem, no recebem o mesmo apoio familiar.

    A maioria v a velhice como uma fase natural do percurso de vida, no sendo

    necessariamente caracterizada pela doena, perda da autonomia, independncia e nem

    passando obrigatoriamente pelo abandono.

    No aspecto ligado a sade, procuramos conhecer as percepes dos idosos

    entrevistados sobre o que ter sade, quais os atendimentos mdicos que recebem e como so

    tratados os casos de doentes que necessitam de medicamento de alto custo e no do conta de

    adquirir por conta prpria.

  • 31

    Sabe-se que o idoso tem direito garantido em lei de ter assistncia, e que esta seja

    prestada com qualidade. Conforme traz no Estatuto do Idoso de (2003, p. 12), em seu captulo

    IV, diz que:

    assegurada ateno integral sade do idoso, por intermdio do Sistema nico

    de Sade (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitrio, em conjunto

    articulado e continuo das aes e servios, para a preveno, promoo, proteo e

    recuperao da sade, incluindo a ateno especial s doenas que afetam

    preferencialmente os idosos (...).

    Com relao ao estado de sade, trs pessoas que foram entrevistadas informaram

    que possuem problemas, como hipertenso e cardiopatias; uma pessoa e os outras duas com

    incidncia de colesterol alto, dores nas articulaes, na coluna, etc.

    No tocante a realizao de exames mdicos de rotina, cinco pessoas disseram

    fazer exames constantemente e apenas uma pessoa declarou que no faz esses tipos de

    exames, porque acha que no tem necessidade de ir ao mdico sem que esteja doente.

    De acordo a autora Giacomin et al. (2005), a prtica do cuidado s pessoas idosas

    exige uma abordagem global, interdisciplinar e multidimensional. O idoso deve realizar os

    exames de rotina para procurar promover a qualidade de vida. Segundo esta autora:

    importante viver muito, mas fundamental viver bem. A promoo do

    envelhecimento saudvel, isto , envelhecer mantendo a capacidade funcional e

    autonomia, reconhecidamente a meta de toda ao de sade. A promoo e

    preveno em sade no terminam quando se faz 60 anos.

    No que diz respeito aos gastos com a sade: algumas pessoas entrevistadas

    disseram satisfeitos com o servio oferecido pela coordenadora da Vila Vida que solicita da

    Secretaria de Sade toda a medicao prescrita pelos mdicos, por isso no precisam gastar

    seu dinheiro, porm alguns dos entrevistados reclamaram de alguns gastos com remdios que

    no so adquiridos gratuitamente.

    Para os entrevistados, a produtividade est relacionada capacidade para realizar

    as tarefas do dia a dia. A maioria dos entrevistados relata terem boa sade, pois conseguem

    cuidar da casa sozinho, limpar e cozinhar.

    Podemos constatar isso na fala do senhor J.A.M. quando nos diz que:

    Sade pra mim poder fazer minhas coisinhas. Sinto muita dor no corpo, no

    consigo ficar muito tempo em p, no fao mais os servios de casa. ( J. A. M., 87

    anos).

  • 32

    Pra mim ter sade, poder trabalhar, pois eu mesmo no dando conta de andar

    muito, consigo trabalhar fazendo meus palitinhos pra churrasco e nem dou conta de

    todas as encomendas. Isso ter sade poder ganhar o seu sustento, dor agente sente

    algum dia, mas no sinal de doena. ( P. G.F., 89 anos)

    Dados de pesquisas como de ANDREOTTI e OKUMA (1999) tambm

    evidenciam esses resultados, mostrando que a maioria da populao idosa mundial, mesmo

    apresentando algumas dificuldades na realizao das atividades, independente. Essas autoras

    ainda deixam claro que a dependncia no uma situao que se traduz para uma totalidade

    dos idosos, nem mesmo uma condio que todos tero que passar quando envelhecerem.

    A questo de ter ou no sade para essas pessoas parece ser compreendida por

    uma questo de no ter sofrimento, ou no sentir dor, como nos afirma M.G.B:

    Pra mim ter sade, no sentir dor, nem de cabea, porque as vezes minha cabea

    di muito, da eu tomo um remdio logo passa. Mas eu no gosto de sentir dor.

    porque tem gente que doente, di aqui, di ali, tem problemas, agora eu no, at

    hoje no deu problemas, s dor de cabea. (M. G. B., 62 anos).

    J para alguns, a sade refere-se a um estado de harmonia ou alegria de viver, o

    que compe, sem dvida, a sade mental e psicolgica de uma pessoa.

    Ter sade ter muita paz e tranquilidade, e na vila assim, ningum da palpite nas

    minhas coisas, quando a gente d conta de fazer as nossas coisas, ai no precisa de

    outra pessoa para ajudar em tudo, dar comida, dar banho, remdio. ( A. M.S., 80

    anos).

    Mesmo nos informando a presena de algumas doenas, os idosos entrevistados

    conservam que a capacidade para a realizao de atividades bsicas e instrumentais da vida

    diria, traz uma certa autonomia e independncia.

    Vrios estudos como de Stessman et al (2002) demonstraram que a atividade

    fsica exerce considervel influncia sobre a capacidade funcional dos idosos, no sentido de

    manter a independncia desses idosos nas vrias atividades em que so solicitados ao longo

    de seu cotidiano.

    Ter sade pra mim, e poder fazer minhas coisinhas sem depender de ningum.

    Mesmo quando aparece uma dorzinha aqui ou acol, isso no motivo de falar que

    estou doente. Eu nunca fiquei doente, aqui uma beleza. (...) Tem mdico, se voc

    precisa de ajuda. Muita amizade, e at forr pra danar e no endurecer as

    pernas.(U. C. S. 90 anos)

  • 33

    Segundo Lorda (1995) apud Salvador (2004) a dana uma atividade fsica

    recreativa identificada como uma das intervenes de sade mais significativas na vida das

    pessoas de idade mais avanada.

    Devido divulgao da dana como meio de promoo de sade e sendo uma

    atividade muito praticada por grupos de idade avanada, esta considerada uma das mais

    completas formas de atividade na viso de vrios autores, pois trabalha o fsico, o psicolgico

    e tambm o social que nessa fase da vida so afetados por vrios fatores relacionados ao

    tempo.

    Ao analisarmos as falas dos entrevistados sobre o significado de sade,

    percebemos que o conceito de sade na sua percepo sempre algo de suma importncia e

    fundamental para obter qualidade de vida. ter condies em se adaptar aos problemas

    cotidianos e as atividades que lhe so requeridas pelo ambiente em que vivem, ou seja, podem

    realizar seu auto cuidado e administrar seu dia-a-dia sem ajuda.

    Segundo Brunner & Suddarth et al (2006), o idoso frgil experimenta mltiplos

    problemas ou sndromes. A doena quer aguda, quer crnica, geralmente resulta de diversos

    fatores em lugar de uma etiologia nica.

    Buscando conhecer como os entrevistados resumem qualidade de vida,

    encontramos em sua maioria que a satisfao com a prpria vida e bem estar social. Nota-se

    que tal fato tem influncia do passado que cada um viveu durante seu desenvolvimento.

    Recuperam e reexaminam suas lembranas, sentimentos, valores, opinies, e as relaes

    interpessoais estabelecidas ao longo da vida.

    Alguns idosos informaram possuir qualidade de vida boa, mas alguns

    complementaram dizendo que qualidade de vida ter sade atravs de uma boa alimentao,

    atividade fsica, prazer em viver, atividades de lazer, convvio com a famlia unida e ter

    carter, sendo honesto.

    Pra mim qualidade de vida viver bem. Eu, j tive muito dinheiro, at fazenda, mas

    como voc pode ver no sobrou nada, hoje estou aqui porque no tinha condies de

    me sustentar, minha mulher se separou e eu fiquei sozinho em Goinia, da vim

    morar aqui. E com meu prprio salrio da aposentadoria consigo me alimentar bem,

    participo de ( U. C. S., 90 anos).

    No aspecto ligado a qualidade de vida, buscamos saber como porque vieram

    morar aqui, se gostam do lugar, se tem bom relacionamento com os vizinhos, se sentem

    solido nessa instituio asilar.

  • 34

    De acordo com A. P.S., (75 anos), sua ida para o abrigo aconteceu por causa da

    perca da famlia, pois Para o idoso, a famlia ainda representa a principal fonte de ajuda e de

    apoio para seus membros. Portanto, quanto mais integrado ele estiver no seio familiar, maior

    ser sua satisfao e melhor a sua qualidade de vida.

    Eu casei e nunca tive filhos, no sei por que, acho que eu no podia, ai depois meu

    marido morreu e eu fiquei sozinha, ai eu consegui essa casa e vim morar aqui.

    Depois que eu vim morar aqui eu fiquei feliz, porque acho todo mundo aqui legal, e

    eu no fiquei sozinha, porque tem muita gente que eu gosto de conversar e se eu

    tiver que ir embora daqui eu acho que ate vou chorar, porque aqui eu no tenho

    medo, tem ate guarda que no deixa ningum fazer nada com a gente . Eu gosto dos

    meus vizinhos e tambm da dona Shirley(coordenadora) ela minha amiga e eu

    gosto muito dela. Eu gosto das musicas que toca no dia do baile, eu no dano , ai eu

    vou na festa s para escutar as musicas e ficar olhando as danas e gosto de

    conversar das pessoas que vem na festa, eu tambm gosto de fumar meu cigarrinho

    de palha. No senti falta de nada, porque quando eu vim morar aqui eu no deixei

    ningum l fora, agora tem um irmo meu que mora na cidade e ele vem me visitar e

    ate traz comida pra mim.

    Alguns dos entrevistados queixaram de solido, e abandono da famlia. Para a

    maioria (4 pessoas) entrevistados, dizem ser pela falta de recursos financeiros uma das causas

    por optarem pela vida institucionalizada na Terceira Idade, que trazem consigo uma

    convocao a prticas de ateno e cuidados com a sade, vida social ativa e exerccio da

    cidadania na busca de um envelhecimento com boa qualidade de vida; fato de extrema

    importncia para os idosos, no sentido de contribuir para a manuteno de sua participao e

    integrao na sociedade.

    A Constituio Federal de 1988, no Cap. VII, Art. 230, clara ao nomear as

    instituies responsveis pela preservao da integridade fsica e moral dos idosos. Em seu

    texto, a famlia vem em primeiro lugar, conforme reproduo a seguir:

    A famlia, a sociedade e o Estado tm o dever de amparar as pessoas idosas,

    assegurando sua participao na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-

    estar e garantindo-lhes o direito vida (BRASIL, 1988, p.127).

    O fato desses idosos viverem na instituio nos levou a observar que o sentimento

    de abandono e de solido relatado pelos entrevistados est relacionado ao passado do

    indivduo e ao fato de eles terem constitudo uma famlia no passado, j que a queixa principal

    est relacionada ao abandono do cnjuge e dos filhos.

  • 35

    Eu vim morar aqui porque meus pais morreram, da ficou s eu e um irmo, pois eu

    nunca casei, Passou dois anos que meus pais morreram meu irmo sofreu um

    acidente e morreu na hora. A c sabe n, fiquei sozinho e sa andaando pelo mundo.

    Foi quando vim morar aqui em Ipor, na poca ficava l na rodoviria, pois minha

    aposentadoria no dava pra pagar aluguel, gua, luz e comer. Foi a que ganhei essa

    casinha abenoada. ( J. A. M., 87 anos).

    Sabe menina, eu vim pra c quando eu e minha veia separ. Meus filhos j estavam

    casados e no tinha como eu morar com eles. Minha veia ficou na casinha que era

    nossa, pois ela ganhou do pai dela quando ele morreu. Eu fiquei sozinho nesse

    mundo, tinha dia que nem tinha onde comer, doa a barriga de fome. Hoje tem um

    ano e meio que to aqui, e meus filhos veio aqui uma vez. Eu sinto saudades deles,

    mais eles tem que trabai, faz o que n? ( P. G.F., 89 anos)

    Uma tarefa difcil durante o envelhecimento a aquisio de integridade do ego.

    Ou seja, aceitar a realidade, os fatos como foram durante o ciclo de vida de cada um e como

    so atualmente. (KINIJNIK et al 1999)

    Quando perguntado sobre o que acham de viver nesta comunidade, todos

    responderam que um lugar muito bom de se viver. E um lugar que Deus preparou para

    eles. Afirmaram que necessrio para se viver bem, morar em um local que tenha paz; que

    possa dirigir e que seja tratado com respeito e educao, como ali, onde vivem.

    Segundo Salvador (2006, p.02):

    A terceira idade dos dias de hoje se mostra diversa da de antigamente, pois se antes o

    envelhecimento era muitas vezes visto como inatividade e como sinnimo de

    debilidades fsicas e cognitivas que limitavam a vida dos idosos, hoje se sabe que essa

    fatia da populao esto cada vez mais aderindo ao lazer ativo como forma de

    promoo da sade e qualidade de vida.

    O simples fato de o idoso estar integrado a um grupo gera uma satisfao pessoal

    incomparvel que permite ter uma rede de ligaes pessoais, sentir-se importante, valorizado

    e amado.

    Como sugere Salgado (1982), sua maneira cada indivduo idoso elabora

    esquemas e estratgias de adaptao pessoal velhice.

    Quando perguntados sobre a relao com os outros moradores, e o que que

    necessrio para se viver bem, a maioria dos entrevistados disseram que precisam combinar,

    pois ali uma famlia, sem falar na noite de dana, que se no tiver amizade fica sem parceiro

    pra danar. Relatam ter amigos na Vila e ter bom relacionamento com os outros moradores.

    Gosto de todos aqui na Vila, considero ter amigos, em geral tranqilo, mas ns

    sempre temos um probleminha aqui, l, acho que at pela quantidade de pessoas que

    vivem aqui. Um temperamento diferente do outro, um se comporta de uma maneira

    diferente da outra, isso vai surgindo em qualquer lugar. Quando existem muitas

  • 36

    pessoas se relacionando difcil todo mundo viver s mil maravilhas, isso

    impossvel, mas geralmente o dia-a-dia tranqilo (A. M.S., 80 anos).

    A maioria dos idosos diz haver boa relao entre os idosos, verificando-se um

    nmero muito reduzido de conflitualidade. As pessoas idosas, alm de portarem limitaes

    associadas idade, so tambm vulnerveis no aspecto sentimental e emocional.

    O simples fato de o idoso estar integrado a um grupo gera uma satisfao pessoal

    incomparvel. Isto permite ter uma rede de ligaes pessoais, sentir-se importante, valorizado

    e amado.

    Para alguns idosos, a vida traz vrias perdas durante os anos, e a ltima opo a

    instituio. Alguns relatam que foram para l por vontade prpria, porque no queriam

    atrapalhar a vida dos filhos.

    Quando meu velho morreu, os meus 04 filhos j eram casados e eu no quis

    incomodar eles, ento resolvi morar aqui, eu fui a primeira moradora e j fazem 16

    anos e eu no me arrependo porque aqui eu tenho a minha vidinha. Eu me sinto

    muito bem aqui, ningum me amola nem incomoda, e eu ainda cuido da minha irm

    que mora comigo, ela cega e j tem 85 anos e passa quase o dia todo deitada, eu

    fao a nossa comida e a minha filha vem aqui toda a semana ajeitar a casa, porque

    eu no gosto de nada fora do lugar. Eu combino com todo mundo aqui, mas eu no

    vou na casa de ningum, eu sou caseira, gosto de ficar o dia todo aqui dentro, os

    outros moradores vem muito me visitar.

    Os resultado obtidos evidenciaram que os idosos institucionalizados esto

    satisfeitos com a sua vida e com o local em que vivem, pois segundo eles contam com

    assistncia mdica, alm da garantia de satisfao das necessidades bsicas do dia-a-dia,

    como a segurana.

    Segundo Nri (2000, p. 12-13), a qualidade de vida para os idosos pode ser

    entendida como envelhecer de forma satisfatria e isso depende do delicado equilbrio entre

    as limitaes e as potencialidades do indivduo, o qual lhe possibilitar lidar, em diferentes

    graus de eficcia, com as perdas inevitveis do envelhecimento.

    Nota-se que os idosos, possuem o que precisam em relao ao amparo mdico nas

    instituies, pois declararam que esto satisfeitos com o atendimento dos profissionais, e que

    esses os tratam com pacincia e respeito.

  • 37

    CONCLUSES

    Os dados levantados permitiram identificar que na percepo dos idosos que

    residem na Vila Vida, na cidade de Ipor, a velhice deve ser analisada num contexto

    heterogneo, ou seja, considerar as diferentes pessoas em razo de suas distintas histrias de

    vida. Pois, a forma como as diferentes pessoas vivem e compreendem a velhice varia de

    acordo com suas experincias individuais, nicas e construdas durante toda a vida da pessoa.

    Como evidencia do que foi dito, percebeu-se que nem todos os entrevistados que

    residem na Vila Vida encaram a velhice como a etapa final, mostraram com suas palavras,

    simples, mas sinceras, que no esto velhos, ao contrrio, se enxergam como mais fortes que

    muitos jovens de hoje em dia.

    A razo do asilamento tambm se difere de acordo com as experincias de vida

    individuais, alguns dos asilados esto ali por opo, outros por no terem condies

    financeiras de pagar aluguel, gua, luz e se manter, outros esto ali pelo abandono da famlia.

    Estes sentem-se s, nem fazem amizade com outros moradores, isolando-se ainda mais em

    razo das suas tristezas.

    Para os que esto ali pelo abandono sentem-se que so velhos e s esto esperando

    vencer seus dias e Deus os levar. Portanto, para esses a velhice est diretamente relacionada

    ao desencanto com a vida e espera da morte.

    No entanto, mesmo os que residem al por falta de opo, como fruto do abandono

    ou da pobreza que os impede de assumir todos os cuidados que o envelhecimento exige, a

    qualidade de vida naquela instituio asilar avaliada como satisfatria, j que prevalece a

    interferncia de fatores positivos, como bom estado de sade, fcil acesso aos meios de

    tratamento, bom relacionamento entre os moradores da instituio, possibilidade de realizar as

    tarefas da vida diria e garantia de moradia.

    Um aspecto observado foi a satisfao dos idosos quando se viram como sujeitos

    de interesse de uma pesquisadora que se preocupava em tratar de suas vidas e opinies sobre

    como experimentam o asilamento. Os momentos das entrevistas foram marcados por

    emoes, em que os idosos contaram suas histrias sofridas, alegres, difceis, melanclicas ou

    tmidas, contadas sem poupar sentimento, sem colocar restries. Momentos de encontro que

    foram capazes de emocionar e compartilhar energias e que proporcionaram uma sensao de

    bem-estar, de acolhimento e afeto.

  • 38

    Grande parte dos idosos pesquisados se mostrou independentes na maioria das

    atividades analisadas e tem uma vida satisfatria na instituio asilar, o que demonstra que

    essas instituies so necessidades para as famlias e para a sociedade. Portanto, preciso

    ressaltar a importncia de replicar as boas experincias, coibir as ms e multiplicar as

    oportunidades de boa qualidade de vida, com a ajuda de um cuidadoso acompanhamento,

    atravs de objetivos a serem perseguidos por aqueles que acreditam que o respeito dignidade

    e a promoo da boa qualidade de vida na velhice.

    Esses resultados nos permitiram perceber o quanto vasto e atraente o universo

    dos idosos que tm tanto a nos ensinar e como retribuio, oferecemos to pouco.

    Nota-se que preciso por parte dos governantes, construir novas instituies

    asilares onde o idoso possa contar com casas adaptadas que garantam sua segurana e

    acessibilidade, promovam a independncia e a socializao entre essas pessoas da terceira

    idade, por meio de centros de convivncia, atividades de cultura e lazer, reas comuns, com

    infraestrutura adequada e assistncia social.

    Cabe ressaltar a importncia da continuidade de estudos sobre as percepes dos

    idosos sobre o envelhecimento e as condies de vida do lugar onde vivem, tendo em vista

    que este no um estudo pronto e acabado. Essas so apenas algumas reflexes sobre essa

    temtica que tem se tornado to difundida ao longo dos anos.

  • 39

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    Famlia: informe final. IMS/UERJ: Srie Estudos em Sade Coletiva, n.166. 1998.

    VIEIRA, L. A. A. Uma Viso sobre o Envelhecimento: ser idoso diferente de ser velho.

    2004. Monografia (Curso de Graduao em Psicologia)-Faculdade de Psicologia, Centro de

    Estudos Superiores de Macei, Alagoas, 2004.

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    APNDICES

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    APNDICE A

    ENTREVISTA A COORDENADORA DA INSTITUIO?

    1) Qual o nome da Instituio asilar?

    2) Onde se encontra localizada?

    3) Essa instituio desenvolve alguns projetos?

    4) Quantos idosos residem nesta instituio?

    5) Quais os problemas de sade mais freqentes?

    6) Uso dos medicamentos?

    7) Como a rotina estabelecida pela instituio?

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    APNDICE B

    ENTREVISTA AOS MORADORES DA INSTITUIO VILA VIDA

    1) Como foi o processo que o (a) trouxe para viver na instituio?

    2) Como o Senhor (a) se sente vivendo aqui?

    3) Como a relao com os outros moradores e com os funcionrios daqui?

    4) Que atividades desenvolvem e de quais mais gosta?

    5) Sente falta de algo l de fora ou da vida fora daqui?

    6) O que necessrio para viver bem?

    7) Como lida com a sexualidade aqui dentro?

    8) O que significa envelhecer?

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    APNDICE C

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UTILIZADO.

    UEG UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNVERSITRIA DE IPOR

    CURSO: GEOGRAFIA

    ACADMICA: MARIA HELENA FEREIRA LEITE

    Identificao do idoso

    Nome: _____________________________________________________________.

    Ocupao: _________________________. Idade: __________________________.

    End. Res: ___________________________________________________________.

    Telefone para Contato: ____________________________

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PS-INFORMAO.

    PERCEPES SOBRE O ENVELHECIMENTO E AS CONDIES DE VIDA DOS IDOSOS QUE

    RESIDEM NA VILA VIDA NA CIDADE DE IPOR.

    Prezado(a) Senhor(a),

    Estamos realizando uma pesquisa: Percepes sobre o envelhecimento e as condies de vida dos

    idosos que residem n Vila vida n cidade de Ipor-GO. Gostaramos de pedir a sua colaborao respondendo ao

    questionrio. A sua participao no obrigatria, tendo inclusive a liberdade de retirar seu

    consentimento a qualquer momento. Com a sua concordncia, a Universidade utilizar as informaes e

    dados referentes s respostas do questionrio mantida a privacidade pessoal para fins de estudo e

    aprendizado, apresentao em congressos, publicao em livros e revistas cientficas, publicaes on-line,

    internet e outras atividades cientficas, tanto no pas como no exterior, respeitada toda a legislao vigente. A

    aluna responsvel pelo trabalho se compromete a apresentar e explicar qualquer dvida sobre os procedimentos

    e benefcios da pesquisa para informao e consentimento as propostas de trabalho, eventuais riscos e

    possveis efeitos indesejveis no previstos.

    Quando da apresentao ou publicao dos dados em revistas cientficas, ser resguardada a sua

    identidade ou qualquer outra identificao.

    Desde j, agrademos sua colaborao.

    ----------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------

    Maria Helena Ferreira Leite Prof. Dr. -------------------------

    (64) 9643-5551 Fone: (62) 9971-7784

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    APNDICE D

    FOTOS DA VILA VIDA

    VILA VIDA EM IPOR/GO

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