apostila nr 17 condicoes ambientais e humanas do trabalho

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NR 17 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E HUMANAS DO TRABALHO

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N17

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NR 17 CONDIÇÕES

AMBIENTAIS E

HUMANAS DO

TRABALHO

Sumário 1. Introdução .............................................................................................................. 3

2. Temperatura .......................................................................................................... 3

2.1. Conforto Térmico ............................................................................................ 4

2.2. Trabalhos em altas temperaturas ................................................................... 5

2.3. Trabalhos em baixas temperaturas ................................................................. 6

3. Ruídos ................................................................................................................... 8

3.1. Influência dos ruídos no desempenho ............................................................ 9

4. Vibrações............................................................................................................. 12

4.1. O que é vibração? ........................................................................................ 13

4.2. Tipos de Vibrações ....................................................................................... 14

4.3. Efeitos das vibrações sobre o organismo ..................................................... 15

4.4. Controle das vibrações ..................................................................................... 15

5. Iluminação ........................................................................................................... 16

5.1. Fadiga Visual ................................................................................................... 18

5.2. Planejamento da iluminação............................................................................. 18

6. Cores ................................................................................................................... 20

6.1. Planejamento das cores ................................................................................... 22

7. Organização do trabalho ...................................................................................... 23

7.1. Fontes de insatisfação .................................................................................. 24

7.2. Estresse gerado no trabalho ............................................................................. 25

8. Fatores humanos no trabalho .............................................................................. 26

8.1 Fatores humanos no trabalho: adaptações ........................................................ 26

8.2. Fatores humanos no trabalho: monotonia ........................................................ 28

8.3. Fatores humanos no trabalho: fadiga ............................................................... 29

8.4. Fatores humanos no trabalho: motivação ......................................................... 29

Considerações finais................................................................................................... 30

1. Introdução

Para muitos, o local de trabalho é onde se passa a maior parte do tempo, não é mesmo? Então deve

estar adaptado às necessidades e limitações de cada profissional, proporcionando bem-estar e

contribuindo para o melhor desempenho das funções.

Caso não esteja adaptado corretamente, pode haver muitas consequências. Neste curso abordaremos

como as ações ergonômicas devem ser aplicadas ao ambiente de trabalho, evitando doenças

ocupacionais e erros constantes, na busca por um ambiente que proporcione bem-estar físico e

mental.

Vamos começar?

2. Temperatura

Você já se sentiu sufocado(a) em um ambiente fechado? Já passou frio, exposto ao ar condicionado?

Como é desagradável trabalhar em ambientes frios ou quente demais, não é mesmo?

Condições ambientais desfavoráveis prejudicam o desempenho profissional. A temperatura, por

exemplo, pode provocar danos consideráveis à saúde.

É preciso ficar atento para se manter fora da faixa de risco.

A temperatura afeta diretamente o desempenho do trabalhador:

O homem possui mecanismos internos de regulação térmica para manter a temperatura corporal mais ou menos constante, em torno de 37°C. Isso faz com que o corpo humano se mantenha sempre aquecido e pronto para o trabalho, independentemente da temperatura externa.

Itiro Lida, 2000.

Como vimos, o corpo humano busca manter um equilíbrio de temperatura para se sentir confortável.

Mas o que é “conforto térmico”?

2.1. Conforto Térmico

O Conforto térmico dá uma sensação de bem-estar. A sensação térmica depende de fatores

ambientais, como temperatura, umidade do ar e velocidade do vento (esses três fatores contribuem na

evaporação que retira o calor do corpo), e de fatores pessoais, como tipo de vestimenta e tipo de

atividade física desenvolvida (que contribuem para elevar ou diminuir a temperatura corporal).

Você percebeu quantos graus estava acusando o termômetro do ambiente de escritório que vimos

anteriormente?

Marcava 20 graus. Será que essa é uma temperatura adequada para um ambiente de escritório? Veja

o que diz a NR 17.

Para que o clima seja considerado agradável, vai depender também do tipo de atividade física e do vestuário.

Segundo a NR 17, item 17.5.2, nos locais de trabalho onde se desenvolvem trabalhos intelectuais e que exijam atenção constante, tais como: salas de controle, escritórios, salas de desenvolvimento ou análises de projetos, dentre outros, são recomendados um índice de

temperatura efetiva entre 20°C e 23°C, velocidade do ar não superior a 0,75m/s e umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

2.2. Trabalhos em altas temperaturas

Quando se busca adequadas condições ambientais de trabalho, um ponto importante é cuidar da

temperatura.

Você sabe quais são as consequências de trabalhar em um ambiente com altas temperaturas?

Baixa no rendimento.

Diminuição da concentração.

Aumento de erros e índice de acidentes, principalmente depois dos 30°C.

Quando estamos em ambientes quentes, o corpo passa por algumas transformações fisiológicas:

A temperatura média do corpo aumenta.

O ritmo cardíaco se eleva.

Há aumento da transpiração.

Você sabe o que acontece com quem não é acostumado a trabalhar em climas quentes?

Essas transformações fisiológicas acontecem porque o organismo está se adaptando ao calor. Esse

processo de adaptação acontece durante 2 semanas.

Curiosidade:

Quando se trabalha durante 4 horas em um ambiente cuja temperatura está acima de 40° e a umidade acima de 80%, a temperatura corporal aumentará para 39°C (normal = 37°C), o ritmo cardíaco subirá para 180 pulsações por minuto (repouso = 70 pulsações por minuto) e o corpo vai eliminar 2 litros de suor. A pessoa sentirá desconforto e ficará exausta.

Quando o corpo sua, perde sal, e qual a consequência dessa perda?

O sal atua como um calmante sobre o sistema nervoso, e sua perda altera a composição salina, provocando estados de excitação. Se demoramos para consumi-lo, podem surgir câimbras musculares.

Dica:

A camisa molhada ou gotículas de suor visíveis na pele indicam desequilíbrio térmico. Faça uma

pausa ou diminua o ritmo de trabalho para que o equilíbrio seja restabelecido.

2.3. Trabalhos em baixas temperaturas

Como vimos, o calor excessivo traz riscos físicos dependendo das atividades profissionais

desenvolvidas, ocasionando esgotamento físico e mental. Mas você sabe o que acontece quando

trabalhamos em um ambiente com baixas temperaturas?

Da mesma forma que podemos nos adaptar a trabalhar no calor intenso, o corpo também se adapta a

baixas temperaturas. E isso também pode ocasionar sérios problemas à saúde. Além dos trabalhos

realizados ao ar livre, muitos têm que enfrentar baixas temperaturas trabalhando em câmaras

frigoríficas, por exemplo.

Ao ter que ficar exposto a temperaturas muito baixas (abaixo dos 15°C) ou enfrentar ventos fortes ou

chuva com vento é de suma importância proteger-se usando roupas adequadas.

Abaixo dos 15º C: a concentração e a capacidade de pensar

e julgar diminuem. O controle muscular e algumas

habilidades motoras, como a destreza e a força, são

reduzidos.

É imprescindível ter condições adequadas de proteção para o corpo, pois permanecer exposto a um

frio abaixo dos 15°C causa danos à saúde.

Citamos abaixo alguns cuidados que se deve ter para se prevenir:

Evitar trabalhar sozinho em ambientes frios;

Usar vestimentas e equipamentos adequados;

Utilizar um termômetro para verificar a temperatura do local.

Consumir alimentos ricos em calorias;

Ter cuidado com choques térmicos, que podem acontecer quando o organismo é exposto a

diferentes temperaturas em um curto espaço de tempo.

Para finalizar este tópico, a seguir vamos relembrar alguns pontos importantes sobre altas e baixas

temperaturas.

Lembre-se!

O índice de temperatura ideal para o conforto corporal é entre 20°C e 23°C.

3. Ruídos

Você já parou em um lugar movimentado e ficou prestando atenção aos vários ruídos do seu dia a

dia?

É bastante desgastante ficar exposto ao barulho de carros buzinando, som alto, prédios em

construção, diversas pessoas conversando ao mesmo tempo. E o que acontece com as pessoas que

trabalham em ambientes sonoramente poluídos?

Neste tópico, será apresentado um conteúdo que esclarece essa e outras perguntas. Siga em frente!

O ruído é um som que nos incomoda. Mas é importante lembrar que algumas vezes o som que

representa um ruído desagradável para uma pessoa, pode não ser para outra. Por exemplo, se o seu

vizinho está pregando um quadro na parede, as batidas do martelo podem incomodá-lo caso sua

atenção esteja voltada para assistir a um filme.

O ruído é uma mistura complexa de diversas vibrações, medido em uma escala logarítmica, em uma unidade chamada decibel. O ouvido humano é capaz de perceber uma grande faixa de intensidades sonoras, desde aquelas próximas de

zero, até potências 10,000,000.000 (1013

) superiores, equivalentes a 130 dB. Esse é o ruído correspondente ao do avião a jato, e é praticamente o máximo que o ouvido humano pode suportar. Acima disso, situa-se o limiar da percepção dolorosa, que pode produzir danos ao aparelho auditivo. (Itiro Lida, 2000).

Frio e ambiente de trabalho Ficar exposto a uma temperatura abaixo de 15°C diminui a concentração, a capacidade de pensar e julgar, atinge o controle muscular e afeta algumas habilidades motoras, como agilidade e força. Também pode causar tremores, pois os vasos sanguíneos periféricos se contraem para reduzir a perda de calor.

3.1. Influência dos ruídos no desempenho

Quando o ruído e a vibração são constantes e excessivos, prejudicam a concentração e se

transformam em uma grande fonte de tensão.

Conheça algumas consequências de ficar exposto a algum tipo de ruído:

Lesões no aparelho auditivo;

Fadiga auditiva;

Sono, atenção e memória prejudicados;

Irritabilidade e instabilidade emocional;

Taquicardia;

Aumento da tensão muscular.

A consequência mais evidente do ruído é a surdez temporária ou permanente. A surdez temporária

pode desaparecer com o descanso, mas, dependendo da frequência, intensidade e tempo de duração

da exposição ao ruído, apenas descansar não será suficiente, e pode acontecer de a surdez

temporária se transformar em uma situação irreversível.

Você sabia que...

O que fazer para prevenir a exposição excessiva ao ruído?

Confira algumas dicas!

• Enclausurar máquinas e equipamentos;

• Substituir materiais duros por outros macios e emborrachados;

• Utilizar materiais que absorvam impactos e sons;

• Utilizar EPIs, como protetor auricular, entre outros.

• Procurar eliminar o ruído na fonte.

Vimos anteriormente que ruídos excessivos no ambiente de trabalho podem acarretar danos ao

aparelho auditivo, causando, em casos extremos, até surdez. E sabe por que isso acontece? Porque o

Uma pessoa pode trabalhar exposta a ruídos de até 80 decibéis sem sofrer consequências graves. Acima de 80 dB, começam a surgir riscos à saúde,

principalmente na faixa de 2000 a 6000 Hz. Para ruídos de 4000 Hz com 100 dB, o tempo máximo de exposição contínua sem riscos é de apenas 7

minutos.

ouvido humano é capaz de detectar sons de 20 dB à 120 dB. Quando o ruído passa dos 120 dB, gera

desconforto e dor ao aparelho auditivo, causando problemas graves.

Para finalizar este tópico, conheça as tabelas de diferentes níveis de intensidade sonora.

Nosso ouvido vibra com uma energia mínima chamada limiar de audição, quando o ruído ultrapassa

esse limite, chamamos de limiar de dor, pois o aparelho auditivo é prejudicado e sentimos sensações

de dor e desconforto. Para compreender melhor, acesse os anexos abaixo.

Você sabe quanto tempo o ser humano pode ficar exposto ao ruído? Conheça a tabela de

intensidades e verifique:

O aparelho utilizado para medir a intensidade sonora é chamando de

decibelímetro.

Quer conhecer algumas fontes de ruídos e sua intensidade? Veja a tabela abaixo:

4. Vibrações

No tópico anterior, você estudou sobre os ruídos e pôde compreender os malefícios que causam ao

corpo. Assim como o ruído, as vibrações, também presentes em nosso dia a dia, podem ser

desconfortantes e perigosas.

4.1. O que é vibração?

Vibração é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo.

Você já percebeu que, quando andamos de carro por uma estrada de terra, o veículo fica

“sacolejando”?

Esse sacolejar faz com que nosso corpo se movimente com a vibração do carro.

Ao utilizar uma britadeira, por exemplo, sentimos a vibração nas mãos e braços.

4.2. Tipos de Vibrações

1. Vibrações de corpo inteiro:

São transmitidas ao corpo na posição sentada, em pé ou deitada. Os profissionais que mais sentem

essas vibrações são os que utilizam máquinas pesadas, como caminhões, tratores, ônibus,

aeronaves, máquinas de terraplanagem, grandes compressores, máquinas industriais, entre outros.

2. Vibrações localizadas:

Afetam certas regiões do corpo, como mãos, braços e ombros.

Os profissionais que geralmente sofrem com essas vibrações são os que efetuam operações com

ferramentas manuais vibratórias, como marteletes, britadores, motosserras, compactadores,

furadeiras, entre outros.

Você sabe quais os efeitos que a vibração constante diretamente sobre o corpo humano pode

causar? Descubra a resposta a seguir!

4.3. Efeitos das vibrações sobre o organismo

Conheça as principais consequências das vibrações sobre o corpo humano:

• Problemas visuais: diminuição da capacidade visual e efeito desfavorável na realização de

determinadas tarefas;

• Dor no corpo e abdômen, reações musculares, ranger de dentes;

• Tensão muscular, dores de cabeça;

• Lesões neurológicas;

• Diminuição da destreza manual, da força muscular e da sensibilidade térmica;

• Alterações auditivas;

• Hemorroidas.

Você percebeu como as vibrações podem afetar nosso corpo?

Além das consequências listadas anteriormente, as vibrações também podem causar perda de

equilíbrio, falta de concentração e visão turva. Mas os efeitos das vibrações no corpo dependem

principalmente das frequências que compõem a vibração.

4.4. Controle das vibrações

Além das frequências, os efeitos da vibração no organismo dependem do tempo de exposição, da

intensidade e da repetição. Por isso é preciso colocar em prática algumas providências.

Você sabe quais medidas devem ser colocadas em prática para controlar as vibrações? Reflita um

pouco sobre isso antes de seguir em frente.

Frequências mais baixas, de 1 a 80 hertz (Hz), podem provocar lesões nos ossos, juntas e tendões.

Para preservar a saúde, deve-se tomar algumas providências:

Tentar reduzir as vibrações na fonte. Exemplo: Ao usar uma britadeira manual, verificar se

está lubrificada, se passou por manutenção periódica ou se é possível colocar calços de

borracha para diminuir as vibrações.

Buscar isolar a fonte das vibrações. O isolamento pode ser feito pela distância, para que a

pessoa não entre em contato direto com ela.

Proteger-se das vibrações. O profissional deve usar equipamentos como botas e luvas, que

ajudam a minimizar as vibrações, além de utilizar protetores auriculares.

Aplicação de pausas de descanso. Caso a vibração seja contínua, a pausa durante o

trabalho reduz o efeito das vibrações sobre corpo.

Importante!

Lembre-se de cuidar da saúde, não deixe de fazer exames periódicos.

Cada caso é um caso, por isso é preciso medir as vibrações dos equipamentos utilizados no trabalho

e aplicar medidas adequadas para prevenir ou reduzir os riscos.

A proteção contra as vibrações exige um bom diagnóstico quanto à origem e ao tipo de vibração.

5. Iluminação

Você já se imaginou vivendo sem eletricidade?

Seria muito difícil, concorda?

O trabalho e as condições de vida seriam outras se Thomas Edison não tivesse descoberto a

eletricidade.

Desde a descoberta da lâmpada até os dias de hoje, houve uma grande evolução, estamos “cercados”

por luzes e cores produzidas artificialmente, no trabalho, em casa, nas ruas.

Assim como o ruído e a vibração, a iluminação é um fator ambiental que influencia no desempenho do

trabalho. Neste tópico, você vai compreender melhor este assunto. Avance!

A iluminação no ambiente de trabalho é um fator importante para o conforto visual, para a

produtividade e qualidade final do trabalho. É um recurso que gera satisfação e reduz a fadiga e os

acidentes.

Mas isso só acontece quando existe o correto planejamento da iluminação.

Você sabe o que a NR 17 estabelece sobre este assunto?

A lâmpada incandescente, inventada em 1878 por Thomas Edison, contribuiu como poucos outros eventos para aumentar a produtividade humana, tendo acrescentado mais quatro horas diárias de vida ativa para a população mundial.

O que diz a NR 17 sobre iluminação

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou

artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a

evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

5.1. Fadiga Visual

Seguir as normas da NR 17 é essencial para o conforto do colaborador. Um dos fatores que colabora

para isso é a iluminação, pois, caso não seja adequada, pode acarretar consequências, como a fadiga

visual.

A fadiga visual é provocada pela fixação do olhar por um longo tempo na tela do computador ou pela

iluminação ambiente.

Quando nos movimentamos, fixamos e focalizamos os olhos, principalmente em objetos pequenos, os

músculos ligados ao globo ocular são forçados, gerando esgotamento. A iluminação insuficiente ou

errada provoca brilhos e ofuscamentos, contribuindo para a fadiga visual.

A fadiga visual provoca:

Tensão e desconforto;

Os olhos tendem a ficar avermelhados e a lacrimejar;

A necessidade de piscar aumenta;

As imagens perdem a nitidez ou se duplicam;

Num estágio mais evoluído, a fadiga visual provoca dores de cabeça, náuseas, depressão e

irritabilidade emocional.

Você sabe como deve ser o planejamento correto de iluminação?

5.2. Planejamento da iluminação

A iluminação dos ambientes de trabalho deve ser pensada desde o início do projeto, utilizando

adequadamente a luz natural e a luz artificial.

A luz natural, além de ser de boa qualidade, proporciona economia.

A claridade também é determinada pela reflexão das paredes, tetos, piso, máquinas e

mobiliário.

O uso adequado de cores e a criação dos contrastes pode produzir um ambiente agradável de

fábrica ou escritório, diminuindo a fadiga e os acidentes.

Conheça três tipos de sistemas de iluminação:

Iluminação geral Iluminação localizada Iluminação combinada

Dica: Além de pensar no sistema de iluminação, deve-se escolher o tipo de lâmpada, luminárias e a

distribuição.

As luminárias devem ser posicionadas de forma a prevenir ofuscamentos e reflexos, por isso o

adequado é que fiquem 30 graus acima da linha de visão (horizontal) e, se possível, colocadas atrás

do colaborador.

Zona de ofuscamento Errado Certo

Agora vamos relembrar algumas dicas e conhecer outras sobre iluminação:

1. Deve-se tentar usar a luz natural.

2. As janelas devem ficar na altura das mesas e devem ser altas, para atingir pontos mais

profundos da sala.

3. A distância da janela ao posto de trabalho não deve ultrapassar 2 vezes a altura da janela.

4. Os sistemas de iluminação devem ser adequados, evitando o ofuscamento e superfícies

refletoras.

5. Utilize sistemas de iluminação adequados.

6. Paredes e superfícies devem ser pintadas com cores claras.

7. Tomar cuidado com a intermitência das lâmpadas fluorescentes.

Dica:

A localização dos postos de trabalho em relação às luminárias e janelas é essencial para o

bem-estar do colaborador. Caso seja necessário, consulte um engenheiro especialista em

segurança do trabalho.

Até o momento, você estudou sobre temperatura, ruídos, vibrações e iluminação. Em

nosso próximo tópico, será abordado outro fator que influencia o ambiente de trabalho:

as cores.

6. Cores

Você sabia que existem estudos comprovando que as cores influenciam a condição

emocional, a produtividade e a qualidade do trabalho? As cores.

Dependendo da cor visualizada ou que é usada no ambiente de trabalho, é possível sentir

diversas reações, como tristeza e alegria, calma e irritação.

Para que você compreenda melhor a influência das cores em nosso dia a dia, veja a seguir o

significado das principais cores:

Vermelho: É uma cor quente, a cor das paixões, do amor ao ódio. A cor da alegria e do

perigo. É utilizado para criar ambientes quentes e aconchegantes. Quando disposto em

pequenas porções sobre um fundo verde, produz vibrações desagradáveis.

Amarelo: É uma cor luminosa, lembra riqueza material e espiritualidade. Transmite

calor, otimismo, está associada ao calor.

Verde: Significa vigor, juventude, frescor, esperança e calma. Alivia tensões e equilibra

o sistema nervoso. É adequada para locais de repouso.

Azul: É a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza lealdade, fidelidade,

personalidade e sutileza. É uma cor fria, calma e até mesmo um pouco sonífera.

Laranja: É uma cor quente, tal como o amarelo e o vermelho. Significa movimento e

espontaneidade. Quando utilizada em um ambiente, dá a sensação de expansão. É

uma cor que psicologicamente ajuda a digestão.

Branco: Simboliza paz, nascimento, morte. Significa inocência e pureza. Causa

sensação de tranquilidade, calma.

Preto: Aparece como símbolo da perda, do luto, da angústia profunda. É considerado

deprimente, mas hoje é visto como a cor da sofisticação e do luxo.

A cor é um elemento que pode provocar sensações e promover bem-estar emocional.

Pensando nisso, veja a seguir quais cores devem ser usadas em um ambiente de fábrica.

6.1. Planejamento das cores

Agora você já sabe que as cores influenciam nosso psicológico e rendimento, mas é

importante ressaltar a importância de adequar as cores à arquitetura e iluminação, deixando o

ambiente harmonioso.

Curiosidade!

Uma simples mudança da cor em uma embalagem provocou aumento de vendas em

1.000%.

Aplique cores claras em grandes superfícies.

As cores dos móveis e outros objetos devem estar com contrastes adequados para a

sua identificação.

Um ambiente de trabalho que planeja e aplica corretamente as cores com a arquitetura

e a iluminação ganha em economia de até 30% no consumo de energia e aumentos de

produtividade que chegam a 80 ou 90%.

É preciso que a escolha das cores seja adequada em função do espaço e às características

da tarefa e dos usuários que trabalham no local.

Confira as combinações de cores que devem ser usadas em uma fábrica:

Paredes: Máquinas: Cinza-claro

Verde-claro

Bege creme

Verde-azulado-claro

Ocre-amarelo fosco

Azul-claro

Dica!

Cores foscas são melhores que cores brilhantes, pois não produzem reflexos.

Uma combinação adequada de cores (harmônicas) ajuda a promover melhor concentração no

trabalho, reduz acidentes e contribui para preservar os equipamentos limpos.

7. Organização do trabalho

Quem é que não gosta de trabalhar em um ambiente organizado, que segue as normas

ergonômicas descritas na NR 17?

Depois de estudar os principais fatores ambientais que influenciam o trabalho, como

temperatura, ruídos, vibrações, iluminação e cores, neste tópico você vai compreender como

o trabalho pode ser organizado, deixando ainda melhor o ambiente de trabalho e reduzindo os

riscos para os funcionários.

Você já deve ter estudado sobre a Revolução Industrial, então sabe que as pessoas

trabalhavam em péssimas condições. Trabalhar naquela época era um “mal” necessário. Com

o tempo, a organização do trabalho foi evoluindo por meio de pesquisas, testes e aplicação de

novas tecnologias, possibilitando melhores condições de trabalho e diminuição dos riscos.

Hoje se pensa não somente a iluminação, ruídos, espaços, mas também maneiras de facilitar

o bom relacionamento entre os colaboradores.

Dica!

Lembramos que a NR 17 – Ergonomia, tem como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

Curiosidade: No início da Revolução Industrial, a carga horária era de

16 horas diária, sem descanso semanal e sem férias.

O primeiro passo para gerar a transformação na empresa é pesquisar as principais causas de

insatisfação dos colaboradores.

7.1. Fontes de insatisfação

As causas de insatisfação dependem muito do tipo de trabalho realizado, mas de forma geral

podem estar relacionadas à(ao):

Ambiente físico: temperatura, iluminação, ruídos e vibrações.

Ambiente psicossocial: sentimento de segurança, oportunidade de crescimento profissional,

benefícios recebidos da empresa, relacionamento com os colegas.

Remuneração: Também é uma insatisfação, ainda mais quando se soma a outras

insatisfações.

Jornada de trabalho: Na visão da ergonomia, jornadas de trabalho superiores a 8 ou 9 horas

diárias são improdutivas.

Organização: Os colaboradores devem ser respeitados, havendo um relacionamento

saudável.

Veja o que diz o item 17.6.1 da NR 17:

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características

psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em

consideração, no mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo;

e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.

Você acredita que esses itens, quando não organizados, podem levar o profissional ao

estresse? Confira a seguir!

7.2. Estresse gerado no trabalho

Quem nunca passou estresse em algum ou vários momentos da vida? Muito citado

atualmente, o estresse é uma fonte de insatisfação, principalmente no trabalho.

Mas o que gera o estresse no trabalho? Conheça os fatores.

Estresse gerado no trabalho:

A pressão gerada para terminar tarefas;

Sentimentos de incapacidade. Acontece quando temos uma visão pessoal de que não

vamos conseguir efetuar certo trabalho.

Condições físicas desfavoráveis (sejam ambientais ou de posto de trabalho);

Os fatores organizacionais também causam estresse, como, por exemplo, as

exigências e críticas dos superiores que não agregam entusiasmo.

Mas como reduzir o estresse? Confira algumas dicas!

Verificar se é necessário redesenhar o posto de trabalho. Conferir fatores ambientais,

como temperatura, ruídos, iluminação, cores, entre outros (que já vimos nesta aula);

Verificar se existe isolamento; Investir na interação social.

As pausas adequadas devem ser aplicadas ao local de trabalho, minimizando o

cansaço.

Outra situação estressante é referente a cargos e salários. Para não gerar atribulações,

devem estar claramente definidos e de forma justa.

Boa comunicação entre a equipe e entre funcionários e superiores.

Antes de prosseguir para o próximo tópico, vamos abordar um ponto de suma importância, a

adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores

com deficiência. Seguem as principais observações:

A opinião do colaborador é essencial para informar o que deve ser mudado, pois ele é o

agente que pode propor soluções e informar se a adequação realizada está funcionando

corretamente.

8. Fatores humanos no trabalho

Como você já estudou neste curso, a ergonomia busca tratar do caráter físico das atividades

do trabalho. Por estabelecer parâmetros que beneficiam a saúde do colaborador, aumenta a

produtividade, mas também há uma preocupação com os fatores humanos (psicológicos),

como a monotonia, a fadiga e a motivação.

Neste tópico, vamos abordar os fatores humanos no trabalho e como nos adaptamos a uma

nova tarefa.

Que tal conversar sobre esses aspectos?

8.1 Fatores humanos no trabalho: adaptações

Citamos aqui apenas quatro itens, mas existem vários fatores de estresse dependendo do tipo de trabalho e de ambiente. Por isso, pare por um momento e analise o que tem lhe causado estresse,

tente resolvê-lo e preserve sua saúde.

- Adaptação do espaço físico da empresa, possibilitando fácil acesso aos setores;

- Ajustes ou adaptação de equipamentos; - O posto de trabalho deve ser adequado, correspondendo com os trabalhos

prestados; - A carga horária deve ser adequada.

Você já percebeu que é comum termos momentos produtivos, quando queremos realizar

todas as tarefas ao mesmo tempo, e outras vezes nossa produtividade simplesmente diminui?

Isso acontece porque nosso organismo apresenta oscilações em quase todas as suas

atividades fisiológicas com um ciclo aproximado de 24 horas.

As pessoas matutinas sentem muita facilidade de acordar e levantar cedo, têm maior

rendimento no período da manhã e costumam dormir mais cedo.

Já as vespertinas são mais ativas à tarde e no início da noite e se adaptam melhor a trabalhos

noturnos.

Você é mais matutino ou vespertino?

A maioria das pessoas estão em posições intermediárias. Mas, se você pertence a algum

desses grupos, tente adaptar seu horário para ter um melhor descanso, caso seja possível,

troque seu turno, assim você melhora o ritmo do trabalho e ganha qualidade de vida.

Além da adaptação de horário, também devemos perceber diversas transformações

fisiológicas que acontecem em nosso corpo. É possível notar isso especialmente em

atividades que exigem muito esforço físico. Compreenda essas mudanças fisiológicas na

explicação a seguir:

Com certeza você já ouviu os seguintes comentários:

“- Eu trabalho melhor no período da manhã”. “- Ah não! O melhor horário para se trabalhar é à tarde”.

No início da atividade, nossos músculos trabalham em desvantagem, com um débito de oxigênio. O metabolismo dos músculos produz ácido

lático e ácido racêmico, que aumentam o teor de acidez do sangue, essa acidez serve como estimulante para a dilatação dos vasos e

aumento da respiração, que contribuem para levar mais oxigênio aos músculos.

Portanto, para um trabalho físico pesado, é aconselhável fazer um pré-aquecimento de 2 a 3 minutos.

Acabamos de ver duas adaptações no trabalho, a primeira é referente à produtividade e a

segunda, à adaptação do corpo ao trabalho físico pesado, para o qual aconselha-se fazer

aquecimento de 2 a 3 minutos. Agora vamos falar sobre adaptação a um novo trabalho.

Quando começamos uma nova atividade que não dominamos, passamos por algumas fases.

Vamos conhecê-las!

Você se lembra de seu primeiro dia de trabalho? Ou como você aprendeu a andar de bicicleta

ou digitar as primeiras palavras usando o teclado do computador? Sem dúvida foi uma fase

de aprendizado e de adaptação, concorda?

As fases que serão apresentadas são referentes à evolução de um colaborador iniciante em

uma determinada função.

Fase 1: aprendizagem da sequência de atividades.

É realizada uma orientação escrita ou verbal, ou a imitação de uma atividade.

Fase 2: ajuste dos canais sensoriais.

À medida que o colaborador vai compreendendo e praticando a atividade, os canais

sensoriais que ele usa para obter informações sobre a tarefa vão se modificando. Com o

tempo, ele passa a ter domínio sobre a tarefa e selecionar as informações importantes das

menos importantes.

Fase 3: ajuste dos padrões motores.

Acontece um ajuste dos movimentos corporais, como maior agilidade e ritmo na

movimentação de materiais e objetos.

Fase 4: redução da atenção consciente.

O colaborador não precisa de muitas informações para realizar a atividade, a executa

“automaticamente”. Sabe discernir informações ou detalhes considerados essenciais ou os

que indiquem algum perigo.

8.2. Fatores humanos no trabalho: monotonia

O que é monotonia?

É a reação do organismo a um ambiente metódico, pobre em estímulos ou com pouca

variação das excitações.

Quais os sintomas?

Quem sofre de monotonia sente fadiga, sonolência, morosidade e tem a atenção diminuída.

O que causa a monotonia?

Atividades fáceis (operacionais), prolongadas e repetitivas.

Trabalhos de vigilância que exigem atenção contínua, mas sem grandes excitações.

Ambiente com pouca iluminação, quentes, com ruídos e isolamento social.

Quais são as suas consequências?

Quando o trabalho é operacional, destacamos duas consequências, a diminuição da atenção

e o aumento do tempo de reação.

8.3. Fatores humanos no trabalho: fadiga

O que é fadiga?

É a redução da produtividade e qualidade do trabalho.

O que causa a fadiga?

Fatores fisiológicos relacionados à intensidade e

duração do trabalho físico e intelectual. Fatores

psicológicos, como a monotonia e falta de motivação.

Fatores ambientais e sociais, como iluminação, ruídos,

temperaturas e relacionamento no trabalho.

Quais as suas consequências?

Muitas são as consequências, mas em geral ela provoca queda da produtividade e do

desempenho, aumento de erros e acidentes. As pessoas fadigadas acabam simplificando

suas tarefas, eliminando tudo o que não é essencial.

Como minimizar a fadiga?

Para o cansaço do dia a dia, as pausas no trabalho e uma boa noite de sono é o remédio

ideal. No caso de fadiga crônica (cansaço acumulativo), que pode provocar úlceras, doenças

mentais e problemas do coração, deve-se procurar ajuda médica.

8.4. Fatores humanos no trabalho: motivação

Como está sua motivação hoje?

Você já sentiu uma força interna induzindo-o a conquistar um objetivo? Esse “algo” que é

ativado e se mantém vivo se chama motivação.

Considerações finais

Chegamos ao fim do nosso curso!

Você teve a oportunidade de conhecer a importância da ergonomia e sua influência nos

fatores ambientais, sociais e psicofisiológicos.

Você também pôde compreender a importância de seguir as normas da NR 17, que

regulamenta a iluminação, ruídos, temperatura e muito mais.

Agora que você possui os conhecimentos sobre ergonomia e já sabe o que diz a NR 17, não

deixe de praticar e compartilhar.

Desejamos sucesso para você! Nós encontramos em um próximo curso!

Quando um colaborador está motivado, a monotonia e a fadiga não o prejudicam facilmente. Envolvido pela motivação, esse profissional produz mais, com qualidade, além de tentar resolver os problemas por si mesmo para alcançar os objetivos. Isso gera a confiança de seus superiores.