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O POPULISMO E O PERÍODO DEMOCRÁTICO PARTE I Natania A S Nogueira n [email protected]

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O POPULISMO E O PERÍODO DEMOCRÁTICO

PARTE I Natania A S Nogueira

[email protected]

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O termo populismo define um conjunto de ações políticas que tem como único objetivo estabelecer um vínculo entre as massas e um líder carismático sem que seja necessária a intervenção de partidos políticos ou outras instituições.

O povo passa a ser um grupo massificado que se torna o centro de todas as ações políticas que podem ou não ser realizadas através de meios estabelecidos pela democracia representativa.

Governos populistas podem emergir em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e miséria.

No Brasil o populismo pode ser datado entre 1930 e 1964, embora alguns historiadores afirmem que só ascendeu após 1945.

O Populismo

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Imagem disponível em: http://zip.net/bttq3N

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O chamado Período Democrático da República Brasileira vai de 1946 a 1964 e pode ser assim dividido:

1. Promulgação da Constituição de 1946.2. Governo Dutra: O Governo do general Eurico Gaspar

Dutra (1946-1951).3. Governo de Getúlio Vargas.4. Governo de Juscelino Kubitschek. 5. Governo de Jânio Quadros. 6. Governo de João Goulart.

O Período democrático

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A Constituinte de 1946 iniciou seus trabalhos sob o impacto da derrota do totalitarismo na Europa e do fim do Estado Novo no Brasil e seus trabalhos foram marcados por um duro julgamento do Estado Novo, que se denominou a "autópsia da ditadura".

Também foi marcada pela sua diversidade político-ideológica: dela participaram deputados e senadores eleitos na legenda de nove partidos que representavam todas as tendências políticas existentes até aquele momento.

Unidas em torno de um projeto liberal-democrático, as forças predominantes na Constituinte foram o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN), que juntos ocupavam cerca de 80% das cadeiras.

A Constituição de 1946

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Bancada. João Amazonas, Luiz Carlos Prestes, Maurício Grabois, José Maria Crispim, Carlos Marighella, Gregório Bezerra, Jorge Amado, que faziam parte do grupo de 15 comunistas que participaram da Assembleia Constituinte de 1946 – Imagem disponível em: http://zip.net/bbtqgr

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Essa nova Constituição foi oficializada no mesmo ano, e1. Declarava autonomia para os três poderes, além da realização de

eleições diretas para os cargos executivos e legislativos, estaduais, municipais e federais.

2. Estabelecia o mandato para presidente da República em 5 anos .3. Proibia o voto para militares e analfabetos;4. Voto feminino foi mantido, com idade mínima reduzida para 18

anos, mas apenas as mulheres que trabalhavam no funcionalismo público com algum cargo re

No plano social, foi conservadora. Reconhecia o direito à mas deixava para o Congresso sua futura

regulamentação, que não aconteceu. Manteve o imposto sindical e com ele a possibilidade de o

Estado intervir na vida sindical.

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Eurico Gaspar Dutra venceu a disputa presidencial graça ao apoio de Getúlio Vargas, tendo conseguido mais de 50% dos votos.

A disputa havia ocorrido entre três candidatos: o brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da União Democrática Nacional; e o civil Yedo Fiúza, filiado ao Partido Comunista Brasileiro.

O GOVERNO DUTRA (1946-1951)

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Durante seu governo houve uma maior aproximação com os Estados Unidos com a criação da Missão Abbink , que criava uma comissão para discutir os caminhos tomados pela economia brasileira , e da assinatura do TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), que ampliava a rede de combate à expansão do comunismo nos continente americano.

A formação da ESG (Escola Superior de Guerra) marcava a interferência estadunidense em importantes questões nacionais, mediante a participação de militares norteamericanos em sua criação.

O PCB (Partido Comunista Brasileiro) sofreu perseguições e foi posto na ilegalidade.

Aproximação com os EUA

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Charge de Theo – imagem disponível em: http://zip.net/bptqYm

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No plano econômico, o presidente Dutra adotou uma política de não intervenção do Estado na economia.

Dutra distanciou-se de Getúlio Vargas, conseguindo, assim, o apoio da UDN, com isso pretendia governar sem oposição.

Dutra empreendeu grandes obras, como a construção da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), criação de indústria petrolífera e a pavimentação da estrada que liga São Paulo ao Rio de Janeiro (Rodovia Presidente Dutra).

Foi acusado de fazer mal uso das reservas públicas, acumuladas durante a II Guerra Mundial.

Dutra adotou uma política de arrocho salarial, o que agravou o descontentamento da população.

Numa tentativa de planejamento governamental, lançou o plano SALTE, que previa um forte investimento em quatro áreas: Saúde, ALimentação, Transporte e Energia, que fracassou.

Investimento e crise econômica

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Dutra se aproximando da UDN – Charge de Nassara. Imagem disponível em: http://zip.net/bdtqRt

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Em 1950 os partidos preparavam-se para a nova eleição presidencial.

Apoiado por Dutra, o mineiro Cristiano Machado ergueu chapa com o PSD.

Pela UDN, Eduardo Gomes disputava mais uma eleição. Getúlio Vargas articulou sua volta à presidência pelo PTB. Getúlio Vargas conseguiu a vitória. Uma das principais figuras a apoiá-lo na época foi o governador

paulista Ademar de Barros, conhecido pelo slogan “rouba, mas faz”. Em uma época marcada por personalidades políticas populistas,

Vargas garantiu sua vitória para o seu último mandato como presidente do Brasil.

O RETORNO DE GETÚLIO VARGAS

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Getúlio Vargas – Imagem disponível em: http://zip.net/bqtrjV

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Retomada da política nacionalista Vargas retomou a política de desenvolvimento autônomo nacionalista

e com amplas concessões às classes populares. Por conta disso gerou uma forte oposição ao seu projeto de governo,

dentro e fora do país. Sua principal medida foi a nacionalização do petróleo, com a criação

da Petrobrás, em 1953. O governo Vargas passou também a adotar uma política externa mais

independente, o que acarretou em retaliações do presidente norte-americano, Eisenhower.

Este rompeu unilateralmente o acordo de desenvolvimento entre Brasil e Estados Unidos concedendo somente 180 milhões de dólares dos cerca de quase 400 milhões acordados anteriormente.

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Getúlio Vargas visita poço de petróleo na Bahia. Imagem disponível em: http://zip.net/bqtrjY

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Vargas pretendia reforçar a aliança populista com os trabalhadores, buscando com isso, reaver o apoio popular para garantir o cumprimento do seu programa econômico.

No início de 1953, nomeou para ministro do Trabalho político gaúcho João Goulart, que reorganizou os sindicatos, buscando novamente a aproximação destes com o governo e chegou a criar um projeto de aumento de 100% do salário mínimo, não aceito pelo Congresso.

O populismo vargista

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A oposição ao governo nacionalista de Vargas estava ligada a setores conservadores e ao capital internacional.

As empresas petrolíferas norte-americanas estavam entre os grupos que mais criavam dificuldades para o governo Vargas.

A principal figura dessa oposição no Brasil, era o jornalista (proprietário do jornal Tribuna da Imprensa), político e membro da UDN, Carlos Lacerda, no Rio de Janeiro.

Este não hesitou em pregar, através do seu jornal, que o novo governo Vargas traria de volta a ditadura do Estado Novo.

A oposição a Vargas

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Caricatura de Carlos Lacerda, representado como um corvo. Imagem disponível em: http://zip.net/bjtqh2

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O Suicídio de Getúlio Vargas Em meados do ano de 1954, Carlos Lacerda sofreu um atentado próximo a

sua casa no Rio de Janeiro. Neste incidente, morreu um oficial da Aeronáutica que o acompanhava, o major Rubens Vaz.

Descobriu-se que o atentado havia sido forjado pelo chefe da segurança pessoal de Vargas. Isso acarretou com o que o Exército e membros da alta cúpula militar se posicionassem contra Getúlio, exigindo a sua renúncia.

Havia ainda denúncias de corrupção envolvendo o governo. Getúlio Vargas se suicidou na manhã de 24 de agosto de 1954, após ter

escrito a sua Carta Testamento, causando um grande alvoroço popular na cidade do Rio de Janeiro.

O jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda foi apedrejado pela população revoltosa e o mesmo Lacerda foi obrigado a fugir da cidade temporariamente para escapar da fúria popular.

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Charge de Hilde Weber, publicada na Tribuna da Imprensa. Imagem disponível em: http://zip.net/bmtqkR