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Impresso 99129-5/2002-DR/SC UFSC CORREIOS Universidade Federal de Santa Catarina - Outubro de 2007 - Nº 385 Jornal Universitário Pesquisadores de amanhã O XVII Seminário de Iniciação Científica da UFSC revelou o potencial dos estudantes para a pesquisa e contribuiu para o desafio de popularizar a Ciência. p. 5 Foto: Acervo Agecom Guerra nas estradas p. 8 Vestibular & inclusão p. 4 A arte de cheirar p. 9 Vaga para reitor A comunidade universitária da UFSC escolhe nos dias 13 de novembro (1° turno) e 4 de dezembro (se houver 2° turno) os sucessores do reitor Lúcio José Botelho e do vice Ariovaldo Bolzan. Conheça nas páginas centrais (6 e 7) o pensamento das chapas que encaminharam à Agecom os textos no prazo estipulado. Mais eleições na página 4. Foto: Vicenzo Berti Contando com uma área edificada de 640.480m², o campus principal da UFSC, em Florianópolis, soma 18.081.543m². O reitor, que vai assumir em maio de 2008, administrará uma comunidade universitária de 2.927 trabalhadores técnico-administrativos, 1.600 professores e mais de 30 mil alunos, do pré à pós

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Impresso99129-5/2002-DR/SC

UFSC

CORREIOS

Universidade Federal de Santa Catarina - Outubro de 2007 - Nº 385

Jornal

Universitário

Pesquisadores de amanhã

O XVII Seminário de Iniciação Científica da UFSC revelou opotencial dos estudantes para a pesquisa e contribuiu parao desafio de popularizar a Ciência. p. 5

Foto

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Guerra nas estradasp. 8

Vestibular & inclusãop. 4

A arte de cheirar p. 9

Vaga para reitorA comunidade universitária da UFSC escolhe nos dias 13 de novembro (1° turno) e 4de dezembro (se houver 2° turno) os sucessores do reitor Lúcio José Botelho e do viceAriovaldo Bolzan. Conheça nas páginas centrais (6 e 7) o pensamento das chapas queencaminharam à Agecom os textos no prazo estipulado. Mais eleições na página 4.

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Contando com uma área edificada de 640.480m², o campus principal da UFSC, em Florianópolis, soma 18.081.543m². O reitor, que vai assumir em maio de 2008,administrará uma comunidade universitária de 2.927 trabalhadores técnico-administrativos, 1.600 professores e mais de 30 mil alunos, do pré à pós

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 2

Do Editor

Elaborado pela Agecom -Agência de Comunicação da UFSCCampus Universitário - Trindade - Caixa Postal 476CEP 88040-970, Florianópolis - SCwww.agecom.ufsc.br, [email protected]: (48) 3721-9233 e 3721-9323.Fax: 3721-9684Diretor e Editor Responsável:Moacir Loth - SC 00397 JPCoord. de Divulgação e Marketing:Artemio R. de Souza (Coord.)RedaçãoArley Reis (Jornalista)Alita Diana (Jornalista)Celita Campos (Jornalista)José Antônio de Souza (Jornalista)Paulo Clóvis Schmitz (Jornalista)Paulo Fernando LiedtkeDaniel Ludwich (Bolsista)Fernanda Rebelo (Bolsista)Jéssica Limpinski (Bolsista)Mara Paiva (Jornalista)Margareth Rossi (Jornalista)Mayara Vieira (Bolsista)Sofia Franco de Araújo (Bolsista)Régis Rodrigues (Bolsista)Talita Fernandes de Jesus (Bolsista)Fotografia:Jones J. BastosPaulo NoronhaLívia Allgayer Freitag (Bolsista)Arquivo FotográficoLedair PetryTania Regina de SouzaEditoração e Projeto Gráfico:Jorge Luiz Wagner BehrCláudia Schaun Reis (Jornalista)Divisão de Gestão e Expediente:João Pedro Tavares Filho (Coord.)Beatriz S. Prado (Expediente)Romilda de Assis (Apoio)Impressão: Diário Catarinense

Expediente

Caiu na cestaMoacir Loth

A comunicação cuida da saúde da instituição

Alívio pro JU. “Circulação mundial de jornais au-menta 1,9%”. Em 2006 o número de títulos subiu3,22%. Mais de 1,4 bilhão de pessoas lêem jornal diá-rio hoje. O melhor desempenho foi verificado na Amé-rica Latina. A pesquisa é da WAN (Associação Mundialde Jornais).

Encheu! O escritor Mário Prata congestionou o Círcu-lo de Leitura de Florianópolis, que acontece mensalmen-te na EdUFSC, sempre numa quinta. A leitura atraiu doiscandidatos a reitor.

Desumanização. A imprensa tem uma tradição denão divulgar suicídios. No entanto, recente episódio ocor-rido no campus da UFSC rendeu até manchete de capa.Inclusive um jornalão entrou na nova onda.

Perguntinha indiscreta. A “tirinha”da Aline, na Fo-lha apresenta um diálogo travado, provavelmente, emBrasília: “O senhor trabalha em quê?”, pergunta a ga-rota de programa. “Eu sou deputado”, responde. “Voutirar você dessa vida!!”, promete a moça.

Intervenções. A Feesc continua sob intervençãojudicial, paralisando, em parte, a atividade cientifica noCTC. Já na Fapeu a intervenção é administrativa, ou seja,a auditoria acontece sem o afastamento dos diretores.

Arrocho no horizonte. ...“Isso aumenta a nossaresponsabilidade no processo de negociação, porque es-tarão sendo definidos os critérios para a reposição dasnossas perdas salariais durante todo o resto do GovernoLula” (Paulo Rizzo, professor da UFSC e presidente daAndes-SN, diante da intenção do governo em definir apolítica salarial até 2010).

Reinando. Nos 25 anos de existência do CCA, osseus pesquisadores jamais desenvolveram vacas tão fér-teis e produtivas quanto as encontradas nas fazendas dopresidente do Senado.

De acordo. O Senado e a Câmara fazem por mere-cer a grafia “Congreço” que aparece no carimbo oficial daSecretaria de Coordenação Legislativa daquela Casa. Essadaí superou o “Seu Creysson”.

No vácuo da Unaberta. Nasce, em tempo, um portalà altura de um curso de muitas estrelas: www.cotidiano.ufsc.br . O feito é do Núcleo de Estudos eProdução Hipermídia Aplicados ao Jornalismo (Nephi-Jor).

Matando saudades. Exposição de fotos obtidas naAgecom emocionou, em Balneário Camboriú, a turma deMedicina do reitor na comemoração dos 30 anos de for-matura.

Com os dois pés na cova. Agora fala-se em idademínima de 90 anos e 70 de contribuição! Por que nãoaposentar a Previdência?

Foi memorável a Aula Magna realizada na Praça da Cidadania da UFSC nodia 13 de abril de 1982 pelo ator Paulo Autran. Insubstituível no teatro, nocinema e na novela, o artista morreu no dia 12 de outubro de 2007, em SãoPaulo, aos 85 anos.

“Terra em Transe”, “Liberdade, Liberdade”, “Otelo”, “Depois da Queda”, “Mortee Vida Severina”, “O Avarento” e “Pequenos Crimes Conjugais” são alguns dostrabalhos que o consagraram. Para quem quer saber mais, uma boa leitura éo livro Paulo Autran: sem comentários.

Decepcionado, em 2005 desistiu de fazer TV e optou pelo rádio(Quadrante, na Bandnews FM). Na UFSC magnetizou um público ciosopor cultura e arte, num espetáculo jamais repetido no campus.

Memória

Foto

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ones

Bast

os

Comunicação sem máquina

Na eleição para reitor e vice-reitor em novembro,a Agência de Comunicação (Agecom) faz valer os be-nefícios e prerrogativas da Política Pública de Comuni-cação da Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC).

Segundo documento da Agecom dirigido aos co-mitês das chapas concorrentes, e aprovado, por una-nimidade em reunião da equipe, as candidaturas estãorecebendo tratamento igualitário, o que significa vetoà máquina, ou seja, nenhum equipamento, materialou serviço, enfim, nada da estrutura da agência pode-rá ser utilizado a favor ou contra qualquer uma daschapas. Essa postura isenta e profissional pauta, por-tanto, o portal, o Jornal Universitário (JU) e a relaçãocom os jornalistas e a mídia.

A Política Pública de Comunicação, implementadaem 1988 e detentora do Prêmio José Reis de Divulga-ção Científica (1994), norteia a sua conduta com basenas regras do jornalismo, na Declaração Universal dosDireitos Humanos e nos Códigos de Ética do JornalistaProfissional e do Servidor Público Federal.

A comunicação pública da UFSC, pioneira e quetem feito escola e história no País, atende a todos ossegmentos da comunidade universitária, não discrimi-nando tendências, nem ideologias, priorizando sempreos fatos concretos, as realizações da instituição, emresumo, as notícias.

Essa política define, portanto, como equívoco oculto à personalidade, desmistificando a figura do jor-nalista em assessoria de comunicação como porta-vozoficial de dirigentes e reforçando o seu papel defacilitador da missão dos jornalistas e dos meios decomunicação. Ela vem amparada numa comunicaçãoabrangente e planejada que serve de canal e faz omeio de campo entre a universidade e a comunidade.

A divulgação do processo de reforma da Emergên-cia do Hospital Universitário (HU) e do concurso vesti-bular 2008 é um exemplo que pode dar uma idéia con-creta da importância estratégica do trabalho realizadopela Agecom.

Na mesma linha é digna de moção a coberturajornalística dos movimentos sociais, eventos culturaise científicos e da própria eleição em curso.

Não passar batido. Descontando o que não presta, mor-mente gerado por forças que escapam da vontade interna daUniversidade, os trabalhadores têm motivos para celebrar assuas datas comemorativas em outubro (15 e 28, respectiva-mente). A principal razão é a própria UFSC, que, aos 47 anos,renova-se diariamente para atender à sociedade e manter po-sição de liderança no cenário nacional.

Sete palmos. ...”Mas agora será preciso mais do quetrabalhar para viver. Será preciso trabalhar para morrer”(Editorial da Folha de Blumenau, sobre o colapso dos ce-mitérios). Haja plano para morrer seguro!

Livro aberto. Boletim da Apufsc não esconde a cizânia.O sindicato encontra-se isolado, mas transparente.

Santa “catarina”. Madre Paulina nasceu na Itália(Trento). A genuína santa brasileira será a catarinenseAlbertina Berkenbrock, assassinada no sul de SC, São Luís,quando tinha 12 anos. A sua história pode ser conferida nolivro A Menina dos Anjos, de Oswaldo Della Giustina (co-edição EdUFSC e Unisul). A beatificação aconteceu na Ca-tedral Diocesana de Tubarão.

Sem ofender. A interiorização da UFSC terá espaçona futura gestão? Embora seja um compromissoinstitucional, as chapas em campanha não parecem inse-ri-la entre as suas prioridades...

“Abriu mão”. Citando o JU, jornal de uma das chapasoposicionistas interpreta que a reeleição do atual reitor eratida como favas contadas...

Colhendo nulos e indecisos. Uma terceira chapaterá cumprido, obviamente, a condição de zebra se pro-vocar o 2° turno. “

“É preciso parar com a mania de acharque contratar para o Estado brasileiro éinchaço da máquina

Lula na Folha

Cerâmica, MDF, cola a base de água e rejunte.Receita de Oscar Ávila Neto para compor as releiturasde obras de artistas como o pernambucano RomeroBritto, o espanhol Joan Miró, escudos de time de fu-tebol e criações próprias em mosaicos que buscam ainspiração em um catarinense: Rodrigo de Haro. Oartista trabalha na Imprensa da universidade e tam-bém dá aulas de mosaico na Igrejinha.

Frase

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 3

O s a r t i g o s s ã o d e i n t e i r a r e s p o n s a b i l i d a d e d e s e u s a u t o r e s

A professora Luciana dá aulas de Li-teratura para o ensino médio (antigosegundo grau, mais antigo ainda cursocolegial, antiqüíssimo clássico ou cien-tífico) do Colégio Murialdo, emAraranguá. O Murialdo é uma escolaparticular mantida por padres católicos.Araranguá, com 55 mil almas, é umadas mais importantes cidades da Re-gião Sul de Santa Catarina. SantaCatarina é um estado pequeno, modes-to, de parco território e exígua popula-ção frente aos números grandiosos quedescrevem a Federação a que se deu onome de Brasil. O Colégio, numa inicia-tiva própria, que se compromete a re-petir todo ano, acaba de promover o IIISeminário de Escritores com o objetivode valorizar e sedimentar a cultura lite-rária catarinense.

Recentemente, a professora Lucianadeparou-se com o problema da com-preensão, isto é, da leitura de uma dasobras relacionadas para o vestibular dasuniversidades federal e estadual de San-ta Catarina: alguns alunos, ou váriosdeles, ou muitos, ou quase todos aque-les que se aventuraram a desbravar olivro começaram a dar sinais eloqüen-tes de esgotamento em função da

O Murialdo, de Araranguáalegada complexidade do texto. Afinal,eles teriam que entender profundamen-te cada detalhe das histórias narradasno livro, dissecar impecavelmente to-dos os personagens e não-personagensque vagam por aquelas páginas, definircom precisão a escola literária a que sefilia o autor, cujas biografia e idiossin-crasias devem orientar, e de certa for-ma condicionar, o estilo, as peripécias,os diálogos e sua forma de narrar oscontos - tinham por obrigação, enfim,não guardar sombra de dúvida ao cabodas leituras, tantas quantas fossem ne-cessárias.

A tal ponto as coisas estavam che-gando, logo no início da leitura conjun-ta do livro em sala de aula, que um dosalunos aventou a possibilidade de queo autor da obra estaria com certeza pas-sando por graves problemas psicológi-cos e sentimentais quando a escreveu.Outro estudante questionou sobre a ra-zão, que lhe parecia assaz estranha, deo escritor incluir cenas eróticas no tex-to, o que levou a colega ao lado a inqui-rir se seriam, tais passagens picantes,autobiográficas ou ficcionais, ou seja,reais, vividas por ele, ou apenas dementirinha.

A receita da professora Luciana, eque se revelou milagrosa (tanto a re-ceita quanto a Luciana, afinal), resu-me-se a um sábio conselho: "Peguemo livro, fechem a porta do quarto, des-liguem-se do mundo lá fora e viajemcom o escritor: deixem-se levar pelahistória e pelo que ela propõe e suge-re. Aproveitem o clima do texto, rela-xem e... gozem - vocês irão descobrirenfim, maravilhados, o imenso prazerda leitura. Feito isso, as questões teó-ricas, depois, se tornarão absurdamen-te simples e fáceis."

- E o resultado desse processo, professora?- Maravilhoso! Eles adoraram o livro e

conseguiram interpretar o texto comcriatividade, alinhando idéias ricas e ori-ginais. O texto automaticamente deixoude ser complexo. Só continuam a terproblemas dois ou três alunos certinhose formais, que insistem em identificarna obra elementos teóricos ao invés dedegustar o sabor da narrativa, como sea lessem com esquadro e compasso.

Amilcar NevesEscritor, participou do Círculo de

Leitura da UFSC(originalmente publicado no DC de 03/10)

O acidente ocorrido no Oestecatarinense, terça-feira à noite, secompara a um atentado terrorista noIraque. Até ontem, contabilizavam-semais de cem feridos e 27 mortos. Oque mais será preciso acontecer paraque se tome consciência do estado deguerra não declarado de nossas ruase estradas? Fotos já circulam pelosprincipais jornais do mundo mostran-do um cenário de guerra. Difícil acre-ditar tratar-se de um trecho de estra-da do interior do Estado, no final deum dia comum de trabalho.

A maioria dos casos que ensan-güentam nossas rodovias equivoca-damente é denominado de acidentesde trânsito. Acidente é um eventoinesperado, que causa danos pesso-ais, materiais, financeiros e não in-tencional. Ao contrário, o acidente detrânsito, fora as exceções, é uma do-ença social que, como toda moléstia,pode ser diagnosticada, tratada e re-duzida em sua gravidade e proporção.

Será que a imprudência, a veloci-dade, o beber e dirigir, o dirigir sobefeito de drogas, o desrespeito à si-nalização, o baixo nível de exigência

Bagdá é aquipara a formação de condutores, a faltade sinalização, a péssima manutençãodas vias, a falta de fiscalização e a cer-teza da impunidade não são os sinto-mas de uma doença social? É possívelchamar de acidente de trânsito umacontecimento com uma centena deferidos, quase 30 mortos e no qual umou mais desses fatores de risco estãopresentes? Tragédias como essa sãoacompanhadas da justa indignação defamílias que têm suas vidas estilha-çadas. Buscam-se os culpados, longosprocessos criminais são realizados, mastudo continua absolutamente igual, semque nada seja feito para combater essadoença de denominação equivocada. Astragédias continuam. Faz-se necessá-rio dar um passo, pelo menos um, adi-ante desse conflito. A sociedade e aadministração pública têm de se mobi-lizar para reduzir o número dos aciden-tes, de feridos e de mortos. A ninguéminteressa o macabro título de campeãoem mortes nas estradas, muito menosao Estado de SC.

O remédio para todo esse descalabroé simples e conhecido. Mobilizar-se,falar em alto e bom som: “Quero e exi-jo respeito à vida!” As vítimas de trân-

sito, suas famílias e amigos têm umpapel fundamental nessa cruzada, ondetudo começa pela valorização e respeitoao Código de Trânsito Brasileiro. Nopassado, a mobilização social em tor-no da vida resultou na aprovação donovo código e na diminuição nos índi-ces da “doença” trânsito, durante anos.Mas a desmobilização e a falta de in-vestimentos fizeram com que os nú-meros voltassem a progredir.

A sociedade já demonstrou quesabe transformar indignação em ação.Unir esforços com a administração pú-blica é o caminho, e exigir o cumpri-mento do código é a principal tarefado cidadão. Esse é o remédio, o trata-mento depende do envolvimento decada um de nós.

José Roberto de Souza DiasProfessor da UFSC e pres. do Insti-

tuto Chamberlain de Estudos Avançados

O que é a alma da gente senão umvasto firmamento povoado das maisdiversas emoções? Nela tudo se suce-de, as intempéries e as calmarias emdinâmicas evoluções; ora esperadas eavassaladoras, ora imprevisíveis, porémarrebatadoras.

Um encontro casual, um olhar, umsorriso, podem ser tão inconseqüentesquanto a brisa amena da tarde, ou po-dem, num instante, se transformar numimpetuoso vendaval, varrendo do cora-ção da gente as emoções antigas, des-pertando aquelas adormecidas, ou tra-zendo consigo sentimentos novos, nun-ca antes sentidos.

Uma palavra, um gesto, podem sertão banais quanto uma nuvem no céuao entardecer, ou podem, momentosdepois, evoluir para um temporal, tra-zendo a chuva forte que causa a afli-ção e o espanto, que inunda o coraçãocom incertezas e com medos, mas que,ao desaguar, leva consigo as emoçõesenvelhecidas e arrefecidas, deixandonutrientes e as certezas de que já exis-te uma nova razão para viver.

Uma mensagem, um verso, talvezum poema, podem ser tão triviais quan-to um meteoro cortando o firmamentona madrugada, ou podem ter a violên-cia do impacto de um asteróide se pre-cipitando sobre o solo, ou como umaflecha lancinante abrindo no coraçãouma fenda profunda e dolorida para,logo em seguida, fazer germinar neleum sentimento novo, que se sobrepõeà dor, à culpa, ao medo e às incerte-zas.

Um sonho, um desejo, podem se es-vair como a gota de orvalho que se con-some com o primeiro sol do dia, ou po-dem ser como a minúscula fonte quebrota tímida da rocha, que se avolumae ganha forças descendo a montanha,que se expande na planície e que serealiza na comunhão com o mar. Podemparecer irreais como as quimeras e ina-tingíveis como a pequena estrelaluzente, lá nos confins do firmamento;contudo, se nos sonhos e nos desejostambém houver amor, ele os tornarápossíveis e palpáveis como a mais lin-da flor do jardim e reais como a maisbrilhante estrela do meu céu.

O meu amor é uma estrela morenaque vaga serena pelo infinito, esperan-do por mim. O meu amor é uma florpurpúrea a vicejar o seu esplendor. Omeu amor, às vezes, parece tão inatin-gível quanto a longínqua estrela nofirmamento, ou tão próximo e frágilcomo a flor do meu jardim, embalan-do-se ao sabor do vento, abrandandoos meus prantos, chamando-me e di-zendo que já é tempo de sentir o seuperfume e de me perder nos seus en-cantos.

Ivan J. PanchiniakDiretor Administrativo da EdUFSC

Antítese

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Paulo Clóvis SchmitzJornalista na Agecom

Chegou a 30.652 o número de inscritos ao Vestibular 2008 da Universi-dade Federal de Santa Catarina. Eles vão disputar, nas provas de 9 a 11 dedezembro, as 4.095 vagas existentes nos 65 cursos da instituição, incluin-do as três novas opções oferecidas a partir deste ano – Oceanografia,Zootecnia e Artes Cênicas. De acordo com a Comissão Permanente do Ves-tibular (Coperve/UFSC), 2.427 candidatos, por comprovadas condições só-cio-econômicas, foram contemplados com isenção da taxa de inscrição.

Dentro do Programa de Ações Afirmativas, que destina parte das vagaspara candidatos oriundos de escolas públicas, negros e índios, inscreveram-se 5.707 pessoas, sendo 5.141 para as vagas de candidatos egressos deestabelecimentos públicos. O número de candidatos que se auto-declara-ram negros foi de 559, sendo 290 egressos de escolas públicas e 269 deescolas particulares. Sete pessoas se candidataram para as cinco vagas su-plementares destinadas aos indígenas.

Eleição tem data e regulamento

Mais de 30 milno Vestibular de 2008

Atenção às datas: 30 de outubro éo prazo final para a divulgaçãodas inscrições e dos locais deprova no site, e quem tiver suainscrição indeferida tem até o dia 9de novembro para regularizá-la

Pelo calendário do Vestibular 2008 da UFSC, termina no dia 30 de outubroo prazo para a divulgação das inscrições deferidas e indeferidas no site oficial,já com os locais de prova de todos os candidatos que tiverem sua inscriçãoconfirmada. E 9 de novembro é a data-limite para quem teve sua inscriçãoindeferida entrar em contato com a Universidade.

As provas serão realizadas nas cidades de Florianópolis, Blumenau,Camboriú, Chapecó, Criciúma, Itajaí, Joaçaba, Joinville, Lages e Tubarão. Aprimeira delas, no dia 9 de dezembro, inclui as disciplinas de Língua Portu-guesa e Literatura Brasileira, Língua Estrangeira e Redação. No dia 10,acontecem as provas de Biologia, Geografia e Matemática. No último dia,11 de dezembro, o concurso será concluído com as provas de Física, Histó-ria e Química.

No site do concurso (www.vestibular2008.ufsc.br), os interessados po-dem encontrar o calendário completo, guia do vestibulando, informaçõessobre os concursos dos anos anteriores, notícias, editais e resoluções rela-tivas ao Vestibular. Também há dados sobre sobre os critérios de pontua-ção, o Programa de Ações Afirmativas e até as obras e autores seleciona-dos para o Vestibular 2009.

Mais informações podem ser obtidas com a Coperve, pelo telefone(48) 3721-9200, e-mail [email protected] e nos siteswww.vestibular2008.ufsc.br e www.coperve.ufsc.br.

Foto: Acervo Agecom

UFSC no PlanaltoWelber Oliveira Barral (foto), professor

da UFSC, assumiu a Secretaria de ComércioExterior do Governo Lula. Ele é autor, entreoutros, do livro O Brasil e o Protecionismo.

Foto

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ivulg

ação

A definição dos nomes do futuro reitor e vice-reitor daUniversidade Federal de Santa Catarina tem data para acon-tecer: o primeiro turno da consulta direta será no dia 13 denovembro e o segundo, se for necessário, está marcadopara 4 de dezembro de 2007. A reunião extraordinária doConselho Universitário para definir a lista tríplice que irá aBrasília será no dia 29 de janeiro de 2008, e o mandato doatual reitor termina no dia 10 de maio.

Até o fechamento desta edição do JU, três chapas eramconhecidas: “A UFSC do Século XXI”, dos professores ÁlvaroPrata, do Centro Tecnológico (reitor), e Carlos Alberto Justoda Silva, do Centro de Ciências da Saúde (vice-reitor); “Con-tigo é Possível”, dos professores Nildo Ouriques, do CentroSócio-Econômico (reitor), e Maurício Pereima, do Centro deCiências da Saúde (vice-reitor); e “Nova Visão”, dos profes-sores Fernando Kinoshita, do Centro de Ciências Jurídicas(reitor), e Marcelo Krajnc Alves, do Centro Tecnológico (vice-reitor). Esta última chapa só se tornou pública no dia 19 deoutubro, às 17h, quando formalizou sua inscrição.

A consulta à comunidade universitária contemplará osservidores docentes e técnico-administrativos ativos daUniversidade, integrantes das respectivas carreiras e emefetivo exercício que constem do seu cadastro de pessoalativo até o dia 17 de outubro de 2007; os alunos dos cursosde graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado)sediados no campus da Universidade; e os alunos dos Colé-gios de Aplicação e Agrícolas de Araquari e Camboriú que

tenham a condição de matrícula regular nessa mesma data.No caso dos colégios, somente poderão votar alunos comidade mínima de 16 anos. A votação será pelo voto direto esecreto, por meio de utilização de urna eletrônica.

Responsável pela organização, coordenação e fiscaliza-ção do processo, a Comissão Eleitoral de EntidadesRepresentantivas da Universidade é composta por oito pes-soas, representando a Associação de Professores eda UFSC(APUFSC), a Associação dos Pós-Graduandos da instituição(APG), o Conselho de Entidades de Base da Universidade(CEB) e os servidores técnico-administrativos, eleitos emassembléia geral da categoria.

Entre outros temas, a resolução no. 002/COMELEUFSC/2007, de 15 de outubro de 2007, define as normas para adivulgação das chapas, estabelecendo que é vedada aveiculação de propaganda de qualquer natureza nos prédi-os, muros, postes de iluminação pública, sinalização de trá-fego e paradas de ônibus localizados em área da Universi-dade. Também é proibida a realização de ‘showmícios’ emespaços da UFSC e a distribuição de camisetas, brindes eoutros bens e objetos durante a campanha. A resoluçãotrata ainda das regras para pesquisas eleitorais, penalida-des previstas aos infratores, procedimentos de votação eapuração e da prestação de contas da campanha eleitoral.

Acesse as resoluções nº. 001 e 002/COMELEUFSC/2007, que fixam as normas para a eleição, nos siteswww.comeleufsc2007.ufsc.br e www.ufsc.br.

Organizado pelo Sindicato dos Trabalhado-res (Sintufsc), as chapas inscritas estão, oficial-mente, inscritas a participar de um debate nodia 29, a partir das 14 horas, no Auditóri) o daReitoria. Contatos pelo telefone (48) 3721 9614.

Debate de idéias

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 5

Por Arley ReisJornalista na Agecom

A UFSC mostrou no início de outubro, durante aSemana Nacional de Ciência e Tecnologia, o talento deseus jovens pesquisadores. Em uma estrutura de maisde mil metros quadrados montada em frente à Reito-ria, e em auditórios da universidade, quase 700 proje-tos foram apresentados.

O encontro é um momento de divulgação de resul-tados e de avaliação – são professores da própria UFSCe também de comissões externas observando e anali-sando o trabalho desenvolvido por estudantes de gra-duação. O momento propicia uma grande mostra depainéis, que são acompanhados e explicados por seusautores, além de apresentações orais de alguns dosmelhores projetos de iniciação científica da instituição.

Os acadêmicos que participam são contemplados combolsas do Programa Institucional de Bolsas de IniciaçãoCientífica (Pibic), financiado pelo CNPq, e do programaBolsas de Iniciação Científica (BIP), mantido com recur-sos da própria UFSC. Além de mostrar suas realizaçõese desafios na introdução ao mundo da pesquisa científi-ca, todos os alunos que se apresentaram estão concor-rendo ao prêmio ‘Destaques da Iniciação Científica`. Osselecionados recebem o reconhecimento da UFSC e têmapoio financeiro para participar da Reunião Anual daSociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),o maior encontro de pesquisadores do país.

Jovens, adolescentes, crianças mostrando ci-ência - No ´circo‘ montado em frente à Reitoria acon-teceu também a Feira Estadual de Ciências e Tecnologia,criada para mostrar como a ciência e a pesquisa vêmsendo trabalhadas no ensino médio e fundamental deSanta Catarina. A iniciativa faz parte de um projeto doMinistério da Educação e da Unesco, que em SantaCatarina tem apoio, entre outras instituições, da Fun-dação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica(Fapesc).

A programação conjunta – Seminário de IniciaçãoCientífica da UFSC e Feira Estadual de Ciências eTecnologia – atraiu o público universitário e a comuni-dade em geral a visitar o campus no período em quenacionalmente o país se mobilizou em torno de temase atividades de pesquisa, na Semana Nacional de Ci-ência e Tecnologia. O evento criado pelo Ministério daCiência e Tecnologia (MCT) tem o objetivo de sensibili-zar a população sobre a importância da produção doconhecimento científico para a vida e para o desenvol-vimento do País.

Desafios - O pró-reitor de pós-graduação da UFSC,professor Valdir Soldi, fez a palestra de abertura doXVII Seminário de Iniciação Científica. Soldi falou so-bre a importância da iniciação científica e sobre a rela-ção da ciência com a sociedade. Para ele, a sociedade ea universidade deveriam promover uma maior alfabe-tização científica desde a infância, incentivando a visitaa museus de ciência e a observatórios astronômicos,

Cientistas do futuroCentenas de jovens pesquisadores participaram do XVII Seminário de Iniciação Científica, revelando o poten-cial da graduação para a Ciência. O evento, que exibiu cerca de 700 projetos, fortaleceu a Semana Nacionalde Ciência e Tecnologia, destinada a popularizar a atividade científica

por exemplo. O pró-reitor defendeu também que maisbolsas científicas sejam direcionadas a alunos do ensi-no médio.

Soldi lembrou que a sociedade relaciona vários “em-pecilhos” à profissão de cientista, pois cria a imagemde que o trabalho científico é tedioso, complicado, dis-tante da maioria das pessoas e que muitas vezes oscientistas produzem resultados desfavoráveis à socie-dade. O professor questionou essa idéia e lembrou quea pesquisa científica é a busca pela produção do conhe-cimento.

Durante a conferência, Soldi enumerou as caracte-rísticas que um pesquisador deve ter, como espírito vol-tado para a descoberta, habilidades para os métodoscientíficos, identificação, avaliação e formulação de pro-blemas, idéias ou hipóteses, curiosidade, perspicácia eética. Ele também falou sobre o desafio do Brasil deaumentar o número de cientistas e universidades e des-tacou a importância da continuidade dos estudos apósa graduação.

A iniciação científica - “Quando pensamos emquem faz ciência, a primeira imagem que aparece emnossa mente de um cientista é aquela figura meioesquisitona, de jaleco branco, cabelos arrepiados, ócu-los fundo de garrafa e, claro, enfurnado em laboratóriocercado por tubos de ensaio, pipetas, etc.”. Esse perfilvem sendo lembrado em diferentes eventos pela pró-reitora de pesquisa da UFSC, professora Thereza No-gueira, que logo em seguida retoma: “Tudo bem, elesexistem. Mas nem só aos remanescentes de AlbertEinstein cabem os louros das descobertas fantásticascapazes de revolucionar a saúde, a educação ou a polí-tica de um país. A pesquisa científica é democrática”.

A professora destaca que muitos jovens também par-ticipam da produção do conhecimento. “A pesquisa étambém objeto de desejo de jovens universitários bra-sileiros que descobrem o prazer da investigação emvárias áreas do conhecimento”. Ela lembra que o Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq), órgão do Ministério da Ciência eTecnologia (MCT), incentiva a pesquisa na graduaçãocom seu Programa Institucional de Iniciação Científica(Pibic), contando atualmente com mais de 20 mil bol-sistas em todo o País.

A UFSC estimula as atividades de pesquisa entreseus estudantes de graduação com o Programa de Bol-sas de Iniciação à Pesquisa (BIP), criado antes mesmodo CNPq implantar o seu Pibic. “O Seminário de Inicia-ção Científica é o ponto culminante deste esforço con-junto para formar novos pesquisadores nas mais diver-sas áreas do conhecimento”, resume. “Os programasde iniciação científica despertam nos estudantes de gra-duação o interesse pela pesquisa científica, incluindo oaluno como parte ativa no processo de geração do co-nhecimento, além de propiciar oportunidade para queos jovens dominem técnicas e métodos científicos, quese somam aos seus conhecimentos acadêmicos usu-ais”, ressalta a pró-reitora.

Alunos da UFSC divulgaram resultados de suas pesquisas,concorrendo ao prêmio Destaques da Iniciação Científica

Feira Estadual de Ciências e Tecnologia incentiva aalfabetização científica desde a infância

Jovens vêm descobrindo o prazer da investigaçãocientífica nas diversas áreas do conhecimento

Talento e medalhasAs equipes da UFSC trouxeram importantes troféus e medalhas da XX Copa

Unisinos, realizada de 12 a 15 de outubro na cidade de São Leopoldo (RS). Asprincipais conquistas foram as medalhas de ouro no basquete feminino, novoleibol feminino, no arremesso de martelo feminino (com Camila Aimbiré),nos 400 metros com barreira e 400 metros rasos (com Luiz Carlos R. Júnior).Os atletas da Universidade também ganham medalhas de prata no handebolmasculino, no salto com vara masculino (Felipe Neves), no arremesso de pesoe no lançamento de disco (as duas com Camila Aimbiré). Medalha de bronzefoi conquistada por Felipe Neves no judô masculino, categoria ligeiro.

A Copa Unisinos, também conhecida como Campeonato Universitário doMercosul, conta com disputas em várias modalidades individuais e coletivas,como atletismo, basquete, futebol, futsal, judô, handebol, xadrez, voleibol evôlei de praia (PC).

Foto: Lívia Freitag

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(da esq p/ dir) Felipe Neves, prata em salto com vara e judô, Luís Fernando Mafra,prata no handebol, Mario Luiz Barroso, técnico de vôlei feminino e Acelon da SilvaNeto, técnico de basquete feminino

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 6

A Universidade Federal de San-ta Catarina tem, mais uma vez, aopor tun idade de superar ocontinuísmo e deixar germinar ecrescer um tempo de mudança. Achapa “Contigo é Possível!”, arti-culada por um grande grupo detécnicos-administrativos, docentese estudantes, apresenta os nomesde N i ldo Our iques e Maur íc ioPereima para administrar a Univer-sidade. E tanto este grupo quantoos candidatos a reitor e vice sa-bem muito bem: há excelentesprojetos e incontáveis talentosdentro da Instituição.

A UFSC dispõe de um corpo téc-nico de elevada qualidade, que sereflete na produção acadêmica va-riada e com alto grau de comple-xidade. Por isso, mudar tambémsignifica respeitar, manter e apri-morar esses projetos, e dar àspessoas e seus talentos a oportu-nidade de aflorar. Para que issoaconteça, o grupo que hoje cons-titui o corpo de apoio da chapaacredita que é necessária uma co-munidade universitária de fato,genuína, que supere as divisões erivalidades entre setores. Daí quediálogo e participação serão pon-tos essenciais do trabalho dessaadministração.

Participação e diálogo estãomarcando os compromissos decampanha de Nildo e Maurício, quediscutem com os três segmentosda comunidade universitária temasfundamentais no atual contexto,entre os quais o das fundações deapoio. Nildo e Maurício consideramque as fundações são um instru-mento importante de custeio e in-vestimento, enquanto a Universi-dade não tiver autonomia plena,prevista na Constituição Federal.

Para eles, a rela-ção entre a Uni-versidade e asfundações e en-tre essas e o Mi-nistério Públicodeve ser de ab-soluta transpa-rência, um dosdesafios do pró-ximo reitor.

Também oensino de gradu-ação vai passarpor um fo r teprocesso de va-lorização. “Umauniversidade dequalidade, ple-na, deve rompera distância atu-almente existen-te entre as exi-gências de qua-lidade nos pro-gramas de pós-graduação eaquelas que ori-entam o ensinode graduação. Superar esta contra-dição é tarefa inadiável da Universi-dade e nosso compromisso”, afir-mam os candidatos. O que não sig-nifica que a pós-graduação ficarárelegada a segundo plano, pelo con-trário. O que haverá é equilíbrio en-tre os níveis de ensino e muito cui-dado com a formação.

No caso específico do HU, Nildo eMaurício acreditam que a atuação doreitor é estratégica, porque o hos-pital é um dos maiores instrumen-tos de legitimação da UFSC na soci-edade. Para os candidatos, a supe-ração dos problemas do HU precisade um forte protagonismo da Uni-versidade através da Associação

As eleições para reitor e vice-reitor da UFSC serão paritárias e acontecem, em primeiro turno, no dia 13 de novembro. O JU está abrindo espaço eqüânime. Leiaos artigos das chapas que encaminharam à Agecom os textos dentro do prazo estipulado (10 de outubro). A terceira chapa (Nova Visão), conhecida somente dia 19de outubro, merecerá espaço igual às demais na próxima edição do jornal. Os novos artigos devem chegar à agência até o dia 3 de novembro

É hora de mudar

Nacional dos Dirigentes das Institui-ções Federais de Ensino Superior, aAndifes, que, nos últimos dez anos,perdeu gradualmente a capacidadede atuar como interlocutora de pesojunto ao MEC e ao Ministério da Saú-de. Defender o HU 100% público emelhorar as condições de trabalhono hospital é compromisso da cha-pa, que vai colocar em prática umnovo modo de conduzir a instituiçãoe valorizar o talento de seus profis-sionais.

Por tudo isso é que Nildo e Mau-rício - formados pela própria UFSCe que hoje aqui atuam como docen-tes, representando uma nova gera-ção de intelectuais e cientistas - são

nomes cuja importância se justifi-ca a começar pelo fato de que nãorepresentam a si mesmos. Eles sãoa síntese de uma longa discussãocoletiva e buscam encarnar umacausa que pertence a todos e queprecisa urgentemente de uma con-dução plural e de novas energias.

A chapa “Contigo é Possível”sabe que o exercício do poder re-quer diálogo permanente. As es-treitas margens de autonomia de-vem ser exercidas escrupulosa-mente. Transparência, é bom re-cordar, tornou-se uma exigênciasoc ia l e um caminho para acredibilidade da Universidade Pú-blica.

Chapa Contigo é PossívelFoto: Divulgação

Foto: Vicenzo Berti Foto: Cláudia Reis

Nildo Ouriques (dir) e Maurício Pereima

Candidaturas lançam idéias e propostaspara futura Reitoria da UFSC

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 7

Muitos desafios movem e unemAlvaro Prata e Carlos Alberto Justoda Silva na disputa à Reitoria daUFSC. Um deles está associado aosquase 30 anos que cada um tem nauniversidade. Prata, professor do De-partamento de Engenharia Mecâni-ca, construiu toda sua carreira deprofessor e pesquisador na UFSC, im-plantou e co-administra um dos mai-ores laboratórios de refrigeração etermofísica do Brasil, foi pró-reitorde Pesquisa. Paraná, professor doCentro de Ciências da Saúde, diretordo Hospital Universitário, há anosdeixou o consultório médico para sededicar à universidade.

São professores que viveram e vi-vem a Universidade Federal de San-ta Catarina intensamente: no ensi-no, na pesquisa, na extensão, na ad-ministração. São gestores que têmgrande respeito pela universidade,por tudo que ela representa para asociedade e o que representa para ahumanidade. E olhando para a UFSC,que é uma da melhores universida-des do país, percebem que há muitoainda para ser feito.

Opção e planejamento - ParaPrata e Paraná, a Universidade Fe-deral de Santa Catarina tem que fa-zer uma opção: seguirá sendo essaboa instituição que é ou dará um sal-to qualitativo e se tornará uma uni-versidade de excelência. À frente domovimento ´A UFSC do Século XXI‘,defendem que a comunidade univer-sitária faça a segunda opção: traba-lhe por uma universidade Culta, Atu-ante, Acadêmica e de Qualidade,Bem Administrada e Planejada, In-ternacionalizada, Democrática e Plu-ral, Autônoma, Ousada e Saudável.Que cumpra sua tarefa nacional, de-mocrática e crítica. Uma instituiçãomoderna, tanto em suas práticas,

como no seu pla-nejamento e orga-nização.

Priorizando oplanejamento alongo prazo, semdeixar de lado ne-cessidades emer-genciais, Prata eParaná estimula-ram a elaboraçãode uma primeiraversão do Plano Es-tratégico para ’AUFSC do SéculoXXI’. A propostaestá no site www.seculoXXI.ufsc.br eno jornal da cam-panha. O Plano éfruto do levanta-mento de idéias,direcionamentos,linhas de ação, ob-jetivos e estratégi-as que são consi-deradas funda-mentais para ela-boração de umprojeto acadêmicoe administrativo que aponte metas edê condições à UFSC de seguir avan-çando como uma universidade acadê-mica de excelência.

A percepção de colaboradores dacandidatura Prata-Paraná sobre o mun-do universitário permitiu a construçãodessa primeira versão. Buscou-se con-templar caminhos para superar os de-safios que se impõem à construção deuma universidade sintonizada com seutempo e também capaz de ações devanguarda.

A proposta deve ser avaliada,reformulada e enriquecida a partir decríticas, idéias e sugestões da comuni-dade universitária, para que resulte em

Chapa A UFSC do Século XXI

um plano de gestão compartilhado comaqueles que vivem, mantém e constro-em a UFSC. Um projeto responsável,plural, democrático, crítico, que respei-te opiniões e conviva com a diversida-de, que desenvolva todos os ramos doconhecimento de forma igualitária, quevalorize o ser humano, que melhore osambientes de trabalho, que amplie oacesso ao saber. Participe, aprimoreessa proposta, vote Prata e Paraná paraa reitoria da UFSC e participe da con-solidação da Universidade Federal deSanta Catarina como uma universida-de de excelência.

O Plano - A proposta completa estáno site www.seculoXXI.ufsc.br e no jor-

nal da campanha Prata-Paraná. Foiorganizada em três níveis: Princípi-os e Valores, Linhas de Ação e Estra-tégias. O primeiro nível contempla osconceitos norteadores do Manifestoque apresentou a candidatura. O se-gundo nível aponta linhas de açãoque deverão direcio-nar o trabalho daadministração Prata-Paraná: Ensinode Graduação e Educação Básica;Pesquisa e Pós-Graduação; Extensão;Cultura e Arte; Organização e Ges-tão. O terceiro nível traz objetivos eestratégias para cada uma destas li-nhas de ação. São diretrizes para queposteriormente projetos específicossejam elaborados e executados.

Foto: Divulgação

Foto: Vicenzo Berti Foto: Jones Bastos

Álvaro Prata e Carlos Alberto Justo da Silva (centro)

As eleições para reitor e vice-reitor da UFSC serão paritárias e acontecem, em primeiro turno, no dia 13 de novembro. O JU está abrindo espaço eqüânime. Leiaos artigos das chapas que encaminharam à Agecom os textos dentro do prazo estipulado (10 de outubro). A terceira chapa (Nova Visão), conhecida somente dia 19de outubro, merecerá espaço igual às demais na próxima edição do jornal. Os novos artigos devem chegar à agência até o dia 3 de novembro

Candidaturas lançam idéias e propostaspara futura Reitoria da UFSC

Prata e Paraná: propostas para uma universidade de excelência

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 8

Paulo Fernando LiedtkeDa equipe da Agecom

Santa Catarina recentemente foi destaque na mídianacional por causa da segunda maior tragédia de suahistória. Um duplo acidente ocorrido no dia 9 de outu-bro, na BR-282, em Descanso, provocou 27 mortes eferiu 101 pessoas. Apesar do acidente ter sido provo-cado por motoristas profissionais, a preocupação dasautoridades está focada nos jovens condutores. O Con-selho Nacional de Trânsito (Contran) elegeu como temada Semana Nacional de Trânsito “O jovem e o trânsi-to”. As atividades que ocorreram no período de 18 a25 de setembro serviram para alertar a sociedade so-bre os problemas enfrentados no País, principalmentecom os motoristas principiantes.

Segundo informações divulgadas pelo Contran, osjovens de todo o mundo, segundo os índices demorbimortalidade, são considerados o grupo maisvulnerável e de maior exposição ao risco de mortes eem acidentes de trânsito, uma vez que circulam comopedestres, ciclistas, motociclistas, condutores e prin-cipalmente como passageiros. Citam especialistas, para

José Roberto Dias questiona as estatísticas divulgadas no País, pois os re-gistros sobre mortes em acidentes de trânsito são computados somente paraos óbitos no local, enquanto que as vítimas hospitalares ficam à margem dosnúmeros. A seguir alguns dados comparativos sobre o trânsito no Brasil:

Trânsito: acidente ou

afirmar que as condições emocionais específicas daadolescência, como a necessidade de auto-afirmação,competitividade, exibicionismo, onipotência, busca deintensas e prazerosas sensações, em conjunto com abebida alcoólica, fazem do jovem um forte candidatoao grupo de risco de acidentados no trânsito.

Considerando tais aspectos, o Contran estimuloucampanhas educativas voltadas a mobilização da so-ciedade para ações preventivas de segurança e de ci-dadania no trânsito. Esta edição do Jornal Universitá-rio contribui para o debate, resgatando informaçõesda palestra “Trânsito: uma questão de cidadania”, pro-ferida por José Roberto de Souza Dias, ex-diretor doDepartamento Nacional de Trânsito, Denatran. Eleesteve na UFSC participando do II Seminário NacionalMovimentos Sociais, Participação e Democracia, pro-movido pelo Núcleo de Pesquisa em Movimentos So-ciais no mês de abril.

Mostrando dados estatísticos sobre os transtornosprovocados pelo trânsito, Dias provocou a platéia afir-mando que acidente não é uma fatalidade, mas umadoença social que precisa ser tratada. Procurou de-monstrar que os acidentes de trânsito não são causa-

dos apenas pelos condutores dos veículos, mas há umarede de responsabilidades, passando pelos engenhei-ros que fabricam automóveis, pela mídia e pelas au-toridades públicas. Cita como exemplo a duplicaçãoda BR101. Para José Dias, a rodovia necessitaria serreconstruída e não duplicada: “mantendo-se o traça-do original, as curvas ficam mais acentuadas, tendocomo resultado o aumento da velocidade que resul-tam em acidentes mais graves”. Ele defende que aduplicação aumentará o número de acidentes ao in-vés de diminuí-los, pois a fiscalização é reduzida coma reforma da rodovia.

Dias adverte que a corrupção também causa aci-dente, pois as verbas destinadas à educação para otrânsito não são aplicadas. Protesta que somente 5%do valor das multas são destinados às campanhaseducativas. Segundo o palestrante, Santa Catarina nãorecebe o recurso desde 1998. Para ele, a solução estáno ensino: “trânsito é cidadania, a educação precisacomeçar na escola, incorporando o tema no currículoda educação básica”. Dias questionou a omissão daUFSC nesta questão, pois a universidade tem um pa-pel importante na conscientização da sociedade.

Dados alarmantes sobre acidentes no Brasil foram divulgados na palestra Trânsito: uma questão de cidadania pelo professor José Roberto de Souza Dias

Cemitério de carros e motos: violência acumulada no pátio da Polícia Rodoviária Federal, no Norte da Ilha de SC, é uma síntese da tragédia brasileira

,doenca?

. 50 mil mortes por ano;

. 300 mil feridos por ano;

. 30 mil mortes em média no local do acidente;

. 20 mil mortes nos hospitais nas primeiras 24 horas;

. uma pessoa morre a cada 11 minutos;

. um atropelamento a cada 7 minutos;

. um acidente de trânsito a cada 31 segundos;

. mais de metade dos acidentes com motos resultam em mortes;

. 70% dos acidentes com mortes estão ligados ao consumo de álcool;

. 65% da ocupação dos leitos hospitalares são de acidentes de trânsito;

. as vítimas são na maioria entre 18 e 26 anos;

. custos anuais de R$ 5,3 bilhões (IPEA): 42,8% deste total refere-se aoafastamento temporário ou definitivo do trabalho, 28,8% custo com oveículo e 14,5% com atendimento médico-hospitalar e reabilitação;. 72,1% das mortes entre jovens são causadas por acidentes de trânsito,homicídios e suicídios;. Tocantins, Mato Grosso e Santa Catarina lideram o ranking dos maioresóbitos em acidentes de trânsito;. Veículos acidentados por ano: 640 mil;. 1.052 milhão de pessoas envolvidas direta ou indiretamente nosacidentes;. Frota nacional: 27 milhões de veículos; em Santa Catarina: 2.615.168;. Em Florianópolis são mais de 200 mil veículos registrados, cerca de umcarro para cada dois habitantes, a menor média do pais.

Fotos:Jones Bastos

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Daniel LudwichBolsista de Jornalismo na Agecom

Quando nasceu, não houve anjo torto que lhe dissesse “vai, Bono!ser cobaia na vida” – e nem precisava. Nascido no Biotério Central daUniversidade Federal de Santa Catarina, não havia outras opções decarreira para o pequeno beagle. Pelo menos, até aparecer um oficial daPolicia Militar – não sei se torto – e dizer: “vai, Bono! ser farejador navida”. Longe das pesquisas, Bono venceu resistências e tornou-se o maisfamoso cão policial de Santa Catarina.

Encontrar um bom cão policial numa ninhada de beagles fofinhosnão é tarefa fácil. De acordo com o capitão Claudionir de Souza, daCompanhia de Policiamento com cães da Polícia Militar, apenas um emcada 10 se revela apto para o trabalho. “A maioria dos beagles se distraicom muita facilidade”, revela. Em labradores, esse aproveitamento émaior, mas mesmo assim não ultrapassa os 40%. Um bom farejadornão se faz, portanto, apenas de células olfativas – é necessário umtalento especial. O desafio dos adestradores está em justamente en-contrar as vocações que se escondem além das virtudes genéticas.

Uma das maneiras de se evitar futuras decepções ao longo dos trei-namentos é a realização de uma espécie de “vestibular canino”. O “tes-te de Volhard”, criado pelo casal de criadores norte-americanos Jack eWendy Volhard, é a forma que os oficiais do Canil da Polícia Militar utili-zam para tentar adivinhar o temperamento futuro dos cães. Através deuma série de dez testes, realizados quando o animal tem aproximada-mente 50 dias, pode-se descobrir, por exemplo, qual cão exerce lide-rança sobre os outros filhotes ou qual deles tem o “drive de caça” maisapurado – principal qualidade de um farejador.

O “drive de caça” nada mais é do que aquele velho instinto caçadorque, em alguns cães, conseguiu se manter imune a milhares de anos dedomesticação. Há cinco anos, quando foi descoberto no Biotério da UFSC,foi esse instinto ancestral que fez com que Bono se destacasse de seusirmãos. Mas, como quase em tudo na vida, talento e genética nem sem-

pre são o suficiente. Antes de freqüentar as paginas dos jornais e ser convidado parafazer demonstrações em programas de televisão, Bono teve que passar por um longoperíodo de treinamentos.

Em média, são necessários dois anos para se preparar um bom farejador. Até o sextomês do animal, é feita a primeira parte do treinamento – a socialização. Nessa etapa, ocão precisa se adaptar a pessoas, ruídos, viaturas e tudo o mais que venha a fazer partedo seu dia-a-dia. Na segunda etapa, começa o adestramento e o cão é apresentado aoque será o seu objeto de desejo por toda a vida – uma pequena bolinha – e encontrá-lapassa a ser a mola mestra de sua existência. Ainda nessa fase, os treinadores começama esconder, junto à bolinha, diferentes tipos de narcóticos, fazendo com que o cão asso-cie o cheiro à recompensa. Na fase final do treinamento, a bolinha é retirada, mas ocachorro continua a perseguir os odores que o levam à sua recompensa.

Criado para seguir carreira acadêmica, Bono encontrou a verdadeiravocação entre baganas, trouxas, pedras e papelotes

de letreiro luminoso ao encontrar o pequeno beagleà sua frente. Às vezes, o odor residual deixadopelos entorpecentes é o suficiente para atrair aatenção do cachorro. Bono já encontrou armas,dinheiro e ecstasy, justamente porque eles esta-vam escondidos onde antes havia maconha, coca-ína ou alguma outra droga derivada dessas duas.

Aos cinco anos, Bono já não é mais um garoto.O focinho naturalmente branco ainda tenta disfar-çar, mas é fácil perceber o passar dos anos naque-la carinha gorda. Em setembro, o beagle vai semudar para Caçador e é lá que, dentro de dois outrês anos, deve aposentar suas células olfativas. Livre para curtir a boa vida do canil, sem se preo-cupar com a amolação dos treinos diários, Bonopoderá usar a sua fixação por bolinhas apenascomo um prazer lúdico – ou até lúbrico, vai saber– e, com um grande pote de ração à sua frente,ver correr os dias que o restam. Aos mais novos,latirá alguma história de outrora. “Cascateiro”,poderá rosnar um rottweiler mais despeitado. Bono continuará impassível, mordendo com cari-nho a sua fiel companheira de aventuras.

Biotério: “Arca de Noé” da Ciência Criado com a missão produzir reagentes bio-

lógicos de qualidade para atender às necessida-des da comunidade universitária nas áreas deensino, pesquisa e extensão, o Biotério Centralda UFSC (BIC) conta hoje com 130 cães da raçabeagle, além de ratos, camundongos, cobaias,pombos e ovelhas. Com o objetivo de tornar oBIC um centro de referência na produção debeagles, a reprodução desses animais obedece acritérios rígidos de manutenção do padrão de raçae busca obter cães com temperamento dócil, ca-racterística importante para o manejo e formaçãode grupos experimentais. O Biotério também pro-cura sair da universidade e colocar seus animaisà disposição de projetos da comunidade, como éo caso dos cães doados ao Canil da Policia Militar.Seguindo os passos de Bono, outros quatro cãesjá foram doados e estão sendo treinados pela PM.

Fotos: marcocezar®/ revista mural

Profissao: cheirarProfissao: cheirarProfissao: cheirarProfissao: cheirar~

Segundo o capitão Souza, o treinamento decães farejadores deve ser minucioso e positivo –os cães não podem sofrer traumas durante a fasede adestramento. “Se o cão associar qualqueraspecto do trabalho a uma experiência ruim, todoo treinamento estará perdido”, ressalta. Além dosprimeiros dois anos de treinamento, o cão devepassar por exercícios diários para a manutençãodo seu condicionamento – sempre respeitando aproporção de uma parte de treinamento para duasde descanso. Souza acredita que esse trabalhoestá trazendo resultados e – sem falsas modésti-as – afirma que eles possuem hoje “os melhorescães de faro do Brasil”.

O reconhecimento do trabalho, aliás, veio háalguns anos. Em 2005, quando uma equipe depolícia norte-americana especializada em cãesfarejadores veio ministrar um curso de quatro se-manas no Canil da PM, mais de 30 policiais vie-ram com os seus cães de todas as partes do Bra-sil. Para a surpresa geral, um cãozinho de 20 qui-los roubou as atenções e foi considerado o desta-que do curso. “Ninguém dava nada pelo beagle,mas depois do curso os americanos queriam atélevar o Bono embora”, diverte-se Souza. Mas trei-no é treino, jogo é jogo e de nada adiantaria umfarejador que fosse apenas um astro de exibições.Os testes aos quais Bono é submetido são diários,e o beagle tem passado por eles com louvor.

No dia 12 de julho, uma quinta-feira, foram 24pedras de crack, 300 gramas de maconha e fotospara a capa do Notícias do Dia de sexta-feira. Eisso tudo antes da primeira caneca de ração. Nãohá esconderijo, truque ou simpatia que enganeBono. Não adianta tentar esconder drogas no for-ro de casa, em buracos no quintal ou em baldescheios de gasolina. O “cone do odor” abre espaçopor poros invisíveis a olho nu e toma contornos

O treinamento de cãesfarejadores, como Bono,é minucioso e nãocausa traumas

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Lançado no dia 11 de outubro, o curso de Turis-mo e Hospitalidade do Colégio Agrícola de Camboriú(foto) é mais uma opção aos egressos do ensinofundamental. Segundo o seu coordenador, profes-sor Juarez Nelson Alves de Lima, há um mercadode trabalho emergente porque a terceira idade, oturismo de negócios e o público em geral estãoinvestindo cada vez mais nesse tipo de atividade.Na opinião de Lima, o profissional formado ali es-tará em condições de trabalhar com gastronomia,turismo rural e urbano e o turismo religioso, que éa mais nova modalidade em Santa Catarina (JAS).

José Antônio de SouzaJornalista na Agecom

Com tecnologia moderna, ambiente profissional eequipamentos digitais, o Centro de Ciências da Edu-cação (CED) acaba de inaugurar um sofisticado estú-dio de televisão, que faz parte do Laboratório de No-vas Tecnologias, o Lantec. A finalidade é colocar a novaestrutura à disposição dos cursos de graduação daUniversidade, possibilitando o desenvolvimento deprojetos nas mais diversas áreas do ensino. A soleni-dade de inauguração contou com a participação derepresentantes da Administração da UFSC, professo-res, estudantes e servidores técnico-administrativos.

Na cerimônia, o vice-reitor Ariovaldo Bolzan disseque esse é um projeto de construção coletiva iniciadoem 2004, quando a instituição dava os primeiros pas-sos no ensino a distância, por meio do Laboratório deEnsino a Distância, o LED. ”Com a experiência do LED,muitos professores egressos daquele laboratório es-tão contribuindo com o Lantec”, lembrou Bolzan.

Bolzan recordou que na época em que o LED foicriado, havia muita resistência acerca dessa modali-dade de ensino por parte dos profissionais ligados à

Jéssica LipinskiBolsista de Jornalismo da Agecom

O projeto de Assistência Jurídica Gratuita, desen-volvido pelo Núcleo de Prática Jurídica, é uma ativida-de de extensão aprovada pela Pró-Reitoria de Culturae Extensão (PRCE) que visa a prestar auxílio jurídicogratuito, orientação e assessora-mento a associaçõescivis carentes financeiramente, que estejam situadasem Florianópolis. Além disso, tem o objetivo de capa-citar os alunos de graduação para trabalharem comquestões legais na área ambiental.

O projeto começou em 1994, mas ficou paradodurante algum tempo. Em 2006 foi retomado e hojeconta com a coordenação dos professores José Rubens

Projeto de extensão dá auxílio jurídico a ONGsMorato Leite, do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), eHarrysson Luiz da Silva, do Centro de Filosofia e Ciênci-as Humanas (CFH), e a participação de alunos dos cur-sos de Direito, Biologia e Geografia e professores e alu-nos voluntários.

A atividade de extensão faz parte da carga horáriade estágios obrigatórios do curso de Direito e é ligadaao grupo de pesquisa em Direito Ambiental e EcologiaPolítica. O projeto tem convênio com o Ministério Públi-co de Santa Catarina e recebe suporte jurídico deste.

De acordo com o professor coordenador do progra-ma, José Rubens Morato Leite, dentro do projeto o pa-pel do aluno corresponde ao do Ministério Público, fi-cando a par da atuação deste órgão. “O projeto é volta-do para a cidadania ambiental e tem efeito multiplicador,

pois estimula não só estudantes e professores de dife-rentes áreas da universidade a participar, como tam-bém possibilita que outras faculdades façam esta mes-ma ação”, diz o professor.

Recentemente, o grupo ingressou com uma açãocivil pública representando a ONG Aliança Nativa, como objetivo de impedir a construção de novos empreen-dimentos imobiliários no bairro Santa Mônica, na Capi-tal. O juiz federal Zenildo Bodnar acatou o pedido deliminar da ONG, assistida pelo grupo do CCJ, e orde-nou que o município de Florianópolis faça um estudoambiental e urbanístico que leve em conta o impactoambiental e de vizinhança para verificar a possibilida-de de construções no bairro.

Informações:3721-6745 ou [email protected]

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A intenção é que, além do CED, os demais centros de ensino possam utilizar os equipamentos

Universidade inaugura estúdio de TV de última geração

educação presencial. Para ele, a realidade é bem dife-rente atualmente, e por essa razão foi criado o novolaboratório. “Hoje a UFSC está com pólos de ensino adistância não só no Estado, mas em outras regiões doPaís, como o Maranhão e Roraima, que aprendem semperder suas raízes”, destacou.

A coordenadora do laboratório, professora RoseliZen Cerny, sonha com a democratização do espaço,que é uma reivindicação antiga dos estudantes de to-dos os cursos de graduação. Para ela, é fundamental aconvergência dos paradigmas, quebrando, assim, asbarreiras entre a educação presencial e o ensino a dis-tância.

Já o diretor do Centro de Educação, Carlos AlbertoMarques, observou que o Lantec é um espaço acadê-mico de pesquisa e que não pertence exclusivamenteao Centro, embora esteja localizado ali. Para que oestúdio de televisão se tornasse realidade, houve in-vestimentos de vários centros de ensino da Universi-dade, além do uso de recursos vindos de instituiçõesdo Governo Federal. Marques demonstrou, no entan-to, a preocupação em atender a todos os interessadosde forma igualitária. Por isso, adiantou, está sendoformada uma comissão gestora para essa finalidade.

Hospitalidade e turismo

Foto: Jones Bastos

Foto: Jones Bastos

A inauguração foi prestigiada pela Administração Central e lideranças da comunidade universitária

Ação Civil Pública busca impedir a construção de novos empreendimentos gigantes no bairro Santa Mônica - tradicionalmente residencial -, em Florianópolis

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 385 - Outubro de 2007 - PÁG 11

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Alunos dos mais variados estados do País se reuniram na UFSC entre os dias7 e 10 para a Competição Brasileira de Robótica 2007. Uma das modalidadesda Olimpíada Brasileira de Robótica, realizada dentro da CBR, é o Sumô: doisrobôs são colocados no tablado, vencendo aquele que acumular mais pontos,marcados quando uma das máquinas consegue derrubar a outra.

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Olsen Jr.Jornalista

Revista Verbo reflete a literatura

A revista Verbo, publicação daAssociação Brasileira das Editoras Uni-versitárias (ABEU) e confeccionadaatravés da ponte aérea Florianópolis-São Paulo – textos, diagramação erevisão são enviados de lá pra cá,entre a Ilha da Magia e a capitalpaulista -, traz ao leitor, nesta tercei-ra edição de número 2, uma reflexãoacerca do mundo literário. O novonúmero foi lançado na XVIII Bienaldo Livro no Rio de Janeiro.

Impressas em papel couché, asmatérias ganham uma forma limpa emoderna, em que as cores se trans-formam em atração única em pági-nas isentas de fotos mas repletas deconteúdo.

Não por acaso, o artigo de aber-tura, já na página 4, intitulado LetrasMortas, questiona a tão atual brigasobre os direitos autorais, focando,neste caso, as obras impressas. Alémde brincar com a pulga atrás da ore-lha do leitor, também o introduz à ma-téria da página 13, O custo-livro Bra-sil, de Bruno Moreschi, que já em sualinha de apoio afirma que um livro

A publicação foi apresentada na XVIII Bienal do Livro, no Rio de Janeiro

“Gostaria de parabenizar os colegas daAgência de Comunicação da UFSC pela quali-dade gráfica/conceitual e pelo valor ético desuas matérias. Esta é a cara que, certamente,a maioria da comunidade universitária desejapara a nossa instituição. Grande abraço paratodos, um especial para o diretor da Agecom,Moacir Loth”.

Do Colega Aldo Litaiff (Museu da UFSC)

Professora Thereza Christina M. de Lima,Pró-Reitora de Pesquisa da UFSC, envioucumprimentos à Agecom pela implantação doServiço de Jornalismo Científico.

“Estamos fazendo um projeto de melhoriada sinalização em nosso campus. É uma unida-de relativamente pequena. Encontrei a páginado vosso projeto de sinalização do campus daUFSC. Estão de parabéns. É um belo projeto”.

Maria da Conceição Gomes da SilvaUNESP - Campus Experimental doLitoral Paulista - São Vicente/SP

Lá vai meu coração

me perdoa a confiança

em lhe pedir Pão por Deus

sendo eu uma criança

Laureci Soares Alves

Tradição da culturaaçoriana, os recortes

em formato de coraçãocom poemas de amor ou

amizade são o tema dolivro Pão-por-Deus - Vivo na

cultura brasileira, de Maria EliBraga Mannrich (EdUFSC, 234

p., R$25,00). A autora faz umaanálise da tradição através do tempo,

trazendo também vários exemplos depão-por-deus feitos pelos entrevistadosque formam a linha condutora da obra.

Está sendo inaugura-da, sob coordenação ge-ral da UFSC, a RedeÓptica Metropolitanapara Educação e Pesqui-sa (REMEP). Iniciativado Ministério da Ciênciae Tecnologia (MCT),através da Rede Nacio-nal de Pesquisa (RNP),a rede vai propiciar aintegração entre univer-sidades e unidades depesquisa e a troca de in-formações que exijamgrande capacidade debanda. Abrangendo osmunicípios de Florianó-polis, São José e Palho-ça, 21 órgãos farão par-te da rede.

JU dos leitoresPesquisapotencializada

O Jornal Universitário (JU) nestanova fase conseguiu uma proeza paraveículos de comunicação desta natu-reza: deixou de ser um mero “boletiminstitucional” da UFSC, para se cons-tituir em uma referência do que acon-tece dentro da universidade. Aí se in-cluem ações que nem sempre condi-zem com a livre manifestação de des-contentamento, onde se inserem pa-ralelamente às greves e o direito àsreivindicações, as paralisações, asbarricadas, e as invasões que cercei-am outros direitos igualmente demo-cráticos que deixam de ser respeita-dos. De qualquer maneira, por para-doxal que seja, é o mesmo estado quepossibilita a manifestação livre de pro-testo que suporta o achincalhe de umaturba com interesses difusos nemsempre coincidentes com a causa co-letiva. O JU expôs as várias facetas dacrise mostrando a origem de tudo naconjuntura federal e na ausência devontade política para se construir edesenvolver um projeto de impacto noensino superior no Brasil. Também oJU conseguiu manter um equilíbrioentre as diversas áreas do conheci-mento que permeiam a vida universi-tária. Assim, ao tempo que inclui sem-pre uma matéria básica, de fundo, quejustifica a chamada na capa, no casoda última edição, sobre saúde, igual-mente remete para temas polêmicoscomo o uso de cobaias em pesquisascientíficas; as diversidades e preferên-cias sexuais que não são mais vistas

como tabus, são discutidas, contra-postas, aceitas, contingencialmentereveladas, como se imagina o ambi-ente universitário deve tratar, quemais não seja sem mitificações. Tec-nicamente acredito, para afastar devez o caráter paroquial capaz de insi-nuar-se com o passar do tempo, ocorpo editorial do jornal deveria per-mitir que seus integrantes assinassemapenas um texto por edição, mesmoque seus redatores tivessem que es-crever mais de um, por contingência(como diria o velho Sartre), assimdesvincula-se do grupo a idéia da “pa-tota” muito comum na província. Amanutenção da periodicidade do JU(dentro da atuação já exposta) é omelhor demonstrativo de uma essên-cia onde se insere um compromissosocial que deve ser mantido aliás,como vem sendo até aqui!

Poesia

come, em média, 7% do salário míni-mo do brasileiro.

A publicação se completa com aentrevista do professor e escritorAffonso Romano de Sant´Anna, de-fensor férreo da educação; com a aná-lise do jornalista Artemio de Souzasobre as mudanças, ainda em cons-tante movimentação, do trabalho dasassessorias de imprensa; com umasíntese dos 20 anos da ABEU e com areflexão do professor Dilvo Ristoff so-bre a participação da mulher na cons-trução da educação.

A revista foi criada por iniciativado diretor de Comunicação da ABEUe diretor da EdUFSC, Alcides Buss.Além das matérias e da edição do jor-nalista Bruno Moreschi, a publicaçãoconta também com textos do repór-ter Artemio Reinaldo de Souza e temcomo jornalista responsável MoacirLoth, da Agência de Comunicação daUFSC (Agecom).

A versão eletrônica pode serlida na página www.abeu.org.br.Mais informações com AlcidesBuss, 3721 9605.

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Mara PaivaJornalista na Agecom

As crianças atendidas na Odontopediatria Clínica do Centro de Ciências deSaúde da UFSC têm um estímulo a mais para comparecer à consulta nastardes de terça-feira. Nesse dia, às 13h30min, acontece um teatrinho comsessões de no máximo 20 minutos, preparado com o objetivo de ensinar àscrianças e a seus pais os cuidados necessários à boa conservação dos den-tes. Denominada Mesa Clínica, essa atividade é fruto da disciplina deOdontopediatria, ministrada na 7ª fase do Curso de Odontologia, quando osalunos, com orientação dos professores, preparam os conteúdos e fazem aapresentação em sala de aula. Ao ingressar na 8ª fase, os estudantes apre-sentam o trabalho para o público.

Na sala de espera, as dezenas de crianças que buscam os serviçosodontológicos são recepcionadas em clima de festa. Além da enorme e sim-

pática boca usada para a apresentação dos temas, afixada na parede dosfundos da sala, são distribuidos balões de gás, o que confere um coloridoespecial ao ambiente. Os alunos transmitem a mensagem usando a técnicade marionetes, movimentando os dentes e a língua da grande boca, e crian-do diálogos entre estes personagens. Nos diálogos são abordados temas desaúde bucal, aspectos psicológicos de preparo da criança para a consulta,importância da nutrição, doenças bucais, princípios de higiene, entre outros.

Conforme avaliação da professora Joeci de Oliveira, responsável pelo traba-lho na 8ª fase do curso, a participação dos estudantes nesta abordagem lúdicapermite um grande amadurecimento aos futuros profissionais. O contato diretocom o público facilita a fluência do futuro dentista, complementa a psicólogaRosamaria Areal, idealizadora da atividade. Compõem ainda a equipe as profes-soras Michele Bolan, Thais Regina Kummer, Mariane Cardoso, Vera Lúcia Bosco,Izabel Cristina de Almeida e o professor Ricardo de Souza Vieira.

Mais informações com Rosamaria, 9113 4705, e Michele, 9983 4619.