manual de gestão financeira sus

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    Gesto Financeira do

    Sistema nico de Sade

    Manual Bsico

    MINISTRIO DA SADE

    SECRETARIA EXECUTIVA

    FUNDO NACIONAL DE SADE

    Srie A. Normas e Manuais Tcnicos3 ed. revista e ampliada

    Braslia DF2003

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    2003. Ministrio da Sade permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.Srie A. Normas e Manuais TcnicosTiragem: 20 mil exemplares

    (3 ed. rev. ampl.)

    Humberto CostaMinistro de Estado da Sade

    Gasto Wagner de Sousa CamposSecretrio Executivo

    Sady Carnot Falco FilhoDiretor Executivo do Fundo Nacional de Sade

    Elaborao, distribuio e informaes

    MINISTRIO DA SADEFundo Nacional de SadeEquipe tcnica da Diretoria Executiva do FNSEsplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Anexo, Ala A, 2 andarCEP: 70058-900, Braslia DFFone: (61) 315-2777

    Capa e projeto grficoCartaz Criaes e Publicidade

    IlustraesFernando Lopes

    ApoioBanco do Brasil S/AOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura - UNESCOPrograma das Naes Unidas para o Desenvolvimento - PNUD

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    Catalogao na fonte Editora MSFicha Catalogrfica

    Brasil. Ministrio da Sade. Fundo Nacional de Sade.Gesto Financeira do Sistema nico de Sade: manual bsico / Ministrio da Sade, Fundo

    Nacional de Sade. 3 ed. rev. e ampl. - Braslia: Ministrio da Sade, 2003.

    66 p.: il. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos)

    ISBN 85-334-0566-9

    2. Recursos em Sade. 1. SUS (BR). I. Brasil. Ministrio da Sade. II. Brasil. Fundo Nacional deSade. III. Ttulo. IV. Srie.

    NLM 540DB8

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    ndicendiceApresentao .............................................................................7

    Sade: direito do cidado e dever do estado .............................9

    Financiamento da Sade............................................................13

    Vinculao de recursos para a Sade ........................................15

    Limites constitucionais mnimos para aplicao em Sade ......21

    Gastos em aes e servios pblicos de Sade .........................27

    Fundos e Conselhos de Sade ....................................................31

    Ateno Bsica e o Piso de Ateno Bsica ..............................37

    Fluxo dos recursos do SUS .........................................................41

    Gesto dos recursos do Fundo de Sade....................................47

    Informaes teis .......................................................................66

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    SadeSade:DIREITO DO CIDADO E DEVER DO ESTADO

    A Constituio Federal assegura a todos os cidados

    brasileiros ou residentes no Pas o direito sade.

    Esse direito garantido pelo Poder Pblico nas

    esferas federal, estadual e municipal, por meio de

    polticas voltadas para diminuir o risco de doenas

    e que possibilitem a implementao de aes e

    servios de promoo, proteo e recuperao da

    sade.

    A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios compartilham as responsabilidades de

    promover a articulao e a interao dentro do

    Sistema nico de Sade SUS, assegurando o

    acesso universal e igualitrio s aes e serviosde sade.

    O SUS um sistema de sade, regionalizado e

    hierarquizado, que integra o conjunto das aes de

    sade da Unio, Estados, Distrito Federal e Munic-

    pios, onde cada parte cumpre funes e compe-

    tncias especficas, porm articuladas entre si, o quecaracteriza os nveis de gesto do SUS nas trs

    esferas governamentais.

    Criado pela Constituio Federal de 1988 e regula-

    mentado pela Lei n 8.080/90, conhecida como a

    Lei Orgnica da Sade, e pela Lei n 8.142/90, que

    O QUE O SUS? COMO FUNCIONA? POR QUE O SUS?

    QUAIS SO AS SUAS CONDIES FUNDAMENTAIS? AS

    SUAS DIRETRIZES E PRESSUPOSTOS?

    Ilus

    tra

    o

    basea

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    fotode

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    Ara

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    NVEIS DE GESTO DO SUS

    Formulao da poltica estadualde sade, coordenao e pla-nejamento do SUS em nvelEstadual. Financiamento dasaes e servios de sade pormeio da aplicao/distribuiode recursos pblicos arreca-

    dados.

    Formulao da poltica muni-cipal de sade e a proviso dasaes e servios de sade,financiados com recursos pr-prios ou transferidos pelo gestorfederal e/ou estadual do SUS.

    Formulao de polticasnacionais de sade, plane-jamento, normalizao, ava-liao e controle do SUS emnvel nacional. Financiamentodas aes e servios de sadepor meio da aplicao/distri-buio de recursos pblicosarrecadados.

    Esfera Federal

    Gestor:Ministrioda Sade

    Esfera Estadual

    Gestor:Secretaria

    Estadual deSade

    Esfera Municipal

    Gestor:SecretariaMunicipalde Sade

    AES E SERVIOS DE SADE

    trata da participao da comunidade na gesto do

    Sistema e das transferncias intergovernamentais derecursos financeiros, o SUS tem normas e regula-

    mentos que disciplinam as polticas e aes em cada

    Subsistema.

    A Sociedade, nos termos da Legislao, participa do

    planejamento e controle da execuo das aes e

    servios de sade. Essa participao se d porintermdio dos Conselhos de Sade, presentes na

    Unio, nos Estados e Municpios.

    O grfico a seguir mostra os nveis de gesto do SUS

    nas trs esferas de Governo e destaca as compe-

    tncias polticas e financeiras de cada gestor.

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    O SISTEMA HIERARQUIZADO E

    DESCENTRALIZADO

    As aes e servios de sade de menor grau de

    complexidade so colocadas disposio do usurio

    em unidades de sade localizadas prximas de seu

    domiclio. As aes especializadas ou de maior grau

    de complexidade so alcanadas por meio demecanismos de referncia, organizados pelos gesto-

    res nas trs esferas de governo.

    Por exemplo:

    O usurio atendido de forma descentralizada, no

    mbito do municpio ou bairro em que reside. Na

    hiptese de precisar ser atendido com um problemade sade mais complexo, ele referenciado, isto ,

    encaminhado para o atendimento em uma instncia

    do SUS mais elevada, especializada.

    Quando o problema mais simples, o cidado pode

    ser contra-referenciado, isto , conduzido para um

    atendimento em um nvel mais primrio.

    REGIO

    AES E SERVIOS DE SADE

    PLO

    MUNICPIO

    UNIDADESDE SADE

    CONTRA

    -REFER

    NCIA

    (menorgrau

    decomp

    lex

    ida

    de

    )

    REFER

    NCIA

    (maiorgraude

    complexidade)

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    DIRETRIZES E PRESSUPOSTOS DO SUS

    Diretrizes

    Descentralizao, com administrao nica em

    cada esfera de governo, com nfase na municipali-

    zao das aes e servios de sade;

    Atendimento Integral, com definio das

    prioridades dentro de cada nvel de ateno (bsica,

    mdia e alta complexidade);

    Participao da Comunidade, por meio dos

    representantes que integram os Conselhos de Sade.

    Pressupostos

    Essencialidade, a sade como direito fundamental

    do cidado e como funo do Estado;

    Universalizao, a sade como direito de todos;

    Integrao, participao conjunta e articulada das

    trs esferas de governo no planejamento, financia-

    mento e execuo;

    Regionalizao, o atendimento realizado mais

    prximo do cidado, preferencialmente pelo mu-

    nicpio;

    Diferenciao, a autonomia da Unio, dos Estadose dos Municpios na gesto, de acordo com as suas

    caractersticas;

    Autonomia, a gesto independente dos recursos

    nas trs esferas de governo;

    Planejamento, a previso de que os recursos da

    sade devem fazer parte do oramento da Seguri-

    dade Social nas trs esferas de governo;

    Financiamento, garantido com recursos das trs

    esferas de governo;

    Controle das aes e servios de sade.

    SUS

    Essencialidade

    Planejamento

    Integrao

    Controle

    Autonomia

    Regionalizao

    Diferenciao

    Universalizao

    Financiamento

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    SadeFinanciamento da Sade

    As aes e servios de sade , implementados pelos

    Estados, Municpios e Distrito Federal, so financia-

    dos com recursos da Unio, prprios e de outras fontessuplementares de financiamento, todos devidamente

    contemplados no Oramento da Seguridade Social.

    Os recursos so repassados por meio de transfernciasregulares e automticas, remunerao por servios

    produzidos, convnios, contratos de repasses e instru-

    mentos similares.

    TRANSFERNCIA REGULAR EAUTOMTICA

    realizada por repasses fundo a fundo e pagamento

    direto a prestadores de servios e a beneficirios cadas-

    trados de acordo com o estabelecido em portarias.

    A transferncia fundo a fundo caracteriza-se pelo

    repasse dos recursos, diretamente do Fundo Nacional

    de Sade para os Fundos Estaduais e Municipais de

    Sade, observadas as condies de gesto, a quali-

    ficao e a certificao aos programas e incentivos do

    Ministrio da Sade e os respectivos tetos financeiros.So transferidos, tambm, nessa modalidade, recur-

    sos destinados a outras aes realizadas por Estados

    e Municpios, ainda que no habilitados em qualquer

    condio de gesto.

    Os recursos transferidos fundo a fundo financiam as

    aes e servios de sade da:ateno bsica dos municpios habilitados na Ges-to Plena da Ateno Bsica e dos Municpios no

    habilitados, quando realizadas por estados habili-

    tados na Gesto Avanada do Sistema Estadual;

    assistncia de mdia e alta complexidade realiza-

    da por Estados e Municpios habilitados na Gesto

    Plena do Sistema Estadual.

    O financiamento do INTEGRASUS, FIDEPS e IAPI,

    realizado, excepcionalmente, por pagamento

    direto aos prestadores dos respectivos servios,

    mesmo que vinculados a estados e municpios habili-

    tados em Gesto Plena de Sistema.

    Ilustrao

    baseadaemfoto

    deJo

    rgeCardoso

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    Apesar de no caracterizar estritamente despesas

    com aes e servios de sade, deve-se ressaltar ofinanciamento de programas assistenciais implemen-

    tados pelo Ministrio da Sade, tais como: Bolsa

    Alimentao e Auxlio Aluno do Projeto de Profissio-

    nalizao dos Trabalhadores da rea de Enfermagem

    PROFAE, realizado mediante repasse direto aos

    beneficirios cadastrados por intermdio de carto

    eletrnico de instituio financeira conveniada como Ministrio da Sade.

    REMUNERAO POR SERVIOSPRODUZIDOS

    a modalidade de transferncia caracterizada pelo

    pagamento direto aos prestadores de servios darede cadastrada do SUS nos Estados e Municpios

    no habilitados em Gesto Plena de Sistema - Rede

    Cadastrada.

    Destina-se ao pagamento do faturamento hospitalar

    registrado no Sistema de Informaes Hospitalares

    SIH e da produo ambulatorial registrada noSistema de Informaes Ambulatoriais SIA, con-

    templando aes de Assistncia de Mdia e Alta

    Complexidade, tambm observados os tetos finan-

    ceiros dos respectivos Estados e Municpios.

    O pagamento feito mediante apresentao de

    fatura calculada com base na tabela de servios do

    SIA e do SIH.

    CONVNIOS

    So celebrados com rgos ou entidades federais,

    estaduais e do Distrito Federal, prefeituras munici-

    pais, entidades filantrpicas, organizaes no-

    governamentais, interessados em financiamento deprojetos especficos na rea da sade. Objetivam a

    realizao de aes e programas de responsabili-

    dade mtua do rgo Condedente (ou transferidor) e

    do Convenente (recebedor).

    O repasse dos recursos realizado de acordo com

    o cronograma fsico-financeiro aprovado como parte

    do Plano de Trabalho e com a disponibilidade finan-

    ceira do concedente. Os recursos repassados desta

    forma devem ser utilizados para o pagamento de

    despesas correntes e de despesas de capital.

    Orientaes quanto a essa forma de financiamento

    so encontradas nas Normas de Cooperao

    Tcnica e Financeira de Programas e Projetos Me-diante a Celebrao de Convnios, adotado pelo

    Ministrio da Sade (MS) e elaborado com base emlegislao especifica que disciplina a matria. Estdisponvel no endereo www.fns.saude.gov.br, ounas Divises de Convnios e Gesto localizadas nas

    unidades descentralizadas do MS em cada Estado.

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    RecursosVinculaoDE RECURSOS PARA A SADE

    As necessidades de financiamento da sade so

    grandes. Isso faz com que as autoridades das trs

    esferas de governo estejam sempre se empenhando

    na busca de fontes adicionais de recursos.

    Com o objetivo de garantir os recursos necessrios

    para o atendimento da sade pblica, em 13 de

    setembro de 2000, foi editada a Emenda

    Constitucional n. 29, que alterou a Constituio

    Federal de 1988. O novo texto assegura a efetiva

    co-participao da Unio, dos Estados, do Distrito

    Federal e dos Municpios no financiamento das

    aes e servios pblicos de sade.

    A exemplo do que vinha ocorrendo com os mnimos

    exigidos para a educao, a Emenda estabeleceu

    percentuais mnimos das receitas dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios, a serem aplicados

    em aes e servios pblicos de sade. Isso resulta

    no aumento e maior estabilidade dos recursos

    destinados rea da sade em todo o Pas. Para a

    Unio, a regra estabelecida vincula os recursos aocrescimento do PIB.

    No mbito dos Municpios, a receita destinada s

    aes de sade poder ter um acrscimo relevante

    em decorrncia das mudanas das regras aplicveis

    ao IPTU. Ou seja: o imposto cobrado de forma

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    progressiva, com aplicao de alquotas diferen-

    ciadas de acordo com a localizao e o uso doimvel, resultar em acrscimo da receita.

    Os recursos pblicos destinados s aes e servios

    de sade devem ser aplicados, obrigatoriamente,

    por meio dos Fundos de Sade, sendo acompanha-

    dos na sua destinao e utilizao pelos respectivos

    Conselhos de Sade, tanto da Unio quanto dosEstados, Distrito Federal e Municpios, o que garante

    a participao da comunidade no controle dos

    recursos destinados rea da sade.

    Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios que

    no cumprirem os limites mnimos estabelecidos

    pela Constituio Federal estaro sujeitos s mes-mas sanes da Lei de Responsabilidade Fiscal

    LRF, que vo, desde a reteno das transferncias

    do Fundo de Participao dos Estados (FPE) e dos

    Municpios (FPM), at a interveno da Unio no

    Estado, no Distrito Federal e nos Municpios e/ou da

    Unio ou dos Estados nos Municpios, bem como a

    cassao de mandatos.

    A Emenda Constitucional n 29/2000 auto-aplic-

    vel. Suas exigncias e efeitos so imediatos. Alm

    de definir os limites mnimos de aplicao em sa-

    de, estabelece regras de adequao para o perodo

    de 2000 a 2004. A partir da, os clculos dos limites,os critrios de rateio dos recursos, as normas de

    fiscalizao, avaliao e controle das despesas com

    sade e as normas de clculo dos montantes a

    serem aplicados pela Unio, Estados, Distrito Fede-

    ral e Municpios, sero definidos por meio de Lei

    Complementar que ser reavaliada pelo menos a

    cada cinco anos. Na hiptese da no edio dessa

    Lei, permanecero vlidos os critrios estabelecidos

    na prpria Emenda Constitucional.

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    CONHECENDO A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 29/2000

    Texto da EC n. 29 Comentrios

    Art. 1 - A alnea e do inciso VII do art. 34 passa a vigorar com aseguinte redao;

    Art. 34 ....................................

    VII - .......................................

    e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostosestaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na

    manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e serviospblicos de sade (NR)

    Estabelece a possibilidade de interveno da Unio nos Estados e noDistrito Federal para assegurar a aplicao mnima de receita resultantede impostos estaduais em aes e servios pblicos de sade.

    Art. 2 - O inciso II do art. 35 passa a vigorar com a seguinte redao:

    Art. 35 .............................

    III no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receita municipal namanuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e serviospblicos de sade (NR)

    Estabelece a possibilidade de interveno dos Estados nos Municpiospara assegurar a aplicao mnima de receita resultante de impostosmunicipais em aes e servios pblicos de sade.

    Art. 3 O 1 do art. 156 da Constituio Federal passa a vigorarcom a seguinte redao:

    Art.156....................................

    1 Sem prejuzo da progressividade no tempo a que se refere oart. 182, 4, inciso II, o

    imposto previsto no inciso I poder: (NR)

    I ser progressivo em razo do valor do imvel; e (AC)

    II ter alquotas diferentes de acordo com a localizao e o uso doimvel. (AC)

    ................................................

    Estabelece a possibilidade de aumento da receita municipal do IPTU,pela progressividade, em razo do valor do imvel e alquotasdiferentes, de acordo com a localizao e o uso do imvel, e suautilizao.

    Art. 4 O pargrafo nico do art. 160 passa a vigorar com a seguinteredao:

    Art.160............................................

    Pargrafo nico. A vedao prevista neste artigo no impede a Unioe os Estados de condicionarem a entrega de recursos: (NR)

    I ao pagamento de seus crditos, inclusive de suas autarquias; (AC)

    II ao cumprimento do disposto no art. 198, 2, incisos II e III. (AC)

    Condiciona a transferncia de recursos pblicos a Estados, DistritoFederal e Municpios ao cumprimento anual dos limites mnimos,fixados para aplicao em aes e servios pblicos de sade.

    (NR) Nova Redao

    (AC) - Acrscimo

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    LimitesLimites ConstitucionaisMNIMOS PARA APLICAO EM SADE

    DA UNIO

    No ano de 2000 foi estabele-

    cida a obrigatoriedade deaplicao do valor equiva-

    lente ao empenhado no

    exerccio financeiro de 1999,

    acrescido de 5%. Nos anos

    seguintes, o valor anual a ser

    aplicado passou a ser calcu-

    lado com base no valor

    apurado no ano anterior,

    corrigido pela variao nominal do Produto Interno

    Bruto PIB do ano em que se elabora a proposta

    oramentria.

    DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERALE DOS MUNICPIOS

    No ano de 2000 foi estabelecida a obrigatoriedade

    de aplicao de um percentual mnimo de 7% da

    receita de impostos, inclusive as transferncias

    constitucionais e legais. Nos exerccios seguintes,

    esse percentual deve ser acrescido, anualmente,

    razo de um quinto, at atingir, em 2004, o percentual

    mnimo de 12% para as receitas estaduais e de 15%

    para as receitas municipais.

    Ilustrao

    baseada

    emfoto

    deEdson

    Gs

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    O valor apurado no ano anterior omontante efetivamente empenhado pela

    Unio em aes e servios pblicos de

    sade, desde que garantido o mnimo

    assegurado pela EC n 29.

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    RECEITAS VINCULADAS SADE PARA ESTADOS E MUNICPIOS (EC n 29/2000)

    I Receitas de Impostos Estaduais

    ICMS

    IPVA

    ITCMD (causa mortis e doao de bens e direitos)

    II Receitas de Transferncias da Unio

    Quota-parte do FPE

    Quota-parte do IPI - Exportao

    Transferncias Lei Complem. 87/96-Lei Kandir

    III Imposto de Renda Retido na Fonte

    IV Outras Receitas Correntes

    Receita da dvida ativa de impostos

    Multas, juros de mora e correo monetria de impostos

    menos () V Transferncias Financeiras Constitucionais eLegais a Municpios

    25% do ICMS

    50% do IPVA

    25% do IPI Exportao

    RECEITAS MUNICIPAIS (15%)

    RECEITAS ESTADUAIS (12%)

    I Receitas de Impostos Municipais

    ISS

    IPTU

    ITBI

    II Receitas de Transferncias da Unio

    Quota-parte do FPM

    Quota-parte do ITR

    Transferncias Lei Complem. 87/96-Lei Kandir

    III Imposto de Renda Retido na Fonte

    IV Receitas de Transferncias do Estado

    Quota-Parte do ICMS

    Quota-Parte do IPVAQuota-Parte do IPI - Exportao

    V Outras Receitas Correntes

    Receita da dvida ativa de impostos, multas, juros de mora ecorreo monetria de impostos

    VI - Total vinculado sade = (I + II + III + IV - V) x 0,12

    VI - Total vinculado sade = (I + II + III + IV + V) x 0,15

    22

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    RECEITAS VINCULADAS SADE PARA O DISTRITO FEDERAL (EC n 29/2000)

    V Receitas de Impostos

    ISS

    IPTU

    ITBI

    ICMS (25%)

    IPVA (50%)

    VI Receitas de Transferncias da Unio

    Quota parte do FPM

    Quota-Parte do IPI - Exportao (25%)

    Quota-Parte do ITR

    Transferncias Lei Complem. 87/96-Lei Kandir (25%)VII Outras Receitas Correntes

    Receita da dvida ativa de impostos, multas, juros de mora ecorreo monetria de impostos

    I Receitas de Impostos

    ICMS (75%)

    IPVA (50%)

    ITCMD

    Simples

    II Receitas de Transferncias da Unio

    Quota-parte do FPE

    Quota-parte do IPI - Exportao (75%)

    Transferncias Lei Complem. 87/96-Lei Kandir (75%)

    III Imposto de Renda Retido na Fonte

    IV Outras Receitas CorrentesReceita da dvida ativa de impostos, multas, juros de mora ecorreo monetria de impostos

    RECEITAS ESTADUAIS (12%)

    VIII - Total vinculado sade = (I + II + III + IV) X 0,12 + (V + VI + VII ) x 0,15

    RECEITAS MUNICIPAIS (15%)

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    Os entes federados que no aplicavam, em 2000,

    os percentuais mnimos fixados pela EC n 29 devem

    elev-los a cada ano, reduzindo a diferena entre o

    percentual aplicado e o mnimo estabelecido de 12%

    para Estados e 15% para Municpios, razo de um

    quinto ao ano, sendo que, em 2000, devem cumprir

    o mnimo de 7%.

    Existem trs situaes possveis em relao ao

    cumprimento dos percentuais mnimos a partir de

    2000:

    1. Aqueles que aplicavam, em 2000, pelo menos

    12% das receitas estaduais e 15% das receitas mu-nicipais no podem reduzir seus percentuais abaixo

    desses patamares nos anos seguintes;

    ADEQUAO DOS LIMITES MNIMOS

    2. Aqueles que aplicavam, em 2000, percentual igual

    ou inferior ao limite mnimo de 7% devem elevarseus percentuais a cada ano, reduzindo a diferena

    entre o mnimo de 7% em 2000 e o mnimo de 12%

    das receitas estaduais e de 15% das receitas

    municipais, conforme tabela:

    Ano Receitas Estaduais Receitas Municipais

    2000 7,0

    2001 8,0

    2002 9,0

    2003 10,0

    2004 12,0

    7,0

    8,6

    10,2

    11,8

    15,0

    24

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    3. Aqueles que aplicavam, em 2000, percentual

    superior a 7% e inferior aos percentuais de 12% das

    receitas estaduais e 15% das receitas municipais

    devem calcular a razo de um quinto da diferena

    entre o percentual aplicado em 2000 e o mnimo

    previsto para 2004.

    A razo de crescimento calculada da seguinte

    forma:

    O resultado obtido deve ser somado ao percentual

    aplicado em 2000 para se calcular o mnimo para

    2001. Em 2002 e 2003, essa razo deve ser somada

    ao percentual mnimo calculado para o ano anterior,

    conforme os exemplos a seguir:

    Exemplos Municipais - Razo fixa de adequao

    SITUAES

    % aplicadoem 2000 12%10%

    0,6 0,21,01,4

    C DBA

    14%8%

    Razo de 1/5

    Percentual Mnimo das Receitas Municipais

    9,4

    10,8

    12,2

    15,0

    11,0

    12,0

    13,0

    15,0

    12,6

    13,2

    13,8

    15,0

    14,2

    14,4

    14,6

    15,0

    2001

    2002

    2003

    2004

    5=

    Razo decrescimento das

    receitas estaduais

    12% - % APLICADOEM 2000

    5=

    Razo decrescimento das

    receitas municipais

    15% - % APLICADOEM 2000

    Exemplos Estaduais - Razo fixa de adequao

    SITUAES

    % aplicadoem 2000

    Razo de 1/5 0,8

    A

    8% 9%

    0,6

    B

    10%

    0,4

    C

    0,2

    D

    11%

    Percentual Mnimo das Receitas Estaduais

    ANOS

    2001

    2002

    2003

    2004

    8,8

    9,6

    10,4

    12,0

    A

    9,6

    10,2

    10,8

    12,0

    B C

    10,4

    10,8

    11,2

    12,0

    D

    11,2

    11,4

    11,6

    12,0

    SITUAES

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    ANOS

    A B C D

    SITUAES

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    Para efeito de clculo dos percentuais mnimos devinculao, a despesa com recursos prprios obtida

    pela seguinte operao:

    Despesa total aplicada em aes e servios pblicos desade, menos as transferncias intergovernamentaispara a sade provenientes de outras esferas de governo.

    26

    Na hiptese de descumprimento da EC n 29,a definio dos valores do exerccio seguinteno ser afetada; ou seja, os valores mnimossero definidos tomando-se como referncia

    os valores que teriam assegurado o pleno cum-primento da Emenda Constitucional no exer-ccio anterior.

    Alm disso, dever haver uma suplementaooramentria no exerccio seguinte, para com-pensar a perda identificada, sem prejuzo dassanes previstas na Constituio e na legislao.

    O percentual de aplicao estabelecido pela EC 29, obtido pela diviso do valor da despesa financiada

    por recursos prprios pelo total das receitas deimpostos e transferncias constitucionais e legais,conforme a frmula abaixo:

    Os recursos aplicados em aes e servios pblicosde sade, em cada Ente Federado, so calculadospela soma das despesas liquidadas com essas aes,relacionadas s respectivas fontes de recursos.

    Para Estados e Municpios, at o exerccio financeirode 2005, inclusive, os recursos aplicados em aese servios pblicos de sade, em cada Ente Federa-do, so calculados por meio da deduo do valorreferente s receitas oriundas de transferncias inter-governamentais no mbito do Sistema nico deSade, do total da despesa liquidada com aes eservios pblicos em sade.

    Durante o exerccio, no devem ser includos os valoresdas despesas empenhadas que ainda no foram li-quidadas. No encerramento do exerccio, as despesasempenhadas e ainda no liquidadas devem ser consi-deradas como liquidadas, se inscritas em restos a pagar;caso contrrio, devem ser canceladas.

    DESPESA TOTALCOM SADE - TRANSFERNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS SUS

    RECEITADE IMPOSTOSE TRANSFERNCIAS CONSTITUCIONAISE LEGAIS=

    X

    Percentual derecursos prprios

    aplicados em sade100

    A liquidao, segundo estgio da execuo da des-pesa aps o empenho, consiste na verificao dodireito adquirido pelo credor, tendo por base os ttu-los e documentos comprobatrios da entrega domaterial ou servio.

    Os Restos a Pagar cancelados no exerccio devemser descontados das despesas liquidadas.

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    GastosGastos com AesE SERVIOS PBLICOS DE SADE

    Os gastos realizados com o atendimento das

    necessidades da rea de sade pblica devem

    observar as diretrizes e princpios do SUS e seremdestinados s aes e servios de acesso universal,

    igualitrio e gratuito, alm de estar em conformidade

    com objetivos e metas explicitados nos respectivos

    Planos de Sade.

    Parece elementar, porm necessrio atentar, no

    mbito de cada nvel de gesto do SUS, para aquilo

    que concorre efetiva e diretamente, na promoo,

    proteo, recuperao e reabilitao da sade.Para efeito de cumprimento dos limites constitucio-

    nais, as despesas com sade no devem ser confun-

    didas com as relacionadas a outras polticas pblicas

    que atuam sobre determinantes sociais e econmicos,

    ainda que incidentes sobre as condies de sade.

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    A partir dessas observaes, so admitidas as despe-

    sas com aes e servios constantes dos Planos de

    Sade e da Programao Pactuada e Integrada PPI,

    aprovados pelos Conselhos de Sade e executados

    pelo respectivo nvel de gesto, incluindo:

    aes de vigilncia epidemiolgica e controle dedoenas;

    aes de vigilncia sanitria;

    . vigilncia nutricional, controle de deficincias

    nutricionais, orientao alimentar, e a segurana

    alimentar promovida no mbito do SUS;

    educao para a sade;

    sade do trabalhador;

    assistncia sade em todos os nveis de comple-

    xidade;

    assistncia farmacutica;ateno sade dos povos indgenas;

    capacitao de recursos humanos do SUS;

    pesquisa e desenvolvimento cientfico e tecnol-

    gico em sade, promovidos por entidades do SUS;

    produo, aquisio e distribuio de insumos

    setoriais especficos, tais como medicamentos imu-

    nobiolgicos, sangue e hemoderivados, e equipa-

    mentos;

    saneamento bsico e do meio ambiente, desde

    que associados diretamente ao controle de vetores,a aes prprias de pequenas comunidades ou em

    nvel domiciliar, ou dos Distritos Sanitrios Especiais

    Indgenas (DSEI) e outras aes de saneamento a

    critrio do Conselho Nacional de Sade;

    servios de sade penitencirios, desde que assina-

    do Termo de Cooperao especfico entre os rgosde sade e os rgos responsveis pelo prestao

    dos referidos servios;

    ateno especial aos portadores de deficincia;

    aes administrativas realizadas pelos rgos de

    sade no mbito do SUS e indispensveis para a

    execuo das aes indicadas nos itens anteriores.

    DESPESAS COM AES E SERVIOS PBLICOS DE SADE

    28

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    NO SO CONSIDERADOS GASTOSCOM SADE PBLICA

    No podem ser consideradas como despesas com

    aes e servios pblicos de sade, as despesas que

    no sejam diretamente destinadas s aes de pro-

    moo, proteo, recuperao e reabilitao da sa-

    de ou que no se destinem ao atendimento do usurio

    do SUS, ainda que possam, indiretamente, contribuirpara a melhoria das condies de sade. A seguir,

    alguns exemplos de despesas no aceitas como

    aes e servios pblicos de sade:

    pagamento de aposentadorias e penses (pessoal

    inativo);

    assistncia sade de clientela fechada, por noatender ao princpio da universalidade, tais como:

    institutos de previdncia e assistncia ou planos de

    sade de servidores pblicos, hospitais do corpo de

    bombeiros ou da polcia militar, etc.;

    merenda escolar;

    aes de saneamento bsico realizadas com recur-

    sos provenientes de taxas e tarifas, ou do Fundo de

    Combate e Erradicao da Pobreza, ainda que ve-

    nham a ser excepcionalmente executadas pelo Mi-

    nistrio da Sade, pela Secretaria de Sade ou por

    entes a ela vinculados;

    aes de limpeza urbana e remoo de resduos

    slidos (lixo);

    aes de preservao e correo do meio ambien-

    te, realizados por rgos de meio ambiente dos entes

    federativos e por entidades no-governamentais;

    aes de assistncia social no vinculadas direta-

    mente execuo das aes e servios de sade e

    no promovidas pelos rgos de sade do SUS;

    aes e servios pblicos de sade custeados com

    recursos que no os especificados na base de clculo

    para definio dos vinculados sade.

    As despesas de juros e amortizaes, decorrentes de

    operaes de crdito, contratadas para financiar aes

    e servios pblicos de sade somente sero conside-

    radas como despesas de sade, no caso dos Estados,

    Distrito Federal e Municpios se contratadas a partir de

    1 de janeiro de 2000.

    As despesas de sade realizadas com receitas oriundas

    de operaes de crdito, no exerccio em que ocorre-

    rem, podero ser consideradas como despesa de sa-

    de, somente quando contratadas pela Unio.

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    FundosFundos E CONSELHOS DE SADE

    A Constituio Federal, no art. 77, do Ato das DisposiesTransitrias, com a redao dada pela EC n 29/2000, diz:

    Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos

    Municpios destinados s aes e servios pblicos desade e os transferidos pela Unio para a mesma finalida-de sero aplicados por meio de Fundo de Sade que seracompanhado e fiscalizado por Conselho de Sade, sem

    prejuzo do disposto no art. 74.

    FUNDOS DE SUDE

    Os Fundos de Sade, institudos no mbito de cada

    Estado, Distrito Federal e Municpios, so conside-

    rados fundos especiais conforme definio da Lei n

    4.320/64. Suas receitas so especificadas e vinculadas realizao de objetivos e servios determinados, no

    caso, as aes e servios pblicos de sade.

    A obrigatoriedade de aplicao dos recursos, por

    meio dos Fundos de Sade, antecede a Emenda

    Constitucional.

    A Lei Orgnica da Sade (Lei 8.080/90) em seu artigo33 define que os recursos financeiros do SUS sero

    depositados em conta especial, em cada esfera de

    sua atuao, e movimentados sob a fiscalizao dos

    respectivos Conselhos de Sade. A Lei 8.142/90, de-

    fine que os Municpios, os Estados e o Distrito Federal

    devem contar com o Fundo de Sade para recebe-rem tais recursos.

    A transferncia de recursos destinados cobertura

    de servios e aes de sade tambm foi condicio-

    nada existncia de Fundo de Sade no Decreto n

    1.232/94.

    Ilus

    tra

    o

    basea

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    Ricardo

    Borba

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    Com a edio da EC n 29/2000, a exigncia tornou-

    se mais clara: a utilizao dos recursos para a sade

    somente poder ser feita por meio de Fundos de

    Sade. Para que isso acontea, necessrio que o

    Fundo tenha a titularidade da conta corrente

    destinada movimentao desses recursos, o que

    implica na utilizao de CNPJ prprio, mesmo que

    vinculado ao gestor estadual ou municipal do SUS.

    Para que possam executar os recursos de acordo

    com o art. 77 da Emenda Constitucional, os Fundos

    (Estaduais e Municipais) caracterizam-se como

    Unidade Gestora de Oramento, de acordo com a

    Lei 4.320/64, e, como tal, equiparam-se s pessoas

    jurdicas para fins de inscrio no Cadastro Nacional

    da Pessoa Jurdica (CNPJ), conforme dispe o art. 12da Instruo Normativa n 200, de 13 de setembro

    de 2002, da Secretaria da Receita Federal.

    Os recursos dos Fundos de Sade no podem ser

    destinados outra atividade que no seja rea da

    sade. Essa condio est baseada no Art. 71 da Lei

    4.320/64. O acompanhamento e a fiscalizao dos

    recursos sero realizados pelos Conselhos de Sade

    sem prejuzo das aes dos rgos de controle.

    Os recursos federais devem ser transferidos para

    Estados, Distrito Federal e Municpios por meio dos

    respectivos fundos de sade (transferncia fundo a

    fundo), com vistas a incrementar o processo de

    descentralizao dos recursos da sade.

    Agora, mais do que nunca, torna-se fundamentalinstituir, organizar e dar condies de perfeito funcio-

    namento para os fundos e conselhos de sade.

    Os fundos de sade constituem-se em instrumento:

    de gesto dos recursos destinados ao financiamento

    das aes e servios pblicos de sade, no mbito

    da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-

    cpios;

    de planejamento, dado que possibilita aos gestores

    visualizar os recursos de que dispe para as aes e

    servios de sade; e

    de controle, por facilitar o acompanhamento perma-nente sobre as fontes de receitas, seus valores e data

    de ingresso, as despesas realizadas, os recebimentos

    das aplicaes financeiras, dentre outros.

    As diretrizes para o funcionamento do Fundo Nacio-

    nal de Sade esto na Lei Orgnica da Sade.

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    Como organizar um fundo de sade?

    A instituio de fundos de qualquer natureza carece

    de autorizao legislativa. A Lei que instituir o fundo

    de sade poder determinar as normas de controle,

    prestao e tomada de contas, desde que no contra-

    rie a legislao existente.

    Na sua organizao necessrio considerar o enca-minhamento legal e administrativo e as responsa-

    bilidades dos gestores.

    Estados, Distrito Federal e Municpios devem:

    a) elaborar um projeto de lei a ser votado pelo legis-

    lativo (Cmara ou Assemblia) que, entre outros

    aspectos, estabelea:

    . os objetivos do fundo;

    . todas as receitas que integraro os ativos do fundo;

    . a destinao ou campo de aplicao dos seus

    recursos;

    . a responsabilidade legal pela administrao e pela

    fiscalizao do fundo;

    . o atendimento a todas as determinaes legais,

    tais como: dispor de oramento, fazer relatrios e

    balanos mensais, e juntar todos estes dados

    contabilidade geral do Municpio/Estado ou Distrito

    Federal; e

    . a autonomia administrativa e financeira;

    b) identificar o gestor do fundo de sade;

    c) distinguir os recursos destinados ao fundo de sade

    no oramento do Municpio, Estado ou Distrito Federal;

    d) submeter os demonstrativos de receitas e despe-

    sas do fundo aprovao do Conselho de Sade;

    e) gerir os recursos provenientes dos programas e

    incentivos do SUS, de convnios, de contrapartidae de doaes, conforme sua destinao.

    f) destinar e disponibilizar os recursos previstos na

    EC n 29/2000 para o atendimento das aes e

    servios pblicos de sade.

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    CONSELHO DE SADE

    Os conselhos de sade so instncias colegiadas, compoder deliberativo. Entre outras finalidades, servempara garantir a participao regular do cidado:

    na elaborao das diretrizes gerais da poltica desade e definio das metas com vistas ao alcancedos objetivos traados para a poltica de sade;

    na formulao das estratgias de implementaodas polticas de sade;

    no controle sobre a execuo das polticas e aesde sade; e

    no controle sobre a utilizao dos recursos pblicosda rea de sade.

    a forma de controle e participao da sociedadena definio e no acompanhamento da execuodas polticas de sade estabelecidas.

    A existncia e o funcionamento dos Conselhos de Sade

    so requisitos exigidos para a habilitao ao recebimento

    dos recursos federais repassados fundo a fundo desde a

    edio da Lei Orgnica da Sade em 1990. Recente-

    mente, essa exigncia foi reforada pela EC n 29/2000.

    Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios tm

    autonomia para administrar os recursos destinados

    sade, de acordo com o estabelecido nos seus

    respectivos Planos de Sade elaborados em conso-

    aconselhvel que os fundos estaduais e municipais

    de sade sejam contemplados como unidades ora-

    mentrias, financeiras e contbeis, nos seguintes ins-

    trumentos:

    a) Lei de Diretrizes Oramentrias LDO ;

    b) Lei Oramentria Anual LOA;

    c) balanos anuais (oramentrio, financeiro e patri-

    monial);

    d) demais demonstraes oramentrias e financeiras.

    34

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    35

    O trabalho do Conselho no deve ser

    confundido com o trabalho executivo do

    gestor de sade. O gestor o responsvel

    pela execuo da poltica de sade, en-

    quanto ao Conselho cabe propor as diretri-

    zes dessa poltica acompanhando as aes

    e fiscalizando a utilizao dos recursos.

    nncia com o Plano Nacional de Sade e submetidos

    aprovao dos Conselhos de Sade.

    O Conselho Nacional de Sade, com o objetivo de

    acelerar e consolidar o controle social do SUS,

    aprovou o documento Recomendaes para a

    Constituio e Estruturao de Conselhos Estaduais

    e Municipais de Sade, anexo Resoluo n 33,

    de 23/12/1992, que contempla, entre outros aspectos,

    a definio, composio, estrutura e competnciados Conselhos de Sade.

    Os conselhos so formados por representantes dapopulao usuria do SUS, por prestadores deservios e por profissionais de sade.

    Dentre as competncias dos Conselhos de Sade

    Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, definidas emleis federais e na Resoluo n 33/92, encontram-se:

    a fiscalizao da movimentao de recursos repas-

    sados Secretaria de Sade e/ou ao Fundo de Sade; e

    o estmulo participao comunitria no controle

    da administrao do Sistema de Sade.

    fonte: Manual n 1: O Conselho de Sade - Instituto Sallus - Braslia 2000

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    AtenoAteno BsicaE O PISO DE ATENO BSICAO QUE ATENO INTEGRAL SADE?

    E ATENO BSICA? O QUE O PAB?

    PARA QUE SERVE? O QUE SO RECUR-

    SOS REPASSADOS FUNDO A FUNDO?

    ATENO INTEGRAL

    Beneficia todos os cidados, envolvendo aes em

    todos os nveis de ateno: bsica, mdia e alta com-

    plexidade.

    ATENO BSICA o primeiro nvel de ateno em sade a ser ofertado

    por todos os municpios, com qualidade e suficincia

    para sua populao. Contempla o conjunto de aes

    estratgicas mnimas, necessrias para a ateno

    adequada aos problemas de sade mais freqentes

    na maior parte do territrio brasileiro.

    PISO DE ATENO BSICA - PAB

    Implantado em 1997, consiste em um montante de

    recursos financeiros destinados, exclusivamente, ao

    financiamento das aes de ateno bsica sade.

    Ampliado em 2001, pela Norma Operacional de

    Assistncia Sade NOAS, o Piso de Ateno

    Bsica Ampliado PAB-A financia um elencomaior de procedimentos integrados, destinados

    cobertura das aes bsicas, de preveno de doen-

    as, assistncia ambulatorial, e das aes correla-

    cionadas aos programas descentralizados pelo

    Ministrio da Sade.

    Ilustrao

    baseadaemfoto

    deNehilHamilton

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    O Piso de Ateno Bsica composto de uma parte

    fixa de recursos (PAB-FIXO) destinados assistncia

    bsica, e de uma parte varivel (PAB Varivel), rela-

    tiva a incentivos para o desenvolvimento dos pro-

    gramas executados nesse nvel de ateno.

    Os recursos correspondentes parte fixa so obtidos

    pela multiplicao de um valorper capitanacional

    pela populao de cada municpio e so transferidos

    direta e automaticamente do Fundo Nacional de

    Sade para os Fundos Municipais correspondentes.

    O PAB-A FIXO, prev a remunerao per capita

    das aes estratgicas mnimas de ateno bsica

    previstas no Anexo 1 da NOAS SUS, em todo o

    territrio nacional. Contemplam, alm das aes

    previstas na Norma Operacional Bsica NOB, res-

    ponsabilidades e atividades de:

    controle da Tuberculose;

    eliminao da Hansenase;

    controle da Hipertenso;

    controle do Diabetes Melitus;

    aes de sade bucal;

    aes de sade da criana;

    aes de sade da mulher.

    O PAB Varivel, por sua vez, remunera direta e

    automaticamente, estados e municpios habilitados

    execuo de aes previstas em programas e

    incentivos do Ministrio da Sade, de acordo com

    regulamentao especfica. Contemplam:

    Aes Bsicas de Vigilncia Sanitria;

    Assistncia Farmacutica Bsica;

    Programa de Agentes Comunitrios de Sade PACS;Programa de Sade da Famlia PSF

    A transferncia de recursos fundo a fundodestinados

    execuo de aes e servios de sade depende

    da habilitao de estados e municpios a uma das

    condies de gesto estabelecidas pelas Normas

    Operacionais (NOB e NOAS).

    So as seguintes as condies de gesto da Norma

    Operacional de Assistncia Sade (NOAS SUS):

    38

  • 8/6/2019 Manual de gesto financeira SUS

    38/65

    Estados:

    Gesto Avanada do Sistema Estadual e GestoPlena do Sistema Estadual

    As atribuies do Estado habilitado a uma das

    condies de gesto compreendem, entre outras:

    coordenao do sistema de sade estadual, abran-

    gendo o planejamento e a organizao das redes

    assistenciais do estado e a integrao dos sistemas

    municipais;

    coordenao do processo de elaborao da Progra-

    mao Pactuada Integrada PPI estadual;

    coordenao do sistema de referncias intermu-

    nicipais, organizando o acesso da populao, a com-pensao das internaes, dos procedimentos espe-

    cializados e de alta complexidade/custo.

    Municpios:

    Gesto Plena da Ateno Bsica Ampliada

    Os municpios habilitados nesta condio de gesto

    devem dispor de condies para ofertar, com sufi-

    cincia e qualidade, todo o elenco de procedimentos

    propostos para a Ateno Bsica Ampliada, cons-

    tantes dos Anexos 1 e 2 da NOAS SUS, alm dos

    servios de mdia e alta complexidade por meio

    de referncias de sua populao para outros muni-

    cpios, segundo pactuao estabelecida.

    Gesto Plena do Sistema Municipal

    Alm do elenco de procedimentos propostos para

    a Ateno Bsica Ampliada, os municpios habi-

    litados nesta condio de gesto devero dispor deuma rede assistencial capaz de ofertar um conjunto

    mnimo de servios de mdia complexidade,

    relacionados no Anexo 3 da NOAS SUS e cons-

    tituir-se referncia para municpios cuja capacidade

    de oferta limita-se Ateno Bsica Ampliada.

    As responsabilidades, requisitos e prerrogativas dosgestores estaduais e municipais esto contidas no

    captulo III da NOAS-SUS, na Instruo Normativa GM/

    MS n 01/02 e podem ser examinadas consultando o

    Portal da Sade na Internet, (www.saude.gov.br), por

    meio do Acesso Rpido, escolhendo a instituio

    Secretaria de Assistncia Sade.

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    OUTROS PROGRAMAS E INCENTIVOS

    Alm dos recursos destinados s aes de AtenoBsica, o Ministrio da Sade transfere recursos fundo

    a fundo para execuo de vrios programas assisten-

    ciais de sade, entre os quais destacam-se:

    Programa de Aquisio de Medicamentos Excep-

    cionais;

    Programa de Aquisio de Medicamentos paraSade Mental;

    Incentivo Assistncia Ambulatorial e Hospitalar

    de Apoio ao Diagnstico Populao Indgena;

    Incentivo de Ateno Bsica dos Povos Indgenas;

    Descentralizao da FUNASA;

    Assistncia s Populaes de Municpios em Estado

    de Calamidade Pblica;

    Campanhas diversas financiadas pelo Fundo de

    Aes Estratgicas e Compensao - FAEC O Fundo de Aes Estratgicas e Compensao

    FAEC foi criado com a finalidade de financiar

    os procedimentos de alta complexidade em

    pacientes com referncia interestadual, prpriosda Cmara Nacional de Compensao. Poste-

    riormente, acrescentaram-se as aes conside-

    radas estratgicas, cuja responsabilidade direta

    do Ministrio da Sade.

    40

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    40/65

    FluxoFluxo de recursos do

    A transferncia dos recursos, em qualquer das mo-

    dalidades de financiamento do SUS, processada

    pelo Fundo Nacional de Sade FNS com o apoio de

    sistemas de informao, que asseguram a agilidade

    necessria ao atendimento dos objetivos, associada

    segurana e ao controle que o processo requer.

    O Sistema Integrado de Administrao Financeira -

    SIAFI o principal instrumento de administrao

    oramentria e financeira da Unio. Nele so regis-

    tradas todas as transferncias realizadas pelo Fundo

    Nacional de Sade.

    Com a finalidade de apoiar a gesto dos recursos

    financeiros, o FNS desenvolveu o Sistema de Gesto

    Financeira e de Convnios - GESCON e o Sistema de

    Transferncias Regulares e Automticas SISFAF. Neles

    so processadas as informaes necessrias aos

    repasses destinados ao financiamento de programas e

    projetos mediante a celebrao de convnios, e ao

    financiamento da assistncia, por meio das transfe-

    rncias fundo a fundo.

    O processamento dos pagamentos por servios

    produzidos realizado pelo Ministrio da Sade com

    base nas informaes dos gestores estaduais e/ou

    municipais dos Sistemas de Informaes Ambulatoriais

    SIA/SUS e de Informaes Hospitalares SIH/SUS.

    Os sistemas do FNS esto interligados com o SIAFI,

    com a Imprensa Nacional e com os sistemas operacio-

    nais das instituies financeiras conveniadas, o quepermite dar transparncia e visibilidade s movimenta-

    es de recursos do SUS, no mbito federal.

    Os sistemas de gesto de recursos desenvolvidos

    pelo FNS consolidam os dados cadastrais e finan-

    ceiros dos credores. As contas bancrias so abertas

    SUS

    Ilustrao

    baseadaem

    foto

    de

    CarlosVieira

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    em instituies financeiras conveniadas. No caso das

    transferncias fundo a fundo, pelo prprio FNS e no

    caso da remunerao por servios produzidos, por

    iniciativa do prestador de servios.

    Cumprindo determinao legal e com vistas ao

    acompanhamento e ao controle, o Fundo Nacional

    de Sade encaminha s Assemblias Legislativas,

    Cmaras Municipais e aos Conselhos Municipais de

    Sade, notificao de todo o repasse de recursos

    realizado para os respectivos Estados, Municpios e

    Distrito Federal. Alm disso, as instituies finan-

    ceiras encaminham aviso dos crditos aos titulares

    das respectivas contas, com discriminao da ori-

    gem dos recursos.

    REMUNERAO POR SERVIOSPRODUZIDOS

    O pagamento dos procedimentos ambulatoriais e

    hospitalares realizados pela rede contratada e/ou

    conveniada ao SUS creditado diretamente scontas correntes dos prestadores de servios, pelo

    Fundo Nacional de Sade, quando no vinculados

    a Estados ou Municpios habilitados em Gesto Plena

    de Sistema.

    Estados e Municpios nohabilitadosem Gesto Plena de Sistema

    Estados e Municpios habilitados em Gesto

    Plena de Sistema

    QUEM PAGA?

    QUEM RECEBE?

    QUAIS RECURSOS?

    SES/FES ou SES/FMS

    PRESTADORES DE SERVIOSCADASTRADOS

    Destinados s aes de mdiae alta complexidade executadascom base nas tabelas do SIA/SIH. Ateno Bsica

    QUEM PAGA?

    QUEM RECEBE?

    QUAIS RECURSOS?

    MS / FNS

    PRESTADORES DE SERVIOSCADASTRADOS

    Destinados s aes de mdiae alta complexidade executadascom base nas tabelas do SIA/SIH

    QUEM TRANSFERE? MS/FNS

    42

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    RECURSOS DE CONVNIOS

    Os recursos destinados execuo dos convniosso depositados e geridos pelos convenentes, em

    contas especficas para cada convnio celebrado,

    observados os seguintes critrios fixados pela Secreta-

    ria do Tesouro Nacional STN:

    nos casos em que o convenente seja rgo ou enti-

    dade da Administrao Pblica Federal, no integrante

    da conta nica ou instituio de direito privado:

    - no Banco do Brasil;

    - na Caixa Econmica Federal; ou

    - em outra instituio bancria cujo controleacionrio seja detido pela Unio.

    nos casos em que o convenente integre a admi-

    nistrao estadual, municipal ou do Distrito Federal,

    alternativamente, a seu critrio:

    - no Banco do Brasil;

    - na Caixa Econmica Federal;

    - em outra instituio financeira oficial, inclu-

    sive de carter regional;

    QUEM PAGA?

    QUEM RECEBE?

    QUAIS RECURSOS?

    MS / FNS

    CONVENENTE

    Especficos para o convnio

    - em instituio financeira submetida aprocesso de desestatizao ou, ainda naquela adqui-

    rente de seu controle acionrio.

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    TRANSFERNCIAS FUNDO A FUNDO

    a principal modalidade de transferncia de recursosfederais para os Estados, Municpios e Distrito Fede-

    ral, a ttulo de financiamento das aes e servios

    de sade.

    Os recursos destinados execuo da Ateno

    Bsica e das aes especficas de Programas e

    Incentivos do Ministrio da Sade so transferidos

    do Fundo Nacional de Sade para os Fundos Esta-

    duais ou Municipais de Sade, observadas as con-

    dies de gesto, bem como as qualificaes de esta-

    dos e municpios aos respectivos Programas e Incen-

    tivos de acordo com a regulamentao especfica.

    O Banco do Brasil a instituio financeira utilizada

    pelo FNS para a efetivao dos repasses dos tetos

    financeiros destinados ao financiamento das aes

    de Ateno Bsica.

    Os demais recursos federais transferidos do FNS para os

    Fundos de Sade de Estados, Municpios e Distrito Federalhabilitados em Gesto Plena de Sistema so creditados

    e movimentados em instituio financeira conveniada

    com o MS, alternativamente, a critrio do gestor:

    no Banco do Brasil;

    na Caixa Econmica Federal;

    em outra instituio financeira oficial de carter

    regional;

    em instituio financeira submetida a processo de

    desestatizao ou ainda naquela adquirente de seu

    controle acionrio.

    As contas bancrias utilizadas para movimentao

    dos recursos transferidos fundo a fundo devero ser

    identificadas, de acordo com os objetivos a que se

    destinam.

    Por exemplo:

    conta FUNDO (teto financeiro da assistncia e

    outros programas);

    conta PAB (Piso de Ateno Bsica, Fixo e Vari-

    vel e outros incentivos);

    conta ECD (Epidemiologia e Controle de Doena); e

    MAC/VISA (Aes de Mdia e Alta Complexidade

    de Vigilncia Sanitria).

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    Da Unio para os Estados

    PAB Fixo de Municpios no habilitados

    . Primeiro nvel da mdia complexidade, emregies qualificadas, nos casos em que o Muni-cpio sede estiver habilitado somente em GestoPlena de Ateno Bsica Ampliada.

    Estados habilitados na Gesto Avanadado Sistema

    QUEM TRANSFERE?

    QUEM RECEBE?

    QUAIS RECURSOS?

    MS / FNS

    SES / FES

    Estados habilitados na Gesto Plena doSistema

    . Teto Financeiro da Assistncia, deduzidos osTetos dos Municpios habilitados em GestoPlena

    Ateno Bsica:

    PAB Fixo dos Municpios no habilitadosPAB Varivel:- PACS dos Municpios no habilitados, pormqualificados no Programa- PSF dos Municpios no habilitados, pormqualificados no Programa

    . Fundo de Aes Estratgicas e Compensao -FAEC

    Estados qualificados em outros incentivose programas especiais, independentemen-te da condio de gesto

    Medicamentos Excepcionais

    Medicamentos para Sade MentalCalamidade Pblica. Epidemiologia e Controle de Doenas dos Muni-cpios no certificados

    Definidos a partir da condio de gesto, confor-me detalhamento a seguir:

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    Da Unio para os Municpios

    Ateno Bsica:PAB Fixo

    PAB Varivel:- Vigilncia Sanitria- Farmcia Bsica, quando qualificado- PACS, quando qualificado- PSF, quando qualificado

    Epidemiologia e Controle de Doenas, quandocertificado

    . Teto Financeiro da Assistncia

    Ateno Bsica:

    PAB Fixo

    PAB Varivel:- Vigilncia Sanitria- Farmcia Bsica, quando qualificado- PACS, quando qualificado- PSF, quando qualificado

    Epidemiologia e Controle de Doenas, quandocertificado. Fundo de Aes Estratgicas e Compensao -FAEC

    Municpios habilitados na Gesto Plena doSistema

    Municpios habilitados na Gesto Plenade Ateno Bsica

    Municpios qualificados em outros incen-tivos e programas especiais, indepen-dentemente da condio de gesto:

    Medicamentos para Sade MentalAteno Bsica dos Povos IndgenasDescentralizao da FUNASACalamidade Pblica

    QUEM TRANSFERE?

    QUEM RECEBE?

    MS / FNS

    SMS / FMS

    QUAIS RECURSOS?Definidos a partir da condio de gesto, confor-me detalhamento a seguir:

    46

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    PLANEJAMENTO

    GestoGesto dos RecursosDO FUNDO DE SADE

    COMO APROVEITAR MELHOR OSRECURSOS DESTINADOS SADE?

    fundamental reconhecer que os recursos financeiros

    destinados s aes e servios de sade so otimizados

    com um planejamento voltado para o atendimento dasnecessidades de sade da populao.

    necessria a construo de uma gesto ora-

    mentria-financeira do SUS que integre as funes

    planejar, orar, executar, acompanhar, fiscalizar eavaliar os recursos aplicados em sade.

    As funes integradas dessa gesto oramentria-

    financeira, indicam a existncia de um fluxo perma-

    nente do planejamento avaliao e produzem o resul-

    tado em sade esperado, como demonstrado a seguir:

    ORAMENTO

    EXECUOORAMENTRIA EFINANCEIRA

    ACOMPANHAMENTOE FISCALIZAO

    Agenda de SadePlano de SadePlano Plurianual PPAe Lei de Diretrizes Oramentrias - LDO

    LOA compatvelcom planejamento

    RESULTADO EM SADE

    AES E SERVIOS DE SADE

    Fundo de Sade

    Relatrio de GestoConselho de Sade -Controle Social

    Ilustrao

    baseadaem

    foto

    de

    Paulo

    de

    Arajo

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    PLANEJAMENTO

    O Planejamento o trabalho de preparao para

    qualquer empreendimento. Pode ser entendido tam-

    bm como o processo que leva ao estabelecimento

    de um conjunto coordenado de aes visando

    consecuo de determinados objetivos. Nesse

    sentido, consiste na elaborao de planos ou progra-

    mas governamentais.

    Programas

    Para iniciar o processo oramentrio preciso definir

    programas que busquem solues dos problemas

    identificados, a partir de diagnstico realizado. Cada

    programa constitui-se em uma das formas de ex-

    presso da poltica de sade, cujo objetivo produziruma mudana na situao atual. O programa con-

    tm objetivos, metas (objetivos quantificados) e in-

    dicadores que permitem acompanhar, controlar e

    avaliar a sua execuo.

    I n s trumentos de P lanejamento

    Plano Plurianual PPALei de Diretrizes Oramentrias LDO

    Lei Oramentria Anual LOA

    Agenda de Sade

    Plano de Sade

    Plano Plurianual PPA, Lei das Diretrizes Ora-

    mentrias LDO e Lei Oramentria Anual LOA

    Na prtica, a concretizao do planejamento na Ad-

    ministrao Pblica se d em mdio prazo pelo

    Plano Plurianual PPA e, em curto prazo, pela Lei

    das Diretrizes Oramentrias LDO.

    O PPA elaborado no primeiro ano de mandato do

    governante (Chefe do Poder Executivo) e enca-

    minhado para a aprovao do Poder Legislativo at

    31 de agosto, para viger no 2, 3 e 4 anos do seu

    mandato. O sucessor governar no primeiro ano do

    seu mandato com o PPA elaborado pelo governo

    anterior.

    O PPA contm as Metas de Governo e toma por base

    a Agenda de Sade e as metas plurianuais contidas

    nos Planos de Sade. com base no PPA que

    48

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    elaborada a LDO, contendo as orientaes para a

    preparao do Oramento, que nada mais do que

    o planejamento colocado em prtica.

    Agenda de Sade

    Estabelece os eixos referenciais prioritrios no

    processo de planejamento em sade. A definio das

    prioridades do nvel nacional para o estadual e

    municipal estabelece, entre os gestores, um enten-dimento em torno dos objetivos fundamentais para

    a melhoria da situao de sade e da qualidade da

    ateno oferecida populao. Partindo de uma

    ao articulada de todas as reas e nveis de governo

    inseridos no SUS, possvel compatibilizar uma dire-

    o comum da poltica de sade e a flexibilidade

    para incorporar as especificidades dos diversos entes

    da federao.

    Agenda Nac iona l de Sade

    Reduo da mortalidade infantil e materna;

    Controle de doenas e agravos prioritrios;

    Melhoria da gesto, do acesso e da

    qualidade das aes, servios e informaes

    de sade;

    Reorientao do modelo assistencial e

    descentralizao;

    Desenvolvimento de recursos humanos no

    setor sade; e

    Qualificao do controle social.

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    Por exemplo, a Agenda Nacional de Sade, definidaem 2001, estabeleceu como prioridades de atuao

    os eixos listados no quadro a seguir:

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    Plano de Sade

    Quadro de metas anual

    50

    As agendas orientam a elaborao dos planos de sade

    dos respectivos nveis de governo, contemplando metas

    e intenes para o perodo de quatro anos de gesto.Constroem, de forma ascendente, o quadro de metas

    quantificveis e passveis de acompanhamento, servin-

    do de base para a elaborao dos futuros relatrios de

    gesto, correlacionando os resultados obtidos com os

    recursos aplicados.

    Plano de Sade

    O Plano de Sade explicita o diagnstico da situao

    social e sanitria, os objetivos, metas e prioridades

    da ao de governo em sade. O Plano de Sade

    deve conter e compatibilizar em cada esfera, de

    forma clara, o quadro de metas, a programao pac-

    tuada e integrada, os resultados fsicos e financeiros.

    O Plano de Sade revisado, anualmente, em funo

    de novas metas de gesto e adequao dinmica

    da poltica de sade.

    O Quadro de Metas destaca as metas da ao do

    governo em sade, em cada esfera, para cada exer-

    ccio anual. Resulta de negociao e consenso en-

    tre rgos Gestores e Conselhos de Sade.A Agenda de Sade e o Plano de Sade devem

    ser submetidos, pelos rgos Gestores, aos respec-

    tivos Conselhos de Sade.

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    Sntese do planejamento dos gastos com Sade

    AGENDASDE SUDE

    PLANOSDE SADE

    PPIPDR

    PODER PBLICOCONSELHO DE SADE / PARTICIPAO DA SOCIEDADE

    NECESSIDADEDE GASTOS

    COM SADE

    PPA

    LDO

    LOA

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    METAS /PROGRAMAS

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    ORAMENTO

    Os programas previstos no Plano e na Agenda de

    Sade constituem a base para a elaborao dos ins-

    trumentos do processo oramentrio Plano Plu-

    rianual (PPA), Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO)

    e a Lei Oramentria Anual (LOA).

    Os instrumentos oramentrios PPA, LDO e LOA

    so leis que exprimem, em termos financeiros, a

    destinao de recursos pblicos para as necessi-

    dades, diretas ou indiretas, de atendimento ao cida-

    do. Tais documentos no se constituem apenas em

    um conjunto organizado de receitas e despesas apro-

    vadas com a finalidade de dar cumprimento formal

    e legal matria. Ao contrrio, espelham decises

    polticas.

    Os recursos estaduais e municipais destinados ao

    SUS so claramente apresentados no PPA, na LDO

    e na LOA, segundo os programas definidos na Agen-

    da e no Plano de Sade.

    A LDO representa a ligao entre o PPA e a LOA,

    cujas metas e prioridades seguem a lgica dos pro-

    gramas estabelecidos no PPA.

    Lei Oramentria Anual LOA

    A LOA define recursos, para o prximo exerccio

    financeiro, estimando receitas e fixando despesas,

    relativas aos trs poderes (Legislativo, Judicirio e

    Executivo). Inclui todos os rgos da administrao

    direta e indireta, os fundos especiais (inclusive os

    fundos de sade), fundaes e demais instituies

    mantidas pelo poder pblico.

    Os recursos definidos no Oramento, para os progra-

    mas, devem estar de acordo com as metas que o

    governo pretende atingir no prximo exerccio.

    O poder executivo deve encaminhar ao legislativo

    a proposta oramentria at 30 de agosto de cada

    ano. A proposta deve ser aprovada pelo poder legis-

    lativo at 15 de dezembro.

    Oramen to

    LOA

    Classificao Oramentria das Despesas

    52

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    Classificao Oramentria

    Classificao oramentria o agrupamento dasinformaes por meio de cdigos numricos que

    identificam quais so os recursos e sua destinao,

    bem como quais os rgos ou entidades responsveis

    pela sua execuo, entre outras informaes rele-

    vantes, detalhadas em Funes, Sub-Funes, Pro-

    gramas, Projetos, Atividades etc.

    Sou um procedimento ambulatorial bsico realizado pelas SecretariasEstaduais e/ou Municipais de Sade com recursos destinados ao PAB-

    Fixo do Programa Sade da Famlia, subfuno ateno bsica, funosade, previsto no oramento do Ministrio da Sade. Ufa!...

    Mas pode me chamar de:36901/10.301.0001.0587.00XX...

    A importncia da codificao

    Ao contrrio do que se pensa, os cdigos utilizados

    na classificao oramentria servem para dar

    transparncia e no para esconder informaes. Por

    essa razo um pouco de conhecimento de Ora-

    mento ser til, tanto a quem vai trabalhar nos fundos

    de sade, quanto a quem vai participar dos conselhos

    de sade.

    Visualizando as despesas no oramento

    As despesas fixadas so classificadas seguindo uma

    codificao padro que tem por objetivo identificar

    os programas e dar transparncia para os efeitos de

    acompanhamento, fiscalizao e avaliao dos

    resultados da execuo oramentria.

    possvel visualizar as despesas no Oramento por

    diversos ngulos. Cada identificao de despesa

    possui uma funo ou finalidade especfica e um

    objetivo original que justificam sua criao, e podem

    ser associados a um problema ou necessidade bsica

    que se procura resolver ou atender.

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    PARA QU?

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    Resumidamente, possvel fazer as seguintes

    associaes:

    Classificao Institucional responde pergunta

    Quem o responsvel pela programao?

    Classificao Programtica ou Categoria da Pro-

    gramao responde pergunta Para que osrecursos so alocados? (finalidade).

    Classificao da Despesa por Natureza res-

    ponde perguntaO Queser adquirido eQualo efeitoda realizao da despesa?

    Classificao Funcional - responde pergunta

    Em que rea de ao governamental a despesa

    ser realizada?

    No Oramento podero ser evidenciados, separa-

    damente:

    o que ser implementado, para que, qual o produto,

    resultados esperados, servios e bens a serem ob-

    tidos;quem ser responsvel pela programao;

    quais os insumos utilizados ou adquiridos na imple-

    mentao; e

    se a despesa realizada, ou no, na rea da Sade.

    Classificao Institucional

    A classificao institucional compreende os rgos

    Oramentrios e suas respectivas Unidades Ora-

    mentrias. Exemplo:

    Ministrio da Sade 36, Fundo Nacional de Sade 901

    RGO

    UNIDADE ORAMENTRIA

    1/2 dgitos identificam o rgo Oramentrio

    3/4/5 dgitos determinam a sua Unidade Oramentria

    PARA QU?

    QUEM?

    O QUE?

    EMQ

    UEREA?

    36901

    54

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    54/65

    Classificao Funcional Programtica

    A classificao funcional, composta de um conjuntode funes e subfunes prefixadas, serve para

    agregar os gastos pblicos por rea de ao gover-

    namental. Trata-se de uma classificao indepen-

    dente da estrutura programtica.

    Funo

    A funo representa o maior nvel de agregao das

    diversas reas de despesa que competem ao setor

    pblico.

    Subfuno

    A subfuno representa uma parte da funo, visando

    agregar determinado subconjunto de despesas do

    setor pblico. Na nova classificao, a subfuno

    identifica a natureza bsica das aes que se agrupam

    em torno das funes.

    As subfunes podero ser combinadas com funes

    diferentes. Assim, a classificao funcional ser

    efetuada por intermdio da relao da ao (projeto,

    atividade ou operao especial) com a subfuno e

    a funo. A partir da ao, classifica-se a despesa

    de acordo com a especificidade de seu contedo e

    produto, em uma subfuno, independente de sua

    Aps a classificao institucional, seguida da fun-

    cional, vem normalmente codificado o programa e,

    dentro do programa, identifica-se o projeto ouatividade que depois segue um nmero de ordem

    de determinada ao a ser custeada por determinada

    despesa.

    Um cdigo completo de um Programa de Trabalho

    contempla a chamada classificao funcional-pro-

    gramtica. O resultado dessa classificao contmelementos que identificam: Funo, Subfuno,

    Programa, Ao e Localizador de Gasto.

    Por ser de aplicao comum e obrigatria no mbito

    da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos

    relao institucional. Em seguida, ser feita a

    associao com a funo voltada rea de atuao

    caracterstica do rgo/unidade em que as despesasesto sendo efetuadas.

    Exemplo: Funo Sade 10, Subfuno Ateno

    Bsica 301

    FUNO

    SUBFUNO

    1 campo o campo da Funo com dois algarismos

    2 campo o campo da Subfuno com trs algarismos

    10301

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    Classificao quanto natureza dadespesa

    Para classificar uma despesa quanto sua natureza

    deve-se considerar a categoria econmica, o grupo

    a que pertence, o elemento e a modalidade da

    aplicao.

    A natureza da despesa classificada por:

    Categoria Econmica da Despesa CED:dividida em:

    - Despesa Corrente: todas as despesas que no

    contribuem, diretamente, para a formao ou

    aquisio de um bem de capital.

    - Despesa de Capital: aquelas despesas que

    contribuem, diretamente, para a formao ou

    aquisio de um bem de capital.

    Grupo de Natureza da Despesa GND: agre-

    gador de elementos de despesa com as mesmas

    caractersticas quanto ao objeto de gasto: 1 - Pessoal

    e Encargos Sociais; 2 - Juros e Encargos da Dvida; 3

    - Outras Despesas Correntes; 4 - Investimentos; 5 -

    Inverses Financeiras; 6 - Amortizao da Dvida.

    Modalidade de Aplicao MA: indica se os

    recursos so aplicados, diretamente, por rgos ou

    Municpios, a classificao funcional programtica

    permite a consolidao nacional dos gastos do setor

    pblico.

    Essa classificao, apesar de ter o objetivo de iden-

    tificar as reas em que as despesas estariam sendo

    realizadas, preserva, na sua lgica de aplicao, o

    carter matricial da funcional-programtica, ou seja,

    as subfunes podero ser combinadas com funes

    diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

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    entidades no mbito da mesma esfera de Governo

    ou por outra. Tem por objetivo possibilitar a elimina-

    o da dupla contagem dos recursos transferidos oudescentralizados.

    Elemento de Despesa ED: serve para identificar

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    Exemplo: Despesa Corrente 3, Outras Despesas Correntes 3, Transferncias a Estado 30, Contribuies 41.

    CED

    GND

    MA

    ED

    5/6 dgitos indicam o Ele-mento de Despesa

    3/4 dgitos indicam a Moda-lidade de Aplicao

    1 dgito indica a CategoriaEconmica da despesa

    2 dgito indica o Grupo deNatureza da Despesa

    3

    330

    41

    os objetos de gasto, tais como dirias, material de

    consumo, servios de terceiros prestados sob

    qualquer forma, obras e instalaes, equipamentos,material permanente e outros de que a administrao

    pblica se serve para a consecuo de seus

    objetivos.

    EXECUO ORAMENTRIA E FINANCEIRA

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    EXECUO ORAMENTRIA E FINANCEIRA

    QUE ORIENTAES PODEM SER

    DADAS PARA UMA BOA EXECUO

    ORAMENTRIA E FINANCEIRA DO

    FUNDO DE SADE?

    A entrada de recursos no Fundo de Sade se ma-

    terializa por meio de repasse da Tesouraria, da conta

    bancria central (rgo de finanas) para a conta

    vinculada ao programa existente no Fundo. Essamovimentao financeira entre contas do Ativo Fi-

    nanceiro dispensa emisso de empenho. Isso porque

    no se trata de uma despesa, uma vez que esta s

    ocorre quando o Fundo de Sade realiza seus prprios

    dispndios.

    O Fundo de Sade deve utilizar contabilida-

    de especfica e integrada contabilidade ge-

    ral do ente a que se vincula para:

    processamento de suas receitas e despesas; e

    execuo oramentria, financeira e patri-

    monial.

    O resultado financeiro da arrecadao das receitas

    destinadas ao Fundo de Sade deve ser repassado,

    automaticamente, pela Secretaria de Finanas/Fa-

    zenda, ou outro rgo correspondente.

    Com objetivo de tornar claro o cumprimento da

    Emenda Constitucional n 29/2000, os recursos pro-

    venientes de receita prpria, de impostos, destinados

    s aes e servios de sade, devem ser depositados

    na conta do Fundo, com detalhamento das respec-

    tivas fontes.

    O Fundo de Sade dispe de programao prpria

    de desembolso e seus recursos provm de fontes

    especficas. Suas despesas devem ser efetuadas

    seguindo as exigncias legais requeridas a quaisquer

    outras despesas da administrao pblica (processa-

    58

    li i d i

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    mento; licitao quando necessrio; contrato ou

    empenho; liquidao e a efetiva despesa).

    Os recursos vinculados ao Fundo de Sade so

    utilizados exclusivamente para atender ao objeto de

    sua vinculao. Assim, do ponto de vista contbil, o

    saldo positivo do Fundo apurado no balano de um

    ano, deve ser transportado para exerccio seguinte,

    a fim de dar continuidade e garantir sua aplicao

    em sade.

    Os relatrios que demonstram, mensalmente, a

    origem e a aplicao dos recursos movimentados

    pelo Fundo, devem ser elaborados incluindo os

    recursos prprios e os transferidos pelas outras esferas

    de governo. Esses relatrios possibilitam o acompa-

    nhamento e a fiscalizao pelo Conselho de Sade.

    Contabilidade

    Todos os recursos do Fundo de Sade, cuja alocao

    ao oramento se d por ocasio da elaborao da

    Lei Oramentria Anual ou por meio de crditos

    adicionais posteriores, devem ser contabilizados

    como receita oramentria municipal e/ou estadual,

    obedecendo a sua aplicao s normas gerais de

    direito financeiro.

    CRDITOS ORAMENTRIOS SO AS DESPESAS QUE

    CONSTAM NO ORAMENTO.

    H CRDITOS NORMAIS PREVISTOS NO ORAMENTO EQUE FAZEM PARTE DO PROJETO DE LEI DO EXECUTI-

    VO, APROVADO PELO LEGISLATIVO. E OUTROS QUE

    DECORREM DE EMENDAS AO ORAMENTO, INTRO-

    DUZIDAS PELO LEGISLATIVO.

    Quando falta saldo oramentrio o problema

    resolvido por meio da alterao do oramento. Paraisso existe o crdito adicional.

    So tipos de crditos adicionais:

    crdito suplementar: o poder executivo, por meio

    de um decreto, aumenta o valor dos recursos alo-

    cados em uma dotao (previso de despesa) j

    existente no oramento;

    crdito especial: por meio de uma lei so alocados

    recursos em uma dotao que ainda no existia; e

    crdito extraordinrio: destina-se a atender des-

    pesas urgentes e que no foram previstas no ora-

    mento.

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    ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAOB l t Fi i d F d

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    ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAO

    COMO SABER SE OS RESULTADOS FORAM

    ATINGIDOS, E OS BENEFCIOS ALCANADOS?

    A POPULAO SENTIU OS EFEITOS?

    O acompanhamento dos programas e projetos/ati-

    vidades compatveis com a Agenda de Sade, Planode Sade, PPA e LDO fundamental para o exerccio

    da fiscalizao dos recursos aplicados na sade.

    Dessa forma, garante-se que as metas definidas nos

    programas, seus prazos e os resultados esperados

    sejam alcanados.

    Balancete Financeiro do Fundode Sade

    O Balancete contm informaes de todas as

    receitas (transferidas e prprias) e de todas as

    despesas do Fundo de Sade. As despesas so

    relacionadas por itens, tais como: pessoal e encargos;

    material de consumo; servios de terceiros; obras;

    equipamentos; dentre outras.

    60

    Todos os gestores devem atuar de forma compro ou seja em obedincia a uma ao planejada que

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    Todos os gestores devem atuar de forma compro-

    metida com as metas estabelecidas. Para o acom-

    panhamento da gesto dos recursos do Fundo deSade, do ponto de vista operacional, fundamental

    a elaborao de demonstrativos oramentrios e

    financeiros.

    Com a transparncia e a qualidade das informaes,

    garante-se melhor acompanhamento e fiscalizao

    por parte do Conselho de Sade, do Poder Legislativoe dos Tribunais de Contas.

    oportuno lembrar que a Lei de Responsabilidade

    Fiscal enfatizou a necessidade da transparncia da

    ao pblica ao exigir a elaborao de relatrios de

    acompanhamento da gesto fiscal e a realizao

    de audincias pblicas para prestao de contas.

    De acordo com a LDO federal, compete ao rgo

    concedente dos recursos, provenientes de trans-

    ferncias voluntrias, ou seja, convnios, acompa-

    nhar a execuo das atividades de projetos que so

    decorrentes da realizao dos seus aobjetos.

    Segundo a EC n 29/2000, os recursos depositadosnos fundos de sade so acompanhados e fiscalizados

    pelos conselhos de sade.

    A atividade de acompanhamento deve ser exercida,

    por quem tem essa competncia, de forma pr-ativa,

    ou seja, em obedincia a uma ao planejada que

    visa orientar a execuo de forma correta e coibir

    os atos de m-gesto.

    CONTROLE, AVALIAO EFISCALIZAO

    So vrios os mecanismos de controle da execuo dos

    recursos aplicados em sade. Entre eles destacam-se.

    Demonstrativo sinttico de execuo oramen-

    tria do Fundo de Sade

    Esse instrumento tem por objetivo concentrar infor-

    maes gerenciais da execuo oramentria. Alm

    de comparar a execuo realizada com a do perodo

    anterior, permite a verificao contnua das dificuldadesoramentrias financeiras.

    Demonstrativo detalhado das principais des-

    pesas do Fundo de Sade

    Esse demonstrativo tem por objetivo apresentar

    informaes detalhadas das principais despesas do

    Fundo: despesas com material de consumo (material

    hospitalar e enfermagem, medicamentos, material de

    laboratrios e odontolgicos, dentre outros) e de servios

    de terceiros (servios ambulatoriais e hospitalares

    conveniados e contratados, dentre outros).

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    SIOPS Sistema de Informaes sobre Ora- Mais que instrumento de controle o SIOPS impor-

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    SIOPS Sistema de Informaes sobre Ora-

    mentos Pblicos em Sade

    O Sistema de Informaes sobre Oramentos

    Pblicos em Sade SIOPS, formalizado pela

    Portaria Interministerial n 1.163, em outubro de 2000,

    um instrumento de acompanhamento, fiscalizao

    e controle da aplicao dos recursos vinculados em

    aes e servios pblicos de sade. Esse sistema tem

    como objetivo reunir e organizar informaes sobreas receitas totais dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios e despesas com aes e servios p-

    blicos de sade. Produz e publica eletronicamente,

    no endereo http://siops.datasus.gov.br ou

    www.datasus.gov.br, indicadores sobre o comporta-

    mento da receita e da aplicao dos recursos na rea

    da sade, inclusive o referente Emenda Constitu-

    cional n 29/2000, o que favorece e facilita o controle

    social.

    Mais que instrumento de controle, o SIOPS impor-

    tante ferramenta de informao gerencial, pois

    possibilita ao gestor do Fundo e ao Conselho deSade analisar as informaes sobre o comporta-

    mento das receitas e das despesas em diferentes n-

    veis de detalhamento. Permite, tambm, a compa-

    rao dos dados de Estados e Municpios segundo

    critrios regionais ou de porte populacional, alm

    da consolidao de dados sobre o gasto pblico em

    diferentes formas de agregao.

    A partir da publicao da Norma Operacional de

    Assistncia Sade NOAS, o preenchimento do

    SIOPS passou a ser condio para habilitao s

    condies de gesto do SUS.

    Relatrio Resumido da Execuo Oramentria

    O Relatrio Resumido da Execuo Oramentria,

    tambm exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal,

    uma fonte de informaes sobre o comportamento

    da arrecadao e a realizao da despesa da admi-

    nistrao como um todo, sendo composto, ainda, do

    balano oramentrio e dos demonstrativos daexecuo das receitas e das despesas, classificadas

    em diversas categorias contbeis. Esse relatrio

    contempla as previses anuais e atualizadas das

    receitas e das despesas. Deve ser publicado 30 dias

    62

    PRESTAO DE CONTAS

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    aps o encerramento do exerccio; a cada dois

    meses pela Unio, Estados, Distrito Federal e Muni-

    cpios, com populao superior a 50.000 habitantes,e a cada seis meses pelos demais Municpios.

    O anexo XVI do relatrio demonstra a aplicao dos

    percentuais exigidos pela EC n 29, apresentando a

    receita total destacando a receita de impostos e as

    transferncias constituicionais e legais, alm da

    receita de transferncia de outras esferas de governopara o SUS e as despesas com sade por grupo de

    natureza e por subfuno. Esse documento integra

    os formulrios de coleta de dados do SIOPS que po-

    der ser obtido por meio do endereo http://

    siops.datasus.gov.br.

    COMPROVAR A APLICAO DOSRECURSOS

    No cumprimento do dever de prestar contas, o poder

    pblico pode comprovar a aplicao dos recursos

    programados em sade. O instrumento chave paraa comprovao da conformidade da aplicao dos

    recursos financeiros do Fundo, destinados s aes

    e servios de sade, o Relatrio de Gesto. A

    comprovao da aplicao de recursos transferidos

    aos Estados e aos Municpios deve ser realizada, na

    forma da legislao vigente:Para o Ministrio da Sade:

    Prestao de contas e relatrio de atingimento do

    objeto, se vinculados a convnio, acordo, ajuste ou

    outro instrumento do gnero, celebrados para a

    CONTROLE SOCIALexecuo de programas e projetos especficos;

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    O SUS prev a participao da sociedade at na

    elaborao dos planos de sade. Significa dizer que

    o Conselho de Sade o instrumento de participao

    dos segmentos da comunidade na prpria gerncia

    do SUS, atuando na formulao de estratgias e no

    controle da execuo da poltica de sade, inclusive

    nos aspectos econmicos e financeiros.

    Uma das formas de exerccio do controle social a

    atuao deste Conselho de Sade.

    O Conselho de Sade tem desempenhado relevante

    papel no processo de implementao do SUS, tanto

    que a Emenda Constitucional n 29/2000, determinou

    64

    p g p j p ;

    Relatrio de Gesto, aprovado pelo respectivo

    Conselho de Sade, se os recursos forem repassados

    diretamente do Fundo Nacional de Sade para os

    Fundos Estaduais e Municipais de sade;

    Para o Tribunal de Contas:

    Prestao de Contas e Relatrio de Gesto dos

    recursos repassados diretamente do Fundo Nacionalde Sade aos Fundos Estaduais e Municipais de

    Sade e dos destinados remunerao de servios

    produzidos .

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    que o acompanhamento e a fiscalizao dos recur-

    sos do Fundo de Sade fossem exercidos pelo Conse-

    lho de Sade.

    O gestor do SUS deve apresentar, a cada trs meses,

    ao Conselho de Sade e em audincia pblica nas

    Cmaras de Vereadores e nas Assemblias Legisla-

    tivas respectivas, relatrio detalhado contendo dados

    sobre o montante e a fonte de recursos aplicados, as

    auditorias concludas ou iniciadas no perodo, bemcomo, sobre a oferta e produo de servios na rede

    assistencial prpria, contratada ou conveniada.

    Para facilitar o exerccio desse controle, a legislao

    prev que as informaes financeiras devem ser

    disponibilizadas aos demais organismos de represen-

    tao poltica ou da sociedade civil.

    O mais importante no controle social a participa-

    o do cid