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ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL

SILVA, Dacrê Donizetti da1

TEIXEIRA, Rogério de Assis2

RESUMO É de grande importância o processo de planejamento público, especialmente o orçamento público, pois é por meio deste que as ações governamentais serão executadas. Para os municípios brasileiros esse processo de planejamento poderia ser mais efetivo, considerando-se a maior proximidade com o cidadão e portanto maior capacidade de participação popular.Com este trabalho, são discutidos os conceitos,a origem do orçamento e suas principais características.Também são descritas, brevemente, a estrutura orçamentária da receita e da despesa pública. E por meio do processo de planejamento-orçamento, que é possível compatibilizar as ações orçamentárias com o plano de médio prazo. As atividades e projetos devem ser associados a um produto que é um bem ou serviço ofertado pelo setor público. Palavras-chave: Orçamento, Planejamento, Governo. ABSTRACT The importance of the public budget, especially for the Brazilian municipality, considering the increasing popular participation in the process and legislation on fiscal responsibility. Initially identified their concepts, their origin, their differences with the private sector and between levels of government. The following describes briefly the budget structure of the country and the differences between income and expenditure. And through the budget-planning process, we can reconcile the budgetary actions. The activities and projects must be associated with a product that is a good or service offered by the public sector. Key words: budget, planning, Government.

1 Acadêmico do curso de Pós Graduação Latu-Sensu em Gestão Pública (AMOG/IFSuldeMinas)graduada em Ciências Contábeis (UNIFEG) – e-mail:[email protected] 2 Professor universitário, Especialista em Controladoria, em Gestão Fiscal e Mestre em Administração Pública.

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INTRODUÇÃO

O processo orçamentário público foi aperfeiçoado na tentativa de se eliminar a prática

dos governantes de elaborar propostas que visam pedir o máximo possível de recursos, de

modo que se pudesse conferir nos órgãos a faculdade de ajustar o volume das demandas à

receita existente, de modo que a unidade fosse contemplada com o montante suficiente para o

desenvolvimento de suas atividades e para novos projetos.

O orçamento público deve ser visto entre o governo e a sociedade como um registro de

contrato realizado anualmente e que vai beneficiar a cidade e os cidadãos. Esse orçamento é

uma lei e, portanto, deve ser especialmente valorizada na sua transparência e legitimação.

As receitas dos municípios têm condição primordial para promoção do seu

desenvolvimento econômico na medida em que, especialmente em municípios de pequeno

porte, grande parte das receitas são oriundas de transferências intergovernamentais, isto é, de

outras instâncias de governo, receitas estas que em grande parte não foram geradas no

município e, portanto, representam uma inserção de recursos no município. É também

importante ressaltar que os gestores conheçam os recursos financeiros obtidos e se estes estão

sendo bem alocados a fim de evitar desperdícios do dinheiro público.

É necessário que os gestores públicos tenham conhecimento do que é orçamento, sua

composição e, principalmente, a importância do mesmo no processo de planejamento das

finanças públicas. Não basta divulgá-lo, o cidadão deve entender o que é publicado e ter

condições de emitir em juízo de valor sobre o que lê e vê.

O objetivo deste artigo é discutir o processo orçamentário enquanto instrumento de

planejamento que permite espelhar as decisões políticas e esclarecer contabilmente e

financeiramente, as receitas e despesas a serem realizadas naquele exercício a fim de cumprir

as metas e planos estabelecidos. E por meio do orçamento é possível aos governantes

perseguir algumas metas de desenvolvimento no intuito de se construir um município voltado

para o interesse da sociedade.

2 PROCESSO DE PLANEJAMENTO PÚBLICO

Segundo Kohama,(2003) o processo de planejamento obedece a formalidade definida

na Constituição Federal: tem início primeiro ano de mandato do Poder Executivo, que

elaborará o plano plurianual para o quatro exercícios a contar do segundo ano do seu

mandato com vigência para o primeiro ano do mandato seguinte.

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O Poder Executivo com base no plano plurianual elabora o projeto de Lei de

Diretrizes Orçamentárias, para o ano seguinte, encaminha para o Poder Legislativo que

apreciará e votará, até no meio do ano. Devolvendo-o para Poder Executivo, para elaboração

da referida Lei do Orçamento para exercício financeiro seguinte.

Segundo Slomski (2006) cita que o processo de planejamento levado a efeito para

alcançar o objetivo de determinar as ações a serem realizadas pelo Poder Público, escolhendo

as alternativas prioritárias e compatibilizando-as com os meios disponíveis para colocá-las em

execução. Com ação planejada e transparente, previnem riscos e corrigem desvios capazes de

afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre

a receita e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita.

2.1 Plano Plurianual – PPA

O Plano Plurianual (PPA) é elaborado no primeiro ano de mandato do poder

Executivo, para viger por quatro exercícios, iniciando sua vigência a partir do segundo ano do

mandato. O objetivo é determinar as ações a serem realizadas pelo poder publico, com

responsabilidade na gestão com ação planejada e transparente para prevenir riscos e corrigir

desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas e o comprimentos das metas de

resultados entre receitas e despesas e obediência a limites.

Este é um instrumento que expressa o planejamento do Governo Federal, Estadual ou

Municipal para um período de quatro anos, tendo como objetivo principal conduzir os gastos

públicos, durante a sua vigência, de maneira racional, de modo a possibilitar a manutenção do

patrimônio público e a realização de novos investimentos.

O projeto do plano plurianual deverá ser encaminhado até quatro meses antes do

encerramento do primeiro ano de mandato e deverá ser devolvido para sanção até o

encerramento do segundo período da sessão legislativa.

O plano plurianual estabelece as diretrizes, objetivos e metas para a administração.

Sua importância reside no fato de nortear ou orientar o governo quanto à realização dos

programas de trabalho para o período citado, ressaltando que todas as obras que se pretenda

executar nesse período deverão estar inseridas nesse plano (KOHAMA,2003).

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2.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.

Esta lei tem a finalidade de nortear a elaboração e execução dos orçamentos anuais e

compreenderá as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de

capital para o exercício financeiro do próximo ano.

A LDO dispõe sobre o equilíbrio entre receitas e despesas, a forma de limitação de

empenhos, determina sobre a apuração dos custos e avaliação dos resultados, e estabelece as

condições de transferências de recursos a entidades públicas e privadas, além de apresentar os

demonstrativos de metas e riscos fiscais, que deverão ser acompanhados durante a execução

do orçamento público.

A lei de diretrizes orçamentárias conterá anexo de riscos fiscais onde serão avaliados os passivos contigentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. (Kohama,2003,pág.600)

O poder executivo encaminhará ao Poder Legislativo relatórios com informações

necessárias sobre projetos em andamento com entendimento adequado sobre as despesas de

conservação do patrimônio público nos termos da LDO, até a data do envio do projeto da

LDO.

O projeto anual de LDO deve ser encaminhado até oito meses e meio antes do

encerramento do exercício financeiro (15 de abril). O Legislativo deverá devolvê-lo para

sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa, que não será

interrompida sem a aprovação do projeto, conforme artigo 57, parágrafo 2º da CF/88.

A Lei da Responsabilidade Fiscal veio fortalecer a LDO, especialmente a partir do

Anexo de Metas Fiscais, onde serão estabelecidas metas anuais em valores correntes e

constantes para um período de três anos. Essas metas correspondem às previsões para receitas

e despesas, resultado nominal e resultado primário, além do montante da dívida pública para

três anos, isto é, o exercício a que se referir a LDO e os dois seguintes.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá que as metas e prioridades na

administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro, além de

estabelecer as alterações na legislação tributária. (BRASIL,1988,P 122).

No final de cada bimestre, se a realização da receita não comportar o cumprimento das

metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO, os

Poderes e o Ministério Público, devem providenciar a limitação de empenhos e a

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movimentação financeira, segundo os critérios fixados na LDO ( BRASIL, LC 101/ 2000

P.5).

2.3 Lei Orçamentária Anual - LOA

É uma lei que entre outros aspectos exprime, em termos financeiros, a alocação de

recursos públicos. Trata–se também de evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos

vigentes, a despesa autorizada para empenho, que correrá à conta dos créditos orçamentários e

também as receitas previstas para financiá-las.

Ao final da execução orçamento público tudo que foi arrecadado deverá ter sido

utilizado para financiamento dos projetos e atividades executados no exercício financeiro, ou

seja, as despesas realizadas.

A Lei da Responsabilidade Fiscal criou algumas restrições e vedações, obrigatoriedade

de publicação de informações, maior participação popular, além de valorizar aspectos de

planejamento e controle dos gastos públicos. Esta lei visa oferecer significativa limitação às

ações oportunistas de gestores que não se preocupam em gerir de forma eficiente os recursos

públicos. A LRF visa estrita obediência ao princípio da legalidade, e com planejamento e

transparência, procura oferecer mecanismos que permitam a prevenção de riscos e correção de

desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

Piscitelli (1994) cita que o orçamento público representa uma tentativa de restringir e

disciplinar o grau de arbítrio de cada gestor, e também estabelecer um controle sobre a ação

dos governantes, em prerrogativa a cobrarem tributos da população.

No orçamento público qualquer vantagem, aumento de remuneração, criação de

cargos, mudança de estrutura de carreiras, admissão de funcionários, mantidas pelo poder

público só poderão ser feitas se houver dotação orçamentária suficiente ou se houver uma

autorização específica ( BRASIL,1988,P.126).

O orçamento público pressupõe ação planejada e transparente, o qual previne riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento das metas de resultados das despesas e receitas e a obediência de limites e condições estabelecidas na responsabilidade na gestão fiscal.(BRASIL,LC 101/2000,p.1)

A lei 4.320/64 determina que a entidade de direito público interno deve ter orçamento

uno, ou seja, cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento anual, o qual conterá

todas as suas receitas e despesas .

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Planejamento, programação e orçamentação constituem um processo para alcançar

objetivo e recursos para obter um programa de ação coerente e compreensivo para um

governo como um todo. Os programas, projetos, metas e recursos bem empregados, como um

esquema de avaliação e controle, o planejamento teria o papel mais saliente em todo o

processo, devido ao estágio alcançado pelas técnicas das informações que visam auxiliar na

análise e tomada das decisões. Para que o setor público atual não passe por dificuldades e

ajustamento na crise-econômica com os gastos público.

3 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os princípios Orçamentários são premissas, linhas norteadas de ação a serem

observadas na concepção da proposta orçamentária. São considerados como mandamentos

para que a administração do governo reflita as aspirações da sociedade, na medida em que

permitam as condições imperantes e a disponibilidade de recurso e que busca o

desenvolvimento econômico e social e resolva os problemas da sociedade.

Princípio da Programação: o orçamento deve ter forma e conteúdo de programação.

Programar é procurar alcançar um objetivo determinado que permite atingir tais fins, para

calcular e conseguir os recursos humanos , materiais e financeiros, para fixação das ações.

Princípio da Unidade: esse princípio cada unidade deve possuir apenas um orçamento

que contivesse todas as receitas e todas as despesas.

Princípio da Universalidade: o orçamento deve compreender todas as receitas e

despesas, como é comentada na Lei 4.320/64, todas as despesas próprias dos órgãos do

governo e administração centralizadas ou por intermédio devem realizar, com um orçamento

anual compreendendo que em todas as receitas e despesas relativas a todos os poderes, não há

exclusão, nem da receita e nem das despesas. Nesse princípio deve incluir apenas saldo

positivo e negativo resultante de confronto entre as receita e as despesas de determinado

serviço público.

Princípio da Anualidade: nesse há inclusão das operações de créditos e providencias

de caráter administrativo operacionais, onde se eliminam antigas distorções feitas no

orçamento que é controlado pelo executivo e legislativo. Estabelece um período limitado de

tempo para as estimativas de receitas e fixação das despesas, ou seja, o orçamento deve

compreender o período de um exercício que corresponde ao ano fiscal.

Princípio da Exclusividade: este princípio deve incluir somente assuntos que incluam

na lei de orçamento, ele contem apenas matéria financeira, excluindo- se qualquer dispositivo

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estranho à estimativa da receita e fixação da despesa para exercício seguinte. Mas não proíbe

a autorização para abertura de créditos e contratação de operações de crédito e nem

antecipação de receita nos termos da lei.

Princípio da Publicidade: este princípio contido na constituição no artigo 37 aplica-se

aos atos da administração em geral. Exige-se transparência absoluta e é um requisito de

eficácia e moralidade, por isso que os atos irregulares não se convalidam e os regulares

dispensam a sua exeqüibilidade.

Princípio da clareza: este princípio é de evidenciação, que prioriza os interesses dos

usuários das informações por se tratar de finanças públicas. Tem que ser simples e de forma

clara, sem prejuízo de desdobramento e de bom entendimento das pessoas.

Princípio do Equilíbrio: este princípio é uma essência do orçamento como peça

contábil. É um princípio formalmente equilibrado do orçamento com as receitas super ou

subestimada e com as despesas autorizadas, sem a execução das despesas com a arrecadação

do mesmo período e acarretará invariavelmente resultados negativos comprometendo o

cumprimento das metas fiscais. Esse deve manter o equilíbrio entre as receitas estimadas e as

despesas fixadas (KOHAMA,2003).

4 CLASSIFICAÇÃO DO ORÇAMENTO

A classificação é simples e útil para análise do orçamento público no conceito de sua

evolução política, econômica, jurídica, contábil e financeira e que tem sofrido algumas

mudanças ao longo do tempo em decorrência da evolução de suas funções.

4.1 Orçamento Tradicional

No passado os impostos eram autorizados anualmente e com isso permitia-se uma

verificação crítica mais rigorosa com as despesas que eram custeadas com receita proveniente

desses impostos, e com isso o controle contábil e financeiro acabava sendo uma consequência

do controle político. Hoje a lei do orçamento fixa a despesa e estima a receita. É um

orçamento que se restringe a previsão da receita e á autorização da despesa.

Giacomoni (2002, pág.65) cita que todos os consumos públicos constituem por si

mesmos um sacrifício, um mal sem nenhuma outra compensação que a vantagem resultante

para o público da satisfação de uma necessidade. O orçamento deixou de ser uma simples

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exposição contábil, sendo apresentado com tal riqueza de bom – senso, reflexão e imaginação

que adquiriu uma posição privilegiada no campo da política econômica e financeira.

Kohama (2003) cita que um orçamento bem elaborado, expresso para executar e

avaliar o nível de cumprimento da programação de governo para um determinado período de

tempo, constitui documento fundamental das finanças públicas.

4.2 Orçamento Moderno

No modelo de orçamento moderno existem dois tipos de orçamento: orçamento-

programa e orçamento de desempenho.

4.2.1 Orçamento de desempenho

Segundo Giacomoni (2002, pág.67) o orçamento de desempenho é aquele que

apresenta os propósitos e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários, os custos

dos programas propostos para atingir aqueles objetivos e dados quantitativos que meçam as

realizações e o trabalho levado a efeito em cada programa.

A preocupação maior é com o que o governo realiza e propriamente o que o governo

compra. Embora tenha essa importante característica, ainda não tem uma vinculação tão

estrita como a que é observada no orçamento-programa.

4.2.2 Orçamento – Programa

É um orçamento cujo planejamento traduz o programa criado no PPA, ou seja, é a

ligação direta entre o plano e a execução. É detalhado em cada uma das suas etapas e

corresponde ao exercício financeiro, que no Brasil é de primeiro de janeiro a trinta e um de

dezembro. Esse orçamento discrimina as despesas segundo a sua natureza para demonstrar

para que e quem será responsável pela execução de seus programas e para que o governo

gastará, permitindo uma visualização e direcionamento das ações estatais, nas suas efetivas

prioridades do governo. Nesse modelo as despesas são classificadas em:

a) Institucional: tem por finalidade de demonstrar as entidades as unidades orçamentária

arrecadada, esse critérios é importante esse critério especialmente nos entes governamentais

contam na administração que possui receitas próprias.

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b) Funcional: possui uma estrutura por intermédio da relação entre o tipo de ação, e

classificação, de acordo da sua especialização do conteúdo do produto,e independentemente

de sua relação institucional.Adota como função e subfunção que busca responder por

indagação é típica ou principal, voltada para sua área, onde as despesas estão sendo

efetuadas.Cada atividade, projeto e operação identifica a função e subfunção as quais se

vinculam.

c) Programática: È um instrumento de organização para a esfera governamental que articula

em conjunto de ações que concorrem para concretizar um objetivo preestabelecido mensurado

por indicadores, existente no plano, visando a resolver um problema ou atendimento de

determinadas necessidade ou demanda da sociedade.

Econômica: ela classifica onde todas as despesas que não contribuem, diretamente na

formação ou aquisição de um bem de capital .(GIACOMONI,2002).

4.2.3 Orçamento participativo

Esse orçamento é importante para democratização da gestão e da ação pública. Não se

trata de um tipo novo de orçamento, mas uma forma de se elaborar a proposta orçamentária.

Nesse orçamento, os cidadãos participam diretamente na decisão dos investimentos públicos,

na criação da política pública e demais decisões do governo para o futuro da cidade.

Segundo Souza (2006) em um processo organizado são eleitos delegados e

conselheiros em assembleias, que representarão a comunidade. O debate de ideias sobre

prioridades de investimentos em cada bairro, é fundamental para a elaboração do orçamento,

e também discutir uma maneira de alcançar uma gestão mais democrática. Com o

orçamento participativo, os cidadãos vão em busca de ganhos instrumentais para

organizações populares que concordam que trás importantes ganhos cumulativo na esfera da

cidadania, para um grupo lutar por um objetivo comum, para aumentar o nível de

participação e assegurar maior envolvimento na luta geral, os organizadores desses grupos

devem lançar mão dos chamados incentivos seletivos. E essas recompensas sociais são

incentivos seletivos, isto é são estímulos do tipo que pode ser utilizado para mobilizar um

grupo. Quando se coopera, o grupo pode ser convidado a participar do centro do circulo dos

privilegiados.

Fica também difícil para a sociedade alcançar um objetivo comum, o que não é fácil,

e também cabe interrogar o que moveria os indivíduos em direção à participar, mas com uma

pequena parcela significativa da população permanecesse sempre as margem desse processo.

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Acontece para compreender o comportamento do indivíduo sobre os resultados dos interesses

do grupo, a maioria das pessoas evita os custos da participação e com essa atitude poderia

penalizar, a não- incorporação dos possíveis bens públicos.

Por isso que é importante que o cidadão participe na diversa elaboração do processo

do orçamento para que o dinheiro público seja bem aplicado e saiba entender melhor as

necessidades da população do seu município. É bom lembrar que, nos tempos atuais, o

orçamento participativo é um dos principais caminho para que a administração pública seja

realmente comprometida com as necessidade da população ,e que seja essencial e transparente

com a sociedade (NOGUEIRA,2006).

5 EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Com a LRF, há necessidade de se cuidar da execução orçamentária para que as metas

planejadas possam ser alcançadas. Uma das inovações trazidas pela LRF é a necessidade de se

fazer uma programação financeira, que é a execução orçamentária e o cumprimento das

metas, que deve ser realizada em até 30 dias após a publicação dos orçamentos, nos termos

dispuser a LDO inciso I do art.4º alínea c, do poder executivo estabelecerá a programação

financeira, nos termos do artigo 8 da LRF consiste na execução do cronograma mensal de

desembolso.

Com esse mecanismo a LRF determina a fixação das metas bimestrais. Se a

arrecadação de receitas vier a comprometer as metas fiscais é necessária a limitação dos

gastos públicos na forma prevista na LDO, conforme determina o artigo 9° da LRF.

Com PPA, o governo organiza e declara seu plano de ação. No entanto, é com a

execução do orçamento que se tem a efetiva realização das políticas públicas. É comum na

etapa de execução orçamento surgirem necessidades imprevistas e ajustes para a aplicação

dos recursos públicos. Isto pode ser meio de adequações, tais como ordenar as ações do

governo para alcançar o objetivo e metas fixada para um período de 4 anos. Cada objetivo

está associado a metas que fornecerão parâmetros para as realizações esperadas naquele

período, e quando necessário, devem ser revistas as metas previstas, tendo em vista a nova

realidade que se apresenta.

Para uma gestão bem planejada o governo tem que seguir as leis estabelecidas tais

como a LDO, que busca garantir o cumprimento dos resultados fiscais e obter maior controle

sobre os gastos da administração pública, e também para manter o equilíbrio entre as receitas

e despesas no momento da execução orçamentária.

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Com a LDO fica mais fácil cumprir as instruções orçamentárias e também fica mais

objetivo atender as necessidades, pois os programas e projetos a serem realizados podem ser

priorizados. Também é preciso haver preocupação com volume de despesas, pois a LRF

estipula alguns parâmetros para que o gestor assuma despesas de caráter continuado.

A lei federal 4.320/64 cita que execução de programação orçamentária é um tarefa

que, depois de ser aprovado, o plano de trabalho e os limites financeiros para a sua execução

dentro dos recursos que o governo é autorizado para arrecadar. Essas despesas são fixadas

dos quais o executivo deve estabelecer limites para trabalhar no quadro das cotas trimestrais

para cada unidade orçamentária. Assim, a programação das despesas, depois serem aprovadas

a cotas o executivo estará delegando as unidades para os respectivos e responsabilidades da

movimentação dos créditos orçamentários, conforme a programação destas a serem

executadas. Com as adequações feitas durante a ano, a programação anual de trabalho, o

governo fixando as cotas na medida do possível vai trazer o equilíbrio entre a receita arrecada

e despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiência de tesouraria. O

governo deve executar as cotas bimestrais com estimativa da receita que deve ser com critério

e objetividade, e permitir a execução que foi aprovado no orçamento, vai evitar os déficits

dos cofres públicos, os quais obrigam a administração a recorrer aos créditos operacionais.

Para evitar déficit público é preciso que se atualize anualmente as bases de cálculo das

receitas e deve-se estabelecer os gastos com base na programação trimestral conforme artigos

47 e 50 da lei 4320/99.

Ao final de cada bimestre, a realização da receita não comportar o cumprimento das

metas de resultado primário ou nominal, os gestores são necessários nos trinta dias

subseqüentes a limitação de empenhos e movimentação financeira, conforme citado nos

critérios fixados pela LDO.

O poder executivo, no final dos meses de maio, setembro e fevereiro, demonstrará e

avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, nas audiências públicas na

comissão, conforme cita a Lei complementar nº 101/2000.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse artigo é de suma importância para esclarecer sobre a transparência orçamentária e

a estabilização econômica do setor publico. Ele se reveste de maior importância na medida

em que os valores expressos em termos reais tendem a não ficar defasados, como ocorria no

período inflacionário. Em consequência, possa a espelhar, com maior nitidez, a locação de

recursos, favorecendo o acompanhamento e avaliação das ações governamentais,

principalmente pelo contribuinte e seus representantes, colaborando assim, para uma

construção de um estado moderno, voltado para os interesses da sociedade.

Uma administração bem planejada e coordenada nas políticas na gestão pública veio

para fortalecer as capacidades do Estado para desenvolver a sustentabilidade e o

aprimoramento de resultados ao cidadão, na entrega do sistema e processo de planejamento

de referenciação na inclusão social e na redução das desigualdades populacionais. Por meio

desse planejamento na execução orçamentária, com transparência, veio para evitar os riscos

e corrigirem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas mediante

cumprimentas das metas fiscais e na limitação das despesas.

Esta nova realidade apresenta a necessidade de se difundir amplamente o conteúdo do

orçamento, que expressa o esforço do governo para atender a programação requerida pela

sociedade, a qual é financiada com as contribuições de todos os cidadãos por meio de

pagamento de seus tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.

A sociedade não recebe as informações sobre o orçamento em uma linguagem

simples, que lhes permita interpretar e analisar as demonstrações contábeis, de forma a utilizar

essa analise para o conhecimento de como anda o atingimento das metas previstas e a

aplicação dos recursos públicos. A transparência exigida pela legislação já se apresenta tão

nitidamente no processo de planejamento.

As audiências públicas e orçamento participativo são bons exemplos de espaços para a

discussão e considerações sobre a destinação dos recursos públicos. Se houver mais atenção

por parte dos gestores para estes espaços os problemas poderão ser debatidos e talvez as

soluções possam ser perseguidas e apresentadas de forma mais simples e objetiva, para o bom

entendimento de todos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil.3 ed. Jalovi, 1989. KOHAMA, Heilio.Contabilidade Pública. 9 ed. São Paulo: Atlas,2003. GIACOMONI, James.Orçamento Público.11 ed.São Paulo: Atlas,2002. LEI Complementar nº 101, de 4 de maio de 2002. Disponível em: <http://WWW.Planalto.gov.br . Acesso em: 23 abril 2013. MACHADO JR e REIS, Heraldo. A Lei 4.320 comentada. 29 ed. Rio de Janeiro: Ibam,1999. MANUAL Técnico de Orçamento,2013. Disponível em: <http://WWW.Portalsof.planejamento.gov.br. Acesso em: 23 abril 2013. NOGUEIRA,Carlos. Administração Pública 3ª ed.Rio de Janeiro: Campus/ Elsevier,2006. PISCITELLI, Roberto; TIMBO, Maria e ROSA, Maria. Contabilidade Pública, Uma Abordagem da Administração Financeira Pública. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2004. PROGRAMAÇÃO de Apoio á Elaboração dos PPA`S Municipais, 2013. Disponível em: <http://WWW.Portalsof.planejamento.gov.br .Acesso em: 23 abril 2013. SLOMSKI, Valmor.Manual de Contabilidade Pública. Um Enfoque na Contabilidade Municipal. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.