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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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TECNOLOGIA NA SALA DE AULA: POSSIBILIDADES, UM CAMINHO A

SER CONSTRUÍDO.

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Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2014

Título: TECNOLOGIA NA SALA DE AULA: POSSIBILIDADES, UM CAMINHO A SER CONSTRUÍDO.

Autor: Marcia Elizangela Fiurini

Disciplina/Área: Ciências

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual de Vila Ajambi

Município da escola: Almirante Tamandaré

Núcleo Regional de Educação: Metropolitano Norte

Professora Orientadora: Dra Glaucia da Silva Brito

Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar: Ciências, Matemática, Geografia, História,

Artes, Educação Física, Português, Inglês,

etc.

Resumo:

Apesar do grande avanço tecnológico da

atualidade, ainda é grande o número de

professores que sentem-se despreparados e

inseguros em incorporar tecnologia ao

cotidiano escolar. Portanto, é de fundamental

importância estruturar um curso de formação

continuada de professores, com a

metodologia e material do GEPPETE (Grupo

de Estudos e Pesquisa Professor, Escola e

Tecnologias), para incentivá-los a utilizar a

tecnologia em suas aulas. Oportunizando a

eles momentos de estudos bibliográficos,

discussões e trocas de experiências, com

pesquisas nos vários meios de informação e

comunicação.

Palavras-chave: Tecnologia; Professor; Formação Continuada;

Formato do Material Didático: Caderno Temático

Público: Professores do Colégio Estadual de Vila

Ajambi

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Orientações Gerais

Prezado professor (a)

Este curso terá carga horária de 32 horas, distribuído em 8 encontros de 4

horas cada. O cronograma será decidido no primeiro encontro presencial.

Encontro Tempo de

duração

Atividades no Encontro Materiais

Necessário

1. 4 horas - Apresentação dos professores

ou grupo;

- Apresentação do Material

Didático Pedagógico;

- Trazer para o próximo encontro

imagens que represente a

tecnologia;

- data show;

- computador;

2. 4 horas - Leitura de imagens

relacionadas à tecnologia e

apresentação ao grupo;

- Linha do tempo tecnológico com

as imagens trazidas pelos

professores;

- cartolina;

- pincel atômico;

- imagens impressas;

3. 4 horas - Conceito de Tecnologia;

- Formar grupo menores;

- Cada grupo fará uma pesquisa

no laboratório e deverá preparar

uma lâmina para apresentar ao

grande grupo;

- data show;

- computador;

4. 4 horas - Tecnologia como Ferramenta

Pedagógica;

- Fazer uma pesquisa com outros

professores sobre:

- sulfite;

- caneta;

- vídeo;

- projetor de vídeo;

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* Qual tecnologia eles utilizam

em sala de aula?

* Como eles à utilizam?

- Vídeo: Tecnologia X

Metodologia;

- Relacionar a pesquisa com o

vídeo;

5. 4 horas - Tecnologia e Educação;

- Análise das imagens da

unidade 4;

- Pesquisa no laboratório de

informática de imagens:

* Como o professor vê a relação

tecnologia e educação?

* Como deveria ser a relação

tecnologia e educação?

- Montar um mural com as

imagens;

- computador;

- cartolina;

- pincel atômico;

- imagens impressas;

6. 4 horas - A Tecnologia e a Formação

Continuada dos Professores;

- Formar grupos menores;

- Discutir os pontos positivos e

negativos da formação

continuada para professores em

tecnologia, e sugestões para uma

nova formação;

- Apresentação ao grande grupo;

- data show;

- computador;

- sulfite;

- texto;

7. 4 horas - Palestra – Professora Dra.

Glaucia da Silva Brito

- data show;

- computador;

8. 4 horas - Escolher um texto relacionado

ao tema, e apresenta-lo ao grupo

utilizando recurso(s) de sua

preferência;

- data show;

- computador;

- sulfite;

- imagens impressas;

- texto;

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“ Ser professor é...

enxergar potencial onde os outros

enxergam caso perdido!”

Roseli Fortunato Mestre

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Sumário

Apresentação ............................................................................................................. 6

UNIDADE 1 ................................................................................................................. 8

1.1 História da Tecnologia ........................................................................................... 8

1.2 O Surgimento da tecnologia da Educação ............................................................ 9

1.3 Tecnologias e Educação no Brasil ...................................................................... 10

UNIDADE 2 ............................................................................................................... 12

2.1 Conceito de Tecnologia ....................................................................................... 12

UNIDADE 3 ............................................................................................................... 16

3.1 Tecnologia como Ferramenta Pedagógica .......................................................... 16

UNIDADE 4 ............................................................................................................... 21

4.1 Tecnologia e Educação .......................................... Erro! Indicador não definido.

UNIDADE 5 ............................................................................................................... 26

5.1 A Tecnologia e a Formação Continuada dos Professores ..... Erro! Indicador não

definido.

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34

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Apresentação

O uso da tecnologia em sala de aula ainda é um grande desafio

para os professores da rede pública do Estado do Paraná. Então, através do PDE –

Programa de Desenvolvimento Educacional da SEED – Secretaria de Estado da

Educação do Paraná, toda comunidade escolar, terá a oportunidade de conhecer

esse Material Didático Pedagógico, onde foi elaborado um curso para professores

do ensino fundamental e médio com o objetivo oportunizar momentos de estudos

bibliográficos, discussões sobre tecnologias e educação e pesquisa nos vários

meios de informação e comunicação, para a utilização das Tecnologias nas suas

aulas.

Esse material foi pensado e elaborado, com o intuito de ajudar a grande

maioria dos professores, que sentem-se muitas vezes, despreparados e inseguros

frente ao enorme desafio que representa a incorporação das tecnologias ao

cotidiano escolar. Infelizmente os cursos de formação continuada, capacitam os

professores apenas para o uso, desprezando a construção do sentido sobre esse

uso e sobre suas aplicações nos processos educativos, conferindo, assim, uma

experiência cultural e não só instrumental (BRITO, 2006).

Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula ainda é

pouco frequente e um desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não

considera essas tecnologias, e se restringe ao teórico. Por isso, o curso pretende

reunir professores para construção e reconstrução de conceitos, sobre o uso da

tecnologia na escola e na sala de aula, trabalhando com a metodologia e material do

GEPPETE – Grupo de Estudos e Pesquisa Professor Escola e Tecnologias

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Educacionais, ministrada pela professora Gláucia da Silva Brito no Programa de

Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná, como encontros

presenciais.

O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores,

além de ser útil na exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno

passa de mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um

sujeito mais ativo e participativo.

Hoje, com todos os avanços, existe a necessidade de adequação, de abertura

para o novo, a fim de tornar as aulas mais atraentes, participativas e eficientes. A

ideia não é abandonar o quadro negro, mas usar as novas tecnologias em sala de

aula.

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UNIDADE 1

1.1 História da Tecnologia

Durante toda a história, o homem usa sua inteligência para vencer os

obstáculos impostos pela natureza. Desenvolvendo e inventando instrumentos com

o objetivo de superar dificuldades.

Ao logo da evolução da humanidade, ocorreram várias mudanças e

sucessivas revoluções tecnológicas. A primeira delas foi que o homem passou a ter

controle do fogo, aprimorou e diversificou a produção de instrumentos e utensílios

como lanças, arcos e fechas.

http://torahnerd.blogspot.com.br/2014/02/arqueologia-universidade-de-tel-aviv.html

Outras mudanças importantes são atribuídas às transformações nas relações

entre o homem e o ambiente como a prática da agricultura e a domesticação dos

animais, que permitiu às sociedades primitivas controle da produção de alimentos.

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Já no século XX, mais especificamente na década de 50, é que os grandes

avanços tecnológicos, repercutiram intensamente na produção econômica e no

trabalho mundial como um todo. Sendo denominada como: Terceira Revolução

Industrial, que se traduz no impacto das novas tecnologias como o

microcomputador, a microeletrônica, a robótica, a engenharia genética, a telemática

– uso combinado dos computadores e os meios de telecomunicações, como fax,

celular, internet, televisão.

Segundo SANTAELLA (2003), citado por DANTAS, foi por volta do início dos

anos de 1990 que, num sentido mais estrito, mídia se referia especificamente aos

meios de comunicação de massa, especialmente aos meios de transmissão de

notícias e informação, tais como jornais, rádio, revistas e televisão. Também se

passou a chamar de mídias todos os meios de que a publicidade se serve,

desde outdoors até as mensagens publicitárias veiculadas por jornal, rádio, TV. Em

todos esses sentidos, a palavra "mídia" se referia aos meios de comunicação de

massa.

É importante para o professor conhecer a história da

Tecnologia?

1.2 O Surgimento da tecnologia da Educação

A tecnologia educativa, como campo de estudo e como disciplina acadêmica,

tem de desenvolvimento nos Estados Unidos, principalmente a partir da década de

40. A primeira referência específica no campo formativo são os cursos projetados

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para especialistas militares apoiados em instrumentos audiovisuais, ministrados

durante a II Guerra Mundial. Ely (1992) indica que a tecnologia educativa aparece

pela primeira vez como matéria no currículo dos estudos de Educação Audiovisual

da Universidade da Indiana, em 1946. Uma característica que se manifesta desde o

início e que praticamente permanecerá constante é que estes programas de

formação serão desenvolvidos em instituições de ensino superior. A utilização dos

meios audiovisuais com uma finalidade formativa constitui o primeiro campo

específico da tecnologia educativa. ( ALTOÉ, 2005).

Na década de 50 a psicologia da aprendizagem começa a ser incorporada

como campo de estudo dos currículos de tecnologia educacional. As mudanças

ocorridas, posteriormente passariam a ter grande influência no desenvolvimento da

tecnologia educacional como disciplina dos currículos pedagógicos. Nos anos 60. Há

o desenvolvimento dos meios de comunicação de massas, apoiado inicialmente no

rádio e na televisão. E que passam a incorporar também à tecnologia educacional.

A partir dos anos 70 e 80, ocorre o desenvolvimento da informática e a

consolidação dos computadores com finalidades educacionais. Surgi a denominação

de Novas Tecnologias de Informação e da Comunicação, opções apoiadas no

desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar

e transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informação e a criação de

novos materiais audiovisuais e informáticos cada vez mais integrados.

Como a história da tecnologia poderia auxiliar o

professor em sala de aula?

1.3 Tecnologias e Educação no Brasil

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O uso das tecnologias na educação no Brasil, esteve primeiramente voltado

para o ensino a distância. O Instituto Rádio-Monitor, em 1939, e o Instituto Universal

Brasileiro, em 1941, realizaram as primeiras experiências educativas com o rádio.

De 1967 a 1974 foi desenvolvido, o Sistema Avançado de Comunicações

Interdisciplinares (Projeto Saci), onde utilizavam o rádio e a televisão como meios de

transmissões com fins educacionais. (ALTOÉ, 2005)

Os serviços da Internet, no Brasil, foram disponibilizados no início dos anos

1980. Através do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho

de Desenvolvimento Nacional e Tecnológico (CNPq), criou a Rede Nacional de

Pesquisa (RNP), que sustentava um canal direto com os Estados Unidos subsidiado

pela própria UFRJ, disponibilizado para todas as universidades públicas do Brasil.

Leitura Complementar:

O Desenvolvimento Histórico das Novas Tecnologias e seu Emprego na Educação.

Disponível em: http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/dhnt.pdf.

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UNIDADE 2

2.1 Conceito de Tecnologia

O professor precisa saber o que é tecnologia?

As novas tecnologias de informação e comunicação estão transformando a vida em

sociedade, mudando os serviços e equipamentos usados em casas, indústrias,

empresas, lojas, escritórios, bancos e hospitais. É ilusório imaginar que elas não

interferirão cada vez mais nas escolas, cuja função, é claro, inclui informar e

comunicar. O problema é: o que devemos fazermos e como devemos fazer, para

incorporá-la de maneira correta na escola? Seria talvez conhecendo primeiro a

história e o conceito?

Então, com base estes questionamentos, VERASZTO, 2008 relata o estudo

da evolução histórica das técnicas desenvolvidas pelo homem, colocadas dentro dos

contextos sócio-culturais de cada época, é que podemos compreender melhor a

participação ativa do homem e da tecnologia no desenvolvimento e no progresso da

sociedade, enriquecendo assim o conceito que temos a respeito do termo tecnologia

(VERASZTO, 2004). Desta maneira, torna-se notório conhecer que a palavra

técnica, em tecnologia têm origem comum na palavra grega techné que consistia

muito mais em se alterar PRISMA.COM nº7 2008 ISSN: 1646 - 3153 62 o mundo de

forma prática do que compreendê-lo. Inicialmente era um processo onde a

contemplação científica praticamente não exercia influências (KNELLER, 1978). Na

técnica, a questão principal é do como transformar, como modificar. O significado

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original do termo techné tem sua origem a partir de uma das variáveis de um verbo

que significa fabricar, produzir, construir, dar à luz, o verbo teuchô ou tictein, cujo

sentido vem de Homero; e teuchos significa ferramenta, instrumento

(TOLMASQUIM, 1989; LION, 1997). A palavra tecnologia provém de uma junção do

termo tecno, do grego techné, que é saber fazer, e logia, do grego logus, razão.

Portanto, tecnologia significa a razão do saber fazer (RODRIGUES, 2001). Em

outras palavras o estudo da técnica. O estudo da própria atividade do modificar, do

transformar, do agir .

http://ensinoaprendotic.blogspot.com.br/

BRITO e PURIFICAÇÃO cita BUENO, onde ele conceitua tecnologia como

sendo:

... um processo contínuo através do qual a humanidade molda,

modifica e gera a sua qualidade de vida. Há uma constante

necessidade do ser humano de criar, a sua capacidade de

interagir com a natureza, produzindo instrumentos desde os

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mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se de um

conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar,

melhorar, aprimorar os produtos oriundos do processo de

interação deste com a natureza e com os demais seres

humanos. (1999, p.87)

Ainda, segundo as mesmas autoras, o termo tecnologia vai muito além de

meros equipamentos. Ela permeia em toda a nossa vida, inclusive em questões não

tangíveis. TAJRA (2001, p. 48) classifica as tecnologias em três grandes grupos:

Tecnologias físicas: são as inovações de instrumentais físicos, tais como: caneta

esferográfica, livro, telefone, aparelho celular, satélites, computadores. Estão

relacionadas com a Física, Química, Biologia, etc. (equipamentos)

Tecnologias organizadoras: são as formas de como nos relacionamos com o

mundo; como os diversos sistemas produtivos estão organizados. As modernas

técnicas de gestão pela Qualidade Total é um exemplo de tecnologia organizadora.

(relações com o mundo)

Tecnologias simbólicas: estão relacionadas com a forma de comunicação entre as

pessoas, desde a iniciação dos idiomas escritos e falados à forma como as pessoas

se comunicam. São os símbolos

Segundo BRITO, através de uma pesquisa realizada com professores, alguns

entrevistados não apontam para nenhum dos conceitos acima a. Na verdade eles se

referem às tecnologias educacionais.

- Recursos que usamos com nossos alunos para proporcionar conhecimento, que

vão desde a nossa exposição oral / dialogada ao uso do computador que está ligado

ao mundo do conhecimento.

- As tecnologias (livro, vídeo, computador, rádio...) propiciam novas formas de

aprender, ensinar e produzir conhecimento e são utilizadas de acordo com os

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propósitos educacionais, bem como, as estratégias mais adequadas à

aprendizagem.

Além das tecnologias educacionais, os entrevistados também citam a

tecnologia social, e a descrevem como: “Conjunto de invenções, técnicas etc, para

transformar algo e que é desenvolvida na juntamente com a população e será

utilizada por ela, por exemplo uma Rádio Comunitária”.

Será que os professores conhecem o conceito de

tecnologia?

Leitura Complementar:

Inclusão digital do profissional professor: entendendo o conceito de tecnologia

Disponível em: http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task

=doc_view&gid=3475&Itemid=232

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UNIDADE 3

3.1 Tecnologia como Ferramenta Pedagógica

O professor nem sempre tem clareza das razões fundamentais pelas quais a

Tecnologia é importante para o ensino aprendizagem, e normalmente em que

momentos devem ser usados. Geralmente, costuma-se justificar a importância

desses elementos apenas pelo caráter motivador, ou ainda, porque, através dela, as

aulas ficam mais alegres, e os alunos passam a gostar da disciplina.

O professor precisa explorar novas formas de ensinar

e aprender?

Então, há necessidade de uma incorporação por parte da escola e dos

professores, das novas tecnologias dentro de uma perspectiva crítica, como forma

de superar o paradigma da oralidade e da palavra escrita a partir da valorização de

sons imagens, animações, etc., buscando explorar novas formas para que o aluno

possa chegar ao conhecimento e atender às novas demandas educacionais. Porém,

pode-se perceber que as escolas e os professores não se encontram capacitados

para utilizar adequadamente estas tecnologias, entre outros motivos, devido à

deficiente formação inicial que lhes é fornecida pelos cursos universitários.

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http://www.integrartecnologia.com.br/2013/03/livros-gratuitos-disponiveis-na-

internet.html

Sendo assim, se faz necessário uma formação continuada que permita aos

profissionais da educação compreender a realidade na qual o ser humano está

inserido, entender as transformações da sociedade diante das novas inovações

tecnológicas, para assim poder preparar seus educandos para atuarem de forma

crítica, criativa e reflexiva na sociedade. Para Brito (2006) a formação do professor

deve buscar refletir sobre o tipo de educação que se pretende atingir e para que tipo

de sociedade que se pretende formar. Nesse sentido, a autora reforça que, as novas

tecnologias da comunicação e informação exigem novos modos e novas formas de

ensinar, transmitir, receber e conservar a informação.

Vídeo: Tecnologia X Metodologia

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a0-1eRHiMxs

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A atual situação da educação, exige uma mudança de atitude em primeiro

lugar, preparação e atualização com intuito de fornecer ferramentas para motivar o

aluno e ajudá-lo a produzir seu conhecimento.

Porém, mudanças essas que acontecerá através da formação dos

professores como ressalta MERCADO:

Na formação de professores, é exigido dos professores que

saibam incorporar e utilizar as novas tecnologias no processo

de aprendizagem, exigindo-se uma nova configuração do

processo didático e metodológico tradicionalmente usado em

nossas escolas nas quais a função do aluno é a de mero

receptor de informações e uma inserção crítica dos envolvidos,

formação adequada e propostas de projetos inovadores. (1999.

p. 12)

O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação.

Saber direcionar o uso da tecnologia na sala de aula deve ser uma atividade de

responsabilidade, onde desenvolva habilidades, exija uma nova configuração do

processo didático e metodológico tradicionalmente usado.

Por tanto, a formação do professor para uso das novas tecnologias não pode

ficar restrita ao domínio da máquina, mas se deve ser vista num contexto mais

amplo das possibilidades que a envolvem. Ou seja, a formação “deve oferecer

condições para o professor construir conhecimento sobre técnicas computacionais e

entender por que e como integrar o computador em sua prática pedagógica”.

(VALENTE, 2003, p.7).

Dessa maneira,

[...] tornam-se primordiais a formação e a transformação do

professor, que deve estar aberto às mudanças, aos novos

paradigmas, os quais o obrigarão aceitar as diversidades, as

exigências impostas por uma sociedade que se comunica

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através de um universo cultural cada vez mais amplo e

tecnológico. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 29)

Para Valente (2008) a formação dos professores deve ser capaz de integrar o

uso das tecnologias nas atividades de sala de aula, criando condições para poder

construir o conhecimento sobre as técnicas computacionais, entendendo por que e

como integrar o computador na sua prática pedagógica. Assim, ele afirma: “Essa

prática possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma

abordagem integradora de conteúdo (...)” (VALENTE, 2008, p.113).

É necessário destacar que, para a que a tecnologia possa concretizar seus

objetivos faz-se necessário, além de uma preparação adequada dos professores,

um projeto educacional que articule o trabalho do professor ao uso destas

tecnologias, do contrário, corre-se o risco de se confrontar com velhas práticas, mais

caras e com um caráter pretensamente moderno, haja vista que a simples

introdução da tecnologia não é capaz de modificar as concepções do professor

acerca das questões pedagógica.

Por que o professor tem dificuldade em utilizar as

tecnologias?

Entretanto, precisamos estar sempre conscientes das questões que envolvem

a aprendizagem, com o uso ou sem o uso das tecnologias. E que elas estão em

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contínuo desenvolvimento, a começar pelo giz e os livros até chegar ao computador

com acesso a internet, todos podendo apoiar e enriquecer a aprendizagem.

Para Mora (1998), “nunca tivemos tantas tecnologias fantásticas de

comunicação e, ao mesmo tempo, é um desafio encontrar o ponto de equilíbrio entre

o deslumbramento e a resistência tão comum entre muitos educadores”.

Leitura Complementar:

Limites e possibilidades das TIC na educação

Disponível em: http://moodle.c3sl.ufpr.br/pluginfile.php/2549/mod_resource/content/

3/MIRANDA_Guilhermina_Lobato.pdf

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Unidade 4

4.1 Tecnologias e Educação

O assunto “tecnologia e educação”, às vezes é tratado em seminários e/ou

cursos organizados pelas secretárias de educação ou, programas de pós

graduação. Nestes seminários e cursos, podemos perceber que não há uma

discussão aprofundada sobre o conceito de tecnologia, causando assim uma

confusão

http://trabdocencia.blogspot.com.br/

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Você professor, identifica-se com essa imagem?

Às vezes, são discutidas as configurações das tecnologias da informação e

da comunicação atual, a interação humano-máquina e as consequências disto tudo

na formação do indivíduo de uma forma muito abrangente e, às vezes, esses

seminários tratam da manipulação de softwares, dos mais simples aos mais

sofisticados, não se chega a uma discussão efetiva destas tecnologias na educação.

Podemos dizer que há uma grande distância entre o discurso e a prática dos

resultados destes cursos de formação e que estes, na maioria das vezes, se referem

somente ao uso do computador na escola.

Ao refletir sobre a questão acima citada – cursos para os professores -

encontramos em Moura (2002), uma análise que tipifica essa contradição entre o

discurso e a prática. Nela, a autora aponta falha de três ordens nos cursos que

pretendem preparar os professores para o uso do computador nas escolas:

- falha de propósito;

- falha de método;

- falha de significação.

Como “falha de propósito”, a autora identifica o fato de que a tecnologia é

apresentada como algo que simplesmente deve-se aprender, em vez de se

compreendê-la dentro de um contexto que exponha o porquê de utilizá-la no ensino,

razão essa que os professores precisam conhecer. Ou seja, estes necessitam refletir

como os computadores podem auxiliá-los no fazer pedagógico.

Como “falha de método”, Moura menciona a circunstância de que os cursos

sobre tecnologias não deveriam se limitar apenas à aprendizagem progressiva da

informática, mas incluir o estudo das capacidades cognitivas envolvidas na

construção do conhecimento com auxílio do computador.

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Por fim, como “falha de significação”, a autora faz notar a ocorrência de que

em muitos cursos promove-se apenas a capacitação para o uso, em lugar disso,

dever-se-ia privilegiar a construção do sentido sobre esse uso e sobre suas

aplicações nos processos educativos, conferindo, assim, uma experiência cultural e

não só instrumental, o que conferiria clareza quanto aos objetivos cognitivos e

pedagógicos da utilização dos computadores nos conteúdos escolares.

Vídeo: Professor x Tecnologia

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gcA3gt9uvag

Brito e Purificação (2006), afirmam que alguns autores que falam sobre

formação de professores destacam que:

- o professor não tem um domínio sólido dos conteúdos que transmite, se

bem que isso seja o que melhor conheça;

- o professor não consegue relacionar os conhecimentos que transmite à

experiência do aluno e à realidade social mais ampla;

- a remuneração do professor é baixa, o que o obriga a ter vários empregos,

fato que traz graves consequências para o processo ensino-aprendizagem;

- o professor tem lidado com o aluno “ideal”, com o aluno “padrão”, como se

todos fossem homogêneos, tivessem o mesmo ritmo de aprendizagem, e não com o

aluno concreto;

- a divisão técnica do trabalho no interior da escola com a multiplicação das

funções e especialidades têm feito com que o trabalho pedagógico se fragmente

cada vez mais;

- os conhecimentos transmitidos pela escola, às vezes selecionados pelos

professores, não são remetidos à sua historicidade; são trabalhados como se

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estivessem prontos e acabados, e não relacionados à vida dos alunos e à realidade

histórico-social mais ampla;

- os alunos, em geral, não têm se apropriado sólida e duradouramente dos

conhecimentos transmitidos pela escola.

http://meneleubiblioteca.blogspot.com.br/2012/11/tecnologia-na-sala-de-aula.html

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Para mudar essa realidade, o professor deve buscar constantemente

melhorar sua prática pedagógica, sendo mediador do processo de ensino

aprendizagem, auxiliando o aluno a alcançar seu potencial máximo, aproveitando

todos os benefícios educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer. Os

recursos tecnológicos, bem mais do que aguçar a curiosidade do aluno em relação

ao que está sendo ensinado, ajudam a prepará-lo para um mundo em que se espera

que ele conheça, além dos conteúdos escolares, todos os recursos por meio dos

quais esses conteúdos foram trabalhados.

Leitura Complementar:

O conceito de tecnologia: pressupostos de valores culturais nas práticas

educacionais.

Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/460_

449.pdf

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UNIDADE 5

5.1 A Tecnologia e a Formação Continuada dos Professores

Toda e qualquer profissão exige de seus profissionais uma formação

constante, até mesmo porque o mundo está em contínua evolução. No

entendimento da formação dos educadores muito há o que se analisar e a se fazer,

pois, a maioria dos professores, ainda não conseguem utilizar a tecnologia em suas

aulas.

Porém, as transformações que vem ocorrendo nos diversos campos da

sociedade, aliadas ao desenvolvimento tecnológico e ao consequente aumento da

competitividade por um lugar no mercado de trabalho, passam a exigir novas

posturas, tanto da escola, quanto do professor, destacando a necessidade de

incorporar à sua prática educativa, os avanços tecnológicos nas áreas de

comunicação e informação.

A metodologia da formação, deverá priorizar o planejamento elaborado, com

o objetivo de sanar as dúvidas e estabelecer situações entre a teoria e a prática.

“[...] a formação continuada pode possibilitar a reflexividade e a

mudança nas práticas docentes, ajudando os professores a

tomarem consciência das suas dificuldades, compreendendo-

as e elaborando formas de enfrentá-las. De fato, não basta

saber sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir

sobre elas e buscar soluções, de preferência, mediante ações

coletivas” (LIBÂNEO, 2004,p. 227).

A formação continuada pode ajudar professor a produzir e legitimar os

saberes que irá utilizar na sua profissão, fato que certamente diminuiria o choque

entre teoria e prática.

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http://mbtecnotrabalho.blogspot.com.br/

Hoje, os professores se veem diante do que pode ser considerado, ao mesmo

tempo, um grande desafio e uma grande oportunidade: utilizar a tecnologia como

meio para construir e difundir conhecimentos, e ainda, para concretizar a necessária

mudança de paradigma educacional, centrando seus esforços nos processos de

criação, gestão e regulação das situações de aprendizagem.

Para Brito e Purificação (2008), o fato das tecnologias estarem presentes em

todos os setores da sociedade, justifica a necessidade da escola e da educação

inseri-la em seu contexto, pois para as autoras, educação e tecnologia, são

ferramentas que propiciam ao sujeito a construção do conhecimento,

[...] preparando-o para saber criar artefatos tecnológicos,

operacionalizá-los e desenvolvê-los [...] estamos em um mundo

em que as tecnologias interferem no cotidiano, sendo

relevante, assim, que a educação também envolva a

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democratização do acesso ao conhecimento, a produção e a

interpretação das tecnologias (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p.

23).

Dessa forma, o uso das tecnologias educacionais merece ser considerado por

todos os profissionais da educação, por isso a necessidade de uma formação

continuada para o uso da tecnologia.

Neste sentido é que se entende que a formação do educador seja para além

do técnico. Não é a quantidade e a qualidade dos equipamentos que irão garantir

que a formação será de qualidade. Para irmos além deste pensamento tecnológico

ALMEIDA &PRADO relembra que [...] para evitar ou superar o uso ingênuo dessas

tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar,

bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por

esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social. (2006).

Qual tecnologia você utiliza em suas aulas?

O que ela representa para você?

As tecnologias são construtos sociais, ou seja, não podem ser vistas apenas

como o fruto lógico de um esquema de desenvolvimento do progresso técnico. Elas

são resultantes de orientações estratégicas, de escolhas deliberadas, num

determinado momento dado da história e em contextos particulares. Porém, como o

enfrentamento desta complexidade teórica e prática o professor possa superar as

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explicações simplista, o julgamento das práticas ou a imposição de normas para

professores e alunos que vivem num mundo povoado pelas tecnologias.

Relacionar o conteúdo com a prática pedagógica do professor é um desafio.

Para Valente (2008) a formação dos professores deve ser capaz de integrar o uso

das tecnologias nas atividades de sala de aula, criando condições para ele construir

conhecimento sobre as técnicas computacionais, entendendo por que e como

integrar o computador na sua prática pedagógica. Dessa forma, ele ainda afirma

“Essa prática possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma

abordagem integradora de conteúdo(...)” (VALENTE, 2008, p.113).

O professor, ao utilizar a tecnologia deve ter o discernimento ao utilizá-la, pois

esta deve contribuir para aquisição de conhecimento de forma integrada a atender

as necessidades educacionais através de ações que desenvolvam o senso crítico e

o raciocínio na busca da construção do conhecimento e formação do novo cidadão.

Os procedimentos didáticos, nesta nova realidade, devem privilegiar a

construção coletiva dos conhecimentos, mediados pela tecnologia, na qual o

professor é um partícipe pró-ativo que intermedia e orienta esta construção.

Trata-se de uma inovação pedagógica fundamentada no construtivismo sócio

interacionista que, com os recursos da informática, levará o educador a ter muito

mais oportunidade de compreender os processos mentais, os conceitos e as

estratégias utilizadas pelo aluno e, com esse conhecimento, mediar e contribuir de

maneira mais efetiva nesse processo de construção do conhecimento, como sugere

Valente, (1999, p.22).

Vídeo: Novos papéis de professor e aluno com a tecnologia

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kH35xtO4CX4

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http://multimeios.seed.pr.gov.br/resourcespaceseed/pages/view.php?ref=23256&sea

rch= tecnologia&order_by=relevance&sort=DESC&offset=96&archive=0&k=

O papel do educador está em orientar e mediar as situações de

aprendizagem para que ocorra a comunidade de alunos e ideias, o

compartilhamento e a aprendizagem colaborativa para que aconteça a apropriação

que vai do social ao individual, como preconiza o ideário vygotskyano. O professor,

pesquisando junto com os educandos, problematiza e desafia-os, pelo uso da

tecnologia, à qual os jovens modernos estão mais habituados, surgindo mais

facilmente a interatividade.

Para Pretto (2001a, p. 39), preparar o trabalhador para o uso dos

computadores e a rede é necessário, mas não o suficiente. Para o autor, o

fundamental é entender que a preparação para esse mundo tecnológico não pode

estar desarticulada da formação básica, pois não podemos falar em alfabetização

digital se não falarmos, simultaneamente, em alfabetização das letras, dos números,

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da consciência corporal, da cultura, da ciência. E que é preciso levar em

consideração que os meios por si só não constituem toda a tecnologia educacional.

http://profisabelaguiar.blogspot.com.br/

Professor, você concorda com a Lei nº 18.118/2014,

que proíbe a utilização de qualquer aparelho

eletrônico em sala de aula?

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Leitura Complementar:

Texto: Desenvolvimento histórico das novas tecnologias e seu emprego na

educação.

Disponível em: http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/dhnt.pdfot.

com.br

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“Esse conjunto de novos valores vai caracterizando esse novo mundo ainda em

formação. Um mundo em que a relação homem-máquina passa a adquirir um novo

estatuto, uma outra dimensão. As máquinas da comunicação, os computadores,

essas novas tecnologias, não mais máquinas. São instrumentos de uma nova razão.

Nesse sentido, as máquinas deixam de ser como vinham sendo até então, um

elemento de mediação entre o homem e a natureza e passam a expressar uma nova

razão cognitiva”. (Preto: 1996, p.43).

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