doenças no alvo - fundecitrus

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ano II nº 11 outubro 2011 www.fundecitrus.com.br www.twitter.com/fundecitrus Fundecitrus apresenta resultados de levantamentos amostrais Doenças no alvo

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Page 1: Doenças no alvo - Fundecitrus

ano II nº 11 outubro 2011 www.fundecitrus.com.br www.twitter.com/fundecitrus

Fundecitrus apresenta resultados de levantamentos amostrais

Doenças no alvo

Page 2: Doenças no alvo - Fundecitrus

11 e 12

16

2

Greening atinge 3,8% das plantas do

parque citrícola

Sucesso: greening sob controle em Avaré

Cresce severidade das plantas afetadas

por CVC

Novo aliado: estudo apresenta técnica de controle da CVC

4 e 5

6 e 7

8 e 9

10

A citricultura de hoje exige, diariamente, a adoção correta das medidas de manejo do pomar para combater as principais pragas e doenças. Nesse sentido, a edição desta revista traz uma grande atualização de conhecimento.

Como uma forma de fortalecer as medidas de controle das principais doenças, apresentamos os resultados dos levantamentos de greening e de CVC. Apesar do aumento das duas, a boa notícia é que o manejo regional se mostra eficaz no caso do greening.

Enquanto a média estadual de contaminação por greening é de 3,8% das plantas, citricultores que atuam de maneira conjunta têm mantido a doença em níveis inferiores a 1,5% – caso da re-gião de Avaré, em destaque nesta edição.

Além de divulgar os números da incidência das doenças, o Fundecitrus está promovendo uma série de eventos para apresentar um balanço das prin-cipais pesquisas em que está envolvido. Os resul-tados mostram importantes avanços nas práticas adotadas no campo e a expectativa é de que as inovações sejam aplicadas de forma contínua.

Tivemos um encontro específico sobre greening e outro, focado em doenças como CVC, cancro cítrico, podridão floral, pinta preta, leprose e morte súbita.

Em novembro, o cancro cítrico volta a ser tema de discussão, reunindo os pesquisadores mais re-nomados no mundo sobre o assunto. Participe!

Boa leitura!

editorial

Agenda: mais de nove mil pessoas treinadas

13A revista Citricultor é uma publicação de distribuição gratuita entre citricultores editada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Av. Adhemar P. de Barros, 201, V. Melhado, Araraquara/SP – CEP 14807-040). Tels.: 0800-112155 e (16) 3301-7045. Contatos: [email protected] e www.fundecitrus.com.br.

Coordenação editorial: Com Texto Comunicação Corporativa. Tel.: (16) 3324-5300. Site: www.ctexto.com.br. Jornalista responsável: Fernanda Franco (MTb. 28.578). Reportagem e redação: Michele Carvalho. Edição: Marcela Gomide. Projeto gráfico: Valmir Campos. Fotos: Henrique Santos e arquivo Fundecitrus. Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Tel.: (16) 2101-4151.

Guia do citricultor:como implantar a cobertura vegetal

Inscriçõesdo mestrado

estão abertas

www.fundecitrus.com.br

Lourival Carmo MonacoPresidente do Fundecitrus

Constante renovação

Page 3: Doenças no alvo - Fundecitrus

Workshop

3www.fundecitrus.com.br

O Fundecitrus é parceiro do 1º Workshop em Xan-thomonas citri e Cancro Cítrico, que será realizado nos dias 17 e 18 de novembro, no hotel JP, em Ri-beirão Preto (SP). O workshop científico irá reunir os principais especialistas do assunto no mundo, para discutir os atuais avanços e resultados de pesquisas, além de traçar novas estratégias para a ocorrência da doença. Outra meta é integrar os grupos, promover a troca de experiências e colaborações científicas.

Para os organizadores do evento, o professor dou-tor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp Araraquara Henrique Ferreira e o pesquisador do Fun-decitrus José Belasque Júnior, o evento inédito sobre essa bactéria deve estimular o início de novas parce-rias. “Somos poucos e estamos trabalhando individu-almente, e vemos no estreitamento de relações com pesquisadores do exterior, com o estabelecimento de cooperações, a chave para um aumento de conheci-mento real sobre a bactéria”, afirma Ferreira.

O encontro irá reunir pesquisadores brasileiros de várias instituições e universidades e especialistas dos

Objetivo é discutir

resultados de pesquisas

e promover troca de

experiências entre os

grupos de estudos da

doença e da bactéria

Xanthomonas citri

reúne especialistas em cancro cítrico

Estados Unidos, Argentina e França. Com patrocínio da Fapesp, Syngenta, Fundunesp, BR3 Agrobiotecno-logia, Oxiquímica Agrociência e Difere, o workshop é gratuito e aberto a todos os interessados no tema.

Page 4: Doenças no alvo - Fundecitrus

4 www.fundecitrus.com.br

Greeningatinge 3,8% das plantasdos pomares paulistas

O greening atingiu 3,8% das plantas e 53,3% dos talhões do parque citrícola paulista, se-gundo dados do levantamento amostral realizado pelo Fun-do de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

A região mais afetada pela doença é a Central, com 6% de

árvores doentes, seguida pela Sul, com 5%. A região Norte apresentou 0,8% de plantas contaminadas, a Oeste, 0,7% e Noroeste, 0,17%.

O número continua inferior se comparado com o estado norte-americano da Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, que tem aproximada-mente 18% de plantas doentes.

Esse resultado se deve à resposta dos produto-res ao treinamento e adoção do controle, mesmo que sem a intensidade recomendada. O uso de mu-das sadias e certificadas, constantes inspeções no campo, erradicação de plantas doentes e controle do inseto vetor – o psilídeo Diaphorina citri – são as principais ações de combate à doença.

Dentre as medidas de manejo, a mais impor-tante é a remoção das plantas doentes pois, se mantidas nos pomares servem de fonte para a contaminação de plantas sadias. Por outro lado, é fundamental a adoção de controle do inseto vetor por meio de pulverizações, medida que não pode ser adotada isoladamente. “Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possí-vel zerar a população da praga”, afirma o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari.

Nesse sentindo, é importante reforçar que as medidas devem ser adotadas de maneira integra-da, pois uma complementa a outra. O Fundecitrus

reforça que o ideal, para ser mais eficaz, é que os citricultores realizem o manejo regional.

Em 2010, uma pesquisa da instituição comprovou que, quando feito em conjunto por vários produtores vizinhos, o manejo do greening é mais eficaz, poden-do reduzir em até 90% os níveis de incidência da do-ença. Em todo o Estado de São Paulo, grupos se for-maram, totalizando 4.379 propriedades trabalhando em conjunto para o controle do inseto vetor, e essa estratégia tem apresentado resultados animadores.

Um exemplo bem-sucedido são as ações conjuntas em Avaré (leia mais nas páginas 6 e 7). Lá, os produ-tores estão conscientes da importância de manter as propriedades longe da doença e atuam de forma co-ordenada para realizar o controle do inseto vetor.

Por meio de reuniões, promovidas com o apoio do Fundecitrus, eles também tentam conscientizar citricultores vizinhos da importância da adoção do manejo regional. Em média, onde o manejo é feito regionalmente, os citricultores mantêm os índices da doença em, aproximadamente, 1,5% das plantas.

Levantamento amostral do

Fundecitrus aponta a necessidade

de intensificar o manejo regional

Page 5: Doenças no alvo - Fundecitrus

A doença em números

No Estado 3,8%de plantas doentes

53,3%dos talhões contaminados

Além do incentivo e apoio à formação de grupos de manejo regional, o Fundecitrus pro-move treinamentos, palestras e eventos espe-cíficos sobre o greening, além de campanhas em rádios com alertas e dicas.

Este ano, por exemplo, os Dias de Campo tiveram como tema a Tecnologia de Aplicação, voltada ao controle do inseto vetor da doença, o psilídeo Diaphorina citri. Foram realizados 12 eventos nas principais regiões citrícolas, capacitando mais de mil produtores.

O Fundecitrus também conta com mate-riais técnicos, como folhetos e manuais que podem ser acessados no site da instituição – www.fundecitrus.com.br. Os interessados em agendar uma visita dos agrônomos do Fundeci-trus também podem entrar em contato com a instituição pelo telefone 0800 11 2155.

Ações do Fundecitrus

5www.fundecitrus.com.br

GreeningRegião Noroeste

8,8% de talhões contaminados

0,17% de plantas doentes

Região Sul63,52% de talhões contaminados

5% de plantas doentes

Região Oeste47,4% de talhões contaminados

0,68% de plantas doentes

Região Central73,52% de talhões contaminados

6% de plantas doentes

Região Norte28,2% de talhões contaminados

0,8% de plantas doentes

Page 6: Doenças no alvo - Fundecitrus

6 www.fundecitrus.com.br

O combate ao greening de maneira coordenada e conjunta mostra que é possível manter a doença sob controle. Produtores de Avaré, na região Sul do Esta-do de São Paulo, estão, desde 2010, desenvolvendo ações em grupo. Os resultados são promissores: a in-cidência de plantas contaminadas nas propriedades envolvidas é, em média, de 1,5%.

Entre os dias 9 e 16 de setembro, citricultores da região realizaram uma grande pulverização regional para tentar evitar picos populacionais do psilídeo.

O produtor Luiz Fernando Anizi, administrador de pomares em Pratânia, Pederneiras, Itaí e Paulistânia, comprovou a queda do número de insetos nas fazen-das após a ação. Ele afirma que para manter a doença sob controle são feitas também constantes inspeções e aplicações de inseticidas nas bordaduras para evitar a migração de psilídeos dentro das propriedades.

Responsável por 2,5 milhões de árvores nos mu-nicípios de Avaré, Borebi e Botucatu, Ricardo Bene-

deti participa de três grupos de manejo regional e registrou uma média de 1,2% de plantas doentes nos pomares. “Os resultados tendem a aparecer a longo prazo. Temos uma queda significativa no número de insetos, o que deve levar a redução da doença nos próximos anos”, diz.

Carlos de Petrini da Silva Coelho, administrador de 130 mil pés em Avaré, não tem vizinhos produtores de laranja, mas participa das ações para evitar a migra-ção do inseto. “Intensificamos as medidas de manejo como um todo. Acredito que vamos sentir os resulta-dos a partir do primeiro semestre do ano que vem”, afirma. O pomar de Coelho tem 0,8% de greening.

Além da participação dos grupos de manejo regio-nal, os três produtores intensificaram o manejo da doença, com constantes inspeções no campo à pro-cura de plantas sintomáticas. Em média, é realizada uma por mês. Por lei, os produtores devem realizar uma vistoria a cada três meses.

Avaré:sucesso no controle do greening

Citricultores de Avaré intensificam manejo regional

Page 7: Doenças no alvo - Fundecitrus

7www.fundecitrus.com.br

sucesso no controle do greeningOs três colegas são categóricos: ainda há mui-

to que fazer para melhorar o combate à doença.Entre as principais dificuldades apontadas,

está a falta de interesse de alguns citricultores em adotar o manejo regional. “Infelizmente, há produtores que já não adotavam outras práticas culturais e, por conta disso, não realizam o ma-nejo do greening corretamente”, diz Coelho.

Benedeti aponta que, em alguns casos, falta comunicação entre administradores e proprietá-rios dos pomares e que ainda há muita resistência em trabalhar de forma conjunta. “Eles se sentem pressionados e não é essa intenção. Queremos manter o negócio viável para todos”, explica.

“Precisamos estar conscientes. Administrado-res, funcionários, proprietários e consultores de-vem falar a mesma língua e atuar juntos”, afirma o engenheiro agrônomo do Fundecitrus na região de Avaré, Túlio Pancionni.

Os produtores dizem que é necessário in-tensificar a fiscalização do controle da doença. Para eles, é fundamental que governo, iniciativa privada e órgãos de defesa sanitária discutam novas soluções.

“É necessário criar novos mecanismos, como é feito com a febre aftosa. Se a pessoa não vaci-nar seu rebanho, não consegue vender a carne. Devíamos pensar em algo semelhante para a la-ranja e oferecer algum tipo de vantagem comer-cial para os citricultores que cuidam do pomar”, sugere Anizi.

Mais apoio

União: com apoio do Fundecitrus, citricultores trabalham de maneira coordenada

Agrônomo dainstituição

orienta produtores

como realizar o manejo

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8 www.fundecitrus.com.br

A incidência da Clorose Variegada dos Citros (CVC) passou de 35,5% para 40,3%, de 2010 para 2011, segun-do aponta o levantamento amostral do Fundecitrus. A região Norte é a mais afetada, com 59,7% de árvores doentes; seguida por Noroeste, com 52,5%; Central, com 42,37%; Sul, com 30,49% e Oeste, com 1,06%.

O aumento da doença comprova que muitos citri-cultores deixaram de adotar as medidas de prevenção, como o monitoramento e controle das cigarrrinhas, inspeções dos pomares e podas de ramos sintomáticos ou eliminação de plantas doentes.

Em relação ao ano passado, o estudo mostrou que o número de plantas com nível 2 (sintomas em folhas e frutos) cresceu; enquanto o de árvores com índice 1 (sintomas em folhas) caiu ou se manteve estável. Da média estadual, 7,04% das plantas apresentaram o nível 1 e 33,2%, o nível 2.

CVC:hora de redobrar oscuidados com a doença

“Este ano, constatamos a evolução dos sintomas e da severidade da doença, já que muitas plantas passa-ram a apresentar sintomas em folhas e frutos”, afirma o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cí-cero Augusto Massari.

O crescimento da severidade da CVC mostra que muitos produtores não realizam corretamente o mane-jo da doença, aumentando a fonte de contaminação e acarretando o aumento da doença em plantas sadias e jovens. Já a diminuição de plantas com nível 1 reflete o uso de mudas sadias e certificadas no campo. “Porém, é preciso adotar as demais medidas para evitar a expan-são da doença”, alerta o gerente.

O manejo da CVC é baseado em três ações: uso de mudas sadias e certificadas, controle das cigarrinhas transmissoras da doença e poda de ramos ou eliminação de plantas doentes.

NÍVEL ZERO NÍVEL UM NÍVEL DOIS

Plantas sem sintomas.Momento de adotar medidas

de manejo corretamente

Sintomas em folhas. Sintomas em folhas e frutos

Levantamentoapontou que

40,3% das plantas estão sintomáticas

- 4,9% 9%

Aumento da severidade: falta de controledas cigarrinhas e da poda de plantas com sintomas iniciais

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9www.fundecitrus.com.br

A CVCA Clorose Variegada dos Citros (CVC), também conhecida como

“amarelinho”, é causada pela bactéria Xylella fastidiosa, transmi-tida por 12 espécies de cigarrinhas.

A doença apresenta dois níveis de contaminação: 1 (folhas sin-tomáticas) e 2 (quando afeta folhas e frutos).

Os sintomas começam nas folhas e podem se estender para os frutos. Nas folhas, aparecem pequenas manchas amarelas, espa-lhadas na superfície superior, que podem evoluir para lesões de cor palha no dorso e verso.

Com o avanço da doença, a planta perde as folhas e os galhos podem secar. Os frutos apresentam redução de tamanho.

Regiões

Níveis de CVC

1(sintomas apenas

nas folhas)

2010CE 11,7 3,6 26,5 38,6

14,5 8,2 38,5 51,511,8 5,3 31 47,21,5 0 2,8 1,06

10,8 10,8 14,2 19,6

NONROESU

2011 2010 2011

2(sintomas em folhas e frutos

reduzidos em até 1/3 da copa)

O produtor deve adotar três ações básicas:

uso de mudas sadias, controle das cigarrinhas,

poda de ramos com sintomas iniciais ou

eliminação de plantas doentes;

Dicas parao manejo

Realize o monitoramento da cigarrinha.

Se estiverem em mais de 10% das plantas,

faça aplicações de inseticidas.

Após a poda, use produtos cúpricos e proteja a planta de fungos e bactérias;

Em plantas com mais de 4 anos, as podas de ramos devem ser feitas em uma forquilha a, pelo menos,

70 centímetros dos sintomas;

Marque os ramos sintomáticos para

eliminá-los;

Os sintomas ficam mais evidentes entre janeiro

e julho, época ideal para inspeções;

Crescimento aponta

necessidade de adoção correta do

manejo

Uso de mudas sadias e

controle de cigarrinhas são duas medidas de prevenção

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www.fundecitrus.com.br10

Uma pesquisa realizada pelo Fun-decitrus aponta uma nova estratégia para o controle da clorose variegada dos citros (CVC) nos pomares. Ela consiste na remoção de toda a copa de plantas doentes condenadas à erradicação e, a partir do porta-enxerto, produzir uma nova copa sobre os novos brotos.

O sistema radicular totalmente forma-do contribui para um desenvolvimento rá-pido da nova copa. A resistência do porta-enxerto cravo não permite a colonização da bactéria e, dessa forma, favorece o crescimento de uma nova copa totalmente livre da doença.

Segundo o pesquisador Sílvio Lopes, responsável pela pesquisa, o estudo foi feito em mais 300 plantas de laranja-pêra sobre limão-cravo com idade entre 5 e 6 anos, em quatro experimentos instalados em 3 localidades distintas. Como resultado, a maioria das plantas permaneceu livre da doença por mais de três anos após a troca da copa.

Após esse período, novos sintomas nas árvores podem ser sinal de uma nova infecção por CVC.

CVC: trocade copas controla doença

Entre os benefícios com a nova técnica, estão a reuti-lização de porta-enxertos de plantas que seriam elimina-das, a redução de custos com a compra e plantio de mudas e com tratos cultu-rais, além da antecipação da produção de frutos por causa do desenvol-vimento mais rápido das

novas copas. Lopes alerta que a técnica não funciona para plan-

tas afetadas por greening. Isto porque a bactéria do greening infecta toda a planta, inclusive a raiz. ”É preciso verificar se o greening vem sendo mantido sob rigoroso controle na propriedade, com frequen-tes vistorias e eliminações de plantas e manejo dos insetos vetores”, afirma.

Os estudos continuam com a avaliação da produ-tividade das plantas nos experimentos em

andamento e o teste com outros porta-enxertos, além do cravo, e

árvores de outras idades.

Benefícios: antecipação da produção,

reutilização do

porta-enxerto e

redução de custos

Desenvolvimento:árvore que teve a copa trocada durante estudo

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Coberturas vegetais: aprenda como usá-las

#

Neste 11º capítulo do Guia do Citricultor, vamosabordar como deve ser feita a plantação das coberturas

vegetais para os citros. Destaque também para o manejo.Recorte e guarde esta página.

Boa leitura!

Guia docitricultorNº11

Neste capítulo, vamos abordar como o citricul-tor deve planejar a implantação da cobertura ve-getal no pomar: qual época ideal para o plantio, como ele deve ser feito e, posteriormente, como cuidar da propriedade.

Para as condições climáticas do Estado de São Paulo, o produtor pode optar pelas coberturas vege-tais de verão – leguminosas e milheto – nas entreli-nhas do pomar, entre os meses de outubro e novem-bro. Antes da implantação, é necessário realizar o dessecamento do mato com glifosate.

As espécies de inverno, como o nabo forrageiro, devem ser plantadas em abril e maio, na palha dei-xada pelas coberturas de verão.

Para as condições da região Nordeste, como Bahia e Sergipe, o ideal é realizar o plantio em maio ou junho.

Na hora de implantar a cobertura, há duas op-ções: o plantio a lanço ou o plantio direto.

Para o primeiro, recomenda-se uma gradagem para controle do mato e só, depois, iniciar o plantio com feijão-de-porco ou guandu. Esse sistema apre-senta dois aspectos negativos: o uso da grade e a utilização de grande quantidade de sementes. Vale lembrar que esse tipo de plantio é indicado somente para pomares com plantas novas.

O plantio direto exige o dessecamento do mato com glifosate nas entrelinhas. Depois, o citricultor pode realizar o plantio com sulcador triplíce, adap-

tando os equipamentos já disponíveis ou ainda, de for-ma manual, em covas espaçadas por 25 centímetros.

Em relação ao método convencional, o plantio direto apresenta algumas vantagens, como a eli-minação do uso da grade, maior disponibilidade de água, menor risco de erosão e redução do uso de sementes, por exemplo.

Antes de iniciar a semeadura, é fundamental rea-lizar uma inspeção no pomar para controle de pragas e doenças e de plantas daninhas, além de promover uma adubação. Essas medidas evitam o uso de má-quinas agrícolas na propriedade logo após o plantio da cobertura vegetal.

Na hora de escolher a espécie, deve-se levar em conta o porte e o hábito de crescimento da planta, para evitar competição com os citros.

Na semeadura, o produtor pode optar por plantar rua sim, rua não ou intercalar espécie de porte baixo e porte alto. Dessa forma, é possível garantir o trân-sito de equipamentos no pomar lembrando que, no ano seguinte, o produtor deve inverter as posições de plantio.

A roçagem das coberturas deve ser mecaniza-da. Para o Estado de São Paulo, recomenda-se que ela seja realizada no final do período do chuvo-so, nos meses de abril e maio; no Nordeste, em setembro e outubro. O manejo é imporante para evitar a competição por água no período de defici-ência hídrica do solo.

www.fundecitrus.com.br

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3 Há duas opções de plantio: a lanço ou direto;

O plantio direto é uma alternativa. O ideal é fazer uma aplicação de glifosate antes do plantio, preferencialmente, de forma mecanizada;

Cuide da adubação e da inspeção para controle de pragas e doenças e também do manejo de plantas daninhas;

1 Avalie qual espécie usar: é preciso conhecer o porte e os hábitos de crescimento das plantas;

Dicas importantes:

Com o plantio direto, é possível reduzir o uso da grade, garantir maior disponibilidade de água, menos erosão e reduzir o uso de sementes;

O plantio deve ser feito rua sim, rua não ou intercalado por espécies de porte baixo e alto. Assim, é possível garantir o trânsito de equipamentos;

O manejo da cobertura vegetal é fundamental para evitar a competição por água com os citros nos períodos de seca.

Saiba como implantar a cobertura vegetal e realizaro manejo correto das espécies utilizadas

www.fundecitrus.com.br

Fonte

: Fern

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tricu

ltura

Sylvi

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Insti

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Page 13: Doenças no alvo - Fundecitrus

Treinamentos focam monitoramento do psilídeo

Nos meses de julho a setembro, o Fundecitrus capacitou mais de nove mil pessoas de diversas regiões do Estado. Um destaque é o novo treina-mento dedicado ao monitoramento do inseto ve-tor do greening, o psilídeo Diaphorina citri.

A ação busca facilitar a identificação do inse-to nos pomares, pois ele é muito pequeno, me-dindo, em média, de dois a três milímetros de comprimento. Devido ao seu tama-nho, ele pode ser facilmente con-fundido com outros insetos presos nas armadilhas.

Nas folhas e ramos, eles ficam po-sicionados em uma inclinação de 45º.Quando preso nas armadilhas, pode ser diferenciado dos outros insetos por meio de suas asas que apresentam o centro transparente e manchas acin-zentadas nas bordas.

O controle químico é recomendado apenas se o inseto estiver presente no pomar, por isso, é muito importante que o citricultor e sua equipe estejam trei-nados para identificar o inseto.

Para facilitar as inspeções no pomar e a identificação dos insetos, o Fundecitrus elaborou um cartão de bolso com dicas e

13www.fundecitrus.com.br

Agenda

imagens para auxiliar o monitoramento.Os interessados em realizar um treinamen-

to ou agendar visitas e reuniões podem entrar em contato com a equipe do Fundecitrus pelo telefone 0800 112155 ou ainda acessar o site: www.fundecitrus.com.br.

Fundecitruselaborou cartão paraidentificação do inseto

Nº486483441141147465

EVENTOS

CURSO DE PRAGUEIRO

DIAS DE CAMPO

EDUCAÇÃO FITOSSANITÁRIA

PALESTRAS

REUNIÕES

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

TREINAMENTOS

TOTAL

PÚBLICO5324991.3471.9081.237

7802.7239.026

Balanço dos eventos de julho a setembro

Page 14: Doenças no alvo - Fundecitrus

14 www.fundecitrus.com.br

Com o objetivo de apresentar os principais resul-tados de pesquisa em desenvolvimento, o Fundecitrus promoveu dois eventos científicos, nos dias 15 de se-tembro e 5 de outubro, em sua sede em Araraquara.

Em setembro, o encontro foi sobre greening. Pela manhã, foram apresentados os estudos focados no agente causal da doença, a Candidatus liberibacter, e suas interações com o meio ambiente, regiões ge-ográficas e com outras bactérias. Além disso, a ge-nômica da bactéria e a transmissão por fitoplasma estiveram em destaque.

As pesquisas voltadas às práticas no campo, como o manejo regional, o controle baseado em épocas fa-voráveis ao aparecimento dos sintomas e do psilídeo, evolução da doença de acordo com idade e varieda-des de plantas também foram discutidas.

Os trabalhos desenvolvidos com voláteis – odores que repelem ou atraem o psilídeo – e com feromô-nios também estiveram em pauta. Para fechar as discussões da manhã, a equipe do Cepea da Esalq

apresentou um estudo que avalia os impactos eco-nômicos da doença.

O período da tarde foi concentrado em dois temas: as pesquisas sobre o inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri – monitoramento, dispersão do inseto, controle químico com rotação de produtos, desenvolvimentos de bioprodutos, genômica dos insetos, controle bio-lógico com uso da Tamarixia radiata e criação de um modelo de zona de alerta para controle do inseto.

No dia 5 de outubro, o encontro abordou outras importantes doenças, como cancro cítrico, clorose va-riegada dos citros (CVC), pinta preta, podridão floral, leprose e morte súbita. Um estudo inédito comprovou que a troca de copa em árvores afetadas por CVC, com porta-enxerto de limão-cravo, funciona se for re-alizada abaixo da linha de enxertia (leia na pág. 10).

A equipe do Cepea, da Esalq, apresentou o estu-do sobre uma análise custo/benefício do programa de erradicação do cancro cítrico. Os pesquisadores do Fundecitrus apresentaram um balanço dos prin-cipais estudos em andamento, como a validação de um kit para diagnóstico da doença no campo. Outras pesquisas relacionadas à aplicação de cobre, contro-le do minador e uso de bactericidas cúpricos estão em andamento.

Genes de resistência da bactéria Xanthomonas citri também são alvo de pesquisas da Esalq e pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). No caso da morte súbita, o Fundecitrus está estudando o marafi-vírus, além da identificação do vetor da doença.

Determinar uma relação entre planta doente e presença de ácaros virulentos, avaliar o impacto da redução de inóculo fazem parte das pesquisas na área de leprose. Com podridão floral, os estudos buscam aprimorar os conhecimentos sobre a epidemiologia molecular, o manejo da doença, a diversidade genéti-ca e as formas de infecção.

Eventosapresentam resultados

de pesquisas e promovem discussão entre pesquisadores,

especialistas e citricultores

Doençasde citros em debate

Page 15: Doenças no alvo - Fundecitrus

Adoção do manejo regional é fundamentalpara o controle da doença;

Os sintomas ficam mais evidentes defevereiro a agosto;

O monitoramento e controle do psilídeodevem ser intensificados de agosto a fevereiro;

O uso de um mesmo grupo de inseticidaspode selecionar insetos resistentes.Por isso, faça a rotação de produtospara controlar o Diaphorina citri;

A doença evolui mais rapidamenteem plantas jovens;

Os psilídeos machos são atraídospor feromônios das fêmeas;

Os voláteis da goiaba repelem o inseto.Já odores de plantas doentes, o atraem;

Reduzir o volume de calda significapulverizações eficientes, reduçãode custos e menos impacto ao meio ambiente;

As pulverizações de bordadura com baixovolume são eficientes.

15www.fundecitrus.com.br

AVANÇOS:Confira alguns importantes resultados de pesquisas

GREENING CVCA troca de copas de plantas doentes é uma alternativa viável para o controle da doença.

CANCROCÍTRICO

Foi realizada a validação de um kit comercial para diagnóstico rápido e preciso da doença no campo.

LEPROSEOs ácaros doentes encontram-se próximos a plantas com sintomas em um raio de 30 metros.

Adequação do melhor momento de controle;

Redução do volume de calda no controle das doenças.

MORTE SúBITAConfirmação, por meio de experimentos com gaiolas teladas, que existe um vetor aéreo envolvido na transmissão da doença.

PODRIDãO FLORALE PINTA PRETA

Page 16: Doenças no alvo - Fundecitrus

www.fundecitrus.com.br16

SaibaMAIS Mestrado: inscrições

abertas para nova turma

O mestrado profissionalizante em “Controle de Pragas e Doen-ças dos Citros” do Fundecitrus está com inscrições abertas até o dia 22 de novembro.

O curso é direcionado a engenheiros agrônomos e biólogos. A seleção dos candidatos será feita em duas etapas: análise do

currículo, histórico escolar e proposta de pesquisa, prova escrita e entrevista. Para se inscrever, basta entrar no site do Fundecitrus, fazer o download da documentação necessária e da ficha de inscri-ção, preencher o material e postá-lo até o dia 22 de novembro.

Para mais informações, acesse: www.fundecitrus.com.br.

CalendárioInscrições:

até 22/11Divulgação dos candidatos aprovados para provaescrita e entrevista:

6/12Prova escrita e entrevista:

12 a 16/12Divulgação dos aprovados:

22/12Matrículas:

9 a 13/01/2012Início das aulas:

20/01/2012