qualidade da universidade pública - p. 8 jornal universitário

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Impresso 99129-5/2002-DR/SC UFSC CORREIOS Universidade Federal de Santa Catarina - Novembro de 2007 - Nº 386 Jornal Universitário Universidade de muitas estrelas Capes e Guia do Estudante exibem qualidade da universidade pública - p. 8 A Ciência regenera o verde - p. 12 Rede Brasil: TV de quem? - p. 10 Três candidaturas brigam pela Reitoria Sai relatório sobre auto-avaliação- p. 4 Mais de 32 mil eleitores estão aptos a escolher o novo reitor e vice-reitor da UFSC. O primeiro turno acontece no dia 13 de novembro e o segundo está previsto para 4 de dezembro. O mandato da atual Reitoria vai até 10 de maio de 2008. Leia eleições nas páginas 2, 4, 6 e 7. Foto: Joi Cletison

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Impresso99129-5/2002-DR/SC

UFSC

CORREIOS

Universidade Federal de Santa Catarina - Novembro de 2007 - Nº 386

Jornal

Universitário

Universidade de

muitas estrelas

Capes e Guia do Estudante exibemqualidade da universidade pública - p. 8

A Ciência regenerao verde - p. 12

Rede Brasil: TV dequem? - p. 10

Três candidaturas brigam pela Reitoria

Sai relatório sobreauto-avaliação- p. 4

Mais de 32 mil eleitores estão aptos a escolher onovo reitor e vice-reitor da UFSC. O primeiro turnoacontece no dia 13 de novembro e o segundo está

previsto para 4 de dezembro. O mandato da

atual Reitoria vai até 10 de maio de 2008.

Leia eleições nas páginas 2, 4, 6 e 7.

Foto: Joi Cletison

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 2

Do Editor

Elaborado pela Agecom -Agência de Comunicação da UFSCCampus Universitário - Trindade - Caixa Postal 476CEP 88040-970, Florianópolis - SCwww.agecom.ufsc.br, [email protected]: (48) 3721-9233 e 3721-9323.Fax: 3721-9684Diretor e Editor Responsável:Moacir Loth - SC 00397 JPCoord. de Divulgação e Marketing:Artemio R. de Souza (Coord.)RedaçãoArley Reis (Jornalista)Alita Diana (Jornalista)Celita Campos (Jornalista)José A. de Souza (Jornalista)Paulo Clóvis Schmitz (Jornalista)Paulo Fernando LiedtkeDaniel Ludwich (Bolsista)Fernanda Rebelo (Bolsista)Jéssica Limpinski (Bolsista)Mara Paiva (Jornalista)Margareth Rossi (Jornalista)Mayara Vieira (Bolsista)Sofia Franco de Araújo (Bolsista)Régis Rodrigues (Bolsista)Talita Fernandes de Jesus (Bolsista)Fotografia:Jones J. BastosPaulo NoronhaLívia Allgayer Freitag (Bolsista)Arquivo FotográficoLedair PetryTania Regina de SouzaEditoração e Projeto Gráfico:Jorge Luiz Wagner BehrCláudia Schaun Reis (Jornalista)Divisão de Gestão e Expediente:João Pedro Tavares Filho (Coord.)Beatriz S. Prado (Expediente)Romilda de Assis (Apoio)Impressão: Diário Catarinense

Expediente

Caiu na cestaMoacir Loth

A comunicação cuida da saúde da instituição

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Foto: Arquivo Agecom

O painel Florianópolis – A Nossa Senhora do Desterro, de Martinho de Haro,foi inaugurado em 1972 no Hall da Reitoria da UFSC. O artista, que faleceu em1985, completaria cem anos no dia 11 de novembro de 2007. Martinho é pai deRodrigo de Haro, autor do painel Leitura Catarinense da Criação Latino-Ameri-cana, que cobre as paredes externas do prédio da Reitoria desde 1996.

Memória

Presente de grego. Em outubro, quando professo-res e servidores lembram as suas datas comemorativas,o Supremo Tribunal Federal (STF) presenteou as catego-rias com a extensão da Lei de Greve dos trabalhadoresprivados ao funcionalismo público.

Legitimidade. A Pró-Reitoria de DesenvolvimentoSocial e Humano tem mantido uma relação de alto nívelcom as entidades representativas.

Não é proibido perguntar. Na briga, o leitor apos-taria no “galo bom” ou no “galo perverso”?

Curiosidade. Segundo o Google, o termo mais bus-cado pelos internautas é neoliberalismo.

Melhorou, mas... Um agrônomo da UFSC visitou oHorto Florestal do Córrego Grande e ficou um tanto de-cepcionado.

Cascão pergunta. Será que a Mônica Veloso vai for-mar uma turma?

USAID, o retorno. Depois da educação, o novo ataqueda Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID)resolveu voltar as suas baterias para a Amazônia.

Fazendo a cabeça. O CCA, além de fazer um catá-logo telefônico interno bem bonitinho, aproveitou acontracapa para uma campanha mais do que oportuna:“Use a sua cabeça – Não use drogas ! A mensagem éassinada pela Comissão de Prevenção ao Uso Abusivo deDrogas daquele Centro.

Tropa de Elite. Erroneamente interpretado, o filmepode dar um novo fôlego à prática hedionda da torturano País.

A crise é azul. Contrapondo rumores diante da ad-versidade, o relatório de atividades mostra uma Funda-ção Certi inquebrantável e cheia de perspectivas.

Um na quina e outro na cabeça. Os jornais doSintufsc (Circulação) e da Fasubra fazem avaliaçõessimplesmente opostas sobre a greve dos 90 dias dostrabalhadores técnico-administrativos. Entenda.

Medalha hemorrágica. No PAN! da dengue o Brasilsegue invicto e não pára de bater recordes. É pan-pan-pan.... na cara!

Mosaico. O vizinho da Agecom, Oscar Ávila Neto, naverdade dá aulas de mosaico no Centro de Cultura e Even-tos, e não na Igrejinha. Casinho, como é conhecido, tam-bém é dado a organizador de peladas.

Abrindo os olhos. “País paga por córneas cujo des-tino é o lixo”. (Folha, 18/06)

Ganhou o debate. O eleitor, que compareceu empeso, ganhou o primeiro debate das chapas a reitor evice. Marcou um tento também o Sintufsc na condição deorganizador.

Luas pretas. Chapas começam a definir propostaspara o futuro da comunicação na UFSC?

Crise de entidade. Alguns dirigentes do Sintufsc pre-ferem anoitecer na Associação dos Volantes. Sindicaliza-dos se sentem sós.

Soda no leite. Não será surpresa para essa colunaque vos escreve se a culpa da fraude recair sobre a vaca.

Mané no Planalto. Autor publicado pela EdUFSC, ocatarinense Emanuel Medeiros Vieira lançou na Câmarados Deputados, em Brasília, o livro Vinte e dois contosescolhidos.

BMW para morar. O doutor em Sociologia Políticapela UFSC, Fábio Búrigo, tirou a sorte grande. Ganhadorde uma BMW no sorteio do Floripa Shopping, agora ofe-rece o carrão, estimado em R$250 mil, por um apê naTrindade.

Vendo fantasmas. “Algo muito sério deve estar acon-tecendo para que os dois candidatos naturais não este-jam disputando a reeleição”. (Professor Pedro AntônioVieira, no Boletim da Apufsc).

A imprensa é considerada um cão de guarda, cuja missão ésinalizar ao cidadão a ocorrência de eventuais abusos de poder(Ética da Informação, de Daniel Cornu, Edusc)

Muitos são os que, diplomados em umacarreira, exercem funções em outras, e nãoraras vezes é ali que se realizam. Muitos con-fessam que se realizaram depois de se apo-sentarem. O que penso deva ser uma orien-tação é que a vida é muito curta para que nãobusquemos nossa felicidade o tempo todo!

(Reitor Lúcio José Botelhoem artigo publicado no DC)

No contexto da escolha direta para reitor e vice-reitor, cujo primeiro turno acontece no dia 13 de no-vembro, a Agência de Comunicação (Agecom) tematuado dentro dos princípios da Política Pública de Co-municação vigente na UFSC. Assim, no campo da co-municação pública, o trabalho da equipe da Agecompassa, necessariamente, pelo respeito ao direito à in-formação da comunidade, só possível através do exer-cício pleno da liberdade de imprensa e de expressão.

Significa que a Política Pública, as regras que ori-entam o jornalismo e os Códigos de Ética do Jornalis-ta e do Servidor Público devem pautar a direção e aequipe no desempenho de suas funções.

No JU nº 384, por exemplo, a Agecom, atenden-do ao que determina a Política de Comunicação daUFSC, tornou pública uma única promessa aos candi-datos: “Manter o máximo de isenção jornalística naeleição; quanto à equipe, a consciência de cada umindicará o caminho”.

É preciso reconhecer que, além da campanha nocampus, a eleição para Reitoria gera algo muito posi-tivo: o debate na imprensa sobre a universidade quetemos e que queremos. Algo, aliás, que deveria seruma rotina para manter a universidade permanente-mente antenada com a vontade da população.

Nessa perspectiva ampla, a Política Pública definecomo equívoco o culto à personalidade, desmis-tificando a figura do jornalista em assessoria de co-municação como porta-voz de dirigentes e reforçan-do o seu papel de facilitador do trabalho dos jornalis-tas e dos meios de comunicação. Essa política, por-tanto, está amparada numa comunicação abrangenteque serve de canal e faz o meio campo entre a uni-versidade e a comunidade.

A Agecom difunde e prioriza os fatos concretos,as realizações da instituição, em resumo, as noticias.E ao difundir a produção institucional, representadapelos trabalhos dos servidores, professores, pesqui-sadores, estudantes e dirigentes, a Política Pública deComunicação projeta e fortalece a imagem, o concei-to e a identidade da UFSC.

Eleição, imprensa e comunidade

Milton Santos, o filme. Doutor Honoris Causa pelaUFSC em 1996 e vencedor do Prêmio Vautrin Lude em94, uma espécie de nobel da Geografia, o professorMilton Santos foi homenageado no X Simpósio de Na-cional de Geografia Urbana, realizado no Centro deCultura e Eventos. O ponto alto foi a exibição do filmeEncontro com Milton Santos ou o mundo global vistodo lado de cá, com a presença do diretor Sílvio Tendler.

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 3

O s a r t i g o s s ã o d e i n t e i r a r e s p o n s a b i l i d a d e d e s e u s a u t o r e s

Uma educação que nãomede distâncias utiliza astecnologias de informação ecomunicação para democrati-zar o conhecimento. Há maisde dez anos a UFSC faz Educa-ção a Distância de qualidade.Não é apenas pioneira na im-plantação da EaD no país, masreferência nacional. Posiçãoconsolidada a partir de 2004com a criação da Secretaria deEducação a Distância. O alcan-ce dos cursos de extensão daSEaD se traduz em número devagas abertas muito além docampus da universidade emtodo o território brasileiro: 35mil num período de três anos.

A abrangência das áreas do conheci-mento contempladas pelos cursos tam-bém impressiona: Administração, Comu-nicação, Direito, Geografia, Meio Ambi-ente, Psicologia, Saúde... Na verdade,um conjunto de ações de caráter socialrealizado em parceria com outras insti-tuições públicas para se atingir o objeti-vo maior de construção da cidadania por

Opinião

EaD e Sociedade do Conhecimento

meio da educação.Os cursos são totalmente gratuitos

para os estudantes a distância que utili-zam recursos didáticos variados, de acor-do com a proposta pedagógica definidaa partir das características e necessida-des de aprendizagem do público-alvo.Toda a estrutura necessária para a reali-zação dos cursos de extensão é concebi-

da e produzida por umgrupo multidisciplinar daSEaD: da produção de li-vros, guias, apostilas,ambientes virtuais de en-sino-aprendizagem evideoaulas à transmissãode tele e videoconferên-cias, além do Sistema deApoio ao Estudante a Dis-tância, formado por tuto-res e monitores, alunos(graduação e pós) da pró-pria universidade.

O total de matrículasnos cursos de Graduaçãoa distância já em anda-mento – Administração,Física, Matemática e Li-

bras – e naqueles previstos para come-çar em 2008 – Administração, Biologia,Economia, Ciências Contábeis, Filosofiae Letras – chega a 5.065 alunos distri-buídos pelo território nacional.

Para atender esta demanda, a UFSCalém da SEaD, conta com o trabalho deprodução e desenvolvimento de materi-ais didáticos do Laboratório de Novas

Tecnologias – o Lantec do Centro de Edu-cação – com o apoio pedagógico enormativo do DEaD – Departamento deEducação a Distância – e com os labora-tórios de EaD de cada departamento deensino correspondente aos cursos deGraduação em andamento.

A SEaD também participa do Projetode Interiorização da UFSC, parceria dauniversidade com as Prefeituras, paramontar de maneira autônoma em SantaCatarina, pólos regionais que funcionamcomo unidades de apoio aos cursos deGraduação a distância. Hoje 14 municí-pios catarinenses têm pólos já instala-dos.

Por experiência própria, A UFSC com-prova que a palavra “Distância” quandoassociada à Educação tem um significa-do diferente: o de tornar o conhecimen-to mais próximo de quem encontra difi-culdades de acesso a ele. E exatamentepor isso, criou uma Secretaria com essenome: SEaD. A Sociedade do Conheci-mento é realmente possível.

Prof. Cícero BarbosaSecretário de Educação a Distância da UFSC

Multifuncionalidade agrícola no desenvolvimento ruralPretendemos introduzir a idéia de

que a noção da multifuncionalidadeagrícola permite qualificar o debatereferente aos subsídios embutidosem diferentes políticas públicas des-tinadas à agricultura familiar. Pensa-mos, em especial, nas subvençõesalocadas pelo Estado à previdênciarural e ao Programa Nacional de For-talecimento da Agricultura Familiar(Pronaf). Hoje, é indiscutível a rele-vância das aposentadorias e pensõesrurais e dos financiamentos do Pronaftanto para as famílias beneficiadasde forma direta, como para os em-preendimentos comerciais e de ser-viços dos pequenos municípios rurais,onde a economia de-pende essenci-almente da agricultura.

Sabe-se que a contribuição dosagricultores para o fundo previden-ciário representa em torno de 13%do total que o Estado paga na formade aposentadorias e pensões paramembros de famílias de agricultores.Em relação ao Pronaf, a taxa de ju-

ros de um financiamento de custeiovaria de 2% a 8,75% ao ano -depen-dendo do porte econômico da unidadefamiliar-, enquanto um empréstimopessoal em qualquer agência financei-ra ultrapassa a casa dos 40% ao ano.Como então, justificar à sociedade bra-sileira a necessidade não só de manteressas subvenções, mas inclusive deamplia-las ? Defender a previdênciarural e o Pronaf fazendo apelo somen-te a argumentos de inclusão social ouà indicação de que a agricultura patro-nal recebe auxílios públicos ainda mai-ores, além de empobrecer o debate,pode não convencer a maioria dos con-tribuintes de origem urbana.

Todo o cidadão que paga impostoneste país tem suas próprias deman-das de melhorias de serviços públicosno seu bairro e espaço de trabalho.Qualquer profissional (pedreiro,borracheiro, catador de papel...) ten-derá a questionar as razões dos agri-cultores familiares desfrutarem dessessupostos ¨privilégios¨, que eles não

dispõem. O tema da multifuncio-nalidade agrícola fornece elementospara se justificar a existência de políti-cas especiais para a agricultura famili-ar, dando as condições, também, parase promover um debate de sociedadesobre a relevância das subvenções pú-blicas para o meio rural e, não menosimportante, para se embutir nas políti-cas públicas agrícolas a exigência decontrapartidas –sociais e ambientais- daparte dos beneficiados.

Ao contrário do Brasil, muitos paí-ses vêm adotando, de forma crescen-te, mecanismos que articulam a libera-ção de subsídios públicos à assinaturade contratos entre o Estado, as coleti-vidades locais e os atores beneficiados.Esses contratos definem regras sobrea utilização dos espaços e dos recursosnaturais. Seguindo essa lógica, os agri-cultores devem justificar para a socie-dade os subsídios agrícolas recebidos.A adoção de medidas de proteção domeio ambiente e das paisagens e a ofer-ta de alimentos de qualidade são asprincipais formas de compensação ofe-recidas aos contribuintes.

Determinadas zonas rurais encan-tam o visitante urbano a primeira vistapelas belezas das suas paisagens na-turais e agrícolas e pelo seu patrimôniocultural e arquitetônico. A admiraçãoserá inda maior se existir na região,além de infra-estrutura básica, esfor-ços coletivos de valorização de recur-sos territoriais, que se traduzem naoferta de serviços e produtos ligados àgastronomia, ao artesanato e à culturados seus habitantes.

É evidente que essas situações fa-zem figura de exceção ao meio ruralbrasileiro. Na grande maioria dos es-paços rurais, a regra é não dispor doconjunto de condições acima mencio-nado. Por vezes, os fatores naturais nãopropiciam tanta exuberância, ou o lo-cal não recebeu ao longo da sua histó-ria a devida atenção dos serviços pú-blicos no tocante à dotação de infra-

Ademir Antonio Cazella Professor do Dep de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, do CCA

estrutura. Mais raro ainda são as açõescoletivas de valorização dasespecificidades territoriais. Quando emcontato com esse tipo de zona rural, ovisitante urbano se questiona sobre asfatores que motivam as famílias queali residem a permanecer isoladas dasvantagens da modernidade. Quemnunca ouviu ou proferiu o aforismo“nesse fim de mundo, eu não morarianem que me pagassem ?”

Qual é o melhor destino a ser re-servado para essas regiões e, conse-qüentemente, para famílias que nelasresidem? A resposta a essa questão émais complexa que parece ser, princi-palmente quando o assunto é tratadopor especialistas responsáveis em for-mular políticas de ordenamento do ter-ritório. De um lado, estão os adeptosincondicionais da urbanização genera-lizada, para quem essas zonas devemser destinadas de preferência à insta-lação de parques naturais, de grandesusinas de energia e de áreas de reflo-restamento.

No Brasil, onde persistem profun-das desigualdades sociais, a agricul-tura cumpre, em particular, um rele-vante papel de inserção social. Talfunção é, seguramente, tão ou maissignificativa e mais complexa que aprópria criação de empregos agrícolas.Um número expressivo de famílias ru-rais, por razões diversas, se recusa atrilhar o caminho do êxodo rural e aenfrentar as mazelas sociais vividasnos bairros urbanos e nas favelas. Emoutros termos, a multifuncionalidadeagrícola retoma a discussão do papelda agricultura e, em particular, dasunidades familiares de produção nadinâmica de desenvolvimento. Ela seopõe às análises economicistas quereservam um lugar extremamente se-cundário à agricultura nessa dinâmica

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 4

São 32.702, segundo o Tribunal Re-gional Eleitoral, os eleitores inscritospara a consulta à comunidade universi-tária visando à eleição do novo reitorda UFSC. O primeiro turno será no dia13 de novembro e o segundo, se neces-sário, está previsto para 4 de dezem-bro. A eleição vem sendo organizada ecoordenada pela Comissão Eleitoral dasEntidades Representativas da Universi-dade (Comeleufsc), presidida pelo pro-fessor José Arno Scheidt.

De acordo com sorteio do TRE, astrês chapas inscritas ficaram assim dis-tribuídas na ordem de votação: nº 1 –“Nova Visão”, dos professores FernandoKinoshita, do Centro de Ciências Jurídi-cas (reitor), e Marcelo Krajnc Alves, doCentro Tecnológico (vice-reitor); nº 2 –“A UFSC do Século XXI”, dos professo-

Corrida magnífica mobiliza três chapas

Mais de 32 mil votam para escolher o novo reitor

A comunidade universitária conheceuno dia 30 de outubro os resultados fi-nais do 1º Ciclo do Programa de Auto-Avaliação Institucional (PAAI) da Univer-sidade Federal de Santa Catarina, de-senvolvido no período de julho de 2004a junho de 2007 pela Comissão Própriade Avaliação (CPA), coordenada pela pro-fessora Aracy Hack Catapan e presididapelo professor Marcos Laffin, pró-reitorde Ensino de Graduação.

O Programa, que pretende realizarauto-avaliações a cada dois anos, obe-dece às orientações e os princípios doSistema Nacional de Avaliação da Edu-cação Superior (SINAES) e foi divididoem Comissões Setoriais de Avaliação(CSA) que consultaram servidores, pro-fessores, alunos e gestores sobre dezquesitos avaliativos.

A iniciativa tem o objetivo de identi-ficar as potencialidades e fragilidades daUFSC e a partir destas subsidiar a to-mada de decisões e promover ações paraa melhoria da qualidade do ensino, pes-quisa e extensão da universidade, quetem uma diversidade de programas eprojetos com atividades nas mais diver-sas áreas: saúde, assistência jurídica,educação, desenvolvimento econômico-social, meio ambiente, cultura, lazer eesporte, desenvolvendo assim, um con-junto intenso de ações que reflete suaresponsabilidade social.Tais atividadestêm a participação ativa de professores,estudantes de graduação, de pós-gra-duação e de servidores técnico-adminis-trativos.

O desenho do raio-x conseguido comas 28.700 pessoas entrevistadas (predo-mínio de professores e alunos) mostra,entre outras coisas, que o site oficial daUFSC é o canal de comunicação com mais

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res Álvaro Prata, do Centro Tecnológico(reitor), e Carlos Alberto Justo da Sil-va, do Centro de Ciências da Saúde(vice-reitor); nº 3 – “Contigo é Possí-vel”, dos professores Nildo Ouriques, doCentro Sócio-Econômico (reitor), e Mau-rício Pereima, do Centro de Ciências daSaúde (vice-reitor).

A reunião extraordinária do Conse-lho Universitário para definir a listatríplice que seguirá a Brasília será no dia29 de janeiro de 2008 e os novos reitore vice-reitor assumem em 10 de maio,substituindo Lúcio José Botelho (atualreitor) e Ariovaldo Bolzan (vice-reitor).

Mais informações na ComissãoEleitoral de Entidades da UFSC,através do telefone (48) 3721-9522ou pelo site www.comeleufsc2007.ufsc.br.

alto grau de satisfação, em relação àdivulgação e facilidade de acesso, aomesmo tempo em que, entre os estu-dantes de pós-graduação e de gradua-ção, registrou-se os maiores percen-tuais de bom-ótimo nos itens que tra-tam da divulgação de informações noCalendário Escolar, informativos e sites.

No que se refere à infra-estrutura dis-ponível, o PAAI diganosticou gestores,professores, técnicos-administrativos eestudantes de graduação manifestaramSatisfação Regular em relação à infra-estrutura disponível em suas Unidades

Programa de Auto-Avaliação Institucional mostra pontos fortes e fracos da UFSC

Relatório foi apresentado no dia 30 de outubro e traz os resultados da consulta a servidores, professores, alunos e gestores, incitando a tomada de ações para amelhoria da qualidade de ensino

O 1º Ciclo do Programa de Auto-Avaliação Institucional da UFSC foi desenvolvido de 2004 a 2007 pela ComissãoPrópria de Avaliação (CPA), e teve seus resultados condensados no relatório também disponível pela internet

de Gestão, Departamentos, Setores,Órgãos e Cursos de Graduação quanto àAdequação e Manutenção.

A maior insatisfação manifestada portodos os segmentos fica demonstradanas avaliações de espaço físico para con-vivência, para estacionamento e paracentros acadêmicos. Também observa-se insatisfação quanto à segurançapatrimonial e pessoal. Quanto ao orça-mento institucional, a avaliação realiza-da pelos três segmentos (sta, prof.,gestores) aponta a insuficiência de re-cursos para ensino, pesquisa e exten-

são.Estudantes de pós-graduação consi-

deraram-se satisfeitos em relação à ade-quação e manutenção do acervo dispo-nível para as atividades acadêmicas, en-quanto os de Graduação e os professo-res manifestaram satisfação regular.

O relatório completo está no sitewww.paai.ufsc.br. Comissões setoriais deavaliação organizarão semináriossetoriais nas diversas unidades de ensi-no para divulgar os resultados, promo-ver reflexões e colher sugestões sobreesse processo.

Margareth RossiJornalista da Agecom

A área de 242 mil metros quadra-dos vai dar continuidade ao Progra-ma de Interiorização da Universida-de.

O campus da UFSC em Curitibanos,no meio-oeste catarinense, já é umarealidade. O reitor Lúcio José Botelhoassinou no final do mês passado, dia

Foto: Paulo Noronha

25/10, a escritura do terreno onde osprédios serão construídos. Com umaárea de 242 mil metros quadrados, do-ada pela empresa AgropastorilGaboardi Ltda., o campus ficará loca-lizado na estrada que liga os municí-pios de Curitibanos e São Cristóvãodo Sul, a 3 km do centro. No encontroestavam presentes Olávio Gevehr eWonny Wunder, membros da Comis-são Pró Campus/UFSC, e Cid Rebo-

ledo, do Patrimônio da UFSC.Durante o encontro, Lúcio Botelho

adiantou que o mesmo projeto de ar-quitetura de Araranguá, onde as obrasfísicas já começaram, será utilizado noCampus de Curitibanos, gerando eco-nomia de custos e agilidade de cons-trução, uma vez que o orçamento já éconhecido. “A UFSC tem uma verbaaprovada de R$ 4,7 milhões destina-da à construção dos três novos campi:

Joinville, Araranguá e Curitibanos,atendendo ao Plano de Desenvolvi-mento da Educação (PDE), do Gover-no Federal.

Além disso, com o Programa deApoio a Planos de Reestruturação eExpansão das Universidades Federais(Reuni), a UFSC terá R$ 188 milhõespara infra-estrutura, contratação demais 300 professores e implantaçãodos novos campi”, relatou.

Campus da UFSC em Curitibanos já está escriturado

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 5

Alita DianaJornalista na Agecom, com informações da RNP e de Edison Melo

Na cerimônia de inauguração estiveram presentesrepresentantes dos órgãos integrantes da Rede Me-tropolitana de Educação e Pesquisa (REMEP). Comodemonstração dos benefícios imediatos da rede,Florianópolis acompanhou a primeira transmissão deum programa de TV Aberta com sinal gerado viaInternet. A solenidade de inauguração foi exibida aovivo pela TV Cultura, Canal 2.

Os recursos e potenciais da Telemedicina foram ex-plicados pelo professor Aldo von Wangenheim, do De-partamento de Informática e Estatística da UFSC,cordenador técnico de Rede Catarinense deTelemedicina (RCTM). Como exemplo foi demonstra-do, num telão, para os presentes no auditório da Reito-ria e transmitido, diretamente, aos espectadores da TVCultura, a simulação de um diagnóstico em que partici-pavam simultaneamente, médicos do Hospital CelsoRamos e do Hospital Universitário.

Edison Melo, do Núcleo de Processamento de Da-dos da UFSC, coordenador geral da REMEP Florianópolisfez um relato cronológico dos caminhos trilhados e es-forços empreendidos para se chegar ao que é a REMEPatualmente. Após o pronunciamento do dirigente daRNP que explicou como anda o processo de instalaçãodas Redes Metropolitanas em todas as unidades da fe-deração, coube a palavra de encerramento ao Reitorda UFSC.

Lúcio Botelho falou da satisfação de ver a Universi-dade avançar tanto na área da informatização e de comoo estado de Santa Catarina vem utilizando em benefí-cio da população esses mesmos recursos, destacando-se, como exemplo, a área da saúde. Graças à continui-dade e ao acompanhamento sistemático do ProgramaCapital Criança, Florianópolis se tornou a primeira eúnica capital brasileira que conseguiu baixar a um dígi-to ((menos de 10 por 1000) o índice de mortalidadeinfantil, igualando o índice de países do Primeiro Mun-do. O Programa Capital Criança foi implantado em 1997,quando o índice de mortalidade infantil era de 21,76para cada mil crianças nascidas vivas.

O que é a RNP - A RNP foi criada em 1989 MCTcom o objetivo de construir uma infra-estrutura de redeInternet nacional para a comunidade acadêmica. A redecomeçou a ser montada em 1991. Em 94, já atingia

A Rede Metropolitana de Educação e Pesquisa propiciará a integração entre instituições de pesquisa e a troca de informações que exijam grande capacidade de banda

Uma rede que rema a favor da Ciência

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC,Rede Nacional de Pesquisa - RNP, Secretaria de Es-tado da Educação, Ciência e Tecnologia - SED, Fun-dação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológicado Estado de Santa Catarina - FAPESC, Centro Fe-deral de Educação Tecnológica de Santa Catarina –CEFET/SC, Secretaria de Estado da Agricultura eDesenvolvimento Rural de Santa Catarina - SEA,Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC,Centro de Informática e Automação do Estado deSanta Catarina S.A - CIASC, Companhia Integradade Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina-CIDASC, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Ex-tensão Rural de Santa Catarina S.A. - EPAGRI, Uni-

Integrantes da Rede Comunitária de Pesquisa da Região de Florianópolis - O MCTassinou um protocolo de intenções com o Governo do Estado e com o município de Florianópolispara a implantação da rede, viabilizando a participação de órgãos estaduais e municipais.

Quem participa?

versidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Fa-culdades Integradas ASSESC - Associação de Ensi-no de Santa Catarina – ASSESC, Secretaria de Es-tado da Saúde – SES, Fundação Catarinense deDifusão Educativa e Cultural “Jerônimo Coelho” -TV Cultura SC, Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO,Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis- SME, Associação Catarinense das Fundações Edu-cacionais – ACAFE, Sociedade Educacional de San-ta Catarina – SOCIESC, Secretaria Municipal deSaúde de Florianópolis – SME, Fundação de EnsinoSuperior de Engenharia de Santa Catarina – FEESC,Centrais Elétricas de Santa Catarina - CELESC.

Interação: a cerimônia foitransmitida ao vivo pela

TV Cultura (canal 2) epela internet, reunindo,

na mesma tela, médicosdo Hospital Celso Ramos(topo à esq), médico do

HU (topo à dir) e oauditório da Reitoria,

onde acontecia o evento,sempre em tempo real

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todas as regiões do país. Entre 2000 e 2001, num es-forço de renovação, a rede foi totalmente atualizadapara oferecer suporte a aplicações avançadas. Desdeentão, o backbone RNP2, como é chamado, possui pon-tos de presença em todos os estados brasileiros.

O que é a Redecomep - O projeto Redes Comuni-tárias de Educação e Pesquisa (Redecomep) tem porobjetivo promover a implantação de redes metropoli-tanas comunitárias em 26 cidades que abrigam pontosde presença (PoPs) do backbone da RNP, o que significauma cobertura nacional. É uma iniciativa do Ministérioda Ciência e Tecnologia (MCT), coordenada pela RedeNacional de Ensino e Pesquisa (RNP) O modelo adotadobaseia-se na implantação de uma infra-estrutura de fi-bras ópticas própria voltada para as instituições de pes-quisa e educação superior e na formação de consórciosentre as instituições participantes de forma a assegu-rar sua auto-sustentação.

13º Seminário RNP de Capacitação e Inova-ção (SCI) - A inauguração da Redecomep ocorreuparalelamente ao 13º Seminário RNP de Capacitaçãoe Inovação (SCI), que aconteceu de 22 a 26 de ou-tubro, no Hotel Praiatur , na praia de Ingleses, emFlorianópolis. O seminário teve como proposta acapacitação das instituições que trabalham coope-rativamente com a RNP (Rede Nacional de Ensino ePesquisa). Técnicos e representantes das organiza-ções usuárias e dos pontos de presença de todo opaís participaram do evento e também estiveram pre-sentes à solenidade de inauguração da REMEP.

Compartilhamento de fibras ópticas - Foi ce-lebrado acordo com o governo do Estado através doCIASC e da FAPESC para que a Rede MetropolitanaGovernamental – RMG e a REMEP possam trocar fi-bras ópticas. Com este acordo a REMEP não neces-sitou lançar 43 km de cabos ópticos, que já existiame, em contrapartida, a RMG passou a contar com osnovos 35 km lançados pela REMEP, em uso compar-tilhado. Em cada cabo óptico vão 48 ou 12 fibras.Uma conexão gasta duas fibras. A economia para osdois lados vai além da implantação e da agilidade,mas também há a economia da manutenção futura,já que passa a haver co-responsabilidade na manu-tenção.

Aplicações da Rede Internet - O principal usoé o de alta capacidade e melhoria de qualidade daInternet. Ex: Em 16 de outubro foi ativada a cone-

xão do Laboratório de Aqüicultura do Centro de CiênciasAgrárias (CCA) da UFSC, o que possibilitou uma mudançataxa de transmissão (velocidade) de 256Kbps para 1 Gbps, isto é um aumento de cerca de 4000 vezes na taxa detransmissão de dados.

Saúde - Dentre os usos na área da saúde se destacao serviço de telemedicina. Com o ingresso da Secretariade Saúde na RMP, além do Hospital Universitário, passamtambém a ser beneficiados quatro hospitais: o InfantilJoana de Gusmão, o Regional de São José, o Instituto deCardiologia e o Hospital Florianópolis.

Agricultura - Uma das demandas na área da agricul-tura é a transferência de grande volume de dados relaci-onados à metereologia que, em Santa Catarina, são pro-cessados pela Epagri. Para esta transferência é necessá-rio rede grande capacidade.

Educação a distância - A RMP é um excelente su-porte ao ensino a distância, tanto para a UFSC como paraas outras instituições de ensino. Também se pode utilizara rede para videoconferência e streaming de vídeos –transmissão e disponibilização de vídeos na Internet.

TV Cultura e UFSC TV - Há planos de se fazer trans-missão de programas direto do Campus. Para esta trans-missão é necessária uma grande banda de rede.

Comunidade de Pesquisa - A idéia é de que a Redepossa também servir como laboratório de experimenta-ção para que os pesquisadores da área possam testarnovas aplicações e protocolos.

Perspectivas - A parte da RMP que está sendo im-plantada é a primeira fase da rede. Ela será ampliadaatravés de uma rede sem fio para atingir unidades queestão mais distantes geograficamente e onde o custo delevar a fibra óptica é muito caro.

A rede sem fio funcionará com a tecnologia WIMAX –Worldwide Interoperability for Microwave Access (Intero-perabilidade Mundial para Acesso de Microondas)- paraatingir em torno de 30Mbps.

Aplicabilidade da tecnologia WIMAX - A Fortalezade Santa Cruz de Anhatomirim atualmente não temconectividade e será ligada com taxas da ordem de20Mbps. A Fazenda Ressacada, fazenda experimental daUFSC, atualmente é conectada com 128Kbps e passará a30 Mbps. Isto representará um aumento de conectividadeda ordem de 200 vezes.

Informações: Edison Melo - coordenador geralda REMEP Florianópolis – telefone (48) 3721-7531e www.redecomep.rnp.br/?consorcio=25

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 6

A chapa Nova Visão nasceu da vontade e da necessidade deampliar o debate sobre o papel da UFSC. Queremos apresentar umaproposta que ultrapasse o limite da mudança, além de uma efetiva ereal transformação dessa Instituição de ensino, pesquisa e extensão.Essa mudança também se faz alicerçada na ética, com a democracia,conjuntamente com a transparência, a revitalização das organiza-ções e, principalmente, ao lado do que entendemos ser humano.Necessitamos de um novo quadro de referência do pensar e do agirestrategicamente, construído e reconstruído junto às vozes dos queocupam os espaços e funções da UFSC, bem como dos demaisinterlocutores do plano local, estadual, nacional e das relações inter-nacionais. Nossa intenção é iniciar a construção de um plano conjun-

Chapa 1: Uma proposta que ultrapassa o limite da mudança

to, elaborado por todos, ou seja, estudantes, servidores, professorese a comunidade em geral. Esta proposta de Planejamento Estratégi-co Participativo, que você poderá encontrar na íntegra em nosso sítiowww.novavisao.ufsc.br, advém do conhecimento, das experiênciase das reflexões de um grupo de pessoas comprometidas com opresente e com o passado. Convidamos você para avaliar e refletirsobre os caminhos a serem construídos e a forma de organizar umpossível trajeto da UFSC e discutir o regime didático-científico dese-jável, sem perder de vista a pesquisa e a extensão, integradas nocontexto nacional e internacional em contínua e acelerada transfor-mação. Saiba quais são os objetivos, a visão e principalmente nos-sos princípios:

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Princípios da UFSC - Consciente de sua responsabilidade soci-al e dos grandes desafios, a instituição deverá aderir ao GlobalCompact/ Pacto Global da ONU, através da incorporação e implanta-ção gradual dos 10 princípios acordados internacionalmente e aplicá-veis em suas políticas e práticas de ensino, pesquisa e extensão. Osprincípios indicados acima estão divididos em quatro campos:

a. Direitos Humanos: - Apoiar e respeitar a promoção e prote-ção dos direitos humanos; - Evitar cumplicidade em violações dosdireitos humanos;

b. Trabalho: - Apoiar a liberdade de associação e o reconheci-

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Três chapas lutam para administrar a UFSCNo dia 13 de novembro mais de 32 mil eleitores serão disputados por três candidaturas inscritas à sucessão da Reitoria da UFSC: Chapa 1, ‘Nova Visão‘, Chapa 2,

“A UFSC do Século XXI” e Chapa 3, “Contigo é Possível”. O segundo turno, caso necessário, acontecerá no dia 4 de dezembro. A lista tríplice será aprovada peloConselho Universitário no dia 29 de janeiro de 2008. O mandato da atual reitoria vai até 10 de maio

Foto: Hermínio Nunes Foto: Divulgação

Fernando Kinoshita (foto) tem como candidato avice-reitor Marcelo Krajnc Alves pela Chapa 1

Candidatos Álvaro Prata (reitor) e Paraná (vice)cercados por correligionários da Chapa 2

Maurício Pereima (vice) e Nildo Ouriques (reitor),da Chapa 3

Foto: Divulgação

Desde o início do processo de escolha do novo Rei-tor a instituição e a sociedade têm contato com dife-rentes formas de pensar, propor e fazer a Universida-de. Como em qualquer campanha eleitoral há diferen-tes momentos e situações variadas. No começo as can-didaturas se apresentavam de forma tímida, quase dis-creta. Era a fase das conversas, da elaboração daspropostas, da concepção e consolidação dos planosde ação, da busca por apoios, da aglutinação de for-ças.

Chapa 2 consolida movimento ´A UFSC do século XXI‘

Há alguns dias entramos na etapa dos debates. Maismaduras e visíveis, as chapas concorrentes começa-ram a expor de modo mais forte suas convicções, pos-turas e propostas. Submeteram de fato as idéias e com-promissos à análise do maior interessado em todo oprocesso: o eleitor. Assim, os membros da comunida-de universitária e, por conseqüência a sociedadecatarinense, puderam ouvir e ver como se apresen-tam os pretendentes à Reitoria.

E agora, na reta final, nos últimos dias de campa-

nha, torna-se real e concreta a expectativa que já sevia construir: a seriedade e a consistência da Chapa 2– PRATA e PARANÁ – tomam conta de todos os espa-ços da UFSC. No campus e nas unidades descentrali-zadas uma verdadeira onda de adesão, deenvolvimento, de mobilização aponta para um retratopoucas vezes visto da dedicação das pessoas à candi-datura que vai transformar a Universidade Federal de

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No dia 13 de novembro, docentes, técnicos-admi-nistrativos e estudantes têm a oportunidade de con-cretizar um tempo de mudança na UFSC, dentro deuma nova forma de administrar os rumos da Universi-dade. Essa mudança está contemplada na candidatu-ra representada por Nildo Ouriques e Maurício Pereima,que foi construída ao longo dos últimos anos sob aperspectiva de que o ensino, a pesquisa e a extensãodevem estar voltados para a consolidação de um pro-jeto nacional que inclua a todos, com base em um

Chapa 3: No dia 13, vote 3!

profundo compromisso social e em diálogo com asgrandes mudanças mundiais.

Os princípios da chapa “Contigo é Possível!” sãotransparência administrativa e política, democraciaparticipativa, defesa da universidade pública, gratuitae com compromisso social, defesa da autonomia uni-versitária conforme determina a Constituição Federal,defesa dos interesses institucionais e da responsabili-dade pública e compromisso com o diálogo.

Mais e mais estudantes, docentes e técnicos se iden-

tificam com esses princípios e querem experimentá-los na prática dentro da UFSC e também fora dela, narelação que a Universidade mantém com a população.Por isso é que um dos compromissos da candidatura ésuperar a desigualdade dentro da Universidade. OsCentros de Ensino, as Unidades a eles vinculadas, ostrabalhadores que neles atuam e os estudantes quena UFSC constroem parte de seu saber precisam ser

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 7

mento efetivo do direito à negociação coletiva; - Eliminar a discrimi-nação relativa ao posto ocupado por determinadas pessoas;

c. Meio Ambiente: - Fomentar enfoques ambientais; - Promo-ver a responsabilidade ambiental; - Facilitar o desenvolvimento e adivulgação de tecnologias voltadas ao Meio Ambiente;

d) Anti-Corrupção: - Estimular a conscientização contra acorrupção, conduzindo o pensar a perceber pequenas atitudes, queconjuntamente, resultem numa maneira diferente de agir, transfor-mando assim a mentalidade inescrupulosa.

Conheça a Chapa Nova Visão - Fernando Kinoshita tem35 anos e concorre pela primeira vez ao cargo de Reitor da UFSC.Defendeu sua tese de doutorado na Universidad Pontificia Comillas,

Espanha, na área de Direito Internacional. Também é membro doInstituto Euro Latino-Americano de Integração, da SBPC e ex-presi-dente da Comissão de Relações Internacionais da OAB/SC. Temexperiência na área de Direito e Negócios Internacionais. Atua, prin-cipalmente, nas áreas de comércio e cooperação internacional,agroenergia, direitos humanos, desenvolvimento sustentável, Mercosule União Européia. Publicou 9 livros técnicos nessas áreas. FernandoKinoshita dispõe da vitalidade necessária para promover transfor-mações.

Marcelo Krajnc Alves tem 49 anos e concorre ao cargo de Vice-Reitor. Atua como professor do Departamento de Mecânica e pesqui-sador de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Graduado em Enge-

nharia Mecânica pela PUC do Rio de Janeiro, realizou dois cursos demestrado, um em Engenharia Mecânica pela PUC -RJ, e outro emMatemática pela University of Michigan - Ann Arbor e doutorou-se pelaUniversity of Michigan - Ann Arbor. Alves tem vasta experiência naárea de Engenharia Mecânica, com ênfase em Mecânica dos Sólidos.

Cleide Teresinha Marcon tem 43 anos, e é a representantetitular da Chapa Nova Visão. Participa ativamente da construção doconhecimento universitário através do desempenho de suas funçõesadministrativas há quase 25 anos. Ela simboliza a força e a vitalidadedos Servidores Técnico-Administrativos. Durante 15 anos desempe-nhou atividades na Pró-Reitoria de Administração. Soma experiênciaem diversos âmbitos da estrutura institucional da UFSC.

Três chapas lutam para administrar a UFSCNo dia 13 de novembro mais de 32 mil eleitores serão disputados por três candidaturas inscritas à sucessão da Reitoria da UFSC: Chapa 1, ‘Nova Visão‘, Chapa 2,

“A UFSC do Século XXI” e Chapa 3, “Contigo é Possível”. O segundo turno, caso necessário, acontecerá no dia 4 de dezembro. A lista tríplice será aprovada peloConselho Universitário no dia 29 de janeiro de 2008. O mandato da atual reitoria vai até 10 de maio

Foto: Hermínio Nunes Foto: Divulgação

Fernando Kinoshita (foto) tem como candidato avice-reitor Marcelo Krajnc Alves pela Chapa 1

Candidatos Álvaro Prata (reitor) e Paraná (vice)cercados por correligionários da Chapa 2

Maurício Pereima (vice) e Nildo Ouriques (reitor),da Chapa 3

Foto: Divulgação

Santa Catarina em uma instituição moderna, culta, plu-ral e centrada em metas, construída coletivamente combase no diálogo e na ampla participação.

De um manifesto gerado por um grupo inicial deapoiadores a candidatura tomou forma. PRATA iniciouas articulações e, sobretudo, ouviu. Ouviu muito, detodos os segmentos, das categorias, dos dirigentes, daslideranças, de alunos, técnicos e docentes. Foram mui-tas visitas, reuniões, conversas. Definido o nome dovice, o professor PARANÁ, concluiu-se uma segundaetapa do processo, a montagem da chapa que melhor

Chapa 1: Uma proposta que ultrapassa o limite da mudança (continuação)

Chapa 2 consolida movimento ´A UFSC do século XXI‘ (continuação)

representasse a diversidade de idéias e projetos tendoem comum a vontade firme de construir uma universi-dade voltada verdadeiramente para o século XXI.

Os apoios cresceram, fortaleceram-se e se multi-plicaram. São milhares de pessoas envolvidas diaria-mente, espalhando a “onda prateada”, que chega aosdiferentes ambientes informando, debatendo, dialo-gando e ouvindo a comunidade. São centenas de con-tribuições ao Plano Estratégico, textos disseminados,ideais compartilhados.

Enfim, um trabalho gratificante que ainda está lon-

ge de acabar. A onda que agora se espalha é o princí-pio do processo que se mostrará vitorioso. Uma cam-panha que cultivou, em todos os seus momentos, osvalores da ética, do respeito, da consciência de queuma eleição para Reitor é um espaço para o debate deidéias e propostas, não para ofensas e mentiras. Ummovimento que transformará os princípios do Mani-festo em ações concretas, conduzindo a UFSC a umagestão sensível aos problemas que terá de enfrentar,mas preparada para fazê-lo, com democracia, sabe-doria e determinação.

vistos no que têm de comum e de diferente, dentro dauma perspectiva de valorização dos talentos de cadaum na Universidade como um todo.

Isso requer melhores laboratórios e bibliotecas, sa-las de aula equipadas e confortáveis, RU e MoradiaEstudantil revigorados em sua capacidade de receberquem precisa deles. Por isso a candidatura tem fortecompromisso com a qualidade da graduação, sem per-der de vista as necessidades da pós-graduação. UmaUniversidade de qualidade, verdadeiramente plena,deve romper a distância entre uma e outra, enfren-

tando, de forma coletiva, as dificuldades, epotencializando os acertos.

É nesse contexto que a chapa representada porNildo e Maurício, dentro dos princípios acima aponta-dos, vai colocar em prática a avaliação da administra-ção. Isso vai permitir que, ao longo do mandato, sejapossível fazer uma discussão coletiva que reflita sobreo trabalho desenvolvido e busque, nos vários aspec-tos da vida universitários, novas práticas.

Outro ponto fundamental para que a mudança acon-teça é a revitalização da Associação Nacional dos Diri-

gentes das Instituições Federais de Ensino Superior(Andifes) perante o governo federal. Os reitores, in-clusive o da UFSC, devem, com urgência, cumprir umpapel quase esquecido: ter postura crítica e ativa jun-to ao governo e à sociedade em geral para cotidiana-mente reafirmar a importância da Universidade Públi-ca para o país.

Nas salas de aula que visitam, nos departamentos,nos corredores, Nildo e Maurício deixam clara a ne-cessidade da mudança. E ela vai acontecer! Contigo épossível! Vote 3!

Chapa 3: No dia 13, vote 3! (continuação)

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UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 8

Capes eleva conceito de 11 cursos de pós-graduação da UFSC

reformulado. Essa não é a primeira vez que a UFSC passapor processo semelhante e reverte o resultado. A pós-graduação na área de Medicina, que em 2004 recebeunota 2, foi reformulada e agora denominada CiênciasMédicas retorna com nota 4 (nos níveis de mestrado edoutorado). O novo projeto foi muito bem aceito e apro-vado pelo MEC. O pró-reitor de pós-graduação da UFSC,professor Valdir Soldi, lamenta que, além de outros, oscursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Química e Ci-ências da Computação tenham recebido nesta nova ava-liação notas 6, 6 e 4, respectivamente, nos comitês deárea, e que o conselho superior da Capes tenha reduzidoestas notas para 5, 5 e 3, respectivamente.

Na avaliação do pró-reitor, embora alguns cursostenham caído, a UFSC vem demonstrando crescimentona pós-graduação. “Em nível de Brasil, estamos muitobem avaliados”, analisa. Valdir Soldi ressalta também oesforço de muitos programas (como Aqüicultura, Educa-ção Física, Ciências Humanas, Economia, Adminis-tração dentre outros) que superaram as dificul-dades e aumentaram seus conceitos em2008. Além disso, esse ano a UFSC abremais possibilidades na pós-gradua-ção. Cinco programas foramaprovados pela Capes: Bio-química (mestrado edoutorado); Bioquí-mica (mestrado edoutorado); Ciências Médicas (mestrado e doutora-do) e Administração (doutorado), além do mestradoprofissionalizante em Agroecossistemas. Quatro iniciamsuas atividades com nota quatro - apenas Ecologia partecom a nota mínima três. Com os novos cursos, a UFSCpassa a oferecer 98 cursos – são 54 mestrados acadêmi-cos, 38 doutorados e seis mestrados profissionalizantes.

As notas apresentadas pela Capes estão relacio-nadas à quantidade e qualidade das produções de cadaprograma.

O pró-reitor de Ensino de Graduação da UFSC, Marcos Laffin,comenta e critica o Guia do Estudante, publicado pela EditoraAbril:

“É preciso apresentar algumas considerações sobre a “pes-quisa” realizada para o Guia do Estudante. Não são tornadospúblicos os critérios utilizados para estabelecer os conceitos emuito menos a relação das instituições pesquisadas. A formade coleta das informações é superficial, não considera a estru-tura institucional, nem o currículo e sua vocação e se desco-nhece ainda, as formas de comparação que são realizadas.

Existem mais de 2.100 instituições de ensino superior noBrasil que oferecem um quantitativo superior de cursos degraduação, estes dados apontam para as restrições desta clas-sificação. Somente será possível falar em “classificação” quan-do todos os cursos de uma instituição forem seriamentepesquisados e avaliados, do contrário, são opiniões por vezesinfundadas.

Talvez essa classificação sirva para um público que com-

de. Nas Ciências Sociais, o novo currículo está sendoimplementado desde o início desse ano com a criação deduas disciplinas obrigatórias de prática de pesquisa.

Uma dificuldade que alguns centros de ensino enfren-tam é a falta de professores efetivos, problema que sópode ser resolvido com a abertura de concursos públicospelo governo federal. O curso de Serviço Social chegou ainvalidar quatro disciplinas no início do segundo semestrede 2007 por falta de professores. A chefe do Departa-mento do Serviço Social, Maria Del Carmen Cortizo, acre-dita que o Guia do Estudante avaliou o projeto pedagógi-co ao conceder as cinco estrelas. “Nós temos um currículointeressante, que coloca o aluno em contato com o exer-cício profissional desde a primeira fase do curso”.

Diante dessa classificação da UFSC entre as melho-res do país e reconhecendo todas as dificuldades pelasquais o ensino público brasileiro passa, a coordenadorado curso de Sistemas de Informação, Maria Marta Leite,levanta uma questão: “O quanto mais poderíamos cres-cer e produzir se tivéssemos melhores condições de tra-balho?”.

A UFSC foi reconhecida pela alta produtividade devido à busca pelo aprimoramento em pós-graduação e pesquisa, ficando entre as 20 melhores instituições do País

preende a educação como um serviço de mercado e não comobem público de direito de todos. No meu entender é uma “pes-quisa” publicitária com finalidades comerciais e os cursos daUFSC, em sua totalidade, possuem muito mais qualidade,credibilidade e repercussão que as “estrelas” atribuídas peloGuia.

Para exemplificar, a UFSC possui cursos de graduação queutilizam metodologias e práticas de ensino diferenciadas, comprojetos de trabalhos diversificados, mantêm convênios nacio-nais e internacionais de mobilidade estudantil, representam áreasestratégicas de desenvolvimento regional e sustentável, e pos-suem professores com titulação e produtividade científica e es-tes cursos não aparecem neste reduzido “cósmico estelar”.

A UFSC tem atualmente 65 opções em seus cursos de gra-duação, cada um tem uma orientação curricular voltada para aárea de atuação e suas especificidades, demandas particularesda profissão e sua regulamentação, laboratórios e práticas di-ferenciadas e formas de organização pedagógica próprias. Nesteconjunto de particularidades, penso não ser adequado fazer

uma classificação sem considerar a estrutura como um todo etão pouco desconsiderar as especificidades de cada curso.

O que é possível afirmar é que os cursos de graduação daUFSC apresentam qualificações diferenciadas e demandam porestruturas também diferenciadas, com o mérito de serem va-gas públicas, de ser uma instituição com responsabilidade eparticipação social, que articula e implementa as atividades deensino-pesquisa-extensão na dinâmica da produção, apropri-ação e socialização da cultura e dos conhecimentos. E ainda,por ser uma instituição pública defronta-se cotidianamente comdemandas de recursos de todas as ordens e com intervençõesdo poder público na sua autonomia.

Os cursos da UFSC serão tão mais expressivos quantomaior for sua inserção e oferta pública. Portanto ao considerarestes componentes, é possível a firmar que todos os cursos degraduação da UFSC são de qualidade, sobretudo, pela dedica-ção e trabalho inquestionável de seus professores, dos servi-dores técnico-administrativos e dos seus compromissos públi-cos, políticos de decisões e de mobilidade social.”

Pró-reitor analisa avaliação da Abril

Sofia Franco de AraújoBolsista de Jornalismo na Agecom

O Guia do Estudante da Editora Abril de 2007, lança-do no dia 29 de outubro, avaliou 16 cursos de graduaçãoda UFSC com cinco estrelas – a nota máxima em qualida-de de ensino. Em sua sétima edição, a publicação anali-sou 2.873 cursos de 1.150 instituições públicas e priva-das de ensino superior no Brasil, e classificou os melho-res com três, quatro e cinco estrelas - bom, muito bom eexcelente. Os cursos da UFSC considerados excelentessão Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Direito,Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica,Engenharia de Produção, Farmácia, História, Jornalismo,Nutrição, Pedagogia, Psicologia, Química, Serviço Sociale Sistemas de Informação. Outros 20 cursos foram ava-liados como muito bons e dois cursos como bons.

Ranking - Com esse resultado, a UFSC atingiu umamédia de 4,26 estrelas, ficando na sétima posição entretodas as instituições. Entre os cursos avaliados, 41,03%ganharam cinco estrelas, obtendo o terceiro lugar nessa

Dentre quase 3 mil cursos de mais de mil instituições, a UFSC alcançou nota máxima em 16 deles, ficando entre as sete universidades mais bem cotadas do Brasil

Guia do Estudante exibe a nossa constelação

classificação, no ranking das federais.Avaliação dos professores - Os coordenadores e

chefes de departamento dos cursos considerados exce-lentes pelo guia levantam variados pontos que justificamessa classificação, sendo o principal a presença de umcorpo docente qualificado e envolvido junto aos alunos,em projetos de pesquisa, extensão e publicações científi-cas. “Os nossos professores vestem a camisa do curso e,apesar da falta de incentivos financeiros e profissionais,estão sempre produzindo pesquisas e publicações”, afir-ma o professor Ubaldo Balthazar, coordenador da gradu-ação em Direito. Os cursos de História e Química, porexemplo, têm todo o corpo docente formado por Douto-res, em sua maioria professores efetivos. Já a coordena-dora do curso de Jornalismo, professora Maria JoséBaldessar, acredita que os laboratórios de uso exclusivosão um grande diferencial em relação aos outros cursosda área.

Além disso, vários cursos têm passado por reformascurriculares que prevêem maior interação entre gradua-ção, pós-graduação e atividades práticas com a socieda-

Mayara VieiraBolsista de Jornalismo na Agecom

A Universidade Federal de Santa Catarina novamen-te apresentou bons resultados na avaliação trienal daCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior do Ministério da Educação (Capes/MEC). Reco-nhecida pela alta produtividade devido à incessante bus-ca pelo aprimoramento das áreas de pós-graduação epesquisa, a UFSC está entre as 20 melhores instituiçõesdo país nesta que é a mais recente avaliação da pós-graduação brasileira.

Na análise deste triênio, 11 programas aumentaramseu conceito e oito tiveram suas notas reduzidas. Osoutros 31 programas mantiveram a mesma nota da últi-ma avaliação. Dos 50 programas avaliados apenas umteve nota 7 e três tiveram 6. O conceito 5 apareceu em16 programas e a nota 4 em 21 deles. Dos restantes,oito receberam nota 3 e somente um foi avaliado comconceito 2.

Percentualmente, 75% receberam conceitos 4 e 5,10% tiveram 6 e 7 e os 15% restantes, nota 3.

O destaque da avaliação 2007 é o programa de pós-graduação em Química, que recebeu a nota máxima 7(em 2001 o curso já havia recebido o mesmo concei-to). O nível máximo foi atingido devido à produtividadecientífica, avaliada segundo publicações de artigos emrevistas internacionais de alto impacto, elaboração deteses e participações em eventos nacionais e internacio-nais. Na última avaliação, realizada em 2004, o cursopassou do conceito 7 para 6 - agora retorna à nota má-xima. Segundo o coordenador do programa, professorAdemir Neves, foram defendidas, no período avaliado,52 dissertações e 55 teses e publicados 392 artigos emperiódicos nacionais e internacionais.

A UFSC teve também um curso, o de Agroecossis-temas, com nota reduzida para 2. Além do recurso queestá sendo encaminhado, o curso será reavaliado e

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 9

José Antônio de SouzaJornalista na Agecom

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudan-tis da UFSC está revitalizando um es-paço de 160 metros quadrados juntoao Centro de Convivência. O objetivo éo de promover um ambiente onde es-tudantes vão poder se encontrar du-rante os intervalos de aula. Nesse es-paço, segundo a pró-reitora de Assun-tos Estudantis, Corina Martins Espíndo-la, a UFSC vai investir aproximadamen-te R$ 200 mil.

Vários ambientes estão sendo pro-jetados para o setor como salas de te-levisão e de informática, área livre paraintegração, salão de beleza e bar paraum fim de tarde. A concepção do localfoi discutida e acompanhada pelos di-

Mayara VieiraBolsista de Jornalismo na Agecom

A partir de 2008 o curso de gradua-ção Letras/Libras da UFSC estará habili-tado para formar tradutores e intérpre-tes da língua brasileira de sinais dentroda opção bacharelado. Até então, o cur-so oferecia somente a licenciatura, quecapacita profissionais a lecionarem emLibras.

O idioma dos surdos só foi reconhe-cido no Brasil como meio legal de comu-nicação e expressão em 2002 quandofoi oficializado pela Lei de Libras (Lei nº10.436) que busca a inclusão social dodeficiente auditivo. Em 2005, a lei foiregulamentada através do Decreto nº5626 que estabeleceu o prazo de dezanos para que a disciplina de libras sejaoferecida em todos os cursos de gradu-ação.

A partir dessas decisões, em 2006,foi criada a primeira graduação de lín-gua de sinais da América Latina que noúltimo dia 27 completou um ano. A Uni-versidade Federal de Santa Catarina,com experiência na formação de pesso-as surdas e na produção de conhecimen-to neste campo, ficou responsável pelacoordenação das outras seis universida-des brasileiras que também oferecem ocurso. Cada unidade é chamada de pólo,local onde os graduandos reúnem-se eonde também funciona a coordenaçãode cada estabelecimento.

No próximo ano, mais oito universi-dades brasileiras irão integrar o grupodas instituições que já oferecem o cursoLetras/Libras, todas com as opções emlicenciatura e em bacharelado e com 60vagas. Cada pólo possui dois tutores(professor-assistente) para cada 28 alu-nos, um intérprete de libras e um coor-denador responsável pela unidade, pela

recepção das videoconferências, enca-minhamento das avaliações e garantiada acessibilidade dos alunos na institui-ção.

O curso é oferecido na modalidade adistância e por isso conta com o auxíliode DVD-guia, material online e impres-so e equipamentos que permitam aulaspor videoconferências em um ambientevirtual de aprendizagem. “Esse curso éde extrema importância, pois nunca ossurdos tiveram oportunidades de esta-rem em uma universidade federal emgrande número. Indo além, o resultadodeste curso será o aumento de profes-sores surdos habilitados no ensino delíngua de sinais para surdos e ouvintes.”diz a professora tutora surda ShirleyVilhalva. As aulas presenciais corres-pondem a 30% do curso e são realiza-das a cada 15 dias. São 500 alunosmatriculados no Brasil, mas 450 novasvagas serão abertas com o início do ba-charelado e mais 450 para licenciatura,além das 500 já existentes, totalizando1400 vagas para todo o país.

“O Curso Letras Libras é inédito, ex-celente, não tenho como expressar mi-nha emoção de estar vendo de pertotoda construção deste curso que sem-pre foi almejado pelo povo surdo. Te-mos recebido as disciplinas dos melho-res professores e pesquisadores do país”,complementa Shirley.

Segundo Ronice Muller de Quadros,coordenadora responsável pelo projetode criação e oferecimento do curso emâmbito nacional, a nova lei criou umademanda grande por profissionais comessa graduação. Ela acrescenta que obaixo índice de desistência, em torno de6%, é uma das grandes conquistas doLibras em relação à maioria dos cursosa distância, em que esse número sobepara 20%.

Mais espaço para estudantes

Bolsas de alto nível - O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho,

participou no final de outubro em Bruxelas de um evento do Programa Alban(Bolsas de Estudos de Alto Nível para a América Latina), como representanteda Associação das Universidades do Grupo Montevidéu no Comitê de Mobilida-de Estudantil. Na Bélgica, o reitor acompanhou a reunião anual do SteeringCommittee, que trata da distribuição de bolsas para alunos de outros conti-nentes por mais de 80 universidades européias.

Lúcio Botelho também participou de um encontro que discutiu as basespara a aplicação do programa Erasmus Mundus na América Latina. Trata-se deuma ação de mobilidade que será incrementado a partir de 2008 e que deveráinvestir 320 milhões de euros em bolsas para 15 países latino-americanos nospróximos cinco anos. O programa dá bolsas de graduação e pós-graduaçãopara professores, alunos e profissionais liberais que pretendem fazer cursosde especialização, mestrado e doutorado em universidades da Europa.

UFSC é referência na língua de sinaisAlém da licenciatura, a UFSC também oferecerá, a partir de 2008, o curso de Letras/Libras na opção bacharelado

O processo de seleção ocorre em todoo país e é feito em etapa única. A provaé elaborada pela Comissão Permanentedo Vestibular (Coperve) da UFSC com15 questões sobre conhecimentos ge-rais, formuladas em libras, e cinco so-bre conteúdos da língua portuguesa, emportuguês. Os interessados em fazer aprova podem ser ouvintes ou surdos,desde que sejam fluentes em libras.

A língua de sinais não é universal eexistem diferentes línguas para cada co-munidade de surdos. No Brasil, existemcerca de 170 mil surdos, de acordo com oúltimo censo realizado em 2000, que com-preendem e interagem com o mundo pormeio da visão. O estudante DeonísioSchmitt, 31 anos, é um deles, que consi-dera o aspecto gramatical o mais impor-tante na aprendizagem da língua queapresenta todos os níveis de análise de

quaisquer outras línguas, ou seja, o nívelsintático (da estrutura), o nível semânti-co (do significado), o nível morfológico (daformação de palavras), o nível fonológico(das unidades que constituem uma lín-gua) e o nível pragmático (envolvendo ocontexto conversacional).

A UFSC também é responsável pelaelaboração do Pró-Libras, Exame Naci-onal para Certificação de Proficiência noUso e no Ensino da Libras que atendepessoas fluentes na língua, mas que nãopossuem uma certificação. Por meio doexame as pessoas são reconhecidas le-galmente a lecionar a língua. Este ano,a prova será no dia 7 de outubro emtodo o Brasil, com cerca de quatro milcandidatos inscritos.

Mais informações: Ronice Mullerde Quadros telefone 3721 6586 /9981 2711.

Diagnosticado como portador doTranstorno Afetivo Bipolar, embora sen-tisse um alívio por saber que não setratava de uma falha de personalidadeou de caráter e sim de sintomas de umadoença, Alexandre Fiúza, autor de Di-gerindo a Bipolaridade, confessa queficou um tanto “perdido”... O livro foipublicado pela Editora da UFSC(EdUFSC).

Ao buscar literatura sobre o assun-to, Fiúza percebeu que a existente eraescassa, além de não responder ques-tões simples que não compreendia. Fezentão uma pesquisa cujo resultado foio livro. Nele, relata suas experiências eas de outros bipolares para facilitar oentendimento dessas questões.

“O prisma que vivenciei como por-

tador do transtorno será uma grandeajuda a outros portadores, bem comosuas famílias, pois não se sentirão maissozinhas ao enfrentar os sintomas. Te-nho certeza que todos os portadoresse identificarão de alguma maneira comas nuances dessas vivências”, diz oautor, que espera que o livro seja útilpara demonstrar que nossa “tribo” émuito interessante.

Fiúza integra um grupo de apoio aosportadores do transtorno que os seusmembros a manterem o tratamento.“O objetivo é fazer com que se mante-nham estabilizados e não tenham cri-ses que os levem a novas internações”.

Mais informações com o autorpelo fone (48) 3232-6622, [email protected]

rigentes do antigo DCE. A preocupaçãoda pró-reitoria é de que o ambientepossa ser freqüentado por todos os es-tudantes, sem constrangimento. Bolsis-tas estarão sendo empregados no localpara atendimento dos acadêmicos.“Queremos que todos os estudantes te-nham acesso ao local e se sintam bem.Ele vai estar limpo e cuidado pela pró-pria pró-reitoria”,salientou Corina.

A parte física da obra já começou.Paredes estão sendo construídas e am-pliações do espaço físico nos fundos doCentro de Convivência são as primei-ras providências que estão sendo to-madas. O projeto é do Escritório Técni-co da UFSC e a sua conclusão está pre-vista para o ano que vem.

Outras informações pelos fones3721-9419 ou 3721-9625

LutoVítimas de acidentes, a comunidade universitária lamenta a morte do servidor

Feliciano Ramos (Carpintaria da Prefeitura Universitária) e do professor ElpídioBeltrame (Laboratório de Camarões Marinhos).

Bipolaridade digerida em livroFoto: Jones Bastos

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 10

Moacir LothJornalista na Agecom

Avança a proposta do Governo Lula de criar e im-plantar uma TV Pública, a TV Brasil. A missão foi entre-gue a um ex-guerrilheiro e ex-funcionário da Rede Glo-bo. Demitido da função de comentarista político, FranklinMartins, com status de ministro, assumiu a Secretariade Comunicação Social da Presidência da República. Suamissão divide opiniões e alimenta temores. Há quemenxergue aí a inspiração no modelo de comunicaçãochavista. Mas outros percebem na iniciativa uma alter-nativa democrática para quebrar com o monopólio. Eexistem aqueles que não vêem uma coisa nem outra. Atela é escura.

Participamos recentemente de uma conversa com oministro Franklin Martins em Brasília.O encontro tam-bém contou com a presença do Ministro da Educação,Fernando Haddad, diretamente interessado e engajadona causa por razões óbvias, as TVs Universitárias eEducativas.(“A TV Pública abre novas possibilidades decomunicação e para esse cenário a educação tem queestar preparada”, assinalou).

Na conversa com assessores das universidades fe-derais, o ministro Franklin Martins procurou ser didático.Como foi divulgado, está em curso um projeto visando àcriação de um “sistema de comunicação pública, inte-grando rádio, TV e internet e englobando TVEs, TV Cul-tura, TVs Comunitárias e TVs Universitárias”. O contextoe a realidade em que a proposta se apresenta são diver-sos, abrangendo, por exemplo, recursos, ideologia, ex-periência e funcionamento. O ministro lembra, nessaconjuntura, que a TV Digital abre perspectivas e possibi-lidades extraordinárias para TV Pública, mas, conformeadverte, também pode liqüidá-la. “Está saindo o últimotrem para TV Pública no Brasil”. Quer dizer, na sua visão,é vital levantar (“soerguer”), viabilizar uma rede de TVpública na virada da TV Digital (que adotou o modelojaponês). Imagina-se para a nova TV um modelo de redehorizontal, descentralizado, sem vínculo direto e exclu-sivo ao Planalto.

Franklin Martins acena com um modelo de gestãopública, isto é, algo que a sociedade possa controlar,fugindo, em suma, do “tacão” dos poderes locais (go-vernador, prefeito, reitor etc). “Precisa ser plural. Prati-car um jornalismo que busque a isenção.” O ministropensa que “não devemos renunciar de ser felizes, em-bora isso seja muito difícil, utopia”. Esse modelo, escla-rece, “seria uma TV aberta que estimule e pratique oespírito crítico; que ajude a cidadania; e que simultane-amente, busque o novo, a transformação social”.

Como tal concepção seria tangível? - Formaria-se um Conselho para fazer cumprir os

princípios da TV Pública, que não seria, evidentemente,uma TV estatal. O ministro deixa enfatizado que o Con-selho não pode ser um “amontoado” de entidades. “Nãopodemos confundir uma soma de corporações ocupan-do o lugar da sociedade”, avisa.

Qual, então, a saída?

O ministro da Comunicação, Franklin Martins, garante que a nova rede será controlada pela sociedade

TV Pública ou ”Rede Globo” estatal?

- Seriam pessoas que expressam a pluralidade, osdiferentes “brasis” – gente que conhece, gente do ramo.

Franklin enfrenta obstáculos e desconfianças. FernandoMorais, autor de Olga, diz que é a favor “desde que a TVPública não se transforme em um diário oficial eletrônico”.O ministro “luta” para afastar essas “ameaças”.

- A programação da TV teria que buscar o equilíbrio:nem oposição demais, nem chapa branca branca em de-masia, preservando, acima de tudo, o interesse público.

E o mercado?- Penso, inclusive, que o setor privado deveria criar

um Conselho para melhor atender aos interesses do con-junto da população.

Os perigos do sistema público, evidentemente, mo-ram ao lado. Durma com o inimigo, se fores capaz!

É óbvio, reconhece o ministro, considerando-se osprincípios de uma TV Pública, a torneira de recursos nãopode ficar na mão do Palácio ou dos ministérios que cui-dam do erário, da grana. “Não subestimem a capacida-de da área econômica do Governo em sentar em cimado cofre”, grifou.

A idéia é boa, mas como fazer?- Para a construção da Rede é preciso fundir e unir as

estruturas que estão ligadas ao Estado; é preciso, nessesentido, montar uma entidade para cuidar exclusivamenteda área.

Vislumbra, nesse caso, estabelecer parcerias com asTVs, incluindo aí as universitárias. Planeja-se uma gradecomum e simultânea, ou seja, a TV Pública exibiria amesma concepção de programação 24 horas (“4 horasde programação local – mesmo horário-; 4 horas de pro-

O Conselho Pleno da Associação Nacionaldos Dirigentes das Instituições Federais de En-sino Superior (Andifes) encampou a propostade criação da Rede IFES, que tem o objetivode fortalecer a comunicação institucional dasuniversidades com a comunidade. Em reuniãodo conselho, da qual participou o reitor daUFSC, Lúcio José Botelho, foi sugerida a apli-cação de R$ 1 milhão para construir uma infoviaque permita o compartilhamento da progra-mação das TVs universitárias. A rede ajudaráa estabelecer uma política pública integradade comunicação entre as universidades, exi-bindo experiências positivas e programas, pro-duções em vídeo e informações de interesseacadêmico em todas as TVs vinculadas ao sis-tema superior.

Os recursos para viabilizar o projeto serãobuscados nos ministérios das Comunicações eda Educação, e se a Andifes obtiver sucesso

dução independente – via editais de licitação, garantin-do a qualidade etc). Franklin quer abrir mais espaço paraa produção cultural e ao debate.

E o mote, qual é?- A TV Pública fará, basicamente, jornalismo. O res-

to, contrata, terceiriza, o que significa chamar para den-tro da programação a sociedade. Em contrapartida, oGoverno deverá prever recursos para essas TVs capaci-tarem seus recursos humanos e ingressarem no mundodigital (TV).

Esmola?As TVs universitárias não foram esquecidas. Elas po-

dem aproveitar à vontade a produção da TV Brasil. Se-rão estimuladas a produzir programas para a Rede, cujaprogramação será nacional e simultânea.

Reféns? Qual será a autonomia da universidade nadefinição da grade?

O diferencial da universidade é a pesquisa, inclusiveno que diz respeito à própria TV Digital. Após a reuniãodo ministro Franklin Martins com os assessores de co-municação, as universidades deram um passo impor-tante, antecipando-se, de certa forma, à própria TV Pú-blica.

Com amparo da Associação Nacional dos Dirigentesdas Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes),nasceu a RedeIFEs, que irá compartilhar a produção dasTVs universitárias, mostrando e mantendo a visibilidadedo perfil da universidade pública, pouco conhecido emenos ainda divulgado pelo próprio Governo Federal.

O Conselho, certamente, servirá melhor à TV Públicae à população se for independente do Governo.

TVs universitárias compartilham conteúdo

estará se antecipando à própria TV Pública que o Gover-no Federal planeja implantar no País. Em Santa Catarina,a TV Cultura, mantida pela UFSC e pela Udesc, tambémserá beneficiada, passando a fazer parte de uma redeque ajude a compartilhar programas de rádio e televi-são entre as emissoras vinculadas às universidades.

Outra vantagem da Rede IFES é a possibilidade depadronizar e qualificar as produções, em vista da chancede exibi-las em todos os estados da Federação. A inten-ção é dar maior visibilidade a todas as emissoras dosistema, mesmo as que têm poucos recursos e equipa-mentos, e mostrar a produção científica, acadêmica ecultural das universidades vinculadas à Andifes. Dessaforma, as assessorias de comunicação das IFES se for-taleceriam politicamente junto às reitorias à comunida-de universitária e poderiam realizar com mais êxito aaproximação dessas instituições com a sociedade.

Essa novidade vem sendo discutida justamente nomomento em que cresce no País o debate sobre a im-plantação de um sistema público de comunicação, que

não pode ser confundido com a TV estatal, decaráter institucional, e sim visto como um ins-trumento através do qual a sociedade civil pas-saria a ter voz e gerar conteúdos de seu realinteresse. As TVs comunitárias e universitáriasse inserem nesse quadro, embora possam serentendidas como embriões da verdadeira TVPública.

TV Brasil - Já está legalmente constituídaa Empresa Brasil de Comunicação (EBC), quetem Orlando Senna como diretor-geral, TerezaCruvinel como diretora-presidente e HelenaChagas na direção de jornalismo. Um telejornalque entra no ar no dia 3 de dezembro será oprimeiro produto novo da TV Brasil, cuja gradeserá completada com programas da TVE e daRadiobrás. A emissora terá canais próprios noRio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e DistritoFederal, e os demais estados poderão ser atin-gidos com a rede de associadas.

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 11

Ombudsman

Um equilibrado jornal

Foto:Lívia Freitag

O V Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Ambiental, realizado na UFSC,entre 21 a 26 de outubro, trouxe alunos de todo o Brasil para discutir temas comoo aquecimento global, gestão de recursos hídricos e fontes alternativas deenergia. Como acontece durante os vários eventos realizados na universidade, osalunos acamparam no campus. A imagem mostra que, além de discutir a teoria, osparticipantes também se preocuparam em colocá-la em prática.

Fernando Crocomo

Professor – Depto de Jornalismo UFSC

Poesia

Eleição para reitor e uma decisãocorreta e fundamental do Jornal Uni-versitário (JU) é a de reforçar, no edito-rial da edição anterior, a isenção nacobertura de todo o processo eleitoral.A equipe está de parabéns, não só pelapostura adotada, mas pela volta daperiodicidade do JU, que vai acertandoo caminho em busca de leitores. Digoisto, porque é diferente fazer um jornalapenas com informações genéricas, quenem sempre nos remetem ao espaçoonde estamos inseridos, de um jornalonde passamos a entender melhor omundo universitário e sua relação como público exterior. O Jornal está equili-brado, dando espaço para os vários se-tores da UFSC.

E tudo começa com os temas esco-lhidos, as pautas. A matéria sobre obeagle que se tornou “o mais famosocão policial de Santa Catarina” – namatéria “profissão: cheirar” – é um bomexemplo. Passamos a conhecer melhoro espaço da UFSC onde são criados ca-chorros e outros animais utilizados empesquisas – o Biotério Central. O quemuitas pessoas nem imaginam é quefoi ali que a Polícia Militar encontrouBono, o cão farejador que já encontroumuita droga escondida. Pauta e maté-ria excelentes.

Temas que ajudam a relacionar asatividades universitárias de ensino, pes-quisa e extensão com os acontecimen-tos do dia-a-dia. Às vezes são assuntosmais difíceis. O acidente na BR-282, quedeixou 27 mortos e 101 feridos, mere-ceu destaque na edição, com outrosdados alarmantes, como as 50 mil mor-

tes e os 300 mil feridos no trânsito, porano, no Brasil. Entretanto, na questãoeditorial, talvez, o texto do professorJosé Roberto de Souza Dias sobre o aci-dente (pág. 3) deveria estar próximoda matéria sobre a palestra que ele fezsobre trânsito (pág. 8). Também faltourepercutir a declaração de Souza Diassobre a “omissão” da UFSC no papel deconscientização da sociedade a respei-to da questão do trânsito. Oportunida-de para fazer mais uma ligação com asações da universidade. Fica como su-gestão.

As edições seguem e o JU está me-lhorando a cada momento. Um veículode comunicação importante para aUFSC. Pena que os nossos dois canaisde TV não estejam no mesmo caminho,nem integrados numa proposta única decomunicação da universidade. O reca-do vale para os candidatos a reitor: quetal cada um olhar melhor para a TVCultura e para a TV UFSC?

Mimetismos poéticos em forma de revista

Régis RodriguesBolsista de Letras na Agecom

Feita com o objetivo de incentivar a leitura e aspublicações no meio acadêmico, a 10ª edição da Re-vista Poité foi lançada no dia 29 de outubro no halldo Centro de Comunicação e Expressão (CCE) daUFSC, dentro da programação da I Semana de Le-tras. Como nos números anteriores, esta edição tam-bém traz textos, desenhos, fotografias e obras dearte.

Criada por estudantes do curso de Letras, em 1986,como sucessora da Revista Discente, veículo de ex-pressão cultural e artística dos alunos da UFSC duranteas décadas de 70 e 80, a Poité registra a cada edição aprodução em artes no campus. Com 32 páginas, capa econtracapa coloridas, miolo em preto e branco e tiragem de 500exemplares, a revista contém 35 textos, entre contos, crônicas, poe-mas e poemas em prosa, e 27 imagens, incluindo fotos, desenhos e rabiscos.

Hoje, fazem parte do corpo editorial da revista alunos de diversos cursos, deestudantes de Artes a acadêmicos de Medicina e Matemática. A edição nº 10 foiobtida a partir da reunião de 54 colaboradores, dentro de um exemplar com 34páginas, no formato A4. A Poité é apoiada pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação(PREG), Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) e lançada pela Editora da UFSC.Os exemplares podem ser adquiridos no site da editora: http://150.162.88.200:8080/intranet/site det_livro.asp?cod_livro=17826& multiplos=true&var01=

Para graduandos da UFSC interessados em publicarobras na revista, basta enviar para o e-mail [email protected] ou encaminhar textos, desenhos e fotografiaspara o escaninho da Poité no bloco B do CCE. Junto com otexto deverá ir um cabeçalho com nome do autor, curso,matrícula, telefone para contato e e-mail. O envio de mate-rial não implica, necessariamente, a publicação do mesmo.Os trabalhos recolhidos serão selecionados e publicados emduas versões, impressa e on-line. Os autores de artes visu-ais podem enviar três imagens, que devem ter alta resolu-ção (300 dpi).

Mais informações: www.poite.ufsc.br.

Poité reúne contos, crônicas, poemas, fotos e desenhos deestudantes de diferentes cursos da UFSC

Poité vem do tupi-guarani e significa mentira.Usada com o conceito de mimesis de Aristóteles oudo “poeta é um fingidor”, de Fernando Pessoa

A Biblioteca Central da UFSC realizouno final de outubro uma exposição de li-vros, adesivos e corpoemas (camisetascom poemas) de Lindolf Bell. O mate-rial exposto pertence à Casa do PoetaLindolf Bell, mantida pela FundaçãoCultural de Timbó naquela cidade doVale do Itajaí, onde o autor nas-ceu. Entre os materiais expostosestavam os livros O Código das Águas, AsAnnamárias e Quixote Catarinense, este de Hellen Francine,falando da vida e da obra de Bell, que se notabilizou pela cria-ção do movimento Catequese Poética, nos anos 60, em São Paulo.

Dentro da Semana Acadêmica deLetras, o colóquio Memórias de umaModernidade Periférica: 60 Anos doGrupo Sul atraiu centenas de estudan-tes, professores e amantes da litera-tura ao auditório do Centro de Comu-nicação e Expressão, no final de outu-bro. Foi uma homenagem ao movi-mento que trouxe o modernismo lite-rário para Santa Catarina e lançounomes que marcaram a produção cul-tural no Estado, a partir do final dosanos 40.

Um dos pontos altos do evento foio lançamento do livro “Avril 1964: LaDictature s’Installe” (editoraL’Harmattan, de Paris), tradução parao francês de “Primeiro de Abril: Narra-tivas da Cadeia”, de Salim Miguel, fei-ta pela professora Luciana Wrege-Rassier. Na obra, lançada originalmen-te pela editora José Olympio, em 1994,o escritor narra, de forma ficcional, osdias em que ficou preso no início daditadura militar, em 1964, emFlorianópolis.

Este é o primeiro livro de SalimMiguel traduzido para uma língua es-trangeira. No próximo ano, a profes-sora Luciane Wrege-Rassier, que é bra-sileira mas está radicada na França,publicará um estudo sobre a obra doescritor catarinense, dentro de um pro-jeto de doutorado na Universidade deLa Rochelle. Durante o colóquio, naUFSC, também foi exibido odocumentário “Modernos do Sul”, deKátia Klock, mostrando a importânciado movimento para a produção literá-ria de Santa Catarina.

O artista plástico Mário Feijó realizano piso superior da Biblioteca Central daUFSC, até 30 de novembro, a exposiçãoTodo o Encanto das Cores, com obrasrecentes em pintura. Também escritor,ele aproveitou a vernissage para lançaro livro Permita-se... com poemas líricose introspectivos. Servidor aposentado daUniversidade (onde graduou-se em Ad-ministração de Empresas), ele reside atu-almente no balneário de Capão da Ca-noa, no Rio Grande do Sul, onde minis-tra aulas e oficinas de artes e é orientadorde desenho para alunos da Apae.

Bell na Biblioteca

Foto: Paulo Noronha

Ser

Eu sou feito de estrelasEfêmero e eternoSonoro e silenciosoLíquido e gasoso

Eu brilho e me apagoExisto e desapareçoSou pequeno e te afagoApenas sou...e cresço...

Grupo Sul: 60 anos

Imagem

UFSC - Jornal Universitário - Nº 386 - Novembro de 2007 - PÁG 12

Por Arley ReisJornalista na Agecom

Frear o desmatamento de florestas tropicais e pro-mover a recuperação de áreas degradadas são açõesque ganham atenção com os impactos do aquecimentoglobal. O desafio não é recente, mas o momento de ve-dete dos créditos de carbono e da restauração de flores-tas ilumina um trabalho que vem sendo realizado naUFSC há cerca de dez anos e que coloca a UniversidadeFederal de Santa Catarina entre os principais grupos dopaís que produzem conhecimento nessa área. Os estu-dos deram suporte à concepção de uma tecnologia pararestauração de florestas degradadas.

A metodologia foi desenvolvida a partir das pesqui-sas do Laboratório de Ecologia Florestal, ligado ao De-partamento de Botânica do Centro de Ciências Biológi-cas (CCB) da UFSC. Já foram desenvolvidas quatro dis-sertações de mestrado e uma tese de doutorado sobre oassunto, produzidos materiais didáticos, notas científi-cas e artigos para apresentações e publicações em even-tos e periódicos nacionais e internacionais. A correlaçãocom créditos de carbono é mais um desafio para o grupoque já pode mostrar como fazer e tem até estimativassobre qual o preço de recuperar a floresta atlântica.

Avaliações do grupo indicam que enquanto sistemasde recuperação convencional têm custo de R$ 5.500,00/hectare, a técnica desenvolvida na UFSC pode ficar emtorno de R$ 3.600,00/hectare. O paralelo entre sistemasconvencionais e a técnica de nucleação, proposta pelaequipe, mostra também diferenças consideráveis em ter-mos de compromisso. Enquanto a recuperação conven-cional prioriza a revegetação, a aparência e o cumpri-mento da legislação, a nucleação visa à conservação eàs futuras gerações.

Mas, preocupada em recuperar biodiversidade, a equi-pe estima custos pois sabe que precisa mostrar ao setorprodutivo que há como compatibilizar lucro com as ne-cessidades de conservação ambiental – no sistema capi-talista, uma estratégia fundamental para ações de pro-teção das florestas.

Biodiversidade - De acordo com o coordenador doLaboratório de Ecologia Florestal, o professor Ademir Reis,o princípio básico da tecnologia de recuperação de flo-restas é a nucleação, técnica que reúne uma série deestratégias para favorecer o retorno de plantas e ani-

mais às áreas degradadas e recuperar a ligação entrefragmentos de florestas e áreas remanescentes.

“Restaurar é gerar conectividade na pai-sagem, permitindo que fragmentos

degradados voltem a ter contato com áreas não degra-dadas”, resume o professor. Segundo ele, a nucleaçãorepresenta uma alternativa de restauração ambiental que,apesar de aparentemente mais lenta, é baseada em fun-damentos que primam pela recuperação das complexasteias da vida.

”Para que a recuperação tenha sucesso ela tem queser gradual”, defende o professor, lembrando que a pro-

UFSC desenvolve tecnologia para recuperação de florestas degradadas, apontando alternativas aparentemente mais lentas e mais sustentáveis, que englobametapas de predação, polinização, dispersão, decomposição, nascimentos e mortes

Imitando a naturezanaturezanaturezanaturezanaturezaImitando a naturezanaturezanaturezanaturezanaturezaImitando a naturezanaturezanaturezanaturezanatureza

Área com três anos de restauração: arecuperação deve ser gradual. A pressa éinimiga da complexidade de relações entreplantas, animais e microorganismos

São também implantados poleiros vivos, que imitamárvores e atraem outros animais. É o caso dos morce-gos, que procuram locais de abrigo para completar a ali-mentação dos frutos colhidos em árvores distantes. Aomesmo tempo, essa fauna deixa sementes no local queprecisa ter a vegetação restaurada. Os poleiros fazem opapel de trampolins ecológicos, formando corredores vir-tuais entre os fragmentos vizinhos da área a ser restau-rada.

A equipe cria também refúgios, mantendo montes degalhos e pedras, que se tornam locais para alimentaçãoe reprodução da fauna, facilitando a chegada de semen-tes. Os refúgios favorecem a formação de matéria orgâ-nica, gerada pela decomposição da galharia, que enri-quece o solo e cria condições adequadas à germinação ecrescimento de sementes de espécies mais adaptadasaos ambientes sombreados e úmidos.

Outra estratégia é a transposição de solo. Ela permiteque parcelas do solo de áreas visinhas sejam levadaspara a região degradada, trazendo microorganismos esementes de volta. Além disso, estruturas são introduzidasem áreas florestais próximas, para coletar sementes quesão distribuídas na área que está sendo recuperada. Atradicional plantação de mudas também é adotada, masnão é uma prioridade para a equipe.

De acordo com o professor, em conjunto, todas astecnologias não devem ocupar mais de 5% da área a serrestaurada (daí a denominação nucleação), para que orestante seja propício às “eventualidades da natureza”.“Todas estas tecnologias são apenas gatilhos para queaos processos naturais sejam recuperados”, explica o pro-fessor.

A metodologia desenvolvida na UFSC é aceita por ór-gãos ambientais como FATMA e IBAMA, que fiscalizam arecuperação de áreas degradadas em Santa Catarina. Jáfoi apresentada em 16 cursos de capacitação – um deles,este ano, para promotores de justiça e procuradores doMinistério Público de Santa Catarina que atuam na áreaambiental.

Além disso, desde 2004, experimentações e aprimo-ramentos do processo estão sendo realizados em parce-ria com a Modo Battistella Reflorestamento S/A (Mobasa),que compõe o conglomerado Battistella, formado porempresas que atuam em diferentes ramos, entre eles, aindustrialização e comercialização de madeiras e produ-tos derivados.

”A metodologia atende a questão empresarial e aomesmo tempo resulta em grandes áreas preservadas”,resume o coordenador, lembrando que a proposta tocano grande desafio atual: promover mudanças nos siste-mas de valores, compatibilizando as exigências econô-micas com a sustentabilidade ecológica.

Poleiros quedisseminam a

vidaOs poleiros vivos fazem o papel de trampolinsecológicos, formando corredores virtuais entre osfragmentos vizinhos da área a ser restaurada

posta não é apenas recuperar a vegetação, mas a açãode produtores (plantas), consumidores (animais) edecompositores (microorganismos) que compõem oecossistema da floresta. Para o grupo, o desafio em umprocesso de recuperação florestal é criar condições paraque sejam retomados níveis intensos de predação,polinização, dispersão, decomposição, nascimentos emortes.

Por isso mesmo, defende o grupo, não basta encher aárea a ser recuperada de mudas de árvores. Aliás, a pressaé inimiga da complexidade de relações entre plantas, ani-mais e microorganismos que a equipe se propõe areconstituir.

Refúgios para a fauna - Para reconstituir abiodiversidade da área degradada, uma série de técnicassão associadas: poleiros artificiais, refúgios para a fauna,transposição de solo e chuva de sementes. Os poleirosartificiais são estruturas que imitam galhos secos de plan-tas e atuam como estrutura de repouso, assim atraempássaros, que reencontram na área degrada local de

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