condicoes especiais relativas a manutencao do metro do porto

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    APMI

    Associao Portuguesa de Manuteno Industrial

    10 CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE MANUTENO

    Lisboa, 2, 3 e 4 de Setembro de 1998

    Centro de Congressos da Feira Internacional de Lisboa

    TEMA

    Organizao e Gesto da Manuteno

    BAPTISTA da COSTA

    ARTUR RANGEL

    CONDIES ESPECIAIS RELATIVAS MANUTENO DO

    SISTEMA DE METRO LIGEIRO DA REA METROPOLITANA DO PORTO"

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    CONDIES ESPECIAIS RELATIVAS MANUTENO DO

    SISTEMA DE METRO LIGEIRO DA REA METROPOLITANA DO

    PORTO

    1 - Introduo

    Esta comunicao tem por fim apresentar uma sntese das principais exigncias

    feitas aos agrupamentos concorrentes ao Concurso Pblico Internacional para a

    Adjudicao do Projecto, Construo, Financiamento e Operao por um curto

    perodo de tempo, de um Sistema de Metro Ligeiro na rea Metropolitana do Porto,

    e respectivas respostas, usando-se, para este fim, e como case study, dados daprpria proposta do Adjudicatrio.

    Os autores pretendem sensibilizar todos os que esto ligados aquisio de

    equipamentos para os riscos a que ficam sujeitos nas reas de segurana,

    ambiente, custos energticos e financeiros, ao negligenciarem certos aspectos

    associados Manuteno, que podem vir a causar sobrecustos durante a sua vida

    til.

    O Metro do Porto um projecto de grande envergadura e complexidade, envolvendo

    muitas especialidades, sendo que, para esta apresentao, referiremos

    especialmente as que respeitam a equipamentos. Em paralelo com estas

    disciplinas, h outras que vo desde o urbanismo construo civil, passando pela

    arquitectura, patrimnio histrico e cultural, para alm de aspectos ligados

    qualidade, segurana, ambiente e articulao com outros modos de transporte.

    Este concurso envolve, para alm do projecto e construo, a responsabilidade, porparte do adjudicatrio, de realizar a operao e manuteno do Sistema por um

    perodo de cinco anos, o que implica no s montar toda a estrutura da empresa,

    como anim-la atravs do recrutamento, formao e treino de Recursos Humanos.

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    Foram tomados cuidados especiais com vista transferncia de know-how, de

    modo a permitir o normal funcionamento do Sistema aps o perodo contratual.

    Pelo facto de ter sido um concurso tipo chave na mo, exigiu ao longo de todas as

    suas fases cuidados especiais no que diz respeito no s qualidade do projecto e

    sua implementao, bem como explorao comercial e salvaguarda do

    investimento ao fim do perodo contratual, por forma a garantir que ao longo do Ciclo

    de Vida do Sistema sejam atingidas as expectativas deste grande investimentopblico.

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    2 Custos do empreendimento.

    - Custo total do empreendimento: 169,607 milhes de contos.

    - Material circulante: 36,205 milhes de contos.

    - Parques de material e oficinas (PMOs): 10,710 milhes de contos.

    -Instalaes tcnicas fixas: ventilao; bombagem; ascensores e escadas

    mecnicas; iluminao e fora motriz; alimentao (subestaes) e

    catenrias; sinalizao; telecomunicaes; bilhtica; via; sistemas de

    deteco e combate a incndios.: 57,932 milhes de contos.

    - Pr-operao, operao e manuteno em 5 anos: 23,874 milhes de

    contos.

    - Construo civil e infra-estruturas: 51,596 milhes de contos.

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    Sendo o investimento em Construo Civil e Equipamentos de 145, 7 milhes decontos, de realar o facto de os Equipamentos representarem dois teros do total

    deste valor, ou seja 94,1 milhes de contos, o que implicou que, ao longo de todo

    este processo, fosse dada especial ateno a questes como mantenabilidade,

    fiabilidade, disponibilidade e custos futuros.

    Para alm de ser um investimento de capital intensivo em Equipamento temos ainda

    que considerar o facto de os Custos de Posse representarem um custo

    complementar muito importante.

    S em Material Circulante, ao valor de aquisio de 36 milhes de contos h que

    adicionar 51,2 milhes de contos de Custos da Posse, ao longo dos 30 anos de vida

    til, sendo que, dentro destes Custos, a Manuteno representa um adicional de

    54% em relao ao investimento inicial, ou seja, 19,5 milhes de contos.

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    Os Equipamentos, face visvel do Metro do Porto, representam importantes custos

    futuros durante a vida til do Sistema. O cliente ser particularmente sensvel

    qualidade e segurana do transporte, que ser materializada em aspectos que vodesde: o ar condicionado que no funciona; deficincias na iluminao, quer a

    bordo, quer nas estaes e paragens; avarias nos sistemas de informao ao

    pblico; avarias nas escadas rolantes e ascensores inviabilizando o acesso de

    pessoas de mobilidade reduzida - at situaes de falta de pontualidade do

    transporte por avaria do Material Circulante. A confiana dos clientes no Sistema

    seria seriamente abalada em caso de acidente, potencialmente gerador de pnico e

    de danos materiais e humanos.

    3 As exigncias do Caderno de Encargos

    Este Concurso decorreu em trs fases, sendo a 1 de Pr-qualificao e a 2 fase

    de Seleco das duas melhores propostas, na ptica do cliente, a qual consistiu na

    apresentao, por parte dos Agrupamentos concorrentes, de Sistemas que

    respondessem s condies tcnicas do Caderno de Encargos, fixando tecnologias

    e preos mximos.

    Este Caderno de Encargos foi funcional, ou seja, era um documento atravs do qual

    o Metro do Porto exprimiu e descreveu os requisitos a que o Sistema tinha que

    obedecer, tendo em vista as necessidades de utilizao (funes), partindo da

    identificao das necessidades dos clientes relativamente s caractersticas

    funcionais do servio a prestar e das respectivas exigncias qualitativas.

    Aps a identificao das necessidades dos clientes desenvolveu-se uma

    metodologia que permitiu aos Agrupamentos concorrentes a realizao de um

    projecto conceptual alicerado na expresso funcional das necessidades.

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    Desta forma, visou-se, por um lado, dar resposta ao problema da falta de know-how

    por parte do Metro do Porto, S.A. e, por outro, tirar partido dos conhecimentos e da

    experincia do Adjudicatrio, sendo que o projecto conceptual da sua

    responsabilidade.

    Para alm dos prazos e execuo e dos custos associados ao empreendimento, foi

    dada particular ateno qualidade global do sistema e do servio a prestar que

    foi subdividida em cinco grandes captulos supra descritos - devendo os

    concorrentes recorrer Anlise de Valor, metodologia que visa a melhoria de

    competitividade da empresa, optimizando a relao qualidade/custo, atravs da

    melhoria da qualidade e reduo de custos inteis ou suprfluos.

    Segundo a Norma AFNOR X 50-150, a Anlise de Valor "um mtodo de competitividade

    organizada e criativa que visa a satisfao das necessidades do utilizador atravs de

    esforos especficos na concepo do produto (ou servio) pela via funcional, econmica e

    pluridisciplinar".

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    4 Exigncias na fase de Anteprojecto

    Na 3 fase, os dois concorrentes seleccionados da fase anterior, foram convidados a

    desenvolver um Anteprojecto, com base numa formatao elaborada pelo Metro do

    Porto - dividida em trinta especialidades - a qual no pretendia ser vinculativa nem

    limitativa, mas antes uma orientao/indicao dos pontos que o Metro do Porto

    considerava importantes em cada um dos captulos da documentao a ser

    entregue pelos Concorrentes.

    Na rea dos Equipamentos realamos nomeadamente os seguintes aspectos da

    proposta do Adjudicatrio, enquanto Case Study:

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    4.1 - AMDEC; Provent Design, ensaios e recepo de sistemas e

    equipamentos.

    O objectivo dum AMDEC fornecer um produto cujo nvel de falhas seja inferior aum valor pr-determinado, consistindo na anlise dos modos de falhas, seus efeitos

    e sua criticidade. Permite melhorar a qualidade do produto, antes mesmo de ser

    fornecido ao utilizador.

    Para fazer face a esta exigncia a Adtranz apresentou a gesto da problemtica RAMS

    (Reliability, Availability, Maintainability, Safety) em regime de seguro de qualidade, a qual

    constituda pelas seguintes anlises:

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    Reliability- Anlise Preliminar da Fiabilidade do Veculo, que permite o clculo do tempo

    mdio entre avarias mean time between failure (MTBF).

    A tabela mostra a alocao das taxas de avarias para a anlise de fiabilidade de misso

    do veculo relativas exclusivamente s avarias que bloqueiam as instalaes associadas,

    sendo que, para cada avaria se indicam dois valores de failures in time (FIT): um o

    valor de avaria de base que representa o n. total de avarias e o outro indica o valor da

    taxa de avaria bloqueadora, ou seja, apenas as avarias que imobilizam o veculo.

    O motor de traco com FIT= 10 000 avarias por 10E9 horas equivalente a dizer quetem uma avaria bloqueadora em cada 100 000 horas de funcionamento.

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    Availability- Anlise Preliminar de Disponibilidade (D)

    A disponibilidade do veculo calculada com base da seguinte frmula:

    D = MTBF / (MTBF + MTTR)(MTTR - mean time to repare tempo mdio de reparao)

    Para efeitos de clculos da Disponibilidade, so apresentadas os seguintes

    clculos:

    a) Disponibilidade para a Manuteno Preventiva

    Dados:Distncia percorrida anualmente - 100 000 Km

    Ciclo de manuteno anual : - 34,25 horas

    (12Q + 6M + 3RT + 2RT2 + 1RT3 + 0,5 RT4)

    Q Reviso Quinzenal, M- Reviso Mensal, RT Reviso de Turno

    Clculos:

    Paragem para Manuteno Preventiva Diria = 34,25 / 365 = 0,0938 h

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    b) Disponibilidade Intrnseca do Material Circulante

    Dados do veculo: MTTR= 0,843 h MTBF= 158 h

    O MTBF do veculo foi calculado considerando todaas avarias em todos os sistemas, subsistemas,rgos e peas.

    Distncia percorrida anualmente = 100 000 Km

    Velocidade mdia de converso = 21 Km / h

    Clculos:

    Horas de funcionamento =Distncia / Velocidade = 100 000 / 21 = 4761,9 h

    N. de Avarias / ano = Tempo de func. / MTBF = 4061,9 / 158 = 30,14 avarias / anoTempo de paragem por avaria = N. de avarias X MTTR = 30,14 x 0,843 = 25,4 h

    Indisponibilidade diria para manuteno correctiva = 25,4 / 365 = 0,07 h

    Concluso:

    Indisponibilidade diria mensal total ( manuteno preventiva + manuteno

    correctiva) = 0,0938 + 0,07 = 0,1638 h

    Indisponibilidade anual = Indisponibilidade diria x velocidade mdia x 365 / distncia

    percorrida = 0, 1638 x 21 x 365 / 100 000 = 0,0125 = 1,25%

    Com uma disponibilidade de 98,75% fica demonstradoque o veculo possui ptimos requisitos de fiabilidade(de base e funcional de exerccio) bem como demanuteno.

    c) Custo de Manuteno por centena de milhar de quilmetros percorridos por

    unidade simples (em contos):

    Obs. : O custo total 5,361 contos - no inclui a limpeza do veculo que foi estimada em 490,5 contos por unidade simples .

    722,2

    2068

    2570,8 Mo de obra

    Materiais

    Subcontratao

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    Maintainability- Anlise Preliminar de Manutibilidade, que permite o clculo do MTTR.

    Subconjuntos Modos de avaria

    Taxa deavariaunitria

    em 10E-6horas

    Trabalho de manuteno Ferram.Especial

    Pessoal paraverificao esubstituio

    Tempo total Qtd

    Operao HorasHomem

    Central de controle Avaria funcional 2,5 Substituio e reparao No 1 B 0,5 0,5 1Comando motor porta Avaria funcional 1 Substituio e reparao No 1 B 0,3 0,3 12

    Motor porta Avaria funcional 2 Substituio e reparao No 1 B 0,3 0,3 12Orgos de movimento Avaria funcional 0,5 Substituio e reparao No 2 B 0,5 1 12

    Boto de comando esinalizao Avaria funcional 6 Substituio e reparao No 1 B 0,3 0,3 12

    Conversor 24Vca/24Vcc Avaria funcional 1 Substituio e reparao No 1 B 0,8 0,8 1Porta Avaria funcional 0,1 Substituio No 2 B 1,5 3 24Porta Avaria funcional 25 Regulao No 1 B 0,5 0,5 24

    Batente porta Avaria funcional 0,4 Substituio e reparao No 1 B 0,4 0,4 24

    TAXA DE AVARIA GLOBAL CONJUNTOS 729,500MTTRm 0,473

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    Os valores de MTTR foram calculados com base nas fichas de manuteno correctiva e

    nos valores correspondentes da taxa de avaria com recurso estrutura em rvore,

    conforme quadro seguinte, tendo-se tomado como exemplo a anlise de manutenocorrectiva da instalao das Portas, dentro da caixa do veculo - sendo que o valor global

    para o veculo completo: MTTR = 0,843 horas, ou seja 51 minutos:

    Safety- Anlise de Segurana

    A segurana ser garantida, durante as fases de concepo e fabrico, pela aplicao das

    normativas e leis vigentes de Segurana e do Sistema da Qualidade.

    Analisados, ainda que sumariamente, os quatro items que compem a gesto da

    problemtica RAMS, propomo-nos mostrar a Proposta do Adjudicatrio no que toca

    aplicao da tcnica AMEDEC, atravs de anlises especficas.

    Assim, na fase de concepo do veculo foram calculadas, de forma preliminar, as

    principais consequncias das falhas no cumprimento do servio previsto para o veculo.

    Esta anlise permite integrar o AMEDEC com as actividades RAMS e permite construir

    um Quadro do comportamento do veculo, e fixar objectivos para a fase de

    desenvolvimento do projecto. Nesta fase ser efectuada uma anlise do tipo FTA (Fault

    Tree Analysis), com o objectivo de estimar as probabilidades de ocorrncia de falhas.

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    Na fase de desenvolvimento do projecto todas as assunes feitas para a taxa de falhana anlise tipo FTA, sero verificadas por uma anlise tipo AMDEC, efectuada para os

    principais sub-sistemas, permitindo actualizar a FTA e obter valores de criticidade para a

    anlise de segurana.

    4.2 - Clusulas de disponibilidade, fiabilidade, segurana, qualidade, vida til

    (LCC 30 anos), mantenabilidade, penalizaes dependentes da

    disponibilidade do sistema, entre outras.

    Ao longo deste ponto 4.2 cingir-nos-emos, anlise do Custo do Ciclo de Vida

    (LCC) e Mantenabilidade.

    O objectivo fornecer um Sistema cujo nvel de falhas seja o mais baixo possvel e

    com custos controlados, pelo que foi feita uma simulao do custo de posse,

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    baseado na tcnica do Life Cycle Cost", cuja noo, nas compras de grandes

    Equipamentos, est a ser banalizada.

    A acelerao do ciclo de desenvolvimento dos produtos, que a inovao tecnolgica

    e a concorrncia acarretam, tem uma consequncia muito importante para o

    ambiente em que o Metro do Porto tem de gerir a sua actividade. Os produtos tm

    ciclos de vida cada vez mais curtos, durante os quais tm de operar de uma forma

    eficaz e fivel.

    Assim, h que saber antecipadamente a durabilidade do equipamento:

    - em que momento fornece um ganho de explorao mximo?

    - em que momento devem cessar as aces de manuteno?- em que momento esse equipamento deve ser desqualificado?

    - deve-se renov-lo ou reconstrui-lo?

    - tem valor de revenda?

    - tem custos de desactivao?

    O LCC um meio de apoio deciso, aparecendo com destaque no quadro de

    ocorrncias da gesto econmica: visualiza e acumula todos os dados econmicos

    obtidos ao longo do ciclo de vida de um equipamento, constituindo um ponto de

    equilbrio entre o presente e o futuro (pelo menos, necessitamos de adicionar

    custos presentes e futuros), sendo que a disponibilidade de informao sobre as

    fases do ciclo de vida do produto aumentar a exactido da estimativa.

    O Adjudicatrio, para clculo do LCC - que engloba investimento inicial, manuteno

    e explorao (energia + pessoal tripulante) - empregou os softwares Minimarvel e

    Excel 5, tendo usado a seguinte metodologia:

    Dados:

    Project - Dados gerais do projecto e Cmbios

    Global Data - Custo de Mo de Obra

    - Nmero de veculos

    - Quilometragem anual da frota

    - N. de anos

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    Equipment data : - Estrutura do veculo (Quantidades por conjunto)

    - Dados de Manuteno preventiva e Manuteno Correctiva

    - Custo de spare parts- Tempo das intervenes de manuteno

    - Valor de MTBF por conjunto

    - Velocidade mdia

    - Custo de energia ( 20$00 KW / h )

    O Adjudicatrio tomou, para clculo do LCC, os seguintes pressupostos:

    Vida til: - 30 anos

    Amortizao: - Valor material no fim da vida til: 10% do valor de aquisio

    - Decrscimo linear do valor residualFrmula:

    Custo de posse do veculo = (CA+CMVR)/n. anos=(0,9 CA+CM)/30

    Em que: CA Custo de aquisio CM Custo de manuteno acumulado a 30 anos

    VR Valor Residual dos Veculos

    O clculo do LCC para uma frota de 72 unidades:87,2 milhes de contos.

    Quanto aos Planos de Manuteno, os componentes do veculo so divididos em 4

    categorias quanto a aces de manuteno:

    36

    22,5

    9,3

    10,2

    9,2Investimento

    Energia

    Manut. Prev.

    Manut. Curativa

    Condutores

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    PLANOS DE MANUTENO

    CATEGORIADO

    COMPONENTE

    Componentes sujeitos amanuteno

    HARD

    Componentes sujeitos amanuteno

    ON CONDITION

    Componentes sujeitos amanuteno

    CONTINOUSMONITORING

    Componentes sujeitosa manuteno

    QUANDOHOUVERAVARIA

    MetodologiaSubstituio/ Operaocom prazo fixo

    Substituio/Verificao a prazofixo

    Substituio/ revisoefectuada apssinalizao de umsistema de monitorizaosem necessidade deverificao a prazo fixo

    Substituio s nomomento em que severifica a avaria

    AplicaoComponentes mecnicossujeitos a desgaste e vida tildeterminada.-Rolamentos-Juntas de borracha-leos e lubrificantes

    Componentes mecnicossujeitos a desgaste e a vidatil no directamenteprevisvel.-Pastilhas de freio-Rodas-Contacto do pantgrafocom a catenria

    Sistemas com componentessujeitos a desgaste e/ou maufuncionamento detectado porsensores apropriados e/ouequipamentos com diagnsticoautomtico que detectam valoresfor dos limites ou aindainstalaes providas deautocheckem cada arranque.-Nveis de leo nos reservatrios-Componentes elctricos.

    Componentes mecnicosda estrutura no sujeitos adesgaste sensvel.-Suportes-Caixas-Tubagem e elementos deligao elctrica e pneum

    4.3 - Normalizao (AFNOR, ISO, CEI, VDE, ...) e especificaes BOStrab para

    construo e operao de sistemas de veculos LRV (Light Rail Vehicles).

    A Proposta segue a normalizao Portuguesa, quando existente, e em situaes de

    omisso recorre a normas internacionais.

    Merece especial meno, nesta rea, as recomendaes da UITP Unio

    Internacional de Transportes Pblicos e da BOStrab Associao Alem de

    Fabricantes de Material Ferrovirio.

    O Metro do Porto presta especial ateno a este domnio da qualidade, participando

    ou equacionando participar, em alguns organismos nacionais de alguma forma

    ligados qualidade no sector, tais como: CTE 9 - Comisso Tcnica Electrotcnica 9 Aplicaes Elctricas e

    Electrnicas para Instalaes Ferrovirias, Junto do Instituto Electrotcnico

    Portugus.

    Comisso Tcnica Portuguesa de Normalizao para a rea do Transporte

    Ferrovirio, junto do Instituto Superior Tcnico.

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    Comisso Sectorial 12 Qualidade nos Transportes do Conselho Nacional

    Qualidade, rgo do Instituto Portugus da Qualidade

    4.4 - Tecnologias integradas nos equipamentos relacionados com a

    manuteno: rectificao de rodados em movimento, integrao de

    expert systems, monitorizao on line, inspeces visuais por

    recurso a tele-cmara, entre outros;

    Ao longo deste ponto 4.4 cingir-nos-emos, anlise da rectificao de rodados em

    movimento e expert systems.

    De seguida apresenta-se um diagrama de blocos da lgica do accionamento do

    sistema do comando das bogies motoras que garante autonomamente o regime

    ideal de funcionamento evitando a patinagem, o desgaste anormal das rodas e

    carris.

    Este sistema permite a rectificao das rodas em plena marcha do veculo em

    virtude de dispor de um sistema de telemetria a laser que controla o perfil das rodas,

    permitindo a correco de qualquer anomalia combinando o binrio de entrada com

    o binrio resistente.

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    ACQUISIZIONEDEI SEGNALI

    LIMITAZIONI SULRIFERIMENTODI COPPIA

    CONTROLLOANTISLITTANTEANTIPATTINANTE

    LIMITAZIONE PERANTISLITTANTEANTIPATTINANTE

    LIMITAZIONEIN FUNZIONEDELLA VELOCITA'

    RIFERIMENTI COPPIA, FLUSSO

    CONTROLLO INDIRETTOFLUSSO STATORICO

    MODULATORE DIPILOTAGGIO IN PWM

    PROTEZIONIHARDWARE

    CONTROLLO INDIRETTOFLUSSO STATORICO

    MODULATORE DIPILOTAGGIO IN PWM

    PROTEZIONIHARDWARE

    ACQUISIZIONEVelocit, TensioneCorrenti

    ACQUISIZIONEVelocit, TensioneCorrenti

    INGRESSI USCITEDIGITALI

    VELOCITA' RIFERIMENTO VEICOLO

    CONTROLLO COPPIALATO DESTRO/SINISTRO

    INVIO SEGNALI DICONTROLLO EDIAGNOSTICI

    CONTROLL

    .AZIONAMENTO1

    CONTROLL

    .AZIONAMENTO2

    LOGICADIAZIONAMENTO

    LIMITAZIONE

    PER

    Vel

    LIMITAZIONE

    PER

    Vlinea

    STATOO

    P.S

    ISTEMA

    VEL.R

    IF.

    CARRELLO

    CARICO

    VARIABILE

    SEGNALIDIAGNOSTICI

    CODICEOPERATIVO

    SISTEMA

    RIF.

    COPIA

    TRAZIONE/FER

    AVANTI/INDIETRO

    SBLOCCOI

    MPULSI

    VELOCITA

    RIFERIMENTO

    12

    3

    4

    56

    11

    10

    9

    8

    7

    13

    12

    16

    15

    14

    21

    19

    20

    18

    17

    23

    22

    24 2625

    3029

    28

    27

    333231

    V

    1) CONTROLE ACCIONAMENTO 1

    2) PROTECES HARDWARE

    3) MODULADOR DE PILOTAGEM EM PWM

    4) CONTROLO INDIRECTO FLUXO ESTATRICO

    5) CONTROLO ACCIONAMENTO 2

    6) PROTECES HARDWARE

    7) MODULADOR DE COMANDO EM PWM

    8) CONTROLO INDIRECTO FLUXO ESTATRICO

    9) REFERNCIAS BINRIO FLUXO

    10) LGICA DE ACCIONAMENTO

    11) AQUISIO VELOCIDADE, TENSO, CORRENTES

    12) CONTROLE ANTI-DERRAPAGEM ANTI-PATINAGEM

    13) VELOCIDADE REFERNCIA VECULO

    14) CONTROLE BINRIO LADO DIREITO/ESQUERDO

    15) ENVIO SINAIS DE CONTROLE E DIAGNSTICOS

    16) LIMITAO EM RELAO VELOCIDADE

    17) LIMITAO PARA ANTI-DERRAPAGEM ANTI-PATINAGEM

    18) LIMITAES SOBRE A REFERNCIA DE BINRIO

    19) AQUISIO DOS SINAIS

    20) AQUISIO VELOCIDADE, TENSO CORRENTES21) LIMITAO PARA VEL.

    22) LIMITAO PARA V LINHA

    23) ENTRADAS SADAS DIGITAIS

    24) ESTADO OP. SISTEMA

    25) VEL. REF. BOGIE

    26) CARGA VARIVEL

    27) SINAIS DIAGNSTICOS

    28) CDIGO OPERATIVO SISTEMA

    29) REF. BINRIO

    30) TRACO/TRAVAGEM

    31) PARA A FRENTE PARA TRS

    32) DESBLOQUEAMENTO IMPULSOS

    33) VELOCIDADE REFERNCIA

    ESQUEMA DE BLOCOS FUNCIONAL DA LGICA DE ACCIONAMENTO

    O veculo tem um computador que dispe de uma base de dados com os percursos

    e velocidades de referncia que, com auxilio das balizas BIDA90, permite ao

    condutor circular velocidade correcta para cada percurso.

    Todas as informaes de bordo so transmitidas on-line para o Posto de Comando

    Central.

    Estes subsistemas integram-se num sistema mais vasto de segurana que vai

    desde a telesinalizao s telecomunicaes

    4.5 - Transferncia de tecnologia, formao e treino dos efectivos de

    manuteno

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    Para alm da participao da indstria nacional j assegurada, a proposta do

    Adjudicatrio, maximizar a subcontratao da manuteno fazendo a formaoprofissional necessria para o efeito, salvaguardando as obrigaes dos fabricantes

    relativas s garantias,

    4.6 - Gesto global do projecto e sistema de informao (relatrios de gesto e

    arquivos tcnicos)

    A Entidade Operadora elaborar relatrios de gesto e arquivos, registando o

    funcionamento do Sistema aos quais o Metro do Porto ter pleno acesso; e manterigualmente arquivos detalhados sobre a Operao e Manuteno do Sistema assim

    como um inventrio de dados que permita ao Metro do Porto avaliar do cumprimento

    dos requisitos do Contrato, devendo ser fornecidas cpias de tais documentos

    sempre que solicitadas. Todos esses relatrios e arquivos estaro de acordo com o

    Sistema de Informao de Gesto da Operao e Manuteno (SIGOM), a incluir

    nos Planos de Gesto da Operao e Manuteno.

    5 Algumas clusulas contratuais relativas qualidade e capacidade do

    servio

    5.1. Disponibilidade do sistema

    A Disponibilidade do Sistema compara o servio programado com o realmente

    prestado. Esta comparao ser avaliada atravs de dois parmetros: tempo de

    servio efectivo prestado pelas instalaes e material circulante (Disponibilidade de

    servio) e cumprimento da oferta (Disponibilidade da frota de material circulante).

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    5.1.1. Disponibilidade de servio (DS)

    DSli = Tempo de Servio Efectivo da linha i

    Tempo de Servio Programado da linha i

    5.1.2. Disponibilidade da frota de material circulante (DF)

    DFli = Veculos x Quilmetro reais teis

    Veculos x Km programados

    5.2. Fiabilidade do sistema

    5.2.1. Fiabilidade da frota de material circulante

    MDBF = Km totais percorridos pela frota

    N. de avarias

    MDBF Mean Distance Between Failure

    A avaliao da fiabilidade da frota ser feita relacionando o indicador de

    fiabilidade real com o terico, atravs da seguinte expresso:

    Ff= MDBF real

    MDBF terico

    Avaria - Sero avarias as que, reparadas em marcha ou na via, tenham produzido

    uma perturbao no servio superior a 3 (trs) minutos.

    5.3. Regularidade do servio

    um indicador da qualidade do servio prestado. Avaliar-se-, nas zonas

    suburbanas, atravs do grau de cumprimento do horrio (Atrasos), e nas zonasurbanas pelos intervalos de passagem em estaes (Disperso do intervalo).

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    5.4. Imagem comercial

    Este indicador agrupa os aspectos que proporcionam uma boa imagem de servio

    ao passageiro e ser avaliado, com base nos registos do PCC e por inspeces, asaber: limpeza; nvel de iluminao; funcionamento de escadas mecnicas;

    funcionamento de ascensores; funcionamento de equipamento de bilhtica.

    5.5 Aspectos quantitativos de qualidade e capacidade do servio

    Disponibilidade de servio do sistema (DS) 98 %

    Disponibilidade da frota de material circulante (DF) 98 %

    Fiabilidade da frota de material circulante (FF) 98 %

    Fiabilidade das instalaes fixas (FIF) 98 %

    6 - BENCHMARKING

    6.1 As experincias recentes no projecto de transportes ferrovirios urbanos num

    conceito de DTLCC (Design To Life Cycle Cost) comeam a dar os primeiros

    resultados positivos, como o caso da GVM de Amesterdam, onde so obtidos

    custos de 10 a 20% mais baixos, por km, do que em outras redes equivalentes na

    Holanda.

    6.2 Verifica-se que para efeitos de penalidades e bonificaesest generalizado um

    processo iterativo anual que fixa um tempo de indisponibilidade com probabilidade

    de 95%, e que corresponde ao tempo mximo de indidponibilidade, sendo neste

    caso solicitado ao concessionrio uma melhoria deste parmetro para o ano

    seguinte.

    Quanto disponibilidade, o Metro do Porto constatou que a nvel mundial atendncia consiste em verificar a qualidade do servio atravs de figuras de mrito,

    das quais damos alguns exemplos.

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    Metro do Canada: Definio aproximada da disponibilidade

    MTTRMTBFMTBFD

    +=

    POMA 2000 Valencia: Definio ponderada de disponibilidade

    (por vezes chamada Segurana de Pontualidade)

    eAMMTBF

    MTBFSP

    +=

    - K t / MTBF

    SP = Segurana de Pontualidade

    t = Durao mdia de um trajecto

    MTBF = Tempo mdio entre avarias

    AM = Atraso mdio chegada no terminus

    K = Coeficiente multiplicador fixado nas especificaes

    O metro Valencia foi construdo nesta dcada. Em 1998 a exigncia de

    disponibilidade foi aumentada de 98 para 99%.

    Metro de Caracas: Figura de mrito

    O sistema est dividido em quatro subsistemas. Para cada um feito um calculo, a

    cada passagem de unidade, tendo em conta:

    - Atrasos ( Djk)

    - As vias disponveis ( Pjk)

    - Veculos disponveis ( Qjk)

    RATP de Paris: Qualidade de servio (QSFR)

    QSFR=RTEPxNTPxLT

    NNinexPmxTINTpxLTRxNTPRpdTEBTEP /)( +

    Esta formula a mais completa e tem em conta:

    - Tempos de explorao previstos e perdidos,

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    - Viagens previstas e perdidas,

    - Comprimento da rede,

    - N. de estaes no exploradas.

    7 Concluso

    O Metro do Porto integrou o actual estado da arte da engenharia de equipamentos

    nas orientaes dadas ao Adjudicatrio, mas, temos de ter presente o facto de

    ainda nos encontrarmos na fase de anteprojecto.

    O Adjudicatrio prope um processo Feed-Forward com o objectivo de reduzir os ndices

    de criticidade quanto a frequncia e gravidade para atingir os objectivos propostos nestafase - preliminary design.

    Para alm de que sempre que, justificadamente (nomeadamente no que diz respeito

    a Disponibilidade, Fiabilidade, Mantenabilidade e Custos) o Metro do Porto faa

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    sugestes de alteraes ao Plano de Manuteno, compromete-se o Adjudicatrio a

    aceit-las. Para esse efeito, todos os dados relativos manuteno sero

    oportunamente disponibilizados ao Metro do Porto.

    Esta metodologia d a confiana ao Metro do Porto de que o modelo de

    manuteno ser adaptado s necessidades da explorao.

    Devemos ainda registar, com agrado, o facto de os parceiros tecnolgicos do

    Adjduciatrio, em associao com outras entidades ligadas indstria, servios e

    universidades, estarem a desenvolver, na rea da manuteno, o Metro do Porto

    como um case study.

    O objectivo desta aco obter uma elevada fiabilidade e disponibilidade reais,

    minimizando o custo do ciclo de vida dos equipamentos do Metro do Porto,

    exportando o modelo para o restante Sistema Ferrovirio Nacional.