condicoes de contorno

29
  138 6. Transferência de Massa 6.1 Analogia entre Transferência de Massa e Transferência de Calor  Neste capítulo considera-se a transferência de massa, ou transporte de alguma espécie química através de um meio em que a espécie atua como um contaminante. Os  processos de transferência de massa são abundantes na natureza e em muitos processos. Um exemplo bem familiar é a secagem de uma superfície molhada exposta ao vento. A lamina de ar que faz contato com a superfície da camada de água se torna saturada de vapor d’água. O vapor é a espécie de interesse na mistura de gás ideal representada por ar úmido. A concentração de vapor d’água no próximo a superfície, 0 , w  ρ , é geralmente diferente da concentração na corrente livre, , w  ρ . A diferença de concentração 0 , 0 ,  >  w w  ρ  ρ  faz com mais vapor deixe a superfície de camada de água. Este  processo de evaporação pode ser aumentado a medida que a velocidade longitudinal da corrente livre varre a superfície molhada, como ilustrado na Figura 6.1 Figura 5.1 Camada limite de concentração próximo a uma superfície molhada varrida  por ar. Mesmo que não ocorra escoamento, pode ocorrer transferência de massa por difusão como ilustrado na Figura 6.2. Um vaso cilíndrico de paredes impermeáveis contém um líquido i. O vapor i difundirá para cima na coluna de ar estacionária. Ar úmido de água é menos denso que ar seco. Se a coluna é larga o bastante, ar úmido sobe

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  • 138

    6. Transferncia de Massa

    6.1 Analogia entre Transferncia de Massa e Transferncia de Calor

    Neste captulo considera-se a transferncia de massa, ou transporte de alguma

    espcie qumica atravs de um meio em que a espcie atua como um contaminante. Os

    processos de transferncia de massa so abundantes na natureza e em muitos processos.

    Um exemplo bem familiar a secagem de uma superfcie molhada exposta ao vento. A

    lamina de ar que faz contato com a superfcie da camada de gua se torna saturada de

    vapor dgua. O vapor a espcie de interesse na mistura de gs ideal representada por

    ar mido.

    A concentrao de vapor dgua no prximo a superfcie, 0,w , geralmente diferente da concentrao na corrente livre, ,w . A diferena de concentrao

    0,0, > ww faz com mais vapor deixe a superfcie de camada de gua. Este processo de evaporao pode ser aumentado a medida que a velocidade longitudinal da

    corrente livre varre a superfcie molhada, como ilustrado na Figura 6.1

    Figura 5.1 Camada limite de concentrao prximo a uma superfcie molhada varrida

    por ar.

    Mesmo que no ocorra escoamento, pode ocorrer transferncia de massa por

    difuso como ilustrado na Figura 6.2. Um vaso cilndrico de paredes impermeveis

    contm um lquido i. O vapor i difundir para cima na coluna de ar estacionria. Ar

    mido de gua menos denso que ar seco. Se a coluna larga o bastante, ar mido sobe

  • 139

    por conveco natural atravs do centro da coluna, enquanto ar seco toma seu lugar

    descendo ao das paredes.

    Figura 6.2 Difuso vertical de vapor i atravs de uma coluna unidimensional de ar

    acima de um lquido i.

    O processo de transferncia de massa por difuso (meios estacionrios)

    anlogo ao processo de conduo ou difuso de energia e a conveco tem analogia com

    a conveco trmica. O gradiente de concentrao 0=

    y

    w

    y

    tem comportamento similar

    a 0=

    yy

    T .

    6.2 A Conservao das Espcies Qumicas

    6.2.1 Velocidade das Espcies Versus Velocidade Mdia

    Se ),,( tyxi a concentrao de espcies qumicas i num meio bidimensional, ento a densidade do meio, , a soma das densidades individuais:

  • 140

    =

    =N

    ii

    1

    (6.1)

    Pode-se demonstrar atravs de balano de massa que

    ( ) ( )i

    iiiii my

    vx

    ut

    =+

    + (6.2)

    Na qual ii vu , so as velocidades das espcies i relativas ao volume de controle e im resulta de reaes qumicas. Se no h reaes qumicas 0=im , e mesmo no caso de

    ocorrer reaes qumicas a soma de todas as criaes de espcies se anula 01

    ==

    N

    iim .

    Aplicando o operador somatrio a Eq. (6.2) resulta

    0111

    =

    +

    +

    ===

    N

    iii

    N

    iii

    N

    ii vy

    uxt

    (6.3)

    ou pelo uso da Eq. (6.1) obtm-se a conservao da massa ou equao de continuidade

    ( ) ( ) 0=+

    +

    yv

    xu

    t (6.4)

    na qual a densidade do meio fluido composto pelas espcies i e vu, so os componentes de velocidade do meio fluido relativas ao mesmo volume de controle onde

    esto as espcies i. Por comparao das Eqs. (6.3) e (6.4) pode-se concluir que

    = =

    =N

    i

    N

    iiiii vuu

    1 1

    1,1 (6.5)

    A velocidade mdia difere das velocidades das espcies como ser ilustrado na

    Figura 6.3. No instante 0=t , uma coluna vertical de ar seco a colocada sob uma coluna de ar saturado com vapor dgua v . Ao longo do tempo, vapor dgua difunde

  • 141

    para baixo dentro da coluna de mistura (ar-vapor) relativamente seca, enquanto ar seco

    difunde para cima dentro da mistura mida. Em cada seo da coluna, a velocidade de

    cada espcie finita, uma positiva ( )0>av e a outra negativa ( )0

  • 142

    ( )vvj iiiy = , (6.7)

    e usando a Eq. (6.2) resulta

    ( ) ( )i

    iyixiii myj

    xj

    yv

    xu

    t+

    =

    ++

    ,, (6.8)

    ou na forma no conservativa

    ( ) ( )i

    iyixiii myj

    xj

    yv

    xu

    t+

    =

    ++

    ,, (6.9)

    6.2.3 Lei de Fick

    Numa mistura binria (espcie 1 e espcie2) pode-se seguir o que foi proposto

    por Fick:

    xDjx

    = 1121, (6.10)

    yDjy

    = 1121, (6.11)

    nas quais a constante de proporcionalidade 12D difusividade de massa da espcie 1 na

    espcie 2 ou coeficiente de difuso de 1 em 2. A dimenso de 12D a mesma de

    viscosidade cinemtica (difuso de quantidade de movimento) e difusividade trmica

    (difuso de calor) m2/s. A equao de concentrao para DD =12 , ou seja, difusividade constante, ser da forma:

    ( ) ( )i

    iiiii myx

    Dy

    vx

    ut

    +

    +

    =+

    +

    2

    2

    2

    2 (6.12)

  • 143

    Compare a Eq. (6.13) com a equao de energia:

    ( ) ( )pc

    qyT

    xT

    yTv

    xTu

    tT

    +

    +

    =+

    +

    2

    2

    2

    2

    (6.13)

    |As equaes (6.12) e (6.13) mostra a analogia entre transferncia de massa e

    transferncia de calor.

    6.2.4 Concentrao Molar e Fluxo Molar

    No estudo de misturas e solues, define-se frao molar e frao em massa. As

    seguintes relaes so definidas, em termodinmica, para uma mistura de N

    componentes i

    nn

    x ii = (6.14)

    =

    =N

    iix

    1

    1 (6.15)

    Vmi

    i = (6.16)

    Mm

    n ii = (6.17)

    Mmn = (6.18)

    i

    N

    iiMxM

    ==

    1

    (6.19)

  • 144

    ii

    i MMx

    = (6.20)

    Num meio estacionrio 3D:

    +

    +=

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    zx

    yx

    xx

    Dtx iiii (6.21)

    A concentrao molar definida como

    Vn

    C ii = (6.22)

    Da definio de concentrao molar resulta

    ii xMC = (6.23)

    iii CM= (6.24)

    Pode-se definir tambm o fluxo por difuso molar

    xC

    Dj iix =, (6.25)

    As relaes definidas acima se aplicam para qualquer mistura unifsica gasosa, lquida

    ou slida. No caso de mistura de gases ideais tem-se que a frao molar e proporcional a

    presso parcial

    ppx ii = (6.26)

  • 145

    6.3 Difuso atravs de um Meio Estacionrio

    6.3.1 Difuso em Regime Permanente

    A classe mais simples de transferncia de massa por difuso aquela em que a

    mistura estacionria e j tenha se passado tempo suficiente desde a imposio de

    condies de contorno, de modo que, a difuso da espcie seja independente do tempo.

    Considere o caso de um meio unidimensional de espessura L como mostrado no

    lado esquerdo da Figura 6.4

    (a)

    (b)

    Figura 6.4 Difuso unidirecional permanente atravs de um meio estacionrio; (a)

    espessura constante, (b) anel formado entre cilindros ou esferas concntricos

    Considerando a geometria do lado esquerdo da Figura 6.4 a Eq. (6.21) se reduz

    a

    022

    =dyxd i (6.27)

    com as condies de contorno

    Ly em

    0y em0====

    Li

    i

    xxxx

    (6.28)

    A soluo da Eq. (6.27) com as condies de contorno (6.28) da forma:

  • 146

    ( ) 00 xLyxxx Li += (6.29)

    A partir de (6.29) pode-se calcular os fluxos de difuso molar e em massa como

    LCCD

    Lxx

    MD

    dydx

    MD

    dydCDj

    L

    L

    iiiy

    =

    =

    ==

    0

    0

    ,

    (6.30)

    LD

    Lxx

    MMD

    dydx

    MMD

    dyDDj

    L

    Li

    iiiiy

    =

    =

    ==

    0

    0

    ,

    (6.31)

    No caso de uma regio anelar entre dois cilindros concntricos a equao de

    frao molar no meio ser

    ( ) ( )( )00

    00 /ln/lnrrrr

    xxxxL

    Li = (6.32)

    Os fluxos molar e de massa por unidade de comprimento sero:

    - fluxo molar

    ( )( ) ( )LL

    rr

    irriri

    CCrr

    D

    drdCDrjrn

    =

    ===

    =

    00

    0,0

    /ln2

    220

    0

    (6.33)

    - fluxo em massa

  • 147

    ( )

    ( ) ( )LLrr

    irriri

    rrD

    drdDrjrm

    =

    ===

    =

    00

    0,0

    /ln2

    220

    0

    (6.34)

    A relao entre os fluxos : iii nMm = .

    No caso de duas esferas concntricas tem-se

    += LL

    Li rrrr

    xxxx 1111

    0

    00 (6.35)

    Os fluxos molar e de massa por unidade de comprimento sero

    - fluxo molar

    ( )( )L

    L

    rr

    irriri

    CCrrD

    drdCDrjrn

    =

    ==

    ==

    0110

    20,

    20

    4

    440

    0

    (6.36)

    - fluxo em massa

    ( )( )L

    L

    rr

    irriri

    rrD

    drdDrjrm

    =

    ==

    ==

    0110

    20,

    20

    4

    440

    0

    (6.37)

    6.3.2 Difusividades de Massa

    Para calcular a transferncia de massa, deve-se primeiro identificar valores de

    dois itens: (6.29)-(6.37):

    (a) a difusividade de massa da espcie de interesse, D

    (b) a concentrao das espcies em duas superfcies ou contornos

  • 148

    No caso de uma mistura gasosa binria a difusividade ou coeficiente de difuso

    independe do sentido de difuso se de 1 em 2 ou de 2 em 1. Em outras palavras

    2112 DDD == (6.38)

    Demonstrao:

    A difuso da espcie 1 na 2 ser

    dydx

    MDjy 1121,

    = (6.39)

    e a difuso da espcie 2 em 1 ser

    dydx

    MDjy 2212,

    = (6.40)

    Somando as Eqs. (6.39) e (6.40)

    0 2,1, =+ yy jj ; em qual quer plano ctey = onde 121 =+ xx (6.41)

    A influncia da temperatura e presso sobre a difusividade pode ser levada em

    considerao em relaes do tipo:

    ( )( ) p

    pTT

    pTDpTD 0

    75,1

    000 ,,

    (6.42)

    No caso de misturas lquidas, os componentes da mistura so chamados de soluto e

    solvente (espcie 2). A difusividade funo da temperatura na forma:

    ( )( ) )(

    )(

    2

    02

    00 TT

    TT

    TDTD

    (6.43)

  • 149

    6.3.3 Condies de Contorno

    Os quatro casos principais de condies de contorno so ilustrados na Figura

    6.5.

    Figura 6.5. Possveis contornos de meios difusivos e maneiras de especificar condies

    de contorno.

    O caso Fig. 6.5(a) uma ilustrao de uma interface entre uma mistura de gases

    ideais e fase lquida de um de seus componentes. Se a espcie 1 uma substncia pura

    na fase lquida ento 1 tambm um componente na mistura gasosa acima. A presso

    de vapor da espcie 1 na interface do lado do gs igual a presso de saturao na

    temperatura da interface lquida:

    )(,11 Tpp sat= (6.44)

    O caso Fig. 6.5(b) uma ilustrao de uma interface entre um meio lquido e

    uma mistura de gasosa. A espcie 1 difunde atravs do lquido e est presente como um

    componente na mistura gasosa. A condio de contorno de interesse a frao molar da

    espcie 1 do lado do lquido. A frao molar na fronteira Lx ser maior quanto maior a

    quantidade da espcie 1 na mistura gasosa, ou seja quando a presso parcial 1p alta.

    No caso de mistura diluda, na qual apenas pequenas quantidades de solvente so

  • 150

    encontradas no lquido, Lx e 1p esto relacionados atravs de uma proporcionalidade

    conhecida como lei de Henry:

    HpxL 1= (6.45)

    Na qual H a constante de Henry que depende da temperatura e da substncia gasosa.

    O caso da Fig. 6.5(c) ilustra uma mistura lquida binria em que o soluto a

    espcie 1. Um exemplo deste tipo de mistura pode ser um bloco de laCN acima da

    interface de gua salgada ( )OHeCN la 2 . A concentrao de laCN do lado lquido pode ser determinada por equaes termodinmicas e dados de solubilidade.

    O caso da Fig. 6.5(d) ilustra uma interface entre um meio slido e um gs. A

    espcie que difunde atravs do slido (espcie 1) tambm um componente na mistura

    gasosa. Neste caso, a concentrao na fronteira dada por

    1pSCL = (6.46)

    na qual S o coeficiente de solubilidade da espcie 1 no slido.

    Ex. 6.1 Difuso permanente, slido entre dois planos paralelos. Uma membrana de

    borracha fina (neoprene) separa um volume de nitrognio gasoso a alta presso (5 bares)

    de um volume de nitrognio gasoso a baixa presso (1 bar). A espessura da membrana

    05 mm e a temperatura do sistema inteiro de 300 K. Calcule os fluxos molar e de

    massa de nitrognio que difundem atravs da membrana.

    6.3.4 Difuso Dependente do Tempo

    Um processo de difuso transiente ilustrado na Figura 6.6. Inicialmente a

    concentrao da espcie de interesse uniforme e igual a inC . No instante 0=t , a concentrao em 0=y mantida a 0C por contato com outro meio. Quando 0C maior que inC a espcie difunde para dentro do meio semi-infinito e forma uma camada

  • 151

    limite de concentrao, cuja espessura aumenta com o tempo. A equao governante do

    problema :

    tC

    DyC

    =

    12

    2

    (6.47)

    com as condies inicial e de contornos

    0, == tCC in (6.48)

    0CC = , em 0=y (6.49)

    inCC , em y (6.50)

    Figura 6.6 Camada limite de concentrao num meio semi-infinito com uma

    concentrao diferente imposta na superfcie.

    A soluo da Eq. (6.47) com a condio inicial (6.48) e condies de contornos

    (6.49 e (6.50) da forma (fica como exerccio obter a soluo)

    ( )

    =

    2/1

    0

    0

    2 tDyerf

    CCCC

    in

    (6.51)

    Na Eq. (6.51) erf denominada de funo erro definida como

  • 152

    ( ) = x dmmxerf 0 22/1 exp2)( (6.52)

    Com seguintes propriedades:

    [ ] 2/10 2)(1)(0)0(

    ===

    =xxerfdxderferf

    (6.53)

    No caso de uma parede plana, o tempo adimensional

    tLD

    2 (6.54)

    e para cilindros ou esferas o tempo adimensional

    trD

    o2 (6.55)

    Resultados grficos da Eq. (6.51) so apresentados na Figura 6.7. No caso em que a

    abscissa na Fig. 6.7 for maior que 0,1, as correlaes aproximadas pode ser usadas:

    Placa:

    t

    LD

    CCCC

    in

    o22

    0 4exp8 (6.56)

    Cilindro:

    405,2,exp4 122

    1210

    =

    bt

    rDb

    bCCCC

    oin

    o (6.57)

  • 153

    Figura 6.7. Concentrao mdia no volume em corpos com concentrao constante

    imposta no contorno.

    Esfera:

    t

    rD

    CCCC

    oin

    o2

    22

    0

    exp4 (6.58)

    Ex. 6.2: Difuso dependente do tempo de ar em gua. Uma camada fina de gua pura

    colocada em contato com ar a presso atmosfrica e 20 oC. Ar comea a difundir para

    dentro da gua. Deseja-se saber qual a frao molar de ar x a 1 mm para dentro da

    interface gua-ar. Calcule o tempo para x atingir da frao molar doar na interface

    0x , isto 2/0xx = . Calcule tambm o valor real da frao molar x no tempo.

  • 154

    6.4 Conveco

    6.4.1 Conveco Forada em Escoamento de Camada Limite Laminar

    A analogia entre transferncia de massa e transferncia de calor tambm pode

    ser feita no caso de conveco. A Figura 6.8 ilustra uma camada limite de conveco no

    caso de transferncia de massa

    Figura 6.8 Transferncia de massa de uma superfcie plana para um escoamento em

    camada limite por conveco forada laminar

    O fluxo molar na superfcie definido como

    0

    =

    =

    yw y

    CDj (6.59)

    e o coeficiente de transferncia de massa por conveco para o escoamento externo

    pode ser definido como

    =

    CCjh

    w

    wm

    ou (6.60)

    ( )

    =CCyCD

    hw

    ym

    0/ (6.61)

    A distribuio de concentrao no escoamento governada pela seguinte

    equao:

  • 155

    2

    2

    yCD

    yCv

    xCu

    =+

    (6.62)

    com as condies de contorno

    wCC = em 0=y (6.63)

    CC em 0y (6.64)

    O campo de concentrao determinado da mesma maneira que no caso da

    camada limite trmica. A Analogia entre transferncia de calor e de massa nos permite

    fazer a seguinte equivalncia de variveis nas camada limite de temperatura (C.L.T) e

    camada limite de concentrao (C.L.C):

    DkjqDCTCTCT

    ww

    ww

    massade Transf. calor de Transf.

    (6.65

    No caso da camada limite trmica laminar tem-se a correlao para o coeficiente

    de transferncia de calor:

    ==

    5,0;332,0

    2/13/1

    xu

    kx

    TTq

    Nuw

    wx (6.66)

    Por analogia pode-se escrever

    =

    5,0;332,0

    2/13/1

    Dxu

    DDx

    CCj

    w

    w

    (6.67)

    w no caso de transferncia de massa se define o nmero de Sherwood:

  • 156

    ( ) ( ) ( )5,0;Re332,0 2/13/1 = cxcx SSSh (6.68)

    na qual

    ( ) Dxh

    DCCxjSh m

    w

    wx ==

    (6.69)

    e cS o nmero de Schmidt definido como

    DSc

    = (6.70)

    A analogia entre transferncia de calor e massa leva a equivalncia:

    cr

    xx

    SPShNu

    massa de Transf. calor de Transf.

    (6.71)

    No caso de escoamentos com baixo nmero de Prandtl a correlao de clculo

    do coeficiente de transferncia de calor :

    ( ) ( ) ( )5,0;Re564,0 2/13/1 ==

    rxr

    w

    wx PPk

    xTT

    qNu (6.72)

    De maneira anloga pode-se obter

    ( ) ( ) ( )5,0;Re564,0 2/13/1 == cxcww

    x SSDx

    CCjSh (6.73)

    O coeficiente de transferncia de massa pode ser calculado como

    = L mm dxhLh 01 (6.74)

  • 157

    e o nmero de Sherwwod baseado neste coeficiente definido na forma:

    DLhhS mL = (6.75)

    A partir das Eqs. (6.68) e (6.73) pode-se obter

    ( ) ( ) ( )5,0;Re664,0 2/13/1 = cLcL SShS (6.76)

    ( ) ( ) ( )5,0;Re128,1 2/13/1 = cLcL SShS (6.77)

    O coeficiente de transferncia de massa baseado no fluxo de massa pode ser

    avaliado como

    = w

    wm

    jh (6.78)

    Desta forma, as vazes molar e de massa podem ser calculadas como

    ( )= CCLhn wm (6.79)

    ( )= wmLhm (6.80)

    ( )= CCAhn wm (6.81)

    ( )= wm Ahm (6.82)

    6.4.2 O Modelo de Superfcie Impermevel

    O caso de parede impermevel, 0=v , s justificado quando a concentrao da espcie de interesse baixa, menor do que um valor crtico. O fluxo de massa pode ser

    calculado como

  • 158

    ( )

    == 5,0;2/1

    5,0;3/1Re 2/1

    c

    cncxww Sn

    SnS

    xDj (6.83)

    No caso de camada limite com 0v ou linhas de corrente no paralela a 0=y ,

    2/1Re xuv (6.84)

    A transferncia de massa atravs da parede s pode desprezada quando o

    movimento transversal induzido por ela pequeno relativo ao movimento natural

    transversal (sempre presente) da camada limite, isto ,

    vjw < ou (6.85)

    nc

    w S

  • 159

    turbulenta sobre uma superfcie plana, que no caso de transferncia de calor leva a

    correlao:

    ( )

  • 160

    ( ) ( )

    DuCCDj

    kuTTq

    w

    w

    w

    w

    (6.93)

    ento, pode-se definir o nmero de Stanton local para transferncia de massa como

    =uh

    St mm (6.94)

    ( )5,0;Re0296,0 5/13/2 = cxcm SSSt (6.95)

    o que leva ao coeficiente mdio

    ( )5,0;Re037,0 5/13/2 = cLcm SStS (6.96)

    Em outras configuraes tambm esto cilindros e esferas em escoamentos

    cruzados, Figura 6.9. Para um cilindro em escoamento cruzado, o numero de Nusselt foi

    definido como

    Figura 6.9. Cilindro ou esfera em escoamento cruzado com transferncia de massa.

    ( )[ ]5/48/5

    4/13/2

    3/12/1

    282000Re1

    /4,01

    Re62,03,0

    +

    ++= D

    r

    rDD

    P

    PuN (6.97)

    Se definir o nmero de Sherwood baseado no dimetro externo como

  • 161

    DDhhS mD 00 = (6.98)

    obtm-se por analogia

    ( )[ ] ( )2,0Re;282000Re1/4,01 Re62,03,0 005/48/5

    4/13/2

    3/12/1

    >

    +

    ++= cDD

    c

    cDD S

    S

    ShS (6.99)

    Para uma esfera em escoamento cruzado, a correlao para se calcular o

    coeficiente de transferncia de massa da forma

    ( ) ( )44,03/22/1 106,7Re5,3;Re06,0Re4,020000

    xShS DcDDD

  • 162

    Para escoamento laminar num tubo num tubo o nmero de Sherwwod baseado no

    dimetro interno

    DDh

    hS imDi = (6.104) Na regio de escoamento completamente desenvolvido na velocidade e concentrao

    66,3=DDh im (6.105)

    Figura 6.10. Escoamento num tubo com transferncia de massa.

    No caso de escoamento turbulento, o comprimento de desenvolvimento

    estimado como

    10i

    c

    DX

    (6.106)

    No caso do escoamento turbulento completamente desenvolvido, por analogia pode

    calcular o nmero de Sherwood como

    ( )643/15/4 10Re102;5,0;Re023,0

  • 163

    superfcie no contm qualquer gua lquida sobre ela. A temperatura do sistema todo

    25oC. Ar forado atravs do canal para secar a neblina na superfcie. A velocidade

    mdia 0,5 m/s. Calcule o coeficiente de transferncia de massa entre a parede molhada

    e a corrente de ar.

    6.4.5 Conveco Natural

    A transferncia de massa tambm pode ocorrer em conveco natural. Neste

    caso a massa especfica da mistura pode ser definida como uma funo da temperatura,

    presso e da massa especfica das espcies componentes da mistura, i , na forma:

    ( )ipT ,,= (6.108)

    Assumindo uma expanso para a massa especfica da mistura na forma:

    ( ) "+

    + ,

    ,ii

    pTi

    ou

    ( )[ ]"+= ,1 iic (6.109)

    na qual uma massa especfica de referncia da mistura correspondendo ,i e

    pTic

    ,

    1

    =

    (6.110)

    o coeficiente de expanso de composio da mistura.

    No caso de camada limite sobre uma superfcie plana vertical, Figura 6.11, as

    equaes governantes so:

    ( )+=+ ,22

    iicgxv

    yvv

    xvu (6.111)

  • 164

    2

    2

    xD

    yv

    xu iii

    =+

    (6.112)

    Figura 6.11. Transferncia de massa em conveco natural numa superfcie plana

    vertical

    O nmero de Rayleigh pode ser definido por analogia na forma:

    ( ) ( )ym

    iwicwy RaD

    ygyTTgRa ,3

    ,,3

    ==

    (6.113)

    Analogia entre os processos de transferncia de calor e massa permite fazer a

    seguinte equivalncia entre variveis

    ( ) ( )

    yy

    cr

    ymy

    iwicw

    i

    ShNuSPDkRaRaD

    TTT

    massa de Transf.calor de Trans.

    ,

    ,,

    (6.114)

  • 165

    O nmero de Sherwood global pode ser calculado como

    ( )[ ] ( )12,12

    27/816/9

    6/1, 1010;

    /492,01

    387,0825,0