monitoramento de fauna terrestre

119

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE
Page 2: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

AHE COLÍDER

Rio Teles Pires, MT

Empresa Executora: Ambiotech Consultoria

Equipe de execução:

Coordenação geral:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos

Herpetofauna:

Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico)

José Carlos Balestrin

Auxiliar local

Avifauna:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico)

Biól. Eduardo Weffort Patrial

Giuliano Bernardon

Benedito Abrão Freitas

Mastofauna:

Biól. João Marcelo Deliberador Miranda (Resp. técnico)

Biól. Luana C. Munster

Biól. Rafael Oliveira

Page 3: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

I

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS..................................................................................................IV

ÍNDICE DE FOTOS....................................................................................................... V

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ VII

ÍNDICE DE GRÁFICOS................................................................................................IX

1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 1

2 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 2

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 4 3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ...................................................... 4 3.1.1 Áreas amostrais .................................................................................. 4 3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções.............................................. 4 3.2 MÉTODOS ............................................................................................... 4 3.2.1 Métodos sistematizados...................................................................... 4 3.2.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift

Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000) ......................................... 5 3.2.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de

Martins & Oliveira, 1999) ...................................................................... 5 3.2.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding

site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994) .................................. 6 3.2.2 Métodos não sistematizados ............................................................... 7 3.2.2.1 Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT).......................................... 7 3.2.2.2 Procura com Carro (PC)........................................................................ 7 3.2.2.3 Encontros ocasionais (EO) .................................................................... 7 3.2.3 Análise dos dados ............................................................................... 8 3.2.4 Trabalho de campo.............................................................................. 8 3.2.5 Análise dos dados ............................................................................... 9

4 RESULTADOS .................................................................................................... 10 4.1 HERPETOFAUNA ......................................................................................10 4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)......... 10 4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ) ....................................................................................10 4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................11 4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)............................................12 4.1.1.4 Registros não sistematizados ...............................................................13 4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ............... 14 4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fences) (AIQ) ....................................................................................14 4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................15

Page 4: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

II

4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)............................................16 4.1.2.4 Registros não sistematizados ...............................................................16 4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)..................... 18 4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ) ....................................................................................18 4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)..................................18 4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)............................................19 4.1.3.4 Registros não sistematizados ...............................................................19 4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas...................................... 23 4.1.5 Espécies procuradas para caça.......................................................... 23 4.1.6 Espécies de interesse econômico ...................................................... 23 4.1.7 Espécies de interesse científico......................................................... 24 4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário ......................................... 24 4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental ................................... 24 4.1.10 Riqueza e abundância ....................................................................... 25 4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a

quinta campanha .............................................................................. 26 4.1.12 Suficiência amostral.......................................................................... 27 4.1.13 Considerações finais ......................................................................... 28 4.1 AVIFAUNA ..............................................................................................30 4.1.1 Riqueza de espécies.......................................................................... 30 4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ........... 64 4.1.3 Espécies endêmicas .......................................................................... 64 4.1.4 Espécies migratórias......................................................................... 64 4.1.5 Espécies relevantes........................................................................... 64 4.1.6 Esforço amostral ............................................................................... 65 4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais .............................................. 66 4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras).......................66 4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório) ..............................67 4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ...........................68 4.1.8 Similaridade entre as áreas............................................................... 68 4.1.9 Anilhamento...................................................................................... 69 4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)................................................. 73 4.1.11 Métodos não sistematizados ............................................................. 76 4.1.12 Índice de diversidade........................................................................ 79 4.1.13 Espécimes coletados ......................................................................... 79 4.1.14 Considerações finais ......................................................................... 79 4.2 MASTOFAUNA .........................................................................................82 4.2.1 Procedimentos Metodológicos........................................................... 82 4.2.2 Riqueza de espécies.......................................................................... 83 4.2.3 Espécies ameaçadas.......................................................................... 90 4.2.4 Espécies endêmicas .......................................................................... 90 4.2.5 Espécies raras................................................................................... 91

Page 5: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

III

4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas ..................................................... 91 4.2.7 Espécies Bioindicadoras .................................................................... 91 4.2.8 Espécies exóticas .............................................................................. 92 4.2.9 Espécies cinegéticas ......................................................................... 92 4.2.10 Espécies de importância econômica .................................................. 93 4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ...................................................... 93 4.2.12 Esforço amostral ............................................................................... 94 4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas............................................ 95 4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras .............95 4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório ....................95 4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle...........................96 4.2.13.4 Comparação entre as áreas..................................................................96 4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento .......................................97 4.2.13.6 Pequenos mamíferos ...........................................................................98 4.2.13.7 Morcegos...........................................................................................99 4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte ....................................................100 4.2.14 Considerações finais ....................................................................... 101

5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ......................................................................... 102 5.1 HERPETOFAUNA ....................................................................................102 5.2 AVIFAUNA ............................................................................................103 5.3 MASTOFAUNA .......................................................................................106

Page 6: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

IV

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA NA ESTRADA DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO DA OBRA........................................................................................................................ 21

FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA CAMPANHA................................................................. 26

FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI[02], ADA[02] E AII[02]) DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA.......................................... 27

FIGURA 4 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA UHE COLÍDER. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE ..................................................................................................................... 97

Page 7: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

V

ÍNDICE DE FOTOS

FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA ............................................................................................... 11

FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO MÉTODO DE PSLT ........... 12

FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT.............................................................................................................................. 13

FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO MÉTODO DE AIQ ............................................................................................................................... 15

FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT ............ 17

FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC.................. 20

FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA APÓS TER SIDO ENCONTRADA ATROPELADA, REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO .............................................................. 20

FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE CERRADO NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER .............................................................................. 22

FOTO 9 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER ............................................. 71

FOTO 10 – MARIA-LEQUE (ONYCHORHYNCHUS CORONATUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE: ESPÉCIE INCOMUM NA REGIÃO, SENDO ESTA A PRIMEIRA CAPTURA DA ESPÉCIE...................................................................................................... 72

FOTO 11 – MACHO DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO.................................... 72

FOTO 12 – FÊMEA DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO.................................... 72

FOTO 13 – CRI-CRIÓ OU BISCATEIRO (LIPAUGUS VOCIFERANS) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE. UMA DAS AVES MAIS CONHECIDAS DA AMAZÔNIA ............................................ 73

FOTO 14 – GUARDA-FLORESTA (HYLOPHYLAX NAEVIUS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ......................................................................................................... 73

FOTO 15 – REDES DE NEBLINA INSTALADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ............................ 73

FOTO 16 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (SPIZAETUS TYRANNUS) FOTOGRAFADO NA FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA UHE COLÍDER ................................................................................................................. 77

FOTO 17 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) VISTO APÓS A SOLTURA. OBSERVAR DETALHE DA ANILHA....................................................................................... 77

FOTO 18 – ARARA-CANINDÉ (ARA ARARAUNA) REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ESTA ESPÉCIE É MAIS COMUM NOS DOMÍNIOS DO CERRADO. SUA CONGÊNERE ARA MACAO É ENCONTRADA COM MAIS FREQUÊNCIA NA AI DA UHE COLÍDER ........................................................................................................................ 77

FOTO 19 – POMBA-TROCAL (PATAGIOENAS SPECIOSA) COMUMENTE OBSERVADA AO LONGO DO RIO TELES PIRES E AMBIENTES ABERTOS DO ENTORNO DA UHE COLÍDER............ 77

FOTO 20 – MACURU-PINTADO (NOTHARCHUS TECTUS) ENCONTRADO COM FREQUÊNCIA NA ÁREA-CONTROLE .................................................................................... 78

FOTO 21 – ANAMBÉ-AZUL (COTINGA CAYANA), MACHO, ENCONTRADO ESPORADICAMENTE NA MATA CILIAR DO RIO TELES PIRES, ENTRE AS PARCELAS DA ÁREA DO RESERVATÓRIO E O CANTEIRO DE OBRAS ........................................................... 78

Page 8: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

VI

FOTO 22 – ANAMBÉ-UNA (QUERULA PURPURATA): ESPÉCIE FREQUENTEMENTE ENCONTRADA NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO E NA PARCELA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................. 78

FOTO 23 – SETE-CORES-DA-AMAZÔNIA (TANGARA CHILENSIS): UMA DAS SAÍRAS MAIS COMUNS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER .................................................. 78

FOTO 24 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES ......................................................... 90

FOTO 25 – JAGUATIRICA (LEOPARDUS PARDALIS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADA PELA ARMADILHA FOTOGRÁFICA DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO .................................................................. 90

FOTO 26 – CUÍCA MONODELPHIS BREVICAUDATA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ................................... 91

FOTO 27 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA, CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ................................... 91

FOTO 28 – A ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO E CONTINUA SENDO CAÇADA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, POR FUNCIONÁRIOS DAS EMPREITEIRAS.................................................................................. 93

Page 9: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

VII

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS AS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA .............................................................................................................. 5

TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA........................ 6

TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID ......................................................................... 12

TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER, DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO..................................... 14

TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) ............................................................................................................ 17

TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)..................... 19

TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE) .......................................................................................................... 22

TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL................................................................................................. 25

TABELA 9 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SEIS PRIMEIRAS FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO.................. 31

TABELA 10 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO .............. 65

TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO.................................................................................................................. 67

TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO.................................................................................................................. 67

TABELA 13 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO .......................... 68

TABELA 14 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO ............... 69

TABELA 15 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO ............................................................. 70

TABELA 16 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ......................... 70

TABELA 17 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS ......................................................................................................... 74

TABELA 18 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SEXTA FASE DE CAMPO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS................................................................. 76

TABELA 19 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER ............. 84

TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER................................................... 94

Page 10: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

VIII

TABELA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES ................................................................................... 97

TABELA 22 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO........................................................... 98

TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO............................................................................. 99

TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ................................... 100

Page 11: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

IX

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA....................................... 28

GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA SEXTA FASE, TOTALIZANDO 259 ESPÉCIES ............................. 66

GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA DA UHE COLÍDER. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO............................... 66

GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SEIS PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT .................. 95

GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO DECORRER DO TEMPO ..................................................................................................... 98

GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO .................................................................. 99

GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT ............. 100

GRÁFICO 8 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT .................................................................... 101

Page 12: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

1

1 APRESENTAÇÃO

O AHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW

médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios

de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colider e Cláudia, no estado de Mato Grosso.

A implantação do AHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de

espécies faunísticas na sua área de implantação, devido às conseqüências produzidas

pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.

O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de

estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos

remanescentes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem

conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de

pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo

suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou

indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de

dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento

de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do

empreendimento, sobre diferentes grupos animais.

Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de

Material Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel

iniciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com

campanhas trimestrais.

Em 27/01/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de

Material Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do

monitoramento.

O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da sexta fase

de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência

do AHE Colíder, realizada no mês de abril de 2012, durante a estação chuvosa.

Page 13: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

2

2 INTRODUÇÃO

Estudos de monitoramento tem com principal objetivo conhecer a influência dos

principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um

empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos,

estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias,

suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens

realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de

maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um

empreendimento.

As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente,

pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da

presença ou ausência de alguns táxons.

Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou

monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização,

captura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto

ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores

ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os

ecossistemas.

Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo

muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste

grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao

conhecimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al.,

1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta

alimentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores

de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração

ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies

estenóica), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são

fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a

presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio

(eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.

A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em

seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A

fragmentação florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte e o maior

Page 14: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

3

problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma

comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de

habitats naturais a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em

qualquer outro agrupamento animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al.,

2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua

grande importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução,

transformação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados

direta ou indiretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido

arco do desmatamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do

Pará (HEYER et al., 1999).

O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006),

sendo 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008).

Aproximadamente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por

um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no

mais conservado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).

Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor

atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste

número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.

É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo

executado o monitoramento de fauna do AHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos

resultados da sexta campanha de campo serão apresentados na sequência.

O nível do Rio Teles Pires ainda esteve bastante alto durante a sexta campanha do

monitoramento, em decorrência das fortes chuvas que ainda ocorreram durante o

trabalho de campo. Apesar de não estar como na campanha anterior, ainda existia

muita água fora da calha do rio, alagando várias partes das matas de várzea

existentes em toda a porção de floresta destinada ao reservatório. O elevado índice

pluviométrico registrado nesse momento não prejudicou a execução do trabalho e os

resultados obtidos foram bastante satisfatórios.

Page 15: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

4

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS

3.1.1 Áreas amostrais

As mesmas áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as primeiras fases

foram mantidas durante a quinta campanha.

3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções

As linhas de pitfalls encontravam-se deterioradas em virtude da quantidade de

chuvas, da grande quantidade de árvores e galhos caídos sobre a cerca-guia e,

também, devido aos trechos consumidos por formigas. Desta forma, foi necessária

outra reforma da cerca-guia. Os baldes foram abertos para o início das capturas

propriamente ditas somente após a inteira reforma das cercas-guia. Esta manutenção

das linhas de pitfalls é necessária em todas as campanhas, uma vez que as lonas

permanecem no local, expostas a todo o tipo de interpérie climática, durante três

meses até que seja realizada nova visita à área e consequente amostragem em

campo.

3.2 MÉTODOS

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos

mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados

foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas,

descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de

distribuições disjuntas.

3.2.1 Métodos sistematizados

Os métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 16 a 21 de abril, quando

cada parcela de interesse foi amostrada durante dois dias.

Page 16: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

5

3.2.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift

Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000)

Cada linha de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) permaneceu aberta

durante seis noites consecutivas e foram revisadas, periodicamente, duas vezes ao

dia, ao amanhecer e entardecer. Ao final do período de amostragem obteve-se um

esforço de 144 horas/balde por parcela e um total de 432 horas/balde de amostragem

na região de implantação da UHE Colíder.

As armadilhas de interceptação e queda foram instaladas em ambientes que

correspondiam principalmente à formação vegetal predominante em cada parcela de

amostragem (Tabela 1).

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS AS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

Parcela 1 (AID) Floresta de terra firme 633.193 L 8.786.636 S

Parcela 2 (ADA) Floresta de várzea 638.223 L 8.786.191 S

Parcela 3 (AII) Floresta de terra firme 633.841 L 8.792.321 S

3.2.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de

Martins & Oliveira, 1999)

Este método consiste em percorrer as transecções principais de todas as parcelas (2

km por parcela), onde uma área de até 50 metros de cada lado da linha central é

vasculhada, mediante o revolvimento da serrapilheira e de troncos caídos, visando o

registro visual ou auditivo dos animais. Cada parcela teve suas transecções

amostradas durante dois dias, simultaneamente por três pesquisadores. Em cada dia

foram realizadas duas horas de procura diurna e uma hora de procura noturna,

totalizando um esforço de captura de 18 horas/homem de busca por parcela e 54

horas/homem de busca nas parcelas de amostragem.

Para anfíbios, foram contabilizados todos os machos anuros em atividade de

vocalização, assim como os indivíduos visualizados em repouso. Como para a maioria

das espécies de anuros não é possível uma contagem precisa do número de indivíduos

vocalizando, porque muitos machos vocalizam ao mesmo tempo (coro), ou porque

vocalizam muito próximos um do outro, foram empregadas as seguintes categorias de

vocalização, modificadas de Lips et al. (2001 apud Rueda et al. 2006):

Page 17: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

6

· 0 – nenhum indivíduo da espécie vocalizando;

· 1 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 1-5;

· 2 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 6-10;

· 3 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 10-20;

· 4 – formação de coro em que as vocalizações individuais são indistinguíveis e

não se pode estimar o número de indivíduos (>20).

Para estimar a abundância dos anfíbios, foi extrapolado o valor máximo de cada

categoria amostral.

3.2.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding

site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994)

Esse método consiste na realização de transecções visuais e auditivas ao longo do

perímetro de corpos d’água (e.g. poças temporárias, lagoas, brejos, córregos, rios e

veredas) onde geralmente as populações de anfíbios se agregam para a reprodução.

Os anfíbios foram contabilizados seguindo os mesmos critérios descritos no método de

Procura sistematizada limitada por tempo. Alguns grupos de répteis (serpentes,

quelônios e crocodilianos) também são comumente registrados por este método, já

que muitas espécies utilizam os corpos d’água como sítios de forrageamento e/ou

reprodução. Durante o período de estudo, foram amostrados seis sítios de reprodução

(e.g. brejos, riachos e poças) (Tabela 2), dois por parcela. As amostragens ocorreram

à noite, quando três pesquisadores realizaram as transeções durante uma hora. Desta

forma obteve-se um esforço de captura de seis horas/homem de amostragem por

parcela e um total de 12 horas de amostragem nas áreas de interesse.

TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Ponto Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

P1 Parcela 1 (AID) Lêntico / floresta 632.683 8.786.066

P2 Parcela 1 (AID) Lêntico / área aberta 634.065 8.786.153

P3 Parcela 2 (ADA) Lótico / área aberta 638.221 8.785.502

P4 Parcela 2 (ADA) Lótico / floresta 638.492 8.784.710

P5 Parcela 3 (AII) Lótico / campo 638.492 8.784.710

P6 Parcela 3 (AII) Lótico / floresta 635.387 8.792.388

Page 18: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

7

3.2.2 Métodos não sistematizados

Os métodos não sistematizados foram utilizados para categorizar os animais

encontrados de forma aleatória nas áreas de interesse, além de complementar a lista

de riqueza. Estes métodos foram aplicados desde o primeiro instante da equipe nas

áreas de interesse.

3.2.2.1 Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)

Esse método consistiu em executar caminhadas ao longo de todas as áreas passíveis

de se encontrar répteis e anfíbios (e.g. interior da floresta, estradas de acesso às

parcelas, áreas antropizadas, margens do rio, poças temporárias, açudes, entre

outros). Durante este método, os locais foram vistoriados detalhadamente, havendo

inspeção de tocas, serapilheira, poças temporárias, locais abrigados sob pedras,

troncos caídos, entulhos, interior de bromélias, galhos de árvores e outros possíveis

sítios utilizados como abrigos por répteis e anfíbios, conforme recomendado por

Vanzolini et al. (1980). Esse método tem por objetivo ampliar o inventário das

espécies, assim como obter informações sobre riqueza, distribuição no ambiente e

padrões de atividade. A procura ativa com coleta manual é um método bastante

versátil e generalista de detecção e coleta de vertebrados em campo (Heyer et al.,

1994).

Assim como para o método de PSLT, foram empregadas as mesmas categorias de

vocalização para o senso de anfíbios anuros, modificadas de Lips et al., 2001 apud

Rueda et al., 2006.

3.2.2.2 Procura com Carro (PC)

A procura com carro correspondeu ao encontro de anfíbios e répteis avistados ou

atropelados em estradas da região (Sawaya et al., 2008). O deslocamento da equipe

em toda a AII do empreendimento contemplou este método, diariamente.

3.2.2.3 Encontros ocasionais (EO)

Como a observação de répteis é de caráter fortuito e demanda muito tempo em

campo, necessita-se tanto da interação com os demais membros da equipe do

monitoramento, além de moradores ou trabalhadores locais, para que se tenha

obtenção de mais evidências da presença destes animais. Este método contemplou

Page 19: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

8

todos aqueles espécimes encontrados por terceiros ou quando a equipe não estava

realizando as atividades supracitadas.

3.2.3 Análise dos dados

Suficiência amostral: foi avaliada mediante a curva de registros acumulados das

espécies. As análises foram realizadas com base na matriz de dados de

presença/ausência das espécies ao longo dos dias de amostragem, utilizando 500

adições aleatórias das amostras no programa EstimateS 7.52 (Colwell 1994-2005). A

estimativa da riqueza foi calculada a partir do número de espécies identificadas em

função dos dias de amostragem. O índice de estimativa da riqueza das espécies foi

calculado pelo índice de Jacknife, descrito em Krebs (1989).

Taxa de captura: A abundância de espécies foi calculada dividindo o número de

indivíduos avistados pelo número total horas de procura nos pontos. No caso de

espécies de vida social (ex. anfíbios), a abundância foi estimada extrapolando o valor

máximo de cada categoria amostral.

Índice de Diversidade: a partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número

observado nos ambientes amostrados e, assim, calculado o índice de diversidade pelo

método de Shannon-Wiener (Krebs,1989) para cada ponto amostral.

Similaridade: foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as parcelas,

através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989), usando o modo de

agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a correlação entre as

amostras. A abundância das espécies foi transformada [log (x+1)] para diminuir o

peso das espécies quantitativamente dominantes. Os dendrogramas propostos foram

elaborados através do pacote estatístico Primer V5 (Clarke & Gorley 2001).

3.2.4 Trabalho de campo

A sexta fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 17 e 26

de abril de 2012. Todo o trabalho de fauna terrestre foi realizado simultaneamente,

com as equipes dos três grupos faunísticos trabalhando nas áreas amostrais. Com o

objetivo de maximizar o esforço de observação direta cada equipe amostrou uma área

amostral, fazendo um rodízio que permitiu com que as três áreas fossem monitoradas

ao longo de toda a fase.

Page 20: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

9

3.2.5 Análise dos dados

Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados

foram levados aos laboratórios para análise e correta identificação. Foram feitas

algumas análises estatísticas para efeito comparativo com as fases anteriores. Estas

análises seguem o mesmo padrão apresentado nos relatórios anteriores.

Page 21: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

10

4 RESULTADOS

4.1 HERPETOFAUNA

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos

mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados

foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas,

descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de

distribuições disjuntas.

4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)

4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ)

Nas armadilhas de queda do canteiro de obras foram registrados 35 espécimes de dez

espécies, sendo nove espécies de anuros e uma espécie de lagarto. Do total de

espécies amostradas, as mais abundantes foram Leptodatylus hylaedactyla e

Physalaemus gr. cuvieri, que corresponderam a, respectivamente, 37% e 31% do

total de espécimes amostrados. Mais uma vez foi registrado um exemplar de

Elachistocleis spn., contudo, estudos mais criteriosos são necessários para determinar

o real status desta espécie. O lagarto Plica umbra foi registrado pela primeira vez nos

estudos de monitoramento da herpetofauna (Foto 1). A taxa de captura foi de 0,24

espécimes/hora/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um espécime a cada

quatro horas de funcionamento das armadilhas. A taxa de captura atual foi bastante

superior àquela registrada no período equivalente do ano passado (campanha 02,

taxa de captura = 0,05). Esse fator provavelmente esteja relacionado às fortes

chuvas ocorridas na campanha atual e a intensa movimentação de Leptodatylus

hylaedactyla e Physalaemus gr. cuvieri. No período equivalente do ano passado as

chuvas já haviam cessado, o que poderia justificar tamanha discrepância entre os dois

momentos.

Page 22: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

11

FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Através deste método foram registrados 12 espécimes de apenas três espécies, sendo

uma espécie de anuro (Leptodactylus hylaedactyla), uma espécie de lagarto (Plica

umbra) e uma espécie de serpente (Corallus hortulanus) (Foto 2). O anuro

Leptodactylus hylaedactyla foi a espécie mais abundante e correspondeu a 83% do

total de espécimes amostrados. A taxa de captura correspondeu a 0,67

espécimes/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, dois exemplares

registrados a cada hora de procura. Ao contrário do observado para as AQ, a taxa de

captura da campanha atual foi inferior àquela observada no período equivalente do

ano passado (campanha 02, taxa de captura = 1,5). Ao contrário de métodos de

coleta passiva, a PSLT depende de outros fatores que não só da movimentação dos

espécimes, os quais podem implicar em distorções nas taxas de captura, obtidas em

diferentes momentos (Martins & Oliveira, 1998).

Page 23: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

12

FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO MÉTODO DE PSLT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Durante a sexta campanha de monitoramento da herpetofauna foram registradas seis

espécies de anuros nos sítios reprodutivos da parcela do canteiro de obras. As

espécies mais abundantes foram Hypsiboas albopunctatus e Rhinella marina, que

corresponderam a, respectivamente, 37% e 21% do total de espécimes amostrados.

No sítio P1, que representa um ambiente de várzea do Rio Teles Pires, mais uma vez,

foi encontrada a espécie Leptodactylus petersi em atividade de vocalização. Este fato

pode sugerir período reprodutivo desta espécie, pois a mesma só havia sido registrada

no mesmo local e período equivalente do ano passado.

TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA

ANURA

Bufonidae Rhinella marina P2 6

Hylidae Dendropsophus nanus P2 5

Dendropsophus minutus P2 1

Hypsiboas albopunctatus P2 10

Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus P2 1

Page 24: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

13

4.1.1.4 Registros não sistematizados

Através do método de PALT foi registrada uma pequena população de Hypsiboas

geographicus (Foto 3) vocalizando em corpo de água lótico.

FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 80

espécimes de 16 espécies, sendo 13 espécies de anuros, duas espécies de lagarto e

uma espécie de serpente. Dentre os anuros, as famílias Hylidae e Leptodactylidae

foram aquelas com maior representatividade, com quatro espécies cada (Tabela 4). O

índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,28.

Page 25: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

14

TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER, DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA

ANURA

Bufonidae Rhinella marina sapo-cururu AQ, BSR

Rhinella margaritifera sapo-folha AQ

Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha BSR

Dendropsophus minutus perereca-ampulheta BSR

Hypsiboas albopunctatus perereca BSR

Hypsiboas geographicus perereca PL

Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla razinha AQ

Leptodactylus mystaceus razinha AQ

Leptodactylus petersi razinha BSR

Leptodactylus rhodomystax razinha AQ

Microhylidae Elachistocleis sp. apito-de-guarda AQ

Elachistocleis spn. apito-de-guarda AQ

Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro AQ

REPTILIA

SQUAMATA

Teiidae Kentropix calcarata lagarto AQ

Tropiduridae Plica umbra calango AQ, PSLT

Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PSLT

4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)

4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fences) (AIQ)

As armadilhas de queda registraram um total de 13 espécimes de seis espécies, sendo

cinco espécies de anuros e uma espécie de lagarto. As espécies mais abundantes

foram Rhinella marina e Rhinella margaritifera, que corresponderam a,

respectivamente, 31% e 22% do total de espécies amostradas. A taxa de captura foi

de 0,09 espécime/hora/balde, o que equivale a um espécime capturado a cada dez

horas de funcionamento das armadilhas. Ao contrário do observado nas AQ da AID, a

taxa de captura observada na atual campanha foi bem inferior àquela da campanha

realizada em período equivalente do ano passado (campanha 02, taxa de captura =

0,24). Naquela oportunidade, a espécie mais abundante havia sido Chiasmocleis

shudikarensis (20 espécimes), que correspondeu a 58% do total de espécimes

amostrados. Nesta oportunidade foi registrado apenas um exemplar desta espécie, o

Page 26: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

15

que pode sugerir uma menor movimentação na atual campanha. Provavelmente, na

campanha 02 foi registrado o ápice do período reprodutivo de Chiasmocleis

shudikarensis, o que não coincidiu com o atual período de amostragem, explicando as

diferenças observadas. O lagarto Kentropix calcarata (Foto 4), registrado nas

armadilhas, apresentava-se nitidamente ovado, sugerindo período de desova da

espécie.

FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO MÉTODO DE AIQ

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados 24 espécimes de seis espécies de anuros.

Destas, a mais abundante foi Leptodactylus mystaceus, que correspondeu a 31% do

total de espécies amostradas. A taxa de captura foi de 1,33 espécime/hora/homem. A

taxa de captura observada nesta campanha também foi inferior àquela observada na

campanha 02, realizada em período equivalente no ano de 2011. Contudo, algumas

semelhanças devem ser observadas. Assim como na campanha 02 e campanha

anterior, foram observados filhotes de Rhinella, sugerindo período de recrutamento

destas espécies. Nesta campanha, Leptodactylus hylaedactyla também mostrou-se

bastante representativa, assim como na campanha 02. Ao contrário de Leptodactylus

andreae (espécie sintópica), machos de Leptodactylus hileadactyla permanecem

vocalizando até o final da estação chuvosa.

Page 27: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

16

4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Apenas uma espécie foi registrada através do método de ASR: o anuro Leptodactylus

fuscus no sítio reprodutivo P3. Nos primeiros dias de amostragem o sítio reprodutivo

P4 apresentava-se completamente seco, e após fortes chuvas encheu cerca de um

metro com a água que corria forte, transbordando pela mata. Essa característica

ainda não havia sido observada e poderia explicar, pelo menos em parte, a baixa

diversidade observada ao longo de todas as campanhas no sítio P4 e demais corpos

de água lóticos da parcela do reservatório. A ausência de água no período seco e a

grande variação vertical no período de chuvas poderiam inviabilizar a sustentação de

populações em sua margem, principalmente daquelas espécies terrícolas ou de

reprodução explosiva.

4.1.2.4 Registros não sistematizados

Por meio do método de PALT foram registrados 30 espécimes de dez espécies, sendo

seis espécies de anuros, uma espécie de lagarto, uma espécie de serpente, uma

espécie jacaré e uma espécie de tracajá. Pela primeira vez foi observada a presença

de Iguana iguana na área do reservatório. Apesar do Rio Teles Pires ter baixado seu

nível, comparando com a campanha anterior, ainda é muito difícil observar e capturar

jacarés e tartarugas em seu curso, pois estes animais encontram-se abrigados na

vegetação submersa. Ainda assim, alguns exemplares foram registrados, bem como

um exemplar juvenil de Paleosuchus trigonatus foi capturado, marcado e teve seus

dados biométricos colhidos. A implementação de projetos específicos para as espécies

de crocodilianos e quelônios seriam de suma importância para o acompanhamento das

populações na fase pré-enchimento a fim de produzir dados mais robustos para

comparações futuras com o período pós-enchimento. Desta forma, sugere-se um

esforço direcionado especificamente a estes grupos.

Page 28: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

17

FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 68

espécimes de 15 espécies da herpetofauna na parcela ADA (área prevista para o

reservatório). Do total de espécies registradas, dez corresponderam a anuros, duas

espécies de lagartos, uma espécie de serpente, uma espécie de jacaré e uma espécie

de tartaruga. Assim como na campanha anterior, a família mais representativa foi

Leptodactylidae, com quatro espécies registradas (Tabela 5). O índice de diversidade

de Shannon-Wiener foi de SW = 2,40.

TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO)

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA

ANURA

Bufonidae Rhinella margaritifera sapo AIQ

Rhinella marina sapo-cururu AIQ

Rhaebo guttatu sapo PSLT

Hylidae Hypsiboas albopunctatus perereca PALT

Hypsiboas boans perereca PALT

Osteocephalus cf. taurinus perereca PSLT

Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã assoviadora BSR

Leptodactylus hylaedactyla razinha PSLT

Leptodactylus mystaceus rã AIQ, PSLT

Leptodactylus rhodomystax rã PALT

Microhylidae Chiasmocleis sudikariensis rã AIQ

Page 29: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

18

Táxon Espécie Nome poplular Método

Ctenophryne geayii sapinho AIQ

Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro PSLT

Physalaemus gr. marmoratus rã-cachorro ASR

REPTILIA

TESTUDINATA

Testudinae Podocnemis duceni tracajá PALT

CROCODILIA

Alligatorydae Paleosuchus trigonatus jacaré-coroa PALT

SQUAMATA

Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PALT

4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)

4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ)

Durante os dias de amostragem em que as armadilhas de queda permaneceram

abertas foram capturados sete exemplares de apenas uma espécie: o anuro

Leptodactylus hylaedactyla. A taxa de captura foi de 0,05 exemplares/horas/balde ou

o equivalente a, aproximadamente, um exemplar capturado a cada 20 horas de

funcionamento dos baldes. Vale destacar que as fortes e frequentes chuvas

transbordaram por várias vezes os baldes o que, certamente, prejudicou uma

amostragem mais representativa da fauna naquele momento. Praticamente durante

todos os dias de amostragem os baldes tinham de ser esvaziados, pois não

conseguiam drenar a água de forma efetiva. No entanto, em comparação com os

resultados obtidos no período equivalente do ano de 2011, não são observadas

discrepâncias, pois naquele momento não foi capturado nenhum exemplar pelas AQ.

Nesta campanha, a presença de Leptodactylus hylaedactyla poderia ser explicada pela

forte movimentação da espécie (corroborada pelos resultados obtidos nas outras

parcelas) em função das fortes e freqüentes chuvas, que não ocorreram no período

equivalente do ano de 2011.

4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados apenas três exemplares de três espécies,

sendo duas espécies de serpentes e uma de lagarto. A taxa de captura foi de 0,17

Page 30: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

19

espécies/hora/homem ou o equivalente a seis espécies capturadas a cada hora de

amostragem, algo muito inferior àquela observada no período equivalente do ano de

2011. No entanto, algumas observações devem ser destacadas. No período

equivalente do ano de 2011, a PSLT estava sendo conduzida nas proximidades das

obras da estrada de acesso à UHE Colíder, o que poderia estar contaminando as

amostragens com a adição de exemplares que fugiam da área alterada pelas obras.

Desta forma, comparação entre os dois momentos devem ser cautelosas, pois além

das variáveis ambientais, que por si só já são complicadores naturais, a realocação

em função das obras da estrada de acesso inviabilizariam análises confiáveis.

4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

No sítio P6 foram registradas duas espécies de anuros: Phyllomedusa azurea, que

parece bem frequente e estabelecida neste sítio; e Hypsiboas geographicus. No sítio

reprodutivo P5 foram registradas espécies típicas de áreas abertas e Osteocephalus

sp., nas proximidades da mata da cachoeira (Tabela 6).

TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA

ANURA

Hylidae Hypsiboas geographicus P6 5

Phyllomedusa azurea P6 1

Scinax nebulosus P5 5

Scinax gr. ruber P5 5

Osteocephalus sp. P5 1

Leptodactylidae Leptodactylus labyrinthicus P5 5

4.1.3.4 Registros não sistematizados

O método de PALT registrou quatro espécimes de duas espécies: o anuro

Leptodactylus fuscus e o lagarto Prionodactylus eigeman (Tabela 7). Vale destacar

três registros obtidos por meio de encontros ocasionais. Mais uma vez foi registrado

um exemplar da serpente Lachesis muta (Foto 6), conhecida por pico-de-jaca ou

surucucu, cruzando a estrada entre os fragmentos de mata nas proximidades da

entrada da trilha utilizada para o método de PSLT. Na campanha anterior foi

registrado, no mesmo local, um exemplar adulto recém-atropelado que agonizava na

estrada (Foto 7).

Page 31: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

20

FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA APÓS TER SIDO ENCONTRADA ATROPELADA, REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO

FONTE: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012

Mais uma vez cabe destacar que a presença desta serpente representa importante

registro, indicando um ótimo estado de primitividade do ambiente, já que constitui um

predador topo de cadeia com grandes exigências ecológicas. Apesar de a área estar

composta por florestas secundárias, em adiantado estado da sucessão vegetacional, a

frequente captura desta espécie sugere que existam condições adequadas para sua

ocorrência. Além destes registros, sabe-se que a maioria dos exemplares capturados

na região (quatro exemplares pela equipe de resgate de fauna, além destes dois

exemplares registrados pela equipe do monitoramento) foi encontrada neste

fragmento florestal. Contudo, parece que as medidas adotadas não vêm garantindo

uma efetiva proteção para a espécie, que fica a mercê do intenso trânsito de veículos

que acessa a UHE Colíder e dos operários, que as abatem propositalmente. Apesar de

existirem placas advertindo para o transito de animais na pista, as mesmas não são

claras quanto às serpentes, o que, associado ao “pré-conceito” das pessoas em

relação a estes animais, acaba tornando-os alvos fáceis para veículos pesados.

Também foi verificado que os veículos transitam em alta velocidade naquela estrada,

o que acrescenta risco adicional à fauna silvestre e à vida humana. Sugere-se que

seja instalada uma sinalização adequada, destacando que serpentes compõem a gama

de animais a serem protegidos em função de uma conduta adequada no transito de

veículos e operários nas frentes de trabalho (Figura 1). Sugere-se, também, que

sejam repassadas instruções aos operários da usina (principalmente motoristas), a

fim de se transmitir a importância destes animais para o meio ambiente e qual

comportamento que deve ser conduzido quando ocorrerem encontros. Além da rara

espécie Lachesis muta, também foi registrado um exemplar de Liophis taeniogaster

Page 32: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

21

morto, atropelado na mesma área. Este espécime corresponde ao primeiro registro

desta espécie para AII, a qual só havia sido registrada por meio das AQ na AID.

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA NA ESTRADA DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO DA OBRA

Por meio do método de EO foi registrado um exemplar de Phrynops sp. (Foto 8) em

uma área de Cerrado, distante do rio Teles Pires. Esse registro pode indicar que a

espécie utilize pequenos tributários do rio Teles Pires, o que evidenciaria estes

ambientes como áreas de proteção ambiental. O animal foi capturado, marcado, teve

seus dados biométricos colhidos e solto no mesmo local de captura.

Page 33: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

22

FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE CERRADO NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por meio de todos os métodos de amostragem,

foram registrados 38 exemplares de 14 espécies, sendo oito espécies de anuros,

quatros espécies de serpentes, uma espécie de lagarto e uma espécie de cágado. O

índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,41.

TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA

ANURA Hylidae Hypsiboas geographicus perereca BSR Osteocephalus sp. perereca BSR Phyllomedusa azurea perereca-macaco BSR Scinax nebulosus perereca BSR Scinax gr. ruber perereca-raspa-de-

cuia BSR

Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã-assoviadora PALT Leptodactylus hylaedactyla rãzinha AQ, PSLT Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta BSR REPTILIA TESTUDINATA Testudinae Phrynops sp. cágado-de-barbela EO Colubridae Liophis taeniogaster coral EO Viperidae Bothrops moojeni jararaca PSLT Lachesis muta pico-de-jaca PC

Page 34: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

23

4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas

Nesta campanha deve-se atenção especial à serpente pico-de-jaca (Lachesis muta),

que frequentemente vêm sendo encontrada nos fragmentos de mata da AII. Esta

espécie, assim como outras, tem sido morta por atropelamentos, o que indica não

serem efetivas as medidas tomadas para controlar este problema. Serpentes são

animais estigmatizados e considerados danosos pela população em geral. São

necessárias medidas que abordem a questão de forma mais objetiva, além de serem

necessárias palestras de instrução aos trabalhadores acerca deste tema. Estas

palestras teriam por objetivo enriquecer o conhecimento dos trabalhadores, além de

oferecer a oportunidade de um comportamento adequado da frente de trabalho em

relação à herpetofauna local.

Ainda vale destacar aquelas espécies ubiquitárias, que podem corresponder a

complexos de espécies. Além daquelas mencionadas em outras campanhas,

destacam-se, também, as espécies do gênero Physalaemus.

4.1.5 Espécies procuradas para caça

Até o momento, pelo menos três espécies que compõem a herpetofauna da região

estudada sofrem pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, o jacaré

Paleosuchus trigonatus e o jabuti Chelonoides denticulata. Mesmo não representando

animais utilizados na caça de subsistência, serpentes são alvos frequentes da

população, provavelmente, por serem animais estigmatizados desde o gênesis. Desta

forma, constituirão animais de interesse sempre que existir sobreposição de

ocorrência com intensa atividade humana. Durante esta estação foi registrado um

exemplar adulto da espécie Liophis taeniogaster atropelado na estrada que dá acesso

às transecções da área controle.

4.1.6 Espécies de interesse econômico

Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas

para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem

parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta

diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.

Page 35: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

24

4.1.7 Espécies de interesse científico

Como já mencionado, devido à escassez de estudos realizados na região, as

taxocenoses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência.

4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário

Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as

jararacas Bothrops atrox, B. moojeni, Bothropoides taeniatus, Lachesis muta e as

corais Micrurus sp., M. lemniscatus, M. paranaensis e M. surinamensis) são

consideradas de interesse médico-veterinário por ocasionarem acidentes ofídicos

envolvendo humanos e animais de criação.

Além das serpentes, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf.

schneideri, R. margaritifera e Rhaebo guttatus) que podem ocasionar intoxicação em

animais domésticos, como cães e gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.

4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental

Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de

desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto,

segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita

apresentar alta abundância e freqüência de ocorrência em determinada área. Neste

sentido, espécies de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa

abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de

poder ser afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação e

funcionamento da UHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente nas margens do

Rio Teles Pires seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os

momentos de pré e pós-enchimento do reservatório. Destas, destacariam-se

Hypsiboas boans (extremamente frequente na vegetação arbustiva do Rio Teles

Pires), Leptodactylus rhodomistax, algumas espécies de sapos que parecem utilizar as

partes alagadas do rio para a reprodução como, por exemplo, Rhinella margaritifera e

Rhaebo guttatus.

Por serem de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia

alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o

jacaré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelentes bioindicadores de

primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração

Page 36: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

25

ambiental ao longo do processo de implantação da UHE Colíder. No entanto, sugere-

se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie, assim como

projetos direcionados à fauna de quelônios da região.

4.1.10 Riqueza e abundância

Apesar do grande volume de chuva ocorrido durante esta campanha (bastante

superior àquele observado na campanha anterior), a atividade dos anfíbios anuros

declinou bastante, provavelmente, em função do final da estação chuvosa. Também

foi evidente a redução no volume das águas do Rio Teles Pires, assim como de lagoas

e poças temporárias formadas pelo transbordamento de seu leito. Desta forma, os

resultados obtidos encontram-se de acordo com aqueles esperados para este período

transicional. Em comparação com o período equivalente de amostragem do ano de

2011 (23-28 de abril) observou-se um volume de chuva muito superior, o que poderia

explicar, pelo menos em parte, algumas distorções observadas e já comentadas

anteriormente ao longo do texto. Apesar do aumento da diversidade na atual

campanha e das modificações realizadas para realocar as amostragens durante a

campanha 02 (em consequência da construção da estrada de acesso para a usina), a

parcela de amostragem que revelou maior equilíbrio em termos de diversidade e

abundância, entre os dois momentos, foi a AII (Tabela 8).

TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL

Método

Riqueza (espécies) Taxa de captura

(espécimes/hora/homem) Parcela

AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

Diversidade (SW)

AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29

AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03

AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08

AID (4) - - - - - - -

AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27

AID (6) 10 3 5 0,24 0,67 4,5 2,28

ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19

ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88

ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08

ADA (4) - - - - - - -

ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84

ADA (6) 6 6 1 0,09 1,33 0,02 2,40

AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39

Page 37: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

26

Método

Riqueza (espécies) Taxa de captura

(espécimes/hora/homem) Parcela

AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

Diversidade (SW)

AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67

AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79

AII (4) - - - - - - -

AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09

AII (6) 1 3 6 0,05 0,17 3,5 2,41

Nota: Em negrito os resultados obtidos entre os períodos equivalentes da segunda e sexta campanhas. AID = canteiro de obras, ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ = armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR = amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira campanha, (2) = segunda campanha, (3) = terceira campanha, (4) = quarta campanha, (5) = quinta campanha e (6) sexta campanha.

4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta

campanha

Nesta campanha, a análise de Cluster separou ao nível de, aproximadamente, 20% as

parcelas em dois grupos. Dos grupos formados, o que apresentou maior índice de

similaridade está unido no nível de 36%, e constituído pelas parcelas ADA e AID. A

parcela da AII está separada em um grupo a parte (Figura 2). As amostragens na AII

estiveram comprometidas em função do grande volume de chuvas o que prejudicou,

principalmente, os resultados obtidos através da metodologia de AQ.

FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA CAMPANHA

Em comparação com a campanha 02, realizada em um período equivalente do ano de

2011, pode-se observar que a análise de Cluster arranjou as parcelas em um

Page 38: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

27

diferente formato, separando as parcelas ao nível de similaridade de,

aproximadamente, 17% em dois grupos. No entanto, o grupo que apresentou maior

similaridade foi constituído pelas parcelas AII e AID com, aproximadamente, 24% de

similaridade. A parcela ADA formou um grupo isolado (Figura 3). Algumas hipóteses

poderiam sustentar, pelo menos em parte, os diferentes arranjos observados entre os

dois momentos: (a) a partir da campanha 02 as amostragens na AII sofreram um re-

arranjo em função das obras para construção da estrada de acesso para UHE Colíder;

(b) também a partir da campanha 02, as obras tornaram-se mais intensas na AID,

promovendo modificações estruturais que se entendem até o momento; (c) os

resultados estariam expressando simplesmente flutuações naturais da herpetofauna

em consequência da dinâmica natural dos fatores abióticos (ex. chuva, seca,

temperatura). Esta última hipótese torna-se bem plausível quando observada a

grande diferença pluviométrica observada entre os dois períodos equivalentes de

amostragem (campanha 02 e campanha 06).

FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI[02], ADA[02] E AII[02]) DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA

4.1.12 Suficiência amostral

A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos

por meio dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o

momento, estes métodos registraram um total de 59 espécies. A curva de suficiência

amostral continua em formato ascendente, indicando que o número de espécies da

herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos

sistematizados até o momento (Gráfico 1), o que é confirmado pelas espécies

Page 39: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

28

registradas exclusivamente pelos métodos não sistematizados. O estimador de

riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 74 espécies (SD = 3,61)

para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza observada (59

espécies), pode-se afirmar que os métodos aplicados amostraram, aproximadamente,

80% do total de espécies estimadas para as parcelas até o presente momento.

0

10

20

30

40

50

60

70

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Dias de amostragem

Núm

ero

de e

spéc

ies

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA

No Gráfico 1, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha

aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18, a quinta campanha aos dias 19

a 24 e a sexta campanha aos dias 25 a 30. A quarta campanha foi interrompida logo

no início das atividades e não está contabilizada na análise. A linha contínua

representa a curva média e as linhas pontilhadas representam os intervalos de

confiança (95%).

4.1.13 Considerações finais

Os resultados obtidos parecem de acordo com o esperado para o período de transição

entre a estação chuvosa e seca. Como já observado, mesmo com as fortes e

frequentes chuvas ocorridas durante a amostragem, pôde-se verificar uma acentuada

Page 40: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

29

redução na diversidade e abundância dos anuros quando comparados com aqueles

registrados na campanha anterior, o que caracteriza o final da estação chuvosa.

Serpentes também foram pouco frequentes o que também caracteriza o período de

transição entre as estações.

Mais uma vez foi registrada a serpente Lachesis muta no fragmento de floresta da

parcela AII (cortado pela nova estrada de acesso à UHE Colíder), o que caracteriza

este ambiente como um bom estágio de conservação de suas características originais

(apesar de ser uma floresta secundária onde predominam as espécies vegetais

pioneiras, de crescimento rápido e vida curta). No entanto, destaca-se a importância

da implantação de medidas que ajudem a proteger os animais silvestres, já que são,

frequentemente, observados mortos, atropelados por veículos que acessam a área da

usina. Sinalizações direcionadas especificamente para a herpetofauna, assim como

programas de educação ambiental que visem sensibilizar os operários, produzindo um

comportamento adequado nas frentes de trabalho, são de suma importância.

Algumas distorções foram observadas quando comparados os dois períodos

equivalentes de amostragem entre os anos de 2011 (campanha 02) e 2012

(campanha atual). Em uma análise mais específica, a parcela AII foi aquela que se

manteve mais equilibrada em relação à diversidade e abundância das espécies entre

estes dois momentos. Distorções também foram observadas quando observada a

similaridade entre as parcelas nos diferentes períodos de amostragem e algumas

hipóteses foram sugeridas para tentar explicar estas variações. Dentre estas

hipóteses, sugere-se que alterações ambientais, provocadas pelo canteiro de obras e

pela construção da estrada de acesso para a usina, poderiam impossibilitar a

identificação de um padrão entre os diferentes momentos de amostragem. Também

foi proposto que as distorções observadas entre os dois momentos de amostragem,

poderiam ser um reflexo das flutuações naturais da fauna em consequência da

dinâmica natural dos fatores abióticos (ex. chuva, seca, temperatura) (Carvalho,

2008).

A curva de suficiência amostral continua ascendente e indica que a fauna amostrada

pelos métodos sistematizados é maior que a observada até o momento. Isso é

confirmado pelas espécies exclusivamente registradas por meio dos métodos não

sistematizados. Como os métodos sistematizados são replicados sempre no mesmo

local, padrões de distribuição disjunta poderiam explicar a ausência de algumas

espécies que são frequentemente registradas pelos métodos não sistematizados.

Page 41: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

30

4.1 AVIFAUNA

4.1.1 Riqueza de espécies

Durante a sexta fase de campo do monitoramento pré-enchimento da avifauna na

área prevista para a UHE Colíder foram registradas, no total, 259 espécies. Este valor

é semelhante ao observado na campanha anterior (264 espécies). Com as

informações obtidas, foram acrescentadas sete espécies à lista de aves, totalizando

uma riqueza de 405 táxons (404 espécies e duas subespécies de uma mesma espécie)

para as seis primeiras fases de campo. Com os resultados obtidos até então, 65% de

toda a avifauna esperada para a região já foi registrada.

A Tabela 9 apresenta todos os táxons esperados para a região norte do estado de

Mato Grosso, conforme pesquisa bibliográfica realizada. Nesta mesma tabela podem

ser consultadas todas as espécies registradas durante as seis primeiras fases, (com a

indicação da área amostral onde cada uma foi encontrada), além da indicação dos

dados citados no EIA e quais das espécies são endêmicas do Brasil.

Page 42: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

31

TABELA 9 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SEIS PRIMEIRAS FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Struthioniformes

Rheidae

Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema

Tinamiformes

Tinamidae

Tinamus tao Temminck, 1815 azulona 3 3,4,5,6

Tinamus major (Gmelin, 1789) inhambu-de-cabeça-vermelha

Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inhambu-galinha 5,6 X

Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inhambu-preto 1,2 1,6 3 X

Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim 1,2,3,5 3 3 X

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu 1,2,3,5,6 1 1,2,3,4,5

Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó X

Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) inhambu-relógio 1,2,5,6 1,5,6 1,2,3,4,5,6

Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inhambu-anhangá 1 3 5

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 5 2,5,6 X

Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã 1,2,3,5,6 3 6

Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz

Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela 3

Taoniscus nanus (Temminck, 1815) inhambu-carapé

Anseriformes

Anhimidae

Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma

Page 43: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

32

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Anatidae

Dendrocygninae Reichenbach, 1850

Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) marreca-caneleira

Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê

Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca 3

Anatinae

Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 5

Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering, 1907 pato-de-crista

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho 1,5

Galliformes

Cracidae

Ortalis guttata (Spix, 1825) aracuã

Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno

Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba X

Penelope jacquacu Spix, 1825 jacu-de-spix 1,3,6 1,2,3,5,6 1,2,4,5 X

Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 3,5,6 1,2,3,6 X

Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo 2,3,6 X

Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 3 X

Odontophoridae

Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado 6 2,3,5 6 X

Podicipediformes

Podicipedidae

Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno

Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador

Ciconiiformes

Page 44: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

33

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Ciconiidae

Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú 3

Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca 3 3

Suliformes

Phalacrocoracidae

Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1,5,6

Anhingidae

Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 1,5 1,5

Pelecaniformes

Ardeidae

Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi 1,6 3

Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata

Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá 1,3,4 1

Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague 1 1,5

Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho

Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu

Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho 1 1,2,6 1,2

Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 1 1,2,3,4,5,6

Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura 3,6

Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande 1 1,5 1,2,4,5

Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira

Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real 1,5 2,3,4,5 1

Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1 1,3,6 1

Threskiornithidae

Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 5

Page 45: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

34

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca

Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro

Cathartiformes

Cathartidae

Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1 1 1,5

Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela 1 1 1 1 X

Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 1,2,4,5,6 X

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1,2,4,5,6 1,5 1,5 1,2,4,5,6

Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 5 2,5 X

Accipitriformes

Pandionidae

Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora

Accipitridae

Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza

Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro

Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura 2 3 X

Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho 1 X

Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira 2

Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina

Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado

Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho 3 6

Accipiter striatus Vieillot, 1808 gavião-miúdo

Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande

Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811) sauveiro-do-norte

Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi 1 X

Page 46: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

35

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo

Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro

Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo

Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo

Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto 3 1

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1,5,6 1 1 1,2,3,4,5,6 X

Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824) gavião-asa-de-telha

Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco 1 1,3,4,5 X

Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-chilena 3

Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco 1,2 1 3

Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 gavião-vaqueiro 3

Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês 1,2,3,5,6 3 5,6 X

Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta 5 3 X

Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 gavião-papa-gafanhoto X

Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-de-rabo-barrado

Morphnus guianensis (Daudin, 1800) uiraçu-falso

Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real

Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco 2 1,5,6

Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 5 5,6 3

Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho 1,2

Falconiformes

Falconidae

Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta 1,5 1,2,3,5,6 X

Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão X

Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 1,5 3 1,3,4,5,6 X

Page 47: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

36

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1

Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1,3 5,6 3,5 1,5 X

Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé X

Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) falcão-mateiro X

Micrastur mintoni Whittaker, 2002 falcão-críptico 1 2,3,6 3

Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862) tanatau 2,5

Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio 2 3 3

Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1,5 1,3,5,6

Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,4,5 3,4,5 X

Falco deiroleucus Temminck, 1825 falcão-de-peito-laranja X

Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira 5

Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino

Eurypygiformes

Eurypygidae

Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 3 1,5,6

Gruiformes

Aramidae

Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão 2

Psophiidae

Psophia viridis Spix, 1825 jacamim-de-costas-verdes X E

Rallidae

Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes X

Amaurolimnas concolor (Gosse, 1847) saracura-lisa

Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha 5

Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda

Page 48: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

37

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim 1

Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó 1 1

Neocrex erythrops (Sclater, 1867) turu-turu

Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã

Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) frango-d'água-comum 3

Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul

Heliornithidae

Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra 5 3

Cariamiformes

Cariamidae

Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema

Charadriiformes

Charadriidae

Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão

Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 1,2,3,4,5,6 5 1,2,3,4,5,6

Recurvirostridae

Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776) pernilongo-de-costas-negras

Scolopacidae

Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja

Gallinago undulata (Boddaert, 1783) narcejão

Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado

Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário

Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-de-perna-amarela

Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela

Page 49: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

38

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Jacanidae

Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã 1,6

Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão

Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande

Rynchopidae

Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar

Columbiformes

Columbidae

Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela

Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 1,2 1,2,3,4,6

Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui

Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 2,3 3 3,6 X

Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira

Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão 1,6 1,2,4,5,6 X

Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega X

Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X

Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando

Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu X

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira 1,2 1,3,5,6 1,3 1 X

Geotrygon violacea (Temminck, 1809) juriti-vermelha

Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri 1,3 X

Psittaciformes

Page 50: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

39

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Psittacidae

Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul-grande

Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 1,3,4,5,6 5 1,2,3,5,6 X

Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga 1,2,3,4,5,6 3,5,6 5,6 1,2,3,4,5,6 X

Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande X

Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu 1,2,3,4,5,6 3,4,5,6 3,5,6 1,2,4,5,6 X

Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 1,3,5 6 5 1,2,3,4,5 X

Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-verdadeira 2,5,6 6 3 3,4,5,6 X

Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 1,2,3,4,5,6 3,6 2,5,6 1,2,4,5,6 X

Aratinga acuticaudata (Vieillot, 1818) aratinga-de-testa-azul

Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã 1,2,3,5 6 2 2,3,4,5 X

Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei

Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002 tiriba-do-madeira 1,2,3,4,5,6 3,5 2,3,4,5,6 1,3,5,6 X

Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim

Forpus modestus (Cabanis, 1848) tuim-de-bico-escuro 1,2

Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo 2,3,4,5,6 3 3,4,5 1,3,4,5,6

Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada 1 1 X

Touit huetii (Temminck, 1830) apuim-de-asa-vermelha 6 6 3,5,6

Touit purpuratus (Gmelin, 1788) apuim-de-costas-azuis

Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) marianinha-de-cabeça-amarela 1,2,3 1,3,5 1,2,3,4,5,6

Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820) curica-urubu E

Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo & Höfling, 2002)

papagaio-de-cabeça-laranja E

Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) curica-de-bochecha-laranja 3,6 2,5,6 3,5,6

Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego

Page 51: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

40

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 X

Amazona kawalli Grantsau & Camargo, 1989 papagaio-dos-garbes E

Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro X

Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 5 X

Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro 1,2,3,4,5,6 3 3,6 1,2,3,4,5,6 X

Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro

Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã 1,2,3,5,6 3,5,6 1,3,4,5

Opisthocomiformes

Opisthocomidae

Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana

Cuculiformes

Cuculidae

Cuculinae

Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno

Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 5,6 3,6 3 X

Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) chincoã-de-bico-vermelho 1,2,5,6 1 1,3,5

Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta-acanelado X

Crotophaginae

Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca 2,3 X

Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6

Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1,5 1,2,3,4,5,6

Taperinae

Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci

Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito-verdadeiro

Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino

Page 52: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

41

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Neomorphinae

Neomorphus sp. jacu-estalo

Strigiformes

Tytonidae

Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-da-igreja 3 1,2

Strigidae

Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-orelhuda 1,4,5,6

Megascops usta (Sclater, 1858) corujinha-relógio 2,3,4,5,6 3,5 1,2,3,4,5 1,3 X

Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista 1,2 2,3,5

Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu 3

Bubo virginianus (Gmelin, 1788) jacurutu

Strix virgata (Cassin, 1849) coruja-do-mato

Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta

Glaucidium hardyi Vielliard, 1990 caburé-da-amazônia 1 X

Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé 5

Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira 3 1,2,3,4,5

Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda

Asio stygius (Wagler, 1832) mocho-diabo

Caprimulgiformes

Nyctibiidae

Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) mãe-da-lua-gigante 5 4

Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua 3 X

Caprimulgidae

Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado 2,3,5,6 3 1,2,3,4,5

Antrostomus sericocaudatus Cassin, 1849 bacurau-rabo-de-seda

Page 53: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

42

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju 6 1 X

Hydropsalis leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de-cauda-barrada

Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848) bacurau-de-lajeado 1 3,5 3 4 X

Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1,2,3,4,5,6 1,3 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 X

Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã 3 3

Hydropsalis maculicauda (Lawrence, 1862) bacurau-de-rabo-maculado

Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) acurana

Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura 3 3,6

Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho

Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão 6

Chordeiles minor (Forster, 1771) bacurau-norte-americano

Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa-fina

Chordeiles sp. bacurau 3

Apodiformes

Apodidae

Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto

Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho

Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca

Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento X

Chaetura egregia Todd, 1916 taperá-de-garganta-branca 1,2,6

Chaetura chapmani Hellmayr, 1907 andorinhão-de-chapman 6 1 2

Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal

Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto 1,6 1 X

Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 1,5 X

Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão-estofador

Page 54: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

43

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Trochilidae

Phaethornithinae

Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto 3 2,6 3 3 X

Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) balança-rabo-de-garganta-preta

Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado

Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes X

Phaethornis malaris (Nordmann, 1835) besourão-de-bico-grande 3

Trochilinae

Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza 3 1 2,3 X

Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura

Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) beija-flor-azul-de-rabo-branco

Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 3 3 3 X

Avocettula recurvirostris (Swainson, 1822) beija-flor-de-bico-virado

Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) topetinho-verde

Discosura langsdorffi (Temminck, 1821) rabo-de-espinho

Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1,4,5,6 1,3,5 2,4,5 X

Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira

Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo 6 2,3

Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 3 2,3 3

Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde

Heliodoxa aurescens (Gould, 1846) beija-flor-estrela 3

Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de-bochecha-azul 1,6 1,5 5 X

Heliactin bilophus (Temminck, 1820) chifre-de-ouro

Page 55: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

44

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801) bico-reto-cinzento

Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista

Trogoniformes

Trogonidae

Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta 1,2,3,4,5,6 3,5 1,2,3,4,5

Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela 1,2,3,5,6 1,2,3,5,6 2,3,4,5,6 X

Trogon ramonianus Deville & DesMurs, 1849 surucuá-violáceo 2,5,6 1,5 6

Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha 6 3 X

Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela 1 X

Trogon collaris Vieillot, 1817 surucuá-de-coleira 5,6 1,2,3,5,6 X

Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) surucuá-pavão 3 X

Coraciiformes

Alcedinidae

Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande 2 1,2,3,4,5,6 1,2

Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde 2 1,2,3,4,5,6 1,2

Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martinho 2 5 X

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 6 1,2,3,4,5,6

Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata 3,5 X

Momotidae

Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) udu-de-bico-largo 3,5

Baryphthengus martii (Spix, 1824) juruva-ruiva

Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul 1,2,3,4,5,6 6 6 X

Galbuliformes

Galbulidae

Page 56: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

45

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta 2 X

Galbula cyanicollis Cassin, 1851 ariramba-da-mata 1 3,6 1

Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva 1,2,3,4,5 5,6 X

Galbula leucogastra Vieillot, 1817 ariramba-bronzeada 1,2,3,5,6 1

Galbula dea (Linnaeus, 1758) ariramba-do-paraíso 1,2,3,6 1 1,2,3 X

Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu 2,3,4,5,6 1,2,4,5,6

Bucconidae

Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-pescoço-branco 1,3 5 2,5

Notharchus ordii (Cassin, 1851) macuru-de-peito-marrom 2,3 1,2

Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado 2,6 3,5,6 5

Bucco tamatia Gmelin, 1788 rapazinho-carijó 3,6

Bucco capensis Linnaeus, 1766 rapazinho-de-colar 1

Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) rapazinho-estriado 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5

Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo

Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos

Malacoptila rufa (Spix, 1824) barbudo-de-pescoço-ferrugem 1

Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) freirinha-de-coroa-castanha 2,3 2,4,3,6

Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 1,2,5 1,2,3,4,5,6 3 X

Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) chora-chuva-de-cara-branca 1,2,5,6 5 1,2,3,4,5,6

Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 1,5,6 1,2,3,4,5,6 1,5 1,5,6 X

Piciformes

Capitonidae

Capito dayi Cherrie, 1916 capitão-de-cinta 1,5 2,5,6 1,2,3,4,5,6

Ramphastidae

Page 57: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

46

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu

Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de-papo-branco 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X

Selenidera gouldii (Natterer, 1837) saripoca-de-gould 1,3,5 1,2,3,6 1,2,3,5,6

Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 araçari-miudinho-de-bico-riscado 1 1 2,3 1 X

Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 araçari-de-pescoço-vermelho

3,6 3,6 X

Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco X

Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho 1,2,3,6 1,3 2,6 1,2,4,6 X

Pteroglossus beauharnaesii Wagler, 1832 araçari-mulato 2,3,5,6 1,4,5,6

Picidae

Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 pica-pau-anão-dourado 1 1,3,4 5 X

Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado

Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 1,3,4

Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 X

Veniliornis affinis (Swainson, 1821) picapauzinho-avermelhado 1,2,3,5 1,2,3 2,3,4,5 X

Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão

Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador 3,5,6 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pica-pau-dourado-escuro 5

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado

Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo

Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) picapauzinho-chocolate 2,5

Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate X

Celeus lugubris (Malherbe, 1851) pica-pau-louro

Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo 2 X

Page 58: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

47

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira 1

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1,2,3,6 5 X

Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de-barriga-vermelha 2 1,3,5,6 1,4,5 1,3 X

Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de-topete-vermelho X

Passeriformes

Thamnophilidae

Myrmornithinae

Myrmornis torquata (Boddaert, 1783) pinto-do-mato-carijó

Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora 2,3 1,2,3,4,5,6 1,2,4,5,6

Thamnophilinae

Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. emiliae papa-formiga-de-bando 1,6

Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. bicolor papa-formiga-de-bando 1 3,5 1 X

Myrmeciza hemimelaena Sclater, 1857 formigueiro-de-cauda-castanha 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) formigueiro-de-peito-preto 1,2,3,6 1 1,3,4,5,6

Neoctantes niger (Pelzeln, 1859) choca-preta

Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) choquinha-de-olho-branco 1,2,3,5 1,2,5 1,3,4,5,6

Epinecrophylla ornata (Sclater, 1853) choquinha-ornada 6

Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Myrmotherula sclateri Snethlage, 1912 choquinha-de-garganta-amarela 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Myrmotherula multostriata Sclater, 1858 choquinha-estriada-da-amazônia

1,2,3,4,5 1,2,3,4,5,6

Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) choquinha-de-garganta-clara 5 1,2,5,6 5

Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,5,6 X

Page 59: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

48

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa-comprida 1 1 X

Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837) choquinha-de-garganta-cinza 5 1,2,5 5,6

Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 1,3,5 3,6 2,5,6

Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho

Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878) uirapuru-selado

Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá 1,2 1,2,3,5 1,3,5,6 X

Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) tovaquinha

Megastictus margaritatus (Sclater, 1855) choca-pintada

Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 chorozinho-de-bico-comprido X

Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) chorozinho-de-asa-vermelha

1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1

Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d'água 2,5 1,2,3,4,5,6 X E

Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada 6 2,3,5,6

Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) choca-listrada 1,5 1,2,3,4,5,6 X

Thamnophilus schistaceus d'Orbigny, 1835 choca-de-olho-vermelho 1,2,3,4,5,6 1,3,5 1,2,3,4,5

Thamnophilus stictocephalus Pelzeln, 1868 choca-de-natterer 1,2,5,6 3 6 X

Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto

Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa 1,5 1,2,3,4,5,6 1,2,5,6

Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 1,3,5 1,2,4,5,6

Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado 1,3,5 1,2,3,5,6 6 X

Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 5 3 X

Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé 2,5,6 X

Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) solta-asa 1,2,3,4,5,6 X

Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) guarda-floresta 6 X

Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) guarda-várzea 3,5 1,2,5,6 6

Page 60: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

49

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Pyriglena leuconota (Spix, 1824) papa-taoca 2,3 5 6 X

Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) papa-formiga-de-sobrancelha 6

Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta 3,5 2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,3,4,5,6 X

Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro 3,5 1,3,5,6 X

Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard, 1990 chororó-de-manu X

Drymophila devillei (Menegaux & Hellmayr, 1906) trovoada-listrada X

Hypocnemis striata (Spix, 1825) cantador-ocráceo 6 2,3,5,6 1 X E

Hypocnemis hypoxantha Sclater, 1869 cantador-amarelo

Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) rendadinho 1,2,3,5,6 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6

Phlegopsis nigromaculata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) mãe-de-taoca 1,2,5,6 1,6

Rhegmatorhina gymnops Ridgway, 1888 mãe-de-taoca-de-cara-branca 3 1,4,5 E

Melanopareiidae

Melanopareia torquata (Wied, 1831) tapaculo-de-colarinho

Conopophagidae

Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) chupa-dente-de-cinta

Conopophaga melanogaster Ménétriès, 1835 chupa-dente-grande

Grallariidae

Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu

Hylopezus macularius (Temminck, 1823) torom-carijó 1,2

Hylopezus berlepschi (Hellmayr, 1903) torom-torom

Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) tovaca-patinho X

Formicariidae

Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato 1,5 X

Page 61: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

50

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pinto-do-mato-de-cara-preta X

Chamaeza nobilis Gould, 1855 tovaca-estriada X

Scleruridae

Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 vira-folha-de-peito-vermelho 5 X

Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico-curto

Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816) vira-folha-pardo

Sclerurus albigularis Sclater & Salvin, 1869 vira-folha-de-garganta-cinza

Dendrocolaptidae

Sittasominae

Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo 1,2,3,4,5,6 1,3,5 2,3,4,5 X

Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca 2,3 1,3,6 6

Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo 2 1,3,5,6 5

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 1,3,4,5,6 3,5 2 X

Certhiasomus stictolaemus (Pelzeln, 1868) arapaçu-de-garganta-pintada 2,3,6

Dendrocolaptinae

Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico-de-cunha 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Xiphorhynchus ocellatus (Spix, 1824) arapaçu-ocelado

Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) arapaçu-elegante 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Xiphorhynchus spixii (Lesson, 1830) cf. arapaçu-de-spix E

Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-riscado 6 1,2,3,4,5,6 X

Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-de-garganta-amarela 1,2,3,5,6 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6

Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) arapaçu-de-bico-curvo 5 6

Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco 1,3,6 3 2,3,5,6 X

Page 62: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

51

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado

Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye, 1845) arapaçu-de-listras-brancas 1,2,3,5,6 3,5 1,2,3,4,5 6 X

Nasica longirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-bico-comprido 5,6

Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) arapaçu-galinha 1,2,5,6 3,5

Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783) arapaçu-barrado 2,5 1

Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio-barrado 2,3 3 X

Xiphocolaptes promeropirhynchus (Lesson, 1840) arapaçu-vermelho 6 1,3 X

Hylexetastes uniformis Hellmayr, 1909 arapaçu-uniforme 2,6 5

Furnariidae

Xenops tenuirostris Pelzeln, 1859 bico-virado-fino

Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo 1,2,3,6 2,6 1,2,3,4,5 X

Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó X

Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) limpa-folha-do-buriti

Pygarrhichinae

Microxenops milleri Chapman, 1914 bico-virado-da-copa

Furnariinae

Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro

Ancistrops strigilatus (Spix, 1825) limpa-folha-picanço 1

Hyloctistes subulatus (Spix, 1824) limpa-folha-riscado

Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844) barranqueiro-camurça 1 1 1,2,3,4,5,6

Automolus paraensis Hartert, 1902 barranqueiro-pardo E

Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) barranqueiro-de-coroa-castanha X

Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) fura-barreira

Anabazenops dorsalis (Sclater & Salvin, 1880) barranqueiro-de-topete

Philydor ruficaudatum (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) limpa-folha-de-cauda-ruiva 2 2

Page 63: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

52

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) limpa-folha-de-sobre-ruivo 1,5,6 5 3 X

Philydor erythropterum (Sclater, 1856) limpa-folha-de-asa-castanha

Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha-vermelho 1

Simoxenops ucayalae (Chapman, 1928) limpa-folha-de-bico-virado

Synallaxinae

Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié

Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 1,2

Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joão-teneném-castanho 1,2,3 1,2,4,5

Synallaxis cherriei Gyldenstolpe, 1930 puruchém

Synallaxis cabanisi Berlepsch & Leverkuhn, 1890 joão-do-norte

Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném-becuá

Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio X

Cranioleuca gutturata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) joão-pintado

Pipridae

Neopelminae

Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão 3 3,5

Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho 1,2,3,4,5,6 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Piprinae

Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja 3,5 2,5,6 X

Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 cabeça-encarnada 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) uirapuru-de-chapéu-branco 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira 2,6 2,3 X

Heterocercus linteatus (Strickland, 1850) coroa-de-fogo 1,5 X

Machaeropterus pyrocephalus (Sclater, 1852) uirapuru-cigarra 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca X

Page 64: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

53

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Ilicurinae

Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso 2,6 X

Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) soldadinho

Tityridae

Oxyruncinae

Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) maria-leque 2 1,2,6

Terenotriccus erythurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru 1,5 3,5,6 1,5,6 X

Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho

Laniisominae

Schiffornis major Des Murs, 1856 flautim-ruivo

Schiffornis amazona (Sclater, 1860) flautim-da-amazônia 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza 1,2,3,5,6 3 2,5

Tityrinae

Iodopleura isabellae Parzudaki, 1847 anambé-de-coroa 1,2,5,6 1,2 2

Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda 1

Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto 2 X

Tityra semifasciata (Spix, 1825) anambé-branco-de-máscara-negra 1,5,6 3 X

Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1,2 1,3 3 5,6

Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado 6 1,2

Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno 3

Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto 2 5

Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila

Cotingidae

Page 65: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

54

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Cotinginae

Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Porphyrolaema porphyrolaema (Deville & Sclater, 1852)

cotinga-de-garganta-encarnada 1

Gymnoderus foetidus (Linnaeus, 1758) anambé-pombo 3,6 3,5,6 X

Xipholena punicea (Pallas, 1764) anambé-pompadora 1,5,6 1,2,6 1,2,3,4,5,6

Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul 2,6 1,3,5 2

Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una 1,2,3,4,5,6 3,6 1,5 X

Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint-Hilaire, 1809 anambé-preto

Rupicolinae

Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 saurá-de-pescoço-preto

Tyrannoidea

Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882 patinho-escuro 5,6

Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 patinho-de-coroa-dourada

Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa-branca 3,6 2

Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo 6 1,2,5 5 1 X

Neopipo cinnamomea (Lawrence, 1869) enferrujadinho 1,6

Rhynchocyclidae

Taeniotriccus andrei (Berlepsch & Hartert, 1902) maria-bonita

Pipromorphinae

Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa 5,6 4,5 X

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1 2,3 2,3

Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) estalador-do-norte 3,6

Rhynchocyclinae

Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820) bico-chato-grande

Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 1 6 X

Page 66: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

55

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5 1,2,3,4,5,6

Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza 6

Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo 3 3,6 X

Todirostrinae

Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho-estriado 6 1,3,4,5,6 X

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio

Todirostrum chrysocrotaphum Strickland, 1850 ferreirinho-de-sobrancelha

Poecilotriccus capitalis (Sclater, 1857) maria-picaça

Poecilotriccus latirostris (Pelzeln, 1868) ferreirinho-de-cara-parda 1,2,5,6 5

Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) caçula 1,2,3,5,6 2,3,5 1,2,3,4,5,6

Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) maria-sebinha 1,2,3 1 X

Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) maria-de-barriga-branca 2

Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) sebinho-de-olho-de-ouro 3,5

Hemitriccus minimus (Todd, 1925) maria-mirim 2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 2,3,5,6

Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de-penacho 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Tyrannidae

Hirundineinae

Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro

Elaeniinae

Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata-fina 1 1

Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873) amarelinho

Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento X

Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de-sobrancelha 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha 1,2,3,5 1,2,3,4,5,6 3,5,6

Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-

Page 67: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

56

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

amarela

Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande

Elaenia chilensis Hellmayr, 1927 guaracava-de-crista-branca

Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto

Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme 3,5 X

Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum 3

Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) maria-pechim 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5

Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta 2 5

Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada

Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu 6 X

Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela

Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro

Tyranninae

Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem 1

Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo 2,5,6 1,3 X

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 5 1

Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835) maria-cabeçuda

Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825) bico-chato-de-rabo-vermelho

6 1,2,3,6 3

Ramphotrigon fuscicauda Chapman, 1925 maria-de-cauda-escura

Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) maria-cavaleira-pequena 1,2,3,6 2,5 1,2,3,4,5 X

Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré X

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 5,6 2 3,5,6

Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado 3

Page 68: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

57

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador 2 X

Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá 1,3,5,6 1,3,6 2,3,5,6

Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem 3 5

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 1,2,5 1,2,3,4,5,6 X

Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo 6

Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro

Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado 3 X

Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825) suiriri-de-garganta-rajada

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 2,3,5 3,5 2,3,6 3,5 X

Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea 1,5,6 2,3 3,5,6 X

Myiozetetes granadensis Lawrence, 1862 bem-te-vi-de-cabeça-cinza

Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi-barulhento 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6

Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 1,3,5,6 1,3,4,5,6 X

Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha 5

Tyrannus tyrannus (Linnaeus, 1766) suiriri-valente

Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) peitica-de-chapéu-preto

Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 5 5 X

Fluvicolinae

Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 1 X

Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 2

Sublegatus obscurior Todd, 1920 sertanejo-escuro

Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe

Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca

Page 69: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

58

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha

Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo

Ochthornis littoralis (Pelzeln, 1868) maria-da-praia 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6

Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu

Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado 5 2,3,5,6 X

Contopus cooperi (Nuttall, 1831) piui-boreal

Contopus virens (Linnaeus, 1766) piui-verdadeiro

Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno

Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera

Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 5 X

Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do-castanhal X

Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 2,5,6 1,2,5 1,2,5,6 X

Vireo altiloquus (Vieillot, 1808) juruviara-barbuda

Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867 verdinho-da-várzea 1,5 1,2,3,5,6 2,3 3 X

Hylophilus hypoxanthus Pelzeln, 1868 vite-vite-de-barriga-amarela 1,3,5,6 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, 1873 vite-vite-camurça

Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860 vite-vite-uirapuru 2 X

Corvidae

Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo

Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 3 5

Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 5 2 2,5

Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril

Page 70: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

59

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Atticora tibialis (Cassin, 1853) calcinha-branca

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 5,6 2,3,5,6 3,5

Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo

Progne subis (Linnaeus, 1758) andorinha-azul

Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande 1,3,5,6 1,3 1,3,5,6

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6

Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco

Riparia riparia (Linnaeus, 1758) andorinha-do-barranco

Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) andorinha-de-dorso-acanelado

Troglodytidae

Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) uirapuru-veado 5 1,2,5 1,3,5,6 X

Odontorchilus cinereus (Pelzeln, 1868) cambaxirra-cinzenta 1 1,3

Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1,3,5,6 1,2,3,4,5,6 X

Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau 1,5,6 X

Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô 1,2,3,5,6 2,3,5 1,2,3,4,5 3

Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) garrinchão-de-barriga-vermelha 5,6 1,2,3,4,5,6 X

Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) uirapuru-verdadeiro

Donacobiidae

Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim 1

Polioptilidae

Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5,6 X

Polioptila paraensis Todd, 1937 balança-rabo-paraense 2 X

Turdidae

Catharus fuscescens (Stephens, 1817) sabiá-norte-americano 1

Page 71: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

60

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Catharus minimus (Lafresnaye, 1848) sabiá-de-cara-cinza

Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco X

Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 1 X

Turdus lawrencii Coues, 1880 caraxué-de-bico-amarelo

Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca

Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira 2,3 5,6

Mimidae

Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 2 2

Motacillidae

Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor

Coerebidae

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 3 1 1,2,3,4,5 X

Thraupidae

Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado 5 1,3,6 X

Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1,6 1,2 2,3,5 X

Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro

Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta

Parkerthraustes humeralis (Lawrence, 1867) furriel-de-encontro

Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) pipira-de-bico-vermelho X

Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto X

Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saí-canário

Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta

Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6 3,5,6 X

Lanio luctuosus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) tem-tem-de-dragona-branca 1,2,5,6 1,2,3,4,5 2,5 1 X

Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1,2,3,5,6 1,2,3,5 2,3,5 X

Page 72: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

61

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei

Lanio versicolor (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pipira-de-asa-branca

Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca

Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça-castanha 2,5,6 1,2,3,6 2,4,5

Tangara schrankii (Spix, 1825) saíra-ouro

Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando 1,2,5,6 1,3,5 2 2,3,6

Tangara chilensis (Vigors, 1832) sete-cores-da-amazônia 2,3,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5 X

Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante 5,6 1,3,5 1 X

Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça 2

Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da-amazônia 5 1,3,5,6

Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X

Tangara nigrocincta (Bonaparte, 1838) saíra-mascarada 3 1,6 1

Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saíra-de-cabeça-azul 1,2,5,6 1,5 2 3,6

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela X

Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga 5,6 X

Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira 3,5

Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia 1 1,2,3,6 X

Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 3 6 X

Dacnis albiventris (Sclater, 1852) saí-de-barriga-branca 1

Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara-preta 2,3 1,3,5 2,6

Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 saí-amarela 1,3 X

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 2,5 1,3,5 2,3,4,5 X

Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) saí-de-bico-curto 3,5,6 1,3 2,3,4,5

Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela 2,5,6 1,2,5 1,2,4,5

Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 5

Page 73: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

62

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) saí-verde 6 1,2,3 1,2

Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 2 6 X

Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) saíra-galega 2,6 1,2,3,5 1,2,3

Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho X

Emberizidae

Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico 1,2,3,4,5,6

Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 1,2,5,6 1,2,5,6

Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho

Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1,6 1,5,6

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho 1

Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió 1,5 3 1,5,6

Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto 3,5,6 2,6 1,2

Cardinalidae X

Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaçu-de-fogo

Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso 1

Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato 1,3,6 1,2,5,6 X

Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da-amazônia 1,2,3,4,5,6 2,5 X

Parulidae

Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula

Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato 3 X

Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula-ribeirinho X

Icteridae

Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu 1,5,6 1,3,5,6

Page 74: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

63

Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA

Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuaçu 1,2,3

Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco X

Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão

Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 5

Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1,3,5 1,3,4,5,6

Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim 1 3 X

Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 1 X

Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 vira-bosta-picumã

Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 1 3,6

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta

Fringillidae

Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 1,2,5,6 1,2 2,3,4,5,6

Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 gaturamo-de-bico-grosso

Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde 2,5 1,3,5,6 5

Euphonia minuta Cabanis, 1849 gaturamo-de-barriga-branca

Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834 fim-fim-grande

Euphonia rufiventris (Vieillot, 1819) gaturamo-do-norte 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5 2,3,4,5,6 X

Legenda: CA = Área do Canteiro de obras, RE = Área do Reservatório, CO = Área Controle, EN = Entorno (para aquelas espécies registradas na AI do empreendimento, no entanto, fora das três áreas amostrais). Também são indicadas as espécies endêmicas do Brasil (Endem. BRA)

Page 75: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

64

4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei

Uma espécie considerada rara em toda a Amazônia, de ocorrência bastante pontual e

não muito conhecida, é o enferrujadinho (Neopipo cinnamomea). Esta ave já contava

com um registro auditivo na área controle, obtido em 2011, e durante a sexta

campanha foi novamente registrado em local próximo, na mesma área amostral.

Nessa oportunidade, a espécie foi observada visualmente e material comprobatório de

sua ocorrência no local foi obtido (gravação em áudio).

4.1.3 Espécies endêmicas

Das espécies registradas apenas na sexta fase, nenhuma é considerada endêmica do

Brasil.

4.1.4 Espécies migratórias

Nenhuma espécie de hábitos migratórios foi registrada na presente amostragem.

4.1.5 Espécies relevantes

Na fase anterior, a espécie mais importante daquelas registradas durante a execução

do trabalho foi o patinho-escuro (Platyrinchus saturatus). Ainda não havia sido

encontrada na região e apresenta poucos registros confirmados para Mato Grosso.

Nesta sexta campanha a espécie foi novamente encontrada: um indivíduo foi

capturado e anilhado na área prevista para o reservatório (único local onde foi

constatada até o momento). Merece destaque também uma maria-leque

(Onychorhynchus coronatus) (Foto 10) capturada na área-controle. Além destas,

algumas espécies esperadas para o local, que ainda não haviam sido detectadas

durante o estudo vieram a ser durante esta etapa (Chordeiles nacunda, Epinecrophilla

ornata, Hylophylax naevius, Myrmoborus leucophrys, Tolmomyias poliocephalus,

Tyrannulus elatus e Philohydor lictor). Estes táxons não são considerados tão

relevantes em relação à raridade ou indicação de ambientes íntegros, porém sua

detecção é sim relevante no sentido de serem esperados para os ambientes florestais

amostrados por meio dos métodos de pesquisa. Além destes, a captura e anilhamento

de um gavião-miudinho (Accipiter superciliosus) também pode ser considerada

relevante pelo fato de ser um fato isolado e bastante esporádico. Considerando todos

Page 76: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

65

os registros obtidos durante a fase, a espécie mais relevante foi mesmo o

enferrujadinho (N. cinnamomea), comentado anteriormente.

4.1.6 Esforço amostral

O esforço amostral da sexta fase foi o mesmo empregado nas demais campanhas,

com exceção da quarta fase, que foi interrompida já no início, conforme exigido pela

SEMA e indicado pela COPEL. A Tabela 10 apresenta o esforço de cada método de

pesquisa.

TABELA 10 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO

Método Quantidade /

área amostral

Nº de áreas

amostrais

Nº dias amostrais por fase

No da fase

Esforço total

Redes de neblina 12 3 2/área 6 864 horas-rede (31.104 h.m²)

Pontos de escuta 6 3 2/área 6 12 h

Coleta de dados não-sistematizados - 3 2/área 6 80 h

O gráfico do número acumulado de espécies (Gráfico 2) está ainda em ascenção. Após

o incremento inicial, a curva irá assumir uma tendência mais horizontal, no entanto

vai continuar ascendente em função do número de espécies esperadas para serem

registradas no local. A área de estudo está inserida em uma das zonas mais ricas em

espécies de aves de toda a Amazônia brasileira, portanto, presume-se que haverá

inclusões na lista de espécies até mesmo após alguns anos de pesquisa. Esta região

apresenta uma grande quantidade de espécies florestais e uma (relativamente) baixa

abundância na maioria destas espécies. Desta forma, é necessário um grande esforço

de pesquisa para que seja possível a detecção de um percentual satisfatório desta

riqueza. Considerando que a extenção dos hábitats florestais de interesse é grande,

torna-se provável que espécies inconspícuas e raras venham a ser detectadas

gradualmente, a medida em que o esforço aumenta e novas localidades da área de

influência do empreendimento sejam visitadas.

Page 77: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

66

GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA SEXTA FASE, TOTALIZANDO 259 ESPÉCIES

GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA DA UHE COLÍDER. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO

4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais

4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras)

Na área do canteiro de obras foi registrado, novamente, o maior valor de riqueza

dentre os três sítios amostrais (153 espécies). Na campanha anterior o valor obtido

nesta área foi de 171 espécies e na fase realizada na mesma época do ano passado o

valor foi de 143 espécies. Apesar da interferência da obra (ruídos, explosões, trânsito

de trabalhadores e de máquinas, entre outros) o remanescente florestal apresenta

uma grande riqueza pela diversidade de hábitats existentes ao longo da transecção

avaliada. Esta transecção abrange áreas de mata rupestre em seu trecho de maior

Page 78: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

67

altitude, típica mata de terra firme em seu trecho intermediário, e mata de várzea em

sua porção final. Além disso, existe uma área aberta nos arredores do CETAS, que

permite o registro de espécies que habitualmente não são encontradas no interior da

mata. Esse é o motivo principal de existir esta grande riqueza e diversidade de aves

no local mais impactado, até então, pelas obras de construção da UHE Colíder.

TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 178

Fase 02 143

Fase 03 132

Fase 04 50

Fase 05 171

Fase 06 153

4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório)

A riqueza obtida na área do reservatório durante a sexta campanha foi de 133

espécies, valor inferior ao encontrado na campanha anterior (154 espécies, porém

superior àquele obtido na mesma época de 2011) (Tabela 12). Apesar de a área do

reservatório não ter apresentado tantas espécies quanto à área do canteiro de obras,

algumas possuem ocorrência restrita ao ponto amostral do reservatório, além de

algumas outras apresentarem alta relevância para a comunidade local.

O nível de água acumulada nas matas de várzea do ponto de anilhamento continuava

ainda elevado, ocasionando a mesma dificuldade com os petrechos de captura.

Porém, mesmo assim o local exato de captura foi mantido para proporcionar uma

correta comparação dos dados.

TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 159

Fase 02 122

Fase 03 171

Fase 04 58

Fase 05 154

Fase 06 133

Page 79: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

68

4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle)

A Área-controle, novamente, apresentou o menor número de espécies registradas

(n=87), valor ainda mais baixo que aquele observado na campanha anterior (n=114)

e na fase realizada no mesmo período de 2011 (n=106) (Tabela 13). Apesar do menor

número registrado, a movimentação das aves na área-controle esteve maior quando

comparada à quinta campanha (quando possivelmente fatores climáticos ocasionaram

uma grande redução na movimentação geral de aves florestais no local). Na presente

amostragem, foram capturadas algumas espécies ainda não registradas pelo método

de captura, como o cri-crió ou biscateiro (Lipaugus vociferans), o mãe-de-taoca

(Phlegopsis nigromaculata), a maria-leque (Onychorhynchus coronatus) e o

inesperado guarda-várzea (Hylophylax punctulatus). Esta última espécie ocorre

tipicamente em matas de várzea, ou seja, aquelas sujeitas a inundações periódicas

dos rios, quando os mesmos atingem níveis elevados a ponto da água sair de sua

calha e inundar a mata ribeirinha. O ponto amostral da área controle está bastante

afastado do rio Teles Pires e de qualquer outro corpo de água de grande porte, a uma

altitude de 435 m s.n.m., enquanto que o ambiente tradicionalmente habitado pela

espécie está a 255 m s.n.m. (um desnível de, pelo menos, 180 m). Talvez o indivíduo

estivesse apenas de passagem pelo local, em busca de ambiente favorável em outra

localidade. Somente a continuidade do estudo poderá apontar hipóteses mais

concretas sobre esta questão.

TABELA 13 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de espécies

Fase 01 100

Fase 02 106

Fase 03 124

Fase 04 74

Fase 05 114

Fase 06 87

4.1.8 Similaridade entre as áreas

Os dados obtidos após a execução da sexta fase de campo, analisados por meio da

similaridade de Bray-Curtis, geraram um gráfico semelhante ao apresentado na

primeira fase, não havendo diferenças expressivas. Uma nova análise de presença e

ausência será efetuada após o término do monitoramento pré-enchimento para que as

Page 80: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

69

similaridades sejam melhor avaliadas. Durante a execução de cada fase de campo

haverão apenas pequenas oscilações nos dados.

4.1.9 Anilhamento

Durante a sexta fase de campo do monitoramento da avifauna na área do AHE

Colíder, o mesmo esforço total de 792 horas-rede foi mantido. O número total de aves

capturadas foi de 84 indivíduos, pertencentes a 34 espécies (Tabela 14). Estes valores

são superiores àqueles obtidos na fase anterior. Após a execução de seis campanhas,

o número total de capturas é de 425.

TABELA 14 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO

Etapa do monitoramento Número de capturas Espécies capturadas

Fase 01 75 30

Fase 02 80 37

Fase 03 78 34

Fase 04 42 18

Fase 05 66 25

Fase 06 84 34

Nesta etapa, foram obtidas 21 recapturas de aves marcadas em campanhas

anteriores, sendo cinco na área do canteiro de obras, uma na área-controle e 15 na

área do reservatório.

A área amostral que apresentou maior número de capturas foi a do reservatório, com

50 no total (Tabela 15). A área do canteiro de obras apresentou o menor número de

capturas (n=15). Por fim, a área-controle obteve 19 capturas.

Oscilações no número de espécies capturadas são normais, sendo influenciadas por

inúmeros fatores bióticos e abióticos. Diferenças nas condições climáticas existentes

em cada dia interferem expressivamente no sucesso do método, mas como não é

possível padronizar o fator “clima”, as coletas ocorrem em dias consecutivos e os

resultados são tratados igualmente. Mesmo assim, é importante destacar o número

bem maior de capturas obtidas na área prevista para o reservatório em comparação

com as demais áreas amostrais. Notavelmente, a área que apresenta o maior número

de capturas coincide com a área que será completamente suprimida para a formação

do reservatório. Este dado reforça o tamanho do impacto ambiental que ocorrerá

sobre as populações de aves que habitam as margens do rio Teles Pires.

Page 81: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

70

TABELA 15 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO

Fase do monitoramento Canteiro de obras Reservatório Controle

Fase 01 22 27 26

Fase 02 22 45 13

Fase 03 29 23 26

Fase 04 02 00 40

Fase 05 23 40 03

Fase 06 15 50 19

Totais 113 185 127

As espécies mais capturadas durante a sexta campanha foram a choquinha-de-flanco-

branco (Myrmotherula axillaris) (n=10), o arapaçu-da-taoca (Dendrocincla merula)

(n=07), o uirapuru-de-chapéu-branco (Lepidothrix nattereri) (n=06), o rendadinho

(Willisornis poecilinotus) (n=06), o arapaçu-elegante (Xiphorhynchus elegans)

(n=06), o cabeça-encarnada (Pipra rubrocapilla) (n=05), o arapaçu-de-bico-de-cunha

(Glyphorhynchus spirurus) (n=04) e o formigueiro-de-cauda-castanha (Myrmeciza

hemimelaena) (n=04). As demais espécies apresentaram um número igual ao inferior

a duas capturas.

A Tabela 16 exibe todas as espécies amostradas pelo método de captura com redes

neblina, a quantidade de indivíduos capturados de cada espécie e a taxa de captura

por parcela e total de cada espécie.

TABELA 16 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA

Espécie Capt CA

Taxa CA

Capt RE

Taxa RE

Capt CO

Taxa CO

Total capt.

Taxa total

Myrmotherula axillaris 4 1,52 6 2,27 0 0,00 10 1,26 Dendrocincla merula 0 0,00 6 2,27 1 0,38 7 0,88 Lepidothrix nattereri 0 0,00 4 1,52 2 0,76 6 0,76 Willisornis poecilinotus 1 0,38 3 1,14 2 0,76 6 0,76 Xiphorhynchus elegans 2 0,76 2 0,76 2 0,76 6 0,76 Pipra rubrocapilla 2 0,76 1 0,38 2 0,76 5 0,63 Glyphorynchus spirurus 2 0,76 1 0,38 1 0,38 4 0,51 Myrmeciza hemimelaena 1 0,38 2 0,76 1 0,38 4 0,51 Hylophylax punctulatus 0 0,00 2 0,76 1 0,38 3 0,38 Lophotriccus galeatus 0 0,00 2 0,76 1 0,38 3 0,38 Dendrocincla fuliginosa 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25 Myrmoborus leucophrys 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Myrmotherula hauxwelli 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Phlegopsis nigromaculata 0 0,00 0 0,00 2 0,76 2 0,25 Sittasomus griseicapillus 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25 Xenops minutus 0 0,00 1 0,38 1 0,38 2 0,25 Accipiter superciliosus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13

Page 82: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

71

Certhiasomus stictolaemus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Corythopis torquatus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Galbula cyanicollis 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Glaucis hirsutus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Hylophylax naevius 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Hypocnemoides maculicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Leptotila rufaxilla 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Lipaugus vociferans 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13 Machaeropterus pyrocephalus 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Mionectes oleagineus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Onychorhynchus coronatus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13 Pipra fasciicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Platyrinchus saturatus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Terenotriccus erythurus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13 Thalurania furcata 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Thamnophilus aethiops 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Xiphorhynchus obsoletus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13

Totais 15 - 50 - 19 - 84 -

Nota: A taxa de captura equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de capturas*100 / esforço de 792 horas-rede). A taxa de captura total indica o valor geral para as três áreas amostrais e foi calculada a partir do número total de capturas, sem distinção de local. Legenda: Capt CA = número de indivíduos capturados na área do canteiro de obras; Capt RE = número de indivíduos capturados na área do reservatório; Capt CO = número de indivíduos capturados na área controle; Total capt = número total de indivíduos capturados por espécie.

O intervalo entre a Tabela 9 e a Foto 14 mostra os indivíduos capturados na sexta

fase de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório

e do canteiro de obras.

FOTO 9 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER

FOTOS: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

Page 83: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

72

FOTO 10 – MARIA-LEQUE (ONYCHORHYNCHUS CORONATUS) CAPTURADO E ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE: ESPÉCIE INCOMUM NA REGIÃO, SENDO ESTA A PRIMEIRA CAPTURA DA ESPÉCIE

FOTOS: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 11 – MACHO DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012.

FOTO 12 – FÊMEA DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

Page 84: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

73

FOTO 13 – CRI-CRIÓ OU BISCATEIRO (LIPAUGUS VOCIFERANS) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE. UMA DAS AVES MAIS CONHECIDAS DA AMAZÔNIA

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 14 – GUARDA-FLORESTA (HYLOPHYLAX NAEVIUS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA DO RESERVATÓRIO

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 15 – REDES DE NEBLINA INSTALADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)

Durante a sexta fase de campo do monitoramento da avifauna na área da UHE

Colíder, um total de 83 espécies foram contabilizadas pelo método de contagens por

pontos de escuta.

Page 85: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

74

Os dados obtidos por meio dos censos, nas três parcelas amostrais, geraram uma

tabela com o Índice Pontual de Abundância (IPA) de cada espécie registrada nas

contagens. As espécies mais frequentes, considerando o IPA geral (somatório dos

resultados obtidos nas três áreas amostrais) foram: Crypturellus strigulosus

(IPA=0,389), Pipra rubrocapilla (IPA=0,361), Tyranneutes stolzmanni (IPA=0,306),

Ramphocaenus melanurus (IPA=0,250), Trogon viridis (IPA=0,250), Hylophilus

hypoxanthus (IPA=0,222) e Pheugopedius genibarbis (IPA=0,222).

Todas as demais espécies registradas por meio deste método podem ser visualizadas

na Tabela 17. Nesta tabela também pode ser consultado o número de registros que

cada espécie conteve em cada área amostral. Além do IPA geral, obtido com o

somatório de todos os contatos com todas as espécies, nas três áreas amostrais,

divididos pelo número total de amostras (n=36), foi obtido também o IPA individual

para cada área amostral. Todos estes dados podem ser comparados na Tabela 17.

TABELA 17 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS

Nome do táxon CA IPA CA

RE IPA RE

CO IPA CO

Total IPA Geral

Ara severus 2 0,167 25 2,083 0 0,000 27 0,750 Lipaugus vociferans 9 0,750 9 0,750 7 0,583 25 0,694 Machaeropterus pyrocephalus 12 1,000 4 0,333 9 0,750 25 0,694 Diopsittaca nobilis 9 0,750 13 1,083 1 0,083 23 0,639 Pipra rubrocapilla 7 0,583 2 0,167 6 0,500 15 0,417 Pyrrhura snethlageae 5 0,417 10 0,833 0 0,000 15 0,417 Lepidothrix nattereri 12 1,000 0 0,000 3 0,250 15 0,417 Ara macao 7 0,583 2 0,167 4 0,333 13 0,361 Patagioenas subvinacea 2 0,167 4 0,333 4 0,333 10 0,278 Crypturellus strigulosus 7 0,583 1 0,083 1 0,083 9 0,250 Phaethornis ruber 0 0,000 3 0,250 5 0,417 8 0,222 Thamnophilus aethiops 4 0,333 0 0,000 3 0,250 7 0,194 Myrmeciza hemimelaena 1 0,083 6 0,500 0 0,000 7 0,194 Pionus menstruus 0 0,000 5 0,417 1 0,083 6 0,167 Cercomacra cinerascens 3 0,250 0 0,000 3 0,250 6 0,167 Ramphastos vitellinus 2 0,167 0 0,000 4 0,333 6 0,167 Phlegopsis nigromaculata 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139 Selenidera gouldii 3 0,250 0 0,000 2 0,167 5 0,139 Pteroglossus castanotis 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139 Ramphocaenus melanurus 2 0,167 0 0,000 2 0,167 4 0,111 Trogon viridis 0 0,000 4 0,333 0 0,000 4 0,111 Ornithion inerme 2 0,167 2 0,167 0 0,000 4 0,111 Patagioenas speciosa 1 0,083 2 0,167 0 0,000 3 0,083 Herpsilochmus rufimarginatus 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083 Schiffornis amazona 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083 Cymbilaimus lineatus 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083 Trogon collaris 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083

Page 86: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

75

Momotus momota 1 0,083 2 0,167 0 0,000 3 0,083 Ara ararauna 0 0,000 1 0,083 2 0,167 3 0,083 Myrmotherula brachyura 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083 Myrmotherula multostriata 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083 Ramphocelus carbo 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083 Hylophilus hypoxanthus 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056 Campephilus rubricollis 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Euphonia rufiventris 1 0,083 1 0,083 0 0,000 2 0,056 Ramphastos tucanus 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056 Trogon melanurus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Amazona ochrocephala 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Aratinga leucophthalma 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Capito dayi 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Pteroglossus beauharnaesii 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Arremon taciturnus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Myrmeciza atrothorax 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Progne chalybea 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Jacamerops aureus 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Querula purpurata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Cantorchilus leucotis 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Hylophilus semicinereus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Trogon ramonianus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Xiphorhynchus elegans 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Tangara gyrola 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Tinamus guttatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Picumnus aurifrons 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Pyrilia barrabandi 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Tangara palmarum 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Thamnophilus amazonicus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Tinamus tao 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Trogon curucui 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Terenotriccus erythrurus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Pygiptila stellaris 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Hypocnemis striata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Chaetura egregia 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Hypocnemoides maculicauda 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Galbula leucogastra 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Pionites leucogaster 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Myrmoborus myotherinus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Microcerculus marginatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Crypturellus tataupa 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Heliothryx auritus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Cyanerpes caeruleus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Cyanerpes cyaneus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Hemithraupis flavicollis 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Tangara palmarum 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Thalurania furcata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Manacus manacus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Chloroceryle aenea 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Mesembrinibis cayennensis 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Monasa morphoeus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Myrmotherula sclateri 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028

Page 87: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

76

Attila spadiceus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Myiopagis gaimardii 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Pauxi tuberosa 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Tyrannulus elatus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028

Nota: CA = canteiro de obras; RE = reservatório; CO = área controle) e o IPA geral. As espécies estão listadas em ordem decrescente de IPA geral

4.1.11 Métodos não sistematizados

Por meio de métodos não sistematizados, aplicados aleatoriamente durante toda a

fase de campo, em especial, durante os últimos dois dias, algumas informações

puderam ser obtidas. Foi executada uma incursão de barco à montante das áreas

amostrais com o objetivo de avaliar novos ambientes. Um total de cinco espécies, das

sete registradas exclusivamente na sexta fase de campo, foi encontrado somente por

meio de buscas livres, sem que fosse aplicado algum tipo de método quantitativo.

Este dado reforça a importância de se aplicar buscas livres.

A Tabela 18 apresenta todos os registros inéditos obtidos durante a fase e indica

aquelas que foram encontradas por meio de métodos não sistematizados.

TABELA 18 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SEXTA FASE DE CAMPO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS

Registro por método Táxon Nome popular Não

sistematizado Sistematizado

Chordeiles nacunda corucão X

Epinecrophylla ornata choquinha-ornada X

Hylophylax naevius guarda-floresta X

Myrmoborus leucophrys papa-formiga-de-sobrancelha X X

Tolmomyias poliocephalus bico-chato-de-cabeça-cinza X

Tyrannulus elatus maria-te-viu X

Philohydor lictor bentevizinho-do-brejo X

O intervalo entre a Foto 16 e a Foto 23 exibe os indivíduos capturados na sexta fase

de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório e do

canteiro de obras.

Page 88: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

77

FOTO 16 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (Spizaetus tyrannus) FOTOGRAFADO NA FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA UHE COLÍDER

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 17 – GAVIÃO-MIUDINHO (Accipiter superciliosus) VISTO APÓS A SOLTURA. OBSERVAR DETALHE DA ANILHA

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 18 – ARARA-CANINDÉ (ara Ararauna) REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ESTA ESPÉCIE É MAIS COMUM NOS DOMÍNIOS DO CERRADO. SUA CONGÊNERE ARA MACAO É ENCONTRADA COM MAIS FREQUÊNCIA NA AI DA UHE COLÍDER

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 19 – POMBA-TROCAL (Patagioenas speciosa) COMUMENTE OBSERVADA AO LONGO DO RIO TELES PIRES E AMBIENTES ABERTOS DO ENTORNO DA UHE COLÍDER

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

Page 89: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

78

FOTO 20 – MACURU-PINTADO (Notharchus tectus) ENCONTRADO COM FREQUÊNCIA NA ÁREA-CONTROLE

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 21 – ANAMBÉ-AZUL (Cotinga cayana), MACHO, ENCONTRADO ESPORADICAMENTE NA MATA CILIAR DO RIO TELES PIRES, ENTRE AS PARCELAS DA ÁREA DO RESERVATÓRIO E O CANTEIRO DE OBRAS

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 22 – ANAMBÉ-UNA (Querula purpurata): ESPÉCIE FREQUENTEMENTE ENCONTRADA NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO E NA PARCELA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

FOTO 23 – SETE-CORES-DA-AMAZÔNIA (Tangara chilensis): UMA DAS SAÍRAS MAIS COMUNS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER

FOTO: EDUARDO W. PATRIAL, 2012

Page 90: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

79

4.1.12 Índice de diversidade

Considerando os dados de abundância, obtidos por meio das contagens em pontos

fixos, obteve-se um índice de diversidade de H’=2.629 para a sexta fase de campo.

4.1.13 Espécimes coletados

Apenas dois indivíduos de duas espécies distintas foram coletados durante a sexta

fase de campo: Lepidothrix nattereri e Xiphorhynchus obsoletus. Ambas as aves

vieram a entrar em óbito durante o procedimento de captura em redes de neblina e

foram devidamente acondicionados em freezer para posterior aproveitamento das

peles.

4.1.14 Considerações finais

Os resultados obtidos na sexta fase de campo foram mais satisfatórios que aqueles

colhidos na campanha anterior. Apesar de ainda haver fortes e frequentes chuvas, e

do nível do rio Teles Pires estar bastante elevado, a coleta de dados não foi

prejudicada. Verificou-se que as matas de igapós próximas às margens do rio ainda

estavam parcialmente inundadas, favorecendo o registro de algumas espécies mais

comumente detectadas na estação chuvosa em tal hábitat (e.g. Eurypyga helias e

Nasica logirostris).

Na campanha anteriormente realizada as mudanças climáticas interferiram

demasiadamente nos resultados da fase, no sentido de causarem uma baixa extrema

na atividade das aves florestais. Esse fenômeno não foi observado na presente

amostragem e os resultados obtidos tanto pelos métodos sistematizados como pelos

não sistematizados foram positivos e incrementaram o trabalho. Apesar da elevada

precipitação pluviométrica durante a amostragem, os dados coletados referentes à

avifauna revelaram o esperado para o período de transição entre as estações chuvosa

e seca. Por se tratar de um grupo faunístico representado por muitas espécies, ainda

mais em uma região amazônica mega diversa, as diferenças dessa amostragem

comparadas à anterior e àquela realizada em mesmo período do ano passado (2011),

baseiam-se principalmente em detalhes.

Em relação à riqueza de espécies, as fases de campo vêm seguindo uma média

semelhante de registros, em torno de 250 espécies.

Page 91: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

80

A presente amostragem teve um acúmulo de 259 táxons, enquanto que a campanha

02, realizada no mesmo período de 2011, revelou 247 táxons e a campanha 05

(campanha passada) obteve uma riqueza de 264 espécies. Estes valores são

relevantes, uma vez que o EIA do presente empreendimento cita um total de 220

espécies registradas em duas visitas à região, onde diversos locais foram

inventariados.

Deste total observado na sexta campanha, sete espécies ainda não haviam sido

encontradas durante o estudo, representando registros inéditos para o monitoramento

da área da UHE Colíder.

Dos registros mais relevantes, merece destaque uma espécie considerada rara em

toda a Amazônia, de ocorrência bastante pontual e não muito conhecida: o

enferrujadinho (Neopipo cinnamomea). Esta ave já contava com um registro auditivo

na área controle, obtido em 2011, e durante a sexta campanha foi novamente

registrado em local próximo, na mesma área amostral. Nessa oportunidade, a espécie

foi observada visualmente e material comprobatório de sua ocorrência no local foi

obtido (gravação em áudio).

O patinho-escuro (Platyrinchus saturatus), detectado pela primeira vez na campanha

anterior, foi novamente encontrado durante esta sexta amostragem, na mesma área

amostral. Isso indica que a espécie possivelmente seja residente. O acúmulo de

registros nas próximas etapas confirmará tal hipótese. Outras duas espécies que

merecem destaque são: a maria-leque (Onychorhynchus coronatus), capturada na

área-controle; e a captura e anilhamento de um gavião-miudinho (Accipiter

superciliosus) na área prevista para o reservatório.

Em relação ao método de captura e marcação de aves silvestres, 84 indivíduos,

pertencentes a 34 espécies foram capturados durante a sexta fase de campo do

monitoramento da avifauna. Destas, 21 aves já haviam sido anilhadas em campanhas

anteriores e representam recapturas. Até o momento têm-se um total de 425

capturas realizadas.

Os índices de captura em redes de neblina e coleta de abundância foram maiores na

presente amostragem. Nitidamente pôde-se verificar uma maior movimentação por

parte das espécies que ocupam o estrato inferior da floresta, especialmente as

famílias Thamnophilidae, Dendrocolaptidae, Pipridae e Tyrannidae. Pôde-se notar uma

maior frequência de vocalização das espécies de aves de maneira geral, o que

favoreceu a coleta de dados de abundância. Além disso, foi observado em campo que

Page 92: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

81

muitas das espécies estavam apresentando cuidado parental, quando muitos

indivíduos jovens estão em processo de aprendizagem sobre métodos de obtenção de

alimento e tipos de vocalização (período de recrutamento nas populações). É bastante

difícil inferir sobre o período reprodutivo da maioria das espécies de aves na

amazônia, em vista de que cada espécie possui uma preferência particular devido ao

nicho ocupado. Entretanto, na presente amostragem, foi nítida a maior movimentação

e detecção por meio da vocalização de diversos grupos da avifauna. Certamente o

período de transição para a estação seca servirá para uma nova postura para muitas

espécies, antes de atingir o auge de seca, período escasso em alimento

principalmente para a avifauna insetívora.

Os principais motivos que explicam os resultados da campanha anteriormente

realizada (fase 05) se baseiam em basicamente duas possibilidades plausíveis: (a)

muitas espécies estavam em período de incubação, sendo pouco detectadas em seus

habitats por meio da vocalização e, consequentemente, apresentando um baixo índice

de detecção; (b) as condições climáticas adversas fizeram com que as aves

reduzissem drasticamente a movimentação. Diante de chuvas constantes, fortes

ventos e baixas temperaturas, a oferta de insetos como item alimentar para a

avifauna é extremamente baixa, interferindo diretamente nos registros de aves

florestais durante o trabalho. Muitas espécies de aves diminuem ou até mesmo

cessam a atividade de forrageamento diante estas condições para evitar gasto

energético.

Agora nesta fase de campo, bandos mistos de aves tiveram também uma maior

frequência de registro, tanto bandos no estrato inferior da floresta como bandos de

dossel, compostos em sua maior parte, respectivamente, por espécies insetívoras e

frugívoras. A reunião de diversas espécies diferentes em bandos mistos maximiza a

obtenção de itens alimentares, e as aves utilizam desta técnica principalmente em

períodos de escassez de alimento.

Diante dos dados apresentados no presente relatório, pode-se concluir que os

resultados obtidos na sexta fase de campo do monitoramento foram bastante

satisfatórios. Espera-se que a próxima etapa, a ser realizada em julho deste ano de

2012, apresente dados ainda melhores, pois coincidirá com o início da atividade

reprodutiva da maioria das espécies de aves florestais. Este período é marcado por

uma intensa atividade vocal de machos que estão à procura de cópula e uma intensa

movimentação geral de aves, o que pode proporcionar um elevado número de

Page 93: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

82

indivíduos capturados nas redes de neblina e uma grande quantidade de informações

inéditas ao estudo.

4.2 MASTOFAUNA

4.2.1 Procedimentos Metodológicos

Durante a sexta campanha do monitoramento da mastofauna na área da UHE Colíder,

foram amostradas as mesmas três áreas ou parcelas amostrais: (1) canteiro de obras,

(2) reservatório e (3) área-controle. A área do reservatório escolhida e utilizada nessa

última fase (abril de 2012) foi a mesma utilizada nas duas primeiras fases de campo.

Essa escolha justifica-se devido ao acúmulo de água das cheias do rio Teles Pires na

trilha utilizada durante as fases 2 e 4, impossibilitando a aplicação de alguns métodos

de pesquisa, principalmente as capturas com armadilhas. Os esforços de campo

permaneceram os mesmos das outras fases.

Pequenos mamíferos não-voadores – Foram empregados dois conjuntos de

metodologias complementares: (1) três linhas de armadilhas de interceptação e

queda (pitfalls) e (2) 150 armadilhas de captura viva (live traps) de dois tipos:

Tomahawk® e Shermann®. As armadilhas de captura viva foram iscadas com uma

mistura composta por banana, paçoca de amendoim, farinha de milho, pedaços de

toucinho e castanha-do-Pará, sendo instaladas 50 unidades em cada área amostral.

Ambos tipos de armadilhas foram revisados pela manhã a cada dia e re-iscados

conforme a necessidade. Os dois conjuntos de métodos empregados para a captura

de pequenos mamíferos não-voadores permaneceram em funcionamento durante seis

dias consecutivos, simultaneamente nas três áreas amostrais. Todos os indivíduos

capturados foram pesados, e tomadas as seguintes medidas: comprimento da cabeça

e corpo (CC) e comprimento da cauda (CA). Os pequenos mamíferos não-voadores

foram identificados segundo as chaves de identificação de Gardner (2007), Bonvicino

et al. (2008) e Weksler & Percequillo (2011) e das descrições apresentadas em Rossi

et al. (2011) e Oliveira & Bonvicino (2011).

Morcegos – para a captura de morcegos foram empregadas 12 redes de neblina

(6 x 3 m) que pemaneceram abertas do pôr-do-sol até às 00:00 horas. As redes

foram armadas por duas noites consecutivas em cada parcela amostral. Os animais

Page 94: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

83

capturados foram pesados e também foram tomadas as medidas de seus antebraços.

Os primeiros morcegos capturados por espécie foram sacrificados, preparados em via

úmida e depositados na Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR como material

testemunho; para uma melhor definição taxonômica. Os demais indivíduos foram

identificados, marcados com anilhas numeradas em seus antebraços. Os morcegos

foram identificados segundo as chaves para a identificação de morcegos de Vizzoto &

Taddei (1973), Lim & Engstron (2001), Gardner (2007) e Miranda et al. (2011),

associada às descrições apresentadas por Simmons & Voss (1998), Barquez et al.

(1999), Reis et al. (2007) e Peracchi et al. (2011).

Mamíferos de médio e grande porte – Esses mamíferos foram registrados com o

seguinte conjunto de metodologias: (1) busca ativa por vestígios (pegadas, rastros,

fezes, tocas, etc.) e por registros diretos da presença de mamíferos (visualizações,

contatos auditivos, carcaças, etc.), essas buscas se deram, a pé, de carro e de barco,

distribuídas de forma equivalente entre as três áreas amostrais; e (2)

armadilhamento fotográfico, onde foram armadas quatro armadilhas fotográficas

(Trophy Cam Trail Camera - Bushnell®), sendo uma em cada área amostral e uma

quarta câmera foi armada em um ponto oportunístico. As pegadas e os rastros foram

identificados segundo os guias de pegadas de González (2001), Oliveira & Cassaro

(2005) e Mamede & Alho (2008).

4.2.2 Riqueza de espécies

Nessa sexta fase do monitoramento de fauna foram registradas 32 espécies de

mamíferos silvestres, apresentando uma diversidade de H’=3,098. Os resultados

obtidos nessa sexta fase do monitoramento não acrescentaram novas espécies à lista

geral de mamíferos silvestres da área da UHE Colíder. As espécies registradas durante

as seis primeiras fases do monitoramento, somadas àquelas registradas no EIA do

mesmo empreendimento, totalizam 112 espécies, pertencentes a 10 ordens e 30

famílias (Tabela 19).

Page 95: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

84

TABELA 19 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

ORDEM DIDELPHIMORPHIA

Família Didelphidae

Caluromys lanatus (Olfers, 1818) cuíca-lanosa OD Co 2 - -

Caluromys phylander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa CP Re 3 - -

Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá-de-orelha-preta - - - X -

Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) guaiquica - - - X -

Cryptonanus sp. guaiquica CP Re,Co 1 - -

Marmosa murina (Linnaeus, 1758) guaiquica CP Re,Co 1,2,3 X -

Marmosops bishopi (Pine, 1981) cuica - - - X -

Marmosops parvidens (Tate, 1931) cuíca - - - X -

Marmosops sp. cuíca - - - X -

Micoureus demerarae (Thomas, 1905) cuíca - - - X -

Micoureus constantiae (Thomas, 1904) cuíca CP Re 1 - DD

Monodelphis brevicaudata (Erxleben, 1777) cuica CP Re,Co 1,6 X -

Monodelphis kunsi Pine, 1975 cuica CP Co,Re 1,5 X DD

ORDEM CINGULATA

Família Dasypodidae

Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha PE,TO,ENT Ca,Re,En 1,3,5 X -

Dasypus kappleri (Desmarest, 1804) tatu-quinze-quilos OD,TO,ENT Ca,Co,En 1,2 X -

Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba OD,PE,TO Ca,Re,Ca,En 1 X -

Tolipeutes matacus (Desmarest, 1804) tatu-bola - - - X DD

Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole CP Ca 2,5 - -

Priodontes maximus (Kerr, 1792) tatu-canastra PE,ENT,AF Re,Ca,Co 1,3,5 X VU

ORDEM PILOSA

Família Myrmecophagidae

Page 96: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

85

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim OD,ENT,AF Ca,Re,Co 1,5,6 X -

Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira ENT En 1 X VU

Família Megalonychidae

Choloepus hoffmanni Peters, 1858 preguiça-real RES Ca 3 - -

ORDEM PRIMATES

Família Atelidae

Ateles marginatus (É. Geoffroy, 1809) macaco-aranha-de-cara-branca

OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 - EN

Ateles chamek (Humboldt, 1812) macaco-aranha OD,CA Re 1,2,3,5,6 X -

Alouatta discolor (Sipx 1823) bugio OD Ca,Co 3,6 - -

Família Cebidae

Mico emiliae (Thomas, 1920)* sagui OD,CA Ca, Em 1,3,5,6 X -

Cebus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 X -

Cebus albifrons (Humboldt, 1812) caiarara - - - X DD

Família Pitheciidae

Callicebus molock (Hoffmannsegg, 1807) guigó, zogue-zogue OD,CA Re,Co 1,2,3,6 X - Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Devile, 1848)

cuxiú-de-nariz-vermelho OD,CA Ca,Re,Co 2,3,5 - -

Pithecia irrorata Gray, 1842 parauacú - - - X -

Família Aotidae

Aotus infulatus (Khul, 1820) macaco-da-noite OD,CA Ca 2,3 X -

ORDEM CHIROPTERA

Família Embalonuridae

Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) morcego CP,OD Re 1,2 - -

Família Mormoopidae

Peropteryx macrotis (Wagner, 1842) morcego - - - X -

Família Phyllostomidae

Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -

Page 97: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

86

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

Phyllostomus discolor Wagner, 1843 morcego CP Ca,Re,Co 1,3,6 X -

Phyllostomus elongatus (É. Geoffroy, 1810) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,6 - -

Phyllostomus latifolius (Thomas, 1901) morcego CP Ca 3,5 - DD

Phylloderma stenops Peters, 1865 morcego CP Co 2 - -

Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego RES - 3 X -

Lophostoma silvicolum d’Orbigny, 1836 morcego - - - X -

Lophostoma brasiliense Peters, 1866 morcego CP Ca 5 X -

Trachops cirrhosus (Spix, 1823) morcego CP Co,Re 1,6 X -

Micronycteris megalotis Gray, 1842 morcego - - - X -

Trinycteris nicefori (Sanborn, 1942) morcego CP Co 1 - -

Lampronycteris brachyotis (Dobson, 1879) morcego CP Co 3 - -

Glyphonycteris silvestris (Thomas, 1896) morcego CP Re 3 - -

Lionycteris spurrelli Thomas, 1903 morcego - - - X -

Lonchophylla mordax Thomas, 1903 morcego - - - X DD

Lonchophylla thomasi Allen, 1904 morcego CP Co 5 - -

Glossophaga soricina (Pallas, 1766) morcego - - - X -

Choeroniscus minor (Peters, 1868) morcego CP Ca,Re 3 X -

Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) morcego-vampiro CP,VE Ca,Re 1,2 X -

Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) morcego CP Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -

Rhinophylla pumilio Peters, 1865 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -

Rhinophylla fischerae Carter, 1966 morcego - - - X DD

Dermanura cinerea (Gervais, 1856) morcego - - - X -

Dermanura gnoma Handley, 1987 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 - -

Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego CP Ca,Re,Co 1,3,5,6 X -

Artibeus planirostris (Spix, 1823) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6 X -

Artibeus obscurus (Schinz, 1821) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6 X -

Mesophylla macconnelli Thomas, 1901 morcego CP Ca 3 X -

Page 98: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

87

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810) morcego - - - X - Platyrrhinus fusciventris Velazco, Gardner & Patterson, 2010)

morcego CP Co 5 - -

Platyrrhinus sp. CP Ca 6 - -

Uroderma magnirostrum Davis, 1968 morcego - - - X -

Uroderma bilobatum Peters, 1866 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X -

Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) morcego CP Ca 1,2 - -

Familia Mormoopidae

Pteronutus parnellii (Gray, 1843) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -

Pteronotus personatus (Wagner, 1843) morcego CP Re 5 - -

Família Noctilionidae

Noctilio albiventris Desmarest, 1818 morcego-pescador-pequeno OD Re 2 - -

Familia Molossidae

Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego RES Ca 3 X -

Molossus rufus (É. Geoffroy, 1805) morcego RES Ca 3 - -

Família Vespertilionidae

Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego CP,RES Ca,Re,Co 1,3 -

-

Myotis cf. riparius Handley, 1960 morcego CP Co 3 - -

ORDEM CARNÍVORA

Família Canidae

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim PE,OD,AF,ENT Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6 X -

Atelocynus microtis (Sclater, 1883) cachorro-deo-mato-de-orelha-curta

OD Ca 1 X DD

Speothos venaticus (Lund, 1842) cachorro-vinagre - - - X VU

Família Felidae

Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica PE,ENT,AF Ca,Co,Re 1,3,5,6 X VU

Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato - - - X VU

Page 99: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

88

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

Puma yagouaroundi (Lacépède, 1809) gato-mourisco OD,ENT Ca,Em 1,2,5 X -

Puma concolor (Linnaeus, 1771) puma PE,ENT Em 1 X VU

Panthera onca (Linnaeus, 1758) onça-pintada OD,PE,CA,ENT,AF,FE Re,Ca 1,2,3,5,6 X VU

Família Mustelidae

Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara OD,RES Ca,Co 3,4,6 X -

Galictis vittata (Schreber, 1776) furão CÇ Em 3 - -

Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra ENT,PE Re 1,2 X -

Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) ariranha ENT,OD,AF Re 1,2,3,6 X VU

Mustela africana Desmarest, 1818 doninha-amazônica OD Ca 3 - DD

Família Procyonidae

Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) mão-pelada PE Re,Co 1,2,3 X -

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati ENT,CÇ Ca 1,2 X -

Potos flavus (Schreber, 1774) jupará OD,ENT,CA Ca,Re,Co 1,3,4,5,6 X -

ORDEM ARTIODACTYLA

Família Cervidae

Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) veado-catingueiro PE,ENT Ca,En,Co 1,2,3,5,6 X -

Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro ENT Ca,En 1 X -

Família Tayassuidae

Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto PE,OD,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -

Tayassu pecari (Link, 1795) queixada PE,OD,AF,ENT,CÇ Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -

ORDEM PERISSODACTYLA

Familia Tapiridae

Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta OD,PE,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -

ORDEM RODENTIA

Família Sciuridae

Guerlinguetus gilvigularis (Wagner, 1842) caxinguelê OD,CÇ Ca,Em,Re 1,2,3 - -

Sciurillus pusillus (É. Geoffroy, 1803) coatipuruzinho OD Co 4 - -

Page 100: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

89

TÁXON Nome popular Método de registro

Área amostral

Fase do Monitoramento EIA

Status de conservação

Família Caviidae

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara CÇ,OD,PE,ENT,FE Ca,Re 1,2,3,5 X -

Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)* preá - - - X -

Família Erethizontidae

Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço-cacheiro OD Ca,Re 1,5 X -

Família Dasyproctidae

Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) cotia PE,ENT,AF,OD Ca,Co,En 1,2,3,5 X -

Família Cuniculidae

Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) paca ENT,PE,AF Ca,Re 1,2,5 X -

Família Cricetidae

Neacomys spinosus (Thomas, 1882) rato-de-espinho-pequeno - - - X -

Oecomys bicolor (Thomas, 1860) rato-da-árvore CP Re,Co 1,2,3,5 X -

Oecomys cf. trinitatis Thomas, 1903 rato-da-árvore - - - X -

Oecomys roberti (Thomas, 1904) rato-da-árvore - - - X -

Eurioryzomys nitidus (Thomas, 1884) rato-do-mato - - - X -

Necromys lasiurus (Lund, 1841) rato-do-mato CP Co 1 - -

Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) rato-do-mato - - - X -

Rhipidomys emiliae (J.A. Allen 1916) rato-do-mato CP Re 1 X -

Família Echimidae

Proechimys longicaudatus (Rengger, 1830) rato-de-espinho CP Co 1,2,3,5 - -

ORDEM LAGOMORPHA

Família Leporidae

Silvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti OD En 1 X -

Nota: Táxons/Espécie, seguida de seu nome popular; do método de registro (OD = observação direta, PE = pegada, FE, fezes, CÇ = carcaça, CA = Contato auditivo, CP = Captura, AF = armadilha fotográfica, ENT = entrevista, TO = toca, VE = vestígios, RES = capturada pelo resgate de fauna); área amostral (Ca = Canteiro de Obras, Re = Reservatório, Co = Área controle e En = entorno da área de influência); Fase de campo em que ocorreu o registro (em números arábicos respectivos às fases de campo do monitoramento de fauna); EIA (espécie registrada pela equipe do EIA) e Status de conservação no Brasil (segundo CHIARELLO et al. 2008) (CR = Criticamente em Perigo, EN = Em perigo, VU = Vulnerável e DD = Dados insuficientes).

Page 101: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

90

4.2.3 Espécies ameaçadas

Foram registradas quatro espécies ameaçadas de extinção durante a sexta campanha:

o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus) (EN) (Foto 24), a jaguatirica

(Leopardus pardalis) (VU) (Foto 25), a onça-pintada (Panthera onca) (VU) e a

ariranha (Pteronura brasiliensis) (VU).

FOTO 24 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (Ateles marginatus), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES

FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

FOTO 25 – JAGUATIRICA (Leopardus pardalis), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADA PELA ARMADILHA FOTOGRÁFICA DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO

FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012

4.2.4 Espécies endêmicas

As espécies endêmicas registradas durante a sexta campanha foram aquelas

endêmicas da Amazônia: Monodelphis brevicaudata (Foto 26), Ateles marginatus, A.

chamek, Mico emiliae, Callicebus molock, Dermanura gnoma (Foto 27) e Potos flavus

(van Roosmalen et al. 2002; Reis et al. 2007, 2008, 2011).

Page 102: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

91

FOTO 26 – CUÍCA Monodelphis brevicaudata, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER

FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

FOTO 27 – MORCEGO Dermanura gnoma, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA, CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER

FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

4.2.5 Espécies raras

Não foram registradas espécies consideradas raras na sexta fase do monitoramento.

4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas

Não foram registradas espécies migradoras dentre os mamíferos em nenhuma das

seis primeiras fases do monitoramento.

4.2.7 Espécies Bioindicadoras

As espécies que talvez melhor se “encaixem” como bioindicadoras para a situação

local podem ser aquelas de hábitos aquáticos e semi-aquáticos, exatamente por

estarem diretamente relacionadas aos impactos de um represamento. Entre essas

espécies destacam-se: a lontra (Lontra longicaudis), a ariranha (Pteronura

brasiliensis), a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e a paca (Cuniculus paca). A

capivara é um animal que geralmente se adapta bem a maiores alterações

ambientais, especialmente em empreendimentos hidrelétricos. Essa espécie pode ser

afetada positivamente com a presença de um lago, tendo aumento em suas

populações, podendo causar até mesmo prejuízos econômicos e sanitários. Além das

espécies ligadas ao ambiente aquático, as espécies florestais também sofrem

impactos ligados à supressão dos ambientes florestados e em especial às margens dos

rios. Em especial os primatas podem ser considerados bons indicadores por serem

Page 103: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

92

exclusivamente florestais, sofrendo bastante com a descaracterização, a

fragmentação e a redução florestal. Além desses dois grupos, a presença dos

carnívoros na área de estudo, em especial as espécies de maior porte podem indicar a

qualidade ambiental.

4.2.8 Espécies exóticas

Não foram registradas espécies exóticas vivendo de forma livre nas áreas de estudo

durante a sexta fase de campo.

4.2.9 Espécies cinegéticas

Algumas espécies registradas nessa sexta fase podem ser consideradas cinegéticas,

como por exemplo: o veados Mazama gouazoubira. Além dessa, a anta (Tapirus

terrestris), o cateto (Pecary tajacu) e o queixada (Tayassu pecari), sofrem constante

pressão de caça. Essas espécies são frequentemente caçadas em qualquer região

onde ocorram (WCS 2004; Chiarello 2000). Essas espécies são registradas com

frequência e estavam presentes na área de estudo durante a sexta campanha.

Inclusive, foi registrada uma anta (T. terrestris) morta à tiros na estrada de acesso à

usina (Foto 28), exatamente para onde foi relatado na campanha anterior a presença

de caçadores que trabalham nas obras da usina, sendo apresentadas fotografias dos

mesmos no momento do flagrante. Deve-se mencionar que a equipe de

monitoramento acumulou diversas observações de anta na parcela da área-controle, e

é possível que este animal abatido seja um dos frequentemente observados durante o

estudo.

Page 104: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

93

FOTO 28 – A ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO E CONTINUA SENDO CAÇADA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, POR FUNCIONÁRIOS DAS EMPREITEIRAS

FOTO: LUANA C. MUNSTER, 2012

4.2.10 Espécies de importância econômica

Algumas espécies podem ter alguma importância econômica como por exemplo os

macacos do gênero Cebus, que podem causar algum prejuízo econômico em

plantações de mandioca, milho e cana-de-açúcar. As espécies carnívoras podem

também ter importância econômica uma vez que podem se alimentar de animais

domésticos causando alguma forma de prejuízo para moradores locais. As capivaras

em casos de grandes populações podem invadir plantações e causar dano econômico.

4.2.11 Espécies de risco epidemiológico

Embora o morcego-vampiro (Desmodus rotundus) possa ser um importante vetor do

vírus da raiva, essa espécie só foi registrada em uma das fases de campo, podendo

ser considerada pouco abundante. Os primatas pode ser considerados reservatórios

da febre amarela. Além disso, os roedores silvestres podem ser reservatórios de

diversas doenças como a hantavirose e a leptospirose, por exemplo. A anta (Tapirus

terrestris), o queixada (Tayassu pecari) e o cateto (Pecari tajacu) podem ser

reservatórios de doenças como a febre maculosa e a doneça de Lime, sendo

transmitida por seus carrapatos à humanos e à animais domésticos. Esse último

quadro pode se agravar em casos de populações grandes e/ou crescentes, como no

Page 105: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

94

caso de grandes populações de capivaras sendo beneficiadas por aproveitamentos

hidrelétricos. Estas espécies são comuns na região e foram constatadas durante a

sexta campanha.

4.2.12 Esforço amostral

O esforço amostral despendido nas seis primeiras fases somou 46 dias de campo,

sendo 10 dias na primeira fase (15 a 24 de fevereiro de 2011), nove dias na segunda

fase (27 de abril a 8 de maio de 2011), sete dias na terceira fase (10 a 17 de julho de

2011), quatro dias na quarta fase (21 a 24 de setembro de 2011) (essa campanha foi

interrompida pela SEMA devido à irregularidades constatadas na obra por parte da

construtora), oito dias na quinta fase (8 a 15 de fevereiro de 2012) e oito dias na

sexta fase (18 a 25 de abril de 2012). Os dias de amostragem sistematizados

permaneceram os mesmos seis dias por fase (exceto na fase 4) e os dias de busca

livre (métodos não sistematizados) variaram conforme a possibilidade em cada

campanha. Os métodos sistematizados são priorizados desde o início da fase, e caso

haja tempo ao final da aplicação dos métodos sistematizados, o restante do período é

destinado à coleta de dados não sistematizados. O esforço amostral dividido por

método é apresentado na Tabela 20.

TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER

Método Quantidade / área amostral

Nº de áreas amostrais

Nº dias amostrais por fase

No de fases realizadas

Esforço total

Armadilhas Sherman + Tomhawk

35 + 15 = 50

3 6 5 4.500 armadilhas/noite

Armadilhas de interceptação e queda

24 baldes 240 m

3 6 5 2.160 baldes/dia 21.600m/dia

Redes de neblina 12 3 6 (2 / área) 5 360 redes/noite 38.880m2/h

Armadilhas fotográficas 1 3 6 6

108 armadilhas/dia

A curva de acumulação de espécies ou curva do coletor, construída considerando-se a

mastofauna amostrada nas seis primeiras fases do monitoramento de fauna começa a

tomar a forma de uma curva estabilizada, uma vez que nessa última fase não foi

acrescentada nenhuma espécie (Gráfico 4). Pela forma da curva pôde-se perceber que

houve um incremento maior de espécies nas primeiras fases do monitoramento,

sendo que a inclinação da curva diminuiu nas últimas fases, mostrando um menor

Page 106: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

95

incremento nesse último período. Isso é natural e sugere que a continuidade dos

esforços de amostragem podem mostrar se realmente a curva está se estabilizando.

GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SEIS PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT

4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas

4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras

Na área do canteiro de obras foram registradas 16 espécies de mamíferos silvestres

durante a sexta fase do monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de

H’=2,593. Metade das espécies amostradas no canteiro de obras foi também

registrada nas outras áreas, porém as outras foram registradas exclusivamente nesse

sítio amostral, como por exemplo: o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o

sagui (Mico emiliae), os morcegos (Platyrrhinus sp., Rynophylla pumilio, Pteronotus

parnellii e Phyllostomus hastatus), o cateto (Pecari tajacu) e a jaguatirica (Leopardus

pardalis).

4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório

Na área do reservatório foram registradas 12 espécies durante a sexta fase do

monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,224. Apenas

quatro espécies amostradas no reservatório foram também registradas nas outras

áreas, as outras sete foram registradas exclusivamente nessa área, sendo elas: a

cuíca (Monodelphis brevicaudata), o macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chameck),

Page 107: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

96

os morcegos (Trachops cirrhosus e Phyllostomus elongatus), a jaguatirica (Leopardus

pardalis), a onça-pintada (Panthera onca), a ariranha (Pteronura brasiliensis) e o

roedor (Eurioryzomys nitidus).

4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle

Na área controle foram registradas 15 espécies durante a sexta fase do

monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,532. A maior parte

das espécies amostradas na área controle foi também registrada nas outras áreas,

porém algumas foram registradas exclusivamente nesse sítio amostral, como por

exemplo: o bugio (Allouata discolor), o macaco-prego (Cebus apella), os morcegos

(Glossophaga soricina e Phyllostomus discolor), a irara (Eira barbara), o jupará (Potos

flavus) e o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira).

4.2.13.4 Comparação entre as áreas

A maior similaridade entre as áreas amostrais se deu entre a área do canteiro de

obras e a área-controle (30,7%), seguida pela similaridade entre o canteiro de obras

e a área do reservatório (28%) e por último, a similaridade entre o reservatório e a

área-controle (26%) (conforme os resultados da similaridade de Bray-Curtis) (Figura

4).

Page 108: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

97

FIGURA 4 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA UHE COLÍDER. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE

4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento

Percebe-se uma diminuição tanto na riqueza quanto na diversidade das espécies no

decorrer das seis primeiras fases do monitoramento (Tabela 21 e Gráfico 5). Talvez

isso já seja o reflexo das alterações ambientais oriundas da instalação de um grande

empreendimento como a UHE Colíder.

TABELA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES

Área Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6

Canteiro 33 (3,088)

22 (2,418)

24 (2,571)

4 (1,242)

22 (2,561)

16 (2,593)

Reservatório 30 (2,17)

25 (2,855)

17 (2,447)

5 (1,445)

22 (2,68)

12 (2,224)

Controle 26 (2,907)

12 (1,987)

20 (2,728)

7 (1,54)

17 (2,373)

15 (2,532)

Total 45 (3,219)

41 (2,936)

49 (3,275)

13 (2,261)

37 (2,937)

32 (3,098)

Page 109: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

98

0

10

20

30

40

50

60

Canteiro Reservatório Controle Total

Riqueza de espécies entre as fases de campo

F1

F2

F3

F4*

F5

F6

GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO DECORRER DO TEMPO

NOTA: F1 = 1ª FASE DE CAMPO, F2 = 2ª FASE DE CAMPO, ... , F4* = 4ª FASE DE CAMPO (FASE DE CAMPO INTERROMPIDA), ..., F6 = 6ª FASE DE CAMPO

4.2.13.6 Pequenos mamíferos

Nesta sexta fase de campo foram capturados apenas três pequenos mamíferos,

representados por duas espécies. A espécie mais abundante foi o marsupial

Monodelphis brevicaudata, contando com 66,6% das capturas, seguido pelo roedor

Eurioryzomys nitidus (33,3%) (Tabela 22 e Gráfico 6).

TABELA 22 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO

Espécies Canteiro de obras Reservatório Controle Total

AB % AB % AB % AB %

Monodelphis brevicaudata 0 0 2 66,6 0 0 2 66,6

Eurioryzomys nitidus 0 0 1 33,3 0 0 1 33,3

Total 0 3 0 0

Page 110: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

99

GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO

4.2.13.7 Morcegos

Nesta sexta fase do monitoramento foram capturados 42 morcegos, representados

por 13 espécies. A espécie mais abundante foi Carollia perspicillata, contando com

26,2% das capturas, seguida por Artibeus obscurus (23,8%) e A. planirostris

(11,9%). As demais espécies representaram menos que 10% das capturas (Tabela 23

e Gráfico 7).

TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO

Canteiro Controle Reservatório Total Espécie

Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %

C. perspicillata 5 27,8 6 42,9 0 0 11 26,2

A. obscurus 1 5,6 4 28,6 5 50 10 23,8

A. planirostris 3 16,7 1 7,1 1 10 5 11,9

A. lituratus 2 11,1 0 0,0 1 10 3 7,1

R. pumilio 3 16,7 0 0,0 0 0 3 7,1

D. gnomus 0 0,0 1 7,1 1 10 2 4,8

P. parnellii 2 11,1 0 0,0 0 0 2 4,8

G. soricina 0 0,0 0 0,0 1 10 1 2,4

P. discolor 0 0,0 0 0,0 1 10 1 2,4

Platyrrhinus sp. 1 5,6 0 0,0 0 0 1 2,4

P. hastatus 1 5,6 0 0,0 0 0 1 2,4

T. cirrhosus 0 0,0 1 7,1 0 0 1 2,4

P. elongatus 0 0,0 1 7,1 0 0 1 2,4

Total 18 14 10 42

Page 111: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

100

GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT

4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte

Nesta sexta fase de campo foram registradas 17 espécies de mamíferos de médio e

grande porte. A espécie mais abundante foi o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles

marginatus), contando com 17,2% dos registros, seguido pela anta (Tapirus

terrestris) que contou com 13,8% dos registros e pelo graxaim (Cerdocyon thous)

contando com 10,3% dos registros. As demais espécies contaram com menos que

10% dos registros (Tabela 24 e Gráfico 8).

TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO

Canteiro Reservatório Controle Total Espécie

Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %

A. marginatus 3 30 0 0 2 14,3 5 17,2

T. terrestris 1 10 0 0 3 21,4 4 13,8

C. thous 1 10 0 0 2 14,3 3 10,3

T. pecari 1 10 0 0 1 7,1 2 6,9

E. barbara 0 0 0 0 2 14,3 2 6,9

P. brasiliensis 0 0 2 40 0 0,0 2 6,9

M. gouazoubira 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

P. onca 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

A. discolor 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

C. apella 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

M. emiliae 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

T. tetradactyla 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

Page 112: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

101

P. flavus 0 0 0 0 1 7,1 1 3,4

C. mollock 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

P. tajacu 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

A. chameck 0 0 1 20 0 0,0 1 3,4

L. pardalis 1 10 0 0 0 0,0 1 3,4

Total 10 5 14 29

GRÁFICO 8 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT

4.2.14 Considerações finais

Nessas primeiras seis fases do monitoramento foi amostrada uma gama de 85

espécies, que acrescentadas aos esforços do EIA, a riqueza de espécie soma um

montante de 112 espécies. Esse é um bom número e as amostragens se mostram

iniciando a fase de assíntota na curva amostral. Esse quadro indica que maiores

esforços poderão mostrar se essa curva realmente se estabilizará ou ainda aumentará

em função de novas espécies a serem registradas. Merecem destaque as espécies

ameaçadas e as endêmicas apresentadas acima. Essas espécies caracterizam a região

de estudo como portadora de uma importante fauna de mamíferos, contando com

muitas espécies características da porção sul da Amazônia. Portanto, apesar dos

impactos de grandes proporções a serem causados pelo enchimento do reservatório,

os ambientes naturais restantes deverão ser conservados.

Page 113: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

102

5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS

5.1 HERPETOFAUNA

CARVALHO, M. A. Composição e História Natural de uma Comunidade de serpentes em Área de Transição Amazônia-Cerrado, Ecorregião Florestas Secas do Mato Grosso, município de Claudia, Mato grosso, Brasil. 91 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.

CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17: 729-749. 2000.

CLARKE, K.R. & GORLEY, R.N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-E:Plymouth. 91 p.

COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).

DUFRÊNE, M. & LEGENDRE, P. 1997. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological monographs v. 67, n.3, p. 345-366.

HEYER, W.R.; M.A. DONELLY; R.W. MCDIARMID & M.S. FOSTER, 1994. Measuring and Monitoring Biological Diversity. Standard methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press, Washington and London, 364p.

KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.

MARTINS, M. & OLIVEIRA, E.M. 1998. Natural history of snakes in Forests of the Manaus Region, Central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History 6: 78-150

MARTINS, F.R. & SANTOS, F.A.M. 1999. Técnicas usuais de estimativa da biodiversidade. Holos 1:236-267.

MARTINS, M., ARAUJO, M.S., SAWAYA, R.J. & NUNES, R. 2001. Diversity and evolution of macrohabitat use, body size and morphology in a monophyletic group of Neotropical pitvipers (Bothrops). J. Zool. 254(4):529-538

RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V. RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.

SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R. & Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.

Page 114: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

103

SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.

SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer, W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.). Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.

VANZOLINI, P. E., RAMOS-COSTA, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.

5.2 AVIFAUNA

BIBBY, C. J.; BURGESS, N. D.; HILL, D. A. 1992. Bird Census Techniques. 257p. Great Britain: Academic Press.

BLONDEL, J.; FERRY, C.; FROCHOT, B. 1970. La method des indices ponctuels d’abondance (I.P.A.) ou des relevés d’avifaune par “stations d’écoute”. Alauda 38: 55-71.

BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do

Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização

Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.

BOUTE, P.; CARLOS, B. 2007. Lista Preliminar das Aves do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: Ed. própria.

CARVALHO, M. A., 2006. Composição e história natural de uma comunidade de serpentes em áreas de transição Amazônia-Cerrado, ecorregião florestas secas de Mato grosso, Município de Cláudia, Mato Grosso, Brasil. Tese de Doutorado, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 92 p

CBRO – COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS. 2011. Lista das Aves do Brasil, versão 2011. Disponível em: <http://www.cbro.org.br>. Acesso em: 12 fev. 2011.

CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17: 729-749. 2000.

CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas

de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia

Mello Leitão 11/12: 229-247.

CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F. H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.

Page 115: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

104

CLARKE, K. R. & GORLEY, R. N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-E: Plymouth. 91 p.

COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).

CRISTALINO. 2007. Lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e Parque Estadual do Cristalino. Alta Floresta: Hotel Floresta Amazônica e Cristalino Jungle Lodge.

CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-144.

DAVIS, J.; LANG, A. 2003. Revisão da lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e Parque Estadual do Cristalino baseada em relatórios de birders. Alta Floresta: Cristalino Jungle Lodge.

DI-BERNARDO, M.; M. BORGES-MARTINS; R.B. OLIVEIRA & G.M.F. PONTES. 2007. Taxocenoses de serpentes de regiões temperadas do Brasil. In: L.B. NASCIMENTO; A.T. BERNARDES & G.A. COTTA (Eds). Herpetologia no Brasil 2. PUCMG. Belo Horizonte.

GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials, Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago Press.

GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida Silvestre, Montevideo, 339p.

HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T. L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J. & WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência e Cultura 51(5/6): 372-385.

JGP CONSULTORIA E PARTICIPAÇÕES LTDA. 2009. Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Colíder – 300 MW, Rio Teles Pires. São Paulo: Contrutora Andrade Gutierrez S.A., Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – ELETRONORTE, e Furnas Centrais Elétricas S.A.

KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.

LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R. A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford, J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.

LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia: Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.

MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal: subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora UFMS, Campo Grande.

Page 116: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

105

MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A. & ENDO, W. 2000. Seasonal activity of snakes in the Atlantic forest in southeastern Brazil. Amphibia-Reptilia 22: 103-111.

MOURA-LEITE, J. C.; BÉRNILS, R.S. & MORATO, S.A.A. 1993. Método para a caracterização da herpetofauna em estudos ambientais. Maia, 2: 1-5.

OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis, N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.

PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202. In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.

PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities. Biological Conservation 54: 47-59.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.

RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1989. The Birds of South America. Vol I. The Oscine Passerines. Austin: University of Texas Press.

RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1994. The Birds of South America. Vol II. The Suboscine Passerines. Austin: University of Texas Press.

RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 2009. Songbirds of South America. The Passerines. Austin: University of Texas Press.

ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.

RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V. RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.

Page 117: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

106

SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R. & Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.

SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.

SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer, W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.). Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.

SEPLAN – SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. 2001. Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico (ZEE) do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: PRODEAGRO.

VANZOLINI, P. E., Ramos-Costa, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.

VIELLIARD, J. E. M.; SILVA, W. R. 1990. Nova metodologia de levantamento quantitative da avifauna e primeiros resultados no interior do Estado de São Paulo, Brasil. Pp. 117-151. In: MENDES, S. (ed.). Anais do IV Encontro de Anilhadores de Aves. Recife: Editora da Univ. Federal Rural de Pernambuco.

VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.

WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La Paz.

ZIMMER, K. J.; PARKER III, T. A.; ISLER, M. L.; ISLER, P. R. 1997. Survey of a southern Amazonian avifauna: the Alta Floresta Region, Mato Grosso, Brazil. Ornithological Monographs, 48:887-918.

5.3 MASTOFAUNA

BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do

Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização

Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.

CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas

de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia

Mello Leitão 11/12: 229-247.

CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F. H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.

Page 118: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

107

CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-144.

GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials, Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago Press.

GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida Silvestre, Montevideo, 339p.

HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T. L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J. & WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência e Cultura 51(5/6): 372-385.

LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R. A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford, J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.

LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia: Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.

MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal: subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora UFMS, Campo Grande.

OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis, N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.

PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202. In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.

PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities. Biological Conservation 54: 47-59.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.

Page 119: MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

108

ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.

van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.

VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.

WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La Paz.