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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE TOLEDO

ADRIANE M. EEDE

Professora PDE – 2013

MÚSICA E HISTÓRIA: As representações das mulheres

nas músicas do Sertanejo Universitário

MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ

2013

1

Título: Música e História: As representações das mulheres nas

músicas do Sertanejo Universitário

AUTOR: Adriane Mallmann Eede

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Novo Sarandi Rua São Luiz, 1461 – Novo Sarandi – Toledo – PR CEP: 85927-000

Município da escola:

Toledo

Núcleo Regional de Educação:

Toledo

Instituição de Ensino Superior:

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Professora Orientadora:

Drª. Ivonete Pereira

Relação Interdisciplinar

Sociologia

Resumo:

Esta atividade se propõe fazer uma investigação histórica por meio de fontes musicais (também entendidas como produto da Indústria Cultural), sendo utilizada nesta pesquisa a música popular brasileira, do estilo Sertanejo Universitário, no tempo presente, para problematizar seus discursos e representações sobre as mulheres. A escolha desta atividade se deu pelo fato de os alunos ouvirem este tipo de música constantemente, reproduzindo-as, vindo a naturalizar suas representações, como das mulheres, por exemplo, atribuindo-lhes um significado e tornando-os prática cotidiana. Assim, esta atividade possibilitará maior compreensão acerca das representações destas músicas, percebendo suas construções sociais e ideológicas, desenvolvendo o pensamento crítico, numa perspectiva de formação da consciência histórica. Para tanto, a atividade será realizada conforme a proposta metodológica contida nas DCEs de História, onde os alunos farão uma investigação histórica com o uso de fontes musicais, sendo estas analisadas com auxílio da fundamentação teórica, com ênfase na Nova História Cultural, e, tendo como atividade final e/ou de conclusão a produção de narrativas históricas.

Palavras-chave História - Música – Sertanejo Universitário – Representações - Mulheres

Formato do Material Didático:

Unidade Didática

Público Alvo: Alunos da 3ª série – Ensino Médio

1 – FICHA DE IDENTIFICAÇÃO – Ficha de

Identificaçãodentificação

2

Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 3

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO: ........................................................................................ 6

UNIDADE DIDÁTICA .................................................................................................................. 6

ATIVIDADE 01 - O conhecimento histórico no presente ............................................ 7

ATIVIDADE 02 – Música como fonte histórica .......................................................... 10

2.1 - Proposta Metodológica de Análise da música: ......................................................... 14

ATIVIDADE 03 – A música popular do Brasil , o Sertanejo Universitário e a Indústria

Cultural ................................................................................................................... 17

3.1 - SERTANEJO UNIVERSITÁRIO – Breve histórico de sua origem: ............................. 19

3.1.1 - Música Caipira - ................................................................................................... 20

3.1.2 - Música Sertaneja .................................................................................................. 21

3.1.3 - Música Sertaneja Moderna .................................................................................. 21

3.2 - Sertanejo Universitário – Histórico .......................................................................... 22

3.3 Contexto Histórico de cada fase musical ................................................................... 23

3.4 – Expansão do Sertanejo Universitário ....................................................................... 26

3.4.1- O papel da Indústria Fonográfica no Sertanejo Universitário:................................. 27

3.4.2 - Música e Indústria Cultural ................................................................................... 33

ATIVIDADE 04 - A representação das mulheres nos discursos das músicas do

sertanejo universitário ............................................................................................ 37

4.1 – Relações de Gênero – as mulheres em perspectiva ................................................. 39

4.2 - Analisando fontes históricas: Músicas sobre as Mulheres no Contexto Histórico Atual

....................................................................................................................................... 41

4.2.1 - Ficha técnica das fontes/músicas selecionadas: .................................................... 41

4.2.2 - Justificativa das músicas/artistas selecionados: .................................................... 42

4.2.3 - Atividades de pesquisa e análise das fontes: ......................................................... 45

ATIVIDADE 05 – Produzindo Narrativas históricas .................................................... 52

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ........................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................................. 59

3

Esta atividade é resultante do Programa de Desenvolvimento da

Educação (PDE), em História, da Secretaria de Educação do Estado do Paraná

(SEED) e está inserida da Linha de Estudos de Fundamentos teórico

metodológicos para o ensino de História, com ênfase na utilização de fontes

históricas no contexto escolar, para pensar em diferentes metodologias no

ensino de história. Ela é parte constitutiva do Plano Integrado de Formação

Continuada do PDE, que estabelece a construção de uma atividade de

intervenção pedagógica na escola, partindo de uma problemática observada

pela professora neste local, analisada a partir de reflexões teórico-

metodológicas sobre esse assunto, culminando com a elaboração de uma

Produção Didático-Pedagógica a ser aplicada na escola.

Assim, foi escolhido produzir uma Unidade Didática, elaborada com as

orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Estaduais, de História (DCE), e

direcionada aos alunos do 3ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual Novo

Sarandi. Como conteúdo estruturante serão analisadas as relações de Poder e

Cultura, numa perspectiva teórico-metodológica da Nova História Cultural,

tendo como conteúdo básico a temática da Cultura e Religiosidade e conteúdo

específico A História do Brasil Contemporâneo e as representações das

mulheres nas músicas.

Esta pesquisa tem como objeto a utilização da música como fonte

histórica, no contexto do Brasil contemporâneo, visando problematizar a

construção de representações e discursos nela contidos em torno das

mulheres e perceber as ressignificações dadas pelos alunos.

A ideia para esta atividade foi pensar numa Unidade Didática que fosse

mais investigativa, despertando o interesse dos alunos pela pesquisa do

conhecimento histórico, com uma fonte próxima a eles, como a música, por

exemplo, problematizando-a. Desta forma, a pesquisa por meio desta fonte,

possibilitará reflexões acerca da temática das mulheres nela contidas, para

perceber suas intencionalidades, seus discursos e representações,

materializadas por meio de símbolos, que são ressignificadas de forma

APRESENTAÇÃO

4

diferente pelos diferentes sujeitos, demonstrando relações conflitantes e

disputa de poder, refletindo os campos de força presentes.

A produção dessas músicas é carregada de intencionalidades, portanto,

não são neutras pois em sua grande maioria são produzidas pela indústria da

cultura, em especial as musicas do Sertanejo Universitário, que a tornam um

produto a ser consumido, tendo como aliada os meios de comunicação de

massa, tornando-a “útil”, “necessária” e atraente ao público consumidor.

Para Orlandi (2005, p. 26) o sentido dos discursos percebidos na

música, possibilitam saber como as interpretações funcionam, ou seja “[...]

como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de

significância para e por sujeitos.”

Nesta pesquisa será utilizada a música popular do estilo do Sertanejo

Universitário, uma espécie de subgênero da música popular do Sertanejo, no

contexto histórico atual, estilo este muito apreciado pelos alunos. A seleção

deste estilo musical se deu a partir de observações realizadas nos momentos

de interação com os alunos, sendo confirmadas numa pesquisa feita junto aos

alunos do Colégio Estadual Novo Sarandi. Nesta pesquisa, os resultados

demonstraram que o estilo musical mais ouvido pelos alunos do ensino médio

foi o Sertanejo Universitário seguido do Funk e do Pop Rock.

Desta forma, a Unidade Didática está organizada, metodologicamente1,

de forma que o aluno possa compreender como se dá a construção do

conhecimento histórico, com vistas a formar uma consciência histórica, por

meio do trabalho com fontes históricas, da fundamentação na historiografia, da

problematização do conteúdo e da produção de narrativas históricas

produzidas pelos sujeitos.

A organização desta Unidade Didática se dará em 05(cinco) atividades

visando à compreensão do conhecimento histórico, sendo:

Atividade 01 - faremos uma discussão acerca da importância do

conhecimento histórico no tempo presente e em como ele pode nos ajudar a

compreender as diferentes construções sociais, políticas, econômicas e

culturais da humanidade no tempo e espaço.

Atividade 02 - faremos uma discussão sobre a utilização da música

como fonte histórica, como a música popular, entendida como uma prática

1 O detalhamento da metodologia bem como de recursos que foram utilizados para a construção desta Unidade Didática estão explicitados no item Orientações Metodológicas.

5

social da cultura, produzida por um sujeito histórico que reproduz suas

interpretações sobre determinado contexto histórico. Para tanto, pensamos

num método de análise para a pesquisa com a música, que considera não

apenas a letra (documento escrito) mas seu conjunto, sendo a criação,

produção, circulação e recepção.

Atividade 03 – Inicialmente, conheceremos alguns elementos da musica

popular do Brasil, com ênfase no histórico do Sertanejo Universitário, buscando

conhecer seus antecedentes (Música Caipira e Música Sertaneja),

contextualizados historicamente, até sua expansão na atualidade, apontando

os diversos elementos que o tornaram popular, no sentido de popularidade.

Faremos uma discussão sobre a presença da Indústria Cultural na música,

compreendendo suas intencionalidades em determinada prática cultural, como

a música, por exemplo, que a transforma em produto comercializável,

(re)produtora de ideologias, construtora de representações e discursos.

Atividade 04 – Faremos a uma discussão das relações de gênero

(homem e mulher) historicamente construídas e na sequência analisaremos,

por meio de várias atividades com uso de videoclipes e letras de músicas, as

representações feitas sobre as mulheres nas músicas do sertanejo

universitário. Para tanto, foram selecionadas algumas músicas, de artistas

como Luan Santana, Michel Teló, Fernando e Sorocaba, Pedro Paulo e Alex e

Munhoz e Mariano, artistas estes citados pelos alunos e alguns dos cantores

mais populares na mídia local e nacional. Nesta atividade foram pensadas

diferentes atividades de análise para análise das músicas para perceber como

os alunos interpretam estas músicas e suas construções, discutindo alguns

conceitos como representação, identidade, relações de poder, consumismo.

Atividade 05 – Esta será a atividade de finalização da Unidade Didática,

que tem como proposta a produção de uma narrativa histórica, onde o aluno irá

demonstrar seu aprendizado com as reflexões efetuadas sobre a temática em

torno das mulheres e suas representações na música.

Portanto, esta Unidade Didática irá possibilitar aos alunos maior

compreensão acerca dos conteúdos explicitados nas músicas que ouvem,

presente em sua realidade cotidiana, percebendo suas intencionalidades nesta

sociedade marcadamente capitalista, globalizada, multicultural e tecnológica,

onde os jovens são cada vez mais seduzidos pelos fetiches culturais que lhes

são apresentados.

6

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO:

UNIDADE DIDÁTICA

Música e História: As representações das mulheres nas músicas do

Sertanejo Universitário

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – PDE

UNIVERSIDADE ESTUADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

Orientadora: Drª. Ivonete Pereira

Adriane Mallmann Eede

Professora de História

PDE 2013

7

A História, entendida como uma área do conhecimento científico, nos

possibilita conhecer as ações humanas no tempo, com suas transformações,

percebendo suas mudanças e permanências no presente. Interrogamos o

passado para compreender o presente. Segundo Hobsbawn:

Fonte 01 – “A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam

nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais

característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem

numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público

da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros

esquecem, tornam se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio.” (HOBSBAWN

apud SCHMIDT & CAINELLI,2006,p.18)

Uma das funções da História é estabelecer uma relação do presente

com o passado, dando sentido dos acontecimentos históricos aos sujeitos

sociais, buscando compreender as intencionalidades das ações humanas, nos

diferentes lugares e tempos. Entender a história é perceber que cada ação

humana no presente é fruto de uma construção e reconstrução do passado,

Ideias Prévias – Individual –

REGISTRO NO CADERNO/DEBATE:

A – Qual a sua concepção sobre o

conhecimento da História?

B – Que meios dispomos para conhecer os

acontecimentos históricos?

Aprofundando o assunto:

ATIVIDADE 01 - O conhecimento histórico no

presente

Fonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/

8

vivenciada de forma diferenciada em diferentes lugares e tempos. Tudo o que

fazemos, pensamos, sentimos, representamos e imaginamos tem uma

historicidade.

Nesse processo de investigação e compreensão da História, é

importante que tenhamos um olhar crítico, para que possamos perceber que

essas construções históricas não são inocentes, e sim carregadas de

intencionalidades individuais e coletivas, dos diversos segmentos sociais. Ou

seja, não há uma única verdade sobre determinado acontecimento e sim

verdades ou interpretações diferenciadas.

Mas esta concepção de uma História centrada na valorização das ações

humanas em suas diferentes abordagens, problemáticas e temáticas nem

sempre foi assim. As primeiras narrativas históricas baseavam-se numa história

mais factual, linear, centrada na figura dos grandes nomes ou heróis.

Atualmente, a história busca investigar os diversos sujeitos sociais e

suas ações, propondo diversas abordagens de investigação, usando diversos

tipos de fontes. Se anteriormente tínhamos pesquisas sobre a vida de reis ou

líderes políticos, atualmente, temos pesquisas sobre a história das mulheres,

das crianças, da vida privada, da culinária, da música, dentre outros, segundo

José Murilo de Carvalho.

Fonte 02 – “ Nada do que é humano será agora alheio ao historiador. Daí a multiplicação de

estudos sobre a cultura, os sentimentos, as ideias, as mentalidades, o imaginário, o cotidiano.

E também sobre instituições e fenômenos sociais antes considerados de pequena

importância, se não irrelevantes, como casamento, a família, organizações políticas e

profissionais, igrejas, etnias, a doença, a velhice, a infância, a educação, as festas e rituais, os

movimentos populares.(CARVALHO, José Murilo. Pontos e bordados – escritos de história e

política. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p.454 apud SCHMIDT & CAINELLI,2006,p.18)

A fala de José Murilo de Carvalho nos faz pensar na multiplicidade de

possibilidades temáticas que temos atualmente para investigarmos e

conhecermos a história.

Mas nesse processo, é importante que tenhamos domínio de alguns

elementos que são essenciais para compreendermos como as construções

históricas são feitas. Trata-se de estabelecermos um método de análise da

história, considerando: A escolha de um tema, num determinado tempo e

9

espaço, problematizando-o, em suas relações econômicas, políticas, sociais e

culturais, por meio de fontes.

Dimensões ou Relações necessárias

para compreensão

do conhecimento

Histórico:

RELAÇÕES ECONÔMICAS È compreender como os homens se organizam socialmente para sobreviver e trabalhar. Ou seja, que tipo de atividades o homem desenvolve para obter as condições materiais de existência. Elas podem ser por meio do trabalho, da propriedade, da agricultura, do comércio, das indústrias, dos bancos, da tecnologia. Coletivamente, formam a produção de um país, naquilo que chamamos de PIB – Produto Interno Bruto, constituindo nossas riquezas.

RELAÇÕES POLÍTICAS É compreender como as relações de poder existem e coexistem numa sociedade, percebendo o poder que alguns grupos sociais exercem sobre o restante da população e as diversas manifestações (micro poderes) deste nos diversos segmentos, que não apenas no controle da organização do Estado (ex: presidente, governador, prefeitos) como dos grupos e classes sociais, dos movimentos coletivos

RELAÇÕES SOCIAIS È compreender os diferentes comportamentos dos grupos sociais, quem são e suas ações em determinados tempos e lugares e que ideias influenciam toda essa sociedade ou grandes grupos, percebendo a forma como são construídas e normatizadas, por meio da filosofia, da ciência, da religião, da vida cultural.

RELAÇÕES CULTURAIS É compreender a sociedade por meio de suas ideias, crenças, costumes, códigos sociais e formas de expressão característicos de um povo. É perceber que todas as práticas exercidas pelos sujeitos são construídas historicamente, que elas não são naturais, e sim, são produtos coletivos da vida humana.

Essas relações nos auxiliam a compreender os acontecimentos

históricos, entendidas como parte constitutiva dos mesmos, nos auxiliando a

perceber as diferentes concepções de um mesmo fato histórico , partindo de

um trabalho de pesquisa com fontes na busca do conhecimento histórico.

I - ATIVIDADE EM GRUPO NA SALA DE AULA: Caderno de atividades

Análise das fontes escritas:

Fonte 01 – Que crítica o autor está fazendo aos jovens de hoje? Você concorda com essa

afirmação? Justifique:

Fonte 02 – Que tipo de temáticas o autor desta fonte propõe para conhecer a História?

ATIVIDADES:

1 – Que tipo de fonte ou documento você já utilizou para fazer uma pesquisa científica?

2 – Analise as relações políticas, econômicas, sociais e culturais da comunidade de

Novo Sarandi, atualmente?

10

ATIVIDADE 02 – Música como fonte histórica

Ideias Prévias - Individual – REGISTRO NO

CADERNO/DEBATE:

A – Como podemos usar a música para estudar a História? B – Quando você ouve uma música, que elementos mais lhe chamam a atenção?

Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/

Dentre a multiplicidade de fontes históricas que podemos usar para

estudar a história, a música tem sido utilizada como um importante recurso

didático na aprendizagem histórica.

Os estudos da música podem ser feitos em três grandes áreas, segundo

Napolitano ( 2005, p.254), sendo:

- Sensibilização –

Exibição do vídeo: “Evolução da Música”

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ECf9ypfmFs4,

acesso em 15/09/2013.

Interpretando o vídeo:

I - Ao assistir o vídeo, conseguiram identificar algum estilo musical e seu contexto histórico?

Qual?

Aprofundando o assunto:

Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/

11

Musicologia Histórica – Estudo da vida e obra de compositores e das

formas eruditas;

Etnomusicologia – Estudo das formas e manifestações musicais de

grupos nativos e comunitários(índios);

Estudos de Música Popular – a música produzida pelos grupos

populares.

Das três possibilidades mencionadas, nesta atividade faremos estudos a

partir da música popular, como sendo uma prática social da cultura.

Entendida como uma linguagem, a música popular permite compreender

o registro da vida cotidiana a partir da visão de um compositor(sujeito histórico)

que observa o contexto social no qual vive, reproduzindo suas experiências,

seus imaginários, suas representações daquilo que o cerca, embalando

imaginários individuais e coletivos, eternizando momentos.

ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA:

“A música é veículo de nossas utopias

e tradutora de dilemas nacionais. (...)

A música é boa de ouvir e boa para

pensar. “

(Marcos Napolitano – História e Música,

2005)

“A música situa os jovens a partir de

meio de comunicação de sua

realidade, vivência”

(Circe Bittencourt, O Ensino de História –

fundamentos e métodos, 2011)

Debate coletivo: Analise e interprete as citações acima.

Mas de que forma podemos usar a música como uma fonte histórica?

A música pode nos possibilitar conhecer outras interpretações dos

acontecimentos históricos, que não os oficiais, percebendo desta forma a

participação de diversos sujeitos na história.

Abaixo, alguns trechos da música: “O Bêbado e o Equilibrista”, de 1979,

Interpretada por Elis Regina, para a realização de um exercício de análise

visando compreender os usos da fonte musical na produção do conhecimento

histórico.

12

“Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos...

Que sonha com a volta

Do irmão do Henfil.

Com tanta gente que partiu

Num rabo de foguete

Chora!

A nossa Pátria

Mãe gentil

Choram Marias

E Clarisses

No solo do Brasil...

FONTE: Disponível em<: http://www.vagalume.com.br/elis-regina/o-bebado-e-a-equilibrista.html, acesso em 15/09/2013.

ANÁLISE E DEBATE:

A – Vocês conhecem esta canção? Qual o significado destes versos?

B – Faltou alguma informação para analisar esta canção?

C – Ela pode ser usada como documento histórico? Aponte as possibilidades:

D – Qual o contexto histórico desta canção:

Agora vamos ouvir o som desta mesma canção, mas com algumas

informações a mais e então fazermos outra análise:

Música: O Bêbado e o Equilibrista

Composição: João Bosco a Aldir Blanc (1979 )

Intérprete: Elis Regina

Meio de divulgação: Discos e rádios

Gênero/Estilo: Música Popular Brasileira

Qual a temática da canção: Cotidiano de um bêbado durante a Ditadura

Contexto Histórico: Em 1979 o Brasil vivia sob o domínio da Ditadura Militar Brasileira, que

teve início em 1964 e findou em 1985. Neste ano o país era governado pelo general militar

Ernesto Geisel, que após anos de cobrança da sociedade civil por meio de protestos,

passeatas, luta armada, dentre outros, inicia uma abertura política, com o lema: “A Abertura

será lenta, gradual e segura”. Os anos da ditadura são marcados pelo poder autoritário dos

militares, fim do poder do parlamento e das liberdades individuais, da imposição da censura,

Fonte: http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/1sujeito.jpg

13 da repressão, da tortura, dos protestos populares, políticos, de artistas, dentre outros.

Letra :

Título: O Bêbado e o Equilibrista

1 - Caía a tarde feito um viaduto

2 - E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos...

3 - Que sonha com a volta

Do irmão do Henfil.

4 - Com tanta gente que partiu

5 - Num rabo de foguete

Chora!

A nossa Pátria

Mãe gentil

5 - Choram Marias

E Clarisses

No solo do Brasil...

Fonte: Disponível em<

http://www.vagalume.com.br/elis-regina/o-

bebado-e-a-equilibrista.html, acesso em

15/09/2013.

Análise da letra:

Título: O “Bêbado” é a classe artística, que usa

Carlitos, um personagem de Charles Chaplin,

para lhes representar e como ele, ousavam

levantar suas vozes contra a ditadura. O

“Equilibrista” representa aquele fio de esperança

que estava surgindo, a democracia com o início

da abertura política. Desta forma, ambos, a

classe artística e a esperança de democracia

tinham que se equilibrar em suas “cordas-

bambas” para poderem atingir seus objetivos.

1 – O viaduto referia-se a obra do viaduto

nominada de Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro,

que desabou em 1971 deixando 29 mortos.

2 – Uma homenagem de João Bosco à Charles

Chaplin, que tinha morrido no Natal de 1977.

3 – Henfil foi um cartunista, famoso por criticar a

ditadura e seu irmãos foi o sociólogo Herbert de

Souza - Betinho – que estava exilado.

4 – Refere-se as pessoas que foram

exiladas(expulsas do Brasil) e 5 - a situação era

perigosa, uma "furada", uma "fria".

6 - As Marias e Clarices eram as viúvas dos

presos políticos, representadas na letra pela

Maria, mulher de Manuel Fiel Filho, e pela

Clarisse, de Vladimir Herzog: os dois morreram

nos porões do DOI-CODI.

Fonte: Disponível em:<

http://brasilverdadeparatodosja.blogspot.com.br/2

012/06/analise-da-musica-o-bebado-e.html,

acesso em 15/09/2013

http://www.ponto.altervista.org/Musica/entrelinhas

/bebadopt.html, acesso em 15/09/2013

II - ATIVIDADE EM GRUPO NA SALA DE AULA - Caderno de Atividades

3 – Quais as principais diferenças percebidas nas duas análises da mesma canção?

4 – Que informações foram fundamentais para compreender esta canção?

5 – Que outros elementos poderiam ser analisados nesta canção?

6 – Que conhecimento histórico a música nos possibilitou apreender?

14

Usar uma música como objeto de estudo e fonte histórica implica em

analisá-la em sua totalidade, não apenas sua letra. Com os atuais avanços

tecnológicos, compreender as intencionalidades e os sentidos das músicas

implica em investigar os diversos elementos que constituem uma música.

Muitos trabalhos anteriores feitos com música na área da História fixaram-se

em analisar apenas o documento escrito, no caso a letra.

Mas atualmente, com os avanços tecnológicos e dos meios de

comunicação, ampliou-se também as formas de produção e divulgação, formas

estas que somadas à letra, contribuem na criação de sentidos, imaginários e

representações.

A música produzida no século XX era no formato do disco LP de 78

RPM, Álbum de 12 polegadas e o compact disc(CD). A partir dos anos de

1990, a música passou a ser produzida com som e imagem juntos, construindo

um cenário nos videoclipes, sendo divulgados por meio de DVDs, televisão e

Internet.

ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA:

Na análise da chamada “música popular” produzida pela indústria fonográfica e audiovisual,

a questão das fontes coloca-se de outra maneira. O suporte privilegiado de boa parte da

produção muical urbana, voltada para o mercado, é o fonograma. A partir do final da década

de 1980, o videoclipe e a apresentação de cantores em programas televisuais passou a

determinar as características da produção musical. Em outras palavras, arriscaríamos dizer

que, até meados da década de 1970, a música era composta e produzida para ser ouvida e

dançada. A partir daí, ela é produzida cada vez mais para ser vista (embora a dança

continue um elemento fundamental da experiência sociomusical), frequentemente

subordinada ao império da imagem. Esse é um processo que não pode escapar ao

historiador do futuro e que representa a integração dos suportes sonoros audiovisuais, com a

tendência do fim do suporte fonográfico tradicional, potencializado pelo fenômeno da troca

de músicas pela internet. (Marcos Napolitano , Fontes audiovisuais: a história depois do

papel, 2006, p. 256 apud BITENCOURT, Circe. Fontes Históricas,2006)

2.1 - Proposta Metodológica de Análise da música:

Aprofundando o assunto:

15

Como afirma Marcos Napolitano, a imagem passou a ter um grande

significado neste contexto da produção musical, atendendo a diversos

interesses, como sua ligação com a dança.

III - Atividade em grupo na sala de aula – Caderno de Atividades

A - Qual a diferença da musica produzida até os anos de 1970 para a música

produzida a partir dos anos 1980?

Nesse sentido, estudar a música popular da contemporaneidade é um

processo complexo, pela sua multiplicidade de possibilidades. Para tanto,

necessitamos de um método que possa nos auxiliar nesta investigação.

Este método implica em considerar, segundo NAPOLITANO

(2005,p.271) “ o sentido sociocultural, ideológico e histórico de uma canção,

que reúne palavra(letra) música(harmonia, melodia, ritmo), performance vocal,

instrumental e visual, elementos técnicos(fonograma, apresentação ao vivo,

videoclips)” e recepção.”

Assim, trabalhar com a música pressupõe uma análise considerando

elementos como: Ficha Técnica, Identificação da fonte, Criação, Produção,

Circulação, Recepção e Contexto Extramusical.

QUADRO METODOLÓGICO PARA ANÁLISE DE MÚSICAS:

FICHA TÉCNICA

Escolher o suporte material – se partitura, fonograma ou videoclipe

Escolher uma categoria musical – se erudita ou popular

Coletar documentação para análise, tendo em vista:

- O objeto da pesquisa

- O período que se quer pesquisar

- Definir uma problemática

IDENTIFICAR EM CADA FONTE:

- título da música, - ano de composição, - Nome do compositor - nome do artista intérprete - letra da música

16 - ritmo ou estilo musical, - melodia - arranjos e instrumentalização ANÁLISE DA MÚSICA:

Criação – identificar intenções e técnicas do compositor/intérprete

- Ouvir a música repetidas vezes, considerando: letra, sonoridades vocais e instrumentais, performances visuais e recursos usados na gravação e nas apresentações. - Interpretar as intenções subjetivas e os sentidos da música, identificando sua temática, linguagem e aspectos visuais que formam a imagem do intérprete. - Perceber como a música foi construída e que representações ou imaginários ela constrói acerca da temática central - Identificar o contexto histórico em que a música foi produzida, percebendo seu sentido social e ideológico

Produção – perceber as estratégias empresariais na produção da música e

como ela se transformou num produto material e comercial. Circulação – Identificar os circuitos e espaços sociais, culturais e comerciais

por onde passa uma música, sendo: apresentação ao vivo(shows) ou em artefatos musicais que veiculam a música popular em geral, como as mídias TV, Rádio, Internet.

Meios de divulgação – CDs, rádios, TVs, internet

Recepção - Identificar o público receptor de deda música, considerando:

- faixa etária, - gêneros e identidades sexuais, - extratos sociais, - como ele interpreta esta música - Qual ressignificação dá a esta música

Contexto Extramusical:

- Pesquisar dados biográficos do intérprete e compositor - Analisar críticas musicais e textos explicativos dos próprios artistas (sites e blogs) - Dados de consumo da canção - Considerar outras críticas, artigos de opinião e análises das obras sobre a música a ser pesquisada.

A partir deste quadro, serão elaboradas questões específicas à cada

música que foi selecionada, conforme problemática e temática previamente

planejada para a pesquisa, como desta Unidade Didática, que irá problematizar

as representações das mulheres nas músicas do Sertanejo Universitário no

tempo presente.

Assim, será a partir dos elementos desse quadro metodológico que

faremos nossas pesquisas e análises de músicas de artistas do Sertanejo

Universitário.

17

Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/3/20.2_cordas.png

O desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação de massa

possibilitaram a difusão de vários estilos ou gêneros musicais para todos os

lugares do Brasil. Mas quais são esses gêneros/estilos da música brasileira?

Atividade em grupo, na sala de aula - DEBATE:

A – Quais estilos musicais tratados no vídeo que lhes chamou a atenção?

B – Qual estilo musical está mais próximo dos estilos musicais que vocês ouvem?

ATIVIDADE 03 – A música popular do Brasil , o

Sertanejo Universitário e a Indústria Cultural

Exibição e Análise de vídeo – “A história da MPB” (Fonte :

http://www.youtube.com/watch?v=8sIBMafJ42s,

acesso em 15/09/2013)

Ideias Prévias - Individual – REGISTRO NO CADERNO/DEBATE: A – Os instrumentos abaixo lembram qual estilo musical? B - Dos atuais estilos musicais da atualidade, qual você mais ouve?

18

O Brasil é um país muito rico na criação e produção da música popular,

como visto no vídeo. Os estilos musicais são os mais variados e em sua

grande maioria, representam as práticas de uma cultura local, regional, dando-

lhes uma identidade. A expressão música popular vem de uma relação

dicotômica entre a Música Erudita, música produzida pela e para a Elite e na

contraposição a Música Popular, música produzida pela e para as classes

populares ou classes trabalhadoras. Com a mercantilização das práticas

culturais, essa relação entre ambas passa a ser mais flexível, promovendo uma

circularidade das práticas da cultura.

Atualmente temos uma profusão de estilos musicais difundidos pela

mídia, trazendo elementos da cultura popular de cada região. Podemos citar

como exemplo de estilo o musical atual em cada região, como na região

Sudeste, o funk, o samba , o pagode e rock; na região Norte o arrocha , o

carimbó e o tecno-brega; na região Nordeste o Forró e o Axé; na região Sul o

estilo do tchê-music e algumas variações do sertanejo e na região centro-

Oeste com o estilo Sertanejo e rock.

Em nossa região, um estilo musical muito difundido em especial pela

mídia local, o rádio, é o Sertanejo Universitário, um sub-gênero da música

sertaneja, considerada música do homem do sertão ou do campo, que também

caiu no gosto de muitos jovens, em especial dos jovens deste local. Seja

romântica ou dançante, tem sido muito explorada, em especial pelos meios de

comunicação de nossa região, como o rádio, que chegam a criar programas

denominados de Sertanejo Universitário.

Mas o que é Sertanejo Universitário? Porque tem esse nome? Quais

suas referências que lhe dão uma característica própria? Quais os temas que

essas músicas mais abordam?

Essas questões têm como objetivo conhecer mais sobre este tipo de

música, seus antecedentes, seus elementos constituidores e compreendê-la

em seu contexto histórico.

Aprofundando o assunto:

19

INTRODUZINDO O ASSUNTO: Exibição de videoclipes com duas músicas, de

contextos históricos diferentes.

Atividade em grupo na sala de aula - DEBATE: A – Você conhece alguma dessas músicas? O que mais lhe chama a atenção? B - Após a audição e exibição do clipe das músicas, aponte algumas diferenças e semelhanças entre ambas as canções.

A partir da exibição dos videoclipes acima, podemos perceber que se

trata de duas músicas produzidas em diferentes contextos históricos, em

temáticas, em sonoridades, em intencionalidades, porém ambas fazem parte

de uma produção que se utiliza de referências populares.

A música de Tonico e Tinoco, 1946, considerada Música Caipira ou

música raiz é entendida como representante dos ideários da vida do homem do

campo. Já a música de Tiago Brava e Lucas Lucco, de 2013, conhecida como

Sertanejo Universitário, é igualmente construída a partir de referenciais

populares para as classes populares, mas com uma temática mais urbana,

num contexto em que as grandes produções culturais têm grande

popularidade, objetivando os lucros desse processo.

Mas qual a origem deste estilo musical, que apresenta uma proposta

popular, construída como sendo do homem do campo, inicialmente, mas que

na atualidade tem feito uma mistura com diversos elementos? Que elementos

tornaram o Sertanejo Universitário uma música popular, vendável, atraindo os

jovens em especial?

3.1 - SERTANEJO UNIVERSITÁRIO – Breve histórico de sua origem:

“Cada um com seus problemas” Tiago Brava e Lucas Lucco

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=_Ul

wx8DRIM, acesso em 16/09/2013

“Chico Mineiro” Tonico e Tinoco

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Sp3

NnkpBqJc, acesso em 16/09/2013

20

ATIVIDADE EM GRUPO NA SALA DE AULA - Seminários (Respostas no caderno de atividades)

- Este assunto será trabalhado na forma de Seminários, em grupos, conforme temáticas abaixo explicitadas, sendo:

Cada grupo fará uma síntese do seu tema, e entregará por escrito.

Grupo 01 - Música Caipira

Grupo 02 - Música Sertaneja

Grupo 03 - Música Sertaneja Moderna

Grupo 04 – Sertanejo Universitário

Grupo 05 - Contexto histórico de cada fase musical

Critérios:

Cada grupo fará a apresentação dos principais elementos de cada tema, e ao final, responder as questões abaixo:

A – Aponte um elemento de cada período da Música Sertaneja:

B – A música sertaneja está presente em nossa localidade? Qual delas?

C – Qual foi o papel da mídia no processo da difusão do sertanejo universitário?

3.1.1 - Música Caipira - - Música Caipira – 1910/44

Período de criação e

localização:

Música caipira, também conhecida por “sertaneja raiz”, tornou-

se conhecida a partir de 1910, tendo como pioneiro o jornalista

e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os

grandes centros os costumes dos caipiras, desde encenações

teatrais a cantores de estilos como a Catira. Surge dos

interiores de São Paulo e os Estados de Minas Gerais, Goiás,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Ali se

desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância

de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do

cerrado.

Características que lhe

identificam:

Os caipiras utilizavam instrumentos artesanais e típicos do

Brasil-colônia, como viola, acordeão e gaita, cantando em

circos.

Caracteriza-se pela melodia simples e melancólica; sendo feita

com instrumentos simples como a viola caipira (instrumento de

cordas duplas), misturando alguns ritmos como o Catira, Moda

de Viola, Lundu, Cururu, etc. Os cantores interpretavam

modas-de-viola e toadas, narrativas típicas que falavam do

universo sertanejo, que cantava as alegrias e tristezas do

caipira, a dureza da vida no interior ou sertão, e poucos temas

que falavam da vida amorosa.

Aprofundando o assunto:

21 Artistas difusores deste

estilo:

Cornélio Pires, Torres e Florêncio, Vieira e Vieirinha, João

Pacífico, Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho

(conhecidos pela sua descontração), Tonico e Tinoco, Tião

Carreiro e Pardinho, Pena Branca e Xavantinho.

Vídeo exemplificando

este estilo:

Alvarenga e Ranchinho – “O divórcio vem aí” – 1939

(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=52pcuoGVaXU

Acesso em 25/09/2013)

Mandi e Sorocabinha – Modas Modernas – 1934

(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=BG9d4f9Bu1w

Acesso em 25/09/2013)

3.1.2 - Música Sertaneja - Música Sertaneja – 1945/60

Período de criação e

localização:

O adjetivo "sertanejo", originalmente, refere-se à cultura

nordestina, do interior, que encontrou vegetação e clima

hostis, além da dominação política dos "coronéis", obrigando a

desenvolver uma cultura de resistência, do matuto,

legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga, daí a

expressão música sertaneja, do sertão. Este período se

desenvolve após a 2ª Guerra Mundial (1945) com a

incorporação de novos estilos, e instrumentos difundidos no

interior de São Paulo.

Características que lhe

identificam:

Neste momento houve a incorporação dos gêneros da

guarânia, da polca paraguaia, da ranchera mexicana e de

instrumentos como o acordeom e a harpa. A temática vai

tornando-se mais amorosa, ser perder o caráter

autobiográfico. Os artistas, além de se apresentar no circos,

também participavam de rodeios e tinham suas músicas

tocadas nas rádios AM.

Artistas difusores deste

estilo:

Artistas desta fase: Cascatinha e Inhana, José Fortuna, o trio

Luizinho, Limeira e Zezinha, Irmãs Galvão, Sulino e Marrueiro,

Palmeira e Biá, Tião Carreiro e Pardinho.

Vídeo ou som

exemplificando este

estilo:

Tião Carreiro e Pardinho – “Pagode em Brasília” - 1961

(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=CojTphQ4ljk

Acesso em 25/09/2013.)

3.1.3 - Música Sertaneja Moderna - Música Sertaneja Moderna – 1960/80

Período de criação e

localização:

A fase moderna da música sertaneja inicia-se no final dos

anos 60, com a expansão dos meios de comunicação de

massa e da indústria cultural no Brasil, tendo o rádio FM e a

televisão grande importância para sua difusão. O auge deste

momento se dá nos anos 80, também conhecido como

“Sertanejo Pop”, “Sertanejo romântico”.

Características que lhe

identificam:

Nesta fase há a introdução da guitarra elétrica na música

brasileira, influenciando-se na Jovem Guarda, com Sérgio

Reis e do country music, além dos novos instrumentos como o

contrabaixo, teclados, bateria e até instrumentos de

percussão. Os cantores alternam solos e duetos para

22

apresentar canções, muitas vezes em ritmo de balada, que

tratam principalmente de amor romântico, melodramáticas e

de clara inspiração urbana.

Os arranjos instrumentais dessas músicas adicionam

instrumentos de orquestra além da base de rock.

Artistas difusores deste

estilo:

Milionário e José Rico, Leo Canhoto e Robertinho,

Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo

e Luciano, Christian e Ralf, Chico Rei e Paraná, João Mineiro

e Marciano, Roberta Miranda, Jean e Geovani.

Vídeo exemplificando

este estilo com indicação

de fonte

Chitãozinho e Chororó – “Fio de Cabelo” – 1982

(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=1VuMzu_ortk

Acesso em 25/09/2013)

Leandro e Leonardo – “Entre tapas e beijos” – 1989

(Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ULEpx23k1HQ

Acesso em 25/09/2013.)

Sertanejo Universitário – 1995/2002

Histórico: O sertanejo universitário é uma variação ou um subgênero da música sertaneja,

amplamente difundida pelos meios de comunicação de massa (TV e rádio) e muito

apreciada pela juventude, ultimamente. Não se trata de um novo estilo, mas sim uma

variação da música caipira e música sertaneja, que se modernizou na cidade, sendo

reelaborada para um novo “movimento” que teve apelo no meio universitário.

Período de criação e localização: Surgiu nos anos de 1994, com a dupla João Bosco e

Vinícius, universitários na época e para ajudar a pagar seus estudos, tocavam em bares de

universitários em Campo Grande – MS.

Porém, na década de 90 marca a decadência do estilo na mídia, a música sertaneja perde

popularidade, porém continua sendo ouvida principalmente nas áreas rurais do Centro-Sul

do Brasil. Este movimento ganhou nova atenção e explodiu na mídia, no início dos anos

2000, em especial na mídia televisiva.

Características que lhe identificam: Em vez dos tradicionais acordeões e violões, são

usados sintetizadores e guitarras elétricas, com elementos do pop e uma linguagem

voltada ao público mais jovem. Geralmente as músicas tratam de assuntos românticos e da

curtição de uma vida marcadas pelas liberdades, da forma como os jovens veem.

Artistas difusores deste estilo: Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Guilherme

e Santiago, Edson e Hudson, João Bosco e Vinícius, César Menotti e Fabiano, Jorge e

Mateus, Victor e Leo.

Título de Vídeo ou som exemplificando este estilo com indicação de fonte:

Bruno e Marrone – “Dormi na praça” – 1995 – (Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-

w9kLbNx_Tc, acesso em 27/09/2013).

Joao Bosco e Vinícius - “Chora, me liga” – 2009 – (Fonte:

http://www.vagalume.com.br/joao-bosco-e-vinius/discografia/, acesso em 15/09/2013).

3.2 - Sertanejo Universitário – Histórico

23

3.3 Contexto Histórico de cada fase musical

Música

Caipira

1910/44

Este contexto é mercado pela primeira fase do governo republicano no

Brasil, a chamada República Velha, tendo no comando os cafeicultores

até 1930. Trata-se de um Brasil ainda essencialmente rural, dando os

primeiros passos para a urbanização, com a industrialização e a vinda

de novos sujeitos nas cidades. Muitos desses sujeitos, homens do

interior, buscavam nas grandes cidades como São Paulo uma vida

melhor.

Em 1922, por iniciativa de Mario de Andrade, a Semana da Arte

Moderna divulgou pela primeira vez um grupo intitulado de sertanejo.

Em 1929, Cornélio Pires patrocinará a gravação do primeiro disco,

atraindo a indústria do disco.

Os anos de 1930 são marcados pelo governo de Getúlio Vargas, um

presidente visto por alguns como conservador, mas que se popularizou

como um populista e nacionalista e permanecerá no poder por 15 anos,

promovendo uma série de mudanças em âmbito social, como as leis

trabalhistas.

Música

Sertaneja

1945/60

O contexto desse momento é marcado pelo fim da 2ª Guerra Mundial, e

na década de 1950, no Brasil, temos a criação da Petrobrás no governo

de Getúlio Vargas, a construção de Brasília no governo de Juscelino

Kubitscheck, considerado um presidente moderno, conhecido como o

presidente Bossa Nova. Na década de 1960, a efervescência política

toma conta do país com a implantação de um regime ditatorial no Brasil,

a Ditadura Militar Brasileira, sendo este contexto, referencia para

diversos segmentos artísticos produzirem uma arte voltada à

contestação da ordem social vigente.

Música

Sertaneja

Moderna

1960/80

O final dos anos 60 e os anos 70 são marcados pelo auge da ditadura

militar, tendo de um lado as constantes perseguições e de outro, muitos

protestos sociais. Os anos 1980 são marcados pela abertura política e

uma pluralidade cultural muito grande, de elementos nacionais e

estrangeiros na música. É o auge do rock nacional. Há uma maior

urbanização e novos padrões de sociabilidade na cidade, crescimento

dos meios de comunicação de massa e ampliação de mercado como

melhores preços para compra de aparelhos de som, gravadores,

televisores. O auge deste estilo irá ocorrer nos anos 1990.

Sertanejo

Universitário

1995/2002

Os anos de 1994 marcam a chegada de Fernando Henrique Cardoso à

presidência da República. Sociólogo, filiado ao partido politico PSDB,

ficou conhecido por ter sido o criador do plano e moeda do Real, ainda

na gestão de Itamar Franco(1992/93). Neste período houve também

mudanças da educação como a aprovação da LDB (Leis de Diretrizes e

Bases para a Educação) em 1996. No ensino superior houve uma

multiplicação de universidades particulares, com o objetivo de criar mais

oportunidades à todos os jovens que quisessem estudar. Isso

possibilitou a vinda de muitos jovens do interior para as cidades, e,

trouxeram junto consigo seus violões, disseminando a música sertaneja,

nas repúblicas e nos campus.

Este período marca um momento de ampla abertura da economia

brasileira no processo da Globalização e pelo desenvolvimento

tecnológico. Como estilos, destacam-se o Rap, o axé baiano, o

sertanejo, do samba, do pagode, e de outros elementos que formaram a

MPB nos anos 90., vistas como responsáveis em criar uma identidade

para a música brasileira.

24

A Música do Sertanejo Universitário surge no contexto histórico dos anos

de 1994, ano este que é marcado pela ascensão ao poder político do Brasil o

sociólogo Fernando Henrique Cardoso, filiado ao Partido da Social Democracia

Brasileira - PSDB, que governará por dois mandatos seguidos, de 1994/1998 e

1998/2002. Nesse contexto, especificamente a partir dos anos 2000, ocorre a

explosão desse tipo de música, vista como um filão de mercado, devido aos

avanços tecnológicos e dos meios de comunicação, como da Internet, por ex.

Mas que outros elementos marcam este período de nossa história, sob

comando de Fernando Henrique Cardoso?

ATIVIDADE DE GRUPO EM SALA DE AULA – Caderno de atividades

1ª PARTE – Pesquisa

Esta pesquisa tem como objetivo conhecer e debater outros elementos deste período histórico. Cada grupo fará uma investigação dos aspectos econômicos, políticos e sociais deste período, em questões como:

1 - Quais foram as conquistas sociais obtidas neste período?

2 – Que características políticas e econômicas marcaram este período?

O trabalho de pesquisa será feito em grupos, na biblioteca, com o uso da fonte: Livro Didático. Cada grupo irá pesquisar e selecionar no máximo dois livros para seu trabalho. O resultado desta pesquisa será apresentado num cartaz, por meio de um Mapa Conceitual(versão papel sulfite e/ou versão cartaz)

MAPA CONCEITUAL:

O QUE É UM MAPA CONCEITUAL?

Mapas Conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações entre conceitos

(caracterização de ideias definidas por palavras) ligados por palavras. São utilizados para auxiliar a ordenação e

a sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao

entendimento de determinado assunto. Esta abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria

construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significados a part ir da sua

predisposição para realizar esta construção. (Fonte:

http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/exemmapasconceituais.html, acesso em 29/09/2013.)

Investigando outros elementos do contexto histórico:

Governo de Fernando Henrique Cardoso

25

Exemplo de Mapa Conceitual:

Referência Bibliográfica pesquisada:

Componentes do grupo(nome e número):

2ª PARTE - Apresentação e debate dos resultados – Caderno de atividades

Questões para debate:

A – Quais as maiores dificuldades encontradas nesta pesquisa?

B – Que semelhanças e diferenças podemos perceber no enfoque que cada livro

abordou sobre este período?

C – Que permanências podemos perceber deste período, em nossa realidade

atual?

D – Que relação podemos estabelecer entre este contexto com a ascensão da

música do sertanejo universitário?

Contexto Histórico de 1994/2002

Relações Politicas Relações Econômicas Relações Sociais

Governo de Fernando

Henrique Cardoso

26

As décadas de 1990 e dos anos 2000 são marcadas pelo crescimento

da globalização da economia, e pelo incremento da informatização na música,

trazendo para o cenário musical uma ampliação de possibilidades musicais

surgindo uma série de cantores e bandas de diferentes estilos nacionais (Rock

Funk, Rap, Axé, Sertanejo, Pagode, Samba, Forró, Lambada, Sertanejo,

Mangue Beat, Reaggue brasileiro), consideradas por alguns críticos como lixo

cultural, porém situadas num contexto histórico marcado pelas liberdades

individuais e pela democracia.

Há também a presença dos estilos e internacionais como Rock, o

Grunge, Britpop, Pop Teen, Dance Music, Punk Rock, Rap e Reggae,

impulsionados pela presença de multinacionais do setor fonográfico, como a

Sony, BMG, Warner, Universal e Emi), a fim de impor o pop/rock internacional,

utilizando-se de uma estratégia da fragmentação da música e do Jabá, que

consiste em pagar aos meios de comunicação para tocarem uma música até a

exaustão. ( BARROS, Cleyton Souza & DORNELAS, Juliana Gomes &SILVA,

Maíra Carvalho Carneiro. Por Entre Fragmentações E Resistências: A Música

Brasileira Nos Anos 90 Disponível em<

http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/03/artigo-1a8.pdf > Acesso em 01/10/2013).

Para conhecer mais sobre esta multiplicidade de estilos musicais

presentes na atualidade brasileira, faremos uma pesquisa, que será

apresentada aos demais colegas de sala e de escola, por meio de cartazes,

que ficarão expostos para visualização de todos.

Esta visa apresentar outros estilos musicais da musica popular que há

no Brasil, e que em diferentes regiões, tem sua popularidade e significado,

conforme cultura de cada grupo social.

Segue abaixo a atividade e critérios:

Aprofundando o assunto:

3.4 – Expansão do Sertanejo Universitário

27

ATIVIDADE EM GRUPO - PESQUISA EM CONTRATURNO:(04 h/a) Obs: Esta atividade faz parte do Caderno de Atividades

Em grupos, os alunos farão uma pesquisa no LABORATÓRIO PR DIGITAL, sobre os outros estilos musicais brasileiros de grande projeção na atualidade, Rock, Funk, Rap, Axé Baiano, Pagode, Samba, Forró, Arrocha ou Tecnobrega, Mangue Beat, Reaggue brasileiro. A produção e apresentação serão feitas em cartazes, que serão dispostos no mural da escola, contemplando os seguintes elementos:

1 - O cartaz deve conter imagens e texto.

- Nome do estilo/gênero musical pesquisado e Período de criação

- Características que identificam este estilo/gênero musical

- Região brasileira que é conhecido

- Artistas difusores deste estilo

Bibliografia utilizada

2 – Junto da apresentação do cartaz trazer uma mostra dessa sonoridade musical, seja em áudio ou videoclipe.

O processo de informatização da música irá provocar uma crise na

indústria fonográfica, em especial com as grandes gravadoras que

monopolizavam o mercado, passando a disputar espaço com as gravadoras

independentes e com as novas tecnologias em suas novas formas de

produção/difusão da música, em especial a música popular.

Nesse sentido, o Sertanejo Universitário torna-se cada vez mais popular,

com produções grandiosas, ousadas e tecnológicas. Um exemplo dessa

questão foi a gravação do DVD “Acústico na Ópera do Arame” , em Curitiba, de

Fernando e Sorocaba, em 2012.

Cantor parceiro de Fernando conta que se inspira no Cirque du Soleil.

'O povo chora porque tenho grana para comprar painel de led', diz ao G1.

Braulio Lorentz

“ Em "Acústico na Ópera de Arame", novo disco de Fernando & Sorocaba, projeções mapeadas

em 3D enfeitam o ambiente. Em entrevista por telefone ao G1, o parceiro de Fernando conta que

a música que faz pode até ser simples ("Sofisticação em excesso é prejudicial para entender uma

letra bonita"), mas a produção é mais audaciosa.

Outra traquinagem recente usada nos shows da dupla é uma bolha na qual o cantor anda pelo

3.4.1- O papel da Indústria Fonográfica no Sertanejo

Universitário:

28 público, como o grupo de rock alternativo Flaming Lips já fez. "Custou só R$ 5 mil. O povo fica

chorando porque tenho grana para comprar painel de led. Sacadinhas valem mais do que

dinheiro", ensina Sorocaba, que é um dos maiores arrecadadores de direitos autorais do país,

recebendo por suas composições dos sucessos interpretados pela própria dupla e também por

outros artistas, como Luan Santana, para quem escreveu, entre outras, "Meteoro", a canção que

consolidou a carreira do jovem cantor.(...)”

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/03/letras-de-pegacao-nao-vao-durar-diz-

sorocaba-que-lanca-disco-acustico.html, acesso em 01/10/2013.)

O trecho acima mostra a utilização de diferentes recursos para a difusão

da música na atualidade, como fizeram Fernando e Sorocaba. Esta música

está diretamente ligada às inovações tecnológicas, que propuseram uma nova

dinâmica nas comunicações e na chamada Indústria do entretenimento.

No início do séc. XX, os artistas populares, em especial os chamados

cantores da música do campo, apresentavam suas canções em festas locais

(geralmente ligadas a motivações religiosas), rodeios e até mesmo em grupo

de amigos. Mas com as inovações tecnológicas, iniciadas pela invenção do

fonógrafo por Thomas Edison, em 1877, a música passou a ter um tempo de

execução e a ser gravada num disco rígido (LP, depois CD).

Essas músicas passam a obedecer outra lógica, sendo incorporadas à

Industria Fonográfica e aos meios de comunicação de massa, tendo na música

popular sua principal produção. Porém, estas inovações passam a ser vistas

com receio, tanto por parte de intelectuais como dos próprios artistas.

“ Não se tratava mais de tocar a música em casa, ou numa roda de amigos, ou numa

festa local onde eles podiam cantar o romance, uma variação da música sertaneja que

era cantada por horas. Agora, na cidade, no estúdio, a composição da música tinha

que se adequar aos meios de comunicação, e até às técnicas de gravação. No caso, o

disco limitava o tempo da música, pois só eram gravados 3 minutos de cada lado.

Além disso, aos poucos as duplas perceberam que suas músicas sofreriam com o

estilo e modo de vida urbano, pois, como observaram Tonico e Tinoco ao ritmo da

vida urbana, hoje, "o povo da cidade não tem mais paciência para ouvir romances

longos como aqueles. Temos que fazer composições mais curtas.”

(SOUZA, Aparecida Darc de.(coord.) A indústria Cultural. Caderno Didático – PIBID. Marechal Cândido Rondon: Unioeste, 2012. Disponível em: http://www.historiaemovimento.com.br/index.php/material-didatico> Acesso em 25/10/2013, p.7)”

Além da questão da diminuição do tempo das músicas quando gravadas,

apontadas por Tonico e Tinoco, outra elemento que chama a atenção, é que

estas músicas agora são produzidas para um público mais urbano, com

temáticas que falem desse novo ambiente. Essa música passa a ser construída

29

e pensada para atender a interesses de um público consumidor, que se vê nela

representado, e vista como um produto, atendendo aos interesses do mercado

para ampla comercialização.

Estas questões passam a ser questionadas, muito em função do papel

da Indústria fonográfica, que passou a se utilizar de recursos tecnológicos cada

vez mais sofisticados, ao que ZAN (2001, p.105) irá denominar de complexo

cultural-fonográfico. “ Portanto, a música, e em especial a música popular, foi

acompanhada, ao longo dos últimos cem anos, pela fixação de uma gama de

estilos e linguagens dotados de elementos relacionados com os suportes

técnicos da sua produção.”

A Indústria Fonográfica aliada aos meios de comunicação de massa,

como o Rádio, a Televisão, Imprensa escrita e atualmente a Internet, passam a

difundir seus “produtos”.

A Internet no Brasil, criada em 1987, por pesquisadores da Universidade de São Paulo

– USP tinha como objetivo estabelecer uma rede nacional para fins acadêmicos e de

pesquisa, com compartilhamento de acesso a redes internacionais, além de

representantes do governo e da Embratel. Na década de 90, as redes internas de

comunicação deixam de ser restritas aos terminais de instituição, passando a se

popularizar. È criado o sistema www (world wibe web), a rede de abrangência mundial,

que permite conectar computadores no mundo todo. Em 1998, O Brasil já tinha 1,8

milhões de internautas e Tribunal Superior Eleitoral, divulga na internet os resultados

das apurações das eleições em tempo real. Os sites têm recorde de acessos. Em 2001,

é criada a Internet 2, rede mundial de alto desempenho, que permite baixar em

segundos arquivos como textos, imagens, mensagens, vídeos e músicas.

(Fonte: http://www.museudocomputador.com.br/internet_brasil02.php, acesso em

01/10/2013.)

A Internet atualmente tem sido responsável por boa parte da difusão das

práticas culturais mundiais. Com o crescimento deste veículo de comunicação,

muitos artistas da música passaram a buscar formas alternativas de produção

e difusão de seus trabalhos, e a Internet passou a ser uma dessas novas

possibilidades.

Considerada um terreno livre e de rápida projeção, muitos artistas

passaram a investir, em videoclipes (muitas vezes produzido com máquinas

30

digitais, celulares ou filmadoras caseiras) e publicar seus trabalhos em sites de

música livre ou redes sociais. Junto ao crescimento da Internet, temos o

crescimento dos aparelhos celulares, que também apresentam inovações, com

possibilidades de ouvir músicas e, a partir da expansão dos smartphones com

internet móvel, de baixar e assistir vídeos.

Tanto as grandes empresas vinculadas a internet como as empresas de

aparelhos celulares passam a investir em programas voltados a um público

mais jovem, criando atrativos, como: sites de compartilhamentos como o

youtube; de redes sociais como Orkut, Twitter e o Facebook, dentre outras, que

permitiam postar suas músicas e videoclipes caindo nas graças do público

consumidor, chamando a atenção de grandes gravadoras e artistas do

Sertanejo Universitário que se aproveitam desse contexto de expansão dos

meios de comunicação de massa.

A partir de 2010, o Sertanejo Universitário se fez cada vez mais presente

nas baladas juvenis, organizadas em danceterias, shows, festas regionais,

programas de televisão, repúblicas de estudantes universitários, com músicas

mais dançantes, falando de festas, diversão, prazeres e mulheres,

relacionando-os com o mundo acadêmico.

Também conhecido como Sertanejo Pop, atualmente, passou a receber

tendências de outros estilos comerciais, como o pagode (pagodenejo ou

sambanejo), do funk(funknejo), do Eletro Funk e do "arrocha", como percebida

na música de Cassio e Marcos e Avassaladores - “Sou Foda 2”, de 2011.

Mas estas misturas vêm sendo criticadas, principalmente pelas duplas já

consideradas consagradas, pois esse tipo de mistura estaria descaracterizando

a música sertaneja.

Hoje em dia, em qualquer canto do país, existe um representante da música

sertaneja, que deixou de ser um tributo aos sentimentos do homem do campo para

se tornar sinônimo de cifras e grandes espetáculos, onde a última coisa que se ouve

é o dedilhar de uma viola tocada pelas mãos calejadas da enxada e o puro

sentimento ingênuo dos homens e mulheres dessas regiões. (Fonte: História da

Cassio & Marcos e Avassaladores – Sou foda2 Fonte: Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=FkYQZYsXlJs, acesso em 01/10/2013.

31

música sertaneja.< http://mais.uol.com.br/view/ywvc7xsyq1pu/histria-da-msica-

sertaneja-04029B3772D0B18326,> acesso em 01/10/2013.)

Se inicialmente foi recebido pelos “acadêmicos”, com certo preconceito,

atualmente, em nossa região principalmente, as baladas juvenis são em grande

maioria animadas por essas músicas, que falam de mulheres, festas, ascensão

social, bebedeiras, e claro, abordando o mundo universitário, como percebido

na música de Maicon e Marcinho, de 2011, denominada de TCC – Tendél,

Cachaça e Confusão.

Tendél, Cachaça e Confusão – Maicon e Marcinho - 2011

Mamãe hoje eu não posso voltar pra casa

Vou ficar aqui na cidade pra fazer o TCC

Em matéria de boteco eu já to formado

Mas pra acabar a faculdade

Só me falta o TCC.

Tendél, cachaça e confusão

To no meio da galera curtindo o

batidão

Tendél, cachaça e confusão

Vamo embora pro esquenta

Só estuda não vira não.

Fonte: http://www.kboing.com.br/maicon-e-marcinho/1-1211717/ acesso em 01/10/2013.

Estes artistas do Sertanejo Universitário estão cada vez mais presentes

em rodeios, festas regionais, ou em shows próprios, com grandes produções e

claro, em bares e baladas próximas de faculdades. A dupla de cantores do

Sertanejo Universitário, Pedro Paulo & Alex, se apresentam como a dupla de

Sucesso nas Repúblicas.

Essas apresentações são feitas em megaproduções, como no caso da

gravação do DVD de Fernando e Sorocaba, em Curitiba, que se utilizaram de

uma série de recursos visuais para atrair o público, com a presença de

convidados famosos, bailarinas performáticas exibindo belos corpos, com uma

sonoridade e composição que fale do cotidiano, construindo uma imaginário no

público receptor.

Essa música é pensada estrategicamente para um público, que a

consome por se identificar com ela. O artista intérprete é construído conforme o

padrão cultural da moda, como por exemplo, os artistas Luccas Lucco, Gustavo

Lima, Luan Santana. Eles não se assemelham aos cantores sertanejos do

início, pois se apresentam com cabelo moderno (retorno do topete) juvenil,

32

rebelde, corpo malhado e com tatuagens expostas, roupas insinuantes e

apertadas e músicas com temáticas ousadas e de duplo sentido.

A música “Pac Man”, de Lucas Lucco, de 2013, representa bem essa

situação. Com gestos ousados e um visual moderninho, cria a imagem de um

“caipira moderno”, pois a música está sendo cantada num show em Caldas

Novas-GO, considerado berço do sertanejo no país, como podemos perceber

no no videoclipe abaixo:.

Desta fase mais atual do Sertanejo Universitário destacam-se artistas

como Michel Teló com o hit que virou febre internacional, “Ai se eu te pego”;

Gustavo Lima com “Balada Boa”, João Lucas & Marcelo “Eu quero tchu, Eu

quero tchá”, Luan Santana com "Sogrão Caprichou" , além de Marcos e

Belutti, Eduardo Costa, Paula Fernandes, Gabriel Valim, George Henrique e

Rodrigo, Cristiano Araújo, Munhoz & Mariano, Lucas Lucco, Fernando &

Sorocaba,Fred & Gustavo, Thaeme & Thiago, Israel & Rodolffo, , Jads &

Jadson, Pedro Paulo & Alex, divididos entre músicas mais românticas e

músicas de balada.

São em sua grande maioria artistas mais jovens que produzem um tipo

de música a um igualmente público mais jovem.

ATIVIDADE EM GRUPO NA SALA DE AULA – Interpretação de texto - Caderno de Atividades

A partir da análise e discussão do texto acima, responda:

1 – Que elementos possibilitaram a expansão do Sertanejo Universitário?

2 - Que estratégias os artistas do Sertanejo Universitário utilizam para difundir sua música?

3 – De que forma a Internet tem colaborado nesse processo de difusão desta prática da cultura? Você usa a Internet para que tipo de atividade?

4 – No seu entendimento, o Sertanejo Universitário é uma música que expressa uma cultura popular? Justifique:

Música: “Pac Man” – Lucas Lucco - 2013

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=jcPUohMrbUY,

acesso em 01/10/2013.

33

Todos esses elementos que contribuem para a construção de um tipo de

música, que agrade a um público popular, e faz parte de uma estratégia do

sistema Capitalista, necessitando de um leque variado de produtos a serem

comercializados. Transformar práticas da cultura, como música, filmes,

literatura, novelas em produto faz parte de uma intencionalidade do sistema

Capitalista, vistas como produtos “fabricados” por uma indústria, chamada de

Indústria Cultural.

O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL?

Este conceito foi criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer, autores da

escola de Frankfurt, um Instituto de Pesquisa Social, situado em Frankfurt,

Alemanha, nos de 1930, que passam a questionar sobre os novos mecanismos de

produção dos bens culturais. Para estes autores, as práticas sociais da cultura,

como a música, por exemplo, são apropriadas por empresas capitalistas (como a

Indústria Fonográfica) e transformadas em produto, que como um produto

industrial, é produzido em larga escala, padronizado, promovendo a massificação

da cultura. O principal objetivo dessas empresas é criar uma cultura de lucro.

Aprofundando o assunto:

3.4.2 - Música e Indústria Cultural

SENSIBILIZAÇÃO: Música: “Camaro Amarelo” – 2012

Munhoz e Mariano Fonte: http://www.vagalume.com.br/munhoz-

e-mariano/camaro-amarelo.html#ixzz2gqgvsqa0 > Acesso em

03/10/2013

IDÉIAS PREVIAS – individual – registro no caderno:

A-O que você entende pela expressão Indústria Cultural? B - O que você entende por cultura?

Fonte: 1http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/1371647859miran_chaplin.jpg

34

Com a expansão da Globalização e da mundialização da cultura, os

produtos produzidos pela Indústria da Cultura são rapidamente socializados

pela Mídia ou Meios de Comunicação de Massa, como a imprensa escrita, o

Rádio, a Televisão, o Cinema e atualmente a Internet.

São os meios de Comunicação de Massa, que a serviço de uma

Indústria da Cultura, utilizam-se de diferentes estratégias, para difundir os

produtos culturais e criando necessidades de consumo. No caso do Sertanejo

Universitário uma estratégia publicitária muito utilizada atualmente é a

produção de videoclipes para a Internet, criando a ideia de fetiche na música.

A cultura de consumo [...] “se transformou numa das principais

instâncias mundiais de definição de legitimidade dos comportamentos e dos

valores” (Ortiz 1994:10). Quer dizer, o “sucesso” comercial legitima a

manifestação cultural…

A música sertaneja, anteriormente relegada aos “acordes da aurora”

(Caldas 1977), os programas matutinos nas rádios AM, com o “boom” dos anos

80 toma-se aceitável, “legítima” representante de uma nova rural idade, uma

ruralidade moderna, de uma nação com raízes rurais, mesmo que na era

industrial. (Fonte: http://www.ahistoria.com.br/musica-sertaneja/, acesso em

27/09/2013).

Mas que

fatores

possibilitam a

transformação

de bens

culturais em

produto?

Ela(a Industria Cultural) é um dos frutos do sistema

capitalista em que vivemos. Com o estabelecimento

do capitalismo, as cidades vão se transformando em

polos industriais e de importância social. Com isso, a

população urbana aumenta e se torna o alvo do

mercado e seus integrantes se transformam em

consumidores em potencial, o que é consequência de

um barateamento da mercadoria industrializada,

produzida em série. O mercado, em geral, se dinamiza,

atingindo até a esfera cultural que, também, passa a

ser transformada em mercadoria.( SOCIOLOGIA –

Ensino Médio. Secretaria de Estado da Educação do

Paraná,2007, p. 151)

Mas que fatores possibilitam o crescimento da Indústria

Cultural?

35

1 - Para Adorno e Horkheimer, a Indústria da Cultura é problemática na

medida em que, ao massificar a cultura, retira do artista a liberdade de criação

e produz um produto padrão, com vistas a criar uma cultura homogênea,

destruindo a pluralidade criativa do artista, e ao ser difundido pelos meios de

comunicação de massa, promovem uma alienação da audição do público

receptor. Este artista estaria, neste sistema, a serviço de produzir um produto

para atender uma lógica comercial. Se o público gosta e tem possibilidade

comercial, é aceito, caso contrário, não tem representatividade. Além disso, a

indústria da cultura com seus fetiches, domina o público receptor, de tal forma

que o mesmo não conseguiria perceber os aspectos alienantes e ideológicas

das produções midiáticas, e não conseguiria identificar esses mecanismos de

dominação.

2 – Para estudiosos da Escola de Birmingham, da Inglaterra, como

Richard Hoggart, Raymond Williams e Stuart Hall, que fundaram nos anos

1960/70, o centro de estudos sobre as formas, práticas e instituições culturais e

suas relações com a sociedade, a Indústria cultural e “a produção da cultura

das mídias é na verdade um espaço de manifestação da cultura popular e ou

um espaço de resistência e ou criação de novos valores morais e

comportamentais.(...)” (SETTON, 2011, p. 42) e argumentam sobre a recepção

das mensagens, e que elas são apropriadas de formas diferenciadas.

Outro intelectual, chamado Valter Benjamim, que fez parte da Escola de

Frankfurt, se opôs a ideia de seus tutores e defendeu que essa “onda de

reprodutibilidade técnica” contribuiria para conscientizar as massas, pois as

percepções humanas são históricas, e, se a cultura muda, a sociedade também

muda, possibilitando uma multiplicidade de sentido e significados.

Ambos os entendimentos são possíveis de ser feitos, pois a Indústria da

Cultura deu maior visibilidade aos estilos musicais mais populares, numa

perspectiva de trazê-las para o cenário musical.

No entanto, é inegável que ela, ao trazê-la a conhecimento público, vê

possibilidades comerciais, tanto no sentido do consumo direto como da

reprodução de ideologias, construindo assim imaginários, produzindo sentidos,

Contradições sobre a Indústria Cultural

36

representando sujeitos e representações com vistas à uma sociedade

hegemônica.

O vídeo “Como a mídia sufoca a Liberdade de Expressão” procura

mostrar alguns elementos da utilização que a mídia faz do poder que tem em

suas mãos e manipular opiniões, construir discursos e representações de dada

realidade ou sujeitos, dando-lhes, quando lhe convém a liberdade de

expressão.

Para um maior aprofundamento do assunto sobre a Indústria Cultural,

faremos uma pesquisa bibliográfica, com a utilização do Livro Didático Público

do Paraná, de Sociologia. Segue atividade sugerida::

ATIVIDADE EM GRUPO NA SALA DE AULA – Pesquisa e Análise de texto – Caderno de Atividades A partir do livro Didático Público do Paraná – de Sociologia, do ano de 2006, Página 155 e 156 e produzam uma síntese sobre o texto: I - Quais as vantagens e desvantagens da Indústria cultural? Ao final da síntese, junte à segunda questão. II – A partir da análise sobre a Indústria Cultural, relate alguns valores e padrões de comportamento que a televisão tem transmitido.

ANÁLISE DE VÍDEO: “ Como a mídia sufoca a Liberdade de Expressão”

Fonte: http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=4611,

acesso em 01/10/2013.

Análise:

A - Quais os assuntos tratado no vídeo?

B - Que relação é possível de ser feita deste vídeo com a discussão sobre Industria

Cultural?

37

ATIVIDADE 04 - A representação das mulheres nos

discursos das músicas do sertanejo universitário

A maioria das músicas populares no Brasil, de praticamente todos os

estilos musicais, tem as mulheres como fonte de inspiração. Elas são

abordadas de diferentes formas, em diferentes contextos, sendo representada

socialmente a partir de discursos, que são intencionalmente construídos como

“verdades”, fixando- se no imaginário popular com o auxílio de um aparato

simbólico, que nem sempre é aquilo que realmente diz ser.

Aprofundando o assunto:

SENSIBILIZAÇÃO:

Audição da música: “Mulher do Paraná,” 2008 Fernando e Sorocaba

Fonte: http://www.vagalume.com.br/fernando-e-

sorocaba/mulher-do-parana.html#ixzz2gfSzsBzg . Acesso

em 03/10/2013.

IDEIAS PRÉVIAS – Individual – no

caderno/debate

A – Quando está ouvindo música, você

presta atenção nas letras?

B – Que temáticas mais lhe chamam a

atenção?

Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/mascara24_9.png

38

A palavra Representação pode ser entendida como : “ por um lado, a representação

faz ver uma ausência, o que supõe uma distinção clara entre o que representa e o

que é representado; de outro, é a apresentação de uma presença, a apresentação

pública de uma coisa ou de uma pessoa. Na primeira acepção, a representação é o

instrumento de um conhecimento mediato que faz ver um objeto ausente substituindo-

lhe uma "imagem" capaz de repô-lo em memória e de "pintá-lo" tal como é.” (Fonte:

Roger Chartier, O Mundo como representação. 1991. Disponível em:<

http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n11/v5n11a10.pdf> Acesso em 10/10/203.)

E é nesse mundo de representações, de discursos e símbolos que os

jovens estão inseridos, tornando-os prática na vida social, naquilo que o

sociólogo Pierre Bourdieu chama de habitus, entendido como uma maneira

pela qual se age num grupo social, uma matriz cultural que auxilia os sujeitos a

fazerem suas escolhas, contribuindo na constituição de suas identidades.

Esse habitus, permeado por um universo de símbolos, visíveis ou não é

vivenciado cotidianamente, como sendo real (ou um real construído) contribui

na construção das identidades de meninos e meninas. Seu cotidiano atual é

dominado pela fetichização cultural e social, tendo os meios de comunicação

papel fundamental na construção de diferentes realidades sociais, onde as

identidades não são mais fixas, mas móveis, mutantes.

O lento processo de aquisição de símbolos e referências culturais insensivelmente

inculcadas pelas instâncias produtoras de bens simbólicos é resultado de uma

experiência inconsciente. A família, a escola e mais recentemente a mídia, cada uma

à sua maneira, imporiam, sem coerção ou consciência, um sistema integrado de

padrões de comportamento e representações. Embora produtos de determinações

sociais, os bens culturais e simbólicos produzidos submetem o agir e o pensar dos

agentes de forma lenta e velada. (...) Símbolos, preceito ditados populares assim

como a linguagem do cotidiano são instrumentos de integração do mundo.

(Fonte: Maria da Graça Setton. Indústria Cultural, Bourdieu e a Teoria Clássica.

Revista Comunicação & Educação. Nº 22. São Paulo, set/dez. 2001. Disponível em:<

http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36993/39715> Acesso 10/10/2013.)

Nesse sentido, é nesse universo simbólico, que os jovens estão cada

vez mais imersos, vivenciando diferentes práticas, atribuindo significados ao

que vêem, ouvem, sentem, e, para sentir-se inserido socialmente num grupo,

39

seja escolar, familiar, na comunidade, no trabalho, necessita de uma identidade

que seja aceita por todos, mas que também seja singular, própria. Essa

identidade é construída na alteridade, ou seja, na perspectiva do outro, de se

ver no outro, reconhecendo-se. Essa interação de um com o outro, (relação

nem sempre tranquila), faz com que cada um seja singular, com identidade

própria.

Na perspectiva de compreendermos as

construções sociais em seus diversos

elementos conceituais, podemos tomar como

exemplo a mulher e suas diversas formas

representativas.

O Sertanejo Universitário tem como sua

principal temática, a mulher, mostrando-a em

situações como: a mulher na balada, a mulher

novinha, a mulher dançando, a mulher liberada,

a mulher bonita, a mulher desejável, a mulher ousada, a mulher que gosta de

beber, a mulher interesseira, dentre outras.

As mulheres, entendidas como seres sexualmente e culturalmente

diferentes dos homens, com necessidades e desejos próprios foram objeto de

muitas pesquisas e estudos de grupos feministas, chamados de Estudos de

gênero.

Esses estudos demonstraram as conquistas e os desafios que as

mulheres tiveram ao longo dos tempos para ser aceita na sua condição de ser,

e como tal, diferentes dos homens em necessidades e condição física.

Essas lutas possibilitaram às mulheres um rompimento da opressão e da

violência que sofriam, física e psicologicamente, de um mundo

majoritariamente masculino e conservador para a conquista de direitos, como

de liberdade de escolha, de pensamento, de ir e vir, de sexualidade, dentre

outros.

4.1 – Relações de Gênero – as mulheres em perspectiva

Fonte: 2http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/minueto26_3.png

40

Entendemos a categoria gênero, como uma (...) categoria analítica elaborada nos

estudos feministas tem a função de colocar luz sobre as diferentes posições

ocupadas por homens e mulheres nos diversos espaços sociais, dando destaque ao

modo como as diferenças são construídas socialmente resultam em critérios de

distribuição de poder, portanto, em como se constroem as relações de

subordinação.(MARIANO, 2008, p.335 apud CASAGRANDE, CARVALHO &LUZ,

2009,p.28)

Estes estudos têm como intenção compreender as mulheres, numa

categoria culturalmente construída como a de gênero, diferenciando-a do dado

biológico sexual, para desnaturalizar a condição das mulheres na sociedade,

como da mulher ser mãe, de ser delicada, sensível, obediente, amorosa, e os

homens ser agressivo, competitivo e superior ás mulheres.

Os estudos de gênero trazem à discussão o fato de que as características masculinas

e femininas são entendidas como resultado de aprendizagem. Homens e mulheres

aprendem a assumir determinados comportamentos, atitudes, características e

sentimentos, de acordo com suas experiências de vida e com o contexto onde

vivem.(CASAGRANDE, CARVALHO &LUZ, 2009, p.26)

Para melhor compreendermos essa trajetória da história das mulheres,

com suas lutas e conquistas no tempo, vamos assistir e analisar o

documentário “Homens e Mulheres –p.I e II ” que fala sobre as diferenças de

gênero - homem e mulher e a construção dessas relações ao longo dos

tempos, para perceber as mudanças e permanências em relação às mulheres.

Título: Homens e Mulheres - Parte I e II Duração: Parte I – 30 min. E Parte II - 22 min. Fonte: tvescola.mec.gov.br/i Disponível em:< http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=4984 http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=4983 , acesso em 03/10/2013 Sinopse dos vídeos: Programa da série ECCE HOMO, que aborda as múltiplas faces do ser humano. Neste episódio, trata das mudanças nos papéis sociais de homens e mulheres através dos tempos, até os dias atuais, e da construção das identidades coletivas e individuais. Análise do vídeo: I – Que temática o vídeo está abordando? O que mais lhe chamou a atenção? II – A partir da análise do vídeo, que mudanças e que permanências houve com a mulher ao logo dos tempos?

41

A partir das discussões feitas anteriormente,

sobre a História e sua funcionalidade, que vê a

música como fontes históricas, como no caso da

música do Sertanejo Universitário no contexto de

dominação da Indústria da Cultura, vamos analisar

algumas músicas em videoclipes e letra.

Objetivos:

Fazer uma análise crítica das musicas selecionadas,

Perceber como os discursos das músicas constroem as representações

sobre as mulheres,

Questionar como essas representações influenciam na formação das

identidades de meninos e meninas,

Compreender a influência da Indústria cultural na construção de

discursos e representações,

Analisar de que maneira os meninos e meninas ressignificam estas

músicas.

4.2.1 - Ficha técnica das fontes/músicas selecionadas:

FICHA TÉCNICA

Escolher o suporte material – se partitura, fonograma ou videoclipe

Em todas as musicas, serão usados videoclipes com letra.

Escolher uma categoria musical – se erudita ou popular

Todas são Populares

- O objeto da pesquisa As mulheres na música do Sertanejo Universitário

- O período que se quer pesquisar História do tempo presente -

- Definir uma problemática Analisar as representações e discursos sobre as mulheres nas músicas do sertanejo universitário.

4.2 - Analisando fontes históricas: Músicas sobre as Mulheres

no Contexto Histórico Atual

Fonte: 3http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=31

42

Músicas/artistas selecionados: Luan Santana –

“Sogrão caprichou” – 2013 - Disponível em: http://www.vagalume.com.br/luan-santana/sograo-caprichou.html, acesso em 03/10/2013. “Garotas não merecem chorar” - 2013 - Disponível em:<http://www.vagalume.com.br/luan-santana/garotas-nao-merecem-chorar.html, acesso em 03/10/2013. Michel Teló –

“Ai se eu te pego” – 2011 - Disponível em: http://www.vagalume.com.br/michel-telo/ai-se-eu-te-pego.html> Acesso em 03/10/2013. Munhoz e Mariano –

“Pantera cor de rosa” – 2013 – Disponível em:< http://www.youtube.com/watch?v=qHF6gpnaTAsI > Acesso em 03/10/2013. “Vou pegar você e tãe” – 2012 - http://www.vagalume.com.br/munhoz-e-mariano/eu-vou-pegar-voce-e-tae.html#ixzz2giNpKCQZ, > Acesso em 03/10/2013. Pedro Paulo e Alex -

“Tá calor, tá calor” - 2013 - Disponível em:< http://www.youtube.com/watch?v=03--nSMpu4c > Acesso em 03/10/2013. Fernando e Sorocaba –

“Tá tirando onda” – 2012 - http://www.vagalume.com.br/fernando-e-sorocaba/ta-tirando-onda-part-especial-inimigos-da-hp.html#ixzz2gfRinEgY, acesso em 03/10/2013.

4.2.2 - Justificativa das músicas/artistas selecionados: OBS: (este ítem JUSTIFICATIVA não irá constar no material a ser

reproduzido aos alunos para não inviabilizar a pesquisa, .)

As músicas bem como os artistas selecionados são parte constitutiva de

uma pesquisa realizada neste ano, junto aos alunos do Col. Est. Novo Sarandi,

e apontou o Sertanejo Universitário como um dos estilos mais ouvidos pelos

alunos do ensino médio.

Vale ressaltar que o colégio onde foi feita esta pesquisa está situado

(interior do município de Toledo – PR) numa região predominantemente

agrícola, sendo os alunos (em sua maioria), filhos de pais que vieram da

região do Rio Grande do Sul (italianos e alemães) e trouxeram junto consigo a

tradição do violão e da gaita, instrumentos estes muito apreciados e sempre

citados como pertencentes às memórias culturais dos mesmos. Isso foi

43

percebido na pesquisa, pois alguns alunos citaram representantes da música

sertaneja de viola e sertaneja dos anos 1980, numa clara referência ao que

ouvem em casa junto dos pais.

Nesse sentido, nesta pesquisa foi perguntado o tipo de música que mais

ouviam/gostavam e nomes de alguns artistas bem como de músicas de sua

preferência, ao que, após analisar, percebeu-se que muitos citaram os artistas

que estavam em evidência na mídia local, o rádio (também citado na pesquisa

como meio de comunicação mais utilizado) , por ser um veículo de

comunicação muito apreciado pelos mesmos, em especial as rádios FM.

Dos vários artistas que apareceram na pesquisa, foram selecionados

para este trabalho os cinco mais citados, por serem deles algumas das

músicas mais cantaroladas, tanto por meninos como por meninas, a ser: Luan

Santana, Michel Teló, Munhoz e Mariano, Pedro Paulo e Alex e Fernando e

Sorocaba. Estes artistas fazem parte do estilo conhecido por Sertanejo

Universitário, e têm em comum o fato de dispor de um repertório musical

composto por canções que falam de ostentação e ascensão social, (muito em

função das trajetórias pessoais destes artistas) com muita festa e diversão em

baladas regadas a bebedeira e mulheres descritas como símbolos sexuais.

Suas músicas podem ser entendidas como discursos que constroem

representações sociais acerca de temáticas como das mulheres, por exemplo,

que são representadas como seres instáveis emocionalmente, como na música

“Tá tirando onda”, de Fernando e Sorocaba ao dizer: “o que tá pegando, não

precisa disso, cê tá louca, tá pirada, tá perdendo o juízo, toma vergonha nessa

cara” ou como objetos de fetiche sexual, como percebido nas música “ Sogrão

Caprichou” de Luan Santana ao dizer: “vem de vermelho, tô passando mal, Ela

dança envolvente, mexendo a cintura” e percebido na música “Tá calor, tá

calor”, de Pedro Paulo e Alex ao dizer: “Tá calor, tá calor, joguei água nela,

como ela ficou – toda molhadinha, toda molhadinha, vestido encharcado,

mostrando a marquinha, ai que delícia”. Também são ressaltadas as

qualidades físicas da mulher, em expressões como “delícia”, delícia, assim

você me mata”, da música “Ai se eu te pego”, de Michel Teló.

Essas músicas, ao se referirem ás mulheres de forma pejorativa

constrói, no imaginário de meninos e meninas, representações de um tipo de

44

mulher que pressupõe ser objeto sexual dos homens, dominada por eles,

subjugada à eles, como percebida em trechos das músicas de Munhoz e

Mariano e Fernando e Sorocaba.

“ Tá se achando a queridinha do pedaço, me queimando, me

fazendo de palhaço, Cuidado você pode se dar mal, não

provoca, o tiro pode ser fatal. (Tá tirando onda” - Fernando e

Sorocaba)

“Sabe se vestir do jeito que o homem gosta, vestidinho

apertadinho, da pantera cor-de-rosa, pra que? (...) Não importa

se é preto, branco, verde ou cor-de-rosa, se for apertadinho,

pode vir que o pai gosta” (“Pantera cor-de-rosa – Munhoz e

Mariano)

Esses discursos são reproduzidos nas vozes de meninos e meninas,

que os internalizam e em muitas vezes os tomam como sendo verdades. Para

meninos, as mulheres devem ser do tipo desejável sexualmente, “gostosinha”,

linda, liberada e “piriguete”, dentre outras expressões usadas pro estes artistas

em suas músicas e que tem grande carisma e representatividade entre esses

adolescentes/jovens.

Estes estereótipos representam as mulheres como sendo descartáveis.

Para meninas, essas representações criam nelas uma necessidade de assim

ser, pois esses discursos sugerem que, para conquistar um homem, as

mulheres precisam “andar perfumada, de blusinha coladinha, marquinha de

biquíni e sainha bem curtinha” pois é assim que “o homem gosta”, como

percebido na música “Eu vou pegar você e tãe”, de Munhoz e Mariano. È

interessante perceber, que muitos artistas usam-se como referencia para

justificar quaisquer atos das mulheres, como fala Luan Santana, na música

Sogrão Caprichou, ao dizer: ”Não vai embora não, deita aqui na cama, Se seu

pai perguntar, você tá com Luan Santana”.

A partir destas breves considerações como justificativa da seleção deste

repertório musical é que pretendemos realizar esta pesquisa, para verificar

junto aos alunos como eles interpretam essas representações e como as

ressignificam, no seu cotidiano, sendo esta a problemática deste trabalho.

45

4.2.3 - Atividades de pesquisa e análise das fontes:

Para a análise das fontes, foram criadas três atividades diferentes, com

o objetivo de perceber, sob diversos ângulos, como os alunos interpretam

essas músicas e seu conteúdo.

Na atividade 01 – os alunos farão a análise de uma música de forma

individual, anotando suas respostas conforme quadro de análise;

Na atividade 02 – os alunos serão divididos em grupos mistos, formado por

meninos e meninas para pesquisar cinco músicas previamente selecionadas,

para posteriormente fazer a apresentação ao grupo e realizar a análise

conforme quadro de análise;

Na atividade 03 – os alunos serão divididos em grupos, formado somente por

meninos e meninas, onde analisarão igualmente 02 canções de Luan Santana

para posterior análise.

Obs: Todas as atividades serão entregues por escrito, e anexas ao Caderno de Atividades.

ATIVIDADE 01 – ANÁLISE INDIVIDUAL NA SALA DE AULA:

(Registro será anexo ao Caderno de Atividades)

Esta atividade consiste na exibição e audição de um videoclipe da

música “Pantera cor de rosa”, de Munhoz e Mariano, para a análise de seu

conteúdo de forma individual, registrando sua interpretação, conforme questões

de análise no quadro abaixo.

Após, será feita um debate coletivo para discussão dos resultados.

Título da música: “Pantera cor de rosa” – 2013 – Munhoz e Mariano – 2,43 min Videoclipe e letra: Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=qHF6gpnaTAs, acesso em 03/10/2013.

Trechos da letra:

Toda produzida. jeitinho de santinha ela saiu de casa doida pra perder a linha(...) Sabe se vestir do jeito que o homem gosta vestido apertadinho da pantera cor-de-rosa. Pra que?

Refrão: pada pada pada pada

pada pada pada pada pra dar o que falar não importa se é preto branco, verde ou cor-de-rosa se for apertadinho pode vir que o pai gosta

46

1 Analise o videoclipe desta música e observe detalhes como:

- Comportamento do artista/cantor (intenções subjetivas)

- Vestimenta do artista e outros detalhes que o identificam

- Instrumentos musicais utilizados

- Tipo de apresentação (se é em estúdio ou local fechado (danceteria) ou espaço aberto para grande público-estádio)

- Produção da apresentação – visual da apresentação, demais membros que aparecem junto do artista/cantor (bailarinos(as), auxiliares vocais, colegas de banda

- Como as bailarinas estão apresentadas?

- Com que elementos do artista/cantor você se identifica?

2 Sobre a interpretação da música:

- Qual sua primeira impressão sobre a música?

- Quais os detalhes da vida e obra deste(es) artista(as)que lhe chamam a atenção?

- Que imagem da mulher a música está construindo?

- Que imagem do homem a canção construiu?

- Que tipo de mulher este artista está representando nesta música?

- Qual o sentido do refrão da música?

- Que tipo de linguagem foi usado nesta canção?

- Que realidade social a música representa?

- Quais valores éticos e sociais estão presentes na música?

- De que forma os meios de comunicação de massa nesta música contribuem na construção de significados e imaginários? Quais são seus objetivos ao fazer isso?

- Que relação de poder é possível de se perceber na canção?

- Que outros elementos podemos perceber na e para além da música, sobre História?

ATIVIDADE 02 – EM GRUPO – NA SALA DE AULA –

Nesta atividade, serão formados 05 grupos mistos, de meninos e

meninas. Ela será dividida em três partes, sendo a primeira pesquisa, a

segunda a apresentação da coleta de dados e a terceira a análise e debate de

cada música pesquisada.

Objetivos:

- Perceber as diferentes abordagens de cada música/ artista realiza sobre as

mulheres, bem como suas semelhanças.

47

- Perceber como cada grupo organiza a pesquisa, as informações coletadas e

suas interpretações.

- Promover um debate coletivo sobre cada música e analisar as interpretações

feitas por cada grupo.

Parte 01 –

Cada grupo irá pesquisar 01 canção do quadro abaixo, definida por sorteio.

Pesquisa, EM CONTRATURNO, no laboratório PR Digital para Tabela de

Coleta de Dados ref. algumas músicas, conforme tabela de coleta de dados

abaixo.

Tabela de coleta de dados:

Ficha Técnica Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05

Cantor

Intérprete

Michel Teló Fernando e

Sorocaba

Munhoz e

Mariano

Pedro Paulo

e Alex

Luan

Santana

Título da

música

Ai se eu te

pego

Tá tirando

onda

Vou pegar

você e tãe

Tá calor Sogrão

Caprichou

Ano de

composição,

2011 2012 2012 2013 2013

Título do

disco e

gravadora

Nome do

compositor

Ritmo/ estilo

musical,

Melodia

(romântica,

dança)

Arranjos e

instrumentos

Temática da

música

Biografia

do(s artista(s)

Contexto

Hist.Brasilei.

( ver Obs.)

Semelhanças

com musicas

Diferenças

com músicas

Letra da

música

48

OBSERVAÇÕES SOBRE PESQUISA DO CONTEXTO HISTÓRICO

O que pesquisar: A partir do ano da música que seu grupo irá trabalhar, no

ítem Contexto Histórico Brasileiro, procure investigar um acontecimento histórico relevante deste período., identificando as representações construídas sobre a situação econômica e sócio-política do Brasil.

A pesquisa pode ser realizada, com uso de internet e de Livros Didático Públicos, disponíveis aos alunos na Biblioteca.

SUGESTÃO DE REFERÊNCIAS:

Livros didáticos:

- BRAICK, Patrícia Ramos & MOTA, Myriam Becho. História – Das Cavernas ao Terceiro Milênio. 3º ano. São Paulo: Moderna, 2010, p. 206 a 281.

- JÚNIOR, Alfredo Boulos. História Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2012.p.309 a 317.

Sítios da internet

Balanço de um ano do governo Dilma Rousseff. Disponível em:< http://www.ihu.unisinos.br/cepat/cepat-conjuntura/507043-conjuntura-da-semana-balanco-de-um-ano-do-governo-dilma-rousseff > Acesso em 29/09/2013.

Balanço do governo Lula – Disponível em:< http://www.balancodegoverno.presidencia.gov.br/ > Acesso em 29/09/2013.

Indicações de sites para pesquisa sobre as músicas:

Videoclipes e letras de música: www.vagalume.com.br

Páginas/sítios oficiais dos artistas selecionados:

- Fernando e Sorocaba - http://fernandoesorocaba.uol.com.br/

- Luan Santana - http://www.luansantana.com.br/

- Michel Teló - http://www.micheltelo.com/

- Munhoz e Mariano - http://www.munhozemariano.com.br/capa/#.UlBwLVBwqVV

- Pedro Paulo e Alex - http://www.pedropauloealex.com.br/

49

Parte 02 – Após pesquisa dos dados solicitados, exibição dos videoclipes das

músicas pesquisadas e apresentação da letra da música e outros dados,

conforme tabela de coleta de dados.:

Obs: A apresentação de cada música pode ser feita num MAPA CONCEITUAL

num cartaz ou numa apresentação em slides, na TV Multimídia.

Parte 03 – Após a apresentação, será feita a análise de cada música, conforme

questões norteadoras, da tabela abaixo:

(O Registro deste quadro será anexo ao Caderno de Atividades)

Sobre a música:

Você já ouviu/ouve esta música? Em que lugares e/ou meio de comunicação?

O que você sente quando ouve esta música?

Quando você ouve ou assiste um videoclipe de uma música, que elementos da música mais te chamam a atenção?

Selecione alguns trechos que lhe chamou a atenção

Sobre o artista/cantor(es) da música (questões subjetivas)

A que grupo social pertence o artista intérprete da canção?

Como este cantor (es) se apresenta(m) em público?(observar atitudes, comportamento, vestimenta,)

Que imagem sobre sua pessoa quer passar ao público?

Sobre a temática da música, responda:

Sobre que assunto a música está falando?

Que tipo de linguagem foi usada nesta canção?(observar gírias e ditados populares, metáforas)

De que maneira ele está tratando esse assunto? Quais suas intenções?

Como a mulher está sendo representada nesta canção?

Qual frase ou trecho da música se destaca ou é significativo?

No seu entendimento, de que maneira esta música influencia no comportamento social dos jovens de nossa localidade?

Sobre a produção desta música;

Que tipo de estratégia os produtores desta música usaram para sua produção? ( tipo de temática, linguagem, escolha do artista, ritmo musical, Jabá, repetição, tempo da música, )

50

È possível dizer que esta musica é um produto comercial? Que elementos a tornam um produto comercial atrativo?

Sobre a circulação desta música:

Que estratégias comerciais foram usadas para divulgar esta música?(Apresentação em TV, rádio, shows, Internet)

Identifique os circuitos e espaços sociais e culturais por onde passa uma música,

Na atualidade, os artistas se valem de uma grande variedade de meios de comunicação de massa para divulgar suas músicas, como o rádio, TV, Mídia impressa e Internet. Destas mídias, qual delas é a mais utilizada pela música pesquisada? Porque?

Na internet, em que lugares esta música é mais divulgada?

Quando você pesquisa sobre esta música na internet, você procura;

Saber detalhes da vida do artista e curiosidades, como comportamentos, moda ou procura assistir ao videoclipe e ou/baixar a música para ouvi-la outras vezes?

Em nossa região, que meio de comunicação tem grande poder de influência?

De que maneira a mídia influencia o público receptor de música em seus gostos?

Analise o videoclipe desta música e observe detalhes como:

Comportamento do artista/cantor (intenções subjetivas)

Vestimenta do artista e outros detalhes que o identificam

Instrumentos musicais utilizados

Tipo de apresentação (se é em estúdio ou local fechado(danceteria) ou espaço aberto para grande público-estádio)

Produção da apresentação – visual da apresentação, demais membros que aparecem junto do artista/cantor (bailarinos(as), auxiliares vocais, colegas de banda

Sobre a interpretação da música:

Você consegue perceber algumas afirmações na(s) música(s)? Você concorda ou discorda delas? Por quê?

Que realidade social a música representa?

Quais valores éticos e sociais estão presentes na música?

O sentido da canção é construído pelo compositor ou pelo artista intérprete?

Com que elementos do artista/cantor você se identifica?

Você se identifica com algum elemento da música ou do seu intérprete?como?

51

Atividade 03 – EM GRUPOS – NA SALA DE AULA

Nesta atividade, serão formados grupos somente de meninos e meninas.

Cada grupo irá assistir o mesmo videoclipe e analisar a mesma letra da

música, “Garotas não merecem chorar”, de Luan Santana.

Objetivo:

Perceber as diferentes interpretações que são feitas com músicas iguais

para todos os grupos, de mesmo artista, com diferentes representações da

mulher, e como meninos e como meninas as interpretam ou ressignicam-nas,

comparando-as em suas diferenças e semelhanças.

Título: Garotas não merecem chorar Artista Intérprete: Luan Santana Ano: 2013 Disco: Te esperando - EP Melodia: Romântica

Letra da música: Ela é uma mulher menina Que precisa urgentemente Ser mais forte(...) Ela vê suas amigas se entregando Ao primeiro que aparecer Numa tentativa boba de se preencher Garotas querem mais amor de verdade, mais sinceridade Garotos são todos iguais Tem necessidade, não passam vontade Mas "tô" aqui pra provar Eu não te deixaria por uma aventura à toa E nem te trocaria por qualquer outra pessoa Só pra matar a vontade, o crime não compensa.(...) Fonte: http://www.vagalume.com.br/luan-santana/garotas-nao-merecem-chorar.html#ixzz2gibmJ0X9> Acesso 01/10/2013

QUESTÕES PARA ANÁLISE: O Registro deste quadro será anexo ao Caderno de Atividades

- Qual a temática abordada nesta música?

- Como Luan Santana está representando as mulheres nesta canção?

- De que maneira este artista tem poder de influenciar quem ouve suas canções?

- O que mais chama a atenção de seu grupo neste artista e nesta canção?

- Qual o significado desta canção para seu grupo?

- Que semelhanças e diferenças podemos apontar desta canção com as outras

músicas analisadas anteriormente?

52

As Diretrizes Curriculares Estaduais de

História (DCE) nos propõe como entendimento

final de uma atividade a produção de narrativas

históricas ou da elaboração de uma nova

prática social no final do conteúdo, ou seja, é a

manifestação de uma nova atitude prática, de

uma nova maneira de pensar, entender e julgar

fatos e ideias.

Estas narrativas consistem em perceber,

por meio de uma atividade realizada pelo aluno,

sendo escrita, imagética ou midiática, sua

compreensão, sua consciência histórica sobre

uma temática trabalhada.

A narrativa histórica é a forma de apresentação desse conhecimento e se refere à

comunicação entre os sujeitos. (...) Esta compreensão passa a ter uma função de

orientação temporal na cultura contemporânea. (...) Narrar a História é compreender

o Outro no tempo. A narrativa histórica constrói-se por argumentos fundamentados

em evidências. Para os alunos, esta narrativa precisa ser plausível. Nesse sentido,

ele precisa propor um diálogo entre as suas ideias históricas com as presentes nas

narrativas dos historiadores, sendo assim, percebe-se que a natureza da História é

interpretativa. Diante disso, os alunos devem conhecer a interpretação do outro pela

narrativa histórica desse sujeito. As narrativas dos estudantes são constituídas pelas

temporalidades e intencionalidades específicas deles, a partir do diálogo com as

narrativas dos historiadores. (PARANÀ, 2008, p.58)

Ou seja, essas narrativas demonstram como os alunos interpretam e

reinterpretam as diversas situações no seu entorno, constituindo-se como ser,

construindo para si uma identidade que também se constrói na perspectiva do

outro, na alteridade (ver-se no outro) para que, ao manifestar-se sobre

determinada situação histórica, num dado tempo e espaço, possa fazê-lo de

forma a perceber sua consciência sobre a história.

Nesse sentido, a proposta de atividade final para esta Unidade Didática,

que teve como problemática a percepção dos alunos sobre as representações

ATIVIDADE 05 – Produzindo Narrativas históricas

Fonte: https://lh6.googleusercontent.com/-Zfei2fjOzaM/T1oEYnRWZiE/AAAAAAAAdrk/A79YGydNqoE/w209-h142-p/EstudioDeTVCinema

53

das mulheres nos discursos das músicas do sertanejo universitário é de uma

produção midiática, de um videoclipe.

CRITÉRIOS PARA PRODUÇÃO DO VIDEOCLIPE:

1 – Produção de videoclipe em grupos, mesmo da formação inicial.

2 – Estilo Musical: Deve ser de música brasileira, mas a escolha do estilo é livre.

TEMÁTICA: as mulheres representadas noutras músicas

3 – O videoclipe deve conter: som, imagem e análise interpretativa do mesmo. OBS:

NÃO SERÁ PERMITIDO USAR VIDEOCLIPE PRONTO.

4 – Na organização do videoclipe é necessário: slide inicial com dados de

identificação do grupo, do colégio e professora; slides com dados de identificação da

música (ver quadro metodológico da pág. 15/16) ,slide com imagens(que demonstram

a interpretação do grupo para a música) e legenda da música escolhida, e slide final

com créditos e referências bibliográficas..

5 – Após produzido o videoclipe, cada grupo irá publicá-lo na rede social do

FACEBOOK, numa página criada para o grupo, visando interação e comentários dos

outros colegas. Os resultados serão debatidos em sala de aula com a professora.

ATIVIDADE DE METACOGNIÇÃO FINAL:

Individual – por escrito e anexar no caderno de atividades

1 – Nesta atividade de analisar as músicas, o que mais lhe chamou a

atenção?

2 - Qual a importância do conhecimento histórico no tempo presente?

3 – De que forma a música pode ser uma fonte para nos ajudar a

compreender a história?

4 – O que tornou o sertanejo universitário tão popularizado? E ele se

configura numa música popular?

5 – A partir das análises das músicas que tiveram as mulheres como

tema, justifique a forma como os artistas lhes representaram:

54

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

A metodologia para esta atividade foi pensada para que professores/as e

alunos/as possam promover uma troca de conhecimentos, de forma interativa e

participativa, onde as representações sociais dos alunos sejam valorizadas e o

professor/a seja um/a mediador/a nesse processo de produção do

conhecimento histórico. Nesse sentido, o pressuposto é o de que as aulas de

história têm de dar sentido, e este deve estar atrelado ao cotidiano dos

mesmos, de forma que possam compreender os mecanismos de construção na

História.

Segundo Schmidt & Garcia, em seu texto “A formação da consciência

histórica de alunos e professores e o cotidiano em aulas de história”, a aula é

um espaço de compartilhamento de significados e de experiências individuais e

coletivas, numa perspectiva crítica, de relação de sujeitos com os diferentes

saberes envolvidos na produção do saber escolar.(2005, p.299)

A disciplina de História, busca desenvolver uma prática pedagógica que

compreenda a organização do pensamento histórico dos sujeitos, sendo

percebido a partir de atividades que possibilitem realizar uma “ investigação

histórica para compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem

às suas ações”.(PARANÁ, 2008, p.46)

Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos

deve ser fundamentado em vários autores e suas respectivas

interpretações, seja por meio dos manuais didáticos disponíveis ou

por meio de textos historiográficos referenciais. Espera-se que, ao

concluir a Educação Básica, o aluno entenda que não existe uma

verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir

evidências que organizam diferentes problematizações

fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da

necessidade de uma contextualização social, política e cultural em

cada momento histórico. (PARANÁ, 2008, p.69)

Esses questionamentos e olhares críticos sobre os acontecimentos

históricos por parte de alunos será possível com uma prática do professor de

forma que este contribua para a formação da consciência histórica nos alunos

55

a partir de uma racionalidade histórica não-linear e multitemporal. “( PARANÁ,

2008, p.60)

O conceito de Consciência Histórica é apresentado pelo historiador Jörn

Rüsen, que o define como sendo:

“um conjunto de “operações mentais com as quais os homens

interpretam sua experiência” da mudança temporal “de seu

mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar,

intencionalmente, sua vida prática no tempo”. É, portanto, a “

constituição do sentido da experiência no tempo”(...)”. (RÜSEN

2001, p. 58 apud PARANÁ, 2008, p.57)

Desta forma, a consciência histórica possibilitará a cada sujeito/aluno

desconstruir, desnaturalizar, um olhar mais crítico e desenvolver a capacidade

de interpretação e de análise para as diversas questões apontadas nesta

atividade.

ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA:

Como conteúdos estruturantes desta Unidade Didática, serão discutidos

as relações de Poder e Cultura presentes nas músicas, numa perspectiva

teórico-metodológica da Nova História Cultural, tendo como conteúdo básico a

temática da Cultura e Religiosidade e como conteúdo específico A História do

Brasil Contemporâneo e as representações das mulheres nas músicas.

Esta Unidade Didática será inserida no Plano de Trabalho Docente da 3ª

série do Ensino Médio, para o ano letivo de 2014, sendo trabalhada junto dos

conteúdos do 1º e 2º bimestre, que prevê o estudo dos conteúdos referente a

História do Brasil - Da Redemocratização ao tempo presente( dos anos 1984

à 2013), sendo este trabalho iniciado a partir da história do presente buscando

compreender as ações humanas no passado.

O capítulo sobre a Unidade Didática será encadernada para a realização

desta pesquisa, sendo o material utilizado para o trabalho com os alunos e as

atividades realizadas nesta Unidade Didática serão consideradas como

Avaliação para a obtenção de notas bimestrais e recuperação. Para além da

Unidade Didática, como material de trabalho e pesquisa(para produção do

56

artigo final), será criado um Caderno de Atividades (com atividades já contidas

na Unidade Didática), para que os alunos façam um registro escrito e

documental das atividades selecionadas.

METODOLOGIA DE TRABALHO/PESQUISA DA UNIDADE DIDÁTICA

A metodologia usada nesta atividade está fundamentada na proposta

metodológica das Diretrizes Curriculares Estaduais de História, que propõe ao

Ensino Médio, um ensino por temas históricos, onde os conteúdos (básicos e

específicos) terão como finalidade a discussão e a busca de solução para um

tema/problema. Também foi utilizada as ideias da Proposta Didática para a

Pedagogia Histórico Crítica, de João Luiz Gasparin, de sua obra “Uma Didática

para a Pedagogia Histórico Critica”, de 2012, que propõe um trabalho didático

em diferentes níveis de conhecimento, feito em cinco passos, conforme quadro

demonstrativo e comparativo, abaixo:

Metodologia contida nas Diretrizes

Curriculares Estaduais de História, 2008,

pag. 68/73

Metodologia da Didática Histórico

Crítica de J. Luiz Gasparin, 2012.

1 Definir temática e Conteúdos básicos

mais os específicos

Prática Social Inicial: Definir conteúdo e

verificar o que os alunos sabem

2 Definir problemática acerca do conteúdo

específico a ser investigada

Problematização, que pressupõe um

trabalho com questões desafiadoras.

3 Trabalhar com fontes históricas diversas Instrumentalização consiste em utilizar

fontes nesta pesquisa e outras

narrativas/historiografia sobre a

temática

4 Fundamentação na historiografia

5 Produção de narrativas históricas pelos

sujeitos

Catárse – produzir uma síntese mental

do que aprendeu com esta atividade

Prática Social final de conteúdo - É a

expressão mais forte de que de fato se

apropriou do conteúdo, aprendeu, e

por isso sabe e aplica.

APLICAÇÃO E DETALHAMENTO DA UNIDADE DIDÁTICA:

A partir da definição do método de trabalho acima explicitado, a

atividade está organizada da seguinte forma:

57

No início de cada atividade será feito um momento de sensibilização ou

introdução do assunto, para após, verificar junto aos alunos, seus

conhecimentos prévios sobre aquele assunto – IDEAIS PRÉVIAS.

Cada atividade (cinco ao todo) se propôs em problematizar sua temática,

numa perspectiva de compreender a temática central que consiste em perceber

como os alunos interpretam as representações das mulheres nos discursos

das músicas do sertanejo universitário.

Para buscar respostas à problemática central e de cada atividade, será

realizada uma investigação histórica, por meio de algumas fontes primeiras

como letras de música e videoclipes e fontes secundárias como textos de

livros didáticos, textos de sites da internet, com notícias e informações sobre a

temática da música sertaneja universitária e sobre a mulher.

Estas fontes serão analisadas em 03 momentos, sendo: 1 - Análise

individual de uma música igual à todos, 2 – Pesquisa e Análise de musicas

diferentes, em grupos mistos, formados por meninos, meninas, seguindo

quadro de análise; 3 – Análise de duas músicas semelhantes para grupos

formado por meninos e por meninas. Objetivos:

Perceber as diferentes interpretações para uma música semelhante à

todos, mas feita individualmente

Conhecer o encaminhamento de pesquisa e análise dado por diferentes

grupos (meninos e meninas) à musicas diferentes, percebendo as

diferentes abordagens realizadas.

Perceber as diferentes interpretações para músicas semelhantes à

todos, feita em grupos formado só por meninos e só por meninas.

Para compreender as temáticas tratadas nesta unidade como função da

História (I), Musica como fonte(II), Sertanejo Universitário e sua origem(III), As

mulheres nas músicas do Sertanejo Universitário (IV) e Narrativas

Históricas(V), todas terão fundamentação na historiografia, seja em fragmentos

de textos, obras, artigos, vídeos e documentários. Serão discutidos com os

alunos os conceitos de Representação e Prática Cultural, (Roger Chartier),

Discursos e relações de Poder (Eni Orlandi), Cultura, Poder simbólico, Habitus,

(Pierre Bourdieu), Identidade cultural (Stuart Hall) Conceitos de Gênero (Maria

Izilda e Joana Pedro) Gênero e Adolescência, (Traverso-Yépez e Souza

Pinheiro).

58

Visando compreender o entendimento dos alunos a partir de cada temática

tratada na Unidade Didática, ao final de cada atividade, os mesmos realizarão:

ou um debate para apontar seus resultados ou uma atividade de análise de

grupo, por escrita ou por meio de pesquisa, seja em Biblioteca ou Internet.

Essas atividades consistem em narrativas históricas, numa perspectiva de

formar a consciência Histórica dos alunos, percebendo a criticidade dos

mesmos e as mudanças ou permanências após a pesquisa realizada. Como

última produção de Narrativa, será solicitado que os alunos produzam um

videoclipe, tendo como temática as mulheres, mas noutros estilos musicais.

Como atividade final da Unidade Didática, será realizada uma atividade de

METACOGNIÇÃO, para comparar os resultados das respostas das ideias

prévias com o aprendizado realizado durante a realização desta atividade. Esta

Metacognição será escrita com posterior debate para avaliação junto ao grande

grupo.

INSTRUMENTOS E RECURSOS DIDÁTICOS DA UNIDADE DIDÁTICA:

Instrumentos ou Práticas didáticas Recursos Didáticos

- Atividades de introdução – IDEIAS

PRÉVIAS e de finalização –

METACOGNIÇÃO.

- Atividade em sala de aula, sendo

individual ou em grupo, na realização de

atividades, análise de fontes, debates,

seminários;

-Pesquisa em grupos, na Biblioteca

(livros) e no Laboratório PR Digital

(internet)

-Exibição, audição e análise de

videoclipes e documentários.

- Análise e interpretação de letras de

músicas, de fragmentos de textos, de

historiografia e de artigos da internet.

- Produção de Mapas Conceituais e de

slides em PPT ou Impress.

- Produção de cartazes, textos e vídeos.

- Letras de Músicas, Videoclipes e

Documentários,

- Pen Drive, Biblioteca, TV Multimídia,

Laboratório PR Digital, Aparelho

Multimídia com som.

-Texto encadernado da Unidade

Didática, Caderno de Atividades,

-Textos, artigos e Livros diversos

(historiografia),

- Livros Didáticos Públicos – Estadual e

Federal, de História e Sociologia, DCE

de História.

- Site do Portal Dia a Dia Educação -

http://www.educacao.pr.gov.br/

59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bibliografia Teórica:

ABUD, Kátia Maria. Registro e Representação do cotidiano: A música popular na aula de História. Caderno Cedes, Campinas, v. 25, n. 67, 2005. ADORNO, Theodor W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: _____. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e

métodos. São Paulo: Cortez, 2011. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Difel, 1989. CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel,1988. CHARTIER, Roger. Diferenças entre os sexos e dominação simbólica. Cadernos Pagu. Nº4. 1995: p. 37-47. Disponível em:< www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=50917 > Acesso em 13/04/2013. CHARTIER, Roger. O Mundo como representação. 1991. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n11/v5n11a10.pdf> Acesso em 10/10/203. COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. 9. ed. São Paulo: Brasiliense,

1987. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2012. KARNAL, Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2009. LUZ, Nanci Stancki; CARVALHO, Marília Gomes de; CASAGRANDE, Lindamir Salete (orgs). Construindo a igualdade na Diversidade: gênero e sexualidade na escola. Curitiba: Editora UTFPR, 2009. MATOS, Maria Izilda. Estudo de gênero: Percursos e Possibilidades na Historiografia contemporânea. Cadernos Pagu, n. 11, p.67-75, 1998.

MORAES, José Geraldo Vinci de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 20, n. 39, 2000. NAPOLITANO, MARCOS. A história depois do papel. In PINKY, Carla B. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2006.

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PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes curriculares da educação básica. História. Curitiba, 2008.

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