port instrumental

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2 1 O PARÁGRAFO-PADRÃO: O CAMINHO PARA A BOA REDAÇÃO 1.1 A IMPORTÂNCIA DA FRASE NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO Quando nos vemos diante do desafio de escrever um texto, seja um texto descritivo, narrativo ou dissertativo, geralmente pensamos imediatamente que deveremos produzir uma Introdução, um Desenvolvimento e uma Conclusão. Não estamos pensando erradamente; um texto, para ser compreendido por quem o lê, segue uma seqüência lógica de início, meio e fim. O problema está em nos atermos mais detalhadamente na construção de cada uma dessas partes. As “receitas” de redação não acabam com a nossa insegurança diante de um papel em branco. Ela é simples: a Introdução de um texto é a sua parte inicial, em que se apresenta uma idéia principal a ser desenvolvida e fundamentada; o Desenvolvimento é o desenvolvimento da idéia principal; e a Conclusão, a reiteração da idéia principal. E, por fim, um texto deverá ter de 20 a 25 linhas. Mas escrever um texto, partindo apenas dessas definições, não é suficiente para se escrever um bom texto. Essas orientações tão conhecidas não resolvem dois problemas que geralmente são observados num texto mal escrito: o primeiro diz respeito ao desconhecimento das normas cultas da língua portuguesa (crase, concordância, regência, etc.), que comprometem sua qualidade. Outro fator que nos leva a escrever um texto com pouca qualidade refere-se à construção inadequada de frases e parágrafos. Um texto pode estar repleto de frases sem nexo, que, ligadas umas às outras, formam parágrafos sem sentido. O texto será, portanto: a) repleto de erros lingüísticos, de erros de concordância e regência, erros de pontuação, se seu autor não tiver o mínimo de domínio da norma culta da língua portuguesa; b) elaborado de qualquer maneira; c) um conjunto de frases que se ligam umas as outras sem qualquer nexo que, por conseguinte, formam parágrafos ligados uns aos outros de forma desconexa; d) com nenhuma ou pouca clareza do tema proposto pelo autor, do ponto de vista, e dos objetivos;

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    1 O PARGRAFO-PADRO: O CAMINHO PARA A BOA REDAO

    1.1 A IMPORTNCIA DA FRASE NA CONSTRUO DO TEXTO

    Quando nos vemos diante do desafio de escrever um texto, seja um texto

    descritivo, narrativo ou dissertativo, geralmente pensamos imediatamente que

    deveremos produzir uma Introduo, um Desenvolvimento e uma Concluso. No

    estamos pensando erradamente; um texto, para ser compreendido por quem o l,

    segue uma seqncia lgica de incio, meio e fim. O problema est em nos atermos

    mais detalhadamente na construo de cada uma dessas partes.

    As receitas de redao no acabam com a nossa insegurana diante de um

    papel em branco. Ela simples: a Introduo de um texto a sua parte inicial, em

    que se apresenta uma idia principal a ser desenvolvida e fundamentada; o

    Desenvolvimento o desenvolvimento da idia principal; e a Concluso, a reiterao

    da idia principal. E, por fim, um texto dever ter de 20 a 25 linhas. Mas escrever um

    texto, partindo apenas dessas definies, no suficiente para se escrever um bom

    texto.

    Essas orientaes to conhecidas no resolvem dois problemas que

    geralmente so observados num texto mal escrito: o primeiro diz respeito ao

    desconhecimento das normas cultas da lngua portuguesa (crase, concordncia,

    regncia, etc.), que comprometem sua qualidade.

    Outro fator que nos leva a escrever um texto com pouca qualidade refere-se

    construo inadequada de frases e pargrafos. Um texto pode estar repleto de

    frases sem nexo, que, ligadas umas s outras, formam pargrafos sem sentido.

    O texto ser, portanto:

    a) repleto de erros lingsticos, de erros de concordncia e regncia, erros de

    pontuao, se seu autor no tiver o mnimo de domnio da norma culta da

    lngua portuguesa;

    b) elaborado de qualquer maneira;

    c) um conjunto de frases que se ligam umas as outras sem qualquer nexo

    que, por conseguinte, formam pargrafos ligados uns aos outros de forma

    desconexa;

    d) com nenhuma ou pouca clareza do tema proposto pelo autor, do ponto de

    vista, e dos objetivos;

  • 3

    e) um texto, enfim, desgovernado, ou seja, sem incio, meio e fim.

    1.2 FRASE

    Enunciado que por si s estabelece comunicao. Pode expressar um juzo de valor, indicar uma ao, estado ou fenmeno

    da natureza, transmitir um apelo, uma ordem ou exteriorizar emoes.

    Apresenta sujeito e predicado ou, em alguns casos, apenas o predicado. A frase para Othon M. Garcia , portanto, um enunciado que traduz uma idia

    completa (um sentido) num processo de comunicao.

    Fogo!

    uma frase, porque estabelece comunicao, ou seja, est-se fazendo uma afirmao.

    uma frase nominal, porque no apresenta verbo.

    1.3 A ESTRUTURA SINTTICA DA FRASE

    As frases, formadas de palavras articuladas por um sistema que as regulam,

    estabelecem comunicao quando:

    a) tm uma boa relao entre os seus termos;

    b) tm uma ordem adequada.

    Exemplo:

    O curso de Hemoterapia comear no segundo semestre de 2005.

    Essa uma frase possvel na lngua portuguesa, porque o verbo comear est relacionado ao sujeito O curso de Hemoterapia, ou seja, est na forma singular, porque seu sujeito est no singular (Este um caso de concordncia verbal).

    O substantivo no masculino e no singular curso est acompanhado de um artigo tambm no masculino e no singular o (Este um caso de concordncia nominal).

    Ateno: uma frase no tem que ter obrigatoriamente a ordem sujeito-

    predicado. Podemos fazer inverses ou interpolaes que no prejudicam sua

    integridade. Exemplo:

    Ao longo dos anos, quem trabalha acaba entendendo, na prtica e a duras

    penas, aquela velha estria que explica a valorizao do ovo da galinha em

    detrimento ao ovo da pata.

  • 4

    1.4 GRAMATICALIDADE E INTELIGIBIDADE DA FRASE

    Embora haja a liberdade prpria da fala ou do discurso, a gramtica impe

    limites para se construir uma frase. Segundo Othon M. Garcia, uma frase, para ser

    compreensvel, deve apresentar:

    a) gramaticalidade: a frase tem que ter uma articulao sinttica para estabelecer a comunicao. Isso significa que a frase deve apresentar sujeito e

    predicado ou apenas o predicado e que seus elementos tm que estar organizados

    dentro de certos critrios que permitam a sua compreenso.

    b) inteligibilidade: quando uma frase no apresenta gramaticalidade ou gramaticalidade precria, significa que a frase pode ser um enunciado

    incompreensvel, ou seja, um conjunto de palavras que, embora isoladamente

    tenham sentido, no conjunto no tm.

    Vamos a alguns exemplos:

    Frase sem gramaticalidade e sem inteligibilidade.

    Frase com gramaticalidade e com inteligibilidade.

    Todos os perante iguais homens so a lei. Todos os homens so iguais perante a lei.

    A porque ordem social fator biolgico natural

    decorrem de um.

    A ordem social natural porque decorre de um

    fator biolgico.

    VAMOS EXERCITAR

    1. As estruturas abaixo esto sem gramaticalidade, ou seja, no estabelecem

    comunicao e, por isso, so ininteligveis. Reescreva-as de forma que elas se

    tornem compreensveis.

    a) A nula possibilidade engravidado voc de ter praticamente.

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    b) O primeiro dever pelo passado professor de foi portugus uma descrio

    objetiva.

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    c) Desde evoluiu que o ser humano e a caminhar de p aventurou-se, a

    vertebral coluna no sua sofrer parou de mais.

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    d) Tudo isso e muitas trouxe anlises interpretaes.

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    e) O homem de administrar capaz com competncia quase tudo que rodeia

    o.

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    1.5 ESCREVENDO UMA FRASE INTELIGVEL

    Para uma frase ser inteligvel, podemos adotar certos procedimentos quando

    de sua produo:

    a) Evitar tautologias, ou seja, a repetio de uma idia com diferentes palavras: O pai de famlia morreu pobre porque no deixou um tosto para os filhos.

    / O cardiologista mais competente que o mdico do corao.

    A repetio desnecessria de uma informao tambm considerada por M.

    Garcia como tautologia, tambm conhecida como Redundncia ou Pleonasmo. Exemplos:

    A exclusividade do monoplio da empresa guas da Amaznia impede a concorrncia.

    A unanimidade de todos foi geral. Ele teve uma hemorragia de sangue. Algumas formas comuns de redundncia ou pleonasmo.

    1. Elo de ligao

    2. Acabamento final

    3. Nmero exato

    4. Juntamente com

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    5. Em duas metades iguais 16. Supervit positivo

    6. Sintomas indicativos 17. Vandalismo criminoso

    7. H anos atrs 18. Todos foram unnimes

    8. Vereador da cidade 19. Conviver junto

    9. Relaes bilaterais entre

    dois pases

    20. Exultar de alegria

    21. Encarar de frente

    10. Outra alternativa Fato real

    11. Detalhes minuciosos 22. Multido de pessoas

    12. A razo porque 23. Amanhecer o dia

    13. Interromper de uma vez 24. Criao nova

    14. Anexo (a) junto carta 25. Freqentar constantemente

    15. De sua livre escolha 26. Emprstimo temporria

    b) Excluir as contradies: Os quadrpedes so bpedes. / A mesa redonda quadrada. / Seus olhos azuis so negros.

    c) Usar as partculas de transio adequadamente: No fui, mas estava chovendo. / Embora voc no autorize, eu irei.

    d) Usar adequadamente a pontuao. Em uma frase, a vrgula o sinal de pontuao mais usual: As mulheres, e os homens so, histricos. / (As mulheres e

    os homens so histricos); Andamos, to apressados. / (Andamos to apressados).

    1.6 TIPOS DE FRASE

    Sempre que escrevemos uma frase, estamos imprimindo um estilo pessoal, ou

    seja, cada um tem sua forma peculiar de se expressar. Porm, o nosso estilo

    pessoal, s vezes, pode prejudicar a eficcia, a expressividade, a objetividade, a

    coerncia e a clareza, do texto, tornando-o confuso ao leitor.

    Othon M. Garcia classifica as frases de acordo com a feio estilstica. O uso

    de alguns desses tipos de frases bastante comuns na produo de um texto pode

    comprometer sua compreenso, quando so mal elaboradas. Vamos conferi-las:

    a) Frase de arrasto: as oraes se enfileiram na ordem de sucesso dos fatos. usada em situaes simples, por isso comum na lngua falada

    (principalmente linguagem infantil e linguagem de adolescentes). Nesse tipo, h a

    utilizao freqente do a, ento, e.

    Exemplo:

  • 7

    Cheguei ao porto da empresa e chamei o porteiro e aguardei at que ele

    apareceu e me atendeu para a entrevista.

    Comentrio: perceba que os fatos, que acontecem sucessivamente, so ligados por e. O uso excessivo desse conectivo torna a leitura do texto cansativa.

    b) Frase entrecortada: a frase curta, incisiva, predominantemente coordenada. Usada freqentemente em narraes e descries. Na dissertao o

    seu uso intenso pode tambm prejudicar a unidade do pargrafo.

    Exemplo:

    Era uma manh de sol escaldante em Manaus. Chegou a tarde. Lucas foi para

    casa cansado. A hora do almoo havia chegado. O calor continuava. Almoou,

    levantou-se, tomou banho, vestiu-se, saiu para trabalhar novamente no escritrio da

    Sete de Setembro. Pegou o nibus. Uma hora depois estava l.

    Comentrio: esse um texto do gnero narrativo, ou seja, est-se contando um fato (Perceba que o verbo est na 3. pessoa do singular; h uma personagem:

    Lucas; e tambm podemos identificar alguns outros elementos narrativos: tempo e

    espao). Esse perodo formado por frases curtas, que M. Garcia denominou de

    frases entrecortadas, muito usadas em textos narrativos.

    c) Frase de ladainha: variante da frase de arrasto, apresenta um tom coloquial e uso freqente do e de que.

    Exemplo:

    Ento eu falei pra ele ir embora. E ele no foi, e me disse que s sairia de l se

    eu falasse com ele. Ento eu decidi dar-lhe ateno e ns conversamos e nos

    entendemos.

    Comentrio: A frase de ladainha , de acordo com Othon M. Garcia, uma

    variante da frase de arrasto, ou seja, h um uso excessivo de e ligando tambm os

    fatos. O uso do e e do que mais freqente.

    d) Frase labirntica: frase confusa que precisa ser lida e relida para ser compreendida, porque cheia de conectivos, de interpolaes. Em resumo, prolixa

    e cansativa.

    Exemplo:

    Hoje, quando no seio de uma famlia numerosa h um jovem que, por falta de

    certa vivacidade de esprito e de outros predicados naturais, ou dos que se adquirem

    pelo esforo e pelo trabalho, no pode granjear os meios de subsistncia, e menos

    ainda de obter qualquer colocao saliente, ou ancio, vencido na vida, para quem a

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    fortuna foi descarovel madrasta nas profisses que tentou, sem disposio alguma

    para o exerccio de qualquer mister conhecido e lcito.

    Comentrio: Este um exemplo que retiramos de Othon M. Garcia. Para entender esse fragmento, o leitor precisa l-lo vrias vezes. H nele vrios defeitos,

    seja na ordem sinttica, seja de construo, que geram um trecho confuso, um

    verdadeiro labirinto, do qual difcil sair.

    VAMOS EXERCITAR

    1. Reescreva os trechos seguintes. Voc poder eliminar, por exemplo, os

    termos usados com muita freqncia, dar ao trecho uma disposio mais adequada,

    eliminar ou trocar os termos ou expresses coloquiais, mudar a pontuao sem que

    se altere o sentido da forma original.

    a) Era uma manh de sol escaldante em Manaus. Chegou a tarde. Lucas foi

    para casa cansado. A hora do almoo havia chegado. O calor continuava. Almoou,

    levantou-se, tomou banho, vestiu-se, saiu para trabalhar novamente no escritrio da

    Sete de Setembro. Pegou o nibus. Uma hora depois estava l.

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    b) Cheguei ao porto da empresa, chamei o porteiro e aguardei at que ele

    apareceu e me atendeu para a entrevista.

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    c) Ento eu falei pra ele ir embora. E ele no foi, e me disse que s sairia de l

    se eu falasse com ele. Ento eu decidi dar-lhe ateno e ns conversamos e nos

    entendemos.

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    2 O QUE UM PARGRAFO? Um pargrafo um conjunto de frases que se articulam adequadamente.

    Escrever um texto mal elaborado, com frases desconexas e sem uma seqncia

    lgica, conseqncia da pouca ateno que se d ao pargrafo. O pargrafo :

    uma unidade de composio constituda por um ou mais perodos, em que se desenvolve determinada idia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundrias, intimamente

    relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela (Othon M. Garcia, p. 220).

    Vamos a algumas observaes sobre o pargrafo:

    a) A mudana de linha e o afastamento da margem esquerda indicam onde

    comea e onde termina um pargrafo.

    b) O texto o conjunto desses pargrafos: no um bloco nico de frases,

    mas blocos de pargrafos variados, dependendo do tema tratado e de como o autor

    deseja organiz-lo.

    c) O pargrafo serve para dividir o texto: importante compreender que essa

    diviso no aleatria. Ela tem em vista os vrios enfoques.

  • 10

    d) O uso adequado do pargrafo assegura a compreenso do texto, ajudando

    na organizao do texto, ou seja, cada idia poder ser expressa e desenvolvida em

    cada pargrafo.

    e) Pargrafo no tem tamanho. Sua extenso depende de como ser feita a

    abordagem (Othon M. Garcia). Entretanto, se o autor do texto no organizar

    adequadamente as suas idias, isso resultar numa paragrafao incorreta, como se

    observa no seguinte exemplo:

    Estvamos em plena seca.

    Amanhecia. Um crepsculo fulvo alumiava a terra com a claridade

    de um incndio ao longe.

    A pretido da noite esmaecia. J comeava a se individualizar o

    contorno da floresta, a silhueta das montanhas ao longe.

    A luz foi pouco a pouco tornando-se mais viva.

    No oriente assomou o Sol, sem nuvens que lhe velassem o disco.

    Parecia uma brasa, uma esfera candente, suspensa no horizonte,

    vista atravs da ramaria seca das rvores.

    A floresta completamente despida, nua, somente esqueletos

    negros, tendo na fmbria aceso o facho que a incendiou, era de uma

    eloqncia trgica!

    Amanhecia, e no se ouvia o trinado de uma ave, o zumbir de um

    inseto!

    Reinava o silncio das coisas mortas.

    Como manifestao da vida percebiam-se os gemidos do gado, na

    agonia da fome, o crocitar dos urubus nas carnias.

    Observaes:

    Este um texto descritivo.

    As nove primeiras linhas (6 pargrafos) podem ser reorganizadas em um nico pargrafo.

    A idia a ser desenvolvida nesse texto descritivo um quadro, ou seja, o fragmento da paisagem ou do ambiente, num determinado instante. D-se nfase s

    impresses visuais.

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    A idia das nove linhas iniciais centra-se no amanhecer, portanto, ser montado um quadro sobre o amanhecer.

    Fragmentando as 9 linhas iniciais, o autor fragmenta o quadro, separando o tpico frasal (idia principal) de seu desenvolvimento, ou seja, das idias

    secundrias.

    As linhas 10, 11 e 12 compem um pargrafo, pois a idia no est mais relacionada ao amanhecer, mas floresta despida.

    As linhas 13 a 17 formariam um novo pargrafo, pois o autor, embora ainda trate do amanhecer, d nfase s impresses auditivas.

    VAMOS EXERCITAR

    1. Leia atentamente os pargrafos abaixo e tente extrair a idia principal que o

    autor deseja expressar. Depois, justifique como ele desenvolveu seu pargrafo,

    relacionando as idias secundrias que compem o desenvolvimento da idia

    principal.

    a) H uma tendncia dos sistemas educacionais de priorizar o atendimento da

    populao escolar e o ensino formal. O atendimento populao fora da escola tem

    sido postergado e vem acontecendo com a promoo de programas de educao de

    adultos e cursos de educao no formal que, na maioria dos casos, no facilita a

    insero desses alunos no mercado de trabalho, no melhoram as condies

    requeridas para permanncia no emprego e no complementam os programas de

    capacitao tcnica com contedos de educao bsica requeridos pelo processo

    educacional.

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    b) H no pas uma indstria do auxlio-doena que provoca bilhes de reais em

    prejuzo ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). So mdicos peritos,

    advogados, funcionrios pblicos e at polticos envolvidos em esquemas de

    corrupo. De 2001 a 2004, os gastos com auxlio-doena subiram 260%, de R$ 2,5

    bilhes para R$ 9 bilhes anuais.

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    2.1 A ESTRUTURA DE UM PARGRAFO-PADRO

    Segundo Othon M. Garcia, o pargrafo-padro a unidade significativa do

    texto. Ele composto de trs partes distintas: tpico frasal, desenvolvimento e

    concluso. Vamos classific-las e apontar suas caractersticas.

    1. Tpico frasal: a) Constitui um meio eficaz de expor ou explanar idias.

    b) O tpico frasal tambm a IDIA-NCLEO ou a IDIA CENTRAL. Garante

    a objetividade, a eficincia e a integridade do pargrafo.

    c) A idia central ou tpico frasal geralmente, porm no regra, vem no comeo do pargrafo, seguida de outros perodos que explicam ou detalham a idia

    central.

    2. Desenvolvimento: a) a explanao do tpico frasal, construda com idias secundrias.

    b) O desenvolvimento deve ser claro e convincente.

    3. Concluso: a) No obrigatrio, num pargrafo, a concluso.

    b) um resumo do que foi expresso no tpico frasal e no desenvolvimento.

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    Vamos analisar os pargrafos a seguir:

    PARGRAFO 1:

    [A ida praa foi maravilhosa.] [Samos cedo, enquanto toda a cidade dormia,

    e quando chegamos no havia ningum, os brinquedos estavam desocupados e os

    vendedores ainda no haviam chegado.] [Nossos filhos adoraram.]

    Comentrio:

    No primeiro perodo est contida a idia-ncleo: um maravilhoso passeio no parque. O detalhamento da informao dado no segundo perodo: a cidade dormia, o parque estava vazio, os brinquedos estavam desocupados, vendedores no haviam chegado. No terceiro perodo (a concluso), refora-se a idia central.

    PARGRAFO 2:

    [O Brasil um pas em desenvolvimento]. [Percebe-se um grande o aumento

    do nmero de ataques das galeras em Manaus, que vem aterrorizando os bairros

    mais distantes do centro da cidade. A Polcia Federal informou que tomar as

    medidas necessrias para proteger a populao.]

    Comentrio:

    Este um pargrafo mal estruturado. O primeiro perodo o tpico frasal. Note

    que, no segundo perodo, o desenvolvimento no mantm nenhuma relao com a

    idia contida no perodo anterior.

    VAMOS EXERCITAR

    1. Identifique a idia principal, o desenvolvimento (idias secundrias) e

    concluso, se houver, nos pargrafos abaixo:

    a) A pele negra bastante especial e tem algumas particularidades. Sua

    pigmentao composta por uma alta concentrao de melanina, que define a cor

    da pele. Alm disso, mais resistente aos agentes externos. Por isso, uma pele

    muito sensvel que no tolera tratamentos agressivos. (Em famlia, 2005, p. 17.

    Adaptado.)

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    b) A gua ainda continua sendo nossa principal fonte de hidratao. Essencial

    para as funes orgnicas, a gua estimula o trnsito intestinal, o aumento do fluxo

    renal e regulagem da temperatura corprea, evitando o acmulo de impurezas no

    organismo, muitas vezes refletindo na pele. Isso sem contar na absoro dos

    nutrientes necessrios para um equilbrio saudvel. A gua deve ser ingerida sem

    economia. (Vida saudvel, So Paulo, 2005, p. 15. Adaptado).

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    2.1.1 Produzindo um pargrafo-padro

    2.1.1.1 Tpico frasal: como iniciar um pargrafo

    Othon M. Garcia apresenta algumas formas de iniciar um pargrafo.

    1. Declarao inicial: a feio mais comum. O autor afirma ou nega alguma coisa para, depois, justific-la ou fundament-la.

    O Brasil um pas promissor.

    O sofrimento de me o maior do mundo.

    2. Definio: o mtodo didtico. Usado geralmente em textos cientficos.

    Estilo a expresso literria de seus sentimentos.

  • 15

    3. Diviso: o tpico frasal apresenta uma diviso ou discriminao de idias.

    A Histria pode se dividir em Histria Social e Histria Antropolgica.

    4. Interrogao: O tpico frasal uma frase interrogativa. (O desenvolvimento ser seu esclarecimento).

    Voc sabe o que significa o amor?

    2.1.1.2 Como desenvolver um pargrafo

    1. Por descrio de detalhes: o processo tpico do desenvolvimento de um pargrafo descritivo:

    Era o casaro clssico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento de pedra at meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado.(Monteiro Lobato)

    2. Por confronto: oposio de idias. Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenas,

    seja do paralelo das semelhanas. Veja o exemplo:

    Poltica e politicalha no se confundem, no se parecem, no se relacionam

    uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A poltica

    a arte de gerir o Estado, segundo princpios definidos, regras morais, leis escritas,

    ou tradies respeitveis. A politicalha a indstria de o explorar a benefcio de

    interesses pessoais. Constitui a poltica uma funo, ou conjunto das funes do

    organismo nacional: o exerccio normal das foras de uma nao consciente e

    senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrrio, o envenenamento crnico dos

    povos negligentes e viciosos pela contaminao de parasitas inexorveis. A poltica

    a higiene dos pases moralmente sadios. A politicalha, a malria dos povos de

    moralidade estragada. (Exemplo extrado de Othon M. Garcia)

    3. Por enumerao

  • 16

    A televiso, apesar das crticas que recebe, tem trazido muitos benefcios s

    pessoas, tais como: informao, por meio de noticirios que mostram o que

    acontece de importante em qualquer parte do mundo; diverso, atravs de

    programas de entretenimento (shows, competies esportivas); cultura, por meio de

    filmes, debates, cursos.

    4. Pela exemplificao: consiste em esclarecer o que foi afirmado no tpico frasal por meio de exemplos. Veja o pargrafo a seguir:

    A imaginao utpica e inerente ao homem, sempre existiu e continuar

    existindo. Sua presena uma constante em diferentes momentos histricos: nas

    sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenas que apontam para um lugar

    melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraso a alcanar;

    nas teorias de filsofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida

    mais justa, pedem-nos que sejamos realistas, exijamos o impossvel. (Teixeira

    Coelho, adaptado).

    2.1.1.3 Como concluir um pargrafo (facultativo)

    Othon M. Garcia no faz nenhuma referncia especfica construo de uma

    concluso. Para o autor:

    a concluso, mais rara, mormente nos pargrafos pouco extensos ou naqueles

    em que a idia central no apresenta maior complexidade.

    Agora, daremos umas dicas:

    1. Evite transcrever literalmente a introduo, acrescentando expresses como:

    , realmente, Por tudo que foi exposto, Essas nossas idias etc.

    2. Evite as concluses genricas. Algumas so verdadeiros clichs:

    Realmente o Brasil precisa melhorar a educao. Medidas nesse sentido so

    necessrias etc.

    3. Evite concluir idia diferente da idia-ncleo ou tpico frasal.

    2.1.2 Os tipos de pargrafo

  • 17

    2.1.2.1 O pargrafo argumentativo

    Estruturado em torno de uma idia normalmente apresentada como introduo.

    A idia desenvolvida por meio de idias complementares. O autor desenvolve essa idia exemplificando, descrevendo detalhes etc.

    Os seres humanos vivem juntos, vivem em sociedade, no apenas porque

    escolhem esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade uma necessidade

    da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria

    possvel uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado

    grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo,

    sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solido, precisando de algum

    com quem falar e trocar idias, necessidade de dar e receber afeto. E muito

    provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. (DALLARI,

    Dalmo de Abreu. Viver em sociedade).

    VAMOS EXERCITAR

    1. Leia os trechos abaixo e desenvolva a partir deles um pargrafo-padro

    (com tpico frasal, desenvolvimento e concluso). (Observao: no plagie)

    a) O fato de nosso pas no ter passado por guerras e grandes catstrofes fez

    com que a doao sangnea no fosse incorporada aos hbitos e cultura com o

    passar do tempo. Resultado: alguns mitos antigos ainda impedem que um indivduo

    saudvel oferea apenas 450 ml de sangue (a cada dois ou trs meses) para salvar

    a vida de algum. Por desconhecer o processo, a maioria tem medo de sentir

    alguma dor e principalmente de ser contaminada durante a doao, explica Afonso

    Jos Pereira Cortez. Esse receio, porm, garantem especialistas, s seria justificado

    se estivssemos no sculo 17, quando a primeira tcnica de coleta e transfuso de

    sangue foi descrita. (TALAMONI, Danieli. Sangue: a seiva da vida. Mais Sade, So

    Paulo, p. 16)

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  • 18

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    b) Os avanos nas pesquisas sobre o corao reafirmam que os viles do

    corao continuam os mesmos de tempos atrs. Da a importncia de se manter

    longe deles. Veja por qu:

    Fumo: a nicotina tem ao vasoconstritora, ou seja, estreita o vaso e dificulta a

    passagem do sangue.

    Obesidade: o aumento exagerado do peso um dos maiores inimigos do

    corao.

    Diabetes: a doena crnica paulatinamente deteriora os vasos de todo o

    organismo, facilitando a instalao das temveis placas de gordura.

    (MERCATELLI, Rose. O que muda na cartilha do corao. Mais Sade, So

    Paulo, 2005, p. 14. Adaptado)

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    2. Leia o trecho abaixo:

    Quando os jornais anunciaram a morte da japonesa Kamoto Hongo, que at os

    116 anos mantinha-se lcida e saudvel, uma dvida antiga da humanidade veio

    tona: qual o segredo para uma vida longa e com qualidade? Os filhos e netos da

    vov centenria tentaram explicar: a mulher mais velha do mundo no fumava,

    mantinha uma alimentao base de peixes, era bem-humorada e adorava dormir.

    A receita simples desapontou quem esperava a revelao de um grande segredo

  • 19

    oriental que garantisse a juventude eterna. Por outro lado, serviu como mais uma

    prova de que o jeito de ser das pessoas e a maneira como vivem podem interferir

    em seu estado de sade.

    A lio vale especialmente para os dias de hoje. A correria, os compromissos,

    as preocupaes e as cobranas tomam conta do cotidiano e fazem com que os

    velhos conselhos faa exerccios, coma direito, d um tempo no trabalho e seja

    otimista no sejam levados to a srio. Resultado: muita gente s deixa de fumar

    quando descobre um cncer no pulmo ou resolve tirar frias depois de sucumbir a

    uma crise nervosa.

    [...]

    (TALAMONI, Danieli. 10 hbitos que mudam sua vida para

    melhor. Mais Sade, So Paulo, 2005, p. 53)

    Abaixo sero listados 3 dos 10 hbitos que mudariam sua vida para melhor.

    Leia-os e, para cada um deles, escreva um pargrafo-padro (com tpico frasal,

    desenvolvimento e concluso).

    1. Escolher bem os alimentos.

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    2. Manter o bom humor.

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    3. Pr o crebro para funcionar.

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    4. Desenvolva os tpicos frasais dissertativos abaixo:

    A propaganda de cigarros e de bebidas deve ser proibida.

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    A prtica de esportes deve ser incentivada e amparada pelos rgos pblicos.

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    2.1.2.2 O pargrafo narrativo

    um relato de um fato: a idia central do pargrafo um incidente, isto , um episdio curto.

    Predominncia de verbos da ao, que se referem a personagens. Indicam quem conta o fato (narrador), onde o fato ocorreu (espao) e quando ocorreu

    (tempo).

    VAMOS EXERCITAR

    1. Escreva um pargrafo narrativo, obedecendo s seguintes instrues.

    Protagonista: um aluno estudioso. Antagonista: um professor de matemtica. Fato: a desconfiana do professor de que o aluno colou em sua prova. Cenrio: CETAM. Tempo: semana passada.

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    2.1.2.3 O pargrafo descritivo

    A idia central do pargrafo descritivo um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que est sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente etc.).

  • 22

    Predomnio de verbos de ligao, emprego de adjetivos, ocorrncia de oraes justapostas ou coordenadas.

    VAMOS EXERCITAR

    1. Descreva o ambiente de sua Escola, a partir das percepes visual, auditiva

    e olfativa.

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    2.1.3 Qualidades do pargrafo-padro 2.1.3.1 Unidade

    Para se ter uma boa unidade do pargrafo:

    a) inicie com um tpico frasal;

    b) expresse uma nica idia por pargrafo;

    c) no perca de vista a idia proposta;

    d) evite perodos muito extensos.

    Exemplo:

    At fins da dcada passada, possuir um tapete oriental no Brasil era privilgio

    de alguns poucos colecionadores particulares. Com a abertura das importaes e

    conseqente diminuio de taxas, a oferta dessas peas aumentou

    significativamente nos anos 90, provocando uma crescente curiosidade sobre o

    assunto. Por isso, e tambm pelo quase total desconhecimento dos consumidores

    brasileiros sobre a matria, sentimo-nos compelidos a elaborar este trabalho.

  • 23

    2.1.3.2 Coerncia

    A coerncia o encadeamento de idias no texto. Se houver quebras ou

    contradies nesse encadeamento de idias, dizemos que o texto perdeu sua

    coerncia.

    A coerncia pode ser argumentativa, narrativa ou descritiva.

    COERNCIA ARGUMENTATIVA: a concatenao da idia a ser defendida, dos argumentos que sustentam essa idia e do remate dado pela concluso.

    COERNCIA NARRATIVA: deve haver uma seqncia de aes lgica, relao entre ao e personagem. Os acontecimentos devem ser verossmeis.

    COERNCIA DESCRITIVA: o quadro deve ser coerente. Ex.: se um dia de sol forte, as pessoas provavelmente no estaro usando roupas de frio, o clima no

    estar ameno, as folhas das rvores no estaro molhadas.

    2.1.3.3 nfase Para se ter uma boa nfase:

    a) escolha uma ordem de colocao que deixe em evidncia idias principais;

    b) evite a ordem inversa de termos que prejudiquem a compreenso do

    pargrafo.

    VAMOS EXERCITAR

    1. O que h de incoerente nos enunciados abaixo?

    a) O vero chegou, e com ele, o frio.

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    b) Aquela mulher de jeito ingnuo namorou o Paulo e o Carlos ao mesmo

    tempo.

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    c) Elias tem um belo carro. Quando ele vai passear, costuma pedalar muito

    rpido.

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    d) Os sete msicos que compem o trio tm grande fora de vontade.

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    e) Cego deseja encontrar novos amigos. Favor, mandar foto.

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    2.1.3.4 Coeso A coeso textual a conexo lingstica que permite a amarrao das idias.

    So elementos de coeso textual palavras ou expresses, cujas funes so

    estabelecer relaes lgicas entre partes do texto (o caso dos conectivos) ou a

    outros elementos referidos no texto (pronomes, advrbios etc.)

    Os mecanismos coesivos:

    Anfora: o termo pressuposto est verbalmente explicitado e aparece antes do item coesivo.

    - Berenice disse o que queria?

    - Ela disse sim.

    Catfora: o termo pressuposto aparece depois do elemento coesivo. S desejo isto: uma noite de sono!

    Substituio: coloca-se uma palavra no lugar de outra. Carlos trouxe roupas de Recife para vender. Perguntou-me se eu queria umas.

    Elipse: elemento do texto omitido. - Rosane vai viajar de novo?

  • 25

    - Vai.

    Conjuno ou conexo: estabelece relaes significativas entre elementos ou oraes do texto.

    O carro da Eduarda quebrou, mas j foi consertado.

    Eduarda ficou aborrecida, porque o preo do servio foi caro.

    Coeso lexical por reiterao: repetio do mesmo item, ou pelo uso de sinnimos, hipernimos, nomes genricos.

    A revisora parecia nervosa. A revisora acha que cometeu um erro.

    O menino entrou depressa na rua. O garoto corria rpido.

    Coeso por colocao ou contigidade: uso de termos pertencentes a um mesmo campo de significados.

    Houve um grande roubo no Bradesco. Vrias viaturas chegaram e capturaram

    os bandidos.

    VAMOS EXERCITAR

    1. Os textos abaixo apresentam problemas no que diz respeito coeso.

    Identifique os problemas e reescreva os trechos de modo que eles fiquem coesos.

    a) A televiso no perfeita, mas pode extrair muita coisa boa. o caso da TV

    Cultura, onde h vrios programas educativos, excelentes, onde a criana pode

    aprender muito. Sendo assim, a televiso no um estmulo ignorncia e sim um

    estmulo sabedoria, s se torna ignorante uma pessoa que teve uma m

    educao, onde aprendeu desde criana as coisas ruins da vida.

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    b) No Brasil, sempre que se descobre uma corrupo feito um

    sensacionalismo em cima e, de repente, surge outro escndalo para abafar o

    anterior, ou seja, no se tm leis severas onde as pessoas que esto envolvidas

    sejam punidas e exemplarmente para que os mesmos no continuem a comet-los.

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    3 REDAO

    3.1 REDAO COMERCIAL

    A Redao Comercial ocupa-se de assuntos comerciais ou industriais

    (transaes etc). Esse tipo de redao exige informao objetiva e rapidez. Esse

    efeito conseguido por meio da expressividade e do contedo significativo. Deve-

    se:

    transmitir informaes significativas; usar uma linguagem gramatical clara, precisa; dispor de forma agradvel as palavras na frase para que o leitor tenha o

    mximo de compreenso;

    ser coerente na informao. dar preferncia a: Anexamos, anexo.; Em face de, diante de...; Pedimos

    que...; solicitamos que...; Tenho algo para perguntar-lhe.; Sito na rua...; Em conversa

    em que propusemos...; Onde voc passou suas frias?; Haja vista...; Faz dez dias.;

    H duas semanas.; Havia 20 pessoas na reunio.; fez tudo para eu realizar o

    trabalho.

  • 27

    Evite:

    texto rebuscado (excesso de adjetivao; metforas inoportunas; perodos excessivamente longos);

    abreviaes; prolixidade ou uso de frases feitas; evitar expresses: Em anexo; Face ...; Pedimos para...; Solicitamos para...;

    Tenho para te perguntar a voc.; Sito rua..., Em nossa conversa, onde

    propusemos..., Aonde voc passou suas frias?; Haja visto...; Fazem dez dias; H

    duas semanas atrs; Haviam 20 pessoas na reunio.; Fez tudo para mim realizar o

    trabalho.

    pontuao inadequada. erros ortogrficos; verbos na 1.a pessoa gramatical (em se tratando de relatrio individual, usa-

    se a 1a pessoa).

    3.1.1 Relatrio comercial

    Conceito Quando usado

    Documento atravs do qual se expem os

    resultados variados.

    Quando se quer expor fatos, situaes

    ou problemas que devam ser

    examinados.

    Para elaborar um bom relatrio, necessrio:

    a) manter uma extenso adequada: economize o tempo da pessoa que ler

    seu relatrio, evitando o relatrio muito longo;

    b) usar um linguagem sem floreios, objetiva, despojada, precisa, clara e

    concisa, sem omitir qualquer dado importante;

    c) atentar para a pontuao e ortografia correta.

    d) elaborar um texto com informaes precisas;

    e) expor uma concluso objetiva para o problema apresentado;

    f) apresentar um Relatrio impecvel: evitando-se rasuras, emendas etc.

    Constam do relatrio:

    Ttulo: Relatrio; Invocao: frmula de tratamento, cargo ou funo da autoridade a que

    dirigido;

    Texto: exposio do assunto;

  • 28

    Fecho de cortesia (usa-se atenciosamente para cargos hierarquicamente iguais e respeitosamente quando o cargo da pessoa a que se dirige a

    correspondncia superior);

    Local e data; Assinatura: nome, cargo ou funo da autoridade ou servidor que apresenta

    o relatrio.

  • 29

    MODELO DE RELATRIO

    RELATRIO

    Senhora Diretora Acadmica do Centro de Tecnologia do Amazonas

    Em cumprimento solicitao feita por V.Sa., procedo ao

    relato da seleo para o Curso Tcnico em Informtica no municpio de

    Itacoatiara:

    A inscrio dos candidatos foi feita no prazo estabelecido no

    projeto: 15 de julho. Foram inscritos 1.237 candidatos, que receberam

    manual de inscrio mediante pagamento de taxa de inscrio no valor R$

    20,00 ( vinte reais).

    Iniciamos, posteriormente, processo de elaborao das

    provas e contratao de fiscais e coordenadores. Selecionamos 12

    professores para formar a equipe de elaborao das provas e 35 fiscais,

    alm de 7 coordenadores.

    As provas foram realizadas na data estabelecida no manual:

    5 de agosto. No houve questes anuladas.

    A lista de classificados foi publicada dia 10 de agosto.

    Respeitosamente,

    Manaus, 13 de agosto de 2006.

    -------------------------------------------------

    Slvia Maria da Silva Braga

    Coordenadora Pedaggica

  • 30

    Exerccio: Elaborar um relatrio sobre as condies fsico-funcionais da instituio onde voc estuda.

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    3.1.2 Memorando comercial

    Conceito Quando usado

    Carta ligeira enviada de um comerciante a

    outro.

    Utilizado para comunicar lanamento de um

    produto, para registrar fatos e lembretes entre

    setores e departamentos de uma mesma empresa.

    Do memorando devem constar:

    Timbre; Endereo (quando se trata de empresa privada); Cdigo (iniciais do departamento); Nmero de memorando; Localidade; Ementa (referncia) ou assunto; Receptor; Texto;

  • 31

    Assinatura; Anexos.

    MODELO DE MEMORANDO INTERNO

    MEMORANDO INTERNO N._________

    PARA: DEPARTAMENTO:

    Fulano de tal Marketing

    DE: DEPARTAMENTO:

    Beltrano Relaes Pblicas

    Data: 26-11-1998.

    Assunto: Estgio de fulano de tal.

    A partir de 2 de janeiro de 1999, o Sr. ..., novo assistente do Gerente de

    Relaes Publicas, far estgio no Departamento de Marketing, durante uma semana.

    Gostaramos de contar com sua assistncia pessoal, de modo que o Sr. .... possa ter

    o mximo de aproveitamento e conhecimento de nossos produtos e de nossos

    clientes.

    ..........................................

    Exerccio: Redigir um memorando com o seguinte teor: Direo de Instituto

    comunica Seo de Pagamentos da Universidade o no-comparecimento ao

    servio, por mais de 30 dias, da servidora X.

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    3.1.3 O Currculo

    O currculo deve ser organizado, objetivo e curto.

    Todo profissional deve manter seu currculo atualizado, revendo-o ao menos

    uma vez por ano. Em primeiro lugar porque ningum est completamente seguro em

    posio nenhuma no mercado de trabalho atual. Em segundo, porque refazer com

    regularidade o currculo sempre uma boa oportunidade de avaliar os prprios

    objetivos e realizaes. Mais do que nunca, atualmente, o currculo deixou de ser um

    mero documento formal e passou a preencher a funo de principal fonte de

    informaes que as empresas utilizam para julgar os candidatos a um cargo,

    chegando mesmo a substituir a necessidade de sua presena fsica na fase inicial

    do processo de seleo de candidatos.

    O currculo deve ser revelador de habilidades. O currculo , na verdade, a carta de apresentao que vai vender o profissional para algum que no o

    conhece. Sendo mal elaborado, vai acabar, com absoluta certeza, na lata de lixo

    mais prxima, por mais capacitada que seja a pessoa.

    Existem vrias maneiras de se fazer um currculo, embora no se possa fugir

    de alguns itens bsicos. O currculo, em primeiro lugar, deve ser claro: nada em seu

    texto pode ser difcil de entender, exigir uma segunda leitura ou deixar dvidas. Tem

    de ser organizado, ou seja, precisa obedecer a uma ordem lgica na exposio dos

    fatos. indispensvel que seja revelador de habilidades e revelaes concretas.

    Alm disso, o currculo tem que ser limpo, bem apresentado, de preferncia sem

    capa e indispensvel! sem nenhum erro gramatical.

  • 33

    Quanto ao contedo, baseado em competncias e em resultados

    conquistados a partir delas. exatamente este o ponto principal do currculo

    inteligente. O currculo tem que revelar a sua participao nos processos, o valor

    que voc agregou a eles, que competncias voc possui e a quais resultados elas o

    levaram. Se voc quiser saber quais so as suas competncias pegue lpis e papel,

    concentre-se e escreva todas as coisas nas quais voc bom hoje. Guarde bem

    essa lista, pois nela que as empresas esto interessadas.

    Ao sentar para fazer o seu currculo, inverta os papis e se coloque no lugar da

    pessoa que vai ler e analisar as informaes contidas ali. Um currculo bem feito tem

    que ser completo, mas no precisa obedecer a uma ordem rgida de informaes.

    Com exceo dos dados pessoais, que sempre devem estar no alto da primeira

    pgina, os itens referentes experincia profissional, formao acadmica e a

    adicionais devem ser distribudos de acordo com a importncia que tm em cada

    caso.

    Tomadas estas precaues de ordem geral, eis o que os profissionais da rea

    tm recomendado atualmente na hora de preencher os itens bsicos:

    DADOS PESSOAIS Resumem-se ao seu nome, endereo (com CEP atual) telefone e s. No h a menor necessidade de colocar no currculo o nmero do seu

    CIC, RG, carteira profissional e ttulo de eleitor. bom lembrar que, se a empresa se

    interessar por voc, provavelmente ter pressa em encontr-lo e vai ligar para o

    telefone que est no seu currculo. Dar s o nmero de casa, portanto, pouco.

    Junto aos dados pessoais devem constar todos os telefones dos lugares em que

    voc possa ser encontrado o da casa da sogra, da me, do celular, do bip e at o

    do vizinho, se for o caso.

    FORMAO Se voc est entrando agora, ou acabou de entrar, no mercado de trabalho, sua formao acadmica tem grande peso e merece lugar de destaque,

    logo abaixo dos dados pessoais. O nome da sua faculdade e a relao de seus

    ttulos, neste caso, vo contar pontos, contra ou favor. Cursos de ps-graduao,

    mestrados e doutorados sempre devem ser mencionados, na ordem do ltimo para o

    primeiro a ser concludo. Caso voc ainda no esteja cursando o nvel superior, ou

    seja, a sua formao Ensino Mdio completo e esteja fazendo um curso tcnico, a

    ordem dever ser atual para o anterior. J se o profissional tem uma boa bagagem,

    principalmente em empresas conhecidas, o nome da instituio de ensino deixa de

    ter importncia e toda a parte da formao acadmica pode ser deixada para a

    segunda pgina.

  • 34

    Deve-se entender por formao escolar apenas o que for, de fato, relevante.

    No preciso ir buscar o colgio onde se fez os ensinos mdio e fundamental se a

    pessoa tem curso superior. Se o candidato estiver cursando a graduao, esta deve

    ser mencionada. O Ensino Mdio ser mencionado somente se for tcnico e tiver

    renome, como por exemplo: as Escolas Tcnicas Federais, A Fundao Nokia.

    Frise-se que o Ensino Mdio Acadmico dever ser mencionado somente nas

    seguintes situaes: caso o candidato no tenha nem graduao, nem curso ps-

    mdio, nem ensino mdio tcnico. Em hiptese nenhuma dever-se- mencionar o

    Fundamental (5. a 8. srie). Afinal, no se chega ao Ensino Mdio sem ter passado

    pelo Ensino Fundamental. Da mesma forma, desista de tentar impressionar o leitor

    de seu currculo amontoando cursinhos relmpago (do gnero "relaes humanas

    no ambiente de trabalho") dos quais participou. Voc deve a eles alguma de suas

    realizaes?

    EXPERINCIA PROFISSIONAL Para os profissionais que esto no mercado de trabalho h alguns anos, esta a parte que vai diferenciar seus currculos dos

    outros. Coloque o nome das empresas por onde passou, na ordem da ltima para a

    primeira, e o perodo que permaneceu em cada uma. Sempre que se tratar de uma

    empresa desconhecida, fundamental que voc faa uma rpida e eficaz

    apresentao sobre ela: exponha seu ramo de atuao, linha de produtos e posio

    no mercado, seu tamanho (faturamento e nmero de funcionrios) e sua filiao (a

    que grupo ou famlia pertence).

    Em seguida fale do seu departamento e explique qual sua importncia para a

    empresa. E discorra sobre seu cargo (ou cargos), situando sua posio no

    organograma daquela empresa: a quem se reportava, quantas pessoas dirigia,

    quem eram seus pares, quais eram as suas responsabilidades. Relate, ento, sua

    principais realizaes: projetos dos quais esteve frente ou participou, metas

    atingidas, como, por exemplo, reduo de acidentes de trabalhos, economia gerada,

    lucros obtidos, enfim, fale de onde e como agregou valor.

    DISFARAR LACUNAS Alm dos pontos bsicos, o currculo pode ser complementado por um item que rena dados referentes a idiomas, hobby ou

    atividade que traduzam parte de sua personalidade e do seu modo de ser, idade,

    estado civil, vivncia no exterior e qualquer coisa que d idia do seu nvel de

    cultura. Normalmente coisas desse tipo so agrupadas com o nome de informaes

    adicionais. No faa referncia, em lugar nenhum, sobre sua faixa salarial. "Falar de

  • 35

    salrio no currculo ou na primeira entrevista pessoal uma pssima poltica", diz

    Silvia Santoliquido, gerente de RH da Roland Berger.

    (BERNARDI, Maria Amlia. Organizado, objetivo e curto.

    Adaptado. Exame: So Paulo, 30 maio. 1996. Adaptado).

    Exerccio: Agora, vamos iniciar a elaborao do seu currculo. Relacione as suas habilidades profissionais: o que voc faz, enfatizando o que voc no seu

    trabalho faz e faz bem.

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    3.1.3.1 Dicas para a esttica do seu currculo

    Tipos de letra: times new roman ou arial; Fonte usada para os dados pessoais: 14; Fonte para o corpo do currculo: 12; Cores para as tarjas: preta ou cinza, letra em preto ou vazada.

    A ordem do currculo, via de regra, : DADOS PESSOAIS, FORMAO,

    EXPERINCIA PROFISSIONAL, INFORMAES ADICIONAIS. Caso a instituio

  • 36

    em que voc estudou ou estuda no tenha credibilidade, voc poder dar destaque

    para a experincia profissional, que dever constar logo aps os dados pessoais.

    DADOS PESSOAIS: nome completo; endereo (CEP correto); telefones para contato; e-mails; cidade e Estado. Caso queira, voc poder tambm citar o estado

    civil ou a idade. Do contrrio, poder cit-los no item informaes adicionais.

    Observao: no preciso colocar o ttulo CURRCULO. Ora, a prpria estrutura j o identifica como tal. Portanto, o seu currculo inicia com o item acima:

    dados pessoais, que devero estar centralizados.

    FORMAO: se voc est estudando, convm identificar essa condio da seguinte forma: ano de ingresso, ano de concluso. O uso dos parnteses e

    reticncias indica que voc no concluiu o curso. Esse recurso poder tambm ser

    usado no item experincia profissional. Observe o exemplo abaixo:

    2002 2005 UNIVERSIDADE DO AMAZONAS UFAM

    Instituto de Cincias Humanas e Letras ICHL

    Siga rigorosamente o modelo. Perceba as informaes que esto em caixa alta

    e as que no esto. O nome do instituto com inicial maiscula e o resto em

    minscula. Atente para a letra: tamanho, fonte. Sugere-se que no corpo do currculo

    voc use a fonte 12, times new roman ou arial.

    EXPERINCIA PROFISSIONAL: inicie pelo emprego atual ou, caso esteja desempregado, pelo seu ltimo emprego. A ordem sempre do ltimo para o

    anterior. A seguir discorra sobre a sua experincia profissional. No use a primeira

    pessoa e nem se promova com elogios. As pessoas que devem perceber as suas

    qualidades. Exemplo: Ao invs de ...implantao eficiente de projeto...; use ...

    implantao de projeto...

    INFORMAES ADICIONAIS: relacione os cursos (lngua inglesa, destacando o seu tipo de domnio: bsico, mdio, avanado ou fluente). No preciso

    mencionar o lugar onde voc estudou ingls. Se voc declara que fluente, tenha

    certeza de que ser testado em uma entrevista em ingls. A seguir, relacione os

    cursos de aperfeioamento. Faa uma triagem e selecione os mais importantes.

    Voc poder tambm dar indcios do seu perfil cultural: leitura, msica, teatro,

    esportes. Por exemplo, se voc pratica esportes, significa que menos propenso a

    ficar estressado... Procure tomar cuidado com gosto cultural duvidoso...

  • 37

    Os cursos de aperfeioamento so mencionados na seqncia. A idade e o

    estado civil so mencionados por ltimo, com a possibilidade de virem j expressos

    no primeiro item. Voc decide a ordem.

    Apresente o seu currculo empresa dentro de um envelope com a sua

    identificao. A assinatura totalmente dispensvel. Subentende-se que tudo o que

    voc declarou verdadeiro e tenha certeza de que ser checado.

    Se no anncio for pedido foto, voc poder escanear no lado superior, direito

    da folha. Ateno, s envie a foto se for uma exigncia.

    Observe o modelo a seguir:

  • 38

    Vernica Gomes da Silva Rua das Palmeiras, 25 Cj. Solar de Deus- Laranjeiras

    CEP: 78904-354 Tel.: (92) 763-5492 213-4576

    e-mail:[email protected]; [email protected] Manaus - Am

    FORMAO

    2006 (...) CENTRO DE TECNOLOGIA DA AMAZNIA CETAM

    Candidato a Tcnico em Informtica Industrial.

    1994 1997 ESCOLA ESTADUAL

    Ensino Mdio Profissionalizante em Processamento de Dados.

    EXPERINCIA PROFISSIONAL

    2005 (...) LABORATRIO SO CRISTVO Laboratorista Anlise dos procedimentos de rotina. Coleta de amostras de sangue.

    Centrifugao do sangue. Separao das amostras de sangue.

    1998 - 2002 HOSPITAL MANAUS Estagiria Estagiou na rea administrativa: preenchimento de formulrios de atendimento

    ao cliente.

    INFORMAES ADICIONAIS

    9 Informtica Bsica: Windows; World; Excell 9 Cursos: Anlise laboratorial Escola de Enfermagem Francisca

    Mendes.

    Coleta de Amostra de Sangue Hemoam.

    9 24 anos, casada.

  • 39

    Exerccio: Voc, agora, ir redigir o seu currculo. Se voc no tem experincia profissional e j cumpriu estgio, mencione-o. Caso voc no tenha nem trabalhado

    ainda e nem estagiado, inclua em seu currculo o item objetivo. Neste item, voc

    dever explanar sobre o porqu de voc estar se candidatando vaga.

    FORMAO

    EXPERINCIA PROFISSIONAL

    INFORMAES ADICIONAIS

  • 40

    3.2 REDAO OFICIAL

    A Redao Oficial um meio de comunicao escrita que se ocupa de

    assuntos do servio pblico, civil ou militar.

    3.2.1 Memorando oficial

    Conceito Quando usado

    Forma de correspondncia entre autoridades de um

    mesmo rgo ou entre diretores e chefes ou vice-

    versa.

    Quando se quer comunicar assuntos

    rotineiros.

    Do memorando devem constar:

    Nmero de documento e sigla de identificao de sua origem; Data; Destinatrio do memorando; Assunto; Texto; Fecho; Nome e cargo do signatrio da comunicao;

  • 41

    MODELO DE MEMORANDO OFICIAL

    Memorando n 19/DJ Em 12 de abril de 2006.

    Ao Sr. Chefe do Departamento de Administrao

    Assunto: Administrao, Instalao de microcomputadores

    Nos termos do Plano Geral de Informatizao, solicitamos a V. Sa. verificar a

    possibilidade de que sejam instalados trs microcomputadores neste Departamento.

    2. Sem descer a maiores detalhes tcnicos, acrescentamos, apenas, que o ideal

    seria que o equipamento fosse dotado de disco rgido e de monitor padro EGA.

    Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de texto, e

    outro gerenciador de banco de dados.

    3. Devemos mencionar, por fim, que a informatizao dos trabalhos deste

    Departamento ensejar uma mais racional distribuio de tarefas entre os servidores e,

    sobretudo, na qualidade dos servios prestados.

    Atenciosamente,

    (nome e cargo)

    Exerccio: Redigir um memorando com o seguinte teor: Direo de Instituto comunica Seo de Pagamentos da Universidade o no-comparecimento ao

    servio, por mais de 30 dias, da servidora Luna Lopes.

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    3.2.2 Ofcio

    Conceito Quando usado

    Texto proveniente de uma autoridade,

    distinguindo-se da carta por apresentar carter

    pblico e s poder ser expedido por rgo da

    administrao pblica.

    Para comunicar qualquer assunto de

    ordem administrativa.

    So partes do Ofcio:

    Timbre; ndice e nmero: iniciais do rgo que expede o ofcio, seguidas do nmero

    de ordem do documento;

    Local e data; Assunto ou ementa (usado somente quando o documento extenso); Vocativo ou vocao; Numerao de pargrafos; Fecho ou cumprimento final (atentar para a hierarquia: se o cargo da pessoa

    a quem se dirige o documento for superior, use respeitosamente; se for igual ou

    inferior, use atenciosamente).

    Assinatura; Anexos; Endereo; Iniciais: primeira letra dos nomes e sobrenomes do redator e digitador.

    3.2.2.1 Introdues

  • 43

    INTRODUES SUPERADAS, DESGASTADAS: Vimos, por intermdio do presente, levar ao conhecimento de V. Sa.. que... / Este tem por finalidade levar

    ao conhecimento de V. Sa. que ...

    INTRODUES ATUAIS: Comunicamos a V. Sa.. que... / Informamos a V. Exa. que...

    3.2.2.2 Fechos

    FECHOS ANTIGOS: Com os protestos de estima e apreo.... / Com os protestos de elevada estima e distinta considerao. / Aproveitamos o ensejo

    para reafirmar a V. Sa. nossos protestos de estima e apreo. / Aproveitamos o

    ensejo para apresentar a V. Sa. votos de estima e apreo.

    FECHOS ATUAIS: Atenciosas saudaes. / Respeitosas saudaes. / Atenciosamente (para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior).

    / Respeitosamente (para autoridades superiores, inclusive o Presidente da

    Repblica).

    A Instruo Normativa n. 4, (2) de 6- 3-1992, estabelece:

    H trs tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que

    pela forma: a exposio de motivos, o aviso e o ofcio. Com o fito de uniformiz-los,

    pode-se adotar uma diagramao nica, que siga o que chamamos de padro-

    ofcio.

    Todos os trs devem conter as seguintes partes:

    a) tipo e nmero do expediente, seguido da sigla de rgo que o expede:

    EM n 123/MEFP

    Aviso n 123/ SG

    Ofcio n 123/DP

    b) local e data em que foi assinado, datilografado por extenso, com

    alinhamento:

    Manaus, 15 de maro de 1991 ou Manaus, em 15 de maro de 1991.

    c) vocativo, que invoca o destinatrio, seguido de vrgula:

    Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica,

  • 44

    Senhora Ministra,

    Senhor Chefe de Gabinete,

    d) texto. Nos casos em que no for de mero encaminhamento de documentos,

    o expediente deve apresentar em sua estrutura:

    introduo, que se c