jornal universitário, ufal - palmeira dos Índios: 2ª edição

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Palmeira dos Índios, junho de 2015 nº 02 UNIVERSIDADE: Atrasos no pagamento das bolsas ameaça permanência dos estudantes na UFAL. P3 CULTURA EM MOVIMENTO: Projeto que surgiu de uma inquietação coletiva acerca da falta de espaços na Uni- versidade para a reflexão e produção no campo das artes, faz a sua décima edição na Casa Museu Graciliano Ramos . p6 A expansão do ensino superi- or brasileiro foi responsável pela consolidação do movi- mento estudantil (ME), como um importante ator político. O aumento das vagas oferta- das pelas faculdades e uni- versidades resultou numa comunidade estudantil que chegara a 214mil em 1968. A partir da década de 1960 aconteceu o Movimento pela Reforma Universitária no Brasil, que representou a mais importante luta do ME. p9 MOVIMENTO ESTUDANTIL: Um apanhado histórico da atuação do Movimento Estudantil na época da ditadura OPINIÃO Antonio César A greve é o instrumento que ainda nos é legítimo, e paralisamos nossas ativi- dades cotidianas já preju- dicadas e em profunda precarização para desen- volver atividades de mobi- lização!p4 UNIDADE Prof. Saulo Luders realiza oficina Identidades em jogo: configura- ções ético-políticas para as rela- ções étnico-raciaisp5 SERVIÇO SOCIAL Dia do Assistente Social tem co- memoração nas cidade de Arapi- raca e na capital, Maceió. p8 JU: Obrigado! A nossa edição de lançamento foi um sucesso p2

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Créditos: Agência de Comunicação do Centro Acadêmico Afonso Lisboa. Publicação: junho 2015.

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Page 1: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Palmeira dos Índios, junho de 2015 ● nº 02

UNIVERSIDADE: Atrasos no pagamento das bolsas am eaça perm anência dos estudantes na UFAL. P3

CULTURA EM MOVIMENTO: Projeto que surgiu de um a inquietação coletiva acerca da falta de espaços na Uni-

versidade para a reflexão e produção no campo das artes, faz a sua décima edição na Casa Museu Graciliano Ramos . p6

A expansão do ensino superi-

or brasileiro foi responsável

pela consolidação do movi-

mento estudantil (ME), como

um importante ator político.

O aumento das vagas oferta-

das pelas faculdades e uni-

versidades resultou numa

comunidade estudantil que

chegara a 214mil em 1968.

A partir da década de 1960

aconteceu o Movimento pela

Reforma Universitária no

Brasil, que representou a

mais importante luta do ME.

p9

MOVIMENTO ESTUDANTIL: Um apanhado histórico da atuação do Movimento Estudantil na época da ditadura

OPINIÃO

Antonio César

“A greve é o instrumento

que ainda nos é legítimo, e

paralisamos nossas ativi-

dades cotidianas já preju-

dicadas e em profunda

precarização para desen-

volver atividades de mobi-

lização!” p4

UNIDADE

Prof. Saulo Luders realiza oficina

“Identidades em jogo: configura-

ções ético-políticas para as rela-

ções étnico-raciais” p5

SERVIÇO SOCIAL

Dia do Assistente Social tem co-

memoração nas cidade de Arapi-

raca e na capital, Maceió. p8

JU: Obrigado! A nossa edição de lançam ento

foi um sucesso p2

Page 2: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

Obrigada! A nossa primeira edição foi um sucesso e você, estudante, motivou-nos a dar mais um passo.

Chegamos à segunda edição do Jornal Universitário, dessa vez, totalmente produzida pela ACAL juntamente ao Centro

Acadêmico Afonso Lisboa. A alegria é imensa de poder compartilhar com os estudantes o trabalho da ACAL, que é fruto

de persistência, reuniões e uma comunicação capaz de criar laços cujo objetivo é ser o jornal da e para a Universidade.

Conduzimos esta edição sob os princípios e valores do Centro Acadêmico em sua atual gestão - Integração -, valorizando

a ética, o respeito e a necessidade de defender os interesses da comunidade estudantil. Dessa forma, manteremos a estru-

tura da primeira edição dando destaque às notícias referentes à UFAL Unidade Palmeira dos Índios, da qual este jor-

nal é fruto.

Por fim, agradeço ao empenho de todos que construíram e revisaram as matérias,

principalmente porque são estudantes e mais do que ninguém conhecem a reali-

dade de nossa instituição. Assim, esperamos que esta segunda edição possa firmar

o compromisso do CA em estreitar laços de comunicação com a comunidade aca-

dêmica e garantir seu espaço de voz e de luta.

Muito obrigada pela visita e aproveite! Anne Maia Vice-presidente do CAAL

EXPEDIENTE

Elaborado pela ACAL - Agência de Co-

municação do Centro Acadêmico

Afonso Lisboa / Universidade Fede-

ral de Alagoas, campus Arapiraca, unida-

de educacional de Palmeira dos Índios.

Rua Sonho Verde s/n, Eucalipto, Palmei-

ra dos Índios - AL.

[email protected]

Elton SDL, Giuliano Ramos e Victor

Matos: Editores

Jadiel da Silva e Liliane Santos:

Repórteres

Beatriz Cedraz e Aryana Lorraynne:

Fotógrafas

Adelaide Pacheco, Alinne Ferreira,

Danielle Vanderlei e Hemile Dan-

tas: Revisoras

Karlla Vanessa: Diagram adora

Joanir de Queiroz (Presidente); Anne Maia

(vice-presidente); Clariana Rodrigues

(Secretária); Wellington José (Tesoureiro);

Rodrigo Dantas (Dir. Comunicação) José Bar-

bosa (Dir. Form. em Psicologia); Laís Costa

(Dir. Assuntos Externos)

Palmeira dos Índios, junho de 2015 p2

Na edição de lan-

çamento do Jornal

Universitário, pu-

blicamos uma ma-

téria sobre a situa-

ção dos transpor-

tes dos estudantes

de Arapiraca e,

nesta, colocamos

Associação dos

Municípios de

Arapiraca (AMA),

enquanto que a

sigla refere-se à

ASSOCIAÇÃO

DOS MUNICÍ-

PIOS DE ALAGO-

AS (AMA).

Lamentamos o

ocorrido e pedi-

mos aos leitores

que quaisquer

correções podem

ser enviadas ao

nosso e-mail.

Edição de lançamento le-

vou uma sigla errada

Além dos mem-

bros da ACAL e do

Centro Acadêmico,

os leitores podem

nos enviar maté-

rias e/ou publica-

ções.

Na terceira edição

do JU, será criado

um espaço para

comentários de

leitores, que deve-

rão ser enviados

através dos e-

mails cagestaoin-

[email protected]

om ou jornaluni-

versitário.acal@g

mail.com.

Espaço do JU é franquea-

do aos leitores

Page 3: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

Palmeira dos Índios, junho de 2015 p3

UNIVERSIDADE: Atrasos no pagam ento das bolsas am eaça perm anência dos estudantes na UFAL

Além das provas, prazos de

entrega de trabalhos, proje-

tos e demais compromissos

acadêmicos, outra preocupa-

ção vem povoando a cabeça

dos estudantes da UFAL Pal-

meira dos Índios desde o

começo do ano letivo de

2015: o atraso no pagamento

das bolsas.

A economia nacional vem

passando por um momento

de ajustes financeiros, efetu-

ando diversos cortes nas

verbas destinadas à educação

e outras reduções de gastos.

Isso impacta diretamente no

modo como o subsídio estu-

dantil está sendo administra-

do. Apesar da redução no

número de bolsistas e na

criação de novas bolsas, é

fato bem sabido que muitos

alunos dependem de alguma

espécie de auxílio financeiro

para manterem-se na univer-

sidade: bolsa pró-graduando,

auxílio moradia, auxílio ali-

mentação, dentre outros.

Atrasos esporádicos sempre

foram comuns nos pagamen-

tos aos bolsistas, mas, neste

ano, a situação ficou mais

acirrada.

Com isso, tornou-se dúvida

comum entre os bolsistas

saber qual o real motivo dessa

onda de atrasos – que tanto

prejudica os compromissos

dos estudantes e ameaça até

mesmo suas permanências na

universidade. Alguns especu-

lam problemas no repasse de

verbas por parte do MEC,

outros falam de impasses na

gestão interna da própria uni-

versidade. A fim de encontrar

uma resposta definitiva, a

equipe da ACAL entrou em

contato com Laura Almeida,

Assistente Social responsável

pelo NAE Palmeira – que

ficou responsável por enca-

minhar algumas perguntas

ao setor responsável pelo

pagamento, em Maceió, no

entanto não obtivemos retor-

no.

Em nota emitida no portal da

UFAL no último dia 16 de

junho, o pró-reitor estudantil

Pedro Nelson esclareceu

algumas questões sobre o

assunto. As universidades

federais em greve garantiram

a continuidade do pagamen-

to das bolsas, mesmo com a

paralisação. O atraso, contu-

do, ocorre pela falta de re-

passe do Ministério da Edu-

cação, o MEC. Esse problema

não é exclusivo da UFAL,

mas algo que ocorre em di-

versas universidades federais

espalhadas pelo país. Na

matéria publicada pela jor-

nalista Simoneide Araújo,

Pedro Nelson salienta: “Não

é a UFAL que tem deixado

essa questão de lado, pelo

contrário, temos procurado

priorizar o pagamento dos

nossos bolsistas assim que

recebemos os recursos. E

isso não é algo que acontece

apenas na nossa Universida-

de; outras instituições públi-

cas também passam pelo

mesmo problema.”

O MEC prevê que a situação

esteja regularizada até o dia

19/06. Até lá, resta aos bol-

sistas acompanhar o desen-

rolar de mais um capítulo de

uma grande novela de atra-

sos, aguardar seu desfecho e,

se necessário, lutar mais uma

vez por seus direitos.

FO

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.

ELTON SDL

EDITOR

Page 4: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

Palmeira dos Índios, junho de 2015

p4

As opiniões contidas nesta páginas não expressam necessariamen-te a opinião do JORNAL UNIVERSITÁRIO. Participe desta também: e-mail: [email protected]

Para que fazer greve

se está tudo bem?

E lá vamos nós, nova-

mente, vivenciarmos outra

greve! Tenho me depara-

do, desde o início, com

muitos questionamentos

(às vezes, na forma de

afirmação), nos debates

presenciais, nas redes so-

ciais, nas assembleias,

corredores... E também

me deparo com os silenci-

amentos e as apatias.

Quando questionam, entre

nós docentes, técnicos e

estudantes “para que fazer

greve?”, eu só posso consi-

derar que esse debate não

faz parte do cotidiano de

quem faz esse questiona-

mento, o que é lastimável.

Quais as pautas que

estão sendo vivencia-

das?

Mas como não se afetar se

todas as pautas estão sen-

do vivenciadas por nós?

São elas: carreira (em des-

truição), aumento salarial

(que não acompanha a

constante perda do poder

aquisitivo), estrutura da

universidade (sempre na

base de arranjos e do cli-

entelismo!) e os cortes de

recursos (a administração

oficial da miséria na uni-

versidade pública).

E quando nos questionam

se “a greve realmente re-

solve alguma coisa? A gre-

ve é o instrumento mais

eficaz?”, eu geralmente

devolvo (coisa de psicólo-

go, não tem jeito) com

outra questão: e qual é o

instrumento mais eficaz

quando nossos pares nos

sindicatos (sim, os sindi-

calistas também são pro-

fessores!) esgotam todas

as possibi-

lidades de

negocia-

ção?

E a greve

resolve?

Já inventa-

ram algum

instrumen-

to que mo-

bilize mais

do que a

greve, ape-

sar de toda

crise que

vivemos

neste instrumento de luta

desde os anos 1990? E o

que nós, docentes, esta-

mos ensinando para os

futuros psicólogos em ter-

mos de mobilização da

categoria na busca de seus

direitos trabalhistas? Va-

mos analisar o mundo do

trabalho ao nosso redor?

Os campos de estágio já

nos dizem muita coisa!

GREVE X AJUSTE FIS-

CAL

que já pagamos, dos ar-

ranjos no nosso cotidiano

de estudo e trabalho na

universidade pública, ga-

nhe fôlego e tome conta,

de fato, das nossas estru-

turas, tal qual já aconteceu

na educação básica desde

os anos 1960? Não há o

que esperar, e não existe

mobilização nas férias!

A greve como um ins-

trumento legítimo

Como eu já disse em sala

de aula, a greve nada mais

é do que a exarcebação

dos prejuízos. A greve é o

instrumento que ainda

nos é legítimo, e paralisa-

mos nossas atividades

cotidianas já prejudicadas

e em profunda precariza-

ção para desenvolver ativi-

dades de mobilização! Na

verdade, todo educador

que se preze sabe que nes-

se momento estamos as-

sumindo a multiplicação

do nosso trabalho:

A importância da mo-

bilização

a atual mobilização, des-

gastante e necessária, e as

futuras reposições. Além

das primeiras iniciativas

de diálogo demandadas

sempre por nós, trabalha-

dores, eu ainda não co-

nheci outra forma além da

greve (opa, rede social não

vale!). Você conhece?

Perguntar se a greve “é

oportuna, já que estamos

vivendo o ajuste fiscal?” é

ignorar a necessidade de

enfrentamento diante da

retirada abrupta, unilate-

ral e autoritária de recur-

sos da universidade públi-

ca. É legitimar a precariza-

ção e aceitar de forma pas-

siva que não temos a capa-

cidade

de ques-

tionar e

enfren-

tar os

gestores

públicos.

É não

correla-

cionar o

corte de

recursos

na edu-

cação e

outras

áreas

com o surgimento de uma

política de financiamento

de obras públicas que se-

rão entregues à iniciativa

privada, que passarão a

cobrar por serviços que já

pagamos, sob o argumen-

to de “concessão”, que na

verdade significa a privati-

zação!

Vamos deixar que essa

lógica da precarização, dos

cortes, de destruição da

educação pública brasilei-

ra, da privatização daquilo

A greve é o instru-

mento que ainda

nos é legítimo, e

paralisamos nos-

sas atividades co-

tidianas já preju-

dicadas e em pro-

funda precariza-

ção para desen-

volver atividades

de mobilização!

* Antonio César é m estre em Educação Brasileira e professor de Psicologia da

UFAL—Unidadade de Palmeira dos Índios - na área de Psicologia Escolar/Educacional.

O PORQUÊ DA GREVE

Page 5: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

Palmeira dos Índios, junho de 2015

p5

UNIDADE DE PALMEIRA: Professor Saulo Luders realiza oficina para discussões sobre relações étnico -raciais

Partindo do pressuposto de

que o jornal universitário é

um órgão de conscientiza-

ção do corpo estudantil,

temos como intenção neste

primeiro texto fomentar o

debate sobre relações de

opressão. No Brasil, existe

um vasto histórico de desi-

gualdades sociais, e discutir

essas relações de opressão

de gênero, raça e classe é

indispensável para a forma-

ção do acadêmico que busca

lidar com os problemas

sociais. Porém, não há dis-

ciplina específica que enfo-

que tais temas no currículo

desses cursos (em nosso

caso, Psicologia e Serviço

Social). A única forma de

trazer essas discussões para

a universidade está sendo

através de cursos, grupos de

estudos, roda de debates,

entre outros eventos e in-

tervenções.

Recentemente, aconteceu

em nosso pólo, a oficina

“Identidades em jogo: con-

figurações ético-políticas

para as relações étnico-

raciais”, ministrada pelo

Prof. Ms. Saulo Lurdes Fer-

nandes. Após as dinâmicas

grupais, foi feita uma entre-

vista com o orientador do

curso. A entrevista segue

adiante:

Qual a finalidade do

curso?

Este curso se desenvolveu,

primeiro, pela carência das

discussões sobre relações

étnico-raciais na Psicolo-

gia, não temos disciplinas

e sobre esses aconte-

cimentos trazer toda

uma reflexão, da

experiência de vida

sobre a categoria

raça e etnia. O obje-

tivo central é esse:

pensar nas relações

étnico-raciais se

inserindo no campo

do cotidiano, você

traz esse jogo para

uma prática reflexi-

va vivencial.

Você teve um re-

sultado satisfató-

rio? Era o que

você esperava?

Quando vamos coor-

denar um grupo,

ficamos com expectativas.

Não tem como não ter, ape-

sar de tentarmos conter

nossa ansiedade para deixar

o processo do grupo aconte-

cer pelos seus componen-

tes. Nesta prática de grupo

não temos objetivos certos a

atingir, mas sim a produção

de um esquema sensível e

vivencial, configurados pe-

las experiências, modos de

viver daqueles que com-

põem o grupo. Diante disso,

eu gostei da forma como foi

realizada, as pessoas conse-

guiram se envolver e se

dispor para a atividade que

foi proposta. A psicóloga

Júlia Minossi, que não pôde

estar aqui presente, que

organizou a estrutura do

grupo, eu só construí alguns

elementos.

específicas que discutam

sobre o tema, as vezes apa-

rece, mas em um texto ou

outro de forma esporádica,

por exemplo na aula de

Psicologia Social, talvez

apareça, na Psicologia Co-

munitária, mas não existe

disciplina específica que

discuta a problemática,

sendo que é de suma impor-

tância, principalmente em

Palmeira dos Índios, que é a

região que a gente está,

pensando na diversidade

étnica que existe aqui, tanto

no rural como no urbano.

Então, foi por esse caminho

que eu fui pensando no

nosso processo de grupo; a

prática vai para além da

discussão racionalista, teó-

rica, ela vai passar muito

mais pela questão do corpo,

da experiência, da vivência

LIL IANE SANTOS REP ÓRTER

HEMILE DANTAS REVISORA

FO

TO

: Acerv

o A

CA

L

Page 6: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

[email protected]

Palmeira dos Índios, junho de 2015 p6

De tempos em tempos, em

meio à rotina acadêmica da

UFAL Palmeira dos Índios,

algo inusitado acontece. Entre

o corre-corre de alunos e pro-

fessores que circulam pelo

campus; música, poesia e cine-

ma invadem os pátios da uni-

versidade, ganhando volume,

adentrando as salas de aula,

espalhando-se pelas ruas da

cidade. Quem são esses – san-

tos, para uns, vagabundos

(iluminados) para outros –

que ousam macular a tão per-

feita ordem e monotonia da

cátedra universitária? Ora, são

os membros do Cultura em

Movimento.

O Cultura em Movimento é um

grupo de pesquisa e extensão

da Universidade Federal de

Alagoas, Unidade Palmeira

dos Índios. Nasceu em 2012,

encabeçado pelo Prof. Dr. Ma-

yk Nascimento e integrado

pelos alunos de Psicologia e

Serviço Social. “Ele surgiu de

uma inquietação coletiva acer-

ca da falta de espaços na Uni-

versidade para a reflexão e

produção no campo das artes.

Em parceria com um grupo de

alunos interessados na temáti-

ca, montamos o projeto que

segue em duas linhas parale-

las: um grupo de estudos regu-

lar que discute temas do uni-

verso da cultura e das artes e a

organização de eventos cultu-

rais com poesia, fotografia,

cinema e música. A ideia era

construir um grupo que unisse

alunos e comunidade para a

discussão de temas relaciona-

dos à arte e à cultura, em suas

diversas formas, sempre alian-

do os debates com o contexto

político e histórico”, afirma

Mayk Nascimento.

Os temas atravessam as diver-

sas formas de arte (literatura,

música, cinema), de forma

‘intercomplementar’, muito

embora elenque um tema espe-

cífico como eixo. Em 2014, o

grupo elegeu a música em suas

discussões teóricas. Foi debati-

do todo panorama histórico, de

1950 até os dias atuais, e com

base nisso, estudou-se a música

nacional e mundial, suas impli-

cações éticas, estéticas e políti-

cas. Este ano está sendo realiza-

do o mesmo percurso histórico,

mas dessa vez com o cinema

nacional. O grupo começou a

discutir os movimentos da séti-

ma arte brasileira, tais como:

cinema novo, cinema marginal,

cinema documental, etc., até

desembocar nas produções

contemporâneas.

Um exemplo desse intertexto

entre teoria/pesquisa e prática

de extensão, foi o minicurso

sobre o cinema de Cláudio Assis

– que ocorreu no mês de maio,

entre os dias 25 e 27. O mini-

curso foi conduzido pelo Prof.

Dr. Romero Venâncio, e pro-

movido pelo Cultura em Mo-

vimento. Romero é filósofo e

atua no departamento de

filosofia da UFS, o que garan-

tiu um curso bastante trans-

versal que, tendo como base a

produção cinematográfica do

diretor pernambucano Cláu-

dio Assis, especialmente o seu

filme “Febre do Rato”, traçou

interlocuções com diversos

campos: estética, política e

poesia.

Além de eleger o espaço uni-

versitário como local de inter-

venção, o grupo tem a inten-

ção de promover eventos ar-

tístico-culturais na própria

cidade. Existem reuniões

quinzenais para discussão

teórica e para o planejamento

dos eventos. Os eventos em

são realizados a cada dois

meses, aproximadamente.

Neles, são promovidos saraus

livres, apresentações musi-

cais, exposição de fotografias

e artes plásticas, exibição de

filmes, minicursos, palestras,

oficinas, e o que mais der na

telha. Um espaço livre e de-

mocrático, aberto também

para a participação da comu-

nidade local.

É levantando a bandeira de

levar arte e cultura para além

do ambiente acadêmico que o

grupo não apenas convida a

população para a universidade,

como também se infiltra pela

própria cidade de Palmeira dos

Índios. Prova disso foi sua dé-

cima edição, que aconteceu no

dia 13 de junho, na Casa Museu

Graciliano Ramos.

O X Cultura em Movimento

contou com a participação de

uma vasta equipe que deu visi-

bilidade a segmentos artísticos

plurais. O evento teve início

com o sarau de poesia, ganhan-

do forma através de variados

intérpretes, que encarnaram

textos autorais e/ou homena-

gens a poetas diversos. A exibi-

ção de curtas – Água Barrenta

(Thiago Penna, 2010); Zumbi-

fication (Ganapati Pictures,

2015); Surf Kaeté (Scoria Fil-

mes, 2015); e Exu: Além do

bem e do mal (Werner Sales

Bagetti, 2012) – aconteceu

paralelamente ao recital, para

que os presentes escolhessem,

e pudessem usufruir da mani-

festação artística que mais lhes

apetecesse. Passado o momen-

to poético-cinematográfico, a

banda Ametista deu início aos

shows da noite, trazendo um

repertório autoral inédito, que

teve ótima recepção e apoio do

público. Em seguida, a dupla

Som de Luar agraciou a todos

com sua primeira apresentação

pública; interpretando covers

da música popular brasileira de

maneira singular. Contrabalan-

ceando a suavidade acústica

que inebriou a noite, apresen-

“Ele [o Cultura em Movimento] surgiu de

uma inquietação coletiva acerca da falta de

espaços na Universidade para a reflexão e

produção no campo das artes”

CULTURA EM MOVIMENTO: Projeto com em ora a sua décim a edição com intervenções pela cidade

Os dados do Cultura em Movimento são resultado do levantamento da

nossa equipe, bem como da entrevista realizada com o Prof. Dr.

Mayk Nascimento; fotos: acervo do Projeto, Clariana Rodrigues.

ELTON SDL | HEMILE DANTAS

EDITOR | REVISORA

Page 7: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

[email protected]

Palmeira dos Índios, junho de 2015 p7

taram-se as bandas Iron Fist,

de Palmeira dos Índios,

(tocando um bom e velho

heavy metal que contemplou

nomes como Black Sabbath e

Iron Maiden), e Oldscratch,

de Maceió – grupo de punk

rock feminista composto

exclusivamente por mulhe-

res. Foram

momentos de pura energia,

que encerraram a festa do

Cultura em Movimento e

encheram a casa do Mestre

Graça de vida. Além de todas

essas formas de expressão,

contamos com a presença do

artista plástico Manoel Alves

Neto, que coloriu o espaço

com suas obras, retratando o

cotidiano e o imaginário da

cultura regional.

O projeto tem dado certo.

Segundo Mayk Nascimento:

“Após algumas experiências

podemos observar que os

conteúdos trabalhados nos

eventos e debatidos nas dis-

cussões teóricas foram apro-

priados pelos estudantes e

atualmente temos um ambi-

ente acadêmico mais recepti-

vo às temáticas até então

tidas como marginais. Apesar

das dificuldades enfrentadas,

temos percebido que o proje-

to está ajudando a criar um

terreno fértil de onde come-

çam a germinar parcerias,

produções que irão sacudir a

cena cultural da região. As

principais dificuldades são

estruturais. Primeiramente é

preciso situar o contexto on-

de o projeto está inserido.

Estamos em uma unidade

acadêmica do Campus Arapi-

raca que sofre com os efeitos

da expansão e interiorização

das Instituições de Ensino

superior do Brasil. Estamos

em uma Unidade que ainda

não possui um restaurante e

uma residência universitária,

o que dificulta a formação de

um ambiente acadêmico di-

nâmico e de uma vida cultu-

ral ativa e intensa. Também

não possuímos uma estrutura

adequada para a realização

de atividades culturais, como

um auditório, um anfiteatro,

uma sala adequada para exi-

bição de filmes, etc. Além

disso, a falta de recursos e

equipamentos para o desen-

volvimento das atividades de

extensão prejudica a elabora-

ção de eventos de maior por-

te com a participação mais

intensa de artistas da região.”

Apesar disso, o Cultura em

Movimento chega a seu ter-

ceiro ano de atividades, con-

tando com a ajuda de alunos,

apoio financeiro institucional

e de patrocinadores diversos.

E é bom que continue, já que

a existência de um movimen-

to como esse nos pátios e nas

ruas é essencial.

Se o projeto é relevante? É o

próprio Mayk que o diz:

“Extremamente relevante. O

contato com o universo das

artes é profundamente enri-

quecedor para a trajetória

individual de um jovem uni-

versitário e de qualquer ser

humano. A arte consegue

provocar uma transformação

no nosso olhar e acredito que

quanto mais contato tivermos

com este universo (assistindo

filmes, recitando e aprecian-

do poesia, ouvindo música e

etc.) mais enriquecedor será

o nosso olhar sobre o mundo

e a experiência humana. Ver

com olhos livres, já dizia o

poeta Fernando Pessoa.”

Os dados do Cultura em Movimento são resultado do levantamento da

nossa equipe, bem como da entrevista realizada com o Prof. Dr.

Mayk Nascimento; fotos: acervo do Projeto, Clariana Rodrigues.

Page 8: Jornal Universitário, UFAL - Palmeira dos Índios: 2ª edição

Palmeira dos Índios, junho de 2015

p8

SERVIÇO SOCIAL: Dia do Assistente Social tem com emoração nas cidade de Arapiraca e na capital, Maceió.

Em comemoração ao Dia do

Assistente Social (celebrado

em 15 de maio), o CRESS-AL

(Conselho Regional de Servi-

ço Social de Alagoas), reali-

zou a Semana do/a Assisten-

te Social de Alagoas – evento

este realizado entre os dias

13, 14 e 15 de maio de 2015,

nas cidades de Maceió e Ara-

piraca, transformando tal

comemoração no Mês de

Luta e Mobilizações em De-

fesa do Serviço Social e das

Políticas Públicas (campanha

ampliada em Alagoas).

Em Maceió o evento se deu

nos dias 13 e 15/05, no Ma-

ceió Atlantic Suítes (Antigo

Hotel Meliá, na Jatiúca) e em

Arapiraca o evento ocorreu

no dia 14/05, no Planetário

de Arapiraca (Lago da Peru-

caba). As Mesas de Abertura

contaram com a participação

de representantes do CRESS,

CFESS, SASEAL, ABEPSS e

ENESSO. Algumas ações

realizadas pelo CRESS 16ª

Região/AL foram apresenta-

das pela Conselheira Presi-

dente Analice Dantas Santos.

O evento, com um todo, pro-

curou debater sobre as difi-

culdades quanto ao enfrenta-

mento das problemáticas

advindas da execução do

projeto profissional do Servi-

ço Social nos dias de hoje;

sobre as atribuições e com-

petências profissionais, no

trato das Políticas Públicas; e

sobre a precarização da pro-

fissão, no quadro das atribui-

ções profissionais que são

reconfiguradas pela divisão

social do trabalho assalaria-

do, como consequência das

contradições inerentes ao

desenvolvimento econômico

do sistema capitalista. As

conferências e debates foram

realizados por representan-

tes da UERJ, UFAL, UFS,

UNESP e SASEAL.

Também contou com a expo-

sição de banners, que parti-

am de TCCs indicados pelas

Unidades de Formação Pro-

fissional e com exposições de

painéis que tratavam da rea-

lidade quanto a formação

profissional em Serviço Soci-

al no Estado de Alagoas e

sobre temáticas referentes à

tal formação (tais como: Tra-

balho e Política Social). O

evento também abrigou a

posse da nova gestão do SA-

SEAL e o lançamento da Re-

vista SASEAL.

Tal evento contou ainda com

a participação de profissio-

nais da área, professores e

alunos do curso de Serviço

Social das Unidades de For-

mação Profissional do Esta-

do de Alagoas.

Sua realização se deu pelo

CRESS-AL, SASEAL,

ABEPSS, Faculdade de Servi-

ço Social da UFAL/Maceió,

Faculdade de Serviço Social

da UFAL/Palmeira dos Ín-

dios e pela ENESSO. Como

apoio estavam o CFESS, SE-

ADES/AL e cursos de Serviço

Social da UNIT/Maceió, da

FRM/Maceió, do IESC/

Arapiraca e do CESMAC/

Maceió.

TAINÁ ROCHA

ESTUDANTE DO 5º PERÍODO DE

SERVIÇO SOCIAL E SECRETÁRIA DO

CA DO CURSO

FO

TO

: CR

ES

S

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MOVIMENTO Palmeira dos Índios, junho de 2015

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Movimento Estudantil e ditadura: a força e importância do movimento estudantil

JADIEL DA SILVA

REPÓRTER

DANIELLE VANDERLEY REVISORA

Nesta matéria pretendemos

trazer à comunidade acadê-

mica uma breve explanação

da força e importância do

movimento estudantil brasi-

leiro, tendo como ponto de

partida a década de 1950

com o aumento das vagas

nas universidades brasilei-

ras.

A expansão do ensino superi-

or brasileiro foi responsável

pela consolidação do movi-

mento estudantil (ME), co-

mo um importante ator polí-

tico. O aumento das vagas

ofertadas pelas faculdades e

universidades resultou numa

comunidade estudantil que

chegara a 214mil em 1968.

A partir da década de 1960

aconteceu o Movimento pela

Reforma Universitária no

Brasil, que representou a

mais importante luta do ME.

Nessa reforma se apresenta-

va algumas propostas de

universidade, porém nos

limitaremos, por enquanto, à

proposição denominada radi-

cal de reforma universitária.

Essa proposta, representada

pela União Nacional dos Estu-

dantes (UNE) e pelo filósofo

Álvaro Vieira Pinto, tinha

como objetivo uma universi-

dade que propusesse soluções

na direção socialista.

O Ditadura Empresarial Mili-

tar instaurada em 1º de abril

de 1964, apoiado pelos Esta-

dos Unidos da América que

buscava o desenvolvimento

capitalista dependente ao

capitalismo norte americano e

necessitava assegurar o au-

mento da extração da mais

valia do assalariado em favor

da burguesia, viu a proposta

de uma universidade que pen-

sa soluções nacionalistas e

socialistas para a sociedade

como algo ameaçador e elegeu

a Luta Estudantil, encabeçada

pela UNE, como alvo.

Nessa conjuntura em que se

apresentavam as propostas

para uma nova universidade,

o governo Empresarial Militar

procurou apressar a Reforma

Universitária em um rumo

que fosse diferente ao que

pretendia o ME. Para isto,

adotou como medidas os

decretos 53, de 18/11/1966 e

252, de 28/02/1967, que

estabeleceram as diretrizes

para a reestruturação das

universidades brasileiras.

Apesar da proposta do movi-

mento estudantil, encabeça-

do pela UNE, ter sido predo-

minante nos debates por

uma nova Universidade, o

governo Empresarial Militar

atendeu aos interesses dos

grupos dominantes, levando

a universidade a atender as

necessidades do capital na

década de 1960, através da

lei 5540/68.

No auge da repressão militar,

as organizações estudantis

foram desarticuladas, inicial-

mente jogando a UNE à ile-

galidade e posteriormente

proibindo as organizações

estudantis dentro das univer-

sidades (UEEs e DCEs). Ape-

nas a partir da década de

1970 o movimento estudantil

começou a se reestruturar,

tendo seu ápice em 1977,

com a saída de milhares de

estudantes às ruas com rei-

vindicações pela defesa das

liberdades individuais, fim

das prisões e torturas e anis-

tia aos presos políticos. Essas

reivindicações se tornaram

um importante motor da

mobilização estudantil.

Apesar da derrota imposta

pelo governo Empresarial

Militar na Reforma Universi-

tária, e do ME ter sido abala-

do diversas outras vezes, não

se pode negar em nenhuma

circunstância a importância

que os movimentos estudan-

tis tiveram para o processo

de conscientização da juven-

tude e comunidade do perío-

do ditatorial Empresarial

Militar e para a redemocrati-

zação do país. Atualmente

também se faz necessária a

articulação de um movimen-

to estudantil de base forte

que busque pensar a Univer-

sidade e sua função social,

para que possamos assim

conhecer para onde devemos

seguir e lutar por nossos

objetivos de forma mais con-

tundente e eficaz.

Fonte: http://ditaduranuncamais.cnte.org.br/. Acesso em 16 de jun. 2015

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Palmeira dos Índios, junho de 2015

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CONGRESSO ANEL: Estudantes da Unidade de Palm eira dos Índios levam representatividade ao congresso,

em Campinas—SP

Por experiência de vida,

sabemos muito bem que

“tudo o que é sólido des-

mancha no ar”. Por isso, as

mais diversas obras e cria-

ções humanas passam por

diversos processos de ma-

nutenção e conservação.

Isso não vale só para o que é

estritamente físico: os co-

nhecimentos também ne-

cessitam de reformulações

constantes para que não se

tornem obsoletos com os

desenvolvimentos da pró-

pria sociedade em que exis-

tem.

É dentro dessa ideia de

“finitude das coisas” que

tentamos entender os atuais

parâmetros educacionais do

Brasil, levando em conside-

ração as pautas discutidas

no 3º Congresso da Assem-

bleia Nacional dos Estudan-

tes – Livre (ANEL); assem-

bleia esta que nasce em opo-

sição a União Nacional dos

Estudantes (UNE), julgando

que, ao passo em que a UNE

decide se associar ao Gover-

no Federal e a partidos em-

poderados politicamente,

perde todo o seu cunho de

movimento estudantil. E

por quê? Porque os movi-

mentos sociais precisam ser

apartidários, livres das

amarras políticas que o atu-

al cenário econômico acaba

por lhes impor.

Os recentes cortes nos

“gastos” da União, planeja-

dos pelo empresário neoli-

beralista e Ministro da Fa-

zenda Joaquim Levy, e

aprovados pela Presidente

Dilma evidenciam que não

somos nós (estudantes, tra-

balhadores, mulheres, ne-

gros, LGBTT*s, etc.) o

“povo” desta democracia.

Ao primeiro sinal de crise

econômica, é tirado de nós

os serviços públicos mais

essenciais (saúde e educa-

ção) em benefício de bancos

e de outras multinacionais.

O plano de educação – da

básica a superior – começa

a ruir. É necessária a sua

manutenção e conservação.

Mas quando? Ao que pare-

ce, agora não. E talvez não

tão cedo.

É preciso parar o Brasil. É

preciso que a Greve Geral

seja deflagrada. O Estado

precisa ver que nós existi-

mos além do domingo em

Outubro. É preciso mostrar

que existe um “Gigante”

muito além do Gigante Pau-

lista de Junho. E acima de

tudo, é preciso entender:

greves não são férias.

NOTA SOBRE A PARTI-

CIPAÇÃO DE PALMEI-

RA DOS ÍNDIOS NO 3º

CONGRESSO NACIO-

NAL DA ANEL:

A estudante Hemile Dantas,

do 2º período, também elei-

ta delegada, não participou

do Congresso por razões de

(má) organização da Delega-

ção de Alagoas, centralizada

em Maceió. A interiorização

alagoana só contou com três

delegados: um de Palmeira e

dois de Penedo; enquanto 44

outros delegados estavam

divididos entre UFAL, IFAL e

UNCISAL. Todos de Maceió.

Fica aí um exemplo claro para

se questionar: o quanto a ca-

pital realmente se importa

com a interiorização, se até

mesmo o movimento estudan-

til, que busca ser inclusivo,

exclui os estudantes das pe-

quenas cidades?

Desta forma, apenas Giuliano

Ramos (4º período de Psico-

logia), também eleito delega-

do, representou a Unidade de

Palmeira dos Índios, apresen-

tando uma proposta de espe-

cificidade da luta do Movi-

mento Estudantil pela expan-

são e manutenção dos proces-

sos de interiorização da uni-

versidade pública.

GIULIANO RAMOS

EDITOR

HEMILE DANTAS

REVISORA

FO

TO

: Divu

lga

ção

AN

EL

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Palmeira dos Índios, junho de 2015

p11

VICTOR MATOS

EDITOR

ADELAIDE PACHECO REVISORA

Recentemente, a Câmara dos

Deputados aprovou o texto

do projeto de Lei referente à

Terceirização, o famoso PL

4330/04. Conforme as dis-

posições deste projeto de lei,

levantam-se questões que

dizem respeito às relações de

trabalho firmadas em contra-

tos terceirizados. Isso signifi-

ca dizer que as empresas, de

uma forma geral, podem

terceirizar seus serviços e

demandas, inclusive a ativi-

dade-fim.

O projeto de lei ainda está

em tramitação, contudo, se

for aprovado nas duas Casas

Legislativas, quais sejam,

Câmara dos Deputados e Se-

nado Federal e consequente-

mente sancionado pela Presi-

dente, isto poderá abrir prece-

dentes para uma terceirização

mais ampla no futuro. Feliz-

mente, o serviço público foi

excluído deste projeto, no

entanto este setor poderá ser

alcançado num momento

posterior trazendo ainda mais

precarização onde já se en-

contram fadadas às omissões

governamentais.

Todos os setores terceirizados

implicam uma perca impac-

tante dos encargos laborais,

uma vez que o serviço tercei-

rizado comporta um contrato

temporário de prestação de

serviços, o que o difere de um

contrato efetivo assim por se

dizer. A educação pública,

por sua vez, já se encontra

com enormes déficits e sem

professores efetivos nas Uni-

versidades, por exemplo.

Portanto isso seria ainda

mais devastador.

Sem dúvidas, o ano de 2015

trouxe uma onda de insatis-

fações por parte da popula-

ção. Os cortes financeiros na

educação já mostram efetiva-

mente o quanto essas

“reformas econômicas” do

governo estão refletindo no

cotidiano dos estudantes e

professores de todo o país.

Então nosso ordenamento

jurídico não deveria acompa-

nhar as demandas sociais?

Oferecer-nos segurança jurí-

dica? Na realidade, o que

vem sendo observado ulti-

mamente é que, ao invés

disso, há prevalência do

“dever ser” que muito se so-

bressai ao “ser”, o dever do

Estado.

A educação ainda não foi

afetada por essas propostas

que, à espreita, ameaçam o

serviço público, no entanto

não é algo que esteja definiti-

vamente resolvido. O foco

que se tem nesse sistema

capitalista é apenas o lucro,

e, sendo assim, os emprega-

dores estariam ganhando

sobre a exploração de um

trabalho que não tem muito

a oferecer a classe trabalha-

dora. A terceirização de to-

das as atividades não é evo-

lução, é retrocesso.

PL 4330/04: Um olhar sobre o projeto de lei que visa a terceirização do serviço público. F

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Palmeira dos Índios, junho de 2015

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Revolucionar e refletir:

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