notícias das gerais - nº 50

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Gerais NOTÍCIAS DAS www.portalamm.org.br Número 50 . julho 2014 Iluminação Pública Prefeituras se preparam para a transferência dos ativos Plano Real 20 anos que mudaram a história econômica do país Novo piso dos Agentes Comunitários ameaça a saúde dos municípios CLÓVIS DE BARROS FILHO: Nova coluna “Ética e Comunicação” na Notícias das Gerais

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Informativo de Associação Mineira de Municípios de julho 2014

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Page 1: Notícias das Gerais - nº 50

GeraisNOTÍCIAS DAS

www.portalamm.org.br

Número 50 . julho 2014

Iluminação PúblicaPrefeituras se preparam para a

transferência dos ativos

Plano Real20 anos que mudaram a história

econômica do país

Novo piso dos Agentes Comunitários ameaça a saúde dos

municípios

CLÓVIS DE BARROS FILHO:Nova coluna “Ética e Comunicação” na Notícias das Gerais

Page 2: Notícias das Gerais - nº 50

Centro de Qualificação para Gestão Pública

Qualificação das práticas de gestão pública por meio de cursos de capacitação de curta duração

Capacitação dos gestores públicos municipais por meio de visita do corpo técnico da AMM

AMM em Ação

Ensino a DistânciaConhecimento disponibi-lizado pela internet, que viabiliza a aproximação de alunos e professores.

PesquisaConstrução, desenvolvi-mento e ampliação de conhecimentos acerca das temáticas municipais

Pós-Graduação

Conhecimento aprofun-dado nas áreas técnicas da Administração Pública

Graduação e Tecnológico

Formação profissional de nível superior e técnico-científico

Certificação Ocupacional

Avaliação de pessoas, estabelecendo critérios mínimos de conhecimentos e habilidades técnicas visando a ocupa-ção de cargos municipais

O Instituto AMM tem por finalidade contri-buir com as organizações públicas e priva-das por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, oferecendo soluções para as prin-cipais demandas municipais e viabilizando a excelência na gestão pública.

institutoamm.org.br

Page 3: Notícias das Gerais - nº 50

Não é novidade para ninguém que os municípios vêm amargando diversas de-sonerações tributárias e transferências de responsabilidades do governo federal, pressionando os já combalidos cofres pú-blicos municipais. Poderíamos citar aqui inúmeros exemplos, mas vou me ater aos últimos acontecimentos: a transferência dos ativos de iluminação pública e a desca-bida sanção presidencial da lei 12.994/2014 que institui o piso salarial para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) em todo o território nacional.

Vamos ao primeiro caso. A partir do próximo ano, ou seja, em 2015, de acordo com a resolução normativa 414 da Agên-cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as Prefeituras serão responsáveis pelos pro-jetos de implantação, expansão, instalação e manutenção dos serviços de iluminação pública. Desde o primeiro momento, a As-sociação Mineira de Municípios (AMM), as-sumiu postura contrária à forma pela qual a transferência dos ativos foi regulamentada, por entender que o dispositivo fere a au-tonomia federativa municipal. Não restam dúvidas de que a determinação da agência reguladora sacrifica os municípios, a maio-ria com recursos financeiros escassos e sem pessoal capacitado para o desenvol-vimento dos trabalhos técnicos estabeleci-

dos. A transferência dos ativos terá, ainda, um impacto financeiro nos custos atuais dos municípios, principalmente no caso dos pequenos. Não bastasse isso, a popu-lação também poderá ser prejudicada com o aumento na contribuição de custeio da iluminação, retratado o fato nas faturas de energia, ou seja, nas contas mensais de luz que chegam às casas dos contribuintes.

Nesse quesito, o que se defende é a contratação de serviços que possam per-mitir uma transição mais tranquila e segura para os municípios. Somos favoráveis à uti-lização de todos os meios disponíveis para a solução eficaz na transferência dos ativos de iluminação pública. Mas, todos os es-forços serão concentrados na solução que poderá ser utilizada por quaisquer das formas definidas pelos gestores públicos, propondo, assim, a licitação por ‘sistema de registro de preços’ como uma das al-ternativas mais céleres para a contratação da prestação de serviços relativos à manu-tenção, eficiência e ampliação da rede para os municípios de pequeno porte.

Já no que se refere à fixação de piso salarial para os agentes comunitários de saúde e endemias, a lei imporá um custo de R$ 655 milhões por ano para os muni-cípios mineiros. Minas Gerais, é dentre os 27 Estados da Federação, o que possui o maior número de agentes (11% do total), portanto, o que mais sofrerá com os im-pactos da nova legislação. Ressaltamos que deste montante, mais de R$ 217 milhões deverão sair dos cofres municipais sem que a União tenha informado previamente a fonte de recursos conforme preceitua a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A Lei Fe-deral não estabelece prazo para transição ou adequação às novas exigências, colocando os municípios contra a parede num quadro de ilegalidade instantâneo e irresponsável.

Para se ter ideia, o valor repassado pela União para a manutenção dos agentes era de R$ 1.014,00, porém os municípios pa-gavam, em média, um salário mínimo para

cada profissional e o restante era usado para o pagamento dos encargos desses profissionais. Com o atual piso salarial esti-pulado restará aos municípios, já sobrecar-regados com as suas despesas correntes e com a arrecadação reduzida, ainda arca-rem com a complementação e com todos os encargos profissionais. A média será um acréscimo de 35% no valor mensal.

Para esse fim, a AMM ingressará em breve com ação judicial que questiona a constitucionalidade de alguns dispositivos da Lei por entender, principalmente, que ela fere frontalmente a autonomia do ente municipal. Não podemos permitir a possi-bilidade de se gerir programas e ações de saúde nos municípios a partir de gabinetes carpetados de Brasília.

A nova Lei é uma intromissão indevida na gestão local. Não estamos, de manei-ra alguma, contrários à remuneração dos agentes, mas sim à forma despropositada e ditatorial imposta pelo governo federal. Com tal atitude resta-nos afirmar que o Congresso Nacional mais parece com a Câmara dos Lordes da Inglaterra, formada pela nobreza que desconhece a realidade do povo e do imenso interior brasileiro.

A edição da Notícias das Gerais de agosto não se esgota com os assuntos aci-ma citados. Vocês poderão conferir uma entrevista institucional com a Secretaria do Tesouro Nacional sobre o Cadastro Único de Convênios – CAUC, vinculado ao Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias. Ainda, dois assuntos relevantes para a gestão municipal: as regras eleitorais que entraram em vigor no último dia 05 de julho, com proibições e restrições impostas e, os novos cursos do Instituto AMM, com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos servidores e gestores municipais dos 853 municípios mineiros.

Boa leitura!

PALAVRA DO PRESIDENTE

Desonerações ferem autonomia municipal

ANTÔNIO CARLOS ANDRADAPresidente AMM e prefeito de

Barbacena

Centro de Qualificação para Gestão Pública

Qualificação das práticas de gestão pública por meio de cursos de capacitação de curta duração

Capacitação dos gestores públicos municipais por meio de visita do corpo técnico da AMM

AMM em Ação

Ensino a DistânciaConhecimento disponibi-lizado pela internet, que viabiliza a aproximação de alunos e professores.

PesquisaConstrução, desenvolvi-mento e ampliação de conhecimentos acerca das temáticas municipais

Pós-Graduação

Conhecimento aprofun-dado nas áreas técnicas da Administração Pública

Graduação e Tecnológico

Formação profissional de nível superior e técnico-científico

Certificação Ocupacional

Avaliação de pessoas, estabelecendo critérios mínimos de conhecimentos e habilidades técnicas visando a ocupa-ção de cargos municipais

O Instituto AMM tem por finalidade contri-buir com as organizações públicas e priva-das por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, oferecendo soluções para as prin-cipais demandas municipais e viabilizando a excelência na gestão pública.

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Número 49 . Junho 2014

DestaQues8 - Entrevista - Saiba mais sobre o CAUC e como se manter adimplente junto aos órgãos federais10 - Acontece por Minas - Projetos e ações que movimentaram os municípios mineiros no mês de julho12 - AMM Notícias - Eventos importantes que ocorreram no Estado 14 - Institucional - Mudanças na sede da AMM e no atendimento aos municípios16 - Instituto AMM - Novos cursos a distância chegam aos servidores de Minas21 - Reportagem de capa - Piso dos Agentes Comunitários de Saúde e os impactos nos cofres municipais25 - Iluminação Pública - Municípios já se preparam para a transferência dos ativos28 - CQGP - Cursos abordam temas do dia-a-dia do gestor e servidor municipal30 - Plano Real - 20 anos do plano que mudou a vida dos brasileiros32 - TCE e os Municípios - Encontro técnico levou informação às cidades de BH e Paracatu38 - Fala, Prefeito! - Manhuaçu e Sacramento mostram sua opinião sobre o Piso Salarial dos professores 39 - Artigo - Área técnica contábil aborda o ISSQN40 - Artigo - Triunfo sobre os glúteos

GeraisNOTÍCIAS DAS

DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE

Antônio Carlos Andrada

1º VICE-PRESIDENTE

Élder Cássio de Souza Oliva

2º VICE-PRESIDENTE

Márcio Reinaldo Dias Moreira

3º VICE-PRESIDENTE

Antônio Júlio de Faria

CONSELHO FISCAL

Marco Túlio Lopes Miguel

Jeová Moreira da Costa

Antônio Dianese

SUPLENTES

Maurílio Soares Guimarães

José Geraldo de Oliveira Silva

Ari Pinto Constantino dos Santos

SUPERINTENDENTE GERAL

Cristina Márcia Mendonça

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃOGERÊNCIA DE COMUNICAÇÃODaniel Tolentino - Registro MG 07567JP

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Fran Dornelas - Registro: MG 07088JP

REDAÇÃO

Flávio Campos

Mayra Castro

Nayara Vianna

Rosalves Sudário

DESIGN GRÁFICO

Tamirys de Oliveira Freitas

Impressão: Gráfica Formato

Tiragem: 7.000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição Gratuita

ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MUNICÍPIOS

Av. Raja Gabáglia, 385 - Cidade Jardim BH

Minas Gerais - Cep: 30380 - 103

Tel.: (31) 2125-2400

Fax: (31) 2125-2403

[email protected]

www.portalamm.org.br

Page 5: Notícias das Gerais - nº 50

MINAS SÃO VÁRIAS

Itabirito - Equipe técnica da AMM visita a cidade para conhecer boas práticas de gestão - PÁG 34

Vedações Eleitorais - Fique atento às condutas e recomendações do período eleitoral - Pág 18

Autor: Humberto SouzaCidade: Bonfim

Foto vencedora da categoria Cultura e Artesanato, da 4ª edição do Concurso Paisagens Mineiras

Estado de Minas.

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FALE COM A REDAÇÃO

MINAS PASSA POR AQUI

A AMMTV é mais um canal de comunicação entre a AMM e o município. Feita especialmente para as administrações públicas de Minas, aborda temas de interesses das gestões municipais e disponi-biliza reportagens, entrevistas e coberturas de eventos em sua página no youtube, para facilitar o

acesso de todos os municípios.

Inscreva-se em nosso canal e faça parte desta rede de informações.

youtube.com/ammtvminas

“Gostaríamos de parabenizar e agradecer pelo espaço que a Revista da Associação Mineira dos Municípios dedicou para a Secretaria de Estado de Cultura na sua edição de maio. É de extrema importância para a divulgação das políticas públicas poder contar com espaços tão qualificados como esse.Desejamos sucesso e vida longa a essa publicação!Forte abraço”

Eliane ParreirasSecretária de Estado de Cultura de Minas Gerais

“A matéria sobre o Festival Gastronômico de São Domingos do Prata foi muito importante, pois divulgou um projeto da ci-dade que beneficia as pessoas que trabalham com a agricultura familiar. Hoje, temos 1500 pequenos produtores e precisamos movimentar e mostrar o trabalho deles. A revista da AMM deve continuar a divulgar as coisas boas que ocorrem nos nos-sos municípios!”

Fernando RollaPrefeito de São Domingos do Prata

SUA OPINIÃO CONTA.

A AMM quer saber a opinião dos gestores e servidores que atuam nos 853 municí-pios mineiros. Por isso, abrimos espaço para que nossos leitores comentem sobre os conteúdos da revista, dos eventos e contem as novidades das suas cidades.

Queremos saber sua opinião.

Envie um e-mail ou carta para:

[email protected]

Associação Mineira de Municípios (AMM) Avenida Raja Gabáglia, 385, Cidade jardim Belo Horizonte, Minas GeraisCEP: 30380-130

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Page 7: Notícias das Gerais - nº 50

Montes Claros - dias 17 e 18

LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Nossos cursos mais perto de você.

Setembro/2014

São Lourenço - dias 18 e 19

PREGÃOFORMAÇÃO DE PREGOEIROS

Page 8: Notícias das Gerais - nº 50

secretaria Do tesouro nacional responDe as DúviDas sobre o cauc

ENTREVISTA / CAUC

a equipe da notícias das Gerais procurou a secretaria do tesouro nacional para esclarecimento informações sobre o serviço auxiliar de informações para transfe-

rências voluntárias. estar em dia com as informações relativas ao repasse dos convênios federais facilita sua gestão junto ao cauc.

1- De acordo com levantamen-to da Confederação Nacional de Municípios, no último mês de junho, 60% dos municípios de Minas têm algum tipo de pen-dência no Cadastro Único de Convênios (Cauc). Como é feito o acompanhamento pela Secre-taria do Tesouro Nacional?

O Serviço Auxiliar de Informa-ções para Transferências Voluntárias (Cauc) tem o propósito de simplifi-car a verificação do atendimento aos requisitos fiscais para a transferência voluntária de recursos da União.

Com o Cauc, essa verificação pode ser feita eletronicamente. É importante, contudo, esclarecer que não é a Secretaria do Tesouro Na-cional que produz essa informação, mas sim as entidades responsáveis pelos registros e controles ou por sis-temas de informações dos estados e municípios.

Ou seja, a função da Secretaria do Tesouro Nacional é atualizar diaria-mente as informações provenientes das fontes indicadas no próprio sis-tema. Assim, o acompanhamento das pendências é feito pelos próprios entes federativos, que precisam se

manter adimplentes para o recebi-mento de transferências federais, e pela sociedade em geral, que passa a contar com mais esse instrumento de transparência e controle social.

O Cauc também não é um cadas-tro de inadimplentes, uma vez que a sua consulta não é obrigatória. A comprovação do cumprimento das exigências constitucionais e legais para firmar um convênio pode ocor-rer pela via documental.

2- Já que o Cauc não é um cadas-tro de inadimplentes, existem normas e procedimentos de noti-

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NOTÍCIAS DAS GERAIS . juLhO DE 20148

Page 9: Notícias das Gerais - nº 50

ENTREVISTA / CAUC

ficação ou informação prévia? Os órgãos que mantêm os con-

troles e informações dos itens refle-tidos no Cauc realizam as notifica-ções previstas em seus normativos. Informações mais específicas sobre essa questão encontram-se no “link” “Perguntas e Respostas Mais Fre-quentes” na página do Cauc (https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/cauc).

3 - Não necessariamente um apontamento inviabiliza a trans-ferência, mas causa uma série de impedimentos de ordem bu-rocrática, que atrasam ou retar-dam a celebração do convênio. Na visão da STN, qual é o princi-pal problema desses municípios?

A razão de eventual dificuldade para comprovar o cumprimento de determinado item não pode ser atribuída ao Cauc, pois este é, na realidade, um instrumento faci-litador.

4- O que os municípios precisam fazer para assegurar a regularida-de de seus registros no Cauc?

Em primeiro lugar, os municípios devem cumprir as disposições pre-vistas na legislação relativa a cada item refletido no Cauc. No ende-reço https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/cauc, o documento “Re-lação das Exigências para a Realiza-ção de Transferências Voluntárias” e a seção de “Perguntas e Respostas Mais Frequentes” descrevem a legislação e a forma de cumpri-la.

É importante lembrar, como você ressaltou, que os requisitos verifica-dos pelo Cauc são apenas 13 dos 22 necessários à realização de transferên-cia voluntária da União.

5- Temos relatos de gestores municipais que demoraram me-ses para regularizar as informa-ções junto ao Cauc. O gestor precisa de alguma orientação prévia? O que ele pode fazer para agilizar o processo?

A regularização no sistema é sim-ples e automática, pois a busca de informações nos sistemas ou órgãos de origem é diária. Pode ocorrer, no máximo, a disponibilidade na inter-net no dia seguinte, em razão de que o carregamento dos arquivos se dá ao final do dia. Porém, é possível a

comprovação documental no mesmo dia ou mediante acesso, pelo órgão responsável pelo convênio, de infor-mações diretamente nos sistemas de origem. As informações sobre cada item e os sistemas e órgãos respon-sáveis estão disponíveis na página do Cauc (https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/cauc).

A eventual demora em regularizar as informações pode estar relacio-nada a dificuldades ou divergências

perante o órgão responsável por de-terminada informação.

6 - É comum os atuais gestores (prefeitos ou governadores) dos entes federativos alegarem ex-travio das contas anuais pelos antecessores (ex-gestores). A não regularização no Cauc pode trazer algum problema ao ges-tor?

A obrigatoriedade do encaminha-mento das Contas Anuais (Demons-trativos Contábeis citados na Lei n. 4.320/1964) está prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal. Exatamente por isso, o seu descumprimento im-pede que o ente da federação rece-ba transferências voluntárias, exceto aquelas destinadas a Educação, Saúde e Assistência Social, ou para contra-tação de operações de crédito. Des-sa forma, a regularização desse item deve ser realizada perante a Secreta-ria do Tesouro Nacional.

7- A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) oferece algum tipo de treinamento ou acon-selhamento aos gestores muni-cipais sobre o Cauc, tendo em vista que ele foi criado em 2001 e o quadro de prefeitos muda a cada eleição municipal?

Sim. A Secretaria do Tesouro Nacional presta atendimento aos entes através do “Fale Conosco”, da ouvidoria ou do endereço de email [email protected]. Além disso, participa de palestras e eventos de capacitação sobre o Cauc como, por exemplo, o evento “Formação sobre Finanças Públicas e Educação Fiscal para Pre-feituras”, promovido pela Escola de Administração Fazendária (ESAF/MF) em diversos estados da federação.

O acompanhamento das pendências é feito pelos próprios entes

federativos, que precisam se manter adimplentes para o recebimento de transferências federais

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A prefeitura de São João Del Rei, na região do Campo das Vertentes, lançou no mês de julho o por-tal da Ouvidoria Municipal. Os cidadãos agora podem fazer suas críticas, denúncias, elogios e reclamações sobre os serviços públicos municipais por meio do canal online.

A Ouvidoria Municipal funciona desde 2013. Pelo ca-nal virtual, a população tem acesso aos balanços trimes-trais, cursos e eventos, entre outras ações da ouvidoria. Os cidadãos contam com atendimento em espaço físico e ainda pelos telefones (32) 3379-2920 e 156.

As ouvidorias municipais são um canal de comu-nicação direto entre a população e a administração pública municipal – o que contribui para a eficiência e a transparência na gestão pública – e cumprem o disposto na Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei n. 12.527/11. Veja no Portal AMM informações sobre a Lei de Acesso à informação e Lei de Transparência.

Acesse: ouvidoria.saojoaodelrei.mg.gov.br

são João Del rei lança novo portal para ouviDoria municipal

ACONTECE POR MINAS

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A falta de chuva tem prejudicado vários municípios em Minas Gerais, mas a cidade de Pirapora, em razão do seu novo sistema de captação de água, vem conseguindo evitar o racionamento.

A partir da constatação da diminuição da vazão da represa de Três Marias, a administração municipal, por meio de recursos disponibiliza-dos pelo programa estratégico Saneamento de Minas, conseguiu construir, em dois meses, um sistema de bombeamento de água que permite captar o “volume morto” – reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas da represa.

A obra teve investimento de R$ 602 mil e, apesar do aumento de 10% dos custos de ener-gia, os valores não serão repassados aos 53,7 mil consumidores beneficiados com o sistema de bombeamento.

sistema De bombeamento evita racionamento De áGua em pirapora e reGião

NOTÍCIAS DAS GERAIS . juLhO DE 201410

Pelo canal virtual a população tem acesso aos balanços, cursos e eventos

A obra teve investimento de R$602 mil e beneficia 53,7 mil consumidores

Page 11: Notícias das Gerais - nº 50

aterro beneficia municípios Da reGião central Os municípios de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e

Ouro Branco, na região Central do Estado, já podem fazer a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos, em razão da inauguração do aterro sanitário regional. O aterro irá beneficiar mais de 200 mil habitantes e evitar a contaminação do lençol freático da região, além de melhorar a qualidade da água.

A obra, que teve um custo de R$ 4,4 milhões, foi rea-lizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com recursos do programa de obras de infraestrutura do governo federal. O Consórcio Público Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos (Ecotres), criado para gerir o aterro, irá planejar e executar ações que visem o tratamento de resíduos sólidos nos três municípios consorciados.

O aterro construído atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A PNRS tem como meta elimi-nar os lixões e, para isso, institui instrumentos de plane-jamento em todas as esferas públicas.

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Aterro vai beneficiar 200 mil habitantes da região

muriaé aposta em proJeto para erraDicação Do analfabetismo

Com o objetivo de erradicar o analfabetismo em Mu-riaé, a Secretaria de Educação da cidade, com apoio do programa Brasil Alfabetizado do governo federal, criou cursos de alfabetização gratuitos para a população. As aulas tiveram início no dia 14 de julho e são voltadas para pessoas na faixa etária de 15 a 90 anos que têm interesse em aprender a ler e escrever.

Para o segundo semestre, a Secretaria de Educação disponibilizou cursos para 30 turmas, com 25 alunos cada, ministrados nas zonas rural e urbana, abrangendo ainda alguns distritos. Os alunos matriculados recebe-rão o material didático e todo o suporte necessário.

Os cursos de alfabetização, com duração de oito me-ses, têm como objetivo reintegrar o estudante ao ciclo de estudos. A meta da administração municipal é alfabe-tizar 500 pessoas até o final do ano.

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Projeto pretende alfabetizar 500 pessoas até o final do ano

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Page 12: Notícias das Gerais - nº 50

AMM NOTÍCIAS

Os consórcios intermunicipais têm sido cada vez mais utilizados pelos municípios para, em conjunto, reforçarem a execução de demandas administrati-vas. A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) criou um consórcio intermunicipal multifinalitário, que irá gerenciar os ativos de ilumina-ção pública, além de uma Central de Compras para facilitar a pesquisa das compras públicas. As iniciativas foram firmadas durante reunião em Montes Claros, com a participação de 70 municípios da região.

A superintendente-geral da Associação Mineira de Municípios (AMM), Cristina Márcia Mendonça, esteve presente no encontro e aprovou a proposta. “Cami-nhamos no mesmo sentido. Vemos a necessidade de os municípios se unirem, pelo consórcio, para resolverem problemas que afligem o gestor municipal, principalmen-te, nesse quadro de carência de recursos”, ressaltou.

O consórcio busca uma contratação conjunta e conta com o auxílio da microrregional na elaboração dos editais e na realização dos processos licitatórios. A Central de Compras dará suporte aos municípios na elaboração e montagem dos processos licitatórios para aquisição de bens e serviços, tais como merenda es-colar, material de construção, pneus, material escolar, medicamentos, só para citar alguns. Todo o processo contará com a fiscalização do Ministério Público, o que trará maior transparência às ações das adminis-trações municipais.

O promotor público, Paulo Márcio da Silva, expli-cou que o objetivo da participação do Ministério Pú-blico no processo é para ajudar o gestor público, au-xiliando nas suas demandas e atendendo às exigências da Constituição Federal.

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microrreGional cria consórcio intermunicipal para Gerir os ativos De iluminação pública e central De compras

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O consórcio vai contar com a participação de 70 municípios da Amams - Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene

Page 13: Notícias das Gerais - nº 50

Vitória para o movimento municipalista brasileiro. A ampliação de 1 (um) ponto percentual no repasse de recursos do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, em 16 de julho. O reforço às finanças municipais deverá ser feito em duas parcelas de 0,5% – sendo R$ 2,3 bilhões em 2015 e R$ 4,5 bilhões em 2016.

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Barbacena, Antônio Carlos Andrada, ressalta que a proposta foi construída a partir de entendimento entre o governo, o Congresso e os prefeitos. No entanto, enfatiza que o aumento ainda não é suficiente para a melhoria das finanças dos municípios: “além de não ser o percentual que buscávamos, os recursos serão parcelados e teremos pouco dele neste ano. Mas, sem dúvida, é uma conquista da luta municipalista”.

A proposta segue para dois turnos de votação no plenário do Senado. Em regime de urgência, pode ser votada até 5 de agosto. Originalmente, a PEC 39/2013 estabelecia o aumento de 2 (dois) pontos percentuais do repasse do IR e IPI na composição do FPM, de uma só vez.

aumento De 1% Do fpm é aprovaDo por comissão Do senaDo

Congresso Nacional de SaúdeFaculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realiza, de 3 a 5 de setembro, o 3º Congresso Nacional de Saúde – Cenário de Saúde na Contemporaneidade. Inscrições até o dia 22 de agosto no sitewww.medicina.ufmg.br/3congressosaude/

Prêmio Nacional de Educação em Diretos Humanos 2014Empresas públicas e privadas, entidades civis, instituições sociais, organizações não governamentais e secretarias estadu-ais e municipais de educação têm até 27 de agosto para se inscreverem ao Prêmio Nacional de Educação em Direitos Huma-nos de 2014. As instituições que apresen-tarem projetos focados na área de educa-ção em direitos humanos podem ganhar até R$100 mil. Mais informações sobre o regulamento e as inscrições, acessem o site:http://www.educacaoemdireitoshumanos.sdh.gov.br/inscricao ou no 0800 708 910. EducacensoOs gestores públicos têm até 15 de agosto para cadastrarem os dados das escolas – turmas, alunos e profissionais escolares – no Sistema Educacenso. Os dados servirão de base para a elaboração de políticas públicas para a educa-ção, bem como para determinar a distribuição dos recursos do Fundo de Manutenção e De-senvolvimento da Educação Básica e Valoriza-ção dos Profissionais da Educação (Fundeb) e outros programas.http://educacenso.inep.gov.br/Autentica-cao/index

tome nota!

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Proposta segue em votação no Senado e pode ser votada em agosto

Page 14: Notícias das Gerais - nº 50

Em busca de um melhor atendi-mento aos gestores e servidores municipais, a Associação Minei-ra de Municípios tem lançado vá-rios projetos e iniciativas, como o Instituto AMM, a Central AMM, cartilhas, cursos e eventos. Acom-panhando as mudanças propostas pela nova gestão, as áreas técnicas passam por uma reformulação, e eventos como “AMM em Ação” e cursos ofertados no “Centro de Qualificação para a Gestão Pública” serão ampliados.

A assessora de Gestão das Áre-as Técnicas, Vivian Bellezzia, afirma que “a AMM tem um novo foco de atuação das áreas técnicas, que buscam trabalhar em três frentes: atendimento pontual, diagnóstico global de demandas e capacitação do gestor e servidor municipal”. A assessora explica que a AMM sempre disponibilizou profissionais capacitados em suas áreas técnicas

na sede e em eventos, afirmando ainda que “a proposta agora é que os técnicos sejam mais atuantes e presentes no dia-a-dia da cidade; por isso, a ampliação dos eventos fora de Belo Horizonte e o atendi-mento no Espaço AMM”.

Visando levar mais conheci-mento e informação ao interior, o “AMM em Ação” estenderá sua atuação, no segundo semestre, a novas cidades, dentre as quais Montes Claros, Caldas e Caxambu. Quanto aos cursos, serão oferta-dos de acordo com a necessidade levantada pela equipe técnica junto às microrregionais.

Outra novidade é que o Cen-tro de Qualificação para a Gestão Pública também será levado ao in-terior, já que até então os cursos eram ofertados apenas em Belo Horizonte. Os primeiros já foram confirmados nas cidades de São Lourenço e Montes Claros.

Cidade Administrativa

Para tornar a consultoria mais dinâmica e presente, a partir de ju-lho, além do atendimento na sede da AMM, a equipe técnica passa a realizar consultorias na Cidade Ad-ministrativa. Os técnicos farão um rodízio no Espaço AMM, de terças a sextas-feiras, no período de 9h às 17h. Saiba mais no box.

De acordo com a superinten-dente da AMM, Cristina Márcia Mendonça, as mudanças reforçam a necessidade de uma prestação de serviço completa ao gestor que recorre à Associação para tirar dúvidas e buscar orientação e in-formações sobre questões da ad-ministração municipal. “Todas as adequações visam a melhoria dos serviços prestados pela Associação que precisa apoiar a administração municipal”, afirma.

muDanças na área técnica e nos cursos Da amm trazem benefícios aos Gestores municipais

Terça-feira:

Contábil e TributárioEconômico Convênios

Quarta-feira:

Desenvo lv imento Econômico Jurídico Convênios

Quinta-feira:

Captação de Recursos Assistência Social

Sexta-feira:

Saúde Meio Ambiente Educação

Horário De atenDimento Da amm na ciDaDe aDministrativa

INSTITUCIONAL

NOTÍCIAS DAS GERAIS . juLhO DE 201414

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Mudanças na sede da AMM

As mudanças não ficam apenas nas gerências e na área técnica. A sede da AMM também ganhou uma peque-na reforma, que incluiu: readequação e pintura dos ambientes, melhoria do espaço físico, novo projeto de ilumi-nação que dá destaque à Galeria dos

Ex-Presidentes e criação do Espaço de Convivência.

De acordo com a responsável pela Gerência de Apoio Administrativo e Planejamento de Eventos, Fernanda Gustin, as mudanças criam um am-biente agradável que promove a in-tegração da equipe e melhora a pres-tação de serviço aos gestores. “Um

dos destaques da reforma é o Espaço de Convivência, uma área de uso coletivo, para ampliar a socialização e participação dos funcionários e também aprimorar o trabalho desenvolvido”, comenta.

A AMM convida os municipios para co-nhecerem e usufruirem dos novos espaços.

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Desde julho a equipe técnica da AMM atende os gestores municipais também na Cidade Administrativa

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Um novo curso do Centro de Qualificação para a Gestão Pública (CQGP) já está sendo pensado. A AMM e a Defesa Civil firmaram parceria visando a sensibiliza-ção dos municípios mineiros para a prevenção de inci-dentes registrados principalmente nesta época do ano.

O superintendente do Instituto AMM, Gustavo Costa Nassif, reuniu-se com o chefe do Gabinete Mili-tar do Governador e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel PM Alex Melo, quando ficou acordada a inclusão de treinamento na área de “Gestão em Pro-teção e Defesa Civil” na pauta dos próximos cursos de capacitação do Instituto AMM, por meio do CQGP.

De acordo com Gustavo Nassif, a medida tem como objetivo fornecer aos administradores municipais uma capacitação básica para o enfrentamento do período com maior índice pluviométrico ocasionador de inci-dentes calamitosos. As inscrições para o novo curso serão anunciadas em breve nas páginas portalamm.org.br e institutoamm.org.br.

novo curso Do cQGp é resultaDo De parceria entre o instituto amm e a Defesa civil

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Superintendente do Instituto AMM busca novas parcerias

instituto amm e polícia militar celebram parceria acaDêmica O Instituto AMM de Ensino, Pesquisa e Extensão e a Polícia Mili-

tar do Estado de Minas Gerais (PMMG) oficializaram na terça-feira, 29/07, parceria que possibilita o ingresso da corporação e dos alu-nos do Colégio Tiradentes na Faculdade Presidente Antônio Carlos - NL (FUPAC-NL), com um desconto nas mensalidades dos cursos de Direito e Administração.

De acordo com o presidente da AMM e prefeito de Barbacena, An-tônio Carlos Andrada, a parceria, ao possibilitar uma maior capacitação dos integrantes da PMMG, atende ao escopo do municipalismo, de po-tencializar e aperfeiçoar a segurança pública. “A manutenção de cursos superiores, cursos de especialização e de cursos técnicos vai qualificar os agentes públicos e agora os nossos militares”, afirmou.

A coronel Rosângela de Souza Freitas, responsável pela Diretoria de Educação Escolar e Assistência Social da PMMG, destaca que hoje o Estatuto dos Servidores Militares de Minas Gerais exige a escolaridade su-perior para ingresso na carreira, sendo obrigatória a formação em Direito para os oficiais. Nesse sentido, a parceria estabelecida entre o Instituto AMM e a Corporação vai favorecer o cumprimento da lei e oferecer aos militares uma nova opção de ingresso na área acadêmica.

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O presidente da AMM e a coronel da PMMG assinam a parceria

INSTITUTO AMM

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Atingir servidores dos 853 mu-nicípios mineiros e levar conheci-mento técnico de forma dinâmica e interativa, para o aprimoramen-to da administração municipal, é o objetivo do curso a distância online que será lançado em breve pelo Instituto AMM. O Centro de Qualificação para a Gestão Pública (CQGP), por meio de novas fer-ramentas tecnológicas que serão colocadas à disposição dos ges-tores municipais, disponibilizará diversos cursos ligados às áreas técnicas da Associação Mineira de Municípios (AMM).

As três áreas inicialmente con-templadas serão as de gestão mu-nicipal de saúde, de assistência social e de gestão ambiental. Os cursos serão oferecidos por meio da plataforma virtual Moddle, um sistema destinado à criação de ambientes virtuais voltados para a aprendizagem. “Essa plataforma permite uma democratização da educação”, enfatiza o superinten-dente do Instituto AMM, Gustavo Nassif. A proposta é que se crie um ambiente dinâmico, que pro-porcione ao estudante a maior in-teratividade possível.

Além das aulas, os alunos terão à disposição chat com tutores, de-bates, e ainda uma série de publi-cações de interesse de cada área, para que tenham acesso a um con-junto de saberes. “Com o Moddle, teremos transmissão e organiza-ção dos conteúdos de materiais de apoio às aulas, pelo fato de ser uma ferramenta que facilita a co-

municação, possibilitando contri-buir para um padrão superior no ensino a distância”, explica a as-sessora de Gestão de Áreas Téc-nicas da AMM, Vivian Bellezzia.

As capacitações terão carga ho-rária de 30 horas, divididas em cinco módulos, com uma ativida-de avaliativa ao final de cada uma delas. Segundo Gustavo Nassif, a grade curricular abrange maté-rias fundamentais a cada área da administração municipal, com as especificidades e os trâmites que permeiam o trabalho do servidor. “Esses três primeiros cursos irão abordar aspectos gerais que con-templam questões de ordem nor-

mativa, e também questões ligadas à própria gestão”, explica.

A primeira turma será ofereci-da gratuitamente, atendendo ao comprometimento da AMM com a responsabilidade social. “Sempre teremos opções de cursos gratui-tos, para incentivar a capacitação dos servidores”, diz o superinten-dente do Instituto, garantindo que “esse é o primeiro passo para, fu-turamente, oferecermos cursos de graduação tecnológica e de pós-graduação online”.

As inscrições nos cursos a dis-tância estarão abertas a partir de agosto, com previsão de início das aulas em setembro.

cursos online vão atingir todos os municípios mineiros com o objetivo de democratizar a educação

amm lançará cursos a Distância em plataforma DiGital

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Cursos vão capacitar os servidores municipais

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VEDAÇÕES ELEITORAIS

No período de campanha e no dia das eleições, há uma série de normas e procedimentos que têm de ser seguidos por eleitores, can-didatos a cargos eletivos e cabos eleitorais. As regras são definidas pela Justiça Eleitoral e dizem res-peito, por exemplo, ao uso da in-ternet, de camisetas e bonés e à distribuição de folhetos ou santi-nhos, além de estabelecerem cri-

térios para a realização de comí-cios, carreatas e caminhadas.

Neste ano, serão realizadas elei-ções para presidente da república, governadores, senadores, depu-tados estaduais, distritais e fede-rais. As ações dos representantes eleitos atingirão diretamente toda a sociedade brasileira. O presiden-te da Associação Mineira de Mu-nicípios, Antônio Carlos Andrada,

ressalta que, embora as eleições de 2014 não sejam destinadas à escolha de prefeitos e vereadores, são diretamente impactadas pela atuação do gestor municipal.

A participação do gestor local no processo eleitoral não é proi-bida, mas exige cautela, para que seja preservada a integridade do processo. É fundamental que os prefeitos, vereadores, secretários e servidores municipais tenham co-nhecimento dos limites de suas atu-ações políticas no período eleitoral.

Para auxiliar na conduta dos agentes políticos, a AMM lançou uma cartilha que apresenta, de forma didática, as vedações con-tidas na lei eleitoral. O material está disponível no portalamm.org.br. Andrada afirma: “Desejo que as orientações da cartilha contri-buam para o bom andamento do processo eleitoral, com o pleno exercício da cidadania, e propor-cionem também o amadurecimen-to democrático do movimento municipalista”.

Limitações e condutas

Os agentes públicos que con-correm a novo mandato só come-çaram a aparecer em propagandas e a pedir votos no dia 6 de julho. O horário eleitoral gratuito no rá-dio e na TV começa no dia 19 de agosto. A fiscalização fica a cargo do Ministério Público Eleitoral e também dos cidadãos, que podem denunciar irregularidades à Justiça Eleitoral. O gestor que descum-

a legislação eleitoral impõe uma série de proibições aos gestores públicos e candidatos, em ano de eleição. Dia 5 de julho começou a valer a maior parte das restrições impostas pela justiça eleitoral

reGras eleitorais Já estão em viGor

O professor Rodolfo Viana alerta os prefeitos sobre as regras

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prir as regras poderá ser multa-do; e o candidato, além da multa, poderá ter cassado o registro ou diploma da candidatura. A prática das vedações eleitorais também é considerada improbidade adminis-trativa, que é caracterizada pela conduta inadequada de agentes públicos, ou de particulares envol-vidos, por meio da função pública.

O professor da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Rodolfo Viana, ensina que os pre-feitos e vereadores não podem

utilizar bem móvel ou imóvel da prefeitura para apoio a candidato: “Os gestores também ficam proi-bidos de usar a intranet da pre-feitura para recomendar voto, de ceder servidores da ativa para, no horário de trabalho, participarem de atos de campanha e ainda de fa-zer uso eleitoreiro de programas sociais em favor de candidato”.

O objetivo das proibições é pre-servar, nos pleitos eleitorais, a igualdade de oportunidades entre os candidatos, além de coibir abusos

de poder da administração pública, durante o período de campanhas eleitorais, em benefício de deter-minados candidatos ou partidos, ou em prejuízo de outros. Mas, para o professor, as eleições continuarão muito desiguais enquanto não hou-ver a criação de lei que estabeleça teto máximo de gastos em campa-nha, enquanto as regras do horário eleitoral gratuito continuarem des-proporcionais e enquanto não hou-ver maior limitação de doação por parte das empresas.

Durante o período eleitoral, ficam proibidos serviços de telemarketing para pedir votos. As transferências de repasses ficam restritas a casos de calamidade pública e estado de emergência ou a programas sociais que já estejam autorizados em lei com execução orçamentária do ano anterior. As inaugurações de obras podem ser realiza-das sem a presença de candidatos.

Governantes e candidatos aos cargos em disputa não poderão fazer publicidade de atos e programas, a não ser em caso de “grave e urgente necessidade pública”, após análise da Justiça Eleitoral.

Pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e TV fora do horário oficial são proibi-dos, assim como serviços de telemarketing para pedir votos. Ficam liberados propagan-das de serviços e produtos que tenham concorrência no mercado, como, por exemplo, os de bancos públicos.

ATENÇÃO:

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Acesse portalamm.org.br e faça o download dacartilha: Os limites da atuação política em período eleitoral.

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Em junho, o governo fede-ral sancionou a Lei 12.994/2014, que institui o piso salarial de R$ 1.014,00 e a forma de contrata-ção dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), em todo o território nacional. Com a medida, 95% do valor do salá-rio será repassado pela União às prefeituras, mas o complemen-to desse montante e o dispêndio com encargos profissionais recai-rão sobre os cofres municipais, já sobrecarregados com suas des-pesas correntes e arrecadação re-duzida. Frente a essa disposição, a Associação Mineira de Municípios (AMM) decidiu ingressar com ação judicial questionando a constitucio-nalidade de dispositivos da lei.

De acordo com o presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Antônio Carlos Andrada, a nova lei fere a autonomia municipal e é uma intromissão indevida na gestão local. Ele avalia que, ao aprovarem a lei, os parlamentares só levaram em conta as justas de-mandas dos agentes, mas não con-sideraram que eles atuam dentro de programas federais preestabe-lecidos, que ficarão impraticáveis com as novas regras. “Não é pos-sível gerir programas e ações de saúde nos municípios a partir de gabinetes carretados de Brasília. A realidade aqui nos municípios é muito diferente do que pensam os

tecnocratas”, criticou. Outro questionamento é a exi-

gência de concurso público, que representa estabilidade na função. Como os programas e ações de saúde têm formatos flexíveis e di-mensões variáveis, de acordo com a circunstâncias e as estratégias momentâneas, tal estabilidade se tornaria inviável. “O que fazer com agentes comunitários cujos programas e ações foram extintos ou reduzidos? Quem arcará com as despesas das aposentadorias dos agentes?” questiona Andrada.

Com relação à impossibilidade de contratação temporária dos agentes, o presidente afirma que todos os municípios brasileiros foram jogados na ilegalidade, já

que a temporalidade sempre foi a regra dos contratos que estão em vigor. Segundo ele, a lei não con-tém regras de transição, todos os contratos de agentes comunitá-rios do Brasil, a rigor, teriam que ser encerrados imediatamente até a contratação de novos, por meio de concurso público. E os concursos exigem a criação, por lei municipal, de novos cargos, o que requer estudos de impacto fi-nanceiro nas despesas de pessoal, que estão l imitadas pela Lei de Responsabil idade Fiscal.

Para a consultora do Departa-mento de Saúde da AMM, Juliana Colen, mais do que nunca as ban-deiras municipalistas levantadas há tempos pela entidade surgem

Minas Gerais é o Estado que mais sofrerá com os impactos da legislação

REPORTAGEM DE CAPA

lei federal estabelece teto para a categoria. sem recursos, prefeituras deverão custear parte do salário e os encargos profissionais

novo piso salarial Dos aGentes comunitários coloca em risco a saúDe Dos municípios

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como alternativas para minimizar os problemas enfrentados pelos municípios na área. “Algumas das possibilidades seriam a reforma tributária, com ressarcimento aos municípios, das medidas de deso-neração fiscal realizadas pelo go-verno federal, além do aumento de 2% no FMP para compensação das constantes perdas, a regula-mentação dos royalties do petró-leo com o repasse dos 25% para a saúde ou a regulamentação de 10% da receita corrente bruta do governo federal em investimento na saúde”, defende a consultora.

No total, a lei trouxe um cus-to de R$ 655 milhões por ano aos municípios de Minas Gerais, que possui o maior número de Agentes Comunitários de Saúde (11% do total), sendo, portanto, o Estado que mais sofrerá com os impactos da nova legislação. Do valor informado, mais de R$ 217 milhões deverão sair dos cofres municipais para gasto com encar-gos profissionais, sem que a União tenha informado previamente a fonte de recursos, conforme preceitua a Lei de Responsabili-dade Fiscal (LRF). “O Congresso Nacional mais parece a Câmara dos Lordes da Inglaterra, forma-da pela nobreza que desconhece a realidade do povo e do imen-so interior brasileiro”, observa o presidente da AMM.

impactos

Para Gilta Teixeira, secretária de Saúde do município de Comer-cinho, na região do Jequitinhonha e Mucuri, a situação é delicada. A gestão é favorável ao aumento do salário para a categoria, mas teme ser advertida por ação ilegal. “A

prefeitura reconhece a justa me-lhoria de salários dos agentes comunitários de saúde e ende-mias, levando em consideração a importância dos mesmos para a sociedade e para o Programa Saúde da Família (PSF). Porém, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais alertou o município sobre o limite máximo de gasto com pessoal. E, se o município conceder o aumento por deter-minação própria, corre o risco de responder a algum processo por ato ilegal da administração públi-ca”, observa a secretária.

O prefeito de Ibiraci, José Fer-nando Hermógenes de Freitas, também questiona os impactos da decisão. O gestor reconhece a importância dos profissionais e se posiciona a favor do aumento salarial concedido à classe, po-rém afirma que a área municipal de saúde será afetada diretamen-te, uma vez que será impossível a contratação de novos agentes, em decorrência do alto custo de pes-soal. “Houve uma avaliação nega-tiva na cidade porque vamos im-

plantar um novo PSF e não devo contratar mais nenhum agente comunitário para esse trabalho. O

maior agravante é que você tem apenas 95% de repasse para arcar com os salários, sem considerar

Não é possível gerir programas e ações de saúde nos municípios a partir de gabinetes

carretados de Brasília. A realidade aqui nos municípios é muito

diferente do que pensam os tecnocratas

Antônio Carlos AndradaPresidente da AMM

Prefeito de Ibiraci, José Fernando Freitas, questiona impactos da decisão

REPORTAGEM DE CAPA

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os encargos profissionais, que precisam ser completados e ele-vam muito a folha de pagamento. Mesmo assim, para não deixar de atender nossa população, uma sa-ída é remanejar os agentes que já estão em outras equipes. Essa me-dida, no entanto, vai desfavorecer o PSF: com mais casas para cobrir, os agentes ficarão aquém daquilo que se prevê para um bom atendi-mento”, esclarece o prefeito.

vetos presidenciais

A Lei 12.994/2014 foi sancionada com três vetos parciais:1. Reajustes do piso – o reajuste ficará a cargo da presidência da República,

que decidirá quando e de que forma isso acontecerá.2. Percentuais mínimo e máximo do incentivo complementar – com o

novo texto, não há previsão do que será investido pela União.3. Obrigação dos municípios de elaborar planos de carreira municipal – a

presidente alegou que isso viola o princípio da separação dos poderes, pre-visto no texto constitucional.

três perguntas para a superintendente da amm, cristina márcia mendonça:

1) Como o município pode equilibrar as contas públicas e o pagamento do piso dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal?

A Lei que estabelece o piso dos ACS definiu que o repasse de recursos será feito por meio de transferências obrigatórias e que o pessoal terá vínculo direto. Assim, as despesas com o pagamento dos ACS passa a compor o cálculo do limite de pessoal. É importante destacar o aumento da despesa para o município, que arcará com os valores dos encargos decorrentes dessa contratação. A Lei cria uma situação em que o município apropria como sua, despesas de programas federais. Mais uma vez sem qualquer estudo prévio, uma conta será paga pelos já exauridos cofres municipais, sem considerar os limites impostos pela LRF e a responsabilidade pessoal que o prefeito assume, causando em muitos casos o desequilíbrio fiscal.

2) Qual a orientação da AMM para a forma de contratação mais segura dos agen-tes comunitários?

A forma de contratação estabelecida pela lei é o processo seletivo público, ficando vedada a contratação temporária ou terceirizada. Existe ainda a obrigatoriedade da comprovação de vínculo direto para recebimento dos recursos de assistência financei-ra complementar.

3) Qual a posição judicial da AMM?

A AMM vai questionar a imposição de obrigação sem a necessária contrapartida fi-nanceira e sem o tempo hábil para os municípios se adequarem às exigências legais. Na prática, a manutenção desse programa pode ficar comprometida, isso sem falar na dispensa destes profissionais, tão importantes para o sistema de saúde, na hipótese de não haver disponibilidade financeira e orçamentária para assunção dessa despesa.

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A partir de setembro/2014, devido a repactuação com a parceira Vox Soluções Tecnológicas, o Diário Online apresentará um novo contrato de adesão, totalmente descomplicado .

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De acordo com a resolução nor-mativa 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a partir de 2015, os municípios serão res-ponsáveis pelo projeto, implanta-ção, expansão, instalações e ma-nutenção do serviço de iluminação pública nas cidades. A Associação Mineira de Municípios (AMM), des-de o início dessa decisão, assumiu postura contrária à forma pela qual a transferência dos ativos foi regulamentada, por entender que o dispositivo fere a autonomia fe-derativa municipal. Além disso, a determinação da agência regula-dora onera os municípios minei-ros, muito com recursos escassos e sem pessoal capacitado para os

trabalhos técnicos a serem estabe-lecidos.

O assessor Jurídico da AMM, Everton Nery, explica que a trans-ferência dos ativos poderá ter um impacto financeiro expressivo nos custos atuais dos municípios, prin-cipalmente no caso dos pequenos. “Considerando a dificuldade finan-ceira enfrentada pelos municípios, essa transferência poderá onerar a população, em razão do aumento da contribuição de custeio da ilu-minação pública na conta de luz”, afirmou.

Com o prazo da transferência se aproximando, o presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Antônio Carlos Andrada, defen-

de a contratação de serviços que podem permitir uma transição mais tranquila e segura para os municípios, reforçando a posição da entidade sobre o assunto: “A AMM é favorável à utilização de todos os meios disponíveis para a solução eficiente e eficaz na transferência dos ativos de ilumi-nação pública. Entretanto, a enti-dade concentrou seus esforços na solução que poderá ser utilizada por quaisquer das formas defini-das pelos gestores públicos, pro-pondo a licitação por ‘sistema de registro de preços’ como uma das alternativas mais céleres para a contratação da prestação de ser-viços relativos à gestão da rede de iluminação pública”.

Recentemente, o secretário de Negócios Jurídicos do município de Bauru (SP), Maurício Pontes Porto, esteve em Belo Horizonte, onde participou do “Seminário de Ilumi-nação Pública” realizado pela AMM. Na oportunidade, ele defendeu que a determinação da Aneel é incons-titucional e tomou como exemplo o caso da cidade paulista que, em 2013, interpôs ação judicial e conseguiu li-minar que suspende temporariamen-te a transferência dos ativos.

Ele orienta ainda que os municí-pios devem ficar atentos acerca do estado de conservação dos parques de iluminação, observando se os mesmos estão adequados às regras estabelecidas pela ANEEL.

Diante desse cenário, certo é que o gestor público municipal terá que

iluminação pública ainDa preocupa municípios transferência dos ativos terá um impacto financeiro expressivo nos custos dos municípios. prefeituras

precisam se adequar até dezembro de 2014

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Antônio Carlos Andrada defende a contratação de serviços que permitam uma transição tranquila

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assumir uma obrigação nova e comple-xa. A superintendente da AMM, Cris-tina Márcia Mendonça, esclarece que a entidade não abandonou a luta contra a transferência dos ativos, mas, sem se furtar às suas funções institucio-nais, desenvolve paralelamente outras soluções para a matéria. “No caso da transferência de ativos, por exemplo, vemos que quem está na ponta sente mais forte o impacto das decisões do governo federal. Por isso, é importan-te a nossa união na defesa dos inte-resses municipalistas. O corpo técnico da AMM está preparado e disposto a contribuir com os municípios no que for preciso”, afirma.

Transferência de ativos

Em julho, a Associação Minei-ra de Municípios (AMM) realizou o “Seminário de Iluminação Pública”,

com o objetivo de esclarecer e apresentar aos gestores munici-pais a cartilha informativa elabora-da pela entidade, com indicações práticas sobre a transferência dos ativos e as medidas a serem toma-das pelas administrações até o fim do ano. A AMM sempre apoiou a formação de consórcios municipais para a contratação dos serviços de IP, mas propõe a realização de re-gistro de preços, em que um mu-nicípio polo faria a licitação e os demais, no entorno, aproveitariam o certame. Para visualizar a cartilha e consultar o material, os interes-sados devem acessar o portal AMM (www.portalamm.org.br) e utili-zar a opção “Central AMM”, para download. Gestores de municípios não associados também podem bai-xar o documento, basta preencher o cadastro na mesma página.

Lavras antecipa determinação

O município de Lavras, no Sul de Minas, tornou-se uma das primei-ras cidades do estado a cumprir a resolução normativa da Aneel. An-tecipando a deliberação da agência, a prefeitura realizou a transferên-cia dos ativos da iluminação pública por entender que o processo seria inevitável e, quanto antes a migra-ção ocorresse, melhor seria para a adequação dos serviços. “Essa decisão foi tomada no ano passado, tendo em vista que o prazo inicial estabelecido pela Aneel seria dezem-bro de 2013. No caso de Lavras, já estávamos investindo na manuten-ção e atualização dos ativos, mas o atendimento às solicitações dos con-tribuintes estava deixando a desejar, devido aos prazos da Cemig, que podiam chegar a 270 dias para efetiva-

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

O município de Lavras se antecipou à resolução e já fez a transferência dos ativos de iluminação

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ção de serviços”, explicou o prefeito da cidade, Marcos Cherem.

A prefeitura ainda pretende reduzir a taxa de iluminação pública para os consumidores por meio da justiça tri-butária, em que os grandes consumi-dores arcarão com os maiores custos, em benefício do restante dos lavren-ses. “Essa desoneração foi proposta através de projeto de lei que enviei à Câmara de Vereadores, devendo ser apreciada em agosto, para que seja aplicada a partir de 2015. O objetivo é reduzir a Contribuição de Ilumina-ção Pública (CIP) para cerca de 62% dos contribuintes de Lavras e isentar outros 25% de qualquer pagamento. Aqui temos cerca de 41 mil contri-buintes de imóveis edificados e 87% destes serão beneficiados, sem que haja qualquer renúncia de receita”, anunciou o prefeito.

Com a municipalização, uma em-

presa foi contratada para administrar a conservação do parque de ilumina-ção local, com serviços de manuten-ção e expansão da iluminação pública

na cidade. De acordo com Cherem, a iniciativa faz com que as solicitações sejam avaliadas e realizadas com mais agilidade, beneficiando a comunidade.

Faça o download da cartilha de Iluminação Pública no Portal AMM

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A contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (CIP) é um tributo definido no art. 149-A da Constituição Federal de 1988. A Carta Magna atribuiu exclusivamente aos municí-pios a competência para cobrar dos munícipes os recursos necessários para o custeio dos serviços de iluminação pública e facultou a arrecadação dessa contribuição pela fatura de energia elétrica. Através de lei, o município pode arrecadar a CIP dos proprietários de imóveis e consumidores de energia elétrica, com a finalidade de custear a operação, manutenção, expansão e o consumo de energia elétrica dos serviços de iluminação pública prestados pela prefeitura local.

A lei municipal estabelece ainda a forma, a classe de consumo e os valores cobrados dos contri-buintes. Assim, mediante a assinatura de um convênio entre a prefeitura e a concessionária distri-buidora de energia elétrica, os valores arrecadados são transferidos mensalmente ao município. “Ocorre que muitos municípios ainda não instituíram a referida contribuição. É necessário estar atento para que os prefeitos mandem para as suas câmaras projeto de lei que possibilite essa nova fonte de custeio, que deve ser direcionada totalmente para a iluminação pública”, aconselha o doutor em Direito Tributário, Alexandre Alckimin.

você sabe o que é a cip?

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nova contabilidade, formação de pregoeiros e controle interno iii foram os temas escolhidos para os cursos ministrados pelo centro de Qualificação

Os cursos oferecidos pelo Instituto AMM, por meio do Centro de Qualifi-cação para a Gestão Pública (CQGP), são uma referência para os gestores e servidores municipais, quando se fala em capacitação. No mês de julho, o centro ofereceu cursos sobre os seguintes te-mas: Nova Contabilidade, Formação de Pregoeiros e Controle Externo III.

A assessora de Gestão das Áreas Técnicas da Associação Mineira de Mu-nicípios, Vivian Bellezzia, destaca que a procura pelos cursos tem sido muito grande, levando a equipe a montar duas turmas do mesmo tema por mês, como foi o caso do “Formação de Pregoeiros”. Ela cita, como exemplo, o interesse dos servidores que atuam nas Câmaras Municipais. “Percebemos que muitos funcionários das câmaras enxergam no CQGP uma possibilidade de aprender

sobre o processo e, com isso, terem condições de exercer o poder de fiscaliza-ção do legislativo com eficiência”, ressalta.

A servidora Ana Paula Sanchez da Cruz, da equipe de apoio dos pregoei-ros da cidade de João Pinheiro, relata sua experiência: “Temos muitas dúvi-das em relação à contratação pelo mo-delo pregão. Outras pessoas da equipe já fizeram o curso e agora foi a minha vez de me capacitar para entender e poder contribuir”.

Nova Contabilidade

O curso “Nova Contabilidade Aplicada ao Setor Público” teve a contadora-geral da prefeitura de Belo Horizonte, Lucy Fátima de As-sis Freitas, como palestrante. Lucy explica que a nova contabilidade faz

parte do compromisso firmado pelo governo brasileiro junto aos órgãos internacionais. Assim, todo o siste-ma de contabilidade pública do país observará as Normas Internacionais de Contabilidade. “Minha primei-ra orientação para os municípios é a formação de grupos de discussão interna. Cada prefeitura tem uma ca-racterística, tem uma condição eco-nômica e de pessoal, por isso elas devem fazer um diagnóstico em face das novas exigências. Será preciso oferecer capacitação aos servido-res, mudança no organograma, ques-tionar se o sistema utilizado ainda atende às necessidades, entre outras coisas. Espera-se um ganho na con-tabilidade da conta pública, com esse novo modelo”, pontuou.

Técnicos das áreas de planeja-mento, informática, orçamento, te-souraria, contabilidade, tributação, patrimônio, almoxarifado e controle interno participaram da capacitação. Em tese, os municípios que não se adaptarem em tempo hábil sofrerão restrições para tomar empréstimos e perderão também o direito de re-ceber repasses voluntários da União, via convênios. “Estamos nos preparan-do para aperfeiçoar e aplicar essa nova realidade. Na questão da contabilidade patrimonial, é um pouco mais compli-cado, mas estamos nos preparando para que tudo ocorra da melhor ma-neira possível”, comenta Paulo Bocoli, secretário da Fazenda do município de Muzambinho, no Sul de Minas.

novas obriGações DirecionaDas à Gestão municipal são aborDaDas em eventos Da amm

Servidores de várias partes do Estado participam dos cursos

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QUALIFICAÇÃO

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Controle Interno III O controle interno é fundamental para se atingirem resultados fa-

voráveis na gestão pública, além de ser exigência dos órgãos de con-trole externo como o Tribunal de Contas do Estado. Para promover a eficiência e verificar o cumprimento das políticas estabelecidas em lei, o Centro de Qualificação em Gestão Pública realizou, nos dias 28 e 29 de julho, curso sobre a atuação do Sistema de Controle Interno Municipal (SCIM) nas áreas de saúde e educação.

O curso foi ministrado pela advogada especialista em Direito Público, Priscila Ramos Netto Viana, e apresentou noções gerais sobre o SCIM, como: instrumentos de gestão nos municípios, con-troles sobre programas federais ligados à saúde e à educação, exi-gências do TCEMG, etc. “Tratamos do conjunto de normas, regras, princípios, planos, métodos e procedimentos que têm por objetivo efetivar a avaliação da gestão pública e o acompanhamento dos pro-gramas e políticas públicas”, explica a advogada.

Cerca de 40 servidores de diversos setores da administração mu-nicipal participaram do evento, entre eles, vereadores, profissionais da área do controle interno de licitação e compras, e, principalmen-te, os que trabalham diretamente no controle interno. “Trabalho na prefeitura há mais de 37 anos, mas estou há pouco tempo no con-trole interno como controladora. Como tenho dúvidas nas áreas de saúde e educação, encontrei no curso uma boa forma de aprender mais sobre o assunto”, disse a servidora da prefeitura de Curvelo, Maria Delvita Moreira.

Acesse todos os cursos do Centro de Qualificação para Gestão Pública: portalamm.org.br

O CQGP sempre aborda temas atuais para a administração pública

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Nova Contabilidade Aplicada ao Setor Público“A instrutora foi excelente e seu domínio do assunto melhor ainda. Parabéns à ins-trutora e à AMM” Elvira P. Lemos - Cabo Verde

Formação de Pregoeiros“O curso foi muito interessante e conse-guiu sanar todas as minhas dúvidas” Gisele Marisa Drumond - Jequitinhonha

Formação de Pregoeiros“O curso atingiu suas expectativas, princi-palmente pela técnica de ensino aplicada, com exercícios práticos de fixação e pela liberdade de comunicação, que gerou um ambiente confortável” Gilvânia Amâncio de Oliveira - Curvelo

opinião De Quem fez

próximos cursos

11 e 12 de agostoCurso de Licitações e Contratos AdministrativosPalestrante: Priscila Viana

19 e 20 de agostoNova Contabilidade Aplicada ao Setor Público - Módulo IPalestrante: Lucy de Fátima

27 e 28 de agostoVAF - Módulo IIPalestrante: Rosiane Seabra

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PLANO REAL

Muitos brasileiros viram sua vida mudar com a ascensão do Plano Real, nos anos 90. De uma moeda desvalorizada e uma hiperinflação que impossibilitava o crescimento do país, a economia nacional viu-se diante de um plano que mudaria a vida de milhões de brasileiros, ge-rando aumento da renda, valoriza-ção da moeda internacionalmente e crescimento econômico.

O Plano Real foi elaborado du-rante o mandato do presidente Itamar Franco e contou com dedi-cação exclusiva do seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Car-doso, e sua equipe de economistas. O programa foi lançado no dia 27 de fevereiro de 1994, em meio a in-certezas e com o objetivo de esta-bilizar a economia brasileira e pro-mover uma reforma econômica no país. Essa reforma gerou várias mu-danças em diversos setores, e para os municípios não foi diferente.

Como prefeito de Barbacena de 93 a 96, o atual presidente da Associação Mineira de Municípios, Antônio Carlos Andrada, resume bem o momento: “A época era de muitas expectativas e incertezas. Era difícil para a administração mu-nicipal planejar, já que os preços subiam diariamente e era pratica-mente impossível organizar planos e projetos”. Para os gestores públi-cos, qualquer projeção financeira e orçamentária de médio prazo tinha uma margem de erro muito grande, o que gerava dificuldades e enorme insegurança quanto a ações de mé-dio e longo prazos.

Ajuste nas Contas públicas

O professor de Economia Apli-cada dos MBAs da FGV/Faculdade IBS, Raul Duarte, explica que, com a redução do processo inflacio-nário, o povo brasileiro, especial-

mente a parcela menos favorecida, sentiu os benefícios da estabiliza-ção dos preços. “Os salários não eram mais dilapidados por altas ta-xas de inflação mensal, houve uma melhora na capacidade de compra da sociedade em geral, e apareceu, então, o que ficou conhecido como efeito riqueza na sociedade, as pes-soas estavam conseguindo comprar mais e melhor, além de terem a possibilidade de planejamento de longo prazo no processo aquisiti-vo”, afirmou.

Duarte explica que o plano pos-sibilitou também um ajuste nas contas públicas, na tentativa de se acabar com a farra fiscal: “Houve a instituição da lei n. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal –, que foi um grande avanço para a admi-nistração pública em suas três es-feras de governo. A continuidade na quebra da grande maioria dos monopólios estatais, por meio das

20 anos Do plano real e o Que muDou no brasilplano econômico mudou a vida de brasileiros, gerou aumento de renda

e valorizou a moeda internacionalmente

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privatizações, melhorou o caixa do governo e também a qualidade dos serviços prestados à sociedade, e, por fim, instituiu o regime de câm-bio flutuante, o superávit fiscal e as metas inflacionárias que são o tripé da política macroeconômica até os dias de hoje”.

Para o presidente da AMM, o Real possibilitou um planejamento mais efetivo na gestão pública, com orçamentos mais próximos da rea-lidade e execuções financeiras mais ajustadas, favorecendo a busca do equilíbrio fiscal. Porém, ele expli-ca que, apesar dessas conquistas, a atual situação econômica de retra-ção e os desvios do Pacto Federa-tivo, com a excessiva concentração de receitas na União, têm provoca-do uma crise sem precedentes nas finanças dos municípios. “E o agra-vante é que, nesses anos todos, os encargos dos municípios aumenta-ram muito e eles são hoje os ver-dadeiros executores das políticas públicas nacionais; sem recursos e em crise, os municípios estão ten-do muita dificuldade de gerir as questões locais e ainda colocar em prática esses novos encargos”, re-força Andrada.

Visão econômica

De acordo com a jornalista Miriam Leitão, autora do livro Saga brasi-leira e colunista da Globo News, a nova moeda representou o fim da hiperinflação, um processo tão difícil que provocou vários apren-dizados. “A primeira lição foi que uma nova moeda não acontece por mágica. Exige muito trabalho antes, e muito esforço depois. Ao escrever o livro e revisitar todos os passos da estrada que eu havia acompanhado como jornalista, tive

mais uma vez a noção de que o Plano Real não foi só um plano, foi a construção de uma aliança para manter a inflação em um dígito”, explica a autora.

Sob os riscos da alta inflacioná-

ria que ronda o Brasil atualmente, fica a dúvida se as decisões do go-verno federal podem impactar essa alta. Para Miriam Leitão, o país não deveria correr o risco de ter uma inflação mais alta: “Não se brinca com um inimigo que nos infelicitou e roubou nosso futuro por tanto tempo. E o governo permitiu que a inflação ficasse ao redor de 6,5% tempo demais. E há preços contro-lados, que, quando forem corrigi-dos, podem elevar mais a taxa.”

Para a economista, o fim do governo Fernando Henrique e o medo de que o então candidato Lula ameaçasse as bases do Real le-varam a inflação a subir. “Felizmen-te, as decisões tomadas logo após a posse desfizeram esse clima e a taxa caiu. Mas agora o tema volta a preocupar. Claro, não se teme que ela volte aos níveis antigos, mas a inflação é um inimigo que não se deve deixar criar asas. É mais fácil de derrotar quanto menor ela for”, conclui.

O Plano Real não foi só um plano. Foi a construção de

uma aliança para manter a inflação

em um dígito

Míriam LeitãoJornalista

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Míriam Leitão fala sobre os riscos da alta inflacionária que ronda o Brasil

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TCE E OS MUNICÍPIOS

evento que debateu o tema Gestão responsável em ano eleitoral percorreu oito cidades mineiras

A série de encontros técnicos “TCE e os Municípios”, realizada em parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM), encerrou-se no mês de julho, tendo passado pelas ci-dades de Belo Horizonte e Paracatu. O evento reuniu um grande público, composto por prefeitos, servidores e pela população em geral. O tema le-vado à discussão foi Gestão Respon-sável em Ano Eleitoral.

Na capital mineira, o encontro reuniu cerca de 400 representantes de municípios da região central, que lotaram o auditório Vivaldi Moreira do Tribunal de Contas do Estado Mi-nas Gerais. A superintendente-geral da AMM, Cristina Márcia Mendonça, participou de todas as edições do evento e ressaltou a importância da iniciativa: “O encontro possibilita de-

bates sobre o desenvolvimento local por meio da desburocratização da máquina administrativa, do planeja-mento de ações e da transparência na gestão”.

Cristina realçou que, como 60% dos recursos públicos são concen-trados na União e 25% no Estado, os eleitores vão escolher nas urnas os responsáveis pela aplicação de 85% dos recursos públicos. “É fundamen-tal que os gestores públicos munici-pais tenham conhecimento dos limi-tes de suas atuações nesse período, porque isso garante o pleno exercício da democracia e da cidadania”, reforçou.

O conselheiro do TCEMG, Wan-derley Ávila, representou a presiden-te Adriene Andrade na abertura do evento, em Belo Horizonte. O con-selheiro, que já atuou como gestor

público, destacou o caráter pedagó-gico do Tribunal de Contas: “Como prefeito de Pirapora, por diversas ve-zes recorri ao Tribunal para solicitar informações.” A relevância do tema escolhido este ano para a série de encontros técnicos foi abordada pelo conselheiro. “É importante a gestão responsável e o zelo no ano eleitoral, por parte dos administradores públi-cos, já que muitos são os impedimen-tos no que toca à administração da coisa pública. Assim, no momento da eleição, símbolo máximo do princípio republicano que nos norteia, é que se faz necessário todo o trabalho de orientação por parte desta Corte de Contas”, afirmou.

A diretora da Escola de Contas e Capacitação Professor Pedro Aleixo, Natália Araújo, foi a responsável por ministrar a palestra Gestão e Eleição em vários municípios. Ela destacou o papel do TCE no processo demo-crático: “O que o Tribunal quer di-zer é que está envolvido no processo eletivo, tão envolvido que deve zelar para que ele transcorra da maneira mais tranquila possível; e isso significa preservar a máquina pública das inge-rências e influências sobre as escolhas deste ou daquele candidato. Esse é o papel que nos assiste nessa festa de-mocrática que é a eleição.”

Paracatu

Procedimentos licitatórios e veda-ções em período eleitoral não fo-ram os únicos assuntos do último

paracatu é a última ciDaDe De minas a receber encontro técnicoDo tribunal De contas

Superintendente-Geral da AMM, Cristina Márcia Mendonça ressaltou a impor-tância da iniciativa

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encontro técnico “TCE e os Muni-cípios”, realizado em Paracatu, nos dias 30 e 31 de julho. Os prefeitos, vereadores, servidores municipais e empresários presentes conheceram também o Fomenta Minas, progra-ma do Sebrae que amplia o mercado das micro e pequenas empresas nas contratações públicas, por meio do incentivo à implementação da Lei Ge-ral das Micro e Pequenas Empresas.

O Sebrae Minas foi parceiro do TCEMG e da AMM no ciclo das palestras técnicas levadas às oito macrorregiões de Minas. O conse-lheiro José Alves Viana representou a presidente do órgão, Adriene An-drade, e falou da importância de se implementar a Lei 123 nos municí-pios: “Principalmente as pequenas cidades devem adotar essa medida, para que a economia local possa girar e promover o desenvolvimento local”.

O jurista e mestre em Direito, Jair Santana, enfatizou a importância da promoção da sustentabilidade local: “Todos os atores e os ingredientes para promover o desenvolvimento regional estão aqui, é preciso articu-lação para iniciar o processo”. Além

disso, ele enfatizou que o papel dos órgãos de controle é conseguir des-tinar, pelas vias corretas, os mais de R$ 450 bilhões de recursos públicos gastos em licitações. “As cortes de contas são responsáveis pela boa aplicação dos recursos públicos e não devem ser vistas com receio, e sim, como parceiras”, defendeu.

Encontro com prefeitos Durante o encontro em Paracatu,

a superintendente da AMM, Cristina Márcia Mendonça, também partici-pou de uma reunião com vários pre-feitos da Associação dos Municípios do Noroeste de Minas (AMNOR), que estavam presentes ao evento. Os prefeitos relataram os maiores pro-blemas da administração municipal e a falta de recursos. Entre os assuntos mais comentados estão o prazo para a transferência dos ativos de ilumina-ção pública, os pisos salariais cada vez mais demandados pelas categorias, a questão do abastecimento de água e os possíveis racionamentos.

Segundo eles, com as desonerações do governo federal e a crescente de-manda por obrigações que devem ser financiadas pelos municípios, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – principal fonte de recursos para a maioria dos municípios mineiros – é insuficiente e traz uma preocupação geral: “As prefeituras terão que fechar as portas, não têm como administrar sem dinheiro”, foi o reclamo geral.

O conselheiro do TCE, Wanderley Ávila, na abertura

A superintendente da AMM conversa com os prefeitos sobre a crise provocada pelas desonerações

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ITABIRITO

associação visitará municípios mineiros para intercâmbio entre técnicos e secretarias municipais, evidenciando experiências positivas na gestão pública

Reconhecer as boas práticas, au-xiliar os municípios mineiros com a gestão de recursos e compartilhar experiências. Foi com esse intuito que o corpo técnico da Associação Mineira de Municípios (AMM) vi-sitou em julho a cidade de Itabiri-to, na região central do Estado. A prefeitura local adotou um modelo de administração baseado em me-tas definidas e resultados eficien-tes, que tem chamado a atenção dos gestores públicos, em vista do retorno obtido. Prova disso é o Programa de Habitação e Assistên-cia “Morada Viva”, parceria públi-co-privada, que deverá contemplar mais de 160 famílias carentes, com a distribuição de casas no muni-cípio, sem qualquer custo para os contemplados. Recentemente, a comarca também foi reconhecida pela Funasa como uma das cidades mineiras que dão destinação correta ao lixo, em função da criação e ad-ministração de aterro sanitário, o que evidencia a boa gestão do município.

Durante a visita, a equipe da AMM foi recebida pelo prefeito Alexander Salvador, pelo chefe de gabinete Sebastião Antônio da Silva e pelo secretariado municipal. Após a apresentação dos departamentos da entidade e a saudação dos an-fitriões, cada responsável técnico foi convidado para conhecer a re-alidade e os trabalhos desenvolvi-dos pelas respectivas secretarias. Participaram do encontro os de-partamentos técnicos de Captação

de Recursos, Economia, Meio Am-biente, Assistência Social e Jurídico da AMM, representados pelos seus responsáveis; e cada técnico foi re-cebido pelos secretários municipais para discutir assuntos relacionados à gestão municipal das respectivas áreas.

“Acredito que essa aproximação da AMM, essa visita in loco, com certeza enriquecerá o trabalho dos técnicos. Podemos trazer nossa ex-pertise e usar estratégias mais con-cretas para contribuir com o que já está sendo feito aqui na cidade, ao mesmo tempo em que somos munidos de experiências enrique-cedoras e bem-sucedidas. Ao esta-belecermos esse contato, as duas partes ganham”, diz a consultora do Departamento de Assistência Social da AMM, Mayra Camilo. “Sabemos

que a AMM trabalha para capacitar os gestores municipais e, se ela re-conhece Itabirito pelas boas práti-cas, isso para nós é um prêmio. Po-demos considerar que estamos no caminho certo, e com muita satisfa-ção”, afirmou o prefeito Alexander.

Trabalho em campo

A iniciativa do trabalho de campo é mais uma ação da AMM, que visa agregar conhecimento aos profis-sionais que compõem o seu corpo técnico, bem como favorecer a tro-ca de experiências entre os gesto-res públicos. Segundo a assessora de Gestão das Áreas Técnicas da AMM, Vivian Bellezzia, a ideia surgiu de uma avaliação interna, quando foram apresentados casos de “su-

amm visita itabirito e promove reconHecimento De boas práticas

Equipe técnica da AMM é recepcionada pelo prefeito e secretários de Itabirito

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cesso” pelos departamentos da en-tidade. “A partir desse diagnóstico, decidimos visitar as prefeituras para desdobrar e multiplicar as boas prá-ticas. Nosso maior desafio agora é incorporar as experiências positivas e transmiti-las às outras administra-ções, como forma de contribuição à causa municipalista”, explicou.

Contente pelo reconhecimento, o prefeito de Itabirito revelou o se-gredo das boas práticas e elogiou o desempenho da associação mineira: “O mais importante é você saber es-colher quem irá caminhar com você, principalmente o secretariado de uma prefeitura. Digo que é necessário co-locar gente certa no lugar certo! Ado-tamos aqui em Itabirito um perfil muito mais técnico do que político, por isso os resultados têm sido satisfatórios”.

Meio Ambiente

Na área do meio ambiente, Itabi-rito é destaque nacional. Além do trabalho com o aterro sanitário, o município tem controle sobre áreas de mineração, siderurgia, fábrica de tecidos, entre outras, todas legalmen-te licenciadas na prefeitura e passíveis de controle e fiscalização ambiental, por meio da atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Code-ma). A comarca ainda lançou o “Selo Verde de Itabirito”, que será concedi-do a empresas que adotarem medidas socioambientais nas suas operações, fornecendo um diferencial junto ao público-alvo.

Duas unidades de conservação ambiental também estão sediadas na cidade: o Monumento Natural da

Serra da Moeda, na estação ecológica de Aredês, e o Centro de Educação Ambiental, nas dependências do par-que ecológico. Em julho, a prefeitura recebeu o troféu “Destaque Ambien-tal”, concedido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), por manter 69% do município com vegetação nativa con-servada. “As ações da nossa secreta-ria são privilegiadas, porque a cidade entende que a questão ambiental é tão importante quanto as outras áreas”, justificou o secretário de Meio Am-biente, Antônio Generoso. O consul-tor técnico do departamento de Meio Ambiente da AMM, Licínio Xavier, parabenizou o desempenho do muni-cípio e definiu bem o trabalho acom-panhado na cidade: “São procedimen-tos que nos encantam”.

Aterro sanitário da cidade de Itabirito é modelo da gestão na área ambiental. Prefeitura recebeu o troféu “Destaque Ambiental” concedido pelo IEF - Instituto Estadual de Florestas

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prefeitos associaDos em visita à seDe Da amm e espaço amm em belo Horizonte

Prefeito de Passatempo, Antônio Júlio Costa

Prefeito de Cordisburgo, Joaquim Il-deu Santana, veio à AMM assinar uma procuração

Prefeito de Pompéu, Joaquim Campos Reis, e sua equipe foram assessorados pelo Departamento Jurídico da AMM

Prefeita de Malacacheta, Maria Ivone Ramalho dos Santos, seu vice, Denilson Ferreira dos Santos, e o chefe de gabinete, Valquimar de Souza

A gerente de Relações Institucionais da AMM, Mª do Carmo Santos, recebe Valdir Batista, prefeito de Matias Lobato, e vereadores do município

GALERIA AMM

Prefeito de Passa Vinte, Humberto Sávio Martins, e o secretário de Recursos Hu-manos, João Alípio Alves, visitam a AMM e esclarecem dúvidas sobre a transferência dos ativos de iluminação pública

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Prefeito de Santo Antônio do Jacinto, Emerson Pinheiro Ruas

Prefeito de Pouso Alto, Paulo Mancilha Rangel, assinou convênio na área de saúde na Cidade Administrativa e visitou a AMM

Prefeito de São Sebastiao do Rio Verde, José Ricardo, veio consultar o Departamento Jurídico

Da esquerda para a direita - secretário de agricultura, Antônio Barbosa, o pre-feito, Humberto Tolentino Pereira, e o vereador Aelcio, do município Cach-oeira do Pajeú

Prefeito de Manhuaçu, Nailton Cotrim Heringer, lê a revista Notícias das Gerais enquanto espera reunião

Da esquerda para a direita - Rosimar (vereadora), Digarzinho (vereador), Ieié (vereador), Nado (vereador), Amarildo (vereador), Valdir (prefeito), Amauri (assessor), Adalberto (vice-prefeito)

Da esquerda para direita - Prefeito de Andradas, Rodrigo Aparecido Lopes, vice-prefeito, Paulo Diogo Rosa, e o coordenador de convênios, Vladimir Rocha

Funcionárias entregam a revista da AMM, Notícias das Gerais, ao prefeito de Olaria, Ronaldo de Paula Alves

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A educação é um investimen-to. A Constituição Federal de-termina que municípios invistam pelo menos 25% de sua arreca-dação. Hoje, investimos muito mais em Sacramento, com pro-gramas, projetos, metas e estra-tégias que norteiam o Plano Mu-nicipal de Educação 2013-2016.

A população tem pressa e está ávida por uma educação de qualidade, fato que nos levou a acelerar o passo, já em 2013,

obstinados por ações que pudessem mudar os cenários mais ur-gentes, para alcançarmos resultados. Com gestão séria e eficiente de recursos, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos prefei-tos no início dos atuais mandatos, em Sacramento promovemos inovação histórica: a implantação de lousas digitais em todas as unidades urbanas e rurais da educação infantil e ensino fundamen-tal mantidas pela Prefeitura. O uso de tecnologia de ponta visa a tornar a escola mais atrativa, mais conectada com o mundo atual e a aumentar o nível de aprendizagem dos alunos.

Nosso governo investiu maciçamente na humanização das re-lações e na valorização dos profissionais da educação, em especial dos professores, aos quais foi garantido o piso nacional da educa-ção básica, em cumprimento à Lei n. 11.738/2008, e instituído na cidade em lei municipal específica, a n. 1.359/ 2014. O piso atende não só a ativos, mas também a inativos. Acredito que somente valorizando nossos profissionais e oferecendo meios para que se qualifiquem, teremos um corpo docente de primeira, para aten-der com dignidade o nosso povo. E, por isso, também instituímos o pagamento de 1/3 extraclasse para os professores, para que eles se dediquem, fora do horário de trabalho, a atividades como preparação de aulas e organização de materiais.

A educação é um dos pilares do meu governo. Não tenho dú-vida de que o único caminho para mudar o destino do nosso país é trilhar o caminho do ensino de qualidade. E, para isso, não medi-mos esforços. É assim, com ações, com adequações, com mudan-ças e com a construção coletiva da educação que a nossa cidade – que é o berço da civilização do Triângulo Mineiro – pretende inverter a realidade dura que encontramos em 2013 e garantir ensino de qualidade às nossas crianças e jovens.

O município de Manhuaçu se adequou à Lei 3.222/2012, que fixa o valor do venci-mento básico do cargo de Professor 1 de acordo com a jornada de trabalho, visan-do implantar diretrizes favo-ráveis ao setor educacional. Esse ajuste é favorável aos profissionais da rede básica de ensino. Dessa forma, em reu-nião com os profissionais da rede básica, estabelecemos,

em cumprimento ao piso nacional, a jornada de trabalho de 30 horas semanais, ou seis horas diárias, sendo que 2/3 dessa carga horária devem ser cumpridos com atividades dentro da sala de aula e 1/3 da jornada será reservado para planejamento, estudos, cursos, preparação de aulas, reuniões pedagógicas e outros segmentos da atividade escolar.

Portanto, o governo municipal praticou ações que imple-mentaram o piso salarial para os professores, proporcional-mente à demanda de profissionais que o município possui. Devido a essa iniciativa, conseguimos adequar a remuneração e a jornada de trabalho dos professores. Sabemos da impor-tância que os profissionais da rede possuem, mas é preciso que União e Estado disponibilizem recursos para valorizar ainda mais os nossos profissionais.

É fundamental que haja, por parte do governo federal, um aumento no repasse para melhorar ainda mais o setor educacional, visto que o município precisa investir em outras áreas igualmente essenciais para a população. Devemos avaliar os recursos repassados ao município e calcular a manutenção dessas verbas em relação a outros setores, como saúde, obras e demais serviços essenciais. O entrave é que a cada aumento nas despesas a Administração fica sobrecarregada, pois as re-ceitas repassadas não aumentam na mesma proporção. Esta-mos em busca de mais recursos para Manhuaçu. Participamos da Marcha dos Prefeitos, realizada em Brasília, com o intuito de sensibilizar o Congresso e o governo federal quanto a um repasse maior de verbas para os municípios, para que se possa, consequentemente, ampliar as diretrizes relacionadas à área da educação.

FALA, PREFEITO!

piso salarial Dos professoresBRUNO SCALON CORDEIROPrefeito de Sacramento

NAILTON HERINGERPrefeito de Manhuaçu

FOTO: DivulgaçãoFOTO: Divulgação

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da AMM

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FALA, PREFEITO! ARTIGO

o issQn inciDe sobre os serviços cartorários e notariais - assuntopacificaDo no stJ e stf

O Supremo Tribunal Federal (STF), em Ação Direta de Inconstitucionalidade, ADIN 3089/DF, de 2008, definiu que o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) é devido pela prestação dos serviços previstos no subitem “21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e nota-riais” da Lista de Serviços da LC 116/03.

Ainda na referida ADIN 3089/DF, o STF já apontava que a base de cálculo é o preço do serviço. Ou seja, o faturamento ou o valor da renda (emolumentos) do serventuário titular, o cartorário ou registrador, entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Nestes julgados duas alegações foram superadas: 1) a de que por se tratarem de serviços públicos esses seriam imu-nes aos impostos; 2) por se tratarem de serviços prestados em caráter pessoal seriam tributados em valor fixo.

Os “serviços de cartório” são realizados por particulares - “serventuários” - como pessoa física assume em regime de concessão os referidos serviços públicos.

Para que os Municípios arrecadem esta importante fonte de receita deverão ter instituído esta previsão de incidência em lei municipal, sancionada após a LC 116/03, e para que se torne eficaz a arrecadação do imposto municipal, um regu-lamento deve ser aprovado em Decreto, com a instituição de regras para o cumprimento de obrigações acessórias, tais como uma Declaração Mensal de Serviços, emissão de Nota Fiscal mensal, dentre outras medidas que permitam ao Fisco Municipal fiscalizar e homologar o imposto devido.

Outro argumento contrário é o de que os cartórios não estão submetidos à fiscalização devendo prestar contas ape-nas a Corregedoria de Justiça.

A competência para a fiscalização das atividades cartorá-rias e de registradores é, de fato, da Justiça ou da Corregedo-ria. Porém, a competência constitucional e legal de fiscalizar o “direito urbanístico e de posturas” de localizar e funcionar é do município. Este, sim, é o ente federado competente, fundamentado na legislação para exercer o poder de polícia municipal, verificando o uso e a ocupação do solo e o exer-cício de atividade econômica tributável no município.

O Município somente deve liberar o respectivo alvará de localização e de funcionamento conforme o cumprimento da legislação municipal urbanística e de posturas, conforme já fora asseverado na jurisprudência.

Destacamos que o Fisco Municipal deve estar devidamente

preparado para o exercício das suas atividades de fiscalização e para realizar auditorias fiscais, com os fins de homologação do ISSQN, bem como, para aplicar as penalidades em caso de negativa na prestação de informações ao Fisco. Compete ainda ao Fisco Municipal promover o ‘arbitramento fiscal’ da base de cálculo, fundamentado em dados e informações obti-das com terceiros, como é o caso da DAP-TFJ - Declaração de Apuração da Taxa de Fiscalização Judiciária.

Para que a Fazenda Pública Municipal possa executar estas fiscalizações e auditorias fiscais para homologação destes ser-viços e recolhimentos do ISSQN, é altamente recomendável que os servidores municipais tenham treinamento e capaci-tação efetiva para realizar estes trabalhos. E ainda pode ser necessária uma orientação continuada durante os trabalhos, os créditos constituídos gozem de certeza e liquidez, assegu-rando a segurança jurídica necessária para o enfrentamento de contribuintes melhor preparados para arguir as ações dos agentes do fisco municipal ou conduzir ações para protelar o pagamento do imposto.

Finalmente, alertamos sobre a impossibilidade da contra-tação de empresas “para fazer este serviço, bem como para promover a fiscalização e apuração deste imposto, atividade reservada exclusivamente ao servidor público municipal.O caminho a se tomar não é outro senão o da preparação e capacitação do servidor municipal.

analice Horta - assessora contábil da ammmarcilio melo - professor, consultor e Diretor da Gestec municipal

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COLUNA - ÉTICA E COMUNICAÇÃO

triunfo sobre os GlúteosQueridos amigos. Esta coluna é a primeira de uma série. Um

convite à reflexão. Um passeio pelas ideias. Nossa preocupação maior será sempre a convivência entre as pessoas. Nossa vida no meio das outras. Agredida e agressora. Alegrada e alegradora. Para tanto acreditamos na inteligência. Aquela que usamos para decidir nossos caminhos pessoais mas, sobretudo, a que compartilhamos para interagir. Acreditamos na liberdade. Graças a ela vamos fazen-do da nossa vida privada nossa obra prima. Jogando no lixo vidas que não queremos viver. Definindo um caminho entre infinitos pos-síveis. Para que nossos corpos avancem numa direção que quere-mos. Liberdade também para interagir. Para construir a sociedade que sonhamos. Para subverter o que consideramos injusto. E fazer triunfar nossa convivência sonhada. Com inteligência e liberdade já temos os ovos de que precisamos para pensar em ética. Que é ao mesmo tempo pensamento sobre a vida com outros e a própria vida guiada pelo primeiro.

Nesses nossos encontros falaremos do serviço público, da ges-tão da cidade. Assuntos específicos inseparáveis das reflexões mais genéricas sobre como viver e conviver. Vamos nos servir da filoso-fia mais geral para pensar melhor as situações mais particulares. O convite está feito. Começamos por uma distinção entre dois con-ceitos que se equivalem para quase todo mundo. Desejo e vontade.

Venha comigo. Do momento em que levantamos da cama até a ela retornarmos somos assediados por desejos e vontades. De todas as ordens. Vindos de todas as direções. Isso é o que diz o senso comum. Para a filosofia moral uma coisa não se confunde com outra. Desejo é desejo. Vontade é vontade.

O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), o maior pensador moral da modernidade e, para muitos, de toda a história do pensamento, tratou de deixar isso bem claro na obra Crítica da Razão Prática. Seus esforços intelectivos se voltam para uma ques-tão fundamental: Como devemos agir? Uma análise, portanto, de ordem moral. A serviço da boa convivência.

Foram os gregos que inventaram a ética. E acreditavam que nos-so maior dever seria o de desabrochar a natureza que há em nós. Buscando a excelência dos nossos talentos. Nós que estamos tão longe deles, temos desconfiança da nossa natureza. Acreditamos que nossas pulsões, tesões e desejos nos fazem cometer as maiores bobagens. Assim, se quiser ter uma vida boa o homem não pode ceder a todos seus caprichos.

O filósofo alemão Kant alerta para esta característica de todos nós humanos. A possibilidade de todo indivíduo se opor a seus de-sejos, pulsões, pulsão, volúpias. E joga no nosso colo a responsabi-lidade pelas nossas ações. Já que podemos livremente escolhê-las. Em outras palavras, todos nós temos a possibilidade de, através da

razão, saber o que devemos fazer independentemente do que de-sejamos fazer.

É aí que a vontade aparece. Vontade entendida como aquilo que de mais específico caracteriza o ser humano. Seu maior valor. Aquilo que é bom em si mesmo. O que faz o homem ser homem. Claro, a capacidade de pensar, inovar, argumentar, ponderar, em-preender e deliberar sobre a própria conduta.

Assim, a vontade jamais poderá se equivaler ao desejo. Porque um é água; o outro, vinho. Desejo é instinto. Solicitação do corpo. E, portanto, passa ao largo da razão. Já a vontade é pensamento a serviço da vida. É saber prático em deliberação de conduta para ir além do instinto e poder viver melhor. Em suma, o corpo deseja. Mas a razão reprime. Determina o contrário.

As pessoas brincam – ou implicam - comigo porque sempre dou como exemplo os glúteos das alunas. Professor, o senhor quer pas-sar a mão nos glúteos das alunas? Claro. Faz 28 anos que eu quero isso. E o querer aqui diz respeito ao desejo, à inclinação do corpo, exatamente aquilo que está fora do controle. Se eu controlasse, já teria desativado esse pendor. Porque passar 28 anos na mais pura frustração é um desespero. Se pudesse, não desejaria. Mas desejo. Entretanto, as alunas não têm o que temer porque não sou um chimpanzé. Repito: desejo é o que o corpo pede; vontade é o que a razão delibera.

Ao abrir mão do desejo em nome da vontade, o homem alcança a maior façanha de todas, anuncia Kant. A liberdade. Aquele gosti-nho de vitória derivado da percepção de que, apesar dos nossos apetites, ainda podemos viver na contramão deles. Portanto, não se choque com esta revelação talhada pelo filósofo alemão: liberdade é você fazer o que não quer.

Abrir mão de interesses e pretensões que possam comprome-ter a convivência é o b a ba da ética. Mas isso fica pra próxima. Grande abraço

clóvis de barros filhoprofessor livre-docente da escola de comunicações e artes da usp

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por Clóvis de Barros Filho

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DIA 01 FISCAPInício do prazo de envio das informa-ções relativas ao mês de julho de 2014. SICOM ACOMPANHAMENTO MENSAL Início do prazo de envio das informa-ções relativas ao mês de julho de 2014. DIA 09 SICOMACOMPANHAMENTO MENSAL Último dia para envio das informações relativas ao mês de junho de 2014 (art. 5º, caput, da IN TC n. 10/2011). Dia 11 FISCAPÚltimo dia para envio das informações relativas ao mês de junho de 2014 (art. 3º, caput, da INTC n. 03/2011, com reda-ção dada pelo art.1° da INTC n. 05/13).

Dia 15 Último dia para envio ao TCE da cópia do Relatório de Gestão Fiscal – RGF do 1º Semestre do exercício, para mu-nicípios com menos de 50.000 habitan-tes, optantes pelo envio semestral, em formato eletrônico (SIACE/LRF), iden-tificado como “RGF” (arts. 54 e 55 da LRF, Portaria n.º 471/2000 da STN)

Último dia para envio ao TCE da cópia do Relatório Resumido da Execução Orça-mentária – RREO do 3º bimestre do exer-cício, em formato eletrônico (SIACE/LRF), identificado como “RREO” (arts. 52 e 53 da LRF, Portaria nº 471/2000 da STN com suas alterações) DIA 20 Último dia de repasse dos recursos financeiros correspondentes às dota-ções orçamentárias da Câmara Muni-cipal (art. 29-A, § 2º, inciso II, c/c o art. 168 da Constituição Federal).

DIA 30 Lei Orçamentária Anual, se a legisla-ção municipal não definir outra data.Elaboração e encaminhamento, pelo Executivo, do Plano Plurianual.(art. 165, I, § 1º, art. 166 da CF e art. 35, § 2º, I do ADCT.)

Encaminhamento, pelo Executivo, jun-tamente c/ a LOA, do Demonstrativo de compatibilidade da programação do orçamento com as metas fiscais defi-nidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO. (Art. 5º, I, LRF.)

Encaminhamento, pelo Executivo, juntamente c/ a LOA, do Demons-trativo Regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira e tributária. (art. 5º, II, LRF art. 165, § 6º CF/88)

calenDário contábil aGosto De 2014

CALENDÁRIO CONTÁBIL

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