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PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA 1ª CAMPANHA UHE TIBAGI MONTANTE Rio Tibagi, Paraná Fevereiro, 2020

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PROGRAMA DE MONITORAMENTO

DA FAUNA REALOCADA

1ª CAMPANHA

UHE TIBAGI MONTANTE

Rio Tibagi, Paraná

Fevereiro, 2020

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Empreendedor/Responsável pelo empreendimento:

Razão Social: Tibagi Energia SPE S.A

Inscrição Estadual: isento

CNPJ: 23080281/0001-35

Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 874, 10º andar, sala 1601. Belo Horizonte – MG, CEP 30112-020

Fone/Fax: (31) 3069-0762

Responsável legal pelo empreendimento/Pessoa responsável:

Nome: Rodrigo Furst Gonçalves Silva

CPF: 092.053.267-55

Endereço: Av Getúlio Vargas, 874 16º andar sala 1601 bairro funcionários Belo Horizonte MG CEP 30112-020

Fone: (31) 3069-0770

Empresa Responsável pela execução dos trabalhos:

SOMA - Serviços, Organização e Meio Ambiente Ltda

CNPJ: 03.743.732/0001-60

CTF: 96681

Avenida Desembargador Hugo Simas, 1588

80.520-250 - Curitiba - PR

Fone/FAX: (41) 3015-0805

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Equipe Técnica:

Profissional Formação N° do Registro Função

Maira Avila Fonseca Bióloga CRBio 28813-07D Coordenação

Germinal Thieme Poca Biólogo CRBio 34761/07-D Responsável pelo grupo da

mastofauna/herpetofauna

Jean Júnior Barcik Biólogo CRBio 83001/07-D Responsável pelo grupo da avifauna

David Augusto Roher Biólogo CRBio 83346/07-D Responsável pelo grupo de

Hymenoptera

As Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) estão apresentadas no ANEXO I.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2 OBJETIVO ........................................................................................................... 1

3 ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA .............................. 2

3.1 Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD1) –................................................. 3 3.2 Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD2) –................................................. 5 3.3 Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME) – .............................................. 7

4 RESGATE E SOLTURA DE FAUNA NA UHE TIBAGI MONTANTE .................. 8

5 RESULTADOS................................................................................................... 16

5.1 HERPETOFAUNA ................................................................................................. 16 5.1.1 Introdução ........................................................................................................ 16 5.1.2 Métodos ............................................................................................................ 17

5.1.3 Resultados ........................................................................................................ 22 5.1.4 Considerações Finais ........................................................................................ 31

5.2 AVIFAUNA ............................................................................................................. 33 5.2.1 Introdução ........................................................................................................ 33

5.2.2 Métodos ............................................................................................................ 34

5.2.3 Resultados................................................................................................. 39

5.2.4 Considerações Finais ............................................................................. 91 5.3 MASTOFAUNA ...................................................................................................... 93

5.3.1 Introdução ........................................................................................................ 93

5.3.2 Métodos ............................................................................................................ 93 5.3.3 Resultados ........................................................................................................ 99

5.3.4 Considerações Finais ...................................................................................... 109 5.4 HYMENÓPTEROS (ABELHAS NATIVAS) ........................................................... 110

5.4.1 Introdução ...................................................................................................... 110

5.4.2 Métodos .......................................................................................................... 111 5.4.3 Resultados ...................................................................................................... 112

5.4.4 Considerações Finais ...................................................................................... 122

6 CRONOGRAMA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA

REALOCADA ......................................................................................................... 125

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 126

7.1 HERPETOFAUNA ............................................................................................... 126 7.2 AVIFAUNA ........................................................................................................... 128 7.3 MASTOFAUNA .................................................................................................... 129 7.4 HYMENÓPTEROS .............................................................................................. 130

8 ANEXOS .......................................................................................................... 131

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

ANEXO I - ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ...................................... 131 ANEXO II - AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL N° 52640 ...................................................... 132 ANEXO III - MAPA DAS ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA .... 133 ANEXO IV - MAPA DOS PONTOS DE SOLTURA DA FAUNA ...................................... 134 ANEXO V – MAPA DOS PONTOS DE REALOCAÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS NATIVAS ....................................................................................................................... 135 ANEXO VI – DECLARAÇÃO DE ACEITE - MHNCI ....................................................... 136 ANEXO VII – AUTORIZAÇÃO PARA INÍCIO DAS ATIVIDADES ................................... 137

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

1 INTRODUÇÃO

O presente documento refere-se ao 1° Relatório do Programa de Monitoramento

da Fauna Realocada, proveniente do resgate da fauna durante a supressão da

vegetação e enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica – UHE Tibagi Montante,

implantada no rio Tibagi, a 363 km da sua foz.

Em 29/08/2017 foi emitida pelo Instituto Ambiental da Paraná a Licença de

Instalação - LI N°23038 com validade de 2 anos.

Em sequência foi obtida a Autorização Ambiental N° 48186 em 29 de novembro

de 2017 para o resgate da fauna durante a supressão da vegetação. Em 08 de agosto

de 2018 foi emitida nova Autorização Ambiental para resgate da fauna durante a

supressão da vegetação sob o N°49489 com validade até 08/08/2019.

Em 05 de agosto de 2019 foi emitida a Autorização Ambiental N°51531 para

Resgate da Fauna durante o enchimento do reservatório.

Durante as atividades de resgate, a fauna resgatada foi marcada e realocada

para áreas de soltura pré-selecionadas. Entre as condicionantes da referida

Autorização Ambiental foi solicitado a apresentação de um Programa de

Monitoramento da Fauna Realocada.

Em 04/12/2019 foi protocolado no IAT – Instituto Água e Terra o Projeto do

Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante, que após análise pelo

departamento de fauna emitiu em 22 de janeiro de 2020, a Autorização Ambiental

N°52640 com validade de 2 anos, para o monitoramento da fauna realocada (ANEXO

II).

Dessa forma a 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada foi autorizada

pelo Departamento de Licencimento de Fauna - DLF, em atendimento a condicionante

24 da referida AA e realizada entre os dias 31/01/2020 e 06/02/2020 (ANEXO VII).

2 OBJETIVO

O objetivo geral do programa é verificar a taxa de sobrevivência da fauna

marcada e realocada para as áreas de soltura durante o Programa de Resgate da

Fauna na supressão da vegetação e no enchimento do reservatório.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Os objetivos específicos são:

- Realizar a captura, marcação e recaptura da herpetofauna, mastofauna e avifauna;

- Realizar a biometria da fauna capturada.

- Identificar a adaptação dos enxames de abelhas realocados através da ocupação de

ninhos e verificar colonização dos ocos de nidificação.

3 ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA

A escolha das áreas de soltura para o Programa de Resgate da Fauna da UHE

Tibagi Montante levou em consideração o arranjo espacial das manchas de vegetação

em relação à paisagem como um todo. Também foram considerados os habitats

preferenciais das espécies diagnosticadas durante o Programa de Monitoramento da

Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies.

Desta forma, utilizando os dados do inventário florestal acrescidos das

informações oriundos do Programa de Monitoramento da Fauna, foram selecionadas

três áreas para a soltura da fauna.

Para o Programa de Monitoramento da Fauna Realocada as Áreas de Soltura

utilizadas no Programa de Resgate da fauna foram renomeadas como Área de

Realocação – Margem Direita (AR-MD1), Área de Realocação – Margem Direita (AR-

MD2) e Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME)

As coordenadas geográficas das áreas amostrais e informações sobre cada

Área de Realocação estão apresentadas na Tabela 3.1.1 e na Figura 3.1.1.

Tabela 3.1.1 – Localização dos sítios amostrais

ÁREA MARGEM DO RIO

TIBAGI TAMANHO (HA)

COORDENADA

UTM FUSO 22J

AR-MD1 Direita 82,7 564060

7280346

AR-MD2 Direita 281 559321

7279704

AR-ME Esquerda 151 558613

7280388 S

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 3.1.1 – Localização das 3 áreas de realocação do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

A seguir estão apresentadas as características das áreas de monitoramento da

fauna realocada.

3.1 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM DIREITA (AR-MD1) –

Esta área está localizada na margem direita e é formada por um fragmento de

vegetação com 82,7 ha em estágio inicial e médio de sucessão. Este fragmento possui

um pequeno curso d’água no seu interior, apresentando ambientes propícios para a

soltura da fauna (Figuras 3.1.1 e 3.1.2).

Nesta Área foram soltos 21 indivíduos marcados, sendo 2 mamíferos e 19

répteis.

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Figura 3.1.1 – Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD1).

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 3.1.2 – Vista da Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD1).

3.2 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM DIREITA (AR-MD2) –

Esta área localizada na margem direita e possui 281 ha. É formada por um

fragmento de vegetação em estágio médio de sucessão e juntamente com a APP do

reservatório forma um corredor para a dispersão da fauna (Figuras 3.2.1 e 3.2.2).

Nesta Área foram soltos 11 indivíduos marcados, sendo 3 mamíferos e 8 répteis.

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Figura 3.2.1– Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD2).

Figura 3.2.2 – No primeiro plano, a Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD2) com conectividade entre os fragmentos.

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3.3 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM ESQUERDA (AR-ME) –

Esta área localizada na margem esquerda do reservatório, possui 151 ha e boa

parte da vegetação ainda em estágio médio de sucessão. Possui conectividade com

outros fragmentos e juntamente com a APP do reservatório forma um corredor para a

dispersão da fauna (Figuras 3.3.1 e 3.3.2).

Nesta Área foram soltos 41 indivíduos marcados, o maior número de soltura

entre as três áreas, dos quais 6 anfíbios, 6 aves, 5 mamíferos e 24 répteis

Figura 3.3.2 – Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME).

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 3.3.1 – Vista interna da Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME).

O ANEXO III apresenta o Mapa das Áreas de Monitoramento da Fauna

Realocada.

4 RESGATE E SOLTURA DE FAUNA NA UHE TIBAGI MONTANTE

Durante as ativividades do Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi

Montante foi resgatado um total de 1.053 indivíduos, considerando as fases de resgate

na supressão da vegetação para implantação do canteiro de obras (n=13), a

supressão da vegetação na área do reservatório (n=156) e enchimento do reservatório

(n=884). O resgate das colônias de abelhas nativas sem ferrão totalizou 26 ninhos

resgatados no canteiro de obras e 42 ninhos na área do reservatório.

Do total de indivíduos resgatados, 928 foram soltos em três áreas de soltura, dos

quais 341 na Área de Soltura MD-1, 80 na Área de Soltura MD-2 e 507 na Área de

Soltura ME. As colônias de abelhas foram realocadas para as áreas de soltura,

remanescentes florestais próximos ao reservatório, em diversos pontos da APP.

Do total de indivíduos resgatados, 73 indivíduos foram soltos com marcação, dos

quais 41 na Área de Soltura – ME, 21 na Área de Soltura MD-1 e 11 na Área de Soltura

MD-2 (Tabela 4.1).

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tabela 4.1 – Abundância de indivíduos marcados por Área de Soltura.

GRUPO N° TOTAL AR-ME AR-MD1 AR-MD2

Anfíbios 6 6 Aves 6 6

Mamíferos 10 5 2 3

Répteis 51 24 19 8

TOTAL 73 41 21 11

Durante as atividades de resgate foram marcados 6 indivíduos da anurofauna

antes da soltura. Todos os indivíduos marcados foram soltos na Área de Soltura – ME,

localizada na margem esquerda.

A Tabela 4.2 apresenta os anfíbios marcados antes da soltura durante o

Programa de Resgate da fauna da UHE Tibagi Montante.

Tabela 4.2 – Anfíbios marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna.

N° TAXON NOME

COMUM MARCAÇÃO

COORDENADA DE SOLTURA UTM (22J)

10 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -

posição 1 558260 7280552

11 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -

posição 2 558260 7280552

12 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -

posição 3 558260 7280552

13 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero amarelo -

posição 4 558260 7280552

16 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero vermelho

- posição 10 558297 7280453

17 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero vermelho

- posição 9 558297 7280453

*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório

Em relação aos répteis, foram marcados 51 indivíduos antes da soltura. A Tabela

4.3 apresenta os répteis marcados antes da soltura durante o Programa de Resgate

da Fauna da UHE Tibagi Montante.

Tabela 4.3 – Répteis marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna.

N° DATA TAXA NOME

COMUM MARCAÇÃO

PONTO DE SOLTURA UTM

22J

1 S 18/06/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034839 558211 7280593

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

3 S 21/06/2019 Oxyphopus rhombifer falsa-coral 93300700034837 558250 7280493

5 S 26/06/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034832 558244 7280402

11 S 02/07/2019 Philodryas olfersii cobra-verde 933007600034841 558211 7280593

13 S 05/07/2019 Thamnodynastes sp. corredeira 933007600034845 558297 7280453

16 S 10/07/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034835 559265 7280552

19 S 16/07/2019 Thamnodynastes sp. corre-campo 933007600034831 564273 7280534

26 S 23/07/2019 Chironius sp. Cobra-cipó 933007600034843 558225 7280382

29 S 24/07/2019 Xenodon merremii boipeva 933007600034826 558662 7280549

30 S 26/07/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034830 558832 7280417

14 E 16/08/2019 Philodryas olfersii cobra-verde Microchip 933007600034834 564072 7280405

15 E 16/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034827 564072 7280405

27 E 16/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034828 564072 7280405

28 E 16/08/2019 Thamnodynastes nattereri corredeira Microchip 933007600034840 564072 7280405

46 E 17/08/2019 Oxyrhopus rhombifer falsa-coral Microchip 933007600034220 558265 7280422

55 E 17/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034217 558265 7280422

59 E 17/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034209 558265 7280422

81 E 18/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034217 559424 7279807

98 E 18/08/2019 Epicrates crassus jibóia-arco-iris Microchip 933007600034207 559424 7279807

119 E 19/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 93007600034208 558397 7280466

286 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 93007600034252 563972 7280192

287 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 93007600034261 563972 7280192

295 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034251 563972 7280192

298 E 23/08/2019 Thamnodynastes nattereri corredeira Microchip 933007600034259 563972 7280192

299 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034257 563972 7280192

300 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034255 563972 7280192

305 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034254 564026 7280598

310 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034260 564026 7280598

311 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034262 564026 7280598

312 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034265 564026 7280598

319 E 25/08/2019 Clelia sp. mussurana Microchip 933007600034256 563312 7280853

320 E 25/08/2019 Tomodon sp. cobra-espada Microchip 933007600034253 563312 7280853

328 E 26/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034264 558263 7280338

LISTA DE LAGARTOS

N° DATA ESPÉCIE NOME

COMUM MARCAÇÃO SOLTURA

1S 20/06/2019 Salvator merianae teiú 933007600034836 558243 7280438

3S 02/07/2019 Salvator merianae teiú 933007600034838 558243 7280438

4S 05/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero amarelo – coxa

esquerda 558243 7280584

5S 05/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero amarelo – braço

direito 558246 7280424

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

7S 13/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero vermelho – coxa

direita 558260 7280552

10S 23/07/2019 Salvator merianae teiú 933007600034833 558746 7280250

1E 15/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034842 564202 7280541

2E 15/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034829 563874 7280669

3E 16/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034211 563874 7280669

4E 16/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034213 563874 7280669

8E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034206 558222 7280550

9E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034212 558222 7280550

10E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034222 558222 7280550

13E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034210 558222 7280550

14E 18/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034225 559424 7279807

16E 18/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034223 559424 7279807

50E 23/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034258 564026 7280598

55E 26/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034263 558263 7280338

*A letra após o número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório

Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados cinco

indivíduos da avifauna antes da soltura, somado a um indivíduo marcado proveniente

do Programa de Monitoramento da Fauna, totalizando seis espécimes. Todos os

indivíduos foram soltos na Área de Realocação ME (margem esquerda).

A Tabela 4.4 apresenta os pontos de soltura das aves marcadas durante o

resgate da fauna da UHE Tibagi Montante.

Tabela 4.4 - Aves capturadas e marcadas no Programa de Resgate de Fauna.

N° DATA TAXA NOME COMUM ANILHA COORDENADA DE SOLTURA UTM (22J)

X Y

4S 13/07/2019 Baryphtengus ruficapillus juruva Verde 0005 558333 7280354

6E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76109 558427 7281400

7E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76110 558427 7281400

8E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76111 558427 7281400

9E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76112 558427 7281400

10E 29/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76113 558427 7281400

*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório

Para a mastofauna, foram marcados 10 indivíduos antes da soltura, cinco foram

soltos na ME, dois na MD-1 e três na MD-2.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

A Tabela 4.5 apresenta os mamíferos marcados antes da soltura durante o

Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante.

Tabela 4.5 – Mamíferos marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna

N° DATA TAXA NOME COMUM MARCAÇÃO PONTO DE SOLTURA

1S 20/06/2019 Nectomys squamipes rato-d’água Brinco 402 558215 7280536

21S 28/06/2019 Didelphis albiventris ouriço Brinco 403 558244 7280402

35S 02/07/2019 Caluromys lanatus rato-do-mato Brinco 404 564358 7280503

48S 07/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 429 558297 7280453

52S 11/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 405 559618 7279532

53S 11/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 406 559618 7279532

60S 18/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 407 564273 7280534

62S 20/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 410 558300 7280413

22E 17/08/2019 Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 408 558222 7280550

30E 18/08/2019 Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 413 559424 7279807

*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório

O ANEXO IV apresenta o Mapa dos pontos de soltura da fauna durante o resgate

da fauna na supressão da vegetação e enchimento do reservatório da UHE Tibagi

Montante.

Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram realocadas 69

colônias de abelhas nativas sem ferrão, em remanescentes florestais ao longo da APP

do reservatório. Foram ainda instalados 33 ocos para nidificação de abelhas sem

ferrão.

A Tabela 4.6 apresenta os pontos de realocação dos ninhos durante o Programa

de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante e a Tabela 6.5.1.2 apresenta os locais

onde foram instalados os ocos para nidificação de abelhas sem ferrão.

Tabela 4.6 – Abelhas nativas e pontos de realocação no Programa de Resgate da Fauna do reservatório.

N° COMUM CIENTÍFICO

COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA

X Y

1 Jataí Tetragonisca angustula 559429 7286653 08/12/2017

2 Mirim Plebeia sp 559429 7286653 08/12/2017

3 Vorá Tetragona clavipes 559429 7286653 08/12/2017

4 Mirim Plebeia sp 559771 7286402 08/12/2017

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

N° COMUM CIENTÍFICO

COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA

X Y

5 Mirim Plebeia sp 559932 7286657 12/12/2017

6 Mirim Plebeia sp 559599 7286586 18/12/2017

7 Irapuá Trigona spinipes 559375 7280464 11/01/2018

8 Vorá Tetragona clavipes 560473 7284860 06/01/2018

9 Vorá Tetragona clavipes 560488 7284840 06/01/2018

10 Mirim Plebeia sp 558375 7280464 11/01/2018

11 Mirim Plebeia sp 558983 7285881 28/12/2017

12 Mirim Plebeia sp 558979 7285892 28/12/2017

13 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018

14 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018

15 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018

16 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018

17 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018

18 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018

19 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018

20 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018

21 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018

22 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018

23 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018

24 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018

25 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018

26 Mirim Plebeia sp 560485 7284873 12/01/2018

27 Mangava Bombus sp. 559055 7284950 10/01/2018

28 Irapuá Trigona spinipes 559293 7286056 21/06/2019

29 Irapuá Trigona spinipes 559257 7286113 24/06/2019

30 Irapuá Trigona spinipes 560446 7285047 26/06/2019

31 Irapuá Trigona spinipes 560481 7284884 30/06/2019

32 Irapuá Trigona spinipes 560461 7284786 30/06/2019

33 Irapuá Trigona spinipes 559034 7284604 09/07/2019

34 Irapuá Trigona spinipes 560249 7284364 10/07/2019

35 Irapuá Trigona spinipes 560706 7283865 24/07/2019

36 Irapuá Trigona spinipes 560461 7284307 27/07/2019

37 Jataí Tetragonisca angustula 0559289 7286056 20/06/2019

38 Jataí Tetragonisca angustula 560467 7284873 02/07/2019

39 Jataí Tetragonisca angustula 560722 7283840 23/07/2019

40 Jataí Tetragonisca angustula 560424 7284003 28/07/2019

41 Jataí Tetragonisca angustula 560518 7283937 28/07/2019

42 Jataí Tetragonisca angustula 560460 7283982 27/07/2019

43 Jataí Tetragonisca angustula 561951 7281065 07/08/2019

44 Vorá Tetragona clavipes 559295 7286065 23/06/2019

45 Vorá Tetragona clavipes 558636 7284208 12/07/2019

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

N° COMUM CIENTÍFICO

COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA

X Y

46 Vorá Tetragona clavipes 560707 7283853 23/07/2019

47 Vorá Tetragona clavipes 560702 7283851 24/07/2019

48 Vorá Tetragona clavipes 560132 7284357 28/07/2019

49 Vorá Tetragona clavipes 560424 7284004 28/07/2019

50 Vorá Tetragona clavipes 560518 7283939 28/07/2019

51 Vorá Tetragona clavipes 560302 7284192 27/07/2019

52 Vorá Tetragona clavipes 559113 7285494 07/08/2019

53 Mirim Plebeia sp 559777 7286184 20/06/2019

54 Mirim Plebeia sp 0559289 7286057 21/06/2019

55 Mirim Plebeia sp 559789 7286165 20/06/2019

56 Mirim Plebeia sp 559266 7286047 10/07/2019

57 Mirim Plebeia sp 560720 7283842 20/07/2019

58 Mirim Plebeia sp 560424 7284005 28/07/2019

59 Mirim Plebeia sp 560713 7283835 23/07/2019

60 Mirim Plebeia sp 560707 7283853 24/07/2019

61 Mirim Plebeia sp 560320 7284080 26/07/2019

62 Mirim Plebeia sp 558446 7284120 30/08/2019

63 Mirim Plebeia sp 558493 7284965 02/08/2019

64 Iraí Nannotrigona sp 560295 7286365 03/07/2019

65 Iraí Nannotrigona sp 560702 7283852 20/07/2019

66 Iraí Nannotrigona sp 560711 7283848 25/07/2019

67 Mandaçaia Melipona quadrifasciata 558424 7284624 07/08/2019

68 Manduri Melipona marginata 558635 7284208 08/07/2019

69 Manduri Melipona marginata 558645 7284193 11/07/2019

Tabela 4.7 –Localização dos ocos para nidificação de abelhas nativas no Programa de Resgate da Fauna do reservatório.

OCOS PARA NIDIFICAÇÃO COORDENADAS UTM

1 22J 557784 7284213

2 22J 557851 7284309

3 22J 558076 7284493

4 22J 558440 7284638

5 22J 558454 7284751

6 22J 558465 7284845

7 22J 558457 7284966

8 22J 558835 7285270

9 22J 558875 7285269

10 22J 558469 7284118

11 22J 559751 7283798

12 22J 559767 7283754

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

OCOS PARA NIDIFICAÇÃO COORDENADAS UTM

13 22J 559736 7283747

14 22J 560480 7283964

15 22J 560297 7284094

16 22J 560228 7284176

17 22J 560187 7284252

18 22J 560152 7284341

19 22J 560366 7284045

20 22J 560128 7284377

21 22J 560445 7284826

22 22J 560472 7284818

23 22J 560485 7284847

24 22J 560485 7284861

25 22J 560468 7284844

26 22J 560462 7284860

27 22J 559281 7286081

28 22J 559295 7286027

29 22J 559279 7286044

30 22J 559261 7286026

31 22J 559250 7286092

32 22J 559258 7286062

33 22J 560621 7284332

Foram realocados 22 ninhos e 8 ocos na margem direita, totalizando 30 pontos.

Na margem esquerda foram realocados 36 ninhos de abelhas nativas e 19 ocos para

nidificação, totalizando 55 pontos. Na ilha foram realocados 11 ninhos e 6 ocos para

nidificação totalizando 17 pontos.

O ANEXO V apresenta o Mapa dos pontos de realocação dos ninhos de abelhas

nativas.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5 RESULTADOS

A 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante

foi realizada entre os dias 31 de janeiro e 06 de fevereiro de 2020, durante o período

de verão. A região do empreendimento possui média histórica para o mês de fevereiro

com temperaturas mínimas de 17ºC e máxima de 26ºC, com 154mm de precipitação

(CLIMATEMPO, 2020).

Segundo dados meteorológicos do INMET, da Estação Automática de Castro,

que está a aproximadamente 50 km do empreendimento, durante os dias da

campanha de monitoramento apresentou uma máxima de 28,8ºC com pico no dia

01/02, enquanto que a menor temperatura foi registrada no dia 04/02 com 16,7ºC

(Figura 5.1). A precipitação total durante o período da primeira campanha de

monitoramento da fauna realocada foi de 41mm.

Figura 5.1 – Temperatura mínima e máxima (ºC), e Chuva (mm) registrada por dia para a região durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante. Janeiro/2020 e Fevereiro/2020.

5.1 HERPETOFAUNA

5.1.1 Introdução

A Região Neotropical apresenta uma das mais ricas herpetofaunas do mundo

(POUGH et al., 2016). O Brasil, com toda a sua dimensão territorial e diversidade de

biomas, é um dos países que abrigam as mais diversas faunas de anfíbios e répteis

0

5

10

15

20

25

30

35

31/jan 01/fev 02/fev 03/fev 04/fev 05/fev 06/fev

Tem

per

atu

ra (º

C)

e C

hu

va (

mm

)

Dia

Chuva (mm) Temp. Min. (ºC) Temp. Máx. (ºC)

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

do planeta, com um total de 1.080 espécies de anfíbios e 795 de répteis até então

registradas (SEGALLA et al., 2016; COSTA & BÉRNILS, 2018). Para o estado do

Paraná é estimada a ocorrência de 137 espécies de anfíbios anuros e 154 de répteis

(COSTA & BÉRNILS, 2018; SANTOS-PEREIRA et al., 2018), dentre as quais,

respectivamente 4 e 3 espécies encontram-se enquadradas em alguma categoria de

ameaça regional de extinção (BÉRNILS et al., 2004; SEGALLA & LANGONE, 2004).

Alterações causadas pelo homem nos ambientes naturais têm reflexo direto

sobre a fauna, sendo responsáveis por oscilações na riqueza e abundância, ou até

mesmo declínios populacionais e extinções em muitas espécies de anfíbios e répteis

(POUGH et al., 2016). No Brasil, a perda e a alteração dos hábitats naturais são

apontadas como as maiores ameaças à herpetofauna (ICMBIO 2018a; 2018b).

Dentre os principais impactos relacionados à implantação de empreendimentos

hidrelétricos sobre a herpetofauna estão a perda e a alteração do ambiente natural

(ALHO et al., 2000; PAVAN, 2007).

Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados e

realocados para as áreas de soltura 57 indivíduos da herpetofauna, sendo 6 anfíbios

e 51 répteis.

O presente estudo tem como objetivo avaliar a taxa de sobrevivência da

herpetofauna resgatada e realocada para as áreas de soltura durante os processos

de supressão vegetacional e enchimento do reservatório, bem como contribuir para

um maior conhecimento da composição herpetofaunística da região.

5.1.2 Métodos

5.1.2.1 Amostragem de Campo

As amostragens da herpetofauna foram realizadas no período de 31 de janeiro

a 6 de fevereiro de 2020. A riqueza e a abundância das espécies de anfíbios e répteis

foram determinadas por meio de duas metodologias complementares: a captura com

armadilhas de interceptação e queda e a busca ativa, apresentadas abaixo.

Captura com armadilhas de interceptação e queda (HEYER et al., 1994;

MCDIARMID et al., 2012): em cada uma das três áreas amostrais foram instaladas

duas armadilhas, distanciadas entre si por aproximadamente duzentos metros (Tabela

1). Cada armadilha foi composta por quatro baldes plásticos de 60 litros enterrados

Page 23: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA€¦ · Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies. Desta forma, utilizando os dados do inventário

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

no solo deixando-se suas bocas expostas, distantes linearmente um do outro por 10

metros e conectados entre si por uma cerca-guia de lona plástica de 50 centímetros

de altura, estendida perpendicularmente ao solo de forma a guiar os animais para o

receptáculo, onde caiam e ali permaneciam reclusos (Figura 1). Todos os baldes

tinham pequenas perfurações no fundo a fim de se evitar o acúmulo de água da chuva

e um pequeno abrigo de isopor foi colocado em seu interior para salvaguardar os

espécimes ali reclusos (no caso, pequenos mamíferos) de hipotermia em períodos de

menor temperatura. Estas armadilhas permaneceram ativas por seis noites (sete dias)

consecutivas, sendo vistoriadas diariamente durante a campanha, e ao final da

mesma todos os baldes foram fechados com suas respectivas tampas. O esforço de

captura ao final do período de amostragem desta campanha totalizou 168 baldes.dia

somadas as três áreas.

Tabela 5.1.2.1.1 – Localização das armadilhas de interceptação e queda nas áreas amostrais na região da UHE Tibagi Montante

Área Linha Coordenadas geográficas (UTM – 22 J)

E S

AR-MD1 L1 563862 7280310

L2 563857 7280268

AR-MD2 L1 559140 7280349

L2 559099 7280193

AR-ME L1 558275 7280434

L2 558745 7280167

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.1.2.1.1 – Armadilha de interceptação e queda (AR-MD1, L1, 22J 563862/7280310)

Busca ativa (adaptado de HEYER et al., 1994 e MCDIARMID et al., 2012):

consistiu em deslocamentos lentos a pé durante os períodos diurno e noturno nas três

áreas amostrais com a procura visual e/ou auditiva de anfíbios e répteis em seus

ambientes naturais, sejam em atividade ou em repouso (sobre a serrapilheira, em

corpos-d’água, sob pedras, troncos, em tocas, sobre ou entre a vegetação, etc.)

(Figura 5.1.2.1.2). Foram despendidas cinco horas de busca diária somadas as três

áreas, distribuídas entre os períodos diurno e noturno, totalizando 30 horas de

amostragem ao final da campanha.

Page 25: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA€¦ · Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies. Desta forma, utilizando os dados do inventário

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.1.2.1.2 – Busca ativa (AR-MD2, 22J 559135/7280328)

Animais, especialmente serpentes e lagartos, encontrados ocasionalmente vivos

e/ou mortos em estradas da região durante deslocamentos com veículo automotor até

as áreas de amostragem também foram contabilizados. Estes registros serviram para

incrementar a lista de espécies da região, não sendo, porém, considerados nas

análises entre as áreas amostrais.

Para cada registro, após a identificação da espécie, foram anotados dados

mesológicos e físicos como data, área amostral, coordenadas geográficas, método de

amostragem, ambiente e outros dados que se julgaram relevantes.

Nos animais capturados verificou-se a presença de marcação anterior

(elastômero em anuros e lagartos menores, e microchip em serpentes e lagartos

maiores), realizou-se a biometria, pesagem e determinação do sexo, quando possível

efetuou-se a marcação do indivíduo, e posteriormente fez-se a sua soltura, a qual se

deu sempre no mesmo local da captura.

Para a individualização de anfíbios anuros e lagartos de porte compatível com o

procedimento de marcação serão utilizados implantes visíveis de elastômero

fluorescente, aplicados nos membros dos animais em diferentes combinações de

Page 26: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA€¦ · Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies. Desta forma, utilizando os dados do inventário

21

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

cores. Para serpentes de tamanho adequado e lagartos maiores serão usados

microchips subcutâneos. Nas serpentes os microchips são implantados no terço

posterior do corpo, um pouco à frente da cloaca, em posição dorso lateral esquerda.

Nos lagartos os microchips são implantados na região inguinal esquerda.

5.1.2.2 Análise dos Dados

A detecção de espécies raras e/ou endêmicas foi realizada por meio de consultas

à literatura científica relacionada à distribuição geográfica dos táxons registrados

(VALDUJO et al., 2012; HADDAD et al., 2013; AZEVEDO et al., 2016; GARDA et al.,

2017; MOURA et al., 2017). A identificação de espécies ameaçadas e de interesse

conservacionista foi efetuada mediante consultas à lista dos anfíbios e répteis

ameaçados de extinção no estado do Paraná (BÉRNILS et al., 2004; SEGALLA &

LANGONE, 2004), à lista da fauna brasileira ameaçada de extinção, de acordo com a

Portaria Nº 444 de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014), à lista da International

Union for the Conservation of Nature – The IUCN Red List of Threatened Species

(IUCN, 2020) e os apêndices da Convention on International Trade in Endangered

Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2020), sendo estas duas últimas sob âmbito

internacional.

A nomenclatura e arranjo taxonômico adotados no presente estudo seguem a

proposta de Frost (2020) para anfíbios e Uetz et al. (2019) para répteis.

A partir dos dados levantados a herpetofauna foi caracterizada em função da

riqueza, abundância, diversidade e similaridade entre os locais amostrados. A

suficiência amostral de toda a área foi avaliada por meio da curva de acumulação de

espécies para a riqueza observada e estimada, esta última considerando o índice

Bootstrap, obtidas com uso do programa EstimateS 9.1.0 (COLWELL, 2013).

A diversidade de espécies das áreas amostrais e do conjunto delas foi

determinada computando-se os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de

Equitabilidade (J). A similaridade na composição de espécies entre as áreas foi

analisada por meio de análise de agrupamento, utilizando o índice de similaridade de

Jaccard. Todos estes índices foram obtidos com o uso do programa PAST 3.09

(HAMMER et al., 2001).

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22

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.1.3 Resultados

5.1.3.1 Anfíbios

Nesta primeira campanha foram registradas 12 espécies de anfíbios anuros,

distribuídas entre as famílias Bufonidae (uma espécie), Centrolenidae (1), Hylidae (4),

Leptodactylidae (4), Odontophrynidae (1) e Phyllomedusidae (1) (Tabela 5.1.3.1.1).

Tabela 5.1.3.1.1 – Lista das espécies de anfíbios registradas durante a primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Táxon

Anfibiofauna realocada

Monitoramento - 1ª campanha

Método Área de Realocação Área de Realocação

MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME

Amphibia

Anura

Bufonidae

Rhinella abei 5 10 3 AIQ; BAT

Rhinella sp. 0 0 3

Centrolenidae

Vitreorana uranoscopa 0 0 2 BAT

Hylidae

Aplastodiscus perviridis 0 0 1 BAT

Boana faber 0 0 3 0 3 0 BAT

Dendropsophus minutus 1 4 2 BAT

Scinax fuscovarius 2 3 3 BAT

Leptodactylidae

Leptodactylus fuscus 0 0 3 BAT

Leptodactylus labyrinthicus 3 0 0 BAT

Leptodactylus latrans 0 4 1 AIQ; BAT

Physalaemus cuvieri 2 4 2 AIQ; BAT

Odontophrynidae

Odontophrynus americanus 0 1 0 AIQ

Phyllomedusidae

Phyllomedusa tetraploidea 0 0 1 BA

Número total de espécies 0 0 2 5 7 9

2 12

Número total de registros 0 0 6 13 29 18

6 60

Legenda: Método: AIQ – captura com armadilhas de interceptação e queda; BAT – busca ativa.

Como trata-se da primeira campanha as curvas de acumulação de espécies para

a riqueza observada e estimada não puderam ser construídas.

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Não foram capturados indivíduos marcados e realocados anteriormente.

Devido ao pequeno porte das espécies e/ou indivíduos capturados durante esta

campanha, estes não foram submetidos ao procedimento de marcação, visando

preservá-los de possíveis lesões ou mesmo óbito.

Das 12 espécies registradas, cinco foram encontradas na AR-MD1, sete na AR-

MD2 e nove na AR-ME.

Um total de 60 indivíduos foi registrado, sendo 13 espécimes assinalados na AR-

MD1, 29 na AR-MD2 e 18 na AR-ME.

Nesta primeira campanha, assim como o verificado para a riqueza, a maior

diversidade pelo índice de Shannon-Wiener e a maior uniformidade na distribuição da

abundância das espécies foram registradas para a AR-ME (H’ = 2,11 nats.indivíduo e

J = 0,96). O valor de Shannon-Wiener de todas as áreas juntas foi superior aos valores

de cada uma delas individualmente (2,12 nats.indivíduo), já a sua equitabilidade foi de

85% (Tabela 5.1.3.1.2).

Tabela 5.1.3.1.2 – Valores de diversidade obtidos ao final da primeira campanha para cada área amostral e para todas elas consolidadas durante o monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Índice Área de Realocação

MD1 MD2 ME Consolidada

Riqueza 5 7 9 12

Abundância 13 29 18 60

Diversidade (H’) 1,48 1,77 2,11 2,12

Equitabilidade (J) 0,92 0,91 0,96 0,85

A maior similaridade na composição de espécies foi observada entre a AR-MD1

e a AR-MD2, cuja similaridade foi de 50%, com quatro espécies em comum de um

total de oito (Figura 5.1.3.1.1).

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24

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.1.3.1.1 – Dendrograma de análise de agrupamento utilizando o índice de similaridade de Jaccard entre as áreas amostrais ao final da primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Sob o ponto de vista ecológico, Dendropsophus minutus, Scinax fuscovarius,

Leptodactylus fuscus, Leptodactylus labyrinthicus, Physalaemus cuvieri e

Odontophrynus americanus habitam preferencialmente ambientes abertos. Nas áreas

amostrais estas espécies foram observadas em poças junto à borda de floresta (P.

cuvieri e O. americanus também foram capturados em armadilha de interceptação e

queda dentro do fragmento florestal na AR-MD2). Rhinella abei, Aplastodiscus

perviridis, Boana faber, Leptodactylus latrans e Phyllomedusa tetraploidea ocupam

tanto áreas abertas como hábitats de mata. Já a perereca Vitreorana uranoscopa

habita exclusivamente ambientes de floresta (Tabela 5.1.3.1.3).

Tabela 5.1.3.1.3 – Aspectos ecológicos e conservacionistas das espécies de anfíbios registradas ao longo da primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Táxon Nome

Popular Hábitat

Endêmica da Mata Atlântica

Status de Conservação

Estadual Nacional Internacional

Paraná Brasil IUCN CITES

Amphibia

Anura

Bufonidae

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Táxon Nome

Popular Hábitat

Endêmica da Mata Atlântica

Status de Conservação

Estadual Nacional Internacional

Paraná Brasil IUCN CITES

Rhinella abei Sapo-

cururuzinho AA/FL Não - - LC -

Centrolenidae

Vitreorana uranoscopa

Perereca-de-vidro

FL Não DD - LC -

Hylidae

Aplastodiscus perviridis

Perereca-do-olho-vermelho

AA/FL Não - - LC -

Boana faber Sapo-ferreiro AA/FL Não - - LC -

Dendropsophus minutus

Pererequinha-do-brejo

AA Não - - LC -

Scinax fuscovarius Perereca-de-

banheiro AA Não - - LC -

Leptodactylidae

Leptodactylus fuscus

Rãzinha-assobiadora

AA Não - - LC -

Leptodactylus labyrinthicus

Rã-pimenta AA Não - - LC -

Leptodactylus latrans

Rã-manteiga AA/FL Não - - LC -

Physalaemus cuvieri

Rã-cachorro AA Não - - LC -

Odontophrynidae

Odontophrynus americanus

Sapo-boi AA Não - - LC -

Phyllomedusidae

Phyllomedusa tetraploidea

Perereca-macaco

AA/FL Não - - LC -

Legenda: Hábitat: AA – área aberta; FL - floresta. Status de Conservação: DD – dados insuficientes; LC – pouco preocupante.

Espécies que mantêm estreita e complexa relação de interdependência com os

ambientes em que vivem são altamente sensíveis, e em função destas características,

têm sido reconhecidas como excelentes indicadoras de qualidade ambiental. Para a

região de estudo destaca-se a presença da perereca-de-vidro (Vitreorana

uranoscopa), espécie estritamente florestal, associada a córregos e pequenos rios de

interior de floresta, e bastante sensível a alterações na cobertura florestal.

Na área, Vitreorana uranoscopa foi registrada na AR-ME. Sua presença naquele

local sugere um bom estado de conservação daquele ambiente.

Duas espécies apresentam caráter cinegético. A rã-pimenta (Leptodactylus

labyrinthicus) e a rã-manteiga (Leptodactylus latrans) são animais de tamanho médio

a grande e porte robusto, que são objeto de caça devido à sua carne ser ainda

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

bastante apreciada, especialmente em áreas rurais ou em localidades de menor

desenvolvimento socioeconômico. No entanto, não foram observados indícios de caça

sobre estas espécies na região.

Nenhuma espécie registrada nesta primeira campanha encontra-se ameaçada

de extinção nos três níveis avaliados. Porém cabe mencionar que Vitreorana

uranoscopa está enquadrada na categoria “Dados Insuficientes” no estado do Paraná.

Também não foram observadas espécies raras, endêmicas, pouco conhecidas da

ciência, exóticas e/ou invasoras.

• Registros Fotográficos

As Figuras 5.1.3.1.2 a 5.1.3.1.6 apresentam o registro fotográfico da anfibiofauna

registrada durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.

Figura 5.1.3.1.2 – Sapo-cururuzinho (Rhinella abei) capturado em armadilha de interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)

Figura 5.1.3.1.3 – Rã-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus) registrada por meio da busca ativa na AR-MD1 (22J 564133/ 7280619)

Figura 5.1.3.1.4 – Rã-manteiga (Leptodactylus latrans) capturada em armadilha de

Figura 5.1.3.1.5 – Rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) capturada em armadilha de

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interceptação e queda na AR-MD2 (L2, 22J 559099/7280193)

interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)

Figura 5.1.3.1.6 – Sapo-boi (Odontophrynus americanus) capturado em armadilha de interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)

5.1.3.2 Répteis

Nesta presente campanha foram registradas três espécies de répteis,

distribuídas entre lagartos (Tropiduridae: uma espécie, e Teiidae: 1) e serpentes

(Viperidae: 1) (Tabela 5.1.3.2.1).

Tabela 5.1.3.2.1 – Lista das espécies de répteis registradas durante a primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Táxon

Reptiliofauna realocada

Monitoramento - 1ª campanha

Método Área de Realocação Área de Realocação

MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME ENT

Reptilia

Squamata

Sauria

Leiosauridae

Enyalius perditus 3

Tropiduridae

Tropidurus itambere 2 0 0 0 BAT

Teiidae

Salvator merianae 5 2 8 0 0 2 2 BAT; ROC

Ophidia

Boidae

Epicrates crassus 1

Colubridae

Chironius sp. 1

Dipsadidae

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Táxon

Reptiliofauna realocada

Monitoramento - 1ª campanha

Método Área de Realocação Área de Realocação

MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME ENT

Clelia sp. 1

Oxyrhopus rhombifer 2

Philodryas olfersii 1 1

Thamnodynastes nattereri 2

Thamnodynastes sp. 1 1

Tomodon dorsatus 1

Xenodon merremii 1

Viperidae

Bothrops jararaca 5 2 6 0 0 0 1 ROC

Crotalus durissus 6 1

Número total de espécies 8 3 9 1 0 1 2

13 3

Número total de registros 22 5 24 2 0 2 3

51 7

Legenda: Área: ENT – entorno das áreas de realocação. Método: BAT – busca ativa; ROC – registros ocasionais.

Por trata-se da primeira campanha as curvas de acumulação de espécies para

a riqueza observada e estimada não puderam ser construídas.

Não foram capturados animais marcados e realocados anteriormente. Durante a

presente campanha não houve a captura de nenhum lagarto ou serpente, sendo todos

os registros realizados por meio visual (à exceção de um exemplar de serpente

encontrado morto fora das áreas de realocação), desta forma, nenhum espécime foi

marcado.

Das três espécies registradas, uma foi encontrada na AR-MD1, outra na AR-ME

e duas no entorno da AR-ME.

Um total de 7 indivíduos foi registrado, sendo dois espécimes assinalados na

AR-MD1, dois na AR-ME e três no entorno da AR-ME.

Nesta primeira campanha, devido ao baixo número de registros, os valores de

diversidade de Shannon-Wiener das áreas AR-MD1 e AR-ME foram igual a zero, já o

valor da AR-MD2 não pôde ser calculado. Assim como os valores de Equitabilidade

de todas as áreas também não puderam ser obtidos. A diversidade de Shannon-

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Wiener de todas as áreas juntas foi de 0,69 nats.indivíduo e a Equitabilidade foi de

100% (Tabela 5.1.3.2.2).

Tabela 5.1.3.2.2 – Valores de diversidade obtidos ao final da primeira campanha para cada área amostral e para todas elas consolidadas durante o monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Índice Área de Realocação

MD1 MD2 ME Consolidada

Riqueza 1 0 1 2

Abundância 2 0 2 4

Diversidade (H’) 0 - 0 0,69

Equitabilidade (J) - - - 1

A similaridade entre as áreas amostrais foi nula (0%), visto que os pontos não

apresentaram espécies em comum (Figura 5.1.3.2.1).

Figura 5.1.3.2.1 – Dendrograma de análise de agrupamento utilizando o índice de similaridade de Jaccard entre as áreas amostrais ao final da primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Sob o ponto de vista ecológico, Tropidurus itambere é uma espécie associada a

ambientes abertos. Na área de estudo foi observada junto à borda de floresta na AR-

MD1. Salvator merianae pode ocupar tanto áreas abertas como ambientes de mata.

Já Bothrops jararaca habita ambientes florestais (Tabela 5.1.3.2.3).

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tabela 5.1.3.2.3 – Aspectos ecológicos e conservacionistas das espécies de répteis registradas ao longo da primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante

Táxon Nome

Popular Hábitat

Endêmica da Mata Atlântica

Status de Conservação

Estadual Nacional Internacional

Paraná Brasil IUCN CITES

Reptilia

Squamata

Sauria

Tropiduridae

Tropidurus itambere Lagartixa-das-pedras

AA Não - - LC -

Teiidae

Salvator merianae Teiú AA/FL Não - - LC AII

Ophidia

Viperidae

Bothrops jararaca Jararaca FL Não - - LC -

Legenda: Hábitat: AA – área aberta; FL - floresta. Status de Conservação: AII – Apêndice II (espécies que podem vir a se tornar ameaçadas de extinção caso seu comércio não seja controlado); LC – pouco preocupante.

A serpente jararaca (Bothrops jararaca) representa uma espécie de interesse

médico. Além de possuir uma peçonha bastante tóxica, ocupa naturalmente

ambientes antropizados, representando maiores riscos de acidentes para a população

local e animais de criação.

O lagarto teiú (Salvator merianae) apresenta caráter cinegético. Esta espécie

possui grande porte, podendo atingir 1,4 metros e pesar até 5 quilos, é objeto da

atividade de caça devido à sua carne ser ainda bastante apreciada, especialmente em

áreas rurais ou em localidades de menor desenvolvimento socioeconômico. Assim

como também é frequentemente abatido por ser considerado um animal daninho, por

invadir galinheiros e predar ovos e pintos. No entanto, não foram observados indícios

de caça sobre este animal na região.

Nenhuma das três espécies encontra-se ameaçada de extinção nos três níveis

avaliados. Também não constituem espécies raras, endêmicas, pouco conhecidas da

ciência, exóticas e/ou invasoras (Tabela 5.1.3.2.3).

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

• Registro fotográfico

As Figuras 5.1.3.2.2 a 5.1.3.2.3 apresentam o registro fotográfico da reptiliofauna

registrada durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.

Figura 5.1.3.2.2 – Teiú (Salvator merianae) registrado por meio da busca ativa na AR-ME (22J 558212/7280310) (Foto: Jean Júnior Barcik)

Figura 5.1.3.2.3 – Jararaca (Bothrops jararaca) encontrada atropelada próximo a AR-ME (22J 558510/7281531)

5.1.4 Considerações Finais

Ao final desta primeira campanha foi registrado um total de 12 espécies de

anfíbios anuros. As espécies observadas estão distribuídas entre as famílias

Bufonidae (uma espécie), Centrolenidae (1), Hylidae (4), Leptodactylidae (4),

Odontophrynidae (1) e Phyllomedusidae (1).

Não foram encontrados anfíbios anteriormente marcados e realocados. Devido

ao pequeno porte das espécies e/ou indivíduos capturados durante esta campanha,

estes não foram submetidos ao procedimento de marcação, visando preservá-los de

possíveis lesões ou mesmo sua morte.

A AR-ME apresentou a maior riqueza de espécies de anfíbios (9 espécies),

seguida da AR-MD2 (7) e AR-MD1 (5). Assim como a maior diversidade foi registrada

para a AR-ME (H’ = 2,11 nats.indivíduo e J = 0,96). A maior similaridade na

composição de espécies de anfíbios foi verificada entre a AR-MD1 e a AR-MD2, com

50% das espécies em comum.

Page 37: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA€¦ · Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies. Desta forma, utilizando os dados do inventário

32

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

A perereca-de-vidro (Vitreorana uranoscopa), observada na AR-ME, representa

uma espécie estenóica, sendo estritamente florestal e bastante sensível a alterações

na cobertura florestal.

A rã-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus) e a rã-manteiga (Leptodactylus

latrans) apresentam caráter cinegético, porém não foram observados indícios de

atividade de caça sobre estas espécies na região.

Nenhuma espécie de anfíbios registrada encontra-se ameaçada de extinção nos

três níveis avaliados. Tampouco foram observadas espécies raras, endêmicas,

exóticas e/ou invasoras.

Em relação aos répteis, nesta 1ª campanha de monitoramento da fauna

realocada, foi registrado um total de 3 espécies. As espécies observadas estão

distribuídas entre lagartos (Tropiduridae: uma espécie, e Teiidae: 1) e serpentes

(Viperidae: 1).

Não foram encontrados répteis anteriormente marcados e realocados.

As áreas AR-MD1 e AR-ME apresentaram uma espécie de réptil cada, já para o

entorno dos pontos amostrais foram registradas duas espécies. Devido ao baixo

número de registros a diversidade de espécies das áreas foi igual à zero ou não pôde

ser calculada. Assim como a similaridade entre as áreas foi de 0%, visto que elas não

apresentaram espécies em comum.

A serpente jararaca (Bothrops jararaca), devido à sua periculosidade e

plasticidade ecológica, representa uma espécie de interesse médico.

O lagarto teiú (Salvator merianae) apresenta caráter cinegético, porém não

foram observados indícios de atividade de caça sobre esta espécie na região.

Nenhuma espécie de réptil registrada encontra-se ameaçada de extinção nos

três níveis avaliados. Tampouco foram observadas espécies raras, endêmicas, pouco

conhecidas da ciência, exóticas e/ou invasoras.

Apesar de não terem sido capturados espécimes da herpetofauna marcados e

realocados anteriormente durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi

Montante (SOMA, 2019), espera-se que a longo prazo as metodologias qualitativas e

quantitativas permitam o registro de indivíduos marcados e produzam informações

Page 38: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA€¦ · Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies. Desta forma, utilizando os dados do inventário

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

sobre a comunidade e a populações de répteis e anfíbios presentes nessas áreas.

Dessa forma, com a continuidade do presente estudo, novos dados sobre a

herpetofauna serão obtidos e informações mais completas poderão ser levantadas.

5.2 AVIFAUNA

5.2.1 Introdução

O Brasil é um dos países com maior diversidade de aves do mundo,

apresentando ao menos 1.919 espécies pertencentes a 33 ordens e 103 famílias

(CBRO, 2016). O estado do Paraná conta com cerca de 744 espécies de aves, o que

representa cerca de 39% da avifauna brasileira (SCHERER-NETO et al. 2011).

As aves, pela facilidade de observação, formam um dos grupos referência para

avaliar qualidade ambiental. Diferentes espécies se comportam de forma particular

dentro da comunidade, bem como fazem uso do ambiente. A ocorrência ou ausência

de certas espécies em um lugar, colaboram para compreensão do grau de

conservação ou alteração. Diante disto, algumas espécies de aves respondem

rapidamente às alterações ambientais em função da alta sensibilidade às

perturbações e alto grau de especialização ecológica, seja na dieta, nos aspectos

reprodutivos ou uso do habitat, o que favorece a identificação de espécies indicadoras

de qualidade ambiental (PIRATELLI et al., 2008).

O estudo da dinâmica temporal ou sazonalidade de um ecossistema, com o

conhecimento das flutuações das populações ali ocorrentes, fornece informações e

uma base sobre sua dinâmica (PRIMACK, 1993; MORRISON et al., 1998).

O conhecimento do ambiente, bem como a comunidade de aves nas áreas

onde houveram solturas de espécimes dos grupos faunísticos e flora, provenientes do

resgate de fauna nas áreas de alagamento da UHE Tibagi Montante, a longo prazo

poderão trazer respostas de como as introduções desses exemplares interferirão na

dinâmica das populações locais bem como estes conseguirão sucesso em se manter

na nova área de vida.

Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados cinco

indivíduos da avifauna antes da soltura, somado a um indivíduo marcado proveniente

do Programa de Monitoramento da Fauna, totalizou seis espécimes.

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34

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.2.2 Métodos

A presente campanha foi realizada entre os dias 31 de janeiro e 06 de fevereiro

de 2020. Neste período de sete dias as três áreas de realocação apresentadas no

capítulo 3 foram contemplados por dois dias efetivos, onde foram destinados à

aplicação dos métodos sistematizados, totalizando 24 horas por área. O dia 31 foi

destinado a instalação de armadilhas.

5.2.2.1 Identificação das espécies

A identificação das espécies de aves ocorreu basicamente por meio de três

métodos distintos, tradicionalmente utilizados em levantamentos ornitológicos. Estes

métodos são a Busca Ativa, Anilhamento e Pontos Fixos, descritos a seguir.

• Busca Ativa

O levantamento qualitativo foi feito igualmente nas três Áreas de Realocação.

O levantamento das espécies ocorreu no período da manhã, durante e logo após o

levantamento quantitativo, e no período da tarde, entre 16 e 19 horas, os mesmos

foram feitos com Registro Visual, Registro Auditivo e Registro por captura.

• Registro Visual (Observação Direta)

Durante todo o período de permanência na área de estudo buscou-se observar

as mais diversas espécies de aves com contatos visuais. Todos os táxons foram

identificados até o nível de espécie após observação de caracteres de diagnose

específicos de cada ave. Equipamentos ópticos foram utilizados para a correta

identificação, como binóculos 8x42 mm. Registros fotográficos também auxiliam na

identificação de algumas espécies.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.2.1.1 - Ornitólogo fazendo registro fotográfico.

Figura 5.2.2.1.2 - Ornitólogo observando aves com auxilio de binóculos

• Registro Auditivo (Bioacústico)

Esta técnica consiste no reconhecimento das emissões vocais das aves que se

comunicam por meio de chamados ou pelo canto. As espécies foram identificadas em

campo, e quando necessário, fez-se uso de equipamentos de gravação, com gravador

digital e microfone direcional. As gravações foram armazenadas em acervo particular

dos pesquisadores, e em caso de dúvidas a respeito de emissões vocais não

conhecidas, os arquivos são analisados em laboratório e comparados com gravações

semelhantes. As gravações são editadas em softwares específicos e sonogramas são

obtidos utilizando-se softwares de edição de áudio.

A técnica de playback foi utilizada para se obter uma melhor visualização de

aves inconspícuas, ou mesmo registrá-las fotograficamente. Para tanto foram

utilizadas prioritariamente vocalizações gravadas na área de estudo. Além disso, a

mesma técnica foi utilizada para a verificação da presença de algumas espécies

esperadas para a região, conforme análise dos hábitats disponíveis. Para tanto,

gravações de outras localidades foram tocadas em hábitats propícios à detecção de

cada espécie-alvo. Para aplicar a técnica de playback foram utilizados aparelhos para

a reprodução de arquivos sonoros contendo bancos de dados dos próprios

pesquisadores e amplificadores portáteis de alta qualidade.

Tais métodos foram aplicados durante toda a permanência da equipe nas áreas

avaliadas e em diferentes locais da Área de Influência Indireta, totalizando cinco dias

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em cada campanha nos quais estas técnicas foram empregadas na identificação das

espécies de aves.

• Registro por Captura

O uso de redes-de-neblina é utilizado para capturas de aves em sub-bosque

de florestas, tal técnica colabora para o registro de espécies que poderiam passar

despercebidas em outros métodos (Figura 5.2.2.1.3 a 5.2.2.1.6).

Figura 5.2.2.1.3 - Rede-de-neblina instalada no interior da mata na Área de Realocação MD1

Figura 5.2.2.1.4 - Rede-de-neblina instalada em corredor no interior da mata na Área de Realocação ME

Figura 5.2.2.1.5 - Rede-de-neblina instalada em área aberta na Àrea de Realocação ME

Figura 5.2.2.1.6 - Rede-de-neblina instalada em no fragmento da Área de Realocação MD2

5.2.2.2 Avaliações Quantitativas

As avaliações quantitativas foram realizadas utilizando dois métodos distintos:

anilhamento e contagens em pontos de escuta., descritos abaixo.

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• Anilhamento (Captura/marcação)

Em cada campanha são instaladas 9 redes de neblina (9 x 3 m; malha 20 e 25

mm) em cada área, armadas em três linhas pré-estabelecidas (cada linha sendo

composta por três redes-de-neblina) visando englobar o maior número de

fitofisionomias existentes em cada Área de Realocação. As redes foram abertas nas

primeiras horas da manhã (06h), fechadas nos horários mais quentes do dia (entre

10:30h e 14:30h), reabertas no meio da tarde e mantidas em funcionamento até a

noite (18h). As revisões foram realizadas, em média, a cada 20 minutos. As capturas

foram realizadas por dois dias consecutivos, totalizando 16 horas de redes em cada

Área de Realocação por campanha.

Todos os indivíduos capturados, quando possível, foram acondicionados em

sacos de pano para posterior marcação com anilhas metálicas numeradas, fornecidas

pelo Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE)

(Figura 5.2.2.2.1 a 5.2.2.2.2). Foram anotadas em ficha de campo as seguintes

informações: local de captura (parcela amostral), espécie, sexo, faixa etária, massa

corpórea, medidas morfométricas (cúlmen exposto, comprimento do tarso, asa, cauda

e total), presença de muda de penas (rêmiges primárias, rêmiges secundárias, retrizes

e tetrizes), presença de placa de incubação, ectoparasitas e anomalias. Após o

anilhamento, todas as aves foram fotografadas e soltas no local onde foram

capturadas. Os resultados deste método são apresentados no presente documento

por meio da taxa de captura. A taxa de captura equivale ao número de capturas para

cada 100 horas-rede (número de capturas*100/esforço de horas-rede).

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Figura 5.2.2.2.1 - Colocação de anilha em ave (Baryphthengus ruficapillus – juruva) capturada com rede-de-neblina

Figura 5.2.2.2.2 - Ave (Baryphthengus ruficapillus – juruva) tendo suas medidas morfométricas coletadas.

• Pontos de Escuta

Com o objetivo de se obter dados quantitativos adicionais aos obtidos com

capturas e marcação, foi utilizado o método de censos em pontos fixos, proposto por

Blondel et al. (1970), adaptado por Viellard & Silva (1990) e Bibby (1992). Os censos

em pontos fixos foram conduzidos nas três áreas de realocação. Em cada área foi

escolhida uma trilha de aproximadamente 1 km de comprimento onde foram

estabelecidos seis pontos de contagem. A distância entre cada ponto foi de 200m para

garantir a independência amostral. As contagens foram conduzidas apenas pela

manhã, pois o período da tarde apresenta baixa movimentação de aves, dando a falsa

impressão dos táxons não estarem presentes. O tempo de duração em cada ponto de

escuta foi de 10 minutos. O raio de detecção estipulado foi de 50 m de cada lado da

linha central.

Os dados obtidos com este método foram apresentados pelo Índice Pontual de

Abundância (IPA). O IPA de cada espécie foi obtido dividindo-se o número de contatos

de cada espécie pelo número de amostras, sendo, portanto, um valor médio de

contatos de determinada espécie por ponto de amostragem. Este valor indica a

abundância de cada espécie em função de seu coeficiente de detecção naquele

período do ano.

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

As contagens tiveram início ao amanhecer, prosseguindo até as 10:00h.

Qualquer espécie da avifauna identificada visual e/ou auditivamente em cada ponto

foi considerada. Um cuidado adicional com o deslocamento de cada ave foi tomado

para se evitar recontagens.

5.2.2.3 Análise dos dados

Após a obtenção dos dados em campo, são feitas algumas análises para efeito

comparativo com as fases subsequentes. Abaixo são descritas as análises

consideradas.

São apresentadas curvas de acumulação de espécies por campanha, com o

objetivo de se concluir se o monitoramento está atingindo a suficiência amostral.

A análise de Cluster foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as

quatro áreas amostrais por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs,

1989), usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a

correlação entre as amostras. Os dados foram compilados em uma matriz de

presença ausência e os dendrogramas propostos foram elaborados pelo software

PAST.

O índice de similaridade entre as áreas pode variar entre 0 e 100%. Quanto

maior for o valor percentual obtido com a análise de similaridade, mais semelhantes

são as áreas comparadas.

5.2.3 Resultados

5.2.3.1 Levantamento de dados secundários

O ponto de partida do presente estudo foi a compilação dos dados disponíveis

a respeito da avifauna que ocorre na região de Tibagi e adjacências. Foram utilizadas

informações procedentes de pesquisas ornitológicas realizadas na região

anteriormente para compor a lista total de espécies ocorrentes na área de estudo. As

principais fontes consultadas foram o referencial usada de base para composição da

lista esperada para a região do UHE Tibagi Montante, que contempla: 1) Atualização

do conhecimento sobre a avifauna do Parque Estadual do Guartelá (Scherer-Neto et

al., 2012); Plano de Manejo da Fazenda Salto Cotia (Santos, 2009); dados do Estudo

de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da UHE Tibagi Montante (Santos, 2013); e registros

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citados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Complexo Eólico dos Campos

Gerais, empreendimento cujo projeto abrange a região de Tibagi e 2) Lista de aves

encontradas durante as fases de pré-construção, construção e operação da UHE

Tibagi Montante, constante no relatório 11 do monitoramento da fauna terrestre

(SOMA, 2020). A compilação geral das aves que ocorrem no município de Tibagi

totalizou 370 espécies, pertencentes a 61 famílias e 20 ordens. Este valor é relevante,

uma vez que são conhecidas pouco mais de 1919 espécies para todo o território

nacional (CBRO, 2016).

5.2.3.2 Riqueza de espécies

Durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada foram

registradas 136 espécies de aves, pertencentes a 47 famílias e 20 ordens, este valor

corresponde a 37% do total esperado para a região, com base nos registros de dados

secundários.

A importância em se monitorar ambientes que podem ter sofrido impacto

indireto do empreendimento, pois não sofreram supressão da vegetação para o

enchimento do reservatório, porém receberam espécimes de diferentes grupos da

fauna e da flora provenientes do resgate, alteração de fatores climáticos, como a

umidade e evaporação, além de possivelmente ter sido ambientes de refúgio natural

da fauna local permite entender como espécies e populações reagem a nível local a

curto e longo prazo.

Estudos a nível local, como o monitoramento da fauna terrestre, que é realizado

na área de influência direta do empreendimento UHE Tibagi Montante trazem um

referencial do comportamento das espécies com a alteração do ambiente, onde pode-

se analisar a extinção ou colonização local ao longo do processo. Enquanto que

estudos como o monitoramento da fauna realocada, podem trazer informações de

como os fragmentos existentes na região conseguem amortecer o impacto e garantir

a manutenção de espécies residentes e ameaçadas, bem como abrigar espécies que

foram translocadas para os mesmos durante as atividades de resgate.

Avaliações a longo prazo, com base em dados quantitativos e qualitativos,

verificando as flutuações, fazem das aves uma ferramenta confiável para avaliar

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

questões de impacto ambiental, pois não necessariamente a riqueza registrada em

um momento é comparável com a riqueza registrada em um período distinto, pois ela

representa o número de espécies, porém a abundância é um dos fatores que explicam

que a espécie manterá condições de se manter.

Espécimes realocados não foram registrados durante a primeira campanha do

monitoramento da fauna realocada, tal fato pode estar diretamente relacionado ao

tamanho das áreas amostrais, onde os indivíduos podem estar ocupando nichos

específicos, os quais poderão ser visitados em campanhas futuras, ou pela

inconspicuídade no momento da amostragem. A capacidade de voo permite que as

aves façam grandes deslocamentos dentro dos ambientes, tal fato permite que as

mesmas consigam buscar ambientes preferenciais na região, porém novas buscas

poderão registrar os indivíduos que receberão marcação e soltura pós serem

resgatados, podendo comprovar a manutenção dos espécimes nos ambientes.

A Tabela 5.2.3.2.1 apresenta todos os táxons esperados para a região de

Tibagi, conforme pesquisa bibliográfica realizada e análise da ocorrência atual de

determinadas espécies, com a indicação do grau de ameaça a nível internacional

(IUCN, 2020), nacional (ICMBio, 2018) e estadual (IAP, 2018), bem como uso do

ambiente, ocorrência e demais informações pertinentes. A lista de espécies segue a

revisão taxonômica de 2016 do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO,

2016).

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Tabela 5.2.3.2.1 - Lista das espécies de aves com ocorrência prevista para a área de influência da UHE Tibagi Montante, com a indicação daquelas efetivamente registradas em cada fase de campo, sítio amostral no qual foi registrada, a fonte consultada durante o levantamento de dados secundários e os ambientes utilizados. LEGENDA: Registro em campo: (X) para as espécies efetivamente registradas durante a execução do estudo; Camp: campanha; Ameaças: Listas vermelhas IUCN (2020); ICMBio (2018); IAP (2018); Endemismo: (E) restrito a região de Floresta com Araucária, denominada Parana Center (Cracraft, 1985); (E*) espécie exclusivamente brasileira; Ocorrência: (RE) residente; (RM) residente-migratória - migrante sazonal; (VS) visitante do sul; (VN) visitante do norte; (VG) vagante; Fonte: 1) Atualização do conhecimento sobre a avifauna do Parque Estadual do Guartelá (Scherer-Neto et al., 2012); Plano de Manejo da Fazenda Salto Cotia (Santos, 2009); dados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da UHE Tibagi Montante (Santos, 2013); registros citados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Complexo Eólico dos Campos Gerais; 2) registros na área de influência direta, observados durante o Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre (SOMA, 2020) Ambiente: (Fc) Floresta ciliar do Rio Tibagi, com influência da Floresta Estacional Semidecidual, (Fm) Floresta Ombrófila Mista, características de áreas mais elevadas, (Cp) Capões de mata, com abundância de taquaras e araucárias, (Cn) Campo nativo presente em poucos locais que ainda abrigam áreas relictuais de Cerrado, (Ca) Campo alterado, modificado por ação antrópica, (k) capoeiras ou áreas em estágios iniciais da sucessão, (Pa) Áreas de pastagem, (Lv) lavouras de soja, milho ou outros grãos, (Lb) Áreas úmidas como lagoas ou brejos, (Aa) ambiente aéreo.

Nome do Táxon Nome em Português Ameaças

Endemismo Ocorrência Fonte Ambiente Campanha 1 IUCN ICMBio IAP

Tinamiformes

Tinamidae

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó RE 1 Cn, Ca

Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã x RE 1,2 Fm, Cp, k

Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Anseriformes

Anatidae

Dendrocygninae

Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê x RE 1,2 Lb

Anatinae

Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato RE 2 Lb

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho x RE 1,2 Lb

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Anas georgica Gmelin, 1789 marreca-parda NT RE 1 Lb

Galliformes

Cracidae

Penelope obscura Temminck, 1815 jacuaçu x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Odontophoridae

Odontophorus capueira (Spix, 1825) uru E RE 1,2 Fm

Podicipediformes

Podicipedidae

Rollandia rolland (Quoy & Gaimard, 1824) mergulhão-de-orelha-branca RM - Lb

Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno RM 1 Lb

Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador RM 1 Lb

Ciconiiformes

Ciconiidae

Ciconia maguari (Gmelin, 1789) maguari RM 1 Aa

Suliformes

Phalacrocoracidae

Nannopterum brasilianus (Gmelin, 1789) biguá x RE 1,2 Lb

Pelecaniformes

Ardeidae

Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu RE 1,2 Fc

Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho x RE 1,2 Lb

Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira RE 1,2 Ca, Pa

Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande RE 1,2 Lb

Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura RE 1,2 Lb

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Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira RE 1,2 Lb, Cn, Ca, Pa

Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena RE 1,2 Lb

Threskiornithidae

Plegadis chihi (Vieillot, 1817) caraúna-de-cara-branca RM 1 Lb

Mesembrinibis cayennensis (Gmelin,

1789) coró-coró x RE 1,2 Fc

Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca x RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Cathartiformes

Cathartidae

Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha x RE 1,2 Fm, Cp, Cn, Ca, Aa

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta x RE 1,2 Fm, Cp, Cn, Ca, Aa

Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei x RE 1 Fm , Aa

Accipitriformes

Accipitridae

Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza RE 1,2 Fm

Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura RE 1,2 Fm, Cp

Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira RE 1,2 Cn, Ca, Aa

Circus buffoni (Gmelin, 1788) gavião-do-banhado VG 1 Lb, Ca

Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado VU RE 1,2 Fc, Fm

Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) tauató-passarinho DD RE - Fc, Fm

Accipiter striatus Vieillot, 1808 tauató-miúdo RE 1,2 Fm, Fc

Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande NT RE 2 Fm

Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi RM 1,2 Fm, Cp

Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo RE 1 Fm, Cp

Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo x RE 1,2 Cn, Ca, Aa

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Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto RE 1,2 Fm

Urubitinga coronata (Vieillot, 1817) águia-cinzenta EN EN CR RE 1,2 Cn

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó x RE 1,2 Fc, Fm, Cp, k, Aa

Parabuteo leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824)

gavião-de-sobre-branco NT RE 1 Fm

Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco RE 1,2 Cn, Ca, Aa

Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-serrana NT RE 1,2 Cn

Pseudastur polionotus (Kaup, 1847) gavião-pombo NT E RE 1 Fm

Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta RE 1,2 Fm

Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-urubu VG 1 Cn

Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco VU RE 1,2 Fm

Gruiformes

Rallidae

Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes RE 2 Lb

Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato x RE 1,2 Lb

Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda RE 1,2 Lb

Laterallus leucopyrrhus (Vieillot, 1819) sanã-vermelha RE 1,2 Lb

Mustelirallus albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó RE 1,2 Lb

Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã RE 1,2 Lb

Pardirallus sanguinolentus (Swainson,

1837) saracura-do-banhado RE - Lb

Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) galinha-d'água x RE 1,2 Lb

Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul RM - Lb

Porphyrio flavirostris (Gmelin, 1789) frango-d'água-pequeno DD VG 1 Lb

Charadriiformes

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Charadriidae

Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k

Recurvirostridae

Himantopus melanurus Vieillot, 1817 pernilongo-de-costas-brancas RE 1,2

Scolopacidae

Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja RM 1 Lb

Bartramia longicauda (Bechstein, 1812) maçarico-do-campo VN 1 Ca

Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário VN 1,2 Lb

Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-de-perna-amarela VN 1 Lb

Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela VN 1,2 Lb

Jacanidae

Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã RE 1,2 Lb

Columbiformes

Columbidae

Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha x RE 1,2 k, Ca, Pa

Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou x RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picuí RE 1,2 Ca

Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico RE 1,2 Pa

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Ca, Lv, Pa

Patagioenas cayennensis (Bonnaterre,

1792) pomba-galega x RE 1,2 Fm, Cp

Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa RE 1 Fm

Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante x RE 1,2 Ca, k, Cn, Pa, Lv

Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu x RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)

juriti-de-testa-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Cp

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Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri RE 1 Fm

Cuculiformes

Cuculidae

Cuculinae

Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato x RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta RM 1,2 Cp, k

Crotophaginae

Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca RE 2 Fc

Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto RE 1,2 Lv, Ca

Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco x RE 1,2 Lv, Ca

Taperinae

Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci x RE 1,2 Fc, Cn, k

Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito RM 1 Fm

Strigiformes

Tytonidae

Tyto furcata (Temminck, 1827) suindara RE 1,2 Lv

Strigidae

Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato x RE 1,2 Fm, Fc, Cp, k

Megascops sanctaecatarinae (Salvin,

1897) corujinha-do-sul x RE 2 Fm, Cp

Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni &

Bertoni, 1901) murucututu-de-barriga-amarela E RE 1 Fm

Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada NT E RE 1,2 Cp

Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé RE 1 Cp

Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira RE 1,2 Lv, Cn, Ca

Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda RE 1 k

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Asio flammeus (Pontoppidan, 1763) mocho-dos-banhados x RE 1 Ca, Lv

Caprimulgiformes

Nyctibiidae

Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) urutau RM 1,2 Fc, k

Caprimulgidae

Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju x RM 1,2 Fm, Cp

Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau x RM 1,2 k, Cn, Ca

Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã RM 1,2 Cn

Hydropsalis anomala (Gould, 1838) curiango-do-banhado NT EN RE 1 Lb

Hydropsalis longirostris (Bonaparte, 1825) bacurau-da-telha RM 1 Cn

Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura RM 1 Cn, Ca

Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) bacurau-tesourão E RM 1 Cp

Podager nacunda (Vieillot, 1817) corucão RM 1,2 Ca

Apodiformes

Apodidae

Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto RM 1 Aa

Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho x RM 1,2 Aa

Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca RE 1,2 Aa

Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) taperuçu-de-coleira-falha RE 1,2 Aa

Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento RM 1,2 Aa

Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal RM 1,2 Aa

Trochilidae

Phaethornithinae

Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839)

rabo-branco-acanelado RE 1 Fc

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Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta-rajada E RE 2 Fm

Trochilinae

Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura RE 1,2 k

Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto RE 1,2 Fc

Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta RE 1,2 Cn, Ca

Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta RM 1,2 Fm, Ca, k

Stephanoxis loddigesii (Gould, 1831) beija-flor-de-topete-azul E RE 1 Fm, Cp

Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-vermelho x RE 1 Lb, Ca, Cn

Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-fronte-violeta RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) beija-flor-de-papo-branco E RE 1,2 Lb, k

Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca RE 2 Fm

Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde RE 1 Fm

Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista RE 1 Lb

Trogoniformes

Trogonidae

Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-dourado RE 1 Fm

Alcedinidae

Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande RE 1,2 Lb

Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde x RE 1,2 Lb

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno x RE 1,2 Lb

Momotidae

Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818) juruva x RE 1,2 Fm, Cp

Bucconidae

Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo RE 1 k, Cn, Ca

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50

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Malacoptila striata (Spix, 1824) barbudo-rajado NT E* RE 1 Fc

Nonnula rubecula (Spix, 1824) macuru RE 1,2 Cp

Piciformes

Ramphastidae

Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu VG 1 Ca

Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) araçari-banana x NT VU RE 2 Fm

Picidae

Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 picapauzinho-de-coleira x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Picumnus nebulosus Sundevall, 1866 picapauzinho-carijó NT E RE 1 Lb

Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco RE 1,2 k

Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) benedito-de-testa-amarela RE 1 Fc

Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) picapauzinho-verde-carijó x RE 1,2 Fm, Cp

Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado x NT E RE 1,2 Fm, Cp

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado x RE 1,2 Cp, k

Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela x RE 1,2 Fc

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)

pica-pau-rei VG 1,2 Fm, Cp

Cariamiformes

Cariamidae

Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema RE 1,2,4 Cn

Falconiformes

Falconidae

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51

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Caracara plancus (Miller, 1777) caracará x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k, Aa

Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k, Aa

Milvago chimango (Vieillot, 1816) chimango RM 1,2 Cn, Ca

Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)

acauã x RE 1,2 Cp, k

Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé RE 1,2 Fm, Fc, Cp

Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio RE 1,2 Cp

Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri x RE 1,2 Cn, Ca , Aa

Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira x RM 1,2 Cn, Ca, Aa

Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino VN 1 Cp

Psittaciformes

Psittacidae

Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776)

periquitão RE 2 Fm, Cp, Fc

Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba x RE 1,2 Fm, Cp, Fc

Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim RE 2 Fm, Cp, Fc

Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo RE 1 k

Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) cuiú-cuiú E RE 1,2 Fm

Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca RE 1,2 Fm, Cp, Fc

Amazona vinacea (Kuhl, 1820) papagaio-de-peito-roxo EN VU VU E RE 1 Cp

Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio RE 1,2 k

Passeriformes

Thamnophilidae

Thamnophilinae

Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa x E RE 1,2 Fm, Cp, Fc

Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 choca-de-chapéu-vermelho x RE 1,2 Lb

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão x E RE 1,2 Fm, Cp

Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora x E RE 1,2 Fm, Cp, k

Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850) papo-branco VU NT E RE 1,2 Fc

Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul x E RE 1,2 Fc, Fm

Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) trovoada-de-bertoni RE 1,2 Cp

Drymophila ochropyga (Hellmayr, 1906) choquinha-de-dorso-vermelho NT E* RE 1,2 Cp

Drymophila malura (Temminck, 1825) choquinha-carijó x E RE 1 Cp, Fm, Fc

Conopophagidae

Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Furnariida

Grallariidae

Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu RE 1 Fm

Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) pinto-do-mato NT RE 1 Fm

Rhinocryptidae

Scytalopodinae

Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) macuquinho x NT E* RE 1 k, Fc

Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) tapaculo-preto E* RE 1 Fm

Formicariidae

Chamaeza campanisona (Lichtenstein,

1823) tovaca-campainha x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Scleruridae

Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folha x E RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Dendrocolaptidae

Sittasominae

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53

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) arapaçu-liso RE 1 Fc

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Dendrocolaptinae

Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-rajado x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822)

arapaçu-de-bico-torto RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859)

arapaçu-escamoso-do-sul x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-branca RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Xenopidae

Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó RE 1,2 Fc

Furnariidae

Furnariinae

Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k

Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca x RE 1,2 Fc

Philydorinae

Clibanornis dendrocolaptoides (Pelzeln, 1859)

cisqueiro x NT E RE 1,2 Fc

Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia E RE 1,2 Fm, Cp, Fc

Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 trepadorzinho E RE 1,2 Cp

Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)

trepador-quiete RE 1,2 Fm, Cp, Fc

Synallaxinae

Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) grimpeiro x NT E RE 1,2 Fm, Cp

Anumbius annumbi (Vieillot, 1817) cochicho RE 1,2 Cn, Ca, Lv

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié RE 1 Lb

Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé x RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 pi-puí x E RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném RE 1,2 Cn, Lb

Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) arredio-oliváceo x E RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Cranioleuca pallida (Wied, 1831) arredio-pálido E* RE 1 Cp

Tyrannida

Pipridae

Ilicurinae

Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)

tangará x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Tityridae

Schiffornithinae

Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) flautim x E RE 1,2 Fc

Tityrinae

Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda RE 1 Cp, Fm

Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleiro-verde RM 1,2 k

Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)

caneleiro E RM 1,2 Cp

Pachyramphus polychopterus (Vieillot,

1818) caneleiro-preto x RM 1,2 Cp

Pachyramphus validus (Lichtenstein,

1823) caneleiro-de-chapéu-preto x RM 1,2 Cp

Cotingidae

Cotinginae

Phibalura flavirostris Vieillot, 1816 tesourinha-da-mata DD RM 1 Cp

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55

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó NT RM 2 Fm

Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga VU RM 1 Fm

Tyrannoidea

Platyrinchidae

Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Rhynchocyclidae

Pipromorphinae

Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846

cabeçudo x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Corythopis delalandi (Lesson, 1830) estalador x RE 1,2 Fc

Phylloscartes eximius (Temminck, 1822) barbudinho NT NT E RE 1 Fc

Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Rhynchocyclinae

Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Todirostrinae

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio x RE 1,2 k

Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846)

tororó x E RE 1,2 Cp

Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho E RE 1 Fc

Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906)

catraca RE 2 Fc

Tyrannidae

Hirundineinae

Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro RM 1,2 Cn, Ca, k

Elaeniinae

Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento x RE 1 k

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tyranniscus burmeisteri (Cabanis &

Heine, 1859) piolhinho-chiador RM 1 Cp

Camptostoma obsoletum (Temminck,

1824) risadinha x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) tuque-pium RM 1,2 k

Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande RM 2 k

Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto RM 1,2 Cp

Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum RM 1,2 Cn

Elaenia obscura (d'Orbigny & Lafresnaye,

1837) tucão RE 1 Lb

Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) suiriri-cinzento RE 1 k

Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta RM 1,2 Fc

Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada RM 1,2 Fm

Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela RM 2 Fm

Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro RM 1 Cn

Phyllomyias virescens (Temminck, 1824) piolhinho-verdoso E RM 1 Fm, Fc

Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho RE 1 Cp, Fm, Fc

Culicivora caudacuta (Vieillot, 1818) papa-moscas-do-campo VU EN RE 1 Cn

Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817) joão-pobre RE 1,2 Lb

Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho x RE 1,2 k

Tyranninae

Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 capitão-castanho RM 1 Fm

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)

maria-cavaleira-pequena RM 1 Cp

Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859

irré x RM 1,2 k

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776)

maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado RM 1,2 Cn

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi x RE 1,2 Cp, k, Pa, Lb

Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro RE 1,2 k, Pa

Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776)

bem-te-vi-rajado x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-penacho-vermelho x RM 1,2 Fc

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri x RM 1,2 Pa, Cn, Ca, k

Tyrannus savana Daudin, 1802 tesourinha x RM 1,2 Cn, Ca, Pa, k

Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Fluvicolinae

Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha x RM 1,2 Fm

Myiophobus fasciatus (Statius Muller,

1776) filipe RM 1,2 k

Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe RM 1 k

Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo RM 2 Lb

Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu x RM 1,2 Fm

Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) maria-preta-de-bico-azulado RM 1 Cp

Knipolegus lophotes Boie, 1828 maria-preta-de-penacho E RM 1,2 Cn, Ca

Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) maria-preta-de-garganta-vermelha E* RM 1 Cn

Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno RM 1,2 Lb

Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera x RM 1,2 Lv

Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca RM 1 Cn, Ca

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Xolmis dominicanus (Vieillot, 1823) noivinha-de-rabo-preto VU VU EN RE 1 Cn

Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) tesoura-cinzenta E RM 1,2 Fm

Passeri

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara x RM 1,2 Cp, Fm, Fc

Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Corvidae

Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) gralha-azul NT E RE 1 Cp

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) gralha-picaça x RE 1,2 Cp, Fm

Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa x RM 1,2 Cn, Ca

Alopochelidon fucata (Temminck, 1822) andorinha-morena RM 1 Cn

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora RM 1,2 Fc

Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo RM 1,2 Cn, Ca

Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-grande x RM 1,2 Ca, Pa

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio x RE 1,2 Fc

Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco RM 1,2 Cn

Hirundo rustica Linnaeus, 1758 andorinha-de-bando VN 1 Ca

Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) andorinha-de-dorso-acanelado x VN 1,2 Cn, Ca, Lv

Troglodytidae

Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra x RE 1,2 k, Ca

Cistothorus platensis (Latham, 1790) corruíra-do-campo EN RE 1 Cn

Turdidae

Turdus flavipes Vieillot, 1818 sabiá-una RM 1 Fm

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Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-branco x RE 1,2 Fc, Fm, Cp

Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira x RE 1,2 Cp, Fc, Fm, k, Lb

Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca x RE 1,2 Cp, Fm, k, Cn, Ca

Turdus subalaris (Seebohm, 1887) sabiá-ferreiro E RM 1,2 Cp

Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Mimidae

Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo x RE 1,2 Cn, Ca, Pa

Motacillidae

Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor RE 1,2 Cn, Ca

Anthus nattereri Sclater, 1878 caminheiro-grande VU VU EN E RE 1 Cn

Anthus hellmayri Hartert, 1909 caminheiro-de-barriga-acanelada RE 1 Cn

Passerellidae

Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k

Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo RE 1,2 Cn, Ca

Arremon semitorquatus Swainson, 1838 tico-tico-do-mato E* RE 1 Fc

Parulidae

Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita x RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra x RE 1,2 Lb

Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula x RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Myiothlypis leucoblephara (Vieillot, 1817) pula-pula-assobiador x RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Icteridae

Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) japuíra x RE 1,2 Cp

Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe RE 1,2 Fc

Icterus pyrrhopterus (encontro) encontro x RE 2 Cp

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Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) pássaro-preto x RE 1,2 Cn, Ca

Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) chopim-do-brejo x RE 1,2 Ca, Lb

Agelaioides badius (Vieillot, 1819) asa-de-telha RE 1 k

Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 chupim-azeviche RE 1 Ca

Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande RE 1,2 Ca

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chupim x RE 1,2 Ca, Cn, Lb, Pa

Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) polícia-inglesa-do-sul RE 1,2 Cn, Ca, Lv

Thraupidae

Thraupinae

Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva RE 1,2 Cp

Pipraeidea bonariensis (Gmelin, 1789) sanhaço-papa-laranja RE 1,2 Cp, k

Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823)

sanhaço-frade RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Schistochlamys ruficapillus (Vieillot, 1817) bico-de-veludo RE 1 Cn

Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaço-cinzento x RE 1,2 Cp, Fm, Fc, k

Tangara preciosa (Cabanis, 1850) saíra-preciosa RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela RE 1 Cn

Diglossinae

Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho x RE 1,2 Fm

Sicalis citrina Pelzeln, 1870 canário-rasteiro RE 1 Cn

Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra x RE 1,2 Ca, Pa

Sicalis luteola (Sparrman, 1789) tipio x RM 1,2 Cn, Ca

Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 cigarra-bambu E RM 1 Cp

Hemithraupinae

Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto RE 1,2 Cp, Fc, Fm

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-ferrugem E* RE 1 Fc

Tachyphoninae

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu x RM 1,2 Ca, Pa

Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Coryphospingus cucullatus (Statius Muller,

1776) tico-tico-rei RE 1,2 k, Cp

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) tiê-preto x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Dacninae

Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha RM 1,2 Cp

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul RE 1,2 Cp, Fc, Fm

Coerebidae

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica RE 1,2 Cp, Fc

Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) cigarra-preta RM 1 Cp, Fm

Sporophilinae

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho RM 2 Fc, Ca, k

Sporophila beltoni Repenning & Fontana, 2013

patativa-tropeira VU VU EN RM 1 Cn

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho x RM 1,2 Cn, Ca, Pa, k

Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) caboclinho RM 1 Cn, Lb

Sporophila hypoxantha Cabanis, 1851 caboclinho-de-barriga-vermelha VU VU RM 1 Lb

Sporophila melanogaster (Pelzeln, 1870) caboclinho-de-barriga-preta NT VU EN E*, E RM 1 Lb

Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió VU RE 1 Cp

Embirizoidinae

Embernagra platensis (Gmelin, 1789) sabiá-do-banhado RE 1,2 Lb

Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo RE 1,2 Cn, Ca

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Emberizoides ypiranganus Ihering &

Ihering, 1907 canário-do-brejo RE 1 Lb

Saltatorinae

Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837

trinca-ferro-verdadeiro x RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Saltator maxillosus Cabanis, 1851 bico-grosso E RE 1 Fm

Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) bico-de-pimenta E RE 2 Fc, Fm, Cp

Poospizinae

Poospiza nigrorufa (d'Orbigny &

Lafresnaye, 1837) quem-te-vestiu RE 1 Lb

Microspingus cabanisi Bonaparte, 1850 quete-do-sul x RE 1,2 Cp

Thlypopsis sordida (d'Orbigny &

Lafresnaye, 1837) saí-canário RE 1,2 Cp

Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) cabecinha-castanha E RE 1,2 Cp, Fm, Fc

Donacospiza albifrons (Vieillot, 1817) tico-tico-do-banhado RM 1 Lb

Cardinalidae

Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaço-de-fogo RE 1 Cn

Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-de-bando RE 1,2 Fm

Amaurospiza moesta (Hartlaub, 1853) negrinho-do-mato RE 1,2 Cp, Fc

Cyanoloxia glaucocaerulea (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)

azulinho RE 1,2 Fc, Cn

Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão x RE 1,2 Fc

Fringillidae

Carduelinae

Spinus magellanicus (Vieillot, 1805) pintassilgo x RE 1,2 Cn, Ca

Euphoniinae

Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim x RE 1,2 k

Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo RE 1,2 Fm

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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Euphonia chalybea (Mikan, 1825) cais-cais x NT RE 1,2 Cp

Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) gaturamo-rei RE 1 Cn

Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822) gaturamo-bandeira RE 1,2 Fc

Estrildidae

Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) bico-de-lacre RE 1 k, Ca

Passeridae

Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal RE 1,2 Pa

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.2.3.3 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei

Diz-se de espécies ameaçadas de extinção as espécies que estão sobre perigo de

desaparecer da natureza. Vários fatores podem causar esse desaparecimento, dentre eles

pode-se citar a destruição e fragmentação de ambientes e habitats, a pressão cinegética

ou de caça para alimentar o tráfico de animais silvestres, a poluição ou mesmo a inserção

de espécies exóticas.

Dentre as 136 espécies registradas para a Áreas de Realocação da Fauna da UHE

Tibagi Montante durante a Fase de Operação, seis espécies se enquadram nas listas de

referência a nível internacional (IUCN, 2020) como “NT – quase ameaçada”. A nível

estadual (IAP, 2018), uma espécie é considerada na categoria “VU – vulnerável”.

As espécies consideradas com algum grau de ameaça para a Área de Influência

registradas durante a primeira campanha são: Pteroglossus bailloni (araçari-banana),

Piculus aurulentus (pica-pau-dourado), Clibanornis dendrocolaptoides (cisqueiro) e

Leptasthenura setaria (grimpeiro), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) e Euphonia

chalybea (cais-cais) todas como “quase ameaçada” a nível mundial. P. bailloni é tida como

“vulnerável” a nível estadual.

A região encontra-se bastante fragmentada, com poucos ambientes favoráveis para a

manutenção de populações dessas espécies, tendo a agricultura invadindo áreas de Área

de Preservação Permanente (APP), bem como a construção de empreendimentos podem

estar causando impacto local sobre essas e outras espécies na região. No entanto, o

registro dessas espécies mostra que apesar de todos os impactos a região ainda possui

áreas que possibilitam a manutenção das mesmas, assim como outras poderão ser

registradas e acompanhadas em campanhas futuras.

Não foram realocadas espécies de aves ameaçadas de extinção, e não se pode afirmar

que espécies de outros grupos faunísticos podem estar causando impacto sobre as

populações de aves em risco em áreas de realocação, bem como não se pode tirar

conclusões a respeito da formação do reservatório sobre o impacto direto do mesmo até o

momento, tendo em vista que algumas espécies podem não ter sido registradas no

momento da amostragem devido a inconspicuidade das mesmas durante os dias de

monitoramento, bem como a baixa abundância de indivíduos de algumas espécies, como

ocorre principalmente com rapinantes, os quais poderão ser registrados em campanhas

futuras.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Em relação as espécies registradas durante a primeira campanha, Clibanornis

dendrocolaptoides (cisqueiro) foi registrado em todas as áreas de realocação, a espécie

têm habitos relacionados a presença de taquara, esse tipo de vegetação pode ser

encontrada em todos os sítios, dando condições para a manutenção da espécie.

Leptasthenura setaria (grimpeiro) foi detectado apenas nas áreas MD1 e ME durante

a primeira campanha. Esta espécie é dependente do Araucaria angustifolia (pinheiro-do-

Paraná), apesar dos ambientes serem bem fragmentados, ainda mantém área de vida para

a espécie em questão, principalmente na Área ME, onde mantém uma quantidade grande

de pinheiros próximos uns dos outros.

Piculus aurulentus (pica-pau-dourado) foi registrado apenas na Área de Realocação

MD1, a espécie tem preferência por ambientes florestais, principalmente com sub-bosque

bem conservado.

Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) teve seu registro na área ME, a espécie é

considerada ameçada pela fragmentação e perda de habitat.

Pteroglossus bailloni (araçari-banana) foi registrado nas áreas MD1 e ME, durante o

período de busca ativa, a espécie possui registros pontuais na região, não sendo citados

em listas de referência, porém, possui registros no monitoramento de fauna terrestre da

UHE Tibagi Montante. A espécie é dependente de ambientes florestais bem estruturados,

necessitando de árvores grandes com ocos para nidificar, a fragmentação destes

ambientes na região pode ser a razão da espécie ser considerada rara.

Euphonia chalybea (cais-cais), foi registrado apenas na área MD2, durante busca

ativa, em local com presença de um lago formando um ambiente diferenciando dentro da

área amostral. Nesse mesmo ambiente foram realizados outros registros exclusivos para

essa campanha se comparado com outras áreas amostrais.

Com o desenvolvimento das próximas campanhas de monitoramento será possível

avaliar se essas espécies permaneceram na área de estudo após a instalação do

empreendimento.

5.2.3.4 Espécies endêmicas

O modo como as espécies se distribuem pode definir seu grau de endemismo. Onde

o determinante é o grau de restrição a um país ou região. Conforme apresentada na tabela

N, ao menos nove espécies com potêncial ocorrência para a região da UHE Tibagi

Montante são consideradas como endêmicas do território brasileiro, durante a primeira

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

campanha de monitoramento da fauna realocada, uma dessas espécies foi registrada, o

Eleoscytalapus indigoticus (macuquinho), o registro deu-se através de registro auditivo,

durante deslocamento em trilha no interior do fragmento. Essa espécie possuí hábitos de

ficar próximo ao solo, em lugares escuros e densos, sendo de difícil detecção visual.

Há ainda, alguns endemismos da Mata Atlântica ou, mais precisamente, da zona

biogeográfica conhecida por Paraná Center, o qual é um centro de endemismos citado por

Cracraft (1985) composto por aves associadas a ambientes de Floresta Ombrófila Mista. A

lista de referência apresenta ao menos 50 espécies apresentadas como possíveis para a

região, destas, 19 foram registradas na primeira campanha (38% das possíveis), são elas:

Penelope obscura (jacuaçu), Trogon surrucura (surucuá-variado), Ramphastos dicolorus

(tucano-de-bico-verde), Picumnus temminckii (picapauzinho-de-coleira), Piculus aurulentus

(pica-pau-dourado), Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa), Batara cinerea (matracão),

Mackenziaena leachii (borralhara-assobiadora), Pyriglena leucoptera (papa-taoca-do-sul),

Drymophila malura (choquinha-carijó), Sclerurus scansor (vira-folha), Clibanornis

dendrocolaptoides (cisqueiro), Leptasthenura setaria (grimpeiro), Synallaxis cinerascens

(pi-puí), Cranioleuca obsoleta (arredio-oliváceo), Chiroxiphia caudata (tangará), Schiffornis

virescens (flautim), Poecilotriccus plumbeiceps (tororó) e Tachyphonus coronatus (tiê-

preto).

A continuidade do monitoramento comprovará a manutenção dessas espécies na

região do empreendimento, nas áreas de realocação da fauna da UHE Tibagi Montante,

bem como o registro de outras espécies que se enquadrem como endêmicas para a região.

Ressalta-se que dentre as espécies capturadas e realocadas no período de supressão e

enchimento do reservatório não houve registro de espécies endêmicas.

5.2.3.5 Espécies migratórias/sazonais

Têm-se a migração traduzida no movimento direcional em massa de um alto número de

indivíduos de uma mesma espécie ligado geralmente à mudança climática, período

reprodutivo ou escassez de alimento. Essa migração pode ser neártica, onde indivíduos se

deslocam oriundos do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul, ou austral onde os indivíduos

migram do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte ou mesmo fazem deslocamento

internamente dentro do continente, visando esse direcionamento se atingir especificamente

o total deslocamento entre Hemisférios, pode-se incluir nesse movimentos regionais, locais

ou parciais (WIKIAVES, 2020).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

A primeira amostragem, realizada em janeiro de 2020 contemplou ao menos 25

espécies que realizam algum movimento migratório. Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-

de-dorso-acanelado) realiza migração neártica, enquanto que as outras espécies realizam

movimentos regionais, são elas: Lurocalis semitorquatus (tuju), Nyctidromus albicollis

(bacurau), Cypseloides senex (taperuçu-velho), Falco femoralis (falcão-de-coleira),

Pachyramphus polychopterus (caneleiro-preto), P. validus (caneleiro-de-chapéu-preto),

Elaenia mesoleuca (tuque), Legatus leucophaius (bem-te-vi-pirata), Myiarchus swainsoni

(irré), Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-rajado), Megarynchus pitangua (neinei),

Myiozetetes similis (bentevizinho-de-penacho-vermelho), Tyrannus melancholicus (suiriri),

T. savana (tesourinha), Empidonomus varius (peitica), Colonia colonus (viuvinha),

Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu), Xolmis cinereus (primavera), Vireo chivi (juruviara),

Pygochelidon cyanoleuca (andorinha-pequena-de-casa), Progne chalybea (andorinha-

doméstica-grande), Sicalis luteola (tipio), Volatinia jacarina (tiziu) e Sporophila caerulescens

(coleirinho).

5.2.3.6 Esforço amostral

Foram destinados sete dias para a aplicação dos métodos utilizados no

levantamento da avifauna em cada uma das campanhas, incluindo o deslocamento da

equipe e a instalação ou remoção dos equipamentos. O esforço amostral dos métodos

sistematizados e não-sistematizados são apresentados na Tabela 5.2.3.6.1.

Tabela 5.2.3.6.1 – Esforço amostral empregado em cada uma das campanhas do monitoramento da avifauna

Método Quantidade / área

amostral

Nº de sítios

amostrais

Nº dias amostrais

por fase

Esforço

Total

Redes de neblina 9 3 2/sítio 432 horas-rede

(11,664 h.m²)

Pontos de escuta 12 3 2/sítio 12 h

Coleta de dados

não-sistematizados Full time 3 2/sítio 72 h

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.2.3.7 Comparação entre as áreas de realocação

A primeira amostragem apresentou 136 táxons, as quais se distribuíram nos sítios

amostrais conforme apresentado a seguir (Tabela 5.2.3.7.1).

Tabela 5.2.3.7.1 – Distribuição das espécies registradas por área de realocação durante a primeira campanha do monitoramento da fauna realocada.

Táxon Nome Comum Área MD-1 Área ME Área MD2

Tinamiformes Tinamidae

Crypturellus obsoletus inambuguaçu x x x Crypturellus tataupa inambu-chintã x x

Anseriformes Anatidae

Dendrocygna viduata irerê x Amazonetta brasiliensis ananaí x

Galliformes Cracidae

Penelope obscura jacuguaçu x x x

Suliformes Phalacrocoracidae

Nannopterum brasilianus biguá x

Pelecaniformes Ardeidae

Butorides striata socozinho x

Threskiornithidae

Mesembrinibis cayennensis coró-coró x x Theristicus caudatus curicaca x x x

Cathartiformes Cathartidae

Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha x

Coragyps atratus urubu x x x Sarcoramphus papa urubu-rei x

Accipitriformes Accipitridae

Heterospizias meridionalis gavião-caboclo x Rupornis magnirostris gavião-carijó x x x

Gruiformes Rallidae

Aramides saracura saracura-do-mato x x Gallinula galeata galinha-d'água x

Charadriiformes Charadriidae

Vanellus chilensis quero-quero x x x

Columbiformes Columbidae

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Columbina talpacoti rolinha x x x Columbina squammata fogo-apagou x x Patagioenas picazuro asa-branca x x x Patagioenas cayennensis pomba-galega x x x Zenaida auriculata avoante x x x Leptotila verreauxi juriti-pupu x x x Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca x x x

Cuculiformes Cuculidae

Piaya cayana alma-de-gato x x x Guira guira anu-branco x x Tapera naevia saci x x

Strigiformes Strigidae

Megascops choliba corujinha-do-mato x x Megascops

sanctaecatarinae corujinha-do-sul x x Asio flammeus mocho-dos-banhados x x

Caprimulgiformes Caprimulgidae

Lurocalis semitorquatus tuju x x Nyctidromus albicollis bacurau x x

Apodiformes Apodidae

Cypseloides senex taperuçu-velho x x x

Trochilidae

Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho x x

Trogoniformes Trogonidae

Trogon surrucura surucuá-variado x x x

Coraciiformes Alcedinidae

Chloroceryle amazona martim-pescador-verde x

Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno x

Momotidae

Baryphthengus ruficapillus juruva x x x

Piciformes Ramphastidae

Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde x x x Pteroglossus bailloni araçari-banana x x

Picidae

Picumnus temminckii picapauzinho-de-coleira x x x

Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó x x x

Piculus aurulentus pica-pau-dourado x

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado x x x

Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela x x x

Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca x

Falconiformes Falconidae

Caracara plancus carcará x x x Milvago chimachima carrapateiro x x x Herpetotheres cachinnans acauã x Falco sparverius quiriquiri x Falco femoralis falcão-de-coleira x x

Psittaciformes Psittacidae

Pyrrhura frontalis tiriba x

Passeriformes

Thamnophilidae

Dysithamnus mentalis choquinha-lisa x x x

Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho x

Thamnophilus caerulescens choca-da-mata x x x

Batara cinerea matracão x

Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora x

Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul x Drymophila malura choquinha-carijó x

Conopophagidae

Conopophaga lineata chupa-dente x Rhinocryptidae

Eleoscytalopus indigoticus macuquinho x

Formicariidae

Chamaeza campanisona tovaca-campainha x x x Scleruridae

Sclerurus scansor vira-folha x

Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde x x Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado x x x

Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamoso-do-sul x x x

Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande x Furnariidae

Furnarius rufus joão-de-barro x x Lochmias nematura joão-porca x x x Clibanornis

dendrocolaptoides cisqueiro x x x Leptasthenura setaria grimpeiro x x Synallaxis ruficapilla pichororé x x x Synallaxis cinerascens pi-puí x x Cranioleuca obsoleta arredio-oliváceo x x

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Pipridae Chiroxiphia caudata tangará x x x

Tityridae Schiffornis virescens flautim x Pachyramphus

polychopterus caneleiro-preto x x

Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto x x x

Platyrinchidae

Platyrinchus mystaceus patinho x x x Rhynchocyclidae

Leptopogon

amaurocephalus cabeçudo x x x Corythopis delalandi estalador x x Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio x x Poecilotriccus plumbeiceps tororó x x

Tyrannidae

Euscarthmus meloryphus barulhento x Camptostoma obsoletum risadinha x x x Elaenia mesoleuca tuque x Serpophaga subcristata alegrinho x Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata x x Myiarchus swainsoni irré x x x Pitangus sulphuratus bem-te-vi x x x Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado x x x Megarynchus pitangua neinei x x x

Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho x x

Tyrannus melancholicus suiriri x x x Tyrannus savana tesourinha x Empidonomus varius peitica x Colonia colonus viuvinha x Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu x Xolmis cinereus primavera x x

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis pitiguari x x Hylophilus poicilotis verdinho-coroado x x Vireo chivi juruviara x x

Corvidae

Cyanocorax chrysops gralha-picaça x x x Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa x

Progne chalybea andorinha-grande x Tachycineta albiventer andorinha-do-rio x x

Petrochelidon pyrrhonota andorinha-de-dorso-acanelado x

Troglodytidae

Troglodytes musculus corruíra x x x

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Turdidae Turdus leucomelas sabiá-branco x x x Turdus rufiventris sabiá-laranjeira x x x Turdus amaurochalinus sabiá-poca x x x

Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo x

Passerellidae Zonotrichia capensis tico-tico x x x

Parulidae Setophaga pitiayumi mariquita x Geothlypis aequinoctialis pia-cobra x Basileuterus culicivorus pula-pula x x x Myiothlypis leucoblephara pula-pula-assobiador x x x

Icteridae

Cacicus haemorrhous guaxe x x Icterus pyrrhopterus encontro x x Gnorimopsar chopi pássaro-preto x x Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo x Molothrus bonariensis chupim x x x

Thraupidae

Tangara sayaca sanhaço-cinzento x x x

Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho x

Sicalis flaveola canário-da-terra x x Sicalis luteola tipio x Volatinia jacarina tiziu x x x Trichothraupis melanops tiê-de-topete x x x Tachyphonus coronatus tiê-preto x x x

Sporophila caerulescens coleirinho x x x Saltator similis trinca-ferro x Microspingus cabanisi quete-do-sul x

Cardinalidae

Cyanoloxia brissonii azulão x x

Fringillidae Leach, 1820

Spinus magellanicus pintassilgo x x

Euphonia chlorotica fim-fim x

Euphonia chalybea cais-cais x

Os resultados por área de realocação serão discutidos de forma individualizada a

seguir.

• Área de Realocação Margem Direita 1

A área de realocação margem direita um apresentou 84 espécies registradas por

meio de todos os métodos aplicados no local (busca ativa e por meio de contagens em

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

pontos fixos) (Tabela 5.2.3.7.1). O valor representa 62% do total registrado para a atual

campanha.

Sete espécies foram exclusivas dessa área amostral durante a campanha, sendo

elas: Nannopterum brasilianus (biguá), Colaptes melanochloros (pica-pau-verde-barrado),

Falco sparverius (quiriquiri), Thamnophilus ruficapillus (choca-de-chapéu-vermelho),

Pyriglena leucoptera (papa-taoca-do-sul), Serpophaga subcristata (alegrinho) e Sicalis

luteola (tipio).

Destaca-se a ocorrência de T. ruficapillus e P. leucoptera, ambas espécies são

características de ambientes com sub-bosque estruturado, onde forrageiam próximo ao

chão.

F. sparverius e S. luteola são mais frequentemente registrados em borda de floresta,

ou em lugares com presença de vegetação de campo.

• Área de Realocação Margem Esquerda

A área de realocação margem esquerda revelou a presença de 108 espécies de aves

durante a execução da presente campanha, o valor representa 79% do total de espécies

registradas, a área foi a mais diversa durante a campanha.

O grande número de registros deve-se ao mosaico de ambientes na Área, tendo

fragmento florestal contínuo, cortado por estrada rural, ambientes com presença de água

(rio Tibagi, riacho e brejo), monocultura de espécies exóticas, pátio de manobras de

caminhões e taquaral. Formando vários microambientes que são favoráveis para diversas

espécies de aves.

18 espécies foram exclusivas da área, são elas: Amazonetta brasiliensis (ananaí),

Sarcoramphus papa (urubu-rei), Chloroceryle amazona (martim-pescador-verde),

Dryocopus lineatus (pica-pau-de-banda-branca), Herpetotheres cachinnans (acauã),

Pyrrhura frontalis (tiriba), Batara cinerea (matracão), Mackenziaena leachii (borralhara-

assobiadora), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho), Euscarthmus meloryphus

(barulhento), Tyrannus savana (tesourinha), Empidonomus varius (peitica), Petrochelidon

pyrrhonota (andorinha-do-dorso-acanelado), Mimus saturninus (sabiá-do-campo),

Pseudoleistes guirahuro (chopim-do-brejo), Conirostrum speciosum (figuinha-do-rabo-

castanho), Saltator similis (trinca-ferro) e Euphonia chlorotica (fim-fim).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Dentre estes, merece destaque a ocorrência de S. papa e H. cachinnans, ambas

consumidoras de carne, a primeira se alimenta de carcaças, desempenhando papel

saneador no ambiente e a segunda é uma espécie voraz, caçando principalmente lagartos,

morcegos e serpentes, demonstrando que a presença da mesma na área certamente está

relacionada com a ocorrência de espécies presa.

Outras espécies que merecem destaque são os habitantes de sub-bosque, B.

cinerea, M. leachii, E. indigoticus e E. meloryphus, todas têm preferência por ambientes

densos. As duas últimas apesar de constarem em listas de referência para a região ainda

não foram registradas no monitoramento das áreas de influência direta na UHE Tibagi

Montante.

• Área de Realocação Margem Direita 2

Nesta área de Realocação houve o registro de 90 espécies de aves durante a

primeira campanha, esse valor corresponde a 66% do total registrado para o período de

amostragem.

A área contou com o registro de 20 espécies exclusivas, sendo elas: Dendrocygna

viduata (irerê), Butorides striata (socozinho), Cathartes aura (urubu-de-cabeça-vermelha),

Heterospizias meridionalis (gavião-caboclo), Gallinula galeata (galinha-d’água),

Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno), Drymophila malura (choquinha-

carijó), Conopophaga lineata (chupa-dente), Sclerurus scansor (vira-folha), Dendrocolaptes

platyrostris (arapaçu-grande), Schiffornis virescens (flautim), Elaenia mesoleuca (tuque),

Colonia colonus (viuvinha), Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu), Pygochelidon

cyanoleuca (andorinha-pequena-de-casa), Progne chalybea (andorinha-doméstica-

grande), Setophaga pitiayumi (mariquita), Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra),

Microspingus cabanisi (quete-do-sul) e Euphonia chalybea (cais-cais).

Os destaques para a área ficaram por conta de espécies que estavam ocupando um

pequeno lago (Figura 5.2.3.7.1), como G. galeata, B. striata e C. americana (Figura

5.2.3.7.2), as demais áreas não possuem ambientes parecidos com o observado.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.7.1 – Ambiente com presença de água na AR MD-2

Figura 5.2.3.7.2 – Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno) na AR MD-2

5.2.3.8 Similaridade entre as áreas

Para a análise de similaridade entre as áreas de Realocação foram considerados os

dados de presença e ausência das espécies, somando os resultados do método de

contagem em pontos de escuta, aplicado nas áreas inventariadas. Esta análise de

similaridade (Bray-Curtis) gerou um dendrograma (Figura 5.2.3.8.1) que ilustra quais áreas

de realocação apresentaram composição avifaunística mais semelhante. As áreas com

resultados mais similares são agrupados com valores mais próximo de 1.0, enquanto que

as áreas com menor afinidade avifaunística apresentam resultados mais próximos de zero.

Tendo como base os dados coletados na primeira campanha do Programa de

Monitoramento da Fauna Realocada, é possível observar que a uma maior similaridade

entre as áreas AR MD-1 e AR ME, com 59% de semelhança. Ambos os ambientes

apresentam características similares, com vegetação densa, principalmente com taquaras

no sub-bosque, além de longas bordas florestais o que favorece ambientes com

caracteríticas parecidas para a comunidade de aves.

De modo geral, a similaridade da comunidade de aves entre as áreas ficou parecida,

o que pode ser justificado pela proximidade entre as áreas, baixa sazonalidade de

campanhas até o presente momento (apenas uma), que poderá ser modificada ao longo do

tempo, com a chegada de outras espécies para as áreas, bem como a visita a novos

microambientes ou devido a conspicuídade das mesmas nos períodos de amostragem.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.8.1 – Dendrograma ilustrativo da similaridade Bray-Curtis entre as áreas de realocação com base nos dados coletados na primeira campanha de monitoramento da fauna realocada. Legenda: AR - Área de Realocação; MD – Margem Direita; ME – Margem Esquerda

Abaixo são apresentados os índices de similaridade (Tabela 5.2.3.8.1) obtidos entre

as áreas de realocação.

Tabela 5.2.3.8.1 – Índices de similaridade entre as Áreas de Realocação durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, conforme análise de Cluster (Bray-Curtis)

AR MD-01 AR ME AR MD-2

AR MD-1 1 0,595745 0,57284

AR ME 0,595745 1 0,541752

AR MD-2 0,57284 0,541752 1

5.2.3.9 Anilhamento

Durante a execução da primeira campanha, foram definidos os locais onde será

desenvolvido os anilhamentos de aves capturadas com redes-de-neblina. Na presente

campanha foram capturados nove espécimes de aves (duas na área MD1, uma na área

ME e seis na MD2), todos marcados com anilhas metálicas padrão CEMAVE.

A MD1 contou com a captura de um indivíduo macho jovem de Chiroxiphia caudata

(tangará) e de um Baryphthengus ruficapillus (juruva). A ME teve a captura de um exemplar

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

de Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira). A MD2 foi a mais rica e diversa na presente

campanha, contando com três capturas de B. ruficapillus (juruva), e Myiothlypis

leucoblephara (pula-pula-assobiador), Turdus leucomelas (sabiá-branco) e Dysithamnus

mentalis (choquinha-lisa) tiveram uma captura cada.

A Tabela 5.2.3.9.1 apresenta os dados do anilhamento durante a primeira campanha

do monitoramento da fauna realocada.

Tabela 5.2.3.9.1 – Número de indivíduos amostrados e taxa de captura das espécies capturadas durante a décima primeira etapa do anilhamento realizado na área de influência da UHE Tibagi Montante

Espécie Total de capturas Taxa de captura

Baryphthengus ruficapilla 4 0,925

Chiroxiphia caudata 1 0,231

Turdus rufiventris 1 0,231

Dysithamnus mentalis 1 0,231

Myiothlypis leucoblephara 1 0,231

Turdus leucomelas 1 0,231 Nota: A taxa de captura total equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de capturas*100 /

esforço de 432 horas-rede).

As próximas campanhas poderão revelar recapturas desses especimes,

colaborando com informações sobre o uso do ambiente, bem como a longevidade das

mesmas nas áreas monitoradas.

As Figuras 5.2.3.9.1 a 5.2.3.9.9 ilustram algumas espécies capturadas durante a

execução da 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante.

Figura 5.2.3.9.1 – Chiroxiphia caudata (tangará) macho jovem capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD1.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.9.2 – Baryphthengus ruficapillus (juruva) capturado durante primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD1.

Figura 5.2.3.9.3 – Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na ME.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.9.4 – Myiothlypis leucoblephara (pula-pula-assobiador) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.

Figura 5.2.3.9.5 – Turdus leucomelas (sabiá-branco) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.9.6 – Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa) macho capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.

Espécimes marcados e realocados durante o resgate de fauna na área do

reservatório da UHE Tibagi Montante não foram detectados na presente campanha.

5.2.3.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)

Por meio do censo por pontos fixos, no somatório das três áreas de realocação,

foram detectadas 97 espécies de aves, com IPA variando entre 2,277 (n = 82 indivíduos) e

0,027 (n = 1 indivíduo), tendo uma média de aproximadamente 0,161 (n = 5,8 indivíduos).

27 espécies tiveram IPA igual ou superior a média, enquanto que 70 espécies tiveram IPA

menor que a média (Figura 5.2.3.10.1).

Figura 5.2.3.10.1 - Valores gerais de Índice Pontual de Abundância (IPA) registrados durante a décima primeira campanha.

0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

1 4 7 101316192225283134374043464952555861646770737679828588919497

IPA

Índice Pontual de Abundância - Campanha 1

Espécies Média

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

As espécies mais frequentes detectadas nessa metodologia foram Patagioenas

picazuro (IPA = 2,277), Vanellus chilensis (IPA = 1,388), Leptotila verreauxi (IPA = 0,972),

Cyanocorax chrysops (IPA = 0,75 cada) e Myiothlypis leucoblephara (IPA = 0,7). Em relação

ao IPA mínimo (0,027), foram registradas 31 espécies, tendo cada uma um contato. Os

resultados destas e de todas as demais espécies registradas por meio deste método

durante a execução da campanha podem ser visualizados na tabela 5.2.3.10.1, juntamente

com os resultados observados por sítio amostral.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tabela 5.2.3.10.1 – Índice Pontual de Abundância (IPA) das espécies amostradas pelo método de contagens em pontos de escuta durante a primeira campanha do monitoramento da avifauna nas áreas de realocação em cada um das três áreas amostrais. Apresenta os valores de abundância total para os 12 pontos de contagem e o total geral para a espécie na campanha realizada.

Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral

Aramides saracura saracura-do-mato 7 0,583 2 0,166 9 0,25

Baryphthengus ruficapillus juruva 3 0,25 3 0,083

Basileuterus culicivorus pula-pula 10 0,833 10 0,833 6 0,5 26 0,722

Batara cinerea matracão 1 0,083 1 0,027

Cacicus haemorrhous guaxe 7 0,583 7 0,194

Camptostoma obsoletum risadinha 1 0,083 2 0,166 3 0,083

Caracara plancus carcará 1 0,083 1 0,027

Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela 1 0,083 1 0,083 1 0,083 3 0,083

Chamaeza campanisona tovaca-campainha 4 0,333 4 0,333 1 0,083 9 0,25

Chiroxiphia caudata tangará 4 0,333 4 0,333 8 0,222

Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho 2 0,166 2 0,055

Clibanornis dendrocolaptoides cisqueiro 3 0,25 3 0,083

Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 1 0,083 1 0,027

Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado 1 0,083 3 0,25 4 0,111

Colonia colonus viuvinha 2 0,166 2 0,055

Columbina talpacoti rolinha 2 0,166 2 0,166 4 0,111

Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho 3 0,25 3 0,083

Coragyps atratus urubu 1 0,083 1 0,027

Corythopis delalandi estalador 1 0,083 3 0,25 4 0,111

Crypturellus obsoletus inambuguaçu 4 0,333 3 0,25 7 0,194

Crypturellus tataupa inambu-chintã 1 0,083 1 0,027

Cyanocorax chrysops gralha-picaça 8 0,666 15 1,25 4 0,333 27 0,75

Cyanoloxia brissonii azulão 1 0,083 1 0,027

Cyclarhis gujanensis pitiguari 1 0,083 2 0,166 3 0,083

Cypseloides senex taperuçu-velho 1 0,083 1 0,027

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral

Drymophila malura choquinha-carijó 6 0,5 6 0,166

Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 1 0,083 3 0,25 5 0,416 9 0,25

Elaenia mesoleuca tuque 1 0,083 1 0,027

Eleoscytalopus indigoticus macuquinho 1 0,083 1 0,027

Empidonomus varius peitica 1 0,083 1 0,027

Euscarthmus meloryphus barulhento 2 0,166 2 0,055

Falco femoralis falcão-de-coleira 1 0,083 1 0,027

Furnarius rufus joão-de-barro 4 0,333 4 0,111

Geothlypis aequinoctialis pia-cobra 1 0,083 1 0,027

Gnorimopsar chopi pássaro-preto 2 0,166 2 0,055

Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 2 0,166 1 0,083 3 0,083

Icterus pyrrhopterus encontro 1 0,083 1 0,027

Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata 1 0,083 1 0,027

Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamoso-do-sul 1 0,083 1 0,083 2 0,055

Leptasthenura setaria grimpeiro 2 0,166 2 0,055

Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 1 0,083 2 0,166 1 0,083 4 0,111

Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca 1 0,083 1 0,027

Leptotila verreauxi juriti-pupu 18 1,5 12 1 5 0,416 35 0,972

Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora 2 0,166 2 0,055

Megarynchus pitangua neinei 1 0,083 3 0,25 3 0,25 7 0,194

Mesembrinibis cayennensis coró-coró 1 0,083 1 0,027

Microspingus cabanisi quete-do-sul 2 0,166 2 0,055

Molothrus bonariensis chupim 3 0,25 3 0,083

Myiarchus swainsoni irré 2 0,166 2 0,055

Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado 4 0,333 4 0,111

Myiothlypis leucoblephara pula-pula-assobiador 10 0,833 5 0,416 15 0,416

Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho 1 0,083 1 0,083 2 0,055

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral

Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto 3 0,25 1 0,083 4 0,111

Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto 3 0,25 3 0,083

Patagioenas cayennensis pomba-galega 3 0,25 3 0,083

Patagioenas picazuro asa-branca 22 1,833 31 2,583 29 2,416 82 2,277

Penelope obscura jacuguaçu 1 0,083 1 0,027

Piaya cayana alma-de-gato 1 0,083 1 0,027

Piculus aurulentus pica-pau-dourado 1 0,083 1 0,027

Picumnus temminckii picapauzinho-de-coleira 2 0,166 1 0,083 3 0,083

Pitangus sulphuratus bem-te-vi 1 0,083 10 0,833 1 0,083 12 0,333

Platyrinchus mystaceus patinho 1 0,083 1 0,027

Poecilotriccus plumbeiceps tororó 5 0,416 1 0,083 6 0,166

Progne chalybea andorinha-grande 4 0,333 4 0,111

Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul 1 0,083 1 0,027

Pyrrhura frontalis tiriba 2 0,166 2 0,055

Rupornis magnirostris gavião-carijó 1 0,083 1 0,083 2 0,166 4 0,111

Saltator similis trinca-ferro 1 0,083 1 0,027

Schiffornis virescens flautim 1 0,083 1 0,027

Serpophaga subcristata alegrinho 1 0,083 1 0,027

Setophaga pitiayumi mariquita 1 0,083 1 0,027

Sicalis flaveola canário-da-terra 1 0,083 2 0,166 3 0,083

Sicalis luteola tipio 1 0,083 1 0,027

Spinus magellanicus pintassilgo 1 0,083 1 0,027

Sporophila caerulescens coleirinho 2 0,166 6 0,5 2 0,166 10 0,277

Synallaxis cinerascens pi-puí 1 0,083 1 0,083 2 0,055

Synallaxis ruficapilla pichororé 3 0,25 2 0,166 2 0,166 7 0,194

Tachycineta albiventer andorinha-do-rio 3 0,25 3 0,083

Tachyphonus coronatus tiê-preto 1 0,083 1 0,083 2 0,055

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Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral

Tapera naevia saci 1 0,083 1 0,027

Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 2 0,166 3 0,25 3 0,25 8 0,222

Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho 1 0,083 1 0,027

Theristicus caudatus curicaca 12 1 1 0,083 1 0,083 14 0,388

Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio 2 0,166 2 0,055

Trichothraupis melanops tiê-de-topete 1 0,083 2 0,166 1 0,083 4 0,111

Troglodytes musculus corruíra 2 0,166 2 0,166 2 0,166 6 0,166

Trogon surrucura surucuá-variado 6 0,5 3 0,25 2 0,166 11 0,305

Turdus amaurochalinus sabiá-poca 7 0,583 1 0,083 8 0,222

Turdus leucomelas sabiá-branco 1 0,083 3 0,25 4 0,111

Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 1 0,083 1 0,027

Tyrannus melancholicus suiriri 2 0,166 6 0,5 4 0,333 12 0,333

Vanellus chilensis quero-quero 17 1,416 4 0,333 29 2,416 50 1,388

Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó 1 0,083 3 0,25 4 0,333 8 0,222

Volatinia jacarina tiziu 1 0,083 8 0,666 9 0,25

Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado 2 0,166 1 0,083 3 0,083

Zenaida auriculata avoante 1 0,083 1 0,027

Zonotrichia capensis tico-tico 4 0,333 6 0,5 1 0,083 11 0,305

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Na Área de Realocação Margem Direita 1 foram detectadas 48 espécies

durante a amostragem, com IPA variando entre 1,833 e 0,083 (n = 22 e n = 1 contatos,

respectivamente). A média ficou em 0,27 (n = 3,3 contatos por espécie) (Figura

5.2.3.10.2).

Figura 5.2.3.10.2 – Índice Pontual de Abundância registrado na área MD-1 durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.

Na Área De Realocação Margem Esquerda foram detectadas 61 espécies de

aves durante a amostragem, com IPA variando entre 2,583 e 0,083 (n = 31 e n = 1

contatos respectivamente). A média ficou em 0,315 (n = 3,8 contatos por espécie)

(Figura 5.2.3.10.3).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47

IPA

Índice Pontual de Abundância - MD1

Espécies Média

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.10.3 – Índice Pontual de Abundância registrado na área ME durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.

Na Área de Realocação Margem Direita 2 foram detectadas 54 espécies de

aves durante a amostragem, com IPA variando entre 2,416 e 0,2 (n = 29 e n = 1

contatos respectivamente). A média ficou em 0,272 (n = 3,3 contatos por espécie)

(Figura 5.2.3.10.4).

Figura 5.2.3.10.4 – Índice Pontual de Abundância registrado na área MD-2 durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.

0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

2,7

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61

IPA

Índice Pontual de Abundância - ME

Espécies Média

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334

IPA

Índice Pontual de Abundância - Sítio 3

Espécies Média

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88

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Conforme observado nas Figuras 5.2.3.10.1 a 5.2.3.10.4, tanto para a

compilação quanto para cada sítio amostral o padrão se manteve, com poucas

espécies com IPA igual ou maior que a média, enquanto que a maioria das espécies

foram pouco frequentes. Esse padrão é encontrado na maioria dos inventários que

utilizam essa metodologia.

As Figuras 4.2.3.10.4 a 5.2.3.10.9 apresentam algumas aves registradas em

campo durante a aplicação do método de contagens em pontos fixos na primeira

campanha de monitoramento da fauna realocada.

Figura 5.2.3.10.4 – Cyanocorax chrysops (gralha-picaça)

Figura 5.2.3.10.5 – Aramides saracura (saracura-do-mato)

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.10.6 – Piaya cayana (alma-de-gato)

Figura 5.2.3.10.7 – Theristicus caudatus (curicaca)

Figura 5.2.3.10.8 – Colonia colonus (viuvinha)

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90

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.2.3.10.9 – Fêmea de Trogon surrucura (surucuá-variado)

5.2.3.11 Índice de diversidade

Durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, com base

nas informações coletadas nos pontos fixos e busca ativa, pôde-se verificar a

diversidade com base no Índice de Shannon-Wiener. Para tal optou-se em considerar

o número de registros em listas por Área Amostral e no caso de registros ao acaso,

considerou-se a presença do indivíduo na mesma (N = 1). Os maiores valores

registrados foram para a Área de Realocação Margem Esquerda (4,154

nats.indivíduo), seguido da Área de Realocação Margem Direita 2 (3,857

nats.indivíduo) e da Área de Realocação Margem Direita 1 (3,77 nats. indivíduo)

(Tabela 5.2.3.11.1). Se analisados o montante de dados das três áreas amostrais,

têm-se um total de 4,208 nats.indivíduo.

Estes resultados (Tabela 5.2.3.11.1) indicam que diferentes combinações de

riqueza e abundância de espécies entre as áreas podem gerar valores parecidos de

H’, mesmo com ambientes diferenciados. Isto pode indicar que as diversidades não

são comparáveis. Com efeito, há uma série de críticas com relação ao uso deste

índice para comparar comunidades (MELO, 2008; MAGURRAN, 2011).

Tabela 5.2.3.11.1 – Índices de diversidade obtidos ao longo do monitoramento da avifauna nas Àreas de Realocação da UHE Tibagi Montante

AR MD-1 AR ME AR MD-2 Geral

Espécies 84 108 90 136

Indivíduos 192 278 213 683

Shannon-Wiener (H’) 3,77 4,154 3,857 4,293

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91

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.2.3.12 Espécimes coletados

Nenhum indivíduo foi coletado durante a execução da primeira campanha do

monitoramento da avifauna realocada da UHE Tibagi Montante.

5.2.3.13 Dados reprodutivos

Nenhum indivíduo capturado durante a primeira campanha apresentava placa

de incubação, no entanto, dois indivíduos são considerados jovens, e dois foram

considerados como quase adultos, provavelmente da atual estação reprodutiva,

apresentando comissura labial, formação craniana e coloração de indivíduos jovens.

Durante a aplicação das metodologias foi possível observar indivíduos jovens,

acompanhando adultos em busca de alimento, comprovando o fato da estação

reprodutiva na região estar contida entre os meses de outubro e fevereiro.

5.2.4 Considerações Finais

A primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, realizada em

fevereiro de 2020 revelou a ocorrência de 136 espécies se compilado a riqueza

presente nas três áreas. O período revela o final do período reprodutivo, comprovado

com a captura e observação de aves jovens e filhotes.

O montante registrado representa 37% do total de aves esperadas para a

região, com base em inventários na região e monitoramento da fauna na área de

influência do rio Tibagi. O valor pode ser considerado satisfatório, tendo em vista

apenas uma campanha foi executada até o presente momento. Espécies raras,

inconspícuas e migratórias poderão ser registradas em campanhas futuras, fazendo

com que se tenha resultados confiáveis da comunidade em geral, bem como a

variação da abundância nas populações.

Não foram observados indivíduos provenientes das áreas suprimidas e

alagadas, que foram realocadas para as áreas onde foram feitos os estudos ao longo

do período de amostragem. A distribuição das espécies e espécimes em diferentes

ambientes, bem como a inconspicuídade dos mesmos durante o período de

permanência do observador podem ser fatores que dificultam a observação direta de

indivíduos marcados e realocados, no entanto campanhas futuras poderão colaborar

para a recaptura e observação desses indivíduos.

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92

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Seis espécies registradas durante a primeira campanha enquadram-se em

algum grau de ameaça são: Pteroglossus bailloni (araçari-banana), Piculus aurulentus

(pica-pau-dourado), Clibanornis dendrocolaptoides (cisqueiro) e Leptasthenura

setaria (grimpeiro), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) e Euphonia chalybea

(cais-cais) todas como “quase ameaçada” a nível mundial. P. bailloni é tida como

“vulnerável” a nível estadual.

Ao menos 25 espécies fazem algum tipo de movimento migratório, estudos a

longo prazo colaboram para a compreensão de rotas de migração, bem como os

períodos de preferência para ocupação dos ambientes, como a chegada e retorno

para seus lugares de destino.

O trabalho de anilhamento da 1ª campanha resultou em um total de 9 aves

capturadas, pertencentes a 6 espécies. Campanhas futuras poderão revelar a

manutenção da ocupação das áreas pelos espécimes marcados, bem como a

longevidade dos mesmos.

As contagens em pontos fixos revelaram um número bastante elevado de aves

detectadas pelo método nos sítios amostrais inventariados. Foram registradas 564

aves de 97 espécies na 1ª campanha. Flutuações de riqueza e abundância em

campanhas futuras colaborarão para entendimento de como as espécies se

distribuem nas áreas ao longo do tempo.

O índice de diversidade obtido com os dados da campanha (H’=4,208), tal

índice poderá ser comparado com dados de campanhas futuras, para avaliar dados

de riqueza e abundância ao longo de outros períodos.

Devido ao grande tamanho das áreas amostrais, a manutenção das

metodologias qualitativas e quantitativas nos ambientes e trilhas utilizadas na

presente campanha permitirão tirar conclusões a longo prazo sobre flutuações na

comunidade e populações de aves, bem como a busca ativa em ambientes

especifícos poderão favorecer o registro de indivíduos marcados ao longo do

monitoramento e provenientes da soltura dos indivíduos resgatados nas áreas que

sofreram supressão e enchimento para formação do reservatório da UHE Tibagi

Montante.

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93

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.3 MASTOFAUNA

5.3.1 Introdução

Estudos desenvolvidos durante as fases de Pré-construção, construção e

operação (EIA-UHE Tibagi Montante, Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre

e Programa de Resgate de Fauna) na área de influência do reservatório de UHE Tibagi

Montante indicam a possibilidade de 138 espécies de mamíferos.

O Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre em execução na área de

influência do reservatório da UHE Tibagi Montante registrou ao longo de suas 11

campanhas 42 espécies de mamíferos.

Durante a execução do Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante

foi resgatado um total de 1.053 indivíduos, considerando as fases de resgate na

supressão da vegetação para implantação do canteiro de obras (n=13), a supressão

da vegetação na área do reservatório (n=156) e no enchimento do reservatório

(n=884).

Durante o Programa de Resgate de Fauna foram resgatados 414 indivíduos de

19 espécies de mamíferos, representando 39,31% do total de espécimes capturadas

(n=1053). Do total de mamíferos resgatados, os roedores com 343 indivíduos,

contemplando ao menos 10 espécies, representaram 88,26%, seguido pelos

marsupiais com 49 espécimes de seis espécies distintas, representaram 11,83% do

total de espécies.

Do total de mamíferos resgatados (n=414), 10 indivíduos foram marcados e

realocados nas áreas de Soltura selecionadas, dos quais 5 na Área de Soltura – ME,

2 na Área de Soltura MD-1 e 3 na Área de Soltura MD-2.

5.3.2 Métodos

O monitoramento da mastofauna realocada da área de influência da UHE Tibagi

Montante foi realizado por diferentes métodos de amostragem, os quais são

direcionados a grupos específicos de mamíferos. As amostragens da mastofauna

foram realizadas no período de 31 de janeiro a 06 de fevereiro de 2020, nas 3 Áreas

de Realocação da fauna, duas na margem direita e uma na margem esquerda. A

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

aplicação de diferentes protocolos de amostragem justifica-se pela grande variedade

comportamental, morfológica, biológica e ecológica dos mamíferos.

5.3.2.1 Amostragem de Campo

Busca ativa: consistiu em deslocamentos lentos a pé nas áreas se realocação

durante os períodos diurno e noturno com a procura visual dos animais e/ou seus

vestígios (pegadas, fezes, carcaças, etc.) em seus ambientes naturais. Em cada área

foi despendida 8 horas de busca, distribuídas entre os períodos diurno e noturno,

totalizando 48 horas de amostragem somadas as quatro áreas (Figura 5.3.2.1.1).

Figura 5.3.2.1.1 - Busca ativa no período noturno no Área de Realocação MD2 durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

Documentação com armadilhas fotográficas: em cada área de realocação

foram instaladas duas armadilhas fotográficas por 2 noites (3 dias) consecutivas,

preferencialmente em trilhas utilizadas pelos animais para o registro da sua

ocorrência, totalizando 4 armadilhas/dia por campanha para cada área (Figura

5.3.2.1.2).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.2.1.2 - Armadilha fotográfica instalada para a amostragem da mastofauna de médio e grande porte durante na Área de Realocação MD1 (22J 563850.93E 7280747.42S) a primeira campanha do Monitoramento da Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante.

Registros ocasionais: corresponde ao registro de espécies por meio da procura

visual dos animais e/ou seus vestígios (pegadas, fezes, carcaças, etc.) fora das áreas

de realocação, assim como de animais encontrados vivos e/ou mortos em estradas

da região durante os deslocamentos com veículo automotor até as áreas de

realocação (Figura 5.3.2.1.3).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.2.1.3 - Registro de vestígios (pegadas) de Hydrochoerus hydrochaeris em ambiente de Floresta Ombrófila Mista, na Área de Realocação MD2 (22J 559191.43E 7281350.89S), obtido durante a amostragem da mastofauna realocada de médio e grande porte na UHE Tibagi Montante.

Captura com armadilhas de captura-viva: foram instaladas 40 armadilhas em

cada área de realocação, sendo 20 do modelo Sherman e 20 armadilhas modelo

Tomahawk. Foi utilizado o sistema de disposição espacial das armadilhas em grades

de 60 x 45 m, contendo 20 estações de coleta, distante uma da outra por 15 metros.

Cada estação recebeu duas armadilhas: uma no solo e a outra amarrada em árvore a

1 metro de altura. Como isca foi utilizado um preparado composto por sardinha,

banana, paçoca de amendoim e fubá. As permaneceram em cada área amostral por

dois dias consecutivos e revisadas diariamente (Figura 5.3.2.1.4).

Figura 5.3.2.1.4 - Armadilhas do tipo Sherman® e Tomahawk® utilizadas para a captura de pequenos mamíferos não voadores durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

Captura com armadilhas de interceptação e queda (Reis, 2011): em cada uma

das três áreas de realocação foram instaladas duas armadilhas, distanciadas entre si

por aproximadamente duzentos metros (Tabela 5.3.2.1.11). Cada armadilha foi

composta por quatro baldes plásticos de 60 litros enterrados no solo deixando-se suas

bocas expostas, distantes linearmente um do outro por 10 metros e conectados entre

si por uma cerca-guia de lona plástica de 50 centímetros de altura, estendida

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97

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

perpendicularmente ao solo de forma a guiar os animais para o receptáculo, onde

caiam e ali permaneciam reclusos (Figura 5.3.2.1.5). Todos os baldes tinham

pequenas perfurações no fundo a fim de se evitar o acúmulo de água da chuva e um

pequeno abrigo de isopor foi colocado em seu interior para salvaguardar os espécimes

ali reclusos (no caso, pequenos mamíferos) de hipotermia em períodos de menor

temperatura. Estas armadilhas permaneceram ativas por seis noites (sete dias)

consecutivas, sendo vistoriadas diariamente durante a campanha, e ao final da

mesma todos os baldes foram fechados com suas respectivas tampas. O esforço de

captura ao final do período de amostragem desta campanha totalizou 168 baldes.dia

somadas as três áreas.

Tabela 5.3.2.1.1 – Localização das armadilhas de interceptação e queda nas áreas amostrais na região da UHE Tibagi Montante

Área Linha Coordenadas geográficas (UTM – 22 J)

E S

AR-MD1 L1 563862 7280310

L2 563857 7280268

AR-MD2 L1 559140 7280349

L2 559099 7280193

AR-ME L1 558275 7280434

L2 558745 7280167

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.2.1.5 - Armadilha de interceptação e queda sendo instalada na Área de Realocação MD1 (22J 563862 E 7280310 S) durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

5.3.2.2 Análise de dados

A detecção de espécies endêmicas e/ou raras foi realizada por meio de

consultas à literatura científica relacionada à distribuição geográfica dos táxons

registrados (Paglia et al, 2012, Persson & Lorini, 1990ab; Cherem & Perez,

1996; Cheida et al, 2005). A identificação de espécies ameaçadas e de interesse

conservacionista foi efetuada mediante consultas à lista mamíferos ameaçados de

extinção no estado do Paraná (IAP, 2010), à lista da fauna brasileira ameaçada de

extinção, de acordo com a Portaria Nº 444 de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014),

à lista da International Union for the Conservation of Nature – The IUCN Red List of

Threatened Species (IUCN, 2019) e os apêndices da Convention on International

Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2019), sendo estas

duas últimas sob âmbito internacional.

A composição da mastofauna das áreas de realocação selecionadas para o

monitoramento de fauna realocada na UHE Tibagi Montante foi analisada com base

em atributos de riqueza, número de registros e/ou captura, o índice de diversidade e

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

similaridade entre as áreas. A classificação taxonômica e nomenclatura das espécies

seguiram Wilson & Reeder (2005) e Paglia et al. (2012).

Foram formadas curvas de acumulação de espécies para todos os grupos

monitorados ou curvas do coletor para avaliar o quanto um inventário se aproxima de

capturar todas as espécies da área de estudo.

A análise de Cluster foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as

três áreas amostrais por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989),

usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a

correlação entre as amostras.

Os dados foram compilados em uma matriz de presença ausência e os

dendrogramas propostos foram elaborados através do pacote estatístico Primer V5

(Clarke & Gorley, 2001) e pelo software PAST.

A partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número observado nos

ambientes amostrados e assim calculado o índice de diversidade pelo método de

Shannon-Wiener e de equitabilidade.

Para analisar a similaridade da composição de cada grupo da fauna entre as

áreas foi utilizado o indice de Jaccard com a presença e ausencia dos taxa. Os testes

foram realizados no software PAST, versão 3.1 (Hammer et al. 2001).

5.3.3 Resultados

5.3.3.1 Riqueza de Espécies

Nesta primeira campanha foram registradas treze espécies da mastofauna,

correspondendo a 9,4% do número de espécies (n=138) referenciadas para a área de

influência do reservatório da UHE Tibagi Montante considerando os dois Programas

que foram ou estão em execução, Programa de Resgate de Fauna (SOMA, 2019) e

Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre (em execução) (Tabela 5.3.3.1.1).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tabela 5.3.3.1.1 - Espécies da mastofauna registradas na 1ª campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante realizada em fevereiro/2020.

Táxon Nome popular Referência Área de Realocação Tipo de registro

Didelphis sp. gambá 1,2,3 MD1, ME ,PE

Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-galinha 1,2,3 MD1, ME PE,CÇ

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato 1,3 MD1, ME OD, PE,

FE

Leopardus sp. gato-do-mato 1,3 MD1 FE, PE

Puma concolor (Linnaeus, 1778) onça-parda 1,3 MD1 PE

Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara 1,3 MD1 OD, PE

Galictis cuja (Molina, 1782) furão 3 MD2 OD

Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra 3 ME OD

Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro 3 MD 1 OD, PE

Mazama sp. veado 1,3 MD1, MD2 PE

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara 1,3 MD2 PE,FE

Akodon montensis (Thomas, 1913) rato-do-mato 1,2,3 MD1 CP

Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) rato-do-mato 1,2,3 MD 1 CP

Referência: 1- Programa de Monitoramento da Fauna, 2 – Programa de Resgate da Fauna Terrestre e

3 – Programa de Fauna Realocada. Área de Realocação MD1 - margem direita 1); MD2 - Margem

direita 2 e ME – Margem esquerda. Método de registro: OD – Observação Direta; PE – Pegada; FE –

Fezes; CÇ – Carcaça; CA Contato Auditivo; CP – Captura; AF – Armadilha Fotográfica; TO – Toca;

VE – Vestígios.

Durante o desenvolvimento desta campanha foram avistadas três espécies que

não possuíam registro nos dois programas anteriores citados acima: Galictis cuja,

Lontra longicaudis e Mazama americana. Dois registros foram identificados apenas à

nível de gênero uma vez que as evidências não permitiram atingir um menor nível

taxonômico até a conclusão deste relatório.

Conforme exposto na Tabela 5.3.3.1, duas espécies foram capturadas através

de armadilhas de interceptação e queda (CP), cinco espécies foram visualizadas

(OD), nove espécies registradas através de pegadas (PE), três espécies através

registro de fezes (FE) e uma através de registro de carcaça (CÇ).

A Área de Realocação com maior riqueza nesta primeira campanha foi a AR-

MD1 com 10 espécies registradas. A Área de Realocação AR- MD2 foi o que

apresentou menor número de registros de espécies (3) e a Área de Realocação AR-

ME teve um registro a mais (4 espécies) conforme exibido na Figura 5.3.3.1.1.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.3.1.1 - Riqueza de espécies para as três Áreas de Realocação na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

As Figuras 5.3.3.1.2 a 5.3.3.1.13 apresentam o registro fotográfico das

espécies registradas durante a 1ª campanha de Monitoramento da Fauna Realocada

da UHE Tibagi Montante.

Figura 5.3.3.1.2 - Akodon montensis registrado na AR-MD- L2 (22J 563857E 7280268S) por meio de armadilha de interceptação e queda durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.3 - Akodon montensis e Oligorizomys nigripes registrados na AR-MD1-L2 (22J 563857E 7280268S) por meio de armadilha de interceptação e queda durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

0

2

4

6

8

10

12

MD1 MD2 ME

mer

o d

e Es

péc

ies

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102

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.3.1.4 - Fezes de capivara (Hydrochaerus hydrochaeris) registrado na área de entorno da AR-MD1 (22J 561958.95E 7282432.40S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.5 - Fezes de gato do mato (Leopardus sp.) registrado na AR-MD1(22J 563568.72E 7280965.13S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.6 - Mazama americana registrada na AR-ME através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.7 - Carcaça de Dasypus novemcinctus registrado na área de entorno da AR-MD1 (22J 562159.68E 7282293.99S) através de busca durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.3.1.8 - Pegada de Cerdocyon thous registrada na AR-MD1 (22J 563185.5E 7281133S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.9 - Pegada de Puma concolor registrada na AR-MD1 (22J 563185.55 E 7281133.10S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.10 - Pegada de veado (Mazama sp.) registrada na AR-MD2 (559184.3E 7281100.44S) por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.11 - Pegada de gambá (Didelphis sp.) registrada na AR-ME (22J 558241.12E 7280475.97S) por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.3.1.12 - Pegada de irara (Eira barbara) registrada na área de entorno (22J 563532.08E 7282557.88S) na AR-MD1 por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

Figura 5.3.3.1.13 - Pegada tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) registrada na AR-MD1 ((22J 564077.67E 7280622.87S) por meios de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).

5.3.3.2 Esforço Amostral

As curvas de acumulação de espécies demonstraram-se ascendentes para as

3 Áreas de Realocação, indicando que mais espécies poderão ser ainda registradas

conforme gráfico da Figura 5.3.3.2.1.

Figura 5.3.3.2.1 - Curva de acumulação para as três áreas de realocação da primeira campanha do

Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

5.3.3.3 Similaridade entre as Áreas

O índice de Similaridade considerando-se as 3 Áreas de Realocação apresenta

as áreas MD1 e ME com maior similaridade entre si (83,33%). A Área de Realocação

0

5

10

15

20

MD1 MD2 ME

Observado Estimado

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105

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

ME (margem esquerda) mostrou-se com pouca similaridade (27,27%) em relação às

duas outras áreas (Figura 5.3.3.3.1).

Figura 5.3.3.3.1 - Gráfico do Índice de Similaridade entre as três Áreas de Realocação da primeira

campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

Com relação a equitabilidade (J) o índice calculado ficou em um (1) para todas

as Áreas de Realocação uma vez que o cálculo se baseia na ausência e presença de

espécies não variando nesta campanha.

5.3.3.4 Captura e Marcação

Foram capturados nesta 1ª campanha do Programa de Monitoramento de

Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante três roedores de duas espécies: Akodon

montensis e Oligorizomys nigripes, através de armadilha de interceptação e queda na

Área Amostral MD1, Linha 2 (22J 563857E 7280268S).

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106

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.3.3.4.1 - Akodon montesis com brinco de marcação, capturado por meio de armadilha de interceptação e queda Área Amostral MD1 na Linha 2 (22J 563857E 7280268S).

Os três animais foram marcados com brincos para marcação de mamíferos

numerados conforme mostrado na Tabela 5.3.3.4.1. Os animais foram soltos na

mesma área cumprindo o protocolo apontado no plano de trabalho.

Tabela 5.3.3.4.1 - Mamíferos marcados com brinco na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

Durante o Programa de Resgate da fauna (SOMA, 2019) haviam sido marcados

dez indivíduos da mastofauna antes da soltura: cinco foram soltos na ME, dois na MD-

1 e três na MD-2. Com a captura e marcação de mais 3 roedores nesta 1ª campanha

de Monitoramento da Fauna Realocada, somam 13 indivíduos marcados.

A Tabela 5.3.3.4.2 apresenta os mamíferos marcados durante as atividades de

resgate da fauna (SOMA, 2019) e nesta 1ª campanha da fauna realocada.

Espécie N° BrincoCoordenada

de captura

Coordenada 

de Soltura

Akodon montensis 30122J 563857E

7280268S

22J 563857E

7280268S

Akodon montensis 30222J 563857E

7280268S

22J 563857E

7280268S

Oligoryzomys nigripes 30322J 563857E

7280268S

22J 563857E

7280268S

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107

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Tabela 5.3.3.4.2– Mamíferos marcados antes da soltura durante o resgate da fauna na UHE Tibagi Montante e na 1ª campanha de Monitoramento da Fauna Realocada.

FASE TAXA NOME COMUM MARCAÇÃO ÁREA DE SOLTURA

Resgate Nectomys squamipes rato-d’água Brinco 402 ME

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 403 ME

Resgate Caluromys lanatus cuica-lanosa Brinco 404 MD1

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 429 ME

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 405 MD2

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 406 MD2

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 407 MD1

Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 410 ME

Resgate Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 408 ME

Resgate Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 413 MD2

1ª campanha Akodon montensis rato-do-mato Brinco 301 MD1

1ª campanha Akodon montensis rato-do-mato Brinco 302 MD1

1ª campanha Oligoryzomys nigripes rato-do-mato Brinco 303 MD1

Nesta 1ª campanha não foram capturados animais marcados anteriormente

durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi Montante (SOMA, 2019).

Os três indivíduos capturados durante a presente campanha pertencem a duas

espécies que não haviam sido marcadas anteriormente.

A figura 5.3.3.4.2 apresenta a representatividade do total de mamíferos

marcados nas 2 fases contempladas: resgate de fauna e na 1ª campanha.

Figura 5.3.3.4.2 – Representatividade de mamíferos marcados nas duas fases contempladas no monitoramento da fauna realocada.

77%

23%

Resgate

1ª campanha

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108

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.3.3.5 Espécies ameaçadas de extinção

Sob o ponto de vista ecológico foram registradas três espécies com status de

conservação vulnerável (VU) pela Lista de Mamíferos Ameaçados do Estado do

Paraná (IAP, 2010): Puma concolor , Lontra longicaudis, Mazama americana; uma

espécie (Puma concolor) com status de vulnerável (VU) a nível nacional segundo

listagem do MMA, 2014; uma espécie faz parte do Anexo I da CITES (2019), duas

listadas no Anexo II (Cerdocyon thous e Puma concolor) e uma integra o Anexo III

(Eira barbara), conforme apresentado na Tabela 5.3.3.5.1.

No Anexo I estão incluídas espécies de animais em alto risco de extinção e a CITES

proíbe o comércio internacional de espécimes destas espécies. O Anexo II inclui

espécies não estão necessariamente em perigo, porém seu comércio poderia

favorecer ao o incremento do risco. Já no Anexo III estão espécies que o comércio

pode ser realizado mediante protocolos de cooperação entre países para evitar-se

assim a exploração insustentável destas espécies.

Tabela 5.3.3.5.1 - Status de conservação dos animais registrados na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

TÁXON NOME POPULAR ÁREA DE

REALOCAÇÃO

STATUS DE CONSERVAÇÃO

ESTADUAL NACIONAL INTERNACIONAL

PARANÁ BRASIL IUCN CITES

Cerdocyon thous cachorro-do-mato MD1, ME LC - LC A II

Puma concolor onça-parda MD1 VU VU LC A II

Galictis cuja furão MD 2 LC LC LC -

Lontra longicaudis lontra ME VU - DD A I

Eira barbara irara MD1 LC LC LC A III

Mazama americana

veado-mateiro MD1

VU DD DD -

Legenda: Área de Realocação MD1 - margem direita 1; MD2 - Margem direita 2 e ME – Margem

esquerda. Satus: VU - Vulnerável (Vulnerable) LC - Risco Menor (Least Concern) DD -

Insuficientemente Conhecida (Data Deficient), fonte IAP, 2010, MMA, 2014, IUCN, 2019 e CITES, 2020.

5.3.3.6 Espécies cinegéticas

Dentre as espécies cinegéticas mais comumente perseguidas na região do rio

Tibagi, podem ser citados o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), o tatu-peba, a

capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e veado-mateiro (Mazama americana),

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109

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

observados nesta campanha. Estes animais são geralmente abatidos para serem

consumidos e alguns são altamente apreciados devido ao sabor de sua carne.

As três áreas de realocação se localizam próximas ao leito do rio Tibagi

apresentando picadas que são frequentemente utilizadas por pescadores, os quais

também eventualmente caçam elementos da mastofauna durante sua permanência

na beira do rio.

Durante todo o monitoramento poucas evidências de caça foram observadas,

dentre estas podemos destacar uma armadilha na área área de realocação MD1

(Figura 5.3.3.6.1). Essa atividade, mesmo que proibida em todo o território nacional,

ainda é praticada na região sob a influência do empreendimento.

Figura 5.3.3.6.1 - Armadilha encontrada na área de entorno da Área de Realocação MD1 (22J 562215.92E 7280962.18S) na primeira da primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.

5.3.4 Considerações Finais

Foram realizados registros de 13 espécies nas três Áreas de Realocação na 1ª

campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi

Montante.

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110

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Foram marcados durante o Programa de Resgate de Fauna (SOMA, 2019) 10

indivíduos de quatro espécies de mamíferos. Somando-se aos resultados dessa

campanha, obtém-se um total de 13 indivíduos da mastofauna marcados.

Durante esta 1ª campanha, foram capturados 3 roedores de duas espécies na

Área de Realocação AR-MD1, os quais foram marcados com brincos numerados e

soltos na mesma área. Espera-se nas próximas campanhas aumentar o número de

registros através das metodologias de captura por meio de armadilhas de

interceptação e queda e armadilhas de captura viva. Este possível aumento pode vir

a apresentar indivíduos marcados no Programa de Resgate de Fauna ou mesmo

indivíduos marcados nesta campanha.

Nesta primeira campanha não foram capturados animais marcados

anteriormente durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi Montante. A

manutenção das metodologias qualitativas e quantitativas nas áreas amostrais e nas

trilhas utilizadas na presente campanha permitirão tirar conclusões a longo prazo

sobre a comunidade e a populações de mamíferos, bem como o esforço através da

busca ativa e por meio de documentação com armadilhas fotográficas em ambientes

especifícos poderão favorecer o registro de indivíduos marcados ao longo do

monitoramento e provenientes da soltura dos indivíduos resgatados nas áreas do

reservatório da UHE Tibagi Montante.

5.4 HYMENÓPTEROS (ABELHAS NATIVAS)

5.4.1 Introdução

O estudos sobre abelhas em atividades de conservação, manejo, recuperação e

monitoramento em áreas de empreendimento tem merecido atenção nos últimos

anos, devido seu papel de polinizadores de uma grande maioria da flora regional e

sua biologia de nidificação, portanto, fundamentais para a integridade de sistemas

ecológicos dinâmicos (AIZEN et al., 2002).

De acordo com o Plano de conservação para abelhas sociais nativa sem ferrão.

- Projeto Paraná Biodiversidade (IAP, 2009), as abelhas nativas têm despertado

especial interesse para o seu uso sustentável na formação de criações consorciadas

para a recuperação de área florestal (IAP, 2009). Desta forma, durante o resgate da

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111

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

fauna na supressão da vegetação para implantação da UHE Tibagi Montante foi

realizado o resgate e realocação de ninhos de abelhas nativas.

No resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram realocadas 69 colônias de

abelhas nativas sem ferrão, em remanescentes florestais ao longo da APP do

reservatório. Foram ainda instalados 33 ocos para nidificação de abelhas sem ferrão.

Foram realocados 22 ninhos e 8 ocos na margem direita, totalizando 30 pontos.

Na margem esquerda foram realocados 36 ninhos de abelhas nativas e 19 ocos para

nidificação, totalizando 55 pontos. Na ilha foram realocados 11 ninhos e 6 ocos para

nidificação totalizando 17 pontos.

5.4.2 Métodos

A área de realocação das abelhas nativas sem ferrão foi dividida em três setores:

margem direita, margem esquerda e ilha.

Os parâmetros avaliados foram:

- Presença ou ausência da atividade de abelhas campeiras e sentinelas ao redor da

entrada;

- Condição e conservação do tronco;

- Presença ou ausência de inimigos naturais;

- Necessidade de realização de controle de inimigos naturais.

Todos os ninhos e pontos de nidificação foram fotografados para posterior

comparação dos resultados com os dados obtidos.

No caso de necessidade de adequações e reparos nos ninhos como troncos

rachados, presença de predadores, vegetação excessiva que dificulte a

movimentação da população das colmeias, estes foram providenciados

imediatamente.

Priorizou-se a busca pelos ninhos realocados nos períodos mais quentes do

dia, entre as 10h da manhã e as 16h da tarde, com o intuito de constatar o mais

precisamente possível, as atividades das abelhas na entrada dos ninhos. Contudo, no

caso de ninhos encontrados sem abelhas na entrada das colmeias, estas foram

observadas por tempos mais prolongados, de até 15 min, numa distância de

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112

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

aproximadamente 1,5m, com o cuidado de não inibir a movimentação das mesmas.

Contudo, ninhos identificados sem a presença de abelhas, quando possível, foram

abertos com o auxílio de um martelo para a derradeira constatação.

Os parâmetros relacionados as condição e conservação dos troncos dos

ninhos, foram categorizados em 7 variáveis distintas: Boas condições; sinais de

apodrecimento; totalmente podre; sinais de predação; destruídas; com frestas; e

danificadas.

O esforço amostral foi de 1 dia no setor margem direita, 1 dia no setor ilha e 2

dias no setor margem esquerda, totalizando 4 dias.

5.4.3 Resultados

5.4.3.1 Ninhos

Dos 69 ninhos de abelhas nativas resgatados durante a fase de implantação da

UHE Tibagi Montante somente 49 foram reencontrados durante a 1° campanha de

monitoramento da fauna realocada, cerca de 71% do total de ninhos. Os outros 20

ninhos (cerca de 29%) não foram encontrados pela equipe durante as buscas em

campo (Figura 5.4.3.1.1).

Ninhos encontrados sem abelhas somaram 41% do total, contudo estes não

representam fielmente a taxa de mortalidade pois existe a possibilidade destas

famílias terem enxameados e colonizado outros locais.

Figura 5.4.3.1.1 - Taxa de sobrevivência dos ninhos realocados, verificados durante a 1° campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante.

30%

41%

29%

COM ABELHAS - 21

SEM ABELHAS - 28

NÃO ENCONTRADAS - 20

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113

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Dos 21 ninhos encontrados com abelhas nativas (cerca de 30% do total), a maior

parte delas foi verificada a presença das abelhas Plebeia sp (mirim) e Tetragona

clavipes (vorá) com 5 colmeias cada, seguido pela Tetragonisca angustula (jataí) com

4, e Trigona spinipes (irapoá) e Nannotrigona sp.(iraí), com 3 ninhos cada, e por fim

uma única colmeia de Melipona quadrifasciata (mandaçaia), conforme discriminado

na Figura 5.4.3.1.2.

Figura 5.4.3.1.2- Status das abelhas resgatadas e realocadas pelo programa de resgate de fauna da UHE Tibagi Montante, após constatação da 1° campanha da fauna realocada.

As abelhas mirins, embora mais numerosas, apresentaram também o maior

índice referente aos ninhos “sem abelhas” com 13 ninhos respectivamente o que

resulta em cerca de 46% de todos os ninhos encontrados sem abelhas (Figura

5.4.3.1.2).

12

4

1

34

3

5 5

1

34

2

10

1 1 1

5

13

0

2

4

6

8

10

12

14

Mandaçaia Mangava Manduri Iraí Jataí Irapuá Vorá Mirim

de

nin

ho

s

Nome Comum

AVARIADOS COM ABELHAS NÃO ENCONTRADOS SEM ABELHAS

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114

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Todos os ninhos encontrados foram fotografados “in loco” para a elaboração de

um banco de dados fotográficos, para auxiliar na interpretação dos dados durante as

futuras campanhas, conforme exemplificado na Figuras 5.4.3.1.3 a 5.4.3.1.12.

Figura 5.4.3.1.3 - Entrada do ninho da abelha Nannotrigona sp. (iraí)

Figura 5.4.3.1.4 - Entrada do ninho da abelha Nannotrigona sp. (iraí).

Figura 5.4.3.1.5 - Detalhe do ninho de Trigona spinipes (irapoá) realocado em nova área.

Figura 5.4.3.1.6 - Detalhe da entrada do ninho de Trigona spinipes (irapoá) em nova área.

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115

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.1.7 - Detalhe da entrada do ninho de abelha Plebeia sp.(mirim).

Figura 5.4.3.1.8 - Detalhe da entrada do ninho de Plebeia sp (mirim).

Figura 5.4.3.1.9 - Detalhe da entrada do ninho de Plebeia sp (mirim)

Figura 5.4.3.1.10 - Detalhe da entrada do ninho de Tetragonisca angustula (jataí)

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116

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.1.11 - Entrada do ninho de Melipona quadrifasciata (mandaçaia)

Figura 5.4.3.1.12 - Detalhe da entrada do ninho de Tetragona clavipes (vorá)

5.4.3.2 Condições dos ninhos

Dos 28 ninhos encontrados sem abelhas somente 4 deles apresentaram boas

condições, os demais troncos apresentaram diversos sinais de injúrias, como

apodrecimento, rachaduras e predação, sendo o apodrecimento o sintoma mais

observado dentre eles. Dos 21 ninhos encontrados com abelhas, 17 se mostraram

com boas condições do tronco, e somente 4 com injúrias (sinais de apodrecimento),

conforme detalhado no gráfico da Figura 5.4.3.2.1.

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117

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.2.1 - Condições dos ninhos de abelhas nativas realocadas durante o programa de resgate de fauna da UHE Tibagi Montante e avaliados durante a 1° campanha de monitoramento da fauna realocada.

Sete dos ninhos encontrados sem abelhas (cerca de 10% do total), foram

encontrados totalmente extraviados, com elevado grau de decomposição, ou abertos

e destruídos, totalmente inviabilizados para a colonização de colmeias. Alguns

exemplos sobre os estados de conservação dos ninhos encontrados durante o

presente trabalho estão ilustrados nas Figuras 5.4.3.2.2 a 5.4.3.2.8

0

5

10

15

20

25

30

COM ABELHAS SEM ABELHAS

47

17

4

1

6

2

4

4

de

Nin

ho

s

PREDADO

PODRE

FRESTAS

DESTRUIDO

DANIFICADO

BOAS

APODRECIMENTO

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118

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.2.2 – Ninho em boas condições

Figura 5.4.3.2.3 – Ninho com sinais de apodrecimento

Figura 5.4.3.2.4 - Ninho podre Figura 5.4.3.2.5 - Ninho destruído

Figura 5.4.3.2.6 - Ninho com sinais de predação

Figura 5.4.3.2.7 - Ninho danificado (manutenção)

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119

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.2.8 - Ninho com presença de fendas (manutenção)

5.4.3.3 Pontos de Nidificação

Dos 33 pontos de nidificação para abelhas nativas espalhados nas Áreas de

Preservação Permanente (APP) do reservatório da UHE Tibagi Montante, 22 deles

foram reencontradas durante a campanha de fevereiro de 2020, ou seja 66,6% do

total. E somente dois pontos de nidificação foram colonizados por abelhas, da espécie

Apis melifera (6% do total). Os outros 11 pontos de nidificação não foram encontrados

durante a presente campanha, 33% do total, conforme discriminado na Figura

5.4.3.3.1.

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120

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.3.1 - Status dos Pontos de Nidificação encontrados durante a 1° Campanha de monitoramento da Flora Realocada.

Dentre as caixas iscas encontradas durante o presente estudo, 13 delas

apresentaram boas condições (59%), 3 delas apresentaram sinais de apodrecimento

devido a umidade excessiva (14%), e as demais com dois representantes cada,

apresentaram suas estruturas com frestas, rachaduras e também tombadas no solo,

conforme listadas no gráfico da Figura 5.4.3.3.2.

Figura 5.4.3.3.2 - Condições de conservação dos pontos de nidificação encontrados durante a 1° Campanha de Monitoramento da Flora Realocada.

2

20

11

6,06%

60,61%

33,33%Com Apis melifera

Sem Abelhas (vazio)

Não Encontados

3; 14%

13; 59%

2; 9%

2; 9%

2; 9%

apodrecimento

boas

frestas

rachaduras

tombadas

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121

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

5.4.3.4 Manutenção

Tanto os ninhos quanto os pontos de nidificação não encontrados em boas

condições, quando necessário, passaram por processo de manutenção e reparo:

• Rachaduras - No caso dos ninhos que apresentaram pequenas fendas,

estes foram reparados com barro da própria região, dando-se

preferência para solos com maior teor de argila. Esta técnica é

aconselhada devido principalmente a sua praticidade e não toxicidade.

Sendo um artifício utilizado também de forma natural e similar por

algumas espécies de abelhas.

• Frestas - Ninhos encontrados com frestas foram pregados novamente

com o auxílio de martelo e prego.

• Apodrecimento - Ninhos com abelhas encontrados com sinais de

apodrecimento do tronco, receberam uma cobertura impermeável no

intuito de evitar a evolução do apodrecimento, se este estiver

relacionado a umidade proveniente dos períodos de chuva.

• Tombados - Os ninhos encontrados derrubados em solo, ou então

dependurados na própria arvore em posição não adequada, foram

reposicionados e fixados novamente na posição correta.

• Excesso de vegetação - Ninhos com abelhas presentes e com excesso

de vegetação na entrada, passaram por um processo de poda para

facilitar a livre circulação das abelhas.

Ninhos vazios encontrados muito danificados, foram descartados por não

apresentarem condições de serem reparados em campo.

As Figuras 5.4.3.4.1 a 5.4.3.4.4 apresentam as técnicas de manutenção tanto

de ninhos com abelhas nativas, quanto de caixas iscas, utilizadas durante a 1°

Campanha de Monitoramento da Flora Realocada da UHE Tibagi Montante.

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122

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

Figura 5.4.3.4.1 - Técnica de vedamento de frestas com barro.

Figura 5.4.3.4.2 - Fixação da cobertura impermeável, com auxílio de martelo e prego.

Figura 5.4.3.4.3 - Cobertura em ninho de mandaçaia.

Figura 5.4.3.4.4 - Cobertura fixada em caixa isca, com sinais de apodrecimento.

5.4.4 Considerações Finais

Embora 41% do total dos ninhos realocados com abelhas nativas não terem sido

encontrados durante o presente estudo, estes não foram classificados como mortos,

pois existe a possibilidade dessas famílias terem abandonado o ninho original e

colonizado um novo local, devido às situações do novo ambiente não serem

favoráveis à colônia, fato agravado também pela situação de estresse gerado pela

supressão e translocação do local original do ninho.

Dentre os 20 ninhos não encontrados durante as buscas em campo, 7 deles

seguramente não estavam nem mesmo no fragmento florestal onde foram realocadas.

Deste modo, sabendo-se da proximidade destas áreas com as áreas com a área

urbana da cidade de Tibagi, bem como com ao canteiro de obras do empreendimento,

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123

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

pode se cogitar a possibilidade desses terem sido furtados do local onde foram

alocados, o mesmo pode ser observado a algumas caixas iscas (pontos de

nidificação).

Contudo outros ninhos não encontrados durante a 1° campanha podem vir a ser

encontrados em campanhas futuras. Esses também podem ter passado por outras

situações, menos prováveis, como por exemplo, do deslocamento da coordenada ou

erro do sinal do GPS, que se agrava em ambientes florestais mais densos.

A relação observada entre as más condições dos ninhos com a ausência de

abelhas nestes parecem estar diretamente conexas, sobretudo em relação aos sinais

de apodrecimento. Deste modo, prevê-se durante as próximas campanhas a

confecção de telhados com materiais impermeáveis no intuito de mitigar os sintomas

de apodrecimento dos troncos agravados ocasionados pelas intempéries, uma vez

que estes ninhos originalmente estavam sobre a proteção da árvore viva antes das

atividades de desmate.

Um dos ninhos resgatados com jatai (Tetragonisca angustula) e realocado para

a nova área de preservação do empreendimento, foi abandonada por estas abelhas e

posteriormente colonizada por um novo enxame de mirim (Plebeia sp.). Embora

tratando-se de um recrutamento de outra espécie utilizando o mesmo oco realocado,

este ninho não foi contabilizado como morto, visto que este processo também pode

ter ocorrido com outros ninhos realocados, o que dificilmente poderia ser detectado

em casos de recrutamento com outras famílias de mesma espécie, reforçando a

importância da marcação de cada ninho de forma individualizada nas próximas

campanhas.

A alta taxa de pontos de nidificação não encontrados no presente estudo

(33,3%), pode estar relacionada principalmente ao furto destas caixas iscas, devido à

proximidade das áreas adjacentes ao reservatório com áreas urbanas da cidade de

Tibagi.

A colonização destas caixas iscas por abelhas da espécie Apis melifera, deve

ser analisada com atenção, pois esta espécie é considerada exótica invasora pelo

órgão ambiental do estado do Paraná (PORTARIA IAP Nº 059, DE 15 DE ABRIL DE

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124

UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

2015), e apresenta uma vantajosa capacidade de competir pelos recursos naturais em

relação as abelhas nativas.

Contudo, futuras campanhas de monitoramento destas caixas iscas são

importantes para a constatação da taxa de sucesso desta técnica, visto que seu

objetivo principal é a incrementação de pontos de nidificação para as abelhas nativas

da região atingida pelo empreendimento.

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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

6 CRONOGRAMA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA

ATIVIDADES

OPERAÇÃO

2020 2021

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Planejamento

Campanhas de campo

Relatórios Trimestral

Relatório Final

Legenda:

Atividade prevista

Atividade realizada

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126

UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8 ANEXOS

ANEXO I - ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

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ANEXO II - AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL N° 52640

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ANEXO III - MAPA DAS ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA

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ANEXO IV - MAPA DOS PONTOS DE SOLTURA DA FAUNA

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ANEXO V – MAPA DOS PONTOS DE REALOCAÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS

NATIVAS

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ANEXO VI – DECLARAÇÃO DE ACEITE - MHNCI

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ANEXO VII – AUTORIZAÇÃO PARA INÍCIO DAS ATIVIDADES